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Paulo Guimarães, Marcus Santos

Aula 03

1 - Considerações Iniciais .................................................................................................. 2


2 - Crimes de Tortura (Lei nº 9.455/1997) .......................................................................... 2
3 - Abuso de Autoridade (Lei nº 4.898/1965) ..................................................................... 9
3.1 - Introdução e aspectos gerais ....................................................................................................9
3.2 - Crimes em espécie ...................................................................................................................10
3.3 - Sanções ....................................................................................................................................14
3.4 - Processo penal.........................................................................................................................16
4 - Resumo da Aula ......................................................................................................... 18
5 - Jurisprudência pertinente........................................................................................... 23
6 - Legislação aplicável .............................. ............................................................. 24
7 - Questões .................................................................................................................... 28
7.1 - Questões Comentadas.............................................................................................................28
7.2 - Lista de Questões ....................................................................................................................53
7.3 - Gabarito ..................................................................................................................................65
8 - Considerações Finais .................................................................................................. 66

Leis Penais Especiais p/ Polícia Civil-RJ (Inspetor) Com videoaulas 1


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1 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Olá, caro amigo!
Nosso curso está andando rapidamente e imagino que você está ganhando cada vez mais confiança
na preparação, não é mesmo? ☺
Quero desde já chamar sua atenção para a necessidade de estruturar uma boa estratégia de revisão.
Claro que isso será mais importante nos dias que antecederem a sua prova, mas desde já é bom
pensar nisso, ok?
Força! Bons estudos!

2 - CRIMES DE TORTURA (LEI Nº 9.455/1997)


A Lei dos Crimes de Tortura é pequena, mas muito importante. A Constituição Federal traz como
princípio o repúdio à tortura e às penas degradantes, desumanas e cruéis. Vejamos o que diz a nossa
Constituição sobre o assunto.

Art. 5°, III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;
[...]
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da
tortura , o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes
hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se
omitirem.

A tortura, portanto, é um crime inafiançável e insuscetível de graça ou anistia. ATENÇÃO! O crime


de tortura não é imprescritível! Essa característica é aplicável apenas aos crimes de racismo e às
ações de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o estado democrático.
Já houve decisão do STF no sentido de negar também a aplicação do indulto a condenado por crime
de tortura.

A Constituição determina que o crime de tortura é inafiançável e


insuscetível de graça ou anistia, mas não é imprescritível.

O STF também já decidiu que o condenado por crime de tortura também não pode ser beneficiado
com indulto.

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A definição de tortura deve ser buscada na Convenção Internacional contra a Tortura e Outras Penas
ou Tratamentos Cruéis, Desumanos e Degradantes, aprovada pelas Nações Unidas em 1984 e
ratificada e promulgada pelo Brasil em 1991.

O termo tortura designa qualquer ato pelo qual dores ou sofrimentos agudos, físicos ou
mentais, são infligidos intencionalmente a uma pessoa a fim de obter, dela ou de uma
terceira pessoa, informações ou confissões; de castigá-la por ato que ela ou uma terceira
pessoa tenha cometido ou seja suspeita de ter cometido; de intimidar ou coagir esta
pessoa ou outras pessoas; ou por qualquer motivo baseado em discriminação de qualquer
natureza, quando tais dores ou sofrimentos são infligidos por um funcionários público
ou outra pessoa no exercício de funções públicas, ou por sua instigação, ou com o seu
consentimento ou aquiescência.

Podemos ver, portanto, que a tortura não resume à imposição de dor física, mas também está
relacionada ao sofrimento mental e emocional. Essa agonia mental muitas vezes é chamada de
tortura limpa, pois não deixa marcas perceptíveis facilmente.
Antes da Lei n° 9.455/1997 não havia qualquer definição legal acerca do crime de tortura. O termo
era mencionado em algumas leis, mas de forma genérica e esparsa, de modo que a Doutrina nunca
aceitou que houvesse a tipificação do crime de tortura antes da referida lei.
A Lei da Tortura é muito criticada pela imprecisão na tipificação do crimes. A lei foi votada às pressas
e sem muita discussão no Poder Legislativo, sob o impacto emocional no que aconteceu na Favela
Naval, em Diadema.
Esse caso se refere a uma série de reportagens investigativas conduzidas em 1997 acerca de
condutas praticadas por policiais militares na Favela Naval. Esses policiais foram filmados
extorquindo dinheiro, humilhando, espancando e executando pessoas numa blitz.
O fervor das discussões então levou à apresentação de um projeto de lei que foi rapidamente
aprovado pelo Poder Legislativo, sem as discussões que seriam necessárias à elaboração de uma lei
tecnicamente bem feita.
Esse é o pano da fundo da história, mas isso obviamente não interessa para a nossa prova, não é
mesmo!? Vamos ao que realmente interessa, que é a análise do texto legal.

Art. 1º Constitui crime de tortura:


I - constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento
físico ou mental:
a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa;
b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;
c) em razão de discriminação racial ou religiosa;

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II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave
ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou
medida de caráter preventivo.
Pena - reclusão, de dois a oito anos.

A tortura, em qualquer de suas modalidades, é crime material, pois só ha consumação com o próprio
resultado: o sofrimento da vítima. Pela mesma razão, podemos dizer que é possível a tentativa e a
desistência voluntária.
Além disso, não se admite o arrependimento eficaz e nem o arrependimento posterior. O crime de
tortura é de ação penal pública incondicionada.

CRIME DE TORTURA
CARACTERÍSTICAS COMUNS A TODAS AS MODALIDADES

É um crime material

É possível a tentativa e a desistência voluntária

Não se admite arrependimento eficaz e nem arrependimento posterior

Ação penal pública incondicionada

Pelo texto do art. 1°, podemos concluir que há diferentes modalidades de tortura, a depender da
intenção do agente criminoso. Vejamos quais são essas modalidades, de acordo com a própria lei e
a Doutrina.

MODALIDADES DE TORTURA

Infligida com a finalidade de obter


TORTURA-PROVA ou TORTURA informação, declaração ou confissão da
PERSECUTÓRIA vítima ou de terceira pessoa (inciso I,
à

TORTURA PARA A PRÁTICA DE CRIME ou Infligida para provocar ação ou omissão


TORTURA-CRIME de natureza criminosa.

TORTURA DISCRIMINATÓRIA ou Infligida em razão de discriminação racial


TORTURA-RACISMO ou religiosa

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Infligida como forma de aplicar castigo


TORTURA-CASTIGO
pessoal ou medida de caráter preventivo.

Marquei de cor diferente a TORTURA-CASTIGO para que você memorize uma característica
diferente. O inciso II do art. 1° tipifica a conduta daquele que inflige sofrimento a pessoa que esteja
sob sua guarda, poder ou autoridade, com finalidade de castigar.
Podemos concluir, portanto que a TORTURA-CASTIGO é um crime próprio, pois somente pode ser
praticado por quem tenha o dever de guarda ou exerça poder ou autoridade sobre a vítima. Ao
mesmo tempo exige-se também uma condição especial do sujeito passivo, que precisa estar sob a
autoridade do torturador.
O exemplo de TORTURA-CASTIGO mais comum é o do agente penitenciário que tortura presos, ou
do pai que tortura os próprios filhos.
As demais modalidades de tortura previstas no inciso I (tortura prova, para a prática de crimes e
discriminatória) são crimes comuns, pois não se exige nenhuma qualidade especial do agente ou da
vítima.

§ 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita a medida de segurança
a sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante
de medida legal.

Esta é a TORTURA DA PRESO OU DE PESSOA SUJEITA A MEDIDA DE SEGURANÇA. A tipificação


específica de crime cometido contra essas pessoas reforça o que determina a Lei do Abuso de
Autoridade e a própria Constituição Federal, à à à à à à à à à
à
Perceba que esta conduta é a única que não exige dolo específico do agente. Basta que a pessoa
presa ou sujeita a medida de segurança seja submetida a sofrimento, não sendo exigida nenhuma
finalidade especial por parte do torturador.

§ 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-
las, incorre na pena de detenção de um a quatro anos.

Esta é a OMISSÃO PERANTE A TORTURA. Já sabemos que, de acordo com o próprio Código Penal, a
à à à à à à à à à à à à à à à
A Doutrina critica duramente este dispositivo, pois ele apenas criminaliza a omissão daquele que
tinha o dever de agir para evitar a tortura, e não inclui aquele que, apesar de não ter o dever, tinha
a possibilidade de impedir o ato de tortura e não o fez.

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Apenas responde por OMISSÃO PERANTE A TORTURA aquele que


tinha o dever de agir para evitar o ato de tortura e não o faz.

§ 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, a pena é de reclusão de


quatro a dez anos; se resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos.

Estas são as hipóteses de TORTURA QUALIFICADA. Apenas chamo sua atenção para as
qualificadoras, que são o resultado lesão corporal grave ou gravíssima, ou morte. A lesão corporal
leve não é qualificadora do crime de tortura.

A lesão corporal leve não é qualificadora do crime de tortura. A


TORTURA QUALIFICADA somente ocorre quando houver como
resultado lesão corporal grave ou gravíssima ou, ainda, o
resultado morte.

Para esclarecer as questões acerca da natureza da lesão corporal, é interessante que você relembre
o teor do art. 129 do Código Penal, que trata do tema. As hipóteses de lesão corporal grave estão
previstas no §1°, enquanto o §2° traz os casos de lesão corporal gravíssima.

CP, Art. 129.


[...]
§ 1º Se resulta:
I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias;
II - perigo de vida;
III - debilidade permanente de membro, sentido ou função;
IV - aceleração de parto:
[...]
§ 2° Se resulta:
I - Incapacidade permanente para o trabalho;
II - enfermidade incurável;
III - perda ou inutilização do membro, sentido ou função;
IV - deformidade permanente;
V - aborto:

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Agora voltaremos à Lei n° 9.455/1997 para analisar as causas de aumento de pena para o crime de
tortura.

§ 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço:


I - se o crime é cometido por agente público;
II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de deficiência, adolescente ou
maior de 60 (sessenta) anos;
III - se o crime é cometido mediante sequestro.

A definição de agente público deve ser tomada de forma ampla, nos termos do Código Penal, que
à à à à à à à à à à à à à
transitoriamente ou à à à à à à à
Você já sabe que, nos casos em que a condição de agente público é elementar do crime, não pode
ser aplicada esta agravante. Não faria sentido, por exemplo, aplicar a agravante à TORTURA-
IMPRÓPRIA, quando o agente prisional se omite diante de ato de tortura, pois, se o agente não fosse
funcionário público, não poderia haver o crime.
Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente, são consideradas crianças as pessoas que tenham
menos de 12 anos, enquanto adolescentes são aqueles que têm mais de 12 e menos de 18.
Por fim, a agravante relacionada ao sequestro é aplicável quando a vítima é sequestrada e, durante
o sequestro, o agente comete crime de tortura. Caso o agente cerceie a liberdade da vítima com a
finalidade única de infligir a tortura, não há que se falar em sequestro.

§ 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e a interdição


para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada.

Este é um efeito extrapenal administrativo da condenação. Caso o agente do crime de tortura seja
funcionário público, perderá seu cargo, função ou emprego e ficará interditado para seu exercício
pelo período equivalente ao dobro da pena.
O STF e o STJ já decidiram que esse efeito decore automaticamente da condenação.

§ 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a hipótese do § 2º, iniciará o cumprimento
da pena em regime fechado.

Para responder as questões de prova com precisão, é importante conhecer, ao menos em parte, o
conteúdo da Lei n° 8.072/1990, que trata dos crimes hediondos e equiparados, entre eles a tortura.
A mencionada lei estabelecia o cumprimento das penas relativas aos crimes hediondos e
equiparados em regime integralmente fechado. Quando a Lei de Tortura foi promulgada,
considerou-se que houve derrogação parcial do dispositivo da Lei dos Crimes Hediondos.

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Em 2007 a Lei dos Crimes Hediondos foi alterada, e hoje todos os crimes hediondos e equiparados
devem ter suas penas cumpridas inicialmente em regime fechado, mas é possível a progressão de
regime.
A polêmica, porém, não acabou. O STJ tem afirmado, em julgados recentes, que não é obrigatório
que o condenado por crime de tortura inicie o cumprimento da pena em regime fechado. Esse
entendimento decorre do posicionamento do STF relacionado aos crimes hediondos e equiparados,
e entre os equiparados está o crime de tortura.

DIREITO PENAL. REGIME INICIAL DE CUMPRIMENTO DE PENA NO CRIME DE TORTURA.


Não é obrigatório que o condenado por crime de tortura inicie o cumprimento da pena no
regime prisional fechado. Dispõe o art. 1º, § 7º, da Lei 9.455/1997 – lei que define os crimes
de tortura e dá outras providências – que “O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a
hipótese do § 2º, iniciará o cumprimento da pena em regime fechado”. Entretanto, cumpre ressaltar
que o Plenário do STF, ao julgar o HC 111.840-ES (DJe 17.12.2013), afastou a obrigatoriedade do
regime inicial fechado para os condenados por crimes hediondos e equiparados, devendo-se
observar, para a fixação do regime inicial de cumprimento de pena, o disposto no art. 33 c/c o art.
59, ambos do CP. Assim, por ser equiparado a crime hediondo, nos termos do art. 2º, caput e §
1º, da Lei 8.072/1990, é evidente que essa interpretação também deve ser aplicada ao crime de
tortura, sendo o caso de se desconsiderar a regra disposta no art. 1º, § 7º, da Lei 9.455/1997, que
possui a mesma disposição da norma declarada inconstitucional. Cabe esclarecer que, ao adotar
essa posição, não se está a violar a Súmula Vinculante n.º 10, do STF, que assim dispõe: "Viola a
cláusula de reserva de plenário (CF, art. 97) a decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora
não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder público, afasta
sua incidência, no todo ou em parte". De fato, o entendimento adotado vai ao encontro daquele
proferido pelo Plenário do STF, tornando-se desnecessário submeter tal questão ao Órgão Especial
desta Corte, nos termos do art. 481, parágrafo único, do CPC: "Os órgãos fracionários dos tribunais
não submeterão ao plenário, ou ao órgão especial, a arguição de inconstitucionalidade, quando já
houver pronunciamento destes ou do plenário do Supremo Tribunal Federal sobre a questão".
Portanto, seguindo a orientação adotada pela Suprema Corte, deve-se utilizar, para a fixação do
regime inicial de cumprimento de pena, o disposto no art. 33 c/c o art. 59, ambos do CP e as
Súmulas 440 do STJ e 719 do STF. Confiram-se, a propósito, os mencionados verbetes sumulares:
"Fixada a pena-base no mínimo legal, é vedado o estabelecimento de regime prisional mais gravoso
do que o cabível em razão da sanção imposta, com base apenas na gravidade abstrata do delito."
(Súmula 440 do STJ) e "A imposição do regime de cumprimento mais severo do que a pena aplicada
permitir exige motivação idônea." (Súmula 719 do STF). Precedente citado: REsp 1.299.787-PR,
Quinta Turma, DJe 3/2/2014. HC 286.925-RR, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 13/5/2014.

Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não tenha sido cometido em território
nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente em local sob jurisdição brasileira.

Em algumas situações, a Lei de Tortura pode ser aplicada mesmo fora do território nacional:
- Quando a vítima do crime for brasileira;
- Quando o agente se encontre em local em que a lei brasileira seja, em geral, aplicável.

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3 - ABUSO DE AUTORIDADE (LEI Nº 4.898/1965)

3.1 - INTRODUÇÃO E ASPECTOS GERAIS

Quando pensamos em abuso de autoridade, vem à nossa mente logo a imagem de um policial
excedendo seus poderes. Entretanto, qualquer servidor público que tenha entre suas atribuições a
determinação de conduta pode cometer abuso de autoridade.

Vejamos a definição de autoridade trazida pela Lei nº 4.898/1965.

Art. 5º Considera-se autoridade, para os efeitos desta lei, quem exerce cargo, emprego ou função
pública, de natureza civil, ou militar, ainda que transitoriamente e sem remuneração.

A definição trazida pela lei é bastante ampla, lembrando bastante o conceito de funcionário público
para fins penais, não é mesmo?
Já houve questões anteriores que cobraram o conhecimento dessa definição, então preste atenção.
Pode ser considerado autoridade o servidor público, o membro do Poder Legislativo (Senador,
Deputado, Vereador), o magistrado, o membro do Ministério Público (Promotor de Justiça,
Procurador da República), bem como o militar das Forças Armadas, o Policial, o Bombeiro, etc.

Para fins de apuração do abuso de autoridade, considera-se


autoridade quem exerce cargo, emprego ou função pública, de
natureza civil, ou militar, ainda que transitoriamente e sem
remuneração.

O crime de abuso de autoridade é, via de regra, um atentado contra as liberdades e garantias do


cidadão. A própria Constituição confere a qualquer pessoa, na qualidade de garantia individual, o
direito de petição contra o abuso de poder (art. 5°, XXXIV).
Vamos agora estudar de forma mais profunda esse direito, utilizando as definições e institutos
trazidos pela Lei n° 4.898/1965, conhecida como Lei do Abuso de Autoridade.

Art. 1º O direito de representação e o processo de responsabilidade administrativa civil e


penal, contra as autoridades que, no exercício de suas funções, cometerem abusos, são regulados
pela presente lei.

Perceba que o objeto da lei não é apenas a responsabilidade penal do servidor público que cometer
abuso, mas também a responsabilidade civil e a administrativa.

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A Lei n° 4.898/1965 trata do direito de representação e da


responsabilidade administrativa, civil e penal das autoridades
que cometerem abusos.

Art. 2º O direito de representação será exercido por meio de petição:


a) dirigida à autoridade superior que tiver competência legal para aplicar, à autoridade civil ou
militar culpada, a respectiva sanção;
b) dirigida ao órgão do Ministério Público que tiver competência para iniciar processo-crime
contra a autoridade culpada.
Parágrafo único. A representação será feita em duas vias e conterá a exposição do fato constitutivo
do abuso de autoridade, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado e o rol de
testemunhas, no máximo de três, se as houver.

Já vimos que o direito de representação contra o abuso de autoridade pode ser exercido por
qualquer pessoa. Além disso, não é necessária a assistência de advogado.
Perceba que a petição deve ser dirigida a duas autoridades diferentes: uma é a autoridade superior
àquela que cometeu o abuso, e que tenha competência para apurar o ilícito e aplicar a sanção. Outra
é o Ministério Público, que detém competência constitucional para apurar crimes e promover a ação
penal contra os culpados.
Apesar de o dispositivo dar a entender que a persecução penal do abuso de autoridade deve dar-se
por meio de ação penal pública condicionada à representação, a Lei n° 5.249/1967 deixa claro que
o abuso de autoridade é crime de ação penal pública incondicionada e, portanto, não é necessário
que haja a representação para que o Ministério Público aja.
Os elementos formais que devem estar presentes na representação são os seguintes:
- Exposição do fato;
- Qualificação do acusado;
- Rol de testemunhas (no máximo 3).

3.2 - CRIMES EM ESPÉCIE

Os crimes de abuso de autoridade em geral obedecem a um formato específico: o atentado aos


direitos fundamentais. São, portanto, crimes de perigo.
Estudaremos agora as condutas previstas no art. 3º, e logo após as condutas do art. 4º.

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ABUSO DE AUTORIDADE CONDUTAS TÍPICAS

Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado:

A liberdade é um direito fundamental tutelado por


diversos dispositivos constitucionais, e pressupõe
também princípio do nosso Direito Processual Penal:
À liberdade de locomoção o indivíduo apenas pode ser preso quando praticar
flagrante delito, mediante ordem judicial ou em
hipóteses de prisão administrativa aplicáveis apenas
aos militares.

áàC à à à à à à à
à à à à à à à à
consentimento do morador, salvo em quatro
hipóteses:
- Flagrante delito;
- Desastre;
À inviolabilidade do domicílio
- Para prestar socorro;
- Durante o dia, por determinação judicial.
A Jurisprudência já tem assentido que o conceito de
casa deve ser encarado de forma ampla, incluindo o
local não aberto ao público onde é exercida atividade
profissional.

áàC à à à à à à à
da correspondência e das comunicações

Ao sigilo da correspondência A Jurisprudência já relativizou essa garantia,


aceitando, por exemplo, que a correspondência
destinada ao preso seja conhecida pelo dirigente do
estabelecimento prisional.

A liberdade de consciência e de crença também é


considerada inviolável pela Constituição. Essa noção
À liberdade de consciência e de também já foi relativizada pela Jurisprudência: hoje
crença e ao livre exercício do já é pacífico que as manifestações religiosas não
culto religioso podem ofender outros direitos fundamentais, a
exemplo do direito à vida, à liberdade, à integridade
física, etc.

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A Constituição assegura o direito de associação,


independentemente de autorização estatal. A
À liberdade de associação
exceção fica por conta da proibição constitucional às
associações de caráter paramilitar e com fins ilícitos.

O voto é um direito fundamental de todo cidadão


Aos direitos e garantias legais
brasileiro. Atos atentatórios à sistemática das
assegurados ao exercício do
eleições também são tipificados como crimes de
voto
responsabilidade.

A Constituição assegura o direito de reunião, desde


que as pessoas reúnam-se de forma pacífica e sem
armas, e não frustrem uma reunião anteriormente
Ao direito de reunião
convocada para o mesmo local. Apenas para fins de
organização do Poder Público, é necessário
comunicar previamente a ocorrência de reunião.

À incolumidade física do Não só a violência física, mas também a violência


indivíduo psicológica pode caracterizar o abuso de autoridade.

A liberdade de profissão também é assegurada pela


Constituição, desde que sejam atendidas as
Aos direitos e garantias legais
qualificações profissionais estabelecidas em lei. Para
assegurados ao exercício
exercer a advocacia, por exemplo, é requisito legal
profissional
ser bacharel em Direito e estar inscrito nos quadros
da OAB.

ABUSO DE AUTORIDADE CONDUTAS TÍPICAS

Art. 4º Constitui também abuso de autoridade:

Mais uma vez o bem jurídico tutelado aqui é a


Ordenar ou executar medida
liberdade. As formalidades legais mencionadas
privativa da liberdade individual,
estão relacionadas, via de regra, à exigência de
sem as formalidades legais ou com
ordem judicial, exceto no que tange à prisão em
abuso de poder
flagrante delito e à prisão administrativa militar.

Submeter pessoa sob sua guarda Vexame é uma humilhação, uma vergonha
ou custódia a vexame ou a infligida a uma pessoa. Esse abuso é aquele
constrangimento não autorizado cometido pelo agente público que detém
em lei

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autoridade (poder de guarda) sobre outra


pessoa.

Deixar de comunicar, A Constituição determina que a prisão de


imediatamente, ao juiz qualquer pessoa deve ser comunicada
competente a prisão ou detenção imediatamente à autoridade judicial
de qualquer pessoa competente e à família do preso.

Obviamente esta conduta somente pode ser


Deixar o Juiz de ordenar o
praticada por magistrado, e também ofende
relaxamento de prisão ou
um dispositivo constitucional, que determina
detenção ilegal que lhe seja
à à à à à nte
comunicada
à à à

A regra do Direito Processual Penal brasileiro é


Levar à prisão e nela deter quem a liberdade provisória. Em alguns casos, porém,
quer que se proponha a prestar a lei determina que a autoridade deve arbitrar
fiança, permitida em lei uma fiança, e nesse caso se ela for paga não há
razão para negar a liberdade.

Cobrar o carcereiro ou agente de Esta conduta é praticada pela autoridade que


autoridade policial carceragem, cobra valores indevidos dos presos.
custas, emolumentos ou qualquer Normalmente essas cobranças estão
outra despesa, desde que a relacionadas à concessão de certos privilégios,
cobrança não tenha apoio em lei, à à à à à à à s
quer quanto à espécie quer quanto dentro da prisão.
ao seu valor

Recusar o carcereiro ou agente de


autoridade policial recibo de
importância recebida a título de
carceragem, custas, emolumentos
ou de qualquer outra despesa

Este tipo é muito amplo, e diz respeito a atos de


O ato lesivo da honra ou do autoridade praticados de forma ofensiva à
patrimônio de pessoa natural ou honra e ao patrimônio da pessoa. É o caso, por
jurídica, quando praticado com exemplo, do agente de trânsito que, em vez de
abuso ou desvio de poder ou sem apenas aplicar a multa devida, profere
competência legal xingamentos contra o motorista que pratica
irregularidade.

Prolongar a execução de prisão A prisão temporária pode durar no máximo 5


temporária, de pena ou de medida dias (exceto nos crimes hediondos), ao fim dos

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de segurança, deixando de expedir quais, se não foi decretada a prisão preventiva,


em tempo oportuno ou de cumprir o próprio delegado deve providenciar o alvará
imediatamente ordem de de soltura.
liberdade Também comete crime de abuso o juiz que não
emite ordem para que seja solto o preso que
cumpriu sua pena, bem como o dirigente do
estabelecimento prisional que não cumpre a
ordem.

Para concluirmos nosso estudo das condutas relacionadas ao abuso de autoridade, chamo sua
atenção para o conteúdo da Súmula Vinculante nº 11, do STF, editada em meio a uma grande
controvérsia gerada pela anulação de um julgamento em razão do uso de o réu estar algemado
durante a sessão.

Súmula Vinculante 11 do STF


Uso de Algemas - Restrições - Responsabilidades do Agente e do Estado - Nulidades
Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à
integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a
excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou
da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da
responsabilidade civil do Estado.

3.3 - SANÇÕES

A Lei do Abuso de Autoridade traz a possibilidade da aplicação de sanções administrativas, civis e


penais. Estudaremos agora as sanções aplicáveis em cada uma das esferas.
Para compreendermos as sanções administrativas, precisamos ter atenção a alguns aspectos
relacionados ao Direito Administrativo, e também precisamos lembrar, em nossa análise, que a lei
que estamos estudando é de 1965 e, portanto, pode ser necessário um esforço interpretativo
direcionado à atualização dos institutos por ela mencionados.

ABUSO DE AUTORIDADE SANÇÕES ADMINISTRATIVAS

Advertência Apenas verbal.

Repreensão Por escrito.

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Suspensão do cargo, função ou


posto por prazo de 5 a 180 O agente deixa de exercer o cargo por um período
dias, com perda de determinado, sem percepção de remuneração.
vencimentos e vantagens

Devemos entender que se trata da destituição de


Destituição de função função de confiança ou de cargo em comissão. É
uma penalidade equivalente à demissão.

É a penalidade mais gravosa prevista na Lei nº


Demissão 8.112/1990, e consiste na perda de vínculo do
servidor com a Administração Pública.

Esta modalidade de demissão era prevista no


antigo estatuto dos servidores civis federais.
Atualmente, ainda existe na Lei nº 8.429/1992,
Demissão, a bem do serviço para a hipótese de demissão em razão de não
público entrega ou entrega fraudulenta de declaração de
bens para posse e na Lei nº 8.026/1990, a qual
definiu dois ilícitos funcionais contra a Fazenda
Nacional e para eles previu tal pena de demissão.

Quando a autoridade administrativa competente para aplicar a sanção receber a representação,


deve determinar a instauração de inquérito para apurar o fato. Esse inquérito deve obedecer às
normas próprias de cada esfera federativa, devendo a sanção ser anotada nos assentamentos
funcionais.

Vejamos agora o que a Lei do Abuso de Autoridade determina a respeito das sanções civis aplicáveis.

Art. 6º, § 2º A sanção civil, caso não seja possível fixar o valor do dano, consistirá no pagamento
de uma indenização de quinhentos a dez mil cruzeiros.

Hoje o valor determinado pela lei para a indenização civil obviamente não é mais aplicável. Na
realidade, o estabelecimento de valores absolutos por meio de lei merece duras críticas, pois a
Jurisprudência é pacífica no sentido de que em casos como esses não deve ser aplicada correção
monetária.
Para aplicar uma sanção civil hoje, o ofendido deve recorrer ao Poder Judiciário, que determinará o
valor a ser pago a título de indenização, seguindo o regramento comum, constante do Código de
Processo Civil.

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ABUSO DE AUTORIDADE SANÇÕES PENAIS

Essas penas podem ser aplicadas alternada ou cumulativamente

Mais uma vez a lei trata de valores, que


não são aplicáveis hoje. Hoje tem sido
Multa de cem a cinco mil cruzeiros aplicada a regra de cálculo de multas do
Código Penal, utilizando-se os dias-multa
para determinar o montante.

Detenção por 10 dias a 6 meses Não há pena de reclusão prevista na lei.

Perda do cargo e a inabilitação para o


exercício de qualquer outra função
pública por prazo até 3 anos

Quando o abuso for cometido por agente


de autoridade policial, civil ou militar, de
qualquer categoria, poderá ser cominada Esta é uma pena específica, aplicável
a pena autônoma ou acessória, de não somente quando o abuso de autoridade
poder o acusado exercer funções de for cometido por policial civil ou militar.
natureza policial ou militar no município
da culpa, por prazo de um a cinco anos.

3.4 - PROCESSO PENAL

Como regra geral, os crimes de abuso de autoridade são considerados de menor potencial ofensivo,
sendo processados perante os Juizados Especiais Criminais, por meio do procedimento sumaríssimo,
criado pela Lei nº 9.099/1995.
Para os casos em que o procedimento sumaríssimo não é aplicável, a própria Lei do Abuso de
Autoridade traz procedimento próprio.

Art. 12. A ação penal será iniciada, independentemente de inquérito policial ou justificação
por denúncia do Ministério Público, instruída com a representação da vítima do abuso.
Art. 13. Apresentada ao Ministério Público a representação da vítima, aquele, no prazo de
quarenta e oito horas, denunciará o réu, desde que o fato narrado constitua abuso de autoridade,
e requererá ao Juiz a sua citação, e, bem assim, a designação de audiência de instrução e
julgamento.
§ 1º A denúncia do Ministério Público será apresentada em duas vias.

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Lembre-se de que a ação penal é pública incondicionada, não sendo necessário que haja inquérito
policial e nem representação da vítima.
Caso haja representação da vítima, a denúncia deve ser apresentada no prazo de 48h. Essa regra
demonstra a urgência conferida pela lei à apuração dos crimes de abuso de autoridade.
Perante a inércia do Ministério Público, a própria lei permite a apresentação da ação penal privada
subsidiária da pública. O Ministério Público poderá, porém, aditar a queixa, repudiá-la e oferecer
denúncia substitutiva, além de intervir em todos os termos do processo, interpor recursos e, a todo
tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal.

Art. 14. Se a ato ou fato constitutivo do abuso de autoridade houver deixado vestígios o ofendido
ou o acusado poderá:
a) promover a comprovação da existência de tais vestígios, por meio de duas testemunhas
qualificadas;
b) requerer ao Juiz, até setenta e duas horas antes da audiência de instrução e julgamento, a
designação de um perito para fazer as verificações necessárias.

Caso haja vestígios do crime de abuso de autoridade, não é necessário que haja perícia, sendo
suficiente a oitiva de duas testemunhas. Não há óbice, porém, à realização de perícia mediante
requerimento formulado pelo ofendido ou pelo acusado.

Art. 17. Recebidos os autos, o Juiz, dentro do prazo de quarenta e oito horas, proferirá despacho,
recebendo ou rejeitando a denúncia.
§ 1º No despacho em que receber a denúncia, o Juiz designará, desde logo, dia e hora para a
audiência de instrução e julgamento, que deverá ser realizada, improrrogavelmente, dentro de
cinco dias.
§ 2º A citação do réu para se ver processar, até julgamento final e para comparecer à audiência
de instrução e julgamento, será feita por mandado sucinto que, será acompanhado da segunda via
da representação e da denúncia.

Perceba mais uma vez os prazos enxutos da lei. São apenas 48h para que o magistrado decida pelo
aceitação ou rejeição da denúncia. Caso haja a aceitação, no despacho já deve constar a data e hora
da audiência, que deve ser realizada em no máximo 5 dias.
Caso o membro do Ministério Público requeira o arquivamento do feito ao invés de oferecer a
denúncia e o Juiz considerar as razões improcedentes, deverá enviar a representação ao Procurador-
Geral, para que este ofereça a denúncia ou insista no arquivamento.
Por fim, temos as regras da lei quanto à realização da audiência, nomeação de defensor, etc.

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Art. 22. Aberta a audiência o Juiz fará a qualificação e o interrogatório do réu, se estiver presente.
Parágrafo único. Não comparecendo o réu nem seu advogado, o Juiz nomeará imediatamente
defensor para funcionar na audiência e nos ulteriores termos do processo.
Art. 23. Depois de ouvidas as testemunhas e o perito, o Juiz dará a palavra sucessivamente, ao
Ministério Público ou ao advogado que houver subscrito a queixa e ao advogado ou defensor do
réu, pelo prazo de quinze minutos para cada um, prorrogável por mais dez (10), a critério do Juiz.
Art. 24. Encerrado o debate, o Juiz proferirá imediatamente a sentença.

4 - RESUMO DA AULA

Para finalizar o estudo da matéria, trazemos um resumo dos principais aspectos


estudados ao longo da aula. Nossa sugestão é a de que esse resumo seja
estudado sempre previamente ao início da aula seguinte, como forma de
à à àá à à à à à à à à à
a cada ciclo de estudos é fundamental retomar esses resumos.

A Constituição determina que o crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça


ou anistia, mas não é imprescritível.
O STF também já decidiu que o condenado por crime de tortura também não pode ser
beneficiado com indulto.

CRIME DE TORTURA
CARACTERÍSTICAS COMUNS A TODAS AS MODALIDADES

É um crime material

É possível a tentativa e a desistência voluntária


Não se admite arrependimento eficaz e nem arrependimento posterior

Ação penal pública incondicionada

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MODALIDADES DE TORTURA
Infligida com a finalidade de obter
TORTURA-PROVA ou TORTURA informação, declaração ou confissão da
PERSECUTÓRIA vítima ou de terceira pessoa (inciso I,
à
TORTURA PARA A PRÁTICA DE CRIME ou Infligida para provocar ação ou omissão
TORTURA-CRIME de natureza criminosa.
TORTURA DISCRIMINATÓRIA ou Infligida em razão de discriminação racial
TORTURA-RACISMO ou religiosa
Infligida como forma de aplicar castigo
TORTURA-CASTIGO
pessoal ou medida de caráter preventivo.

Apenas responde por OMISSÃO PERANTE A TORTURA aquele que tinha o dever de agir
para evitar o ato de tortura e não o faz.

A lesão corporal leve não é qualificadora do crime de tortura. A TORTURA QUALIFICADA


somente ocorre quando houver como resultado lesão corporal grave ou gravíssima ou,
ainda, o resultado morte.

Para fins de apuração do abuso de autoridade, considera-se autoridade quem exerce


cargo, emprego ou função pública, de natureza civil, ou militar, ainda que
transitoriamente e sem remuneração.

A Lei n° 4.898/1965 trata do direito de representação e da responsabilidade


administrativa, civil e penal das autoridades que cometerem abusos.

ABUSO DE AUTORIDADE CONDUTAS TÍPICAS


Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado:
A liberdade é um direito fundamental tutelado por
diversos dispositivos constitucionais, e pressupõe
À liberdade de locomoção também princípio do nosso Direito Processual Penal:
o indivíduo apenas pode ser preso quando praticar
flagrante delito, mediante ordem judicial ou em

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hipóteses de prisão administrativa aplicáveis apenas


aos militares.
áàC à à à à à à à
à à à à à à à à
consentimento do morador, salvo em quatro
hipóteses:
- Flagrante delito;
- Desastre;
À inviolabilidade do domicílio
- Para prestar socorro;
- Durante o dia, por determinação judicial.
A Jurisprudência já tem assentido que o conceito de
casa deve ser encarado de forma ampla, incluindo o
local não aberto ao público onde é exercida atividade
profissional.
áàC à à à à à à à à
à à à à
A Jurisprudência já relativizou essa garantia,
Ao sigilo da correspondência
aceitando, por exemplo, que a correspondência
destinada ao preso seja conhecida pelo dirigente do
estabelecimento prisional.
A liberdade de consciência e de crença também é
considerada inviolável pela Constituição. Essa noção
À liberdade de consciência e também já foi relativizada pela Jurisprudência: hoje
de crença e ao livre exercício já é pacífico que as manifestações religiosas não
do culto religioso podem ofender outros direitos fundamentais, a
exemplo do direito à vida, à liberdade, à integridade
física, etc.
A Constituição assegura o direito de associação,
independentemente de autorização estatal. A
À liberdade de associação
exceção fica por conta da proibição constitucional às
associações de caráter paramilitar e com fins ilícitos.
O voto é um direito fundamental de todo cidadão
Aos direitos e garantias legais
brasileiro. Atos atentatórios à sistemática das
assegurados ao exercício do
eleições também são tipificados como crimes de
voto
responsabilidade.
A Constituição assegura o direito de reunião, desde
que as pessoas reúnam-se de forma pacífica e sem
armas, e não frustrem uma reunião anteriormente
Ao direito de reunião
convocada para o mesmo local. Apenas para fins de
organização do Poder Público, é necessário
comunicar previamente a ocorrência de reunião.

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À incolumidade física do Não só a violência física, mas também a violência


indivíduo psicológica pode caracterizar o abuso de autoridade.
A liberdade de profissão também é assegurada pela
Constituição, desde que sejam atendidas as
Aos direitos e garantias legais
qualificações profissionais estabelecidas em lei. Para
assegurados ao exercício
exercer a advocacia, por exemplo, é requisito legal
profissional
ser bacharel em Direito e estar inscrito nos quadros
da OAB.

ABUSO DE AUTORIDADE CONDUTAS TÍPICAS


Art. 4º Constitui também abuso de autoridade:
Mais uma vez o bem jurídico tutelado aqui é a
Ordenar ou executar medida
liberdade. As formalidades legais mencionadas
privativa da liberdade individual,
estão relacionadas, via de regra, à exigência de
sem as formalidades legais ou
ordem judicial, exceto no que tange à prisão em
com abuso de poder
flagrante delito e à prisão administrativa militar.
Submeter pessoa sob sua guarda Vexame é uma humilhação, uma vergonha
ou custódia a vexame ou a infligida a uma pessoa. Esse abuso é aquele
constrangimento não autorizado cometido pelo agente público que detém
em lei autoridade (poder de guarda) sobre outra pessoa.
Deixar de comunicar, A Constituição determina que a prisão de qualquer
imediatamente, ao juiz pessoa deve ser comunicada imediatamente à
competente a prisão ou autoridade judicial competente e à família do
detenção de qualquer pessoa preso.
Obviamente esta conduta somente pode ser
Deixar o Juiz de ordenar o
praticada por magistrado, e também ofende um
relaxamento de prisão ou
dispositivo constitucional, que determina que a
detenção ilegal que lhe seja
à à à à à à
comunicada
à
A regra do Direito Processual Penal brasileiro é a
Levar à prisão e nela deter quem liberdade provisória. Em alguns casos, porém, a lei
quer que se proponha a prestar determina que a autoridade deve arbitrar uma
fiança, permitida em lei fiança, e nesse caso se ela for paga não há razão
para negar a liberdade.
Cobrar o carcereiro ou agente de
autoridade policial carceragem, Esta conduta é praticada pela autoridade que
custas, emolumentos ou cobra valores indevidos dos presos. Normalmente
qualquer outra despesa, desde essas cobranças estão relacionadas à concessão de
que a cobrança não tenha apoio à à à à à à à à à
em lei, quer quanto à espécie praticados dentro da prisão.
quer quanto ao seu valor

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Recusar o carcereiro ou agente


de autoridade policial recibo de
importância recebida a título de
carceragem, custas,
emolumentos ou de qualquer
outra despesa
Este tipo é muito amplo, e diz respeito a atos de
O ato lesivo da honra ou do
autoridade praticados de forma ofensiva à honra e
patrimônio de pessoa natural ou
ao patrimônio da pessoa. É o caso, por exemplo,
jurídica, quando praticado com
do agente de trânsito que, em vez de apenas
abuso ou desvio de poder ou sem
aplicar a multa devida, profere xingamentos
competência legal
contra o motorista que pratica irregularidade.
A prisão temporária pode durar no máximo 5 dias
(exceto nos crimes hediondos), ao fim dos quais,
Prolongar a execução de prisão
se não foi decretada a prisão preventiva, o próprio
temporária, de pena ou de
delegado deve providenciar o alvará de soltura.
medida de segurança, deixando
Também comete crime de abuso o juiz que não
de expedir em tempo oportuno
emite ordem para que seja solto o preso que
ou de cumprir imediatamente
cumpriu sua pena, bem como o dirigente do
ordem de liberdade
estabelecimento prisional que não cumpre a
ordem.

ABUSO DE AUTORIDADE SANÇÕES ADMINISTRATIVAS


Advertência Apenas verbal.
Repreensão Por escrito.
Suspensão do cargo, função ou O agente deixa de exercer o cargo por um
posto por prazo de 5 a 180, com período determinado, sem percepção de
perda de vencimentos e remuneração.
vantagens
Devemos entender que se trata da destituição de
Destituição de função função de confiança ou de cargo em comissão. É
uma penalidade equivalente à demissão.
É a penalidade mais gravosa prevista na Lei nº
Demissão 8.112/1990, e consiste na perda de vínculo do
servidor com a Administração Pública.
Esta modalidade de demissão era prevista no
antigo estatuto dos servidores civis federais.
Demissão, a bem do serviço Atualmente, ainda existe na Lei nº 8.429/1992,
público para a hipótese de demissão em razão de não
entrega ou entrega fraudulenta de declaração de
bens para posse e na Lei nº 8.026/1990, a qual

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definiu dois ilícitos funcionais contra a Fazenda


Nacional e para eles previu tal pena de demissão.

ABUSO DE AUTORIDADE SANÇÕES PENAIS


Essas penas podem ser aplicadas alternada ou cumulativamente
Mais uma vez a lei trata de valores, que não são
aplicáveis hoje. Hoje tem sido aplicada a regra
Multa de cem a cinco mil cruzeiros de cálculo de multas do Código Penal,
utilizando-se os dias-multa para determinar o
montante.
Detenção por 10 dias a 6 meses Não há pena de reclusão prevista na lei.
Perda do cargo e a inabilitação para
o exercício de qualquer outra
função pública por prazo até 3 anos
Quando o abuso for cometido por
agente de autoridade policial, civil
ou militar, de qualquer categoria,
poderá ser cominada a pena Esta é uma pena específica, aplicável somente
autônoma ou acessória, de não quando o abuso de autoridade for cometido por
poder o acusado exercer funções policial civil ou militar.
de natureza policial ou militar no
município da culpa, por prazo de
um a cinco anos.

5 - JURISPRUDÊNCIA PERTINENTE

Súmula Vinculante 11 do STF


Uso de Algemas - Restrições - Responsabilidades do Agente e do Estado - Nulidades
Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à
integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a
excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente
ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da
responsabilidade civil do Estado.

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6 - LEGISLAÇÃO APLICÁVEL
LEI Nº 4.898, DE 9 DE DEZEMBRO DE 1965.

Regula o Direito de Representação e o processo


de Responsabilidade Administrativa Civil e Penal,
nos casos de abuso de autoridade.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a


seguinte Lei:
Art. 1º O direito de representação e o processo de responsabilidade administrativa civil e penal,
contra as autoridades que, no exercício de suas funções, cometerem abusos, são regulados pela
presente lei.
Art. 2º O direito de representação será exercido por meio de petição:
a) dirigida à autoridade superior que tiver competência legal para aplicar, à autoridade civil ou militar
culpada, a respectiva sanção;
b) dirigida ao órgão do Ministério Público que tiver competência para iniciar processo-crime contra
a autoridade culpada.
Parágrafo único. A representação será feita em duas vias e conterá a exposição do fato constitutivo
do abuso de autoridade, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado e o rol de
testemunhas, no máximo de três, se as houver.
Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado:
a) à liberdade de locomoção;
b) à inviolabilidade do domicílio;
c) ao sigilo da correspondência;
d) à liberdade de consciência e de crença;
e) ao livre exercício do culto religioso;
f) à liberdade de associação;
g) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício do voto;
h) ao direito de reunião;
i) à incolumidade física do indivíduo;
j) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício profissional.
Art. 4º Constitui também abuso de autoridade:
a) ordenar ou executar medida privativa da liberdade individual, sem as formalidades legais ou com
abuso de poder;

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b) submeter pessoa sob sua guarda ou custódia a vexame ou a constrangimento não autorizado em
lei;
c) deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz competente a prisão ou detenção de qualquer
pessoa;
d) deixar o Juiz de ordenar o relaxamento de prisão ou detenção ilegal que lhe seja comunicada;
e) levar à prisão e nela deter quem quer que se proponha a prestar fiança, permitida em lei;
f) cobrar o carcereiro ou agente de autoridade policial carceragem, custas, emolumentos ou
qualquer outra despesa, desde que a cobrança não tenha apoio em lei, quer quanto à espécie quer
quanto ao seu valor;
g) recusar o carcereiro ou agente de autoridade policial recibo de importância recebida a título de
carceragem, custas, emolumentos ou de qualquer outra despesa;
h) o ato lesivo da honra ou do patrimônio de pessoa natural ou jurídica, quando praticado com abuso
ou desvio de poder ou sem competência legal;
i) prolongar a execução de prisão temporária, de pena ou de medida de segurança, deixando de
expedir em tempo oportuno ou de cumprir imediatamente ordem de liberdade.
Art. 5º Considera-se autoridade, para os efeitos desta lei, quem exerce cargo, emprego ou função
pública, de natureza civil, ou militar, ainda que transitoriamente e sem remuneração.
Art. 6º O abuso de autoridade sujeitará o seu autor à sanção administrativa civil e penal.
§ 1º A sanção administrativa será aplicada de acordo com a gravidade do abuso cometido e consistirá
em:
a) advertência;
b) repreensão;
c) suspensão do cargo, função ou posto por prazo de cinco a cento e oitenta dias, com perda de
vencimentos e vantagens;
d) destituição de função;
e) demissão;
f) demissão, a bem do serviço público.
§ 2º A sanção civil, caso não seja possível fixar o valor do dano, consistirá no pagamento de uma
indenização de quinhentos a dez mil cruzeiros.
§ 3º A sanção penal será aplicada de acordo com as regras dos artigos 42 a 56 do Código Penal e
consistirá em:
a) multa de cem a cinco mil cruzeiros;
b) detenção por dez dias a seis meses;
c) perda do cargo e a inabilitação para o exercício de qualquer outra função pública por prazo até
três anos.

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§ 4º As penas previstas no parágrafo anterior poderão ser aplicadas autônoma ou cumulativamente.


§ 5º Quando o abuso for cometido por agente de autoridade policial, civil ou militar, de qualquer
categoria, poderá ser cominada a pena autônoma ou acessória, de não poder o acusado exercer
funções de natureza policial ou militar no município da culpa, por prazo de um a cinco anos.
Art. 7º recebida a representação em que for solicitada a aplicação de sanção administrativa, a
autoridade civil ou militar competente determinará a instauração de inquérito para apurar o fato.
§ 1º O inquérito administrativo obedecerá às normas estabelecidas nas leis municipais, estaduais ou
federais, civis ou militares, que estabeleçam o respectivo processo.
§ 2º não existindo no município no Estado ou na legislação militar normas reguladoras do inquérito
administrativo serão aplicadas supletivamente, as disposições dos arts. 219 a 225 da Lei nº 1.711,
de 28 de outubro de 1952 (Estatuto dos Funcionários Públicos Civis da União).
§ 3º O processo administrativo não poderá ser sobrestado para o fim de aguardar a decisão da ação
penal ou civil.
Art. 8º A sanção aplicada será anotada na ficha funcional da autoridade civil ou militar.
Art. 9º Simultaneamente com a representação dirigida à autoridade administrativa ou
independentemente dela, poderá ser promovida pela vítima do abuso, a responsabilidade civil ou
penal ou ambas, da autoridade culpada.
Art. 10. Vetado
Art. 11. À ação civil serão aplicáveis as normas do Código de Processo Civil.
Art. 12. A ação penal será iniciada, independentemente de inquérito policial ou justificação por
denúncia do Ministério Público, instruída com a representação da vítima do abuso.
Art. 13. Apresentada ao Ministério Público a representação da vítima, aquele, no prazo de quarenta
e oito horas, denunciará o réu, desde que o fato narrado constitua abuso de autoridade, e requererá
ao Juiz a sua citação, e, bem assim, a designação de audiência de instrução e julgamento.
§ 1º A denúncia do Ministério Público será apresentada em duas vias.
Art. 14. Se a ato ou fato constitutivo do abuso de autoridade houver deixado vestígios o ofendido
ou o acusado poderá:
a) promover a comprovação da existência de tais vestígios, por meio de duas testemunhas
qualificadas;
b) requerer ao Juiz, até setenta e duas horas antes da audiência de instrução e julgamento, a
designação de um perito para fazer as verificações necessárias.
§ 1º O perito ou as testemunhas farão o seu relatório e prestarão seus depoimentos verbalmente,
ou o apresentarão por escrito, querendo, na audiência de instrução e julgamento.
§ 2º No caso previsto na letra a deste artigo a representação poderá conter a indicação de mais duas
testemunhas.
Art. 15. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia requerer o
arquivamento da representação, o Juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas,

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fará remessa da representação ao Procurador-Geral e este oferecerá a denúncia, ou designará outro


órgão do Ministério Público para oferecê-la ou insistirá no arquivamento, ao qual só então deverá o
Juiz atender.
Art. 16. Se o órgão do Ministério Público não oferecer a denúncia no prazo fixado nesta lei, será
admitida ação privada. O órgão do Ministério Público poderá, porém, aditar a queixa, repudiá-la e
oferecer denúncia substitutiva e intervir em todos os termos do processo, interpor recursos e, a todo
tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal.
Art. 17. Recebidos os autos, o Juiz, dentro do prazo de quarenta e oito horas, proferirá despacho,
recebendo ou rejeitando a denúncia.
§ 1º No despacho em que receber a denúncia, o Juiz designará, desde logo, dia e hora para a
audiência de instrução e julgamento, que deverá ser realizada, improrrogavelmente, dentro de cinco
dias.
§ 2º A citação do réu para se ver processar, até julgamento final e para comparecer à audiência de
instrução e julgamento, será feita por mandado sucinto que, será acompanhado da segunda via da
representação e da denúncia.
Art. 18. As testemunhas de acusação e defesa poderão ser apresentada em juízo,
independentemente de intimação.
Parágrafo único. Não serão deferidos pedidos de precatória para a audiência ou a intimação de
testemunhas ou, salvo o caso previsto no artigo 14, letra "b", requerimentos para a realização de
diligências, perícias ou exames, a não ser que o Juiz, em despacho motivado, considere
indispensáveis tais providências.
Art. 19. A hora marcada, o Juiz mandará que o porteiro dos auditórios ou o oficial de justiça declare
aberta a audiência, apregoando em seguida o réu, as testemunhas, o perito, o representante do
Ministério Público ou o advogado que tenha subscrito a queixa e o advogado ou defensor do réu.
Parágrafo único. A audiência somente deixará de realizar-se se ausente o Juiz.
Art. 20. Se até meia hora depois da hora marcada o Juiz não houver comparecido, os presentes
poderão retirar-se, devendo o ocorrido constar do livro de termos de audiência.
Art. 21. A audiência de instrução e julgamento será pública, se contrariamente não dispuser o Juiz,
e realizar-se-á em dia útil, entre dez (10) e dezoito (18) horas, na sede do Juízo ou, excepcionalmente,
no local que o Juiz designar.
Art. 22. Aberta a audiência o Juiz fará a qualificação e o interrogatório do réu, se estiver presente.
Parágrafo único. Não comparecendo o réu nem seu advogado, o Juiz nomeará imediatamente
defensor para funcionar na audiência e nos ulteriores termos do processo.
Art. 23. Depois de ouvidas as testemunhas e o perito, o Juiz dará a palavra sucessivamente, ao
Ministério Público ou ao advogado que houver subscrito a queixa e ao advogado ou defensor do réu,
pelo prazo de quinze minutos para cada um, prorrogável por mais dez (10), a critério do Juiz.
Art. 24. Encerrado o debate, o Juiz proferirá imediatamente a sentença.

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Art. 25. Do ocorrido na audiência o escrivão lavrará no livro próprio, ditado pelo Juiz, termo que
conterá, em resumo, os depoimentos e as alegações da acusação e da defesa, os requerimentos e,
por extenso, os despachos e a sentença.
Art. 26. Subscreverão o termo o Juiz, o representante do Ministério Público ou o advogado que
houver subscrito a queixa, o advogado ou defensor do réu e o escrivão.
Art. 27. Nas comarcas onde os meios de transporte forem difíceis e não permitirem a observância
dos prazos fixados nesta lei, o juiz poderá aumentá-las, sempre motivadamente, até o dobro.
Art. 28. Nos casos omissos, serão aplicáveis as normas do Código de Processo Penal, sempre que
compatíveis com o sistema de instrução e julgamento regulado por esta lei.
Parágrafo único. Das decisões, despachos e sentenças, caberão os recursos e apelações previstas
no Código de Processo Penal.
Art. 29. Revogam-se as disposições em contrário.

7 - QUESTÕES

7.1 - QUESTÕES COMENTADAS

1. DEPEN Agente Penitenciário 2015 Cespe.


SITUAÇÃO HIPOTÉTICA: Um servidor público federal, no exercício de atividade carcerária,
colocou em perigo a saúde física de preso em virtude de excesso na imposição da disciplina,
com a mera intenção de aplicar medida educativa, sem lhe causar sofrimento.
ASSERTIVA: Nessa situação, o referido agente responderá pelo crime de tortura.
Comentários
Neste caso não podemos dizer que houve tortura, pois não houve dolo e nem sofrimento. Na
realidade o caso trazido pela questão é de crime de maus tratos, tipificado no art. 136 do Código
Penal.
GABARITO: ERRADO

2. SEAP-DF Agente de Atividades Penitenciárias 2015 Universa.


A condenação por crime de tortura acarretará a perda do cargo, da função ou do emprego
público e a interdição, para seu exercício, pelo triplo do prazo da pena aplicada.
Comentários
Opa! Olha a pegadinha!!! Na realidade a interdição deve perdurar pelo dobro do prazo da pena, e
não pelo triplo!
GABARITO: ERRADO

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3. PC-CE Escrivão de Polícia 2015 VUNESP.


O crime de tortura (Lei no 9.455/97) tem pena aumentada de um sexto até um terço se for
praticado
a) ininterruptamente, por período superior a 24 h.
b) em concurso de pessoas
c) por motivos políticos.
d) contra mulher
e) por agente público.
Comentários
Aumenta-se a pena de um sexto até um terço nas seguintes circunstâncias:
I - se o crime é cometido por agente público;
II - se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de deficiência, adolescente ou maior de
60 (sessenta) anos;
III - se o crime é cometido mediante sequestro.
GABARITO: E

4. DEPEN Agente Penitenciário 2013 Cespe.


Joaquim, agente penitenciário federal, foi condenado, definitivamente, a uma pena de três
anos de reclusão, por crime disposto na Lei n.º 9.455/1997. Nos termos da referida lei, Joaquim
ficará impedido de exercer a referida função pelo prazo de seis anos.
Comentários
A condenação por crime de tortura acarreta a perda do cargo, função ou emprego público e a
interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada, nos termos do art. 1o, §5o da Lei
no 9.455/1997.
GABARITO: CERTO

5. DEPEN Agente Penitenciário 2013 Cespe.


Um agente penitenciário federal determinou que José, preso sob sua custódia, permanecesse
de pé por dez horas ininterruptas, sem que pudesse beber água ou alimentar-se, como forma
de castigo, já que José havia cometido, comprovadamente, grave falta disciplinar. Nessa
situação, esse agente cometeu crime de tortura, ainda que não tenha utilizado de violência ou
grave ameaça contra José.
Comentários
Para responder corretamente a questão você precisa conhecer o conteúdo do §1 o do art. 1o da Lei
àT à Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita a medida de segurança
a sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante

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à à Esta questão é muito polêmica por dizer que não houve violência ou grave ameaça,
o que, na minha opinião, é um erro da banca, mas o gabarito foi mantido na época.
GABARITO: CERTO

6. PRF Agente 2013 Cespe.


Para que um cidadão seja processado e julgado por crime de tortura, é prescindível que esse
crime deixe vestígios de ordem física.
Comentários
áà à à à à áà à à à à à à à
necessário que o crime de tortura deixe vestígios de ordem física. Nada impede que a prova do crime
seja produzida de outras maneiras.
GABARITO: CERTO ==120e83==

7. MPU Técnico 2010 Cespe.


O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia.
Comentários
Esta é a letra da Constituição Federal, em seu art. 5º, XLIII. O STF já decidiu que o indulto também
não é aplicável no caso de crime de tortura. Lembre-se também de que o crime de tortura não é
imprescritível!
GABARITO: CERTO

8. MPU Técnico 2010 Cespe.


É considerado crime de tortura submeter alguém, com emprego de violência ou grave ameaça,
a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar-lhe castigo pessoal ou medida de
caráter preventivo.
Comentários
Esta é a Tortura-Castigo. Lembre-se de que esta modalidade é crime próprio, pois somente pode ser
praticado por quem tenha o dever de guarda ou exerça poder ou autoridade sobre a vítima. Ao
mesmo tempo exige-se também uma condição especial do sujeito passivo, que precisa estar sob a
autoridade do torturador.
GABARITO: CERTO

9. TJ-AC Técnico Judiciário 2012 Cespe.


Suponha que João, penalmente capaz, movido por sadismo, submeta Sebastião, com emprego
de violência, a contínuo e intenso sofrimento físico, provocando-lhe lesão corporal de natureza
gravíssima. Nessa situação, João deverá responder pelo crime de tortura e, se condenado,
deverá cumprir a pena em regime inicial fechado.

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Comentários
Oà à à à à à à à à obter informação, declaração ou

O
por sadismo não comete crime de tortura, mas sim de lesão corporal ou, a depender do caso, de
homicídio tentado.
GABARITO: ERRADO

10. DPF Agende da Polícia Federal 2012 Cespe.


O policial condenado por induzir, por meio de tortura praticada nas dependências do distrito
policial, um acusado de tráfico de drogas a confessar a prática do crime perderá
automaticamente o seu cargo, sendo desnecessário, nessa situação, que o juiz sentenciante
motive a perda do cargo.
Comentários
A perda do cargo, emprego ou função pública é efeito extrapenal administrativo da condenação, e
não precisa ser declarado pelo juiz.
GABARITO: CERTO

11. PC-RN Escrivão de Polícia Civil 2009 Cespe (adaptada).


Um delegado da polícia civil que perceba que um dos custodiados do distrito onde é chefe está
sendo fisicamente torturado pelos colegas de cela, permanecendo indiferente ao fato, não será
responsabilizado criminalmente, pois os delitos previstos na Lei n.º 9.455/1997 não podem ser
praticados por omissão.
Comentários
O crime de tortura conta com uma modalidade omissiva, prevista no §2° do art. 1°. Entretanto,
apenas é criminalizada a omissão daquele que tinha o dever de agir para evitar ou apurar a
ocorrência de atos de tortura.
§ 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-
las, incorre na pena de detenção de um a quatro anos.

GABARITO: ERRADO

12. PC-RN Escrivão de Polícia Civil 2009 Cespe (adaptada).


Se um membro da Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Norte, integrante da
Comissão Nacional de Direitos Humanos, for passar uma temporada de trabalho no Haiti
país que não pune o crime de tortura e lá for vítima de tortura, não haverá como aplicar a
Lei n.º 9.455/1997.

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Comentários
O art. 2° da Lei da Tortura determina que ela se aplica ainda quando o crime não tenha sido cometido
em território nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente em local sob jurisdição
brasileira.
GABARITO: ERRADO

13. PC-ES Escrivão de Polícia 2011 Cespe.


Excetuando-se o caso em que o agente se omite diante das condutas configuradoras dos crimes
de tortura, quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, iniciará o agente condenado pela
prática do crime de tortura o cumprimento da pena em regime fechado.
Comentários
Já deu para perceber quais são os assuntos preferidos do Cespe no que se refere à Lei de Tortura,
não é mesmo? A assertiva está correta em função do teor do §7° do art. 1°. Lembre-se da exceção!
GABARITO: CERTO

14. PC-ES Escrivão de Polícia 2011 Cespe.


No crime de tortura em que a pessoa presa ou sujeita a medida de segurança é submetida a
sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não
resultante de medida legal, não é exigido, para seu aperfeiçoamento, especial fim de agir por
parte do agente, bastando, portanto, para a configuração do crime, o dolo de praticar a
conduta descrita no tipo objetivo.
Comentários
A conduta do §1° do art. 1° é a única que não exige dolo específico por parte do agente do crime de
tortura.
§ 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita a medida de segurança a
sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante
de medida legal.

GABARITO: CERTO

15. PC-PE - Agente de Polícia 2016 Cespe.


Rui e Jair são policiais militares e realizam constantemente abordagens de adolescentes e
homens jovens nos espaços públicos, para verificação de ocorrências de situações de uso e
tráfico de drogas e de porte de armas. Em uma das abordagens realizadas, eles encontraram
José, conhecido por efetuar pequenos furtos, e, durante a abordagem, verificaram que José
portava um celular caro. Jair começou a questionar a quem pertencia o celular e, à medida que
José negava que o celular lhe pertencia, alegando não saber como havia ido parar em sua
mochila, começou a receber empurrões do policial e, persistindo na negativa, foi derrubado no
chão e começou a ser pisoteado, tendo a arma de Rui direcionada para si. Como não respondeu
de forma alguma a quem pertencia o celular, José foi colocado na viatura depois de apanhar
bastante, e os policiais ficaram rodando por horas com ele, com o intuito de descobrirem a

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origem do celular, mantendo-o preso na viatura durante toda uma noite, somente levando-o
para a delegacia no dia seguinte.
Nessa situação hipotética, à luz das leis que tratam dos crimes de tortura e de abuso de
autoridade e dos crimes hediondos,
a) os policiais cometeram o crime de tortura, que, no caso, absorveu o crime de lesão corporal.
b) os policiais cometeram somente crime de abuso de autoridade e lesão corporal.
c) o fato de Rui e Jair serem policiais militares configura causa de diminuição de pena.
d) os policiais cometeram o tipo penal denominado tortura-castigo.
e) caso venham a ser presos cautelarmente, Rui e Jair poderão ser soltos mediante o
pagamento de fiança.
Comentários
Diante da situação descrita na questão, os policiais militares cometeram o crime de tortura-prova.
Como se trata de um crime mais específico, a tortura absorve a lesão corporal e nossa reposta,
portanto, é a alternativa A. O fato de Rui e Jair serem policiais militares configura causa de aumento
de pena, e não de diminuição. Diante de uma eventual prisão cautelar, Rui e Jair não podem ser
soltos mediante o pagamento de fiança. O crime de tortura é inafiançável!
GABARITO: A

16. PC-AC - Agente de Polícia Civil 2017 IBADE.


Consoante a Lei de Tortura (Lei n° 9.455/1997), assinale a alternativa correta.
a) A Lei de Tortura aplica-se ainda quando o crime não tenha sido cometido em território
nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente em local sob jurisdição
brasileira.
b) Se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de deficiência, adolescente ou
maior de 70 (setenta) anos, aumenta-se a pena um sexto até a metade.
c) O crime de tortura é inafiançável e suscetível de graça ou anistia.
d) A condenação pela prática do crime de tortura acarretará a perda do cargo, função ou
emprego público e a interdição para seu exercício pelo triplo do prazo da pena aplicada.
e) O condenado por crime previsto na Lei de Tortura, via de regra, iniciará o cumprimento da
pena em regime semiaberto.
Comentários
A alternativa A está correta, nos termos do art. 2º.
Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não tenha sido cometido em território
nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente em local sob jurisdição brasileira.

A alternativa B está incorreta. A causa de aumento de pena neste caso incide quando o crime for
cometido contra criança, gestante, portador de deficiência, adolescente ou maior de 60 (sessenta)
anos (art. 1º, § 4º).

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A alternativa C está incorreta. Você já está cansado de saber, mas não custa repetir: o crime de
tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia.
A alternativa D está incorreta. Nos termos do art. 1º, §5º, a condenação acarretará a perda do cargo,
função ou emprego público e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada.
A alternativa E está incorreta. De acordo com o § 7º do art. 1º, o condenado por crime de tortura,
salvo a hipótese do § 2º, iniciará o cumprimento da pena em regime fechado.
GABARITO: A

17. SEAS CE - Assistente Social/Pedagogo/Psicólogo 2017 - UECE-CEV.


O disposto na Lei Federal nº 9.455 de 1997 (Lei da Tortura)
a) aplica-se quando o crime não tenha sido cometido em território nacional, sendo a vítima
estrangeira, ainda que o agente não se encontre em local sob jurisdição brasileira.
b) não se aplica quando o crime não tenha sido cometido em território nacional.
c) aplica-se quando o crime não tenha sido cometido em território nacional, sendo a vítima
brasileira ou encontrando-se o agente em local sob jurisdição brasileira.
d) não se aplica quando o crime tenha sido cometido em território nacional, mas a vítima seja
estrangeira.
Comentários
Esta questão pode parecer complicada, mas foi retirada diretamente do texto da lei, mas
precisamente do art. 2º.
Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não tenha sido cometido em território
nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente em local sob jurisdição brasileira.

GABARITO: C

18. TRF - 2ª REGIÃO Técnico Judiciário - Segurança e Transporte 2017 CONSULPLAN.


Os crimes previstos na Lei de Tortura (Lei nº 9.455, de 7 de abril de 1997) NÃO terão a sua pena
aumentada de um sexto até um terço se o crime for cometido
a) por agente público.
b) mediante sequestro.
c) contra vítima de 55 anos.
d) contra portador de deficiência.
Comentários
Nos termos do art. 1º, § 4º, aumenta-se a pena de um sexto até um terço, entre outras hipóteses,
se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de deficiência, adolescente ou maior de 60
(sessenta) anos.
GABARITO: C

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19. EMBASA Engenheiro 2017 IBFC.


Assinale a alternativa incorreta sobre as previsões expressas da Lei Federal n° 9.455, de 07 de
abril de 1997 que define os crimes de tortura e dá outras providências.
a) Constitui crime de tortura constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça,
causando-lhe sofrimento físico ou mental com o fim de obter informação, declaração ou
confissão da vítima ou de terceira pessoa
b) Aquele que submeter pessoa presa ou sujeita a medida de segurança, a sofrimento físico ou
mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal,
incorre em pena diversa àquela prevista para o crime de tortura
c) No crime de tortura, aumenta-se a pena de um sexto até um terço, se o crime é cometido
por agente público
d) No crime de tortura, aumenta-se a pena de um sexto até um terço, se o crime é cometido
contra criança, gestante, portador de deficiência, adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos
Comentários
Nosso erro está na alternativa B. De acordo com o art. 1º, § 1º da Lei de Tortura, na mesma pena
incorre quem submete pessoa presa ou sujeita a medida de segurança a sofrimento físico ou mental,
por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal.
GABARITO: B

20. SUSEPE-RS - Agente Penitenciário 2017 - Fundação La Salle.


Constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento
físico ou mental, com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de
terceira pessoa constitui em:
a) crime de imprensa.
b) crime de tortura.
c) crime de constrangimento ilegal.
d) crime de lesões corporais.
e) crime contra a liberdade individual.
Comentários
A conduta aqui descrita constitui crime de tortura, não é mesmo? Vamos relembrar o art. 1º da Lei
n. 9.455/1997.
Art. 1º Constitui crime de tortura:
I - constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico
ou mental:
a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa;
b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;
c) em razão de discriminação racial ou religiosa;

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II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave
ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida
de caráter preventivo.
Pena - reclusão, de dois a oito anos.

GABARITO: B

21. SEJUDH MT - Agente Penitenciário 2017 IBADE.


Sobre o crime de tortura, leia as afirmativas.
I. Configura crime de tortura constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça,
causando-lhe sofrimento físico ou mental.
II. Configura crime de tortura submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com
emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de
aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo.
III. Incorre na mesma pena do crime de tortura quem submete pessoa presa ou sujeita a
medida de segurança, a sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não
previsto em lei ou não resultante de medida legal.
IV. Aquele que se omite em face de uma conduta que configura tortura, quando tinha o dever
de evitá-las ou apurá-las, incorre na pena do crime de tortura.
Está correto apenas o que se afirma em:
a) II e III.
b) III e IV.
c) I e II.
d) II e IV.
e) I e III.
Comentários
O item I está incorreto. Para que esta estivesse correta, deveria ter sido especificada a finalidade
especial da tortura, nos termos do art. 1º.
Art. 1º Constitui crime de tortura:
I - constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico
ou mental:
a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa;
b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;
c) em razão de discriminação racial ou religiosa;
II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave
ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida
de caráter preventivo.
Pena - reclusão, de dois a oito anos.

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O item IV está incorreto. Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de
evitá-las ou apurá-las, incorre na pena de detenção de um a quatro anos (art. 1º, §4º).
GABARITO: A

22. PGE-SE - Procurador do Estado 2017 Cespe.


No que concerne ao crime de tortura, assinale a opção correta.
a) O indivíduo que se omite ante a prática de tortura quando deveria evitá-la responde
igualmente pela conduta realizada.
b) A legislação especial brasileira concernente à tortura aplica-se somente aos crimes ocorridos
em território nacional.
c) No crime de tortura, a prática contra adolescente é causa de aumento de pena de um sexto
até um terço.
d) A condenação de funcionário público por esse crime gera a perda do cargo, desde que a
sentença assim determine e que a pena aplicada seja superior a quatro anos.
e) A submissão de pessoa presa a sofrimento físico ou mental por funcionário público que
pratique atos não previstos em lei exige o dolo específico.
Comentários
A alternativa A está incorreta. A pena para a omissão perante a tortura (prevista no § 2º do art. 1º)
é de detenção de um a quatro anos.
A alternativa B está incorreta. Para responder corretamente precisamos conhecer a regra do art. 2º.
Vamos relembrar!?
Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não tenha sido cometido em território
nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente em local sob jurisdição brasileira.

A alternativa D está incorreta. De acordo com o § 5º do art. 1º, a condenação acarretará a perda do
cargo, função ou emprego público e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena
aplicada.
A alternativa E está incorreta. Neste caso o tipo subjetivo se contenta com o dolo, não exigindo
finalidade especial animando o agente.
§ 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita a medida de segurança a
sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante
de medida legal.

GABARITO: C

23. DPU Defensor Público Federal 2015 Cespe.


Caracteriza uma das espécies do crime de tortura a conduta consistente em, com emprego de
grave ameaça, constranger outrem em razão de discriminação racial, causando-lhe sofrimento
mental.

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Comentários
Perfeito! Este é um bom exemplo de tortura fundada em discriminação racial ou religiosa. Perceba
que aparece o elemento do sofrimento, neste caso mental, infligido mediante grave ameaça, com o
componente discriminatório.
GABARITO: CERTO

24. DPE-RS Defensor Público 2014 FCC.


Sobre a Lei nº 9.455/97 (Crimes de Tortura), é correto afirmar que
a) se a vítima da tortura for criança, a Lei nº 9.455/97 deve ser afastada para incidência do tipo
penal específico de tortura previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (art. 233 do ECA).
b) há previsão legal de crime por omissão.
c) é inviável a suspensão condicional do processo para qualquer das modalidades típicas
previstas na lei.
d) o regramento impõe, para todos os tipos penais que prevê, que o condenado inicie o
cumprimento da pena em regime fechado.
e) há vedação expressa, no corpo da lei, de aplicação do sursis para os condenados por tortura.
Comentários
A alternativa A está incorreta porque o tipo penal do ECA que tratava de tortura contra criança ou
adolescente foi revogado pela Lei de Tortura. Hoje a tortura praticada contra criança, gestante,
portador de deficiência, adolescente ou maior de 60 anos sujeita o infrator a aumento de pena de
um sexto até um terço. A alternativa B está correta, pois a lei traz a previsão da tortura por omissão
em seu art. 1o, §2o. As alternativas C e E estão incorretas porque na tortura por omissão cabe a
suspensão condicional do processo, uma vez que a pena deste delito é de 1 a 4 anos de detenção. A
alternativa D está incorreta porque a tortura por omissão, prevista §2o, não possui tal
obrigatoriedade.
GABARITO: B

25. DPE-PB Defensor Público 2014 FCC.


Com relação à tortura, cabe afirmar:
a) Genericamente trata-se de crime próprio.
b) Não está tipificada distintamente a conduta cometida com finalidade puramente
discriminatória.
c) Na versão especificamente omissiva, trata-se de crime comum.
d) Trata-se de crime insuscetível de graça, porém não de anistia.
e) Pode ser aplicada a lei brasileira ao crime praticado por brasileiro no estrangeiro.

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Comentários
A alternativa A está incorreta porque, apesar de o crime ser considerado comum na maior parte das
suas modalidades, o art. 1o, II traz uma modalidade própria do crime de tortura, assim como a tortura
por omissão. Isso também torna a alternativa C incorreta. A alternativa B está incorreta por causa
da previsão da tortura racismo (art. 1o àI à àáà àDà à à à à à à à
inafiançável e insuscetível de graça e anistia, nos termos da Constituição Federal.
GABARITO: E

26. PC-BA Delegado de Polícia 2013 Cespe.


Determinado policial militar efetuou a prisão em flagrante de Luciano e o conduziu à delegacia
de polícia. Lá, com o objetivo de fazer Luciano confessar a prática dos atos que ensejaram sua
prisão, o policial responsável por seu interrogatório cobriu sua cabeça com um saco plástico e
amarrou-o no seu pescoço, asfixiando-o. Como Luciano não confessou, o policial deixou-o
trancado na sala de interrogatório durante várias horas, pendurado de cabeça para baixo, no
escuro, período em que lhe dizia que, se ele não confessasse, seria morto. O delegado de
polícia, ciente do que ocorria na sala de interrogatório, manteve-se inerte. Em depoimento
posterior, Luciano afirmou que a conduta do policial lhe provocara intenso sofrimento físico e
mental.
Considerando a situação hipotética acima e o disposto na Lei Federal n.º 9.455/1997, julgue
os itens subsequentes.
Para a comprovação da materialidade da conduta do policial, é imprescindível a realização de
exame de corpo de delito que confirme as agressões sofridas por Luciano.
Comentários
A Lei da Tortura não menciona em nenhum de seus dispositivos a necessidade de exame de corpo
de delito para que se comprove que houve o crime. No exemplo dado na questão houve inclusive
tortura de natureza mental/emocional.
GABARITO: ERRADO

27. TJ-RO Analista Judiciário 2012 Cespe (adaptada).


A perda da função pública e a interdição de seu exercício pelo dobro do prazo da condenação
decorrente da prática de crime de tortura previsto em lei especial são de imposição facultativa
do julgador, tratando-se de efeito genérico da condenação.
Comentários
A perda da função pública e a interdição de seu exercício são imediatas e obrigatórias, nos termos
do §5° do art. 1° da Lei n° 9.455/1997.
GABARITO: ERRADO

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28. DPU Defensor Público 2007 Cespe.


Não se estende ao crime de tortura a admissibilidade de progressão no regime de execução da
pena aplicada aos demais crimes hediondos.
Comentários
Para responder as questões de prova com precisão, é importante conhecer, ao menos em parte, o
conteúdo da Lei n° 8.072/1990, que trata dos crimes hediondos e equiparados, entre eles a tortura.
Essa lei estabelecia o cumprimento das penas relativas aos crimes hediondos e equiparados em
regime integralmente fechado. Quando a Lei de Tortura foi promulgada, considerou-se que houve
derrogação parcial do dispositivo da Lei dos Crimes Hediondos. Em 2007 a Lei dos Crimes Hediondos
foi alterada, e hoje todos os crimes hediondos e equiparados devem ter suas penas cumpridas
inicialmente em regime fechado, mas é possível a progressão de regime.
GABARITO: ERRADO

29. PC-ES Delegado de Polícia 2011 Cespe.


Considere a seguinte situação hipotética. Rui, que é policial militar, mediante violência e grave
ameaça, infligiu intenso sofrimento físico e mental a um civil, utilizando para isso as instalações
do quartel de sua corporação. A intenção do policial era obter a confissão da vítima em relação
a um suposto caso extraconjugal havido com sua esposa.
Nessa situação hipotética, a conduta de Rui, independentemente de sua condição de militar e
de o fato ter ocorrido em área militar, caracteriza o crime de tortura na forma tipificada em lei
específica.
Comentários
Aqui estamos diante da Tortura-Prova ou Tortura Persecutória: a tortura foi infligida com a finalidade
de obter informação, declaração ou confissão da vítima.
GABARITO: CERTO

30. MPE-RR Promotor de Justiça 2008 Cespe.


Daniel, delegado de polícia, estava em sua sala, quando percebeu a chegada dos agentes de
polícia Irineu e Osvaldo, acompanhados por uma pessoa que havia sido detida, sob a acusação
de porte de arma e de entorpecentes. O delegado permaneceu em sua sala, elaborando um
relatório, antes de lavrar o auto de prisão em flagrante. Durante esse período, ouviu ruídos de
tapas, bem como de gritos, vindos da sala onde se encontravam os agentes e a pessoa detida,
percebendo que os agentes determinavam ao detido que ele confessasse quem era o
verdadeiro proprietário da droga. Quando foi lavrar a prisão em flagrante, o delegado notou
que o detido apresentava equimoses avermelhadas no rosto, tendo declinado que havia
guardado a droga para um conhecido traficante da região. O delegado, contudo, mesmo
constatando as lesões, resolveu nada fazer em relação aos seus agentes, uma vez que os
considerava excelentes policiais. Nessa situação, o delegado praticou o crime de tortura, de
forma que, sendo proferida sentença condenatória, ocorrerá, automaticamente, a perda do
cargo.

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Comentários
Nesta hipótese foi praticada a tortura em sua modalidade omissiva. Lembre-se de que este crime
apenas pode ser praticado por aquele que tinha o dever de evitar ou apurar o ato de tortura e não
o fez.
GABARITO: CERTO

31. STJ Analista Judiciário 2008 Cespe.


O condenado pela prática de crime de tortura, por expressa previsão legal, não poderá ser
beneficiado por livramento condicional, se for reincidente específico em crimes dessa
natureza.
Comentários
Esta questão não diz respeito à Lei da Tortura, mas achei interessante coloca-la aqui. O livramento
condicional não pode ser concedido nesse caso em função do art. 83 do Código Penal:
Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena privativa de liberdade
igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que
[...]

V - cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime hediondo, prática
da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, e terrorismo, se o apenado não
for reincidente específico em crimes dessa natureza .
GABARITO: CERTO

32. DPF Delegado de Polícia Federal 2009 Cespe.


A prática do crime de tortura torna-se atípica se ocorrer em razão de discriminação religiosa,
pois, sendo laico o Estado, este não pode se imiscuir em assuntos religiosos dos cidadãos.
Comentários
Esta modalidade é chamada de Tortura Discriminatória ou Tortura-Racismo, e é praticada em razão
de discriminação religiosa ou racial.
GABARITO: ERRADO

33. TJM-SP - Juiz de Direito Substituto 2016 - VUNESP


Considere a seguinte situação hipotética: João, agente público, foi processado e, ao final,
condenado à pena de reclusão, por dezenove anos, iniciada em regime fechado, pela prática
do crime de tortura, com resultado morte, contra Raimundo. Nos termos da Lei no 9.455, de 7
de abril de 1997, essa condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego público
a) e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada.
b) e a interdição para seu exercício pelo triplo do prazo da pena aplicada.
c) e a interdição para seu exercício pelo tempo da pena aplicada.
d) desde que o juiz proceda à fundamentação específica.

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e) como efeito necessário, mas não automático.


Comentários
Segundo o §5º do art. 1º, a condenação pelo crime de tortura acarretará a perda do cargo, função
ou emprego público e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada.
GABARITO: A

34. MPE-RS - Promotor de Justiça 2017 - MPE-RS (Adaptada).


Do art. 1º, da Lei n. 9.455/97, que incrimina a tortura, extraem-se, as espécies delitivas
doutrinariamente designadas tortura-prova, tortura-crime, tortura-discriminação, tortura-
castigo, tortura-própria e tortura omissão, equiparadas aos crimes hediondos, previstas na
modalidade dolosa e com apenamento carcerário para cumprimento inicial em regime
fechado.
Comentários
A tortura por omissão (§2º) tem como pena cominada a detenção. Caso você ainda não esteja
familiarizado com essas regras, a detenção é cumprida em regime semi-aberto ou aberto, e por isso
não pode haver cumprimento em regime inicial fechado. Por isso foi dada redação específica ao §7º
da lei.
Art. 1º Constitui crime de tortura:
[...]
§ 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-
las, incorre na pena de detenção de um a quatro anos.
[...]
§ 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a hipótese do § 2º, iniciará o cumprimento
da pena em regime fechado.

GABARITO: ERRADO

35. TJ-SC - Juiz Substituto 2017 FCC (Adaptada)


Conforme a lei e a interpretação dos tribunais superiores, analise a assertiva.
Constranger alguém mediante ameaça em razão de discriminação racial configura crime de
tortura.
Comentários
Vamos relembrar os dispositivos da Lei de Tortura?
Art. 1º Constitui crime de tortura:
I - constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico
ou mental:
[...]
c) em razão de discriminação racial ou religiosa;

GABARITO: CERTO

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36. DEPEN Agente Penitenciário 2015 Cespe.


SITUAÇÃO HIPOTÉTICA: Em seu local de trabalho, um servidor público federal, agente de
segurança, se desentendeu com um cidadão e desferiu um soco na direção do rosto deste,
mas, por circunstâncias alheias à sua vontade, foi bloqueado por outro colega de trabalho que
segurou-lhe o braço.
ASSERTIVA: Nessa situação, o agente de segurança deverá responder pelo delito de tentativa
de abuso de autoridade.
Comentários
Neste caso podemos dizer que o agente público incorreu na conduta prevista no art. 3 o à à
atentado à incolumidade física do indivíduo. Perceba que a conduta típica é o próprio atentado,
e por isso não podemos falar em tentativa, mas sim em crime consumado mesmo, pois a
à à à à à
GABARITO: ERRADO

37. Câmara dos Deputados Técnico Legislativo 2014 Cespe.


A sanção penal, em abstrato, prevista para o crime de abuso de autoridade consiste em multa,
detenção ou perda de cargo e inabilitação para o exercício de função pública.
Comentários
O Cespe costuma considerar certas as assertivas incompletas, como é o caso desta. As três sanções
penais previstas na lei são multa de cem a cinco mil cruzeiros; detenção por dez dias a seis meses; e
perda do cargo e a inabilitação para o exercício de qualquer outra função pública por prazo até três
anos. Essas penas podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente.
GABARITO: CERTO

38. PC-ES Escrivão de Polícia 2011 Cespe.


Os crimes de abuso de autoridade serão analisados perante o Juizado Especial Criminal da
circunscrição onde os delitos ocorreram, salvo nos casos em que tiverem sido praticados por
policiais militares.
Comentários
Na época que foi aplicada a questão, o crime de abuso de autoridade era considerado de
competência da Justiça comum, havendo inclusive súmula do STJ nesse sentido. No entanto, com a
mudança no Código Penal Militar ocorrida em 2017, esses crimes passaram a ser competência da
Justiça Militar.
GABARITO: ERRADO (Na época da aplicação da questão)

39. DEPEN Agente Penitenciário 2013 Cespe.


Marcelo, agente penitenciário federal, não ordenou o relaxamento da prisão de Bernardo, o
qual se encontra preso sob sua custódia. Bernardo foi preso ilegalmente, fato esse que é de

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conhecimento de Marcelo. Nessa situação, é correto afirmar que Marcelo cometeu crime de
abuso de autoridade.
Comentários
Se você já estudou Processo Penal, esta questão ficou fácil, não é mesmo? Agente
Penitenciário não relaxa prisão de ninguém. A conduta prevista no art. 4 o, “d” da Lei no
4.898/1965 é seguinte: “deixar o juiz de ordenar o relaxamento de prisão ou detenção
ilegal que lhe seja comunicada”.
GABARITO: ERRADO

40. DPE-RS - Técnico Segurança 2017 FCC.


Um agente público de natureza civil, no exercício de seu cargo, executou medida privativa da
liberdade individual para um cidadão, sem as formalidades legais. De acordo com a Lei n°
4.898/1965, esse agente público está sujeito à sanção administrativa que
a) consistirá em multa de valor fixado pela legislação vigente; detenção por dez dias a seis
meses; perda do cargo e a inabilitação para o exercício de qualquer outra função pública por
prazo até três anos.
b) consistirá no pagamento de uma indenização com valor pré-fixado pela legislação vigente,
caso não seja possível fixar o valor do dano.
c) será aplicada de acordo com a gravidade do abuso cometido, que poderá consistir em
advertência; repreensão; suspensão do cargo, função ou posto por prazo de 5 a 180 dias, com
perda de vencimentos e vantagens; destituição de função; demissão; demissão, a bem do
serviço público.
d) poderá ser cominada a pena autônoma ou acessória, de não poder o acusado exercer
funções de natureza policial ou militar no município em questão, por prazo de um a cinco anos.
e) consistirá, dentre outros, em detenção de dez dias a um ano, pagamento de uma
indenização com valor pré-fixado pela legislação vigente e demissão, a bem do serviço público.
Comentários
De acordo com o art. 6º, §1º da Lei do Abuso de Autoridade, a sanção administrativa consistirá em:
a) advertência;
b) repreensão;
c) suspensão do cargo, função ou posto por prazo de 5 a 180 dias, com perda dos vencimentos e
vantagens;
d) destituição de funções
e) demissão;
f) demissão, a bem do serviço público.
GABARITO: C

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41. TRT - 24ª REGIÃO (MS) - Técnico Judiciário Segurança - 2017 - FCC.
Carlos exerce cargo público de natureza civil, de forma transitória e sem remuneração. No
exercício do seu trabalho, cometeu atentado ao livre exercício do culto religioso. Por isso,
Carlos recebeu sanção administrativa legalmente determinada em função da gravidade do
abuso cometido, que consistiu em advertência. Considerando as disposições da Lei n°
4.898/65, Carlos
a) não é considerado autoridade, pois exerce seu cargo de forma transitória.
b) sofreu advertência por abuso de autoridade.
c) não é considerado autoridade, pois exerce seu cargo sem remuneração.
d) cometeu abuso de autoridade, mas a advertência não é sanção administrativa prevista para
o atentado cometido.
e) cometeu atentado que não caracteriza abuso de autoridade.
Comentários
Quanto à qualidade de Carlos como autoridade, devemos relembrar o art. 2º, segundo o qual reputa-
se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou
sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de
investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo
anterior. Além disso, você já sabe que entre as sanções Administrativas do art. 6º está prevista a
advertência.
GABARITO: B

42. TRF - 2ª REGIÃO - Analista Judiciário - Área Administrativa 2017 CONSULPLAN.


Sobre a Lei de Abuso de Autoridade (Lei nº 4.898, de 9 de dezembro de 1965), analise as
afirmativas a seguir.
I. Quando o abuso for cometido por agente de autoridade policial, civil ou militar, de qualquer
categoria, poderá ser cominada a pena autônoma ou acessória, de não poder o acusado
exercer funções de natureza policial ou militar no município da culpa, por prazo de um a três
anos.
II. Considera-se autoridade, para os efeitos da lei de abuso de autoridade, quem exerce cargo,
emprego ou função pública, de natureza civil, ou militar, ainda que transitoriamente e sem
remuneração.
III. A ação penal será iniciada, independentemente de inquérito policial ou justificação por
denúncia do Ministério Público, instruída com a representação da vítima do abuso.
Estão corretas as afirmativas
a) I, II e III.
b) III, apenas.
c) I e II, apenas.

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d) II e III, apenas.
Comentários
Nosso erro está o item I. A realidade a regra é a seguinte: Quando o abuso for cometido por agente
de autoridade policial, civil ou militar, de qualquer categoria, poderá ser cominada a pena autônoma
ou acessória, de não poder o acusado exercer funções de natureza policial ou militar no município
da culpa, por prazo de um a cinco anos.
GABARITO: D

43. TRF - 2ª REGIÃO - Técnico Judiciário Apoio 2017 - CONSULPLAN.


D à à à àL à àá à àá à à àM àP à à
representação da vítima, aquele, no prazo de ___________, denunciará o réu, desde que o fato
narrado constitua abuso de autoridade, e requererá ao Juiz a sua citação, e, bem assim, a
à à à à à à àá à à à à à
corretamente a afirmativa anterior.
a) 24 horas.
b) 48 horas.
c) 5 dias.
d) 10 dias.
Comentários
Nos termos do art. 13, apresentada ao Ministério Público a representação da vítima, aquele, no
prazo de quarenta e oito horas, denunciará o réu, desde que o fato narrado constitua abuso de
autoridade, e requererá ao Juiz a sua citação, e, bem assim, a designação de audiência de instrução
e julgamento.
GABARITO: B

44. TRF - 2ª REGIÃO - Analista Judiciário Apoio 2017 CONSULPLAN.


De acordo com a Lei nº 4.898, de 9 de dezembro de 1965, o abuso de autoridade sujeitará o
seu autor à sanção administrativa civil e penal. A sanção administrativa será aplicada de acordo
com a gravidade do abuso cometido e NÃO consistirá em:
a) Advertência.
b) Repreensão.
c) Demissão, a bem do serviço público.
d) Suspensão do cargo, função ou posto por prazo de trinta a trezentos e sessenta dias, com
perda de vencimentos e vantagens.
Comentários
Entre as sanções administrativas previstas no art. 6º temos a suspensão do cargo, mas essa se dá de
5 a 180 dias, com perda de vencimentos e vantagens.

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GABARITO: D

45. TCE-RN Auditor 2015 Cespe.


Conforme o entendimento do STJ, ao acusado de crime de abuso de autoridade pode ser feita
proposta de transação penal.
Comentários
É verdade. O STJ já entendeu que é possível propor a transação penal no crime de abuso de
autoridade, pois a Lei n. 10.259/2001 não exclui da competência do Juizado Especial Criminal os
crimes que possuam rito especial.
GABARITO: CERTO

46. AGU Advogado 2015 Cespe.


O crime de abuso de autoridade, em todas as suas modalidades, é infração de menor potencial
ofensivo, sujeitando-se seu autor às medidas despenalizadoras previstas na lei que dispõe
sobre os juizados especiais cíveis e criminais, desde que preenchidos os demais requisitos
legais.
Comentários
O abuso de autoridade sujeita o seu autor a sanções civis, penais e administrativas. Dentre as
sanções penais cominadas consta a detenção de 10 dias a 6 meses. Por isso podemos dizer que
se trata de uma infração penal de menor potencial ofensivo, pois sua pena máxima cominada
não é superior a 2 anos, e, portanto, podem ser aplicadas as medidas despenalizadoras previstas
na Lei no 9.099/1995.
GABARITO: CERTO

47. AGU Advogado 2015 Cespe.


Constitui abuso de autoridade impedir que o advogado tenha acesso a processo administrativo
ao qual a lei garanta publicidade.
Comentários
Esta é uma das condutas previstas na lei, e consta no art. 3o à
GABARITO: CERTO

48. TJDFT Juiz de Direito 2014 Cespe (adaptada).


Entre as sanções penais previstas na lei que dispõe sobre abuso de autoridade, incluem-se a
perda do cargo público e a inabilitação para o exercício de qualquer outra função pública por
prazo de até três anos.

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Comentários
Exato! Perceba que a perda do cargo aí é sanção de natureza penal, mesmo, e não administrativa.
Cuidado para não se confundir hein!?
GABARITO: CERTO

49. TJ-AP Analista Judiciário 2014 FCC.


Com relação às sanções do abuso de autoridade previstas na Lei no 4.898/1965, considere o
parágrafo 5o do artigo 6o da Lei de Abuso de Autoridade.
Art. 6o (...)
§ 5o Quando o ...... for cometido por agente de autoridade ...... , ...... ou ...... , de qualquer
categoria, poderá ser cominada a pena ...... ou ...... , de não poder o acusado exercer funções
de natureza policial ou militar no município da culpa, por prazo de um a cinco anos.
Completa correta e, respectivamente, a disposição:
a) crime - policial - civil - militar - alternativa - final
b) abuso - federal - estadual - municipal - principal - autônoma
c) crime - federal - portuária - rodoviária - autônoma - acessória
d) abuso - federal - estadual - municipal - alternativa - de reclusão
e) abuso - policial - civil - militar - autônoma acessória
Comentários
Vamos relembrar a redação do § 5o?
§ 5º Quando o abuso for cometido por agente de autoridade policial, civil ou militar, de qualquer
categoria, poderá ser cominada a pena autônoma ou acessória, de não poder o acusado exercer
funções de natureza policial ou militar no município da culpa, por prazo de um a cinco anos.

GABARITO: E

50. MPE-SC Promotor de Justiça 2014 MPE-SC.


A Lei n. 4.898/65, que prevê os crimes de abuso de autoridade, é aplicável inclusive aos que
exercem cargo, emprego ou função pública de natureza civil, ainda que transitoriamente e sem
remuneração.
Comentários
Perfeito! A aplicação da lei do abuso de autoridade não depende de o vínculo ser efetivo e nem de
que o agente público receba remuneração.
GABARITO: CERTO

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51. TJ-SE Juiz 2008 Cespe.


Acerca da Lei de Abuso de Autoridade, Lei n.º 4.898/1965, assinale a opção correta.
a) A lei em questão contém crimes próprios e impróprios e admite as modalidades dolosa e
culposa.
b) Considera-se autoridade quem exerce, de forma remunerada, cargo, emprego ou função
pública ou particular, de natureza civil ou militar, ainda que transitoriamente.
c) No caso de concurso de agentes, o particular que é coautor ou partícipe responde por outro
crime, uma vez que a qualidade de autoridade é elementar do tipo dos crimes de abuso.
d) Caso cumpra ordem manifestamente ilegal, o subordinado deverá responder pelo crime de
abuso de autoridade.
e) A competência para processar e julgar o crime de abuso de autoridade praticado por policial
militar em serviço é da justiça militar estadual.
Comentários
O erro da alternativa A está em afirmar que existem crimes culposos na Lei do Abuso de Autoridade.
A alternativa B está incorreta porque afirma que autoridade é quem exerce a função pública de
forma remunerada. Na realidade, esse exercício não precisa ser remunerado para que a figura da
autoridade esteja configurada.
A alternativa C está errada, pois a circunstância de o autor ser autoridade é elementar do crime e,
portanto, pode ser transmitida ao coautor ou partícipe.
A alternativa D está correta, mas na época gerou muita polêmica, pois a Lei do Abuso de Autoridade
não trata diretamente da ordem manifestamente ilegal. De toda forma, a banca não alterou o
gabarito.
Quanto à alternativa E, na época que foi aplicada a questão, o crime de abuso de autoridade era
considerado de competência da Justiça comum, havendo inclusive súmula nesse sentido. No
entanto, com a mudança no Código Penal Militar ocorrida em 2017, esses crimes passaram a ser
competência da Justiça Militar.
GABARITO: D

52. TRE-MA Analista Judiciário 2009 Cespe (adaptada).


Constitui abuso de autoridade qualquer atentado ao sigilo de correspondência, ao livre
exercício de culto religioso e à liberdade de associação.
Comentários
áà à à à à à à à à à à à à à à à à
da Lei n° 4.898/1965:
Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado:
a) à liberdade de locomoção;
b) à inviolabilidade do domicílio;

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c) ao sigilo da correspondência;
d) à liberdade de consciência e de crença;
e) ao livre exercício do culto religioso;
f) à liberdade de associação;
g) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício do voto;
h) ao direito de reunião;
i) à incolumidade física do indivíduo;
j) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício profissional.

GABARITO: CERTO

53. TRE-MA Analista Judiciário 2009 Cespe (adaptada).


Compete à justiça militar processar e julgar militar por crime de abuso de autoridade, quando
praticado em serviço.
Comentários
Na época que foi aplicada a questão, o crime de abuso de autoridade era considerado de
competência da Justiça comum, havendo inclusive súmula do STJ nesse sentido. No entanto, com a
mudança no Código Penal Militar ocorrida em 2017, esses crimes passaram a ser competência da
Justiça Militar.
GABARITO: ERRADO (Na época da aplicação da questão)

54. TCE-PA - Auditor de Controle Externo Procuradoria 2016 Cespe.


No que concerne aos crimes em espécie, julgue o item seguinte.
O militar em serviço não responde pelos crimes de abuso de autoridade previstos na Lei n.º
4.898/1965.
Comentários
De acordo com o art. 5º, considera-se autoridade quem exerce cargo, emprego ou função pública,
de natureza civil, ou militar, ainda que transitoriamente e sem remuneração.
GABARITO: ERRADO

55. PC-SP Delegado 2018 - VUNESP


Considere que um Delegado de Polícia, após autuar em flagrante um criminoso, deixe de
comunicar imediatamente ao juiz competente a referida prisão.
É correto afirmar que o Delegado
a) cometeu um abuso de autoridade, podendo ser sancionado administrativamente com
advertência ou suspensão do cargo, além da cominação acessória de não poder exercer
funções de qualquer natureza no município da culpa, por prazo de um a dez anos.
b) cometeu um abuso de autoridade, podendo ser sancionado administrativamente com a
suspensão do cargo, função ou posto por prazo de trinta a cento e oitenta dias, além da

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cominação acessória de não poder exercer funções de natureza policial no município da culpa,
por prazo de um a dez anos.
c) não cometeu abuso de autoridade. Entretanto, poderá ser sancionado com a pena autônoma
de não poder exercer funções de natureza policial no município da culpa, por prazo de um a
cinco anos.
d) cometeu um abuso de autoridade, podendo ser sancionado administrativamente com
repreensão.
e) não cometeu abuso de autoridade, devendo ser responsabilizado tão somente na esfera
administrativa.
Comentários
Nos termos do art. 4º, alínea c, da lei n° 4.898/1965 pratica abuso de autoridade aquele que deixar
de comunicar, imediatamente, ao juiz competente a prisão ou detenção de qualquer pessoa à à
entre os direitos e garantias individuais contemplados no art. 5º da Constituição Federal de 1988
à à à à a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados
imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada. . Previsão
também contemplada no art. 306 do Código de Processo Penal 1.
Em consequência, aos atos de abuso de autoridade poderão ser aplicadas sanções penais e
administrativas, de modo que entre as administrativas está a possibilidade de repreensão (art. 6º,
§1º, b, lei n. 4.898/65).
Art. 6º O abuso de autoridade sujeitará o seu autor à sanção administrativa civil e penal.
§ 1º A sanção administrativa será aplicada de acordo com a gravidade do abuso cometido e consistirá
em: [...] b) repreensão;

Assim, o Delegado de Polícia que, após autuar em flagrante um criminoso, deixar de comunicar
imediatamente ao juiz competente a referida prisão cometerá um abuso de autoridade, podendo
ser sancionado administrativamente com repreensão.
São os erros dos demais itens:
Letra A: quando o autor do ato de abuso de autoridade for uma autoridade policial, civil ou militar,
poderá ser cominada a pena acessória ou autônoma de não poder exercer funções de natureza
policial ou militar (a vedação não é para o exercício de qualquer função, mas apenas para as de
natureza policial ou militar!) no município da culpa, por prazo de 01 (um) a 05 (cinco) anos e não de
01 (um) a 10 (dez) anos como afirma a questão (art. 6º, §5º, lei n. 4.898/65)
Letra B: A sanção administrativa de suspensão do cargo, função ou posto ocorrerá pelo prazo de 05
(cinco) a 180 (cento e oitenta) dias e não de 30 (trinta) a 180 (cento e oitenta) dias (art. 6º, §1º, c,
lei n. 4.898/65). Além disso, incorreu no mesmo equívoco da parte final do item A.

1
Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente, ao
Ministério Público e à família do preso ou à pessoa por ele indicada. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

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Letra C: Tratou-se de efetivo ato de abuso de autoridade nos termos do art. 4º, alínea c, da lei n°
4.898/1965 e, por isso, poderá ser sancionado com a pena autônoma de não poder exercer funções
de natureza policial no município da culpa, por prazo de um a cinco anos.
Letra D: Tratou-se de efetivo ato de abuso de autoridade nos termos do art. 4º, alínea c, da lei n°
4.898/1965, podendo ser responsabilizado tanto na esfera administrativa quanto criminal (art. 6º,
lei n° 4.898/1965)
GABARITO: D

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7.2 - LISTA DE QUESTÕES

1. DEPEN Agente Penitenciário 2015 Cespe.


SITUAÇÃO HIPOTÉTICA: Um servidor público federal, no exercício de atividade carcerária,
colocou em perigo a saúde física de preso em virtude de excesso na imposição da disciplina,
com a mera intenção de aplicar medida educativa, sem lhe causar sofrimento.
ASSERTIVA: Nessa situação, o referido agente responderá pelo crime de tortura.
2. SEAP-DF Agente de Atividades Penitenciárias 2015 Universa.
A condenação por crime de tortura acarretará a perda do cargo, da função ou do emprego
público e a interdição, para seu exercício, pelo triplo do prazo da pena aplicada.
3. PC-CE Escrivão de Polícia 2015 VUNESP.
O crime de tortura (Lei no 9.455/97) tem pena aumentada de um sexto até um terço se for
praticado
a) ininterruptamente, por período superior a 24 h.
b) em concurso de pessoas
c) por motivos políticos.
d) contra mulher
e) por agente público.
4. DEPEN Agente Penitenciário 2013 Cespe.
Joaquim, agente penitenciário federal, foi condenado, definitivamente, a uma pena de três
anos de reclusão, por crime disposto na Lei n.º 9.455/1997. Nos termos da referida lei, Joaquim
ficará impedido de exercer a referida função pelo prazo de seis anos.
5. DEPEN Agente Penitenciário 2013 Cespe.
Um agente penitenciário federal determinou que José, preso sob sua custódia, permanecesse
de pé por dez horas ininterruptas, sem que pudesse beber água ou alimentar-se, como forma
de castigo, já que José havia cometido, comprovadamente, grave falta disciplinar. Nessa
situação, esse agente cometeu crime de tortura, ainda que não tenha utilizado de violência ou
grave ameaça contra José.
6. PRF Agente 2013 Cespe.
Para que um cidadão seja processado e julgado por crime de tortura, é prescindível que esse
crime deixe vestígios de ordem física.
7. MPU Técnico 2010 Cespe.
O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia.

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8. MPU Técnico 2010 Cespe.


É considerado crime de tortura submeter alguém, com emprego de violência ou grave ameaça,
a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar-lhe castigo pessoal ou medida de
caráter preventivo.
9. TJ-AC Técnico Judiciário 2012 Cespe.
Suponha que João, penalmente capaz, movido por sadismo, submeta Sebastião, com emprego
de violência, a contínuo e intenso sofrimento físico, provocando-lhe lesão corporal de natureza
gravíssima. Nessa situação, João deverá responder pelo crime de tortura e, se condenado,
deverá cumprir a pena em regime inicial fechado.
10. DPF Agende da Polícia Federal 2012 Cespe.
O policial condenado por induzir, por meio de tortura praticada nas dependências do distrito
policial, um acusado de tráfico de drogas a confessar a prática do crime perderá
automaticamente o seu cargo, sendo desnecessário, nessa situação, que o juiz sentenciante
motive a perda do cargo.
11. PC-RN Escrivão de Polícia Civil 2009 Cespe (adaptada).
Um delegado da polícia civil que perceba que um dos custodiados do distrito onde é chefe está
sendo fisicamente torturado pelos colegas de cela, permanecendo indiferente ao fato, não será
responsabilizado criminalmente, pois os delitos previstos na Lei n.º 9.455/1997 não podem ser
praticados por omissão.
12. PC-RN Escrivão de Polícia Civil 2009 Cespe (adaptada).
Se um membro da Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Norte, integrante da
Comissão Nacional de Direitos Humanos, for passar uma temporada de trabalho no Haiti
país que não pune o crime de tortura e lá for vítima de tortura, não haverá como aplicar a
Lei n.º 9.455/1997.
13. PC-ES Escrivão de Polícia 2011 Cespe.
Excetuando-se o caso em que o agente se omite diante das condutas configuradoras dos crimes
de tortura, quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, iniciará o agente condenado pela
prática do crime de tortura o cumprimento da pena em regime fechado.
14. PC-ES Escrivão de Polícia 2011 Cespe.
No crime de tortura em que a pessoa presa ou sujeita a medida de segurança é submetida a
sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não
resultante de medida legal, não é exigido, para seu aperfeiçoamento, especial fim de agir por
parte do agente, bastando, portanto, para a configuração do crime, o dolo de praticar a
conduta descrita no tipo objetivo.
15. PC-PE - Agente de Polícia 2016 Cespe.
Rui e Jair são policiais militares e realizam constantemente abordagens de adolescentes e
homens jovens nos espaços públicos, para verificação de ocorrências de situações de uso e
tráfico de drogas e de porte de armas. Em uma das abordagens realizadas, eles encontraram

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José, conhecido por efetuar pequenos furtos, e, durante a abordagem, verificaram que José
portava um celular caro. Jair começou a questionar a quem pertencia o celular e, à medida que
José negava que o celular lhe pertencia, alegando não saber como havia ido parar em sua
mochila, começou a receber empurrões do policial e, persistindo na negativa, foi derrubado no
chão e começou a ser pisoteado, tendo a arma de Rui direcionada para si. Como não respondeu
de forma alguma a quem pertencia o celular, José foi colocado na viatura depois de apanhar
bastante, e os policiais ficaram rodando por horas com ele, com o intuito de descobrirem a
origem do celular, mantendo-o preso na viatura durante toda uma noite, somente levando-o
para a delegacia no dia seguinte.
Nessa situação hipotética, à luz das leis que tratam dos crimes de tortura e de abuso de
autoridade e dos crimes hediondos,
a) os policiais cometeram o crime de tortura, que, no caso, absorveu o crime de lesão corporal.
b) os policiais cometeram somente crime de abuso de autoridade e lesão corporal.
c) o fato de Rui e Jair serem policiais militares configura causa de diminuição de pena.
d) os policiais cometeram o tipo penal denominado tortura-castigo.
e) caso venham a ser presos cautelarmente, Rui e Jair poderão ser soltos mediante o
pagamento de fiança.
16. PC-AC - Agente de Polícia Civil 2017 IBADE.
Consoante a Lei de Tortura (Lei n° 9.455/1997), assinale a alternativa correta.
a) A Lei de Tortura aplica-se ainda quando o crime não tenha sido cometido em território
nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente em local sob jurisdição
brasileira.
b) Se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de deficiência, adolescente ou
maior de 70 (setenta) anos, aumenta-se a pena um sexto até a metade.
c) O crime de tortura é inafiançável e suscetível de graça ou anistia.
d) A condenação pela prática do crime de tortura acarretará a perda do cargo, função ou
emprego público e a interdição para seu exercício pelo triplo do prazo da pena aplicada.
e) O condenado por crime previsto na Lei de Tortura, via de regra, iniciará o cumprimento da
pena em regime semiaberto.
17. SEAS CE - Assistente Social/Pedagogo/Psicólogo 2017 - UECE-CEV.
O disposto na Lei Federal nº 9.455 de 1997 (Lei da Tortura)
a) aplica-se quando o crime não tenha sido cometido em território nacional, sendo a vítima
estrangeira, ainda que o agente não se encontre em local sob jurisdição brasileira.
b) não se aplica quando o crime não tenha sido cometido em território nacional.
c) aplica-se quando o crime não tenha sido cometido em território nacional, sendo a vítima
brasileira ou encontrando-se o agente em local sob jurisdição brasileira.

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d) não se aplica quando o crime tenha sido cometido em território nacional, mas a vítima seja
estrangeira.
18. TRF - 2ª REGIÃO Técnico Judiciário - Segurança e Transporte 2017 CONSULPLAN.
Os crimes previstos na Lei de Tortura (Lei nº 9.455, de 7 de abril de 1997) NÃO terão a sua pena
aumentada de um sexto até um terço se o crime for cometido
a) por agente público.
b) mediante sequestro.
c) contra vítima de 55 anos.
d) contra portador de deficiência.
19. EMBASA Engenheiro 2017 IBFC.
Assinale a alternativa incorreta sobre as previsões expressas da Lei Federal n° 9.455, de 07 de
abril de 1997 que define os crimes de tortura e dá outras providências.
a) Constitui crime de tortura constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça,
causando-lhe sofrimento físico ou mental com o fim de obter informação, declaração ou
confissão da vítima ou de terceira pessoa
b) Aquele que submeter pessoa presa ou sujeita a medida de segurança, a sofrimento físico ou
mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal,
incorre em pena diversa àquela prevista para o crime de tortura
c) No crime de tortura, aumenta-se a pena de um sexto até um terço, se o crime é cometido
por agente público
d) No crime de tortura, aumenta-se a pena de um sexto até um terço, se o crime é cometido
contra criança, gestante, portador de deficiência, adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos
20. SUSEPE-RS - Agente Penitenciário 2017 - Fundação La Salle.
Constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento
físico ou mental, com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de
terceira pessoa constitui em:
a) crime de imprensa.
b) crime de tortura.
c) crime de constrangimento ilegal.
d) crime de lesões corporais.
e) crime contra a liberdade individual.
21. SEJUDH MT - Agente Penitenciário 2017 IBADE.
Sobre o crime de tortura, leia as afirmativas.
I. Configura crime de tortura constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça,
causando-lhe sofrimento físico ou mental.

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II. Configura crime de tortura submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com
emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de
aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo.
III. Incorre na mesma pena do crime de tortura quem submete pessoa presa ou sujeita a
medida de segurança, a sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não
previsto em lei ou não resultante de medida legal.
IV. Aquele que se omite em face de uma conduta que configura tortura, quando tinha o dever
de evitá-las ou apurá-las, incorre na pena do crime de tortura.
Está correto apenas o que se afirma em:
a) II e III.
b) III e IV.
c) I e II.
d) II e IV.
e) I e III.
22. PGE-SE - Procurador do Estado 2017 Cespe.
No que concerne ao crime de tortura, assinale a opção correta.
a) O indivíduo que se omite ante a prática de tortura quando deveria evitá-la responde
igualmente pela conduta realizada.
b) A legislação especial brasileira concernente à tortura aplica-se somente aos crimes ocorridos
em território nacional.
c) No crime de tortura, a prática contra adolescente é causa de aumento de pena de um sexto
até um terço.
d) A condenação de funcionário público por esse crime gera a perda do cargo, desde que a
sentença assim determine e que a pena aplicada seja superior a quatro anos.
e) A submissão de pessoa presa a sofrimento físico ou mental por funcionário público que
pratique atos não previstos em lei exige o dolo específico.
23. DPU Defensor Público Federal 2015 Cespe.
Caracteriza uma das espécies do crime de tortura a conduta consistente em, com emprego de
grave ameaça, constranger outrem em razão de discriminação racial, causando-lhe sofrimento
mental.
24. DPE-RS Defensor Público 2014 FCC.
Sobre a Lei nº 9.455/97 (Crimes de Tortura), é correto afirmar que
a) se a vítima da tortura for criança, a Lei nº 9.455/97 deve ser afastada para incidência do tipo
penal específico de tortura previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (art. 233 do ECA).
b) há previsão legal de crime por omissão.

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c) é inviável a suspensão condicional do processo para qualquer das modalidades típicas


previstas na lei.
d) o regramento impõe, para todos os tipos penais que prevê, que o condenado inicie o
cumprimento da pena em regime fechado.
e) há vedação expressa, no corpo da lei, de aplicação do sursis para os condenados por tortura.
25. DPE-PB Defensor Público 2014 FCC.
Com relação à tortura, cabe afirmar:
a) Genericamente trata-se de crime próprio.
b) Não está tipificada distintamente a conduta cometida com finalidade puramente
discriminatória.
c) Na versão especificamente omissiva, trata-se de crime comum.
d) Trata-se de crime insuscetível de graça, porém não de anistia.
e) Pode ser aplicada a lei brasileira ao crime praticado por brasileiro no estrangeiro.
26. PC-BA Delegado de Polícia 2013 Cespe.
Determinado policial militar efetuou a prisão em flagrante de Luciano e o conduziu à delegacia
de polícia. Lá, com o objetivo de fazer Luciano confessar a prática dos atos que ensejaram sua
prisão, o policial responsável por seu interrogatório cobriu sua cabeça com um saco plástico e
amarrou-o no seu pescoço, asfixiando-o. Como Luciano não confessou, o policial deixou-o
trancado na sala de interrogatório durante várias horas, pendurado de cabeça para baixo, no
escuro, período em que lhe dizia que, se ele não confessasse, seria morto. O delegado de
polícia, ciente do que ocorria na sala de interrogatório, manteve-se inerte. Em depoimento
posterior, Luciano afirmou que a conduta do policial lhe provocara intenso sofrimento físico e
mental.
Considerando a situação hipotética acima e o disposto na Lei Federal n.º 9.455/1997, julgue
os itens subsequentes.
Para a comprovação da materialidade da conduta do policial, é imprescindível a realização de
exame de corpo de delito que confirme as agressões sofridas por Luciano.
27. TJ-RO Analista Judiciário 2012 Cespe (adaptada).
A perda da função pública e a interdição de seu exercício pelo dobro do prazo da condenação
decorrente da prática de crime de tortura previsto em lei especial são de imposição facultativa
do julgador, tratando-se de efeito genérico da condenação.
28. DPU Defensor Público 2007 Cespe.
Não se estende ao crime de tortura a admissibilidade de progressão no regime de execução da
pena aplicada aos demais crimes hediondos.

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29. PC-ES Delegado de Polícia 2011 Cespe.


Considere a seguinte situação hipotética. Rui, que é policial militar, mediante violência e grave
ameaça, infligiu intenso sofrimento físico e mental a um civil, utilizando para isso as instalações
do quartel de sua corporação. A intenção do policial era obter a confissão da vítima em relação
a um suposto caso extraconjugal havido com sua esposa.
Nessa situação hipotética, a conduta de Rui, independentemente de sua condição de militar e
de o fato ter ocorrido em área militar, caracteriza o crime de tortura na forma tipificada em lei
específica.
30. MPE-RR Promotor de Justiça 2008 Cespe.
Daniel, delegado de polícia, estava em sua sala, quando percebeu a chegada dos agentes de
polícia Irineu e Osvaldo, acompanhados por uma pessoa que havia sido detida, sob a acusação
de porte de arma e de entorpecentes. O delegado permaneceu em sua sala, elaborando um
relatório, antes de lavrar o auto de prisão em flagrante. Durante esse período, ouviu ruídos de
tapas, bem como de gritos, vindos da sala onde se encontravam os agentes e a pessoa detida,
percebendo que os agentes determinavam ao detido que ele confessasse quem era o
verdadeiro proprietário da droga. Quando foi lavrar a prisão em flagrante, o delegado notou
que o detido apresentava equimoses avermelhadas no rosto, tendo declinado que havia
guardado a droga para um conhecido traficante da região. O delegado, contudo, mesmo
constatando as lesões, resolveu nada fazer em relação aos seus agentes, uma vez que os
considerava excelentes policiais. Nessa situação, o delegado praticou o crime de tortura, de
forma que, sendo proferida sentença condenatória, ocorrerá, automaticamente, a perda do
cargo.
31. STJ Analista Judiciário 2008 Cespe.
O condenado pela prática de crime de tortura, por expressa previsão legal, não poderá ser
beneficiado por livramento condicional, se for reincidente específico em crimes dessa
natureza.
32. DPF Delegado de Polícia Federal 2009 Cespe.
A prática do crime de tortura torna-se atípica se ocorrer em razão de discriminação religiosa,
pois, sendo laico o Estado, este não pode se imiscuir em assuntos religiosos dos cidadãos.
33. MPE-RS - Promotor de Justiça 2017 - MPE-RS (Adaptada).
Do art. 1º, da Lei n. 9.455/97, que incrimina a tortura, extraem-se, as espécies delitivas
doutrinariamente designadas tortura-prova, tortura-crime, tortura-discriminação, tortura-
castigo, tortura-própria e tortura omissão, equiparadas aos crimes hediondos, previstas na
modalidade dolosa e com apenamento carcerário para cumprimento inicial em regime
fechado.
34. TJM-SP - Juiz de Direito Substituto 2016 - VUNESP
Considere a seguinte situação hipotética: João, agente público, foi processado e, ao final,
condenado à pena de reclusão, por dezenove anos, iniciada em regime fechado, pela prática

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do crime de tortura, com resultado morte, contra Raimundo. Nos termos da Lei no 9.455, de 7
de abril de 1997, essa condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego público
a) e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada.
b) e a interdição para seu exercício pelo triplo do prazo da pena aplicada.
c) e a interdição para seu exercício pelo tempo da pena aplicada.
d) desde que o juiz proceda à fundamentação específica.
e) como efeito necessário, mas não automático.
35. TJ-SC - Juiz Substituto 2017 FCC (Adaptada)
Conforme a lei e a interpretação dos tribunais superiores, analise a assertiva.
Constranger alguém mediante ameaça em razão de discriminação racial configura crime de
tortura.
36. DEPEN Agente Penitenciário 2015 Cespe.
SITUAÇÃO HIPOTÉTICA: Em seu local de trabalho, um servidor público federal, agente de
segurança, se desentendeu com um cidadão e desferiu um soco na direção do rosto deste,
mas, por circunstâncias alheias à sua vontade, foi bloqueado por outro colega de trabalho que
segurou-lhe o braço.
ASSERTIVA: Nessa situação, o agente de segurança deverá responder pelo delito de tentativa
de abuso de autoridade.
37. Câmara dos Deputados Técnico Legislativo 2014 Cespe.
A sanção penal, em abstrato, prevista para o crime de abuso de autoridade consiste em multa,
detenção ou perda de cargo e inabilitação para o exercício de função pública.
38. PC-ES Escrivão de Polícia 2011 Cespe.
Os crimes de abuso de autoridade serão analisados perante o Juizado Especial Criminal da
circunscrição onde os delitos ocorreram, salvo nos casos em que tiverem sido praticados por
policiais militares.
39. DEPEN Agente Penitenciário 2013 Cespe.
Marcelo, agente penitenciário federal, não ordenou o relaxamento da prisão de Bernardo, o
qual se encontra preso sob sua custódia. Bernardo foi preso ilegalmente, fato esse que é de
conhecimento de Marcelo. Nessa situação, é correto afirmar que Marcelo cometeu crime de
abuso de autoridade.
40. DPE-RS - Técnico Segurança 2017 FCC.
Um agente público de natureza civil, no exercício de seu cargo, executou medida privativa da
liberdade individual para um cidadão, sem as formalidades legais. De acordo com a Lei n°
4.898/1965, esse agente público está sujeito à sanção administrativa que

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a) consistirá em multa de valor fixado pela legislação vigente; detenção por dez dias a seis
meses; perda do cargo e a inabilitação para o exercício de qualquer outra função pública por
prazo até três anos.
b) consistirá no pagamento de uma indenização com valor pré-fixado pela legislação vigente,
caso não seja possível fixar o valor do dano.
c) será aplicada de acordo com a gravidade do abuso cometido, que poderá consistir em
advertência; repreensão; suspensão do cargo, função ou posto por prazo de 5 a 180 dias, com
perda de vencimentos e vantagens; destituição de função; demissão; demissão, a bem do
serviço público.
d) poderá ser cominada a pena autônoma ou acessória, de não poder o acusado exercer
funções de natureza policial ou militar no município em questão, por prazo de um a cinco anos.
e) consistirá, dentre outros, em detenção de dez dias a um ano, pagamento de uma
indenização com valor pré-fixado pela legislação vigente e demissão, a bem do serviço público.
41. TRT - 24ª REGIÃO (MS) - Técnico Judiciário Segurança - 2017 - FCC.
Carlos exerce cargo público de natureza civil, de forma transitória e sem remuneração. No
exercício do seu trabalho, cometeu atentado ao livre exercício do culto religioso. Por isso,
Carlos recebeu sanção administrativa legalmente determinada em função da gravidade do
abuso cometido, que consistiu em advertência. Considerando as disposições da Lei n°
4.898/65, Carlos
a) não é considerado autoridade, pois exerce seu cargo de forma transitória.
b) sofreu advertência por abuso de autoridade.
c) não é considerado autoridade, pois exerce seu cargo sem remuneração.
d) cometeu abuso de autoridade, mas a advertência não é sanção administrativa prevista para
o atentado cometido.
e) cometeu atentado que não caracteriza abuso de autoridade.
42. TRF - 2ª REGIÃO - Analista Judiciário - Área Administrativa 2017 CONSULPLAN.
Sobre a Lei de Abuso de Autoridade (Lei nº 4.898, de 9 de dezembro de 1965), analise as
afirmativas a seguir.
I. Quando o abuso for cometido por agente de autoridade policial, civil ou militar, de qualquer
categoria, poderá ser cominada a pena autônoma ou acessória, de não poder o acusado
exercer funções de natureza policial ou militar no município da culpa, por prazo de um a três
anos.
II. Considera-se autoridade, para os efeitos da lei de abuso de autoridade, quem exerce cargo,
emprego ou função pública, de natureza civil, ou militar, ainda que transitoriamente e sem
remuneração.
III. A ação penal será iniciada, independentemente de inquérito policial ou justificação por
denúncia do Ministério Público, instruída com a representação da vítima do abuso.

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Estão corretas as afirmativas


a) I, II e III.
b) III, apenas.
c) I e II, apenas.
d) II e III, apenas.
43. TRF - 2ª REGIÃO - Técnico Judiciário Apoio 2017 - CONSULPLAN.
D à à à àL à àá à àá à à àM àP à à
representação da vítima, aquele, no prazo de ___________, denunciará o réu, desde que o fato
narrado constitua abuso de autoridade, e requererá ao Juiz a sua citação, e, bem assim, a
à à à à à à àá à à à à à
corretamente a afirmativa anterior.
a) 24 horas.
b) 48 horas.
c) 5 dias.
d) 10 dias.
44. TRF - 2ª REGIÃO - Analista Judiciário Apoio 2017 CONSULPLAN.
De acordo com a Lei nº 4.898, de 9 de dezembro de 1965, o abuso de autoridade sujeitará o
seu autor à sanção administrativa civil e penal. A sanção administrativa será aplicada de acordo
com a gravidade do abuso cometido e NÃO consistirá em:
a) Advertência.
b) Repreensão.
c) Demissão, a bem do serviço público.
d) Suspensão do cargo, função ou posto por prazo de trinta a trezentos e sessenta dias, com
perda de vencimentos e vantagens.
45. TCE-RN Auditor 2015 Cespe.
Conforme o entendimento do STJ, ao acusado de crime de abuso de autoridade pode ser feita
proposta de transação penal.
46. AGU Advogado 2015 Cespe.
O crime de abuso de autoridade, em todas as suas modalidades, é infração de menor potencial
ofensivo, sujeitando-se seu autor às medidas despenalizadoras previstas na lei que dispõe
sobre os juizados especiais cíveis e criminais, desde que preenchidos os demais requisitos
legais.
47. AGU Advogado 2015 Cespe.
Constitui abuso de autoridade impedir que o advogado tenha acesso a processo administrativo
ao qual a lei garanta publicidade.

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48. TJDFT Juiz de Direito 2014 Cespe (adaptada).


Entre as sanções penais previstas na lei que dispõe sobre abuso de autoridade, incluem-se a
perda do cargo público e a inabilitação para o exercício de qualquer outra função pública por
prazo de até três anos.
49. TJ-AP Analista Judiciário 2014 FCC.
Com relação às sanções do abuso de autoridade previstas na Lei no 4.898/1965, considere o
parágrafo 5o do artigo 6o da Lei de Abuso de Autoridade.
Art. 6o (...)
§ 5o Quando o ...... for cometido por agente de autoridade ...... , ...... ou ...... , de qualquer
categoria, poderá ser cominada a pena ...... ou ...... , de não poder o acusado exercer funções
de natureza policial ou militar no município da culpa, por prazo de um a cinco anos.
Completa correta e, respectivamente, a disposição:
a) crime - policial - civil - militar - alternativa - final
b) abuso - federal - estadual - municipal - principal - autônoma
c) crime - federal - portuária - rodoviária - autônoma - acessória
d) abuso - federal - estadual - municipal - alternativa - de reclusão
e) abuso - policial - civil - militar - autônoma acessória
50. MPE-SC Promotor de Justiça 2014 MPE-SC.
A Lei n. 4.898/65, que prevê os crimes de abuso de autoridade, é aplicável inclusive aos que
exercem cargo, emprego ou função pública de natureza civil, ainda que transitoriamente e sem
remuneração.
51. TJ-SE Juiz 2008 Cespe.
Acerca da Lei de Abuso de Autoridade, Lei n.º 4.898/1965, assinale a opção correta.
a) A lei em questão contém crimes próprios e impróprios e admite as modalidades dolosa e
culposa.
b) Considera-se autoridade quem exerce, de forma remunerada, cargo, emprego ou função
pública ou particular, de natureza civil ou militar, ainda que transitoriamente.
c) No caso de concurso de agentes, o particular que é coautor ou partícipe responde por outro
crime, uma vez que a qualidade de autoridade é elementar do tipo dos crimes de abuso.
d) Caso cumpra ordem manifestamente ilegal, o subordinado deverá responder pelo crime de
abuso de autoridade.
e) A competência para processar e julgar o crime de abuso de autoridade praticado por policial
militar em serviço é da justiça militar estadual.

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52. TRE-MA Analista Judiciário 2009 Cespe (adaptada).


Constitui abuso de autoridade qualquer atentado ao sigilo de correspondência, ao livre
exercício de culto religioso e à liberdade de associação.
53. TRE-MA Analista Judiciário 2009 Cespe (adaptada).
Compete à justiça militar processar e julgar militar por crime de abuso de autoridade, quando
praticado em serviço.
54. TCE-PA - Auditor de Controle Externo Procuradoria 2016 Cespe.
No que concerne aos crimes em espécie, julgue o item seguinte.
O militar em serviço não responde pelos crimes de abuso de autoridade previstos na Lei n.º
4.898/1965.
55. PC-SP Delegado 2018 - VUNESP
Considere que um Delegado de Polícia, após autuar em flagrante um criminoso, deixe de
comunicar imediatamente ao juiz competente a referida prisão.
É correto afirmar que o Delegado
a) cometeu um abuso de autoridade, podendo ser sancionado administrativamente com
advertência ou suspensão do cargo, além da cominação acessória de não poder exercer
funções de qualquer natureza no município da culpa, por prazo de um a dez anos.
b) cometeu um abuso de autoridade, podendo ser sancionado administrativamente com a
suspensão do cargo, função ou posto por prazo de trinta a cento e oitenta dias, além da
cominação acessória de não poder exercer funções de natureza policial no município da culpa,
por prazo de um a dez anos.
c) não cometeu abuso de autoridade. Entretanto, poderá ser sancionado com a pena autônoma
de não poder exercer funções de natureza policial no município da culpa, por prazo de um a
cinco anos.
d) cometeu um abuso de autoridade, podendo ser sancionado administrativamente com
repreensão.
e) não cometeu abuso de autoridade, devendo ser responsabilizado tão somente na esfera
administrativa.

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7.3 - GABARITO

1. ERRADO 20. B 39. ERRADO


2. ERRADO 21. A 40. C
3. E 22. C 41. B
4. CERTO 23. CERTO 42. D
5. CERTO 24. B 43. B
6. CERTO 25. E 44. D
7. CERTO 26. ERRADO 45. CERTO
8. CERTO 27. ERRADO 46. CERTO
9. ERRADO 28. ERRADO 47. CERTO
10. CERTO 29. CERTO 48. CERTO
11. ERRADO 30. CERTO 49. E
12. ERRADO 31. CERTO 50. CERTO
13. CERTO 32. ERRADO 51. D
14. CERTO 33. A 52. CERTO
15. A 34. ERRADO 53. ERRADO
16. A 35. CERTO 54. ERRADO
17. C 36. ERRADO 55. D
18. C 37. CERTO
19. B 38. ERRADO

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8 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Concluímos aqui esta aula! Se tiver dúvidas, utilize nosso fórum. Estou sempre à disposição também
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Grande abraço!

Paulo Guimarães

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