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LEGISLAÇÃO

Lei n. 4.737/1965 - Código Eleitoral

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
PÉRICLES MENDONÇA

Péricles Mendonça de Rezende Júnior é Agente


da Polícia Civil do Distrito Federal (aprovado no
concurso realizado pelo CESPE em 2013).
Hoje, com 32 anos, tem em seu histórico apro-
vações em concursos como o do BRB, Serpro
(Analista), Secretaria de Educação (Analista de
Gestão Educacional), MPU (Técnico e Analista),
PMDF/2009 e PCDF/2013 (Agente e Escrivão).

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Prof. Péricles Mendonça

Crimes Eleitorais.........................................................................................4
1. Conceitos Iniciais.....................................................................................4
2. Dos Crimes.............................................................................................6
2.1. Dos Crimes Concernentes à Formação do Corpo Eleitoral............................6
2.2. Dos Crimes Relativos à Votação..............................................................8
2.3. Crimes Eleitorais Pertinentes à Garantia do Resultado Legítimo das
Eleições .................................................................................................. 13
2.4. Crimes Eleitorais Relativos à Formação e Funcionamento dos Partidos
Políticos................................................................................................... 16
2.5. Crimes Eleitorais Concernentes à Propaganda Eleitoral............................. 17
Questões de Concurso................................................................................ 23
Gabarito................................................................................................... 25
Gabarito Comentado.................................................................................. 26

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CRIMES ELEITORAIS
Em mais uma de nossas aulas para concursos, vamos estudar os crimes elei-

torais. Essa é uma lei com poucas questões em concursos, mas que não devemos

negligenciar.

1. Conceitos Iniciais
Basicamente, os crimes eleitorais são aqueles previstos em leis eleitorais.

Então, teremos crimes eleitorais definidos entre os artigos 289 e 354 do Código

Eleitoral, na Lei n. 9.504/1997 (Lei das Eleições), na Lei Complementar n. 64/1990

e na Lei n. 6.091/1974.

Um conceito que devemos tomar como base é o de que os crimes eleitorais são

crimes comuns, conforme entendimento do Supremo.

E esses crimes são julgados pelo TSE? Não, meu(minha) querido(a), o TSE não

tem competência criminal.

Veremos que os crimes eleitorais são classificados conforme o bem jurídico tu-

telado.

Em regra, o Código Eleitoral utiliza o Código Penal de forma subsidiária para tra-

tar de disposições penais gerais, porém, alguns tipos penais específicos exigem as

disposições previstas no Código Eleitoral (quando cometidos pela Imprensa, Rádio

ou TV).

Durante o estudo dos crimes eleitorais iremos nos deparar com o termo “funcio-

nário público”. Cuidado que a definição trazida pelo artigo 327 do Código Penal não

será aplicada aqui, utilizaremos o conceito do artigo 283, §1º, do Código Eleitoral.

Art. 283. Para os efeitos penais são considerados membros e funcionários da Justiça


Eleitoral:

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I – os magistrados que, mesmo não exercendo funções eleitorais, estejam presidindo
Juntas Apuradoras ou se encontrem no exercício de outra função por designação de
Tribunal Eleitoral;
II – Os cidadãos que temporariamente integram órgãos da Justiça Eleitoral;
III – Os cidadãos que hajam sido nomeados para as mesas receptoras ou Juntas Apu-
radoras;
IV – Os funcionários requisitados pela Justiça Eleitoral.
§ 1º Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, além dos indica-
dos no presente artigo, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração,
exerce cargo, emprego ou função pública.
§ 2º Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em en-
tidade paraestatal ou em sociedade de economia mista.

Sujeito passivo dos crimes eleitorais é o Estado.

Professor, e a ação penal? É pública ou privada?

O artigo 355 define que os crimes eleitorais são de ação penal pública incondicio-

nada. Sendo possível a ação penal privada subsidiária da pública.

Ainda que tenhamos um crime de menor potencial ofensivo, este não será julgado

pelo juizado especial e nem sob a égide do rito sumaríssimo, porém, será possível

a aplicação das medidas despenalizadoras.

Outro ponto digno de nota é que os crimes eleitorais não são puníveis a título de

culpa somente na modalidade dolosa.

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2. Dos Crimes
2.1. Dos Crimes Concernentes à Formação do Corpo Eleitoral

Esses são os crimes que cuidam do processo de alistamento eleitoral e estão

dispostos do artigo 289 a 295 do Código Eleitoral.

Art. 289. Inscrever-se fraudulentamente eleitor:


Pena – Reclusão até cinco anos e pagamento de cinco a 15 dias-multa.

Esse é um delito que admite a forma tentada e tem como sujeito passivo, como

vimos em nossa aula, o Estado.

Art. 290 Induzir alguém a se inscrever eleitor com infração de qualquer dispositivo


deste Código.
Pena – Reclusão até 2 anos e pagamento de 15 a 30 dias-multa.

A consumação ocorre com a indução da pessoa a se inscrever, independente-

mente do deferimento desta inscrição. Não admite tentativa, já que o simples fato

de induzir já caracteriza o ilícito.

Além de ter como sujeito passivo mediato o Estado, tem ainda o sujeito passivo

imediato, que é a pessoa induzida.

Art. 291. Efetuar o juiz, fraudulentamente, a inscrição de alistando.


Pena – Reclusão até 5 anos e pagamento de cinco a quinze dias-multa.

Esse é um crime material, onde a doutrina entende que para a sua consumação

é necessária a emissão do título eleitoral. Caso não ocorra essa emissão, o agente

(o juiz), responderá pela tentativa do crime.

Temos um crime próprio, que somente poderá ser cometido pelo juiz eleitoral.

Art. 292. Negar ou retardar a autoridade judiciária, sem fundamento legal, a inscrição


requerida:
Pena – Pagamento de 30 a 60 dias-multa.

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O sujeito ativo aqui continua sendo o juiz eleitoral, que agora ao invés de inscre-

ver alguém de forma fraudulenta, vai retardar ou negar a inscrição de uma pessoa

apta, sem nenhum motivo aparente, ou seja, sem motivação legal.

Temos um outro crime próprio, que somente poderá ser cometido pelo juiz elei-

toral.

Art. 293. Perturbar ou impedir de qualquer forma o alistamento:


Pena – Detenção de 15 dias a seis meses ou pagamento de 30 a 60 dias-multa.

Esse é um delito típico do “baderneiro”. Imagine a situação onde o agente de

alguma forma perturba ou tenta impedir o alistamento de um terceiro.

O agente responderá pelo crime, tendo como vítima a pessoa “perturbada ou

impedida” e o Estado. A doutrina entende que esse crime admite tentativa.

Art. 295. Reter título eleitoral contra a vontade do eleitor:


Pena – Detenção até dois meses ou pagamento de 30 a 60 dias-multa.

Essa retenção deverá ocorrer contra a vontade do eleitor, o que não é difícil. Já

que você não vai permitir que uma pessoa retenha seu documento pessoal sem

nenhum motivo aparente.

Veja que o crime não define a pena mínima, então, nesse caso, a pena mínima

será de 15 dias.

A lei das eleições, em seu artigo 91, parágrafo único, define a mesma conduta,

porém atribuindo a pena de 1 a 3 meses.

Art. 91. Nenhum requerimento de inscrição eleitoral ou de transferência será recebido


dentro dos cento e cinquenta dias anteriores à data da eleição.
Parágrafo único. A retenção de título eleitoral ou do comprovante de alistamento elei-
toral constitui crime, punível com detenção, de um a três meses, com a alternativa de
prestação de serviços à comunidade por igual período, e multa no valor de cinco mil a
dez mil UFIR.

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E agora, professor? Qual vamos utilizar?

Temos aqui um conflito aparente de normas. No seu caso, utilizaremos o critério

cronológico, para saber qual a norma mais atualizada.

Solucionando esse conflito, temos a pena deste delito entre 1 a 3 meses de de-

tenção.

2.2. Dos Crimes Relativos à Votação


Art. 296. Promover desordem que prejudique os trabalhos eleitorais;
Pena – Detenção até dois meses e pagamento de 60 a 90 dias-multa.

Temos o Estado figurando no polo passivo da ação. O crime é comum, ou seja,

poderá ser praticado por qualquer pessoa.

A sua consumação ocorre quando o agente pratica desordem ou prejudique os

trabalhos eleitorais.

A doutrina entende que se admite a forma tentada para esse crime.

Art. 297. Impedir ou embaraçar o exercício do sufrágio:


Pena – Detenção até seis meses e pagamento de 60 a 100 dias-multa.

Esse delito tem novamente o Estado como vítima, porém, mediata, sendo que

a vítima imediata é o agente que sofre a ação.

O crime se consuma com qualquer ato que impeça ou embarace o exercício do

sufrágio.

Art. 298. Prender ou deter eleitor, membro de mesa receptora, fiscal, delegado de par-
tido ou candidato, com violação do disposto no Art. 236:
Pena – Reclusão até quatro anos.

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Aqui, temos uma das maiores penas previstas no Código Eleitoral. O artigo 236

afirma que nenhuma autoridade poderá, desde 5 (cinco) dias antes e até 48 (qua-

renta e oito) horas depois do encerramento da eleição, prender ou deter qualquer

eleitor, salvo em flagrante delito ou em virtude de sentença criminal condenató-

ria por crime inafiançável, ou, ainda, por desrespeito a salvo-conduto.

O legislador definiu esse crime para resguardar a liberdade do voto.

Art. 299. Dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para outrem, dinheiro,
dádiva, ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para conseguir ou pro-
meter abstenção, ainda que a oferta não seja aceita:
Pena – reclusão até quatro anos e pagamento de cinco a quinze dias-multa.

Temos aqui a corrupção eleitoral em sua modalidade passiva e ativa. Essa

conduta poderá caracterizar a captação ilícita de sufrágio da Lei das Eleições, pre-

vista no artigo 41-A, da Lei das Eleições.

O TSE entende que o artigo 41-A é um ilícito civil e o artigo 299 um ilícito crimi-

nal, dessa forma, aplicando a independência das instâncias, o mesmo fato poderá

ser punido nas duas esferas.

Art. 300. Valer-se o servidor público da sua autoridade para coagir alguém a votar ou
não votar em determinado candidato ou partido:
Pena – detenção até seis meses e pagamento de 60 a 100 dias-multa.
Parágrafo único. Se o agente é membro ou funcionário da Justiça Eleitoral e comete o
crime prevalecendo-se do cargo a pena é agravada.

Para a sua caracterização, não é necessário o resultado naturalístico, bastando,

a coação.

Art. 301. Usar de violência ou grave ameaça para coagir alguém a votar, ou não votar,
em determinado candidato ou partido, ainda que os fins visados não sejam conseguidos:
Pena – reclusão até quatro anos e pagamento de cinco a quinze dias-multa.

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Esse é um tipo penal semelhante ao que acabamos de ver, porém com peculia-

ridades, como a utilização da violência ou grave ameaça.

Art. 302. Promover, no dia da eleição, com o fim de impedir, embaraçar ou fraudar o


exercício do voto a concentração de eleitores, sob qualquer forma, inclusive o forneci-
mento gratuito de alimento e transporte coletivo:
Pena – reclusão de quatro (4) a seis (6) anos e pagamento de 200 a 300 dias-multa.

Não é necessário o efetivo embaraço para que o crime se consume. Esse é um

crime classificado pela doutrina como sendo crime formal.

A parte do fornecimento de alimentos foi derrogado pela lei 6.091/74.

Art. 303. Majorar os preços de utilidades e serviços necessários à realização de elei-


ções, tais como transporte e alimentação de eleitores, impressão, publicidade e divul-
gação de matéria eleitoral.
Pena – pagamento de 250 a 300 dias-multa.

Conforme dito pelo professor Flávio Ribeiro, o tipo penal em estudo “reprime a

exploração econômica sobre utilidade e serviços necessários ao processamento das

eleições.”

Infelizmente é bem comum vermos em nosso país as pessoas cobrando valores

abusivos, de água, por exemplo, quando temos desastres naturais. Com as eleições

não seria diferente, o agente majora abusivamente os preços com a intenção de

maximizar o seu lucro.

Art. 304. Ocultar, sonegar açambarcar ou recusar no dia da eleição o fornecimento,


normalmente a todos, de utilidades, alimentação e meios de transporte, ou conceder
exclusividade dos mesmos a determinado partido ou candidato:
Pena – pagamento de 250 a 300 dias-multa.

A ideia desse tipo penal é garantir o real funcionamento das eleições, protegen-

do a liberdade do voto.

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Art. 305. Intervir autoridade estranha à mesa receptora, salvo o juiz eleitoral, no seu
funcionamento sob qualquer pretexto:
Pena – detenção até seis meses e pagamento de 60 a 90 dias-multa.

Você está percebendo que os tipos penais previstos no Código são bem diretos?

Não temos muito o que discorrer sobre o assunto em maiores detalhes.

O crime se consuma com a intervenção da autoridade que não participava da

mesa receptora.

Quem tem poder de polícia no dia das eleições é o presidente da Mesa e o Juiz

Eleitoral, somente podendo a força policial agir mediante requerimento de um de-

les. Nessas últimas eleições, eu trabalhei fazendo a escolta de um juiz eleitoral.

Durante o primeiro turno, fizemos 5 flagrantes de crimes eleitorais, em todas as

situações agimos por determinação do magistrado.

Art. 306. Não observar a ordem em que os eleitores devem ser chamados a votar:
Pena – pagamento de 15 a 30 dias-multa.

Trata-se de crime próprio, tendo os eleitores como sujeitos passivos e os me-

sários como sujeitos ativos. O crime tutela o livre exercício do voto.

Art. 307. Fornecer ao eleitor cédula oficial já assinalada ou por qualquer forma marca-
da:
Pena – reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa.
Art. 308. Rubricar e fornecer a cédula oficial em outra oportunidade que não a de en-
trega da mesma ao eleitor.
Pena – reclusão até cinco anos e pagamento de 60 a 90 dias-multa.

Quando tivermos a falha da urna eletrônica e também da contingencial, será

realizada a votação por meio do sistema manual. O crime previsto no artigo 307 é

próprio e tem como sujeito ativo os membros da mesa receptora.

Professor, mas voto manual?

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Isso, meu(minha) querido(a), em determinadas situações poderá ocorrer o voto

manual, em cédula.

Art. 309. Votar ou tentar votar mais de uma vez, ou em lugar de outrem:


Pena – reclusão até três anos.

Esse é um crime comum, que poderá ser praticado por qualquer pessoa. Atual-

mente, com a implementação da votação por meio das digitais do eleitor, fica mais

difícil votar no lugar de outra pessoa, porém, não é impossível.

Art. 310. Praticar, ou permitir membro da mesa receptora que seja praticada, qualquer
irregularidade que determine a anulação de votação, salvo no caso do Art. 311:
Pena – detenção até seis meses ou pagamento de 90 a 120 dias-multa.
Art. 311. Votar em seção eleitoral em que não está inscrito, salvo nos casos expressa-
mente previstos, e permitir, o presidente da mesa receptora, que o voto seja admitido:
Pena – detenção até um mês ou pagamento de 5 a 15 dias-multa para o eleitor e de 20
a 30 dias-multa para o presidente da mesa.

Com a implementação do sistema eletrônico de votação, esse tipo penal fica

ultrapassado, já que o controle da seção de votação é muito maior.

Art. 312. Violar ou tentar violar o sigilo do voto:


Pena – detenção até dois anos.

Uma das garantias do voto é o sigilo e esse tipo penal tutela exatamente esse

sigilo. Atualmente, temos um sistema eletrônico de votação que por diversas vezes

é questionado sobre o aspecto da segurança.

Não temos nada comprovado de que o sistema seria inseguro, mas em todo pe-

ríodo eleitoral diversas pessoas tentam fraudar o sistema para alterar a quantidade

de votos.

Esse é um crime de atentado, em que somente o fato de tentar já configura o

crime.

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2.3. Crimes Eleitorais Pertinentes à Garantia do Resultado


Legítimo das Eleições
Art. 313. Deixar o juiz e os membros da Junta de expedir o boletim de apuração
imediatamente após a apuração de cada urna e antes de passar à subsequente, sob
qualquer pretexto e ainda que dispensada a expedição pelos fiscais, delegados ou can-
didatos presentes:
Pena – pagamento de 90 a 120 dias-multa.
Parágrafo único. Nas seções eleitorais em que a contagem for procedida pela mesa
receptora incorrerão na mesma pena o presidente e os mesários que não expedirem
imediatamente o respectivo boletim.

Temos um crime próprio, em que o sujeito ativo é o juiz ou membro de junta

eleitoral responsável pela apuração. Atualmente, com o boletim de urna eletrônica,

o tipo penal perde um pouco de sua relevância e aplicação.

Art. 314. Deixar o juiz e os membros da Junta de recolher as cédulas apuradas na res-


pectiva urna, fechá-la e lacrá-la, assim que terminar a apuração de cada seção e antes
de passar à subsequente, sob qualquer pretexto e ainda que dispensada a providencia
pelos fiscais, delegados ou candidatos presentes:
Pena – detenção até dois meses ou pagamento de 90 a 120 dias-multa.
Parágrafo único. Nas seções eleitorais em que a contagem dos votos for procedida pela
mesa receptora incorrerão na mesma pena o presidente e os mesários que não fecha-
rem e lacrarem a urna após a contagem.

Também é um crime próprio, que perdeu aplicabilidade com o advento das ur-

nas eletrônicas.

Art. 315. Alterar nos mapas ou nos boletins de apuração a votação obtida por qualquer
candidato ou lançar nesses documentos votação que não corresponda às cédulas apu-
radas:
Pena – reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa.

Esse é outro crime característico das urnas antigas, anteriores às eletrônicas.

Professor, por que estamos estudando esses crimes então?

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Porque estão previstos no Código Eleitoral, então estamos passando por eles

para que você tenha o conhecimento do assunto.

Art. 316. Não receber ou não mencionar nas atas da eleição ou da apuração os protes-
tos devidamente formulados ou deixar de remetê-los à instância superior:
Pena – reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa.

Os sujeitos ativos desse crime são aquelas pessoas que participam diretamente

do processo de apuração, bem como os integrantes da mesa.

Art. 317. Violar ou tentar violar o sigilo da urna ou dos invólucros.


Pena – reclusão de três a cinco anos.

Esse é um crime que pode ser praticado por qualquer pessoa e é considerado

pela doutrina como sendo um dos mais graves, já que a violação do sigilo da urna,

fere uma das premissas do voto que é o sigilo.

Art. 318. Efetuar a mesa receptora a contagem dos votos da urna quando qualquer
eleitor houver votado sob impugnação (art. 190):
Pena – detenção até um mês ou pagamento de 30 a 60 dias-multa.

O sujeito ativo desse crime é o mesário. Somente ocorrerá esse tipo de crime

quando tivermos falando em eleição por cédula de papel.

Art. 339 – Destruir, suprimir ou ocultar urna contendo votos, ou documentos relativos


à eleição:
Pena – reclusão de dois a seis anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa.
Parágrafo único. Se o agente é membro ou funcionário da Justiça Eleitoral e comete o
crime prevalecendo-se do cargo, a pena é agravada.

Se tivermos falando em sistema eletrônico de votações, o crime estará previsto

na Lei de Eleições (art. 72), que trata especificamente sobre a proteção da urna

eletrônica.

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Esse tipo penal visa a garantir a autenticidade do sistema representativo brasi-

leiro. Caso o sujeito ativo seja funcionário da Justiça Eleitoral teremos um agrava-

mento da pena.

Art. 340. Fabricar, mandar fabricar, adquirir, fornecer, ainda que gratuitamente, sub-
trair ou guardar urnas, objetos, mapas, cédulas ou papéis de uso exclusivo da Justiça
Eleitoral:
Pena – reclusão até três anos e pagamento de 3 a 15 dias-multa.
Parágrafo único. Se o agente é membro ou funcionário da Justiça Eleitoral e comete o
crime prevalecendo-se do cargo, a pena é agravada.

A prática de uma dessas condutas ameaça a lisura do processo eleitoral, a partir

do momento que o material seja utilizado para induzir o eleitor ao erro.

Art. 341. Retardar a publicação ou não publicar, o diretor ou qualquer outro funcionário


de órgão oficial federal, estadual, ou municipal, as decisões, citações ou intimações da
Justiça Eleitoral:
Pena – detenção até um mês ou pagamento de 30 a 60 dias-multa.

É um crime próprio, que somente será praticado pelo funcionário responsável

pela publicação.

Art. 342. Não apresentar o órgão do Ministério Público, no prazo legal, denúncia ou


deixar de promover a execução de sentença condenatória:
Pena – detenção até dois meses ou pagamento de 60 a 90 dias-multa.

Somente poderá ser responsabilizado por esse delito o membro do MP que tem

atribuição legal de agir e não o fizer.

Art. 343. Não cumprir o juiz o disposto no § 3º do Art. 357:


Pena – detenção até dois meses ou pagamento de 60 a 90 dias-multa.

O legislador resolveu punir por meio desse crime, a omissão do juiz ante a omis-

são injustificada do membro do MP no cumprimento de seu dever.

Art. 344. Recusar ou abandonar o serviço eleitoral sem justa causa:


Pena – detenção até dois meses ou pagamento de 90 a 120 dias-multa.

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O tipo penal tutela a administração pública eleitoral. Por ser um crime comum,

qualquer pessoa poderá ser sujeito ativo e responder por esse delito.

Art. 345. Não cumprir a autoridade judiciária, ou qualquer funcionário dos órgãos da


Justiça Eleitoral, nos prazos legais, os deveres impostos por este Código, se a infração
não estiver sujeita a outra penalidade:
Pena – pagamento de trinta a noventa dias-multa.

Para que o crime se consume, deverá ocorrer a omissão que acarrete danos ao

andamento dos serviços eleitorais.

Art. 346. Violar o disposto no Art. 377:


Pena – detenção até seis meses e pagamento de 30 a 60 dias-multa.
Parágrafo único. Incorrerão na pena, além da autoridade responsável, os servidores que
prestarem serviços e os candidatos, membros ou diretores de partido que derem causa
à infração.
Art. 347. Recusar alguém cumprimento ou obediência a diligências, ordens ou instru-
ções da Justiça Eleitoral ou opor embaraços à sua execução:
Pena – detenção de três meses a um ano e pagamento de 10 a 20 dias-multa.

O legislador resolveu resguardar a efetividade da prestação jurisdicional da Jus-

tiça Eleitoral.

2.4. Crimes Eleitorais Relativos à Formação e Funcionamento


dos Partidos Políticos
Art. 319. Subscrever o eleitor mais de uma ficha de registro de um ou mais partidos:
Pena – detenção até 1 mês ou pagamento de 10 a 30 dias-multa.

O crime estará configurado quando o eleitor assinar o pedido de registro em

mais de um partido político.

Art. 320. Inscrever-se o eleitor, simultaneamente, em dois ou mais partidos:


Pena – pagamento de 10 a 20 dias-multa.

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A dupla filiação partidária gera, para efeitos eleitorais, a inelegibilidade, confi-

gurando ausência de filiação.

Art. 321. Colher a assinatura do eleitor em mais de uma ficha de registro de partido:


Pena – detenção até dois meses ou pagamento de 20 a 40 dias-multa.

2.5. Crimes Eleitorais Concernentes à Propaganda Eleitoral


Art. 323. Divulgar, na propaganda, fatos que sabe inverídicos, em relação a partidos ou
candidatos e capazes de exercerem influência perante o eleitorado:
Pena – detenção de dois meses a um ano, ou pagamento de 120 a 150 dias-multa.
Parágrafo único. A pena é agravada se o crime é cometido pela imprensa, rádio ou te-
levisão.

Temos um crime comum, ou seja, que poderá ser praticado por qualquer pes-

soa.

A consumação se dá com a mera divulgação dos fatos sabidamente inverídicos.

Art. 324. Caluniar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando fins de propaganda,


imputando-lhe falsamente fato definido como crime:
Pena – detenção de seis meses a dois anos, e pagamento de 10 a 40 dias-multa.
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga.
§ 2º A prova da verdade do fato imputado exclui o crime, mas não é admitida:
I – se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido, não foi conde-
nado por sentença irrecorrível;
II – se o fato é imputado ao Presidente da República ou chefe de governo estrangeiro;
III – se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sen-
tença irrecorrível.

Essa é uma conduta que quase não vemos durante o horário político, né? Nos

debates então, nem se fala.

No polo passivo, temos o candidato ao cargo eletivo, e no polo ativo temos qual-

quer pessoa.

A última eleição foi caracterizada por diversas informações inverídicas, sempre

buscando desfavorecer um ou outro candidato.

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Art. 325. Difamar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando a fins de propaganda,


imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação:
Pena – detenção de três meses a um ano, e pagamento de 5 a 30 dias-multa.
Parágrafo único. A  exceção da verdade somente se admite se ofendido é funcionário
público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções.

Temos aqui a mesma situação do crime anterior, sendo que no 324 estamos

falando em calúnia e aqui de difamação.

Art. 326. Injuriar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando a fins de propaganda,


ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:
Pena – detenção até seis meses, ou pagamento de 30 a 60 dias-multa.
§ 1º O juiz pode deixar de aplicar a pena:
I – se o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria;
II – no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria.
§ 2º Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou meio
empregado, se considerem aviltantes:
Pena – detenção de três meses a um ano e pagamento de 5 a 20 dias-multa, além das
penas correspondentes à violência prevista no Código Penal.

O crime de injúria ultraja a honra subjetiva da pessoa, atingindo a sua dignida-

de. Veja que os últimos três artigos trataram de defender a honra dos candidatos.

O artigo 327 traz causas de aumento de pena conforme o sujeito passivo.

Art. 327. As penas cominadas nos artigos. 324, 325 e 326, aumentam-se de um terço,
se qualquer dos crimes é cometido:
I – contra o Presidente da República ou chefe de governo estrangeiro;
II – contra funcionário público, em razão de suas funções;
III – na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da ofensa.
Art. 330. Nos casos dos artigos. 328 e 329 se o agente repara o dano antes da sentença
final, o juiz pode reduzir a pena.

Os artigos 328 e 329 foram revogados, porém o legislador manteve o artigo 330

na lei.

Art. 331. Inutilizar, alterar ou perturbar meio de propaganda devidamente empregado:


Pena – detenção até seis meses ou pagamento de 90 a 120 dias-multa.

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Esse tipo penal visa a garantir o livre exercício da propaganda eleitoral. O delito

estará consumado com a ocorrência da perturbação, e admite-se a forma tentada.

Art. 332. Impedir o exercício de propaganda:


Pena – detenção até seis meses e pagamento de 30 a 60 dias-multa.

Esse tipo penal se assemelha ao 331 e também visa a garantir o livre exercício

da propaganda.

Art. 334. Utilizar organização comercial de vendas, distribuição de mercadorias, prê-


mios e sorteios para propaganda ou aliciamento de eleitores:
Pena – detenção de seis meses a um ano e cassação do registro se o responsável for
candidato.

Trata-se de crime formal, tendo se consumado independente do resultado natu-

ralístico. É um crime comum, ou seja, qualquer pessoa pode figurar no polo ativo.

Art. 335. Fazer propaganda, qualquer que seja a sua forma, em língua estrangeira:
Pena – detenção de três a seis meses e pagamento de 30 a 60 dias-multa.
Parágrafo único. Além da pena cominada, a infração ao presente artigo importa na apre-
ensão e perda do material utilizado na propaganda.

Qualquer tipo de propaganda eleitoral deverá ser feita em língua portuguesa,

sendo que ocorrerá a consumação do crime com a mera veiculação da propaganda

em língua estrangeira.

Art. 336. Na sentença que julgar ação penal pela infração de qualquer dos artigos. 322,
323, 324, 325, 326,328, 329, 331, 332, 333, 334 e 335, deve o juiz verificar, de acordo
com o seu livre convencionamento, se diretório local do partido, por qualquer dos seus
membros, concorreu para a prática de delito, ou dela se beneficiou conscientemente.
Parágrafo único. Nesse caso, imporá o juiz ao diretório responsável pena de suspensão
de sua atividade eleitoral por prazo de 6 a 12 meses, agravada até o dobro nas reinci-
dências.
Art. 337. Participar, o estrangeiro ou brasileiro que não estiver no gozo dos seus di-
reitos políticos, de atividades partidárias inclusive comícios e atos de propaganda em
recintos fechados ou abertos:
Pena – detenção até seis meses e pagamento de 90 a 120 dias-multa.

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Parágrafo único. Na mesma pena incorrerá o responsável pelas emissoras de rádio ou


televisão que autorizar transmissões de que participem os mencionados neste artigo,
bem como o diretor de jornal que lhes divulgar os pronunciamentos.

Conforme prevê Edson Brozoza com este dispositivo penal eleitoral, o legislador

pátrio buscou reprimir a conduta do estrangeiro ou brasileiro impedido do exercício

de seus direitos políticos que venha a participar de atividades partidárias, inclusive

comícios e atos de propaganda em recintos fechados ou abertos.

Corporifica medida tencionada a resguardar o livre exercício da propaganda

eleitoral e do voto e, notadamente, proteger a soberania nacional.

O TSE entende que esse artigo não foi recepcionado pela Constituição Federal.

Art. 338. Não assegurar o funcionário postal a prioridade prevista no Art. 239:


Pena – Pagamento de 30 a 60 dias-multa.

O artigo 239 traz a garantia de prioridade postal do material de campanha, se o

funcionário dos Correios não garantir essa prioridade incorrerá nesse crime.

Art. 348. Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento


público verdadeiro, para fins eleitorais:
Pena – reclusão de dois a seis anos e pagamento de 15 a 30 dias-multa.
§ 1º Se o agente é funcionário público e comete o crime prevalecendo-se do cargo,
a pena é agravada.
§ 2º Para os efeitos penais, equipara-se a documento público o emanado de entidade
paraestatal inclusive Fundação do Estado.

Para que tenhamos esse delito é necessário que o dolo seja específico para fins

eleitorais, caso contrário, o agente responderá pelo crime tipificado no Código Pe-

nal.

Art. 349. Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar documento


particular verdadeiro, para fins eleitorais:
Pena – reclusão até cinco anos e pagamento de 3 a 10 dias-multa.

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Da mesma forma que o artigo anterior, porém agora com documentos parti-

culares, a falsificação deverá ocorrer para fins eleitorais.

Art. 350. Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia cons-
tar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita,
para fins eleitorais:
Pena – reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa, se o documento é
público, e reclusão até três anos e pagamento de 3 a 10 dias-multa se o documento é
particular.
Parágrafo único. Se o agente da falsidade documental é funcionário público e comete o
crime prevalecendo-se do cargo ou se a falsificação ou alteração é de assentamentos de
registro civil, a pena é agravada.

Agora temos um documento verdadeiro, e a informação constante nesse docu-

mento é falsa, o documento, portanto é íntegro.

Da mesma forma que os artigos anteriores, a intenção deverá ser para fins elei-

torais, caso contrário, responderá o agente pelo previsto no Código Penal.

Art. 351. Equipara-se a documento (348,349 e 350) para os efeitos penais, a fotogra-


fia, o filme cinematográfico, o disco fonográfico ou fita de ditafone a que se incorpore
declaração ou imagem destinada à prova de fato juridicamente relevante.

Esse é um artigo explicativo que traz algumas equiparações aos documentos

relacionados aos crimes que acabamos de estudar.

Art. 352. Reconhecer, como verdadeira, no exercício da função pública, firma ou letra


que o não seja, para fins eleitorais:
Pena – reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa se o documento é
público, e reclusão até três anos e pagamento de 3 a 10 dias-multa se o documento é
particular.

Esse é um crime próprio dos tabeliães, escreventes e demais servidores do cartório.

Art. 353. Fazer uso de qualquer dos documentos falsificados ou alterados, a  que se


referem os artigos. 348 a 352:
Pena – a cominada à falsificação ou à alteração.

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Agora temos o uso do documento falso, diferente dos artigos anteriores, que

contemplavam a falsificação.

Art. 354. Obter, para uso próprio ou de outrem, documento público ou particular, ma-
terial ou ideologicamente falso para fins eleitorais:
Pena – a cominada à falsificação ou à alteração.

No artigo anterior, podemos ter a situação em que o mesmo agente que falsi-

ficou, foi flagrado usando. Agora esse delito não pode ocorrer isso, porque o tipo

penal fala em “obter”.

Fazendo uma analogia de certa forma grosseira, seria algo semelhante ao re-

ceptador de mercadoria roubada/furtada, só que nesse caso estamos falando em

documentos.

Art. 354-A. Apropriar-se o candidato, o  administrador financeiro da campanha, ou


quem de fato exerça essa função, de bens, recursos ou valores destinados ao financia-
mento eleitoral, em proveito próprio ou alheio:
Pena – reclusão, de dois a seis anos, e multa.

Essa é a apropriação indébita eleitoral, em que bens, recursos ou valores, são

apropriados de forma indevida em proveito próprio ou de terceiros.

Meu(minha) querido(a), terminamos por aqui os crimes eleitorais previstos no

Código Eleitoral.

A aula se deu mais com comentários dos artigos e eu espero que tenha sido

proveitoso o estudo. Estou à disposição para esclarecimentos, dúvidas, críticas

e sugestões por meio da plataforma do Grancursos Online e também mediante

e-mail profpericlesrezende@gmail.com e do instagram @vemserpolicial

Grande abraço e bons estudos.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
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QUESTÕES DE CONCURSO
Questão 1    (CESPE/TRE-GO/ANALISTA JUDICIÁRIO/2015) O crime de corrupção

eleitoral configura-se com a mera promessa de vantagem, mesmo que de caráter

geral e posta como um benefício à coletividade, não se exigindo, portanto, dolo es-

pecífico consistente na obtenção de voto de determinados eleitores ou na promessa

de abstenção.

Questão 2    (CESPE/TRE-GO/ANALISTA JUDICIÁRIO/2015) No processo eleitoral,

ao contrário do que ocorre no rito ordinário, é inadmissível o oferecimento de quei-

xa-crime em ação penal privada subsidiária, ainda que o Ministério Público não

tenha oferecido denúncia, requerido diligências ou solicitado o arquivamento do

inquérito policial.

Questão 3    (CESPE/DPU/DEFENSOR PÚBLICO/2015) Se houver a prática de cri-

mes comuns conexos com delitos de natureza eleitoral, terá de haver necessária

separação de processos, de acordo com preceito expresso do Código Eleitoral, não

se aplicando a regra geral do CPP, por se tratar de norma subsidiária ou supletiva.

Questão 4    (CESPE/DPU/DEFENSOR PÚBLICO/2015) Considere a seguinte situa-

ção hipotética.

Nas vésperas de certa eleição, foram divulgadas informações pela imprensa, pelo

rádio e pela televisão, na propaganda eleitoral, acerca de fatos inverídicos, porém

de natureza favorável ao candidato Marivaldo, capazes de exercerem influência po-

sitiva na avaliação dele perante o eleitorado, mas que não ofenderam, denegriram

ou distorceram a imagem de adversários políticos de Marivaldo.

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Nessa situação hipotética, o fato foi penalmente atípico, ainda que enganosa a pro-

paganda, pois esta não ofendeu, denegriu ou distorceu a imagem de adversários

políticos de Marivaldo; além disso, para a caracterização de delito, seria obrigatória

a demonstração concreta de danos causados pela referida divulgação de informa-

ções.

Questão 5    (CESPE/DPU/DEFENSOR PÚBLICO) A corrupção eleitoral é considerada

um dos males dos processos eleitorais. O Código Eleitoral tipifica, no art. 299, esse

delito. O Tribunal Superior Eleitoral e o STF têm consolidada jurisprudência a esse

respeito. Quanto ao crime de corrupção eleitoral, julgue o item abaixo.

Trata-se de crime formal que independe de consumação.

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GABARITO
1. E

2. E

3. E

4. E

5. E

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GABARITO COMENTADO
Questão 1    (CESPE/TRE-GO/ANALISTA JUDICIÁRIO/2015) O crime de corrupção

eleitoral configura-se com a mera promessa de vantagem, mesmo que de caráter

geral e posta como um benefício à coletividade, não se exigindo, portanto, dolo es-

pecífico consistente na obtenção de voto de determinados eleitores ou na promessa

de abstenção.

Errado.

O crime de corrupção eleitoral está previsto no artigo 299 do Código Eleitoral,

e para a sua configuração temos o entendimento do TSE que deve haver o dolo es-

pecífico exigido no tipo penal, que é a finalidade de obter ou dar voto ou prometer

abstenção.

Questão 2    (CESPE/TRE-GO/ANALISTA JUDICIÁRIO/2015) No processo eleitoral,

ao contrário do que ocorre no rito ordinário, é inadmissível o oferecimento de quei-

xa-crime em ação penal privada subsidiária, ainda que o Ministério Público não

tenha oferecido denúncia, requerido diligências ou solicitado o arquivamento do

inquérito policial.

Errado.

Quando vimos os conceitos iniciais em nossa aula, vimos que os crimes previstos

no Código Eleitoral são de Ação Penal Pública, porém, admitem a ação penal priva-

da subsidiária da pública.

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Questão 3    (CESPE/DPU/DEFENSOR PÚBLICO/2015) Se houver a prática de cri-

mes comuns conexos com delitos de natureza eleitoral, terá de haver necessária

separação de processos, de acordo com preceito expresso do Código Eleitoral, não

se aplicando a regra geral do CPP, por se tratar de norma subsidiária ou supletiva.

Errado.

Se for verificada a conexão entre um crime eleitoral e um crime comum, a compe-

tência para julgá-los será da Justiça Eleitoral, conforme preceitua o artigo 109, IV,

da CF/88, e o artigo 78, IV, do CPP.

Questão 4    (CESPE/DPU/DEFENSOR PÚBLICO/2015) Considere a seguinte situa-

ção hipotética.

Nas vésperas de certa eleição, foram divulgadas informações pela imprensa, pelo

rádio e pela televisão, na propaganda eleitoral, acerca de fatos inverídicos, porém

de natureza favorável ao candidato Marivaldo, capazes de exercerem influência po-

sitiva na avaliação dele perante o eleitorado, mas que não ofenderam, denegriram

ou distorceram a imagem de adversários políticos de Marivaldo.

Nessa situação hipotética, o fato foi penalmente atípico, ainda que enganosa a pro-

paganda, pois esta não ofendeu, denegriu ou distorceu a imagem de adversários

políticos de Marivaldo; além disso, para a caracterização de delito, seria obrigatória

a demonstração concreta de danos causados pela referida divulgação de informa-

ções.

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Errado.

Temos a conduta descrita no artigo 323, vejamos:

Art. 323. Divulgar, na propaganda, fatos que sabe inverídicos, em relação a partidos ou


candidatos e capazes de exercerem influência perante o eleitorado:
Pena – detenção de dois meses a um ano, ou pagamento de 120 a 150 dias-multa.
Parágrafo único. A pena é agravada se o crime é cometido pela imprensa, rádio ou te-
levisão.

Nesse caso, a consumação se dá com a mera divulgação dos fatos sabidamente

inverídicos, não é necessário a demonstração concreta dos danos causados.

Questão 5    (CESPE/DPU/DEFENSOR PÚBLICO) A corrupção eleitoral é considerada

um dos males dos processos eleitorais. O Código Eleitoral tipifica, no art. 299, esse

delito. O Tribunal Superior Eleitoral e o STF têm consolidada jurisprudência a esse

respeito. Quanto ao crime de corrupção eleitoral, julgue o item abaixo.

Trata-se de crime formal que independe de consumação.

Errado.

Essa é daquelas questões “mal elaboradas”. O examinador queria perguntar uma

coisa e acabou perguntando outra. Sendo o crime, formal ou material, ele será con-

sumado, não temos como falar que ele independe de consumação.

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