Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
APRESENTADA À
---
,
:PNEUMONIAS ATIPICAS
CADEIRA DE ClíNICA MÉDICA
1947
Bib.Fac .Med.UFRGS
di 'íeM~illlza
COl'll lodo meu ca~·illho
Em Medicina, raros são os conceitos clássicos que per-
lllanecem durante muito tempo, tal como foram enunciados.
É fácil compreender que assim seja, porque pisamos terreno
ainda não bem consolidado, suscetível de novas pesquisas
que, por seus resultados, são capazes de' mudar, integralmente
ou em parte, proposições até então tidas como certas e irre-
futáveis.
É comprensível, portanto, que com o evoluir de nossos
conhecimentos, sintamos a necessidade de modificar nossas
idéias ac€rca do conceito dos processos pneumônicos.
Os processos pneumônicos estão divididos, pelos autores
mais antigos, em dois grandes grupos: pneumonias e bronco-
pneumonias.
Passemos em revista essa classificação, para mostrannos
que ela não mais pode subsistir.
Para aquêles que adotam essa divisão, pneumonia é a
inflamaç-ão lobar aguda, sem lise pulmonar, que se inicia su-
bitamente por um calafrio prolongado, pontada e febre alta.
Outros sintomas aparecem mais tarde: tosse com escarro fer-
ruginoso, cefaléia, suores, vômitos, dispnéia, fácies vultuosa,
taquicardia, pulso de acôrdo com a temperatura, hipotensão
arterial, etc. Os sinais físicos, que só estarão bem llítidos
24 a 28 'h oras após iniciado o processo, são: diminuição dos
movimentos respiratórios, aumento do frêmito tóraco-vocal,
macicez e sôpro tubário, tudo no hemitórax afetado. Pode-se
ainda encontrar estertores crepitantes, a medida que nos
afastamos do centro do foco pneumônico.
Pela radiologia, encontraremos uma condensação lobar
do tipo pneumônico.
No escarro, pelo exame direto, veremos o gérmen respon-
sável pela pneumonia, geralmente único.
Outros dados podem ser fornecidos pelo hemograma,
hemossedimenta~ão, etc. que não aehamos necessário descre-
ver aqui.
-6-
das 'Que, como vemos, são bem distintas sob muitos aBpe~tos_
4 té aqui, limitamo-nos a combater o que já foi feito.
Passemos agora a expor nosso pensamento acêrca do -tema-
em foco_
Já das próprias críticas que fizemos, é fácil depr:eooder-
a classificação que julgamos mais aceitável. Para nós, os
processos pneumônicos devem ser divididos em três grandes.
grupos:
1 - Pneumonia lobar
2 - Pneumonia segmentar
3 - Pneumonia plnrifocal.
PXEU~IONIA TÍPICA
{r:(fl-t~'2,/
lobo afeiado, que está aumentado de volume. Os capi1a~......
,
-· 16 -
2 Atelectasia.
OBSERVAÇÕES
Caso n.o 1
Caso n.o 2
Caso n.o 4:
t;nso n.o i)
Helllogmma 21 • Co • 47
Glóbulos vermelhos _." ... _.. . 4.990.000 (por mm 3 )
Glóbulos brancos ............. . 12.200 (" ")
Basófilos _...... _............. . 0% - O
b;osinófilos ............ .. ..... . 9,6% - 1.171,2
'f'l
.N eu t ro I os S em bastonete ..... . 20,2% - 2.464,4
l formas segm~ntadas 45,4% - 5.538,8
Lill fócitos .................... . 16,6% - 2.552,2
MOllócitos . _.................. . 8,2% - 1.000,4
Dosagem da hemoglobina ..... . 80% (SaI1li)
Valor glohlllar ............... . 1
F'ol'nm hemática .............. . Normal
Hemograma 4 • 8 • 47
Glóbulos vermelhos ....... _.. . -1.530.000 (por mm3 )
Glóbulos brancos . ............ . 5.900 ( " .. )
Plasmócitos ...... .... . ... . ... . 0,6% - 35,4
Basófilos ... .................. . 0,6% - 35,4
Eosinófilos .................. _. 5% - 295
Neutrófilos'{ em bastonete ..... . 10,2% - 601,8
formas segmentadas 55,2% - 3.256,8
Linfócitos .................... . 14,4% - 849
Monócitos .................... . 11% - 826
Dosagem da hemoglobina ..... . 73% (Sahll)
Valor globular .. .. ........... .
b'onna hemática ......... .. .... Normal
Caso 11.° 6
Caso n.o 7
Caso n.o 9
Plasmócitos .................. .
Basófilos ..................... . 0% - O 1% - 122
Eosinófilos ................... . 0% - O 1% - 122
em basto1'ete ..... . 28% - 4.676 8% - 976
Neutrófilos {
formas segmentadas 60% - 10.020 66% - 8.052
Linfócitos ... ................. . 4% - 668 20% - 2.440
Monócitos .................... . 8% - 1.336 4% - 488
Dosagem da hemoglobina ..... . 90%
Valor globular ............... . 1,04
Forma hemática .............. . Normal
Caso n.o 10
Obscl'vac;iio (10 Prof. Sarmento Leite }'.o
CONSIDERAÇÕES FINAIS
..
"
"
'.
BIBLIOGRAFIA
AUTORES CONSULTADOS (citados).
33 - ~IaxlVell Finland e ,Tohll JJ. Dingle - New Ellgland J. Med., n." 227,
1942.
34 - E. JJ. Derrlck - Med. J. Aust. - n.· 2, 1937.
35 - F. E. Zemps - J. A. M. A., n.· 121, 1943.
AUTORES CONSULTADOS (não 'citados).
36 - Asa E. Seeds e ~[orton L. lUayel' - Am. J. Roentgenol, n." 49, 1943.
37 - H. ~I. Rose, E. ~Ialloy - Science n." 98, 1943.
38 - J. E. Dllvles e JJ. Cox - Tub. Health Rep. n." 53, 1938.
39 - J()hn JJ. Dlngle e outros - War Med. - n." 3, 1943.
40 - J. R. Gallaghel' - Yale J. Biol. and Med. n." 7, 1934.
41 - Louis RnmOll(l - Lil;ões ·de Clínica Médica (vols. li, lII, IX e XII) -
Editôra Guanabara. 1941.
42 - ~IllxlVell }'lnland, Osler L. Petcrson e EIlas Strauss - Arch. Int.
Med.. n." 70, 1942.
43 - ~I. Baiínelos - Progressos Anuales en la Practica Medico Cirur-
gica. 1946.
44 - ~Iolsés Schwerl1ch - Tese - Faculdade Medicina de Buenos Aires
- 1945.
45 - O. H. RoJJert~oIl - Am. iut. Med. n." 18, 1943.
46 - Otto SapJllr - Radiology, n." 40, 1943.
47 - R. :t~"aJ\s - Revue de la Tuberculose - Tomo 11, n." 34 - 1947.
48 - R. StaeheUn - Scnwez. Med. Wchnsschr - u." 72, 1942.
49 - 'W. G. SmnUe e OIga F. ,Tewett - Am. J. Health n." 32, 1942.
50 - Clementlno Fraga - Clínica Médica (voI. lI) - Livraria Francisco
Alves - 1928.
:.i ' , . I l /
'. ...... '~
'!-'
"