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ENSINO MÉDIO

6
PROFESSOR BIOLOGIA FRENTE A
BIOLOGIA Frente a

Wilson Roberto Paulino

OS SERES VIVOS: A CLASSIFICAÇÃO DOS


SERES VIVOS, OS VÍRUS E OS REINOS
MONERA, PROTOCTISTA E FUNGI
1 A biodiversidade e o sistema de classificação
dos seres vivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
Biosfera, porção da Terra onde a vida se desenvolve . . . .5
A espécie como unidade básica de classificação
dos seres vivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .5
Mundo vivo: apresentação dos reinos . . . . . . . . . . . . . .12
2 Os vírus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
Características gerais dos vírus . . . . . . . . . . . . . . . . . .20
A reprodução dos vírus. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .21
A importância dos vírus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .22
Principais viroses humanas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .23
3 Reino Monera . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
A estrutura celular no reino Monera . . . . . . . . . . . . . . .37
Bactérias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .37
Arqueas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .47
4 Reino Protoctista . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54 FRENTE A
Protozoários . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .55
Algas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .68
5 Reino Fungi. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
BIOLOGIA

Características gerais dos fungos . . . . . . . . . . . . . . . . .80


Principais grupos de fungos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .80
A reprodução dos fungos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .82
Associações mutualísticas: liquens e micorrizas . . . . . .83
2122799 (PR) A importância dos fungos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .87

Os seres vivos: a classificação dos seres vivos, os vírus e os reinos Monera, Protoctista e Fungi
1. resposta pessoal.

MÓDULO 2. resposta pessoal. nesta questão, os alunos provavelmente poderão


indicar vacinações contra viroses, por exemplo, a poliomielite, o sarampo
e a caxumba.
os seres vivos: a classificação
dos seres vivos, os vírus e os reinos
Monera, protoctista e Fungi

Vírus da gripe espanhola. Ampliação não fornecida.


Science Source/PHotoreSearcHerS/LatinStock
reFLetindo soBre a iMaGeM

A gripe espanhola ficou assim conhecida devi-


do ao número de mortos relativamente grande
na Espanha. As estimativas do número de mor-
tes causadas pela gripe espanhola em todo o
mundo, entre 1918 e 1919, variam entre 20 mi-
lhões e 40 milhões.
1 Viroses são doenças causadas por vírus. A gri-
pe espanhola é um exemplo de virose. Cite
dois exemplos de viroses que você ou pes-
soas da sua família já tiveram.
2 Você já foi vacinado(a) contra alguma virose?
Qual(is)?

www.ser.com.br
CAPÍTULO

1
A biodiversidade e o
sistema de classificação
dos seres vivos
veja, no Guia do Professor, o quadro de competências e habilidades desenvolvidas neste módulo.

Objetivos: Biosfera é a porção da Terra biologicamente habitada. Biodiversidade é o termo usado para de-
signar o conjunto de espécies de seres vivos existentes na Terra ou em determinada região do planeta.
c Reconhecer a espécie O Cerrado, a Floresta Amazônica, a Mata Atlântica e o Pantanal Mato-Grossense são exemplos
como unidade básica
de regiões biodiversas encontradas no Brasil, isto é, regiões que apresentam condições ambientais
de classificação dos
que favorecem o desenvolvimento de grande número de espécies de seres vivos.
seres vivos.
Ao longo de sua trajetória no planeta, o ser humano aprendeu que a prática de classificar seres
c Identificar e diferenciar vivos e objetos facilita o estudo deles e permite que esse conhecimento seja compartilhado entre as
as categorias pessoas, constituindo um método eficiente de comunicação. No caso dos seres vivos, em 1758 se
taxonômicas. chegou a um sistema universal de classificação: o sistema binominal (ou binomial) de nomenclatura,
elaborado pelo médico e botânico sueco Carl von Linné (1707-1778), ou simplesmente Lineu, como
c Reconhecer o é mais conhecido entre nós.
sistema binomial O ramo da Biologia que estuda a classificação dos seres vivos é a taxonomia ou taxionomia
de classificação (do grego taxis, “ordem”; nomos, “lei”).
dos seres vivos e as

SPL/LatinStock
regras básicas de
nomenclatura. A

c Identificar e diferenciar
os reinos em que os
seres vivos podem ser
agrupados.
Wayne LyncH/aLaMy/LatinStock

Fig. 1 – (A) Aspecto do Pantanal e (B) um tuiuiú, ave-símbolo desse ecossistema brasileiro. Com
aproximadamente 230 mil km2, o Pantanal Mato-Grossense abriga uma notável biodiversidade.
Em sua exuberante fauna, incluem-se aves como tuiuiús, biguatingas, maguaris, colhereiros,
tucanos e araras.

4
BiosFera, porção da terra onde a vida se
desenvoLve
A biosfera estende-se desde as mais altas montanhas até os profundos abismos oceânicos, em
uma faixa de 17 a 18 km de espessura. Comparada ao diâmetro da Terra – 13 mil km aproximada-
mente –, a biosfera constitui uma película relativamente fina, que abriga todas as espécies de seres
vivos existentes no planeta.
A biodiversidade representa um valioso patrimônio que fascina os pesquisadores e requer a
adoção de medidas eficazes para preservação.
O Brasil, como vimos, é privilegiado em regiões biodiversas. O país contém, por exemplo, a
maior floresta tropical do mundo – a floresta Amazônica: sua maior parte (aproximadamente 60%)
encontra-se em território brasileiro (fig. 2).

Martin WendLer/PHotoSHot/LatinStock
Fig 2 – Aspecto da floresta Amazônica.

a espÉCie CoMo unidade BÁsiCa de


CLassiFiCação dos seres vivos
O cão doméstico é popularmente chamado de dog em inglês, de hund em alemão e de chien
em francês, considerando apenas alguns idiomas, além do português. Mas, cientificamente, esse ani-
mal tem apenas um nome, que permite o reconhecimento imediato em qualquer parte do mundo:
Canis familiaris.
O uso de um nome científico para cada espécie constitui padronização universal, que evita
possíveis confusões geradas pela existência de termos populares variados que diferentes regiões po-
deriam aplicar a essa espécie.
A espécie foi adotada como unidade básica de classificação dos seres vivos. Uma espécie pode
ser conceituada como um grupo de organismos que, em geral, originam descendentes férteis após o
cruzamento e que, em condições naturais, encontram-se reprodutivamente isolados de organismos
FRENTE A
de outras espécies. Organismos de espécies diferentes, quando se cruzam, normalmente não geram
descendentes; quando isso ocorre, os descendentes de modo geral são estéreis. Esse conceito de
espécie não se aplica a espécies que se reproduzem somente de maneira assexuada.

das espécies aos reinos


BIOLOGIA

O gato-maracajá, encontrado na Mata Atlântica, por exemplo, pertence à espécie Leopardus


wiedii; o gato-do-mato-pequeno, o menor dos pequenos felinos silvestres brasileiros, pertence à espé-
cie Leopardus tigrinus; e a jaguatirica, o maior entre os pequenos felinos silvestres brasileiros, pertence
à espécie Leopardus pardalis (fig. 3).

Os seres vivos: a classificação dos seres vivos, os vírus e os reinos Monera, Protoctista e Fungi 5
Todos os animais citados, embora pertençam a espŽcies diferentes Ð j‡ que não são capazes
de cruzar entre si gerando descendentes fŽrteis Ð, t•m características bastante semelhantes e fazem
parte do mesmo gênero: Leopardus. Do mesmo modo, le›es (Panthera leo), tigres (Panthera tigris) e
onças-pintadas (Panthera onca) são animais pertencentes a espŽcies diferentes, mas são do mesmo
g•nero: Panthera.

SPL/LatinStock

carver MoStardi/aLaMy/LatinStock
A B

Fig. 3 – (A) A jaguatirica (Leopardus pardalis) e (B) o gato-maracajá (Leopardus wiedii) são animais
de espécies diferentes, mas pertencem ao mesmo gênero: Leopardus.

Os animais dos g•neros Leopardus, Panthera, Felis (exemplo: Felis catus, o gato domŽstico) e
Puma (exemplo: Puma concolor, a onça-parda ou suçuarana) t•m certas características comuns e
relativamente pr—ximas; por isso todos eles pertencem ˆ mesma família: Felidae (fig. 4).
d. robert Franz/roLFnP/aLaMy/LatinStock

SPL/LatinStock
A B

Fig. 4 – (A) A suçuarana ou onça-parda (Puma concolor) e (B) a onça-pintada (Panthera onca),
felinos silvestres encontrados no Brasil, são animais de espécies e gêneros diferentes, mas
pertencem à mesma família: Felidae.

6 Os seres vivos: a classificação dos seres vivos, os vírus e os reinos Monera, Protoctista e Fungi
Muitas outras famílias de animais poderiam ser consideradas. A família Canidae, por exemplo,
engloba animais como o c‹o (Canis familiaris) e o lobo (Canis lupus). Os felídeos e os canídeos
têm certas características que permitem a essas duas famílias Ð e outras como a Ursidae (ursos) e
a Hyaenidae (hienas) Ð se enquadrarem na mesma ordem: Carnivora (fig. 5).

Mint iMaGeS/aLaMy/LatinStock
bernd zoLLer/aLaMy/LatinStock
A B

Fig. 5 – (A) O tigre


(Panthera tigris) e (B) o
cão doméstico (Canis
familiaris) são animais
de espécies, gêneros e
famílias diferentes, mas
pertencem à mesma
ordem: Carnivora.

Ordens diferentes podem ser agrupadas em uma classe. Felídeos, canídeos, roedores (pacas,
ratos, capivaras), primatas (seres humanos, chimpanzŽs, gorilas) e cet‡ceos (baleias, golfinhos), entre
outros exemplos, s‹o animais portadores de gl‰ndulas mam‡rias; por isso, s‹o agrupados na mesma
classe: Mammalia (mamíferos). Veja a figura 6.
LatinStock/© FranS LantinG/corbiS/Latitude by corbiS

bLickWinkeL/Linke/aLaMy/LatinStock
A B

FRENTE A
BIOLOGIA

Fig. 6 – (A) A capivara (Hydrochoerus hydrochaeris) e (B) o gorila (Gorilla gorilla) são
animais de espécies, gêneros, famílias e ordens diferentes, mas pertencem à mesma
classe: Mammalia.

Os seres vivos: a classifica•‹o dos seres vivos, os v’rus e os reinos Monera, Protoctista e Fungi 7
Os mamíferos – assim como as aves, os répteis, os anfíbios e os peixes – são animais que apre-
sentam durante a fase embrionária um eixo de sustentação denominado notocorda. Por isso, esses
animais pertencem ao mesmo filo: Chordata (fig. 7).

SPL/LatinStock

eduardo Mariano rivero/aLaMy/LatinStock


A B

Fig. 7 – (A) A paca (Agouti paca) e (B) o gavião-pega-macaco (Spizaetus tyrannus) são animais
que vivem na Mata Atlântica. São de espécies, gêneros, famílias, ordens e classes diferentes, mas
pertencem ao mesmo filo: Chordata.

O filo dos cordados, com o dos equinodermos (exemplo: estrela-do-mar), dos artrópodes
(exemplo: insetos), dos anelídeos (exemplo: minhoca) e dos moluscos (exemplo: ostras), entre ou-
tros, constituem o reino Animalia (reino animal).
Pelo que foi descrito, pode-se concluir que:

várias Em relação às categorias taxonômicas, a espécie humana é classificada da seguinte maneira:


ESPÉCIES Reino Animalia ou Metazoa
podem se agrupar num mesmo Filo Chordata
Subfilo Craniata
GÊNERO Classe Mammalia
vários gêneros numa mesma
Ordem Primates
Família Hominidae
FAMÍLIA
Gênero Homo
várias famílias numa mesma
Espécie Homo sapiens

ORDEM
Na taxonomia das plantas, costuma-se usar o termo divisão, em vez de filo, embora esses
várias ordens numa mesma termos sejam correspondentes. Assim, veja como o arroz pode ser classificado:
Reino Plantae ou Metaphyta
CLASSE Divisão Magnoliophyta ou Angiospermae
várias classes num mesmo
Classe Liliopsida ou Monocotyledoneae
Ordem Poales ou Graminales
FILO
Família Poaceae ou Gramineae
vários flos num mesmo
Gênero Oryza
Espécie Oryza sativa
REINO

8 Os seres vivos: a classificação dos seres vivos, os vírus e os reinos Monera, Protoctista e Fungi
EXEMPLOS DE DIVERSAS CATEGORIAS DE CLASSIFICA‚ÌO DOS SERES VIVOS

MaSPi/arQuivo da editora
espécie: Panthera onca

Família: Felidae
agrupamento de vários gêneros

Gênero: Panthera
agrupamento de várias espécies

ordem: carnivora

agrupamento de várias famílias

classe: Mammalia
agrupamento de várias ordens

FRENTE A
Filo: chordata
agrupamento de várias classes
BIOLOGIA

reino: animalia ou Metazoa


agrupamento de vários flos

Fig. 8 – Exemplos de diversas categorias de classificação dos seres vivos.

Os seres vivos: a classificação dos seres vivos, os vírus e os reinos Monera, Protoctista e Fungi 9
as competências e habilidades do enem estão indicadas em questões diversas ao longo do módulo. Se necessário, explique aos alunos que a utilidade
deste “selo” é indicar o número da(s) competência(s) e habilidade(s) abordada(s) na questão, cuja área de conhecimento está diferenciada por cores (Lin-
guagens: laranja; ciências da natureza: verde; ciências Humanas: rosa; Matemática: azul). a tabela para consulta da Matriz de referência do enem está
disponível no portal.

para Construir

1 O cavalo domŽstico (macho) e a Žgua (f•mea) pertencem ˆ 4 Observe a foto.


espŽcie Equus caballus. O jumento e a jumenta s‹o da espŽcie

Fabio coLoMbini
m m
Ene-4 Ene-4
C 4 C 4
H-1 Equus asinus. Cavalo e jumenta, ou Žgua e jumento, podem H-1
se acasalar e gerar descendentes: mulas e mulos. Mas esses
m
descendentes s‹o estŽreis, n‹o s‹o capazes de se reproduzir. Ene-5
C 7
H-1
Responda: Por que cavalos/Žguas e jumentos/jumentas per-
m
tencem a espŽcies diferentes, se s‹o capazes de se reprodu- Ene-7
C 1
H-2
zir, gerando descendentes?
Para que organismos sejam considerados da mesma espécie, não
basta que sejam capazes de se reproduzir, gerando descendentes.
É preciso que esses descendentes sejam férteis. Mulos e mulas são
estéreis, daí cavalos/éguas e jumentos/jumentas pertencerem a
espécies diferentes.
A•aizeiro da Amaz™nia.
Euterpe oleracea Ž um a•aizeiro da regi‹o amaz™nica. De seu
fruto, pode ser obtido um suco conhecido como Òvinho de
a•a’Ó. Essa planta, pertencente ˆ fam’lia Arecaceae, fornece
um palmito comest’vel, que pode ser comercializado em
2 Considere a sequ•ncia abaixo, referente aos n’veis de classifi- conservas. O caule dessa palmeira Ž utilizado como ripas em
ca•‹o dos seres vivos: constru•›es rœsticas.
EspŽcie → X → Fam’lia → Y → Classe → Z → Reino Outros exemplos de espŽcies de plantas pertencentes a essa
Identifique as categorias taxon™micas representadas pelas fam’lia s‹o: Euterpe edulis (palmito-ju•ara, comum na Mata
letras X, Y e Z. Atl‰ntica) e Roystonea oleracea (palmeira-imperial, origin‡ria
da regi‹o do Caribe).
X = gênero; y = ordem; z = filo.
a) H‡ maior grau de parentesco entre Euterpe oleracea
e Euterpe edulis ou entre Euterpe oleracea e Roystonea
oleracea? Justifique sua resposta.
3 (Enem) Os Bichinhos e O Homem (Arca de NoŽ, Toquinho & Há maior grau de parentesco entre Euterpe oleracea e Euterpe
m Vinicius de Moraes) edulis, plantas de espécies diferentes, mas pertencentes ao
Ene-7
C 7
H1
-
Nossa irmã, a mosca/ É feia e tosca mesmo gênero (Euterpe). Já Euterpe oleracea e Roystonea
m Enquanto que o mosquito/ É mais bonito
Ene-4 oleracea pertencem a espécies e gêneros diferentes.
C 4
H-1 Nosso irmão besouro/ Que é feito de couro
Mal sabe voar
Nossa irmã, a barata/ Bichinha mais chata b) A Euterpe oleracea tem v‡rios nomes populares, de acordo
É prima da borboleta/ Que é uma careta com a l’ngua e o pa’s. Essa palmeira pode ser chamada,
Nosso irmão, o grilo/ Que vive dando estrilo entre outros exemplos, de a•a’-do-par‡, em portugu•s;
Só pra chatear pinot e manicole, em franc•s; manac‡ e uassi, em espa-
MORAES, V. de. A arca de Noé: poemas infantis. São Paulo: nhol. Justifique o uso do nome cient’fico Euterpe oleracea
Companhia das Letrinhas, 1991.
para identificar universalmente essa palmeira.
O poema acima sugere a exist•ncia de rela•›es de afinidade
o uso do nome científico permite a padronização universal
entre os animais citados e n—s, seres humanos.
do nome de uma espécie, o que evita prováveis confusões
Respeitando a liberdade poŽtica dos autores, a unidade taxo-
n™mica que expressa a afinidade existente entre n—s e esses geradas pela existência de inúmeras designações populares
animais Ž: b que diferentes regiões poderiam aplicar a uma mesma espécie.
a) o filo.
b) o reino.
c) a classe. 5 (UFPE) Analise o seguinte esquema como representativo das
d) a fam’lia. principais categorias sistem‡ticas, partindo de reino, e iden-
e) a espŽcie. tifique a alternativa correta que descreve e caracteriza tais

10 Os seres vivos: a classificação dos seres vivos, os vírus e os reinos Monera, Protoctista e Fungi
categorias. Para efeito de simplifica•‹o, cada categoria s— c) Organismos anatomicamente semelhantes, que convi-
m
Ene-4
est‡ representada por um subconjunto. d vem em um mesmo h‡bitat e apresentam o mesmo tipo
C 4
H-1 de reprodu•‹o, s‹o classificados em uma mesma fam’lia,
m
que est‡ representada pela figura C.
Ene-5 Reino
C 7 d) A figura B representa uma classe, que Ž constitu’da por
H-1
uma ou mais ordens.
A
B e) EspŽcie compreende organismos morfofisiologicamente
semelhantes, capazes de cruzarem-se naturalmente entre
C
D E F si, gerando descendentes fŽrteis; est‡ representada pela
figura E.

6 Entre os insetos que vivem na Floresta Amaz™nica, vamos


considerar certos besouros gorgulhos, que podem ser en-
contrados em flores do a•aizeiro (Euterpe oleracea). Esses gor-
gulhos pertencem ˆ fam’lia Curculionidae, mas podem ser de
g•neros diferentes, como Andranthobius e Derelomus. Com
a) As categorias representadas s‹o: A, filo; B, ordem; C, fam’- base nessas informa•›es, identifique as categorias taxon™mi-
lia; D, classe; E, g•nero; F, espŽcie. cas comuns e n‹o comuns aos insetos desses dois g•neros.
b) Filo congrega organismos com caracter’sticas morfol—gi-
categorias taxonômicas comuns: família, ordem, classe, divisão e
cas, fisiol—gicas e comportamentais semelhantes e est‡
representado pela figura B. reino. categorias taxonômicas não comuns: gênero e espécie.

TAREFA PARA CASA: Para praticar: 1 a 6 Para aprimorar: 1 a 6

regras de nomenclatura
Considerando o sistema binominal (ou binomial) de nomenclatura, também chamado nomen-
clatura binária, estabelecido por Lineu, que adota a espécie como unidade básica de classificação,
devem ser observadas as seguintes regras de nomenclatura:

Regra Exemplos

JSPiX/aLaMy/LatinStock
1. O nome da espécie deve ser escrito em latim, grifado ou em O nome científico da anta, animal mamífero encontrado
tipo itálico. ƒ obrigat—ria a presença de, no mínimo, dois em algumas regiões do Brasil, é Tapirus terrestris (fig. 9).
termos: o primeiro indica o gênero (que deve ser escrito Pode-se concluir daí que esse animal pertence ao gênero
com inicial maiúscula) e o segundo refere-se ˆ espécie Tapirus e ˆ espécie Tapirus terrestris (e não ˆ espécie
(que deve ser escrito com inicial minúscula). O termo que terrestris). Sendo o nome científico da nossa espécie Homo
designa a espécie deve sempre ser precedido do gênero e sapiens, então pertencemos ao gênero Homo e ˆ espécie
não pode ser escrito de forma isolada. Homo sapiens (e não ˆ espécie sapiens).
2. Nos casos em que o nome da espécie faz referência a uma O nome do protozoário causador da doença de Chagas é
pessoa, a inicial do segundo termo pode ser escrita com Trypanosoma cruzi. Mas como o termo cruzi se refere ao
letra maiúscula, embora normalmente seja escrita com médico brasileiro Oswaldo Cruz (1879-1934), o nome
letra minúscula. científico pode também ser escrito Trypanosoma Cruzi.
3. Quando se trata de subespécies, o nome indicativo deve Rhea americana intermedia, uma das subespécies de ema.
ser escrito sempre com inicial minúscula e depois do nome
da espécie. FRENTE A

4. Nos casos de subgênero, o nome deve ser escrito com inicial Anopheles (Nyssorhynchus) darlingi (um mosquito).
maiúscula, entre parênteses e depois do nome do gênero.
BIOLOGIA

5. O nome da família deve ser escrito com letra inicial Felidae (felinos), Canidae (cães e lobos), Ursidae (ursos),
maiúscula e, geralmente, com o sufixo idae, no caso dos Bovidae (bois e cabras, por exemplo), Hominidae (ser humano
Fig. 9 Ð Anta ou tapir (Tapirus terrestris).
animais. Para as plantas, o sufixo empregado para designar e macacos); Rosaceae (roseira), Magnoliaceae (magn—lia), Quando adulto, esse animal mede
a família é aceae. Euphorbiaceae (seringueira), Malvaceae (algodoeiro). aproximadamente 2 m de comprimento
e tem cerca de 250 kg.

Os seres vivos: a classificação dos seres vivos, os vírus e os reinos Monera, Protoctista e Fungi 11
Mundo vivo: apresentação dos reinos
Os sistemas de classificação mais difundidos distribuem os seres vivos em cinco grandes reinos.

os critérios básicos de classificação


Para a classificação dos seres vivos em cinco grandes reinos, foram utilizados os seguintes
critérios:
tipo de organização celular: define os seres vivos em procariontes ou eucariontes, isto é, se são
destituídos ou possuidores de membrana nuclear e organelas membranosas em suas células;
número de células: considera se os seres vivos são unicelulares ou multicelulares;
tipo de nutrição: indica se os organismos são autótrofos ou heterótrofos; esse critério também
considera a maneira pela qual os heterótrofos obtêm alimento: se por absorção ou por ingestão
do material orgânico disponível.

os cinco grandes reinos


o sistema de Whittaker
De acordo com os critérios de classificação mencionados, o biólogo estadunidense Robert H.
Whittaker (1924-1980) sugeriu, em 1969, um sistema de classificação em que os seres vivos foram
divididos nos seguintes reinos: Monera, Protista, Fungi, Plantae e Animalia.
Observe no quadro a seguir as características básicas dos seres vivos que compõem cada um
desses reinos.

Reino Características

Monera Abrange todos os organismos unicelulares e procariontes, como as bactérias.

Protista Compreende os organismos unicelulares e eucariontes, como os protozoários e certas algas.


Compreende todos os fungos, que podem ser uni ou multicelulares e são organismos eucariontes
Fungi
e heterótrofos por absorção.
Abrange os organismos multicelulares, eucariontes e autótrofos. Nesse reino, também conhecido
como reino das plantas, incluem-se: certas algas multicelulares; as briófitas (como musgos e
Plantae ou Metaphyta
hepáticas); as pteridófitas (como samambaias e avencas); as gimnospermas (como pinheiros e
sequoias); as angiospermas (como ipês, limoeiros, feijão, milho).

Compreende os organismos multicelulares, eucariontes e heterótrofos, em geral, por ingestão.


Animalia ou Metazoa
Esse reino abrange todos os animais, desde os poríferos até os mamíferos.

o sistema de Margulis e schwartz


Na década de 1980, as biólogas estadunidenses Lynn Margulis e Karlene Schwartz sugeriram um
sistema de classificação também em cinco reinos, mas com algumas diferenças em relação ao sistema
proposto por Whittaker. Segundo as biólogas, os seres vivos foram divididos nos seguintes reinos:

Reino Características

Monera Compreende os seres unicelulares e procariontes, representados pelas bactérias e arqueas.

Protoctista Abrange basicamente os protozoários e as algas, sejam elas uni ou multicelulares.


Fungi Inclui os fungos.
Compreende as plantas, que são seres eucariontes, multicelulares, autótrofos e formadores
Plantae
de embriões, cujo desenvolvimento depende de nutrientes fornecidos pela planta-mãe.
Compreende os animais, seres eucariontes, multicelulares e heterótrofos, com
Animalia
representantes que vão desde os poríferos até os mamíferos.

12 Os seres vivos: a classificação dos seres vivos, os vírus e os reinos Monera, Protoctista e Fungi
PoeLzer WoLFGanG/aLaMy/LatinStock
Observe que, em relação ao sistema de classificação proposto por Whittaker, o sistema sugerido
por Margulis e Schwartz inclui todas as algas, uni ou multicelulares, em um único reino, que foi de-
nominado Protoctista. As algas multicelulares não formam embriões cujo desenvolvimento depende
dos nutrientes fornecidos pelo organismo materno. Esses embriões se formam nos componentes
do reino Plantae, de acordo com o sistema sugerido por essas biólogas. Assim, nessa classificação, as
algas multicelulares foram retiradas do reino das plantas e inclu’das no reino dos protoctistas (fig. 10).
a classificação em domínios
Em alguns sistemas de classificação criou-se uma categoria taxonômica superior ˆ dos reinos,
chamada dom’nio. E como os estudos recentes t•m mostrado que bactérias e arqueas, embora uni-
celulares e procariontes, são evolutivamente mais distantes entre si do que se imaginava, sugeriu-se
classificar os seres vivos em tr•s grandes dom’nios:
Dom’nio Bacteria: compreende todas as bactérias.
Dom’nio Archaea: compreende todas as arqueas.
Dom’nio Eukarya: abrange todos os eucariontes (protoctistas, fungos, plantas e animais).
Outros sistemas de classificação dos seres vivos t•m sido propostos. Adotaremos o sistema Fig. 10 – Ulva, exemplo de alga
idealizado por Lynn Margulis e Karlene Schwartz, na década de 1980, mas voc• verá que alguns multicelular do grupo das clorófitas.
testes e questões de vestibular utilizam o sistema de classificação sugerido por Robert H. Whittaker,
em 1969. Qualquer que seja o sistema adotado, considera-se que o mais importante é reconhecer
os principais grupos de seres vivos e as caracter’sticas que permitem classificá-los em determinada
categoria taxonômica.

Classificação dos seres vivos e parentesco evolutivo


A taxonomia é o ramo da biologia que identifica, atribui nomes cient’ficos e classifica os seres vivos em categorias hierárquicas
diversas, cuja categoria básica é a espécie.
No processo de classificação dos seres vivos em grupos, os pesquisadores procuram compreender e estabelecer o grau de paren-
tesco evolutivo entre os organismos que formam esses grupos. Para tanto, utilizam-se de evid•ncias evolutivas diversas, que podem
incluir, por exemplo, o estudo de fósseis, o estudo comparado da anatomia, da fisiologia e do material genético dos organismos, além
de aspectos comportamentais e moleculares que possam contribuir para a classificação dos seres estudados.
A filogenia (do grego phylon, “raça”; e génesis, “origem”, “geração”) estuda as relações evolutivas de um grupo de seres vivos, procu-
rando identificar suas relações ancestrais entre espécies viventes ou extintas. Essas relações filogenéticas podem então ser representadas
por meio de diagramas na forma de ‡rvores filogenŽticas ou de cladogramas.
Nas árvores filogenéticas, o termo ‡rvore se deve ao fato de essas representações gráficas de parentesco evolutivo serem orga-
nizadas por linhas que se bifurcam, ˆ semelhança de ramos de uma árvore. Nelas, quando um ramo se divide em dois ou mais novos
ramos, significa que um determinado grupo taxonômico separou-se em dois ou mais novos grupos. Veja o exemplo de uma árvore
filogenética, que reúne algumas espécies de felinos (fig. 11).
Pantera-nebulosa-de-Bornéu
Leopardo-das-neves

Neofelis nebulosa
Pantera Nebulosa
Panthera pardus

Panthera uncia
Panthera tigris
Panthera onca

Neofelis diardi
Panthera leo

Leopardo

Onça
Leão

Tigre

Hoje

FRENTE A
1
2 3

3
4 2
BIOLOGIA

5
Fig. 11 – Árvore filogenética de
6 algumas espécies de felinos.
1
OÕBRIEN, S.; JOHNSON, W. A. Evolução dos gatos.
Scientific American Brasil, ano 6, n. 63, ago. 2007. p. 56-63.

Os seres vivos: a classificação dos seres vivos, os vírus e os reinos Monera, Protoctista e Fungi 13
A árvore filogenética acima indica que:
todas as espécies consideradas têm um ancestral comum: a espécie ancestral 1.
a espécie 1 deu origem a duas novas espécies: a espécie 2 e a espécie 3.
a espécie 2 deu origem a duas outras espécies: uma delas originou leões (Panthera leo), leopardos
(Panthera pardus) e onças (Panthera onca); a outra originou tigres (Panthera tigris) e leopardos-
-das-neves (Panthera uncia). O ancestral que deu origem a leões, leopardos e onças originou duas
espécies: uma deu origem a leões e leopardos e a outra deu origem a onças.
o ancestral 3 originou duas espécies de pantera-nebulosa.
Assim, com base no compartilhamento de um ancestral comum mais recente, pode-se concluir que:
os felinos do gênero Panthera são mais aparentados entre si do que dos felinos do gênero Neofelis,
e vice-versa. Observe que os felinos do gênero Panthera compartilham um ancestral comum mais
recente (ancestral 2), enquanto os do gênero Neofelis compartilham outro ancestral comum mais
recente (ancestral 3).
Seguindo o mesmo raciocínio, pode-se deduzir que leões, leopardos e onças são mais aparentados
entre si do que com tigres e leopardos-das-neves e vice-versa.
Leões e leopardos são mais aparentados entre si do que são com onças.
A cladística, proposta pelo biólogo alemão Willi Henning (1913-1976), é atualmente o método
da sistemática filogenética cada vez mais aceito entre os cientistas. De acordo com essa abordagem,
incluem-se num mesmo grupo, denominado grupo monofilético, somente os organismos que te-
nham um ancestral comum exclusivo.
Na análise cladística, consideram-se as chamadas características primitivas e derivadas de um
grupo de organismos. As características primitivas são aquelas herdadas de um ancestral comum ex-
clusivo; as características derivadas são as “novidades evolutivas” verificadas num determinado grupo.
Um cladograma é uma representação gráfica que procura mostrar as relações de parentesco
evolutivo entre diferentes espécies ou grupos de espécies, podendo indicar as características deri-
vadas que permitiram a classificação. Os “nós” ou pontos onde os ramos se ligam correspondem
ao processo em que uma espécie ancestral origina novas espécies ou novos grupos de seres vivos; a
partir desses nós, os novos grupos passam a compartilhar as características derivadas, que podem
ser indicadas nos ramos do cladograma.
Vamos então considerar um exemplo: os vertebrados e, dentre eles, os mamíferos. Os verte-
brados constituem um grupo monofilético que herdou de um ancestral comum exclusivo a coluna
vertebral; logo, a coluna vertebral é uma característica primitiva dos vertebrados. Mas, glândulas
mamárias e pelos só aparecem nos mamíferos, constituindo “novidades evolutivas” exibidas por esses
seres. Assim, glândulas mamárias e pelos são características derivadas, já que, entre os vertebrados,
só aparecem nos mamíferos. Observe então o cladograma simplificado dos vertebrados (fig. 12).

Agnatos Condrictes Oste’ctes Anf’bios RŽpteis Aves Mam’feros


(lampreias) (tubar›es) (sardinhas) (sapos) (serpentes) (p‡ssaros) (c‹es)

Gl‰ndulas mam‡rias e pelos


Fig. 12 Ð Cladograma simplificado dos
vertebrados. O cladograma indica que Ramo
maxilas são novidades evolutivas que
Ancestral comum a anf’bios e rŽpteis
existem em condrictes, oste’ctes, anf’bios,
rŽpteis, aves e mam’feros. E gl‰ndulas
Ancestral comum a oste’ctes e anf’bios
mam‡rias e pelos são novidades evolutivas
que s— existem em mam’feros. As
novidades evolutivas observadas somente N—
nos organismos de um determinado grupo Maxilas
são chamadas apomorfias.

É importante, porém, ressaltar que árvores filogenéticas e cladogramas não representam con-
clusões definitivas sobre a história evolutiva dos organismos estudados. Esses diagramas são baseados
em certos aspectos dos organismos estudados e podem ser alterados à medida que avançam os
conhecimentos científicos.

14 Os seres vivos: a classificação dos seres vivos, os vírus e os reinos Monera, Protoctista e Fungi
para Construir

7 Segundo o sistema binomial de nomenclatura, como devem Atualmente, os seres vivos são classificados em cinco reinos:
m ser escritos os termos indicativos do g•nero, da espécie e da 1. Monera (bactérias e cianofíceas)
Ene-5
C 4
H-1 subespécie? 2. Protistas (algas e protozoários)
3. Fungi (fungos)
o termo indicativo do gênero deve ser escrito com a letra inicial
4. Animalia (animais)
maiúscula; o termo indicativo da espécie deve ser escrito depois 5. Plantae (plantas)
do gênero e com inicial minúscula; o que indica a subespécie deve
a) As tr•s formas da figura (procarioto, eucarioto A e eucario-
ser escrito depois do nome da espécie e com inicial minúscula. to B) deram origem aos cinco reinos acima. Identifique os
reinos originados de cada uma dessas tr•s formas. Justifi-
que sua resposta.
8 Uma pessoa leu numa revista os seguintes nomes cientí-
Procarioto: deu origem ao reino Monera, formado por seres
ficos para um mosquito e para uma rã, respectivamen-
te: Anopheles (Nyssorhynchus) darlingi e Rana esculenta unicelulares e procariontes; eucarioto a: originou os protistas
marmorata. Sabendo que o mosquito e a rã considerados heterótrofos, o reino dos fungos e o reino dos animais, pois
pertencem, respectivamente, ˆs espécies Anopheles darlingi todos eles são eucariontes e heterótrofos; eucarioto b: originou
e Rana esculenta, a que se referem os termos Nyssorhynchus os protistas autótrofos (algas) e o reino das plantas, pois
e marmorata? Justifique sua resposta.
esses seres são eucariontes e autótrofos fotossintetizantes.
o termo Nyssorhynchus refere-se ao subgênero do mosquito em
questão. assim, deve ser escrito entre parênteses e com inicial
maiúscula. o termo marmorata refere-se à subespécie; por isso, b) Com base nos dados da figura, qual seria a melhor carac-
terística para separar procariotos e eucariotos? Justifique
é escrito depois do nome da espécie e com inicial minúscula.
sua resposta.
os procariontes são destituídos de núcleo delimitado por
9 (UFMG) A partir de conhecimentos sobre as regras de no- membrana, ao contrário do que se verifica entre os seres
menclatura zool—gica, responda a esta questão: eucariontes.
Com qual das f•meas citadas o macho de Anopheles
(Nyssorhynchus) triannulatus pode cruzar e produzir descen-
dentes férteis, através de várias gerações? b 11 (Fatec-SP) A figura a seguir representa uma árvore filogenética,
a) Anopheles (Nyssorhynchus) aquasalis m
Ene-7
referente ˆ classificação dos seres vivos em cinco reinos, bem
C 1
b) Anopheles (Nyssorhynchus) triannulatus davisi H-2 como alguns seres vivos pertencentes a cada um desses reinos.
c) Anopheles (Nyssorhynchus) albitarsis domesticus

reProduÇÃo/<WWW.MundobioLoGia.coM/2014/05/05/
oS-reinoS-de-SereS-vivoS-reSuMo.HtML>
m
Ene-4
d) Anopheles (Nyssorhynchus) brasiliensis C 4
H-1
e) Anopheles (Nyssorhynchus) intermedius
m
Ene-5
C 7
10 (UFRJ) A vida surgiu na Terra há mais de 3 bilhões de anos. H-1

m
Ene-5
Uma das primeiras formas de vida foram os procariotos pri-
C 7
H-1 mitivos, que eram organismos unicelulares, formados por
uma membrana e protoplasma. Esses procariotos, através
m
Ene-7
C 1 do tempo, foram incorporando DNA, mitoc™ndrias, alguns
H2
-
incorporaram nœcleo e outros incorporaram cloroplastos,
como mostra o esquema a seguir.

FRENTE A
dna
núcleo dna Mitocôndria dna Mitocôndria BIOLOGIA

núcleo
Procarioto eucarioto a eucarioto b
cloroplasto

Pensando nas características de alguns seres representados


Procarioto primitivo na árvore filogenética, é correto afirmar que o reino: e

Os seres vivos: a classificação dos seres vivos, os v’rus e os reinos Monera, Protoctista e Fungi 15
a) Animalia agrupa os seres vivos unicelulares e multicelula- 13 (UEL-PR) A árvore filogenética, representada a seguir, foi
res, organizados em vertebrados e invertebrados. m construída com base nas comparações de DNA e proteínas.
Ene-5
b) Fungi é formado por seres vivos autótrofos, como cogu- C 7
H-1
L•mures
melos e bolores.
c) Protoctista reúne algas e protozoários, exclusivamente Macacos do Velho Mundo
multicelulares.
Macacos do Novo Mundo
d) Monera inclui as bactérias, que não têm núcleo nem ma-
terial genético. Gib›es
e) Plantae agrupa seres vivos multicelulares, clorofilados e
Orangotangos
eucariontes.
Gorilas
12 (Fuvest-SP) Examine a árvore filogenética a seguir: c
ChimpanzŽs
m
Ene-5

ar
C 7

ra -m
H-1
ixe io

o
Seres humanos
Pe o‡r

O a-d
Pr ria

ro
oz

ia

sa

l

tre

l
ra
le
ot
c

st
s

Com base na análise dessa árvore filogenética, assinale a al-


Co
Ba

Ba

Es
P‡

ternativa correta. e
a) O grupo formado pelos lêmures é o mais recente, porque
divergiu há mais tempo de um ancestral comum.
b) Os chimpanzés apresentam maior proximidade filogené-
tica com os gorilas do que com os humanos.
c) Os gorilas compartilham um ancestral comum mais re-
cente com os gibões do que com o grupo formado por
chimpanzés e seres humanos.
Esperamos encontrar maior semelhança entre genes de: c d) Os gorilas são os ancestrais comuns mais recentes do gru-
a) Bactéria e protozoário. d) Estrela-do-mar e ostra. po formado por chimpanzés e seres humanos.
b) Peixe e baleia. e) Ostra e coral. e) Os macacos do Velho Mundo e do Novo Mundo apresen-
c) Baleia e pássaro. tam grande proximidade filogenética entre si.

TAREFA PARA CASA: Para praticar: 7 a 10 Para aprimorar: 7 a 10

veja, no Guia do Professor, as respostas da “tarefa para casa”. as resoluções encontram-se no portal, em resoluções e Gabaritos.

tareFa para Casa


As resoluções dos exercícios encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

para pratiCar 3 (Unirio-RJ) Se reunirmos as famílias Canidae (cães), Ursidae


(ursos), Hyaenidae (hienas) e Felidae (leões), veremos que to-
dos são carnívoros, portanto, pertencem à(ao) mesma(o):
1 (UFBA) O conjunto de indivíduos semelhantes e capazes de
m intercruzarem-se, produzindo descendentes férteis, define, a) espécie.
Ene-4
C 4
H-1 biologicamente: b) ordem.
a) comunidade. c) subespécie.
b) família. d) família.
c) gênero. e) gênero.
d) espécie.
4 (Udesc) O cão doméstico (Canis familiaris), o lobo (Canis
e) clone.
lupus) e o coiote (Canis latrans) pertencem a uma mesma
2 (FCMSCSP) Qual dos seguintes grupos contém a menor va- categoria taxonômica. Esses animais fazem parte de um(a)
riedade de organismos? mesmo(a):
a) Mamíferos. a) gênero.
b) Carnívoros. b) espécie.
c) Felídeos. c) subespécie.
d) Panthera. d) raça.
e) Panthera leo. e) variedade.

16 Os seres vivos: a classifica•‹o dos seres vivos, os v’rus e os reinos Monera, Protoctista e Fungi
5 (UFPA) Na classifica•‹o biol—gica, as ordens se constituem d) os v’rus e as bactŽrias.
pela uni‹o de: e) todos os organismos unicelulares.
a) g•neros.
10 (UFPA) Organismos eucariotos, com mitoc™ndrias, sem cloro-
b) classes.
plastos, com nutri•‹o heterotr—fica por ingest‹o, s‹o classifi-
c) filos.
cados no reino:
d) fam’lias.
e) Nenhuma das anteriores. a) Monera.
b) Animalia.
6 (UFPB) No quadro abaixo, est‹o elencados os g•neros e as c) Fungi.
m
Ene-4
fam’lias a que pertencem diferentes mam’feros da Ordem d) Plantae.
C 4
H-1 Carnivora. e) Protista.
m
Ene-5
C 7
H-1 RAPOSA COIOTE CÌO LOBO URSO
para apriMorar
G•nero Urocyon Canis Canis Canis Ursus
1 (UFPA) Quando dois organismos pertencem ˆ mesma classe,
Fam’lia Canidae Canidae Canidae Canidae Ursidae obrigatoriamente devem pertencer:
a) ˆ mesma ordem.
Da an‡lise do quadro, espera-se que o maior grau de seme- b) ˆ mesma fam’lia.
lhan•a seja encontrado entre:
c) ˆ mesma espŽcie.
a) C‹es, ursos e raposas. d) C‹es, raposas e coiotes. d) ao mesmo g•nero.
b) Raposas e c‹es. e) Ursos, c‹es e lobos.
e) ao mesmo filo.
c) Coiotes, c‹es e lobos.
2 (Cesgranrio-RJ) As categorias taxon™micas em zoologia s‹o
7 (Unisa-SP) Com base nas regras de nomenclatura, indique a
ordenadas, de modo ascendente, da seguinte forma:
alternativa incorreta.
a) espŽcie, g•nero, ordem, fam’lia, classe e filo.
a) Homo sapiens.
b) filo, classe, fam’lia, ordem, g•nero, espŽcie.
b) Trypanosoma cruzi.
c) Rana esculenta marmorata. c) filo, ordem, classe, fam’lia, g•nero, espŽcie.
d) Rhea americana americana. d) filo, classe, ordem, fam’lia, g•nero, espŽcie.
e) Anopheles Nyssurhynchus darlingi. e) espŽcie, g•nero, fam’lia, ordem, classe e filo.

8 (Unisinos-RS) Um aluno, ao observar os seres vivos micros- 3 (PUC-SP) O diagrama a seguir mostra as principais categorias
c—picos de um charco, verifica a grande quantidade de se- taxon™micas a que pertencem o c‹o e o gato.
m
Ene-4
C 4 res eucariontes unicelulares, coloniais ou n‹o, e, com a ajuda
H-1 A an‡lise do diagrama permite dizer que os dois animais s‹o
da bibliografia, consegue identificar um microrganismo do inclu’dos na mesma categoria atŽ:
g•nero Euglena, que apresenta caracter’sticas tanto animais
como vegetais, sendo autotr—ficos ou heterotr—ficos, depen- Chordata
dendo da presen•a ou aus•ncia de luz, e deslocando-se atra-
vŽs do movimento de um flagelo. Mammalia

Considerando o sistema de classifica•‹o de Whittaker (1969),


o aluno concluir‡, pelas caracter’sticas observadas, que tal or- Carnivora
ganismo pertence ao reino:
Canidae Felidae
a) Animalia.

FRENTE A
b) Metaphyta.
Canis Felis
c) Protista.
d) Monera.
Canis familiaris Felis catus
e) dos v’rus.
BIOLOGIA

a) classe.
9 (UEPG-PR) S‹o representantes do reino Monera: b) fam’lia.
a) os fungos, as algas e as bactŽrias. c) filo.
b) as bactŽrias e as arqueas. d) g•nero.
c) os protozo‡rios e as bactŽrias. e) ordem.

Os seres vivos: a classifica•‹o dos seres vivos, os v’rus e os reinos Monera, Protoctista e Fungi 17
4 (Vunesp) No ano de 1500, os portugueses já se referiam ao Em relação ao sistema de classificação biológica e às regras
m Brasil como “Terra dos Papagaios”, incluindo nessa designa- de nomenclatura, assinale a alternativa correta.
Ene-7
C 1 a) Por serem gatos, as três espécies citadas anteriormente
H-2 ção os papagaios, araras e periquitos. Essas aves pertencem
a uma mesma família da ordem Psittaciformes. Entre elas, pertencem à mesma categoria taxonômica: classe Felideae.
m
Ene-4 podem-se citar: b) Leopardus tigrinus e Leopardus wiedii pertencem aos mes-
C 4
H1
-
mos gênero e ordem, não podendo fazer parte da mesma
m
Ene-5 Araras Papagaios Periquitos família.
C 7
H-1 c) No grupo mencionado, estão catalogadas três espécies e
Papagaio- Periquito-de-
Arara-vermelha dois gêneros diferentes de felinos.
-verdadeiro -cabeça-azul
(Ara chloroptera) d) Oncifelis colocolo representa uma espécie diferente de
(Amazona aestiva) (Aratinga acuticaudata)
gato nativo, enquanto Leopardus tigrinus e Leopardus
Papagaio-da- wiedii são raças diferentes de uma mesma espécie.
Arara-canga Periquito-rei
-cara-roxa e) Tigrinus é o nome da espécie de gato nativo com maior
(Ara macau) (Aratinga aurea)
(Amazona brasiliensis) distribuição geográfica no grupo citado.
Papagaio-chauá Periquito-da-
Arara-canindé 7 Determine as características comuns aos componentes dos rei-
(Amazona -caatinga
(Ara ararauna) nos Metaphyta e Metazoa. Depois estabeleça a diferença básica
rhodocorytha) (Aratinga cactorum) entre eles.
O grupo de aves relacionadas compreende:
a) 3 espécies e 3 gêneros. 8 (Cesgranrio-RJ) Há mais de dez milhões de tipos de organis-
b) 9 espécies e 3 gêneros. m
Ene-5
mos na biosfera. Desde Aristóteles, os cientistas buscam os
C 7
c) 3 espécies de uma única família. H-1 princípios para organizar essa imensa diversidade. Atualmen-
d) 9 espécies de um mesmo gênero. m te existem cinco reinos. Indique a alternativa que apresenta a
Ene-1
C 1 sequência dos reinos exemplificados nos esquemas abaixo.
e) 3 espécies de uma única ordem. H-

m
5 (UFBA) No diagrama ao la- i Ene-7
C 1
H-2
m
Ene-5
do, em que se exemplifica
C 7 ii
H-1 esquematicamente o siste-
ma de classificação dos se-
res vivos em grupos inclusi-
1 2 3 4 5
vos, I representa espécie e III
representa família. II corres- iii

ponde à representação de: a) Fungi, Monera, Metaphyta, Protista, Metazoa.


b) Monera, Protista, Fungi, Metaphyta, Metazoa.
a) uma classe.
c) Protista, Fungi, Metaphyta, Metazoa, Monera.
b) um filo.
d) Metazoa, Metaphyta, Monera, Protista, Fungi.
c) um gênero.
e) Fungi, Protista, Monera, Metazoa, Metaphyta.
d) uma subespécie.
e) uma ordem. 9 (UTFPR) O nome científico não fornece apenas uma identi-
6 (UPE) Na lista oficial de espécies ameaçadas da fauna brasilei- dade para um organismo, fornece também pistas acerca de
ra, na categoria vulnerável, incluem-se nossos gatos nativos suas relações com outros organismos. Os fungos estão em
m
Ene-4
C 4
não domesticados: todos os lugares do planeta. Muitos fungos são de grande
H-1
importância para nós, como o Penicillium notatum, respon-
sável pela produção da penicilina, o Penicillium roqueforti e
Leopardus tigrinus (Schreber, 1775) – Nome popular:
gato-do-mato. Categoria de ameaça: Vulnerável; UF: o Penicillium camemberti, responsáveis por aparência, sabor,
AL, AM, AP, BA, CE, DF, ES, GO, MA, MG, MS, MT, PA, PB, odor e textura dos queijos Roquefort e Camembert, respec-
PE, PI, PR, RJ, RN, RR, RS, SE, SC, SP, TO tivamente. Também encontramos fungos nos processos de
fermentação, como o Saccharomyces cerevisiae, na fermen-
Leopardus wiedii (Schinz, 1821) – Nome popular: gato-
tação da cerveja, e o Aspergillus oryzae, na fermentação do
-maracajá. Categoria de ameaça: Vulnerável; UF: AC,
saquê. O Aspergillus flavus e o Aspergillus parasiticus são fun-
AM, AP, BA, DF, ES, GO, MA, MG, MS, MT, PA, PI, PR, RJ,
gos produtores de micotoxinas, como as aflatoxinas, que são
RO, RR, RS, SC, SP, TO
potentes agentes causadores de câncer de fígado.
Oncifelis colocolo (Molina, 1810) – Nome popular: gato-
-palheiro. Categoria de ameaça: Vulnerável; UF: BA, DF, O texto acima destaca a importância de se classificar corre-
GO, MG, MS, MT, PI, RS, SP, TO tamente os fungos. Entre as alternativas a seguir, é incorreto
afirmar que:

18 Os seres vivos: a classificação dos seres vivos, os vírus e os reinos Monera, Protoctista e Fungi
a) Penicillum notatum, Penicillium roqueforti, Penicillum camemberti pertencem à mesma espécie, Penicillium.
b) Aspergillus oryzae, Aspergillus flavus, Aspergillus parasiticus pertencem ao mesmo gênero, Aspergillus.
c) Saccharomyces cerevisiae e Aspergillus oryzae pertencem a gêneros diferentes.
d) Os organismos citados no texto pertencem ao reino Fungi.
e) Penicillum notatum, Penicillium roqueforti, Penicillum camemberti pertencem à mesma família.

10 (FCMMG) Analise o esquema abaixo.


m
Ene-7
C 1 3 4 5
H-2
Plantas com
m
Ene-4 sementes
C 4
H-1 artrópodes

m
Ene-5 Fungos
C 7 anelídeos
H-1

vertebrados
Musgos

equinodermas

Platelmintos Moluscos

Samambaias

cnidários
algas
vermelhas, Poríferos
pardas e
verdes

Protozoários

2
euglena (alga unicelular)

bactérias
1

a) Indique, de acordo com o esquema, os nomes dos reinos de cada grupo de organismos apresentados de 1 a 5.
b) Com relação aos organismos dos reinos 1 e 2, cite uma semelhança e uma diferença entre eles.
c) Qual a principal diferença entre os organismos dos reinos 3 e 5, em relação à capacidade de obtenção de alimentos?

ANOTAÇÕES

FRENTE A
BIOLOGIA

Os seres vivos: a classifica•‹o dos seres vivos, os v’rus e os reinos Monera, Protoctista e Fungi 19
CAPÍTULO

2 Os vírus

Objetivos: Os vírus (do latim virus, “veneno” ou “toxina”) medem, em geral, de 20 a 300 nanômetros. Um na-
nômetro (símbolo: nm) equivale a 0, 000001 mm ou 1 milionésimo de milímetro. Assim, os vírus, em sua
c Reconhecer as maioria, podem ser observados somente com o uso de microscópios eletrônicos. Mas, há alguns anos,
características gerais
foram descobertos certos tipos de vírus que podem ser, também, observados ao microscópio óptico.
dos vírus.
Os vírus são capazes de provocar doenças em moneras, protoctistas, fungos, plantas e animais;
c Compreender essas doenças são genericamente chamadas de viroses.
o processo de Neste capítulo, você vai estudar alguns aspectos associados à estrutura e à reprodução dos vírus,
reprodução dos vírus. além das principais doenças que eles causam nos seres vivos.

c Identificar as principais

CAvAllINI JAMes/ BsIP/AlAMy/lATINsToCk

sPl/lATINsToCk
A B
viroses humanas, sua
forma de transmissão
e medidas de
prevenção.

Fig. 1 – Exemplos de vírus: (A) um dos vírus


da gripe que provoca infecções no sistema
respiratório (ampliação não fornecida) e (B)
um dos vírus Ebola causador de grave febre
hemorrágica (ampliação não fornecida).
(Imagens obtidas por microscópio eletrônico
e coloridas artificialmente.)

CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS VÍRUS


Os vírus são constituídos basicamente por uma cápsula proteica, também conhecida como
capsídeo, que abriga em seu interior, em geral, apenas um tipo de ácido nucleico: DNA ou RNA. Os
vírus que provocam nos seres humanos a catapora, a hepatite B e o herpes simples labial e genital
são portadores de DNA; já os causadores da gripe, do sarampo e da dengue são exemplos de vírus
que têm RNA (fig. 2).
Destituídos de membrana plasmática, citosol, organelas citoplasmáticas e núcleo, os vírus não
possuem organização celular. Além disso, não apresentam metabolismo próprio e se reproduzem
apenas no interior de células vivas. Penetrando em uma delas, reproduzem-se em seu interior utilizan-
do a energia, substâncias diversas e organelas da célula hospedeira. Por isso, são considerados parasitas
intracelulares obrigatórios. Quando estão fora de células vivas, permanecem inativos, podendo até
mesmo formar cristais.

20 Os seres vivos: a classificação dos seres vivos, os vírus e os reinos Monera, Protoctista e Fungi
Há cientistas que não consideram os vírus seres vivos, por serem destituídos de metabolismo
próprio e permanecerem inativos quando fora de uma célula hospedeira. Outros consideram os vírus
seres vivos, por possuírem ácido nucleico e serem capazes de se reproduzir, ainda que à custa da célu-
la hospedeira. Os vírus não são inseridos em nenhum dos cinco reinos descritos no capítulo anterior.

MAsPI/ARquIvo dA edIToRA
Proteína
Cabeça
dNA

Cápsula
com RNA

espiral de
proteína Cauda

vírus da gripe
vírus
bacteriófago Fig. 2 – Esquema de vírus bacteriófago (vírus que
parasita bactéria) e de vírus da gripe.

A REPRODU‚ÌO DOS VÍRUS

lee sIMoN/sPl/PhoTo ReseARCheRs INC.


No estudo do ciclo reprodutivo dos vírus, utilizaremos como exemplo os bacteriófagos ou
fagos, vírus parasitas de certas bactérias (fig. 3).
Quando um bacteriófago entra em contato com uma bactéria hospedeira, acopla-se a ela por
meio da cauda e perfura a membrana celular. Então, o ácido nucleico viral – nesse caso, o DNA – é
injetado no interior da bactéria, de modo que a cápsula proteica permanece fora da célula. Uma vez
no interior da bactéria, o DNA do bacteriófago passa a interferir no metabolismo celular, orientando a
síntese de novos ácidos nucleicos virais, à custa da energia e dos componentes bioquímicos da bactéria.
vírus
MAsPI/ARquIvo dA edIToRA
Ácido nucleico (dNA)
Cápsula de proteína

Bactéria

dNA viral
Fig. 3 – Vírus bacteriófagos atacando
Cápsula uma bactéria. Eles injetam seu material
1 proteica genético no interior da bactéria,
vazia deixando a cápsula proteica fora da célula
Cromossomo
bacteriano
bacteriana. As áreas escuras no interior
da bactéria correspondem a novos
2
vírus em formação. (Imagem obtida
por microscópio eletrônico e colorida
6
artificialmente; ampliação de 70 mil
3 vezes.)
5 FRENTE A
4
Fig. 4 – Esquema da reprodução de um
BIOLOGIA

bacteriófago. Os vírus se reproduzem somente


no interior de uma célula viva: não possuem
ribossomos para a síntese das próprias
proteínas nem enzimas capazes de viabilizar a
1. vírus em contato com a célula hospedeira 4. síntese de cápsulas proteicas produção das proteínas e dos ácidos nucleicos.
2. Injeção do dNA viral 5. Produção de unidades virais
Assim, para sua reprodução utilizam o
3. Multiplicação do dNA viral 6. lise da bactéria e liberação de novos vírus
equipamento bioquímico da célula hospedeira.

Os seres vivos: a classificação dos seres vivos, os vírus e os reinos Monera, Protoctista e Fungi 21
Paralelamente, e ainda utilizando o arsenal bioquímico da célula hospedeira, o ácido nuclei-
co viral orienta a síntese de outras moléculas, como proteínas, que basicamente organizam novas
cápsulas proteicas. Em cada cápsula abriga-se um DNA viral, configurando a formação de um novo
vírus. No fim do processo, formam-se vários novos vírus (fig. 4). As novas unidades virais promovem,
então, a ruptura ou lise da membrana bacteriana e são liberadas, podendo infectar outra célula e
começar um novo ciclo.
Em vários casos, os vírus penetram totalmente no interior da célula hospedeira. É o que se
verifica, por exemplo, quando os vírus da gripe infectam células que revestem as vias respiratórias
humanas: o vírus adere à membrana da célula hospedeira e penetra inteiramente no citoplasma, onde
libera moléculas de RNA. Então, esses ácidos nucleicos migram para o interior do núcleo da célula e
passam a se reproduzir, iniciando o processo de formação de novos vírus.

A IMPORTÂNCIA DOS VÍRUS


Os vírus atuam como parasitas de seres vivos diversos, como bactérias, plantas e animais. Podem
causar várias doenças nos seres humanos e provocar danos à agricultura e à pecuária, parasitando
plantas cultivadas e animais de criação.
O mosaico comum do feijoeiro é um exemplo das várias doenças causadas por vírus em plantas;
as folhas das plantas podem se apresentar enroladas e com lesões diversas, entre outros sintomas.
A cinomose é uma das principais doenças causadas por vírus em cães
NATuRe ColleCTIoN/AlAMy/lATINsToCk

domésticos, além de lobos, raposas e outros carnívoros silvestres. Entre os


sintomas dessa doença incluem-se distúrbios gastrointestinais (diarreias, vô-
mitos), febre, convulsões e paralisias musculares.
Os vírus apresentam elevada especificidade de hospedeiros, que vêm sendo
objeto de pesquisas diversas. Assim, várias espécies de vírus são atualmente empre-
gadas no combate a certos insetos daninhos à agricultura. É o caso do Baculovirus
anticarsia, um tipo de vírus que parasita e mata as lagartas-da-soja (fig. 5), insetos
que se alimentam das folhas da planta, comprometendo seu desenvolvimento.
Essa técnica de combate a espécies indesejáveis aos interesses humanos
Fig. 5 – Lagarta-da-soja: daninha à agricultura, pode ser combatida utilizando os inimigos naturais – como os parasitas, por exemplo – é chama-
com a utilização de vírus. da controle biol—gico.

PARA CONSTRUIR

1 Em relação aos vírus:


m
Ene-4 a) identifique duas características exclusivas desses seres, ou seja, características que não são verificadas nos demais seres vivos.
C 4
H-1
Ausência de organização celular e de metabolismo próprio.

b) diversos pesquisadores consideram os vírus como formas rudimentares de vida. Assim, são por eles considerados seres vivos,
ainda que destituídos de metabolismo próprio. Explique por quê.
devido à presença de material genético e à capacidade de reprodução, ainda que somente no interior de células vivas.

c) explique por que eles são considerados parasitas intracelulares obrigatórios.


os vírus são parasitas intracelulares obrigatórios porque se reproduzem necessariamente no interior de células vivas, utilizando para tanto o
equipamento bioquímico da célula hospedeira.

2 “Os vírus reproduzem-se no interior de células vivas. Mas nem sempre eles penetram ‘inteiros’ na célula que infectam; parte deles
pode permanecer fora da célula hospedeira”.
Você concorda com essa afirmação? Justifique sua resposta.
sim. Muitas vezes, apenas o material genético é injetado no interior da célula hospedeira: a cápsula de proteína permanece fora da célula.

22 Os seres vivos: a classificação dos seres vivos, os vírus e os reinos Monera, Protoctista e Fungi
3 Uma pessoa fez as seguintes afirmações sobre os vírus:
m I. geralmente os vírus são visualizados com o uso de microscópios eletrônicos.
Ene-1
C 1
H- II. parasitam apenas células animais.
m III. não possuem organização celular, mas são seres metabolicamente ativos mesmo quando se encontram fora de um organismo
Ene-4
C 4 que pode ser por eles parasitado.
H1
-

Você concorda com todas essas afirmações? Por quê?


Não. A afirmação II está errada porque os vírus podem parasitar outros seres, além dos animais, como plantas e bactérias. A afirmação III também
está errada; está certo que os vírus não possuem organização celular, mas eles não têm metabolismo próprio e permanecem inertes quando estão
fora de uma célula viva.

4 (Fuvest-SP) Bacteriófagos foram tratados com fósforo e enxofre radiativos. Sabendo que o fósforo se incorpora ao DNA e que o en-
m xofre se incorpora às proteínas virais, que tipo de radiatividade você espera encontrar no interior de uma célula hospedeira desses
Ene-4
C 4 vírus? Por quê?
H-1

Como o vírus injeta o dNA na célula hospedeira, deve-se encontrar em seu interior o fósforo radiativo. Já o enxofre, que se incorpora às proteínas,
permanece fora da célula, uma vez que a cápsula proteica normalmente não penetra na célula parasitada.

5 (Fuvest-SP) Com o objetivo de promover a reprodução de certo vírus bacteriófago, um estudante incubou vírus em meio de cul-
tura esterilizada, que continha todos os nutrientes necessários para o crescimento de bactérias. Ocorrerá a reprodução dos vírus?
Por quê?
Não, porque os vírus são dependentes dos ribossomos e das enzimas da célula hospedeira para a reprodução, pois são destituídos desses
componentes. Assim, os vírus somente se reproduzem no interior de células vivas.

6 (Fuvest-SP) Os bacteriófagos são constituídos por uma molécula de DNA envolta em uma cápsula de proteína. Existem diversas
espécies, que diferem entre si quanto ao DNA e às proteínas constituintes da cápsula. Os cientistas conseguem construir partículas
virais ativas com DNA de uma espécie e cápsula de outra. Em um experimento, foi produzido um vírus contendo DNA do bacterió-
fago T2 e cápsula do bacteriófago T4. Pode-se prever que a descendência desse vírus terá: c
a) cápsula de T4 e DNA de T2. d) cápsula e DNA, ambos de T4.
b) cápsula de T2 e DNA de T4. e) mistura de cápsulas e DNA de T2 e T4.
c) cápsula e DNA, ambos de T2.

7 (Udesc) Assinale a alternativa incorreta a respeito das características gerais dos vírus. c
a) Muitos vírus são específicos em relação ao hospedeiro; atacam apenas um tipo de célula ou poucos tipos.
b) Os vírus são considerados parasitas intracelulares obrigatórios, pois são capazes de se multiplicar apenas no interior de células
hospedeiras.
c) Um vírus é um organismo acelular, constituído basicamente por um capsídeo proteico e por moléculas de DNA e RNA.
d) Infecção viral consiste na penetração do vírus no interior da célula hospedeira.
e) Após a adesão do vírus à membrana plasmática da célula hospedeira, pode haver a entrada de todo o vírus no interior celular
ou apenas do seu material genético.

TAREFA PARA CASA: Para praticar: 1 a 4 Para aprimorar: 1 a 4

PRINCIPAIS VIROSES HUMANAS


FRENTE A
São vários os exemplos de doenças causadas por vírus nos seres humanos. No entanto, são
relativamente poucos os medicamentos eficazes utilizados para combater esses microrganismos.
A prevenção é a maneira mais eficaz de combate às viroses. Ela inclui a adoção de medidas
como saneamento básico, cuidados com a higiene, preservação de ambientes naturais e vacinação.
As vacinas antivirais são geralmente preparadas com vírus inativos ou atenuados (tornados me-
BIOLOGIA

nos virulentos ou agressivos). Ao receber uma vacina, o organismo humano entra em contato com
os vírus nela existentes e passa a produzir anticorpos específicos. Após a vacinação, algumas células
do organismo passam a atuar como “células de memória”, e podem se tornar ativas na produção de
anticorpos caso a pessoa seja infectada. Assim, geralmente evita-se o estabelecimento da doença.
Vamos destacar os principais exemplos de viroses humanas.

Os seres vivos: a classifica•‹o dos seres vivos, os v’rus e os reinos Monera, Protoctista e Fungi 23
Esquema do v’rus da Aids
Aids
Glicoproteínas A Aids (sigla de acquired immunodeficiency syndrome), ou síndrome da
(proteínas ligadas a cadeias de açúcar) imunodeficiência adquirida, é caracterizada por intensa debilitação do sistema
Membrana de lipídio imune (ou imunitário) com o consequente desenvolvimento de um conjunto
de infecções provocadas por diversos microrganismos.
Proteínas
da estrutura
A palavra síndrome refere-se ao conjunto de sinais e de sintomas que
MAsPI/ARquIvo dA edIToRA

central pode ser produzido por mais de uma causa. O termo imunodeficiência indica
que o sistema imune do organismo encontra-se debilitado. Uma enfermidade
é caracterizada como adquirida quando o indivíduo a contraiu em qualquer
época de sua vida, sem influência hereditária.
O vírus da Aids foi batizado como HIV, sigla da expressão human
immunodeficiency virus, que quer dizer “vírus da imunodeficiência humana”. Ele
Transcriptase foi isolado em 1983, na França, pelo médico e professor Luc Montagnier.
reversa (enzima) O HIV é portador de RNA e de uma enzima denominada transcriptase
reversa. O RNA do vírus, uma vez no interior da célula hospedeira, regula a retro-
RNA (ácido ribonucleico) transcrição, isto é, a partir do RNA viral ocorre síntese de DNA, graças à ação da
Fig. 6 – O ácido nucleico presente no enzima transcriptase reversa. Devido à sua capacidade de realizar retrotranscrição,
HIV é o RNA; em presença da enzima os vírus como o HIV são chamados retrovírus. O DNA produzido regulará, então, a síntese de novas
transcriptase reversa, o RNA origina DNA. moléculas de RNA virais e das proteínas que constituirão as cápsulas virais, culminando na formação
Em seguida, o DNA integra-se ao material
genético do linfócito T e induz a formação
de novos vírus. Veja a figura 6.
de muitas moléculas de RNA. Finalmente,
novos vírus são “montados” e liberados,
Sintomas da Aids
passando a infectar outras células sadias. O HIV invade e destrói um dos tipos de leucócitos, mais especificamente os linfócitos T do
grupo CD4. Esses linfócitos estão associados à produção de anticorpos e à atividade fagocitária de
outros leucócitos.
Os testes geralmente utilizados para detectar a presença do HIV no organismo indicam a pre-
sença do vírus somente quando o sangue da pessoa contaminada apresenta um determinado nível
de anticorpos. Isso ocorre, em geral, entre seis semanas e seis meses após a contaminação.
No início da infecção, enquanto algumas pessoas manifestam sintomas muitas vezes confun-
didos com os da gripe e que podem desaparecer em alguns dias, outras não apresentam nenhum
sintoma.
Quando a redução da taxa de linfócitos T no sangue atinge determinado nível, em geral, alguns
anos após a contaminação, o sistema imune torna-se muito debilitado e o organismo fica suscetível
ao desenvolvimento de várias doenças – denominadas oportunistas, porque geralmente essas doen-
ças não se manifestam em pessoas sadias. Nessa fase surgem os sintomas da Aids, que incluem, por
exemplo, febres, diarreias, emagrecimento, inchaço de linfonodos e fadiga acentuada.
As diversas doenças oportunistas que se instalam com mais facilidade no organismo com o
sistema imune debilitado podem provocar infecções severas e até levar o indivíduo à morte.
Contágio e prevenção
Fig. 7 – Símbolo Mundial de O HIV é transmitido pelo sangue, pelo esperma e pelas secreções vaginais contaminados. Uma
Combate à Aids. mãe com o vírus também pode transmiti-lo ao bebê através da placenta ou por meio da amamentação.
B ChRIsToPheR/AlAMy/lATINsToCk

Assim, a transmissão pode ser processada das seguintes maneiras:


relações sexuais com parceiro contaminado com HIV;
transfusões com sangue contaminado com HIV;
agulhas e outros instrumentos perfurantes e cortantes contaminados com HIV;
por meio da placenta e amamentação de mães contaminadas com HIV.
Na convivência social com indivíduo portador de HIV, não há risco de o
vírus penetrar nas células da pele de uma pessoa. Portanto, abraços, apertos de
mão, uso de utensílios domésticos, toalhas, roupas de cama, banheiros, transpor-
tes coletivos e locais públicos em geral, entre outros exemplos, não constituem
vias de transmissão do HIV.
A maneira mais eficaz contra o HIV é a conscientização sobre a prevenção
(fig. 7), que pode ser feita de diversas formas:

24 Os seres vivos: a classificação dos seres vivos, os vírus e os reinos Monera, Protoctista e Fungi
usar preservativo (ÒcamisinhaÓ) nas relaç›es sexuais;
esterilizar materiais cirœrgicos e odontol—gicos, e utilizar preferencialmente agulhas e seringas
descart‡veis;
não compartilhar instrumentos cortantes com outras pessoas, como navalhas, giletes e alicates de cutícula;
no caso de mulheres com HIV, se engravidarem, procurar orientação mŽdica em relação ˆ gestação,
ao parto e ˆ amamentação, para diminuir ou evitar a possibilidade de cont‡gio do beb•.
Ainda não existem vacinas nem medicamentos para a cura da Aids. Alguns medicamentos,
no entanto, podem retardar a evolução dessa enfermidade, atuando como inibidores da enzima
transcriptase reversa, essencial para a ocorr•ncia da retrotranscrição, ou então inibidores de enzimas
proteases relacionadas com a formação da c‡psula proteica do HIV.
Nos chamados coquetŽis antivirais, Ž comum a utilização combinada desses

CdC / BsIP/AlAMy/lATINsToCk
dois tipos de medicamentos inibidores. Mas, embora eficazes, esses coquetŽis po-
dem provocar efeitos colaterais, como diarreias, n‡useas e anemia, entre outros.
Dengue
A dengue Ž causada por vírus transmitidos aos seres humanos pela picada
de f•meas do mosquito Aedes aegypti (fig. 8).
O Aedes aegypti Ž um mosquito escuro, pequeno e delgado, que possui h‡-
bitos diurnos e pode viver dentro ou nas proximidades das habitaç›es humanas.
Esse mosquito reproduz-se em ‡gua parada, como lagos, ‡gua contida em garrafas,
vasos e pneus velhos jogados em quintais, entre outros exemplos.
Sintomas da dengue
Fig. 8 – Fêmea do mosquito Aedes aegypti
O período de incubação do vírus da dengue Ž de alguns dias. A dengue cl‡ssica, que representa sobre a pele humana.
a forma mais branda da doença, manifesta-se por febre sœbita, com duração de quatro a cinco dias,
acompanhada de fortes dores musculares e nas articulaç›es —sseas Ð daí a denominação Òquebra-
-ossosÓ, que alguns usam para designar a doença. Podem surgir manchas avermelhadas no corpo,
dores de cabeça e nítida sensação de cansaço. AlŽm disso, o doente pode manifestar fotofobia (aver-
são ˆ luz), lacrimação, inflamação na garganta e sangramento na boca e no nariz. Depois de mais ou
menos uma semana, essas manifestaç›es desaparecem gradualmente. Em sua forma mais simples, a
dengue geralmente não Ž mortal, mas, principalmente em pessoas desnutridas e debilitadas, pode
levar ˆ morte. Nos casos mais graves ocorrem hemorragias intestinais, v™mitos e inflamação do
fígado, sintomas característicos da dengue hemorr‡gica.
Tratamento
Não existe tratamento específico da doença, apenas tratamento sintom‡tico, que significa uma
medicação que se restringe a diminuir os sintomas da doença, como a febre e a dor de cabeça. O
repouso Ž necess‡rio, e os casos mais graves precisam de internação hospitalar para ter o devido
acompanhamento mŽdico.
Existem dois tipos b‡sicos de dengue Ð a cl‡ssica e a hemorr‡gica Ð e quatro variedades de
vírus causadores da doença. A pessoa infectada por uma dessas variedades adquire imunidade para
o restante da vida em relação ao tipo de vírus adquirido, mas não em relação aos outros tr•s tipos.
Se uma pessoa que j‡ teve dengue adquirir outro tipo de vírus da dengue, para o qual não tem imu-
nidade, a doença pode evoluir para a dengue hemorr‡gica.
Prevenção
Como não existe vacina contra a dengue, a prevenção se d‡ pelo combate aos mosquitos
transmissores. Para isso, devem ser tomadas as seguintes medidas profil‡ticas:
eliminar os locais onde o Aedes aegypti se reproduz, não deixando acumular ‡gua no interior de FRENTE A
garrafas, latas vazias e pneus velhos, entre outros exemplos;
tampar caixas-dÕ‡gua, tanques, filtros e qualquer outro reservat—rio de ‡gua dentro ou fora de casa;
preencher pratinhos de vasos de plantas com areia ou terra;
BIOLOGIA

em caso de tratamento domŽstico, manter o doente em recinto fechado, evitando o contato com os
mosquitos Aedes, que podem pic‡-lo e, assim, contaminar a família e os vizinhos, se os picarem tambŽm;
usar tela protetora em janelas e portas para impedir o acesso do mosquito ˆs moradias, principal-
mente em habitaç›es pr—ximas de lagos, rios e represas;
utilizar inseticidas de maneira adequada e quando necess‡rio.

Os seres vivos: a classificação dos seres vivos, os vírus e os reinos Monera, Protoctista e Fungi 25
PARA CONSTRUIR

8 Considerando o HIV, responda: 10 A dengue é uma doença causada por um vírus transmitido
m
Ene-4 a) Por que ele é considerado um retrovírus? m
Ene-4
aos seres humanos por meio da picada de fêmeas do mos-
C 4 C 4
H-1 H-1 quito Aedes aegypti.
A denominação retrovírus refere-se ao fato de esse tipo de
a) Cite alguns sintomas exibidos por uma pessoa com dengue.
vírus realizar retrotranscrição, isto é, RNA produzir dNA com a
dores musculares e nas articulações, dores de cabeça, febre e
participação da enzima transcriptase reversa.
manchas avermelhadas espalhadas pelo corpo, entre outros
sintomas.

b) Identifique as principais formas de contaminação pelo b) Identifique três medidas necessárias para o combate ao
HIV. mosquito transmissor.
o agente transmissor (vetor) da dengue é o mosquito Aedes
Relações sexuais sem preservativo com parceiros portadores
aegypti. o combate a esse mosquito compreende:
de hIv, transfusões de sangue contaminado pelo hIv e uso de
• eliminação de locais em que o mosquito transmissor possa se
seringas contaminadas pelo hIv.
reproduzir;
• uso de telas que dificultem o acesso do mosquito às moradias;
c) Cite duas medidas preventivas contra a contaminação • combate ao mosquito com o uso adequado de inseticidas;
pelo HIV.
• cuidado para que a pessoa doente em tratamento não seja picada
uso de preservativos nas relações sexuais e não compartilhar
pelo mosquito, infectando-o e possibilitando a transmissão do vírus
com outras pessoas instrumentos cortantes, como giletes e
para outras pessoas.
navalhas.

11 (Unicamp-SP) Um pouco alarmado com a elevada ocorrên-


d) Os coquetéis antivirais usados no combate ao HIV incluem cia de dengue transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, um
geralmente medicamentos capazes de inibir a ação da morador de Campinas telefonou para a Sucen (Superinten-
transcriptase reversa e de proteases virais. Que tipos de dência de Controle de Endemias) e relatou que havia sido pi-
moléculas são essas e qual seu papel no processo de mul- cado na mata, à noite, por um mosquito grande e amarelado.
tiplicação do HIV? Relatou também que, no dia seguinte, começou a ter febre
são enzimas. A transcriptase reversa possibilita a retrotranscrição, e sentir dor nas articulações. O biólogo da Sucen ao saber,
ainda, que este senhor não tinha viajado para qualquer área
isto é, a síntese de dNA a partir do RNA do hIv. As proteases virais
endêmica da doença, tranquilizou-o dizendo que certamen-
relacionam-se com a produção das proteínas existentes no hIv. te não teria contraído a dengue, embora fosse importante
que ele procurasse atendimento médico.
Cite cinco fatos relatados acima que levaram o biólogo da
Sucen a concluir que essa pessoa não estava com dengue.
9 Leia o texto a seguir:
1) o Aedes aegypti possui hábitos diurnos (o morador disse que foi
O vírus da Aids destrói os linfócitos T, debilitando o picado à noite).
sistema imune humano. O HIV pode ser transmitido para
2) o Aedes aegypti não é amarelo; sua coloração é escura.
uma pessoa por meio de relação sexual sem preservativo
3) o Aedes aegypti tem hábitos urbanos, vivendo dentro ou nas
com parceiro contaminado pelo vírus, transfusão de san-
gue contaminado, uso de agulhas contaminadas e também proximidades das habitações humanas; o morador relatou que foi

por abraço, aperto de mão, toalhas e utensílios domésticos, picado na mata.


como talheres e pratos. 4) o Aedes aegypti não tem grande porte; é um mosquito pequeno
Você concorda com todas as afirmações contidas nessa fra- e delgado.
se? Explique. 5) o período de incubação do vírus é de alguns dias; assim, a doença
Não. Atualmente não há nenhuma comprovação de que a normalmente não se manifestaria no dia seguinte ao da picada do
convivência social, incluindo abraços, apertos de mão e uso comum mosquito. Além das considerações acima, pode-se também
de toalhas e de utensílios domésticos, possa transmitir o hIv. destacar o fato de o morador não ter viajado para qualquer área
endêmica da doença.

26 Os seres vivos: a classificação dos seres vivos, os vírus e os reinos Monera, Protoctista e Fungi
12 (PUC-SP) O esquema abaixo representa os principais com- 14 (Enem) Durante as estações chuvosas, aumentam no Brasil as
m
Ene-4
ponentes do vírus da Aids, o HIV, pertencente à família dos campanhas de prevenção à dengue, que têm como objetivo
C 4
H-1 retrovírus. a redução da proliferação do mosquito Aedes aegypti, trans-
m Glicoproteína missor do vírus da dengue.
Ene-5
C 7 Que proposta preventiva poderia ser efetivada para diminuir
H1
-
Membrana a reprodução desse mosquito? c
m RNA
Ene-7
C 1
H-2 a) Colocação de telas nas portas e janelas, pois o mosquito
enzima
necessita de ambientes cobertos e fechados para a sua
Proteína reprodução.
b) Substituição das casas de barro por casas de alvenaria,
a) Em qual dos componentes representados está localizada haja vista que o mosquito se reproduz na parede das ca-
a “informação genética” desse vírus? sas de barro.
No RNA. c) Remoção dos recipientes que possam acumular água, por-
b) “Os doentes com Aids apresentam maior sensibilidade às que as larvas do mosquito se desenvolvem nesse meio.
moléstias infectocontagiosas.” Justifique essa afirmação, d) Higienização adequada de alimentos, visto que as larvas
relacionando-a com a função desempenhada pela célula do mosquito se desenvolvem nesse tipo de substrato.
parasitada pelo HIV. e) Colocação de filtros de água nas casas, visto que a repro-
o hIv destrói os linfócitos T, células sanguíneas associadas à dução do mosquito acontece em águas contaminadas.
defesa do organismo; logo, os doentes com Aids apresentam
15 (UFRR) O vírus do dengue possui o material genético formado
maior sensibilidade às moléstias infectocontagiosas. por uma única molécula de ácido ribonucleico (RNA). São co-
13 (Vunesp) O dogma central da Biologia, segundo o qual o DNA nhecidos quatro sorotipos do vírus do dengue, VDEN1, VDEN2,
transcreve RNA e este orienta a síntese de proteínas, preci- VDEN3, VDEN4, muito relacionados, porém antigenicamen-
sou ser revisto quando se descobriu que alguns tipos de ví- te diferentes, visto que pessoas vivendo em área endêmica,
rus têm RNA por material genético. Nesses organismos, esse como Roraima, podem ter até quatro infecções durante sua
RNA orienta a transcrição de DNA, num processo denominado vida. Dentre as alternativas abaixo, é correto afirmar que: c
“transcrição reversa”. A mesma só é possível quando: e
a) A capacidade de reprodução em células hospedeiras sem
a) a célula hospedeira do vírus tem em seu DNA nuclear ge- sofrerem mutação permitiu a existência de quatro sorotipos.
nes para a enzima transcriptase reversa.
b) Os quatro sorotipos do vírus do dengue possuem a mes-
b) a célula hospedeira do vírus incorpora ao seu DNA o RNA
ma sequência de bases nitrogenadas no seu RNA.
viral, que codifica a proteína transcriptase reversa.
c) a célula hospedeira do vírus apresenta no interior de seu nú- c) O vírus do dengue precisa de células hospedeiras para se
cleo proteínas que promovem a transcrição de RNA para DNA. reproduzir.
d) o vírus de RNA incorpora o material genético de um vírus de d) As proteínas do vírus do dengue não induzem o organis-
DNA, que contém genes para a enzima transcriptase reversa. mo à produção de anticorpos.
e) o vírus apresenta no interior de sua cápsula proteínas que pro- e) O vírus do dengue apresenta quatro sorotipos por não
movem na célula hospedeira a transcrição de RNA para DNA. apresentar capsídeo nem envoltório nuclear.

TAREFA PARA CASA: Para praticar: 5 a 7 Para aprimorar: 5 a 7

Febre amarela
A febre amarela é assim chamada por causa da coloração amarelada da pele das pessoas doen-
tes, característica da icterícia consequente das intensas lesões de células hepáticas.
A febre amarela urbana é transmitida aos seres humanos, assim como a dengue, pela picada de
fêmeas de mosquitos Aedes aegypti, de hábitos urbanos e domiciliares. Já a febre amarela silvestre é FRENTE A
transmitida aos seres humanos pela picada da fêmea de algumas espécies de mosquitos, principal-
mente as do gênero Haemagogus, geralmente restritos às matas.
O período de incubação do vírus no corpo humano varia de três a seis dias. Em seguida, o
BIOLOGIA

doente é acometido de febre alta, apresentando dores de cabeça, náuseas contínuas, vômitos, cala-
frios e dores musculares. Em geral, sobrevém um curto período em que os sintomas praticamente
desaparecem. Depois, a febre reaparece acompanhada de hemorragias e de comprometimento das
atividades hepáticas. Em muitos casos, a pessoa se recupera, mas não é raro a doença evoluir, pro-
vocando a morte.

Os seres vivos: a classificação dos seres vivos, os vírus e os reinos Monera, Protoctista e Fungi 27
A prevenção da febre amarela consiste na vacinação e no combate aos mosquitos transmissores.
A aplicação de vacina é recomendada principalmente a pessoas que residem ou pretendem viajar
para regiões onde é relativamente frequente a manifestação dessa doença.

Hepatite viral
A hepatite é uma inflamação do fígado que pode ser provocada por vários agentes: produtos
químicos e parasitas, como bactérias e vírus.
A hepatite viral é ocasionada por tipos diferentes de vírus; destacaremos aqueles associados às
hepatites A, B e C.
Os vírus da hepatite A são eliminados com as fezes da pessoa infectada e podem contaminar
água e alimentos. Logo, são transmitidos aos seres humanos principalmente por água e alimentos
contaminados. Os sintomas da doença incluem icterícia, febre, dores de cabeça, náuseas, vômitos
e dores musculares. A doença geralmente evolui de forma benigna e regride se o paciente ficar em
repouso e mantiver dieta adequada.
Os vírus da hepatite B são transmitidos em transfusões de sangue contaminado, por relações
sexuais sem uso de preservativo e de mãe para filho através da placenta. Os sintomas da hepatite B
são semelhantes aos da hepatite A.
Os vírus da hepatite C são transmitidos como os vírus da hepatite B. A doença geralmente é
assintomática, mas alguns indivíduos podem desenvolver icterícia e ser acometidos por dores de
cabeça e de garganta, vômitos e fadiga. Entretanto, a hepatite C pode evoluir para a cirrose hepática.
Além disso, o vírus é considerado fator de risco para o câncer de fígado.
Existem vacinas contra a hepatite A e B, mas não contra a hepatite C.

Raiva ou hidrofobia
A raiva é causada por vírus transmitidos aos seres humanos em geral pela mordedura e saliva
de cães e de gatos infectados. Contudo, ainda que raramente, os transmissores da doença também
podem ser morcegos, quatis, raposas e outros animais silvestres.
O período de incubação do vírus é variável, entre 20 a 40 dias, mas pode se estender por alguns
meses. O vírus ataca o sistema nervoso e, na fase terminal da doença, ocorrem convulsões e paralisia
dos músculos respiratórios, fato que leva o indivíduo à morte.
O termo hidrofobia (hidro, “água”; fobia, “medo”) decorre da contratura involuntária e dolo-
rosa da musculatura responsável pela deglutição, situação em que o simples ato de beber água é
extremamente penoso.
A prevenção contra a raiva consiste basicamente na vacinação de cães e de gatos. Pessoas mor-
didas por animais suspeitos devem procurar atendimento médico imediato e receber vacina e soro
antirrábicos, que evitam a instalação da doença.

Poliomielite
olIvIeR AsselIN/AlAMy/lATINsToCk

Também conhecida como paralisia infantil, a poliomielite


é transmitida por alimentos e objetos contaminados pelo vírus e
por secreções respiratórias. Na maioria das pessoas não se desen-
volvem manifestações clínicas; quando muito, febre e mal-estar.
Entretanto, em alguns casos, o vírus atinge o sistema nervoso
central provocando a paralisia na atividade da musculatura do
sistema locomotor, mais comumente dos membros inferiores.
Nos casos mais raros e graves, ocorre paralisia dos músculos res-
piratórios, provocando a morte do indivíduo.
As campanhas de vacinação em massa praticamente erra-
dicaram a poliomielite do Brasil (fig. 9).
Gripe e resfriado
Os vírus da gripe são transmitidos por gotículas de saliva ou
de secreção respiratória eliminadas no ar por meio de tosse, espir-
ro, fala ou ar expirado. Os sintomas compreendem febre, prostra-
Fig. 9 Ð Crian•a recebendo a vacina Sabin, que evita a poliomielite. ção, dores de cabeça e musculares, obstrução nasal, coriza e tosse.

28 Os seres vivos: a classificação dos seres vivos, os vírus e os reinos Monera, Protoctista e Fungi
B. BoIssoNNeT / BsIP/AlAMy/lATINsToCk
Fig. 10 – Pessoa pronta para receber
a vacina contra a gripe.

Existe vacina contra a gripe, que deve ser tomada com a devida orienta•‹o mŽdica. A vacina
usada no Brasil Ž feita com os tipos mais comuns de v’rus da gripe (fig. 10), visando especialmente a
imuniza•‹o de pessoas idosas.
O resfriado comum Ž causado por um v’rus transmitido ao ser humano de maneira semelhante
ao v’rus da gripe. Os sintomas dessa doen•a s‹o parecidos com os da gripe, porŽm, em geral, s‹o
menos severos e de menor dura•‹o.
Tanto para a gripe como para o resfriado, repouso e alimenta•‹o adequada est‹o entre os cui-
dados a serem tomados para que a pessoa se recupere mais rapidamente.
Veja no quadro a seguir um resumo de outras viroses humanas.

Doença Principais características

Doença que acomete principalmente crianças, é transmitida por secreções nasofaríngeas ou saliva da pessoa doente. Em geral, a doença evolui de forma
Sarampo benigna, mas às vezes sucedem complicações, como encefalite e broncopneumonia, que podem provocar a morte. A prevenção se dá por vacinação.
Sintomas: febre alta, tosse e manchas avermelhadas espalhadas pelo corpo.

Também conhecida por parotidite, a caxumba é provocada por vírus alojados nas glândulas salivares parótidas. A transmissão do vírus ocorre por meio de
gotículas de saliva e objetos contaminados, como garfos, facas e copos. Geralmente, a caxumba evolui de forma benigna, mas em alguns casos pode atingir os
Caxumba
testículos ou os ovários, podendo provocar esterilidade no doente. A prevenção se dá por vacinação.
Sintomas: mal-estar, dores de cabeça, febre e inchaço das glândulas parótidas.

Transmitida por contato direto e pela saliva. Embora de evolução geralmente benigna, a doença pode ser transmitida de mãe para filho durante a gestação e
Rubéola provocar má-formação no feto, até mesmo a morte. A prevenção é realizada pela vacinação.
Sintomas: febre, prostração e manchas avermelhadas na pele.

Causada por vírus transmitidos por gotículas de saliva ou por objetos contaminados, como copos e talheres. A doença ocorre principalmente em crianças; evolui
Catapora de forma benigna e pode ser evitada pela vacinação.
Sintomas: surgimento de pequenas vesículas espalhadas pelo rosto e tronco, podendo provocar febres, náuseas e vômitos.

FRENTE A
Os vírus do herpes simples são transmitidos pelo contato direto com a pessoa doente. Existem no mercado medicamentos diversos que minimizam os sintomas
Herpes da doença e são até mesmo capazes de impedir a manifestação, se utilizados no início de um provável contágio.
Sintomas: aparecimento de pequenas vesículas portadoras de líquido que surgem geralmente nos lábios ou nos órgãos genitais.
BIOLOGIA

Um dos maiores flagelos que já atingiram a humanidade, em tempos passados a varíola matou milhões de pessoas em todo o mundo. É transmitida por meio da
saliva e de objetos contaminados. Graças à vacinação, a varíola está praticamente erradicada da Terra, representando grande conquista da ciência moderna na
Varíola
área médica.
Sintomas: surgimento de pústulas grandes, cheias de líquido, na pele.

Os seres vivos: a classificação dos seres vivos, os vírus e os reinos Monera, Protoctista e Fungi 29
Febre hemorr‡gica ebola, Sars, gripe avi‡ria
As doen•as emergentes podem ser entendidas como aquelas provocadas por seres
presentes em seus reservatórios naturais e que deles “emergem” e se espalham para outros
locais, quando os seres humanos entram em contato com eles. Entre essas doenças, vamos
considerar as seguintes viroses: a febre hemorr‡gica ebola, a Sars e a gripe aviária.
A febre hemorrágica ebola é uma doença grave que surge como uma dor de cabeça,
seguida de febre alta, vômito, diarreia e hemorragias diversas. O vírus é transmitido de uma
pessoa contaminada para outra por meio de contato direto com vômito, fezes, saliva, suor,
esperma e sangue.
A síndrome respiratória aguda grave, conhecida mundialmente pela sigla Sars, em inglês,
surgiu na China em 2002 e se espalhou para outros países. A doença é causada por um vírus
transmitido aos seres humanos principalmente por meio de secreções respiratórias expelidas
no ambiente por espirros, tosse ou fala de pessoa infectada. As primeiras manifestações da
doença incluem febre alta, dores musculares e tosse seca. Em cerca de 15% dos pacientes,
a doença evolui para um quadro clínico mais grave, provocando insuficiência respiratória e
podendo levar o indivíduo à morte.
A gripe aviária manifesta-se inicialmente como uma gripe comum: febre, dor de garganta,
tosse e dores musculares. Depois pode progredir para outras complicações, como pneumonia
e insuficiência respiratória. Essa doença é causada pelo vírus H5N1, eliminado no ambiente
por ave contaminada, por meio de secreções respiratórias e de fezes; as fezes secas se des-
mancham e o vírus pode ser propagado pelo ar.

PARA CONSTRUIR

16 (Unicamp-SP) 17 (Ufop-MG) A hepatite A é uma doença infecciosa associada a


m
Ene-4 Ao chegar ao Par‡ (BelŽm), encontrei a cidade, antes ale- um vírus. Considerando um surto dessa doença em determi-
C 4
H-1 nada região, explique:
gre e saud‡vel, desolada por duas epidemias: a febre amarela
m e a var’ola. O governo tomou todas as precau•›es sanit‡rias a) Por que os alimentos e a água de abastecimento são ime-
Ene-7
C 1
H-2 imagin‡veis, entre as quais a medida muito singular de fazer diatamente incriminados nesse surto?
os canh›es atirarem nas esquinas da rua para purificar o ar. Porque o vírus causador da hepatite A pode penetrar no corpo
BATES, H. W. The naturalist on the river Amazon, 1863, apud humano por via digestória, quando se ingerem água e alimentos
FROTA-PESSOA, O. Biologia na escola secundária, 1967. Adaptado.
contaminados.
As medidas de controle das doenças citadas no texto certa-
mente foram inúteis. Atualmente, que medidas seriam consi- b) Por que, para prevenção dessa doença nessa situação,
deradas adequadas? aconselha-se consumir água fervida e não apenas filtrada?
A febre amarela pode ser evitada: com uso de vacinas; com o Porque o vírus atravessa os poros do filtro, mas é destruído pela
combate ao Aedes aegypti (mosquito transmissor) por meio do fervura.

uso adequado de inseticidas; pela eliminação dos focos


c) Explique por que a febre amarela ocorre apenas em re-
de criação das larvas desse mosquito (evitando o acúmulo de giões tropicais, enquanto a varíola ocorria em todas as
água em pneus, garrafas, vasos, etc.); com o uso de telas em latitudes.
portas e janelas para evitar o acesso do mosquito às residências. os mosquitos transmissores da febre amarela vivem apenas

A varíola, por sua vez, foi erradicada com o uso de vacinas. em regiões tropicais; já a varíola ocorria emtodas as latitudes
porque era uma virose transmitidapor contato direto, de uma
pessoa doente para outra sadia.

d) Cite uma doença transmitida de modo semelhante ao da


febre amarela.
dengue.

30 Os seres vivos: a classificação dos seres vivos, os vírus e os reinos Monera, Protoctista e Fungi
18 H‡ morcegos que se alimentam de frutos, favorecendo a dis- 20 (Uerj) A partir de fevereiro de 2003, uma doen•a infectoconta-
pers‹o de sementes na natureza. H‡ os que se alimentam de m
Ene-4
giosa Ð s’ndrome respirat—ria aguda grave (Sars, em ingl•s) Ð, atŽ
C 4
insetos, alguns dos quais prejudicam as lavouras. Mas alguns H-1 ent‹o desconhecida, provocou surtos de pneumonia, principal-
morcegos s‹o hemat—fagos e se alimentam de sangue que mente em pa’ses asi‡ticos. No momento, existem evid•ncias de
sugam de animais diversos. Eles raramente sugam o sangue que o avan•o dessa doen•a parece ter sido contido.
humano, mas, quando o fazem, podem transmitir uma doen- a) Cite o tipo de agente infeccioso isolado a partir de pacien-
•a muito perigosa, causada por um v’rus. tes com Sars e uma outra doen•a causada por pat—geno
a) Que doen•a Ž essa? do mesmo tipo, mas transmitida por picada de mosquito.
Raiva ou hidrofobia. Agente infeccioso: vírus; outras doenças: febre amarela, dengue.

b) AlŽm da transmiss‹o por mordida de morcego, como os


seres humanos podem, em geral, contrair essa doen•a?
Por meio de mordedura de cães e de gatos infectados com o vírus.
b) Descreva o principal mecanismo de transmiss‹o da Sars e
a mais importante medida tomada pelas autoridades de
c) Como uma pessoa com suspeita de ter contra’do o v’rus saœde pœblica para tentar evitar seu alastramento.
dessa doen•a deve proceder? o vírus é transmitido pelo ar contaminado com gotículas de

A pessoa deve procurar atendimento médico imediato e receber secreção respiratória.

vacina e soro antirrábicos, que evitam a instalação da doença. As autoridades de saúde pública promoveram o isolamento de
pessoas que estiveram (naquela ocasião) em regiões de risco
e exibiam sintomas que conduziam à suspeição da doença.
19 (Unicamp-SP) O v’rus ebola foi isolado em 1976, ap—s uma
epidemia de febre hemorr‡gica ocorrida em vilas do noroes-
te do Zaire, perto do rio Ebola. Esse v’rus est‡ associado a
um quadro de febre hemorr‡gica extremamente letal, que
acomete as cŽlulas hep‡ticas e o sistema ret’culo endotelial. 21 Considere as seguintes viroses: gripe, caxumba, poliomielite,
O surto atual na çfrica Ocidental (cujos primeiros casos foram sarampo e catapora.
notificados em mar•o de 2014) Ž o maior e mais complexo a) Qual (quais) delas pode(m) ser transmitida(s) ao ser hu-
desde a descoberta do v’rus. Os morcegos s‹o considerados mano por meio de got’culas de secre•‹o expelidas por
um dos reservat—rios naturais do v’rus. Sabe-se que a f‡brica pessoa doente durante a fala, os espirros ou a tosse?
onde surgiram os primeiros casos dos surtos de 1976 e 1979 Todas as doenças citadas podem ser transmitidas por meio
era o h‡bitat de v‡rios morcegos. Hoje o v’rus Ž transmitido
de gotículas de secreção expelidas por pessoas doentes.
de pessoa para pessoa.
a) Como Ž a estrutura de um v’rus? D• exemplo de duas
zoonoses virais. b) Qual (quais) delas pode(m) ser evitada(s) com o uso de
Zoonoses são doenças transmitidas aos seres humanos por vacinas?
animais diversos. são exemplos de zoonoses virais: dengue, febre Todas as doenças citadas podem ser evitadas com o uso de

amarela, raiva. vacinas.

22 (PUC-RS) O alvo _______ que causa ________ s‹o as gl‰ndu-


b) Compare as formas de transmiss‹o do v’rus ebola e do las par—tidas, um dos tr•s pares de gl‰ndulas salivares do siste-
v’rus da gripe. ma digest—rio. Essa doen•a infectocontagiosa inicia geralmente
com um edema doloroso de uma ou de ambas as gl‰ndulas
o vírus ebola pode ser transmitido aos seres humanos por
par—tidas, acompanhado de inflama•‹o e febre. A transmiss‹o

FRENTE A
meio do suor, saliva, urina, esperma e sangue contaminado. se d‡ por meio da saliva ou de secre•›es respirat—rias, e a porta
os vírus da gripe são transmitidos por gotículas eliminadas de entrada no organismo humano Ž o trato respirat—rio. c
por espirros, tosses, catarros, além de contato das mãos a) da bactŽria; o tifo
com objetos contaminados como copos, talheres e roupas.
b) da bactŽria; a c—lera
BIOLOGIA

c) do v’rus; a caxumba
d) do v’rus; a rubŽola
e) do v’rus; o sarampo

TAREFA PARA CASA: Para praticar: 8 e 10 Para aprimorar: 8 e 10

Os seres vivos: a classifica•‹o dos seres vivos, os v’rus e os reinos Monera, Protoctista e Fungi 31
veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa para casa”. As resoluções encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

TAREFA PARA CASA


As resolu•›es dos exerc’cios encontram-se no portal, em Resolu•›es e Gabaritos.

Prev•-se, porŽm, que a utiliza•‹o dessa variedade de Aedes


PARA PRATICAR
aegypti demore ainda anos para ser implementada, pois h‡
demanda de muitos estudos com rela•‹o ao impacto am-
1 (Uece) A palavra v’rus vem do latim virus, que significa flui- biental. A libera•‹o de machos de Aedes aegypti dessa varie-
m do venenoso ou toxina. Sobre os v’rus biol—gicos, Ž correto
Ene-4 dade geneticamente modificada reduziria o nœmero de casos
C 4
H-1 afirmar-se que: de dengue em uma determinada regi‹o porque:
a) possuem como material genŽtico exclusivamente o RNA. a) diminuiria o sucesso reprodutivo desses machos transg•-
b) s’filis, raiva, tŽtano, sarampo, dengue, coqueluche e Aids nicos;
s‹o todas doen•as causadas por v’rus. b) restringiria a ‡rea geogr‡fica de voo dessa espŽcie de
c) s‹o incapazes de infectar plantas, pois s‹o parasitas exclu- mosquito;
sivos de animais. c) dificultaria a contamina•‹o e a reprodu•‹o do vetor natu-
d) s‹o seres que n‹o manifestam atividade biol—gica fora de ral da doen•a;
cŽlulas hospedeiras. d) tornaria o mosquito menos resistente ao agente etiol—gi-
co da doen•a;
2 (Fuvest-SP) Existem v’rus que:
e) dificultaria a obten•‹o de alimentos pelos machos gene-
a) se reproduzem independentemente de cŽlulas. ticamente modificados.
b) t•m genoma constitu’do de DNA e RNA.
c) sintetizam DNA a partir de RNA. 5 (Unicamp-SP) Campinas viveu no ver‹o deste ano a maior
d) realizam respira•‹o aer—bica no interior da c‡psula proteica. m
Ene-4
epidemia de dengue da sua hist—ria e situa•‹o semelhante
C 4
e) possuem citoplasma, que n‹o contŽm organelas. H-1 foi observada em outras cidades brasileiras. Indique o vetor
dessa virose, onde ele se reproduz e a situa•‹o de tempera-
3 (UEPB) Os v’rus j‡ foram chamados de Òinimigos pœblicos no 1Ó tura que influencia sua reprodu•‹o.
m
Ene-4
dos seres humanos. Essa afirma•‹o Ž compreens’vel, se con-
C 4 a) O vetor do v’rus da dengue Ž o Aedes aegypti. Suas fases
H-1 siderarmos as inœmeras doen•as que eles podem provocar
imaturas desenvolvem-se no solo e h‡ diminui•‹o na sua
em nosso organismo e os grandes danos que causam ˆ agri-
reprodu•‹o em temperaturas abaixo de 17 ¡C.
cultura e ˆ pecu‡ria, parasitando plantas cultivadas e animais
b) O vetor do v’rus da dengue Ž o Culex quiquefasciatus. Suas
de cria•‹o. Apresentam, no entanto, uma elevada especifici-
fases imaturas desenvolvem-se na ‡gua suja e h‡ aumen-
dade de hospedeiros, que vem sendo pesquisada e utilizada
to na sua reprodu•‹o em temperaturas abaixo de 17 ¡C.
a favor dos interesses humanos. Assim, v‡rias espŽcies de v’- c) O vetor do v’rus da dengue Ž o Aedes aegypti. Suas fases
rus s‹o atualmente utilizadas: imaturas desenvolvem-se na ‡gua limpa e h‡ diminui•‹o
a) Na agricultura Ð devido ˆ a•‹o decompositora, fertilizan- na sua reprodu•‹o em temperaturas abaixo de 17 ¡C.
do o solo. d) O vetor do v’rus da dengue Ž o Culex quiquefasciatus. Sua
b) No emprego laboratorial Ð fabrica•‹o de antibi—ticos. reprodu•‹o se d‡ no solo e sofre aumento em temperatu-
c) No controle biol—gico Ð controlando as popula•›es de ras abaixo de 17 ¡C.
agentes patog•nicos na agricultura.
d) No manejo biol—gico Ð combatendo parasitoses humanas. 6 (UFPE) Em rela•‹o ˆ Aids (s’ndrome da imunodefici•ncia ad-
e) No emprego industrial Ð fabrica•‹o de vinagre e deriva- m
Ene-1
quirida), analise as proposi•›es a seguir.
C 1
dos do leite. H- 1. ƒ causada por um retrov’rus.
m 2. Pode ser transmitida pelo leite materno das m‹es conta-
4 (Enem) Investigadores das Universidades de Oxford e da Ca- Ene-4
C 4 minadas pelo HIV.
H-1
lif—rnia desenvolveram uma variedade de Aedes aegypti ge- 3. O uso de preservativos (camisinha) durante as rela•›es
neticamente modificada que Ž candidata para uso na busca sexuais Ž uma das principais medidas profil‡ticas.
de redu•‹o na transmiss‹o do v’rus da dengue. Nessa nova 4. A transmiss‹o Ž frequente pelo contato de m‹os.
variedade de mosquito, as f•meas n‹o conseguem voar de-
Considerando o est‡gio atual de conhecimentos, est‹o corretos:
vido ˆ interrup•‹o do desenvolvimento do mœsculo das asas.
A modifica•‹o genŽtica introduzida Ž um gene dominante a) 1, 3 e 4, apenas.
condicional, isto Ž, o gene tem express‹o dominante (basta b) 2 e 4, apenas.
apenas uma c—pia do alelo) e este s— atua nas f•meas. c) 1, 2 e 3, apenas.
FU, G. et al. Female-specific flightless phenotype for mosquito control. d) 2 e 3, apenas.
PNAS 107 (10): 4550-4554, 2010. e) 1, 2, 3 e 4.

32 Os seres vivos: a classificação dos seres vivos, os vírus e os reinos Monera, Protoctista e Fungi
7 (Unirio-RJ) O vírus da Aids é formado por uma cápsula esféri- PARA APRIMORAR
m
Ene-4
ca contendo em seu interior o material genético. Esse tipo de
C 4
H-1 vírus é chamado retrovírus porque:
1 (Fatec-SP)
m
Ene-5 m
Ene-4 Os v’rus s‹o minœsculos ÒpiratasÓ biol—gicos porque
C 7 C 4
H1
- H-1 invadem as cŽlulas, saqueiam seus nutrientes e utilizam as
m
rea•›es qu’micas delas para se reproduzir. Logo em segui-
Ene-7
C 1 da os descendentes dos invasores transmitem-se a outras
H -2
cŽlulas, provocando danos devastadores. A esses danos
d‡-se o nome de virose, como a raiva, a dengue hemorr‡-
gica, o sarampo, a gripe, etc.
Texto modificado do livro Piratas da cŽlula, de Andrew Scott.
De acordo com o texto, é correto afirmar:
vírus da Aids
a) Os vírus utilizam o seu próprio metabolismo para destruir
células, causando viroses.
a) o RNA produz um “molde” de molécula de DNA. b) Os vírus utilizam o DNA da célula hospedeira para produ-
b) o RNA torna-se uma molécula autoduplicável. zir outros vírus.
c) o DNA possui cadeia simples sem timina. c) Os vírus não têm metabolismo próprio.
d) o DNA possui mecanismos de retroação. d) As viroses resultam sempre das modificações genéticas
e) o DNA e o RNA não se pareiam. da célula hospedeira.
e) As viroses são transcrições genéticas induzidas pelos vírus
8 (Unip-SP) O esquema a seguir mostra, de maneira simplifica- que degeneram a cromatina na célula hospedeira.
m
Ene-4
da, a replicação do vírus da Aids (HIV), através da sequência
C 4
H-1 de ácidos nucleicos. 2 (UFPI) Objetivando promover a reprodução de certo vírus
1 2 3
fitopatogênico (vírus que causa patologias em plantas), um
m
Ene-5 RNA DNA DNA RNA estudante o incubou em meio de cultura que continha fonte
C 7
H-1
de carbono e nitrogênio. O estudante obteve sucesso na re-
Sabe-se que o AZT, empregado no tratamento da Aids, inibe a produção do vírus?
transcriptase reversa, que no esquema está representada em: a) Não, pois o meio de cultura não inclui vitaminas e mine-
a) 1 d) 1 e 2 rais, necessários para o metabolismo do vírus.
b) 2 e) 2 e 3 b) Sim, pois com uma fonte de carbono o vírus poderá sinte-
c) 3 tizar os demais componentes necessários para formar sua
cápsula proteica.
9 (PUC-MG) A maioria dos morcegos que vemos voando, du- c) Sim, pois o meio de cultura inclui todos os nutrientes re-
rante a noite, na cidade, é completamente inofensiva ao ho- queridos pelo metabolismo do vírus.
mem. São morcegos frugívoros, ou seja, que se alimentam d) Sim, pois com uma fonte de nitrogênio o vírus poderá sin-
de frutos. Existem também aqueles que são nectívoros, ou tetizar os demais componentes para formar sua cápsula
seja, se alimentam do néctar das flores. No entanto, no meio proteica.
rural, ocorrem morcegos vampiros, atraídos pela existência e) Não, pois os vírus são parasitas intracelulares obrigatórios,
de bois, vacas e cavalos, dos quais sugam o sangue; eventual- sem metabolismo próprio e o meio de cultura não inclui
mente, esses morcegos podem sugar sangue do homem. Tal células vivas.
fato é preocupante, pois os morcegos hematófogos são, co-
nhecidamente, transmissores de uma doença virótica e fatal, 3 (UFMG) Observe a figura.
se não tratada a tempo. m
Ene-4
C 4
H-1
A doença à qual o texto se refere é:
a) caxumba. d) raiva. m
Ene-5
FRENTE A
C 7
b) hepatite. e) sarampo. H-1

c) rubéola.

10 (Uniceb-SP) Indique a alternativa que apresenta apenas viroses:


BIOLOGIA

a) coqueluche, tétano e difteria.


b) rubéola, febre amarela e poliomielite.
c) sarampo, herpes e malária.
d) herpes, cólera e raiva.
e) catapora, gripe e esquistossomose.

Os seres vivos: a classificação dos seres vivos, os vírus e os reinos Monera, Protoctista e Fungi 33
Com rela•‹o ˆ figura, todas as afirmativas est‹o corretas, d) Somente as afirmativas I, II e III s‹o corretas.
exceto: e) Somente as afirmativas II, III e IV s‹o corretas.
a) Ocorre duplica•‹o do DNA viral no interior da cŽlula
6 (UFF-RJ) A dengue Ž uma doen•a infecciosa aguda, de ori-
bacteriana.
gem vir—tica, transmitida por mosquito. Apresenta surtos epi-
b) S‹o produzidas novas cŽlulas bacterianas a partir do
DNA viral. d•micos, caracterizando-se por quadro febril sœbito, moleza,
c) S‹o sintetizadas c‡psulas proteicas virais pela cŽlula bac- dores musculares, dor de cabe•a e falta de apetite. O desapa-
teriana. recimento dos sintomas ocorre, aproximadamente, em uma
d) Trata-se do ciclo de um bacteri—fago. semana.
e) Verifica-se lise da cŽlula bacteriana. Cite tr•s medidas adequadas ao combate do agente transmissor.

4 (UFPB) O texto a seguir refere-se a etapas do ciclo reproduti- 7 (Vunesp) Em rela•‹o ˆ Aids, temos as afirma•›es seguintes:
m
Ene-4
vo dos v’rus A e B. I. A doen•a Ž causada por v’rus.
C 4
H1
-
O vírus A adere ˆ cŽlula hospedeira e injeta nessa cŽlu- II. O cont‡gio se d‡, principalmente, por transfus‹o de san-
m la o seu DNA. Os genes virais são transcritos em molŽculas gue contaminado, contato sexual com portadores e uso
Ene-7
C 1
H-2 de RNA posteriormente traduzidas em proteínas virais. Es- em comum de agulha por viciados em drogas.
sas proteínas induzirão a multiplicação do DNA viral. Em III. A conviv•ncia com a pessoa doente, em casa, no trabalho,
seguida, j‡ com a cŽlula hospedeira totalmente controlada na escola, na rua, exclu’das as condi•›es mencionadas em
pelo vírus, são produzidas proteínas para a construção da II, n‹o oferece perigo de transmiss‹o da doen•a.
cabeça e caudas virais, que se agregarão ao DNA formando IV. A doen•a atua sobre o sistema imune, diminuindo a resis-
vírus completos. Cerca de 30 minutos ap—s a adesão do t•ncia do organismo.
vírus ˆ cŽlula, ocorre a lise celular, com a liberação de cen- Considerando os conhecimentos atuais, assinale a alternativa:
tenas de vírus maduros, aptos a reiniciar novo ciclo. a) se apenas II, III e IV s‹o corretas.
O vírus B adere ˆ cŽlula hospedeira e penetra inteira- b) se apenas II e III s‹o corretas.
mente em seu citoplasma. O capsídeo do vírus Ž então di- c) se apenas I, II e IV s‹o corretas.
gerido, enzimaticamente, liberando sua molŽcula de RNA. d) se apenas I, III e IV s‹o corretas.
O RNA passa a se reproduzir e, quando traduzido em pro- e) se I, II, III e IV s‹o corretas.
teínas, origina os componentes proteicos do capsídeo. Da
união dos ‡cidos nucleicos e capsídeos originam-se novos 8 (Fuvest-SP)
vírus maduros que se libertam da cŽlula infectada. m
Ene-1 O vírus HIV, causador da Aids, Ž transmitido de pes-
C 1
H-
De acordo com o texto, Ž correto afirmar que: soa a pessoa atravŽs de relaç›es sexuais, por exposição
a) A Ž um retrov’rus e B Ž um bacteri—fago. m direta a sangue contaminado ou da mãe para o filho, du-
Ene-4
C 4
b) A pode causar gripe e B Ž um bacteri—fago. H-1 rante a vida intrauterina, ou atravŽs da amamentação. No
c) A e B podem causar gripe. corpo, o vírus invade certas cŽlulas do sistema imunit‡rio
m
Ene-5
d) A Ž um bacteri—fago e B pode causar gripe. C 7 Ð incluindo linf—citos T auxiliadores, ou CD4 Ð, multi-
H-1
e) A e B s‹o bacteri—fagos. plica-se dentro delas e se espalha para outras cŽlulas. [...]
m
Ene-7 BARTLETT, J. G.; MOORE, R. D. Scientific American,
C 1
5 (UEL-PR) O v’rus da imunodefici•ncia humana (HIV) infecta H2
-
279, 1998. p. 64-7.
cŽlulas do sistema imune e Ž o agente etiol—gico da Aids. S‹o
Fase
Número de células Cd4 por mililitro (ml) de sangue

caracter’sticas do v’rus HIV: Fase Fase sintomática


aguda crônica – Aids –
quantidade de hIv por mililitro (ml) de sangue

I. Genoma constitu’do de RNA; presen•a da enzima trans-


1 200 107
criptase reversa.
II. Presen•a de membrana citoplasm‡tica; genoma consti- 1 000
106
tu’do de DNA.
800
III. Tropismos por cŽlulas CD4; transmiss‹o via sexual e via quantidade de
células Cd4 105
sangue contaminado. 600
IV. Presen•a de ribossomos 80S; genoma constitu’do de RNA 104
400
e DNA. MoRTe
Assinale a alternativa correta. 200 quantidade 10³
de vírus
a) Somente as afirmativas I e III s‹o corretas.
0 10²
b) Somente as afirmativas I e IV s‹o corretas. 0 6 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
c) Somente as afirmativas II e IV s‹o corretas. semanas Anos

34 Os seres vivos: a classifica•‹o dos seres vivos, os v’rus e os reinos Monera, Protoctista e Fungi
O gr‡fico anterior indica as quantidades de cŽlulas CD4 a) aumento exagerado dos níveis de poluição do ar.
(linha cheia, com escala ˆ esquerda) e de vírus (linha inter- b) ingestão de alimentos contaminados por agrot—xicos.
rompida, com escala ˆ direita) no sangue de um paciente c) proliferação de criadouros de mosquitos transmissores.
que não recebeu tratamento algum no curso de uma in- d) ingestão de ‡gua contaminada por esgotos.
fecção pelo HIV. Esse gr‡fico mostra que: e) aumento de radiação ambiental causada pelas usinas
nucleares.
a) a partir do momento da infecção, a quantidade de vírus
aumentou continuamente atŽ a morte do paciente. 10 (Enem) A partir do primeiro semestre de 2000, a ocorr•n-
b) no início da infecção, o sistema imunit‡rio foi estimula- cia de casos humanos de febre amarela silvestre extrapo-
do, o que provocou aumento na quantidade de cŽlulas lou as ‡reas end•micas, com registros de casos em São
CD4. Paulo e na Bahia, onde os œltimos casos tinham ocorrido
c) a quantidade de vírus aumentou sempre que ocorreu em 1953 e 1948. Para controlar a febre amarela silvestre e
aumento de cŽlulas CD4, onde eles se reproduzem. prevenir o risco de uma reurbanização da doença foram
d) os sintomas típicos da doença apareceram quando a propostas as seguintes aç›es:
quantidade de cŽlulas CD4 caiu abaixo de 200 por mL I. Exterminar os animais que servem de reservat—rio do ví-
de sangue. rus causador da doença.
e) não existiu relação entre a quantidade de vírus e a II. Controlar a proliferação do mosquito transmissor.
quantidade de cŽlulas CD4 no sangue do paciente in- III. Intensificar a vacinação nas ‡reas onde a febre amarela
fectado pelo HIV. Ž end•mica e em suas regi›es limítrofes.
ƒ efetiva e possível de ser implementada uma estratŽgia
9 (Fuvest-SP) Doenças como dengue, febre amarela e mes- envolvendo:
m
Ene-4
mo mal‡ria, h‡ muito erradicadas dos grandes centros a) a ação II, apenas.
C 4
H-1 urbanos brasileiros, podem reaparecer, como aconteceu b) as aç›es I e II, apenas.
recentemente em ‡reas urbanas de São Paulo e Rio de Ja- c) as aç›es I e III, apenas.
neiro. Uma condição que propicia o reaparecimento das d) as aç›es II e III, apenas.
doenças citadas Ž: e) as aç›es I, II e III.

ANOTA‚ÍES

FRENTE A
BIOLOGIA

Os seres vivos: a classificação dos seres vivos, os vírus e os reinos Monera, Protoctista e Fungi 35
CAPÍTULO

3 Reino Monera

O reino Monera é formado pelos seres unicelulares e procariontes. Os principais integrantes des-
Objetivos:
se reino são as bactérias. Elas se distribuem pelos mais variados ambientes que compõem a biosfera.
c Identificar as Além disso, são fundamentais para a manutenção do equilíbrio biológico dos ecossistemas em geral,
características básicas especialmente por sua ação decompositora, fundamental para a reciclagem da matéria na natureza.
dos componentes do Entre as várias atividades bacterianas com importância para os seres humanos, incluem-se a
reino Monera, inclusive manutenção ou o aumento da fertilidade de determinado tipo de solo e a obtenção de produtos
a estrutura celular de como certos alimentos e medicamentos.
uma bactéria. No entanto, algumas espécies de bactérias, a minoria, podem causar doenças em seres vivos
diversos, como seres humanos, animais de criação e plantas cultivadas. Neste capítulo, você vai co-
c Reconhecer a
nhecer melhor os componentes do reino Monera, constituído por bactérias e arqueas.
importância ecológica

sPl/latiNstoCk
das bactérias e seu
A
valor para os interesses
humanos.

c Identificar as principais
doenças humanas
causadas por bactérias,
sua transmissão e
medidas de prevenção.

medisCaN/alamy/latiNstoCk
B

Fig. 1 – Imagens de bactérias obtidas por microscópio


eletrônico e coloridas artificialmente. (A) Bactéria do
tipo vibrião (ampliação de 10 mil vezes). (B) Bactéria
do tipo coco (ampliação de 100 mil vezes).

36 Os seres vivos: a classificação dos seres vivos, os vírus e os reinos Monera, Protoctista e Fungi
masPi/arquivo da editora
A ESTRUTURA CELULAR NO REINO ribossomo
Citosol
MONERA
Os seres do reino Monera são procariontes. As células procariotas, ao contrário
do que se verifica nas células eucariotas, não apresentam núcleo delimitado por
membrana nem apresentam organelas membranosas. Assim, as bactérias e arqueas
são destituídas de membrana nuclear (carioteca) e de organelas como o retículo
endoplasmático, o complexo golgiense, as mitocôndrias e os plastos. Logo, os pig- Parede celular

mentos relacionados com a absorção de luz na fotossíntese, quando existem, encon-


tram-se dissolvidos no citosol (ou hialoplasma), e não no interior de cloroplastos.
Observe na figura 2 o esquema da estrutura de uma célula bacteriana. A maio- membrana
plasmática material genético
ria das bactérias possui um envoltório externo – a parede celular, rígida, porosa e
constituída basicamente de peptidioglicanos, que são produtos formados por certos
polissacarídeos e cadeias peptídicas. A parede celular, que confere proteção e susten-
Fig. 2 Ð Esquema da estrutura de uma
tação à bactéria, envolve a membrana plasmática. bactŽria.
Certas bactérias possuem uma cápsula protetora externa à parede celular; essa cápsula, formada
por proteínas e/ou polissacarídeos, pode ser ciliada e dificulta, por exemplo, a penetração de vírus
no interior da bactéria.
No citosol, acham-se imersos inúmeros ribossomos, organelas associadas à síntese proteica. O
material genético encontra-se disperso no citosol, sem membrana envolvente, sendo representado
por uma molécula circular de DNA que organiza o cromossomo. Algumas espécies de bactérias
apresentam também pequenos anéis de DNA, dispersos no citosol, denominados plasmídeos. Essas
estruturas podem abrigar genes codificadores de enzimas capazes de degradar certas substâncias
tóxicas para as bactérias.

BACTÉRIAS
As bactérias constituem o grupo mais numeroso de seres vivos na Terra. Apresentando dimen-
sões microscópicas, em geral medem de 1 a 10 micrômetros de comprimento – 1 µm (micrômetro) 5
5 0,001 mm.

A nutrição bacteriana
As bactérias podem ser autótrofas ou heterótrofas. As autótrofas conseguem sintetizar o próprio
alimento por meio da fotossíntese ou da quimiossíntese. As heterótrofas não produzem seu pró-
prio alimento e precisam recorrer a alguma fonte orgânica para obter a energia necessária à manuten-
ção da atividade metabólica. A maioria das bactérias heterótrofas vive da decomposição do material
orgânico disponível no ambiente. Entretanto, algumas espécies de bactérias associam-se a outros seres
vivos e deles obtêm o alimento, estabelecendo interações diversas, como o parasitismo e o mutualismo.

A importância das bactérias


As bactérias têm grande importância ecológica, porque, ao decomporem a matéria orgânica
disponível no ambiente, contribuem para a manutenção de vida no planeta. Você vai conhecer agora
essa e outras atividades desses microrganismos.
Ação decompositora
As bactérias decompositoras ou saprófitas, juntamente com a maioria dos fungos, atuam na
FRENTE A
natureza decompondo organismos mortos, partes que se destacam de seres vivos (como pele, unhas,
folhas, frutos) e resíduos eliminados no ambiente (por exemplo, fezes). Desse modo, os seres decom-
positores promovem a transformação da matéria orgânica em matéria inorgânica simples, que então
pode ser reaproveitada por outros seres, especialmente as plantas.
BIOLOGIA

Portanto, as bactérias são indispensáveis à reciclagem da matéria na natureza, constituindo


“usinas processadoras” de material orgânico morto. Em virtude da ação decompositora existe uma
contínua disponibilidade de elementos químicos necessários à construção da matéria viva nos seres
vivos. Por isso, as bactérias são fundamentais para a manutenção do equilíbrio biológico em todos
os ecossistemas da Terra.

Os seres vivos: a classificação dos seres vivos, os vírus e os reinos Monera, Protoctista e Fungi 37
Nigel CattliN/alamy/latiNstoCk
Fertilização do solo
Pode-se concluir, pelo que foi descrito, que a fertilidade do solo depende da ativi-
dade dos seres decompositores. Mas outros tipos de bactérias também contribuem para
a riqueza do solo. É o caso das bactérias do gênero Rhizobium, que vivem associadas às
raízes de leguminosas, importante grupo de plantas que inclui a soja, o feijão e a ervilha.
Uma vez instaladas nas raízes, as bactérias fixam o gás nitrogênio atmosférico (N2)
e o transformam em sais nitrogenados, que são em parte assimilados pelas plantas. Esse
gênero de bactérias fornece às leguminosas os sais nitrogenados necessários ao seu de-
senvolvimento. Parte da matéria orgânica produzida pelas leguminosas por meio da fo-
tossíntese é assimilada por essas bactérias, que são heterótrofas. Assim, estabelece-se
uma interação de benefícios mútuos entre as bactérias Rhizobium e a planta; esse tipo
de interação é denominado mutualismo.
Em uma cultura de leguminosas, depois de colhidas as sementes, as plantas podem
ser misturadas com a terra e funcionar como “adubos verdes”. À medida que as plantas
são decompostas, as moléculas orgânicas nitrogenadas existentes nelas, como as pro-
teínas, originam principalmente amônia, que é liberada no ambiente. Então, bactérias
nitrificantes, como as dos gêneros Nitrosomonas e Nitrobacter, atuam, respectivamente,
convertendo a amônia em nitrito e o nitrito em nitrato. Uma vez incorporados ao solo,
os nitritos e os nitratos aumentam sua fertilidade (fig. 3).
Associações benéficas com hospedeiros
São vários os exemplos de bactérias que estabelecem associações benéficas com
seus hospedeiros. É o caso das bactérias do gênero Rhizobium e plantas leguminosas,
como vimos no item anterior. É também o caso das bactérias da chamada flora micro-
biana intestinal, presente no tubo digestório de muitos animais, inclusive do ser humano.
Entre os benefícios proporcionados por essas bactérias, podemos considerar a proteção
contra o desenvolvimento de certas infecções intestinais e o fornecimento de alguns
tipos de vitaminas.
Outro exemplo bem conhecido de associação benéfica entre bactérias e seus hos-
pedeiros é o verificado com aquelas que vivem no estômago de ruminantes (fig. 4). Esses
microrganismos são capazes de digerir celulose, contribuindo assim para a nutrição dos
Fig. 3 – Raízes de leguminosa com nódulos onde vivem ruminantes; em troca, encontram nesses animais um hábitat adequado ao seu desenvol-
bactérias do gênero Rhizobium. vimento, além do alimento que garante sua atividade metabólica.

aNdres rodriguez/alamy/latiNstoCk

Fig. 4 – Os animais ruminantes – como bois,


veados, carneiros, alces e girafas – abrigam
no estômago bactérias capazes de digerir
celulose.

38 Os seres vivos: a classificação dos seres vivos, os vírus e os reinos Monera, Protoctista e Fungi
Aplicações biotecnológicas
Muitas espŽcies de bactŽria s‹o utilizadas em biotecnologia, permitindo a obten•‹o de produ-
tos diversos. Vejamos alguns exemplos.
As bactŽrias do g•nero Acetobacter s‹o usadas na fabrica•‹o de vinagre, por oxidar ‡lcool et’lico,
transformando-o em ‡cido acŽtico.
Os lactobacilos, como os dos g•neros Streptococcus, Lactobacillus e Lactococcus, s‹o bactŽrias utili-
zadas na obten•‹o de coalhadas, queijos e iogurtes. Em contato com o leite, esses microrganismos
realizam fermenta•‹o l‡ctica, convertendo a lactose (a•œcar do leite) em ‡cido l‡ctico. A libera•‹o
de ‡cido l‡ctico acidifica o leite, provocando a desnatura•‹o de suas prote’nas. Em consequ•ncia, as
prote’nas do leite se emaranham e formam uma massa s—lida, que constitui a base para a fabrica•‹o
dos produtos mencionados.
Alguns antibi—ticos podem ser obtidos de certas bactŽrias. A tirotricina e a bacitracina s‹o antibi—-
ticos produzidos por bactŽrias do g•nero Bacillus.
As bactŽrias podem ser utilizadas no combate a espŽcies daninhas ˆ agricultura. Um exemplo Ž o
Bacillus thuringiensis, produtor de uma toxina fatal para certos insetos que se alimentam de plantas
cultivadas.
Outras bactŽrias, como as do g•nero Escherichia, s‹o empregadas em engenharia genŽtica. O uso
de bactŽrias transg•nicas tem permitido a obten•‹o de produtos diversos, como a insulina humana
Ð horm™nio regulador da taxa de glicose no sangue.
Indicadores de poluição ambiental
Vamos considerar aqui as bactŽrias conhecidas como coliformes fecais, que incluem g•neros
como Escherichia e Klebsiella.
Os coliformes fecais s‹o abundantes nas fezes humanas e de outros animais. Assim, quando
ambientes aqu‡ticos s‹o polu’dos por esgoto domŽstico, essas bactŽrias podem ser usadas como
indicadores da qualidade sanit‡ria da ‡gua: quanto maior a quantidade de coliformes fecais na ‡gua,
mais esgoto domŽstico o ambiente considerado deve ter recebido (fig. 5).
Segundo os padr›es fixados pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), a ‡gua
encontra-se impr—pria para banho quando duas de cinco amostras apresentarem mais de 1 000
coliformes fecais ou 800 bactŽrias da espŽcie Escherichia coli por 100 mililitros de ‡gua.
flPa/alamy/latiNstoCk

Fig. 5 – Esgoto doméstico sendo


despejado em um lago.

Ação patogênica
As bactŽrias patog•nicas (do grego pathos, ÒsofrimentoÓ, Òdoen•aÓ) podem causar doen•as em FRENTE A
seres vivos diversos. Em plantas, por exemplo, bactŽrias do g•nero Xanthomonas podem provocar o
cancro c’trico, que acomete todas as espŽcies de plantas c’tricas (limoeiros, laranjeiras) e desenvolve
les›es em folhas, ramos e frutos. Em animais, bactŽrias do g•nero Brucella, por exemplo, podem
BIOLOGIA

provocar a brucelose. Essa doen•a, que ocorre sobretudo em animais como c‹es, su’nos, caprinos e
ovinos, provoca les›es genitais, entre outros sintomas.
Mais adiante, neste cap’tulo, voc• vai conhecer as principais doen•as humanas causadas por
bactŽrias. Neste momento, basta saber que a tuberculose, a s’filis e o tŽtano s‹o alguns exemplos
dessas doen•as.

Os seres vivos: a classificação dos seres vivos, os vírus e os reinos Monera, Protoctista e Fungi 39
Os tipos morfológicos de bactérias
Quanto à morfologia, as bactérias classificam-se basicamente em três categorias: cocos, bacilos
e espirilos.
Cocos

dr. staNley fleger/visuals uNlim/sPl/latiNstoCk


São bactérias de forma arredondada (fig. 6).
Os cocos apresentam-se isolados ou formando colônias. Segundo a quantidade de bactérias e
sua disposição (veja a figura 7), as colônias são classificadas em:
diplococos – colônia de dois cocos;
tétrade – colônia de quatro cocos;
sarcina – colônia cúbica de oito ou mais cocos;
estreptococos – colônia de cocos em fileira;
pneumococos – colônia de dois cocos em forma de chama de vela;
estafilococos – colônia de cocos dispostos em cacho;
gonococos – colônia de dois cocos reniformes (em forma de rim).

masPi/arquivo da editora
diplococos gonococos

Fig. 6 – Imagem de bactérias do tipo


coco obtida por microscópio eletrônico.
tétrade
(Ampliação de 15 mil vezes.)
Pneumococos

sarcina

Fig. 7 – Esquema de colônias de cocos. estreptococos estaflococos


sPl/latiNstoCk

Bacilos
São bactérias em forma de bastonete (fig. 8).
Espirilos
São bactérias que têm a forma de um bastonete recurvado e apre-
sentam tamanhos variados. Os espirilos propriamente ditos formam
filamentos helicoidais (fig. 9). Já os vibriões, como o Vibrio cholerae, cau-
sador da cólera, são bactérias curtas, com uma espira incompleta, em
forma de vírgula.

sCieNtifiCa/rmf/visuals uNlimited/Corbis/latiNstoCk

Fig. 8 – Imagem de bactérias do tipo bacilo obtida por microscópio


eletrônico. (Ampliação de, aproximadamente, 8 800 mil vezes.)

Fig. 9 – Imagem de bactéria do tipo espirilo obtida por


microscópio de luz. (Ampliação de 40 mil vezes.)

40 Os seres vivos: a classificação dos seres vivos, os vírus e os reinos Monera, Protoctista e Fungi
A reprodu•‹o das bactŽrias
O principal tipo de reprodu•‹o em bactŽrias Ž a reprodu•‹o assexuada por divisão simples
ou cissiparidade: um indiv’duo divide-se originando dois outros geneticamente iguais, supondo
aus•ncia de eventuais muta•›es (fig. 10).

sPl/latiNstoCk
membrana plasmática
A B
Parede celular

dNa

Fig. 10 – (A) Imagem obtida por microscópio


eletrônico mostrando a cissiparidade.
(Ampliação de 17 650 mil vezes.) (B) Esquema
de bactéria em divisão.

Em algumas espŽcies de bactŽrias pode ocorrer recombina•‹o de material genŽtico. ƒ o caso da


conjugação, processo descoberto em cultura conjunta de duas variedades geneticamente diferentes
de Escherichia coli. Nesse processo, duas bactŽrias geneticamente diferentes se unem por meio de
uma ponte citoplasm‡tica. Uma delas, a bactŽria doadora, injeta parte de seu material genŽtico na
outra, a bactŽria receptora. Ent‹o, as duas bactŽrias separam-se e, no interior da bactŽria receptora,
ocorrem recombina•›es g•nicas. Em seguida, essa bactŽria reproduz-se assexuadamente originando
novas bactŽrias portadoras de material genŽtico recombinado (figs. 11 e 12).

sPl/latiNstoCk
Fig. 11 – Esquema de conjugação,
processo que permite o aumento da
variabilidade genética da população
bacteriana, contribuindo para sua
adaptação a um determinado ambiente.
masPi/arquivo da editora

bactéria
doadora

Aproximação

Separação

FRENTE A
injeção
do material
bactéria genético recombinação
BIOLOGIA

receptora gênica
Fig. 12 – Imagem
de bactérias em
bactérias-flhas conjugação obtida
Divisão por microscópio
eletrônico. (Ampliação
de 35 mil vezes.)

Os seres vivos: a classificação dos seres vivos, os vírus e os reinos Monera, Protoctista e Fungi 41
PARA CONSTRUIR

1 Na época em que viveu o pesquisador holandês Anton van 3 Em relação às bactérias, responda às questões.
m Leeuwenhoek (1632-1723), o mundo microbiano estava sen- a) Qual é sua importância para a reciclagem da matéria
Ene-4
C 4
H-1 do descoberto; era uma grande novidade para as pessoas na natureza?
em geral. Leia o que Leeuwenhoek escreveu após observar
as bactérias transformam a matéria orgânica morta em matéria
microrganismos ao microscópio.
inorgânica simples, que então pode ser reaproveitada pelos
Recebi em minha casa diversos cavalheiros, ansiosos
seres vivos.
por observar as pequenas enguias do vinagre; mas alguns
deles ficaram t‹o enojados com o espet‡culo que juraram b) Cite dois exemplos da utilização desses seres em proces-
nunca mais usar vinagre. O que seria se essa gente soubes- sos industriais.
se que existem mais animais na boca humana, vivendo Produção de coalhada (lactobacillus) e de vinagre (Acetobacter).
entre os dentes, do que seres humanos em todo um reino?
c) Cite e diferencie os tipos morfológicos básicos.
Agora, responda.
Cocos, esféricos; bacilos, em forma de bastonetes; espirilos,
a) Enguia é a denominação comum a várias espécies de pei-
xes alongados, em forma de serpente, que vivem princi- bastonetes recurvados com várias espiras; vibriões, em forma
palmente no mar. O que seriam então as “enguias” do vi- de vírgula.
nagre e os “animais” que existem na boca humana, citados
d) Qual a principal maneira pela qual esses seres se reproduzem?
no texto?
reprodução assexuada por cissiparidade.
seriam bactérias. Na boca humana encontram-se diversos tipos
de microrganismos, como fungos. mas as bactérias constituem
e) Cite três exemplos de doenças humanas provocadas por
bactérias.
a maioria dos seres existentes na saliva ou entre os dentes.
tuberculose, hanseníase, tétano, gonorreia, sífilis.
b) O que provavelmente teria levado Leeuwenhoek a cha-
mar os seres observados ao microscópio de “animais”? 4 (Fatec-SP) O cultivo de certas plantas “esgota” a fertilidade do
Provavelmente, leeuwenhoek foi levado a chamá-los de solo, devido à retirada de nitrogênio pelas plantas, sem haver
a necessária reposição. Que plantas podem ser cultivadas para
“animais” por causa da movimentação ativa apresentada por eles,
aumentar o nitrogênio disponível no solo? Explique por quê.
geralmente atribuída aos animais.
leguminosas, como o feijão e a soja. as leguminosas associam-se
c) Atualmente, a que reino pertencem os seres observados?
a bactérias do gênero Rhizobium, capazes de fixar gás nitrogênio
reino monera.
da atmosfera. essas bactérias fornecem sais de nitrogênio para as
d) Quais os critérios usados para incluir um ser vivo nesse leguminosas, que os utilizam na síntese de substâncias orgânicas,
reino?
como proteínas. depois de cortadas e incorporadas ao solo, essas
o ser vivo deve ser unicelular e procarionte.
plantas são decompostas, fornecendo sais nitrogenados ao solo e
e) Que tipos de microrganismos pertencem a esse reino? compensando o desgaste promovido pela cultura anterior.
bactérias e arqueas.
5 (Enem)
2 Um estudante escreveu, em uma prova, que as bactérias pos- m
Ene-4 O uso prolongado de lentes de contato, sobretudo
C
suem material genético no interior de núcleo individualiza- H-14 durante a noite, aliado a condi•›es prec‡rias de higiene
do, envolvido por membrana. Escreveu também que esses representam fatores de risco para o aparecimento de uma
m
seres podem ser autótrofos ou heterótrofos. Ene-7
C 1 infec•‹o denominada ceratite microbiana, que causa ulce-
H-2
Você concorda com tudo o que escreveu o estudante? Justi- ra•‹o inflamat—ria na c—rnea. Para interromper o processo
fique sua resposta. da doen•a, Ž necess‡rio tratamento antibi—tico. De modo
espera-se “não” como resposta, pois as bactérias, de fato, possuem
geral, os fatores de risco provocam a diminui•‹o da oxige-
na•‹o corneana e determinam mudan•as no seu metabo-
material genético e podem ser autótrofas ou heterótrofas, mas
lismo, de um estado aer—bico para anaer—bico. Como de-
o estudante errou ao afirmar que as bactérias possuem núcleo corr•ncia, observa-se a diminui•‹o no nœmero e na
individualizado – o material genético fica disperso no citosol. velocidade de mitoses do epitŽlio, o que predisp›e ao apa-
recimento de defeitos epiteliais e ˆ invas‹o bacteriana.
CRESTA, F. Lente de contato e infec•‹o ocular. Revista Sinopse de Oftalmologia.
S‹o Paulo: Moreira Jr., v. 4, n. 4, 2002. Adaptado.

42 Os seres vivos: a classificação dos seres vivos, os vírus e os reinos Monera, Protoctista e Fungi
A instalação das bactérias e o avanço do processo infeccioso na córnea estão relacionados a algumas características gerais desses
microrganismos, tais como: e
a) a grande capacidade de adaptação, considerando as constantes mudanças no ambiente em que se reproduzem, e o processo
aeróbico como a melhor opção desses microrganismos para a obtenção de energia.
b) a grande capacidade de sofrer mutações, aumentando a probabilidade do aparecimento de formas resistentes, e o processo
anaeróbico da fermentação como a principal via de obtenção de energia.
c) a diversidade morfológica entre as bactérias, aumentando a variedade de tipos de agentes infecciosos, e a nutrição heterotró-
fica, como forma de esses microrganismos obterem matéria-prima e energia.
d) o alto poder de reprodução, aumentando a variabilidade genética dos milhares de indivíduos, e a nutrição heterotrófica, como
única forma de obtenção de matéria-prima e energia desses microrganismos.
e) o alto poder de reprodução, originando milhares de descendentes geneticamente idênticos entre si, e a diversidade metabóli-
ca, considerando processos aeróbicos e anaeróbicos para a obtenção de energia.

TAREFA PARA CASA: Para praticar: 1 a 3 Para aprimorar: 1 a 4

As doenças bacterianas
Muitas doenças que acometem o ser humano e outros seres vivos são provocadas por certas
bactérias. A seguir veremos os principais casos de doenças humanas causadas por esses seres.
Cólera
ƒ uma doença causada pela bactéria Vibrio cholerae, transmitida aos seres humanos por ‡gua
e alimentos contaminados. A bactéria instala-se no intestino, irritando suas paredes e provocando
infecção aguda. Os principais sintomas da doença são: diarreias fortes, fezes ˆs vezes esbranquiçadas
lembrando Ò‡gua de arrozÓ, v™mitos, cólicas intestinais, cãibras musculares e alteração na produção
de urina.
A prevenção da cólera é feita com as seguintes ações:
Ingerir ‡gua tratada, fervida ou clorada.
Proteger os alimentos, inclusive os cozidos, para evitar o pouso de moscas, que podem transportar
as bactérias caso tenham entrado em contato com v™mitos ou fezes de pessoas doentes.
Evitar o consumo de alimentos preparados em locais de higiene duvidosa.
Ter cuidados higiênicos, como lavar bem as mãos antes das refeições.
Lavar bem frutas e verduras ingeridas cruas ou, de preferência, coloc‡-las de molho em ‡gua clorada
antes de consumi-las.
Comer frutos do mar apenas muito bem cozidos, uma vez que as ‡guas litor‰neas podem even-
tualmente estar infectadas, constituindo ÒcriadourosÓ do vibrião colérico.
De maneira geral, os casos de cólera não são fatais se o diagnóstico for r‡pido e o doente receber
tratamento correto. Em grande parte dos casos da doença, as pessoas podem ser tratadas com solu-
ção de sais que permitem a reidratação do organismo. Nos casos mais graves, o uso de antibióticos,
com a devida orientação médica, reduz o volume e a duração da diarreia. Embora exista vacina contra
a cólera, a efic‡cia é pequena.
Meningite meningocócica
As meninges são membranas que envolvem os órgãos do sistema nervoso central. A meningi-
te, processo de inflamação das meninges, pode ser provocada por diversos agentes, inclusive vírus,
fungos e protozo‡rios. A meningite meningocócica é causada pela bactéria Neisseria meningitidis
(meningococo) e é transmitida aos seres humanos pela contaminação das vias respiratórias por meio
de gotículas de saliva expelidas por espirros, tosse ou fala de pessoa infectada. A transmissão pode FRENTE A
ocorrer também por contato com objetos contaminados, como talheres e copos.
Os sintomas da doença, que pode levar o paciente ˆ morte, compreendem dores de cabeça e
de garganta, febre alta e rigidez da nuca. O tratamento da meningite meningocócica inclui o uso de
BIOLOGIA

antibióticos; para a prevenção, a pessoa deve tomar vacina específica.


Tuberculose
A bactéria Mycobacterium tuberculosis, causadora da tuberculose, é também conhecida
como bacilo de Koch. A transmissão acontece pela contaminação das vias respiratórias quando

Os seres vivos: a classificação dos seres vivos, os vírus e os reinos Monera, Protoctista e Fungi 43
um indivíduo é infectado por gotículas de saliva contaminadas e expelidas pelo doente durante
a fala, espirro ou tosse.
Na maioria dos casos, as bactérias instalam-se nos pulmões, onde provocam lesões específicas
denominadas tubérculos. O doente é acometido de alveolites, tosses, febres, suores, emagrecimento,
fadiga e expectorações acompanhadas de sangue, entre outros sintomas. Excepcionalmente, a bac-
téria pode se instalar em outras regiões do corpo, como rins, ossos, testículos e meninges.
A bactéria pode ser combatida com o uso de antibióticos, e a prevenção da doença envolve a
vacinação de pessoas, especialmente crianças, com BCG – vacina aplicada por via oral ou intradér-
mica e cuja sigla deriva de Bacilo de Calmette-Guérin.
Tétano
É causado pela bactéria Clostridium tetani, também conhecida como bacilo de Nicolaier. Exis-
tente no solo na forma de esporos, esse bacilo anaeróbico penetra no corpo humano por ferimentos
da pele, durante contato com terra ou objetos contaminados. Uma vez instalada, a bactéria libera
toxina neurotóxica. Ocorrem dor de cabeça, febre e rigidez dos músculos da nuca, do pescoço e da
mandíbula, entre outros sintomas.
A doença pode levar à morte por paralisia de músculos respiratórios.
A prevenção se dá pela aplicação da vacina antitetânica e, em caso de suspeita de contágio, a
aplicação de soro antitetânico é fundamental.
Sífilis
Doença sexualmente transmissível causada pela bactéria Treponema pallidum, que também
pode passar de mãe para filho por meio da placenta.
No período primário da doença, cerca de um mês após a contaminação, aparece, geralmente
nos órgãos genitais, uma lesão endurecida, ulcerosa e praticamente indolor, que configura o chamado
“cancro duro” e que depois desaparece. No período secundário, que em geral se manifesta algumas
semanas depois do cancro duro, aparecem erupções na pele e nas mucosas, além de outros sintomas.
No período terciário, ocorrem lesões em várias partes do organismo, até mesmo no sistema nervoso
central, podendo acarretar cegueira, paralisia e morte.
A sífilis pode ser tratada com o uso de antibióticos, e a prevenção inclui educação sexual e
sanitária e exames pré-nupciais e pré-natais.
Gonorreia
Causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae, a gonorreia, ou blenorragia, é sexualmente trans-
missível. No homem, manifesta-se geralmente cerca de cinco dias após o contágio, verificando-se
corrimento uretral purulento e ardor ao urinar. Na mulher, pode ser assintomática ou manifestar-se
na forma de corrimento esbranquiçado. Quando não tratada, a gonorreia pode provocar esterilidade,
entre outros males. O tratamento é realizado com antibióticos, sob orientação médica.
Outras doenças
O quadro a seguir mostra outros exemplos de doenças provocadas por bactérias.

Doença Bactéria Principais características


Acomete principalmente crianças e provoca tosse frequente e prolongada; é
Coqueluche Bordetella
transmitida por gotículas de saliva contaminadas e eliminadas pelo doente
ou tosse comprida pertussis
por meio de espirros, tosses ou fala; pode ser prevenida com vacinação.

Chlamydia Inflamação da membrana conjuntiva do olho, da córnea e das pálpebras, que


Tracoma
trachomatis pode provocar cegueira; é transmitida por objetos contaminados.

Provoca dor de cabeça, dor de garganta, febre, dores musculares, vômitos e


Streptococcus
Escarlatina erupções cutâneas de coloração avermelhada; é transmitida por gotículas de
pyogenes
saliva ou objetos contaminados; é tratada com antibióticos.

44 Os seres vivos: a classifica•‹o dos seres vivos, os v’rus e os reinos Monera, Protoctista e Fungi
Doença Bactéria Principais características
Provoca dor de garganta, febre e dificuldade na degluti•‹o e fala; Ž
Corynebacterium
Difteria ou crupe transmitida por got’culas de saliva contaminadas; o tratamento inclui o uso
diphtheriae
de antibi—ticos e de soro antidiftŽrico; existe vacina contra a doen•a.
Mycobacterium Transmitida por cont‡gio direto, a bactŽria, tambŽm conhecida como bacilo
Hanseníase
leprae de Hansen, provoca les›es cut‰neas, oculares e nervosas.
Transmitida por ‡gua, alimentos e objetos contaminados pela urina de
animais infectados, principalmente ratos; as manifesta•›es mais comuns s‹o
Leptospira
Leptospirose febre, dor de cabe•a, v™mitos e dores musculares; o tratamento Ž feito com
interrogans
antibi—ticos. Surtos da doen•a verificados quando ocorrem enchentes nas
cidades se explicam pela contamina•‹o da ‡gua com urina de rato.

Além das doenças já descritas, as bactérias ainda podem causar intoxicação alimentar. É o caso
do botulismo, que é provocado por uma potente toxina produzida pelo Clostridium botulinum;
essa bactéria é um organismo anaeróbico que pode desenvolver-se em alimentos enlatados. Algu-
mas bactérias, como as dos gêneros Shigella e Salmonella, também contaminam alimentos diversos
e provocam inflamações no estômago e no intestino, acompanhadas de febre, vômitos, diarreias, e
podem levar o indivíduo à morte. Essas doenças exigem imediato tratamento médico, que inclui o
uso de antibióticos.
Como pudemos ver, as doenças bacterianas são passíveis de tratamento com antibióticos.

As cianobactŽrias
As cianobactérias já foram classificadas como algas pertencentes à divisão Cyanophyta e à
classe Cyanophyceae. Por isso, são também conhecidas como cianofíceas ou algas azuis. Sistemas de
classificação mais recentes incluem as cianobactérias no grupo das bactérias.
Encontradas na água doce e salgada, em solos úmidos e também recobrindo superfícies ro-
chosas e troncos de árvores, as cianobactérias geralmente têm vida livre, mas também formam
colônias; por vezes, associam-se a outros seres estabelecendo relação de mutualismo. A reprodução
é assexuada, ocorrendo principalmente por divisão simples ou cissiparidade.
As cianobactérias são autótrofas fotossintetizantes. Os pigmentos mais comuns são a clorofila a,
os carotenoides, a ficocianina (pigmento azulado) e a ficoeritrina (pigmento avermelhado). Esses
pigmentos se localizam em um sistema de membranas ou lamelas citoplasmáticas, decorrentes de
invaginações da membrana plasmática. De acordo com a proporção dos pigmentos, as cianobactérias
exibem coloração variada, como cinza, verde, amarela, violeta ou vermelha (fig. 13).
Na figura 14, há dois exemplos desses seres.
masPi/arquivo da editora

Parede celular membrana plasmática

ribossomo

lamela
citoplasmática
FRENTE A
BIOLOGIA

Pigmento Fig. 13 – Esquema de uma cianobactéria. Alguns autores consideram


material as lamelas citoplasmáticas precursoras dos tilacoides, observados nos
genético
cloroplastos dos seres eucariontes fotossintetizantes.

Os seres vivos: a classificação dos seres vivos, os vírus e os reinos Monera, Protoctista e Fungi 45
sPl/latiNstoCk

PHotograPHer/sPl dC/latiNstoCk
A B

Fig. 14 Ð Exemplos de cianobactŽrias dos g•neros (A) Nostoc (amplia•‹o n‹o fornecida) e (B) Anabaena (amplia•‹o n‹o fornecida). (Imagens obtidas por
microsc—pio de luz.)

Algumas cianobactérias, como as do gênero Nostoc, são capazes de satisfazer suas exigências
de nitrogênio fixando o gás nitrogênio atmosférico, a exemplo das bactérias do gênero Rhizobium.
Além disso, sendo clorofiladas, realizam fotossíntese. Essas duas características aliadas – capacidade
de fixar gás nitrogênio atmosférico e realizar fotossíntese – permitem a proliferação desses organis-
mos em ambientes naturais extremamente áridos, onde outros grupos biológicos normalmente não
se desenvolvem.

De volta ao passado
Em 1346, os primeiros registros de peste negra ocorreram na Mongólia: pulgas infectadas
pela bactéria Yersinia pestis infestaram milhões de ratos, que, por sua vez, invadiram habita-
ções humanas em busca de comida. A doença alastrou-se pela Ásia e finalmente alcançou
a Europa.
Leia a seguir alguns trechos extraídos do livro A próxima peste: novas doenças num
mundo em desequilíbrio, da bióloga e jornalista estadunidense Laurie Garrett.
[...] Conforme a peste ia atravessando a Europa e o norte da çfrica, cada cidade
procurava antecipar-se ˆ sua chegada tentando uma sŽrie de medidas para se proteger.
Barravam a entrada de viajantes, constru’am pontes levadi•as para separar os citadinos
ricos dos camponeses e menos afortunados...
[...] As aterrorizadas popula•›es europeias fizeram de tudo, menos aquilo que as
teria poupado: livrar suas cidades de roedores e pulgas. As cidades foram v’timas do
flagelo n‹o apenas devido ˆ infesta•‹o de ratos, mas tambŽm em consequ•ncia da
densidade demogr‡fica e das prec‡rias condi•›es de higiene. O banho era considera-
do perigoso: poucos europeus se lavavam, fazendo de seus corpos terreno fŽrtil para
a infesta•‹o de pulgas e piolhos.
[...] Cada cidade ficava ˆ merc• da doen•a por quatro ou cinco meses, atŽ os ratos
e seres humanos suscet’veis morrerem. Os sobreviventes enfrentavam fome e colapso
econ™mico, provocados pela acentuada redu•‹o da for•a de trabalho.
[...] As taxas de mortalidade di‡rias eram espantosas: quatrocentos em Avignon;
oitocentos em Paris; quinhentos em Pisa; Viena enterrava ou queimava seiscentos
corpos por dia; e em Givry, na Fran•a, mil e quinhentos por dia. No fim, Londres, com
uma popula•‹o prŽ-peste de 60 000, perdeu 35 000 habitantes. Metade da popula•‹o
de Hamburgo e dois ter•os de Bremen pereceram. Os historiadores, em sua maioria,
acreditam que, no m’nimo, um ter•o da popula•‹o humana total (20 a 30 milh›es de
pessoas) morreu de peste entre 1346 e 1350.
GARRETT, L. A pr—xima peste: novas doen•as num mundo em desequil’brio.
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1995. p. 233-4.

46 Os seres vivos: a classificação dos seres vivos, os vírus e os reinos Monera, Protoctista e Fungi
Atualmente, sabe-se que a bactéria – ao entrar na corrente sanguínea humana por meio
da picada de pulgas, de mordidas de ratos, ou ainda por inalação do microrganismo parasita
– chega rapidamente ao sistema linfático. Então, ela provoca a destruição de grande número
de células, dando origem à formação de pústulas e furúnculos com pus. As bactérias que se
reproduzem nessas áreas infectadas migram então para órgãos como o fígado, o baço e o
cérebro, provocando hemorragias que comprometem a atividade desses órgãos e podem
levar o indivíduo a um estado de desordem mental e à morte.

tHe bridgemaN art library/keystoNe brasil


Fig. 15 Ð Ilustração referente ˆ
peste negra em Tournai, Flandres.

ARQUEAS
As arqueas (fig. 16) constituem um grupo de microrganismos unicelulares e procariontes em
que se incluem seres aeróbios ou anaeróbios. Fig. 16 Ð Bióloga coletando amostra de
Por viverem em condições ambientais consideradas extremas, normalmente inóspitas a outros arqueas em água de lago com alto nível
grupos de seres vivos, muitas espécies de arqueas são chamadas de salinidade.
“extremófilas”. Elas foram encontradas se desenvolvendo, por

volker steger/sPf/latiN stoCk


exemplo, em ambientes com elevado teor salino ou em fon-
tes termais ácidas com temperatura entre 60 °C e 80 °C; algu-
mas espécies apresentam temperatura ótima de crescimento
em torno de 100 °C. Mas várias espécies de arqueas podem ser
encontradas também em condições ambientais consideradas
normais para a vida.
As arqueas são também conhecidas como arqueobacté-
rias. Embora bactérias e arqueas sejam seres unicelulares e pro-
cariontes, ambas apresentam importantes diferenças entre si.
Por exemplo, análises recentes do sequenciamento de DNA e FRENTE A
de RNA em arqueas e bactérias têm mostrado que esses dois
grupos apresentam diferenças genéticas notáveis, a ponto de
se considerar que as arqueas são evolutivamente mais próximas
BIOLOGIA

dos eucariontes do que das bactérias.


Por isso, alguns sistemas de classificação colocam bactérias
e arqueas em dois domínios diferentes: o domínio Bacteria e
o domínio Archaea; outro domínio é o Eukarya, que engloba
todos os eucariontes.

Os seres vivos: a classificação dos seres vivos, os vírus e os reinos Monera, Protoctista e Fungi 47
Biodiversidade microbiana
A biodiversidade consiste na variedade de seres vivos, provenham eles de ambientes
terrestres ou aquáticos. É, portanto, um conteúdo da variação biológica que ocorre no mundo.
Mais recentemente, têm sido objeto de preocupação a constatação da alta biodiver-
sidade existente e os perigos de sua redução, em decorrência de vários fatores, sobretudo
as atividades da espécie humana alterando de diferentes maneiras o ambiente. Sabe-se que
a manutenção da biodiversidade é, nos dias de hoje, extremamente importante. São cada
vez mais reconhecidos os perigos da diminuição da biodiversidade: desequilíbrios de conse-
quências imprevisíveis e extinção de espécies de seres vivos importantes não apenas para a
manutenção do equilíbrio biológico, mas também para o próprio bem-estar da humanidade.
Mas esse enfoque é geralmente apresentado ao grande público como se a manutenção
da diversidade biológica consistisse apenas na preservação das espécies de animais e de plan-
tas em risco de extinção. Embora a luta dos ambientalistas para preservar essas espécies seja
necessária e louvável, seus defensores, às vezes, esquecem-se de que muitas espécies de seres
vivos, reconhecidamente importantes do ponto de vista da preservação do ambiente, estão
sendo dizimadas sem que medidas coibidoras do extermínio sejam tomadas.
Cada vez que se constrói uma represa, que se incendeia uma floresta ou que se lançam
produtos químicos no solo ou na água, microrganismos são enormemente afetados e muitos
deles não têm mecanismos de locomoção tão ágeis, como os que podem ser encontrados em
certas aves e em mamíferos, por exemplo, que lhes permitam escapar do extermínio (fig.17).
Por serem microscópicos e, portanto, invisíveis aos olhos do grande público e da mídia, não se
consideram os danos significativos para o equilíbrio biológico que a perda de muitas espécies
de microrganismos provoca.
Sabe-se atualmente que os microrganismos em geral, além de serem responsáveis por
importantes processos metabólicos, pelo controle biológico de doenças e de pragas, pela
fixação do gás nitrogênio atmosférico, pela degradação de resíduos orgânicos e de alguns
produtos tóxicos, são um manancial de fármacos, corantes, enzimas e ácidos orgânicos, entre
Fig. 17 – As queimadas promovem muitos outros produtos úteis aos interesses humanos e ainda inexplorados.
grande devastação na população Em outras palavras, a importância dos microrganismos para a Ecologia e a biotecnologia
microbiana do solo.
é inquestionável.
MELO, Itamar S.; AZEVEDO, Jo‹o L. (Eds.)
Ecologia microbiana. Jaguariœna: Embrapa-CPNMA, 1998. Adaptado.

a & J visage/alamy/latiNstoCk

48 Os seres vivos: a classificação dos seres vivos, os vírus e os reinos Monera, Protoctista e Fungi
PARA CONSTRUIR

6 (Unicamp-SP) Um dos animais sinantr—picos mais importantes 9 (Ufop-MG) Fazendo um paralelo entre a hepatite A e a c—lera,
na ‡rea de saœde pœblica Ž o rato. Quando ocorrem enchentes ambas as doen•as infecciosas transmitidas pela ‡gua de con-
podem aparecer surtos de leptospirose humana. Qual Ž a rela- sumo contaminada, explique o seguinte:
•‹o entre as enchentes e os surtos de leptospirose? I. Por que uma das medidas profil‡ticas contra a c—lera con-
a água das enchentes contamina-se com a urina de rato contaminada siste em usar ‡gua de consumo filtrada e, contra a hepati-
te A, essa medida n‹o tem valor?
com a bactéria que provoca a leptospirose, o que aumenta a
No caso da cólera, o filtro é capaz de reter as bactérias que
possibilidade de contágio nos seres humanos.
causam essa doença. Porém, o filtro não retém os vírus que
7 (UFF-RJ) BactŽrias s‹o encontradas nos mais diferentes provocam a hepatite, porque esses microrganismos são muito
m meios. Muitas delas causam infec•›es com graves les›es
Ene-4 pequenos, bem menores do que as bactérias.
C 4
H-1 nos organismos animais (patog•nicas) e se constituem em
sŽrio problema para o homem. Entre estas infec•›es, por sua II. Qual seria sua op•‹o, se voc• tivesse de escolher um œni-
gravidade e elevada frequ•ncia, sobretudo em popula•›es co mŽtodo para tratar a ‡gua de consumo, para evitar am-
de baixa renda, destaca-se o tŽtano, tambŽm conhecido, no bas as doen•as ao mesmo tempo?
caso neonatal, como Òmal de sete diasÓ. a fervura da água poderia ser a medida adotada para evitar as duas
Com refer•ncia ao tŽtano informe: doenças, pois esse processo destrói tanto as bactérias quanto

a) o agente etiol—gico e tipo bacteriano envolvido; os vírus.

o tétano é causado pela bactéria Clostridium tetani. essa bactéria III. Por que a ‡gua de uma cisterna constru’da pr—ximo a
é um bacilo anaeróbico. uma regi‹o end•mica dessas doen•as poderia ser uma
prov‡vel fonte de dissemina•‹o da c—lera e da hepatite A?
b) a forma de transmiss‹o;
as fezes de uma pessoa doente poderiam contaminar o solo; os
o contágio ocorre por meio de objetos contaminados com esporos
microrganismos causadores dessas doenças, arrastados pela
da bactéria que entram em contato com ferimentos profundos.
água das chuvas, poderiam contaminar o lençol freático que
c) o principal sintoma; abastece a cisterna.
rigidez muscular.
10 (Enem)
d) recursos dispon’veis de imuniza•‹o ativa e passiva, carac-
m
Ene-4
Casos de leptospirose crescem na regi‹o. M. P. S. tem
terizando-os. C 4
H1
- 12 anos e est‡ desde janeiro em tratamento de leptospirose.
a imunização ativa ocorre a partir da aplicação de vacina antitetânica;
Ela perdeu a tranquilidade e encontrou nos ratos [...] os
esse processo é preventivo e duradouro. a imunização passiva se vil›es de sua inf‰ncia. ÒSe eu n‹o os matar, eles me matamÓ,
dá com a aplicação de soro antitetânico, que contém anticorpos diz. Seu medo reflete um dos maiores problemas do bairro:
prontos; é um processo de cura da doença e de ação temporária.
a falta de saneamento b‡sico e o acœmulo de lixo...
O Estado de S. Paulo, 31 jul. 1997.
Oito suspeitos de leptospirose. A cidade ficou sob as
8 (UFMT) Em rela•‹o ˆ doen•a conhecida pelo nome de c—lera, ‡guas na madrugada de anteontem e, alŽm de 120 desa-
responda: brigados, as inunda•›es est‹o fazendo outro tipo de v’ti-
mas: j‡ h‡ oito suspeitas de casos de leptospirose [...]
a) Qual Ž o agente causador? Indique sua posi•‹o na classifi- transmitida pela urina de ratos contaminados.
ca•‹o dos seres vivos. Folha de S.Paulo, 12 fev. 1999.
o agente causador é a bactéria Vibrio cholerae; reino monera. As not’cias dos jornais sobre os casos de leptospirose est‹o
FRENTE A
associadas aos fatos:
b) Quais os principais meios de transmiss‹o?
I. Quando ocorre uma enchente, as ‡guas espalham, alŽm
a transmissão ocorre por água e alimentos contaminados.
do lixo acumulado, todos os dejetos dos animais que ali
c) Como pode ser prevenida? vivem.
BIOLOGIA

a prevenção consiste, por exemplo, na ingestão de água clorada II. O acœmulo de lixo cria ambiente prop’cio para a prolifera-
ou fervida, na lavagem das mãos, principalmente antes das
•‹o dos ratos.
III. O lixo acumulado nos terrenos baldios e nas margens de
refeições, na proteção dos alimentos contra o pouso de moscas,
rios entope os bueiros e compromete o escoamento das
em beber apenas leite fervido, etc. ‡guas em dias de chuva.

Os seres vivos: a classificação dos seres vivos, os vírus e os reinos Monera, Protoctista e Fungi 49
IV. As pessoas que vivem na regi‹o assolada pela enchen- O testemunho de Agnolo di Tura, um sobrevivente da peste
te, entrando em contato com a água contaminada, t•m negra, que assolou a Europa durante parte do século XIV, su-
grande chance de contrair a leptospirose. gere que: a
A sequ•ncia de fatos que relaciona corretamente a leptospi- a) o flagelo da peste negra foi associado ao fim dos tempos.
rose, o lixo, as enchentes e os roedores é: e b) a Igreja buscou conter o medo, disseminando o saber médico.
a) I, II, III e IV. d) II, IV, I e III. c) a impress‹o causada pelo nœmero de mortos n‹o foi t‹o
b) I, III, IV e II. e) II, III, I e IV. forte, porque as vítimas eram poucas e identificáveis.
c) IV, III, II e I. d) houve substancial queda demográfica na Europa no pe-
11 Considerando as cianobactérias, responda: ríodo anterior ˆ peste.
e) o drama vivido pelos sobreviventes era causado pelo fato
a) Por que elas conseguem se instalar em lugares onde os
de os cadáveres n‹o serem enterrados.
demais seres vivos, em geral, n‹o conseguem?
as cianobactérias realizam fotossíntese e também fixam o gás 13 A bactéria Yersinia pestis, causadora da peste negra, é transmi-
nitrogênio da atmosfera. essas duas características, juntas, tida aos seres humanos pela picada de pulgas infectadas de
contribuem para a sobrevivência desses organismos em ratos. Um dos sintomas da doen•a é o incha•o de g‰nglios
ambientes áridos. É por isso que as cianobactérias podem atuar
linfáticos, formando bub›es, daí o nome Òpeste bub™nicaÓ
atribuído ˆ doen•a. Existe vacina contra a doen•a, e o seu
como espécies pioneiras em sucessões ecológicas.
tratamento inclui o uso de antibi—ticos.
b) Que diferen•as existem entre elas e a maioria das demais Imaginando que fosse possível voltar no tempo e chegar a
bactérias?
uma cidade europeia da Idade Média, antes de ela ser atingi-
as cianobactérias possuem clorofila e fazem fotossíntese, ao da pela peste negra, responda:
contrário da maioria das bactérias.
a) Que medidas profiláticas voc• adotaria para evitar a pro-
c) Como elas se reproduzem? paga•‹o da doen•a?
assexuadamente, principalmente por fissão binária. Cuidados higiênicos, como banho, uso de roupas e cobertores
lavados e limpos, limpeza da casa e outras atitudes que pudessem
12 (Enem) A peste negra dizimou boa parte da popula•‹o europeia,
com efeitos sobre o crescimento das cidades. O conhecimento evitar a proliferação de pulgas; coleta de lixo e outras medidas que
m
Ene-4
C 4 médico da época n‹o foi suficiente para conter a epidemia. evitassem a proliferação de ratos.
H-1

Na cidade de Siena, Agnolo di Tura escreveu:


As pessoas morriam ˆs centenas, de dia e de noite, e
todas eram jogadas em fossas cobertas com terra e, assim que
b) Cite tr•s maneiras de combater a doen•a atualmente, n‹o
essas fossas ficavam cheias, cavavam-se mais. E eu enterrei
disponíveis para os seres humanos da Idade Média.
meus cinco filhos com minhas pr—prias m‹os (...) E morre-
ram tantos que todos achavam que era o fim do mundo. uso adequado de inseticidas para eliminar pulgas; vacinação da
TURA, Agnolo di. The plague in Siena: an italian chronicle. In: BOWSKY, população; tratamento de doentes com o uso de antibióticos.
William M. The black death: a turning point in history?
New York: HRW, 1971. Adaptado.

TAREFA PARA CASA: Para praticar: 4 a 10 Para aprimorar: 5 a 10

veja, no guia do Professor, as respostas da “tarefa para casa”. as resoluções encontram-se no portal, em resoluções e gabaritos.

TAREFA PARA CASA


As resolu•›es dos exercícios encontram-se no portal, em Resolu•›es e Gabaritos.

As autoridades sanitárias, para liberar ou desaconselhar o ba-


PARA PRATICAR
nho de mar, verificam o grau de polui•‹o da água, fazendo a
quantifica•‹o da seguinte bactéria:
1 (UFF-RJ) O banho de mar pode tornar-se um grande perigo a) Staphylococcus aureus.
m para a saœde, já que em várias praias do Brasil o esgoto ain- b) Escherichia coli.
Ene-4
C 4
H-1 da é despejado sem tratamento prévio. Assim, o nœmero de c) Mycobacterium tuberculosis.
casos de diarreias, micoses e hepatites infecciosas aumenta d) Clostridium tetani.
muito no ver‹o em cidades litor‰neas. e) Leptospira interrogans.

50 Os seres vivos: a classificação dos seres vivos, os vírus e os reinos Monera, Protoctista e Fungi
2 (Mack-SP) Em relação à morfologia, as bactérias com as for- Relacionando os sintomas apresentados com as condições
mas esférica, de bastão, em cacho de uva e em colar denomi- sanitárias da localidade, há indicações de que o paciente
nam-se, respectivamente: apresenta um caso de:
a) cocos, bacilos, estafilococos, estreptococos. a) difteria.
b) bacilos, cocos, estafilococos, estreptococos. b) botulismo.
c) cocos, bacilos, estreptococos, estafilococos. c) tuberculose.
d) bacilos, cocos, estreptococos, estafilococos. d) leptospirose.
e) estreptococos, estafilococos, bacilos, cocos. e) meningite meningocócica.

3 (UEL-PR) Observe o esquema abaixo. 6 (Unicamp-SP) Nos porões dos navios vindos do Oriente no
m m
Ene-4
século XIV, chegavam milhares de ratos à Europa, onde en-
Ene-4 ribossomos C 4
C 4 H1
- contravam um ambiente favorável, dadas as condições pre-
H-1
cárias de higiene. Esses ratos estavam contaminados e suas
m
Ene-5 material genético pulgas transmitiam um agente etiológico aos homens atra-
C 7
H1
-
vés da picada. Os ratos também morriam da doença e, quan-
membrana esquelética do isso acontecia, as pulgas passavam rapidamente para os
humanos, para obterem seu alimento, o sangue. Qual é o
agente etiológico e qual é o nome popular dessa doença?
membrana
plasmática a) Vírus, peste bubônica.
b) Bactéria, peste bubônica.
c) Vírus, leptospirose.
d) Bactéria, leptospirose.

7 (Mack-SP) Recentemente surgiram casos de botulismo, devi-


Hialoplasma do à ingestão de palmito contaminado. Essa doença ocorre
Ele representa: por ação de:
a) uma bactéria. d) uma célula animal. a) bactérias.
b) um protozoário. e) uma célula vegetal. b) fungos.
c) um fungo. c) vírus.
d) protozoários.
4 (Udesc) A tuberculose é causada por uma bactéria. Assinale a e) vermes.
alternativa correta quanto à tuberculose:
a) Agente: Mycobacterium trachomatis; compromete o trato 8 (Ufop-MG) O microrganismo Vibrio cholerae, causador de um
urinário. quadro de diarreia intensa conhecida como cólera, é um tipo
b) Agente: Clostridium tuberculosis; compromete o trato gas- de organismo unicelular. Assinale a alternativa que identifica
trointestinal. corretamente o tipo de organismo e o reino a que pertence:
c) Agente: Mycobacterium tuberculosis; compromete, em ge- a) Bactéria – Monera.
ral, os pulmões. b) Bactéria – Protista.
d) Agente: Treponema pallidum; compromete a mucosa res- c) Protozoário – Protista.
piratória. d) Vírus – Monera.
e) Agente: Mycobacterium tuberculosis; compromete as arti- e) Vírus – Protista.
culações.
9 (Ufal) A prática dos exames e das condutas preventivas é im-
5 (Enem) Medidas de saneamento básico são fundamentais no portante, pois uma pessoa portadora de doença sexualmente
processo de promoção de saúde e qualidade de vida da po- transmissível – por vezes, permanecendo latente – pode, in-
pulação. Muitas vezes, a falta de saneamento está relacionada
FRENTE A
voluntariamente, transmiti-la para outras pessoas. Ao procurar
com o aparecimento de várias doenças. Nesse contexto, um
um médico, um paciente relatou os seguintes sintomas:
paciente dá entrada em um pronto atendimento relatando
que há 30 dias teve contato com águas de enchente. Ainda Aparecimento de lesão na genitália externa, em forma de
informa que nesta localidade não há rede de esgoto e drena- pequena úlcera, referida pelo médico como cancro duro.
BIOLOGIA

gem de águas pluviais e que a coleta de lixo é inadequada. Desaparecimento dessa lesão (cancro), naturalmente, em
Ele apresenta os seguintes sintomas: febre, dor de cabeça e pouco tempo.
dores musculares. Aparecimento de lesões generalizadas na pele, com nu-
Dispon’vel em: <http://portal.saude.gov.br>. merosos pontos vermelhos e escamosos, após, aproxima-
Acesso em: 27 fev. 2012. Adaptado. damente, dois meses.

Os seres vivos: a classificação dos seres vivos, os v’rus e os reinos Monera, Protoctista e Fungi 51
Ocorr•ncia posterior de les›es em —rg‹os do sistema ner-
Tipo Aparência
voso, circulat—rio e urin‡rio.
Considerando essas informa•›es, o mŽdico concluiu que o 1. Coco ( ) em forma de v’rgula
paciente havia sido infectado por uma certa bactŽria e apre-
sentava: 2. Bacilo ( ) bastonete
a) s’filis. 3. Vibri‹o ( ) esférica
b) gonorreia.
4. Sarcina ( ) cocos alinhados formando cadeias
c) difteria.
d) tricomon’ase. 5. Estreptococos ( ) cocos agrupados formando um cacho
e) condiloma acuminado.
6. Estafilococos ( ) oito cocos agrupados formando um cubo
10 (Mack-SP) Seres vivos capazes de se desenvolver em meios
A sequ•ncia correta de preenchimento dos par•nteses, de
onde outros n‹o conseguem, por possu’rem caracter’sticas
cima para baixo, Ž:
adequadas para isso, como a capacidade de realizar fotoss’n-
tese e de fixar o nitrog•nio atmosfŽrico. a) 2 Ð 6 Ð 1 Ð 4 Ð 5 Ð 3.
b) 4 Ð 3 Ð 2 Ð 6 Ð 5 Ð 1.
Essas refer•ncias s‹o feitas ˆs:
c) 3 Ð 2 Ð 1 Ð 5 Ð 6 Ð 4.
a) bactŽrias em geral. d) 4 Ð 6 Ð 1 Ð 3 Ð 2 Ð 5.
b) algas clorof’ceas. e) 3 Ð 2 Ð 1 Ð 5 Ð 4 Ð 6.
c) cianobactŽrias.
d) euglen—fitas. 4 (UFV-MG) Considere as seguintes afirmativas:
e) plantas em geral. I. C—lera, rubŽola e botulismo s‹o exemplos de infec•›es
bacterianas.
PARA APRIMORAR II. BactŽrias se reproduzem principalmente por meio de
conjuga•‹o, um mecanismo de reprodu•‹o assexuada.
1 (Fuvest-SP) O organismo A Ž um parasita intracelular consti- III. BactŽrias possuem um œnico cromossomo, entretanto,
tu’do por uma c‡psula proteica que envolve a molŽcula de podem conter material genŽtico adicional na forma de
‡cido nucleico. O organismo B tem uma membrana lipopro- plasm’deos.
teica revestida por uma parede rica em polissacar’deos que IV. Existem bactŽrias cujo h‡bitat natural apresenta tempera-
envolve um citoplasma, onde se encontra seu material ge- tura em torno de 70 ¼C ou mais.
nŽtico, constitu’do por uma molŽcula circular de DNA. Esses Assinale a alternativa que contŽm as afirmativas corretas:
organismos s‹o, respectivamente: a) I e II.
a) uma bactŽria e um v’rus. b) II, III e IV.
b) um v’rus e um fungo. c) III e IV.
c) uma bactŽria e um fungo. d) II e III.
d) um v’rus e uma bactŽria. e) I, II e III.
e) um v’rus e um protozo‡rio.
5 (FGV-SP) S‹o frequentes os surtos de leptospirose nas zonas
2 (UFMG) Em que alternativa as duas caracter’sticas s‹o co- urbanas das grandes cidades, especialmente quando das en-
muns a todos os indiv’duos do reino Monera? chentes causadas pelas chuvas e transbordamento de rios.
Sobre essa enfermidade, pode-se dizer que:
a) Aus•ncia de nœcleo e presen•a de clorofila.
b) Aus•ncia de carioteca e capacidade de s’ntese proteica. a) Ap—s infectar o homem, a transmiss‹o da bactŽria, de
c) Incapacidade de s’ntese proteica e parasitas exclusivos. pessoa a pessoa, passa a constituir a mais importante for-
d) Presen•a de um s— tipo de ‡cido nucleico e aus•ncia de ma de propaga•‹o da enfermidade.
clorofila. b) Em regi›es sujeitas a inunda•›es sazonais, a vacina•‹o
e) Aus•ncia de membrana plasm‡tica e presen•a de DNA e preventiva da popula•‹o deve ser institu’da antes do pe-
RNA. r’odo das chuvas.
c) A principal forma de cont‡gio Ž pelo contato da pele
3 (UPF-RS) BactŽrias s‹o organismos unicelulares e procarion- e/ou mucosas com ‡gua contaminada com urina de
m
Ene-1 tes, que podem ser diferentes quanto ao metabolismo, ao animais.
C 1
H- h‡bitat, ˆ forma da cŽlula e ao tipo de associa•‹o. Dada sua d) A vacina•‹o dos animais domŽsticos Ž imprescind’vel
m
Ene-4
expressiva import‰ncia como agentes patog•nicos, Ž funda- para o controle da doen•a na popula•‹o humana.
C 4
H1
- mental saber reconhec•-las. Assim, associe as colunas a se- e) Seu tratamento Ž apenas sintom‡tico, uma vez que n‹o
m
Ene-5
guir, relacionando o tipo ˆ apar•ncia das bactŽrias. h‡ medica•‹o adequada para as infec•›es virais.
C 7
H-1

52 Os seres vivos: a classificação dos seres vivos, os vírus e os reinos Monera, Protoctista e Fungi
6 (Fuvest-SP) Cólera e meningite meningocócica são doenças a) I. Feridas produzidas por objetos sujos de terra ou de ester-
relativamente comuns no Brasil. Elas são transmitidas, respec- co; II. Bactéria; III. Sarampo; IV. V’rus; V. Diarreia e vômitos.
tivamente, por: b) I. Feridas produzidas por objetos sujos de terra ou de es-
a) bactérias, através da contaminação fecal de ‡gua e ali- terco; II. V’rus; III. Sarampo; IV. V’rus; V. Febre alta e dores de
mentos, e v’rus, através da inalação de ar contaminado. cabeça.
b) bactérias, através da inalação de ar contaminado, e bacté- c) I. Penetração ativa através da pele e mucosas; II. Protozo‡-
rias, através da contaminação fecal de ‡gua e alimentos. rio; III. Meningite; IV. V’rus; V. Diarreia e vômitos.
c) v’rus, através da contaminação fecal de ‡gua e alimentos, d) I. Ingestão de ‡gua ou alimentos contaminados; II. Bactéria;
e v’rus, através da inalação do ar contaminado. III. Meningite; IV. Bactéria; V. Febre alta e dores de cabeça.
d) bactérias, através da contaminação fecal de ‡gua e ali- e) I. Ingestão de ‡gua ou alimentos contaminados; II. Bactéria;
mentos, e v’rus, através da contaminação fecal de ‡gua e III. Mal‡ria; IV. Bactéria; V. Alteraç›es do sistema nervoso.
alimentos.
9 (PUC-MG) O bacilo do botulismo cresce e se reproduz em en-
e) bactérias, através da contaminação fecal de ‡gua e alimen-
latados e conservas que foram mal esterilizados, permitindo
tos, e bactérias, através da inalação de ar contaminado.
a sobreviv•ncia de formas de resist•ncia. Durante o cresci-
7 (FGV-SP) Lu’s, soldado da Pol’cia Militar, foi chamado pela mento, esses bacilos produzem uma toxina perigosa para o
Defesa Civil para prestar assist•ncia de emerg•ncia a crian- ser humano. Um dos sinais desse crescimento é o g‡s pro-
ças que se encontravam ilhadas, em uma escola, devido ˆs duzido, que faz estufar a lata e possui cheiro de matéria em
intensas chuvas. Sua missão foi um sucesso, apesar da forte putrefação. ƒ correto afirmar, exceto:
correnteza que teve de enfrentar para resgatar crianças com a) O agente do botulismo é uma bactéria.
‡gua ˆ cintura. Passados 12 dias, v‡rias delas e Lu’s apresenta- b) Ocorre nesse processo reprodução assexuada.
ram sintomas caracter’sticos de uma grave doença transmis- c) Pode ocorrer no processo respiração anaeróbia.
s’vel por contato da pele com ‡gua contaminada com urina d) O tratamento exigido na ingestão da toxina é a vacina.
de animais infectados. Como nenhuma criança bebeu ‡gua e) O bacilo pode apresentar formas latentes de resist•ncia.
contaminada, pode-se suspeitar que o prov‡vel agente etio-
lógico da doença seria: 10 (Unicamp-SP) Um menino sofreu um ferimento no pé quan-
a) uma bactéria denominada Salmonella. m do estava brincando na terra. O médico foi informado de que
Ene-1
C 1
b) uma bactéria denominada Leptospira. H- a criança não tinha recebido muitas das vacinas obrigatórias.
c) uma bactéria denominada Shigella. m a) Nessa situação, que doença a criança estaria com maior
Ene-5
d) um protozo‡rio denominado Cryptosporidium. C 7
H-1 risco de contrair? Explique por qu•.
e) um protozo‡rio denominado Giardia. b) Qual seria o procedimento mais seguro para evitar que,
nesse caso, a criança viesse a desenvolver tal doença?
8 (Fuvest-SP) A tabela seguinte apresenta algumas doenças,
Qual dos gr‡ficos abaixo corresponde a esse procedimen-
m seus sintomas, formas de transmissão e agentes causadores:
Ene-1 to? Justifique.
C 1
H-
Formas de Agente c) A que procedimento corresponde o outro gr‡fico? Jus-
m
Ene-4
Doença Sintomas tifique.
C 4 transmissão causador
H-1
Nível de anticorpos

m
Febre e
Ene-5 A
C 7 TŽtano rigidez I II
H-1
muscular

Contatos com
Febre alta, tosse,
indiv’duos
III manchas vermelhas IV
portadores da Tempo
na pele
enfermidade
FRENTE A
Ingest‹o
Nível de anticorpos

de ‡gua ou B
C—lera V BactŽria
alimentos
BIOLOGIA

contaminados

A tabela estar‡ corretamente preenchida quando os espaços


I, II, III, IV e V forem substitu’dos por: Tempo

Os seres vivos: a classifica•‹o dos seres vivos, os v’rus e os reinos Monera, Protoctista e Fungi 53
CAPÍTULO

4 Reino Protoctista

Objetivos: O reino Protoctista abrange seres como os protozoários e as algas. Esse reino tem sido alvo de
críticas diversas, principalmente pelo fato de não haver ancestralidade comum entre seus principais
c Identificar as
características básicas
componentes. Alguns consideram que ele foi idealizado para abrigar seres eucariontes que não se
dos componentes do
enquadravam na definição de fungos, plantas e animais.
reino Protoctista. Os protoctistas são eucariontes. Logo, têm núcleo individualizado delimitado por membrana
nuclear e organelas citoplasmáticas membranosas, como as mitocôndrias e o retículo endoplasmá-
c Diferenciar tico, características que permitem distingui-los dos moneras.
os principais Os protozoários são seres uni ou multicelulares desprovidos de clorofila, com nutrição hete-
representantes dos rotrófica. As algas, uni e multicelulares, são todas clorofiladas, portanto, com nutrição autotrófica.
protozoários rizópodes, Conforme o sistema de classificação considerado, algas multicelulares como as feófitas podem
ciliados, esporozoários ser catalogadas como pertencentes ao reino Plantae. Aqui, adotaremos o sistema de classificação
e flagelados. que insere todas as algas no reino Protoctista.
c Identificar as principais

Fred bavendaM/Minden Pictures/Latinstock


age Fotostock/keystone brasiL

doenças humanas A B
causadas por
protozoários, a forma
de transmissão e as
medidas de prevenção.

c Reconhecer as
características básicas
das algas e sua
importância ecológica
e econômica.

c Identificar e diferenciar
os principais grupos

naturaL History MuseuM, London/aLaMy/Latinstock


de algas unicelulares e C
multicelulares.

Fig. 1 – Exemplos de seres protoctistas. (A) Ameba,


exemplo de protozoário (imagem obtida por microscópio
de luz; ampliação de 400 vezes). (B) Coralina, exemplo
de alga multicelular. (C) Diatomáceas, exemplos de
alga unicelular (imagem obtida por microscópio de luz;
ampliação não fornecida).

54 Os seres vivos: a classificação dos seres vivos, os vírus e os reinos Monera, Protoctista e Fungi
PROTOZOçRIOS
Os protozo‡rios podem viver isolados ou formando col™nias nos mais variados tipos de ambien-
tes; podem ser aer—bios ou anaer—bios e exibir vida livre ou associar-se a outros organismos. Neste
œltimo caso, podem se comportar como:
comensais Ð alojam-se no organismo hospedeiro sem causar danos, nutrindo-se dos restos ali-
mentares; Ž o caso da Entamoeba coli, protozo‡rio comensal que pode ser encontrado no intestino
humano;
mutualísticos Ð estabelecem com o hospedeiro uma rela•‹o de benef’cios mœtuos; Ž o caso
do Trichonympha collaris, que vive no intestino de cupins, onde promove a digest‹o da celulose,
auxiliando, assim, a nutri•‹o desses animais; em troca, o protozo‡rio encontra no inseto alimento
e h‡bitat adequados para sua sobreviv•ncia;
parasitas Ð utilizam o hospedeiro para se alimentar ou se reproduzir; podem se alojar no ser
humano e em outros seres vivos, conforme veremos ao longo deste cap’tulo.
Os protozo‡rios s‹o microsc—picos, mas existem exce•›es. O Spirostomum, por exemplo, que
mede cerca de 5 mm de comprimento, pode ser visualizado a olho nu.

A classificação dos protozo‡rios


Im—veis ou deslocando-se por meio de c’lios, flagelos ou pseud—podes, os protozo‡rios s‹o
classificados de acordo com o tipo e pela presen•a ou aus•ncia dessas estruturas locomotoras. Assim,
s‹o divididos em:
rizópodes ou sarcodíneos Ð locomovem-se por meio de pseud—podes;
ciliados Ð locomovem-se por meio de c’lios;
esporozoários Ð s‹o desprovidos de estruturas locomotoras;
flagelados ou mastigóforos Ð locomovem-se por meio de flagelos.
Riz—podes ou sarcodíneos
Os principais representantes dos riz—podes s‹o as amebas, protozo‡rios que se deslocam e se
alimentam produzindo proje•›es celulares chamadas pseud—podes.
Ao detectar a presen•a de um alimento qualquer, como algas ou protozo‡rios menores, as
amebas emitem pseud—podes, que permitem a locomo•‹o e a captura do alimento. Deslocam-se,
ent‹o, atŽ o alimento, englobando-o. Esse fen™meno Ž conhecido por fagocitose.
A maioria das amebas Ž de vida livre, podendo ser dulc’colas ou marinhas.
Nas amebas dulc’colas, alŽm das organelas comuns de uma cŽlula, constata-se a presen•a de
um vacœolo denominado contr‡til ou puls‡til. Considerando a Amoeba proteus (fig. 2), uma ameba
comum de ‡gua doce, verifica-se que seu fluido citoplasm‡tico Ž hipert™nico em rela•‹o ao meio em
que vive. Isso determina um fluxo de ‡gua, por osmose, do meio ambiente para o interior da cŽlula.
Esse fluxo acabaria por promover a ruptura celular, se n‹o fosse a atividade reguladora do vacœolo
puls‡til que recolhe o excesso de ‡gua que penetrou na cŽlula e, com movimentos de pulsa•‹o,
elimina essa ‡gua para o meio externo.
bLickWinkeL/guentHer/aLaMy/Latinstock

SAIBA MAIS

Muitos protozoários dulcícolas


são capazes de eliminar, em
cerca de meia hora, uma quan-

FRENTE A
tidade de água corresponden-
te ao volume total da célula.
Essa água eliminada equivale à
quantidade de água absorvida
por osmose, pois esses proto-
BIOLOGIA

zoários são hipertônicos em


relação ao meio em que vivem.
Fig. 2 – Imagem de
Amoeba proteus obtida
por microscópio de luz.
(Ampliação não fornecida.)

Os seres vivos: a classificação dos seres vivos, os vírus e os reinos Monera, Protoctista e Fungi 55
Nas amebas marinhas, o vacúolo pulsátil seria funcionalmente inativo, pois a concentração salina
da água do mar é semelhante à concentração do fluido citoplasmático desses protozoários – isso
justifica a ausência dessa organela em tais protozoários.
Vejamos agora alguns detalhes sobre a ação da Entamoeba histolytica, ameba parasita que pode
ser ingerida pelos seres humanos na forma de cistos – pequenas bolsas com paredes resistentes,
que abrigam algumas amebas jovens –, presentes em água e alimentos contaminados. No intestino
grosso, o cisto é dissolvido pela ação de enzimas, e a Entamoeba histolytica prende-se então à parede
intestinal, atingindo capilares sanguíneos e fagocitando hemácias, das quais se nutre. Surgem ulcera-
ções intestinais e diarreias, quadro clínico básico da amebíase ou disenteria amebiana. Caso a ameba
consiga atravessar a parede intestinal, pode, por meio da corrente sanguínea, alojar-se e provocar
lesões em órgãos diversos (fig. 3).
A profilaxia da amebíase depende de saneamento básico adequado, com instalação de rede
de esgoto e tratamento de água. É importante também a noção de higiene pessoal e o uso de água
tratada ou fervida para beber e lavar os alimentos, sobretudo verduras e frutas.

ingeborg asbacH/arquivo da editora


Lesão no
cérebro

Lesão no pulmão

Lesão
no fígado

Lesão
no baço

Úlceras
no intestino
grosso

Úlceras no
intestino
grosso

Fig. 3 – Amebíase: localização de


possíveis lesões.

56 Os seres vivos: a classificação dos seres vivos, os vírus e os reinos Monera, Protoctista e Fungi
Ciliados
Protozoários portadores de cílios que se prestam à locomoção e captura de alimentos, os ci-
liados são abundantes em água doce e salgada e exibem vida livre ou associada a outros seres vivos.

Os ciliados são utilizados em experimentos diversos, uma vez que apresentam porte relati-
vamente grande e são de fácil criação. Os mais conhecidos são do gênero Paramecium, dos quais
se destacam as espécies Paramecium aurelia (comprimento entre 0,12 e 0,25 mm) e Paramecium
caudatum (0,15 a 0,3 mm de comprimento).

Para a descrição do grupo, utilizaremos os ciliados do gênero Paramecium (fig. 4).


Enquanto as amebas obtêm alimento por fagocitose, os ciliados alimentam-se por uma de-
pressão da superfície da célula, denominada sulco oral, onde há no final uma estrutura chamada
citóstoma (do grego kitos, “célula”; stoma, “boca”). O movimento dos cílios provoca turbilho-
namento na água, que facilita a penetração de uma eventual partícula alimentar no sulco oral.
O alimento atravessa então o citóstoma e penetra em uma região denominada citofaringe. No
final desta, o alimento é definitivamente incorporado pelo paramécio, havendo formação de um
vacúolo digestório.
Após a digestão e a absorção dos nutrientes, os resíduos digestórios são eliminados para o
ambiente por meio de um poro denominado citopígeo. Há ainda o vacúolo pulsátil, que elimina o
excesso de água absorvida do ambiente.

roLand birke / PHototake/aLaMy/Latinstock


canal coletor do vacúolo pulsátil

vacúolo pulsátil

Micronúcleo
cílios
Macronúcleo

vacúolo sulco oral


digestório
citóstoma

citofaringe

citopígeo

Fig. 4 – Paramecium: esquema e fotomicrografia (ampliação de 250 vezes).

iLustrações: ingeborg asbacH/arquivo da editora


Consideremos também o Balantidium coli, um protozoário ci-
liado (fig. 5) causador de disenteria. Embora não ocasione lesões
graves ao organismo hospedeiro, muitos casos podem apresentar
sintomas tão semelhantes aos da disenteria amebiana que o diag-
nóstico apenas se torna claro pela identificação do microrganismo
nas fezes do indivíduo infectado. Os hospedeiros naturais são o
porco, o cavalo, o macaco e o rato. A transmissão ao ser humano
se dá principalmente pela ingestão de cistos do protozoário exis-
FRENTE A
tentes em alimentos ou água contaminada. A prevenção é basica-
mente a mesma indicada para a Entamoeba histolytica.
BIOLOGIA

Fig. 5 – Esquema do Balantidium coli.

Os seres vivos: a classificação dos seres vivos, os vírus e os reinos Monera, Protoctista e Fungi 57
Esporozoários
Os esporozoários são protozoários parasitas, desprovidos de estruturas de locomoção. Entre as
doenças causadas por esses microrganismos, citamos a malária humana.
A malária é provocada por esporozoários do gênero Plasmodium, que são inoculados no ser
humano pela picada das fêmeas infectadas de mosquitos do gênero Anopheles (fig. 6).
Quando o mosquito transmissor, ou vetor, pica a pessoa, injeta-lhe um pouco de saliva, que
contém substâncias anticoagulantes. Caso o mosquito esteja infectado, juntamente com a saliva são
injetados esporos infestantes dos plasmódios. Esses esporos alcançam a corrente sanguínea humana
e se instalam em órgãos diversos, como o fígado e o baço, onde ficam incubados por vários dias.

sPL/Latinstock
Fig. 6 Ð Fotomicrografia da parede externa do est™mago
de um mosquito Anopheles infectado pelo protozo‡rio
Plasmodium (os protozo‡rios s‹o as esferas azuis;
colora•‹o artificial).

Após o período de incubação, os esporos retornam à corrente sanguínea e penetram nas hemá-
cias, onde se reproduzem assexuadamente. As hemácias então se rompem e liberam para o sangue
novos plasmódios, que passam a infectar novas hemácias sadias, repetindo o processo. O ataque
de frio e febre observado nas pessoas doentes coincide com a liberação dos plasmódios infestantes
e parece resultar da ação de substâncias tóxicas, liberadas no sangue por ocasião da ruptura das
hemácias infestadas.
Depois de algumas gerações, certos plasmódios se convertem em formas sexuadas denomi-
nadas gametócitos. Essas formas podem ser adquiridas pelo mosquito ao sugar o sangue da pessoa
doente. No interior do tubo digestório do inseto, os gametócitos completam o desenvolvimento
e se transformam em gametas, que originam zigotos. Cada zigoto produz muitos plasmódios, que
acabam se instalando nas glândulas salivares do Anopheles e podem ser transmitidos a outras pessoas
sadias, recomeçando o ciclo, conforme ilustra a figura 7.
O ciclo de vida do plasmódio compreende, portanto, duas fases.
Fase assexuada – ocorre no interior das hemácias; por alojar a fase assexuada, o ser humano é
considerado hospedeiro intermediário.
Fase sexuada – ocorre no tubo digestório do mosquito, que é então considerado o hospedeiro
definitivo.

58 Os seres vivos: a classificação dos seres vivos, os vírus e os reinos Monera, Protoctista e Fungi
Zigotos desenvolvem
formas que migram
para as glândulas
salivares do mosquito.

gametócitos
se unem no
sistema digestório
do mosquito.
Zigoto

glândulas salivares
(esporos infestantes)

gametócitos adquiridos
pelo mosquito Fêmea do mosquito Anopheles pica
um ser humano e transmite espo-
ros infestantes com a saliva.
Mosquito suga o sangue de uma
MasPi/arquivo da editora

pessoa com malária.

Hemácias se rompem: alguns plasmódios vão


invadir novas hemácias e outros
transformam-se em gametócitos.

esporos se reproduzem esporos incubados no


assexuadamente nas hemácias. fígado

esporos alcançam
a corrente sanguínea
e penetram nas hemácias.

Hemácia
Fig. 7 – Esquema do ciclo do plasmódio.

A malária
Também conhecida como maleita, impaludismo ou febre palustre, a malária foi durante
algum tempo uma doença atribuída à presença do ar “contaminado” de locais pantanosos.
A própria palavra malária, de origem italiana, significa “mau ar”. Sabe-se hoje que essa
enfermidade é causada por várias espécies de esporozoários do gênero Plasmodium. Veja:

Protozoário Tipo de malária Duração do ciclo


Plasmodium vivax Terçã benigna 48 horas FRENTE A

Plasmodium malariae Quartã 72 horas


Plasmodium falciparum Terçã maligna 24 a 48 horas
BIOLOGIA

A duração do ciclo corresponde ao tempo que os parasitas levam para completar o


processo reprodutivo no interior das hemácias. A febre terçã benigna e a febre quartã
raramente são fatais, ao contrário da febre terçã maligna, que muitas vezes leva o doente
à morte.

Os seres vivos: a classifica•‹o dos seres vivos, os v’rus e os reinos Monera, Protoctista e Fungi 59
A malária provoca lesões no fígado, no baço e em outros órgãos, além de intensa anemia,
fato que se explica pela destruição maciça de hemácias.
Os métodos mais comuns de profilaxia da malária são:
tratamento das pessoas doentes;
combate às larvas do mosquito em regiões alagadas, por meio de drenagens ou uso de
inseticidas, por exemplo;
recursos que evitem o acesso de mosquitos às moradias (como o uso adequado de inseti-
cidas, de telas em portas e janelas e de cortinados nas camas).

Toxoplasmose
A toxoplasmose é uma doença causada pelo protozoário esporozoário Toxoplasma
gondii. A transmissão do parasita aos seres humanos se dá pela ingestão de água e de ali-
mentos contaminados, principalmente carnes cruas ou malcozidas, e também pela ingestão
de cistos eliminados com as fezes de gatos contaminados e que podem estar presentes, por
exemplo, no solo ou nos pelos desses animais. Geralmente a doença evolui de forma benigna
e desaparece sem deixar sequelas no organismo. Mas em mulheres grávidas, o protozoário
pode atingir o feto e nele provocar lesões em órgãos diversos, como o cérebro.

PARA CONSTRUIR

1 Classifique os protozoários de acordo com o tipo e pela pre- um conjunto de fatores, como falta de condições sanitárias
m sença, ou ausência, de estruturas locomotoras. adequadas, ausência de água tratada e descuido com a hi-
Ene-4
C 4 giene pessoal podem levar ao surgimento de: c
H-1
rizópodes ou sarcodíneos: locomovem-se por meio de pseudópodes;
a) Doença de Chagas.
flagelados ou mastigóforos: locomovem-se por meio de flagelos;
b) Malária.
ciliados: locomovem-se por meio de cílios; esporozoários: sem c) Amebíase.
estruturas locomotoras. d) Aids.
e) Tuberculose.

4 (Vunesp) Leia os versos da música “Águas de Março”, de Tom


2 (Fuvest-SP) O orgânulo denominado vacúolo contrátil ou pulsá- Jobim, para responder à(s) questão(ões).
til existe nos protozoários de água doce, mas não nos marinhos. ƒ pau, Ž pedra, Ž o fim do caminho
a) Qual é sua função? ƒ um resto de toco, Ž um pouco sozinho
ƒ um passo, Ž uma ponte, Ž um sapo, Ž uma r‹
o vacúolo contrátil tem função de regulação osmótica:
ƒ um belo horizonte, Ž uma febre ter•‹
bombeando continuamente água para fora do protozoário, evita
S‹o as ‡guas de mar•o fechando o ver‹o
excessiva hidratação.
ƒ a promessa de vida no teu cora•‹o
<www.radio.uol.com.br>
b) O que se pode esperar como resposta do vacúolo con- O sapo, a rã e a febre terçã não fazem parte dos versos apenas
trátil se colocarmos o protozoário de água doce em uma por uma necessidade de rima, também têm relação com as
solução de mesma tonicidade do seu protoplasma? chuvas que caem em regiões de clima tropical.
o vacúolo contrátil torna-se funcionalmente inativo.
A febre terçã, a qual um dos versos se refere, é um sintoma
característico da: a
3 (UFPB) O Brasil hoje apresenta um quadro peculiar em rela- a) malária, adquirida pela picada de mosquitos que ocorrem
ção ao perfil epidemiológico da população. Problemas de em regiões quentes e úmidas.
saúde considerados de países desenvolvidos, como câncer, b) febre tifoide, adquirida por ingestão de água de poços e
convivem com problemas de saúde característicos de países açudes que receberam águas trazidas pelas enxurradas e
subdesenvolvidos, a exemplo de parasitoses. Nesse contexto, contaminadas por fezes de pessoas infectadas.

60 Os seres vivos: a classificação dos seres vivos, os vírus e os reinos Monera, Protoctista e Fungi
c) dengue, adquirida pela picada de mosquitos que s‹o d) A temperatura elevada e os altos ’ndices de chuva na
mais numerosos na Žpoca das chuvas. floresta equatorial favorecem a prolifera•‹o do mosquito
d) esquistossomose, adquirida atravŽs do contato com ‡gua transmissor.
de lagoas que se formam com as chuvas, nas quais po- e) O Brasil Ž o œnico pa’s do mundo que n‹o implementou
dem ocorrer caramujos vetores da doen•a. medidas concretas para interromper sua transmiss‹o em
e) leptospirose, causada por v’rus presente na urina dos ra- nœcleos urbanos.
tos, que se mistura com as ‡guas de enchentes provoca-
7 (PUC-SP) O gr‡fico a seguir tem rela•‹o com o ciclo de um
das pelas chuvas.
m
Ene-1
protozo‡rio parasita pertencente ao g•nero Plasmodium.
C 1
5 (UFF-RJ) A mal‡ria Ž uma parasitose que afeta mais de 200 mi- H- Nele s‹o mostradas as varia•›es, em fun•‹o do tempo, da
lh›es de pessoas em todo o mundo, principalmente nas re- temperatura corp—rea das pessoas infectadas pelo parasita.
m
Ene-4
C 4
gi›es tropicais. H-1
Temperatura corp—rea (¡C)
Com rela•‹o ˆ mal‡ria e ao parasita causador dessa epide- m
Ene-5
mia, especifique: C 7 40
H1
-

a) o grupo e o g•nero a que pertence o agente etiol—gico da 39


doen•a;
o agente etiológico é o protozoário do gênero Plasmodium. 38

37
b) as cŽlulas-alvo do parasita;
inicialmente os protozoários parasitam células do fígado humano 36
0 12 24 36 40 60 72 Tempo (h)
e, na fase crônica, parasitam as hemácias do sangue.
As setas no gr‡fico indicam o momento em que uma das for-
mas de vida desse parasita: d
a) entrou na circula•‹o por meio da picada de um inseto in-
c) os tipos de reprodu•‹o do parasita ao longo de seu ciclo;
fectado.
o mosquito (hospedeiro definitivo) aloja a fase sexuada e o ser b) apresentou alta taxa de reprodu•‹o no f’gado.
humano (hospedeiro intermediário) abriga a fase assexuada c) apresentou alta taxa de reprodu•‹o nas fibras card’acas.
do ciclo. d) foi liberada no sangue ap—s o rompimento das hem‡cias.
e) causou sŽrias les›es no intestino.

8 (CFT-RJ) O Toxoplasma gondii Ž um parasita que tambŽm


d) duas medidas preventivas contra a doen•a. infecta a espŽcie humana. Segundo Christofer Solomon, atŽ
tratamento das pessoas doentes, combate às larvas do mos-
25% da popula•‹o humana nos Estados Unidos, de 12 anos
ou mais, hoje Ž portadora de T. gondii. Identifique a op•‹o
quito e recursos para evitar o acesso dos mosquitos adultos
abaixo que indica as formas mais comuns de infec•‹o huma-
às moradias. na por T. gondii. a
a) O ser humano infecta-se ao comer carne malcozida de
hospedeiros de T. gondii infectados como, por exemplo, o
boi, o porco e o frango, e quando ingere cistos eliminados
6 (Enem) A mal‡ria Ž uma doen•a t’pica de regi›es tropicais. De pelos gatos.
acordo com o MinistŽrio da Saœde, no final do sŽculo XX foram b) A infec•‹o pelo T. gondii ocorre quando o ser humano en-
registrados mais de 600 mil casos de mal‡ria no Brasil, 99% dos tra em contato com ‡gua onde h‡ moluscos (caramujos,
quais na regi‹o amaz™nica. Os altos ’ndices de mal‡ria nessa os hospedeiros intermedi‡rios) infectados que liberam as
regi‹o podem ser explicados por v‡rias raz›es, entre as quais: d
FRENTE A
larvas capazes de perfurar a pele e as mucosas humanas.
a) As caracter’sticas genŽticas das popula•›es locais facili- c) A infec•‹o do ser humano ocorre pelo contato com as larvas
tam a transmiss‹o e dificultam o tratamento da doen•a. do verme presentes no solo, que s‹o capazes de penetrar
b) A falta de saneamento b‡sico propicia o desenvolvimento do ativamente na pele humana, e pela ingest‹o dessas larvas.
BIOLOGIA

mosquito transmissor da mal‡ria nos esgotos n‹o tratados. d) A ingest‹o de alimentos contaminados por ovos do parasita
c) A inexist•ncia de predadores capazes de eliminar o causador e a ingest‹o de carne malcozida contendo cisticercos s‹o as
e o transmissor em seus focos impede o controle da doen•a. formas mais comuns de infec•‹o humana por T. gondii.

TAREFA PARA CASA: Para praticar: 1 a 6 Para aprimorar: 1 a 3

Os seres vivos: a classificação dos seres vivos, os vírus e os reinos Monera, Protoctista e Fungi 61
Flagelados ou mastigóforos
C’lios e flagelos são comumente observados em
Protozoários portadores de flagelos que se prestam à locomoção, os
organismos unicelulares, mas não são exclusivos deles. O
flagelados ou mastigóforos podem ser encontrados isolados ou formando
espermatozoide humano, por exemplo, possui flagelo; em
colônias, em água doce ou salgada e na terra.
nosso sistema respiratório, verifica-se a presença de epité-
Várias espécies de flagelados parasitam o ser humano. A seguir, destaca-
lio ciliado na traqueia e nos brônquios.
remos os principais flagelados que exercem essa ação parasitária.
Trypanosoma cruzi – É o agente etiológico da doen•a de Chagas. Esse
Membrana
ondulante
protozoário (fig. 8) tem como reservatório natural animais silvestres, como
gambás, tatus, morcegos, preguiças, macacos e outros. Ao sugar o sangue
desses animais, insetos como o Triatoma infestans, conhecidos popularmente
como barbeiro, chupança, procotó e bicho-de-parede (fig. 9), adquirem o
parasita e se transformam em vetores da doença de Chagas.
Flagelo Os barbeiros podem viver em frestas de paredes, chiqueiros e paióis.
À noite, abandonam o esconderijo e vão sugar o sangue de pessoas ador-
mecidas; à medida que o sangue penetra no tubo digestório do inseto,
núcleo
ele elimina sobre a pele humana fezes contaminadas com tripanossomos
Fig. 8 – Trypanosoma cruzi em sua forma infestante. Observe a infestantes. Os parasitas penetram pelo local da picada, fato favorecido
presença da membrana ondulante, cujo bordo livre termina em
pelo ato de a pessoa se coçar, e alcançam a corrente sanguínea. Instalam-
flagelo.
-se, então, em órgãos diversos, principalmente no coração. No interior
PHotosHot/keystone brasiL

dos miócitos, ou fibras musculares cardíacas, constroem “ninhos”, poden-


do provocar taquicardia (aceleração do ritmo das pulsações cardíacas),
insuficiência funcional, com redução da pressão arterial, e megalocardia
(dilatação do coração). Observe na figura 10 o esquema resumido do
ciclo desse flagelado.
A profilaxia da doença de Chagas inclui as seguintes medidas:
combater o vetor (barbeiro) com o uso adequado de inseticidas;
evitar transfusões de sangue em bancos que não garantam a qualidade e a
procedência do sangue, que pode ter sido doado por indivíduo portador da
doença;
eliminar, nas residências, locais que possam servir de esconderijo aos bar-
beiros, como frestas em paredes.
Fig. 9 – Barbeiro ou chupança, vetor da doença de Chagas.
tripanossomo
“ninhos” de na corrente
tripanossomos sanguínea

iLustrações: ingeborg asbacH/arquivo da editora

coração

Fig. 10 – Esquema do ciclo do


Trypanosoma cruzi. Fezes do barbeiro

62 Os seres vivos: a classificação dos seres vivos, os vírus e os reinos Monera, Protoctista e Fungi
AlŽm de poderem ser transmitidos aos seres humanos por meio de insetos vetores (barbeiros)
e de transfus›es com sangue contaminado, os tripanossomos podem tambŽm passar de m‹e para
filho atravŽs da placenta ou por meio da amamenta•‹o.

Um feito inŽdito
Carlos Ribeiro Justiniano Chagas nasceu em Oliveira (MG). Em 1903, formou-se mŽdico
pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro.
Em junho de 1907, designado pelo mŽdico sanitarista Oswaldo Cruz (1872-1917), Chagas
chegou a Lassance (MG) com a miss‹o de debelar um surto de mal‡ria que havia inter- reP
ro
rompido os trabalhos da ferrovia Central do Brasil, em Minas Gerais. Nos per’odos du
çÃ
o
/
em que passava no local, Chagas usava como acomoda•‹o um vag‹o estacio-

<H
tt
nado num desvio da esta•‹o de trem, que servia tambŽm como consult—rio e

P:
// u
PL
laborat—rio. Interessado n‹o s— pela profilaxia da mal‡ria, mas tambŽm pelos

oa
d. W
insetos e parasitas causadores de certas doen•as, o mŽdico coletava espŽcies

i ki M
de animais e investigava pacientes que, aparentemente, exibiam sintomas

edia
que n‹o tinham a ver com a mal‡ria.

.org
Um percevejo hemat—fago comum na regi‹o despertou a aten•‹o

/ W i kiP e
do mŽdico. Como as noites naquela ‡rea costumam ser frias, a œnica

d ia /c o M M o n s/2 /2 2/ c a r
parte do corpo n‹o coberta durante o sono geralmente era o rosto, pi-
cado pelo inseto. Da’ o apelido de ÒbarbeiroÓ ao inseto que se escondia
nas frestas das paredes das casas durante o dia e ˆ noite sa’a para se ali-
mentar. Chagas conhecia a import‰ncia dos insetos hemat—fagos como
transmissores de doen•as parasit‡rias e come•ou a dissecar barbeiros.

Lo
Depois de pesquisas diversas, encontrou, nesses animais, protozo‡rios

s_cH
que representavam uma nova espŽcie de tripanossomo, que chamou de

as_ ag
Trypanosoma cruzi, em homenagem a Oswaldo Cruz.

2. J
Pg
Em Lassance, Chagas identificou o Trypanosoma cruzi no sangue de

>
uma menina de dois anos (Berenice). Em abril de 1909, publicou uma nota
no peri—dico Brazil Medico, comunicando a descoberta de uma nova doen•a,
do parasita que a provocava e do inseto que o transmitia. A descoberta Ž con- Fig. 11 – Carlos Chagas.
siderada um feito œnico na hist—ria da medicina, por ter descrito o ciclo completo
da molŽstia Ð a doen•a de Chagas Ð, alŽm de ter sido realizado por uma œnica pessoa.
Trecho extraído e adaptado para fins didáticos de: MARCOLIN, N. Revista Fapesp, 163. ed., set. 2009.
Disponível em: <www.revistapesquisa.fapesp.br/2009/09/01/chagas-2/>.
Acesso em: 9 mar. 2015.

Trypanosoma gambiense Ð Ž o agente etiol—gico da doen•a do sono, ou tripanossomose


africana. O parasita (fig. 12) Ž inoculado no ser humano com a saliva da mosca hemat—faga tsŽ-tsŽ
(Glossina palpalis) e atinge o sistema nervoso central, provocando les›es que determinam na pessoa
um estado de sonol•ncia praticamente cont’nuo, alŽm de progressiva debilidade das fun•›es vitais
(caquexia), podendo levar ˆ morte.
sPL/Latinstock

FRENTE A
BIOLOGIA

Fig. 12 – Protozoários da espécie


Trypanosoma gambiense entre
células sanguíneas. (Imagem obtida
por microscópio de luz; ampliação
de 600 vezes.)

Os seres vivos: a classifica•‹o dos seres vivos, os v’rus e os reinos Monera, Protoctista e Fungi 63
Leishmania Ð trata-se de um g•nero de protozo‡rios flagelados causadores das leishmanioses,
doen•as que t•m como vetor as f•meas dos mosquitos hemat—fagos do grupo dos flebotom’neos
(g•neros Phlebotomus, na Europa, çsia e çfrica, e Lutzomyia, nas AmŽricas). Entre as v‡rias espŽ-
cies de protozo‡rios parasitas do g•nero Leishmania, vamos destacar a Leishmania braziliensis e a
Leishmania chagasi.
Leishmania braziliensis (fig. 13) Ð Causadora da leishmaniose tegumentar americana, popularmente
conhecida como œlcera de Bauru ou ferida brava. A doen•a geralmente n‹o ocasiona a morte, mas
provoca na v’tima les›es cut‰neas generalizadas, com deforma•›es por vezes permanentes. Essas
les›es podem causar a obstru•‹o parcial das cavidades nasais e vias aŽreas superiores, provocando
sono agitado e ins™nia, que afetam a produtividade do doente no trabalho.

ingeborg asbacH/arquivo da editora


núcleo

Flagelo

Fig. 13 Ð Leishmania braziliensis, protozo‡rio transmitido aos seres


humanos pela picada de mosquito conhecido popularmente
como mosquito-palha ou birigui.

Leishmania chagasi Ð Respons‡vel pela doen•a conhecida como leishmaniose visceral, ou calazar.
O parasita instala-se principalmente no f’gado, no ba•o e na medula —ssea. O f’gado e o ba•o
hipertrofiam-se e a medula —ssea sofre atrofia do tecido hematopoiŽtico, produtor de cŽlulas
sangu’neas. A pessoa doente apresenta febre, anemia, leucopenia (baixa taxa de leuc—citos) e
tend•ncias hemorr‡gicas em virtude da baixa taxa de plaquetas no sangue, alŽm de alta susceti-
bilidade a infec•›es, principalmente do sistema digest—rio e respirat—rio. A Leishmania chagasi Ž
respons‡vel pela doen•a nas AmŽricas, da’ essa doen•a ser conhecida tambŽm como leishmaniose
visceral americana. A leishmaniose visceral pode tambŽm ser provocada pelas espŽcies Leishmania
donovani (çsia) e Leishmania infantum (çsia, Europa e çfrica).
Trichomonas vaginalis Ð Parasita (fig. 14) o sistema genital (sistema reprodutor) humano,
instalando-se em —rg‹os como a uretra, a pr—stata, a vagina e o œtero. Pode ser transmitido por meio
de rela•›es sexuais e tambŽm por contamina•‹o direta em piscinas, sanit‡rios, roupas mal lavadas
e toalhas de uso comum. No sistema genital, o parasita ocasiona inflama•›es e leucorreia, que Ž um
corrimento branco vaginal.
Membrana ondulante
ingeborg asbacH/arquivo da editora

Fig. 14 Ð Trichomonas vaginalis. núcleo

64 Os seres vivos: a classificação dos seres vivos, os v’rus e os reinos Monera, Protoctista e Fungi
Giardia lamblia Ð ƒ o agente etiol—gico da giard’ase. O parasita (fig. 15) instala-se no intestino
delgado humano, causando diarreias, c—licas, inflamaç›es e náuseas. A transmissão ocorre por meio
de água e de alimentos contaminados com cistos do parasita, que são eliminados com as fezes dos
indiv’duos infectados.

sPL/Latinstock
Fig. 15 – Imagem de Giardia lamblia obtida
por microscópio eletrônico e colorida
artificialmente. (Ampliação de 2 800 vezes.)

Principais protozo‡rios causadores de doenças: resumo


O quadro abaixo traz um resumo sobre os protozoários estudados, as doenças que eles causam
e os meios de contágio.

Doen•as causadas por protozo‡rios


www.ser.com.br
Protozo‡rio Doen•a Modo de transmiss‹o
Acesse o portal e explore o con-
Entamoeba histolytica Disenteria amebiana; amebíase Água e alimentos contaminados teúdo Doenças causadas por
Balantidium coli Disenteria Água e alimentos contaminados protozoários.

Plasmodium vivax;
Malária Picada de mosquito Anopheles
P. malariae; P. falciparum
Carnes cruas ou malcozidas; cistos
Toxoplasma gondii Toxoplasmose
eliminados por fezes de gato
Picada de barbeiro (Triatoma infestans,
Trypanosoma cruzi Doença de Chagas
Panstrongylus megistus)
Picada de mosca tsé-tsé
FRENTE A
Trypanosoma gambiense Doença do sono
(Glossina palpalis)
Leishmaniose tegumentar
Leishmania braziliensis Picada de mosquito Lutzomyia
(úlcera de Bauru)
BIOLOGIA

Leishmaniose visceral
Leishmania chagasi Picada de mosquito Lutzomyia
americana
Trichomonas vaginalis Tricomoníase Relações sexuais; objeto contaminado
Giardia lamblia Giardíase Água e alimentos contaminados

Os seres vivos: a classifica•‹o dos seres vivos, os v’rus e os reinos Monera, Protoctista e Fungi 65
SAIBA MAIS
A reprodução dos protozoários
Os protozo‡rios reproduzem-se principalmente de forma assexuada, por cissiparidade ou ge-
A reprodu•‹o assexuada por miparidade, por exemplo.
cissiparidade Ž a mais comum Os protozo‡rios podem tambŽm apresentar reprodu•‹o sexuada. Vimos, por exemplo, que no
entre os protozo‡rios sarcod’-
ciclo reprodutivo dos plasm—dios h‡ uma fase sexuada, que ocorre no tubo digest—rio do mosquito
neos, como a Amoeba proteus,
e os flagelados, como a Giardia transmissor da mal‡ria.
lamblia. Certos protozo‡rios, como os paramŽcios, realizam um processo sexual denominado conjuga-
•‹o. Embora a conjuga•‹o em si n‹o resulte na forma•‹o de novos indiv’duos, ela permite a recom-
bina•‹o de material genŽtico entre os indiv’duos que realizam esse processo.
Os paramŽcios s‹o protozo‡rios portadores de dois nœcleos: um macronœcleo, com fun-
•‹o vegetativa, e um micronœcleo, com fun•‹o reprodutiva. Ap—s dezenas de gera•›es assexua-
das, os paramŽcios podem se aderir, dois a dois, pela forma•‹o de uma ponte citoplasm‡tica.
O macronœcleo, ent‹o, degenera e o micronœcleo sofre meiose. Os paramŽcios estabelecem tro-
cas de micronœcleos, que originam, em cada um, zigotos. Ap—s a troca do material genŽtico, os
dois paramŽcios separam-se, retomando as atividades normais e voltando a se reproduzir por
cissiparidade (fig. 16).
Ameba

MasPi/arquivo da editora
Fig. 16 Ð Esquema da reprodu•‹o por cissiparidade (tambŽm
chamada divis‹o simples ou divis‹o bin‡ria) em ameba e
paramŽcio. Em laborat—rio, sob condi•›es controladas, a ameba
divide-se em cerca de trinta minutos; no paramŽcio, o processo
reprodutivo dura cerca de duas horas.
Paramécio

Aplicações dos ciliados


Os protozo‡rios ciliados foram descobertos no final do sŽculo XVII pelo holand•s
Antony van Leeuwenhoek (1632-1723), com o aux’lio de um microsc—pio rudimentar
que ele pr—prio construiu. Eles foram observados em ‡gua de chuva, geralmente entre
filamentos de algas microsc—picas.
Com grande diversidade de formas e tamanhos, os protozo‡rios ciliados medem
entre 10 micr™metros e 4,5 mil’metros. Todos s‹o dotados de c’lios dispostos de for-
mas variadas, usados na locomo•‹o e na obten•‹o de alimentos. Em sua maioria, s‹o
organismos de vida livre que ocupam ambientes marinhos, terrestres e de ‡gua doce.
Eles se alimentam de bactŽrias, de fungos, de outros protoctistas, de diversos detritos
org‰nicos e de animais microsc—picos.
Os protozo‡rios ciliados podem participar de uma das etapas do processo de
tratamento biol—gico de esgotos, permitindo a produ•‹o de um efluente clarificado e
de boa qualidade. AlŽm de contribuir para a remo•‹o da matŽria org‰nica dos esgotos,
eles reduzem, com sua atividade predat—ria, o nœmero de bactŽrias que vivem no meio
l’quido.
Trabalhos recentes t•m investigado a efici•ncia dos protozo‡rios ciliados (fig. 17)
no monitoramento ambiental de ecossistemas aqu‡ticos, principalmente rios e c—rre-
gos. A r‡pida degrada•‹o dos ambientes de ‡gua doce, por meio das muitas atividades
humanas, produziu avan•os importantes nos mŽtodos de avalia•‹o das condi•›es
gerais desses ecossistemas, visando ˆ sua conserva•‹o ou recupera•‹o. O uso de pro-
tozo‡rios como bioindicadores tem sido apontado como de grande potencial para a
avalia•‹o da qualidade da ‡gua.
O curto ciclo de vida e a alta taxa reprodutiva dos protozo‡rios ciliados permitem
a detec•‹o de impactos ambientais de curta dura•‹o. Esses organismos respondem

66 Os seres vivos: a classificação dos seres vivos, os vírus e os reinos Monera, Protoctista e Fungi
diretamente a mudan•as no perfil qu’mico e s‹o sens’veis a dosagens muito pequenas
de contaminantes.
Vale lembrar ainda que os ciliados presentes no est™mago

steve gscHMeissner/sPL/Latinstock
de mam’feros ruminantes (bois, cabras, ovelhas) atuam junto
com a flora bacteriana na digest‹o de certas subst‰ncias. Alguns
estudos demonstram que a aus•ncia desses ciliados no est™ma-
go de ruminantes acarreta problemas nutricionais que levam ˆ
perda de peso e ˆ queda na produ•‹o animal (leite e carne).
Assim, os protozo‡rios ciliados t•m proporcionado a rea-
liza•‹o de muitos estudos aplicados, por interferir, entre ou-
tras coisas, na produ•‹o animal, na avalia•‹o da qualidade da
‡gua em ambientes aqu‡ticos diversos e no tratamento biol—-
gico de esgotos.
DIAS, R. J. et al. Microsc—picos e vorazes. Ciência Hoje.
Rio de Janeiro: SBPC, n. 230, set. 2006. p. 56-8. Adaptado.

Fig. 17 – Imagem de Blepharisma ciliate obtida por microscópio


eletrônico. (Coloração artificial; ampliação de 250 vezes.) Todos
os ciliados são dotados de cílios usados na locomoção e
obtenção de alimento.

PARA CONSTRUIR

9 (UFG-GO) A doença de Chagas e a malária, doenças provoca- 10 (Unicamp-SP) Em algumas regiões do Brasil, como no estado
m
Ene-4
das por protozoários, afetam o sistema circulatório do ser hu- m
Ene-4
de São Paulo, a maneira usual de transmissão de Trypanosoma
C 4
C 4
H-1 mano. Essas duas graves doenças, não erradicadas do Brasil, H1
- cruzi para o ser humano, por meio de triatomídeos, deixou de
afetam milhares de pessoas nas diferentes regiões do país. ser importante, principalmente em consequência das medi-
das de controle desse artrópode. Dê duas explicações para o
a) Compare o modo de infestação da malária e da doença
aparecimento, nessas regiões, de novos casos humanos da
de Chagas e os locais onde os respectivos protozoários se
doença de Chagas.
alojam no ser humano.
o Trypanosoma cruzi pode também ser transmitido por transfusões
doença de chagas: o inseto barbeiro elimina as fezes com o
de sangue contaminado com o parasita ou por mães contaminadas
parasita enquanto suga o sangue de uma pessoa; coçando o
para os filhos, por meio da placenta ou do leite.
local da picada, a pessoa provoca a penetração do protozoário
na corrente sanguínea. o parasita aloja-se em tecidos diversos
do corpo humano, principalmente na musculatura do coração. 11 (Vunesp) O mal de Chagas é uma doença que afeta grande
Malária: o protozoário penetra na corrente sanguínea humana número de pessoas em áreas rurais do Brasil. Com respeito a
por meio da picada de mosquitos do gênero Anopheles. essa doença, responda às seguintes questões:
o parasita aloja-se no fígado e no sangue. a) Como as pessoas são infectadas?
são infectadas pelo Trypanosoma cruzi por meio das fezes do
inseto transmissor ou por transfusões de sangue contaminado.

b) Qual o agente transmissor? FRENTE A


b) Cite quatro medidas que poderiam conduzir à diminuição
ou até mesmo à erradicação da malária no Brasil. o agente transmissor é um inseto conhecido popularmente

combater as larvas do mosquito vetor (drenagens, inseticidas, como “barbeiro”.


BIOLOGIA

etc.), combater o inseto adulto, tratar os doentes, evitar o acesso


de mosquitos às moradias (uso de telas nas janelas e nas c) Qual órgão do corpo é afetado pelo agente patogênico?
portas, etc.). o principal órgão afetado é o coração.

Os seres vivos: a classifica•‹o dos seres vivos, os v’rus e os reinos Monera, Protoctista e Fungi 67
d) Que medida profilática pode erradicar a doença? aumento e disfunção de outros órgãos, como esôfago,
as principais medidas consistem no combate aos barbeiros, na baço e fígado.
melhoria das condições de moradia, principalmente nas zonas (02) Percevejos hematófagos pertencentes ao grupo dos
rurais, e na análise adequada do sangue a ser utilizado nas
triatomíneos constituem os vetores que transmitem o
Trypanosoma cruzi. Dentre eles, o mais importante é o
transfusões.
Triatoma infestans, conhecido como barbeiro.
(04) A leishmaniose tegumentar americana, causada pela
12 (UEPG-PR) Nos seres humanos, a espécie Trypanosoma cruzi Leishmania braziliensis, e a leishmaniose visceral ameri-
m causa a doença de Chagas, e as espécies Leishmania chagasi cana, causada pela Leishmania chagasi, têm transmissão
Ene-1
C 1
H- e Leishmania braziliensis causam as leishmanioses. Com rela- pela picada de fêmeas de diferentes espécies de mos-
ção às características gerais dessas parasitoses, seus vetores e quitos do gênero Lutzomyia, denominados também de
m
Ene-4
C 4 consequências, assinale o que for correto. todas são corretas. flebótomos.
H-1
(01) O Trypanosoma cruzi apresenta certa seletividade pela (08) A leishmaniose visceral americana provoca principal-
musculatura cardíaca, causando hipertrofia do coração e mente febre, lesões nas vísceras, aumento do fígado,
determinando disfunção cardíaca. Também pode causar aumento do baço e anemia.

TAREFA PARA CASA: Para praticar: 7 a 9 Para aprimorar: 4 a 9

A
ALGAS
MasPi/arquivo da editora

Flagelo
As algas compõem um grupo bastante heterogêneo: podem ser uni-
citóstoma
celulares ou multicelulares, microscópicas ou macroscópicas e de colora-
ção variável. São encontradas em lagos, rios, solos úmidos e sobretudo nos
oceanos.
citofaringe Fig. 18 – (A) Esquema
da Euglena viridis.
Muitas espécies de algas fazem parte do fitoplâncton, isto é, do con-
O estigma é uma junto de seres clorofilados aquáticos flutuantes. Em virtude de sua atividade
cloroplasto
organela fotossensorial fotossintetizante, o fitoplâncton geralmente constitui a base nutritiva que
que orienta a permite a manutenção de praticamente todas as cadeias alimentares em
estigma
euglenófita em direção
a fontes luminosas. Se
ambientes aquáticos diversos.
for colocada no escuro, O fitoplâncton marinho é também responsável pela maior parte do
a euglena pode viver gás oxigênio liberado diariamente na biosfera.
vacúolo contrátil como heterótrofo,

Paramilo
absorvendo nutrientes
orgânicos do meio
Algas unicelulares
ambiente. (B) Imagem Entre as algas unicelulares, destacamos três grupos: as euglenófitas, as
de euglena obtida bacilariófitas e as pirrófitas.
núcleo em microscópio
de luz e colorida Euglen—fitas
artificialmente.
(Ampliação de 1 100 A maioria das euglenófitas, integrantes do filo Euglenophyta, vive em água
vezes.) doce. Como exemplo dessas algas pode-se citar a Euglena viridis (fig. 18), que é
dotada de um flagelo e se reproduz por cissiparidade. Quando sua população
bLickWinkeL/aLaMy/Latinstock

B
é numerosa, a água pode exibir coloração esverdeada.
Bacilari—fitas
Componentes do filo Bacillariophyta, essas algas, conhecidas
como diatomáceas, são também classificadas como integrantes do filo
Chrysophyta – as chamadas “algas douradas”.
As diatomáceas são um dos mais importantes componentes do fito-
plâncton. São encontradas em grande número principalmente nos mares,
mas muitas espécies vivem em água doce e em solo úmido. Essas algas
geralmente se reproduzem por fissão binária.
As bacilariófitas são algas unicelulares dotadas de carapaça silicosa
denominada frústula. Em determinadas regiões, essas carapaças se depo-
sitaram no fundo dos mares e, com o tempo, formaram um material de-

68 Os seres vivos: a classifica•‹o dos seres vivos, os v’rus e os reinos Monera, Protoctista e Fungi
nominado terra de diatomácea ou diatomito, que Ž explorado comercialmente. Esse material pode
ter várias aplicaç›es: isolante tŽrmico; abrasivo fino que permite o polimento de materiais diversos
(a prata, por exemplo); confecção de cosmŽticos e pastas de dentes; fabricação de filtros e de tijolos
para a construção de casas. Veja a figura 19.

@gLoWiMages / dennis kunkeL MicroscoPy, inc

Jorge butsueM
A B

Fig. 19 – (A) Imagem de uma bacilariófita


(diatomácea). (B) Catedral de Fortaleza (CE),
construída com tijolos de diatomito.

Pirrófitas
Pertencentes ao filo Pyrrophyta (do grego pyr, ÒfogoÓ), as algas pirr—fitas são assim chamadas
em virtude da bioluminesc•ncia, fen™meno percebido ˆ noite sobre a superf’cie do mar. Outra de-
nominação desse filo, usada em outros sistemas de classificação, Ž Dinophyta, da’ as pirr—fitas serem
tambŽm conhecidas como dinoflagelados.
Essas algas unicelulares são geralmente marinhas e dotadas de dois flagelos desiguais. Assim
como as diatomáceas, as pirr—fitas constituem importantes componentes do fitopl‰ncton. Possuem
coloração em geral esverdeada ou pardacenta e se reproduzem principalmente por cissiparidade.
Veja a figura 20.
WiM van egMond/sPL/Latinstock

bLickWinkeL/McPHoto/bio/aLaMy/Latinstock
A B

FRENTE A
BIOLOGIA

Fig. 20 – Exemplos de pirrófitas (dinoflagelados): (A) Noctiluca (ampliação de 120 vezes); e


(B) Ceratium (ampliação de 180 vezes). Imagens obtidas por microscópio de luz.

Os seres vivos: a classifica•‹o dos seres vivos, os v’rus e os reinos Monera, Protoctista e Fungi 69
Em determinadas circunstâncias, as pirrófitas podem sofrer explosão populacional, ocasionando
a chamada marŽ vermelha. Como essas algas liberam certas toxinas, esse fenômeno afeta o desen-
volvimento da fauna local. A maré vermelha é um fenômeno natural registrado nos mais diversos
países do mundo, desde o tempo dos antigos egípcios.

Algas multicelulares
Como vimos, há sistemas que classificam as algas multicelulares no reino Plantae. Adotaremos,
porém, o sistema de classificação elaborado na década de 1980 pelas biólogas estadunidenses Lynn
Margulis e Karlene Schwartz, no qual todas as algas – uni e multicelulares – foram incluídas no reino
dos protoctistas. Isso porque, ao contrário das plantas, as algas não formam embrião cujo desenvol-
vimento depende dos nutrientes fornecidos pelo organismo materno.
Estudaremos três grupos de algas multicelulares: as clorófitas, as rodófitas e as feófitas.
Clorófitas
Componentes do filo Chlorophyta e conhecidas como algas verdes, as clorófitas constituem
um grupo muito diversificado de algas (fig. 21).

PreMaPHotos/aLaMy/Latinstock
A

PreMaPHotos/aLaMy/Latinstock
B

Fig. 21 – Exemplos de clorófitas (algas


verdes): (A) Ulva; (B) Cladophora.

70 Os seres vivos: a classificação dos seres vivos, os vírus e os reinos Monera, Protoctista e Fungi
Essas algas, que abrangem tambŽm representantes unicelulares, s‹o predominantemente aqu‡-
ticas e podem ser marinhas ou dulc’colas. Mas h‡ espŽcies terrestres vivendo, por exemplo, sobre
troncos œmidos de certas ‡rvores. A cor verde caracter’stica dessas algas Ž determinada pela predo-
min‰ncia de clorofila em suas cŽlulas, que podem ainda conter xantofilas (pigmentos amarelados) e
carotenos (pigmentos alaranjados).
As clorófitas possuem cŽlulas com parede celular, em que o principal componente Ž a celulose.
A exemplo do que ocorre na maioria das plantas, o material de reserva das clorófitas geralmente
Ž o amido, um polissacar’deo.
Rodófitas
Integrantes do filo Rhodophyta e conhecidas como algas vermelhas, as rodófitas s‹o geral-
mente macroscópicas e marinhas (fig. 22).

PreMaPHotos/aLaMy/Latinstock

Leo Francini/aLaMy/Latinstock
A B

Fig. 22 Ð Exemplos de rod—fitas (algas vermelhas): (A) Dilsea; (B) Coralina.

Assim como as clorófitas, as cŽlulas dessas algas possuem parede celular, em que a principal
subst‰ncia Ž a celulose, e armazenam amido. Mas o pigmento predominante nas cŽlulas das rodófitas
Ž a ficoeritrina, respons‡vel por sua colora•‹o avermelhada.

Marty snyderMan/aLaMy/Latinstock
Feófitas A
Pertencentes ao filo Phaeophyta e conhecidas como algas pardas, as feófitas s‹o
macroscópicas e, geralmente, marinhas. Algumas espŽcies chegam a medir mais de 50
metros de comprimento e podem ser dotadas de ves’culas cheias de ar, o que lhes permite
a flutua•‹o na ‡gua.
Observe a figura 23.
age Fotostock/keystone brasiL

FRENTE A
BIOLOGIA

Fig. 23 Ð Exemplos de fe—fitas (algas pardas): (A) Macrocystis; (B) Sargassum.

Os seres vivos: a classificação dos seres vivos, os vírus e os reinos Monera, Protoctista e Fungi 71
As cŽlulas dessas algas apresentam parede celular constitu’da principalmente por celulose e em
geral armazenam lip’dios e carboidratos. O pigmento predominante Ž a fucoxantina, de colora•‹o
marrom e respons‡vel pela cor caracter’stica do grupo.

Quando a esquadra de Colombo se aproximava da AmŽrica, os marinheiros avis-


taram no oceano Atl‰ntico uma massa escura que acreditavam ser terra. Constataram,
porŽm, decepcionados, que a massa flutuava. Estavam no mar dos Sarga•os, como fi-
cou conhecida a regi‹o, por ser constitu’da por aglomerados de algas pardas do g•nero
Sargassum, cujo talo filamentoso pode se estender por mais de 4 metros de comprimento.
No mar dos Sarga•os, a enorme quantidade de algas pardas existentes cria condi•›es, ao
mesmo tempo, favor‡veis ˆ nutri•‹o e ˆ prote•‹o de numerosas espŽcies animais marinhas,
porŽm desfavor‡veis ˆ navega•‹o. As algas podem complicar a passagem de embarca•›es, tanto
pelos problemas que acarretam em suas hŽlices e, consequentemente, em seus motores, como
pelo bloqueio ao deslizamento do casco.

A import‰ncia das algas


Como voc• viu, as algas s‹o importantes produtoras da matŽria org‰nica que, nos ecossistemas
aqu‡ticos, garante direta ou indiretamente a nutri•‹o da maioria dos seres que vivem nesses ambien-
tes. Elas tambŽm s‹o grandes fornecedoras de g‡s oxig•nio para a biosfera, fundamental para a res-
pira•‹o aer—bia dos seres vivos em geral. As algas, portanto, t•m consider‡vel import‰ncia ecol—gica.
Mas algumas espŽcies de algas s‹o tambŽm importantes para interesses humanos. ƒ o que
veremos a seguir.
Na alimenta•‹o Ð Algumas espŽcies de algas multicelulares s‹o utilizadas como alimento pelos
seres humanos. ƒ o caso das clor—fitas do g•nero Ulva, das rod—fitas do g•nero Porphyra e das
fe—fitas do g•nero Laminaria (fig. 24).
Na agricultura Ð Em certos pa’ses, algas como os sarga•os s‹o utilizadas como fonte de adubo
para a agricultura. Depois de ressecadas e mo’das, essas algas fornecem material rico em sais mi-
nerais diversos, como iodo, pot‡ssio e nitrog•nio.
Na indœstria Ð Algumas espŽcies de algas fornecem uma subst‰ncia denominada algina, que,
adicionada aos sorvetes, evita a forma•‹o de cristais de ‡gua e Ž tambŽm empregada na fabrica-
•‹o de doces, de pastas de dentes e de cosmŽticos cremosos. Certas algas vermelhas fornecem a
carragenina, produto gelatinoso usado como estabilizante na produ•‹o de alimentos diversos. E
as rod—fitas do g•nero Gelidium permitem a extra•‹o de um produto denominado ‡gar, que, alŽm
de grande utilidade como substrato de cultura microbiana, Ž usado na fabrica•‹o de certas colas
e como componente de gelatinas, balas e outros produtos.

HiLke Maunder/aLaMy/Latinstock
sPL/Latinstock

Fig. 24 – Secagem da Laminaria, alga parda mais conhecida como kombu (palavra japonesa). Essas algas podem ser utilizadas, entre outras aplicaç›es, para
extraç‹o de subst‰ncias farmac•uticas e na preparaç‹o de alimentos humanos e raç›es de animais. Acima, pode-se observar o aspecto da Laminaria.

72 Os seres vivos: a classificação dos seres vivos, os vírus e os reinos Monera, Protoctista e Fungi
Algas e desequilíbrios ambientais
Vimos que pode ocorrer a superpopula•‹o de algas unicelulares como as pirr—fitas, provocan-
do o fen™meno conhecido como marŽ vermelha. Mas as algas podem estar tambŽm envolvidas
em outros exemplos de desequil’brios ambientais. ƒ o caso da eutrofização, fen™meno em que
ecossistemas aqu‡ticos, como rios e lagos, s‹o enriquecidos por nutrientes diversos, principalmente
nitrogenados e fosforados; tais nutrientes s‹o muitas vezes oriundos da lixivia•‹o de adubos usados
na agricultura ou do despejo de materiais org‰nicos na ‡gua, como lixo e esgoto domŽstico. O enri-
quecimento da ‡gua por nutrientes diversos favorece o desenvolvimento de uma superpopula•‹o
de algas, que podem ser unicelulares, como as do g•nero Monodus, ou multicelulares, como as do
g•nero Cladophora.
As algas verdes do g•nero Cladophora s‹o filamentosas e em grande parte respons‡veis pelo
fen™meno conhecido por Òflora•‹o das ‡guasÓ. Quando proliferam em demasia, em consequ•ncia
da eutrofiza•‹o, formam uma espŽcie de ÒtapeteÓ superficial que dificulta a adequada penetra•‹o de
luz na ‡gua; isso compromete a atividade fotossintetizante das algas situadas nas camadas inferiores,
resultando na redu•‹o da libera•‹o de g‡s oxig•nio na ‡gua. Muitas

ricardo aZoury/oLHar iMageM


dessas algas submersas morrem e a decomposi•‹o delas consome
g‡s oxig•nio, o que tambŽm contribui para reduzir os n’veis desse
g‡s dissolvido na ‡gua, provocando a morte de seres aer—bios por
asfixia (fig. 25). Como o ÒtapeteÓ de algas Ž superficial, grande parte
do g‡s oxig•nio produzido por elas Ž liberado diretamente para a
atmosfera.
A eutrofiza•‹o nem sempre resulta de atividades humanas,
como lan•amentos de esgotos e de res’duos industriais e domŽs-
ticos na ‡gua. Ela pode ser provocada tambŽm por processos na-
turais: por exemplo, quando lagos abrigam aves cujos excrementos
aumentam o teor de nutrientes na ‡gua.
O aumento populacional de algas, em consequ•ncia da eutro-
fiza•‹o, tem sido registrado em diversas represas e lagos brasileiros,
como a represa de Pampulha, situada no per’metro urbano de Belo
Horizonte, e a lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro (fig. 25).
A eutrofiza•‹o pode comprometer n‹o s— o uso de ‡gua pelos Fig. 25 – Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio
seres humanos, mas tambŽm o turismo e a atividade pesqueira de determinada regi‹o. Afinal, s‹o de Janeiro: peixes mortos por causa
v‡rias as represas e os lagos no Brasil situados em regi›es utilizadas como locais de veraneio ou que da eutrofização.
representam importantes locais de pesca. ƒ o caso da ba’a de Sepetiba, a cerca de 60 km a oeste da
cidade do Rio de Janeiro (fig. 26).
FabriZia granatieri/FoLHa iMageM

FRENTE A
BIOLOGIA

Fig. 26 – Manifestantes na baía de Sepetiba (RJ), em protesto


contra a poluição na região.

Os seres vivos: a classificação dos seres vivos, os vírus e os reinos Monera, Protoctista e Fungi 73
PARA CONSTRUIR

13 Uma estudante afirmou que as algas são ecologicamente mui- 16 Em relação às algas multicelulares:
m
Ene-4
to importantes, não só para a manutenção das cadeias alimen- a) Cite duas semelhanças entre feófitas e rodófitas.
C 4
H-1 tares aquáticas como também para a vida dos seres aeróbios
essas algas são multicelulares e, geralmente, macroscópicas.
no planeta. Você concorda com a estudante? Por quê?
a resposta correta é sim, pois as algas, principalmente as unicelulares,
são os principais seres produtores da matéria orgânica que nutre
direta ou indiretamente quase todos os demais seres aquáticos.
as algas também são os principais fornecedores de gás oxigênio
na biosfera, contribuindo assim para a vida dos seres aeróbios.
b) Cite dois gêneros delas, comentando a import‰ncia para
os interesses humanos.
as algas do gênero Ulva e Laminaria, por exemplo, são utilizadas
como alimento pelo ser humano; as algas do gênero Gelidium
fornecem o ágar, gelatina usada, por exemplo, como meio de
14 O que são marés vermelhas e quais as algas envolvidas nesse cultura microbiana.
fen™meno?
Marés vermelhas são desequilíbrios ecológicos que se verificam
quando ocorre superpopulação de algas unicelulares dinoflageladas
(pirrófitas). nesse caso, as algas liberam para o meio ambiente
toxinas que afetam o desenvolvimento da fauna local.
c) Todas as algas possuem clorofila, pigmento esverdeado.
Mas elas podem ser avermelhadas ou pardacentas, por
exemplo. Como você explica isso?
a coloração de uma alga depende da predominância dos pig-
15 Em certas regi›es do Brasil, são cortados blocos de tijolo de
mentos que ela contém. as algas vermelhas, por exemplo,
m
Ene-4
diatomito. Esses blocos são usados na construção de algu-
C 4 têm predominância de um pigmento vermelho chamado fi-
H-1 mas habitaç›es.
a) Quais as algas associadas com a obtenção do diatomito? coeritrina, o que explica sua coloração.

as algas diatomáceas.

b) Como se forma o diatomito?


o diatomito é um material rico em sílica, resultante do 17 (Fuvest-SP) As marés vermelhas, fen™menos que podem tra-
acúmulo de bilhões de carapaças silicosas de diatomáceas zer sérios problemas para organismos marinhos e mesmo
mortas e depositadas no fundo dos mares. para o ser humano, são devidas: e
a) à grande concentração de rodofíceas bent™nicas na zona
das marés.
b) ao vazamento de petróleo, o qual estimula a proliferação
de diatomáceas marinhas.
c) Cite dois outros exemplos de algas unicelulares. c) à presença de poluentes químicos provenientes de esgo-
euglenófitas e pirrófitas. tos industriais.
d) à reação de certos poluentes com o gás oxigênio produzi-
do pelas algas marinhas.
e) à proliferação excessiva de certas algas planct™nicas que
liberam toxinas na água.

TAREFA PARA CASA: Para praticar: 10 a 14 Para aprimorar: 10 a 12

74 Os seres vivos: a classificação dos seres vivos, os vírus e os reinos Monera, Protoctista e Fungi
veja, no guia do Professor, as respostas da “tarefa para casa”. as resoluções encontram-se no portal, em resoluções e gabaritos.

TAREFA PARA CASA


As resolu•›es dos exerc’cios encontram-se no portal, em Resolu•›es e Gabaritos.

Esse agente causador Ž classificado como:


PARA
Para PRATICAR
Praticar
a) v’rus. c) helminto.
b) bactŽria. d) protozo‡rio.
1 (Uece) Assinale a alternativa incorreta, com rela•‹o aos proto-
m
Ene-4
C 4
zo‡rios. 7 (FMU/Fiam-SP) A preven•‹o da mal‡ria e da doen•a de Cha-
H-1 a) Todos os protozo‡rios s‹o aer—bios e vivem em meio rico gas envolve, respectivamente:
de g‡s oxig•nio. a) destruir mosquitos e c‹es vadios.
b) A reprodu•‹o dos protozo‡rios pode ser assexuada ou se- b) evitar banhar-se em lagoas e eliminar mosquitos.
xuada. c) combater mosquitos e barbeiros.
c) Nem todos os protozo‡rios s‹o microsc—picos. d) n‹o comer carne de porco mal cozida e n‹o habitar em
d) Todos os protozo‡rios possuem uma membrana mais ou casas de barro.
menos delgada que os envolve. e) n‹o comer verduras e frutas mal lavadas.
e) Nem todos os protozo‡rios t•m um s— nœcleo.
8 (UFMA) Assinale a op•‹o em que todas as doen•as s‹o causa-
2 (Ufac) A locomo•‹o nas amebas, protozo‡rios da classe das por protozo‡rios.
Sarcodina, Ž realizada por meio de: a) Mal‡ria, doen•a de Chagas, leishmaniose e ameb’ase.
a) c’lios. b) Mal‡ria, doen•a de Chagas, peste bub™nica e ameb’ase.
b) flagelos. c) Mal‡ria, febre amarela, doen•a de Chagas e ameb’ase.
c) pseud—podes. d) Peste bub™nica, doen•a de Chagas, febre amarela e ameb’ase.
d) c’lios e flagelos.
e) flagelos e pseud—podes. 9 (PUC-SP) Abaixo s‹o apresentadas tr•s informa•›es a respei-
to de um parasita humano:
3 (Unip-SP) Qual das seguintes estruturas Ž comum ˆs amebas I. Tem como hospedeiro intermedi‡rio um inseto.
m
Ene-4
de ‡gua doce e falta nas amebas marinhas? II. A doen•a causada por esse parasita Ž adquirida por con-
C 4
H1
-
a) Vacœolo contr‡til. d) Nœcleo individualizado. tato com as fezes do hospedeiro intermedi‡rio.
b) Vacœolo digestivo. e) Pseud—pode. III. O parasita instala-se no mœsculo card’aco, provocando in-
c) Endoplasma. sufici•ncia no funcionamento do cora•‹o.
Os itens I, II e III t•m rela•‹o com o protozo‡rio:
4 (PUC-SP) O filo Protozoa Ž subdividido em quatro classes: Sar-
m codina, Mastigophora, Sporozoa e Ciliophora. A caracter’stica a) Plasmodium falciparum e com o mal de Chagas.
Ene-4
C 4
H-1 considerada para tal classifica•‹o Ž: b) Trypanosoma cruzi e com o mal de Chagas.
c) Plasmodium falciparum e com a mal‡ria.
a) o modo de reprodu•‹o.
d) Trypanosoma cruzi e com a mal‡ria.
b) a presen•a ou aus•ncia de carioteca.
e) Leishmania braziliensis e com o mal de Chagas.
c) a composi•‹o qu’mica do pigmento fotossintetizante.
d) a estrutura de locomo•‹o. 10 (Ucpel-RS) A popula•‹o brasileira Ž acometida por v‡rias
e) a composi•‹o qu’mica do citoplasma. m doen•as causadas por protozo‡rios. A figura abaixo mostra o
Ene-4
C 4
H-1 ciclo de uma delas.
5 (UFRN) A mal‡ria Ž provocada por um protozo‡rio do g•nero:
m
a) Entamoeba. d) Amoeba. Ene-5
C 7
H1
-
b) Plasmodium. e) Leishmania. 1 2
casa de tiPos/arquivo da editora

c) Trypanosoma.

6 (Uerj) Por tr‡s de um lindo e peludo gat‹o pode-se esconder FRENTE A

uma doen•a que gera problemas neurol—gicos e oculares no


beb• se transmitida durante o segundo trimestre da gravi- 4
BIOLOGIA

dez: a toxoplasmose. 3
A transmiss‹o da doen•a pode ocorrer pela ingest‹o de car-
ne crua ou malcozida, principalmente de aves ou de porco,
ou pelo contato direto com as fezes do felino contaminadas
pelo agente causador da doen•a.

Os seres vivos: a classifica•‹o dos seres vivos, os v’rus e os reinos Monera, Protoctista e Fungi 75
Com relação a este ciclo podemos afirmar que: d) Pseudópode.
I. O protozoário causador dessa doença Ž o Trypanossoma cruzi. e) Nenhuma das anteriores, pois o protozoário em questão
II. Este protozoário apresenta certa seletividade pela muscu- não se locomove.
latura cardíaca.
2 (PUC-SP) A malária Ž transmitida ao ser humano:
III. A doença representada na figura Ž denominada malária.
IV. O vetor que transmite o protozoário Ž um triatomídeo. a) pelas fêmeas de certas espŽcies de mosquitos Culex.
V. Esta doença Ž transmitida pela picada do Plasmodium malarie. b) pelas fêmeas e machos de certas espŽcies de mosquitos
Anopheles.
A(s) opção(›es) correta(s) Ž(são):
c) pelas fêmeas e machos de certas espŽcies de mosquitos
a) I, II, III, IV e V. c) II, IV e V. e) I, II e IV. Culex.
b) I, III e IV. d) III e V. d) pelas fêmeas de certas espŽcies de mosquitos Anopheles.
11 (UFPA) Cílios e flagelos são projeç›es filamentares da super- e) Nenhuma das anteriores.
fície celular, cuja função básica Ž promover a movimentação 3 (Unicamp-SP) A malária Ž a principal parasitose dos países
em meio líquido ou semilíquido. Os aspectos que os distin- tropicais. Segundo a Organização Mundial de Saúde, há mais
guem são o comprimento, o número por cŽlula e ainda o de 200 milh›es de casos de malária a cada ano e 500 mil de-
tipo de movimento. São dotados de flagelos: les ocorrem no Brasil. AtŽ hoje, a principal forma de combate
a) Entamoeba histolytica, Trichomonas vaginalis e Balantidium ˆ malária consiste no controle do vetor de seu agente etio-
coli. lógico. No entanto, em estudo publicado na revista Science
b) Euglena, espermatozoide humano e Giardia lamblia. em setembro de 2011, cientistas anunciaram que vacinas
c) Paramecium aurelia, Amoeba proteus e Trypanosoma cruzi. produzidas a partir de cŽlulas inteiras do agente causador da
d) Balantidium coli, Paramecium aurelia e Verticella. malária, depois de submetidas a uma dose letal de radiação
e) Leishmania braziliensis, Balantidium coli e espermatozoide gama, deram bons resultados em estudos preliminares reali-
humano. zados inclusive com humanos.

12 (UFJF-MG) As maiores algas em extensão corporal se classifi- a) Qual Ž o agente causador da malária? E qual Ž o seu vetor?
b) Qual Ž a import‰ncia do tratamento das cŽlulas dos agen-
m
Ene-4
cam entre:
C 4 tes causadores da malária com dosagem letal de radia-
H1
-
a) clorófitas. d) feófitas. ção? Como cŽlulas mortas podem agir como vacina?
b) cianófitas. e) pirrófitas.
c) crisófitas. 4 (Unicamp-SP) A história da doença de Chagas se inicia com
m
Ene-7
uma tripla descoberta, ocorrida no interior de Minas Gerais.
13 (UFMG) Todas as alternativas indicam atividades em que as C 5
H-2 Em abril de 1909, Carlos Chagas (1878-1934) comunicou ao
algas são utilizadas como matŽria-prima, exceto:
m
mundo científico a descoberta de uma nova doença huma-
a) na alimentação como fonte de proteína. Ene-4
C 4 na. O agente causal da doença e seu vetor tambŽm haviam
H1
-
b) na fabricação de cosmŽticos. sido por ele identificados, ao final de 1908.
c) na produção de meios de cultura biológicos.
A descoberta de Chagas, considerada única na história da
d) na produção de tintas e medicamentos.
medicina, constitui um marco decisivo na história da ciência
e) na reciclagem de lixo domŽstico.
e da saúde brasileiras, trazendo uma contribuição inovadora
14 (UFPA) O ágar, material gelatinoso usado em laboratórios de ao campo emergente da medicina tropical e dos estudos so-
pesquisa como meio de cultura para germes, Ž obtido de: bre as doenças parasitárias transmitidas por insetos.
a) algas verdes. d) algas douradas. A doença de Chagas ainda preocupa, principalmente os mo-
b) algas vermelhas. e) algas azuis. radores de Abaetetuba, no nordeste do Pará. De acordo com
c) algas pardas. a Secretaria de Saúde do Pará, só em agosto deste ano foram
registrados 18 casos na região associados ao consumo de açaí.
No total, 365 casos foram contabilizados de janeiro a agosto de
PARA
Para APRIMORAR
Praticar 2012. Nas regi›es Sul e Sudeste do Brasil, a transmissão dessa
doença já foi relacionada ao consumo de garapa.
1 (FMIt-MG) Durante uma aula prática foi observado um pro- a) Indique o agente causal da doença de Chagas e seu vetor
tozoário que continha um macro e um micronúcleo. Qual descritos pelo pesquisador em 1908-1909. Explique a for-
das organelas abaixo será responsável pela locomoção desse ma de transmissão dessa doença para humanos descrita
mesmo organismo? por Chagas.
a) Flagelo. b) Explique como o consumo de açaí ou de garapa pode
b) Cílio. transmitir essa parasitose. Como seria possível impedir
c) Mionema. essa via de transmissão ao consumir esses alimentos?

76 Os seres vivos: a classifica•‹o dos seres vivos, os v’rus e os reinos Monera, Protoctista e Fungi
5 (Enem) A doença de Chagas afeta mais de oito milhões de a) Quais são os protozoários que podem ser identificados no
brasileiros, sendo comum em áreas rurais. É uma doença sangue dos pacientes I e II?
causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi e transmitida b) De que forma esses pacientes poderiam ter adquirido os
por insetos conhecidos como barbeiros ou chupanças. Uma parasitas?
ação do homem sobre o meio ambiente que tem contribuí- 8 (Ufscar-SP) Temos abaixo, esquematizado, o ciclo do agente
do para o aumento dessa doença é: m etiológico da:
Ene-4
C 4
a) o consumo de carnes de animais silvestres que são hos- H-1

pedeiros do vetor da doença. Instalação no miocárdio


m Penetração na pele
Ene-5 do homem
do hospedeiro
b) a utilização de adubos químicos na agricultura que acele- C 7
H-1 vertebrado (homem)
ram o ciclo reprodutivo do barbeiro.
c) a ausência de saneamento básico que favorece a prolife-
ração do protozoário em regiões habitadas por humanos.
d) a poluição dos rios e lagos com pesticidas que exterminam Fezes (infestadas)
Capilar sanguíneo
o predador das larvas do inseto transmissor da doença. do hospedeiro
(homem)
invertebrado
e) o desmatamento que provoca a migração ou o desapa-
recimento dos animais silvestres dos quais o barbeiro se
alimenta.
Hospedeiro invertebrado (Triatoma)
6 (UFMG) Observe as figuras e assinale a opção que contém,
m
Ene-5
em ordem, os protozoários pelos nomes científicos. a) malária. d) ancilostomose.
C 7
H-1 b) esquistossomose. e) teníase.
casa de tiPos/arquivo da editora

c) doença de Chagas.

9 (UFJF-MG) A leishmaniose é uma parasitose que tem se alas-


trado nos últimos anos em alguns estados brasileiros. Analise
1 2
as seguintes afirmativas referentes à doença:
I. O agente etiológico, o protozoário Plasmodium, multipli-
ca-se nas células vermelhas do sangue do animal doente.
II. Seu vetor é o macho de mosquitos do gênero Anopheles.
3 4 III. Essa parasitose é transmitida pelas fêmeas de mosquitos
flebotomíneos.
a) Entamoeba histolytica, Leishmania braziliensis, Plasmodium IV. Para o combate dessa parasitose, uma das eficientes me-
didas profiláticas é a eliminação dos depósitos de águas
malariae, Giardia lamblia.
paradas nas áreas próximas das moradias humanas.
b) Entamoeba histolytica, Trypanosoma cruzi, Leishmania bra-
ziliensis, Giardia lamblia. Podemos afirmar que:
c) Entamoeba histolytica, Leishmania braziliensis, Toxoplasma a) II e III são corretas.
gondii, Trichomonas vaginalis. b) II e IV são corretas.
d) Entamoeba histolytica, Leishmania braziliensis, Balantidium c) I e IV são corretas.
coli, Trichonomas vaginalis. d) III e IV são corretas.
e) Entamoeba histolytica, Trypanosoma cruzi, Balantidium coli, e) I e III são corretas.
Giardia lamblia.
10 Suponha uma área que foi transformada em campo agríco-
7 (Vunesp) Estão representados nas figuras os exames de san- la. Quantidades significativas de adubos inorgânicos – con-
m gue de dois pacientes brasileiros, que nunca saíram do país, e tendo sais minerais de nitrogênio, fósforo e potássio – foram
Ene-5
FRENTE A
C 7
que revelam a presença de protozoários. aplicadas ao solo dessa área.
H-1
Depois de algum tempo, e de muita chuva na região, ocorreu
Paciente i Paciente i i
Hemácias grande mortandade de peixes em um lago próximo àquele
campo agrícola. Verificou-se também grande aumento nas
BIOLOGIA

populações de diversas espécies de algas nesse lago.


Explique de que maneira a mortandade de peixes e o au-
mento na quantidade de algas no lago podem estar relacio-
nados com a adição de adubo ao solo do campo de cultura
considerado.

Os seres vivos: a classificação dos seres vivos, os vírus e os reinos Monera, Protoctista e Fungi 77
11 (Vunesp) c) crescimento de fungos sobre material org‰nico em sus-
e m MarŽ vermelha deixa litoral em alerta pens‹o, material este proveniente de esgotos lan•ados ao
En -7
C 5
H-2 Uma mancha escura formada por um fen™meno mar nas regi›es das grandes cidades litor‰neas.
conhecido como ÒmarŽ vermelhaÓ cobriu ontem uma d) prolifera•‹o de liquens, que s‹o associa•›es entre algas
m
Ene-4 unicelulares componentes do fitopl‰ncton e fungos. O
C 4 parte do canal de S‹o Sebasti‹o [...] e pode provocar a
H -1
morte em massa de peixes. A Secretaria de Meio Am- termo ÒmarŽ vermelhaÓ decorre da produ•‹o de pigmen-
biente de S‹o Sebasti‹o entrou em estado de alerta. O tos pelas algas marinhas associadas ao fungo.
risco para o homem est‡ no consumo de ostras e mo- e) explos‹o populacional de algas unicelulares do grupo
luscos contaminados. das pirr—fitas, componentes do fitopl‰ncton. A libera•‹o
Jornal Vale Paraibano, 1o fev. 2003. de toxinas afeta a fauna circunvizinha.
A marŽ vermelha Ž causada por:
12 (UFRJ) Assinale as algas exclusivamente multicelulares e ge-
a) prolifera•‹o de algas macrosc—picas do grupo das rod—-
fitas, t—xicas para o consumo pelo homem ou pela fauna
m
Ene-4
ralmente macrosc—picas:
C 4
H-1
marinha. a) diatom‡ceas e cianof’ceas.
b) prolifera•‹o de bactŽrias que apresentam em seu hia- b) clorof’ceas (ou clor—fitas) e diatom‡ceas.
loplasma o pigmento vermelho ficoeritrina. As toxinas c) rodof’ceas (ou rod—fitas) e feof’ceas (ou fe—fitas).
produzidas por essas bactŽrias afetam a fauna circun- d) cianof’ceas e clor—fitas.
vizinha. e) rod—fitas e cianof’ceas.

ANOTA‚ÍES

78 Os seres vivos: a classificação dos seres vivos, os vírus e os reinos Monera, Protoctista e Fungi
CAPÍTULO

5 Reino Fungi

Objetivos: Os fungos são organismos unicelulares ou multicelulares e compreendem representantes como


os bolores e os cogumelos. O ramo da Biologia que estuda esses seres chama-se micologia.
c Identificar as São conhecidas cerca de 100 mil espécies de fungos, mas algumas estimativas apontam para a
características gerais
existência de aproximadamente 1,5 milhão de espécies, com uma concentração possivelmente mais
dos fungos.
acentuada nas regiões tropicais, onde as condições de temperatura e de umidade são mais favoráveis
c Reconhecer a ao desenvolvimento.
importância ecológica

blickWinkel/mcphoto/beg/alamy/latinstock
dos fungos e seu valor A
para os interesses
humanos.

c Descrever o
mecanismo básico de
reprodução dos fungos.

c Reconhecer os liquens
e as micorrizas
como exemplos
de associações
mutualísticas.

kevin maskell/alamy/latinstock
B

FRENTE A
BIOLOGIA

Fig. 1 – (A) Alimentos embolorados. (B) Fungo


orelha-de-pau crescendo sobre tronco de árvore.

Reprodução humana; métodos contraceptivos e DSTs 79


CaraCterístiCas gerais dos fungos
Organismos eucariontes, uni ou multicelulares, de vida livre ou não, os fungos são encontrados
em ambientes variados, principalmente em lugares úmidos e ricos em matéria orgânica.
As células dos fungos são dotadas de parede celular, constituída basicamente de quitina, um
polissacarídeo. A reprodução desses organismos normalmente envolve a participação de células
denominadas esporos. A presença de células com parede celular e a produção de esporos são
características também observadas nas plantas. No entanto, os fungos são destituídos de clorofila e
apresentam nutrição heterotrófica.
Como os animais, os fungos são heterótrofos. Entretanto, diferentemente dos animais, em geral
heterótrofos por ingestão, os fungos são heterótrofos por absorção. Eles têm digestão extracorpórea,
eliminando para o meio externo enzimas que digerem o material orgânico disponível; depois disso,
os produtos da digestão são absorvidos pelo organismo.
O corpo dos fungos multicelulares – denominado micélio – é constituído por um emaranhado
de filamentos tubulares microscópicos chamados hifas.
Em algumas espécies de fungos, as hifas são cenocíticas, isto é, não apresentam septos ou pare-
des transversais, sendo formadas por uma massa citoplasmática única que abriga vários núcleos. Em
outras espécies, as hifas são septadas, sendo formadas, em geral, por células com um ou dois núcleos.
O esquema da figura 2 refere-se à organização corporal de um cogumelo-de-chapéu, cujas
características principais serão vistas mais adiante.

“Chapéu”
casa de tipos/arquivo da editora

Hifas

Fig. 2 – Esquema de micélio e hifas. As


hifas são filamentos microscópicos;
portanto, a representação não está em
escala proporcional às dimensões reais.
Micélio
claude nuridsany & marie perennou/science photo library/latinstock

PrinCiPais gruPos de
fungos
Vamos destacar três grupos de fungos, que vários au-
tores classificam como filos: zigomicetos (Zygomycota), as-
comicetos (Ascomycota) e basidiomicetos (Basidiomycota).

Zigomicetos
Também chamados ficomicetos, os fungos zigomicetos
possuem hifas cenocíticas. Um exemplo de representante
desse grupo são os fungos conhecidos como “bolor preto do
pão”, pertencentes ao gênero Rhizopus (fig. 3).

Fig. 3 – Rhizopus nigricans, fungo conhecido como “bolor


preto do pão”. Na imagem, podemos ver várias hifas (os
filamentos) e esporângios (as esferas escuras – estruturas
em cujo interior são produzidos esporos). (Imagem obtida
por microscópio de luz, com coloração artificial.)

80 Os seres vivos: a classificação dos seres vivos, os vírus e os reinos Monera, Protista e Fungi
ascomicetos
Os fungos ascomicetos são assim chamados por produzirem hifas férteis em forma de saco,
denominadas ascos (fig. 4), onde se formam, em média, de quatro a oito esporos (os ascósporos).
Cada asco constitui então um esporângio, isto é, uma estrutura produtora de esporo.

ingeborg asbach/
arquivo da editora
ascósporos

Fig. 4 – Esquema de asco (hifa em forma de saco).

Os ascomicetos compreendem fungos dos gêneros Saccharomyces, Penicillium e Aspergillus (fig. 5),
entre outros; os dois últimos pertencem ao grupo dos bolores marrons ou verde-azulados, comuns
em pães, frutas e outros alimentos em decomposição. Nas espécies multicelulares, os ascomicetos
são formados por hifas septadas.

spl/latinstock

Fig. 5 – Aspergillus sp. (Imagem obtida por


microscópio eletrônico, com coloração artificial;
ampliação de 5 mil vezes.)

Basidiomicetos
Os fungos basidiomicetos possuem hifas septadas e abrangem espécies bastante conhecidas.
Entre os basidiomicetos podemos citar: os fungos causadores da ferrugem do trigo, do café e de ou- Fig. 6 – Agaricus bisporus, cogumelo
tras plantas; cogumelos como o Agaricus bisporus, conhecido como champignon, espécie comestível comestível conhecido como
(fig. 6); e o Amanita muscaria, espécie tóxica para o ser humano (fig. 7). champignon. Tamanho aproximado do
“chapéu”: 3 cm de diâmetro.
rF company/F269/alamy/latinstock

custom liFe science images/alamy/latinstock

FRENTE A
BIOLOGIA

Fig. 7 – Amanita muscaria.


Tamanho aproximado do “chapéu”:
8 cm a 20 cm de diâmetro.

Os seres vivos: a classificação dos seres vivos, os vírus e os reinos Monera, Protista e Fungi 81
A parte vegetativa dos basidiomicetos é geralmente subterrânea e o micélio muitas vezes se
estende no solo ocupando vários metros quadrados. Esse micélio pode emitir para o meio aéreo
vários corpos de frutificação denominados basidiocarpos.
Nos cogumelos-de-chapéu, o corpo de frutificação é formado basicamente por uma haste e por
um “chapéu”. No “chapéu”, formam-se várias hifas férteis denominadas basídios. Cada basídio é um
esporângio em que se produzem quatro basidiósporos. Uma vez eliminados para o meio externo e
disseminados, os basidiósporos podem germinar e originar novas hifas (fig. 8).

“chapéu”
basídio com
4 basidiósporos

ingeborg asbach/arquivo da editora


corpo de
frutifcação

esporos

hifas micélio
Fig. 8 Ð Corpo de frutifica•‹o em um cogumelo-de-chapŽu.

a reProdução dos fungos


Os fungos podem se reproduzir assexuada ou sexuadamente.
A reprodução assexuada pode ocorrer, por exemplo, por fragmentação do micélio ou por
gemiparidade (também chamada brotamento). No primeiro caso, o micélio se fragmenta e cada
uma das partes formadas pode originar um novo micélio. No segundo caso, o organismo emite um
“broto”, que cresce formando um novo indivíduo; os indivíduos que “brotam” podem se destacar do
organismo parental e viver isoladamente, ou podem se manter unidos a ele (fig. 9).

spl/latinstock

Fig. 9 Ð Brotamento em levedura. (Imagem obtida por microsc—pio


eletr™nico e colorida artificialmente; amplia•‹o n‹o fornecida.)

82 Os seres vivos: a classificação dos seres vivos, os v’rus e os reinos Monera, Protista e Fungi
Vejamos agora um exemplo de reprodução sexuada em fungos, tomando como modelo um
cogumelo-de-chapéu (fig. 10).
Fusão de núcleos
haploides Meiose

casa de tipos/arquivo da editora


Hifa

Hifas Núcleos
dicarióticas Núcleo
haploides (n) diploide (2n)

Núcleos
haploides (n)

Micélio com hifas Basídio


dicarióticas

Hifas unicarióticas Basidiósporos (n)


Hifa dicariótica

Desenvolvimento Fusão de Germinação


hifas dos basidiósporos Fig. 10 – Reprodução sexuada em basidiomicetos.

O micélio do cogumelo-de-chapéu é constituído por hifas dicarióticas – isto é, hifas com dois
núcleos em cada célula –, e cada um dos núcleos é haploide (n). Em determinada fase do ciclo re-
produtivo, o micélio organiza os corpos de frutificação ou basidiocarpos, que emergem do substrato.
Na porção inferior de cada “chapéu”, localizam-se hifas férteis; a célula terminal de cada hifa fértil
transforma-se em basídio. No basídio, os dois núcleos haploides se fundem e formam um núcleo
diploide (2n). Esse núcleo sofre meiose e origina quatro núcleos haploides, e cada um deles se dife-
rencia em basidiósporo (n). Uma vez liberados para o ambiente externo, os basidiósporos podem
germinar e originar hifas unicarióticas – com um núcleo em cada célula. Hifas unicarióticas podem
então entrar em contato e se fundir, originando hifas dicarióticas, que organizarão um novo micélio,
reiniciando o ciclo.
Simplificadamente, o ciclo de vida do fungo multicelular segue geralmente as seguintes etapas:

micélio # corpo de frutificação # esporos # hifas # novo micélio

assoCiaçÕes MutuaLístiCas: LiQuens


e MiCorriZas
Os fungos podem se associar a outras espécies de seres vivos estabelecendo com elas relação
de benefícios mútuos, denominada mutualismo. É o caso dos liquens e das micorrizas.

Liquens
Liquens são associações entre fungos (principalmente ascomicetos) e certas algas unicelulares,
ou entre fungos e cianobactérias. Nos liquens, as algas ou as cianobactérias atuam como elementos
FRENTE A
produtores, sintetizando matéria orgânica e fornecendo parte dela para os fungos. Já os fungos, com
as hifas, envolvem e protegem as algas (ou as cianobactérias) contra a desidratação, além de fornecer
a elas água e sais minerais retirados do substrato.
Essa interação entre algas (ou cianobactérias) e fungos permite a sobrevivência em regiões em
BIOLOGIA

que poucos seres vivos sobreviveriam. De fato, os liquens podem ser encontrados, por exemplo, sob
a neve nas tundras árticas, onde são importantes fontes nutritivas para animais diversos, como a
rena. Sobre rochas nuas, os liquens são, com frequência, os primeiros colonizadores, desagregando
o material rochoso e propiciando, nas condições físicas do ambiente, mudanças importantes para a
instalação de populações de musgos e outras plantas.

Os seres vivos: a classificação dos seres vivos, os vírus e os reinos Monera, Protista e Fungi 83
A reprodução dos liquens é assexuada e se realiza por meio de sorédios, estruturas microscó-
saiBa Mais
picas constituídas por pequenos fragmentos do corpo do líquen, nos quais existem hifas do fungo
Apesar de serem capazes de so- envolvendo algumas algas (ou cianobactérias). Os sorédios aparecem como pó esverdeado sobre o
breviver nos mais variados tipos corpo do líquen e são disseminados pelo vento (fig. 11).
de hábitat, os liquens são muito

casa de tipos/arquivo da editora


sensíveis a certas substâncias, Hifa
particularmente ao dióxido de
enxofre (SO2). Por isso, são uti-
lizados como indicadores da
poluição do ar atmosférico pelo
SO2. Como esse gás é um po-
luente muito comum nas zonas
urbanas, entende-se por que os
liquens são relativamente es-
cassos nas grandes cidades. Fig. 11 – Esquema do sorédio.

Alga/cianobactéria

Na figura 12 você pode observar exemplos de liquens.

spl/latinstock
mark bourdillon/alamy/latinstock

Frans lanting/Frans lanting/latinstock

Fig. 12 – Liquens de formatos diversos.

84 Os seres vivos: a classificação dos seres vivos, os vírus e os reinos Monera, Protista e Fungi
Micorrizas
Micorrizas são associações entre fungos e raízes de certas plantas, como orquídeas, moran-
gueiros, tomateiros e pinheiros. Os fungos decompõem o material orgânico disponível no substrato,
transformando-o em nutrientes minerais, como sais de fósforo e de nitrogênio. Parte desses sais é
absorvida pelas raízes da planta, contribuindo para o seu desenvolvimento. Já a planta fornece ao
fungo parte da matéria orgânica produzida na fotossíntese.
As hifas dos fungos das micorrizas atuam como uma “ponte” que conecta as células das
raízes de uma planta ao material orgânico em decomposição disponível no ambiente. Elas for-
mam no solo uma espécie de “teia” subterrânea, que atua como filtro capaz de reter sais minerais
dissolvidos na água, evitando perdas para as águas subterrâneas ou riachos e rios. Esse fato é
importante sobretudo em solos relativamente pobres em nutrientes minerais, como é o caso da
floresta Amazônica.

Para Construir

1 (Fuvest-SP) O quadro abaixo lista caracter’sticas que diferen- b) Informe o modo pelo qual os cogumelos digerem os ali-
m ciam os reinos dos fungos, das plantas e dos animais, quanto mentos necess‡rios ˆ sobreviv•ncia.
Ene-1
C 1
H- ao tipo e ao nœmero de cŽlulas e quanto ˆ forma de nutrição apresentam digestão extracorpórea, eliminando no ambiente
de seus integrantes. externo as enzimas que digerem o alimento disponível.
m
Ene-4
C 4
H-1
Caracter’stica I II III
Exclusivamente Maioria Exclusivamente
Tipo de cŽlula
procarióticos eucarióticos eucarióticos
c) Explique, resumidamente, o que são corpos de frutifica-
Nœmero de Exclusivamente Unicelulares ou Exclusivamente
ção e aponte uma forma de esses corpos serem, benefica-
cŽlulas unicelulares multicelulares multicelulares
mente, aproveitados pelo ser humano.
Forma de Exclusivamente Autotróficos ou Exclusivamente corpos de frutificação, que produzem esporos, são estruturas
nutri•‹o heterotróficos heterotróficos autotróficos
associadas à reprodução; em alguns casos, os corpos de

Com relação a essas caracter’sticas, os seres vivos que com- frutificação servem de alimento aos seres humanos.
p›em o reino dos fungos estão indicados em: c

Nœmero de
Tipo de cŽlula Forma de nutri•‹o
cŽlulas 3 Observe um esquema de cogumelo-de-chapŽu.
a) I III II m
Ene-5
C 7
H-1
b) II III I
c) III II I maspi/arquivo da editora

d) III I II
e) II II III
cogumelo a
2 (UFF-RJ) Os organismos popularmente conhecidos como
cogumelos são eucariontes que, na sua constituição, apre- a) Qual a import‰ncia da estrutura A?
sentam parede celular r’gida e um polissacar’deo de reserva. a estrutura a produz esporos; logo, tem importância reprodutiva. FRENTE A
Embora possuam algumas caracter’sticas de planta, não per-
tencem ao reino Plantae. b) O que voc• entende por hifas e micŽlio?
hifas são filamentos que organizam o corpo de fungos
BIOLOGIA

a) Especifique a que reino pertencem os cogumelos e expli-


que por que esses organismos não podem ser classifica- multicelulares, como os cogumelos. micélio é o “talo” dos

dos como vegetais. fungos multicelulares, formado por um emaranhado de hifas.

reino Fungi; os cogumelos não têm clorofila e apresentam


nutrição heterotrófica.

Os seres vivos: a classificação dos seres vivos, os vírus e os reinos Monera, Protista e Fungi 85
4 Os fungos podem se desenvolver sobre alimentos diversos for- 7 (UPE) O ramo da Biologia especializado no estudo dos fungos
m
Ene-4
mando bolores ou mofos de v‡rias coloraç›es vis’veis a olho nu. Ž a micologia. Esses seres t•m como h‡bitat os mais diferen-
C 4
H-1
O esquema a seguir mostra fungos se desenvolvendo em tes substratos terrestres ou podem ser aqu‡ticos. Os fungos
uma fatia de pão. Os elementos não estão representados em mais representativos são os cogumelos e as orelhas-de-pau,
m
Ene-5
C 7
escala (os esporos, por exemplo, são microsc—picos). classificados como basidiomicetos. Nos basidiomicetos, a re-
H1
-
produção Ž caracterizada por: c
esporângios
esporos liberados

maspi/arquivo da editora
a) Constituir estruturas denominadas sorŽdios, com propa-
gação na forma assexuada de reprodução.
b) Possuir, no corpo de frutificação, um bas’dio dicari—tico
que sofre meiose e forma quatro nœcleos. Ap—s mitoses,
cada bas’dio contŽm oito esporos.
c) Apresentar um corpo de frutificação denominado basi-
Esquema de fungo se desenvolvendo em diocarpo. Nos bas’dios, cada nœcleo diploide sofre meiose
uma fatia de pão.
e origina quatro nœcleos haploides, formando-se, assim,
a) O que são espor‰ngios? quatro esporos.
d) Apresentar muitos bas’dios alongados, contendo cada
esporângios são estruturas onde se produzem os esporos.
um oito basidi—sporos haploides.
b) Por que os fungos se desenvolvem sobre substratos org‰- e) Possuir forma assexuada com corpo de frutificação pouco
nicos, como uma fatia de pão, por exemplo? desenvolvido. Dois esporos flagelados formam-se nas ex-
os fungos são heterótrofos e, portanto, necessitam de matéria tremidades das hifas sexuadas atravŽs da mitose.
orgânica disponível no ambiente em que vivem para o
8 Responda.
desenvolvimento.
m
Ene-4 a) Quais tipos de organismos formam os liquens?
C 4
c) Determine, a partir do micŽlio, a sequ•ncia b‡sica das eta- H-1
algas (ou cianobactérias) e fungos.
pas do desenvolvimento do fungo multicelular.
micélio # corpo de frutificação # esporos # hifas # novo micélio b) Como esses organismos interagem?
trata-se de interação mutualística, isto é, as duas espécies são
5 Assim como os animais, os fungos não t•m clorofila. Sua
beneficiadas: as algas/cianobactérias sintetizam matéria orgânica,
m
Ene-4
reserva celular Ž geralmente o glicog•nio, um carboidrato
C 4 por meio da fotossíntese, e fornecem parte dela aos fungos;
H1
- tambŽm armazenado em —rgãos como o f’gado e os mœscu-
los de certos animais. Mas os fungos t•m em torno de suas estes protegem as algas/cianobactérias contra a desidratação
cŽlulas uma estrutura ausente em cŽlulas animais e presente e lhes fornecem água e sais minerais retirados do substrato.
em cŽlulas de plantas. Que estrutura Ž essa? De que ela Ž
formada nos fungos?
a parede celular. porém, enquanto nas plantas a principal
c) Como os liquens se reproduzem?
substância geralmente presente na parede celular é a celulose, nos
por meio de sorédios, unidades assexuadas de reprodução
fungos é a quitina (outro tipo de carboidrato), também presente no
constituídas por hifas e por algumas algas (ou cianobactérias).
esqueleto dos artrópodes.
d) O que são micorrizas?
6 Sup›e-se que a maioria das espŽcies de fungos se concentre são associações entre fungos e raízes de certas plantas,
nas florestas tropicais, como a floresta Amaz™nica, por exemplo. como tomateiros e morangueiros.
Identifique duas condiç›es ambientais que favorecem o de- e) Considere as interaç›es estabelecidas entre os organis-
senvolvimento de fungos em florestas tropicais. mos que formam os liquens e os organismos que formam
os fungos se desenvolvem principalmente em locais úmidos, as micorrizas. Existe alguma semelhança entre essas inte-
sombreados e ricos em matéria orgânica. a elevada umidade das raç›es? Explique.
florestas tropicais, o interior sombreado, a temperatura anual média sim. o aluno tem subsídios para explicar que, em ambos os casos,
ao redor de 30 °c e a riqueza de matéria orgânica morta no os organismos envolvidos estabelecem interação de benefícios
solo, por exemplo, são condições que favorecem o desenvolvimento mútuos. essa interação ecológica é chamada mutualismo.
de muitas espécies de fungos.

TAREFA PARA CASA: Para praticar: 1 a 4 Para aprimorar: 1 a 4

86 Os seres vivos: a classificação dos seres vivos, os vírus e os reinos Monera, Protista e Fungi
a iMPortÂnCia dos fungos
Os fungos exibem not‡vel import‰ncia ecol—gica, atuando em geral como seres decompositores
de matŽria org‰nica. V‡rias espŽcies s‹o parasitas de plantas e de animais, inclu’dos os seres humanos.
Outras espŽcies, como vimos, estabelecem rela•›es de mutualismo com outros seres vivos. H‡ tam-
bŽm espŽcies de fungos que podem ser utilizadas como alimento pelos seres humanos ou aplicadas
no controle biol—gico ou na produ•‹o de certas bebidas e medicamentos.

ação decompositora
Em sua maioria, os fungos, assim como as bactŽrias, t•m grande import‰ncia ecol—gica, atuan-
do como organismos decompositores. A a•‹o decompositora permite a reciclagem da matŽria na
natureza, pois converte a matŽria org‰nica morta em matŽria inorg‰nica simples, que pode ser rea-
proveitada por outros seres vivos. A supress‹o da atividade decompositora dos fungos e das bactŽrias
inviabilizaria a exist•ncia de vida na Terra.

A a•‹o decompositora dos fungos pode ˆs vezes causar certos dissabores aos seres huma-
nos. Apresentando grande capacidade de prolifera•‹o e dispers‹o, os fungos podem degradar
materiais org‰nicos dispon’veis, principalmente em ambientes œmidos e pouco iluminados. As-
sim, roupas, sapatos, filmes e madeira, alŽm dos alimentos, podem exibir, em certas situa•›es, o
conhecido bolor ou mofo, constitu’do por col™nias de fungos originadas de esporos existentes
no ar e que encontram nesses materiais um meio adequado ao seu desenvolvimento.

ação parasitária
Ao atuar como parasitas de plantas e de animais, inclu’do o ser humano, certos fungos se ca-
racterizam como agentes etiol—gicos de muitas enfermidades.
Os fungos do g•nero Armillaria, por exemplo, de ampla distribui•‹o geogr‡fica, causam a podri-
d‹o de ra’zes em v‡rias espŽcies de plantas silvestres, como pinheiros, castanheiras e eucaliptos. Na
agricultura, s‹o bastante conhecidas as doen•as causadas por fungos em plantas cultivadas, como
arroz, milho, feij‹o, soja, batata, tomate, cafŽ e algod‹o, entre outras. Como exemplos, podem ser
citados o fungo Hemileia vastatrix Ð causador da ferrugem do cafŽ, uma doen•a que dizimou grande
parte dos cafezais brasileiros na dŽcada de 1970 Ð e o fungo Phakopsora pachyrhizi Ð causador da
ferrugem da soja, que ataca as folhas e causa queda precoce de gr‹os (figura 13).
Mas tambŽm existem espŽcies de fungos utilizadas na agricultura em controle biol—gico no
combate a seres daninhos ˆs planta•›es, como certos besouros, cigarrinhas e outros insetos Ð Ž o
caso, por exemplo, do fungo Metarhizium anisopliae.
nigel cattlin/alamy/latinstock

FRENTE A
BIOLOGIA

Fig. 13 Ð Soja contaminada pela ferrugem causada pelo


fungo Phakopsora pachyrhizi.

Os seres vivos: a classificação dos seres vivos, os vírus e os reinos Monera, Protista e Fungi 87
Na espécie humana, são conhecidas diversas micoses, doenças causadas por fungos. Veja al-
Na fabricação do pão, os gumas delas.
fungos situados na superfície Sapinho, monilíase ou candidíase – moléstia causada pelo fungo Candida albicans.
da massa realizam, em contato Blastomicose sul-americana – micose grave que pode ocasionar a morte por lesões na pele e
com o ar atmosférico, respiração em órgãos internos, como os pulmões.
aeróbia. Assim, apresentam ren- Pitiríase – dermatose caracterizada pela produção de escamas epiteliais que se esfarelam.
dimento energético maior do
que aqueles que ficam no inte- ação fermentativa
rior da massa, sem contato com É conhecida a participação dos fungos do gênero Saccharomyces na fabricação de álcool etílico
o ar, e que realizam fermentação e de bebidas alcoólicas, como o vinho e a cerveja. Esses fungos, conhecidos também como leveduras,
alcoólica. realizam fermentação alcoólica, convertendo açúcar em álcool etílico. São anaeróbios facultativos,
pois realizam respiração aeróbia em presença de gás oxigênio e fermentação na ausência desse gás.
Por isso, na fabricação do vinho, por exemplo, evita-se o contato do suco de uva com o ar; assim,
em vez de realizar a respiração aeróbia, o fungo processa a fermentação alcoólica, liberando álcool
etílico e permitindo a obtenção do vinho.
Fig. 14 Ð Saccharomyces sp. (Imagem Os fungos do gênero Saccharomyces (fig. 14) também são empregados como fermento na
obtida por microsc—pio eletr™nico e fabricação de pães, bolos e biscoitos. Durante a fermentação, o gás carbônico liberado forma bolhas
colorida artificialmente; amplia•‹o de
4 mil vezes.) que aumentam o volume da massa.

fabricação de antibióticos e de queijos


Os fungos também têm papel de destaque na indústria de antibió-
ticos. Afinal, foi do Penicillium notatum (fig. 15) que Alexander Fleming
(1881-1955) (fig. 16) extraiu a penicilina, antibiótico responsável pela
salvação de milhares de vidas durante a Segunda Guerra Mundial. Hoje,
muitos outros antibióticos largamente aplicados são conseguidos a partir
de culturas de fungos.
O gênero Penicillium, além de abranger fungos fornecedores de pe-
nicilina, compreende também espécies como Penicillium roquefortii e
Penicillium camembertii, que são importantes na produção dos queijos
spl/latinstock

roquefort e camembert (fig. 17).

Fig. 17 Ð Queijo camembert.

Fig. 15 Ð Penicillium notatum. (Imagem obtida por Fig. 16 Ð Pela not‡vel


microsc—pio eletr™nico, com colora•‹o artificial; contribui•‹o para a ci•ncia
amplia•‹o desconhecida.) moderna, Alexander Fleming
recebeu o pr•mio Nobel de
Medicina, em 1945.
dennis kunkel microscopy, inc./visuals

photocuisine/keystone brasil
spl/latin stock

88 Os seres vivos: a classifica•‹o dos seres vivos, os v’rus e os reinos Monera, Protista e Fungi
Comestíveis e venenosos
Certos fungos são utilizados como alimento pelos seres humanos, podendo ser empregados
no preparo de comidas diversas. É o caso do Agaricus bisporus, basidiomiceto conhecido como
champignon, e das trufas, ascomicetos do gênero Tuber.
As leveduras também podem ser utilizadas pelos seres humanos como complementos nutri-
cionais, atuando como fonte de vitaminas do complexo B, de sais minerais diversos e de proteínas
de boa qualidade e de digestão relativamente fácil.
Alguns fungos silvestres, porém, como o Boletus satanas e o Amanita verna, são venenosos,
podendo provocar a morte quando ingeridos. Outros produzem substâncias alucinógenas, como o
Claviceps purpurea, que vive no centeio e produz o LSD (sigla de lysergic-sour-diethylamid) ou ácido
lisérgico, uma das mais potentes drogas alucinógenas conhecidas. O Amanita muscaria é outro
exemplo de fungo conhecido pelos poderes alucinógenos (fig. 18).

/key age Fotostock


st
on
eb
ra
si

Fig. 18 – Amanita muscaria (alucinógeno), visto de cima.

Para Construir

9 Os fungos podem muitas vezes causar dissabores aos seres Staphylococcus aureus, bactéria capaz de provocar infec-
m humanos, formando bolores em roupas, sapatos e alimentos, ções diversas nos seres humanos. Apesar das precau-
Ene-4
C 4
H-1 entre outros exemplos. Esses fungos – os bolores – podem ções que tomava, observou que, em uma das placas de
ser considerados ÒnocivosÓ ao meio ambiente? Por quê? cultura, seu experimento havia literalmente mofado: a
colônia de bactérias tinha sido destruída por um mofo
não. ao se desenvolver nesses materiais, esses fungos estão
verde, colônia do fungo Penicillium notatum.
exercendo a ação decompositora. a decomposição da matéria Fleming, porém, soube tirar proveito da situação.
orgânica morta, realizada por bactérias e fungos, é fundamental para Depois de exaustivas pesquisas, concluiu que o fungo
a reciclagem da matéria na natureza e, portanto, para a manutenção liberava para o meio externo uma substância, que de-
da vida na terra.
nominou penicilina, capaz de inibir o desenvolvimento
de certas bactérias.
A descoberta de Fleming não despertou de ime-
FRENTE A
diato o interesse de laboratórios farmacêuticos e, du-
rante cerca de uma década, permaneceu restrita aos
meios acadêmicos. Com a Segunda Guerra Mundial,
porém, a atenção pelo fungo renasceu, na tentativa de
BIOLOGIA

curar os feridos em batalhas. As pesquisas foram inten-


10 Leia o texto. sificadas e a penicilina passou a ser produzida em lar-
m
Ene-7 Fleming e os antibióticos ga escala, introduzindo efetivamente a Medicina na era
C 1
H-2
Em 1929, Alexander Fleming (1881-1955) pesqui- dos antibióticos.
e m sava na Inglaterra o comportamento de culturas de Justificando sua resposta, cite:
En -4
C 4
H-1

Os seres vivos: a classificação dos seres vivos, os vírus e os reinos Monera, Protista e Fungi 89
a) dois outros exemplos de fungos considerados desej‡veis a) Qual a diferen•a entre o metabolismo energético das cé-
aos interesses humanos. lulas que ficam na superf’cie da massa e o metabolismo
certas leveduras (Saccharomyces) são usadas como fermento energético das células que ficam em seu interior?
na fabricação de pães e bolos, por exemplo, e na produção de as células que ficam na superfície da massa, em contato

álcool etílico, que pode ser empregado como combustível ou com o ar atmosférico, fazem respiração aeróbia e têm

na fabricação de bebidas alcoólicas, entre outras aplicações. rendimento energético superior às células do interior da massa,

outro exemplo é o champignon, um fungo comestível. que, sem contato com o ar, fazem fermentação alcoólica.

b) dois exemplos de fungos considerados prejudiciais aos


interesses humanos.
alguns fungos causam doenças nos seres humanos (exemplo: b) Por que o fermento faz o p‹o crescer?
“sapinho”) ou em plantas cultivadas (exemplo: ferrugem do café). porque libera o gás carbônico, cujas bolhas resultam em aumento
de volume da massa.

11 (Vunesp) Fungos e bactérias t•m sido considerados, por mui- 14 (Unicamp-SP) Os fungos s‹o organismos eucari—ticos hetero-
m tos, os Òvil›esÓ entre os seres vivos. Sabemos, entretanto, que m
Ene-4
tr—ficos unicelulares ou multicelulares. Os fungos multicelula-
Ene-4 C 4
C 4 H-1 res t•m os nœcleos dispersos em hifas, que podem ser cont’-
H-1 ambos apresentam aspectos positivos e desempenham im-
portantes fun•›es ecol—gicas. nuas ou septadas, e que, em conjunto, formam o micélio.
a) Cite uma forma pela qual bactérias e fungos podem con- a) Mencione uma caracter’stica que diferencie a célula de
tribuir para a reciclagem de nutrientes minerais. um fungo de uma célula animal, e outra que diferencie a
célula de um fungo de uma célula vegetal.
decompondo a matéria orgânica morta e transformando-a
na célula do fungo há parede celular, ao contrário do que ocorre
em matéria inorgânica simples, que pode ser reaproveitada pelo
numa célula animal. na célula do fungo, a parede celular
mundo vivo.
composta principalmente de quitina, enquanto é na célula
vegetal é composta principalmente de celulose.

b) Cite um exemplo de conquista cient’fica no combate a


infec•›es que foi poss’vel a partir da utiliza•‹o de fungos.
produção de antibióticos, como a penicilina.
b) Em animais, alguns fungos podem provocar intoxica•‹o
12 (Fuvest-SP) O molho de soja mofado vem sendo usado na e doen•as, como micoses; em plantas, podem causar
China, h‡ mais de 2 500 anos, no combate a infec•›es de doen•as que prejudicam a lavoura, como a ferrugem do
pele. Durante a Segunda Guerra Mundial, prisioneiros russos cafeeiro, a necrose do amendoim e a vassoura de bruxa
das pris›es alem‹s, que aceitavam comer p‹o mofado, so- do cacau. Entretanto, os fungos também podem ser be-
friam menos infec•›es de pele que os demais prisioneiros, os néficos aos interesses humanos. Cite dois benef’cios pro-
quais recusavam esse alimento. porcionados pelos fungos.
a) O que é mofo? entre os benefícios, poderiam ser citados a produção de
mofo, ou bolor, é o termo usado para designar certos tipos de antibióticos, a realização de fermentação alcoólica e o uso de
fungos. certos fungos como alimentos.

b) Por que esses alimentos mofados podem combater as in-


fec•›es de pele?
15 Os fungos s‹o usados como alimento pelos seres humanos h‡
porque alguns tipos de fungos são capazes de produzir
muito tempo. A culin‡ria chinesa, por exemplo, j‡ usava esses
antibióticos, substâncias que combatem certos microrganismos seres h‡ milhares de anos. Mas os fungos também foram incor-
causadores de infecções, como as bactérias. porados ˆ cozinha brasileira, onde entram no preparo de sala-
das, massas, risotos e molhos para carnes, entre outros exem-
plos. Alimentos ricos em nutrientes como prote’nas, certas
vitaminas e sais minerais, entre os cogumelos comest’veis mais
13 (Fuvest-SP) No processo de fabrica•‹o do p‹o, um ingredien- usados est‹o o shimeji (Pleurotus ostreatus), o shiitake (Lentinula
te indispens‡vel é o fermento, constitu’do por organismos edodes) e o cogumelo mais consumido em todo o planeta, o
anaer—bios facultativos. Òchampignon de ParisÓ (Agaricus bisporus).

90 Os seres vivos: a classificação dos seres vivos, os vírus e os reinos Monera, Protista e Fungi
Ao comer uma pizza com champignon, um estudante afir- Escolha um exemplo de planta cultivada, pesquise, se neces-
mou que estava comendo o corpo de frutificação do fungo, sário, e identifique pelo menos uma doença provocada por
estrutura associada com a reprodução, e não o micélio pro- fungos nessa planta.
priamente dito. Você concorda com ele? Justifique sua res- resposta pessoal.
posta.
a título de exemplo: no milho, uma das plantas citadas na questão,
sim, pois a parte comestível do champignon é o corpo de frutificação,
podemos considerar: a ferrugem comum, que provoca lesões em
estrutura produtora de esporos e associada com a reprodução. o
folhas e é causada pelo fungo da espécie Puccinia sorghi; podridão
micélio é subterrâneo.
do caule e das espigas, provocadas por várias espécies do gênero
Fusarium; a cercosporiose, que causa lesões nas folhas e é
provocada por fungos do gênero cercospora.

16 Existem várias espécies de fungos que se desenvolvem em


plantas cultivadas e são capazes de produzir certas toxinas.
Entre essas toxinas, as mais conhecidas são as aflatoxinas,
produzidas principalmente por certas espécies de fungos do
gênero Aspergillus. As aflatoxinas podem ser encontradas em
grãos de milho e de amendoim, entre outros exemplos. O ser
humano pode adquirir essas toxinas por meio do consumo
in natura de grãos contaminados ou pela ingestão de produ-
tos animais (carne, leite, ovos), caso os animais tenham sido
alimentados com ração contaminada.

TAREFA PARA CASA: Para praticar: 5 a 12 Para aprimorar: 5 a 8

veja, no guia do professor, as respostas da “tarefa para casa”. as resoluções encontram-se no portal, em resoluções e gabaritos.

tarefa Para Casa


As resoluções dos exercícios encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

Para PratiCar 3 (UEPB) Observe a figura abaixo:


m
Ene-4 “Chapéu”
C 4
H-1
1 (PUC-RS) Qual das opções abaixo marca uma característica

casa de tipos/arquivo da editora


m
Ene-4
comum a todos os fungos? m
Ene-5
C 4 C 7
H-1 H1
-
a) Presença de celulose como constituinte básico da parede
celular. Corpo de
b) Ausência de pigmentos fotossintetizantes. frutificação Esporos
c) Ausência de formação de gametas.
d) Adaptação ao parasitismo.
e) Talo do tipo micélio.

2 (PUC-RJ) Os fungos são organismos que: Micélio

FRENTE A
a) realizam a reserva de carboidratos na forma de amido.
Hifas
b) sempre apresentam o corpo constituído por uma célula
(unicelulares), geralmente filamentosa, exceto as estrutu- A ilustração representa o corpo de frutificação dos fungos do
ras reprodutivas. grupo dos(as):
BIOLOGIA

c) são procariontes que geralmente formam colônias. a) ficomicetos.


d) desempenham um papel importante na nutrição vegetal, b) ascomicetos.
através das associações mutualísticas com as raízes das c) basidiomicetos.
plantas, denominadas micorrizas. d) micoses.
e) são autotróficos ou heterotróficos. e) leveduras.

Os seres vivos: a classificação dos seres vivos, os vírus e os reinos Monera, Protista e Fungi 91
4 (UFMG) Observe as figuras. 9 (AEUDF) Todos os itens indicam alguma importância ligada à
m
Ene-4
atividade de fungos, exceto:
C 4
H-1 a) Podem causar doenças chamadas micoses.
m b) Desempenham papel fermentativo.

50
Ene-5

0
C 7 Figura 1 c) Produção autotrófica de substâncias orgânicas para con-
H1

X
-
sumo de outros seres.
d) Alguns produzem antibióticos.
e) Participação na formação de liquens.
Figura 2 10 (UEL-PR) A candidíase é uma doença oportunista que geral-
mente se instala quando o indivíduo está com suas defesas
debilitadas. É causada por:
a) protozoário.
b) bactéria.
c) verme.
A estrutura indicada na figura 2 possui função de: d) fungo.
a) fotossíntese. e) vírus.
b) nutrição.
c) reprodução. 11 (PUCC-SP) A fabricação de vinho e pão depende de produtos
d) respiração. liberados pelas leveduras durante sua atividade fermentativa.
e) sustentação. Quais os produtos que interessam mais diretamente à fabri-
cação do vinho e do pão, respectivamente?
5 (FCC-SP) Nos basidiomicetos saprófitos, como os cogumelos-
a) Álcool etílico e gás carbônico.
-de-chapéu, os corpos de frutificação são estruturas:
b) Gás carbônico e ácido láctico.
a) nas quais se formam gametângios. c) Ácido acético e ácido láctico.
b) nas quais se formam esporos. d) Álcool etílico e ácido acético.
c) resultantes da germinação de esporos. e) Ácido láctico e álcool etílico.
d) resultantes de células haploides provenientes do zigoto.
e) Nenhuma das anteriores. 12 (Mack-SP) Algumas espécies do gênero Penicillium desempe-
nham importante papel na obtenção de antibióticos e tam-
6 (FUA-AM) Entende-se por micélio: bém na fabricação de queijos. Na escala de classificação dos
a) um conjunto de hifas emaranhadas. seres, o Penicillium é considerado:
b) o corpo de frutificação dos fungos. a) bactéria.
c) o mesmo que basidiósporo. b) fungo.
d) um processo de união sexual das hifas. c) protozoário.
e) Nenhuma das anteriores. d) vírus.
7 (UFMG) Sementes oleaginosas, como o amendoim, são fre- e) briófita.
m
Ene-4
quentemente contaminadas pela aflatoxina, substância tó-
C 4
H-1 xica produzida por microrganismos que apresentam hifas e Para aPriMorar
núcleo organizado e não possuem clorofila. Esses microrga-
nismos podem ser classificados como: 1 (PUCC-SP)
a) algas. m
Ene-4
C 4
b) bactérias. H-1

c) fungos. m
Ene-5
d) protozoários. C 7
H-1
e) vírus.

8 (Unir-RO) Os fungos são importantes para o ser humano em


todos os processos abaixo, exceto:
a) fermentação, como na produção de bebidas alcoólicas.
b) fabricação de antibióticos, como a penicilina.
c) alimentação, como os cogumelos comestíveis.
d) decomposição de organismos mortos.
e) purificação do ar através da fotossíntese.

92 Os seres vivos: a classifica•‹o dos seres vivos, os v’rus e os reinos Monera, Protista e Fungi
As figuras indicam: a) esporos da alga que o fungo n‹o conseguiu digerir.
I. Tratar-se de ascomiceto, pois houve forma•‹o de ascos e b) algas, componentes normais do l’quen.
asc—sporos. c) esporos do fungo, produzidos normalmente.
II. Tratar-se de basidiomiceto, pois houve forma•‹o de bas’- d) cloroplastos, ingeridos pelo fungo do vegetal parasitado.
dios e basidi—sporos. e) gotas de pigmento, resultantes da digest‹o da alga cati-
III. Que é nas lamelas do corpo de frutifica•‹o que ocorre a vada pelo fungo.
forma•‹o dos esporos.
Assinale a alternativa correta. 6 (PUC-PR) Um estudante de Biologia, ao realizar uma pesquisa
a) Est‹o corretas apenas I e II. cient’fica, chegou ˆ conclus‹o de que um determinado ser
b) Est‹o corretas apenas II e III. vivo apresenta as seguintes caracter’sticas:
c) Est‹o corretas apenas I e III. Tem como subst‰ncia de reserva o glicog•nio.
d) Todas est‹o corretas. Apresenta quitina como um dos componentes da mem-
e) Todas est‹o incorretas. brana celular.
ƒ multicelular, muito embora suas células n‹o constituam
2 (PUC-SP) O cogumelo comest’vel é um: tecidos diferenciados.
a) zigomiceto. ƒ eucarionte, porém n‹o sintetiza pigmento fotossinteti-
b) basidiomiceto. zante.
c) ascomiceto.
Pelas caracter’sticas expostas, conclui-se que o ser vivo pes-
d) ficomiceto.
quisado pertence ao reino:
e) oomiceto.
a) Protista d) Plantae.
3 (Fuvest-SP) A membrana celular é imperme‡vel ˆ sacarose. b) Fungi. e) Animalia.
No entanto, culturas de l•vedos conseguem crescer em meio c) Monera.
com ‡gua e sacarose. Isso é poss’vel porque:
7 (PUC-PR)
a) a célula de l•vedo fagocita as moléculas de sacarose e as
m
digere gra•as ˆs enzimas dos lisossomos. Ene-7 Os fungos constituem um grupo de organismos em que
C 1
H-2
b) a célula de l•vedo elimina enzimas digestivas para o meio n‹o ocorre clorofila. S‹o geralmente filamentosos e mul-
e absorve o produto da digest‹o. m
Ene-4
ticelulares. O crescimento é, em geral, apical, mas normal-
C 4
c) as células de l•vedo cresceriam mesmo sem a presen•a H-1 mente qualquer fragmento hif‡lico pode dar origem a outra
desse carboidrato ou de seus derivados. m
forma•‹o micelial quando destacado e colocado em meio
Ene-5
d) as células de l•vedo t•m enzimas que carregam a sacaro- C 7
H-1
apropriado. As estruturas reprodutivas s‹o diferenciadas das
se para dentro da célula, onde ocorre a digest‹o. vegetativas, o que constitui a base sistem‡tica dos fungos
m
e) a sacarose se transforma em amido, por a•‹o de enzimas Ene-1 (PUTZKE e PUTZKE, 1998). Alguns podem ser microsc—picos
C 1
H-
dos l•vedos, e entre as células, onde é utilizada. em tamanho, enquanto outros s‹o muito maiores, como os
cogumelos e fungos que crescem em madeira œmida ou
4 (UFPR) O l’quen consiste numa rede organizada de hifas ou
solo. Os fungos formam esporos, que s‹o dispersos por cor-
filamentos, constituindo um falso par•nquima; nas camadas
rentes de ar (PELCZAR et al., 1996), encontrando-se no solo,
superiores dessa rede, situam-se muitos grupos de pequenas
na ‡gua, nos vegetais, em animais, no homem e em detritos,
algas verdes (clorof’ceas) ou, mais raramente, de algas azuis
em geral (TRABULSI e TOLEDO, 1996).
(cianof’ceas). Utilizando os conhecimentos adquiridos, assi-
nale a alternativa correta. Analise as proposi•›es a seguir sobre os fungos.
I. Podem associar-se a determinados grupos de algas cons-
a) O fungo protege e envolve a alga, fornecendo ‡gua ao
tituindo as micorrizas. As hifas contribuem como pro-
substrato; a alga realiza fotoss’ntese e retira ‡gua do fungo.
tetoras e fornecedoras de ‡gua para as algas. Em troca
b) O fungo protege e envolve a alga, absorvendo ‡gua do subs-
recebem os a•œcares produzidos durante a fotoss’ntese
trato; a alga realiza fotoss’ntese e fornece alimento ao fungo.
das algas.
c) A alga protege e envolve o fungo, absorvendo ‡gua do subs-
FRENTE A
II. Espécies dos g•neros Psylocibe e Claviceps s‹o conhecidas
trato; o fungo faz fotoss’ntese e fornece alimento ˆ alga.
pela produ•‹o de diversas subst‰ncias que exercem po-
d) A alga protege e envolve o fungo, absorvendo ‡gua do
deroso efeito sobre o sistema nervoso central de huma-
substrato; o fungo faz fotoss’ntese e retira ‡gua da alga.
nos e por isso s‹o empregados como drogas de abuso.
BIOLOGIA

e) Nenhuma das anteriores.


III. De acordo com a nutri•‹o, os fungos s‹o classificados em
5 (UFPR) Fazendo um corte no talo de um l’quen e observan- duas categorias: decompositores e parasitas. Os decom-
do-o ao microsc—pio, consegue-se reconhecer pequenas positores ou sapr—bios sintetizam matéria org‰nica ani-
forma•›es verdes e arredondadas. Essas forma•›es s‹o inter- mal ou vegetal e os parasitas vivem dentro de ou sobre
pretadas como: organismos vivos.

Os seres vivos: a classifica•‹o dos seres vivos, os v’rus e os reinos Monera, Protista e Fungi 93
IV. A digestão dos fungos é externa, pois eles secretam enzimas digestivas, liberam no substrato onde se desenvolvem e simples-
mente absorvem nutrientes em vez de ingeri-los.
V. Se é dado acesso ao gás oxigênio, as leveduras respiram aerobiamente para metabolizar carboidratos formando dióxido de
carbono e água; na ausência de gás oxigênio, elas fermentam os carboidratos e produzem etanol e dióxido de carbono.
Estão corretas:
a) I, II e III.
b) II, IV e V.
c) II, III e IV.
d) I, IV e V.
e) Apenas III e V.

8 (PUC-SP) Na década de 1920, o bacteriologista Alexander Fleming, cultivando linhagens de estafilococos, notou que uma das
m
Ene-4
placas de cultura, contendo colônias de bactérias, apareceu contaminada por um tipo de fungo. Ao transferir o fungo para um
C 4
H-1 caldo nutritivo, Fleming verificou que nesse meio não se desenvolviam vários tipos de bactérias, devido à ação de substâncias
produzidas pelo fungo. Esse trabalho foi um dos mais significativos do século XX, pois permitiu aos cientistas, posteriormente,
a produção de:
a) hormônios, utilizados no tratamento de doenças hereditárias.
b) corticoides, utilizados no tratamento de doenças alérgicas.
c) antibióticos, utilizados no tratamento de doenças infecciosas.
d) vacinas, utilizadas na imunização de doenças causadas por fungos e bactérias.
e) soros, utilizados na imunização de doenças causadas por fungos e bactérias.

ANOTA‚ÍES

referÊnCias BiBLiogrÁfiCas
AUDESIRK, G.; AUDESIRK, T. Biology: life on Earth. 8. ed. New York: Macmillan, 2006.
BARNES, R. D. Os invertebrados: uma nova síntese. São Paulo: Atheneu, 2007.
BEGON, M. et al. Ecologia: de indivíduos a ecossistemas. Porto Alegre: Artmed, 2007.
CAMPBELL, N. A. Biology. Menlo Park: Benjamin Cummings, 2010.
FRANCESCHINI, I. M.; BURLIGA, A. L.; REVIERS, B.; PRADO, J. F.; RÉZIG, S. H. Algas: uma abordagem filogenética, taxonômica e ecológica. Porto Alegre:
Artmed, 2010.
MARGULIS, L; SCHWARTS, K. V. Cinco reinos: um guia ilustrado dos filos da Terra. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001.
ODUM, E. et al. Fundamentos de ecologia. São Paulo: Thomson Pioneira, 2007.
NEVES, D. P. Parasitologia humana. 11. ed. São Paulo: Atheneu, 2004.
RAVEN, P. H; JOHNSON, G. B. Biology. 4. ed. Boston: Wm. C. Brown, 2007.
REVIERS, B. Biologia e filogenia das algas. Porto Alegre: Artmed, 2006.
REY, L. Bases da parasitologia médica. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.
RIFKIN, J. O século da biotecnologia. São Paulo: Makron Books, 2000.
SANTOS, N. S. O. et al. Introdução à virologia humana. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.
TORTORA, G. J.; FUNKE, B.R; CASE, C. L. Microbiologia. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2012.
TRABULSI, L. R. et al. Microbiologia. 5. ed. São Paulo: Atheneu. 2008.

94 Os seres vivos: a classifica•‹o dos seres vivos, os v’rus e os reinos Monera, Protista e Fungi
MAIS ENEM
Ci•ncias Humanas e suas Tecnologias
Ciências da natureza e suas tecnologias
Linguagens, C—digos e suas Tecnologias
Matem‡tica e suas Tecnologias

EXERCÍCIOS
Leia os trechos a seguir:
Embora relativamente pouco conhecida em países desenvolvidos, a leishmaniose ainda é uma realidade no Brasil. A doen-
ça é transmitida ao ser humano pela picada de mosquitos flebotomíneos, mas os insetos precisam estar contaminados pelo mi-
crorganismo causador da enfermidade. O contágio do inseto acontece a partir de animais que já estavam infectados, tais como
roedores e, nos centros urbanos, principalmente cães.
Extraído e adaptado de: <www.olharvital.ufrj.br/2006/
index.php?id_edicao=145&codigo=4>. Acesso em: 1o abr. 2015.

A população deve ficar em alerta devido ao aumento de casos de leishmaniose em cães. Somente em João Pessoa (PB)
houve um crescimento de 80% no número de animais diagnosticados com a doença, enquanto que em Campina Grande o
aumento foi de 875%, ou seja, quase dez vezes mais. A informação é das gerências de Vigilância Ambiental em Saúde e Zoo-
nose das Secretarias Municipais de Saúde dessas cidades. Segundo especialistas, os animais podem se tornar reservatórios da
doença e aproximadamente 70% deles são assintomáticos, por isso a necessidade do alerta. Os especialistas alertam quem em
João Pessoa há bairros que estão crescendo agora e invadindo o hábitat do mosquito flebotomíneo, também conhecido como
mosquito-palha ou birigui.
Extraído e adaptado de: <http://jornaldaparaiba.com.br/noticia/143825_cresce-numero-de-casos-de-calazar-na-capital-e-em-cg>.
Acesso em: 6 fev. 2015.

1 A leishmaniose abordada nos trechos de notícias, é uma doen•a provocada por um: c
a) protozo‡rio esporozo‡rio, que pode passar de animais como roedores e cães para o ser humano de forma indireta, necessitando
de um mosquito vetor para transmissão.
b) protozo‡rio flagelado, que pode passar de animais como roedores e cães para o ser humano de forma indireta, necessitando
de um mosquito vetor para transmissão, e também de forma direta, bastando o simples contato físico entre esses animais e o
ser humano.
c) protozo‡rio flagelado, que pode passar de animais como roedores e cães para o ser humano de forma indireta, necessitando
de um mosquito vetor para transmissão.
d) vírus, que pode passar de roedores e cães para o ser humano de forma indireta, necessitando de um mosquito vetor para
transmissão, assim como a dengue e a febre amarela.
e) bactéria, que pode passar de animais como roedores e cães para o ser humano de forma direta, bastando o simples contato
físico entre esses animais e o ser humano.

2 Em alguns grupos de seres vivos são encontradas espécies que possuem a•ão parasit‡ria no ser humano. Assinale a alternativa que
contém apenas espécies de seres vivos com essa característica. b
a) Vibrio cholerae, Amoeba proteus, Agaricus bisporus e Leishmania chagasi.
b) Candida albicans, Plasmodium vivax, Clostridium tetani e Entamoeba histolytica.
c) Plasmodium vivax, Bacillus thuringiensis, Saccharomyces cerevisiae e Treponema pallidum.
d) Balantidium coli, Clostridium tetani, Rhizobium phaseoli e Candida albicans
e) Trypanosoma cruzi, Neisseria meningitidis, Lactobacilllus acidophilus e Paramecium caudatum.

95
QUADRO DE IDEIAS

CEO: Mário Ghio Jœnior


O seres vivos: a classifica•‹o dos seres vivos, Direção: Carlos Roberto Piatto
os v’rus e os reinos Monera, Protoctista e Fungi Conselho editorial: Bárbara Muneratti de Souza Alves,
Carlos Roberto Piatto, Daniel Augusto Ferraz Leite,
Eduardo dos Santos, Eliane Vilela, Helena Serebrinic,
Lidiane Vivaldini Olo, Lu’s Ricardo Arruda de Andrade,
Marcelo Mirabelli, Marcus Bruno Moura Fahel,
Marisa Sodero, Ricardo Leite, Ricardo de Gan Braga,
Tania Fontolan
Vírus Monera Protoctista Fungi
Direção editorial: Lidiane Vivaldini Olo
Gerência editorial: Bárbara Muneratti de Souza Alves
Coordenação editorial: Adriana Gabriel Cerello
Unicelulares, Protozoários: Uni ou Edição: Tatiana Leite Nunes (coord.),
Sem Rodolfo Correia Marinho
organização procariontes, unicelulares, multicelulares; Assistência editorial: Carolina Domeniche Romagna,
celular e sem autótrofos ou eucariontes e eucariontes, Pietro Ferrari;
aclorofilados Revisão: HŽlia de Jesus Gonsaga (ger.),
metabolismo heterótrofos aclorofilados Danielle Modesto, Edilson Moura, Let’cia Pieroni,
próprio Estrutura celular: Classificação: Principais grupos: Mar’lia Lima, Tatiane Godoy, Tayra Alfonso,
Vanessa Lucena
Constituição: parede celular, rizópodes, zigomicetos; Coordenação de produção: Fabiana Manna
cápsula membrana ciliados, ascomicetos; da Silva (coord.), Adjane Oliveira, Dandara Bessa
esporozoários e basidiomicetos Supervisão de arte e produção: Ricardo de Gan Braga
proteica; DNA plasmática, citosol,
Edição de arte: Daniel Hisashi Aoki
ou RNA ribossomos e flagelados. Fungos Diagramação: Antonio Cesar Decarli,
Reprodução: material genético; Reprodução: multicelulares: Claudio Alves dos Santos, Fernando Afonso do Carmo,
Flávio Gomes Duarte, Kleber de Messas
no interior de sem organelas principalmente micélio, hifas, Iconografia: S’lvio Kligin (supervisão),
células vivas membranosas, sem assexuada por corpos de Marcella Doratioto;
Colaboração: Fábio Yoshihito Matsuura,
núcleo delimitado cissiparidade frutificação
Exemplos Fernanda Siwiec, Fernando Vivaldini
por membrana Licenças e autorizações: Edson Carnevale
de viroses Exemplos Reprodução:
humanas: Aids Importância: de doenças assexuada ou Capa: Daniel Hisashi Aoki
Foto de capa: Eduardo Mariano Rivero/Alamy/Latinstock
(HIV), dengue, decompositores, causadas nos sexuada Projeto gráfico de miolo: Daniel Hisashi Aoki
febre amarela, parasitas, seres humanos: Importância: Editoração eletrônica: Casa de Tipos
hepatite viral, fertilização do solo amebíase, decompositores; Todos os direitos reservados por Sistemas de
hidrofobia (ex.: Rhizobium), malária, doença Ensino Abril Educação S.A.
parasitas,
(raiva), flora microbiana de Chagas, Avenida das Nações Unidas, 7221 Ð Pinheiros
mutualísticos CEP: 05425-902 Ð São Paulo Ð SP
poliomielite, intestinal; leishmanioses (liquens e (0xx11) 4383-8000
gripe e biotecnologia
Algas micorrizas); ação © Sistemas de Ensino Abril Educação S.A.
resfriado (ex.: lactobacilos),
unicelulares: fermentativa; Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
bioindicadores (ex.: (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
euglenófitas, produção de
coliformes fecais).
bacilariófitas e antibióticos; Paulino, Wilson Roberto
Exemplos de pirrófitas comestíveis, Sistema de ensino ser : ensino mŽdio, caderno 6 :
biologia : frente A : PR / Wilson Roberto
doenças causadas venenosos Paulino. -- 2. ed. -- São Paulo : çtica, 2015.
Algas
nos seres humanos:
multicelulares: 1. Biologia (Ensino mŽdio) I. T’tulo.
cólera, meningite
clorófitas,
meningocócica, 15-03154 CDD-574.07
rodófitas e
tuberculose, tétano, Índices para catálogo sistemático:
feófitas
sífilis e gonorreia. 1. Biologia : Ensino mŽdio 574.07
2015
Reprodução:
ISBN 978 85 08 17421-8 (AL)
principalmente ISBN 978 85 08 17428-7 (PR)
assexuada por 1» edição
1» impressão
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autótrofas
fotossintetizantes Uma publicação

96 Os seres vivos: a classifica•‹o dos seres vivos, os v’rus e os reinos Monera, Protista e Fungi
BIOLOGIA FRENTE A

GUIA DO PROFESSOR

WILSON ROBERTO PAULINO


Engenheiro-agrônomo e professor licenciado em Ciências e Biologia;
professor com mais de 20 anos de experiência no Ensino Médio e
em cursos pré-vestibulares.

FRENTE A
BIOLOGIA

MÓDULO
Os seres vivos: a classificação dos seres vivos, os vírus
e os reinos Monera, Protoctista e Fungi (18 aulas)

Os seres vivos: a classificação dos seres vivos, os vírus e os reinos Monera, Protoctista e Fungi
1. A BIODIVERSIDADE E O SISTEMA DE
MÓDULO CLASSIFICAÇÃO DOS SERES VIVOS
Os seres vivos: a classificação dos Objeto do conhecimento
seres vivos, os vírus e os reinos Noção de biodiversidade. A classificação dos seres vivos e as regras
de nomenclatura biológica.
Monera, Protoctista e Fungi
Objeto específico
Conceito de espécie, gênero, família, ordem, classe, filo e reino.
O sistema binomial de nomenclatura. Os reinos do mundo vivo.
Plano de aulas sugerido
Carga semanal de aulas: 2
Número total de aulas do módulo: 18 AULAS 1 a 3 Páginas: 4 a 16

A biodiversidade, a biosfera e a classificação


Competências Habilidades dos seres vivos; apresentação dos reinos
Segundo matriz de referência Segundo matriz de referência Objetivos
para o Enem: para o Enem:
c Compreender interações c Reconhecer mecanismos de
Caracterizar a biosfera e reconhecer a importância da biodiversida-
entre organismos e ambiente, transmissão da vida, prevendo de presente nela.
em particular aquelas ou explicando a manifestação Identificar as categorias do sistema de classificação dos seres vivos.
ligadas à saúde humana, de características dos seres
relacionando conhecimentos vivos. Estratégias
científicos, aspectos culturais c Identificar padrões em
Com base no esquema representado na página 9, problematize e
e características individuais. fenômenos e processos esclareça os procedimentos adotados na classificação dos seres vivos.
c Associar características vitais dos organismos, como
adaptativas dos organismos manutenção do equilíbrio Tarefa para casa
com seu modo de vida interno, defesa, relações com
ou com seus limites de o ambiente, entre outros. Solicite aos alunos que façam em casa as atividades 1 a 10 da seção
distribuição em diferentes c Compreender o papel da “Para praticar” (páginas 16 e 17) e as atividades 1 a 5 da seção “Para
ambientes, em especial em evolução na produção aprimorar” (páginas 17 a 19).
ambientes brasileiros. de padrões, processos Se achar oportuno, no início da próxima aula, corrija as questões
c Avaliar propostas de alcance biológicos ou na organização
juntamente com a classe.
individual ou coletivo, taxonômica dos seres vivos.
identificando aquelas que
visam à preservação e à
implementação da saúde 2. OS VÍRUS
individual, coletiva ou do
ambiente.
Objeto do conhecimento
Características gerais e reprodução dos vírus. Principais viroses
As competências e habilidades do Enem estão indicadas em humanas.
questões diversas ao longo do módulo. Se necessário, explique
Objeto específico
aos alunos que a utilidade deste “selo” é indicar o número da(s)
Constituição e organização estrutural dos vírus. A reprodução dos
competência(s) e habilidade(s) abordada(s) na questão, cuja
vírus. A importância dos vírus. Principais viroses humanas, contágio
área de conhecimento está diferenciada por cores (Linguagens:
e prevenção.
laranja; Ciências da Natureza: verde; Ciências Humanas: rosa; Ma-
temática: azul). A tabela para consulta da Matriz de Referência
do Enem está disponível no portal.
AULAS 4 e 5 Páginas: 20 a 23

Os vírus
ANOTA‚ÍES
Objetivos
Reconhecer as características gerais dos vírus e compreender o pro-
cesso de reprodução.
Reconhecer a importância dos vírus.

2 GUIA DO PROFESSOR
Estratégias AULAS 8 a 11 P‡ginas: 36 a 50
Nesse momento, procure discutir com os alunos o conteœdo apre-
sentado utilizando as seguintes quest›es: O reino Monera
Ð O que s‹o os v’rus?
Objetivos
Ð Como eles se reproduzem?
Discuta com a classe o que Ž controle biol—gico e como os v’rus Caracterizar o reino Monera e as bactŽrias; explicar a nutri•‹o, a
est‹o relacionados com essa tŽcnica. reprodu•‹o e os tipos morfol—gicos.
Identificar as principais doen•as bacterianas, os modos de trans-
Tarefa para casa miss‹o e as medidas de preven•‹o.
Solicite aos alunos que fa•am em casa as atividades 1 a 4 da se•‹o Caracterizar as cianobactŽrias, o modo de reprodu•‹o e discutir a
ÒPara praticarÓ (p‡gina 32) e as atividades 1 a 4 da se•‹o ÒPara apri- import‰ncia ecol—gica.
morarÓ (p‡ginas 33 e 34). Caracterizar as arqueas.
Discutir a import‰ncia da biodiversidade microbiana, os impactos
Se achar oportuno, no in’cio da pr—xima aula, corrija as quest›es
gerados pelo ser humano nesse n’vel e as poss’veis consequ•ncias.
juntamente com a classe.
Estratégias
AULAS 6 e 7
Problematize:
P‡ginas: 23 a 31
Ð Como s‹o os representantes do reino Monera?
Ð O que s‹o bactŽrias? Como elas vivem?
As principais viroses humanas
Pe•a aos alunos que, em grupos, leiam o texto e caracterizem cada
Objetivos uma das principais doen•as bacterianas. Posteriormente, um dos
grupos dever‡ expor a caracteriza•‹o para a classe. Nesse momento,
Identificar e caracterizar algumas viroses humanas: dengue, febre
reforce os conceitos e esclare•a as dœvidas, de modo a elucidar as-
amarela, hepatite viral, entre outras.
pectos mal compreendidos.
Distinguir os modos de transmiss‹o e reconhecer os mŽtodos de
Exponha para a classe os problemas das intoxica•›es alimentares.
preven•‹o.
Explore com os alunos o quadro ÒOutras doen•as provocadas por
Estratégias bactŽriasÓ (p. 44 e 45). Pe•a-lhes que reorganizem as informa•›es so-
Pe•a que os alunos, em grupos, leiam o texto e caracterizem as bre essas doen•as, a partir do modo de transmiss‹o. Pe•a-lhes tam-
bŽm que incluam a descri•‹o das medidas preventivas.
viroses em quest‹o. A seguir, um dos grupos exp›e a caracteriza•‹o.
Ð O que s‹o as cianobactŽrias? Onde s‹o encontradas? Como vi-
Nesse momento, Ž poss’vel refor•ar conceitos, esclarecer dœvidas e
vem?
elucidar aspectos mal compreendidos.
Recorde com os alunos a classifica•‹o dos seres vivos em dom’nios.
Tarefa para casa Caracterize as arqueas. Discuta com a classe o boxe ÒBiodiversidade
microbianaÓ (p. 48).
Solicite aos alunos que fa•am em casa as atividades 5 a 10 da se•‹o
ÒPara praticarÓ (p‡ginas 32 e 33) e as atividades 5 a 10 da se•‹o ÒPara Tarefa para casa
aprimorarÓ (p‡ginas 33 a 35). Solicite aos alunos que fa•am em casa as atividades 1 a 10 da se•‹o
Se achar oportuno, no in’cio da pr—xima aula, corrija as quest›es ÒPara praticarÓ (p‡ginas 50 a 52) e as atividades 1 a 10 da se•‹o ÒPara
juntamente com a classe. aprimorarÓ (p‡ginas 52 e 53).
Se achar oportuno, no in’cio da pr—xima aula, corrija as quest›es
juntamente com a classe.
3. REINO MONERA
Objeto do conhecimento 4. REINO PROTOCTISTA
A estrutura celular no reino Monera. A importância das bactérias.
Reprodução nas bactérias. As principais doenças humanas Objeto do conhecimento
FRENTE A
causadas por bactérias. As arqueas. Caracterizar os protozoários e identificar as principais doenças
Objeto específico humanas por eles causadas. Caracterizar as algas e reconhecer sua
Caracterizar a célula das moneras, reconhecendo as principais importância ecológica.
características de um ser procarionte. Identificar a importância Objeto específico
BIOLOGIA

das bactérias como seres decompositores, como indicadores de Protozoários: organização celular e classificação. Principais doenças
poluição ambiental e sua ação patogênica, entre outros aspectos. humanas causadas por protozoários, contágio e prevenção. A
Identificar as principais doenças humanas causadas por bactérias, reprodução nos protozoários. Algas unicelulares e multicelulares
o contágio e a prevenção. Caracterizar as cianobactérias e as e seus principais grupos. A importância ecológica das algas e sua
arqueas. relação com desequilíbrios ambientais.

Os seres vivos: a classificação dos seres vivos, os vírus e os reinos Monera, Protoctista e Fungi 3
AULAS 12 a 15
Descrever os processos de reprodu•‹o nos fungos.
P‡ginas: 54 a 74
Identificar a rela•‹o de mutualismo existente nos liquens e micor-
O reino Protoctista rizas.
Reconhecer a import‰ncia dos fungos para o meio ambiente e para
Objetivos o ser humano.
Caracterizar protoctistas (protozo‡rios e algas).
Identificar os grupos de protozo‡rios: riz—podes, ciliados, esporo- Estratégias
zo‡rios e flagelados. Problematize:
Reconhecer os principais protozo‡rios causadores de doen•as. Ð Quem s‹o os fungos? Que caracter’sticas possuem?
Caracterizar os principais tipos de algas unicelulares (euglen—fitas, Ap—s isso, explore as figuras 1 a 8 (p. 79 a 82) para caracterizar as
bacilari—fitas e pirr—fitas) e multicelulares (clor—fitas, rod—fitas e classes de fungos. Analise as figuras 9 e 10 (p. 82 e 83) para explicar
fe—fitas). os processos de reprodu•‹o nos fungos.
Reconhecer a import‰ncia ecol—gica das algas e sua rela•‹o com Ð O que significa mutualismo? Que tipos de associa•›es mutual’s-
desequil’brios ambientais. ticas os fungos desenvolvem?
Analise com os alunos os diferentes aspectos que envolvem o tema
Estratégias em estudo (use as figuras 11 e 12, p. 84, para ilustrar).
Explore com os alunos as figuras de abertura (p. 54) para caracteri- Explore com a classe as figuras 13 a 18 (p. 87 a 89) para discutir a
zar o reino Protoctista e comente os principais representantes. import‰ncia ecol—gica e econ™mica dos fungos.
Pe•a aos alunos, em grupos, a prepara•‹o de uma apresenta•‹o Discuta a a•‹o parasit‡ria dos fungos sobre os diversos organismos
para a classe sobre um dos tipos de protozo‡rios. A seguir, reforce e comente com eles as principais micoses que atingem o ser humano.
conceitos, esclare•a dœvidas e elucide aspectos mal compreendidos.
Problematize: Tarefa para casa
Ð Que caracter’sticas os protozo‡rios e as algas apresentam? Solicite aos alunos que fa•am em casa as atividades 1 a 12 da se•‹o
Ð Algas podem causar desequil’brios ambientais? ÒPara praticarÓ (p‡ginas 91 e 92) e as atividades 1 a 8 da se•‹o ÒPara
aprimorarÓ (p‡ginas 92 a 94).
Tarefa para casa Se achar oportuno, no in’cio da pr—xima aula, corrija as quest›es
Solicite aos alunos que fa•am em casa as atividades 1 a 14 da se•‹o juntamente com a classe.
ÒPara praticarÓ (p‡ginas 75 e 76) e as atividades 1 a 12 da se•‹o ÒPara
aprimorarÓ (p‡ginas 76 a 78).
Se achar oportuno, no in’cio da pr—xima aula, corrija as quest›es ANOTAÇÕES
juntamente com a classe.

5. REINO FUNGI
Objeto do conhecimento
Características gerais dos fungos e seus principais grupos. A
reprodução nos fungos. A importância dos fungos.
Objeto específico
Fungos unicelulares e multicelulares. Hifas e micélios. Corpo de
frutificação. Principais grupos de fungos (zigomicetos, ascomicetos
e basidiomicetos). Reprodução nos fungos; reprodução sexuada
em basidiomicetos. Fungos: decomposição, parasitismo e
mutualismo, entre outros aspectos.

AULAS 16 a 18 P‡ginas: 79 a 91

O reino Fungi; reprodu•‹o nos fungos e as


associa•›es mutual’sticas
Objetivos
Caracterizar os organismos que integram o reino Fungi.
Identificar as tr•s principais classes de fungos: zigomicetos, ascomi-
cetos e basidiomicetos.

4 GUIA DO PROFESSOR
RESPOSTAS

6. c.
CAPêTULO 1 Ð A BIODIVERSIDADE E O
SISTEMA DE CLASSIFICA‚ÌO 7. a.
DOS SERES VIVOS 8. a.
9. d.
PARA PRATICAR Ð p‡ginas 16 e 17
10. b.
1. d.
2. e. PARA APRIMORAR Ð p‡ginas 33 e 34
3. b. 1. c.
4. a. 2. e.
5. d. 3. b.
6. c. 4. d.
7. e. 5. a.
8. c. 6. O agente transmissor (vetor) da dengue Ž o mosquito Aedes
9. b. aegypti. O combate a esse mosquito compreende: elimina•‹o
10. b. de locais em que o mosquito transmissor possa se reproduzir;
uso de telas que dificultem o acesso do mosquito ˆs moradias;
PARA APRIMORAR Ð p‡ginas 17 a 19 combate ao mosquito com o uso adequado de inseticidas; con-
trole biol—gico, utilizando-se de peixes que se nutrem das larvas
1. e. do mosquito; cuidado para que a pessoa doente n‹o seja picada
2. e. pelo mosquito, infectando-o e possibilitando a transmiss‹o do
3. e. v’rus para outras pessoas.

4. b. 7. e.

5. c. 8. d.

6. c. 9. c.

7. Os componentes desses reinos s‹o multicelulares e eucariontes. 10. d.


Mas os seres do reino Metaphyta s‹o aut—trofos, e os do reino Me-
tazoa s‹o heter—trofos por ingest‹o.
CAPêTULO 3 Ð REINO MONERA
8. a.
9. a. PARA PRATICAR Ð p‡ginas 50 a 52
10. a) 1: reino Monera; 2: reino Protoctista; 3: reino Plantae ou Meta- 1. b.
phyta; 4: reino Fungi; 5: reino Animalia ou Metazoa.
2. a.
b) Os organismos desses reinos s‹o unicelulares, mas os do reino
1 s‹o procariontes e os do reino 2 s‹o eucariontes. 3. a.
c) Os organismos do reino 3 s‹o aut—trofos e, portanto, capa- 4. c.
zes de sintetizar o pr—prio alimento; os organismos do reino
5 s‹o heter—trofos, isto Ž, incapazes de produzir seu pr—prio 5. d.
alimento. 6. b.
7. a.
CAPêTULO 2 Ð OS VêRUS 8. a.
9. a. FRENTE A
PARA PRATICAR Ð p‡gina 32
10. c.
1. d.
BIOLOGIA

2. c. PARA APRIMORAR Ð p‡ginas 52 e 53


3. c. 1. d.
4. c. 2. b.
5. c. 3. c.

Os seres vivos: a classifica•‹o dos seres vivos, os v’rus e os reinos Monera, Protoctista e Fungi 5
4. c. 4. a) O agente causal da doen•a de Chagas Ž o protozo‡rio
5. c. Trypanosoma cruzi e o vetor Ž o inseto barbeiro. A transmiss‹o
se d‡ pela contamina•‹o do local da picada pelas fezes do
6. e. barbeiro portador dos protozo‡rios.
7. b. b) O consumo de alimentos que contenham restos de barbei-
ros contaminados pode favorecer a penetra•‹o dos proto-
8. a.
zo‡rios atravŽs das mucosas do sistema digest—rio de uma
9. d. pessoa. Medidas que poderiam evitar essa via de transmiss‹o
10. a) TŽtano. Os esporos da bactŽria podem ser encontrados no solo. incluem lavagem do alimento a ser consumido e fiscaliza•‹o
b) Se a crian•a n‹o havia recebido muitas das vacinas obrigat—- rigorosa nos locais de preparo dos alimentos.
rias, poderia n‹o ter recebido vacina antitet‰nica e n‹o pos- 5. e.
suir anticorpos contra a doen•a. Nesse caso, o procedimento 6. e.
mais seguro Ž a aplica•‹o de soro antitet‰nico, pois ele j‡
7. a) Paciente I: plasm—dio; paciente II: tripanossomo.
contŽm anticorpos espec’ficos contra a bactŽria do tŽtano.
b) O paciente I deve ter adquirido o parasita pela picada de f•-
O gr‡fico correspondente Ž o A, que mostra que o n’vel de
meas de mosquitos do g•nero Anopheles; o paciente II, pelas
anticorpos Ž elevado no sangue da crian•a ap—s a aplica•‹o
fezes contaminadas do inseto barbeiro.
do soro. A soroterapia, porŽm, tem efeito tempor‡rio.
c) O gr‡fico B corresponde ˆ aplica•‹o da vacina antitet‰nica. A 8. c.
vacina contŽm ant’genos que induzem a produ•‹o gradual 9. d.
de anticorpos. 10. Os adubos inorg‰nicos (sais minerais) devem, em parte, ter sido
arrastados pelas ‡guas das chuvas atŽ o lago, favorecendo o de-
senvolvimento populacional de espŽcies diversas de algas; mui-
CAPêTULO 4 Ð REINO PROTOCTISTA tas dessas algas podem ter formado um ÒtapeteÓ na superf’cie do
lago, comprometendo a penetra•‹o de luz, o que prejudicou a
PARA PRATICAR Ð p‡ginas 75 e 76 fotoss’ntese das algas submersas e a consequente oxigena•‹o da
1. a. ‡gua. Da’, a mortandade de peixes por asfixia.
2. c. 11. e.
3. a. 12. c.
4. d.
5. b.
CAPêTULO 5 Ð REINO FUNGI
6. d.
7. c. PARA PRATICAR Ð p‡ginas 91 e 92
8. a. 1. b. 7. c.

9. b. 2. d. 8. e.

10. e. 3. c. 9. c.

11. b. 4. c. 10. d.

12. d. 5. b. 11. a.

13. e. 6. a. 12. b.

14. b. PARA APRIMORAR Ð p‡ginas 92 a 94


1. b.
PARA APRIMORAR Ð p‡ginas 76 a 78
2. b.
1. b.
3. b.
2. d.
4. b.
3. a) O agente causador da mal‡ria Ž o protozo‡rio do g•nero Plas-
modium e o vetor Ž a f•mea do mosquito do g•nero Anopheles. 5. b.
b) A dosagem letal de radia•‹o provoca a morte das cŽlulas. Isso 6. b.
impede a prolifera•‹o e a reprodu•‹o do protozo‡rio parasita.
As cŽlulas mortas do agente causador atuam como ant’geno,
7. b.
agindo como as vacinas, isto Ž, ativando o sistema imune. 8. c.

6 GUIA DO PROFESSOR
REFERæNCIAS BIBLIOGRçFICAS
AUDESIRK, G.; AUDESIRK, T. Biology: life on Earth. 8. ed. New York: Macmillan, 2006.
BARNES, R. D. Os invertebrados: uma nova síntese. São Paulo: Atheneu, 2007.
BEGON, M. et alii. Ecologia: de indivíduos a ecossistemas. Porto Alegre: Artmed, 2007.
CAMPBELL, N. A. Biology. Menlo Park: Benjamin Cummings, 2010.
FRANCESCHINI, I. M.; BURLIGA, A. L.; REVIERS, B.; PRADO, J. F.; RÉZIG, S. H. Algas – uma abordagem
filogenética, taxonômica e ecológica. Porto Alegre: Artmed, 2010.
JUDD, W. S.; CAMPBELL C. S.; KELLOG, E. A.; STEVENS, P. F. Sistem‡tica vegetal. Um enfoque filogenético.
Porto Alegre: Artmed, 2009.
MARGULIS, L.; SCHWARTS, K. V. Cinco reinos: um guia ilustrado dos filos da Terra. 3. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2001.
ODUM, E. et alii. Fundamentos de ecologia. São Paulo: Thomson Pioneira, 2007.
NEVES, D. P. Parasitologia humana. 11. ed. São Paulo: Atheneu, 2004.
RAVEN, P. H.; JOHNSON, G. B. Biology. 4. ed. Boston: Wm.C. Brown, 2007.
REVIERS, B. Biologia e filogenia das algas. Porto Alegre: Artmed, 2006.
REY, L. Bases da parasitologia mŽdica. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.
RIFKIN, J. O sŽculo da biotecnologia. São Paulo: Makron Books, 2000.
SANTOS, N. S. O et alii. Introdu•‹o ˆ virologia humana. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.
TORTORA, G. J.; FUNKE, B. R.; CASE, C. L. Microbiologia. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2012.
TRABULSI, L. R. et alii. Microbiologia. 5. ed. São Paulo: Atheneu. 2008.

FRENTE A
BIOLOGIA

Os seres vivos: a classificação dos seres vivos, os vírus e os reinos Monera, Protoctista e Fungi 7
ANOTAÇÕES

8 GUIA DO PROFESSOR
O sistema de ensino SER quer conscientizar seus alunos sobre os problemas da
atualidade. Pensando nisso, apresentamos, no Ensino Médio, capas com animais da
fauna brasileira em extinção. Esperamos que as imagens e as informações fornecidas
motivem os estudantes a agir em favor da preservação do meio ambiente.
A águia-cinzenta (Harpyhaliaetus coronatus) é uma ave de rapina de grande porte que
pode pesar até 3 kg e atingir 85 cm de comprimento. Seus hábitos alimentares não
são muito conhecidos, mas existem informações de que ela se alimenta de anfíbios,
répteis, mamíferos e aves. Essa espécie pode ser encontrada nos seguintes países da
América do Sul: Paraguai, Brasil, Bolívia e Argentina. No Brasil, está presente em áreas
abertas de Cerrado e Caatinga. A destruição do seu hábitat pela agropecuária e a caça
ilegal são os principais fatores que ameaçam essa espécie de extinção.

www.ser.com.br 0800 772 0028 PROFESSOR 519570

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