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Última atualização jurisprudencial: Info 633 STJ (art. 1º, II); Julgado STJ (art. 1º, §5º)
2) Siglas utilizadas:
➢ MP (concursos do Ministério Público); M ou TJPR (concursos da Magistratura); BL (base
legal), etc.
##Atenção: Sujeito ativo: Todas as figuras previstas no inciso I do art. 1º são crimes comuns, ou
seja, podem ser praticados por qualquer pessoa.
##Atenção: Consumação: O crime se consuma com o sofrimento (físico ou mental) causado pelo
emprego da violência ou da grave ameaça. Não importa, para fins de consumação, que o agente
tenha conseguido seu objetivo. Assim, mesmo que a vítima não dê a informação, declaração ou
confissão exigida, o crime já estará consumado. A tentativa é possível, considerando que se trata
de crime plurissubistente.
##Atenção: Elemento subjetivo: É o dolo com o especial fim de agir (com o fim de obter
informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa).
b) para PROVOCAR ação ou omissão de natureza criminosa; [Obs.: Tortura Crime] (DPESP-
2006) (MPSP-2008) (MPF-2011) (PCMS-2017) (TJSP-2018)
##Atenção: Natureza criminosa: Não se enquadra neste dispositivo o agente que tortura a vítima
para que ela pratique contravenção penal.
II - SUBMETER alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou
grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar CASTIGO PESSOAL
ou MEDIDA DE CARÁTER PREVENTIVO. [Obs.: Tortura Castigo ou Punitiva.] (PF-2004) (DPESP-
2006) (TJMS-2008) (MPPR-2008) (MPF-2011) (TJMG-2012) (TJRJ-2016) (TJSC-2017) (TJSP-2018)
##Atenção: ##STJ: ##DOD: ##TJSP-2018: ##VUNESP: Somente pode ser agente ativo do crime
de tortura-castigo , também denominada de tortura-vingativa ou intimidatória (art. 1º, II, da Lei
9.455/97), aquele que detiver outra pessoa sob sua guarda, poder ou autoridade (crime próprio).
STJ. 6ª Turma. REsp 1738264-DF, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, j. 23/8/18 (Info 633).
##Atenção: ##TJSP-2018: ##VUNESP: O crime de tortura pode ser crime próprio ou crime comum.
Assim, exemplificativamente, no caso do inciso I, é crime comum. Por outro lado, no inciso II, é
crime próprio, porque é necessário ser detentor de guarda ou poder.
§ 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita a medida de segurança a
sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante
de medida legal. [Obs.: Tortura Equiparada.] (DPESP-2006)
§ 2º Aquele que SE OMITE em face dessas condutas, quando TINHA o DEVER DE EVITÁ-
LAS ou APURÁ-LAS, INCORRE na pena de detenção de um a quatro anos. [Obs.1: Tortura Omissão
ou Imprópria.] [Obs.2: Não é hedionda.] (DPESP-2006) (MPPR-2008) (MPRR-2008) (TJSC-2010)
(MPMG-2010) (TJPE-2011) (TJMG-2012) (TJAC-2012) (MPRS-2012/2017)
(DPEPE-2018-CESPE): De acordo com a legislação penal especial, assinale a opção correta: Comete
o crime de tortura aquele que, tendo o dever de evitar a conduta, se mantém omisso ao tomar ciência
ou presenciar pessoa presa ser submetida a sofrimento físico ou mental, por meio da prática de ato
não previsto legalmente. BL: art. 1º, §2º, Lei 9455.
##Atenção: A conduta de Maximilianus enquadra-se ao tipo penal estabelecido no art. 1º, II, da Lei
9.455/97, isto é, responderá pelo delito de tortura na qualidade de autor, uma vez que pratica os
atos executórios previstos na elementar do tipo imbuído ainda com o especial fim de agir exigido
pelo tipo penal. Por outro lado, Troia, ao não se intrometer a fim de evitar o intenso sofrimento
físico e mental imposto por Maximilianus a Ramsés com a finalidade de castigá-lo, na condição do
mãe do menor, cujo dever é de garantir a higidez física e psíquica do filho, incorre nas penas do
crime de omissão quanto à tortura, previsto de forma específica no art. 1º, § 2º, da Lei 9.455/97.
##Atenção: ##TJAC-2012: ##CESPE: As penas de quem se omite diante da prática de tortura são
menores que as penas atribuídas ao torturador, nos termos do §2º do art. 1º da Lei 9455/97.
(MPSC-2014): Conforme doutrina majoritária, a tortura qualificada pelo resultado morte, prevista
no art. 1º, §3º, da Lei 9455/97, é classificada como de resultado preterdoloso. Entretanto, se o
agressor, em sua ação, deseja ou assume o risco de produzir o resultado morte, não responde pelo
tipo acima, mas por homicídio qualificado.
§ 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, SALVO a hipótese do § 2º [obs.: tortura
imprópria ou omissão], iniciará o cumprimento da pena em regime fechado. (MPPR-2008) (MPRS-
2017)
##Atenção: ##STJ: ##Info 540: ##TJPE-2011: Não é obrigatório que o condenado por crime de
tortura inicie o cumprimento da pena no regime prisional fechado. Cumpre ressaltar que o
Plenário do STF, ao julgar o HC 111.840-ES (DJe 17.12.13), afastou a obrigatoriedade do regime
inicial fechado para os condenados por crimes hediondos e equiparados, devendo-se observar,
para a fixação do regime inicial de cumprimento de pena, o disposto no art. 33 c/c o art. 59, ambos
do CP. Assim, por ser equiparado a crime hediondo, nos termos do art. 2º, caput e § 1º, da Lei
8.072/90, é evidente que essa interpretação também deve ser aplicada ao crime de tortura, sendo
o caso de se desconsiderar a regra disposta no art. 1º, § 7º, da Lei 9.455/97, que possui a mesma
disposição da norma declarada inconstitucional. Cabe esclarecer que, ao adotar essa posição, não
se está a violar a Súmula Vinculante n.º 10, do STF, que assim dispõe: "Viola a cláusula de reserva de
plenário (CF, art. 97) a decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder público, afasta sua incidência, no todo ou em parte".
De fato, o entendimento adotado vai ao encontro daquele proferido pelo Plenário do STF, tornando-
se desnecessário submeter tal questão ao Órgão Especial desta Corte, nos termos do art. 949, § único,
do NCPC: "Os órgãos fracionários dos tribunais não submeterão ao plenário, ou ao órgão especial, a arguição
de inconstitucionalidade, quando já houver pronunciamento destes ou do plenário do Supremo Tribunal
Federal sobre a questão". Portanto, seguindo a orientação adotada pela Suprema Corte, deve-se
utilizar, para a fixação do regime inicial de cumprimento de pena, o disposto no art. 33 c/c o art.
59, ambos do CP e as Súmulas 440 do STJ e 719 do STF. Confiram-se, a propósito, os mencionados
verbetes sumulares: "Fixada a pena-base no mínimo legal, é vedado o estabelecimento de regime prisional
mais gravoso do que o cabível em razão da sanção imposta, com base apenas na gravidade abstrata do delito."
(S. 440 do STJ) e "A imposição do regime de cumprimento mais severo do que a pena aplicada permitir exige
motivação idônea." (S. 719 do STF). STJ. 5ª T. HC 286.925/RR, Rel. Min Laurita Vaz, j. 13/5/14 (Info
540).
Art. 2º O disposto nesta Lei APLICA-SE ainda quando o crime não tenha sido cometido em
território nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente em local sob jurisdição
brasileira. (MPSP-2008) (MPPR-2008) (Invest. Polícia/PCPA-2012)
##Atenção: ##STJ: ##DOD: Crime de tortura praticado contra brasileiro no exterior: trata-se de
hipótese de extraterritorialidade incondicionada (art. 2º da Lei 9.455/97). No Brasil, a competência
para julgar será da Justiça Estadual. O fato de o crime de tortura, praticado contra brasileiros, ter
ocorrido no exterior não torna, por si só, a Justiça Federal competente para processar e julgar os
agentes estrangeiros. Isso porque a situação não se enquadra, a princípio, em nenhuma das
hipóteses do art. 109 da CF/88. STJ. 3ª S. CC 107397-DF, Rel. Min. Nefi Cordeiro, j. 24/9/2014 (Info
549).
(MPSC-2010): O disposto na Lei 9.455/97, que define os crimes de tortura e dá outras providências,
aplica-se ainda quando o crime não tenha sido cometido em território nacional, sendo a vítima
brasileira, constituindo tal regra uma exceção ao princípio da territorialidade. BL: art. 2º. Lei 9455.