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2021

1a FASE

GABARITOS E
RESOLUÇÕES

SAEP
SISTEMA DE AVALIAÇÃO EDUCACIONAL POLIEDRO
QUESTÃO 01
_21_3FUV_1F_BIO_CX_L1_Q01
Sob o ataque do pterocarpano, uma substância extraída
da raiz de uma árvore brasileira, células de tumor de mama
humano não conseguem formar as estruturas necessárias
à separação dos cromossomos na divisão celular. Em busca
de novos medicamentos contra o câncer, o grupo de Glaucia
Santelli identificou o mecanismo de ação desse composto
que bloqueia a proliferação celular.
“Flores do mal”. Disponível em: <https://revistapesquisa.fapesp.br>.
Acesso em: 11 abr. 2021.

O nome das estruturas e o processo de divisão celular aos


quais o texto se refere são, respectivamente,

(A) centrossomo e mitose.


(B) centrossomo e meiose.
(C) microtúbulos e mitose.
(D) microtúbulos e meiose.
(E) filamentos do fuso e meiose.

Gabarito: C

No texto, é mencionada a proliferação de células do câncer


de mama, que ocorre por meio do processo de divisão
celular denominado mitose. Os microtúbulos ‒ filamentos
formados por tubulina ‒ formam estruturas denominadas
áster e filamentos do fuso, responsáveis pela separação
das cromátides-irmãs no processo de divisão celular. Os
microtúbulos se formam durante a metáfase para estabilizar
os cromossomos na faixa da célula e se encurtam na anáfase
para promover a sua separação, possibilitando a divisão
celular.
QUESTÃO 02
_21_3FUV_1F_BIO_CX_L1_Q02
No âmbar (resina fossilizada de árvores) da região de
Cambay, noroeste da Índia, já foram encontrados formigas,
abelhas e outros insetos preservados com dezenas de
milhões de anos. Agora, análises realizadas em outras
amostras do âmbar de Cambay mostraram hepáticas e
musgos, um dos primeiros vegetais a ocupar a Terra.
“Briófitas em âmbar”. Disponível em: <https://revistapesquisa.fapesp.br>.
Acesso em: 11 abr. 2021. (Adaptado)

As amostras encontradas no âmbar pelos pesquisadores são


plantas

(A) vasculares, atraqueófitas e fanerógamas.


(B) vasculares, traqueófitas e fanerógamas.
(C) avasculares, traqueófitas e criptógamas.
(D) avasculares, atraqueófitas e criptógamas.
(E) avasculares, atraqueófitas e espermatófitas.

Gabarito: D

Musgos e hepáticas fazem parte do grupo de plantas


denominado briófita, formado por vegetais sem vasos
condutores (ou seja, avasculares ou atraqueófitos) e que
não têm sementes (criptógamos).
QUESTÃO 03
_21_3FUV_1F_BIO_GS_L1_Q01
A cana-de-açúcar acumula açúcares dos 6 aos 12
meses de crescimento, ao mesmo tempo que diminui
gradativamente a produção de energia por meio da
fotossíntese nas folhas, revela estudo realizado por
pesquisadores do Instituto de Biociências (IB) da USP
que acompanharam um ciclo completo (12 meses) de
crescimento da cana. [...] Os resultados das análises dos
dados indicaram que a cana apresenta uma transição entre
três e seis meses de desenvolvimento, em que passa de um
“modo” de crescimento para outro de armazenamento.
De três a quatro meses de desenvolvimento, em que são
registradas as maiores taxas de fotossíntese, a cana forma
uma copa operacional, com um determinado número de
folhas. Após atingir esse estágio e até os seis meses de
desenvolvimento, a cada folha produzida pela planta, outra
folha – geralmente da parte mais abaixo da copa – começa
a envelhecer. Dessa forma, a cana mantém um determinado
número de folhas. A partir dos seis meses, a planta começa
a armazenar sacarose, no colmo e nas raízes, e amido
nas folhas até os 12 meses. Nessa fase, a cana-de-açúcar
praticamente deixa de fazer fotossíntese e está pronta para
ser cortada e usada para produção de açúcar e etanol.
“Cana reduz produção de energia enquanto acumula açúcares”.
Disponível em: <https://jornal.usp.br>. Acesso em: 5 abr. 2021. (Adaptado)

A respeito das informações contidas no texto e levando em


consideração o metabolismo bioenergético dos vegetais, é
correto afirmar que,

(A) até os seis meses, registram-se taxas de respiração


celular maiores que as taxas de fotossíntese.
(B) durante a fase de armazenamento, a taxa de respiração
celular da cana-de-açúcar é aumentada.
(C) após seis meses, a respiração celular cessa, permitindo
o acúmulo de toda a sacarose produzida.
(D) aos 12 meses, a planta está pronta para ser cortada,
pois atinge seu ponto de compensação fótico.
(E) na fase de crescimento, a taxa de fotossíntese se
encontra acima do ponto de compensação fótico.

Gabarito: E

O ponto de compensação fótico é o momento em que a


quantidade de luz disponível para a planta permite que
as taxas de fotossíntese sejam equivalentes às taxas de
respiração celular. Isso significa que todos os produtos
gerados pela respiração celular serão consumidos na
fotossíntese, e vice-versa. Quando a planta se encontra
acima do ponto de compensação fótico, a taxa de
fotossíntese é maior que a da respiração celular; assim, ela
é capaz de produzir mais carboidratos do que consome, e
esse composto fica disponível para o crescimento vegetal
e o armazenamento de reservas. Dessa forma, a cana-de-
-açúcar se encontra acima do ponto de compensação fótico
tanto na fase de crescimento como na de armazenamento.
QUESTÃO 04
_21_3FUV_1F_BIO_GS_L1_Q02
A imagem representa um conjunto gênico hipotético de um
casal de genitores.
Genitor 1 Genitor 2

B b B B
a a A a

C c C c

Qual é a probabilidade de esse casal ter um filho com


genótipo homozigoto para os três genes?

(A) 0%
(B) 6,25%
(C) 12,5%
(D) 25,0%
(E) 75,0%

Gabarito: C

Genitor 1: aaBbCc
Genitor 2: AaBBCc

Como os genes se encontram em cromossomos diferentes,


sabe-se que o cruzamento deve ser tratado de acordo com
a segunda lei de Mendel, pois a segregação dos genes
ocorre de maneira independente. Assim, pode-se calcular
os cruzamentos de cada um dos genes separadamente.

aa x Aa:
1
Aa:
2
1
aa:
2
Então, a chance de ser homozigoto para o gene a (no caso,
homozigoto recessivo) é de 50%.

Bb x BB:
1
BB:
2
1
Bb:
2
Então, a chance de ser homozigoto para o gene b (no caso,
homozigoto dominante) é de 50%.

Cc x Cc:
1
CC:
4
1
Cc:
2
1
cc:
4
 1
Nesse caso, o homozigoto pode ser tanto o dominante  
 4
 1
como o recessivo   , então a chance de ser homozigoto
 4
para o gene c é:
1 1 1
+ = = 50%
4 4 2

Assim, a probabilidade de que os três eventos aconteçam ao


mesmo tempo é:
1 1 1 1
⋅ ⋅ = = 12, 5%
2 2 2 8
QUESTÃO 05
_21_3FUV_1F_BIO_GS_L1_Q03
O NPK é um integrante das formulações de fertilizantes
utilizadas na adubação das culturas brasileiras. [...] Pela
ordem decrescente de exigências nutricionais da soja em
macronutrientes, o nitrogênio vem em primeiro lugar,
seguido pelo K, Ca, Mg, P e S. A grande demanda pelo
nitrogênio deve-se à necessidade excepcional que a soja tem
para “fabricar” as proteínas que constituem cerca de 40% do
seu peso. O grande aporte de N para a soja vem da fixação
biológica, processo simbiótico que dispensa sua adição
como fertilizante químico, e poderia economizar bilhões de
dólares por ano, se a totalidade da área cultivada com soja
no Brasil utilizasse a inoculação com bactérias fixadoras de
nitrogênio, em vez de adubos nitrogenados químicos.
Disponível em: <https://blogs.canalrural.com.br>.
Acesso em: 6 abr. 2021. (Adaptado)

De acordo com as etapas do ciclo do nitrogênio, a fixação


biológica mencionada no texto abrange a conversão de

(A) NH3 em NO2− no solo.


(B) NO2− em NO3− no solo.
(C) N2 atmosférico em NH3 no solo.
(D) NO3− no solo em N2 atmosférico.
(E) matéria orgânica morta em NH4+.

Gabarito: C

A fixação biológica consiste na capacidade de algumas


bactérias em captar o N2 atmosférico e convertê-lo em
amônia (NH3) no solo, que será utilizada por vegetais para
a síntese de compostos nitrogenados ou convertida em
nitratos pelo processo de nitrificação. As bactérias capazes
de fixar o nitrogênio atmosférico (bactérias fixadoras de
nitrogênio) normalmente vivem em associação simbiótica
com as raízes de algumas plantas leguminosas, formando
os rizóbios.
QUESTÃO 06
_21_3FUV_1F_BIO_GS_L1_Q05
A tabela indica a posologia recomendada pela Sociedade
Brasileira de Imunologia (SBIm) para a aplicação de
vacina meningocócica B em bebês e crianças para
prevenir meningites e infecções generalizadas (doenças
meningocócicas) causadas pela bactéria meningococo do
tipo B.
Faixa etária Número de doses Intervalo
de início da do esquema entre Reforço
vacinação primário doses
3 a 11 Uma dose entre
Duas doses 2 meses
meses 12 e 15 meses
Uma dose, com
12 a 23 intervalo de 12
Duas doses 2 meses
meses a 23 meses da
última dose
Não foi
A partir de estabelecida a
Duas doses 1 mês
24 meses necessidade de
reforços
Disponível em: <https://familia.sbim.org.br>.
Acesso em: 9 abr. 2021. (Adaptado)

Com base na tabela e nos conceitos sobre o assunto


abordado, é correto afirmar que o(a)

(A) indivíduo pode desenvolver a imunidade passiva com a


primeira dose e a imunidade ativa com a segunda dose.
(B) resposta imunológica primária é mais rápida e eficiente
que a resposta imunológica secundária.
(C) aplicação de duas doses mais um reforço garante uma
alta produção de antígeno pelo organismo.
(D) primeira dose desencadeia uma resposta imunológica
secundária, levando-a às células de memória.
(E) indivíduo pode desenvolver uma rápida produção de
anticorpos, com altas concentrações no plasma, após a
segunda dose.

Gabarito: E

A aplicação de vacinas desencadeia uma imunidade ativa no


organismo por meio da produção de anticorpos específicos
pelos linfócitos B, capazes de atacar ou neutralizar
determinado antígeno. A resposta aos antígenos por
parte das células B tem duas fases: a resposta imunológica
primária e a resposta imunológica secundária. A primária
ocorre no primeiro contato do organismo com o antígeno,
ou após a primeira dose da vacina. Nessa fase, a produção
de anticorpos específicos demora alguns dias para ocorrer
e costuma atingir baixas concentrações plasmáticas. A
resposta secundária acontece quando as células B entram
novamente em contato com o antígeno, ou na segunda ou
terceira dose da vacina. Nesse caso, as células B de memória
rapidamente reconhecem um antígeno, multiplicam-se,
transformam-se em plasmócitos e produzem anticorpos em
altas concentrações, gerando uma resposta rápida e eficaz.
QUESTÃO 07
_21_3FUV_1F_BIO_HJ_L1_Q01
Na síntese proteica, o código genético é inequívoco e
degenerado, ou seja, cada códon corresponde a apenas
um aminoácido e mais de um códon pode corresponder ao
mesmo aminoácido. No entanto, há três códons importantes
na síntese de proteínas que não correspondem a nenhum
aminoácido, são eles: UAA, UAG, UGA.

No contexto da síntese proteica, esses três códons


determinam

(A) uma mutação no DNA.


(B) um anticódon não funcional.
(C) o ponto de início da síntese proteica.
(D) o ponto de parada da síntese proteica.
(E) a espécie à qual pertence o organismo.

Gabarito: D

O código genético descreve a relação entre a sequência de


bases nitrogenadas (A, C, G e T) em um gene e a sequência
de proteína correspondente que ele codifica. A célula
lê a sequência do gene em grupos de três bases. Das 64
combinações possíveis de três bases, 61 especificam um
aminoácido, enquanto as três combinações restantes são
códons de parada (stop codon). Portanto, um códon de
parada é uma sequência de trinucleotídeos dentro de
uma molécula de RNA mensageiro (RNAm) que sinaliza a
interrupção da síntese de proteínas; no lugar de codificar
um aminoácido, o códon de parada resulta na liberação
da cadeia polipeptídica e no desmonte da maquinaria de
tradução.
QUESTÃO 08
_21_3FUV_1F_BIO_HJ_L1_Q02
Até algum tempo atrás, o registro mais antigo
da existência dos animais multicelulares, que são
conjuntamente chamados de metazoários, eram os fósseis
do Cambriano, cuja idade gira em torno de 540 milhões
de anos. Agora, essa idade pode recuar ainda mais após
a descoberta de moléculas em rochas com idade estimada
entre 635 e 751 milhões de anos. A equipe de pesquisadores
responsáveis pela descoberta realizou uma série de análises
químicas que acusaram a presença de grandes quantidades
de uma molécula orgânica do grupo dos esteroides,
denominada 24-isopropilcolestano. Atualmente, essa
molécula é produzida por animais de um grupo de Porifera,
popularmente conhecido como esponjas.
“Origem de animais pode recuar em 100 milhões de anos”.
Disponível em: <https://cienciahoje.org.br>.
Acesso em: 31 mar. 2021. (Adaptado)

A descoberta de 24-isopropilcolestano com idade estimada


de pelo menos 635 milhões de anos é um(a)

(A) evidência de que essa molécula orgânica surgiu antes


dos primeiros metazoários.
(B) registro de que as esponjas atuais estão presentes na
Terra há mais de 635 milhões de anos.
(C) biomarcador que atesta que o surgimento de vida
ocorreu na região onde a molécula foi identificada.
(D) demonstração de que essa molécula não é importante,
uma vez que se manteve apenas nas esponjas atuais.
(E) evidência de que rotas bioquímicas semelhantes às
das esponjas atuais já existiam na Terra há mais de
600 milhões de anos.

Gabarito: E

A descoberta da molécula orgânica é uma evidência


bioquímica de evolução. Embora a descoberta descrita não
prove que a molécula era sintetizada há mais de 600 milhões
de anos por organismos metazoários, como as esponjas, a
sua detecção, associada a outros registros fósseis, auxilia
no entendimento dos caminhos evolutivos da vida na Terra
e indica que as rotas bioquímicas para a síntese desse
esteroide já existiam naquela época.
QUESTÃO 09
_21_3FUV_1F_BIO_HJ_L1_Q03
O carbono entra na estrutura trófica de uma comunidade
quando uma molécula simples, o CO2 , é absorvida na
fotossíntese por um produtor primário. [...] Quando a
molécula de alta energia, na qual esse carbono é residente,
é finalmente usada para fornecer energia para trabalho,
parte da energia é dissipada como calor e o carbono é
novamente liberado para a atmosfera como CO2.
M. Begon. et al. Ecology: from individuals to ecosystems. 4 ed.
Reino Unido: Blackwell Publishing, 2006. (Adaptado)

O carbono proveniente do CO2 atmosférico, que é absorvido


na fotossíntese, como descrito no texto, pode permanecer
na cadeia trófica se
(A) for incorporado na produtividade primária líquida.
(B) a molécula na qual está incorporado for utilizada na
respiração.
(C) estiver indisponível como biomassa para consumo pelos
herbívoros.
(D) estiver indisponível como biomassa para consumo pelos
carnívoros.
(E) não for incorporado na produtividade secundária ao
longo dos compartimentos tróficos.

Gabarito: A

Quando a molécula de CO2 é captada por um produtor e


participa dos processos fotossintéticos, o seu carbono
pode ser incorporado como biomassa, ou seja, convertido
em matéria orgânica, garantindo, assim, a manutenção da
produtividade primária bruta (PPB). Esse mesmo carbono
estará disponível para o nível trófico superior, desde que
não seja utilizado para a manutenção das atividades do
organismo nos processos respiratórios de obtenção de
energia. Nesse caso, estará disponível como biomassa da
produtividade primária líquida (PPL), ou seja, o saldo de
matéria orgânica resultante entre a produção bruta e o
consumo pela respiração.
QUESTÃO 10
_21_3FUV_1F_BIO_HJ_L1_Q05
A imagem representa o percurso sanguíneo, indicado
pelas setas cheias, do coração de um mamífero. E e D
representam os lados esquerdo e direito do coração,
respectivamente. O sangue entra e sai pelas câmaras
cardíacas por meio de vasos condutores, veias e artérias,
que promovem a manutenção de um circuito pulmonar
(pequena circulação) e um circuito sistêmico (grande
circulação).

T. I. Storer. et al. Zoologia Geral. 6 ed.


São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2003. (Adaptado)

Com base no texto e na imagem, é correto afirmar que


(A) o sangue presente no circuito sistêmico é rico em CO2 e
o no circuito pulmonar é rico em O2.
(B) o sangue que entra no coração é conduzido por artérias
e o que sai é conduzido por veias.
(C) o mesmo padrão de circulação sanguínea dupla ocorre
em outros vertebrados, exceto em peixes.
(D) as contrações que garantem o fluxo sanguíneo no
coração se originam em dois nódulos sinoatriais.
(E) os lados do coração delimitam o fluxo sanguíneo do
circuito pulmonar (E) e do circuito sistêmico (D).

Gabarito: C

Nos vertebrados, exceto em peixes, a circulação sanguínea


é do tipo dupla, ou seja, o sangue passa duas vezes pelo
coração para completar uma volta pelo organismo. Em
peixes, a circulação é simples, ou seja, o sangue passa
apenas uma vez pelo coração para realizar uma volta
completa pelo corpo.
QUESTÃO 11
_21_3FUV_1F_BIO_GS_L1_Q04
Um estudo avaliou a frequência e o funcionamento de
estômatos e a temperatura foliar de espécimes de aroeira-
-vermelha localizadas em locais de alta exposição ao sol e
em locais de sombra constante. A temperatura ambiental no
momento da coleta era de 13 °C, tanto na área com intensa
iluminação como na área sombreada. A tabela demonstra
os valores médios dos dados obtidos na pesquisa.

Temperatura No de Estômatos Estômatos


Planta
foliar estômatos* abertos fechados
I 8,7 °C 36,33 24 12,33
II 17,93 °C 35,33 6,33 29
* Média do número de estômatos por superfície foliar.
Disponível em: <https://publicacoeseventos.unijui.edu.br>.
Acesso em: 6 abr. 2021. (Adaptado)

A respeito das espécimes observadas, é correto afirmar que

(A) os estômatos se mantiveram abertos na planta I devido


à alta pressão de déficit hídrico nas folhas.
(B) a temperatura do meio foi o fator principal responsável
pelo fechamento dos estômatos na planta II.
(C) a planta II tem maior exposição ao sol, pois fecha seus
estômatos para diminuir a evapotranspiração.
(D) há uma significante diferença no número de estômatos
na superfície foliar de cada uma das plantas.
(E) a baixa temperatura foliar da planta I resulta de sua
escassa transpiração, por estar na sombra.

Gabarito: C

A espécime exposta a grandes incidências luminosas


costuma manter a maioria de seus estômatos fechados
para evitar a perda de água em excesso. A alta incidência
de luz solar faz a evapotranspiração exceder a capacidade
de absorção e/ou o transporte de água na planta em
determinado momento, e o fechamento dos estômatos
será a resposta fisiológica mais imediata. Com isso, a
evapotranspiração vai diminuir, o que leva a um aumento
da temperatura foliar.
TEXTO PARA AS QUESTÕES DE 12 A 14

Bumblebees are a resourceful bunch: when pollen is


scarce and plants near the nest are not yet flowering,
workers have developed a way to force them to bloom.
Research published on Thursday in Science shows that the
insects puncture the plants’ leaves, which causes them to
flower, on average, 30 days earlier than they otherwise
would. How the technique evolved and why the plants
respond to bumblebee bites by blooming remain unclear.
But researchers say the discovery of a new behavior in such
a familiar creature is remarkable.
“This is one of those really rare studies that observes a
natural phenomenon that hadn’t been documented before,”
says John Mola, an ecologist at the U.S. Geological Survey’s
Fort Collins Science Center in Colorado.
Study co-author Consuelo De Moraes says she and her
colleagues were observing one species of bumblebee in an
unrelated laboratory experiment when they noticed the
insects were damaging plant leaves and wondered why.
“Initially we wanted to see if they were removing the tissue
or feeding on the plants or taking [leaf material] to the nest,”
she says. And because previous research had shown stress
could induce plants to flower, De Moraes and her colleagues
also wondered whether the bees might be creating blooms
on demand.
Jim Daley. Disponível em: <https://www.scientificamerican.com>.
Acesso em: 4 maio 2021. (Adaptado)

QUESTÃO 12
_20_3FUV_1F_ ING_LZ_L1_Q01
De acordo com o texto, um estudo publicado na revista
Science revelou que as bumblebees, conhecidas no Brasil
como abelhas mamangavas, mordem folhas de plantas para

(A) extraírem o material do tecido dessas folhas.


(B) alimentarem-se dos nutrientes provenientes dessas
folhas.
(C) acelerarem a floração para conseguir pólen em períodos
de escassez.
(D) estressarem as flores com o intuito de dobrarem a
produção de pólen.
(E) fragmentarem as folhas para levá-las às colmeias.

Gabarito: C

Segundo o texto, o estudo publicado na revista Science


revelou um comportamento nunca antes percebido
nas abelhas mamangavas (bumblebees): elas mordem
as folhas das plantas em épocas de escassez de pólen.
Esse comportamento faz com que a planta comece a
florir aproximadamente 30 dias antes do que ocorreria,
garantindo, portanto, um processo de polinização precoce.
QUESTÃO 13
_20_3FUV_1F_ ING_LZ_L1_Q02
Em seu artigo, Jim Daley mostra que cientistas consideram a
nova descoberta no comportamento das abelhas

(A) inconclusiva, porque ainda não se sabe o motivo de as


abelhas se estressarem.
(B) extraordinária, pois é incomum descobrir novos
fenômenos em animais conhecidos.
(C) inexplicável, já que não há como desvendar por que as
plantas respondem ao comportamento das abelhas.
(D) revolucionária, uma vez que evidencia erros importantes
nas concepções científicas sobre insetos.
(E) alarmante, posto que revela um comportamento
inesperado e violento delas.

Gabarito: B

De acordo com o texto, os pesquisadores dizem que a


descoberta de um novo comportamento em uma espécie
tão conhecida é extraordinária. Essa ideia é corroborada no
segundo parágrafo por John Mola, ecologista que afirma que
o estudo em questão é raro porque percebe um fenômeno
natural nunca documentado antes.
QUESTÃO 14
_20_ENEM_ING_SB_L1_Q6
No texto, os pronomes em destaque no último parágrafo se
referem, respectivamente,

(A) aos colegas de Consuelo De Moraes e às plantas.


(B) aos insetos e aos colegas de Consuelo De Moraes.
(C) aos insetos e às plantas.
(D) à Consuelo De Moraes e seus colegas e às plantas.
(E) à Consuelo De Moraes e seus colegas e aos insetos.

Gabarito: E

O excerto do último parágrafo no qual estão os pronomes


em destaque é “Study co-author Consuelo De Moraes,
a chemical ecologist at the Swiss Federal Institute of
Technology Zurich (ETH Zurich), says she and her colleagues
were observing one species of bumblebee in an unrelated
laboratory experiment when they noticed the insects were
damaging plant leaves and wondered why. ‘Initially we
wanted to see if they were removing the tissue or feeding
on the plants or taking [leaf material] to the nest,’ she says.”
(A coautora do estudo Consuelo De Moraes, ecologista
química do Instituto Federal Suíço de Tecnologia de
Zurique (ETH Zurique), diz que ela e seus colegas estavam
observando uma espécie de abelha em um experimento de
laboratório não relacionado quando eles perceberam que
os insetos estavam danificando as folhas das plantas e se
perguntaram por quê. “Inicialmente, queríamos ver se eles
estavam removendo o tecido, se alimentando das plantas
ou levando [partes da folha] para o ninho”, diz ela.). Como
se pode verificar no excerto traduzido, em sua primeira
ocorrência, o pronome se refere à Consuelo e seus colegas
e, em sua segunda ocorrência, refere-se aos insetos.
QUESTÃO 15
_21_ENEM_ING_LZ_L5_Q01

Disponível em: <https://www.facebook.com/greengodictionary>.


Acesso em: 24 mar. 2021.

Nesse post, um usuário de rede social compartilha uma


situação engraçada que vivenciou no período em que viveu
nos Estados Unidos. No caso relatado, houve uma falha na
comunicação entre o passageiro e o motorista de ônibus
devido ao(à)

(A) dificuldade do motorista em entender o sotaque do


passageiro.
(B) tradução inadequada de uma expressão conhecida em
português.
(C) desconhecimento acerca do itinerário dos ônibus nos
Estados Unidos.
(D) polissemia da palavra “point”, que tornou a frase do
passageiro ambígua.
(E) resposta irônica, que não ajudou o passageiro, dada
pelo motorista.

Gabarito: B

O post evidencia uma situação recorrente quando não se


domina uma língua estrangeira: a tendência a traduzir
literalmente expressões da língua materna. No caso, ao
desconhecer a expressão correta para se referir ao ponto de
ônibus (“bus stop”), o passageiro perguntou ao motorista
“What is the point?”, que significa “Qual é o objetivo?”. Nesse
momento, há uma falha na comunicação, pois o motorista
entende que o passageiro quer saber qual é a função do
ônibus e, então, responde: “Carregar pessoas?”. Logo, a
tradução inadequada de uma expressão em português levou
ao não entendimento da pergunta por parte do motorista.
TEXTO PARA AS QUESTÕES 16 E 17

Jimmy Donaldson, 22, a YouTube megastar, operates six


YouTube channels that together have 91 million subscribers.
And last year as the pandemic raged, he became the most-
-subscribed YouTube creator in the country.
But unlike other YouTubers who have been satisfied with
social media success, Mr. Donaldson wants more. “I really
want to be Elon one day,” he wrote last year on Twitter,
referring to Elon Musk, the chief executive of Tesla and
SpaceX and one of the world’s richest people.
To be more like Elon, Mr. Donaldson has been busy using
his brand to make inroads in the business and tech worlds.
What Mr. Donaldson is doing may serve as a blueprint for
the next generation of creators and influencers.
Yet Mr. Donaldson’s rise as a creator-entrepreneur has
been far from smooth. His early videos and posts were
criticized for their use of slurs and offensive jokes. Several
former employees said the working conditions at his
companies have been rife with favoritism and bullying.
Last month, Mr. Donaldson also faced backlash from fans
who lost significant amounts of money on a cryptocurrency
scheme he had promoted and invested in.
Taylor Lorenz. “Mr. Beast, YouTube Star, Wants to Take Over the
Business World”. Disponível em: <https://www.nytimes.com>.
Acesso em: 4 maio 2021. (Adaptado)

QUESTÃO 16
_21_3FUV_1F_ING_CA_L1_Q01
De acordo com o texto, o estadunidense Jimmy Donaldson
afirma que seu modelo é o empresário sul-africano Elon
Musk, e o que aproxima Donaldson desse ideal é

(A) o crescente engajamento de seu canal no YouTube.


(B) seu envolvimento no campo dos negócios e da
tecnologia.
(C) sua habilidade de produzir conteúdo on-line.
(D) o costume de publicar posts com temas polêmicos no
Twitter.
(E) a relação controversa do youtuber com seus seguidores.

Gabarito: B

A respeito do desejo que o youtuber e empresário Jimmy


Donaldson expressa sobre ser Elon Musk, a autora do texto
afirma que “To be more like Elon, Mr. Donaldson has been
busy using his brand to make inroads in the business and tech
worlds.” (Para se tornar mais parecido com Elon, o senhor
Donaldson tem estado ocupado usando sua marca para
fazer incursões no mundo dos negócios e da tecnologia), ou
seja, de acordo com o texto, o que aproxima Donaldson de
seu ideal é seu envolvimento no campo dos negócios e da
tecnologia, como Elon Musk.
QUESTÃO 17
_21_3FUV_1F_ING_CA_L1_Q02
No texto, o uso da palavra “unlike”, em destaque, introduz a
ideia de que Jimmy Donaldson

(A) despreza os youtubers que visam ao sucesso nas redes


sociais.
(B) rejeita o conteúdo produzido por outros youtubers.
(C) diverge de outros youtubers quanto à limitação de seus
objetivos.
(D) acredita que seu trabalho é superior ao de outros
youtubers.
(E) gosta de youtubers que atingiram o mesmo grau de
sucesso que ele.

Gabarito: C

No texto, a autora afirma que “But unlike other YouTubers


who have been satisfied with social media success, Mr.
Donaldson wants more.” (Mas diferentemente de outros
youtubers que ficaram satisfeitos com o sucesso em redes
sociais, o senhor Donaldson quer mais.), ou seja, “unlike”
indica a diferença entre Donaldson e outros youtubers
quanto à limitação de seus objetivos – enquanto eles se
satisfazem com o sucesso em redes sociais, ele quer mais.
QUESTÃO 18
_20_3FUV_1F_ ING_LZ_L1_Q04
Mr. Backlash, Mr. Backlash
Just who do think I am
You raise my taxes, freeze my wages
And send my son to Vietnam

You give me second class houses


And second class schools
Do you think that all the colored folks
Are just second class fools?
Mr. Backlash, I’m gonna leave you
With the backlash blues

When I try to find a job


To earn a little cash
All you got to offer
Is your mean old white backlash
But the world is big
Big and bright and round
And it’s full of folks like me
Who are black, yellow, beige and brown
Mr. Backlash, I’m gonna leave you
With the backlash blues
Langston Hughes. “Backlash Blues”. Intérprete: Nina Simone.
In: Nina Simone Sings the Blues. RCA Records, 1967.

No conjunto das estrofes da canção de Nina Simone,


compositora, pianista, cantora e ativista pelos direitos civis
nos Estados Unidos, o depoimento do eu lírico revela uma
crítica social relacionada principalmente

(A) à violência policial contra a juventude negra nos Estados


Unidos.
(B) à desigualdade de gênero no acesso à educação e ao
emprego.
(C) ao belicismo dos Estados Unidos contra países em
desenvolvimento.
(D) às injustiças sociais enfrentadas por pessoas não
brancas.
(E) aos ataques governamentais contra a liberdade de
imprensa.

Gabarito: D

A música faz referência a uma série de situações de


negligência e injustiça pelas quais passam pessoas que não
são brancas: condições precárias de moradia e educação,
por exemplo. Essas situações são atribuídas a um interlocutor
chamado “Mr. Backlash”, que seria a personificação do
reacionarismo, que atua contra movimentos sociais. O eu
lírico questiona Mr. Backlash sobre o fato de ele achar que
as pessoas não brancas são “tolos de segunda classe” e
conclui a canção afirmando que o mundo dá voltas.
QUESTÃO 19
_21_3FUV_1F_GEO_JP_L1_Q03
As Estimativas de População 2019, divulgadas hoje pelo
IBGE, mostram que os municípios que mais crescem têm
entre 100 mil e 1 milhão de habitantes e que, quanto menor
o município, menor a taxa média de crescimento. Já os
municípios muito grandes, acima de 1 milhão de habitantes,
apresentam um crescimento ligeiramente abaixo da média
do Brasil.
Diana Paula de Souza. “Um em cada três brasileiros mora em 48
municípios com mais de 500 mil habitantes”. Disponível em:
<https://agenciadenoticias.ibge.gov.br>. Acesso em: 25 maio 2021.

Taxa de crescimento populacional


da cidade de São Paulo no início de cada década

5,58
5,18
4,51
4,23 4,52

3,71

1,16
0,91
0,76
0,55

1920 40 50 60 70 80 91 2000 2010 2020

Disponível em: <https://d3uyk7qgi7fgpo.cloudfront.net>.


Acesso em: 25 maio 2021. (Adaptado)

O texto e a imagem mostram que, no Brasil, está em curso a


desmetropolização. Sobre esse processo, é correto afirmar
que a

(A) instalação de empresas em cidades médias devido a


atrativos fiscais motivou esse fenômeno.
(B) redução de influência das grandes cidades gerou um
retorno da estrutura de hierarquia clássica.
(C) estagnação do crescimento de cidades pequenas no
país é consequência direta desse fenômeno.
(D) contração do ritmo de crescimento das capitais diminuiu
a concentração periférica desses centros.
(E) saturação das metrópoles brasileiras originou o inchaço
demográfico nas pequenas e médias cidades.

Gabarito: A

A desmetropolização, ou seja, o aumento do ritmo de


crescimento populacional de cidades médias em contraste à
diminuição nas metrópoles, acompanha um movimento de
descentralização produtiva. Na busca por vantagens, como
redução ou isenção de impostos, diversas empresas têm
optado pela instalação de suas filiais em centros urbanos
intermediários, o que estimula a migração de contingentes
populacionais para esses centros.
QUESTÃO 20
_21_2FUV_1F_GEO_JP_L1_Q04
Com a interrupção da Primeira Guerra e a consequente
redução na oferta externa, um mercado nacional atendido
predominantemente pela produção interna tinha sido
criado. A indústria brasileira tinha atingido, por volta de
1919, uma autonomia substancial na produção de bens de
consumo.
Albert Fishlow. Estudos Econômicos,
São Paulo, v. 2, n. 6, dez. 1972. (Adaptado)

O texto se refere ao início da industrialização brasileira. Esse


processo se caracterizou pelo(a)

(A) substituição de importações.


(B) descentralização da produção.
(C) superação das injustiças sociais.
(D) operariado majoritariamente europeu.
(E) desenvolvimento de tecnologia nacional.

Gabarito: A

O modelo de substituição de importações inaugurou a


industrialização brasileira baseada em bens de consumo
não duráveis voltados ao mercado interno. Dessa forma,
produtos que antes eram importados passaram a ser
fabricados em território nacional.
QUESTÃO 21
_21_3FUV_1F_GEO_BW_L1_Q02

Disponível: <https://www.cvce.eu/en>.
Acesso em: 21 maio 2021. (Adaptado)

O cartum representa a disputa geopolítica entre Kennedy e


Khruschev durante a Crise dos Mísseis. Sobre esse evento,
é correto afirmar que suas duas principais causas foram,
respectivamente,

I – a deposição de Fidel Castro em Havana.


(A) II – a anexação da ilha cubana ao bloco econômico e
ideológico capitalista.
I – a reação soviética ao bloqueio econômico
estadunidense a Havana.
(B)
II – o triunfo militar do Vietnã do Norte sobre os Estados
Unidos.
I – a instalação de mísseis estadunidenses na Turquia e
na Itália.
(C)
II – o apoio dos Estados Unidos à invasão de Cuba por
movimentos anticastristas.
I – a suspensão do envolvimento das superpotências do
(D) período em conflitos de áreas periféricas.
II – a disposição geopolítica de uma ordem multipolar.
I – a pretensão das antigas colônias do Sul dos Estados
Unidos de apoiarem o regime cubano.
(E)
II – a dissolução do comércio bilateral entre Cuba e União
Soviética.

Gabarito: C

A Crise dos Mísseis representou, no contexto geopolítico da


Guerra Fria, a iminência de um conflito nuclear envolvendo
os Estados Unidos e a União Soviética. Sua origem vincula-
-se a dois acontecimentos: a instalação de mísseis nucleares
americanos na Inglaterra, no sul da Itália e em Izmirna, na
Turquia – pontos estratégicos para atingir a Europa Oriental
e a URSS –, e a invasão da Baía dos Porcos, local pelo qual,
com o apoio dos Estados Unidos, exilados cubanos entraram
na ilha para tentar derrubar o regime castrista. Com essa
invasão de seu território, Cuba aceitou que a URSS instalasse
mísseis em solo cubano. Assim que os EUA descobriram,
uma grande crise foi gerada.
QUESTÃO 22
_21_3FUV_1F_GEO_JP_L1_Q02
“O bônus demográfico, que só acontece uma única vez
na história de qualquer país, é temporário e precisa ser
aproveitado para gerar um salto no desenvolvimento”, diz
o demógrafo José Eustáquio Diniz Alves, professor na Escola
Nacional de Ciências Estatísticas, do Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE). Ele calcula que o melhor
momento demográfico para o Brasil tenha sido entre
os anos de 2015 e 2020, mas os próximos 15 anos ainda
podem ser vantajosos do ponto de vista da transição etária
da população.
Fabiane Stefano. “Por que o Brasil tem só 15 anos para ficar rico”.
Disponível em: <https://exame.com>. Acesso em: 21 maio 2021.

O fim do bônus demográfico brasileiro acarretará a

(A) inserção da mulher no mercado de trabalho.


(B) redução na desigualdade entre brancos e negros.
(C) eliminação de postos de trabalho para os jovens.
(D) ampliação da população economicamente inativa.
(E) priorização de investimentos na educação básica.

Gabarito: D

A grande vantagem econômica do período de bônus


demográfico para um país é o aumento do contingente de
população economicamente ativa, que, se bem aproveitado,
pode gerar riqueza ao país. Com o envelhecimento
da população, mais pessoas saem da condição
economicamente ativa e passam a ser economicamente
dependentes, o que traz reflexos em termos previdenciários
e de assistência médico-hospitalar, ou seja, com a redução
da população economicamente ativa, torna-se mais difícil o
desenvolvimento de um país.
QUESTÃO 23
_21_1FUV_1F_GEO_JP_L1_Q10
A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional
(FMI), Christine Lagarde, afirmou que o cenário gerado
pelo governo Trump começou a ter efeito na economia
global, cujo crescimento passará por uma desaceleração,
segundo as previsões do órgão. De acordo com a dirigente,
se as atuais guerras comerciais aumentarem “ainda mais”,
podem causar impacto em uma categoria de economias
“mais amplas”, incluindo economias emergentes e em
desenvolvimento.
Disponível em: <https://agenciabrasil.ebc.com.br>.
Acesso em: 9 ago. 2020. (Adaptado)

O atual modelo mundial de organização econômica e a


política econômica norte-americana durante o governo
Trump divergem, pois eles se caracterizam, respectivamente,
pela

(A) decadência e pelo liberalismo.


(B) subsistência e pelo imperialismo.
(C) obsolescência e pelo expansionismo.
(D) autossuficiência e pelo isolacionismo.
(E) interdependência e pelo protecionismo.

Gabarito: E

O texto faz menção à interdependência entre os mercados.


Essa característica do atual processo de globalização diverge
da política econômica que foi adotada pelos Estados
Unidos durante o governo Trump, pois esta se pautava no
protecionismo comercial como forma de proteger a indústria
nacional norte-americana, com base na sobretaxação das
importações da China, da União Europeia e de seus aliados
regionais, Canadá e México.
QUESTÃO 24
_21_3FUV_1F_GEO_JP_L1_Q05
Gases como o gás carbônico (CO2), o metano (CH4) e
o vapor de água (H2O) funcionam como uma cortina de
gás que vai da superfície da Terra em direção ao espaço,
impedindo que a energia do Sol absorvida pela Terra
durante o dia seja emitida de volta para o espaço. Sendo
assim, parte do calor fica “aprisionado” próximo da Terra
(onde o ar é mais denso), o que faz com que a temperatura
média do nosso planeta seja em torno de 15°C.
Disponível em: <http://www.usp.br>. Acesso em: 11 abr. 2021.

Designua/Shutterstock

Disponível em: <https://www.educamaisbrasil.com.br>.


Acesso em: 30 jun. 2021.

Acerca do efeito estufa, é correto afirmar que o(a)

(A) consequência negativa que pode ser associada a ele é a


formação de ilhas de calor em grandes centros urbanos.
(B) desenvolvimento da industrialização foi seu precursor,
mas a industrialização chinesa tem contribuído para
reduzi-lo.
(C) pobreza de muitos países está diretamente relacionada
à ocorrência dele, o que demonstra seu caráter
socioeconômico.
(D) intensificação desse fenômeno gera prejuízos à
sociedade, mesmo sendo um evento natural e
primordial para a vida dos seres vivos.
(E) encolhimento da camada de ozônio é resultante desse
processo, que causa o aumento de casos de câncer de
pele na região equatorial.

Gabarito: D

O efeito estufa, descrito no texto, é um fenômeno natural


que permite a existência de vida na Terra, pois conserva o
calor durante a noite, evitando temperaturas extremamente
baixas. Contudo, o aumento de gases estufa na atmosfera,
emitidos principalmente pela industrialização, intensifica o
processo, de modo a torná-lo danoso para os seres vivos.
QUESTÃO 25
_21_3FUV_1F_GEO_JP_L1_Q04
O Brasil registrou em 2019 um déficit habitacional de
5,876 milhões de moradias, apontam dados apresentados
pela Fundação João Pinheiro. Segundo a pesquisa, essas
quase 6 milhões de moradias representam 8% dos domicílios
do país. Os dados do déficit habitacional calculados pela
Fundação João Pinheiro são adotados pelo Governo Federal
desde 1995.
Disponível em: <https://g1.globo.com>.
Acesso em: 10 abr. 2021. (Adaptado)

Nos grandes centros brasileiros, um dos problemas que


levam ao déficit habitacional é o(a)

(A) falta de políticas públicas para restaurar imóveis


históricos.
(B) valor elevado dos imóveis em relação à renda dos
locatários.
(C) oferta reduzida de imóveis na região central dessas
localidades.
(D) imposto progressivo cobrado dos proprietários de
imóveis vazios.
(E) preferência da classe média por imóveis em condomínios
horizontais.

Gabarito: B

Uma característica comum em grandes centros é o alto valor


dos imóveis e também dos aluguéis, o que não acompanha
a faixa de renda de boa parte da população. Assim,
aqueles que não podem pagar por uma moradia adequada
acabam vivendo em locais precários, o que torna o déficit
habitacional tão elevado.
QUESTÃO 26
_21_3FUV_1F_GEO_BW_L1_Q01

Disponível em: <https://www.ibp.org.br>. Acesso em: 9 abr. 2021. (Adaptado)

Em junho de 2018, os representantes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) anunciaram ao resto do
mundo que vão aumentar a sua produção de petróleo ao longo dos próximos meses. Foi o primeiro aumento do grupo após um
ano e meio de cortes. Desde janeiro de 2017, países da OPEP vinham mantendo a produção abaixo da média com o objetivo
de causar escassez e aumentar o preço. Conseguiram: desde então, o barril quase dobrou de preço. Saiu de US$ 46 no fim de
2016 para US$ 80 em maio passado, o maior pico em três anos.
Disponível em: <https://economia.uol.com.br>. Acesso em: 9 abr. 2021.

Sobre a atual influência econômica e geopolítica do petróleo no mundo, considere as seguintes afirmações:

I. A regulação do preço do barril se dá pelo controle do volume de exportações pelos principais países produtores.
II. A produção de energia renovável expressiva pelas nações emergentes ultrapassou o protagonismo dos membros da OPEP
na economia mundial.
III. A descoberta do pré-sal garantiu ao Brasil uma autossuficiência capaz de prover o consumo de óleo refinado e assegurou
sua vaga como membro da OPEP.

Está correto o que se afirma em

(A) II e III, apenas.


(B) I e III, apenas.
(C) I e II, apenas
(D) II, apenas.
(E) I, apenas.

Gabarito: E

Afirmação I: correta. Os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) possuem a maior parte das
reservas mundiais do hidrocarboneto. Com base em acordos ligados ao controle do volume de suas exportações, essas nações
influenciam diretamente o preço do petróleo no mercado internacional.
Afirmação II: incorreta. Mesmo havendo o desenvolvimento de tecnologias que possam gerar energia a partir de fontes
renováveis, o mundo ainda utiliza petróleo nessa atividade e em outros diversos processos produtivos. Assim, os membros da
OPEP têm expressiva importância no contexto econômico mundial.
Afirmação III: incorreta. A descoberta do pré-sal no Brasil, de fato, abriu uma nova perspectiva sobre a autossuficiência;
entretanto, a capacidade de refino do Brasil é inferior à demanda. Assim, os combustíveis derivados do petróleo, principalmente
diesel e gasolina, acabam sendo importados, enquanto o excedente bruto, de menor valor agregado, é exportado. Além disso,
o Brasil não é membro da OPEP, já que compõe apenas 1% das reservas mundiais.
QUESTÃO 27
_21_3FUV_1F_GEO_JP_L1_Q06
Os Estados Unidos retornaram oficialmente ao
Acordo de Paris sobre mudanças climáticas nesta sexta-
-feira (19/02), com o presidente Joe Biden reiterando que
pretende fazer do combate ao aquecimento global uma
das prioridades de sua gestão. Quase quatro anos após o
ex-presidente Donald Trump ter anunciado a retirada do
país do pacto internacional assinado em 2015, o retorno
americano significa que todas as nações do mundo agora
são signatárias do documento.
Disponível em: <https://p.dw.com>. Acesso em: 11 abr. 2021.

A volta dos EUA ao Acordo de Paris é importante para o


restante do mundo, pois

(A) o investimento no combate a incêndios florestais


aumentará.
(B) o país é um dos maiores emissores de poluentes
atmosféricos.
(C) o tratado terá menos importância perante nações
desenvolvidas.
(D) as multinacionais perderão mercado para os comércios
regionais.
(E) as relações diplomáticas com países emergentes serão
aprimoradas.

Gabarito: B

Os EUA são um dos maiores emissores de poluentes do


planeta. Sua volta ao Acordo de Paris é importante, pois
gera a perspectiva de que as consequências do aquecimento
global podem ser reduzidas em um prazo mais curto de
tempo, o que poderá efetivar o sucesso do acordo.
QUESTÃO 28
_21_3FUV_1F_GEO_BW_L1_Q06
Solicitações de refúgio de nacionais da Venezuela por ano

Disponível em: <https://g1.globo.com>. Acesso em: 25 maio 2021.

A situação evidenciada na imagem, a qual indica um aumento vertiginoso de solicitações de refúgio por venezuelanos, se deve
ao(à)

(A) tentativa de invasão bélica empreendida por tropas estadunidenses.


(B) instabilidade política gerada pela deposição do governo de Nicolás Maduro.
(C) recessão econômica evidenciada pelo desabastecimento de produtos básicos.
(D) separatismo territorial movido por ex-guerrilheiros das Farc instalados na Venezuela.
(E) crise humanitária provocada pela entrada de imigrantes procedentes do Oriente Médio.

Gabarito: C

A situação evidenciada na imagem, a qual indica um aumento vertiginoso de solicitações de refúgio por venezuelanos, se
deve ao contexto de crise econômica no país. Um dos reflexos dessa recessão é o desabastecimento de produtos básicos nas
prateleiras dos supermercados, o que afeta diretamente a população.
TEXTO PARA AS QUESTÕES 29 E 30
A travessia

terra terra terra à vista


eis as boias de ancoragem
como cruzes fincadas num campo

fileiras de carimbos e assinaturas,


papéis amassados e retratos 3x4
o passe-partout* para a fronteira
do futuro [...]

o sol é inimigo dos humanos


desce como faca no rosto
dos que dormem
na proa

no sonho dos que flutuam


as rubras anêmonas na relva
são raros sopros de beleza

logo é preciso acordar


e colar os cacos do dia:
unhas e cachos de cabelo
são sobreviventes no espólio,

remendos de um país
que sangra e infecciona
Prisca Agustoni. Lavoura, n. 6, nov. 2020. (Adaptado)

* passe-partout: chave mestra, passe para livre trânsito.

QUESTÃO 29
_21_3FUV_1F_POR_CE_L1_Q02
Na segunda estrofe do poema, a menção ao “passe-partout
para a fronteira do futuro”, na qual o eu lírico faz uso de uma
expressão em francês que se remete sonoramente à palavra
“passaporte”, alude à tentativa daquele que saiu de seu país
de origem de

(A) obter refúgio legal e uma vida melhor em outro país.


(B) aprender uma língua como forma de pertencer a uma
pátria.
(C) desmantelar os processos burocráticos nas fronteiras.
(D) denunciar a violação dos direitos humanos dos
refugiados.
(E) contribuir para a reconstrução da pátria em guerra.

Gabarito: A

Na estrofe analisada, o eu lírico declara que fileiras de


carimbos e assinaturas bem como papéis amassados
e retratos 3×4 são o passe-partout para a fronteira do
futuro. Isso se remete à tentativa dos refugiados de entrar
legalmente em outro país, o que representa a esperança
de um futuro melhor, que, para quem parte de um país
de origem “que sangra e infecciona”, só pode ser obtido
em outro local – nesse caso, por meio da burocracia para
a obtenção de documentos e vistos, nas embaixadas e nas
fronteiras.
QUESTÃO 30
_21_3FUV_1F_POR_CE_L1_Q01
No poema, em que predomina o tom da incerteza
experimentada por quem protagoniza a travessia da qual o
eu lírico trata, verifica-se uma aproximação entre elementos
que se remetem a estados contrastantes na

(A) constatação da chegada próxima, seguida pela alusão à


imagem do cemitério, na primeira estrofe.
(B) menção do sol como inimigo, seguida pela referência à
queimadura como corte, na terceira estrofe.
(C) afirmação de que alguns sonham, seguida pela
composição imagética do sonho, na quarta estrofe.
(D) indicação de que os refugiados têm saúde, seguida pela
declaração do espólio, na quinta estrofe.
(E) citação do sangue como sinônimo da vida, seguida pela
ideia de país adoecido, na sexta estrofe.

Gabarito: A

Para os viajantes, sobretudo para aqueles na condição de


refugiados de guerra, a constatação da chegada próxima,
materializada no primeiro verso da primeira estrofe, “terra
terra terra à vista”, é um alento, porque é associada à
segurança e à esperança, ou seja, caracteriza um estado
positivo, de euforia. Na sequência, o eu lírico menciona
as boias de ancoragem e as compara a cruzes fincadas no
campo, fazendo referência à imagem de um cemitério, que se
remete à morte e à dor a ela associadas, ou seja, caracteriza
um estado negativo, de disforia. Vale notar que o conjunto
do poema apresenta a possibilidade de atingir um estado
de euforia (materializado na terra à vista, no passe-partout
e no futuro) permeado por um estado disfórico
(materializado na alusão ao cemitério, no sol que fere quem
dorme, na ideia de pessoas espoliadas e do país ferido).
Na terceira estrofe, a justaposição do sol como inimigo e
da queimadura como corte configura contiguidade, e não
oposição. Na quarta estrofe, não há oposição entre a ideia
de que alguns sonham e a imagem dos sonhos. Na quinta
estrofe, não há indicação de que os refugiados têm saúde.
Na sexta estrofe, o sangue não constitui um sinônimo de
vida, mas de ferida como resultado da violência, o que
mostra associação entre sangue e infecção, e não oposição.
QUESTÃO 31
_21_1FUV_1F_POR_VP_L1_Q05

Fernando Gonsales. Níquel Náusea.


Disponível em: <http://www.niquel.com.br>. Acesso em: 30 set. 2020.

Na tirinha, a palavra “capacete”

(A) pressupõe conhecimento minucioso do leitor acerca


das leis de trânsito de motocicletas no planeta Terra.
(B) se remete ao motivo pelo qual a personagem retratada
feriu a cabeça no acidente motociclístico retratado no
segundo quadrinho.
(C) gera efeito de humor porque apresenta no texto verbal
um elemento que não se representa no texto visual.
(D) se refere a um objeto com funcionalidades diferentes
no contexto do que se cria como expectativa e do que
se constata no segundo quadrinho.
(E) alude à ideia de equipamento de segurança dispensável
no contexto do primeiro quadrinho apresentado e
indispensável no do segundo.

Gabarito: D

Ao ler e observar a imagem do primeiro quadrinho, entende-


-se que o capacete citado é o utilizado pelos motociclistas
no trânsito comum, com o objetivo de proteger a cabeça e
parte da coluna. O segundo quadrinho, porém, especifica
o contexto: o motociclista está na Lua e demonstra falta
de ar, ou seja, o capacete em questão é o utilizado pelos
astronautas como parte do sistema que permite ao usuário
respirar fora da Terra.
TEXTO PARA AS QUESTÕES 32 E 33
Queixa-se a Bahia por seu bastante procurador,
confessando que as culpas, que lhe increpam,
não são suas, mas sim dos viciosos moradores
que em si alverga1

Por crédito de meu nome,


e não por temer castigo,
confessar quero os pecados
que faço, e que patrocino.

Ó velhacos insolentes,
ingratos, mal procedidos!
Se sou eu essa que dizeis,
Por que não largais meu sítio?

Meus males, de quem procedem?


não é de vós? claro é isso:
que eu não faço mal a nada
por ser terra e mato arisco.

Se me lançais má semente
como quereis fruto limpo?
lançai-a boa, e vereis
se vos dou cachos opimos2.

Eu me lembro que algum tempo


(isto foi no meu princípio)
a semente que me davam
era boa e de bom trigo.

Mas depois que vós viestes


carregados, como ouriços,
de sementes invejosas
e legumes de maus vícios;

Logo declinei convosco,


e tal volta tenho tido,
que o que produzia rosas
hoje só produz espinhos.

Confessar quero de plano,


o que encubro por servir-vos,
e saiba quem me moteja
os prêmios que ganho nisso.
Gregório de Matos.
Poemas escolhidos de Gregório de Matos. (Adaptado)

1
alvergar: abrigar. 2 opimo: excelente.

QUESTÃO 32
_21_3FUV_1F_POR_CR_L1_Q03
No poema de Gregório de Matos, o eu lírico

(A) formula duras críticas a si mesmo e aos habitantes


da Bahia com o propósito de reconciliar-se com eles,
valorizando o perdão, de acordo com a moral cristã.
(B) tem um projeto menos evidente ao trazer à tona os
males cometidos pelos habitantes da Bahia: recobrir-se
dos prêmios que vai angariar por meio da confissão.
(C) confessa encobrir os maus atos daqueles a quem serve,
mas os culpa pelos maus frutos que dá, lembrando-se
de um passado em que acolhia boas sementes.
(D) admite ser pecador e ter prazer com isso, mas partilha
as culpas com os habitantes da Bahia, causadores do
ambiente vicioso de perdição e gozo do pecado.
(E) afirma ser puro por natureza, mas lamenta que os
habitantes da Bahia o tenham degradado para sempre
com as sementes da inveja e os legumes dos vícios.

Gabarito: C

Na primeira estrofe, o eu lírico – isto é, a Bahia personificada


– afirma que confessará os males que comete, não por
medo, mas para manter a credibilidade. A seguir, provoca
seus detratores (2a estrofe) e afirma, por meio de pergunta
retórica (3a estrofe), que os causadores dos males são seus
habitantes. Na 4a e 5a estrofes, a Bahia declara que dará
bons frutos se for semeada com boas sementes, como
ocorria em seu passado. Mas, com a chegada dos novos
habitantes, carregados de sementes invejosas e legumes
viciosos, o resultado é inevitável (6a e 7a estrofes): aquela
Bahia que produzia rosas só gera espinhos no presente. Na
última estrofe, a Bahia retoma o propósito de confessar os
maus atos que encobre, além de apresentar os prêmios
que ganha por fazer isso. Evidentemente, pelo conjunto do
fragmento, a palavra “prêmios” é irônica. Não se observa no
conjunto do poema o propósito de reconciliação e perdão.
Além disso, não há fragmentos do poema que permitam
afirmar que a Bahia tem prazer com os pecados e males que
nela ocorrem. Por fim, segundo o poema, os frutos que a
Bahia gera são correspondentes às sementes nela lançadas:
boas sementes darão bons frutos; a degradação não é,
portanto, eterna.
QUESTÃO 33
_21_3FUV_1F_POR_CR_L1_Q02
No fragmento apresentado do poema, a figura de linguagem
predominante é a

(A) contradição, por meio da qual se opõem a pureza


da Bahia anterior à chegada de seus habitantes e sua
degradação posterior à colonização.
(B) metonímia, na qual se verifica o propósito de crítica não
apenas da Bahia, mas também do pacto colonial e da
exploração dos escravos.
(C) elipse, em que se manifesta o propósito barroco de
“afirmar sem dizer”, de economia das palavras, em que
as críticas ficam apenas sugeridas.
(D) gradação, que o autor utiliza para mostrar a degradação
crescente da Bahia, desde a chegada dos colonizadores
até o século XVII.
(E) personificação, com a qual o autor dá voz à própria
Bahia, cujo ponto de vista é privilegiado para criticar os
abusos dos habitantes.

Gabarito: E

Desde o título do poema, observa-se a personificação,


recurso presente no conjunto do fragmento selecionado.
Por meio dessa figura, o autor assume um ponto de vista
privilegiado no tempo – anterior à chegada dos colonos
portugueses ao Brasil – e no espaço – porque pode observar
a sociedade baiana como um todo – que lhe permite criticar
os habitantes da Bahia. No conjunto do poema, a oposição
entre a Bahia incorrupta do passado e a Bahia degradada
do presente, de fato, existe, mas a contradição não
predomina na construção do poema. Não há elementos no
texto que permitam afirmar que há, nele, metonímia como
figura predominante, tampouco se observa no fragmento
selecionado a crítica ao Pacto Colonial e à escravidão. O
Barroco se caracteriza pelos excessos verbais, pelos jogos
de palavras, pelo abuso de antíteses, paradoxos, oximoros.
Não pode caracterizá-lo, portanto, o suposto propósito de
“afirmar sem dizer” ou da economia de palavras. Por fim,
a degradação citada, de fato, é observada no fragmento
selecionado, mas não é apresentada na forma de gradação.
TEXTO PARA AS QUESTÕES DE 34 A 36

Os relógios de precisão se difundiram durante o


Renascimento nas Cortes reais, onde se investiam fortunas
para aperfeiçoá-los. Aparatos cada vez mais sofisticados,
nos quais finalmente habitariam os ponteiros de minuto e
segundo, ditando cada movimento dos homens, símbolos de
poderio e controle social, os tiranos do cotidiano.
O agricultor trabalhava em conformidade com os
processos cíclicos da natureza; o artesão o fazia segundo o
tempo necessário para aperfeiçoar seus objetos. O operário,
por outro lado, trabalhava seguindo as necessidades da
indústria, fundada no princípio de “mais produção em
menos tempo” (as origens da nossa pressa). À medida
que as pessoas se mudaram do campo para a cidade e
começaram a trabalhar nos mercados e nas fábricas, nos
primórdios do capitalismo, seus dias foram se rebaixando
a segmentos cada vez mais finamente divididos. O tempo
para trabalhar e o tempo para comer, o tempo para abrir
as portas e o tempo para fechá-las, a hora das assembleias
e as reuniões nas tavernas, a hora de dormir e a de voltar a
começar.
Vivian Abenshushan. “Notas sobre os doentes de velocidade”.
Disponível em: <https://chaodafeira.com>.
Acesso em: 11 jun. 2021. (Adaptado)

QUESTÃO 34
_21_2FUV_1F_POR_CR_L1_Q01
No final do primeiro parágrafo, de acordo com a coesão e
a coerência do texto, as expressões “símbolos de poderio
e controle social” e “os tiranos do cotidiano” referem-se a

(A) “Os relógios de precisão”.


(B) “Cortes reais”.
(C) “fortunas”.
(D) “cada movimento”.
(E) “homens”.

Gabarito: A

A coesão e a coerência do texto permitem afirmar que os


termos “símbolos de poderio e controle social” e “os tiranos
do cotidiano” se referem ao primeiro termo do parágrafo,
“Os relógios de precisão”. Note-se a cadeia coesiva que
se estabelece no texto: a esse termo também se refere o
pronome “os” em “aperfeiçoá-los”, no final do primeiro
período; a seguir, há uma sequência de termos no masculino
plural, que também se refere aos relógios de precisão:
“Aparatos”, “sofisticados” e, finalmente, “símbolos de
poderio e controle social” e “os tiranos do cotidiano”. Deve-
-se levar em consideração que, de acordo com a coerência
do texto, não faz sentido que as expressões destacadas no
enunciado se refiram aos homens ou a seus movimentos:
estes é que são controlados e tiranizados pelos relógios
de precisão, não o contrário. As fortunas e as Cortes reais
tampouco são, segundo o texto, as tiranizadoras dos
homens; os relógios de precisão é que cumprem esse papel.
QUESTÃO 35
_21_2FUV_1F_POR_CR_L1_Q02
No início do segundo parágrafo, para assemelhar a
experiência de agricultores e artesãos, em oposição à dos
operários, a autora utilizou

(A) formas verbais no pretérito imperfeito do indicativo:


“trabalhava”, “fazia” e “trabalhava”.
(B) o pronome demonstrativo “o” em referência à oração
anterior, em “o artesão o fazia”.
(C) conectivos indicadores de conformidade (“segundo”) e
finalidade (“para”).
(D) o ponto e vírgula, no primeiro período, e a expressão
“por outro lado”, no segundo.
(E) a alusão ao princípio “mais produção em menos tempo”,
no segundo período.

Gabarito: D

No início do segundo parágrafo, a autora cria um período


em que afirmações semelhantes sobre agricultores e
artesãos são separadas por ponto e vírgula: trata-se de
um recurso por ela utilizado para aproximar a experiência
desses trabalhadores manuais e pré-modernos, pois esse
sinal de pontuação estabelece, entre as afirmações, uma
relação de equivalência, que se opõe à experiência dos
operários, descrita em outro período, no qual vai intercalada
a expressão “por outro lado”, claramente indicadora de
contraste com as afirmações anteriores. As formas verbais
“trabalhava” e “fazia” estão flexionadas no pretérito
imperfeito do indicativo, mas não é por meio dessa flexão
verbal que se assemelham as experiências de agricultores
e artesãos em oposição à dos operários. O pronome
demonstrativo “o” da frase “o artesão o fazia” refere-se
à afirmação anterior, mas essa anáfora não é suficiente
para assemelhar as experiências de agricultores e artesãos
em oposição à dos operários. Os conectivos “segundo”
e “para” estabelecem as relações de sentido propostas
apenas na segunda oração do primeiro período do texto;
eles não foram utilizados para assemelhar as experiências
de agricultores e artesãos em oposição à dos operários. Por
fim, a alusão ao princípio “mais produção em menos tempo”
exemplifica a experiência vivida pelos operários, mas não
serve para estabelecer a semelhança entre a experiência de
agricultores e artesãos.
QUESTÃO 36
_21_2FUV_1F_POR_CR_L1_Q03
No fragmento “À medida que as pessoas se mudaram do
campo para a cidade e começaram a trabalhar nos mercados
e nas fábricas, nos primórdios do capitalismo, seus dias
foram se rebaixando a segmentos cada vez mais finamente
divididos.”, a locução em destaque pode ser substituída,
preservando o sentido do texto original, por

(A) “Do mesmo modo que”.


(B) “Visto que”.
(C) “Contanto que”.
(D) “Em virtude de”.
(E) “À proporção que”.

Gabarito: E

As locuções conjuntivas “À medida que” e “À proporção que”


expressam proporcionalidade. A locução “do mesmo modo
que” expressa comparação, “visto que” expressa explicação,
“contanto que” expressa condição, e “em virtude de” tem
sentido de causa.
QUESTÃO 37
_21_3FUV_1F_POR_CR_L1_Q01
Tinha um fascínio quase adolescente pela ciência e
pela tecnologia. Não podia ter pensado que quanto mais
o homem tenta escapar da morte mais se aproxima da
autodestruição, não podia lhe passar pela cabeça que
talvez fosse esse o desígnio oculto e traiçoeiro da ciência,
sua contrapartida, embora muito do que observou entre
os índios e associou por intuição à sua própria experiência
pudesse tê-lo levado a alguma coisa muito próxima dessa
conclusão.
Bernardo Carvalho. Nove Noites.

Levando em consideração a leitura integral de Nove Noites


e do trecho apresentado, é correto afirmar que o fascínio de
Buell Quain pela ciência e pela tecnologia

(A) foi substituído pela devoção reverencial às culturas


indígenas brasileiras, que permitiram ao antropólogo
evitar, por alguns meses, o suicídio.
(B) não lhe permitiu aprender, com as culturas indígenas
que observava antes do suicídio, que a autodestruição
é o preço a pagar pelo conhecimento.
(C) permitiu-lhe estar aberto às mais diversas manifestações
culturais que conheceu nas diversas viagens que fez e as
sintetizasse na aceitação estoica da morte.
(D) é similar ao seu encanto pelas narrativas orais dos povos
do Pacífico Sul e pela religiosidade dos Trumai e dos
Krahô, entre os quais viveu no Brasil.
(E) renovou-se no período que Quain passou no Brasil,
devido às potencialidades que ele observava no país
durante o período varguista.

Gabarito: B

Para o narrador, como se verifica no excerto transcrito do


romance, o fascínio de Buell Quain pela ciência era tão
grande que ele não pôde perceber o que lhe ensinavam
as culturas indígenas que observava: que a autodestruição
é a “contrapartida”, o “desígnio oculto e traiçoeiro” da
ciência, ou seja, o preço a se pagar pelo conhecimento. O
fascínio de Buell Quain pela ciência não foi substituído por
devoção, nem há encanto por parte do antropólogo quanto
à religiosidade dos povos indígenas; embora tenha vivido
por meses entre os povos Trumai e Krahô, no Brasil, Quain
não se integrou a eles e julgava inferiores suas culturas. A
afirmação de que Buell Quain estivesse “aberto” às mais
diversas manifestações culturais é duvidosa, especialmente
quando se observa o quão judicioso ele era ao avaliar as
culturas dos povos Trumai e Krahô. Além disso, também é
incorreto afirmar que ele, suicida, teria aceitado a morte
de forma estoica. Por fim, a única impressão de Buell Quain
sobre o período varguista é a de um ambiente policialesco
e persecutório, sem observações sobre as supostas
“potencialidades” do Brasil no que se refere à ciência e à
tecnologia.
TEXTO PARA AS QUESTÕES 38 E 39
– Sabe que estou formando uma comissão de senhoras?
perguntou ela.
– Não sabia; para quê?
– Não leu a notícia daquela epidemia numa cidade das
Alagoas? [...]
Rubião, de cabeça, subscreveu logo uma quantia grossa,
para obrigar os que viessem depois. Era tudo verdade.
Era também verdade que a comissão ia pôr em evidência
a pessoa de Sofia, e dar-lhe um empurrão para cima. As
senhoras escolhidas não eram da roda da nossa dama, e só
uma a cumprimentava; mas, por intermédio de certa viúva,
que brilhara entre 1840 e 1850, e conservava do seu tempo
as saudades e o apuro, conseguira que todas entrassem
naquela obra de caridade. Desde alguns dias não pensara
em outra cousa. Às vezes, à noite, antes do chá, parecia
dormir na cadeira de balanço; não dormia, fechava os olhos
para considerar-se a si mesma, no meio das companheiras,
pessoas de qualidade. Compreende-se que este fosse o
assunto principal da conversação; mas, Sofia tornava de
quando em quando ao presente amigo. Por que é que ele
fazia fugidas tão longas, oito, dez, quinze dias, e mais?
Rubião respondeu que por nada, mas tão comovido, que
uma das costureiras bateu no pé da outra. Daí em diante,
ainda quando o silêncio era largo, cortado apenas pelo som
das agulhas no merinó, das tesouradas, dos rasgados, uma
e outra não perdiam de vista a pessoa do nosso amigo, com
os olhos fisgados na dona da casa.
Machado de Assis. Quincas Borba.

QUESTÃO 38
_21_3FUV_1F_POR_CR_L1_Q04
No excerto de Quincas Borba, observa-se o momento
em que Sofia apresenta a Rubião o projeto de organizar
uma comissão de senhoras para amparar vítimas de uma
epidemia em Alagoas. Levando em consideração a leitura
integral do romance, pode-se afirmar corretamente que
esse propósito
(A) reflete a faceta caridosa de Sofia, que, apesar de
empenhada na escalada social, não abandona a tradição
de fé e assistencialismo de sua família paterna.
(B) foi articulado para tomar dinheiro de Rubião,
reaproximando-o da casa dos Palha e manipulando-o
a liderar os homens que contribuirão financeiramente
com a comissão de senhoras.
(C) corresponde ao papel subalterno das mulheres na
época, que, entre “agulhas, tesouradas e rasgados”,
tinham ideias mirabolantes para se ocuparem.
(D) combina o que se configura, no plano das aparências,
como um propósito elevado e caridoso com um projeto,
menos evidente, de aproximar-se de pessoas das classes
mais privilegiadas.
(E) aproxima o casal Sofia e Palha das “pessoas de
qualidade”, embora a organização da comissão se
restrinja à função de entreter Sofia, que passava os dias
desocupada.

Gabarito: D

A leitura do fragmento selecionado e do romance como


um todo permite afirmar que Sofia e Palha têm um
firme propósito: ascender socialmente. Enquanto Palha
é responsável por angariar o capital financeiro, Sofia
se encarrega das roupas, das maneiras e das relações
sociais do casal. Dessa forma, a organização da comissão
de senhoras para ajudar os doentes de Alagoas serve,
simultaneamente, a dois objetivos: o primeiro deles, de
aparência, é a ação caridosa; o segundo, é a articulação
de Sofia – e consequentemente de Palha – no espaço das
“pessoas de qualidade”, das classes sociais privilegiadas,
ação fundamental para alcançar a ascensão social. A leitura
integral do romance revela que não há referência a uma
suposta tradição de fé e assistencialismo da família paterna
de Sofia. A organização da comissão de senhoras não foi
articulada para “tomar dinheiro de Rubião”, embora a
contribuição dele seja claramente bem-vinda; ele também
não “lidera os homens que contribuirão financeiramente
com a comissão”, restringindo sua participação à vultosa
contribuição financeira descrita no fragmento selecionado.
Além disso, é incorreto afirmar que a organização da
comissão se restringia à função de entreter Sofia, que
passava os dias desocupada ou que se restringia a uma
ideia mirabolante para ocupar as mulheres, uma vez que,
para Sofia, a comissão é forma de contribuir no projeto
de ascensão social do casal, tratando-se de sua forma de
trabalho – o que também invalida a correspondência entre
a organização da comissão e a subalternidade.
QUESTÃO 39
_21_3FUV_1F_POR_CR_L1_Q05
No fragmento analisado, a expressão em destaque

(A) “ela” é objeto direto da forma verbal “perguntou” e se


refere a Sofia.
(B) “que” é pronome relativo que exerce função sintática
de sujeito.
(C) “para cima” é objeto indireto do verbo “dar”.
(D) “conservava” é forma verbal cujo sujeito oculto se
refere a Sofia.
(E) “ainda quando” tem valor condicional.

Gabarito: B

No trecho “para obrigar os que viessem depois”, o termo


“que” é pronome relativo que exerce função sintática de
sujeito da forma verbal “viessem”. O pronome relativo
se refere ao antecedente “os”, objeto direto do verbo
“obrigar”. No fragmento, “ela”, de fato, refere-se a Sofia,
no entanto constitui o sujeito da forma verbal “perguntou”.
O objeto indireto do verbo “dar” é o pronome “lhe”, que
corresponde a “a Sofia”, e “para cima” é adjunto adverbial.
O sujeito oculto da forma verbal “conservava” se refere a
“certa viúva”, e não a “Sofia”. Finalmente, no trecho “ainda
quando o silêncio era largo, [...] uma e outra não perdiam
de vista a pessoa”, “ainda quando” tem valor semântico
de concessão, correspondente a “ainda que” ou “mesmo
quando”.
QUESTÃO 40
_21_2FUV_1F_POR_CR_L1_Q08
Sempre que se precisava, Mãitina era pessoa para a
qualquer hora falar no Dito e por ele começar a chorar, junto
com Miguilim. O que eles dois fizeram, foi ela quem primeiro
pensou. Escondido, escolheram um recanto, debaixo
do jenipapeiro, ali abriram um buraco, cova pequena.
[...] Miguilim tinha todas as lágrimas nos olhos. Tudo se
enterrou, reunido com as coisinhas do Dito. Retaparam com
a terra, depois foram buscar as pedrinhas lavadas no riacho,
que cravaram no chão, apertadas, remarcando o lugar [...].
Só os dois conheciam o que era aquilo. Quando chovia, eles
vinham olhar; se a chuva era triste, entristeciam. E Miguilim
furtava cachaça para Mãitina.
João Guimarães Rosa. “Campo Geral”.

Levando em consideração o fragmento apresentado e


a leitura integral de “Campo Geral”, pode-se afirmar
corretamente que

(A) o carinho de Mãitina por Miguilim se restringe a esse


momento passageiro, mais um dos devaneios dela
causados pela senilidade e pelo abuso de álcool.
(B) Mãitina e Miguilim guardam afeição mútua, que se
manifesta especialmente no enterro das coisinhas do
Dito e na despedida final.
(C) Mãitina engana Miguilim da mesma forma que outros
adultos, como o Tio Terêz, iludindo-o com falso afeto,
para alcançar seus próprios objetivos.
(D) Miguilim manipula Mãitina, como fazia com Dito, para
que ela lhe ofereça a proteção de que precisa contra a
violência do mundo dos adultos.
(E) a capacidade de Miguilim de contar histórias fantásticas
compromete sua capacidade de compreensão de atos
de carinho como os de Mãitina.

Gabarito: B

Mãitina é idosa que, na juventude, foi escravizada. Ela vive


marginalizada, em um puxado da fazenda, onde trabalha,
e causa espanto e medo nos moradores quando bebe.
Mãitina nutre carinho por Miguilim, como se verifica no
fragmento apresentado, acolhendo-o. Depois da morte de
Dito, Mãitina e Miguilim enterram-lhe as coisas num lugar
especial, que celebra a memória do irmão de Miguilim.
Ao final, quando Miguilim está de partida, Mãitina se
fascina com a beleza dele e celebra sua ida com a frase
“Cena, Corinta” – memória alegre que ela tem do teatro.
Mãitina está próxima de Miguilim em, pelo menos, mais
dois momentos: o acalento do menino e a despedida final,
em que celebra a partida de Miguilim. Não há elementos
no conjunto de “Campo Geral” que permitam afirmar que
Mãitina engane Miguilim para atingir seus próprios objetivos
ou que Miguilim a manipule; é legítimo e verdadeiro o afeto
que ela nutre pelo menino e que ele nutre pela mulher, na
passagem destacada e em outras. Além disso, não há, em
“Campo Geral”, correlação entre a capacidade de Miguilim
de contar histórias e o suposto comprometimento de sua
capacidade de compreender o afeto de Mãitina.
TEXTOS PARA AS QUESTÕES 41 E 42
I
Naquele lugar, a guerra tinha morto a estrada. Pelos
caminhos só as hienas se arrastavam, focinhando entre
cinzas e poeiras. A paisagem se mestiçara de tristezas nunca
vistas, em cores que se pegavam à boca. Eram cores sujas,
tão sujas que tinham perdido toda a leveza, esquecidas da
ousadia de levantar asas pelo azul. Aqui, o céu se tornara
impossível. E os viventes se acostumaram ao chão, em
resignada aprendizagem da morte.
Um velho e um miúdo vão seguindo pela estrada. O
velho se chama Tuahir. É magro, parece ter perdido toda
a substância. O jovem se chama Muidinga. Se nota nele
um leve coxear, uma perna demorando mais que o passo.
Vestígio da doença que, ainda há pouco, o arrastara quase
até à morte. Quem o recolhera fora o velho Tuahir, quando
todos os outros o haviam abandonado. O menino estava já
sem estado, os ranhos lhe saíam não do nariz mas de toda
a cabeça. O velho teve que lhe ensinar todos os inícios:
andar, falar, pensar. Muidinga se meninou outra vez. Esta
segunda infância, porém, fora apressada pelos ditados
da sobrevivência. Quando iniciaram a viagem já ele se
acostumava de cantar, dando vaga a distraídas brincriações.
No convívio com a solidão, porém, o canto acabou por
migrar de si. Os dois caminheiros condiziam com a estrada,
murchos e desesperançados.
Mia Couto. Terra Sonâmbula. (Adaptado)

II
Eu publiquei minhas primeiras histórias sem conhecer
Guimarães Rosa, que vim a conhecer por meio de Luandino
Vieira, um escritor angolano. E havia nessa época, em Angola
e Moçambique, uma procura pela oralidade na literatura
que já havia acontecido no Brasil. Como estávamos em
guerra, não tínhamos contato com o Brasil, mas um amigo
me trouxe uma cópia do livro Primeiras Histórias. Marcou-
-me especialmente “A Terceira Margem do Rio”. Aquilo foi
um abalo sísmico na minha alma, porque ali estava o que
eu e outros estávamos procurando. Havia ali não só uma
relação com a língua, mas também com outras coisas que
estão para além dela, uma tentação de criar na linguagem
um universo próprio, como se a linguagem se apropriasse da
história, da geografia, criando outra realidade. E essa outra
realidade também era importante para nós, que estávamos
vivendo a lógica de um estado centralizador, que esmagava
as lógicas rurais, esse mundo do sertão, que não é da ordem
da geografia, mas da soma de várias culturas.
Mia Couto. “Mia Couto fala da influência de Guimarães Rosa na
sua prosa poética”. Carta Capital, São Paulo, 8 out. 2010. (Adaptado)

QUESTÃO 41
_21_3FUV_1F_POR_CR_L1_Q09
Levando em consideração o fragmento I e a obra da qual foi
extraído, é correto afirmar que a descrição da estrada e das
personagens Tuahir e Muidinga

(A) revela a identidade entre paisagem e homens, cuja


privação dos sonhos e da vida está expressa na sujeira
das cores, na impossibilidade de haver céu e na perda
do canto de Muidinga.
(B) manifesta um paradoxo recorrente no romance: as
personagens avançam e evoluem devido à busca pela
sobrevivência e à superação da guerra, mas a estrada
continua a mesma.
(C) está sintetizada na expressão “aqui o céu se tornara
impossível”, cuja desesperança se inscreve na paisagem,
nas leituras de Muidinga e na procura de Kindzu pelos
guerreiros Naparamas.
(D) antecipa, nas primeiras páginas do romance, o
desencontro entre Muidinga e Kindzu, personagens que
se distanciam progressivamente, resignadas à soberania
da guerra e da morte.
(E) opõe a paisagem aos homens, porque aquela foi
aniquilada pela guerra, ao passo que estes resistem,
inspirados pelos saberes ancestrais e pela reverência à
cultura letrada.

Gabarito: A

No fragmento, a descrição da estrada e dos homens


estabelece entre eles uma relação de identidade. Ela foi morta
pela guerra, está imersa em tristezas, na impossibilidade
de sonhar, figurada nas expressões “esquecidas da ousadia
de levantar asas pelo azul”, referente às cores trazidas pela
violência, e “o céu se tornara impossível”, que aponta ao
sentido da frase seguinte: “os viventes se acostumaram ao
chão, em resignada aprendizagem da morte”. Em suma, no
primeiro parágrafo, a paisagem está destruída pela guerra
e submetida à sua lógica mortífera, da mesma forma que
“os viventes”. Essa imagem se repete no parágrafo seguinte,
em que, apesar de ter sobrevivido e experimentado uma
“segunda infância”, o canto de Muidinga acaba por “migrar
de si”, abandonando-o, porque ele e Tuahir “condiziam com
a estrada, murchos e desesperançados”. A leitura integral
do romance revela que a estrada e a paisagem mudam de
forma e feição, de acordo com a passagem do tempo – o que
invalida a afirmação de que “a estrada continua a mesma”.
As leituras de Muidinga são uma expressão da esperança, no
conjunto do romance: enquanto a paisagem muda de forma
e a violência se aproxima do garoto e de Tuahir, a leitura
dos cadernos de Kindzu os encanta; da mesma maneira, a
busca de Kindzu pelos guerreiros naparamas corresponde
ao desejo dessa personagem por uma luta associada
aos saberes tradicionais, de feição religiosa – trata-se,
igualmente, de uma esperança que brota na paisagem
dominada pela lógica mortífera da guerra civil. Muidinga e
Kindzu se aproximam progressivamente, ao longo de todo
o romance, até o encontro final, na última página; além
disso, é incorreto afirmar que eles se resignam à soberania
da guerra e da morte: Muidinga resiste por meio da leitura
dos cadernos de Kindzu; este, pelo sonho de partir. Por fim,
a comparação entre homens e paisagem revela que eles se
assemelham, e não que se opõem, como fica explícito no
último período do segundo parágrafo: “Os dois caminheiros
condiziam com a estrada, murchos e desesperançados”.
QUESTÃO 42
_21_3FUV_1F_POR_CR_L1_Q10
A “tentação de criar na linguagem um universo próprio,
como se a linguagem se apropriasse da história, da
geografia, criando outra realidade”, relatada por Mia Couto
em II, está claramente expressa em diversas passagens de I.
São fragmentos nos quais as expressões destacadas foram
criadas pelo autor

(A) “a guerra tinha morto a estrada” e “focinhando entre


cinzas e poeiras”.
(B) “focinhando entre cinzas e poeiras” e “Se nota nele um
leve coxear”.
(C) “A paisagem se mestiçara de tristezas” e “Muidinga se
meninou outra vez”.
(D) “A paisagem se mestiçara de tristezas” e “dando vaga a
distraídas brincriações”.
(E) “Muidinga se meninou outra vez” e “dando vaga a
distraídas brincriações”.

Gabarito: E

As expressões “se meninou” e “brincriações” são


neologismos: “meninar-se” constitui um verbo de
invenção do autor formado por derivação sufixal, em que
o substantivo “menino” torna-se verbo por meio do sufixo
“-ar”; o substantivo inventado “brincriações” foi formado
por composição pela aglutinação do verbo “brincar”
com o substantivo “criações”. Todas as outras expressões
apresentadas não são criações de Mia Couto, embora
possam revelar que esse autor faz delas um uso criativo,
como se explica a seguir: na expressão “a guerra tinha morto
a estrada”, a locução verbal “tinha morto” chama a atenção
pelo uso do particípio irregular com o verbo auxiliar “ter”;
o verbo “focinhar”, em “focinhando entre cinzas e poeiras”,
não é criação de Mia Couto, mas foi formado por derivação
sufixal. A frase “Se nota nele um leve coxear” é iniciada pelo
pronome oblíquo átono, o que não corresponde às regras
tradicionais de colocação pronominal e revela o uso do
registro oral no texto de Mia Couto. Já o verbo “mestiçar”,
em “A paisagem se mestiçara de tristezas”, não é criação de
Mia Couto, mas foi formado por derivação sufixal.
TEXTOS PARA AS QUESTÕES 43 E 44
I
O sino da igrejinha bate a primeira pancada das ave-
-marias.
Não, não é o sino da igreja, é o relógio da sala de jantar.
Oito e meia. Preciso vestir-me depressa, chegar à repartição
às nove horas. Apronto-me, calço as meias pelo avesso e saio
correndo. Paro sobressaltado, tenho a impressão de que me
faltam peças do vestuário. Assaltam-me dúvidas idiotas.
Estarei à porta de casa ou já terei chegado à repartição? Em
que ponto do trajeto me acho? Não tenho consciência dos
movimentos, sinto-me leve. Ignoro quanto tempo fico assim.
Provavelmente um segundo, mas um segundo que parece
eternidade. Está claro que todo o desarranjo é interior. Por
fora devo ser um cidadão como os outros, um diminuto
cidadão que vai para o trabalho maçador, um Luís da Silva
qualquer. Mexo-me, atravesso a rua a grandes pernadas.
Graciliano Ramos. Angústia.

II
Luís perdeu o alicerce patriarcal e, na capital,
constrói – mais pelos cinco sentidos do que pela razão –
réplicas empobrecidas da nobre pirâmide familiar rural.
Compreender Angústia é compreender o papel
desempenhado por (principalmente) vizinhos, profissionais
boêmios e colegas de repartição no mundo urbano do
filho de fazendeiro, desenraizado na grande cidade. A
fragmentação urbana é nos romances tenentistas a alegoria
da comunidade rural perdida.
Silviano Santiago. Posfácio a Angústia.

QUESTÃO 43
_21_3FUV_1F_POR_CR_L1_Q06
Em I, a imagem que expressa de maneira mais flagrante a
alegoria da comunidade rural perdida, explicada em II, é a

(A) pressa de vestir-se para chegar pontualmente à


repartição.
(B) presença marcante do relógio na sala de jantar do
narrador.
(C) desorientação do narrador quanto ao espaço e ao
tempo.
(D) conduta determinada orientada pela segurança
subjetiva.
(E) velocidade na travessia da rua e na resolução de
enfrentar a rotina.

Gabarito: C

Para Silviano Santiago, em II, “A fragmentação urbana é


nos romances tenentistas a alegoria da comunidade rural
perdida”. Narradores como Luís da Silva não se adaptam
ao ambiente urbano porque guardam vívidas memórias
da vida rural, como se esse repertório familiar e social do
passado se justapusesse no presente, de maneira incômoda,
o tempo todo. É essa a causa da desorientação do narrador,
que imagina ouvir o sino da igreja (associado ao passado
na fazenda do avô), que calça as meias pelo avesso porque
está atrasado, que se imagina nu, inadequado, quando
está na rua, e que não tem “consciência dos movimentos”,
cujos segundos parecem eternidade. “Todo o desarranjo é
interior”: o narrador não é capaz de adequar-se ao espaço
e ao tempo em que vive. A pressa de vestir-se para chegar
pontualmente ao trabalho não expressa o desarranjo interior
de Luís da Silva, mas uma das premências da obrigação. A
oposição entre o relógio da sala de jantar e a memória do
sino da igreja descreveria adequadamente a fragmentação
de Luís da Silva e seu desenraizamento na cidade grande,
mas a mera alusão ao relógio não revela essa crise. Também
é incorreto afirmar que Luís da Silva se caracteriza por uma
“conduta determinada” e pela “segurança subjetiva”. Ele
está inseguro internamente, e essa fragilidade se manifesta
objetivamente na parada súbita no meio da rua, seguida das
“grandes pernadas” para atravessá-la. Por fim, a velocidade
na travessia da rua não expressa o desarranjo interior de
Luís da Silva, que também não se caracteriza pela resolução
de enfrentar a rotina, pois é assolado por dúvidas.
QUESTÃO 44
_21_3FUV_1F_POR_CR_L1_Q07
O colapso nervoso vivido por Luís da Silva nas últimas
páginas de Angústia pode ser considerado o cume da
crise vivida por ele conforme a descrição em II. Levando
em consideração a descrição da crise do sujeito que
vive entre um mundo rural em decadência e um oposto
mundo urbano bem como a leitura integral de Angústia e
das outras obras da lista de leituras obrigatórias, é correto
afirmar que, apesar das diferenças temporais e espaciais,
assemelha-se àquele colapso a

(A) nitidez da visão de Miguilim, ao final de “Campo Geral”.


(B) obsessão investigativa do narrador de Nove Noites.
(C) série de devaneios de D. Maria I, em Romanceiro da
Inconfidência.
(D) loucura crescente de Rubião, em Quincas Borba.
(E) expectativa nutrida por D. Sebastião de retornar a
Portugal, em Mensagem.

Gabarito: D

A perda da razão por Luís da Silva é o ponto culminante da


vida fragmentária que ele leva na cidade, acossado pelas
memórias distantes da grande propriedade patriarcal do
avô. Da mesma maneira, Rubião vai perdendo a razão na
exata medida em que sua fortuna – adquirida por meio de
herança, e não pelo trabalho individual – se dissipa na vida
urbana da Corte. O delírio de Rubião é tornar-se imperador,
sua fortuna adveio do mundo rural mineiro e ele é descrito
como sujeito sem talento para negócios – imagens por
meio das quais se pode entrever também a decadência
de um Brasil rural, imperial e escravista, representado
por Rubião, em oposição a um Brasil nascente, urbano
e burguês, em que prevalece a valorização do trabalho
pessoal e o tino para os negócios, representado por Palha.
A nitidez da visão de Miguilim não pode ser interpretada
como expressão da crise do sujeito que vive entre um
mundo rural em decadência que se opõe ao mundo urbano,
visto que a comunidade rural, no caso de “Campo Geral”,
é valorizada ao final do texto. A obsessão investigativa do
narrador de Nove Noites, por sua vez, diz respeito ao seu
desejo de compreensão de homens como seu pai e Buell
Quain, sem relação com a “alegoria da comunidade rural
perdida” analisada por Silviano Santiago. Já os devaneios
de D. Maria I, em Romanceiro da Inconfidência, devem-se à
condição de prisioneira vivida por essa mulher, sem relação
com a “alegoria da comunidade rural perdida” analisada por
Silviano Santiago. Finalmente, a expectativa do retorno de
D. Sebastião, conhecida como Sebastianismo, é a expressão
portuguesa do messianismo, sem relação com a “alegoria da
comunidade rural perdida” analisada por Silviano Santiago,
uma vez que não há colapso em Mensagem: o retornado
voltaria para restituir a ordem; ademais, a expectativa é da
nação, e não do desaparecido.
QUESTÃO 45
_21_1FUV_1F_POR_CE_L1_Q07
Não existe nesse mundo absolutamente ninguém
desconstruído. Só existe desconstrução. E não há nada
menos desconstruído do que, em algum momento, você se
achar “o” desconstruído, como se esse fosse um processo
que pode chegar a um fim. Por isso também, não há nada
menos desconstruído do que querer passar a aparência de
ser desconstruído. Precisamente porque a aparência se apoia
em uma ideia de imediatez e fixidez – se quero transmitir
a aparência de desconstruído, quero parecer imediata
e inteiramente assim. Mas isso, justamente, contradiz a
própria ideia da desconstrução como um processo, como
algo que exige ir além do que somos ou do que parecemos
ser imediatamente e refletirmos criticamente sobre isso.
Lucas Machado. “Desconstrução, autoafirmação e redes sociais”.
Disponível em: <https://aterraeredonda.com.br>.
Acesso em: 13 maio 2021. (Adaptado)

No texto, o emprego do artigo em destaque e seu realce por


meio das aspas servem para

(A) atribuir à obstinação individual o papel de mecanismo


propulsor para alcançar objetivos particulares em longo
prazo.
(B) evidenciar a inutilidade de se enfrentar um processo
considerado interminável sem ter um objetivo definido.
(C) salientar o engano de quem se crê particularmente
pronto em um processo no qual ninguém chega ao fim.
(D) sugerir a generalização da hipocrisia no que tange ao
processo reflexivo de desconstrução do sujeito.
(E) celebrar a persistência e a flexibilidade enquanto
virtudes imprescindíveis para concretizar o processo de
desconstrução.

Gabarito: C

O autor do texto reflete sobre a ideia de desconstrução


argumentando que se trata de um processo reflexivo
sem fim. Dessa forma, não existiria, em tese, ninguém
totalmente desconstruído. Para o autor, o fato de se dizer
desconstruído demonstra a ausência da desconstrução.
O emprego do artigo definido trata de alguém que se
considera particularmente desconstruído, e seu realce
chama a atenção para essa ideia, salientando, diante da
impossibilidade de chegar ao fim desse processo, o engano
de quem se outorga o título de sujeito desconstruído.
QUESTÃO 46
_21_3UV_1F_MAT_VM_L1_Q04

Bill Watterson. Calvin e Haroldo.

A tirinha aborda unidades de medida de massa adotadas em


alguns países, como Estados Unidos e Canadá. Considere
que, ao voltar de uma viagem ao exterior, um atleta
brasileiro trouxe um pote de suplemento alimentar com
peso líquido de 12 libras.

A massa, em decagrama, desse produto é de,


aproximadamente,

(A) 192,10.
(B) 340,25.
(C) 378,05.
(D) 453,60.
(E) 544,32.

Note e adote:
1 onça ≅ 28,35 gramas

Gabarito: E

De acordo com a tirinha, uma libra equivale a 16 onças.


Além disso, cada onça equivale a, aproximadamente,
28,35  g. Assim, a massa, em grama, de suplemento
alimentar no interior do pote é de, aproximadamente,
12  ⋅ 16 ⋅  28,35  =  5 443,2  g. Como um decagrama
corresponde a 10  g, essa massa de produto equivale a
5 443,2
= 544 , 32 dag.
10
QUESTÃO 47
_21_1FUV_1F_MAT_AF_L1_Q03
Fernando e Gustavo são dois DJs que tocam em festas.
Para animar uma festa, tanto Fernando quanto Gustavo
cobram uma taxa fixa (em R$) acrescida de certo valor
cobrado por cada hora de duração da festa. Fernando cobra
um acréscimo de R$ 40,00 por hora, e Gustavo cobra um
acréscimo de R$ 80,00 por hora.
No plano cartesiano a seguir, estão esboçados os gráficos das
funções y = ƒ(t) e y = g(t), que representam, respectivamente,
os valores cobrados por Fernando e Gustavo, em função do
tempo t (dado em hora) de duração da festa.
y (R$) g(t)

f(t)

200

100

0
t (hora)

É mais vantajoso contratar Fernando do que Gustavo para


tocar em uma festa se, e somente se, seu tempo de duração
for

(A) menor do que 7 horas e 30 minutos.


(B) menor do que 2 horas e 30 minutos.
(C) maior do que 7 horas e 30 minutos.
(D) maior do que 2 horas e 30 minutos.
(E) menor do que 1 hora e 20 minutos.

Gabarito: D

De acordo com o gráfico, f e g são funções do 1o grau. Cada


DJ cobra uma taxa fixa acrescida de um valor que varia de
acordo com o tempo t (dado em hora) de duração da festa.
Como a taxa de variação (em R$/hora) corresponde ao
coeficiente angular da função do 1o grau, têm-se:
• Função f: coeficiente angular mf = 40 e coeficiente linear
nf = f(0) = 200 ⇒ f(t) = 40t + 200.
• Função g: coeficiente angular mg = 80 e coeficiente linear
ng = g(0) = 100 ⇒ g(t) = 80t + 100.
Calculando o valor de t para o qual as funções se igualam
(ou seja, a abscissa do ponto de interseção dos gráficos),
tem-se:
f(t) = g(t) ⇔ 40t + 200 = 80t + 100 ⇔ 40t = 100 ⇔ t = 2,5
É mais vantajoso contratar Fernando do que Gustavo se
o valor cobrado pelo primeiro for menor do que o valor
cobrado pelo segundo, ou seja, quando ocorre f(t) < g(t).
Analisando novamente o gráfico, percebe-se que, quando
t  >  2,5 (“à direita” do ponto de interseção dos gráficos),
têm-se exatamente os valores das funções para os quais
f(t)  <  g(t), pois o gráfico de f está “abaixo” do gráfico
de  g. Portanto, conclui-se que é mais vantajoso contratar
Fernando do que Gustavo quando t > 2,5, ou seja, se o
tempo de duração da festa for maior do que 2 horas e meia.
QUESTÃO 48
_21_3UV_1F_MAT_VM_L1_Q02
A figura a seguir apresenta as retas r, s e t pertencentes
ao plano cartesiano xOy, além de uma região hachurada
definida pelo cruzamento dessas retas duas a duas.
y
5
r s t
4

1
0
–5 –4 –3 –2 –1 1 2 3 4 5 6 7 x
–1

–2

–3

–4

Essa região hachurada pode ser descrita por:

(A) {(x, y); 2x + y – 2 ≥ 0, x – 2y + 4 ≥ 0 e 4x – 3y – 12 ≤ 0}.


(B) {(x, y); 2x + y – 2 ≥ 0, x – 2y + 4 ≤ 0 e 4x – 3y – 12 ≥ 0}.
(C) {(x, y); x + 2y – 1 ≤ 0, −4x + 2y – 1 ≥ 0 e 3x – 4y – 1 ≤ 0}.
(D) {(x, y); x + 2y – 1 ≥ 0, −4x + 2y – 1 ≤ 0 e 3x – 4y – 1 ≥ 0}.
(E) {(x, y); x + 2y – 3 ≤ 0, −4x + 2y + 2 ≥ 0 e 3x – 4y + 1 ≤ 0}.

GabariTO: a

Inicialmente, as equações das retas r, s e t devem ser


encontradas.
Como a equação segmentária de uma reta definida pelos
x y
pontos de coordenadas (a, 0) e (0, b) é dada por + = 1,
a b
em relação à reta r, definida pelos pontos (1, 0) e (0, 2), tem-
-se:
x y
r : + = 1 ⇒ 2x + y − 2 = 0
1 2
Como o ponto (2, 0) do plano cartesiano pertence à região
hachurada, ao substituir as coordenadas desse ponto na
equação da reta r, tem-se:
2 ⋅ (2 ) + ( 0 ) − 2 = 2
Assim, como 2 > 0, conclui-se que, em relação à reta r, a
região do plano cartesiano destacada a seguir, que contém
os pontos da figura hachurada, é definida por 2x + y – 2 ≥ 0.

5
r S t
4

1
0
–5 –4 –3 –2 –1 1 2 3 4 5 6 7
– 1

– 2

– 3

– 4

Com relação à reta s, definida pelos pontos (−4, 0) e (0, 2),


tem-se:
x y
s: + = 1 ⇒ x − 2y + 4 = 0
−4 2
Como o ponto (2, 0) do plano cartesiano pertence à região
hachurada, ao substituir as coordenadas desse ponto na
equação da reta s, tem-se:
(2 ) − 2 ⋅ ( 0 ) + 4 = 6
Assim, como 6 > 0, conclui-se que, em relação à reta s, a
região do plano cartesiano destacada a seguir, que contém
os pontos da figura hachurada, é definida por x – 2y + 4 ≥ 0.

5
r S t
4

1
0
–5 –4 –3 –2 –1 1 2 3 4 5 6 7
– 1

– 2

– 3

– 4

Com relação à reta t, definida pelos pontos (3, 0) e (0, –4),


tem-se:
x y
t: + = 1 ⇒ 4x − 3y − 12 = 0
3 −4
Como o ponto (2, 0) do plano cartesiano pertence à região
hachurada, ao substituir as coordenadas desse ponto na
equação da reta t, tem-se:
4 ⋅ (2) − 3 ⋅ ( 0 ) − 12 = −4
Assim, como −4 < 0, conclui-se que, em relação à reta t, a
região do plano cartesiano destacada a seguir, que contém os
pontos da figura hachurada, é definida por 4x – 3y – 12 ≤ 0.

5
r S t
4

1
0
–5 –4 –3 –2 –1 1 2 3 4 5 6 7
– 1

– 2

– 3

– 4

Portanto, a interseção entre essas três regiões fornece


a área hachurada desejada, a qual é descrita por
{(x, y); 2x + y – 2 ≥ 0, x – 2y + 4 ≥ 0 e 4x – 3y – 12 ≤ 0}.
QUESTÃO 49
_20_2FUV_1F_MAT_RN_L1_Q07
O departamento de RH de uma empresa fez uma pesquisa
com os funcionários para saber qual o tipo de restaurante
preferido para realizar a confraternização de final de ano.
Nessa pesquisa, o funcionário interessado em participar
do evento deveria indicar, a partir de três opções pré-
-selecionadas, o(s) tipo(s) de restaurante do(s) qual(is)
gosta: árabe (A), baiano (B) e/ou churrascaria (C). Do total
1
de funcionários da empresa, não respondeu à pesquisa,
6
por não ter interesse em participar da confraternização.
Além disso, sabe-se que:
1
I. do total de funcionários da empresa gosta apenas do
8
tipo A;
II. 10% dos participantes da pesquisa gostam apenas do
tipo B;
1
III. do total de funcionários da empresa gosta apenas do
12
tipo C;
1
IV. do total de funcionários da empresa gosta apenas
10
dos tipos A e B;
3
V. dos participantes da pesquisa gosta apenas dos tipos
10
B e C;
VI. 15% dos participantes da pesquisa gostam apenas dos
tipos A e C;
VII. 8 funcionários gostam dos três tipos.

A quantidade de funcionários da empresa que não têm


interesse em participar da confraternização é

(A) 10.
(B) 12.
(C) 15.
(D) 20.
(E) 30.

Gabarito: D

Representando o total de funcionários da empresa por N e


o total de funcionários que não participaram da pesquisa
N
por m, conclui-se que m = ⇒ N = 6m. Portanto, o total de
6
funcionários da empresa é 6m, dos quais 5m participaram
da pesquisa e m não participaram.
Assim, pode-se montar um diagrama de Venn–Euler com as
informações do enunciado:
6m
A B

1 .6 m
1 .6 m 10 0,1 . 5 m
8
8
3 .5 m
0,15 . 5 m 10

1 .6 m
12
C
M

Somando todas as partes do diagrama correspondentes aos


conjuntos A, B e C e igualando ao número de participantes
da pesquisa, tem-se:
1 1 3 1
⋅ 6m + ⋅ 6m + 0,1 ⋅ 5m + ⋅ 5m + ⋅ 6m + 0,15 ⋅ 5m + 8 = 5m
8 10 10 12
0, 75m + 0, 6m + 0, 5m + 1, 5m + 0, 5m + 0, 75m + 8 = 5m
4 , 6m + 8 = 5m
0, 4m = 8
8
m=
0, 4
m = 20
Portanto, o número de funcionários da empresa que não
têm interesse em participar da confraternização é 20.
QUESTÃO 50
_21_3UV_1F_MAT_RR_L1_Q04
A figura apresenta o quadrado ABCD, cujos lados AB e BC
contêm, respectivamente, os pontos P e Q.
D C

A P B

Os segmentos PD, PQ e QD dividem esse quadrado em


quatro triângulos, de modo que o triângulo:
• APD tem 5 cm2 de área;
• BPQ tem 3 cm2 de área;
• CQD tem 7,5 cm2 de área.

Nessas condições, a área, em cm2, do triângulo PQD vale

(A) 25,0.
(B) 15,5.
(C) 10,5.
(D) 9,5.
(E) 6,0.

Gabarito: D

Seja x a medida, em cm, do lado do quadrado ABCD.


Como a área do triângulo APD é igual a 5 cm2,
AP ⋅ x 10 10
= 5 ⇒ AP = e BP = AB − AP = x − .
2 x x
Como a área do triângulo CQD é igual a 7,5 cm2,
x ⋅ CQ 15 15
= 7, 5 ⇒ CQ = e BQ = BC − CQ = x − .
2 x x
Como a área do triângulo BPQ é igual a 3 cm2,
BP ⋅ BQ
= 3 ⇒ BP ⋅ BQ = 6.
2
Ao substituir, na equação anterior, as expressões para as
medidas de BP e BQ, tem-se:
 10   15   x 2 − 10   x 2 − 15 
 x −  ⋅  x −  = 6 ⇒  ⋅ =6
x x  x   x 
Seja S a área do quadrado ABCD. Como S = x2, tem-se:
(S − 10) ⋅ (S − 15) = 6 ⇒ S2 − 31S + 150 = 0
S
∆ = (−31)2 − 4 ⋅ 1 ⋅ 150 = 961 − 600 = 361
S = 25
−(−31) ± 361 31 ± 19 
S= = ou
2 ⋅1 2 
S=6
Como a área do quadrado ABCD é maior do que a soma
das áreas dos triângulos CQD, APD e BPQ, S > 7,5 + 5 + 3 ⇒
⇒ S > 15,5. Assim, conclui-se que S = 25 cm2.
Portanto, a área do triângulo PQD é igual a 25  –  15,5  =
= 9,5 cm2.
QUESTÃO 51
_21_3UV_1F_MAT_RR_L1_Q03
Considere a função real f(x) = a – a ⋅ bx, cujos parâmetros a e
b obedecem às seguintes condições:
I. (a + 1)3 > (a + 1)2
II. b2 < b

Um possível gráfico para essa função é dado por:


(A) y

x
(B) y

x
(C) y

x
(D) y

x
(E) y

x
Gabarito: B

Dada a primeira condição, (a + 1)3 > (a + 1)2, pode-se chegar


às seguintes conclusões:
• (a + 1) > 0, pois, dado um número real qualquer negativo,
o seu cubo também é negativo e, portanto, menor do
que o seu quadrado, que é positivo;
• (a + 1) > 1, pois, dado um número real qualquer positivo e
menor do que 1, o seu cubo é necessariamente menor do
que o seu quadrado; logo, (a + 1) > 1 ⇒ a > 1 – 1 ⇒ a > 0.
Dada a segunda condição, b2 < b, pode-se chegar às
seguintes conclusões:
• b > 0, pois, dado um número real qualquer negativo, o
seu quadrado é necessariamente positivo e, portanto,
maior do que o valor negativo original;
• b < 1, pois, dado um número real qualquer positivo e
maior do que 1, o seu quadrado é necessariamente
maior do que o valor elevado à primeira potência.
Assim, como a > 0 e 0 < b < 1, o gráfico da função:
• f(x) = bx é decrescente, corta o eixo y no ponto (0; 1) e
tem o eixo x como assíntota;
y

(0; 1)

0 x

• f(x) = −1 ⋅ bx é crescente (simétrico ao gráfico de f(x) = bx


em relação ao eixo x), corta o eixo y no ponto (0; −1) e
tem o eixo x como assíntota;
y

0 x
(0; –1)

• f(x) = −a ⋅ bx é crescente, corta o eixo y no ponto (0; −a) e


tem o eixo x como assíntota;
y

0 x

(0; –a)

• f(x) = −a ⋅ bx + a é crescente, corta o eixo y no ponto (0; 0)


e tem a reta de equação y = a como assíntota.
y
Assíntota
a

0 x

Como os gráficos das alternativas C e D são decrescentes


e como o gráfico da alternativa A apresenta um trecho
decrescente, eles não podem representar a função
f(x) = −a ⋅ bx + a. Além disso, no gráfico da alternativa E, a
assíntota corresponde ao eixo x, de modo que não há como
a curva interceptar o ponto (0; 0).
Portanto, apenas o gráfico da alternativa B pode representar
a função f(x) = −a ⋅ bx + a.
QUESTÃO 52
_21_3UV_1F_MAT_RR_L1_Q05
Júlia, Lara e Henrique são colegas de trabalho em uma
corretora de imóveis. Como os três colaboraram para realizar
a venda de um apartamento, a comissão de R$ 12 000,00
relativa ao negócio deve ser dividida entre eles; porém,
como cada corretor desempenhou uma função distinta
na realização dessa venda, a divisão da comissão não será
igualitária, e sim de acordo com critérios específicos.
Sabe-se que a comissão de Júlia equivale tanto a 25% da
soma das partes de Lara e de Henrique como ao dobro da
diferença dessas partes, e que a comissão de Lara é maior
do que a de Henrique. Além disso, a razão da comissão de
Lara para a soma das outras duas comissões é de 9 para 11.

 x
Seja o sistema linear homogêneo M ⋅  y = O, em que x, y
 
 z
e z representam as comissões de Júlia, Lara e Henrique,
respectivamente, e O representa a matriz nula. A matriz
principal M pode ser dada por:

 1 1 1
(A) −4 1 1

 
 9 −11 9
 −4 1 1 
(B)  1 2 −2
 
 1 1 1
 −4 1 1
(C)  1 −2 2
 
 9 −11 9
 −4 1 1
(D)  9 11 9
 
 1 1 1
 −4 1 1 
(E)  1 −2 2 
 
 11 −9 11

Gabarito: C

A primeira equação linear que pode ser obtida das


informações do problema é x + y + z = 12 000; porém, como
o termo independente (12 000) é diferente de zero, não se
trata de uma equação homogênea.
Como a comissão de Júlia equivale a 25% da soma das
partes de Lara e de Henrique, tem-se:
1
x = (y + z) ⇒ 4x = y + z ⇒ −4x + y + z = 0
4
Como a comissão de Júlia equivale ao dobro da diferença
das partes de Lara e de Henrique (com y > z), tem-se:
x = 2(y − z) ⇒ x = 2y − 2z ⇒ x − 2y + 2z = 0
Como a razão da comissão de Lara para a soma das outras
duas comissões é de 9 para 11, tem-se:
y 9
= ⇒ 9x + 9z = 11y ⇒ 9x − 11y + 9z = 0
x + z 11
Como as três últimas equações são homogêneas, um
possível sistema é dado por:
 −4x + y + z = 0

x − 2y + 2z = 0
9x − 11y + 9z = 0

Ao escrever esse sistema na forma de uma equação
matricial, tem-se:
 −4 1 1  x   0
 1 −2 2 ⋅  y =  0
     
 9 −11 9  z   0
 −4 1 1
Portanto, M =  1 −2 2 .
 
 9 −11 9
QUESTÃO 53
_21_3UV_1F_MAT_VM_L1_Q03
O quintal de uma casa apresenta uma área cercada em
formato de triângulo isósceles, em que os dois lados
congruentes medem 13 m cada e a base mede 10 m. No
interior desse cercado, instalou-se um sistema de irrigação
constituído de um pequeno aspersor de água capaz de
irrigar uma área circular centrada em seu próprio ponto
de localização. Com relação à área cercada, o aspersor
encontra-se situado no ponto médio da altura relativa à
base do triângulo isósceles, de modo que, quando o sistema
é ligado, a área irrigada tangencia os dois lados congruentes
do cercado.

A medida do raio da circunferência que delimita a área


irrigada está mais próxima de

(A) 2,3 m.
(B) 2,5 m.
(C) 5,0 m.
(D) 6,0 m.
(E) 6,5 m.

Gabarito: A

Na figura a seguir, seja o triângulo ABC correspondente


à área cercada do quintal, em que AD é a altura relativa
à base BC do triângulo, com D como ponto médio de BC
(propriedade do triângulo isósceles), O como ponto médio
de AD e E como ponto de tangência entre a circunferência
centrada em O e o lado AC do triângulo.
A

E
O

B D C
Dessa forma, o triângulo ADC é retângulo em D. Como
10
AC  =  13 m e DC = = 5 m, pelo teorema de Pitágoras,
2
tem-se:
AD2 + DC2 = AC2 ⇒ AD = 132 − 52 ⇒
⇒ AD = 169 − 25 ⇒ AD = 144 = 12 m
Além disso, o triângulo AEO é semelhante ao triângulo ADC,
pois ambos são retângulos e apresentam um ângulo em
12
comum (de vértice A). Como AO = = 6 m e OE é o raio que
2
se quer determinar, pela semelhança de triângulos, tem-se:
AO AC 6 13 30
= ⇒ = ⇒ OE = ≅ 2, 3 m
OE DC OE 5 13
Portanto, o raio da circunferência que delimita a área
irrigada está mais próxima de 2,3 m.
QUESTÃO 54
_21_3UV_1F_MAT_VM_L1_Q01
Durante o mês de aniversário de um hipermercado, as
compras acima de determinado valor deram direito a um
cupom numerado para participar de um sorteio, que foi
realizado no último dia do período.
No dia em questão, quatro prêmios idênticos foram
sorteados, por meio da retirada simultânea de quatro
cupons de uma urna.

Se, imediatamente antes do sorteio, havia cupons


numerados de 1 a 577 na urna, o maior número possível
de retiradas distintas dos quatro cupons premiados estava
entre

(A) 243 e 244.


(B) 244 e 245.
(C) 245 e 246.
(D) 246 e 247.
(E) 247 e 248.

Note e adote:
242 = 576

Gabarito: D

Como o sorteio dos quatro cupons foi feito de forma


simultânea e como os prêmios eram idênticos, a ordem de
retirada dos cupons numerados da urna não importa. Assim,
deve-se calcular a combinação simples de 577 elementos
tomados quatro a quatro. Logo:
577! 577 ⋅ 576 ⋅ 575 ⋅ 574 ⋅ 573!
C577 ,4 = = =
4! ⋅ 573! 4! ⋅ 573!

=
(576 + 1) ⋅ 576 ⋅ (576 − 1) ⋅ (576 − 2)
4!
Como 242 = 576 e como (a + b) ⋅ (a – b) = a2 – b2, tem-se:

C577 ,4 =
(24 2
) ( )(
+ 1 ⋅ 242 ⋅ 242 − 1 ⋅ 242 − 2 )=
24
( )(
= 24 ⋅ 24 4 − 1 ⋅ 242 − 2 )
Ao utilizar a propriedade distributiva no resultado anterior,
tem-se:
( )( )
24 ⋅ 24 4 − 1 ⋅ 242 − 2 = 24 7 − 2 ⋅ 24 5 − 24 3 + 48
Observe que, como –2 ⋅ 245 − 243 + 48 < 0, 247 − 2 ⋅ 245 −
– 243 + 48 < 247.
Além disso, como 247 = 20 ⋅ 246 + 246 + 246 + 2 ⋅ 246, tem-se:
24 7 − 2 ⋅ 24 5 − 24 3 + 48 =
( ) (
= 24 6 + 20 ⋅ 24 6 + 2 ⋅ 24 6 − 2 ⋅ 24 5 + 24 6 − 24 3 + 48
 
)
>0 >0

Logo, 247 − 2 ⋅ 245 − 243 + 48 > 246.


Portanto, o número de maneiras distintas com as quais os
cupons ganhadores podiam ser definidos estava entre 246
e 247.
QUESTÃO 55
_21_2FUV_1F_MAT_AN_L1_Q01
Seja f :  →  a função cujo gráfico é apresentado a seguir.
y
8
7
6
5
4
3
2
1
x
–7 –6 –5 –4 –3 –2 –1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Sejam a e b as soluções da equação f(f(x)) = 2.

A soma dos algarismos do resultado de ab é igual a

(A) 5.
(B) 6.
(C) 7.
(D) 8.
(E) 9.

Gabarito: C

Pelo gráfico, nota-se que, para f(f(x)) = 2, f(x) deve ser menor
ou igual a 1, igual a 3 ou maior ou igual a 5.
Para f ( x ) ≤ 1, há apenas uma solução, dada por x = 2.
Para f ( x ) = 3, também há apenas uma solução, dada por
x = 4.
Para f ( x ) ≥ 5, não há qualquer solução, uma vez que f(x) = 3
é o maior valor assumido por essa função.
Portanto, ab pode representar tanto a potência 24 quanto
a potência 42. Em ambos os casos, o resultado obtido é 16,
cuja soma dos algarismos é igual a 1 + 6 = 7.
QUESTÃO 56
_21_3UV_1F_MAT_RR_L1_Q01
Em determinada cidade, uma pessoa dirige o seu carro do
ponto A de uma avenida retilínea até o ponto B da mesma
avenida. Ao plotar o plano dessa cidade em um sistema de
coordenadas cartesianas com origem localizada no centro
da cidade e com as unidades dos eixos cotadas em metro,
têm-se A(−520, −160) e B(440, 320).
Ao longo de seu trajeto, essa pessoa para o carro por um
instante para dar carona a um amigo situado no ponto P da
AP 5
avenida, tal que = .
PB 3
Com relação às coordenadas (x, y) do ponto P, é correto
afirmar que:

(A) x – y = 0
(B) x – y = 20
(C) y – x = 20
(D) y – x = 60
(E) x – y = 60

Gabarito: D

Ao dividir o segmento AB em 3 + 5 = 8 partes iguais de


tamanho u, obtém-se a figura a seguir, em que M e N são,
respectivamente, os pontos médios dos segmentos AB e MB.
5u 3u

A M P N B
Assim, P é o ponto médio do segmento MN. De acordo com
as coordenadas dos pontos A e B, têm-se:
 x + xB y A + yB   −520 + 440 −160 + 320 
M=  A ,  = ,  = ( −40, 80 )
 2 2   2 2
 x + x y + y   −40 + 440 80 + 320 
N=  M B , M B =  ,  = (200, 200 )
 2 2   2 2
 x + x y + y   −40 + 200 80 + 200 
P= M N , M N = ,  = (80, 140 )
 2 2   2 2
Portanto, tem-se P(80, 140), em que y – x = 60.
QUESTÃO 57
_21_3UV_1F_MAT_RR_L1_Q02
A redução do valor externo da moeda significava, demais,
um prêmio a todos os que vendiam divisas estrangeiras, isto
é, aos exportadores. Para aclarar esse mecanismo, vejamos
um exemplo. Suponhamos que, na situação imediatamente
anterior à crise, o exportador de café estivesse vendendo
a saca a 25 dólares e transformando esses dólares em
200 cruzeiros, isto é, ao câmbio de 8 cruzeiros por dólar.
Desencadeada a crise, ocorreria uma redução, digamos, de
40% do preço de venda da saca de café, a qual passava a
ser vendida a 15 dólares. Se a economia funcionasse num
regime de estabilidade cambial, tal perda de 10 dólares
se traduziria, pelas razões já indicadas, em uma redução
equivalente dos lucros do empresário. Entretanto, como o
reajustamento vinha pela taxa cambial, as consequências
eram outras.
Celso Furtado. “A defesa do nível de emprego e renda”.
: Formação econômica do Brasil. 32 ed.
São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2005. p. 172.

O excerto trata da estratégia adotada pelos cafeicultores


no final do século XIX para contornarem a queda no preço
da saca de café: eles forçavam o governo a desvalorizar a
moeda brasileira frente ao dólar. Além de causar inflação,
essa estratégia contribuiu para transformar a economia
brasileira como um todo, na medida em que estimulou a
industrialização do país. Como a desvalorização da moeda
local encarecia a importação, tornava-se mais interessante
produzir bens industrializados internamente.
De acordo com o texto de Celso Furtado, considere o preço
da saca de café e a cotação do dólar frente ao cruzeiro
supostamente praticados antes da crise, bem como a
redução hipoteticamente observada nesse preço após
sua deflagração. Considere ainda que, como resultado
da estratégia adotada pelos cafeicultores diante da
desvalorização do café, a cotação do dólar indicada no texto
tivesse sofrido uma alta de 50%, por meio da mudança da
taxa cambial realizada pelo governo.

Nessas condições, após a ação do governo, a variação


percentual da receita obtida pelos produtores com a venda
da saca de café, em relação à receita obtida antes da crise,
corresponderia a um(a)

(A) aumento de 10%.


(B) aumento de 25%.
(C) redução de 10%.
(D) redução de 20%.
(E) redução de 25%.

Gabarito: C

De acordo com o texto, antes da crise, o preço da saca de


café era de 25 dólares, os quais, por conta da cotação, eram
convertidos em uma receita de 25 ⋅ 8 = 200 cruzeiros. Após
a deflagração da crise, uma redução de 40% no preço da
saca de café fez com que ele passasse a ser vendido por 15
dólares. Além disso, em função da mudança da taxa cambial
realizada pelo governo, o preço do dólar sofreu uma alta
de 50%, ou seja, passou a ser cotado em 8 ⋅ (1 + 50%) = 12
cruzeiros por dólar. Assim, a venda de uma saca de café após
a crise gerava uma receita de 15 ⋅ 12 = 180 cruzeiros.
Ao comparar as receitas geradas antes e depois da crise,
tem-se:
Cr$ 180, 00 − Cr$ 200, 00 −20 −1
= = = −10%
Cr$ 200, 00 200 10
Portanto, nas condições impostas, a variação da receita
obtida com a venda da saca de café corresponderia a uma
redução de 10%.
QUESTÃO 58
_21_3FUV_1F_HIS_PH_L1_Q02
O trecho a seguir é uma manifestação publicada na
imprensa, direcionada ao ministro da Fazenda Tristão de
Alencar Araripe, durante a presidência de Deodoro da
Fonseca.
Quando um povo se desvia do caminho do trabalho que
traz a verdadeira riqueza e prosperidade e atira-se louca e
desvairadamente no desfiladeiro da jogatina que conduzirá
à ruína e à desgraça, cumpre aos governos patriotas e
sensatos retê-lo enquanto é tempo. […] Para conter esse
movimento urge adotar medidas que irão com certeza
contrariar enormemente os especuladores: 1º, sustar por
algum tempo as emissões autorizadas; 2º, adotar medidas
de controle relativas a incorporações de companhias. […].
“Ao Sr. Ministro da Fazenda”. In: Jornal do Commercio,
Rio de Janeiro, 4 fev. 1891.

O sentido da nota é de caráter

(A) apologético ao mercado financeiro e de reservas quanto


à eficiência do Estado.
(B) diagnóstico da crise e de pedido de medidas combativas
à especulação financeira.
(C) persecutório e de viés partidário, ao descrever uma
situação social imaginária.
(D) ideológico-eleitoral e de tentativa de minar a
credibilidade do Banco Central brasileiro.
(E) descontraído e irônico, porque associa enriquecimento
ao exercício do trabalho produtivo.

Gabarito: B

A manifestação dirigida a Araripe refere-se diretamente à


Crise do Encilhamento, que assolou o Brasil entre 1889 e
1892. A crise foi provocada pela grande emissão de papel-
-moeda para circulação na sociedade, desacompanhada de
lastro equivalente (garantia real de valor), o que acarretou
inflação e especulação financeira. Ao pedir o fim das
autorizações para a emissão de papel-moeda e propor
maior controle sobre a incorporação de companhias, a nota
pretendia mobilizar Araripe para que ele tomasse medidas
de controle contra tal situação.
QUESTÃO 59
_21_3FUV_1F_HIS_LT_L1_Q01
Na segunda metade do século XVIII, foi criada pelo
Marquês de Pombal a Companhia Geral do Comércio do
Grão-Pará e Maranhão. Fundada em 1755, ela visava
controlar e fomentar a atividade comercial e, diante da
proibição da escravidão indígena na região, passou a
explorar e comercializar africanos. A Companhia recebeu
não só privilégios como também o monopólio por vinte anos
do tráfico de escravizados e do transporte naval de todas as
mercadorias no lugar.
Lilia Schwarcz; Heloisa Starling. Brasil: uma biografia.
São Paulo: Companhia das Letras, 2018. p. 251. (Adaptado)

Ao criar a Companhia Geral do Comércio do Grão-Pará e


Maranhão, Pombal mostrou que era um déspota esclarecido
e que sua política econômica

(A) internalizava uma contradição entre Iluminismo e


mercantilismo.
(B) inviabilizava a instalação de manufaturas nos domínios
portugueses.
(C) tinha apoio da maioria dos colonos brasileiros de alta
classe.
(D) era entendida como portadora de um cunho liberal.
(E) seguia o receituário iluminista vigente à época.

Gabarito: A

O despotismo esclarecido foi uma forma reformista de


governar de algumas monarquias da segunda metade do
século XVIII e que se caracterizou por incorporar lições
advindas do Iluminismo, porém sem abandonar os aspectos
absolutistas monárquicos. Em Portugal, essa forma de
governar é evidente principalmente na gestão pombalina,
pois nela se observa a modernidade econômica de um lado,
e a tradição de outro. A criação da Companhia Geral do
Comércio do Grão-Pará e Maranhão, por exemplo, mostra
que a política econômica de Pombal internalizava uma
contradição entre Iluminismo e mercantilismo, porque essa
empresa era administrada segundo os moldes modernos
do liberalismo econômico, mas tinha como seu principal
acionista a Coroa portuguesa e o monopólio comercial de
sua área de atuação.
QUESTÃO 60
_21_3FUV_1F_HIS_PH_L1_Q01
[Em junho de 1889], quando os liberais chegaram ao
poder, o novo presidente do conselho leu o programa de
reformas que tencionava promover. Ouro Preto declarou
que seu objetivo era promover “a inutilização da República”,
demonstrando que “sob a monarquia constitucional
representativa podemos obter com maior facilidade e
segurança a mais ampla liberdade”. […]. A questão relativa
à mudança do regime saíra da pauta e já se discutia a
organização dos festejos do jubileu do reinado de D. Pedro II
em 1890.
Christian Edward Cyril Lynch. “Necessidade, contingência e
contrafactualidade: a queda do Império reconsiderada”. In: Topoi,
Rio de Janeiro, v. 19, n. 38, p. 190-216, maio/ago. 2018. p. 206-7.

Apesar de o gabinete imperial descartar a possibilidade


de troca de regime em junho de 1889, no final desse
mesmo ano, D. Pedro II foi deposto. Considerando os seus
conhecimentos sobre a queda da monarquia brasileira, é
correto afirmar que uma das explicações para a imposição
da República em 15 de novembro é a
(A) oposição à classe política civil por parte da alta
oficialidade militar, que pretendia instituir um regime
no qual os militares tivessem centralidade.
(B) postura hostil do gabinete de Ouro Preto às aspirações
reformistas presentes no Partido Liberal, bem como no
próprio Poder Legislativo.
(C) antecipação da validade do reinado de Dom Pedro II,
cujo prazo de cinquenta anos marcaria a abertura para
a modernidade política.
(D) insatisfação da Igreja, que via na política de atração
de imigrantes acatólicos europeus um risco para sua
hegemonia espiritual.
(E) ação do Partido Republicano Paulista, que combatia
os cafeicultores e defendia os interesses das camadas
populares.

Gabarito: A

No trecho selecionado, o autor contextualiza o quadro político


dos meses imediatamente anteriores ao 15 de novembro
de 1889. Como se percebe no texto, meses antes do golpe,
a ambiência política era favorável a mudanças políticas,
econômicas e sociais dentro do escopo de adaptabilidade
do próprio regime monárquico constitucional, e esse era
o objetivo do gabinete liberal liderado por Ouro Preto. O
golpe de 15 de novembro se deveu a um efeito colateral
da questão militar, já que esta era fundamentalmente
direcionada à oposição que a alta oficialidade fazia à
proeminência da classe política civil, vista como impeditiva
à pretensão de uma centralidade militar no cenário político
nacional. Tratou-se, portanto, de um golpe com viés
corporativo, já que ideais políticos modernizantes, contidos
no reformismo republicano, estavam também incluídos na
pauta do último gabinete monárquico.
QUESTÃO 61
_21_3FUV_1F_HIS_LT_L1_Q06

Clifford Berryman, Washington Star, 5 jan. 1934,


Biblioteca do Congresso dos EUA. (Adaptado)

Os “remédios” do New Deal propostos por Roosevelt


para recuperar a economia norte-americana consistiam,
resumidamente, em

(A) contenção de gastos públicos, privatizações e arrocho


salarial temporário, conforme o receituário liberal.
(B) financeirização da economia e aumento dos pedidos de
empréstimos feitos aos bancos europeus.
(C) investimentos públicos em infraestrutura, consolidação
da seguridade social e regulação do mercado.
(D) estatização de empresas privadas, regularização do
mercado financeiro e planificação da economia.
(E) aumento dos gastos militares e reconversão do dólar a
moeda universal, substituindo o padrão-ouro.

Gabarito: C

O New Deal buscou reconstruir a economia norte-


-americana, prostrada após a Crise de 1929. Os investimentos
maciços e públicos na infraestrutura do país estimularam o
crescimento do emprego, da renda e, com isso, do consumo
das famílias. Enquanto isso, o sistema de seguridade social
(também financiado pelo Estado, de início) assegurou a
transição do desemprego ao emprego. Por fim, a maior
regulação do mercado buscou dar mais estabilidade ao
financeirismo.
QUESTÃO 62
_21_3FUV_1F_HIS_PH_L1_Q03
O integralismo foi levado pela palavra mágica de Plínio
Salgado, pregando a todos o novo evangelho. O milagre do
integralismo culminou no dia 18 de julho, porque nesse dia,
na Avenida Paulista, o comunismo armou o braço de um
judeu estrangeiro para assassinar o Chefe. Nesse exato dia,
295 caboclos guarapuavenses se inscreveram e vestiram a
camisa verde. Foi a voz do oeste, a voz brasileira do sertão,
a voz da própria terra respondendo ao eco das balas que
fuzilaram no bairro burguês de São Paulo.
“O integralismo nos sertões do Paraná”. In: Acção,
São Paulo, ano I, n. 300, 3 out. 1937. p. 7.

A nota publicada pelo jornal da Ação Integralista Brasileira


(AIB) contém elementos sugestivos do integralismo
brasileiro. Entre as características marcantes desse
movimento, observam-se, no trecho,

(A) elementos da ideologia pacifista, concepção vulgar de si


e léxico estrangeirista.
(B) alusões ao culto personalista de poder, referencial
antissemita e linguagem religiosa.
(C) indicativos de inspiração democrática e hipervalorização
da vida campesina e secular.
(D) referências ao nacionalismo, características pequeno-
-burguesas e exemplos de racismo.
(E) simbologias da social-democracia europeia, traços de
sionismo e vocabulário nacionalista.

Gabarito: B

O excerto selecionado contém vários elementos alusivos à


forma de manifestação política e de figuração estética do
integralismo, movimento brasileiro inspirado no fascismo
europeu dos anos 1930. O culto personalista ao poder se
observa na reverência com que trata a pessoa do líder,
Plínio Salgado (“a palavra mágica”, “o Chefe”); a rivalidade
com o comunismo se funde ao preconceito contra os judeus
na parte que narra a versão da AIB sobre um atentado que
Plínio Salgado sofreu em São Paulo, durante um desfile
público da agremiação, supostamente praticado por um
grupo judeu da Rússia; e, finalmente, a linguagem religiosa
é evidenciada nas metáforas que se referem ao movimento
integralista, ao afirmar ser ele um “novo evangelho”, bem
como no ato de crescer como por “milagre”, assim como
a coincidência do registro de filiados no interior do Paraná
ter acontecido no mesmo dia do atentado em São Paulo,
sugerindo uma razão divina para os acontecimentos.
QUESTÃO 63
_21_3FUV_1F_HIS_LT_L1_Q02
É interessante identificarmos na Declaração de
Independência das Treze Colônias longos trechos extraídos
das ideias de Locke. O filósofo inglês, ao pretender justificar
um movimento em sua terra, acabou servindo de base,
quase um século depois, para um movimento contra o
domínio da Inglaterra, a mesma Inglaterra que Locke tanto
amava.
Leandro Karnal et al. História dos Estados Unidos:
das origens ao século XXI. São Paulo: Contexto, 2007. p 82.

Considerando seus conhecimentos sobre o assunto, é


correto afirmar que o texto mostra que

(A) os líderes das Treze Colônias se opunham às ideias


iluministas.
(B) o absolutismo foi referência para criar o modelo
republicano estadunidense.
(C) as massas se aproximaram dos ideais franceses durante
a Guerra de Secessão.
(D) a elite sulista incorporou as ideias de igualdade de Locke
e se tornou favorável à abolição.
(E) os colonos norte-americanos se apropriaram do
contratualismo inglês na luta pela independência.

Gabarito: E

O texto mostra que, por ironia da História, os colonos norte-


-americanos se apropriaram de passagens dos textos liberais
de John Locke, autor inglês que pregava o contratualismo
e a liberdade de governo em sua nação. Desse modo, a
teoria lockiana, que impulsionou a mudança política na
metrópole, acabou por dar esteio à independência de uma
de suas colônias.
QUESTÃO 64
_20_3FUV_1F_HIS_LM_L1_Q07
No correr da década de 1980, foi tornando-se claro para
o empresariado que a retomada do crescimento econômico
e a redução das tensões sociais já não poderiam depender
da presença dominante do Estado no sistema produtivo.
Pelo contrário, elas dependeriam da ampliação do grau de
associação da burguesia local com o capital estrangeiro e
envolveriam concessões liberalizantes em relação ao padrão
de desenvolvimento anterior.
Brasílio Sallum Júnior. “O Brasil sob Cardoso: neoliberalismo e
desenvolvimentismo”. Tempo Social. São Paulo, v. 11, n. 2, out. 1999.

A política econômica adotada nos anos 1990, sobretudo no


governo de Fernando Henrique Cardoso, objetivou atender
aos anseios do grupo mencionado no texto. Essa política
econômica foi responsável por levar o Brasil

(A) ao desenvolvimento econômico e ao fim da dívida


externa.
(B) à desaceleração do desemprego e à estabilidade
econômica.
(C) à ampliação dos direitos sociais e à valorização do
salário mínimo.
(D) a poucos avanços no campo social e a um processo de
privatizações.
(E) a melhores relações com os EUA e à menor integração
com os países sul-americanos.

Gabarito: D

O trecho do texto mostra os anseios do empresariado


que se tornaram características marcantes do governo
FHC: a predominância do neoliberalismo econômico e as
privatizações em detrimento da presença do Estado na
economia, o que fez com que esse governo também ficasse
marcado por não conseguir implementar reformas que
resolvessem o problema da desigualdade social no Brasil.
QUESTÃO 65
_21_3FUV_1F_HIS_LT_L1_Q05
Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negro
Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário
Depois prenderam os miseráveis
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável
Depois agarraram uns desempregados
Mas como tenho meu emprego
Também não me importei
Agora estão me levando
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo.
Bertolt Brecht. “É preciso agir”. In: Bertolt Brecht Poesia.
André Vallias (Trad.). São Paulo: Perspectiva, 2019. p. 224.

Brecht era crítico à ideologia propagada por Adolf Hitler.


Prevendo uma catástrofe, tão logo este se tornou chanceler
do Reich, o poeta deixou a Alemanha. Considerando o
contexto histórico do entreguerras, é correto afirmar que,
nesse poema, o eu lírico

(A) combate os projetos supranacionalistas vigentes nos


anos 1930.
(B) propõe que a luta política seja encarada de forma
idealizada.
(C) apela para a solidariedade humanista contra a
perseguição nazista.
(D) prega atitudes individualistas como forma de resistência
ao totalitarismo.
(E) defende a união da classe operária para pôr fim aos
conflitos trabalhistas.

Gabarito: C

No poema, o eu lírico faz uma autocrítica sobre como a


sua falta de solidariedade acabou se voltando contra ele
mesmo. Já no período entreguerras, observava-se que, no
plano arianista, negros, judeus e outras minorias étnicas e
ideológicas deveriam ser perseguidos em prol de um projeto
totalitário de poder. De dentro desse caos, Brecht apela para
a solidariedade humanista contra a aparente acomodação
(ou silenciosa concordância) da sociedade alemã.
QUESTÃO 66
_21_3FUV_1F_HIS_PH_L1_Q05

ANGELI. “Fantasias de Carnaval”. In: Os broncos também amam.


Porto Alegre: L&PM, 2007.

Em 1986, quando atuava na revista Chiclete com Banana, o


cartunista Angeli sugeriu algumas fantasias de Carnaval aos
leitores. Nesse cartum, seu objetivo era
(A) mostrar a alegria do povo brasileiro com o advento da
Nova República.
(B) coagir os parlamentares a elaborarem uma Constituição
de perfil conservador.
(C) comemorar a participação dos diferentes setores da
sociedade no novo governo.
(D) valorizar as conquistas progressistas dos governos
anteriores à redemocratização.
(E) criticar a configuração política do primeiro governo civil
após o fim do regime militar.

Gabarito: E

O cartum incorpora à moda, ironicamente, as contradições


entre o arcaico e o novo no primeiro governo civil da Nova
República, já que muitos cargos políticos foram ocupados
por antigos apoiadores do regime militar. Caso emblemático
é o do primeiro presidente do período, José Sarney,
político maranhense advindo do ARENA, partido que dava
sustentação aos militares.
QUESTÃO 67
_21_3FUV_1F_HIS_LT_L1_Q03
O drama mais óbvio deste período foi econômico e
tecnológico: o ferro derramando-se em milhões de toneladas
pelo mundo [...]. Era o drama do progresso, a palavra-chave
da época: maciço, iluminado, seguro de si mesmo, satisfeito,
mas, acima de tudo, inevitável.
Eric Hobsbawm. A Era do Capital: 1848-1875. Luciano Costa Neto (Trad.).
São Paulo: Paz e Terra, 2012. p. 20. (Adaptado)

A expressão “drama do progresso”, formulada pelo autor,


traduz a expansão do capitalismo no século XIX, pois
(A) associa a crise econômica ao surgimento do
nazifascismo.
(B) indica os aspectos igualitários do desenvolvimento
financeiro.
(C) reflete a atitude generosa dos europeus para com as
nações africanas.
(D) compreende tal processo como os pensadores
positivistas dessa época.
(E) relaciona o desenvolvimento tecnológico à exploração
do trabalho humano.

Gabarito: E

A expressão “drama do progresso” imprime negatividade


ao processo de expansão do capitalismo no século XIX.
Em outras palavras, o autor sugere que, embora fosse um
período de descobertas científicas e de inquestionáveis
avanços em produtividade industrial e tecnologia, tal
expansão acarretou um novo ciclo de exploração do trabalho
humano nas metrópoles e uma ferrenha dominação de
povos, principalmente na Ásia e na África.
QUESTÃO 68
_21_3FUV_1F_HIS_LT_L1_Q04
A completa derrota da França, que culminou com o fim
do Segundo Império Francês, criou novo equilíbrio de poder
na Europa, com a Alemanha substituindo a França como
potência hegemônica no continente europeu. É verdade
que o equilíbrio era apenas aparente, já que o poder da
Alemanha representava, definitivamente, o fim do sistema
criado com o Congresso de Viena.
Armando Vidigal. “Guerras da Unificação Alemã”.
In: Demétrio Magnoli (Org.). História das Guerras.
São Paulo: Contexto, 2006. p. 314.

Com o fim da Guerra Franco-Prussiana e a consolidação do


poder do Império Alemão na Europa,

(A) permaneceu inalterada a correlação de forças militares


e diplomáticas na Europa.
(B) sustaram-se as reivindicações sociais em favor da queda
de regimes monárquicos.
(C) houve cooperação entre Alemanha e França para o
redesenho de suas fronteiras nacionais.
(D) surgiram novas tensões relacionadas ao domínio
imperialista na Ásia, na África e no Oriente Médio.
(E) estabeleceu-se um acordo entre as nações e os impérios
europeus para um desarmamento gradual.

Gabarito: D

O período ao qual o texto faz referência ficou conhecido


como “Paz Armada” e caracterizou-se por uma corrida
armamentista entre o Império Alemão, a Inglaterra e
a França que se espraiou para todas as nações aliadas.
Na visão de muitos analistas do início do século XX, as
disputas imperialistas dentro e fora da Europa resultariam
inevitavelmente em um conflito armado de enormes
proporções – o que de fato ocorreu a partir de 1914, com a
Primeira Guerra Mundial.
QUESTÃO 69
_21_3FUV_1F_QUI_EW_L1_Q01
As estruturas eletrônicas das moléculas refletem muito
em sua geometria. Com base na geometria, por exemplo,
é possível identificar como se comporta a polaridade das
moléculas.
Sobre essa análise, foram feitas as seguintes afirmações:
I. Toda molécula angular será polar.
II. Toda molécula piramidal será polar.
III. Toda molécula linear será apolar.
IV. Toda molécula tetraédrica será apolar.

Está correto o que se afirma em

(A) I, apenas.
(B) IV, apenas.
(C) I e II, apenas.
(D) I e IV, apenas.
(E) I, II, III e IV.

Gabarito: C

Afirmação I: correta. Toda molécula angular é polar


porque a geometria gera uma natural assimetria de nuvens
eletrônicas, o que provoca uma polarização. Mesmo no
caso do ozônio, que é uma substância simples (de maneira
geral, substâncias simples são apolares), devido à geometria
angular e à ressonância entre os pares eletrônicos, essa
molécula também é polar.
Afirmação II: correta. Toda molécula piramidal é polar
porque a geometria gera uma natural assimetria de nuvens
eletrônicas, o que provoca uma polarização. No caso da
geometria piramidal, mesmo se os ligantes do átomo
central forem iguais, os vetores momento dipolar não estão
no mesmo plano, e, dessa forma, o vetor momento dipolar
resultante é diferente de zero – é o caso da molécula NH3,
que é polar.
Afirmação III: incorreta. Em casos de moléculas diatômicas,
quando os átomos são iguais, a molécula é apolar; quando
os átomos são diferentes, a molécula é polar. Em casos de
moléculas triatômicas lineares, se os ligantes do átomo
central forem iguais, a molécula é apolar, pois apresenta
simetria de nuvens eletrônicas; se os ligantes do átomo
central forem diferentes, a molécula é polar em função da
assimetria de nuvens.
Afirmação IV: incorreta. As moléculas tetraédricas cujos
ligantes do átomo central são iguais são apolares, pois
apresentam simetria de nuvens eletrônicas. Já as moléculas
tetraédricas com pelo menos um ligante do átomo central
diferente são polares em função da assimetria de nuvens.
QUESTÃO 70
_21_3FUV_1F_QUI_EW_L1_Q02
A indústria do plástico pode se beneficiar com o avanço
de uma pesquisa especial que envolve o uso de “polímeros
inteligentes” capazes de mudarem de cor para indicar
que o alimento acondicionado em embalagens plásticas
não está em condições adequadas de consumo. De acordo
com Marcia Pires, pesquisadora de ciência de polímeros da
Braskem, quando alguns alimentos perdem a sua qualidade,
liberam, naturalmente, alguns compostos químicos que são
detectados pelo “polímero inteligente” desenvolvido, o que
gera a mudança de cor da embalagem. “No caso do estudo
desenvolvido por nós, até o momento, as alterações no pH
dos alimentos são determinantes para que a embalagem
‘avise’ que o produto está inadequado para consumo”.
“Estudo com ‘polímeros inteligentes’ avança e pode gerar novos
negócios para a indústria do plástico”.
Disponível em: <https://mundodoplastico.plasticobrasil.com.br>.
Acesso em: 11 abr. 2021. (Adaptado)

Qual estrutura polimérica apresentada nas alternativas


teria possibilidade de atuar como um polímero inteligente,
conforme descrito na pesquisa?

(A) H H
C C
H H
n
(B)
n

O O

(C)
H H
C C
H H3C
n

(D)
CH3 H
C C
H H3C
n

(E)
H C
C
C
n
H H

Gabarito: B

Alterações no pH implicam alteração na concentração


de H3O+ e de OH–. Assim, deve-se procurar compostos
sensíveis à presença desses íons. O composto apresentado
na alternativa B é o PDMAEMA, um polímero que tem
ésteres em sua cadeia lateral. A acidez do meio em que
esse polímero estiver possibilita a hidrólise e a quebra da
ligação éster, o que modifica substancialmente a estrutura
polimérica. Essa modificação na estrutura do polímero
indica uma mudança de pH do meio.
QUESTÃO 71
_21_3FUV_1F_QUI_EW_L1_Q04
A reação de neutralização entre ácidos e bases apresenta
uma entalpia padrão associada: a entalpia padrão de
neutralização. Essa entalpia é a energia liberada na reação
entre 1 mol de íons H+ e 1 mol de íons OH– para a formação
de 1 mol de H2O, como apresentado a seguir.
°
H+(aq) + OH‒(aq) → H2O() ∆Hneut = ‒57,7 kJ/mol
Quando se realiza uma titulação ácido-base no interior de
um calorímetro, é possível associar o calor liberado (variação
de temperatura) ao ponto de equivalência, situação na qual
ocorre neutralização total.
Foram realizadas em laboratório cinco titulações de
amostras distintas de ácidos, todas inicialmente a 25 °C,
com solução molar de NaOH, visando determinar a solução
do ácido mais forte. A tabela apresenta as temperaturas
máximas obtidas durante a titulação das soluções de ácido.
Inicialmente, todas as soluções ácidas tinham o mesmo
volume e a mesma concentração, e as titulações foram
realizadas com o mesmo volume de solução molar de NaOH.

Amostra Temperatura máxima obtida (°C)


I 25,7
II 26,3
III 27,8
IV 29,6
V 29,8

Pela análise das temperaturas máximas obtidas, é correto


afirmar que o ácido mais forte é o da amostra

(A) I.
(B) II.
(C) III.
(D) IV.
(E) V.

Gabarito: E

Como todas as amostras de ácido apresentavam a mesma


concentração e como foram utilizados os mesmos volumes
de NaOH durante as titulações, é correto afirmar que a
amostra que possibilitou o maior aumento de temperatura
foi aquela que liberou o maior número de mols de íons H+,
uma vez que o calor liberado é diretamente proporcional
ao número de mols de íons H+ e OH‒ reagentes. Com isso, a
amostra V é a que deve apresentar o ácido mais forte entre
os analisados.
QUESTÃO 72
_21_3FUV_1F_QUI_EW_L1_Q05
Algumas reações podem ser aceleradas quando há aumento
da concentração de um reagente. Isso pode ser evidenciado
de maneira direta pela lei de velocidade de uma reação.
Na reação de decomposição de O3 em O2, por exemplo, ela
pode ser catalisada pela ação do radical C, e as quantidades
presentes de ozônio e de radicais cloro importam para a
etapa lenta do processo reacional global, que é apresentado
a seguir.
O3 (g) + O(g) C
 (g )
→ 2 O2 (g)

Qual é a lei de velocidade dessa reação?

(A) v = k ⋅ [O3]
(B) v = k ⋅ [O3] ⋅ [O]
(C) v = k ⋅ [O3] ⋅ [C]
(D) v = k ⋅ [O3] ⋅ [O2]
(E) v = k ⋅ [O3] ⋅ [O2] ⋅ [C]

Gabarito: C

O texto afirma que a reação de decomposição de ozônio


ocorre em presença do catalisador cloro e que ambos são
importantes para a etapa lenta da reação. Como a etapa
lenta é aquela que determina a velocidade da reação,
conclui-se que a lei de velocidade do processo reacional é
v = k ⋅ [O3] ⋅ [C].
QUESTÃO 73
_21_3FUV_1F_QUI_FR_L1_Q02
O ácido ascórbico (vitamina C) é uma substância presente em
frutas cítricas e é essencial para o funcionamento adequado
do sistema imunológico. Em sua estrutura química, existem
várias funções orgânicas, como a função álcool. Essa função
pode ser identificada pela reação entre a vitamina C e o
reagente de Jones, que é uma solução de ácido crômico
e ácido sulfúrico, como apresentado na imagem. Quando
a reação com o reagente de Jones forma um precipitado
verde constituído por sulfato crômico (Cr2(SO4)3), é possível
afirmar que a substância analisada apresenta função álcool
em sua composição.
HO HO
O
HO
HO
HO
HO H2SO4
CrO3 Cr2(SO4)3
+ +
O O
O HO O HO
O

A reação entre a vitamina C e o reagente de Jones baseia-se


na

(A) hidrólise de ésteres em ácidos carboxílicos.


(B) redução de grupos hidroxila em carboxilas ou carbonilas.
(C) conversão de álcoois em sais orgânicos e inorgânicos
como o Cr2(SO4)3.
(D) oxidação de álcoois primários e secundários em ácidos
carboxílicos e cetonas.
(E) transformação de um composto de cadeia fechada em
outro de cadeia aberta.

Gabarito: D

Primeiramente, é necessário analisar as fórmulas


estruturais das substâncias orgânicas (reagente e produto).
Com base nisso, é possível verificar que os álcoois primários
presentes na molécula de vitamina C são transformados em
ácidos carboxílicos. Além disso, os álcoois secundários são
convertidos em cetonas.
Nessa reação, o mesmo elemento químico (carbono
inicialmente ligado ao grupo hidroxila) aparece com
número de oxidação diferente no reagente e no produto.
Como o número de oxidação aumentou, o átomo perdeu
elétrons e passou por uma oxidação. Assim, conclui-se que
a reação entre a vitamina C e o reagente de Jones baseia-se
na oxidação de álcoois primários e secundários em ácidos
carboxílicos e cetonas, respectivamente.
QUESTÃO 74
_21_3FUV_1F_QUI_FR_L1_Q04
Os ésteres são substâncias utilizadas em sínteses orgânicas
e na composição de produtos alimentícios com o objetivo
de realçar aromas e sabores. O método mais utilizado
em processos industriais para a produção de ésteres é a
reação entre um ácido carboxílico e um álcool. Essa reação
é conhecida como reação de esterificação de Fisher, e um
exemplo dela é representado a seguir.
CH3COOH + C2H5OH → C4H8O2 + H2O

Considerando a reação entre 12 g de ácido acético e 9,2 g


de etanol, se o rendimento for de 60%, qual é a massa de
acetato de etila produzida?

(A) 0,20 g (D) 17,60 g


(B) 7,04 g (E) 60,00 g
(C) 10,56 g

Note e adote:
Massa molar: CH3COOH = 60 g/mol; C2H5OH = 46 g/mol;
C4H8O2 = 88 g/mol.

Gabarito: C

Considerando a equação balanceada, é possível verificar que


a proporção estequiométrica entre reagentes e produtos é
de 1 CH3COOH : 1 C2H5OH : 1 C4H8O2 : 1 H2O. Dessa forma,
1 mol de CH3COOH reage com 1 mol de C2H5OH para produzir
1 mol de C4H8O2 e 1 mol de H2O.

De acordo com o enunciado, foram utilizados 12 g de ácido


acético e 9,2 g de etanol. Diante desses valores e dos dados
de massas molares, tem-se:
60 g de CH3COOH  1 mol de CH3COOH
12 g de CH3COOH  x
x = 0,2 mol de CH3COOH

46 g de C2H5OH  1 mol de C2H5OH


9,2 g de C2H5OH  y
y = 0,2 mol de C2H5OH

Portanto, os reagentes estão em quantidade igual. Para um


rendimento de 100%, a quantidade de mols de acetato de
etila formada seria 0,2 mol, que equivale a:
1 mol de C4H8O2  88 g de C4H8O2
0,2 mol de C4H8O2  z
z = 17,6 g de C4H8O2

Dado que o rendimento da reação foi de 60%, a massa de


acetato de etila produzida é dada por:
100%  17,6 g de C4H8O2
60%  w
w = 10,56 g de C4H8O2
QUESTÃO 75
_21_3FUV_1F_QUI_FR_L1_Q03
O cinamaldeído é uma molécula orgânica presente
no óleo essencial da canela e responsável por seu sabor e
aroma. [...] Apesar de existirem diferentes métodos para
sintetizar o cinamaldeído em laboratório, o processo mais
econômico é a destilação das cascas da canela por arraste
a vapor. Nessa técnica, o vapor de água é formado em
um recipiente aquecido e passado continuamente sobre
o balão de destilação, também aquecido, contendo água
e cascas da canela. Esse vapor de água vai carrear o óleo
essencial formado, que, depois de condensar no tubo de
vidro conhecido como condensador, é recolhido em um
frasco. Como o óleo e a água são imiscíveis, eles podem ser
facilmente separados.

Disponível em: <http://qnint.sbq.org.br>.


Acesso em: 24 abr. 2021. (Adaptado)

O condensador é um equipamento importante na destilação


descrita no texto, pois possibilita o(a)

(A) geração de uma substância pura em alta concentração.


(B) aquecimento da mistura e a evaporação do
cinamaldeído.
(C) separação de óleo essencial e água por meio da
decantação.
(D) ebulição de substâncias e do solvente que constituem
a mistura.
(E) resfriamento do cinamaldeído e da água em um
processo de liquefação.

Gabarito: E

O processo descrito envolve um método de separação de


misturas conhecido como destilação. Nesse processo, a
separação dos componentes na mistura é feita por meio
da diferença de temperatura de ebulição das substâncias.
Como descrito no texto, “o vapor de água é formado em
um recipiente aquecido e passado continuamente sobre
o balão de destilação, também aquecido, contendo água
e cascas da canela. Esse vapor de água vai carrear o óleo
essencial formado, que, depois de condensar no tubo de
vidro conhecido como condensador, é recolhido em um
frasco”. Dessa forma, o condensador atua possibilitando a
transformação física das substâncias do estado gasoso para
o estado líquido – processo conhecido como liquefação e
que, nesse caso, é possibilitado pelo resfriamento.
QUESTÃO 76
_21_3FUV_1F_QUI_LS_L1_Q01
O metamizol, vendido comercialmente como dipirona,
é o princípio ativo de um medicamento utilizado como
analgésico e antitérmico. Além de ser vendido na forma de
comprimido, a dipirona também pode ser vendida como
solução oral, na concentração de dipirona monoidratada de
500 mg/mL de medicamento, em embalagens de 10 mL de
solução.

Para uma empresa farmacêutica produzir 100 unidades


da solução oral descrita no texto, ela deve utilizar,
aproximadamente, quantos mols de dipirona monoidratada
em sua fabricação?

(A) 1,5 (D) 155,7


(B) 3,3 (E) 164,7
(C) 5,0

Note e adote:
Massa molar da dipirona monoidratada = 329,4 g/mol.

Gabarito: A

Como cada unidade do medicamento líquido deve conter


10  mL, é necessário produzir 1 000 mL de solução oral de
dipirona para produzir 100 unidades do medicamento.
Sabe-se que a concentração comum da solução é 500 mg/
mL, o que significa que cada 1 mL de solução tem 500 mg de
dipirona monoidratada. Dessa forma:

500 mg de
dipirona monoidratada  1 mL de solução
x  1 000 mL de solução
x = 500 g de dipirona monoidratada
Como 1 mol de dipirona monoidratada tem massa igual a
329,4 g, tem-se:
m 500
n= = ≅ 1, 5
M 329, 4
Portanto, a empresa farmacêutica vai precisar de,
aproximadamente, 1,5 mol de dipirona para produzir
100 unidades de medicamento líquido em solução oral.
QUESTÃO 77
_21_3FUV_1F_QUI_LS_L1_Q02
A tirinha apresentada ilustra uma situação que envolve
alguns conceitos químicos.

Bill Watterson. Calvin & Haroldo.


Sobre a tirinha, foram feitas as seguintes afirmações:
I. O efeito de humor do último quadrinho foi causado pelo
fato de o gás presente dentro do balão ser menos denso
do que o ar atmosférico.
II. Com o decorrer das horas, o balão vai murchar devido
ao efeito de difusão do gás presente em seu interior.
III. Se o balão do Calvin tivesse sido enchido com gás argônio
(40 g/mol), ele demoraria mais para murchar do que se
tivesse sido enchido com gás hélio (4 g/mol).

Está correto o que se afirma em

(A) I, II e III.
(B) II, apenas.
(C) III, apenas.
(D) I e III, apenas.
(E) II e III, apenas.

Gabarito: D

Afirmação I: correta. Os balões que “flutuam” no ar


geralmente têm gás hélio, que é um gás menos denso do
que o ar atmosférico. Por causa disso, balões com esse gás
flutuam e voam para longe.
Afirmação II: incorreta. À medida que as horas vão passando,
o balão de gás tende a murchar devido ao fenômeno de
efusão, que é a passagem de gás por orifícios pequenos.
Assim, aos poucos, o gás vai escapando pelos orifícios do
balão por meio da efusão gasosa.
Afirmação III: correta. Segundo a lei de efusão de Graham,
quanto maior a massa molar do gás, menor será sua
velocidade de efusão. Logo, esse gás escapará por orifícios
pequenos com maior dificuldade. Portanto, se o balão do
Calvin tivesse sido cheio com gás argônio, de massa molar
igual a 40 g/mol, ele iria demorar mais para murchar do que
se tivesse sido cheio com gás hélio. Quanto maior a massa
de um gás, mais difícil será a sua movimentação no espaço.
QUESTÃO 78
_21_3FUV_1F_QUI_LS_L1_Q03
Complexos lábeis são aqueles em que a substituição
de ligantes ocorre rapidamente, nos casos em que a
reação é termodinamicamente favorável. Já os complexos
inertes são aqueles em que a troca de ligantes, apesar de
termodinamicamente favorável, ocorre lentamente. Por
exemplo, embora a formação de aquo-complexos de Co
(III), a partir do hexa-aminocobalto (III), em meio ácido, seja
termodinamicamente favorável (Keq = 1 ∙ 1025), essa reação,
apresentada a seguir, pode demorar dias para ocorrer.
[Co(NH3)6 ]3+(aq) + 6 H3O+(aq)  [Co(H2O)6]3+(aq) + 6 NH4+(aq)
Francisco José Kurg; Fábio Rodrigo Piovezani Rocha.
Métodos de preparo de amostras para análise elementar.
São Paulo: EditSBQ, 2016. (Adaptado)

Nesse contexto, é correto afirmar que a velocidade da


reação pode ser aumentada se houver

(A) diminuição do pH do meio reacional.


(B) aumento da concentração de cátions NH4+.
(C) diminuição das concentrações de H3O+ e NH4+.
(D) diminuição da concentração de cátions [Co(NH3)6]3+.
(E) aumento do pH do meio reacional até a neutralidade,
que é 7.

Gabarito: A

De acordo com a reação, que ocorre em meio ácido,


é possível notar que, à medida que o pH diminui, a
concentração de H+ (também expressa por H3O+) aumenta.
Isso faz com que o equilíbrio reacional seja deslocado para
a direita, no sentido de produzir mais produtos e consumir
o excesso de ácido adicionado, conduzindo ao aumento da
velocidade da reação.
QUESTÃO 79
_21_3FUV_1F_QUI_LS_L1_Q04
Um sensor eletroquímico utilizado para detectar a
bactéria Bacillus anthracis, causadora da doença respiratória
antraz, foi desenvolvido por um grupo de cientistas da
Índia. Esse sensor identifica o DNA alvo da bactéria com
o uso de uma molécula de prova, o azul de metileno, que
auxilia na detecção indireta do DNA bacteriano. Como
apresentado na imagem, o azul de metileno, na presença
do DNA alvo, se conecta à estrutura da dupla-hélice e, à
medida que a concentração de DNA bacteriano aumenta
na superfície do sensor, a concentração de azul de metileno
também aumenta. Depois disso, os cientistas fazem uso
de uma técnica eletroquímica de análise que reduz o azul
de metileno, e a corrente eletroquímica gerada por esse
processo é traduzida em concentração de DNA bacteriano,
permitindo a detecção rápida desse microrganismo.

DAS, R. et al. “Electrochemical DNA sensor for anthrax


toxin activator gene atxA-detection of PCR amplicons”.
Biosensors and Bioelectronics, 2015. (Adaptado)

Com base nas informações do texto e na imagem, é correto


afirmar que o(a)

(A) dupla-hélice do DNA alvo é quebrada por meio da


doação de elétrons que é feita pela molécula de azul
de metileno.
(B) sensor eletroquímico atua como agente oxidante e
capta os elétrons livres presentes na molécula de azul
de metileno.
(C) detecção da bactéria causadora do antraz é realizada
por meio da doação de elétrons à molécula de azul de
metileno.
(D) DNA bacteriano atua como agente oxidante, forçando a
redução da molécula de azul de metileno na superfície
do sensor.
(E) azul de metileno perde elétrons para o sensor
eletroquímico, gerando uma corrente eletroquímica
capaz de detectar a bactéria.

Gabarito: C

No sensor eletroquímico descrito, a bactéria é detectada


por meio da redução da molécula de azul de metileno. Em
um processo de redução, a espécie química que se reduz
recebe elétrons que são doados pela espécie química que
é oxidada. Portanto, a detecção da bactéria causadora do
antraz apenas é possível porque ocorre uma doação de
elétrons à molécula de azul de metileno, causando a sua
redução eletroquímica. Esses elétrons são fornecidos por
meio da aplicação de um potencial elétrico, e uma fonte de
energia fornece os elétrons necessários para que a reação
de redução ocorra.
QUESTÃO 80
_21_3FUV_1F_FIS_AM_L1_Q01
Considere um automóvel que, partindo do repouso,
percorre um trajeto retilíneo com aceleração constante a
180 m /s
igual a . A análise do movimento realizado por esse
min
veículo permite concluir que a sua velocidade média entre
os instantes t1 = 1 s e t2 = 5 s vale
(A) 4 m/s.
(B) 5 m/s.
(C) 6 m/s.
(D) 8 m/s.
(E) 9 m/s.

Gabarito: E

A aceleração do automóvel, em unidades do SI, é:


180 m/s 180 m/s
a= = = 3 m/s2
min 60 s

Aplicando-se a equação horária da velocidade do MUV,


tem-se:
v = v0 + at
v = 0 + 3t
v = 3t

Para t1 = 1 s, a velocidade é:
v1 = 3 ⋅ 1 = 3 m/s

Para t2 = 5 s, a velocidade é:
v2 = 3 ⋅ 5 = 15 m/s

Então, a velocidade média do automóvel entre os instantes


t1 = 1 s e t2 = 5 s é:
v + v2 3 + 15
vm = 1 = = 9 m/s
2 2
QUESTÃO 81
_21_3FUV_1F_FIS_FT_L1_Q03
Um gás monoatômico ideal sofre uma transformação cíclica
A → B → C → D → A, conforme representado no diagrama
P × V.

A B
8
Pressão (105 N/m2)

2
D C

1 5
Volume (L)

Em cada ciclo representado, esse gás

(A) libera 800 J de calor.


(B) libera 3 000 J de calor.
(C) recebe 600 J de calor.
(D) recebe 2 400 J de calor.
(E) recebe 3 200 J de calor.

Gabarito: D

Em cada ciclo, a variação da energia interna é nula, ou seja,


∆U = 0.
O trabalho no ciclo é dado pela área interna do diagrama
apresentado, e é positivo por ser no sentido horário. Assim,
tem-se:
τ = 4 ⋅ 10‒3 ⋅ 6 ⋅ 105 = 2 400 J
Pela primeira lei da Termodinâmica, tem-se:
∆U = Q ‒ τ
0 = Q – 2 400
Q = 2 400 J
Como a quantidade de calor é positiva, o gás recebe calor
do meio externo.
QUESTÃO 82
_21_3FUV_1F_FIS_AM_L1_Q02
No arranjo mecânico apresentado, os blocos 1 e 2 estão
interligados por um fio ideal.
g
1

v (m/s)

1
t (s)
0 1 2 3 4 5 6 7 8

Considerando que o arranjo está inicialmente em repouso,


em t0 = 0, e que o correspondente gráfico mostra a variação
da velocidade do bloco 1 em função do tempo, qual é a
 
razão entre as massas dos blocos 1 e 2 m1 ?
 m 
2

(A) 16
(B) 17
(C) 18
(D) 19
(E) 20

Note e adote:
Desconsidere a ação de forças dissipativas.
Módulo da aceleração da gravidade local: g = 10 m/s2.

Gabarito: D

Pelo gráfico, é possível determinar a aceleração do sistema:


∆v 4 − 0
a= = = 0, 5 m/s 2
∆t 8 − 0
Como é solicitado que sejam desconsideradas forças
dissipativas atuantes no sistema, desconsidera-se a força de
atrito. Assim, isolando o arranjo, têm-se as forças atuantes:
a

N T a
T
1 2

P2 = m2g
P1 = m1g
FR = m ⋅ a
Bloco 1: T = m1a
 (+)
Bloco 2: m2 g − T = m2 a
m2 g = m1a + m2 a
m2 (10) = m1 (0, 5) + m2 (0, 5)
9, 5m2 = 0, 5m1
m1 9, 5 m1
= ⇒ = 19
m2 0, 5 m2
QUESTÃO 83
_21_3FUV_1F_FIS_AM_L1_Q03
No circuito elétrico apresentado, o amperímetro A é ideal e
indica uma corrente elétrica de intensidade 3 A.
R2 = 9 Ω
R1

R3 = 9 Ω
A

r = 0,5 Ω

ε = 30 V
Gerador

Considerando que os resistores R1, R2 e R3 são ôhmicos, qual


é, respectivamente, a resistência do resistor R1 e o valor da
potência P1 dissipada por ele?

(A) R1 = 5 Ω e P1 = 45 W
(B) R1 = 5 Ω e P1 = 25 W
(C) R1 = 5 Ω e P1 = 15 W
(D) R1 = 4 Ω e P1 = 36 W
(E) R1 = 4 Ω e P1 = 18 W

Gabarito: A

Considerando a diferença de potencial U = 30 V e a corrente


i = 3 A que passa pelo circuito, tem-se:
U = Req ⋅ i
30 = Req ⋅ 3 ⇒ Req = 10 Ω
A resistência equivalente do circuito é:
9
Req = + R1 + 0, 5
2
10 = 4 , 5 + R1 + 0, 5 ⇒ R1 = 5 Ω
A potência dissipada pelo resistor R1 é:
P1 = R1i2
P1 = 5 ⋅ 32 ⇒ P1 = 45 W
QUESTÃO 84
_21_3FUV_1F_FIS_FT_L1_Q01
O estudo da Dinâmica é muito importante para compreender
a causa dos movimentos que ocorrem por forças que atuam
para produzi-los. É uma área da Mecânica que aborda os
principais conceitos utilizados no dia a dia: as energias
mecânica, cinética e potencial e as aplicações das leis de
Newton. Considere as seguintes afirmações que ilustram
situações do dia a dia:
I. Um carro desce uma ladeira com velocidade constante
de 60 km/h. A força resultante sobre o carro é nula.
II. Um elevador subindo, com uma pessoa em seu interior,
é freado ao se aproximar de um andar até parar. Durante
esse movimento, a força que o piso exerce sobre a
pessoa é menor que o peso dela.
III. Uma criança pula em uma cama elástica. No instante
em que ela atinge a menor altura, imediatamente
antes de iniciar o movimento ascendente, com a
máxima deformação do tecido da cama elástica, a força
resultante que atua sobre ela é dirigida para cima.

De acordo com as leis de Newton, está correto o que se


afirma em

(A) I, apenas.
(B) I e III, apenas.
(C) II e III, apenas.
(D) I, II e III.
(E) nenhuma das afirmações é correta.

Gabarito: D

Afirmação I: correta. Se a velocidade do carro é constante,


sua aceleração é nula. Portanto, de acordo com as leis de
Newton, a força resultante é nula, pois FR = m ∙ a.
Afirmação II: correta. Se o elevador está subindo e sendo
freado, há uma aceleração contrária ao movimento, ou seja,
para baixo. Assim, a força resultante é para baixo. A força
peso que atua na pessoa é para baixo, e a normal (aplicada
pelo piso do elevador) é para cima. Como a resultante é
para baixo, a força peso é maior que a normal.
Afirmação III: correta. Ao atingir o ponto mais baixo, a
criança é lançada para cima. Assim, a força aplicada pela
cama elástica tem que ser maior que o peso da criança,
resultando em uma força resultante vertical para cima.
QUESTÃO 85
_21_3FUV_1F_FIS_FT_L1_Q04
O prisma de vidro é um instrumento óptico muito utilizado
para demonstrar a dispersão da luz, pois suas superfícies
retas refratam a luz que passa por ele. A imagem representa
um raio de luz monocromático que incide, do ar, em uma
das faces de um prisma transparente, de índice de refração
2, e emerge da outra face de volta para o ar.

30°

Raio
incidente

Qual é o desvio angular sofrido pelo raio de luz ao sair do


prisma, em relação ao ângulo do raio incidente na face do
prisma em que o raio de luz emerge?

(A) 15° (D) 60°


(B) 30° (E) 75°
(C) 45°

Note e adote:
Índice de refração do ar: n = 1,0.

Gabarito: A

Na figura a seguir, foi projetado o prolongamento do raio


incidente, bem como o raio emergente.

30°

Raio incidente 60° 30°


r
30° D

Na face incidente entre o ar e o prisma, o raio de luz não


sofre desvio, pois ele incide perpendicularmente à face.
Na face em que o raio de luz emerge, ele incide com um
ângulo de 30°, conforme a figura. Dessa forma, o ângulo
emergente é calculado pela lei de Snell–Descartes.
nprisma ⋅ sen i = nar ⋅ sen r
2 ⋅ sen 30° = 1 ⋅ sen r
2
sen r = ∴ r = 45°
2
Portanto, o desvio é dado por:
D = r – 30° = 45° – 30° = 15°
QUESTÃO 86
_21_3FUV_1F_FIS_TH_L1_Q02
Em uma indústria, foi necessário substituir uma chapa
metálica interna de um alto-forno. Para não interromper a
produção, a substituição foi feita estabilizando a temperatura
do forno em 250 °C. Ciente de que a chapa sofreria dilatação
dentro do forno e de que a peça substituída, após dilatada,
deveria ocupar a mesma área da original, o encarregado
da manutenção, portando os equipamentos adequados,
utilizou uma régua de 50 cm (em temperatura ambiente de
25 °C) do mesmo material da chapa para efetuar a medição
dentro do forno. Após a régua atingir a temperatura do
forno, o encarregado mediu a chapa com ela e obteve
22,10 cm × 10,45 cm. Ao retirar a régua do forno, ele aferiu
sua dimensão utilizando outro instrumento de medida e
verificou que ela havia aumentado 0,25 cm em relação ao seu
comprimento inicial em temperatura ambiente.
Diante disso, o encarregado concluiu que a área da nova chapa,
em temperatura ambiente, deveria ser de, aproximadamente,
(A) 222,9 cm2. (D) 231,0 cm2.
(B) 226,4 cm2. (E) 233,2 cm2.
(C) 228,7 cm2.

Note e adote:
Coeficiente de dilatação linear da chapa metálica e da régua: 22 ⋅ 10‒6 °C‒1.
Desconsidere possíveis perdas de calor após retirar a régua do forno.

Gabarito: C

Como a medição da chapa foi feita a 250 °C, a chapa e a


régua estavam dilatadas e, portanto, as medidas da chapa
foram maiores do que elas realmente são na temperatura
ambiente.
Considerando o coeficiente de dilatação linear do material
fornecido, é possível calcular a dilatação linear da chapa.
Essa dilatação é dada por:
∆L = L0 ∙ α ∙ ∆T
Como ∆L = Lf – L0, sabendo que α = 22 ⋅ 10–6 °C–1 e que
∆T = 250 – 25 = 225 °C, tem-se:
∆L = L 0 ⋅ α ⋅ ∆T
L f − L 0 = L 0 ⋅ α ⋅ ∆T
L f = L 0 ⋅ (1 + α ⋅ ∆T)
Lf Lf
L0 = =
1 + α ⋅ ∆T 1 + 22 ⋅ 10 −6 ⋅ 225
Lf
L0 =
1, 00495
Considerando cada medição feita pela régua, em que Lf é a
medida da chapa obtida a 250 °C e L0 é a medida da chapa a
25 °C, para Lf = 22,10 cm, tem-se:
22,10
L0 = ≅ 21, 991 cm
1, 00495
Para Lf = 10,45 cm, tem-se:
10, 45
L0 = ≅ 10, 399 cm
1, 00495
Portanto, a área da chapa metálica em temperatura
ambiente (25 °C) é:
A ≅ 21, 991 ⋅ 10, 399 ≅ 228, 7 cm2

É possível calcular a área da chapa considerando o


coeficiente de dilatação superficial (β, em que β = 2α).
Como a área a 250 °C é A = 22,10 ∙ 10,45 = 230,945 cm2 e
β = 2 ⋅ 22 ⋅ 10–6 = 44 ⋅ 10–6 °C–1, a área da chapa na temperatura
ambiente (A0) é:
A = A 0 ⋅ (1 + β ⋅ ∆T)
A 230, 945
A0 = =
1 + β ⋅ ∆T 1 + 44 ⋅ 10 −6 ⋅ 225
230, 945
A0 = ≅ 228, 7 cm2
1, 0099

Outra maneira de determinar a área da chapa a 25 °C é


considerando a dilatação da régua. Se a régua passou de
50 cm para 50,25 cm, ela aumentou em 0,5%. Como a régua
e a chapa são do mesmo material, a dilatação delas é igual.
Portanto, as medidas da chapa a 250 °C equivalem a 100,5%:
22,10 cm  100,5%
x  100%
22,10 ⋅ 100
x= ≅ 21, 990 cm
100, 5

10,45 cm  100,5%


y  100%
10, 45 ⋅ 100
y= ≅ 10, 398 cm
100, 5

Portanto, a área da chapa metálica na temperatura ambiente


(25 °C) é:
A ≅ 21, 990 ⋅ 10, 398 ≅ 228, 7 cm2
QUESTÃO 87
_21_2FUV_1F_FIS_FT_L1_Q03
A temperatura interna do congelador de uma geladeira
doméstica pode chegar a −5 °C. Para produzir gelo a essa
temperatura, uma pessoa colocou um copo de plástico
com 200 g de água, a 20 °C, no congelador da geladeira,
e descobriu que a água começou a solidificar depois de
32 min. Para obter gelo na temperatura desejada a partir
do início da solidificação, a pessoa deve esperar

(A) 7,5 min.


(B) 120 min.
(C) 132 min.
(D) 150 min.
(E) 154 min.

Note e adote:
Considere a potência do congelador constante e despreze as trocas de
calor com o copo.
Temperatura de solidificação da água = 0 °C.
Calor específico da água = 1 cal/g ⋅ °C.
Calor latente de fusão do gelo = 80 cal/g.
Calor específico do gelo = 0,5 cal/g ⋅ °C.

Gabarito: C

A quantidade de calor para resfriar a água a 20 °C até 0 °C


é dada por:
Q = m ⋅ cágua ⋅ ∆T
Q = 200 ⋅ 1 ⋅ (−20) = −4 kcal

Assim, a potência do refrigerador é igual a:


Q 4000
Pot = = = 125 cal/min
∆t 32

Para solidificar 200 g de água, é preciso uma quantidade de


calor igual a:
Q' = m ⋅ Lsolid
Q' = 200 ⋅ (−80) = −16 kcal

Para esfriar o gelo a 0 °C até –5 °C, é preciso uma quantidade


de calor igual a:
Q'' = m ⋅ cgelo ⋅ ∆T
Q'' = 200 ∙ 0,5 ⋅ (−5) = −500 cal

Portanto, a quantidade total de calor necessária é igual a:


Q total = −16 000 − 500 = −16 500 cal

Logo, o tempo necessário para essa transformação é dado


por:
Q 16500
Pot = total ⇒ 125 =
∆t ∆t
∆t = 132 min
QUESTÃO 88
_21_ENEM_FIS_AG_L2_Q05
Na figura, são apresentados dois fios condutores (F1 e F2) nos
quais percorrem correntes elétricas de mesma intensidade
e direção. Abaixo desses fios condutores, e equidistante a
eles, há um ponto P.
i i

F1 F2

A alternativa que representa corretamente o vetor campo


magnético no ponto P é:

(A)

(B)

(C)

(D)

(E)

Gabarito: D

Como o ponto P está equidistante dos fios condutores, a


intensidade do campo magnético gerado pelo fio F1 e pelo
fio F2 nesse ponto será igual.
Sendo B1 e B2 os campos magnéticos gerados,
respectivamente, pelos fios F1 e F2, a representação dos
vetores desses campos pode ser apresentada como na
figura a seguir:
i i

F1 F2
B1

P Bresultante

B2

Traçando o campo resultante de B1 e B2, o campo resultante


é horizontal e aponta para a direita.
QUESTÃO 89
_21_ENEM_FIS_FM_L6_Q01
A máquina de Atwood é um aparato experimental
desenvolvido pelo britânico George Atwood no século XVIII.
Esse aparato consiste em uma polia percorrida por um fio.
Nas extremidades desse fio são colocadas duas massas,
M e m. A diferença entre essas massas faz com que o
sistema acelere, permitindo investigações sobre a dinâmica
rotacional do sistema e as leis de Newton.
Os dois aparatos esquematizados na imagem representam
duas máquinas de Atwood. Uma delas contém massas M
e m, M > m (Figura I), e a outra contém massas 2M e 2m,
2M > 2m (Figura II).

m M 2m 2M

Figura I Figura II

Considerando que as cordas e as polias são ideais e que o


sistema está livre de qualquer tipo de atrito, e que a1 e a2
são os módulos das acelerações dos blocos nas situações
das figuras I e II, respectivamente, e que T1 e T2 são as forças
de tração nas mesmas condições, conclui-se que:

(A) a1 = a2 e T1 = T2
(B) a1 = 2a2 e T1 = 2T2
(C) a1 = a2 e T2 = 2T1
(D) a2 = 2a1 e T2 = 2T1
(E) a2 = 2a1 e T1 = T2

Gabarito: C

Para um sistema de massas m1 e m2, m2 > m1 genérico, a


força resultante será FR = P2 − P1 = (m2 − m1 ) ⋅ g .
Assim, a aceleração, pela segunda lei de Newton, é dada por:
(m − m1 ) ⋅ g
FR = Msist ⋅ a ⇒ (m2 − m1 ) ⋅ g = (m2 + m1 ) ⋅ a ∴ a = 2
m2 + m1
Por fim, no corpo de maior massa (m2), tem-se:
(m − m1 )⋅ g ∴
FR = m ⋅ a ⇒ P2 − T = m2 ⋅ g − T = m2 ⋅ 2
m2 + m1
2m ⋅ m
∴ T = 1 2 ⋅g
m2 + m1
Sendo a1 e a2 as acelerações nas figuras I e II, respectivamente,
e sendo T1 e T2 as trações nas mesmas condições, têm-se:

a1 =
(M − m) ⋅ g
M+m a1 = a2
a2 =
(2M − 2m) ⋅ g = (M − m) ⋅ g
2M + 2m M+m
2Mm
T1 = ⋅g
M+m
T2 = 2T1
2 ⋅ (2M) ⋅ (2m) 4Mm
T2 = ⋅g = ⋅g
2M + 2m M+m
QUESTÃO 90
_21_ENEM_FIS_FT_L3_Q03
Em uma festa de aniversário, uma criança chamou a atenção
das outras ao atritar um balão de borracha (bexiga) no
próprio cabelo e, imediatamente após esse atrito, colocar
o balão em contato com a parede; ele ficou grudado nela
por alguns instantes. Logo após o atrito, as outras crianças
também perceberam que os cabelos da criança que atritou
o balão ficaram arrepiados.

Fisicamente, ocorre migração de elétrons do cabelo para o


balão durante o atrito entre ambos. Sabendo que a parede
é eletricamente neutra, o balão ficou grudado na parede e o
cabelo da criança ficou arrepiado porque

(A) o balão doou elétrons para o cabelo e ficou eletrizado


positivamente e, por isso, grudou na parede, que passou
a ficar eletricamente negativa.
(B) ambos ficaram eletricamente positivos; o balão grudou
na parede por induzir carga negativa nela e os cabelos
ficaram arrepiados por terem mesma carga.
(C) ambos ficaram eletricamente negativos; o balão induziu
cargas positivas na parede, por isso ficou grudado, e
os fios do cabelo ficaram arrepiados devido à repulsão
entre eles.
(D) o balão, carregado negativamente, induziu cargas
positivas no cabelo e na parede; ele grudou na parede
por terem cargas opostas e os fios ficaram arrepiados
por terem mesma carga.
(E) o balão ganhou elétrons do cabelo, ficando
negativamente carregado e induzindo cargas opostas
na parede, e os fios do cabelo ficaram eletrizados com
carga positiva, sofrendo repulsão entre eles.

Gabarito: E

O cabelo perde elétrons durante o atrito com o balão e,


por isso, fica eletrizado positivamente, enquanto o balão
fica com carga negativa. Os fios de cabelo, que são leves,
se repelem, por estarem carregados com carga de mesmo
sinal, e ficam arrepiados.
Por fim, como o balão estava negativamente carregado e a
parede era neutra, o balão induziu cargas opostas (positivas)
na parede.

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