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GRAMÁTICA

ÚLTIMOS 10 ANOS
2ª FASE - FUVEST
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SUMÁRIO

MORFOLOGIA ...........................................................................................................................................................05
MORFOSSINTAXE................................................................................................................................................... 13
PONTUAÇÃO ............................................................................................................................................................. 24
FIGURAS DE LINGUAGEM ............................................................................................................................. 27
ENUNCIAÇÃO, TEXTO E DISCURSO ..................................................................................................... 32

Gabarito: MORFOLOGIA ................................................................................................................................. 76


Gabarito: MORFOSSINTAXE ....................................................................................................................... 78
Gabarito: PONTUAÇÃO ................................................................................................................................... 82
Gabarito: FIGURAS DE LINGUAGEM ................................................................................................... 83
Gabarito: ENUNCIAÇÃO, TEXTO E DISCURSO ........................................................................... 84
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MORFOLOGIA

1. (Fuvest) Leia o texto e responda à questão.

"Eu só quero a minha liberdade de volta". O pedido é um dos mais comuns entre
as crianças e os adolescentes que viram suas vidas se transformarem há mais de
quatro anos, quando a barragem de Fundão, da mineradora Samarco, se
rompeu, formando um tsunami de rejeitos de minério que engoliu o vilarejo
rural de Bento Rodrigues, em Mariana (Minas Gerais), e atingiu outros distritos da
região. Após a tragédia, as famílias dos atingidos foram alocadas em casas
alugadas em Mariana. Recomeçar urna nova rotina, no entanto, não tem sido
fácil para os jovens. Além da adaptação ao novo território, as crianças também
sofrem com o preconceito e o bullying. "Ainda há uma hostilização por parte dos
moradores de Mariana. No início, quando eles frequentavam as mesmas escolas,
eles eram chamados de pé de lama e marilama. Muitas vezes, eram culpados
pelo encerramento das atividades da Samarco. Grande parte das falas das
crianças são uma reprodução das dos adultos”, explica a psicóloga. Apesar de os
jovens das cidades atingidas estarem estudando em instituições de ensino
próprias, havia relatos de que eles evitavam circular na cidade com o uniforme
da Escola Municipal de Bento Rodrigues, por exemplo.

H. Mendonça. “Filhos e Órfãos de Mariana e Brumadinho enfrentam a infância


interrompida por um tragédia que não acabou”. Adaptado.

a) Explique o processo de formação da palavra “marilama”, sublinhada no texto,


identificando as semelhanças sonoras entre as formas originárias que se
sobrepõem nessa nova formação.

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b) Identifique uma atitude dos jovens do vilarejo rural de Bento Rodrigues que
revele a tentativa de apagamento de suas identidades. Justifique sua resposta.

2. (Fuvest) Tenho utilizado o conceito de precariado num sentido bastante


preciso que se distingue, por exemplo, do significado dado por Guy Standing e
Ruy Braga. Para mim, precariado é a camada média do proletariado urbano
constituída por jovens-adultos altamente escolarizados com inserção precária
nas relações de trabalho e vida social.
Para Guy Standing, autor do livro The Precariat: The new dangerous class, o
precariado é uma “nova classe social” (o título da edição espanhola do livro é
explícito: Precariado: una nueva clase social). Ruy Braga o critica, com razão,
salientando que o precariado não é exterior à relação salarial que caracteriza o
modo de produção capitalista, isto é, o precariado pertence
sim à classe social do proletariado, sendo tão-somente o “proletariado
precarizado”. (...) Por outro lado, embora Ruy Braga (no livro A política do
precariado) esteja correto em sua crítica do precariado como classe social
exterior à relação salarial, ele equivoca-se quando identifica o precariado
meramente com o “proletariado precarizado”, perdendo, deste modo, a
particularidade heurística do conceito capaz de dar visibilidade categorial às
novas contradições do capitalismo global.

Giovanni Alves, O que é precariado?. Disponível em https://blogdaboitempo.com.br/.


Adaptado.

a) Explique o processo de formação da palavra “precariado”, associando-o ao seu


significado.

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b) Qual a função sintática da expressão “com razão” e o seu sentido na


construção do texto?

3. (Fuvest) Considere os textos para responder à questão.

I. A tônica é que os pequenos jogadores da equipe de futebol Javalis Selvagens


estão tranquilos e até confortáveis, bem cuidados na caverna pela numerosa
equipe internacional que tenta retirá-los dali, e que têm muita vontade de
voltar a comer seus pratos favoritos quando voltarem para casa.
https://brasil.elpais.com/brasil/2018/07/07/internacional/1530941588_246806.html.
Adaptado.

II. Bem, minha vida mudou muito nos últimos dois anos. O mundo que explorei
mudou muito. Eu vi muitas paisagens diferentes durante as turnês, e é
realmente inspirador ver o quão grande é o mundo. Eu quero explorar e
experimentar diferentes partes da natureza, mas eu não gosto do deserto,
sinto muito pelas plantas! Ou talvez eu goste disso… te deixa com sede de olhar
para ele…

http://portalaurorabr.com/2018/09/16/eu_sou_feminista_porque_sou_mulher_diz_auro
ra_em_entrevista_ao_independent/
III.

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a) Quanto ao sentido, a palavra “bem”, destacada nos três textos, desempenha a


mesma função em cada um deles? Justifique.

b) Reescreva o trecho “Eu quero explorar e experimentar diferentes partes da


natureza, mas eu não gosto do deserto, sinto muito pelas plantas!”,
empregando o discurso indireto e fazendo as adaptações necessárias. Comece
o período com “Ela disse que”.

4. (Fuvest) Leia o texto e responda ao que se pede.

Da idade

Não posso aprovar a maneira por que entendemos a duração da vida. Vejo que
os filósofos lhe assinam* um limite bem menor do que o fazemos comumente.
(...) Os [homens] que falam de uma certa duração normal da vida, estabelecem-
na pouco além. Tais ideias seriam admissíveis se existisse algum privilégio capaz
de os colocar fora do alcance dos acidentes, tão numerosos, a que estamos todos

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expostos e que podem interromper essa duração com que nos acenam. E é pura
fantasia imaginar que podemos morrer de esgotamento em virtude de uma
extrema velhice, e assim fixar a duração da vida, pois esse gênero de morte é o
mais raro de todos. E a isso chamamos morte natural como se fosse contrário à
natureza um homem quebrar a cabeça numa queda, afogar-se em algum
naufrágio, morrer de peste ou de pleurisia; como se na vida comum não
esbarrássemos a todo instante com esses acidentes. Não nos iludamos com
belas palavras; não denominemos natural o que é apenas exceção e guardemos
o qualificativo para o comum, o geral, o universal.

Morrer de velhice é coisa que se vê raramente, singular e extraordinária e


portanto menos natural do que qualquer outra. É a morte que nos espera ao fim
da existência, e quanto mais longe de nós menos direito temos de a esperar.

Michel de Montaigne, Ensaios. Editora 34. Trad. de Sérgio Milliet.

*assinar: fixar, indicar.

a) No texto, o autor retifica o que corriqueiramente se entende por “morte


natural”? Justifique.

b) A que palavra ou expressão se referem, respectivamente, os pronomes


destacados no trecho “Vejo que os filósofos lhe assinam um limite bem menor
do que o fazemos comumente”?

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5. (Fuvest) Leia o texto.

Um tema frequente em culturas variadas é o do desafio à ordem divina, a


apropriação do fogo pelos mortais. Nos mitos gregos, Prometeu é quem rouba
o fogo dos deuses. Diz Vernant que Prometeu representa no Olimpo uma
vozinha de contestação, espécie de movimento estudantil de maio de 1968.
Zeus decide esconder dos homens o fogo, antes disponível para todos, mortais
e imortais, na copa de certas árvores – os freixos – porque Prometeu tentara
tapeá-lo numa repartição da carne de um touro entre deuses e homens.

Na mitologia dos Yanomami, o dono do fogo era o jacaré, que cuidadosamente


o escondia dos outros, comendo taturanas assadas com sua mulher sapo, sem
que ninguém soubesse. Ao resto do povo – animais que naquela época eram
gente – eles só davam as taturanas cruas. O jacaré costumava esconder o fogo
na boca. Os outros decidem fazer uma festa para fazê-lo rir e soltar as chamas.
Todos fazem coisas engraçadas, mas o jacaré fica firme, no máximo dá um
sorrisinho.

Betty Mindlin, O fogo e as chamas dos mitos. Revista Estudos Avançados. Adaptado.

a) O emprego do diminutivo nas palavras “vozinha” e “sorrisinho”, consideradas


no contexto, produz o mesmo efeito de sentido nos dois casos? Justifique.

b) Reescreva o trecho “Os outros decidem fazer uma festa para fazê-lo rir (...).
Todos fazem coisas engraçadas”, substituindo o verbo “fazer” por sinônimos
adequados ao contexto em duas de suas três ocorrências.

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6. (Fuvest) A praga dos selfies

De uma coisa tenho certeza. A foto pelo celular vale apenas pelo
momento. Não será feito um álbum de fotografias, como no passado, onde
víamos as imagens, lembrávamos da família, de férias, de alegrias. As imagens
ficarão esquecidas em um imenso arquivo. Talvez uma ou outra, mais especial,
seja revivida. Todas as outras, que ideia. Só valem pelo prazer de fazer o selfie.
Mostrar a alguns amigos. Mas o significado original da foto de família ou com
amigos, que seria preservar o momento, está perdido. Vale pelo instante, como
até grandes amores são hoje em dia. É o sorriso, o clique, e obrigado. A conquista:
uma foto com alguém conhecido.

W. Carrasco, “A praga dos selfies”. Época, 26.09.2016.

a) Para que o emprego da palavra “onde”, sublinhada no texto, seja considerado


correto, a que termo antecedente ela deve se referir? Justifique sua resposta.

b) Reescreva a frase “Todas as outras, que ideia.”, substituindo os dois sinais de


pontuação nela empregados por outros, de tal maneira que fique mais
evidente a entonação que ela tem no contexto.

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7. (Fuvest) Um restaurante, cujo nome foi substituído por Y, divulgou, no ano de


2015, os seguintes anúncios:

a) Na redação do anúncio II, evitou-se um erro gramatical que aparece no


anúncio I. De que erro se trata? Explique.

b) Tendo em vista o caráter publicitário dos textos, com que finalidade foi usada,
em ambos os anúncios, a forma “pra”, em lugar de “para”?

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MORFOSSINTAXE

8. (Fuvest)

Ela desatinou Ela desatinou


Viu chegar quarta-feira
Ela desatinou Acabar brincadeira
Viu chegar quarta-feira Bandeiras se desmanchando
Acabar brincadeira E ela inda está sambando
Bandeiras se desmanchando
E ela inda está sambando Ela desatinou
Viu morrer alegrias
Ela desatinou Rasgar fantasias
Viu morrer alegrias Os dias sem sol raiando
Rasgar fantasias E ela inda está sambando
Os dias sem sol raiando Quem não inveja a infeliz
E ela indo está sambando Feliz no seu mundo de cetim
Assim debochando
Ela não vê que toda gente Da dor, do pecado
Já está sofrendo normalmente Do tempo perdido
Toda a cidade onda esquecida Do jogo acabado
Da falsa vida da avenida onde

Chico Buarque de Hollanda, 1968.

a) Explique quais são os universos em oposição apresentados na letra da canção


e exemplifique com dois versos.

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b) Considerando a ambiguidade presente no verso "Os dias sem sol raiando",


transforme a oração reduzida de gerúndio em duas possíveis orações
desenvolvidas, contemplando os diferentes sentidos do verso.

9. (Fuvest) A reinvenção da vírgula

No começo de 1902, Machado de Assis ficou desesperado por causa de


um erro de revisão no prefácio da segunda edição de suas Poesias completas.
Dizem que chegou a se ajoelhar aos pés do Garnier implorando para que o
editor tirasse o livro de circulação. O aristocrático e impoluto Machado, quem
diria. Mas a gralha era mesmo feia. O tipógrafo trocou o E por A na palavra
cegara, o revisor deixou passar, e vocês imaginam no que deu.
No nosso caso, o erro não foi nada de mais, nem erro foi para falar a
verdade, apenas um acréscimo besta de pontuação, talvez dispensável, ainda
que de modo algum incorreto. Vai o revisor, fiel à ortodoxia da gramática
normativa, e espeta duas vírgulas para isolar um adjunto adverbial deslocado,
coisa de pouca monta, diria alguém, mas suficiente para o autor sair bradando
aos quatro ventos que lhe roubaram o ritmo da sentença. Um editor experiente
traria um cafezinho bem doce, a conter o ímpeto dramático do autor de
primeira viagem, talvez caçoando, “deixa de onda”, a lembra-lo – valha-me Deus!
– que ele não é nenhum Bruxo do Cosme Velho*. E assim lhe cortando as asas
antes do voo.

* Referente a Machado de Assis.

Disponível em https://jornal.usp.br/artigos/a_reinvencao_da_virgula/. Adaptado.

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a) Qual o sentido da palavra “espeta”, destacada no texto, e qual o efeito que ela
produz?

b) Explique o significado, no texto, da expressão “cortando as asas antes do voo”.

10. (Fuvest) Leia o texto.

Tio Ben cravou pouco antes de falecer: “grandes poderes nunca vêm sozinhos”.
E não há responsabilidade maior do que tirar a vida de alguém. Isso, no entanto,
não significa que super-heróis tenham a ficha completamente limpa. Na
verdade, uma olhada mais atenta nos filmes sobre os personagens confirma
uma teoria não tão inocente – a grande maioria deles é homicida.
Foi pensando nisso que um usuário do Reddit, identificado como T0M95,
resolveu planilhar os assassinatos que acontecem nos filmes da Marvel. Nos 20
longas, que saíram nos últimos 10 anos, foram 65 mortes – e 20 delas deixaram
sangue nas mãos dos mocinhos.

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Vale dizer que o usuário contabilizou apenas mortes relevantes à história: só


entraram na planilha vítimas que tinham, pelo menos, nome antes de baterem
as botas. Nada de figurantes ou bonecos criados em computação gráfica só para
dar volume a uma tragédia. Ficaram de fora, por exemplo, as centenas que
morreram durante a batalha de Wakanda, em “Vingadores: Guerra Infinita”, ou a
cena de “Guardiões da Galáxia” que se consagrou como o maior massacre da
história do cinema.

https://super.abril.com.br/cultura/quantos_assassinatos_cada_heroi_e_vilao_da_marvel
_cometeu_nos_cinemas. Adaptado.

a) Qual o sentido das palavras “cravou” e “planilhar” destacadas no texto e qual o


efeito que elas produzem?

b) Substitua os dois-pontos do trecho “Vale dizer que o usuário contabilizou


apenas mortes relevantes à história: só entraram na planilha vítimas que
tinham, pelo menos, nome antes de baterem as botas” por uma conjunção e
indique qual a relação de sentido estabelecida por ela.

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11. (Fuvest) Leia o texto.

No Brasil colonial, o indissolúvel vínculo do matrimônio, tal como ele era


concebido pela Igreja Católica, nem sempre terminava com a morte natural de
um dos cônjuges. A crise do casamento assumia várias formas: a clausura das
mulheres, enquanto os maridos continuavam suas vidas; a separação ou a
anulação do matrimônio decretadas pela Igreja; a transgressão pela bigamia ou
mesmo pelo assassínio do cônjuge.

Maria Beatriz Nizza da Silva, História da Família no Brasil Colonial. Adaptado.

a) No texto, que ideia é sintetizada pela palavra “crise”?

b) Reescreva a oração “tal como ele era concebido pela Igreja Católica”,
empregando a voz ativa e fazendo as adaptações necessárias.

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12. (Fuvest) Leia este texto, publicado em 1905.

Por toda parte, a 1verbiagem, oca, inútil e vã, a retórica [...] pomposa, a
erudição míope, o aparato de sabedoria resumem toda a elaboração intelectual.
[...] Aceitam-se e proclamam-se os mais altos representantes da intelectualidade:
os retóricos inveterados, cuja palavra abundante e preciosa impõe-se como sinal
de gênio, embora não se encontrem nos seus longos discursos e muitos volumes
nem uma ideia original, nem uma só observação própria. E disto ninguém se
escandaliza; o escândalo viria se houvera originalidade.

Manoel Bomfim, A América Latina: males de origem. Adaptado.

1
verbiagem: falatório longo mas com pouco sentido ou utilidade; verborragia.

a) O sentido que se atribui, no texto, à palavra “retórica” é o de “arte da


eloquência, arte de bem argumentar; arte da palavra” (Houaiss)? Justifique.

b) Mantendo-se o sentido que eles têm no contexto, que outra forma os verbos
“se encontrem” e “houvera” poderiam assumir?

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13. (Fuvest) Leia este texto.

O tempo personalizou minha forma de falar com Deus, mas sempre termino a
conversa com um pai-nosso e uma ave-maria.
(...)
Metade da ave-maria é uma saudação floreada para, só no final, pedir que ela
rogue por nós. No pai-nosso, sempre será um mistério para mim o “mas” do “não
nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal”. Me parece que, a princípio,
se o Pai não nos deixa cair em tentação, já estará nos livrando do mal.

Denise Fraga, www1.folha.uol.com.br, 07/07/2015. Adaptado.

a) Mantendo-se a relação de sentido existente entre os segmentos “não nos


deixeis cair em tentação” / “mas livrai-nos do mal”, a conjunção “mas” poderia
ser substituída pela conjunção e, de modo a dissipar o “mistério” a que se refere
a autora? Justifique.

b) Sem alterar seu sentido, reescreva o trecho da oração citado pela autora,
colocando os verbos “deixeis” e “livrai” na terceira pessoa do singular.

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TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


Examine este anúncio de uma instituição financeira, cujo nome foi substituído
por X, para responder às questões a seguir.

14. (Fuvest) Com base na parte escrita do anúncio, responda.

a) Qual é a relação temporal que se estabelece entre os verbos “conhecer”,


“oferecer”, “proporcionar” e “alcançar”? Explique.

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b) Complete a frase abaixo, flexionando de forma adequada os verbos “oferecer”,


“proporcionar” e “alcançar”.

Conhecer profundamente os negócios de nossos clientes é só o primeiro passo


que permite que __________ sempre respostas mais rápidas, __________
decisões mais assertivas e __________ melhores resultados.

15. (Fuvest) Avalie a redação das seguintes frases:

I. O futebol conquistou um papel na sociedade tanto culturalmente como


econômico e político.
II. Os clubes buscam a expansão do número de associados bem como reduzir
gastos com publicidade.
III. Doravante tais fatos, fica claro que o futebol exerce uma grande influência no
cotidiano do brasileiro.
IV. O técnico declarou aos jornalistas que, para o próximo jogo, ele tem uma carta
na manga do colete.

a) Reescreva as frases I e II, corrigindo a falta de paralelismo nelas presente.

b) Reescreva as frases III e IV, eliminando a inadequação vocabular que elas


apresentam.

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16. (Fuvest) Leia as seguintes manchetes:


Grupo I Grupo II

Esperada, na Câmara, a mensagem Quase metade dos médicos receita o


pedindo a decretação do estado de que indústria quer
guerra Folha de S. Paulo, 31 de maio de 2010.
Jornal do Brasil, 07 de outubro de
1937. Novo terminal de Cumbica atenderá
19 milhões ao ano
Encerrou seus trabalhos a Folha de S. Paulo, 26 de junho de
Conferência de Paris 2011.
Folha da Manhã, 16 de julho de 1947.
MEC divulga hoje resultados do
Causaram viva apreensão nos E.U.A. Enem por escolas
os discos voadores Zero Hora, 22 de novembro de 2012.
Folha da Manhã, 30 de julho de
1952.

a) Cada um dos grupos de manchetes acima reproduzidos, por ter sido escrito
em épocas diferentes, caracteriza-se pelo uso reiterado de determinados
recursos linguísticos. Indique um recurso linguístico que caracteriza as
manchetes de cada um desses grupos.

b) Manchetes jornalísticas costumam suprimir vírgulas. Transcreva a última


manchete de cada grupo, acrescentando vírgulas onde forem cabíveis, de
acordo com a norma-padrão da língua portuguesa.

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17. (Fuvest) Leia este aviso, comum em vários lugares públicos:

a) As pessoas que não gostam de ser filmadas prefeririam uma mensagem que
dissesse o contrário. Para atender a essas pessoas, reescreva o aviso, usando a
primeira pessoa do plural e fazendo as modificações necessárias.

b) Criou-se, recentemente, a palavra “gerundismo”, para designar o uso abusivo


do gerúndio. Na sua opinião, esse tipo de desvio ocorre no aviso acima?
Explique.

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PONTUAÇÃO

18. (Fuvest) Leia os textos.

Texto I

Devo acrescentar que Marx nunca poderia ter suposto que o capitalismo
preparava o caminho para a libertação humana se tivesse olhado sua história
do ponto de vista das mulheres. Essa história ensina que, mesmo quando os
homens alcançaram certo grau de liberdade formal, as mulheres sempre
foram tratadas como seres socialmente inferiores, exploradas de modo similar
às formas de escravidão. “Mulheres”, então, no contexto deste livro, significa não
somente uma história oculta que necessita se fazer visível, mas também uma
forma particular de exploração e, portanto, uma perspectiva especial a partir
da qual se deve reconsiderar a história das relações capitalistas.

FEDERICI, Silvia, Calibã e a Bruxa: mulheres, corpo e acumulação primitiva. S.l.:


Elefante, 2017.

Texto II

Em todas as épocas sociais, o tempo necessário para produzir osmeios de


subsistência interessou necessariamente aos homens, embora de modo
desigual, de acordo com o estádio de desenvolvimento da civilização.

MARX, Karl, O capital. São Paulo: Boitempo, 2017.

a) Existe diferença de sentido no emprego da palavra “homens” em cada um


dos textos? Justifique.

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b) Explique o uso das aspas em “’Mulheres’”, no texto I.

19. (Fuvest) Considere a imagem abaixo, extraída da apresentação do filme A


Amazônia, que faz parte da campanha “A natureza está falando”.

No áudio desse filme, a atriz Camila Pitanga interpreta o seguinte texto:

Eu sou a Amazônia, a maior floresta tropical do mundo. Eu mando chuva


quando vocês precisam. Eu mantenho seu clima estável. Em minhas florestas,
existem plantas que curam suas doenças. Muitas delas vocês ainda nem
descobriram. Mas vocês estão tirando tudo de mim. A cada segundo, vocês
cortam uma das minhas árvores, enchem de sujeira os meus rios, colocam
fogo, e eu não posso mais proteger as pessoas que vivem aqui. Quanto mais
vocês tiram, menos eu tenho para oferecer. Menos água, menos curas, menos
oxigênio. Se eu morrer, vocês também morrem, mas eu crescerei de novo...

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a) Por estar em primeira pessoa, o texto constitui exemplo de uma determinada


figura de linguagem. Identifique essa figura e explique seu uso, tendo em vista
o efeito que o filme visa alcançar.

b) No referido áudio, é possível perceber, no final da locução da atriz, uma


entonação especial, representada na transcrição por meio de reticências.
Tendo em vista que uma das funções desse sinal de pontuação é sugerir uma
ideia não expressa que cabe ao leitor inferir, identifique a ideia sugerida, neste
caso.

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FIGURAS DE LINGUAGEM

20. (Fuvest) Existe o Rio de Janeiro, o Rio de Janeiro e o Rio de Janeiro. O primeiro
Rio é aquele que ainda anseia por Ipanemas perdidos, de um tempo em que os
amores eram recatados e silenciosos, o povo sorridente e polido, a água do mar
cristalina e tépida e a música suave e gingada. O segundo Rio é a terra de
ninguém, trombeteada nos noticiários de TV, em que cada esquina é um Vietnã
ou Iraque e não há lugar seguro para correr. Uma cidade de favelas que cercam
os redutos de cidadania, favelas dominadas por traficantes e demais bandidos
que cada vez mais transbordam para o asfalto a sua violência. Mas há ainda um
terceiro Rio de Janeiro. Aquele de quem anda de ônibus, compra nas bancas os
jornais populares, zanza pelo camelódromo, permite-se um churrasquinho de
gato com cerveja na esquina e sabe que existem muitos matizes entre o preto e
o branco, a favela e o asfalto, a lei e o crime. Cidade de pessoas que, seja qual for
a cor e a classe social, andam pra lá e pra cá com celulares, ródios minúsculos,
CDs piratas ou não e DVDs idem. É uma cidade que pode ir do samba de roda
ao techno music, da umbanda ao padre pop, do grito para a casa da vizinha à
internet num microinstante. É o Rio de Janeiro que, musicalmente, não cabe
mais no compasso da bossa nova – por mais que alguns tenham tentado aditivar
eletronicamente o seu balanço – e nem no chamado samba de raiz, cultuado
por setores jovens da classe média, mas definitivamente trocado pela grande
massa pelo flexível pagode romântico, que assume sem preconceitos as formas
úteis de toda a música popular, seja ela o rock, o sertanejo, o pop negro
americano.

Silvio Essinger. Batidão. Uma história do Funk. Rio de Janeiro: Record, 2005. Adaptado.

a) Aponte a figura de linguagem utilizada para descrever o “segundo Rio” e


explique como o seu uso contribui para a caracterização em curso no texto.

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b) Com base no texto, explique em que consiste o “terceiro Rio de Janeiro”.

21. (Fuvest) Leia os textos para responder à questão.

TEXTO 1

TEXTO 2

Uma dentre as várias equações que fundam o Brasil enquanto país é: governar
é produzir incêndios. Marcado por uma ideia de modernidade impulsionada
pela crença de que modernizar é tomar posse de um terreno baldio, amorfo,
pretensamente sem culturas autóctones ditas desenvolvidas, a fim de torná-lo
“produtivo”, o Brasil foi criado por incêndios. Diante das queimadas que agora
retomam, devemos nos lembrar que a destruição pelo fogo é nossa maior
herança colonial.

V. Safatle, "Governar e produzir incêndios". Adaptado.


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a) Reescreva o fragmento “pretensamente sem culturas autóctones ditas


desenvolvidas”, substituindo as palavras sublinhadas por outras de sentido
equivalente.

b) Explique por que tanto o enunciado “É fogo”, no texto 1, quanto “governar é


produzir incêndios”. no texto 2, apresentam mais de um sentido no contexto
em que foram empregados.

22. (Fuvest) O vídeo “Por que mentiras óbvias geram ótima propaganda” destaca
quatro aspectos principais da propaganda russa: 1) alto volume de conteúdo; 2)
produção rápida, contínua e repetitiva; 3) sem comprometimento com a
realidade; e 4) sem consistência entre o que se diz entre um discurso e outro.
Essencialmente, isso é o firehosing (fluxo de uma mangueira de incêndio). O
conceito foi concebido após cerca de seis anos de observação do governo de
Vladimir Putin. No entanto, é
impossível não notar as semelhanças com as táticas discursivas de políticos
ocidentais.

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Para tentar inibir efeitos da tática, apenas rebater as mentiras disseminadas não
é uma ação eficaz. Já mostrar outra narrativa, tal como contar como funciona a
criação de mentiras dos propagandistas, sim, seria um método mais efetivo. De
maneira simplificada, é o que o linguista norte-americano George Lakoff chama
de verdade-sanduíche: primeiro exponha o que é verdade; depois aponte qual
é a mentira e diga como ela é diferente do fato verdadeiro; depois repita a
verdade e conte quais são as consequências dessa contradição. A ideia é tentar
desmentir discursos falsos sem repeti-los.

Le Monde Diplomatique Brasil, “Firehosing: a estratégia de disseminação de mentiras


usada como propaganda política”. Disponível em https://diplomatique.org.br/.
Adaptado.

a) De que maneira o conceito de firehosing aproxima-se da imagem do fluxo de


uma mangueira de incêndio?

b) Explique com suas palavras a metáfora “verdade-sanduíche” usada pelo


linguista George Lakoff.

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23. (Fuvest) Leia este texto:

Entre 1808, com a abertura dos portos, e 1850, no auge da centralização imperial,
modificara-se a pacata, fechada e obsoleta sociedade. O país europeizava-se,
para escândalo de muitos, iniciando um período de progresso rápido, progresso
conscientemente provocado, sob moldes ingleses. O vestuário, a alimentação, a
mobília mostram, no ingênuo deslumbramento, a subversão dos hábitos lusos,
vagarosamente rompidos com os valores culturais que a presença europeia
infiltrava, justamente com as mercadorias importadas. O contato litorâneo das
duas culturas, uma dominante já no período final da segregação colonial,
articula-se no ajustamento das economias. Ao Estado, a realidade mais ativa da
estrutura social, coube o papel de intermediar o impacto estrangeiro, reduzindo-
o à temperatura e à velocidade nativas.

Raymundo Faoro, Os donos do poder.

a) Considerado o contexto, é inteiramente adequado o emprego, no texto, das


expressões “europeizava-se” e “presença europeia”? Explique sucintamente.

b) As palavras “litorâneo” e “temperatura” foram usadas, ambas, no texto, em seu


sentido literal? Justifique sua resposta.

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ENUNCIAÇÃO, TEXTO E DISCURSO

24. (Fuvest) Fico imaginando se, em uma visita à casa de amigos, alguém me
receber de cara fechada ou demorar para abrir a porta, sem demonstrar o
mínimo de acolhimento. Talvez eu perca o tesão do encontro, deixando toda
minha empolgação do lado de fora. Para mim, não é diferente do serviço em
um restaurante. Por mais que a comida seja meu ponto principal, já perdi
literalmente a fome quando fui ignorada, presenciei erros e mais erros de
anotações de pratos, causando estresse nos comensais e na cozinha, sem contar
as atitudes desagradáveis da brigada, quando resolve discutir no meio do salão.
De outro lado, criei laços com restaurantes e bares por conta do atendimento
impecável, dos quais os comes e bebes não são necessariamente maravilhosos.
O fato de me sentir acolhida e bem atendida causa um grande peso naquilo
que tanto se fala na gastronomia: a experiência.

Beatriz Marques. “A arte de servir”. Revista Menu. Março/2019. Adaptado.

a) Explique o sentido do termo “literalmente” no trecho “Por mais que a comida


seja meu ponto principal, já perdi literalmente a fome quando fui ignorada”.

b) Reescreva o excerto “causando estresse nos comensais e na cozinha, sem


contar as atitudes desagradáveis da brigada”, substituindo os termos grifados
por outros de sentido equivalente.

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25. (Fuvest) Texto 1

Texto 2

Por respeito à natureza, artista Tik una levou 16 anos para criar um cocar

As primeiras penas de gavião real que conseguiu chegaram em 2005. Um


amigo o encontrou na aldeia certa vez e ofereceu algumas penas do animal que
tinha encontrado morto no meio do mato tempos antes. "Depois, em 2011, um
cacique me disse que tinha algumas também, perguntou se eu queria, eram
umas oito. Juntando com as que eu tinha, já dava para fazer um pedaço do
cocar", conta José Tikuna.
Para completar a peça, ele precisou contar com mais doações de amigos
e conhecidos. José mesmo chegou a rodar pela floresta atrás das penas do
bicho, mas não encontrava nada. Os anos passavam, e ele seguia procurando e
esperando.
Só em 2014 encontrou novas penas. Dessa vez, um colega o procurou paro
que ele usasse seus dotes artísticos para criar um amarrador de cabelo com
pena. José topou fazer e ainda conseguiu ficar com algumas paro colocar em
seu cocar.
José lembra das conversas com amigos tocadores de tambor que sempre
falam que se um animal ou uma árvore sofreu ou morreu para que
conseguissem produzir o instrumento musical, o mínimo que eles deveriam ter
é respeito.

Paula Rodrigues. Disponível em https://wvw.uoI.com.br/ecoa/ultimas-


noticas/2021/09/08/por-respeito-a-natureza-artista-tikuna-levou-16-anos-para-criar-
um-cocar.htm. 08/09/2021. Adaptado.

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a) Explique o sentido da expressão "mais assustador" no contexto do anúncio,


comparando-a com o processo de produção do cocar mencionado na notícia.

b) Aponte a função sintática de "por respeito natureza" e explique como a


expressão contribui para o sentido do título e do texto.

26. (Fuvest) Considere o texto e a tirinha para responder à questão.

BRINCANDO DE ESCONDE-ESCONDE

Costuma-se dizer que quem atenta às letras miúdas de uma bula de remédio
provavelmente decide no tomar a medicação. O mesmo raciocínio pode ser
aplicado a propagandas de automóveis: quem se ativer aos detalhes de um
anúncio de carro tem grandes chances de perder o interesse pelo produto. Um
texto elaborado com letras minúsculas, normalmente localizado na parte
inferior da página ou da tela, joga um balde de água fria no consumidor que se
deu ao trabalho de ir até o fim da mensagem publicitária: o preço divulgado
costuma ter uma série de restrições. O mais comum é que o valor se refira às
versões “de entrada” (também chamadas "pé de boi"), com poucos acessórios.
Ou seja, o carro mostrado com toda pompa costuma valer alguns milhares de
reais a mais do que o preço explicitamente anunciado.

Revista do IDEC, 2013. Adaptado.

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a) Explique por que o titulo do texto, "Brincando de esconde-esconde", pode


também ser aplicado à tirinha de Calvin.

b) Como a estratégia de marketing utilizada na venda de automóveis contribui


para o efeito de humor da tirinha?

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27. (Fuvest) Considere o texto a seguir para responder à questão.

No Brasil. a educação a distância só estava autorizada para o ensino superior (de


maneira completa ou até 40% dos cursos presenciais) e uma parte do ensino
médio (até 30% da carga horária do período noturno e 20% do diurno). A
legislação brasileira atual não permite que a educação infantil e o ensino
fundamental sejam feitos por EAD. Porém, diante da emergência de saúde
pública e da situação atípica na educação, diversas flexibilizações foram
adotadas para que os alunos pudessem dar prosseguimento às aulas de maneira
remota. Marcio Kowalski, professor do curso de Rádio, TV e Internet da Metodista,
calcula que entre 30% e 50% dos seus alunos têm dificuldade para acompanhar
o curso. Quando está dando aula, por exemplo, diz que alguns estudantes ficam
repetidamente caindo e entrando na chamada de vídeo. “Não são todos que
podem ter aquele clichê do computador com a estante de livros bonita atrás”,
brinca.

I. Paz, "Desafios do ensino remoto na pandemia". Adaptado

a) O que o professor quis dizer ao proferir a frase “Não são todos que podem ter
aquele clichê do computador com a estante de livros bonita atrás”?

b) No período “Quando está dando aula, por exemplo, diz que alguns estudantes
ficam repetida mente caindo e entrando na chamada de vídeo”, explique o
emprego da expressão sublinhada.

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28. (Fuvest) O texto a seguir é fragmento de um artigo de divulgação científica.

A preferência pela mão esquerda ou direita provavelmente é resultado de um


processo complexo, que envolve fatores genéticos e ambientais. O no estudo,
fruto de uma colaboração internacional, é a maior análise genética focada em
canhotos da história: utilizou dados de 1,7 milhão de pessoas, extraídos de
bancos como o UK Biobank e a empresa privada 23andMe. Comparando os
genomas de destros, canhotos e ambidestros, a equipe descobriu que há 41
pares de bases ligados às chances de uma pessoa ser canhota, e sete
relacionados a ambidestros. Um “par de bases é, grosso modo, uma letrinha do
DNA (A, T, C ou G). Cada gene contém as instruções para fabricar uma proteína.
Uma mudança em uma única letrinha do gene é capaz de mudar a sequência
de tijolinhos que constroem essa proteína, e, por tabela, sua função. Ou seja: o
que os geneticistas encontraram foram 41 letrinhas de DNA que aparecem só
em pessoas canhotas. Daí até saber o que exatamente essas letrinhas mudam é
outra história.

B. Carbinatto, "Estudo identifica 41 variações no genoma associadas a pessoas


canhotas". Adaptado.

a) Retire do texto duas características linguísticas que permitem classificá-lo


como artigo de divulgação científica.

b) Quais os sentidos, no texto, gerados pelo emprego do diminutivo nas palavras


“letrinha(s)” e “tijolinhos”? Explique.

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29. (Fuvest) Examine a capa e o texto extraídos de uma revista para responder à
questão.

Fumar era normal. As pessoas acendiam o primeiro cigarro logo ao acordar, e


repetiam o gesto dezenas de vezes durante o dia, em absolutamente todos os
lugares: lojas, restaurantes, escritórios, consultórios, aviões (tinha gente que
fumava até no chuveiro). Ficar sem cigarro, nem pensar – tanto que ir sozinho
comprar um maço para o pai ou a mãe, na padaria da esquina, era um rito de
passagem para muitas crianças. Olhamos para trás e nos surpreendemos ao
perceber como as pessoas se deixavam escravizar, aos bilhões, por algo tão
nocivo. Enquanto fazemos isso, porém, vamos sendo dominados por um v,cio
ainda mais onipresente: o smartphone. Vivemos grudados em nossos
smartphones porque eles são úteis e divertidos. Mas o que pouca gente sabe é
o seguinte: por trás dos ícones coloridos e apps de nomes engraçadinhos, as
gigantes da tecnologia fazem um esforço consciente para nos manipular,
usando recursos da psicologia,da neurologia e até dos cassinos. "O smartphone
é tão viciante quanto uma máquina caça níqueis", diz o americano Tristan Harris.
E o caça-níqueis, destaca ele, é o jogo que mais causa dependência: vicia três a
quatro vezes mais rápido que outros tipos de aposta. “Quando desbloqueamos
o celular e deslizamos o dedo para atualizar nosso e-mail ou ver a foto seguinte
numa rede social, estamos jogando caça-níqueis com o smartphone, afirma
Harris.

B. Garattoni e E. Szklarz, "Smartphone – o novo cigarro" Adaptado.

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a) Qual a relação de sentido entre a imagem da capa e a manchete "Smartphone


– o novo cigarro"

b) De acordo com o texto de Garattoni e Szklarz, explique por que o vício em


smartphone mais parecido com o vício em caça-níqueis do que com o vício
em cigarro.

30. (Fuvest) Adaptados a esse idioma que se transforma conforme a plataforma,


os memes e textões dominaram a rotina desta década como modos de a gente
rir, repercutir notícias, dividir descontentamentos, colocar o dedo em feridas,
relatar injustiças e até se informar. Entraram logo no vocabulário para além da
internet: "virar meme", "dar textão". Suas características também interferiram no
jeito de compreender o mundo e expressar o que acontece à nossa volta. Viktor
Chagas, professor e pesquisador da Universidade Federal Fluminense (UFF), os
vê como manifestações culturais de grande relevância para entender o período
e, também, como "extravasadores de afetos”. [...]

Por mais que o textão seja "ão", assim como o meme ele é uma expressão
sintética típica de hoje, explica Viktor Chagas. Mesmo o textão mais longo na
verdade é um textinho: faz parte da lógica do espaço em que circula.

TAB UOL, “Vim pelo meme e era textão”. Disponível em https://tab.uol.com.br/.


Adaptado.

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a) Retire do texto dois argumentos que justifiquem a caracterização de “memes


e textões” como “extravasadores de afetos”.

b) Em que sentido pode se afirmar que não há uma contradição no trecho


“Mesmo o textão mais longo na verdade é um textinho”?

31. (Fuvest) Examine a capa da revista Superinteressante, publicada em julho de


2019.

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a) Indique o duplo sentido presente na manchete de capa da revista,


explicitando os elementos linguísticos utilizados.

b) Explique como a imagem e o texto se combinam na construção do sentido.

32. (Fuvest)

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Quarenta e seis anos depois, a vietnamita que comoveu o mundo quer que sua
foto contribua para a paz

Só vi esse registro muito tempo depois. Passei 14 meses no hospital, tratando as


queimaduras. Quando voltei para casa, meu pai me mostrou a foto, recortada
de um jornal vietnamita: “Aqui está sua foto, Kim”. Olhei a foto e, meu Deus, como
fiquei envergonhada! Como eu estava feia! E pelada! Todos estavam vestidos, e
eu, uma menina, estava sem roupa. Vi a agonia e dor em meu rosto. Fiquei com
raiva. Por que ele tirou aquela foto de mim? Era melhor não ter tirado nenhuma!
Eu era só uma criança, mas tinha de lidar com muita dor. Quanto mais famosa
a imagem ficava, mais eu precisava encarar minha tragédia.

Kim Phuc Phan Thi, em depoimento a Ruan de Sousa Gabriel, 19/09/2018. Disponível
em https://epoca.globo.com/.

a) Justifique o emprego das sentenças exclamativas, explicitando o motivo do


espanto de Kim.

b) A partir da expressão “minha tragédia”, que encerra o depoimento, analise os


dois níveis de apreensão do evento trágico, considerando o momento do
primeiro contato de Kim com o registro fotográfico e o momento do
testemunho.

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33. (Fuvest) Examine o anúncio e leia o texto.

I.

II. Art. 149 Reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quer submetendo -
o a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, quer sujeitando -o a condições
degradantes de trabalho, quer restringindo, por qualquer meio, sua
locomoção em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto:
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa, além da pena correspondente à
violência.

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.803.htm

a) Explique a relação de sentido entre os trechos (I) “Escravidão no Brasil não é


analogia” e (II) “Reduzir alguém a condição análoga à de escravo”.

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b) Qual a relação entre o uso da imagem sobre um fundo escuro e o texto do


anúncio?

34. (Fuvest) Examine a transcrição do depoimento de Eduardo Koge, líder


indígena de Tadarimana, MT.

Nós vivemos aqui que nem gado. Tem a cerca e nós não podemos sair dessa
cerca. Tem que viver só do que tem dentro da cerca. É, nós vivemos que nem
boi no curral.

Paulo A. M. Isaac, Drama da educação escolar indígena Bóe-Bororo.

a) Nos trechos “Tem a cerca...” e “Tem que viver...”, o verbo “ter” assume sentidos
diferentes? Justifique.

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b) Reescreva, em um único período, os trechos “Nós vivemos aqui que nem


gado” e “nós não podemos sair dessa cerca”, empregando discurso indireto.
Comece o período conforme indicado na página de respostas.

35. (Fuvest) Examine a propaganda.

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a) Considerando o contexto da propaganda, existe alguma relação de sentido


entre a imagem estilizada dos dedos e as palavras “digital” e “diferença”?
Explique.

b) Sem alterar o modo verbal, reescreva o trecho “Venha para a biometria.


Cadastre suas digitais.”, passando os verbos para a primeira pessoa do plural e
fazendo as modificações necessárias.

36. (Fuvest) Leia o trecho do conto “A hora e vez de Augusto Matraga”, de


Sagarana, de João Guimarães Rosa, para responder ao que se pede.

E aí o povo encheu a rua, à distância, para ver. Porque não havia mais balas,
e seu Joãozinho Bem-Bem mais o Homem do Jumento tinham rodado cá para
fora da casa, só em sangue e em molambos de roupas pendentes. E eles
negaceavam e pulavam, numa dança ligeira, de sorriso na boca e de faca na
mão.
– Se entregue, mano velho, que eu não quero lhe matar...

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– Joga a faca fora, dá viva a Deus, e corre, seu Joãozinho Bem-Bem...


– Mano velho! Agora é que tu vai dizer: quantos palmos é que tem, do
calcanhar ao cotovelo!...
– Se arrepende dos pecados, que senão vai sem contrição, e vai direitinho
p’ra o inferno, meu parente seu Joãozinho Bem-Bem!...
– Úi, estou morto...

a) Nesse trecho, em que se narra a luta entre Nhô Augusto e seu Joãozinho Bem-
Bem, os combatentes, ao mesmo tempo em que se agridem, dispensam, um
ao outro, um tratamento que demonstra estima e consideração. No âmbito
dos valores que são postos em jogo no conto, como se explica esse
tratamento?

b) No trecho, Nhô Augusto é designado como “o Homem do Jumento”.


Considerando-se essa designação no intertexto religioso, muito presente no
conto, como se pode interpretá-la? Justifique sua resposta.

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37. (Fuvest) Examine a seguinte citação:

É menor pecado elogiar um mau livro, sem lê-lo, do que depois de o haver
lido. Por isso, agradeço imediatamente depois de receber o volume.
Carlos Drummond de Andrade, Passeios na ilha.

a) Explique por que o autor agradece “imediatamente depois de receber o


volume”.

b) Levando em conta o contexto, reescreva duas vezes o trecho “sem lê-lo”,


substituindo “sem” por “sem que”, na primeira vez, e por “mesmo não”, na
segunda.

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38. (Fuvest) Leia o seguinte texto, extraído de uma matéria jornalística sobre
supercomputadores:

Supercomputadores são usados para cálculos de simulação pesada. Um


exemplo recorrente do uso desse tipo de equipamento é a de simulação
climática: com quatrilhões por segundo de processamento, torna-se possível
que um computador tenha capacidade de calcular as oscilações
meteorológicas. Isso ajuda a prevenir desastres, ou a preparar políticas de apoio
à agricultura, se antecipando a cenários os mais variados.
Evidentemente, há outros usos, como pesquisas científicas que precisam
também simular cenários, com uma ampla gama de variáveis. Estudos militares
e de desenvolvimento de tecnologia também se beneficiam do poder
computacional desse tipo de equipamento.

www.techtudo.com.br, 24.06.2016.

a) Reescreva o trecho “é a de simulação climática: com quatrilhões por segundo


de processamento”, levando em conta a correção e a clareza.

b) A palavra “cenários” (sublinhada no texto) foi empregada com o mesmo


sentido em suas duas ocorrências? Justifique sua resposta.

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39. (Fuvest) Leia este texto.

Nosso andar é elegante e gracioso, e também extremamente eficiente do ponto


de vista energético. Somos capazes de andar dezenas de quilômetros por quilo
de feijão ingerido. Até agora, nenhum sapato, nenhuma técnica especial de
balançar os braços, ou qualquer outro truque foram capazes de melhorar o
número de quilômetros caminhados por quilo de feijão consumido. Mas, agora,
depois de anos investigando o funcionamento de nossas pernas, um grupo de
cientistas construiu uma traquitana simples, mas extremamente sofisticada, que
é capaz de diminuir o consumo de energia de uma caminhada em até 10%.
Trata-se de um pequeno exoesqueleto que recobre nosso pé e fica preso logo
abaixo do joelho. Ele mimetiza o funcionamento do tendão de Aquiles e dos
músculos ligados ao tendão. Uma haste na altura do tornozelo, a qual se projeta
para trás, segura uma ponta de uma mola. Outra haste, logo abaixo do joelho,
segura uma espécie de embreagem (...).

Fernando Reinach, www.estadao.com.br, 13/06/2015. Adaptado.

a) Transcreva o trecho do texto em que o autor explora, com fins expressivos, o


emprego de termos contraditórios, sublinhando-os.

b) Esse excerto provém de um artigo de divulgação científica. Aponte duas


características da linguagem nele empregada que o diferenciam de um artigo
científico especializado.

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40. (Fuvest) Leia este texto.

É conhecida a raridade de diários íntimos na sociedade escravocrata do Brasil


colonial e imperial, em comparação com a frequência com que surgem noutra
sociedade do mesmo feitio, o velho Sul dos Estados Unidos. Gilberto Freire
reparou na diferença, atribuindo-a ao catolicismo do brasileiro e ao
protestantismo do americano: aquele podia recorrer ao confessionário, mas a
este só restava o refúgio do papel. Esta é também a explicação que oferece
Georges Gusdorf, na base de uma comparação mais ampla dos textos
autobiográficos produzidos nos países da Reforma e da Contrarreforma. Ao
passo que no catolicismo o exame de consciência está tutelado na confissão
pela autoridade sacerdotal, no protestantismo, ele não está submetido à
interposta pessoa.

Evaldo C. de Mello, “Diários e ‘livros de assentos’”. In: Luiz Felipe de Alencastro (org.),
História da vida privada no Brasil - 2.

a) De acordo com o texto, em que grupo de países os diários íntimos surgiam


com maior frequência e por que isso ocorria?

b) A que expressões do texto se referem, respectivamente, os termos


sublinhados no trecho “ele não está submetido à interposta pessoa”?

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TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


Examine este anúncio de uma instituição financeira, cujo nome foi substituído
por X, para responder às questões a seguir.

41. (Fuvest) Compare os diversos elementos que compõem o anúncio e atenda


ao que se pede.

a) Considerando o contexto do anúncio, existe alguma relação de sentido entre


a imagem e o slogan “É DIFERENTE QUANDO VOCÊ CONHECE”? Explique.

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b) A inclusão, no anúncio, dos ícones e algarismos que precedem o texto escrito


tem alguma finalidade comunicativa? Explique.

42. (Fuvest) Leia o poema de Drummond para responder às questões relativas a


dois versos de sua última estrofe.

ELEGIA 1938

Trabalhas sem alegria para um mundo caduco,


onde as formas e as ações não encerram nenhum exemplo.
Praticas laboriosamente os gestos universais,
sentes calor e frio, falta de dinheiro, fome e desejo sexual.

Heróis enchem os parques da cidade em que te arrastas,


e preconizam a virtude, a renúncia, o sangue-frio, a concepção.
À noite, se neblina, abrem guarda-chuvas de bronze
ou se recolhem aos volumes de sinistras bibliotecas.

Amas a noite pelo poder de aniquilamento que encerra


e sabes que, dormindo, os problemas te dispensam de morrer.
Mas o terrível despertar prova a existência da Grande Máquina
e te repõe, pequenino, em face de indecifráveis palmeiras.

Caminhas entre mortos e com eles conversas


sobre coisas do tempo futuro e negócios do espírito.
A literatura estragou tuas melhores horas de amor.
Ao telefone perdeste muito, muitíssimo tempo de semear.

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Coração orgulhoso, tens pressa de confessar tua derrota


e adiar para outro século a felicidade coletiva.
Aceitas a chuva, a guerra, o desemprego e a injusta distribuição
porque não podes, sozinho, dinamitar a ilha de Manhattan.

ANDRADE, Carlos Drummond de, Sentimento do mundo.

Considerando-se a “Elegia 1938” no contexto de Sentimento do mundo, explique


sucintamente

a) a que se refere o eu lírico com a expressão “felicidade coletiva”?

b) o que simboliza, para o eu lírico, a “ilha de Manhattan”?

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43. (Fuvest) Leia a seguinte mensagem publicitária de uma empresa da área de


logística:

A gente anda na linha para levar sua empresa mais longe


Mudamos o jeito de transportar contêineres no Brasil e Mercosul. Através do
modal ferroviário, oferecemos soluções logísticas econômicas, seguras e
sustentáveis.

a) Visando a obter maior expressividade, recorre-se, no título da mensagem, ao


emprego de expressão com duplo sentido. Indique essa expressão e explique
sucintamente.

b) Segundo o anúncio, uma das vantagens do produto (transporte ferroviário)


nele oferecido é o fato de esse produto ser “sustentável”. Cite um motivo que
justifique tal afirmação.

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44. (Fuvest) Limite inferior

Aprendi muito com o economista-filósofo Roberto de Oliveira Campos,


particularmente quando tive a honra e a oportunidade de conviver com ele
durante anos na Câmara dos Deputados. Sentávamos juntos e assistíamos aos
mesmos discursos, alguns muito bons e sábios.

Frequentemente, diante de alguns incontroláveis colegas que exerciam uma


oratória de alta visibilidade, com os dois braços agitados tentando encontrar
uma ideia, Roberto me surpreendia com a afirmação: “Delfim, acabo de
demonstrar um teorema”. E sacava uma mordaz conclusão crítica contra o
incauto orador.
Um belo dia, um falante e conhecido deputado ensurdeceu o plenário com uma
gritaria que entupiu os ouvidos dos colegas. A quantidade de sandices ditas no
longo discurso com o ar de quem estava inventando o mundo fez Roberto reagir
com incontida indignação. Soltou de supetão: “Delfim, construí um axioma, uma
afirmação preliminar que deve ser aceita pela fé, sem exigir prova: a ignorância
não tem limite inferior”. E completou, com a perversidade de sua imensa
inteligência: “Com ele poderemos construir mundos maravilhosos”.

NETTO, Antonio Delfim, Folha de S. Paulo, 17/09/2014. Adaptado.

a) Explique por que o axioma formulado por Roberto de Oliveira Campos


tornaria possível “construir mundos maravilhosos”.

b) Identifique o trecho do texto que explica o emprego da expressão “oratória


de alta visibilidade”.

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45. (Fuvest) Leia o seguinte texto jornalístico:

PARA PARA

Numa de suas recentes críticas internas, a ombudsman desta Folha propôs uma
campanha para devolver o acento que a reforma ortográfica roubou do verbo
“parar”. Faz todo sentido.

O que não faz nenhum sentido é ler “São Paulo para para ver o Corinthians jogar”.
Pior ainda que ler é ter de escrever.

Juca Kfouri, Folha de S. Paulo, 22/09/2014. Adaptado.

a) No primeiro período do texto, existe alguma palavra cujo emprego conota a


opinião do articulista sobre a reforma ortográfica? Justifique sua resposta.

b) Para evitar o “para para” que desagradou ao jornalista, pode-se reescrever a


frase “São Paulo para para ver o Corinthians jogar”, substituindo a preposição
que nela ocorre por outra de igual valor sintático-semântico ou alterando a
ordem dos termos que a compõem. Você concorda com essa afirmação?
Justifique sua resposta.

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46. (Fuvest) Leia o seguinte texto:

Mal traçadas
Canadá planeja extinguir os carteiros

No mundo inteiro, os serviços de correio tentam se adaptar à disseminação do


e-mail, do Facebook, do SMS e do Skype, que golpearam quase até a morte os
hábitos tradicionais de correspondência, mas em nenhum lugar se chegou tão
longe quanto no Canadá. Em dezembro, o Canada Post anunciou nada menos
que a extinção do carteiro tal como o conhecemos. A meta é acabar com o
andarilho uniformizado que, faça chuva ou faça sol, distribui envelopes de porta
em porta e, às vezes, até conhece os rostos por trás dos nomes dos destinatários.
Os adultos de amanhã se lembrarão dele tanto quanto os de hoje se recordam
dos leiteiros, profetizou o blog de assuntos metropolitanos do jornal Toronto Star,
conformado à marcha inelutável da modernidade tecnológica.

Claudia Antunes, http://revistapiaui.estadao.com.br. Adaptado.

a) Qual é a relação de sentido existente entre o título “Mal traçadas” e o assunto


do texto?

b) Sem alterar o sentido, reescreva o trecho “conformado à marcha inelutável da


modernidade tecnológica”, substituindo a palavra “conformado” por um
sinônimo e o adjetivo “inelutável” pelo verbo lutar, fazendo as modificações
necessárias.
Exemplo: “marcha inevitável da modernidade tecnológica” = marcha da
modernidade tecnológica que não se pode evitar.

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47. (Fuvest) Examine a seguinte matéria jornalística:

Sem-teto usa topo de pontos de ônibus em SP como cama

Às 9h desta segunda (17), ninguém dormia no ponto de ônibus da rua Augusta


com a Caio Prado. Ninguém a não ser João Paulo Silva, 42, que chegava à oitava
hora de sono em cima da parada de coletivos.

“Eu sempre durmo em cima desses pontos novos. É gostoso. O teto tem um
vidro e uma tela embaixo, então não dá medo de que quebre. É só colocar um
cobertor embaixo, pra ficar menos duro, e ninguém te incomoda”, disse Silva
depois de acordar e descer da estrutura. No dia, entretanto, ele estava sem a
coberta, “por causa do calor de matar”.

Por não ter trabalho em local fixo (“Cato lata, ajudo numa empresa de carreto.
Faço o que dá”), ele varia o local de pouso. “Às vezes é aqui no centro, já dormi
em Pinheiros e até em Santana. Mas é sempre nos pontos, porque eu não vou
dormir na rua”.

www1.folha.uol.com.br, 19/03/2014. Adaptado.

a) Qual é o efeito de sentido produzido pela associação dos elementos visuais e


verbais presentes na imagem acima? Explique.

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b) O vocábulo “pra”, presente nas declarações atribuídas a João Paulo Silva, é


próprio da língua falada corrente e informal. Cite mais dois exemplos de
elementos linguísticos com essa mesma característica, também presentes
nessas declarações.

48. (Fuvest) No breve “Prólogo da 3ª edição” das Memórias póstumas de Brás


Cubas, assinado pelo autor, Machado de Assis, constava o seguinte trecho:

Capistrano de Abreu, noticiando a publicação do livro, perguntava: “As


Memórias póstumas de Brás Cubas são um romance?” Macedo Soares, em carta
que me escreveu por esse tempo, recordava amigamente as Viagens na minha
terra. Ao primeiro respondia já o defunto Brás Cubas (como o leitor viu e verá no
prólogo dele que vai adiante) que sim e que não, que era romance para uns e
não o era para outros. Quanto ao segundo, assim se explicou o finado: “Trata-se
de uma obra difusa, na qual eu, Brás Cubas, se adotei a forma livre de um Sterne
ou de um Xavier de Maistre, não sei se lhe meti algumas rabugens de
pessimismo”. Toda essa gente viajou: Xavier de Maistre à roda do quarto, Garrett
na terra dele, Sterne na terra dos outros. De Brás Cubas se pode talvez dizer que
viajou à roda da vida.

O que faz do meu Brás Cubas um autor particular é o que ele chama
“rabugens de pessimismo”. Há na alma deste livro, por mais risonho que pareça,
um sentimento amargo e áspero, que está longe de vir dos seus modelos. É taça
que pode ter lavores de igual escola, mas leva outro vinho.

Machado de Assis

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Considerando esse trecho no contexto da obra à qual se incorpora, atenda ao


que se pede.

a) Identifique um aspecto das Memórias póstumas de Brás Cubas capaz de ter


suscitado a dúvida expressa por Capistrano de Abreu. Explique
resumidamente.

b) Em que consistem os “lavores de igual escola”, a que se refere o autor, no final


do trecho? Explique sucintamente.

49. (Fuvest) Considere o excerto abaixo, no qual o narrador de A cidade e as


serras, de Eça de Queirós, contempla a cidade de Paris.

(...) E por aquela doce tarde de maio eu saí para tomar no terraço um café
cor de chapéu-coco, que sabia a fava.
Com o charuto aceso contemplei o Boulevard, àquela hora em toda a

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pressa e estridor da sua grossa sociabilidade. A densa torrente dos ônibus,


calhambeques, carroças, parelhas de luxo, rolava vivamente, com toda uma
escura humanidade formigando entre patas e rodas, numa pressa inquieta.
Aquele movimento indescontinuado e rude depressa entonteceu este espírito,
por cinco quietos anos afeito à quietação das serras imutáveis. Tentava então,
puerilmente, repousar nalguma forma imóvel, ônibus que parara, fiacre que
estacara num brusco escorregar da pileca; mas logo algum dorso apressado se
encafuava pela portinhola da tipoia, ou um cacho de figuras escuras trepava
sofregamente para o ônibus — e, rápido, recomeçava o rolar retumbante.

a) No trecho “com toda uma escura humanidade formigando entre patas e


rodas”, pode-se reconhecer a marca de qual escola literária? Justifique
sucintamente sua resposta.

b) Tendo em vista que contemplar significa “fixar o olhar em (alguém, algo ou si


mesmo), com encantamento, com admiração” (Dicionário Houaiss) ou “olhar,
observar, atenta ou embevecidamente” (Dicionário Aurélio), qual é a
experiência vivida pelo narrador, no excerto, e que sentido ela tem no contexto
da época em que se passa a história narrada no romance?

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50. (Fuvest) Observe o seguinte trecho de Til, de José de Alencar, no qual o


narrador caracteriza a personagem Berta:

Contradição viva, seu gênio é o ser e o não ser. Busquem nela a graça da moça
e encontrarão o estouvamento do menino; porém mal se apercebam da ilusão,
que já a imagem da mulher despontará em toda sua esplêndida fascinação. A
antítese banal do anjo-demônio torna-se realidade nela, em quem se cambiam
no sorriso ou no olhar a serenidade celeste com os fulvos lampejos da paixão, à
semelhança do firmamento onde ao radiante matiz da aurora sucedem os
fulgores sinistros da procela.

a) Segundo o narrador, Berta é uma “contradição viva”, cujo “gênio é o ser e o não
ser”. Como essa característica da personagem se relaciona à principal função
que ela desempenha na trama do romance?

b) Considerando a expressão “anjo-demônio” no contexto cultural da época em


que foi escrito o romance, justifica-se o fato de o narrador classificá-la como
“antítese banal”? Explique resumidamente.

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51. (Fuvest) Leia o seguinte texto, para atender ao que se pede:

Conversa de abril

É abril, me perdoareis. Estou completamente cansado. Retorno à aldeia depois


de três dias de galope de jipe pelas estradas confusas de caminhões e poeira e
explosões. Tenho no bolso um caderno de notas. Quereis que vos descreva essas
montanhas e vales, e o que fazem os seres humanos neste tempo de primavera?
Deixai-me estirar o corpo na cama; depois tiro as botas. Ouvi-me. As montanhas,
já vos descreverei as montanhas.

Rubem Braga*

*Rubem Braga foi correspondente de guerra junto à FEB, Força Expedicionária


Brasileira, durante a Segunda Guerra Mundial. O fragmento acima pertence a
uma de suas crônicas desse período.

a) Reescreva o seguinte trecho, dando-lhe características narrativas e


empregando a terceira pessoa do plural, em lugar da segunda:
“Tenho no bolso um caderno de notas. Quereis que vos descreva essas
montanhas e vales, e o que fazem os seres humanos neste tempo de
primavera?”

b) Tendo em vista as informações contidas no excerto, o início do texto – “É abril”


– é coerente com o emprego do pronome este, em “neste tempo de
primavera”? Explique.

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52. (Fuvest) Considere o seguinte texto, para atender ao que se pede:

O orgulho é a consciência (certa ou errada) do nosso próprio mérito; a vaidade,


a consciência (certa ou errada) da evidência do nosso próprio mérito para os
outros. Um homem pode ser orgulhoso sem ser vaidoso, pode ser ambas as
coisas, vaidoso e orgulhoso, pode ser — pois tal é a natureza humana — vaidoso
sem ser orgulhoso. É difícil à primeira vista compreender como podemos ter
consciência da evidência do nosso mérito para os outros, sem a consciência do
nosso próprio mérito. Se a natureza humana fosse racional, não haveria
explicação alguma. Contudo, o homem vive a princípio uma vida exterior, e mais
tarde uma interior; a noção de efeito precede, na evolução da mente, a noção
de causa interior desse mesmo efeito. O homem prefere ser exaltado por aquilo
que não é, a ser tido em menor conta por aquilo que é. É a vaidade em ação.

Fernando Pessoa, Da literatura europeia.

a) Considerando-a no contexto em que ocorre, explique a frase “o homem vive a


princípio uma vida exterior, e mais tarde uma interior”.

b) Reescreva a frase “O homem prefere ser exaltado por aquilo que não é, a ser
tido em menor conta por aquilo que é”, substituindo por sinônimos as
expressões sublinhadas.

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53. (Fuvest) No poema “Sentimento do mundo”, que abre o livro homônimo de


Carlos Drummond de Andrade, dizem os versos iniciais:

Tenho apenas duas mãos


e o sentimento do mundo,

Considerando esses versos no contexto da obra a que pertencem, responda ao


que se pede.

a) Que desejo do poeta fica pressuposto no verso “Tenho apenas duas mãos”?

b) No poema de abertura do primeiro livro de Carlos Drummond de Andrade –


Alguma poesia (1930) – apareciam os conhecidos versos

Mundo mundo vasto mundo


mais vasto é meu coração.

Quando, anos depois, o poeta afirma ter “o sentimento do mundo”, ele ratifica
ou altera o ponto de vista que expressara nos citados versos de seu livro de
estreia? Explique sucintamente.

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54. (Fuvest) Leia o seguinte trecho de uma reportagem, para em seguida atender
ao que se pede:

Cantoria de sabiá-laranjeira na madrugada divide ouvidos paulistanos

Diz uma antiga lenda indígena que, durante as madrugadas, no início da


primavera, quando uma criança ouve o canto de um sabiá-laranjeira, ela é
abençoada com amor, felicidade e paz. Isso lá na floresta. Na selva urbana, a
história é outra: tem gente se revirando na cama com a sinfonia que chega a
durar duas horas seguidas antes mesmo de clarear o dia.
“Morei 35 anos no interior paulista e nunca fui acordada por passarinho
algum”, conta uma moradora do Brooklin (zona sul). “Agora, em plena São Paulo
barulhenta e caótica, minhas madrugadas têm sido bem diferentes”.

Folha de S. Paulo, 16/09/2013. Adaptado.

a) Tendo em vista o contexto, é possível concluir, de modo irrefutável, que a


citada moradora do Brooklin faz parte dos paulistanos que não apreciam o
canto do sabiá-laranjeira? Justifique com base no texto.

b) Reescreva os trechos do texto que se encontram em discurso direto,


empregando o discurso indireto e fazendo as modificações necessárias.

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55. (Fuvest) Entrevistado por Clarice Lispector, para a pergunta “Como você
encara o problema da maturidade?”, Tom Jobim deu a seguinte resposta: “Tem
um verso do Drummond que diz: ‘A madureza, esta horrível prenda...’ Não sei,
Clarice, a gente fica mais capaz, mas também mais exigente”.

Nota: O verso citado por Tom Jobim é o início do poema “A ingaia ciência”, de
Carlos Drummond de Andrade, e sua versão correta é: “A madureza, essa terrível
prenda”.

a) Aponte dois recursos expressivos empregados pelo poeta na expressão


“terrível prenda”.

b) Reescreva a resposta de Tom Jobim, eliminando as marcas de coloquialidade


que ela apresenta e fazendo as alterações necessárias.

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56. (Fuvest) Leia o texto.

Na mídia em geral, nos discursos, em mensagens publicitárias, na fala de


diferentes atores sociais, enfim, nos diversos contextos em que a comunicação
se faz presente, deparamo-nos repetidas vezes com a palavra cidadania. Esse
largo uso, porém, não torna seu significado evidente. Ao contrário, o fato de
admitir vários empregos deprecia seu valor conceitual, isto é, sua capacidade de
nos fazer compreender certa ordem de eventos. Assim, pode-se dizer que,
contemporaneamente, a palavra cidadania atende bastante bem a um dos usos
possíveis da linguagem, a comunicação, mas caminha em sentido inverso
quando se trata da cognição, do uso cognitivo da linguagem. Por que, então, a
palavra cidadania é constantemente evocada, se o seu significado é tão pouco
esclarecido?

Maria Alice Rezende de Carvalho, Cidadania e direitos.

a) Segundo o texto, em que consistem o uso comunicativo e o “uso cognitivo” da


linguagem? Explique resumidamente.

b) Responda sucintamente a pergunta que encerra o texto: “Por que, então, a


palavra cidadania é constantemente evocada, se o seu significado é tão pouco
esclarecido?”

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57. (Fuvest) Examine o seguinte anúncio publicitário:

a) Qual é a relação de sentido existente entre a imagem de uma folha de árvore


e as expressões “Mapeamento logístico” e “caminho”, empregadas no texto
que compõe o anúncio acima reproduzido?

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b) A que se refere o advérbio “aqui”, presente no texto do anúncio?

58. (Fuvest) Leia este texto:

A correção da língua é um artificialismo, continuei episcopalmente. O natural é


a incorreção.

Note que a gramática só se atreve a meter o bico quando escrevemos. Quando


falamos, afasta-se para longe, de orelhas murchas.

Monteiro Lobato, Prefácios e entrevistas.

a) Tendo em vista a opinião do autor do texto, pode-se concluir corretamente


que a língua falada é desprovida de regras? Explique sucintamente.

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b) Entre a palavra “episcopalmente” e as expressões “meter o bico” e “de orelhas


murchas”, dá-se um contraste de variedades linguísticas. Substitua as
expressões coloquiais, que aí aparecem, por outras equivalentes, que
pertençam à variedade padrão.

59. (Fuvest) Leia o seguinte texto:

Pense antes de compartilhar


Cada vez mais pessoas interagem por meio de redes sociais.
O crescimento dessas comunidades reforça uma das principais
discussões relativas à internet: a privacidade.
Época, 15/04/2011.

a) Qual a razão apresentada por essa matéria jornalística para aconselhar seus
leitores a “pensar antes de compartilhar”?

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b) No verbete “privacidade”, do Dicionário Houaiss da língua portuguesa, lê-se:


trata-se de ang. de empréstimo recente na língua, sugerindo-se em seu lugar
o uso de ................ .
Por que o dicionário sugere que se evite o uso de “privacidade”? Que palavra
pode ser usada em seu lugar?

60. (Fuvest) Leia com atenção o seguinte texto:

A onipresença do olho mágico da televisão no centro da vida doméstica dos


brasileiros, com o 1poder (imaginário) de tudo mostrar e tudo ver que os
espectadores lhe atribuem, vem provocando curiosas alterações nas relações
entre o público e o privado. Durante pelo menos dois séculos, o bom gosto
burguês nos ensinou que algumas coisas não se dizem, não se mostram e não
se fazem em público. Essas mesmas coisas, até então reservadas ao espaço da
privacidade, hoje ocupam o centro da cena televisiva. Não que o bom gosto
burguês deva ser tomado como referência indiscutível da 2ética que regula a
vida em qualquer sociedade. Mas a inversão de padrões que pareciam tão
convenientemente estabelecidos nos países do Ocidente dá o que pensar. No
mínimo, podemos concluir que a burguesia do terceiro milênio já não é a
mesma que ditou o bom comportamento dos dois séculos passados. No
máximo, supõe-se que os fundamentos do contrato que ordenava a vida social
entre os séculos XIX e XX estão profundamente abalados, e já vivemos, sem nos
dar conta, em uma sociedade pós-burguesa, num sentido semelhante ao do
que chamamos uma sociedade pós-moderna.

Maria R. Kehl, in Bucci e Kehl, Videologias: ensaios sobre televisão.

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a) O que a autora do texto quer dizer, quando se refere ao “poder de tudo


mostrar e tudo ver” (ref.1), atribuído à televisão, como “imaginário”?

b) Indique a palavra do primeiro período que tem o mesmo significado do


prefixo que entra na formação da palavra “onipresença”.

c) Indique uma palavra ou expressão do texto que corresponda ao sentido da


palavra “ética” (ref.2).

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61. (Fuvest) Leia a seguinte mensagem publicitária, referente a carros, e responda


ao que se pede:

POTÊNCIA, ROBUSTEZ E TRAÇÃO 4WD. PORQUE TEM LUGARES QUE SÓ


COM ESPÍRITO DE AVENTURA VOCÊ NÃO CHEGA.

a) A mensagem está redigida de acordo com a norma padrão da língua escrita?


Se você julga que sim, justifique; se acha que não, reescreva o texto,
adaptando-o à referida norma.

b) Se a palavra “só” fosse excluída do texto, o sentido seria alterado? Justifique


sua resposta.

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Gabarito: MORFOLOGIA

Resposta da questão 1:

a) O termo “marilama” é composto, por aglutinação, pelas palavras originárias


mariana e lama, ambas caracterizadas pela repetição harmônica da vogal “a” em
suas sílabas, assonância que se repete na nova palavra.

b) Segundo o texto, os jovens do vilarejo rural de Bento Rodrigues, alocados em


bairros que tinham sido poupados da tragédia causada pela ruptura da
barragem de Fundão, da mineradora Samarco, eram objeto de preconceito e
bulliyng por parte dos moradores. Para escapar desse tipo de agressão, os jovens
evitavam circular na cidade com o uniforme da Escola Municipal de Bento
Rodrigues, uma demonstração de tentativa de apagamento de suas
identidades.

Resposta da questão 2:

a) O termo “precariado” é formado por derivação sufixal, a partir do radical do


adjetivo precário (precari). O afixo -ado empresta valor coletivo ao adjetivo,
passando a designar uma categoria laboral em que o trabalhador deixa de ter
os seus direitos básicos assegurados.

b) A expressão “com razão” exerce função sintática de adjunto adverbial de


afirmação, acentuando a concordância de Giovanni Alves com a crítica de Ruy
Braga ao conceito formulado por Guy Standing de que o precariado seria uma
“nova classe social”.

Resposta da questão 3:

a) Não, a palavra “bem” adquire sentidos diferentes e desempenha funções


distintas também em cada um deles. No texto I, apresenta noção de muito,
bastante, com função de advérbio ligado ao adjetivo “ligados”. No II, é marcador
linguístico de pausa antes de introdução da fala, com função de interjeição. Em
III, é substantivo com função de vocativo.

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b) Empregando o discurso indireto, a frase apresentaria a seguinte configuração:


Ela disse que queria explorar e experimentar diferentes partes da natureza, mas
ela não gostava do deserto, sentia muito pelas plantas!

Resposta da questão 4:

a) Michel de Montaigne contraria o senso comum que associa a morte natural à


que decorre do envelhecimento, já que, na maioria das vezes, as pessoas
morrem de qualquer tipo de acidente ou doença que as atinge de surpresa em
qualquer momento da vida. “Morrer de velhice é coisa que se vê raramente,
singular e extraordinária e portanto menos natural do que qualquer outra”.

b) Os pronomes “lhe“ e “o“ referem-se a “duração da vida“ e a “limite bem menor“,


respectivamente.

Resposta da questão 5:

a) Não, o emprego do diminutivo nas palavras “vozinha” e “sorrisinho” não produz


o mesmo efeito de sentido nos dois casos. Enquanto que, na primeira
ocorrência, o diminutivo pretende diminuir a atitude contestatória de Prometeu,
na segunda, confere ironia ao comportamento do jacaré.
b) Substituindo o verbo “fazer” por sinônimos adequados ao contexto, os trechos
poderiam apresentar as seguintes configurações: os outros decidem realizar
(preparar) uma festa para provocar-lhe o riso (...). Todos praticam (elaboram)
coisas engraçadas”.

Resposta da questão 6:

a) O emprego da palavra “onde”, no texto, refere-se a “passado”. Trata-se de um


uso incorreto, já que, de acordo com a norma culta, o pronome relativo “onde”
deve ser empregado para referência a lugares. Assim, para que seu uso no texto
fosse considerado correto, deveria referir-se ao antecedente “álbum de
fotografias”.

b) “Todas as outras? Que ideia!”.

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Resposta da questão 7:

a) A expressão “A 10 anos” do primeiro anúncio é incorreta, pois, na indicação de


tempo decorrido, deve usar-se o verbo “haver”. Para atender aos requisitos da
norma culta da língua, deveria ser substituída por “Há dez anos”.

b) “Pra” aparece em dicionários, inclusivamente no vocabulário ortográfico da


Academia Brasileira de Letras, como sendo a forma reduzida da preposição
“para”. Pode ser utilizada na linguagem falada e em alguns tipos de textos
informais, como recurso de frases publicitárias em que se pretende enfatizar a
aproximação do emissor com o receptor da mensagem.

Gabarito: MORFOSSINTAXE

Resposta da questão 8:

a) Dois versos, “Viu chegar quarta-feira”, “acabar brincadeira”, aludem a realidades


diferentes, em que o primeiro alude a um cotidiano de precariedade na
tentativa da sobrevivência de uma população abandonada pelo Estado, e o
segundo, a momentos de euforia e de alegria, típicos da semana de Carnaval.
Também os versos “Toda a cidade anda esquecida/ Da falsa vida da avenida”
retratam o contraste entre os dois contextos: a realidade cruel do cotidiano e a
ilusória, experimentada nas festas carnavalescas.

b] A oração reduzida de gerúndio, “raiando” poderia ser transformada em duas


orações subordinadas adjetivas: os dias que raiam sem sol ou os dias sem o sol
que raia. No primeiro caso, o verbo adquire significado de nascer, no segundo,
de brilhar.

Resposta da questão 9:

a) No contexto, a palavra “espeta” adquire valor semântico de enfia, emprestando


sentido irônico à frase, na medida em que sugere algo desagradável e agressivo
ao ato de inserir duas vírgulas no texto original.

b) A expressão “cortando as asas antes do voo” refere-se à reação que o editor


poderia ter tomado quando o autor reclamara, indevidamente, da presença de
duas vírgulas para separar um adjunto adverbial deslocado, com o argumento
de que haviam interferido no ritmo da sentença.

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Resposta da questão 10:

a) No contexto, a palavra “cravou” adquire sentido de “afirmou”, “disse com


veemência”, conferindo ênfase ao que foi dito pelo personagem. Já “planilhar”
apresenta noção semântica de “registrar de forma organizada”, “enumerar”,
“catalogar”, acompanhando o tipo de linguagem do site de mídia social Reddit
em que os usuários podem divulgar ligações para conteúdo na Web.

b) As conjunções pois e porque substituem os dois pontos do período, já que o


segundo segmento estabelece relação de explicação com o primeiro: “Vale dizer
que o usuário contabilizou apenas mortes relevantes à história, pois (porque) só
entraram na planilha vítimas que tinham, pelo menos, nome antes de baterem
as botas”.

Resposta da questão 11:

a) O termo “crise” refere-se a conflitos matrimoniais que obrigavam à separação


do casal, contrariando assim os preceitos da Igreja Católica que considerava o
casamento como um vínculo indissolúvel.

b) Na voz ativa, a oração apresentaria a seguinte configuração: tal como a Igreja


Católica o concebia.

Resposta da questão 12:

a) Não. O sentido é de “adornos empolados ou pomposos de um discurso”


(acepção extraída do Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa).

b) Considerando que a oração “embora não se encontrem nos seus longos


discursos e muitos volumes nem uma ideia original, nem uma só observação
própria” está na voz passiva sintética; a outra forma que o verbo “encontrar”
poderia assumir, mantendo-se o sentido, seria a voz passiva analítica: “embora
não sejam encontradas nos seus longos discursos e muitos volumes nem uma
ideia original, nem uma só observação própria”.
Na oração “o escândalo viria se houvera [pretérito mais-que-perfeito do
indicativo] originalidade”, o verbo “haver” poderia sem substituído, sem alteração
de sentido, por “houvesse” [pretérito imperfeito do subjuntivo].

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Resposta da questão 13:

a) Se a conjunção “mas” fosse substituída pela conjunção “e”, o estranhamento


da autora desapareceria, pois a segunda oração deixaria de constituir oposição
à primeira e seria entendida como um outro pedido a Deus: “não nos deixeis cair
em tentação” / “e livrai-nos do mal”.

b) Se a segunda pessoa do plural dos termos verbais “deixeis” e “livrai” fosse


substituída pela terceira pessoa do singular, a frase correta seria: não nos deixe
cair em tentação, mas livre-nos do mal.

Resposta da questão 14:

a) A sequência dos verbos “conhecer”, “oferecer”, “proporcionar” e “alcançar”


estabelecem uma relação temporal de continuidade e progressão. Em primeiro
lugar, é necessário conhecer a atividade do cliente, para depois oferecer
propostas que venham a proporcionar resultados positivos e correspondam aos
objetivos positivos do negócio.

b) Os verbos mencionados devem ser conjugados no modo subjuntivo, na


primeira pessoa do plural: Conhecer profundamente os negócios de nossos
clientes é só o primeiro passo que permite que ofereçamos sempre respostas
mais rápidas, proporcionemos decisões mais assertivas e alcancemos melhores
resultados.

Resposta da questão 15:


a) [I] O futebol conquistou um papel na sociedade, tanto cultural, quanto
econômica e politicamente.
ou
O futebol conquistou na sociedade um papel cultural, econômico e político.

[II] Os clubes buscam a expansão do número de associados bem como a


redução dos gastos com publicidade.
ou
Os clubes buscam expandir o número de associados bem como reduzir os
gastos com publicidade.

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b) [III] Diante de tais fatos, fica claro que o futebol exerce uma grande influência
no cotidiano do brasileiro.

[IV] O técnico declarou aos jornalistas que, para o próximo jogo, ele tem uma
carta na manga.
ou
O técnico declarou aos jornalistas que, para o próximo jogo, ele tem uma carta
no bolso do colete.

Resposta da questão 16:

a) As mensagens do Grupo I apresentam inversão de oração, ou seja, os


predicados antecedem o sujeito, dando destaque à ação. As do Grupo II, por se
apresentarem na ordem direta, enfatizam o agente e não a ação em si.

b) Segundo a norma-padrão da língua portuguesa, os adjuntos adverbiais


intercalados devem ser assinalados por vírgulas. Assim, as manchetes deveriam
ser transcritas da seguinte forma:
– Causaram viva apreensão, nos E.U.A., os discos voadores (Folha da Manhã, 30
de julho de 1952, adaptado)
– MEC divulga, hoje, resultados do Enem por escolas (Zero Hora, 22 de novembro
de 2012, adaptado)

Resposta da questão 17:

a) “Sorriamos, nós não estamos sendo filmados!”

b) O uso do gerúndio na oração “você está sendo filmado” é pertinente, pois


expressa uma ação prolongada que acontece no momento em que é
enunciada.

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Gabarito: PONTUAÇÃO

Resposta da questão 18:

a) Sim, existe diferença de sentido no emprego da palavra “homens” em cada


um dos textos citados. Em I, a palavra refere-se ao gênero masculino, enquanto
que em II, à Humanidade.

b) O uso de aspas no termo “Mulheres” realça o termo e confere especificidade


ao assunto tratado no livro “Calibã e a Bruxa”: uma perspectiva especial a partir
da qual se deve reconsiderar a história das relações capitalistas”.

Resposta da questão 19:


a) O texto constitui exemplo da figura de linguagem personificação ou
prosopopeia. Seu uso visa dar voz à Floresta Amazônica, com o objetivo de
aproximar o expectador de sua realidade, levando-o a comover-se com a
situação imposta à floresta, a de destruição; movendo-o a tornar-se um dos
defensores de seu ecossistema.

b) O uso das reticências nesse caso deixa implícita a ideia de que a Floresta
renascerá, mas os seres humanos, não.

Gabarito: FIGURAS DE LINGUAGEM

Resposta da questão 20:

a) “O segundo Rio é descrito através de metáforas, como terra de ninguém”,


“trombeteada nos noticiários de TV”, “cada esquina é um Vietnã ou Iraque”, ou
seja, uma cidade violenta onde impera o banditismo do narcotráfico que faz
com que todo o cidadão tem a sensação de viver em plena guerra. Esta imagem,
bastante divulgada pela mídia sensacionalista, contrasta com o primeiro Rio
retratado no início do texto: uma cidade com belas praias, cidadãos educados e
afáveis, ambiente celebrado nas músicas suaves da bossa nova.

b) O “terceiro Rio de Janeiro” alude à diversidade que caracteriza a população


da cidade e que não se encaixa na visão estereotipada do primeiro, idealizado e
romântico, nem do segundo, violento e hostil. Este último Rio é a cidade
verdadeira onde circulam e vivem pessoas de diversas etnias, classes sociais e
gostos artísticos.

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Resposta da questão 21:

a) No segmento, pretensamente sem culturas autóctones ditas desenvolvidas,


os termos sublinhados poderiam ser substituídos por supostamente ou
hipoteticamente e tidas como ou julgadas, respectivamente: supostamente
(hipoteticamente) sem culturas autóctones ditas (julgadas) como desenvolvidas.

b) As expressões ‘É Fogo!”, do primeiro texto, e “governar é produzir incêndios”,


do segundo, podem ser entendidas de forma literal ou com sentido conotativo.
Em sentido literal, aludindo a queima de mato, vegetação e arvoredo, para
preparar o solo para o plantio e em sentido conotativo, como expressão popular
para designar problema difícil de resolver em um país. Associando imagem e
texto de Safatle, podemos perceber a crítica à estratégia de desenvolvimento
produtivo do Brasil que remonta ao período colonial e se estende até hoje,
alicerçada em desprezo por culturas autóctones e destruição do meio ambiente
para atender a interesses dos oligopólios, nacionais e estrangeiros.

Resposta da questão 22:

a) O termo firehosing foi usado para caracterizar um tipo de discurso utilizado


para disseminação de notícias falsas como estratégia de influenciar a opinião
pública, nomeadamente em propaganda política, como aconteceu
recentemente no governo russo de Vladimir Putin, o que o equipara a uma
mangueira de incêndio que ejeta grande quantidade de água de forma
ininterrupta e sob alta pressão, atingindo grandes profundidades.

b) A metáfora “verdade sanduíche” foi usada para definir uma estratégia de


reversão dos efeitos de propagação de mentiras, desmentindo discursos falsos
sem repeti-los. Assim, as duas fatias simbolizam a verdade, e o conteúdo, a
mentira e respectiva desconstrução.

Resposta da questão 23:

a) As expressões “europeizava-se” e “presença europeia” para designar a


influência da cultura inglesa no cotidiano da colônia são inadequadas, pois a
sociedade brasileira já havia recebido anteriormente a influência da cultura do
colonizador português, obviamente, também europeu.

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b) As palavras “litorâneo” e “temperatura” foram usadas em sentido figurado: a


primeira refere-se às atividades comerciais realizadas por mar entre as duas
nações e a segunda à necessidade de adaptação da cultura estrangeira à
realidade local.

Gabarito: ENUNCIAÇÃO, TEXTO E DISCURSO

Resposta da questão 24:

a) No contexto, o termo “literalmente” apresenta seu sentido denotativo, ou seja,


reproduz ao pé da letra, em sentido estrito, que a autora ficou sem vontade de
comer. Desta forma, distancia-se do sentido conotativo da expressão quando
usada para designar perda de interesse causada por algo desagradável.

b) Substituindo os termos grifados por outros de sentido equivalente, o excerto


apresentaria a seguinte configuração: causando estresse nos clientes e na
cozinha, sem contar as atitudes desagradáveis da equipe de funcionários.

Resposta da questão 25:

a) A expressão “mais assustador” que acompanha a segunda imagem de um


oceano em que a barbatana de um tubarão não é visível estabelece um termo
comparativo com a primeira. Se o sinal de um tubarão nadando nas
proximidades é assustador para qualquer banhista, é mais assustador ainda o
desaparecimento da fauna marinha fruto do declínio ambiental dos
ecossistemas e do processo gradual da extinção de diversas classes de animais.
O fato de José Tikuna ter demorado anos para reunir somente penas de gavião
já mortos para fazer um cocar demonstra a sua preocupação com a preservação
da vida animal no contexto em que vive, comportamento recorrente nas
populações indígenas em contraste com a maioria que habita o planeta.

b) A expressão “por respeito à natureza”, presente no título do texto, exerce


função sintática de adjunto adverbial de causa, antecedendo o objetivo principal
do texto que é sensibilizar o leitor para a conscientização da necessidade de não
agredir a natureza. Desta forma, o relato do comportamento de José Tikuna que
levou 16 anos coletando penas para fazer o seu cocar atua como exemplo e
contribui para reforçar esse objetivo.

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Resposta da questão 26:

a) O texto publicado na Revista do Idec, "Brincando de esconde-esconde", faz


uma crítica a estratégias de marketing de vendedoras de automóveis que
induzem o leitor a deter-se na imagem de um carro super equipado e com
preço convidativo e texto em caixa alta, enquanto esconde as restrições ao valor
anunciado em letras minúsculas. Seguindo a mesma estratégia, Calvin, para
convencer o Papai Noel de que é merecedor de presente, escreve uma carta em
que se apresenta como menino “muito bom”, enquanto, no rodapé e em letra
minúscula, revela o seu lado negativo, tornando o titulo do texto aplicável
também à tirinha de Bill Walterson.

b) Ao usar a mesma estratégia de marketing em venda de automóveis, Calvin


surpreende o leitor ao desconstruir a imagem de uma criança ingênua que
escreve uma carta ao Papai Noel para se revelar, precocemente, conhecedor de
truques de “esperteza” típicos dos adultos.

Resposta da questão 27:

a) Ao proferir a frase “Não são todos que podem ter aquele clichê do computador
com a estante de livros bonita atrás”, o professor alude à profunda desigualdade
social da população brasileira, em que apenas uma pequena parcela de alunos
usufrui de equipamentos físicos e digitais para estudar.

b) A expressão “por exemplo” é usada para introduzir um complemento ao que


é dito anteriormente sobre as dificuldades que os alunos enfrentam para darem
prosseguimento às aulas de maneira remota.

Resposta da questão 28:

a) O texto de B. Carbinato propaga informações oriundas de investigações


desenvolvidas sob os parâmetros da metodologia científica e fornece dados
extraídos de bancos credíveis, como o UK Biobank e a empresa privada
23andMe. A função referencial da linguagem através da impessoalidade
transmitida pelo uso da 3ª pessoa do singular, objetividade, fraseologia técnica
como “gene”, “genomas”, “DNA”, assim como uso de vocabulário simples para
tornar a informação acessível a um público leigo permitem classificá-lo como
artigo de divulgação científica.
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b) O emprego do diminutivo nas palavras “letrinha(s)” e “tijolinhos” permite ao


leitor comum aproximar-se da linguagem científica, vencer a complexidade do
estudo do mundo da microbiologia, ramo da ciência que estuda os seres vivos
minúsculos que só podem ser vistos pelos humanos por meio do microscópio.

Resposta da questão 29:

a) A imagem de uma pessoa envolta em uma fumaça que a suga para o interior
de um Smartphone gera associação com a tragada de um fumante, sugerindo,
assim, que o uso desse tipo de aparelhos de comunicação provoca vício tão
nocivo quanto o tabagismo.

b) Segundo Garattoni e Szklarz, a facilidade de manuseio pelo simples deslizar


de um dedo para desbloqueio e acesso a informação, além da capacidade de
diversão e utilidade que fornecem ao usuário, tornam o vício em smartphone
mais parecido com o vício em caça-níqueis do que com o vício em cigarro.

Resposta da questão 30:

a) Segundo o articulista, os memes e textões reproduzidos em plataformas


digitais têm a capacidade de “fazer a gente rir”, “dividir descontentamentos”,
abordar temas desagradáveis ou denunciar injustiças, argumentos que
amparam a tese de que são usados como extravasadores de afetos.

b) Não há contradição no trecho transcrito, pois, na área digital que valoriza a


velocidade na propagação de informação, até o “textão”, mais utilizado na
imprensa escrita, deve ser sintético e conciso.

Resposta da questão 31:

a) A presença de uma vírgula a separar a palavra “paranoia”, termo que


caracteriza determinados distúrbios psíquicos, sugere a presença do verbo
“para”, associado ao vocativo “noia”. Como se trata de uma edição voltada para
um circuito específico da psicologia e psiquiatria, infere-se que se trata de uma
estratégia de conscientização da necessidade de tratamento para as pessoas
que sofrem desse tipo de doença.

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b) A imagem de uma mulher com cabelos revoltos e sentada em um sofá em


situação de desalento e confusão emocional coaduna-se com a frase do texto
que alerta para a necessidade de tratamento terapêutico como forma de
enfrentar transtornos afetivos ou mentais.

Resposta da questão 32:

a) As frases exclamativas traduzem as fortes emoções – vergonha, espanto e


medo – vivenciadas por Kim no momento do primeiro contato com o registro
fotográfico, 14 meses depois do bombardeio químico ao vilarejo onde morava.

b) A partir da expressão “minha tragédia”, pode-se inferir que, no primeiro


contato com o registro fotográfico, Kim reage como criança, envergonhada e
indignada pela exposição do corpo nu entre os que a rodeiam, todos vestidos.
No segundo, 46 anos depois, reage como adulta consciente da importância
desse registro para promoção de campanhas em prol da paz.

Resposta da questão 33:

a) Ao contrapor a frase “Escravidão no Brasil não é analogia” ao segmento “é


realidade”, subentende-se que a palavra “analogia” traduz um conceito abstrato,
utópico ou teórico. Já, no Texto II, o adjetivo adquire noção de “semelhante”,
“igual”, abrangendo todos os que são sujeitos a trabalhos forçados, jornada
exaustiva, condições degradantes de trabalho ou restrição de locomoção por
dívidas contraídas com a entidade patronal.

b) A imagem de duas mãos amarradas sobre fundo escuro sugere que o


conceito sobre a condição de escravatura abrange setores sociais que, na
sociedade contemporânea, são excluídos de direitos de cidadania, constituído
por indivíduos de qualquer raça, ou seja, por todos os que são vítimas de um
sistema opressor que os marginaliza.

Resposta da questão 34:

a) Sim, o verbo “ter” apresenta diferente valor semântico em cada um dos dois
segmentos. Na primeira ocorrência, substitui o verbo haver ou existir. Na
segunda, o verbo necessitar ou precisar.
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b) Em discurso indireto, a frase apresentaria a seguinte configuração: Eduardo


Koge disse que eles viviam ali que nem gado e não podiam sair daquela cerca.

Resposta da questão 35:

a) Sim, existe relação de sentido entre a imagem e as palavras “digital” e


“diferença”. A imagem dos rostos que encabeçam os dedos revelam a
diversidade do semblante de cada ser humano, característica que se apresenta
também no desenho das impressões digitais de cada um. A propaganda, que
pretende esclarecer as pessoas sobre a importância da biometria como fator de
segurança para o processo eleitoral, amplia o significado da palavra “diferença”
ao associar o termo à melhoria do processo por garantir que ninguém votará no
lugar de outro.

b) Mantendo os verbos no modo imperativo na primeira pessoa do plural, a frase


apresentaria a seguinte configuração: “Venhamos para a biometria. Cadastremos
nossas digitais.”

Resposta da questão 36:

a) Quando seu Joãozinho Bem-Bem e seus jagunços passam pelos arredores do


Tombador, Nhô Augusto oferece-lhes alimentação e estadia, e logo se torna
amigo do cangaceiro. No entanto, Augusto estava determinado a ser um
homem de bem e, por isso, não poderia permitir as malfeitorias de seu
Joãozinho Bem-Bem. Assim, luta contra o amigo e encontra, nessa morte
heroica, sua redenção.

b) Quando Nhô Augusto é resgatado pela mãe Quitéria e o pai Serapião, após
ser quase morto pelos capangas do Major Consilva, passa por um processo
cristão de arrependimento e regeneração. Logo, o povo da região o considera
um homem “santo”, pois passa a trabalhar para si e para os outros e a praticar o
bem.
Em determinado momento da narrativa, quando busca a sua oportunidade de
redenção, deixa-se guiar por um jumento, que o leva ao encontro do seu destino.
Pelo simbolismo religioso presente no conto, é possível estabelecer um paralelo
com a imagem de Jesus Cristo entrando em Jerusalém.

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Resposta da questão 37:

a) O autor agradece “imediatamente depois de receber o volume” para se


libertar do pecado de não apreciá-lo.

b) “É menor pecado elogiar um mau livro, sem que o tenha lido...” e “É menor
pecado elogiar um mau livro, mesmo não o tendo lido...”.

Resposta da questão 38:

a) O trecho, do modo como está redigido, possui problemas de coesão, já que


sua clareza fica comprometida. São possíveis diversas redações, umas delas seria:
“Um exemplo recorrente do uso desse tipo de equipamento é a simulação
climática, que possui a capacidade de processar quatrilhões de dados por
segundo, tornando possível que um computador calcule as oscilações
meteorológicas”.

b) O sentido da palavra “cenários” nas duas ocorrências é sutilmente diferente.


No primeiro caso, possui um sentido mais específico, mais restrito, já que se
refere à antecipação de fenômenos climáticos. No segundo, seu sentido é mais
amplo.

Resposta da questão 39:

a) Os termos “simples” e “sofisticada” na expressão “uma traquitana simples, mas


extremamente sofisticada” configuram uma contradição.

b) O uso da primeira pessoa do plural (“nosso andar”, “somos capazes”, “nossas


pernas”), a linguagem coloquial presente no uso do termo “traquitana”, assim
como a imprecisão semântica da expressão “espécie de embreagem”
diferenciam o texto de Fernando Reinach dos textos científicos em que
predomina a função referencial da linguagem, denotativa e objetiva.

Resposta da questão 40:

a) Segundo o autor, os diários íntimos surgiam com maior frequência nos países
em que a Reforma Protestante se consolidou, pois os adeptos dessa nova

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corrente religiosa, que não contempla o ato da confissão, não podiam recorrer à
autoridade sacerdotal para fazer exame de consciência. Assim, recorriam com
frequência à escrita de textos autobiográficos para elaborarem
questionamentos autocríticos relacionados com comportamento individual ou
conduta social.

b) Os termos “ele” e “interposta pessoa” referem-se a “exame de consciência” e


“autoridade sacerdotal”, respectivamente.

Resposta da questão 41:

a) Sim, pois a pegada de um sapato, usado normalmente por funcionários de


empresas comerciais e financeiras, sobre uma área que remete a uma plantação
de soja permite inferir que o anúncio destaca a importância da aproximação
dessas empresas com a realidade do meio em que o cliente desenvolve as suas
atividades.

b) Os ícones e os algarismos informam a posição geográfica exata do campo de


soja a que se refere o texto. Assim, através dessa inclusão, associa-se facilmente
a precisão do local com a eficiência da empresa baseada no conhecimento
rigoroso da realidade do negócio.

Resposta da questão 42:

a) A expressão felicidade coletiva remete à ideia de uma utopia, de uma


sociedade minimamente mais justa e digna, o que pode soar uma certa
tendência à esquerda política da época. Basta lembrar que no período em que
foi escrito o poema, vivia-se, no Brasil, em plena era getulista, em que a palavra
utopia e ideais tidos comunistas poderiam render até voz de prisão. Desse modo,
o livro Sentimento do Mundo lançado em 1940 é o livro com maior preocupação
social de Drummond. Portanto, a felicidade coletiva trata-se da visão de uma
felicidade social em que todos possam ser felizes juntos.
b) A ilha de Manhattan representa o imperialismo. O capitalismo que dividiu o
mundo em dois: os que compraram o discurso americano e os que foram na
onda da antiga URSS. Segundo os ideais da época, o capitalismo americano seria
o responsável pela manutenção das desigualdades e, sobretudo, das injustiças
sociais, enquanto os países comunistas tentavam criar uma sociedade mais
igualitária. Com o fim do muro de Berlim, essa fantasia comunista perdeu muito
de sua força, mas na época em que o poema foi escrito, esses conflitos viviam
seu apogeu.
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Resposta da questão 43:

a) Para maior expressividade a palavra linha traz uma ambiguidade bastante


pertinente, mencionando a expressão andar na linha que quer dizer fazer tudo
de maneira correta e a ideia de linha de trem, já que a empresa oferece
transportes em containers via férrea.

b) Hoje sustentável ganhou um significado a mais, quer dizer de toda forma de


trabalho que não prejudica o meio ambiente, o que acontece com os trens, eles
não poluem o ar como outros meios de transporte e também são mais baratos.

Resposta da questão 44:

a) Quando formou o axioma em que a ignorância não tem limite inferior, o


deputado Roberto Campos quis dizer que a ignorância sempre nos surpreende
devido a sua ilimitada capacidade de aparecer sempre pior e mais profunda.
Um sarcasmo de um homem que convivia com políticos de todos os escalões
no dia a dia do Congresso. Quanto ao último e mordaz comentário do colega
político, esses mundos maravilhosos são o da galhofa e do riso fácil, já que toda
essa teatralidade não passava de discurso vazio.

b) O trecho que vai explicar a ironia contida na expressão oratória de alta


visibilidade é: com os dois braços agitados tentando encontrar uma ideia (...)

Resposta da questão 45:

a) O uso do verbo roubar, sempre pejorativo, sendo usado de maneira conotativa


a chamar a atenção de um acento que não deveria ter saído da língua. A
jornalista aponta um problema ortográfico em que se contrasta o verbo parar
com a preposição para. Depois da nova reforma ortográfica, ambas aparecem
sem nenhuma marca diferencial para evidenciar o uso de palavras homônimas,
mas justapostas em duas classes gramaticais distintas.

b) São Paulo, para ver o Corinthians jogar, para.


São Paulo para a fim de ver o Corinthians jogar.

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Resposta da questão 46:

a) A expressão essas mal traçadas linhas tornou-se um clichê do universo


epistolar em extinção já no Canadá. O título, de certa forma, ironiza essa
mudança que se aponta e mais uma profissão familiar às pessoas que se vai
substituída pela tecnologia.

b) Resignado à marcha da modernidade tecnológica contra a qual não se pode


lutar...

Resposta da questão 47:

a) Estamos diante de uma contradição e, por conseguinte, de uma ironia. Diante


desta imagem, nossos olhos sentem um estranhamento imediato fruto do
contraste produzido pela palavra escrita em letras garrafais e tomando boa parte
do anúncio: CONFORTO. Em cima, com custo, percebemos a existência de um
homem deitado. Abaixo do homem um anúncio imenso. O efeito de sentido é
produzido pelo contraste gerador da ironia presente entre a palavra CONFORTO
e um homem dormindo ao relento, em um lugar que não foi feito para isso. A
posição toda torta do homem enquanto dorme colide com a segurança e a
beleza escritas também no anúncio, outro contraste que levará à ironia.
Refletido pelo vidro, no canto à esquerda, há um outro homem, que também
parece maltrapilho, e que parece estar se penteando e utilizando o vidro do
ponto de ônibus para sua toalete, o que também remete à beleza expressa na
mensagem escrita do anúncio. Uma ironia produzida pela própria realidade.

b) (...) ninguém te incomoda (...) O pronome te usado com o sentido de você ou


do oblíquo o faz parte do coloquial brasileiro.
(...) por causa do calor de matar (...) expressão hiperbólica usada informalmente.

Resposta da questão 48:

a) Capistrano de Abreu levanta a dúvida sobre o gênero da obra por estar


pensando no conceito tradicional de um romance, ou seja, contendo um enredo
predominantemente linear, criando um ambiente de suspense e aventura,
resolvido de maneira surpreendente. Contudo, a obra de Machado de Assis, que
inaugura o Realismo brasileiro, caracteriza-se por um estilo digressivo,
distanciado do padrão descrito do romance tradicional, possuindo um narrador
volúvel, que relata uma vida vazia, sem grandes acontecimentos.
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b) Refere-se às técnicas de narrativa livre dos autores citados, a saber, Almeida


Garrett, Xavier de Maistre e Laurence Sterne, os quais utilizam-se de uma
narrativa digressiva, sem compromisso com a linearidade característica dos
romances tradicionais, aproximando-se, assim, ao estilo, ou forma, utilizada por
Machado de Assis também em sua obra.

Resposta da questão 49:

a) Neste trecho reconhecem-se características do Naturalismo, uma vez que a


animalização (ou zoomorfização) é um recurso dessa escola.

b) A experiência narrada de forma distanciada por Zé Fernandes é a da


observação atenta com uma perplexidade diante da vida agitada na Paris
durante a Belle Époque, contraponto de sua vida tranquila no campo.

Resposta da questão 50:

a) Essa característica está relacionada ao seu papel de heroína e mártir, uma


defensora que se sacrifica em benefício dos desvalidos. Sua situação social
evidencia essa característica, pois transita entre duas classes sociais distintas, a
saber, a elite e os escravos. Berta era livre, porém pobre, não pertencia à classe
dominante.

b) A classificação é justificada quando se lembra da escola literária à qual a obra


está inserida, o Romantismo, pois é comum encontrar personagens que
apresentam caráter dual e/ou contraditório.

Resposta da questão 51:

a) Uma das possibilidades de reescrita é:


“Ele disse que tinha no bolso um caderno de notas e perguntou se queriam
que lhes descrevesse aquelas montanhas e vales, e o que faziam os seres
humanos naquele tempo de primavera”.

b) Por estar o autor no Hemisfério Norte, local onde se encontrava como


correspondente da Segunda Guerra Mundial, o mês de abril corresponde à
estação da Primavera. Dessa forma, o uso do pronome “neste” está correto, uma
vez que se refere ao tempo presente em relação à anunciação.

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Resposta da questão 52:

a) Na frase, o autor considera que, em primeiro lugar, o ser humano busca


reconhecimento de seus feitos pelo outro, evidenciando sua vaidade.
Posteriormente, ele se volta para si e reconhece seus atos, gerando, ou não, o
orgulho, preocupando-se então consigo.

b) O homem prefere ser elogiado, valorizado, enaltecido etc. por aquilo que não
é a ser menosprezado, desvalorizado, desestimado etc. por aquilo que é.

Resposta da questão 53:

a) Logo no primeiro verso do poema, o advérbio “apenas” aponta para um


reconhecimento da própria impotência do eu lírico. Essa ideia irá percorrer todo
o resto do poema. Porém, também sugere um desejo de força, a fim de lutar
contra aquilo que o oprime, clamando para isso, em outros poemas, à ação
coletiva, evidenciando, assim, a ideologia do poeta no contexto em que o livro
foi escrito.

b) O ponto de vista do poeta é alterado. No primeiro livro, os versos citados


indicam um eu lírico voltado para si, para a subjetividade, colocando seus
sentimentos como mais importantes, maiores que o próprio mundo. Mais tarde,
vemos o poeta voltar-se para os sentimentos do mundo, ou seja, priorizar e
valorizar as mazelas que se espalham pelo mundo, evidenciando um poeta mais
preocupado com a coletividade do que com a individualidade.

Resposta da questão 54:

a) Mesmo tendo em vista o contexto, a fala da moradora não permite concluir


de forma “irrefutável” (ou seja, sem restar dúvidas) que ela não aprecie o canto
do sabiá-laranjeira, pois ela diz que as madrugadas estão “diferentes”, mas isso
não significa piores, tampouco pode significar melhores.

b) Uma moradora do Brooklin (zona sul), que viveu 35 anos no interior paulista,
disse que nunca foi acordada por nenhum passarinho, acrescentando que
agora, em plena São Paulo barulhenta e caótica, suas madrugadas têm sido
muito diferentes.

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Resposta da questão 55:

a) Notamos o uso de um paradoxo no emprego do adjetivo “terrível” ao


substantivo “prenda”, cujo significado remete a algo que é bom, pois é um
presente dado a alguém como um agrado. Outro recurso é a metáfora, pois faz
uma relação entre “madureza” (maturidade) e “terrível prenda”.

b) Há um verso de Drummond que afirma: “A madureza, essa terrível prenda”.


Não sei, Clarice: nós nos tornamos mais capazes, porém mais exigentes.

Resposta da questão 56:

a) Na mídia em geral, a linguagem é vazia de sentido por repetição excessiva ou


inadequação ao contexto fatual, enquanto que o uso cognitivo da linguagem
diz respeito ao perfeito entendimento do termo, ou seja, ao processo mental da
informação.

b) A palavra cidadania é constantemente evocada por se tratar de assunto


amplamente discutido, mas, muitas vezes, de forma banal, sem a preocupação
com o seu verdadeiro significado: exercício consciente das ações do indivíduo
na sociedade.

Resposta da questão 57:

a) As nervuras da folha assemelham-se a desenhos de rotas e caminhos traçados


em mapas, relacionando-se, desta forma, com a expressão “mapeamento
logístico”, no sentido de planejamento estratégico para desenvolvimento de
uma indústria competitiva na região da Amazônia.

b) O advérbio “aqui” refere-se à imagem da folha da planta amazônica e,


metaforicamente, a toda a floresta.

Resposta da questão 58:

a) Usando a ironia, Monteiro Lobato parte da hipótese que, se a linguagem


coloquial é desprovida de regras e a linguagem escrita é subordinada às regras
da gramática normativa, então conclui que “a correção da língua é um

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artificialismo”. Este raciocínio é falacioso, pois tanto a linguagem coloquial como


a escrita mantêm vínculos com a gramática, embora sob aspectos diferentes: a
primeira com a gramática discursiva, a segunda, com a gramática normativa.

b) Apenas as expressões “Meter o bico” e “orelhas murchas” pertencem ao


universo da linguagem coloquial e poderiam ser substituídas, segundo a
variedade padrão, por “intrometer-se” e “humilhada”, respectivamente.

Resposta da questão 59:

a) A última palavra que encerra a matéria expressa a preocupação do jornalista


relativamente ao direito à privacidade que, muitas vezes, é prejudicado pelo
excesso de compartilhamento de dados pessoais através de redes sociais da
internet.

b) No verbete “privacidade” do Dicionário Houaiss da língua portuguesa, faz-se


referência a “anglicanismo”, ou seja, ao uso de palavra, expressão ou construção
estrangeira em vez da correspondente na língua portuguesa, o que é apontado
nas gramáticas normativas como um vício de linguagem, classificado como
estrangeirismo ou barbarismo, no caso de haver expressão vernácula
equivalente. Neste caso, a palavra “privacidade” poderia ser substituída por
intimidade.

Resposta da questão 60:

a) O uso dos parênteses destaca o termo “imaginário” no contexto da frase, para


enfatizar que a televisão produz o efeito ilusório de que as imagens transmitidas
ao espectador passivo representam a realidade.

b) O prefixo “oni” significa “tudo”, termo que é repetido na frase “tudo mostrar e
tudo ver”.

c) Define-se ética como o conjunto de princípios, normas e regras que visem a


um comportamento moral exemplar, o que é sugerido na expressão “bom
comportamento”.

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Resposta da questão 61:

a) Talvez por se dirigir prioritariamente a uma parcela de público mais jovem em


que o espírito de aventura é mais acentuado e a informalidade bastante
apreciada, a mensagem faz uso da linguagem coloquial através do uso do verbo
“ter” em vez de “haver” e infringe as regras de regência ao prescindir da
preposição “a” exigida pelo verbo “chegar”. Para atender à norma culta, a frase
deveria ser substituída por “PORQUE HÁ LUGARES A QUE SÓ COM ESPÍRITO DE
AVENTURA VOCÊ NÃO CHEGA”.

b) A inclusão da palavra “só” na frase instaura o pressuposto de que, ao contrário


do que muitos pensam, o espírito de aventura não é o único requisito para se
chegar a um lugar de difícil acesso, sendo necessário também um automóvel
potente e robusto como o que é anunciado. Se a palavra “só” fosse excluída, o
sentido do texto seria alterado, pois estabeleceria a ideia de que o espírito de
aventura era prejudicial e, por isso, impeditivo da ação.

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