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Leis de Tortura
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LEI Nº 9.455/1997 – LEI DE TORTURA���������������������������������������3
Introdução����������������������������������������������������������������������������������������3
Lesão corporal de natureza grave������������������������������������������������8
Lesão corporal de natureza gravíssima���������������������������������������8
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LEI Nº 9.455/1997 – LEI DE TORTURA
Introdução
A prática da tortura encontra proibição expressa no art. 5º, inciso III, da Cons-
tituição Federal:
Essa convenção determinou, em seu art. 4º, que cada Estado-Parte assegurará
que os atos de tortura sejam considerados crimes segundo sua legislação penal.
Lei nº 9.455/1997 – Lei de tortura
Com esse objetivo, o Brasil editou a Lei nº 9.455/1997, para atender à Con-
Introdução
Vale lembrar, ainda, que todos os crimes de tortura são dolosos, isto é, depen-
dem da vontade consciente do agente que o realiza para sua caracterização.
Em outras palavras, não há tortura culposa.
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Art. 1º Constitui crime de tortura:
I – constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça,
causando-lhe sofrimento físico ou mental:
a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou
de terceira pessoa;
b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;
c) em razão de discriminação racial ou religiosa; (grifo nosso)
Nessas hipóteses, o sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, não se exigindo
qualidade especial, de modo que o inciso I tratará de um crime comum.
Este inciso apresenta uma importante diferença com relação ao inciso anterior,
Lei nº 9.455/1997 – Lei de tortura
pois trata de uma hipótese de crime próprio de tortura. Assim, o sujeito ativo
nesse caso tem uma qualidade definida no tipo penal, de modo que somente
os indivíduos nele descritos é que podem praticá-lo. Então, o crime descrito
no inciso II somente será praticado por aquele que tem a guarda, o poder ou a
autoridade sobre a vítima.
Introdução
Guarda
SUJEITO ATIVO DETENTOR Poder
Autoridade
Outro aspecto importante sobre este inciso é que há dolo específico nele,
ou seja, a vontade de aplicar o sofrimento como forma de castigo pessoal ou
medida de caráter preventivo.
MODALIDADES DE TORTURA
Tortura-prova Art. 1º, I, “a”
Tortura-crime Art. 1º, I, “b”
Tortura discriminatória Art. 1º, I, “c”
Tortura-castigo Art. 1º, II
Art. 1º [...]
§ 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita à
medida de segurança a sofrimento físico ou mental, por intermédio da
prática de ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal.
(grifo nosso)
Pena – Reclusão, de dois a oito anos.
Art. 1º [...]
§ 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever
de evitá-las ou apurá-las, incorre na pena de detenção de um a quatro
anos. (grifo nosso)
Lei nº 9.455/1997 – Lei de tortura
A primeira parte diz respeito ao trecho “Aquele que se omite em face dessas
condutas, quando tinha o dever de evitá-las”; portanto, estamos falando de um
Introdução
crime próprio, no qual somente podem ser sujeitos ativos as pessoas que tinham
o dever de agir, as quais estão descritas no art. 13, § 2º do CP:
A tortura será qualificada se dela houver como resultado lesão corporal de natu-
reza grave, que são as hipóteses previstas no art. 129, § 1º, do CP, ou gravíssima,
hipóteses previstas no art. 129, § 2º, do CP, ou se da tortura se resulta a morte.
Art. 1º [...]
§ 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço:
I – se o crime é cometido por agente público;
II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de deficiên-
cia, adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos;
III – se o crime é cometido mediante sequestro.
Art. 1º [...]
§ 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego público
e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada.
Existem algumas pessoas que têm o dever de agir, ou seja, têm como obri-
gação o dever de proteger o indivíduo. Tanto no § 4º, inciso I, quanto no § 5º,
o legislador visa garantir que o crime de tortura, quando praticado por agente
público, tenha uma pena mais severa, uma vez que o agente público, dentro de
suas funções, não age em nome próprio, mas, sim, em nome do Estado, sendo
que é dever do Estado garantir a proteção aos indivíduos.
Assim, o crime de tortura, quando praticado por agente público, acarreta causa
de aumento de pena e, ainda, perda do cargo e interdição para seu exercício.
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Art. 1º [...]
§ 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia.
FIQUE LIGADO!
Não esqueça que, para fins de concurso público, o crime de tortura é
inafiançável, insuscetível de graça, anistia e indulto.
Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não tenha
sido cometido em território nacional, sendo a vítima brasileira ou encon-
trando-se o agente em local sob jurisdição brasileira.
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