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EdiCase Publicações

Publisher
Joaquim Carqueijó

Redação
Matilde Freitas (MTB 67769/SP)
Laleska Diniz

Design
Lais Magalhães | be.net/laismagalhaes8
Julio Cesar Prava | be.net/juliocesarprava
Robson Araújo | be.net/robsonaraujo

Imagens meramente ilustrativas


Créditos: Shutterstock e Adobestock

Título
Apostilas ENEM

ISBN
978-65-5474-059-3

EAN
7.908.182.054.442

Assuntos
ENEM, matemática e biologia
Sumário
Matemática 4 Ecologia 21
Número e Numeral 4 Relações Ecológicas 22
Multiplicação 4 Biomas 23
Divisão 5 Ciclo Biogeoquímico 24
Expressão Aritmética 6 Ambientalismo 25
Números e Definições 6
Regra dos Sinais 7
MMC 7
Seres Vivos 26
MDC 7 Classificação 26
Fração 8 Plantas 29
Numerais decimais 8 Animais 29
Sistema de Equações 9 Invertebrados 29
Potenciação 10 Vertebrados 31
Radiciação 10 Corpo Humano 33
Equação do 2º grau 10
Medidas 11
Medidas de Tempo 12 Citologia e Genética 38
Medidas de Área 12 Citologia 38
Regra de Três 14 Estrutura 38
Escala e Proporção 15 Trocas 39
Porcentagem 16 Divisão Celular 39
Juros 16 Mitose 40
Progressão Aritmética 17 Meiose 40
Progressão Geométrica 17 Respiração celular 40
Análise Combinatória 18
Probabilidade 19
Ordens e Classes 20 Genética 41
Tradução Matemática para Leis de Mendel 42
resolução de problemas 20
Sistema sanguíneo ABO 43
Traduzindo um enunciado 20
Sistema RH 44
Heranças 45

Como cai nas provas 46

Gabarito 51
Produto desenvolvido por:
Fabio Goulart Maldonado

Matemática
É a ciência do raciocínio e das
regularidades, ferramenta de
muitas áreas do conhecimento

A matemática procura um padrão para formular deduções ri-


gorosas e estabelecer resultados. Está presente um muitas áreas
do conhecimento, como engenharia, medicina, física, química, bio-
logia, e ciências sociais.

Número e Numeral
Da necessidade de contar coisas, os humanos inventaram os
números. O número nos dá a ideia de quantidade de elementos
e seu símbolo ou numeral é usado para representar quantidade,
grandeza ou posição. Portanto:
Número: é a ideia de quantidade
Numeral: é o símbolo usado para representar esta quantidade
Os algarismos indo-arábicos são os mais usados e formam o
Sistema de Numeração Decimal (dez algarismos: 0 ~ 9).

Multiplicação
A operação de multiplicação é uma adição de parcelas iguais,
pois repete o primeiro número como parcela tantas vezes quantas
forem as unidades do segundo e vice-versa. Veja:

4
5 Multiplicando um número por 100, acrescente
3 + 3 + 3 + 3 + 3 = 15 dois zeros à direta desse número, veja: 7 x 100 =
ou 5 x 3 = 15 700. Multiplicando um número por 1000, acres-
5 + 5 + 5 = 15 cente três zeros à direta desse número, veja: 4 x
3 1.000 = 4.000.

É representada com o sinal “x” (vezes) ou "


. " (ponto). O multiplicando e o multiplicador Divisão
são chamados fatores, o resultado: produto.
Se multiplicarmos qualquer número por zero, A operação de divisão é quando separamos
seu produto será sempre zero: 8 x 0 = 0. Se mul- uma quantidade em partes iguais. O sinal que
tiplicarmos qualquer número por um, seu pro- representa a divisão é o “ ÷ ” ou " : ". A forma mais
duto será ele mesmo: 9 x 1 = 9. tradicional da divisão é colocar os números em
A multiplicação ocorre na seguinte sequên- uma “chave” que separa os elementos, veja:
cia: unidades (U); dezenas (D); centenas (C). Da dividendo D d divisor
mesma maneira que na Adição, a Multiplicação resto r q quociente
D=dxq+r
é feita da direita para a esquerda, multiplicando
as ordens: unidade, dezena, centena etc.
6÷2 6 2 6 2
Usamos a Multiplicação “com reserva”
3
quando os números ultrapassam suas ordens,
ou seja, o que era apenas unidade, multiplican-
do-se, vira dezena e unidade. O mesmo ocorre 6 2 6 2
para outras ordens. x
6 3 -6 3
resto 0
C D U


3 1 2 1º multiplicando Se o resultado da subtração é igual a zero
x 3 multiplicador (resto = 0), significa que é uma divisão exata.
Podemos dizer que 6 é divisível por 2. Vejamos
9 3 6 produto
um número maior, com mais casas decimais:
Na multiplicação com mais de um multipli-
cador, achamos o 1º produto parcial pela multi- 25964 ÷ 34
plicação de 243 por 4 = 972. Achamos o 2º pro-
duto parcial pela multiplicação de 243 por 1 = 25964 34 25964 34
243, e seu resultado é afastado uma casa para a 7
esquerda alinhado abaixo de seu multiplicador.
Os dois produtos (1º e 2º) devem ser somados 25964 34 25964 34
x x
respeitando suas posições. 238 7 - 238 7
021
C D U
25964 34 25964 34
1 1 2º
3º x x
2 4 3 1º multiplicando - 238 7 - 238 76
x 1 4 multiplicador
0216 0216
1
204
9 17 12 1º produto
1
+ 2 4 3 2º produto 25964 34 25964 34
x x
3 14 10 2 produto final - 238 76 - 238 76
0216 0216
Multiplicando um número por 10, acrescente - 204 - 204
um zero à direta desse número, veja: 5 x 10 = 50. 012 124

Enem | Matemática e Biologia 5


25964 34 25964 34 Quando termina em dois zeros ou quan-
x x
- 238 763 - 238 763 25 do o número formado pelos dois últimos
0216 0216 algarismos da direita é múltiplo de 25
- 204 - 204
0124 0124
102 - 102 Expressão Aritmética
022
Uma vez compreendido as operações de
Perceba que, com mais algarismos no di- adição, subtração, multiplicação, divisão e po-
videndo, temos que agrupar uma quantidade tenciação, podemos aplicá-las em conjunto em
mínima de casas decimais (da esquerda para a uma expressão aritmética. Veja:
direita) compatíveis com a quantidade de al-
garismos do divisor. No caso, não poderíamos 12 + 10 ÷ 5 - 2 x 3 = ?
agrupar 25 (25964), pois é menor que o divisor
(34), portanto agrupamos 259 (25964), que per- 12 + 2 - 6 =8
mite a multiplicação 34 x 7 = 238. Não há, então,
mais algarismos para “abaixar” o quociente da Em primeiro lugar, devemos resolver as mul-
divisão 25964 ÷ 34 = 763 com resto = 22. Portan- tiplicações e as divisões. Achado o resultado, de-
to é uma divisão inexata. vemos resolver as adições e subtrações na ordem
Existe uma série de regras práticas para verifi- que aparecem. Veja um caso com parênteses:
car se um número é ou não múltiplo de outro, sem
precisar efetuar a divisão de um pelo outro, prin- 3 x ( 4 + 5 ) - 10 : ( 1 + 4 ) = ?
cipalmente no caso de números grandes como o
exemplo anterior. Serve para a divisão exata, ou 3x 9 - 10 : 5 =?
seja, o resto é zero. Veja os critérios de divisibi-
lidade mais comuns. Um número é divisível por: 27 - 2 = 25

Quando aparece parênteses em uma ex-


2 Quando ele é par
pressão, eles devem ser resolvidos em primeiro
Quando a soma de seus algarismos é lugar. Depois seguimos como indicado acima:
3 resolver multiplicações, divisões e depois adi-
divisível por 3
ções e subtrações. Veja um caso com potências:
Quando termina em dois zeros ou quan-
4 do o número formado pelos dois algaris- 53 x 2 - 32 = ?
mos da direita for divisível por 4
5 Quando termina em 0 ou 5 125 x 2 - 9 = ?

6 Quando é divisível por 2 “e” por 3 250 - 9 = 241


Quando os três últimos algarismos for-
8 Quando, em uma expressão aritmética, apare-
mam um número divisível por 8
cem potências, elas devem ser resolvidas primeira-
Quando a soma de seus algarismos for- mente. Depois seguimos resolvendo as multiplica-
9 ções, divisões e, por último, as adições e subtrações.
ma um número divisível por 9

10 Quando termina em 0
Números e Definições
Quando termina em quatro zeros ou
quando o número formado pelos quatro
16 Par: é aquele que, quando dividido por 2, tem
últimos algarismos da direita é múltiplo
de 16 como resto “zero”. Exemplo: 0, 2, 4, 6, 8 ou nú-
meros terminados por eles.

6
Impar: é aquele que, quando dividido por 2, Agrupe o sinal ao número para não se con-
tem como resto “um”. Exemplo: 1, 3, 5, 7, 9 ou fundir e siga as regras de sinais para cada caso.
números terminados por eles. Se o número não possui sinal, significa que ele é
Natural: é aquele proveniente do processo positivo (+).
de contagem. Exemplo: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, ...
Inteiro: é o número natural e seu oposto,
reunido ao zero. O conjunto de números inteiros MMC
é chamado Z. Exemplos: ..., -2, -1, 0, 1, 2, ...
Primo: é um número inteiro que só pode O Mínimo Múltiplo Comum de vários núme-
ser dividido por ele mesmo e pela unidade (1). ros é o menor número que é divisível por eles ao
Exemplos: 2, 3, 5, 7, 11, 13, 17, 19, 23, 29, 31, 37... mesmo tempo. Exemplo: calcule o MMC de 8,
Fracionário: é aquele formado por uma ou 10 e 4:
várias partes de um número inteiro. Exemplos:
1 , 2 , 9 , 6 , ... 8, 10, 4 2
4 3 3 2 4, 5, 2 2
Decimal: é aquele formado por uma parte 2, 5, 2 2
inteira (antes da vírgula) e uma parte decimal 1, 5, 1 5
(depois da vírgula). Exemplos: 0,9 , 2,5 , 3,158 1, 1, 1 2.2.2.5
Ordinal: é aquele que indica ordem, posição
ou lugar em uma sequência. Exemplos: 1º, 7º, Os valores são divididos pelo mesmo divisor e
23º, ... seu resultado vai abaixo de cada número. Quan-
Misto: é aquele que possui uma parte inteira do não é possível dividir, repete-se o valor até
e uma fracionária. Exemplo: 1 2 , ... uma possível divisão em que resulte 1. O resul-
3 tado obtido (lado direito da barra) pode ser es-
crito: MMC (8, 10, 4) = 2 x 2 x 2 x 5 = 40 ou 23 x 5
= 40. Esse processo de decomposição de um nú-
Regra dos Sinais mero em um produto de fatores primos é conhe-
cido como fatoração. O MMC de (8, 10, 4) é 40.
Adição e Subtração: para o conjunto de nú-
meros inteiros, a regra é simples: sinais iguais =
somar os valores e atribuir mesmo sinal; sinais MDC
diferentes = subtrair os valores absolutos e atri-
buir o sinal do número de maior valor. Exemplos: O Máximo Divisor Comum de vários números
é o maior número que divide dois ou mais nú-
- 4 - 6 = - 10 meros sem deixar resto. O MDC é semelhante ao
+1+8=+9 MMC, porém o resultado é o maior divisor co-
-5+9=+4 mum. O MDC é formado tomando-se os fatores
+5-4-3+2+6-8=? comuns sempre com o menor expoente. Exem-
plo: calcule o MDC de 120 e 250.
+ 13 - 15 =-2
Por fatoração, decompomos os números em
Multiplicação e Divisão: para o conjunto de fatores primos:
números inteiros, a regra é: sinais iguais = resul-
tado positivo (+); sinais diferentes = resultado 120 2 250 2
negativo (-). Exemplos: 60 2 125 5
+ 3 . + 5 = + 15 30 2 25 5
- 5 . - 2 = + 10 15 3 5 5
-8:+2=-4 5 5 1 2.5.5.5
-3.-4.-2=? 1 2.2.2.3.5

+12 . - 2 = - 24 Concluímos que pode ser escrito:

Enem | Matemática e Biologia 7


120 = 2 x 2 x 2 x 3 x 5 ou 23 x 31 x 51 20 + 24 - 25 = 19 agora fazemos a
250 = 2 x 5 x 5 x 5 ou 21 x 53 30 30 30 30 adição ou a subtração

Quando um número não possui expoente, Quando uma fração não possui denomina-
dizemos que o expoente é “1”, pois qualquer dor, podemos imaginar o denominador “1”, pois
número multiplicado por 1 tem resultado igual qualquer número dividido por 1 tem resultado
a ele mesmo. Portanto, concluímos que: MDC igual a ele mesmo.
(120, 250) = 21 x 51 = 10, ou seja, o MDC de (120, Multiplicação de Frações: multiplique os
250) é 10. numeradores e os denominadores separada-
mente (em linha):

Fração 6 . 4 . 3 = 72
3 . 2 . 5 = 30
Nos números racionais, o número é escrito
da forma “ a ”, em que"a" e "b" são Divisão de Frações: inverta a segunda fra-
b ção e multiplique os numeradores e os denomi-
números inteiros e "b" é ≠ de zero. nadores (em linha):

É escrito na forma: 1 Numerador 2 : 4 = 2 . 3 = 6


3 Denominador 1 : 3 = 1 . 4 = 4
inversão
Adição e Subtração de Frações: quando
possuem o mesmo denominador, basta mantê- Quando são mais de duas frações, repetimos
-lo e fazer a adição ou subtração: a primeira fração e invertemos todas as outras
para, assim, multiplicar em linha.
22 - 4 = 18 adição ou subtração
48 48 = 48 repete 3 : 2 : 5 = 3 . 3 . 6 = 54
4 : 3 : 6 = 4 . 2 . 5 = 40
Quando possuem denominadores diferentes, inversão
basta reduzi-las ao mesmo denominador (pelo
MMC) e então realizar a adição ou subtração: Simplificação de fração: significa reduzi-la a
um menor número, dividindo simultaneamente
2 + 4 - 5 = primeiro, por um mesmo divisor, sem alterar seus termos.
3 + 5 - 6 achar o MMC (3, 5, 6) Podemos dividir o numerador e o denominador
de uma fração até não ser mais possível a sim-
3, 5, 6 2 plificação. Pode ser feita em qualquer fração,
3, 5, 3 3 desde que possível, mesmo antes da adição,
1, 5, 1 5 subtração, multiplicação ou divisão. É melhor
1, 1, 1 2 . 3 . 5 = 30 calcular com números pequenos.

72 :2 36 :3 12
Achado o novo denominador através do
30 :2 15 :3 5
MMC, calcularemos os novos numeradores, se-
paradamente, com a seguinte regra: 18 :2 9 :3 3
48 :2 24 :3 8
Novo Antigo Novo
: . Numerador =
denominador denominador numerador

Numerais decimais
2 + 4 - 5 = achado novo denominador,
30 30 30 acharemos os numeradores São números que possuem casas decimais
30 30 30
÷3
x2
÷5
x
÷6
x5
separados por vírgula. Indicam um número que
=2 4=2 =2 não é inteiro.
0 4 5

8
Adição e subtração com vírgula: devemos 2x = 12 x = 12 x=6
alinhar as vírgulas e efetuar a operação nor- 2
malmente.
Encontramos a incógnita "x". Agora substitu-
29,8 - 17,498 = ? 29,800 ímos o valor de "x" em qualquer uma das equa-
- 17,498 ções para descobrir "y".
12,302
x + y = 8 equação I 6+y=8
Multiplicação com vírgula: ignoramos a y=8-6
presença da vírgula e realizamos a multiplica- y=2
ção normalmente. Contamos as casas decimais
após a vírgula dos números envolvidos e acres- Resposta: x = 6 e y = 2.
centamos, da direita para a esquerda ao produto.
Equação do 1º grau: as potências das incóg-
52,48 x 2,3 = ? 5248 52,48 nitas são de grau 1 ou x1 e y1. Exemplo: 3x + 4y = 27
x 23 x 2,3 Equação do 2º grau: a potências de pelo me-
15744 15744 nos uma das incógnitas é de grau 2 ou x2. Exem-
+ 10496 + 10496 plo: x2 - 4x + 4 = 0
120704 120,704 Sistema de equações do 1º grau é muito apli-
cado na resolução de problemas nos exames. É
Divisão com vírgula: igualamos as casas a tradução matemática que estabelece as in-
decimais (acrescentando "zeros" conforme ne- cógnitas e as equações.
cessário) e dividimos normalmente, ignorando a Problema: Em uma fazenda, há porcos e pe-
vírgula. rus, num total de 27 animais e 84 patas. Quantos
são os porcos e quantos são os perus?
5,85 : 0,003 = ? 5850 0003 Resolução: a primeira coisa a se fazer é se-
-3 1950 parar os dados e traduzir o problema em dados
5,850 : 0,003 = 28 matemáticos:
- 27 Quantidade de porcos: x
= 1950 15 Quantidade de perus: y
- 15 Total de porcos e perus: x + y = 27
00 Total de patas (porcos, perus): 4x + 2y = 84
O total de patas é 84, mas não se esqueça de
que um porco tem 4 patas (4x) e um peru tem 2
Sistema de Equações patas (2y).
Com isso, montamos o sistema:
Equação é uma igualdade envolvendo valo-
res conhecidos (fornecidos) e uma incógnita (x, x + y = 27 equação I
y, z...). Quando temos duas equações com duas 4x + 2y = 84 equação II
incógnitas (x e y), montamos um sistema de
equações representado por uma chave: Para eliminar uma das incógnitas, multipli-
caremos a equação I pelo coeficiente do y da
x+y=8 equação I equação II, mas com sinal negativo. Daí faze-
x-y=4 equação II mos a adição das duas.

Resolvemos as duas incógnitas pelo método x + y = 27 . (-2) - 2x - 2y = -54


da adição, com menos etapas: 4x + 2y = 84 + 4x + 2y = 84
2x = 30
x + y = 8 A intenção é “sumir”
+ x - y = 4 com uma das incógnitas, 2x = 30 x = 30 x = 15
2x = 12 neste caso, o "y". 2

Enem | Matemática e Biologia 9


Substituindo o valor “x” em qualquer uma Potências de potências de mesma base: o
das duas equações, descobrimos o valor de “y” produto é obtido da multiplicação dos expoen-
(escolhemos a equação I). tes, conservando-se a base.

x + y = 27 equação I 15 + y = 27 (72)3 = ? 72 . 3 = ? 76
y = 27 - 15 [(-4)3]-2 = ? (-4)3 . (-2) = ? (-4)-6
y = 12

Resposta: São 15 porcos (x = 15) e 12 perus (y = 12). Radiciação


Potenciação Radiciação nada mais é do que a operação
oposta à potenciação. Conheça suas partes:
A potenciação é formada por uma base e um
"n" é o índice
expoente. Nada mais é do que um algarismo n
a "a" é o radicando
(base) multiplicado pelo número de vezes iguais
" " é o radical
de seu próprio algarismo (expoente).
expoente 3 Para nos livrarmos do radical ( ), pode-
23 =2x2x2=8 mos escrever na forma de potenciação: n a = x
base
xn = a
expoente 4 Quando o índice (n) não aparece no radical
34 = 3 x 3 x 3 x 3 = 81 ( ), significa que n = 2 (raiz quadrada). Fica
base
subentendido: 2
Assim, uma potência de expoente racional
Se o expoente for par, pode ser escrita da seguinte forma: am/n = n am.
o resultado será sempre positivo A base da potência passa a ser o radicando; o
Se o expoente for ímpar, o sinal do resultado denominador do expoente passa a ser o índice;
será igual ao da base o numerador do expoente passa a ser o expo-
expoente par, ente do radicando. Com essa igualdade, pode-
(-2)2 = + 4 mos transformar potências em radicais e radi-
resultado positivo
cais em potências:
expoente zero,
(-3)0 = + 1 5
resultado +1 42 = ? 2
45 = ?
expoente ímpar,
(-2)3 = - 8 6
2 1
sinal igual ao da base 32 = ? 36 = ? 33 = ?
expoente um,
(-4)1 = - 4 A condição para as transformações é que a
o resultado é a base
base seja maior que zero (a > 0).
Multiplicação de potências de mesma
base: o produto é obtido da soma dos expoen-
tes, conservando-se a base.
Equação do 2º grau
É aquela que obedece a estrutura:
3-4 x 36 = ? 3-4 + 6 = ? 32
55 x 54 = ? 55 + 4 = ? 59
ax2 + bx + c = 0
Divisão de potências de mesma base: o
quociente é obtido da subtração dos expoentes, "a", "b" e "c" são números reais e coeficientes
conservando-se a base. da equação. Se forem ≠ 0, a equação é comple-
ta; se "b" ou "c" for = 0, a equação é incomple-
55 : 53 = ? 55 - 3 = ? 52 ta. Resolvemos equações completas do 2º grau
34 : 38 = ? 34 - 8 = ? 3-4 utilizando a fórmula de Bháskara:

10
Substituindo "a", "b" e "c":
x = -b ± b2 - 4ac
2a x = -(-27) ± (-27)2 - 4.1.180
2.1
O que vai dentro da raiz é chamado de Δ (del-
ta) ou “b2 - 4ac”. A equação do 2º grau pode ter Resolvendo primeiro o delta (Ƌ):
até duas raízes reais devido ao sinal ±, que nos (-27)2 - 4.1.180 (-27.-27) - 720
dá duas opções. +729 - 720 9
Na forma de problemas, o tema é muito pe-
dido em exames das mais variadas formas. Juntando à fórmula:
Problema: temos material para fazer 54 m
x1 = 27 + 3 30 15
de cerca. Precisamos de um cercado retangular
2 2
com 180m2 de área. Quanto devem medir os la-
x = 27 ± 9
dos do cercado?
2
Resolução: como todo problema, vamos se-
x2 = 27 - 3 24 12
parar os dados e traduzir em dados matemáticos:
2 2
Comprimento do cercado: x Encontramos dois valores para “x”, (x1 e x2),
Largura do cercado: y portanto devem ser testados para acharmos
Perímetro que pode ser construído: 54 m “y”, substituindo ambos os valores na equação
Perímetro é a medida do comprimento de I do sistema que determina “y”:
um contorno, ou seja:
y = 27 - x equação I
x + y + x + y = 54 2x + 2y = 54 Para x1: Para x2:
Área: base . altura x . y = 180m2
y = 27 - x1 y = 27 - x2
Temos duas equações com duas variáveis y = 27 - 15 y = 27 - 12
(x e y), que formam um sistema: y = 12 y = 15
Resposta: concluímos que, nos resultados 12
2x + 2y = 54 (÷ 2) x + y = 27
e 15, um é o comprimento e o outro a largura.
x . y = 180 x . y = 180
Logo, os lados do cercado medem 12 m e 15 m.
Isolando o “y” na equação I e substituindo na
equação II, temos: Medidas
x + y = 27 equação I y = 27 - x Existem várias unidades de medidas conven-
cionadas e cobradas em questões matemáticas.
x . y = 180 equação II x . (27 - x) = 180 Quase todas seguem um mesmo padrão de
múltiplos e submúltiplos. Podemos compreen-
- x2 + 27x = 180 (. -1) x2 - 27x = - 180 der as medidas de Comprimento, Capacidade e
x2 - 27x + 180 = 0 Massa com uma única tabela:

Chegamos a uma equação do 2º grau. Com-


Medidas de Comprimento: metro (m)
pare com a estrutura ax2 + bx + c = 0, para identi-
ficar "a", "b" e "c" e aplicar a fórmula de Bháska- km hm dam m dm cm mm
ra: 1,
1 0, 1
a=1 x = -b ± b2 - 4ac
b = -27 2a 1 0 0, 0 1
c = 180 Bháskara 1 0 0 0, 0 0 1

Enem | Matemática e Biologia 11


Para fazer qualquer relação com as medi-
das envolvendo metro, litro e grama, basta ter Medidas de Tempo
em mente a tabela anterior. Para converter um
dado valor, coloque-o na tabela na posição cor- Cuidado! Muitas vezes, o examinador quer
reta - vírgula alinhada à casa correspondente - saber se, além de solucionar a questão, você
e “ande” com a vírgula. Veja a transformação de está atento e sabe converter o tempo. Prova-
15.000.000 cm em km: velmente a solução errada, antes da conversão,
estará entre as alternativas: pegadinha.
km hm dam m dm cm mm 1 hora equivale a 60 minutos
1 minuto equivale a 60 segundos
1 5 0, 0 0 0 0 0,

A vírgula ficava na coluna do centímetro 24 horas Semana Mês Ano


(cm); como transformamos em quilômetro (km), 1 dia 7 dias 30 dias 365 dias
a vírgula anda para a coluna do km. Capacidade
e Massa seguem esse mesmo modelo. Tempo Símbolo Equivalência
Medidas de Capacidade: litro (l) Hora h 1h
kl hl dal l dl cl ml Minuto min 60 min
Medidas de Massa: grama (g) Segundo s 3.600 s
kg hg dag g dg cg mg
Medidas de Área
A Medida de Área é expressa em unidade de
m2, que representa uma região quadrangular de Área do quadrado: é igual ao quadrado de
1 metro de lado. Se, no modelo de comprimento, um de seus lados: A = x2
cada casa representa múltiplos de 10, no m2, são x
multiplicados ou divididos por 100.

Medidas de Área: metro quadrado (m2)


km2 hm2 dam2 m2 dm2 cm2 mm2 x x
1,
1 0 0, 0 1
1 0 0 0 0, 0 0 0 1 x
1 0 0 0 0 0 0, 0 0 0 0 0 1 Área do retângulo e do paralelogramo: é
igual ao produto da base pela altura: A = b . h
A Medida de Volume é expressa em unida-
de de m3, que representa um cubo cuja aresta
mede 1 metro. Se, no modelo de comprimento,
cada casa representa múltiplos de 10, no m3,são h
multiplicados ou divididos por 1000.

Medidas de Volume: metro cúbico (m3) b


km3 hm3 dam3 m3 dm3 cm3 mm3
1,
1 0 0 0, 0 0 1 h
1 0 0 0 0 0 0, 0 0 0 0 0 1
1 0 0 0 0 0 0 0 0 0, 0 0 0 0 0 0 0 0 1 b

12
Área do Triângulo: pode ser calculada de Área do Círculo: é igual ao produto da cons-
duas maneiras: a) conhecendo um lado e sua tante Pi (π ≈ 3,14) pelo raio (r) elevado ao qua-
respectiva altura; b) conhecendo as medidas drado. A = π . r2
dos três lados.
a) conhecendo um lado e sua respectiva al-
tura: A = b . hb
r
2

a diâmetro
Área do Setor Circular: calcular a área do
b) conhecendo as medidas dos três lados: círculo correspondente e calcular proporção em
A = p (p - a).(p - b).(p - c) relação ao ângulo do setor.
p = semiperímetro = a + b + c
2
3m
b c r=
30º

a
Área do Trapézio: dividir por 2 o produto da
soma da base menor com a base maior pela al- Uma volta completa no círculo possui 360º;
tura: A = (b+B).h por regra de três, calculamos a área do setor
2 correspondente:
b
Acírculo = π . r2 π . 32 9π m2

h Acírculo 360º 9π m2 360º


Asetor 30º Asetor 30º

360º . Asetor = 9π m2 . 30º


B
b Asetor = 9π m2 . 30º Asetor = 3π m2
360º 4

h Área da Elipse: é igual ao produto da cons-


tante Pi (π ≈ 3,14) pela metade do eixo maior "a",
pela metade do eixo menor "b": A = π . a . b
B semieixo
menor

Área do Losango: dividir por 2 o produto da a


eixo

diagonal maior pela diagonal menor. A = D . d


b

2
d eixo maior
D
Problema: considere um quadrado ABCD
inscrito em um círculo de raio de 5 cm. Calcule
a área destacada.

Enem | Matemática e Biologia 13


A B Composta: envolve mais de duas grandezas
direta ou inversamente proporcionais.
Em ambos os casos, a primeira coisa a fazer é

r
descobrir se as grandezas são direta ou inversa-
mente proporcionais.
Grandezas diretamente proporcionais:
uma aumenta à medida que a outra também
D C aumenta. Exemplo: distância e tempo.
Grandezas inversamente proporcionais:
Resolução: a área destacada é igual à área do uma aumenta à medida que a outra diminui.
círculo menos a área do quadrado. Acírculo = π . r2 Exemplo: velocidade e tempo.
Problema: uma torneira, completamente
Acírculo = π . 52 Acírculo = 25π cm2 aberta, leva 33 segundos para encher um bal-
de de 20 litros. Quanto tempo seria necessário
Como o raio mede 5 cm, o diâmetro mede para essa mesma torneira encher uma piscina
10 cm (2 x 5). Como todo quadrado também é de 1240 litros?
losango, podemos calcular a área do quadra- Resolução: nesse problema, aparecem duas
do pela fórmula do losango, lembrando que o grandezas: tempo para encher e capacidade de
quadrado possui as duas diagonais de mesmo um recipiente. É fácil perceber que, se aumenta
tamanho. Alosango = D . d a capacidade do recipiente (balde/piscina), au-
2 menta o tempo que a torneira leva para enchê-
-lo. Portanto, são grandezas diretamente pro-
A B porcionais (uma grandeza aumenta à proporção
que a outra também aumenta).
D d
33 s é o tempo para encher 20 l
x s é o tempo para encher 1240 l

D C Quando as grandezas são diretamente pro-


porcionais, multiplicamos as frações em cruz
(nas mesmas unidades):
Alosango = 10 . 10 Alosango = 50 cm2
2
a = c 33 s = 20 l
b d xs 1240 l
Temos a área do círculo e a área do quadrado
(losango), agora é só subtrair a área do quadra-
x . 20 = 33 . 1240 x = 33 . 1240
do da área do círculo:
20
x = 40920 x = 2046 segundos
Adestacada = Acírculo - Aquadrado 20

Adestacada = 25π - 50 Resposta: serão necessários 2046 segundos


para a torneira encher a piscina de 1240 litros.
Adestacada = 25(π - 2) cm2 Problema: um carro, à velocidade constante
de 50 km/h, vai de São Paulo ao Rio de Janeiro
Resposta: a área destacada é 25(π - 2) cm2. em 8 horas. Se o mesmo carro desenvolvesse a
velocidade constante de 80 km/h, em quanto
tempo faria o mesmo percurso?
Regra de Três Resolução: nesse problema, aparecem duas
grandezas: velocidade do carro e tempo de per-
Simples: envolve duas grandezas direta ou curso. É fácil perceber que, se aumenta a velo-
inversamente proporcionais. cidade do carro, diminui o tempo do percurso.

14
Logo, são grandezas inversamente proporcio- Com essa análise, podemos montar o real
nais (uma grandeza aumenta à proporção que esquema, invertendo a fração que é inversa-
a outra diminui). mente proporcional:

A 50 km/h, o percurso é feito em 8 horas 50 ratos = 90 kg . 15 dias


A 80 km/h, o percurso é feito em x horas x ratos 180 kg . 20 dias
Quando as grandezas são inversamente
Na primeira fração fica sempre a incógnita
proporcionais, invertemos uma das razões para
(x) e nas outras duas razões, multiplicamos sem
continuar:
esquecer de inverter os dias.
Diretamente Inversamente
Proporcionais Proporcionais Resolvendo a proporção:

a = c a = d 50 = 90 . 20 50 = 1800
b d b c x 180 . 15 x 2700

50 km/h = x horas multiplicando x . 1800 = 50 . 2700 x = 50 . 2700


80 km/h 8 horas em cruz... 1800

x = 50 . 8 x = 400 x = 5 horas x = 135000 x = 75 ratos


80 80 1800

Resposta: o carro faria o percurso em 5 horas. Resposta: é possível alimentar 75 ratos em


Problema: para alimentar 50 ratos durante 20 dias com 180 kg e ração.
15 dias, são necessários 90 kg de ração. Quantos
ratos é possível alimentar em 20 dias com 180
kg de ração? Escala e Proporção
Resolução: aparecem três grandezas: quan-
tidade de ratos, tempo e quantidade de ração. Chamamos proporção a relação de igual-
Montaremos o esquema. dade entre duas razões. É exemplificada pela
igualdade a seguir (sendo todos os números di-
50 ratos comem 90 kg durante 15 dias ferentes de zero):
x ratos comem 180 kg durante 20 dias
a = c O produto dos meios é igual
Analisamos as grandezas separadamente, b d ao produto dos extremos...
duas a duas, para saber qual a relação (dire-
tamente ou inversamente) de proporção entre a.d = b.c Haverá proporção quando
elas. Analisamos as grandezas sempre em torno a igualdade for verdadeira.
da incógnita (x), que, neste caso, são a quanti-
dade de ratos. Regra de três composta. 2 = 4 2 . 10 = 5 . 4 20 = 20
Quantidade de ratos X quantidade de ra- 5 10 Aqui existe proporção.
ção: quanto maior a quantidade de ratos, maior
a quantidade de ração necessária. Como as pa- Chamamos escala a Razão entre um com-
lavras maior e maior estão presentes, as gran- primento no desenho (mapa ou carta geográfi-
dezas são diretamente proporcionais. ca) e o comprimento real correspondente, me-
Quantidade de ratos X tempo: quanto maior didos na mesma unidade. A relação de escala é
a quantidade de roedores, menor o tempo que representada por:
durará a ração. Como as palavras maior e menor
estão presentes, as grandezas são inversamen- Escala = Comprimento no desenho
te proporcionais. Comprimento Real

Enem | Matemática e Biologia 15


Problema: em um mapa do estado de Goi-
ás cuja escala é 1:10.000.000, a distância entre Juros
Goiás e Anápolis é marcada como 1,5 cm. Qual
Termos da Matemática Financeira: a quan-
é a distância real em km entre Goiás e Anápolis?
tia (capital inicial) que uma pessoa aplica em
Resolução: basta igualar a escala com o que
um investimento por um determinado período
se pede 10.001.000 = 1,5 cm
(tempo) lhe renderá um certo valor (juros) que,
10.000.000 x
somado ao capital aplicado, dá um total (mon-
1.x = 10.000.000.1,5 x = 15.000.000 cm tante). O valor a ser ganho depende da porcen-
tagem (taxa de juros).
km hm dam m dm cm mm Juro Simples "J": é o valor pago unicamen-
te sobre o capital inicial "C", sendo diretamente
1 5 0, 0 0 0 0 0,
proporcional a esse capital e o tempo "t" em que
Resposta: 150 km, segundo a transformação está aplicado. São acréscimos somados ao ca-
de cm para km (página 11). pital inicial no fim da aplicação. É representado
pela fórmula J = C.i.t, em que "i" é a taxa de juro.
Porcentagem A simbologia fica estabelecida em porcentagem
e devemos sempre mencionar a unidade de
É o valor obtido quando aplicamos uma ra- tempo (12% ao ano ou ao mês). Montante "M" é
zão centesimal (razão com denominador 100) a a soma do Capital inicial + Juro do período.
um determinado valor. Quer dizer "sobre 100". Problema: uma pessoa lhe empresta R$
Veja as formas de representar cinquenta e qua- 2.000,00, a juro simples, pelo prazo de 3 meses, à
tro por cento: taxa de 3% ao mês. Quais são os juros produzidos?
Resolução: separar os dados e traduzir em
54/100 54 0,54 54% dados matemáticos.
100
Capital inicial (C) = R$ 2.000,00
As questões envolvendo porcentagem são Tempo (t) = 3 meses
resolvidas usando regra de três simples e dire- Taxa (i) = 3% ao mês ou 0,03
tamente proporcionais.
Problema: em uma cidade, a entrada de um Aplicando a fórmula: J = C.i.t
circo passou de R$ 16,00 para R$ 24,00. Qual é o
porcentual de aumento? J = 2.000 . 0,03 . 3 J = R$ 180,00
Resolução: a entrada original do circo R$
16,00 representa 100%. Passou a custar R$ Resposta: R$ 180,00 de juros em 3 meses.
24,00, ou seja, aumentou R$ 8,00 (R$ 24,00 - R$ Note que, se fizermos a conta mês a mês, o va-
16,00). O problema quer saber qual é esse va- lor do juro será de R$ 60,00 por mês. Esse valor
lor de aumento, só que em porcentagem. Com a será somado mês a mês, não muda. O Montan-
regra de três simples diretamente proporcional: te "M" a ser devolvido após 3 meses será de R$
Se R$ 16 representa 100% 2.180,00 (2.000,00 + 180,00).
R$ 8 representa x % Juro Composto "J": são acréscimos soma-
dos ao capital "C" ao final de cada período "t"
Multiplicando em cruz... 16 = 100 de aplicação, gerando, com esta soma, um novo
8 x capital. É o famoso juros sobre juros cobrado por
praticamente todo o comércio lojista. É repre-
x . 16 = 8 . 100 x = 8 . 100 sentado pela fórmula: M = C.(1+i)t
16 Problema: uma pessoa lhe empresta R$
2.000,00, a juro composto, pelo prazo de 3 me-
x = 800 x = 50%
ses, à taxa de 3% ao mês. Quais juros produzidos?
16
Resolução: separar os dados e traduzir em
Resposta: a entrada do circo aumentou 50%. dados matemáticos.

16
Capital inicial (C) = R$ 2.000,00 dos "a" e "b" é encontrar uma progressão aritmé-
Tempo (t) = 3 meses tica (PA) em que o primeiro termo é "a", e o último
Taxa (i) = 3% ao mês ou 0,03 é "b" e a quantidade total de termos é "k+2".

Aplicando a fórmula: M = C.(1+i)t (a, ___ , ___ , ___ , … , ___ , b)

M = 2000.(1+0,03)3 M = 2000.(1,03)3 "k" meios aritméticos

M = 2000.1,09 M = R$ 2.185,45 Soma dos termos de uma PA: use a fórmula


para a soma dos "n" primeiros termos de uma PA
Resposta: o examinador perguntou quais finita: Sn = (a1 + 1n).n
os juros produzidos, portanto é o Montante R$ 2
2.185,45 menos o Capital Inicial R$ 2.000,00. Ao
final do empréstimo, pagará R$ 185,45 de juros. Progressão Geométrica
Comparando Juro Simples e Juro Composto
para os casos anteriores: É qualquer sequência em que qualquer ter-
mo a partir do segundo seja igual ao seu an-
Juro 1º mês 2º mês 3º mês Total tecessor multiplicado por uma constante que
chamamos razão da PG. Indicamos a razão da
Simples 60,00 60,00 60,00 180,00 PG por "q". Para uma progressão geométrica de
Composto 60,00 61,80 63,65 185,45 razão "q", temos: ak = ak-1 . q (para k ≥ 2). Exem-
plo: (1, 2, 4, 8, 16, ...).
Ou seja, o Juro Composto (juros sobre juros) Significa que A1 = 1, A2 = 2 (A1 . 2), A3 = 4 (A2 . 2),
faz o montante crescer de maneira evolutiva, A4 = 8 (A3 . 2), A5 = 16 (A4 . 2), ... é uma PG na qual
baseado sempre em um novo capital (do mês a razão é q = 2.
anterior). Já o Juro Simples é um juro fixo mês a Para calcular dois termos quaisquer da PG
mês ou calculado para um período inteiro. (an e am), usamos: an = am . qn-m . Essa fórmula é o
Termo Geral da PG ou para referir-se ao 1º ter-
Progressão Aritmética mo: an = a1 . qn-1 , cuja propriedade característi-
ca é: considerando três termos consecutivos de
uma PG, o quadrado do termo do meio é igual
É qualquer sequência em que cada termo, ao produto dos termos extremos.
a partir do segundo, é obtido somando-se ao Interpolação Geométrica: interpolar ou in-
termo anterior um determinado valor sempre serir "k meios geométricos" entre dois números
constante, denominado razão "r". A progressão dados "a" e "b", é formar uma progressão em que
aritmética e indicada por "r" (constante). Exem- o primeiro termo é "a" e o último termo é "b", e o
plo: (0, 3, 6, 9, 12, …). número total de termos é "k+2".
Significa que A1 = 0, A2 = 3 (A1 + 3), A3 = 6 (A2 +
3), A4 = 9 (A3 + 3), A5 = 12 (A4 + 3) é uma PA na qual (a, ___ , ___ , ___ , … , ___ , b)
a razão é r = 3.
Para calcular a razão (r) de uma PA, "k" meios aritméticos
use:r = an - an-1 (para n ≥ 2)
Para calcular o enésimo termo (an) de uma Produto dos Termos de uma PG: seja Pn o
PA, use: an = am + (n - m).r produto dos termos de uma PG, seu resultado é
Enésimo termo significa "qualquer um ter- igual à raiz quadrada do produto dos extremos
mo". Essa fórmula é o Termo Geral da PA cuja elevado à quantidade de termos: Pn = (a1 . an)n
propriedade característica é: pegando-se três Soma dos Termos de uma PG: use a fórmu-
termos consecutivos quaisquer de uma PA, o ter- la para a soma dos "n" primeiros termos "Sn" de
mo do meio é média aritmética dos outros dois. uma PG constante "q = 1":
Interpolação aritmética: inserir ou interpo- Sn = n . a1 ou para "q ≠ 1": Sn = (a1 + 1n).n
lar "k" meios aritméticos entre dois valores da- q-1

Enem | Matemática e Biologia 17


Análise Combinatória
Permutação simples: tipo de agrupamento
ordenado, sem repetição em que entram todos
os elementos em cada grupo. Pn = n!
Estuda o número de possibilidades de ocor-
Problema: quantos anagramas podem ser
rência de um acontecimento (evento) sem, ne-
formados com a palavra VESTIBULAR, em que as
cessariamente, descrevertodas as possibilidades.
3 letras UES, nesta ordem, permaneçam juntas?
Princípio fundamental da contagem: se um
Resolução: a palavra VESTIBULAR tem 10
experimento A apresenta n resultados distintos
letras e as letras UES devem permanecer jun-
e um experimento B apresenta k resultados dis-
tas, então temos as letras V, T, I, B, L, A, R e UES
tintos, o experimento de A e B apresenta "n . k"
totalizando 8 letras (UES é contado como uma
resultados distintos.
letra). Pn = n!
Problema: uma montadora de carros apre-
senta 4 modelos diferentes em 5 cores dispo- P7 = 7! 7.3.5.4.3.2.1 5040
níveis. Um consumidor que quiser adquirir um
carro terá quantas opções de compra? Resposta: podem ser formados 5040 ana-
Resolução: a quantidade de compra é igual gramas.
ao produto da quantidade de modelos pela Permutação simples com elementos re-
quantidade de cores: 4 modelos . 5 cores = 20 petidos: tipo de agrupamento ordenado, com
opções. repetição (A!, B!) em que entram todos os ele-
Resposta: o consumidor terá 20 opções de mentos (n) em cada grupo. Pn = n!
compra. A! B! ...
Fatorial: "n!" lê-se "n fatorial" ou "fatorial de Problema: quantos anagramas podem ser
n" e pode ser decomposto por formados com a palavra SAPATO?
n! = n . (n -1) . (n - 2) ... 3 . 2 .1 . Exemplo: 4! = 4 Resolução: a palavra SAPATO tem 6 letras (n
. 3 . 2 . 1 = 24 = 6), porém a letra "A" repete 2 vezes (A = 2). Pn = n!
Arranjo simples: tipo de agrupamento sem A!
repetição em que um grupo é diferente de ou-
P6 = 6! 6.5.4.3.2.1 720 360
tro pela ordem ou pela natureza dos elementos
2! 2.1 2
componentes. Arranjo simples de n elementos
tomados p a p: A n,p = n! Resposta: podem ser formados 360 anagra-
(n - p)! mas.
Problema: quantos números de 3 algaris- Combinação simples: tipo de agrupamen-
mos podemos formar com os algarismos 1, 2, 3, to sem repetição em que um grupo é diferente
4, 5 e 7, sem repeti-los? do outro apenas pela natureza dos elementos
Resolução: em análise combinatória, o pri- componentes. C n,p = n!
meiro passo é determinar se é arranjo, permuta- p! (n - p)!
ção ou combinação. Nesse exemplo, podemos Problema: com 10 espécies de frutas, quan-
formar, por exemplo, os números 123 e 321 que tos tipos de salada contendo 6 espécies diferen-
são diferentes, portanto a ordem dos números é tes podem ser feitos?
importante. Se mudarmos a ordem, muda o re- Resolução: a ordem em que as frutas apare-
sultado: Arranjo Simples (não pode haver repe- cem na salada não tem importância, portanto é
tição de elementos). uma combinação simples:

A n,p = n! n = número de elementos C n,p = n! C 10,6 = n!


(n - p)! p = número de algarismos p! (n - p)! 6! (10 - 6)!

A 6,3 = 6! 6! 6.5.4.3! 6.5.4 120 10! 10.9.8.7.6! 5040 210


(6 - 3)! 3! 3! 6! (10 - 6)! 6! 4.3.2.1 24

Resposta: podemos formar 120 números Resposta: podem ser feitos 210 tipos de sa-
com 3 algarismos. ladas.

18
Probabilidade
(0,1333...) mas, normalmente, as alternativas
mostram sob a forma de porcentagem.
Probabilidade de união de dois eventos:
Estuda a forma de estabelecer as possibili- considere uma probabilidade A "P(A)" e outra B
dades de ocorrência de cada experimento ale- "P(B)"; a união das duas "P(A B)" é igual a P(A)
atório. Para calcular uma probabilidade, consi- + P(B) - P(A B).
deramos: Problema: qual é a probabilidade de se jogar
Experimento aleatório: apresenta resul- um dado e se obter o número 3 ou um número
tados variados, sem previsão. Exemplo: lança- ímpar?
mento de uma moeda com leitura da face "cara" Resolução: evento A ou "P(A)", a chance de
ou "coroa", lançamento de um dado com leitura sair o número "3" em 6 (U) = 1 .
de sua face "1 até 6", sorteio de uma carta de um 6
baralho com 52 cartas. Evento B ou "P(B)", a chance de sair um nú-
Espaço amostral (U): conjunto de todos os mero ímpar é 3 (ímpares: 1, 3 e 5) em 6 (U) =
resultados possíveis de um experimento aleató- 3 que simplificando fica 1 .
rio. Exemplo: "cara" ou "coroa" (no caso de uma 6 2
moeda), 1, 2, 3, 4, 5 e 6 (no caso de um dado), 52 Interseção de A com B ou "P(A B)" é igual a
cartas (no caso de um baralho). 1 em 6 (U). A chance de sair o número 3 "e" um
Evento (casos favoráveis): qualquer sub- número ímpar (três é impar) é:
conjunto do espaço amostral. Exemplo: uma
urna contém 3 bolas (p) pretas e 3 vermelhas (v).
1 . P(A B) = P(A) + P(B) - P(A B).
Dessa urna são retiradas, sucessivamente, 3 bo-
6
las. As chances são:
P(A B) = 1 + 1 - 1 1 0,5 50%.
U = {(ppp), (ppv), (pvp), (pvv), (vpp), (vvp), (vvv)} 6 2 6 2

Evento 1: as três bolas terem cor igual Resposta: a probabilidade de se obter o nú-
{(ppp), (vvv)} mero 3 ou o número ímpar em um dado é de
Evento 2: 2 das bolas serem pretas 50%.
{(ppv), (pvp), (vpp)} Multiplicação de probabilidade: se um pro-
duto é composto por vários eventos sucessivos
Problema: no lançamento de um dado, de- e independentes, tal como P1 (evento A), P2
termine a probabilidade de se obter a) o número (evento B), ... , Pk (evento K, k-ésimo), a proba-
"2"; b) um número par; c) um número múltiplo bilidade de que ocorram os eventos A, B, ..., K é
de 3? sua multiplicação: P1 . P2 ... Pk.
Resolução: o espaço amostral (U) é U = {1, 2, Problema: uma moeda é lançada 4 vezes.
3, 4, 5, 6} ou n(U) = 6 opções. Agora vamos aos Qual é a probabilidade de que apareça "cara"
eventos. a) A chance de sair o número "2" em 6 nas quatro vezes?
(U) = 1 ou 16,66%. Resolução: cada lançamento é independen-
6 te do anterior, então temos quatro probabilida-
b) A chance de sair um número par são 3 (pa- des independentes: P1, P2, P3 e P4. Os eventos
res: 2, 4 e 6) em 6 (U) = 3 ou 50%. são iguais, ou seja, a chance de sair "cara" na
6 moeda (duas faces), espaço amostral 2 (U), é 1 .
c) A chance de sair um múltiplo de 3 são 2 2
(múltiplos 3 e 6) em 6 (U) = 2 ou 33,3%.
6 P1 = P2 = P3 = P4, portanto o produto de
Resposta: a probabilidade de sair: a) o nú- P1.P2.P3.P4 1. 1. 1. 1 1 0,0625 6,25%
mero "2" é 16,66%; b) um número par é 50%; c) 2.2.2.2 16
um múltiplo de 3 é 33,3%.
A probabilidade pode ser representada sob Resposta: a probabilidade de que apareça
a forma de fração (1/6) ou número decimal "cara" nas quatro vezes é de 6,25%.

Enem | Matemática e Biologia 19


Ordens e Classes
o enunciado em dados matemáticos, veja al-
guns significados:

Observe o número 25.864.179. Se separarmos Um número: x


o número, um a um, notamos que a posição de O dobro de um número: 2 . x
cada algarismo é indicada por uma ordem, nu- O dobro de um número mais um: 2 . x + 1
merada da direita para a esquerda: A terça parte de um número: x
3
2 5 . 8 6 4 . 1 7 9 O quádruplo de um número: 4 . x
8ª 7ª 6ª 5ª 4ª 3ª 2ª 1ª Ordens O quíntuplo da terça parte de um número: 5 . (x)
3
Cada grupo de três ordens forma uma O quadrado de um número: x2
classe, numerada também da direita para a O quadrado de um número mais o dobro do
esquerda: número: x2 + 2 . x
A raiz quadrada de um número: x
A soma de dois números consecutivos:
2 5 . 8 6 4 . 1 7 9
x + (x + 1)
8ª 7ª 6ª 5ª 4ª 3ª 2ª 1ª Ordens
A soma de um número mais seu antecessor:
3ª classe 2ª classe 1ª classe x + (x - 1)
Classe Classe dos Classe das A soma de dois números pares consecutivos:
Classes
dos milhares unidades x + (x + 2)
milhões simples
Traduzindo um enunciado
Em cada classe, as três ordens dividem-se
em Unidades, Dezenas e Centenas. Considere o Preposições "de", "da" e "do" indicam uma mul-
número: vinte e cinco milhões, oitocentos e ses- tiplicação. Quanto vale dois terços de sua idade?
senta e quatro mil, cento e setenta e nove. 21 anos: x = 2 . 21
3
2 5 . 8 6 4 . 1 7 9 Preposição "por" indica divisão. O melhor
C D U C D U C D U exemplo é "por" cento, ou seja, dividido por 100.
15 porcento = 15
100
Unidades de milhão
Classe dos
3ª Classe

Verbos "é", "tem" e "equivale" indicam igual-


Milhões

Dezenas de milhão
dade. A soma de dois números é 9; Fabio e Fer-
Centenas de milhão
nando têm juntos 90 anos; o dobro de um nú-
mero aumentado em 3 equivale a 21.
Unidades de milhar
Classe dos
2ª Classe

Milhares

Dezenas de milhar
A média aritmética de 3 números consecutivos:
Centenas de milhar
(x + x + 1 + x + 2)
3
Unidades Simples
Classe das
Unidades
1ª Classe

O antecessor de um número multiplicado por 3 é


Simples

Dezenas Simples
igual ao dobro desse mesmo número: x - 1 = 2 . x
Centenas Simples
3
A soma de um número par com o seu sucessor é
Tradução Matemática para sete quintos de 110: 2 . x + 2 . x + 1 = 7 . 110
5
resolução de problemas 60% de y equivale a 25% de x: 60 . y = 25 . x
100 100
Os problemas de matemática compõem a O cubo de um número é igual ao quadrado
maioria das questões em exames. Para traduzir desse número subtraído de 3: x3 = x2 – 3
Ecologia
É a ciência que estuda as relações dos seres
vivos entre si e com o ambiente em que vivem

A ecologia estuda um campo muito amplo, ra e atmosfera. Incluem-se na biosfera todos os


que vai desde o comportamento de aumento organismos vivos do planeta, embora o conceito
ou diminuição de uma população em função da seja geralmente alargado para incluir também
própria evolução da espécie e adaptações para os seus habitats.
sobreviver em seu meio ambiente até as con-
sequências ao longo do tempo da interferência Imagem
humana mudando o meio ambiente. A biodiver-
sidade (variedade de seres vivos) é encontrada Atmosfera Hidrosfera
nas florestas tropicais do planeta e corresponde
a mais da metade das espécies vivas. Esse estu- Biosfera
do ajuda a melhorar o ambiente em que vive-
mos, tentando diminuir a poluição, conservando
os recursos naturais e protegendo nossa saúde e
a das gerações futuras.
Nosso planeta Terra pode ser dividido em Litosfera
Litosfera (parte sólida formada a partir das
rochas); Hidrosfera (conjunto total de água
do planeta: rios, lagos e oceanos); Atmosfera
(camada de ar que envolve o planeta). Juntos Habitat: é o lugar na natureza (ambiente)
formam a Biosfera (regiões habitadas do pla- onde uma espécie vive. Exemplo: os pandas ha-
neta). bitam as florestas de bambu das regiões mon-
Biosfera é o conjunto de todos os ecossiste- tanhosas na China e no Vietnã.
mas da Terra. É um conceito da Ecologia, rela- Nicho ecológico: é o modo de vida em que o
cionado com os conceitos de litosfera, hidrosfe- indivíduo ou uma população vive e se reproduz.

Enem | Matemática e Biologia 21


Inclui os fatores físicos (umidade, temperatura, tre si formam uma comunidade. Exemplo: mar
etc.) e os fatores biológicos (alimentação e ca- (peixes, algas, plantas, seres microscópios etc.)
deia alimentar). Ecossistema: é o conjunto dos relaciona-
Energia para viver: os seres vivos precisam mentos que fauna, flora, micro-organismos
de energia para produzir as substâncias neces- (fatores bióticos) e o ambiente, composto pe-
sárias à manutenção da vida e à reprodução. los elementos solo, água e atmosfera (fatores
Essa energia é adquirida de duas maneiras: as abióticos), mantém entre si. Todos os elemen-
plantas e as algas (clorofilados), pela energia tos que compõem o ecossistema se relacionam
do Sol, e os não clorofilados, a partir da alimen- com equilíbrio e harmonia e estão ligados entre
tação dos clorofilados. Logo, os clorofilados são si. A alteração de um único elemento causa mo-
chamados Produtores e o restante de Consu- dificações em todo o sistema, podendo ocorrer
midores. Os decompositores também são con- a perda do equilíbrio existente. O ecossistema
sumidores. A diferença é que se alimentam de pode ser delimitado conforme o detalhamento
matéria morta. do estudo. Pode ser um canteiro de jardim ou
Cadeia alimentar: é uma sequência de pro- dentro de um vegetal.
dutores/consumidores que mostra quem se ali- Fatores Abióticos: influências que os seres
menta de quem mostrando a troca de energia. vivos recebem em um ecossistema, tais como
Exemplo: a grama (produtor) é consumida por luz, temperatura, vento substâncias inorgâni-
um boi (1º consumidor, herbívoro), que é consu- cas (ciclos dos materiais), compostos orgânicos
mido pelo homem (2º consumidor, carnívoro). (ligam o biótico-abiótico), regime climático, oxi-
Para fechar o ciclo, os restos mortais de todos gênio e outros gases, umidade, solo etc.
são decompostos por bactérias e fungos (re- Fatores Bióticos: efeitos causados pelos or-
ciclagem) e voltam para o solo, fertilizando-o ganismos em um ecossistema que condicionam
para um novo ciclo, que sempre começa com os as populações que o formam. Muitos dos fatores
produtores. bióticos podem traduzir-se nas relações ecológi-
Teia alimentar: é um esquema (através de cas que se pode observar num ecossistema.
setas) que mostra quem consome quem na ca-
deia alimentar ou todas as opções possíveis. Um
mesmo indivíduo pode ocupar papéis diferentes Relações Ecológicas
(2º, 3º ou 4º consumidor), dependendo da ca-
deia envolvida. Exemplo: Sociedade: união harmoniosa permanente
entre indivíduos com divisão de trabalho. Exem-
Sol Decompositores plo: abelhas, formigas e cupins.
Colônia: associação harmônica formando
Vegetal Jacaré (carnívoro) uma unidade estrutural e funcional (alimenta-
ção e proteção, por exemplo). Cada uma dessas
Veado (herbívoro) Onça (carnívoro) espécies não sobreviveria isolada da colônia.
Exemplo: recife de coral.
Equilíbrio ecológico: depende diretamente Mutualismo: associação harmônica obriga-
da interação, das trocas e das relações que os tória entre indivíduos, em que ambos se benefi-
seres vivos estabelecem entre si e com o am- ciam/lucram. Exemplo: abelha (alimento, néc-
biente. Estará equilibrado o ecossistema em que tar) e flor (reprodução, pólen).
houver harmonia entre as trocas de energia, ta- Comensalismo: associação harmônica em
manho estável de uma população (natalidade/ que um indivíduo aproveita restos de alimenta-
imigração = mortalidade/emigração). O dese- res do outro, sem prejudicá-lo. Exemplo: leão/
quilíbrio causa a extinção das espécies. hiena, tubarão/rêmoras.
População: indivíduos de uma mesma es- Cooperação: associação harmônica faculta-
pécie que vivem em determinada região. Exem- tiva entre indivíduos, em que ambos se beneficiam.
plo: onças do pantanal. Todos os seres vivos de Exemplo: boi e anum (limpeza dos carrapatos).
determinado lugar e que mantêm relações en- Canibalismo: relação desarmônica em que

22
um indivíduo mata outro da mesma espécie Pantanal: localizado na região Centro-Oes-
para se alimentar. Exemplo: louva-a-deus. te do Brasil (Mato Grosso e Mato Grosso do Sul),
Amensalismo: relação desarmônica em que representa as planícies alagadas mais impor-
indivíduos de uma espécie produzem toxinas tantes e conhecidas do mundo, com espantosos
que inibem ou impedem o desenvolvimento de índices de biodiversidade animal. Sofre a influ-
outras. Exemplo: cobra (veneno) e homem. ência dos ciclos de seca e cheia, bem como de
Sinfilia: relação desarmônica em que indiví- temperaturas elevadas. É onde vivem várias es-
duos mantêm em cativeiro indivíduos de outra pécies de répteis, aves, peixes e mamíferos. Mais
espécie, para obter vantagens. Exemplo: formi- de 600.000 capivaras e cerca de 32 milhões de
gas e pulgões. jacarés habitam a região. O pantanal é pouso de
Predatismo: relação desarmônica em que milhões de pássaros, entre eles o tuiuiús, a ave-
um animal captura e mata indivíduos de outra -símbolo da região. Os cervos-do-pantanal, bem
espécie para se alimentar. Exemplo: cobra e rato. mais raros, também fazem parte da fauna local.
Parasitismo: relação desarmônica em que Pampas: são formações campestres encon-
indivíduos de uma espécie vivem no corpo de tradas no interior do Paraná, Santa Catarina e Rio
outro, do qual retiram alimento. Exemplo: lom- Grande do Sul. Nessas regiões planas, há predo-
brigas e humanos. mínio das gramíneas, plantas conhecidas como
Competição: relação desarmônica com dis- grama ou relva. Abriga animais como o ratão-
puta por recursos escassos no ambiente en- -do-banhado, preá e vários tipos de cobras.
tre indivíduos de espécies diferentes. Exemplo:
peixe piloto e rêmora por restos deixados pelo Imagem
tubarão.

Biomas
É uma comunidade biológica. Fauna, flora,
suas interações entre si e com o ambiente. Entre
os biomas brasileiros, podemos destacar:

Cerrado: típico da região Centro-Oeste, a


vegetação é composta de arbustos retorcidos e
de pequeno porte: araçá, murici, buriti e indaiá.
É habitado pelo lobo-guará, o tamanduá-ban-
deira, a onça-pintada etc.
Caatinga: localizada na maior parte da re-
gião Nordeste, sofre (e se adapta) com um lon-
go período da seca: a vegetação perde as folhas
e fica esbranquiçada. Os cactos (mandacaru,
xique-xique) e outras plantas são típicos da
Floresta Amazônica: apresenta chuvas fre-
caatinga, além da fauna, que inclui as cobras
quentes e abundantes. Devido à grande exten-
(cascavel, jiboia), o gambá, a gralha, o veado-
são, apresenta flora exuberante, com espécies
-catingueiro etc.
como a seringueira, o guaraná, a vitória-régia, Manguezal: estreita floresta da costa bra-
e é habitada por inúmeras espécies de animais, sileira desde o Amapá até Santa Catarina. De-
como o peixe-boi, o boto, o pirarucu, a arara. senvolve-se nos estuários e foz dos rios abun-
Região com enorme biodiversidade, apresenta dantes em água e com solos lodosos e ricos em
1,5 milhão de espécies de vegetais identificadas nutrientes. Eventualmente recebem a água do
por cientistas. mar. São berçários naturais de muitas espécies

Enem | Matemática e Biologia 23


de caranguejos, peixes e aves. As árvores dessa
região apresentam raízes-escoras para conse- Imagem
guirem se fixar no solo lodoso.

Imagem

Ciclo do oxigênio: é o elemento mais abun-


dante no planeta, estando disponível na atmos-
fera, na água e na crosta terrestre. É capaz de
Mata Atlântica: do Rio Grande do Norte até reagir com quase todos os elementos químicos,
o sul do país, antes dos litorais, apresenta árvo- em especial o carbono, formando monóxidos
res altas e vegetação densa. É uma das áreas (CO) e dióxidos (CO2). Realiza combustão e oxida
de maior diversidade de seres vivos do planeta. metais, produzindo a ferrugem. É indispensável
Encontra-se plantas como: pau-brasil, ipê-ro- à vida, pois praticamente todos os seres vivos
xo, angico, manacá-da-serra, cambuci e várias o utilizam na respiração, excetuando os seres
espécies de animais como: onça-pintada, anta, anaeróbios, como algumas bactérias. Participa
queixada, gavião e mico-leão-dourado. também da fotossíntese (processo em que as
Mata de araucária: típica da região Sul do plantas produzem seu alimento) atuando jun-
Brasil, de temperaturas mais baixas (subtro- tamente ao carbono. O oxigênio também com-
pical). Encontramos a árvore ímpar araucária põe a camada de ozônio, defendendo a superfí-
(pinheiro-do-paraná) além da exclusiva fauna: cie terrestre dos raios ultravioletas (UVA e UVB).
ema, gralha-azul, tatu, quati e gato-do-mato. As plantas terrestres usam o gás carbônico (CO2)
do ar como combustível para a fotossíntese e
Ciclo Biogeoquímico liberam oxigênio (O2) para a atmosfera. As plan-
tas aquáticas usam carbonatos dissolvidos na
Estuda o percurso realizado no meio am- água e liberam o oxigênio. Acontece exatamen-
biente por um elemento químico essencial à te o oposto com os animais que respiram O2 e
vida. Um movimento cíclico de elementos que liberam CO2.
formam os organismos vivos e o ambiente. Ao Ciclo do carbono: tem início quando as plan-
longo do ciclo, cada elemento é absorvido e tas e outros organismos autótrofos absorvem o
reciclado por componentes bióticos (seres vi- gás carbônico da atmosfera para utilizá-lo na
vos) e abióticos (ar, água, solo). É por meio dos fotossíntese e o carbono é devolvido ao meio na
ciclos biogeoquímicos que os elementos quí- mesma velocidade em que é sintetizado pelos
micos e compostos químicos são transferidos produtores, pois a devolução de carbono ocorre
entre os organismos e entre diferentes partes continuamente por meio da respiração durante
do planeta. a vida dos seres. No ciclo biológico do Carbo-
Ciclo da água: é o permanente processo de no, podemos ter a total renovação do carbono
transformação da água na natureza, passan- atmosférico em até vinte anos. Este processo
do de um estado para outro (líquido, sólido ou ocorre na medida em que as plantas absorvem
gasoso). A essa transformação e circulação da energia solar e dióxido de carbono (CO2) da at-
água, dá-se o nome de ciclo da água ou ciclo mosfera, gerando oxigênio e açúcares, como a
hidrológico, que se desenvolve através dos pro- glicose, por meio do processo conhecido como
cessos de evaporação, condensação, precipita- fotossíntese, o qual é a alicerce para o cresci-
ção, infiltração e transpiração. mento das plantas. Por sua vez, os animais e as

24
plantas consomem a glicose durante o proces- elemento são as rochas calcárias, que, desgas-
so de respiração, emitindo novamente CO2. Com tando-se com o tempo, liberam-no para o meio.
isso, a fotossíntese e a decomposição orgânica, No solo, é absorvido pelos vegetais e, por meio
por intermédio da respiração, renovam o carbo- das cadeias alimentares, passa para os animais.
no da atmosfera. Uma forma de acelerar o ciclo Desenvolvimento sustentável: conceito
e adicionar CO2 na atmosfera são os incêndios criado no século XX, que corresponde ao de-
naturais, pois eles consomem a biomassa e ma- senvolvimento ambiental das sociedades, atre-
téria orgânica, transferindo mais CO2 num ritmo lado aos desenvolvimentos econômico e social.
maior do que aquele que remove naturalmente A partir disso, o desenvolvimento sustentável
o Carbono a partir da sedimentação dele. Esse prioriza as ações em prol de uma sociedade
processo causa o aumento das concentrações mais justa, igualitária, consciente, de modo a
atmosféricas de CO2 rapidamente. O acúmulo trazer benefícios para todos, não esgotando os
de gás carbônico na atmosfera, gerado princi- recursos para o futuro e garantindo a sustenta-
palmente pela queima de combustíveis fósseis, ção ou conservação de algo.
contribui para o aquecimento global através do
efeito estufa. A destruição da camada de ozô-
nio permite a entrada dos raios UV, contribuindo Ambientalismo
também para o aquecimento e para o aumento
dos casos de câncer de pele. Movimento ecológico, movimento verde ou
Ciclo do nitrogênio: é um gás encontrado em ambientalismo, consiste em diferentes corren-
abundância no ar (78%) na forma de N2, mas, por tes de pensamento e movimentos sociais que
ser pouco reativo quimicamente, permanece li- têm na defesa do meio ambiente sua principal
vre e não é facilmente assimilado pelos seres. preocupação, reivindicando medidas de pro-
Também compõe as moléculas de proteína e os teção ambiental e sobretudo uma ampla mu-
ácidos nucleicos das células, sendo assim muito dança nos hábitos e valores da sociedade com a
importante para todos os organismos. Algumas finalidade de estabelecer um modo de vida sus-
plantas são capazes de fixar o nitrogênio do ar, tentável. O modelo de desenvolvimento global
através da associação com algumas espécies de atual, baseado numa perspectiva de crescimen-
bactérias ditas fixadoras, que vivem em nódulos to contínuo, na manipulação tecnológica da na-
nas suas raízes. Essas plantas são do grupo das tureza e numa visão de que os recursos naturais
leguminosas, como feijões, soja, lentilhas. Exis-
são inesgotáveis e existem basicamente para
tem também bactérias livres no solo que agem
o benefício humano, causou uma destruição
na transformação do N2 em nitratos. Outro meio
ambiental sem precedentes na história da hu-
de fixação do nitrogênio na natureza é através de
manidade, pondo em risco até mesmo a futura
raios. Vale ressaltar o papel das bactérias no ciclo,
sobrevivência da espécie humana.
pois atuam nas várias etapas. A presença do ni-
trogênio é fundamental para garantir o bom de- Os impactos negativos que a sociedade
senvolvimento das plantas e consequentemente moderna tem acarretado ao meio ambien-
dos animais que o obtêm, direta ou indiretamente te são vastos, requerem medidas urgentes de
através dos vegetais, conforme sejam herbívoros mitigação ou reversão (intervenções huma-
ou carnívoros. Não ocorrendo compostos nitro- nas para reduzir o impacto ambiental) e terão
genados suficientes para as plantas, geralmente consequências globais catastróficas se a ten-
são utilizados fertilizantes industrializados. dência destrutiva continuar inalterada, espe-
Ciclo do cálcio: o cálcio é um elemento que cialmente quando se considera a velocidade
participa de diversas estruturas dos seres vivos, do crescimento da população do mundo e sua
ossos, conchas, paredes celulares das célu- consequente pressão sobre todos os recursos e
las vegetais, cascas calcárias de ovos, além de sistemas naturais. Portanto, precisam ser com-
atuar em alguns processos fisiológicos, como a preendidas pela sociedade, chocando-se contra
concentração muscular e a coagulação do san- hábitos, tradições culturais, ignorância, interes-
gue nos vertebrados. As principais fontes desse ses políticos e econômicos, etc.
Seres Vivos
Os grupos dos seres vivos, suas divisões
e características fisiológicas além de sua
importância, principalmente a humana

Classificação
podem ser divididos em: Unicelulares (Bactérias,
cianófitas, protozoários, algas unicelulares e le-
veduras) e Pluricelulares (demais seres vivos).
O ramo da Biologia que trata da descrição, Quanto à organização estrutural, as células
nomenclatura e classificação dos seres vivos são divididas em: a) Células Procariontes (sem
denomina-se taxonomia. Considera um conjun- núcleo diferenciado) e b) Células Eucariontes.
to de caracteres relevantes, os quais permitem Quanto à reprodução, pode ser Assexuada (os
verificar as relações de parentesco evolutivo indivíduos que surgem são geneticamente idên-
e estabelecer as principais linhas de evolução ticos entre si: um clone) ou Sexuada (processos
desses grupos (filogenia). São sistemas naturais, que envolvem troca e mistura de material ge-
pois ordenam os organismos, visando ao esta- nético entre indivíduos de uma mesma espécie:
belecimento das relações de parentesco evolu- assemelham-se aos pais, mas não são idênticos
tivo entre eles. a eles).
Os seres são divididos em Espécie > Gênero Gêneros semelhantes formam um grupo
> Família > Ordem > Classe > Filo > Reino, nessa maior: a família. As famílias formam a ordem.
ordem. As ordens formam a classe. As classes formam
Espécie: é um conjunto de organismos se- o filo, que, finalmente, forma os reinos.
melhantes entre si, capazes de se cruzar e gerar
descendentes férteis. Exemplo: cavalo e égua.
Espécie

Família
Gênero

Gênero: são espécies mais aparentadas en-


Ordem

Classe

Reino
Filo
tre si do que com quaisquer outras. Não são ca-
pazes de cruzar-se. Exemplo: gato-do-mato
(Leopardus wiedii) e jaguatirica (Leopardus par-
Ctenocephalis

Ctenocephalis
canis (pulga)

dalis) formam um gênero chamado Leopardus.


Sifonápteros

Artrópodos
Pulícídeos

Animalia
Insetos

Nomenclatura científica: aplica-se apenas


a uma espécie e é aceito em todas as línguas. O
sistema identifica cada espécie por dois nomes
Magnoliophyta
indica (manga)

Magnoliopsida
Anacardiaceae

em latim: o primeiro, em maiúscula, é o gênero,


Sapindales
Mangifera

Mangifera

Plantae

o segundo, em minúscula, é o epíteto específico.


Os dois nomes juntos formam o nome da espé-
cie. Por convenção internacional, o nome do gê-
nero e da espécie é impresso em itálico, grifado
ou em negrito. Exemplo: Canis familiares, Canis Reino Monera: é formado por bactérias, cia-
lupus, Felis catus. nobactérias e arqueobactérias (algas azuis),
Características dos seres vivos: para ser todos seres muito simples, unicelulares e com
considerado um ser vivo, esse tem que apre- célula procariótica. Esses seres microscópios
sentar certas características: 1) Ser constituído são geralmente menores do que 8 micrômetros.
de célula; 2) Buscar energia para sobreviver; 3) A maioria das bactérias são heterótrofas (não
Responder a estímulos do meio; 4) Reproduzir- conseguem produzir seu próprio alimento), com
-se; 5) Evoluir. Quanto ao número de células respiração aeróbia (oxigênio), anaeróbia e fa-

26
cultativa. Quanto às formas físicas, podem ser: saprófagos, quando obtêm seus alimentos de-
cocos (agrupam-se e formam colônias), bacilos, compondo organismos mortos; como parasitas,
vibriões, e espirilos. Locomovem-se com flage- quando se alimentam de substâncias que reti-
los ou cílios e reprodução assexuada feita por ram dos organismos vivos nos quais se insta-
bipartidação. Tem importância na decomposi- lam, prejudicando-os ou podendo estabelecer
ção, fermentação (leite), farmacologia (antibi- associações mutualísticas com outros organis-
óticos) e genética (insulina). No homem, pode mos, em que ambos se beneficiam. Além des-
causar doenças como bronquite, coqueluche, ses modos mais comuns de vida, existem alguns
disenteria, difteria, faringite, gastrite, leptospi- grupos de fungos considerados predadores que
rose, meningite, pneumonia, sinusite, terçol, té- capturam pequenos animais e deles se alimen-
tano, tuberculose, entre outras. tam. Os fungos saprófagos são responsáveis por
Reino Protista: agrupa organismos euca- grande parte da degradação da matéria orgâ-
riontes, unicelulares, autótrofos e heterótrofos. nica, propiciando a reciclagem de nutrientes.
Neste reino, se colocam as algas inferiores: eu- Juntamente às bactérias saprófagas, eles com-
glenófitas, pirrófitas (dinoflagelados) e crisófi- põem os grupos dos organismos decomposito-
tas (diatomáceas), que são protistas autótrofos res, de grande importância ecológica.
(fotossintetizantes). Os protozoários são pro- Reino Plantae: as plantas são seres pluri-
tistas heterótrofos. A complexidade da célula celulares e eucariontes. Nesses aspectos, elas
eucariótica de um protozoário é tão grande que são semelhantes aos animais e a muitos tipos
ela - sozinha - executa todas as funções que de fungos; entretanto, têm uma característica
tecidos, órgãos e sistemas realizam em um ser que as distingue desses seres - são autotróficas.
pluricelular complexo. Locomoção, respiração, Como já vimos, seres autotróficos são aqueles
excreção, controle hídrico, reprodução e rela- que produzem o próprio alimento pelo processo
cionamento com o ambiente, tudo é executado da fotossíntese. Utilizando a luz, ou seja, a ener-
por uma única célula, que conta com algumas gia luminosa, as plantas produzem a glicose,
estruturas capazes de realizar alguns desses matéria orgânica formada a partir da água e do
papéis específicos, como em um organismo plu- gás carbônico que obtêm do alimento, e liberam
ricelular. Os protozoários são, na grande maio- o gás oxigênio. As plantas, com outros seres
ria, aquáticos, vivendo nos mares, rios, tanques, fotossintetizantes, são produtoras de matéria
aquários, poças, lodo e terra úmida. Há espécies orgânica que nutre a maioria dos seres vivos da
mutualísticas e muitas são parasitas de inverte- Terra, atuando na base das cadeias alimentares.
brados e vertebrados. Fazem parte do plâncton Ao fornecerem o gás oxigênio ao ambiente, as
(conjunto de seres que vivem em suspensão na plantas também contribuem para a manuten-
água dos rios, lagos e oceanos, carregados pas- ção da vida dos seres que, assim como elas pró-
sivamente pelas ondas e correntes). No plânc- prias, utilizam esse gás na respiração. As plantas
ton, distinguem-se dois grupos: fitoplâncton conquistaram quase todos os ambientes da su-
(organismos responsáveis por mais de 90% da perfície da Terra.
fotossíntese no planeta) que constituem a base Reino Animalia: com mais de 1 milhão de es-
de sustentação da cadeia alimentar nos mares e pécies, possuem as mais variadas formas e ta-
lagos e zooplâncton (organismos consumidores, manhos - desde corpos microscópicos, como o
protozoários, pequenos crustáceos e larvas de ácaro, até corpos gigantescos, como o da baleia-
muitos invertebrados e de peixes). -azul. Alguns com forma, organização e funcio-
Reino Fungi: os fungos são popularmente namento do corpo simples, como uma esponja-
conhecidos por bolores, mofos, fermentos, le- -do-mar; outros, com a estrutura complexa de
vedos, orelhas-de-pau, trufas e cogumelos- um mamífero. Apesar da grande diversidade,
-de-chapéu (champignon). É um grupo bas- quase todos os animais apresentam uma carac-
tante numeroso, formado por cerca de 200.000 terística em comum: são formados por milha-
espécies espalhadas por praticamente qualquer res de células de diversos tipos. Outro aspecto
tipo de ambiente. Os fungos apresentam grande comum aos seres do reino Animal é que obtêm
variedade de modos de vida. Podem viver como o seu alimento a partir de outros seres vivos.

Enem | Matemática e Biologia 27


A maioria das espécies é capaz de se locomover, Varíola Orthopoxvirus Vacina
isto é, mover o corpo de um lugar para o outro.
São estudados pela zoologia e classificados em Rubéola Contato Vacina
dois grandes grupos: vertebrados (com coluna Caxumba Ar, contato Vacina
vertebral) e invertebrados (sem coluna vertebral). Sarampo Contato Vacina
Poliomielite Contato Vacina
Imagem
Jean Baptiste Lamarck: (1744~1829) contri-
buiu muito para a sistematização dos conhe-
cimentos da História Natural e usou o termo
“biologia: a ciência que estuda os seres vivos".
Partia do princípio de que os seres vivos evo-
luem e se transformam, e é dele a teoria "os
órgãos que não usamos, com o passar do tem-
po, atrofiam e desaparecem". Outra teoria é de
que o corpo dos seres vivos possuem a capa-
cidade de transformação com o objetivo de se
adaptarem às mudanças do meio ambiente. As
transformações adquiridas por uma espécie
seriam transmitidas para seus descendentes.
Vírus: são os únicos organismos acelulares. As modificações do meio ambiente vão “pres-
São seres muito simples e pequenos (medem sionando” e forçando necessidades de trans-
menos de 0,2 μm), formados basicamente por formações anatômicas, orgânicas e comporta-
uma cápsula proteica envolvendo o material mentais nas espécies. Lamarck influenciou os
genético, que, dependendo do tipo de vírus, estudos de Darwin, entretanto pesquisas nas
pode ser o DNA, RNA ou os dois juntos (ci- áreas de genética e hereditariedade, invalida-
tomegalovírus). No homem, inúmeras doen- ram a teoria das características adquiridas de-
ças são causadas por esses seres acelulares. senvolvida por Lamarck.
Praticamente todos os tecidos e os órgãos Charles Darwin: (1809~1882) foi um impor-
humanos são afetados por alguma infecção tante naturalista e biólogo. Colaborou com di-
viral e os vírus são difíceis de matar. Até ago- versos estudos e pesquisas, surpreendendo-se
ra, o procedimento médico mais eficiente para com a grande quantidade de espécies de ani-
as doenças virais são vacinas para prevenir e mais e plantas que encontrou. Com todo mate-
drogas que tratam os sintomas das infecções rial coletado e observado, procurou descobrir
virais. Uma prática comum ao receber um pa- a razão da existência desta grande diversidade
ciente (pronto-socorro) é o uso de antibióticos de plantas e animais. Escreveu seu principal
(que são inúteis contra os vírus), enquanto es- livro “A Origem das Espécies" (1859), em que
pera pelos resultados de exames para deter- explica a evolução dos vegetais e animais em
minar se os sintomas são causados por vírus nosso planeta. Em outro livro “A Descendência
ou bactérias. do Homem”, explica o surgimento da raça hu-
mana na Terra. Revolucionou o conhecimento
Doença Transmissão Prevenção científico a respeito da origem e evolução dos
Febre Amarela Aedes aegypti Vacina seres vivos, contrariando as explicações reli-
giosas. Atualmente, o mundo científico acei-
Dengue Aedes aegypti Vacina
ta as ideias darwinianas. De acordo com suas
AIDS Sexual Preservativo explicações, o motivo de existir pequenas di-
HPV Sexual Preservativo ferenças na descendência, entre os animais e
Malária Anopheles Vacina as plantas faz com que determinadas espécies
possam viver mais tempo do que outras. As es-
Surto H1N1 Carne porco Vacina pécies que vivem mais podem gerar um núme-

28
ro maior de descendentes, fato que permite o Fanerógama: palavra composta por fanero,
aparecimento de novos tipos de variações. No que significa visível, e por gama, relativo a ga-
século XX, a genética e a fisiologia tornaram- meta. Esta palavra significa, portanto, "planta
-se importantes na classificação, como o uso que tem a estrutura reprodutiva visível". São
recente da genética molecular na comparação plantas que possuem semente.
de códigos genéticos. Gimnosperma: palavra composta por
Projeto genoma: em fevereiro de 2005, gimmno, que significa descoberta, e sperma, se-
Edward Osborne Wilson, professor aposenta- mente. Esta palavra significa, portanto, "planta
do da Universidade de Harvard, onde cunhou com semente a descoberto" ou "semente nua".
o termo biodiversidade e participou da funda- Angiosperma: palavra composta por angion,
ção da sociobiologia, ao defender o "projeto que significa vaso (que neste caso é o fruto) e
genoma" da biodiversidade da Terra, propôs sperma, semente. A palavra significa "planta
a criação de uma base de dados digital com com semente guardada no interior do fruto".
fotos detalhadas de todas as espécies vivas e
a finalização do projeto "Árvore da vida". Em
contraposição a uma sistemática baseada na
Animais
biologia celular e molecular, Wilson vê a ne-
cessidade da sistemática descritiva para pre- Invertebrados
servar a biodiversidade.

Plantas Imagem

Imagem

Poríferos: também conhecidos como espongi-


ários ou simplesmente esponjas, surgiram prova-
velmente há cerca de 1 bilhão de anos. Supõe-se
que eles sejam originados de seres unicelulares e
heterótrofos que se agrupam em colônias.

Em geral, os critérios importantes para carac-


Imagem
terizar as plantas são: ter ou não vasos conduto-
res de água e sais minerais (seiva bruta) e matéria
orgânica (a seiva elaborada); ter ou não estrutu-
ras reprodutoras (semente, fruto e flor) ou au-
sência delas. Assim, temos os grupos de plantas:
Criptógama: palavra composta por cripto,
que significa escondido, e gama, cujo signi-
ficado está relacionado a gameta (estrutura Celenterados: ou cnidários podem apresentar-
reprodutiva). Esta palavra significa, portanto, -se sob duas formas: pólipos ou medusas. Pólipos.
"planta que tem estrutura reprodutiva escon- Têm o corpo cilíndrico e vivem geralmente fixos,
dida". Ou seja, sem semente. por exemplo, numa rocha. Na sua extremidade
livre, apresentam tentáculos em volta da boca.

Enem | Matemática e Biologia 29


Medusas. Têm o corpo em forma que lembra um Nematelmintos: são vermes de corpo cilín-
guarda-chuva. Seus tentáculos se distribuem ao drico, afilado nas extremidades. Muitas espécies
longo da margem do corpo, no centro no qual são de vida livre e vivem em ambiente aquático
fica a boca. Nadam livremente, embora geral- ou terrestre; outras são parasitas de plantas e
mente de maneira limitada, ou são carregadas de animais, inclusive o ser humano. Há mais de
pelas correntes de água. 10 mil espécies desse tipo de vermes cataloga-
das, mas cálculos feitos indicam a existência de
muitas outras espécies, ainda desconhecidas. Ao
contrário dos platelmintos, os nematelmintos
possuem tubo digestório completo, com boca
e ânus. Geralmente têm sexos separados, e as
diferenças entre o macho e a fêmea podem ser
bem nítidas, como no caso dos principais parasi-
tas humanos. De modo geral, o macho é menor
do que a fêmea da mesma idade e sua extremi-
dade posterior possui forma de gancho. Esses
animais são envolvidos por uma fina e delicada
película protetora, bem lisa e resistente.
Platelmintos: são vermes de corpo geral-
mente achatado que surgiram na Terra há pro-
vavelmente cerca de 600 milhões de anos. Esses Imagem
animais compreendem em torno de 15 mil espé-
cies, vivem principalmente em ambientes aquá-
ticos, como oceanos, rios e lagos; são encontra-
dos também em ambientes terrestres úmidos.
Alguns têm vida livre, outros parasitam animais
diversos, especialmente vertebrados. Medindo
desde alguns milímetros até metros de compri-
mento, os platelmintos possuem tubo digestório
incompleto, ou seja, têm apenas uma abertura -
a boca-, por onde ingerem alimentos e eliminam
as fezes; portanto, não possuem ânus. Alguns
nem tubo digestório têm e vivem adaptados à Anelídeos: a minhoca pertence ao filo dos
vida parasitária, absorvendo, através da pele, o anelídeos - nome que inclui vermes com o cor-
alimento previamente digerido pelo organismo po segmentado, dividido em anéis. Os anelídeos
hospedeiro. compreendem cerca de 15 mil espécies, com re-
presentantes que vivem no solo úmido, na água
Imagem doce e na água salgada. Podem ser parasitas ou
de vida livre. O corpo dos anelídeos é revesti-
do por uma pele fina e úmida. Essa é uma ca-
racterística importante da respiração cutânea
- respiração realizada através da pele, pois os
gases respiratórios não atravessam superfícies
secas. Eles são considerados os mais complexos
dos vermes. Além do tubo digestório completo,
têm um sistema circulatório fechado, isto é, têm
boca e ânus e também apresentam um sistema
circulatório em que o sangue só circula dentro
dos vasos.

30
Imagem tos e crustáceos.
Aracnídeos: inclui aranhas, escorpiões e
carrapatos. O corpo dos aracnídeos é dividi-
do em cefalotórax e abdome. Esses animais
têm quatro pares de patas e não possuem
antenas. Apresentam um par de pedipal-
pos (palpos), que são apêndices sensoriais,
e também um par de quelíceras, apêndices
Moluscos: têm uma composição frágil, são em forma de pinça. A maioria dos aracníde-
animais de corpo mole, mas a maioria deles pos- os é carnívora.
sui uma concha que protege o corpo. Nesse gru- Insetos: inclui formiga, barata, mosquito,
po, encontramos o caracol, o marisco e a ostra. borboleta, mosca, besouro, joaninha, abe-
Há também os que apresentam a concha interna lha, gafanhoto, entre muitos outros. É a clas-
e reduzida, como a lula, e os que não têm concha, se principal que representa os artrópodes. A
como o polvo e a lesma, entre outros exemplos. classe com maior variedade e número de es-
O caramujo e a lesma ficam em canteiros de hor- pécies é a única com representantes dotados de
ta, jardim, enfim, onde houver vegetação e a ter- asas, o que contribui para o sucesso na ocupa-
ra estiver bem úmida, após uma boa chuva. A sua ção de todos os ambientes do planeta, exceto
pele produz uma secreção viscosa, também co- as águas oceânicas mais profundas. Na cabeça
nhecida por muco, que facilita principalmente a há um par de antenas e um par de olhos, além
sua locomoção sobre troncos de árvores e pedras do aparelho bucal. O tipo de aparelho bucal
ásperas, sem machucar o corpo. É composto por: relaciona-se ao tipo de alimentação do inse-
cabeça, pés e massa visceral. A massa visceral to e é utilizado pelos cientistas como um dos
fica dentro da concha e compreende os sistemas principais critérios de classificação.
digestório e reprodutor.
Vertebrados
Imagem Peixes: representam a maior classe em
número de espécies conhecidas entre os ver-
tebrados. Ocupam as águas salgadas dos
mares e oceanos e as águas doces dos rios,
lagos e açudes. São animais pecilotérmicos:
a temperatura do seu corpo varia de acordo
com a do ambiente. A maioria dos peixes res-
pira por meio de brânquias, também conhe-
cida como guelras. O coração dos peixes tem
duas cavidades: um átrio e um ventrículo - e
Artrópodes: inclui animais como aranha, por ele circula apenas sangue não oxigena-
mosca, siri, lacraia, piolho-de-cobra, camarão, do. Alguns peixes são herbívoros, alimentan-
escorpião, abelha, entre outros. O grupo dos do-se principalmente de algas. Outros são
artrópodes é tão bem adaptado aos diferentes carnívoros e alimentam-se de outros pei-
ambientes que, atualmente, representa mais de xes e de animais diversos, como moluscos e
70% das espécies animais conhecidas. A principal crustáceos. O sistema digestório dos peixes é
característica que diferencia os artrópodes dos constituído de boca, faringe, esôfago, estô-
demais invertebrados são as patas articuladas. mago e intestino, além de glândulas anexas,
O exoesqueleto reveste e protege o corpo desses como o fígado e o pâncreas. Existem duas
animais de muitos perigos externos e também classes de peixes: a classe dos condrictes ou
evita que eles percam água. Entre as classes de peixes cartilaginosos e a classe dos osteíctes
artrópodes, podemos citar: aracnídeos, quilópo- ou peixes ósseos. A maioria dos peixes ósseos
des (lacraia), diplópodes (piolho-de-cobra), inse- apresenta fecundação externa: a fêmea e o

Enem | Matemática e Biologia 31


macho liberam seus gametas na água. Após cilotérmicos: a temperatura do corpo varia de
a fecundação do óvulo por um espermato- acordo com a temperatura do ambiente. A pele
zoide, forma-se o zigoto. Em muitas espé- pode apresentar escamas (cobras), placas (ja-
cies de peixes ósseos, o desenvolvimento é carés, crocodilos) ou carapaças (tartarugas,
indireto, com larvas chamadas alevinos. Nos jabutis). A respiração dos répteis é pulmonar;
peixes cartilaginosos, a fecundação é geral- seus pulmões são mais desenvolvidos que os
mente interna: o macho introduz seus es- dos anfíbios, apresentando dobras internas
permatozoides no corpo da fêmea, onde os que aumentam a sua capacidade respiratória.
óvulos são fecundados. O desenvolvimento é O coração da maioria dos répteis apresenta
direto: os ovos dão origem a filhotes que já dois átrios e dois ventrículos parcialmente di-
nascem com o aspecto geral de um adulto, vididos. Em sua maioria, os répteis são animais
apenas menores. carnívoros; algumas espécies são herbívoras
Anfíbios: são encontrados apenas na e outras são onívoras. Eles possuem sistema
água doce e em ambiente terrestre. O nome digestório completo. O intestino grosso termi-
do grupo foi dado em razão de a maioria de na na cloaca. A maioria é ovípara, ou seja, a
seus representantes possuir a fase larval fêmea põe ovos, de onde saem os filhotes. Es-
aquática e de respiração branquial (girinos) ses ovos têm casca rígida e consistente como
e uma fase adulta, de respiração pulmo- couro. Os ovos se desenvolvem em ambiente
nar e cutânea, que habita o meio terrestre de baixa umidade.
úmido. São heterotermos, como os peixes. Serpentes: é uma classe dos répteis (ofí-
Os anfíbios adultos precisam viver perto da dios) que não tem pernas. Uma serpente é pe-
umidade: sua pele é fina e pobremente que- çonhenta (venenosa) quando seus dentes são
ratinizada, muito sujeita à perda de água. capazes de inocular veneno nos animais que
Uma delgada epiderme, dotada de inúmeras ataca. Os dentes têm um canal ou sulco que
glândulas mucosas, torna a pele úmida e lu- se comunica com as glândulas produtoras de
brificada, constituindo-se de um importante veneno. No momento da picada, o veneno es-
órgão respiratório. O coração apresenta três coa por esse canal e é inoculado no corpo da
cavidades: dois átrios (um direito e um es- presa.
querdo) e um ventrículo. Nos sapos, nas rãs e Aves: constituem uma classe de animais
pererecas, os sexos são separados. A fecun- caracterizados principalmente por possuírem
dação é externa, em meio aquático. As fe- penas. São endotérmicos, ovíparos e possuem
cundações vão ocorrendo, e cada ovo possui apêndices locomotores anteriores modifica-
uma membrana transparente que contém, dos em asas, bico córneo e ossos pneumá-
no seu interior, um embrião em desenvolvi- ticos. Somente as aves constituem mais de
mento que consome, para a sua sobrevivên- 9.000 espécies no mundo. O coração é divi-
cia, alimento rico em reservas originadas do dido em quatro cavidades: dois átrios e dois
óvulo. Após certo tempo de desenvolvimento, ventrículos e não misturam sangue. Embora
de cada ovo emerge uma larva sem patas, o os pulmões sejam pequenos, existem sacos
girino, contendo cauda e brânquias. Após cer- aéreos, ramificações pulmonares membrano-
to tempo de vida na água, inicia-se uma série sas que penetram por entre algumas vísceras
de modificações no girino, que prenunciam a e mesmo no interior de cavidades de ossos
fase adulta. A metamorfose consiste na reab- longos. Possuem um sistema digestivo com-
sorção da cauda e das brânquias e no desen- pleto, composto de boca, faringe, esôfago,
volvimento dos pulmões e das quatro patas. papo, proventrículo, moela, intestino, cloaca
Répteis: existem cerca de 7 mil espécies e órgãos anexos (fígado e pâncreas). As aves
conhecidas. Surgiram há cerca de 300 milhões possuem uma bolsa única, a cloaca, onde de-
de anos, foram os primeiros vertebrados efe- sembocam as partes finais do sistema diges-
tivamente adaptados à vida em lugares secos, tivo, urinário e reprodutor e que se abre para
embora alguns animais deste grupo, como as o exterior eliminando fezes, urina e também
tartarugas, sejam aquáticos. São animais pe- os ovos.

32
Mamíferos: constituem o grupo mais evo-
luído e mais conhecido do reino animália. Nes- Corpo Humano
ta classe, incluem-se toupeiras, morcegos,
roedores, gatos, macacos, baleias, cavalos, Aspectos relacionados com a estrutura e
veados e muitos outros, o próprio homem en- funcionamento do corpo humano (fisiologia):
tre eles. Com raras exceções, todos apresen- Célula: cada célula do corpo humano tem
tam o corpo coberto de pelos e têm tempera- uma função específica. Porém, todas de-
tura interna constante. A pele é formada por sempenham uma atividade "comunitária",
duas camadas principais: epiderme e derme. trabalhando de maneira integrada com as
As glândulas localizadas na derme (sebáceas, demais células. É como se o nosso organis-
sudoríparas e mamárias) são um dos aspec- mo fosse uma imensa sociedade de células,
tos mais marcantes. O sistema digestório dos que cooperam umas com as outras, dividindo
mamíferos é formado por um longo tubo que o trabalho entre si. Juntas, elas garantem a
vai da boca ao ânus. Todos os mamíferos são execução das inúmeras tarefas responsáveis
seres pulmonados, isto é, o ar entra pelas vias pela manutenção da vida. As células que for-
respiratórias até os pulmões, que absorvem o mam o organismo da maioria dos seres vivos
oxigênio. Até mesmo os mamíferos aquáticos apresentam uma membrana envolvendo o
têm pulmões, eles precisam vir à superfície seu núcleo, por isso são chamadas células
para respirar. A energia para a homeotermia eucariotas.
e para as atividades em geral dos mamífe- Tecidos: podem ser classificados em qua-
ros depende da respiração e da circulação. tro grupos principais: tecido epitelial, tecido
conjuntivo, tecido muscular e tecido nervo-
O coração dos mamíferos apresenta quatro
so. As células do tecido epitelial ficam muito
cavidades, com circulação fechada, dupla e
próximas umas das outras e quase não há
completa, sem que haja mistura de sangue
substâncias preenchendo espaço entre elas.
favorecendo a homeotermia corporal. Há fe-
Esse tipo de tecido tem como principal função
cundação interna, em que o macho coloca
revestir e proteger o corpo. Forma a epiderme,
o esperma dentro do corpo da fêmea, ocor-
a camada mais externa da pele, e, internamen-
rendo o encontro dos gametas. Esses seres
te, reveste órgãos como a boca e o estômago.
chamados vivíparos têm filhotes que nascem
O tecido epitelial também forma as glândulas –
após serem gerados no útero da mãe. Em re-
estruturas compostas de uma ou mais células
lação à reprodução, dividem-se em três gran-
que fabricam, no nosso corpo, certos tipos de
des grupos: placentários (maior grupo em que
substâncias como hormônios, sucos digestivos,
os ovos amnióticos são geralmente minúscu-
lágrima e suor. As células do tecido conjunti-
los e retidos no útero da fêmea para o desen-
vo são afastadas umas das outras, e o espaço
volvimento, com a ajuda de uma placenta que
entre elas é preenchido pela substância inter-
fornece fixação e nutrientes para, ao nascer,
celular. A principal função do tecido conjuntivo
já estarem desenvolvidos); marsupiais (gru-
é unir e sustentar os órgãos do corpo. É sub-
po em que não existe placenta para nutrir o
dividido em outros tipos de tecidos: adiposo,
embrião durante o desenvolvimento no útero.
cartilaginoso, ósseo, sanguíneo. O tecido adi-
Ao nascerem, os marsupiais não se encontram
poso é formado por adipócitos, isto é, células
totalmente desenvolvidos); monotremados
que armazenam gordura. Encontrados abaixo
(grupo de animais que põem ovos semelhan-
da pele e em volta de alguns órgãos, forne-
tes aos dos répteis, donde nasce um minús-
cem energia para o corpo; isolam termicamen-
culo embrião que se desloca para uma bolsa,
te, diminuindo a perda de calor do corpo para
onde termina o seu desenvolvimento como o
o ambiente; oferecem proteção contra cho-
ornitorrinco e o equidna).
ques mecânicos. Tecido cartilaginoso forma as
cartilagens do nariz, da orelha, da traqueia e
está presente nas articulações da maioria dos
ossos. É um tecido resistente, mas flexível. O

Enem | Matemática e Biologia 33


tecido ósseo forma os ossos. A sua rigidez de-
ve-se à impregnação de sais de cálcio na subs- Glândula
Parótida Boca
tância intercelular. O tecido sanguíneo constitui Faringe
o sangue, tecido líquido. As células do tecido
muscular são denominadas fibras musculares
e possuem a capacidade de se contrair e alon- Esôfago
gar (contratilidade). Têm o formato alongado e
promovem a contração muscular, o que permi- Estômago
te os diversos movimentos do corpo. Pode ser Fígado Baço
de três tipos: liso, esquelético e cardíaco. As cé-
lulas do tecido nervoso são denominadas neu- Vesícula Biliar
Pâncreas
rônios, capazes de receber estímulos e conduzir Duodeno
a informação para outras células pelo impulso Intestino Intestino
nervoso. Os neurônios têm forma estrelada e Grosso Delgado
são células especializadas. Além deles, o tecido
nervoso também apresenta outros tipos de cé- Apêndice Reto
lulas, como as células da glia, cujas funções são Ânus
nutrir, sustentar e proteger os neurônios. O teci- Sistema Digestivo: atua no processo de
do nervoso é encontrado nos órgãos do sistema aproveitamento dos alimentos ingeridos. Ba-
nervoso como o cérebro e a medula espinhal. sicamente é formado pelo estômago (em for-
mato de bolsa, está localizado no abdômen:
responsável pela digestão); faringe (órgão
Imagem tubular que conecta a garganta ao esôfago:
transporta alimento e ar); esôfago (órgão
tubular que conecta a faringe ao estôma-
go: conduz o alimento); intestinos delgado e
grosso (responsáveis pela absorção de nu-
trientes e água, eliminando resíduos sólidos
e líquidos); fígado (maior órgão interno, res-
ponsável por armazenar e filtrar substâncias,
sintetizar gordura e produção da bile).

Imagem
Nariz
Faringe
Laringe

Traquéia
Órgãos: são um agrupamento de tecidos Alvéolos Pulmão Pulmão
que interagem em nosso organismo. Exemplo: Brônquios
estômago (órgão constituído de tecido epitelial,
muscular, entre outros). Cada órgão tem sua
função, sendo os mais importantes: cérebro,
coração, pulmões, estômago, fígado, pâncreas,
baço, intestino, rins, bexiga. O "conjunto de ór- Sistema Respiratório: é responsável pela
gãos" associados forma os sistemas. absorção do ar (oxigênio) e pela eliminação
do gás carbônico retirado das células. Basica-
mente é formado pelos órgãos: nariz (entra-
Imagem da e saída), faringe (serve de passagem tanto
para os alimentos quanto para o ar); laringe

34
(liga a faringe à traqueia, agrega as cordas las responsáveis pela produção dos hormônios
vocais); traqueia (aquece, umidifica e filtra o que são lançados no sangue e percorrem o cor-
ar, transportando-o aos pulmões), brônquios po até chegar aos órgãos-alvo sobre os quais
(ramificações da traqueia formando a árvo- atuam. Coordena todas as funções do nosso
re brônquica que liga aos pulmões); pulmões corpo em parceria com o sistema nervoso, in-
(são dois, protegidos pela caixa torácica, que tegrado pelo hipotálamo (na base do encéfalo).
trocam gases, oxigenando o sangue e elimi- É composto basicamente de hipófise (glândula
nando o gás carbônico). mestre do nosso corpo, estimula o funciona-
mento de outras glândulas e produz diversos
Artéria hormônios); tireoide (controla a velocidade do
Tronco
carótida
branquiocefálico ImagemArtéria metabolismo celular, a manutenção do peso e
subclávia
Veia cava superior do calor corporal, o crescimento e no ritmo car-
Artéria pulmonar
esquerda
díaco); paratireoides (regula a quantidade de
cálcio e fósforo no sangue); suprarrenais (produz
Veias pulmonares
e libera hormônios); pâncreas (glândula mista
Tronco pulmonar Válvula mitral que produz hormônios para o sistema endócri-
Válvula do Válvula da aorta no e suco pancreático para o sistema digestivo).
tronco pulmonar Tem relação também com as glândulas sexuais
Válvula tricúspide
do sistema genital (ovários nas mulheres e tes-
Veia cava inferior tículos nos homens).
Sistema Linfático: é o sistema de defesa do
Sistema Circulatório: permite o transporte e organismo, transporta a linfa dos tecidos para o
a distribuição de nutrientes, oxigênio e hormô- sangue. Auxilia o sistema circulatório para o flu-
nios para as células de vários órgãos através do xo de sangue e líquidos pelo corpo. É composto
sangue. É formado basicamente pelo coração basicamente pela linfa (líquido esbranquiçado e
(órgão muscular localizado entre os pulmões leitoso produzido pelo intestino delgado e fíga-
funcionando como uma bomba dupla com san- do responsável pela eliminação das impurezas);
gue arterial e venoso); vasos sanguíneos (distri- vasos linfáticos (canais espalhados pelo orga-
buídos por todo o corpo, formam uma rede de nismo que transportam a linfa na corrente san-
artérias e veias ramificadas). guínea em sentido único através de válvulas);
linfonodos (gânglios linfáticos que filtram a lin-
fa antes de ela retornar ao sangue); baço (órgão
Imagem oval que produz anticorpos e hemácias, arma-
Hipotálamo
zena sangue e libera hormônios), timo (órgão
Hipófise que produz a timosina, a timina e anticorpos) e
tonsilas palatinas (são dois órgãos conhecidos
Tireoide Paratireoides como amígdalas que selecionam os micro-or-
ganismos que entram pela boca e pelo nariz).
Timo
Imagem
Mulher
Tubas
uterinas Útero

Suprarrenais
Ovários
Colo do útero

Vagina
Sistema Endócrino: é o conjunto de glându-
Pâncreas

Enem | Matemática e Biologia 35


Homem Imagem
Veias renais

Vesícula Seminal Bexiga Canal Deferente

Epidídimo
Próstata Artérias
Rins renais
Testículo Uretra
Bolsa
Escrotal Pênis Uréteres

Bexiga
Uretra
Sistema Genital: nos homens e nas mu-
lheres, desenvolve-se na puberdade provo-
cada pela ação dos hormônios. No homem, Sistema Urinário e Excretor: tem a fun-
o sistema é composto por: testículos (duas ção de separar o sangue das substâncias
glândulas ovais, dentro da bolsa escrotal, nocivas e eliminá-las sob a forma de uri-
que produzem os espermatozoides e diver- na. O sangue filtrado e limpo volta a cir-
sos hormônios como a testosterona), epidí- cular pelo corpo. É composto basicamente
dimos (canal onde os espermatozoides são por dois rins (que fazem filtragem de subs-
armazenados), canais deferentes (canal que tâncias, eliminação de substâncias tóxicas,
recebe o líquido seminal, atravessa a prós- produção de hormônios e de urina) ligados
tata e deságua na uretra), vesículas semi- por dois ureteres à bexiga (órgão muscular
nais (produzem o líquido seminal que pro- oco em forma de bolsa elástica responsável
tege os espermatozoides da urina), próstata pelo armazenamento de urina).
(glândula que produz o líquido prostático),
Cérebro
Imagem
uretra (canal que serve o sistema urinário e
o reprodutor dentro do pênis) e pênis (órgão Cerebelo
externo que serve para o sistema excretor -
Medula Espinhal
elimina urina - e reprodutor - copulação). O
sêmen é constituído de espermatozoides, lí-
quido seminal e prostático. Na mulher, o sis- Esquerdo Direito
tema reprodutor é mais complexo: produz (masculino, escrita, (feminino, intuição,
os gametas, fornece um local apropriado fala, lógica, raciocínio, emoção, imaginação,
para a fecundação, permite a implantação argumento, intelectual, criatividade, artístico,
música rítmica) música melódica)
de embrião, dá a ele condições para seu de-
senvolvimento e executa atividade motora
suficiente para expelir o novo ser quando
completa sua formação. É composto por:
ovários (dois órgãos ovais que produzem os
óvulos), tubas uterinas ou trompas de fa-
lópio (tubos que unem os ovários ao útero),
útero (órgão muscular oco de grande elasti-
cidade, na gravidez acomoda o embrião até
o nascimento) e vagina (canal que faz a co-
municação com o útero).

36
Sistema Nervoso: é formado pelo cérebro
(órgão mais importante do sistema nervoso, Imagem
responsável pela produção de hormônios, bem
como transporte, organização e armazenamen-
to de informações dividido em direito para a cria-
tividade, símbolos e esquerdo para a lógica e co-
municação); cerebelo (órgão que possui funções
como o movimento, o reflexo, a contração dos
músculos, bem como o equilíbrio do organismo)
e medula espinhal (dentro da coluna vertebral,
responsável pela produção e condução de im-
pulsos nervosos do organismo para o cérebro). Órgãos dos Sentidos: órgãos pelos quais
percebemos o ambiente e transmitimos ao
Imagem
cérebro, que os interpreta. São cinco: 1) visão
(olhos); 2) audição (ouvidos); 3) paladar (língua);
4) olfato (nariz); 5) tato (pele). O sistema senso-
rial é o encarregado de enviar as informações
recebidas ao sistema nervoso, que as decodifica
e envia respostas ao corpo.

Imagem

Sistema Esquelético: tem função de susten-


tar e proteger. Alguns ossos ainda acumulam
gordura como material de reserva e produzem as
células do sangue (hemácias, leucócitos e pla- Sistema Muscular: é formado por um enor-
quetas pela medula óssea vermelha). Os ossos me conjunto de músculos do nosso corpo. São
cartilaginosos (flexíveis) são presentes na vida in-
cerca de 600 músculos que representam quase
trauterina e no nariz, na orelha, laringe, traqueia
e nas extremidades dos ossos que se articulam 50% do peso total de uma pessoa. Os múscu-
na vida adulta. O que permite a rigidez dos ossos los são capazes de se contrair e de se relaxar,
é a composição do tecido ósseo (sais de cálcio, gerando movimentos que nos permitem andar,
fósforo e proteínas chamadas colágeno). Ossos correr, saltar, nadar, escrever, impulsionar o ali-
e juntas (onde existe atrito) formam as articula- mento ao longo do tubo digestório, promover a
ções, que são mantidas por cordões resistentes circulação do sangue no organismo, urinar, de-
de tecido conjuntivo fibroso: os ligamentos.
fecar, piscar os olhos, rir, respirar etc.

Enem | Matemática e Biologia 37


Citologia e Genética
A citologia estuda as células, enquanto a genética
estuda as características transmitidas em gerações

Cloroplasto Vacúolo

Citologia Mitocôndrias
Centríolo

Membrana
A citologia estuda os componentes da célu- plasmática
la e suas funções dentro desse microrganismo. Citoesqueleto
Peroxissomas
Entre as estruturas celulares mais comuns das Núcleo
células, podemos citar a membrana citoplas- Parede Complexo
mática, as mitocôndrias, o complexo de Golgi, o celular de Golgi
retículo endoplasmático, os lisossomos o núcleo Vegetal Animal
e outras. A importância da citologia baseia-se
no conhecimento das diversas estruturas celu-
lares existentes, bem como na interação entre Estrutura
elas, incluindo o mapeamento das funções das
células do corpo humano e de microrganismos Membrana plasmática: consiste em um en-
que podem ou não ser patógenos (causadores voltório composto por fosfolipídios e proteínas
de doenças). Esse conhecimento permite criar encontradas em todas as células vivas. Com
medicamentos que estimulem determinadas grande capacidade de movimentação e deslo-
funções celulares de combate a esses invasores. camento, apresenta significativa importância
Em geral, as células só podem ser vistas na retenção e no transporte de outras molécu-
através de um microscópio, mas podemos con- las, fazendo isso de forma seletiva.
siderar os seres vivos unicelulares (possuem Parede celular: estrutura que envolve a
uma célula) ou pluricelulares (várias células). membrana celular, somente nos vegetais, é
Quanto à estrutura, podem ser: muito resistente. É composta por acúmulo de
Procariontes: não apresentam uma mem- celulose e permeável à água, que a atravessa
brana envolvendo o núcleo, portanto o conteú- livremente em ambos os sentidos.
do nuclear permanece misturado com os outros Núcleo: é o responsável pelo controle de to-
componentes celulares. Os únicos pertencentes das as funções celulares. Tem duas funções bá-
a esse grupo são as bactérias, as cianófitas e as sicas: 1) regular as reações químicas que ocorrem
microbactérias. dentro da célula e 2) armazenar suas informa-
ções genéticas. Algumas organelas são exclusi-
Membrana esquelética vas do núcleo: a) nucléolo (corpúsculo esférico
Membrana plasmática rico em RNA ribossômico produzido a partir do
Ribossomos DNA de regiões específicas da cromatina); b) ca-
Hialoplasma rioteca (membrana nuclear lipoproteica, separa
Cromatina o material genético do citoplasma); c) nucleo-
Flagelo plasma (líquido viscoso que preenche o núcleo).
Mitocôndria: uma das mais importantes, faz
Eucariontes: no núcleo da célula eucariota, a respiração celular e produz energia para todas
fica "guardado" o material genético e, em volta as atividades. A energia liberada na respiração
do núcleo, existe uma membrana que o separa celular é armazenada em uma substância cha-
do citoplasma. mada ATP (adenosina trifosfato).

38
Retículos endoplasmáticos: organela ex- Trocas
clusiva das células eucariontes e é constituída
por tubos achatados interconectados. Estão Com relação às trocas entre as células e o
envolvidos na síntese de proteínas e lipídeos, meio externo (através da membrana), citamos:
na desintoxicação e transporte intracelular. Há Transporte passivo: sem gasto de energia;
dois tipos: 1) rugoso (com ribossomos aderidos à Transporte ativo: com gasto de energia.
membrana); 2) liso (sistemas de tubos cilíndricos Passagem de íons e substâncias contra o gra-
sem ribossomos). diente de concentração. Depende de moléculas
Lisossomos: fazem a digestão de partículas transportadoras (proteínas);
do meio externo e renovam as estruturas celu- Difusão: passagem do meio de maior para o
lares através da autofagia (reciclagem de com- de menor concentração;
ponentes velhos). Osmose: passagem de solvente (água);
Complexo de Golgi: das células eucarióticas, Diálise: passagem de soluto (sólido);
é formado por bolsas achatadas lado a lado. Difusão facilitada: acelerada por moléculas
Processa, transforma e envia substâncias para de proteínas existentes na membrana;
vários lugares da célula. Atua na secreção (pân- Transporte em bloco: endocitose (engloba-
creas, hipófise, tireoide) de certas substâncias. mento) e fagocitose (eliminação).
Peroxissomos: estruturas em forma de vesí-
culas contendo enzimas relacionadas a reações Divisão Celular
que envolvem oxigênio. Uma das enzimas é a
catalase, que facilita a decomposição da água Os cromossomos são responsáveis pela
oxigenada em água e oxigênio. Além disso, os transmissão dos caracteres hereditários, ou seja,
grandes peroxissomos existentes nos rins e no dos caracteres que são transmitidos de pais para
fígado têm um importante papel na destruição filhos. Os tipos de cromossomos, assim como o
de moléculas tóxicas. número deles, variam de uma espécie para a
outra. As células são originadas a partir de ou-
Centríolos: orgânulos citoplasmáticos en-
tras células que se dividem. A divisão celular é
contrados em todas as células, com exceção
comandada pelo núcleo da célula em dois tipos:
dos organismos procariontes e dos vegetais que
mitose e meiose. O cromossomo é constituído
produzem fruto. Originam os cílios e os flagelos.
por uma longa fita dupla de DNA (ácido deso-
Citoesqueleto: conjunto de filamentos que
xirribonucleico, composto orgânico cujas molé-
formam a rede hialoplasmática. Os microfila-
culas contêm as instruções genéticas que coor-
mentos são constituídos de uma proteína cha-
denam o desenvolvimento e o funcionamento
mada actina. Os microtúbulos são constituídos de todos os seres vivos). Na maioria das células
de uma proteína chamada tubulina. Há dois humanas, encontramos 23 pares de cromosso-
exemplos em que o citoesqueleto é bastante mos - um dos pares é materno e outro par é pa-
conhecido: na contração muscular e no bati- terno - são chamadas diploides (2n), pois cada
mento dos cílios e flagelos. uma tem pares de cromossomos. Nas células
Cloroplastos: específicos das células vege- reprodutoras humanas (espermatozoide e óvu-
tais, onde ocorre a fotossíntese através da clo- lo), encontramos a metade do número de cro-
rofila (absorve energia eletromagnética da luz mossomos (23 cromossomos). Com a metade de
solar e converte em energia química). cromossomos, recebe o nome de haploide (n).
Parede Celular: ou membrana esquelética Intérfase: período que separa duas divisões
celulósica é um envoltório externo, espesso e celulares (fim de uma divisão e início de outra).
relativamente rígido. Protege e permite o cres- Tal período caracteriza-se por intensa ativida-
cimento celular. de metabólica, resultante da descondensação
Vacúolos: são qualquer pedaço no citoplas- cromossômica. É dividida em três períodos: G1
ma delimitado por um pedaço de membrana (período que antecede a síntese de DNA), S (du-
lipoproteica. Os mais comuns são os vacúolos plicação do DNA) e G2 (sucede a síntese de DNA
relacionados com a digestão intracelular. e antecede a mitose).

Enem | Matemática e Biologia 39


Mitose Meiose: é um tipo de divisão celular em
que uma célula diploide produz quatro células
Prófase: formação de fi- haploides, sendo, por este motivo, uma divi-
bras cromossômicas. são reducional. A meiose também é precedida
por um período de interfase com eventos se-
Metáfase: máxima con- melhantes aos da mitose. Ocorre nas células
densação, os cromosso- produtoras de gametas (masculinos e femi-
mos com centrômeros ninos) em duas divisões celulares: Meiose I e
próprios. Meiose II.

Anáfase: os centrômeros Respiração celular


se separam e migram para
os polos. É o resultado da oxidação de compostos
orgânicos, e não apenas o resultado de trocas
Telófase: descondensação gasosas. É a oxidação de compostos orgânicos
dos cromossomos dividin- para a produção de energia, porém ela é um
do o núcleo (cariocinese) e processo muito complexo, que produz vários
o citoplasma (citocinese). compostos importantes para o metabolismo,
além de energia. A respiração ocorre em todas
Mitose: tipo de divisão celular em que uma as células vivas. A energia liberada a partir da
célula origina duas células-filhas com o mes- oxidação dos alimentos será utilizada na sín-
mo número de cromossomos existentes na cé- tese de substâncias, absorção de sais mine-
lula-mãe. Antes de uma célula se dividir, for- rais, entre outros processos, não existindo um
mando duas novas células, os cromossomos órgão-sede. Ela é de fundamental importância
se duplicam no núcleo. Formam-se dois novos para a vida, tendo como consequência a morte
núcleos, cada um com 46 cromossomos. A cé- celular caso pare.
lula então divide o seu citoplasma em dois com Nos vegetais (fotossíntese): a intensida-
cada parte contendo um núcleo com 46 cro- de da respiração varia conforme a necessidade
mossomos no núcleo. O processo é contínuo e metabólica de cada célula e pode ser medida
pode ser dividido nas fases: prófase, metáfase, através do gás carbônico liberado e pelo oxi-
anáfase e telófase. gênio absorvido. Como a fotossíntese e a res-
piração ocorrem ao mesmo tempo e uma usa
Meiose os produtos da outra, a respiração das plantas
deve ser medida no escuro.
Prófase I: inicialmente Fermentação (ou respiração anaeróbica):
ocorre o crossing over processo pelo qual os alimentos são oxidados
ou a mistura do ma- de forma anaeróbica, sendo a mais comum cha-
terial genético. mada de fermentação alcoólica — tem como
produto final o álcool etílico (C2H5OH). Este tipo
Metáfase I: ausência de respiração ocorre na ausência do oxigênio,
de carioteca. porém algumas bactérias e fungos podem fa-
zê-la mesmo na presença deste gás, pois são
Anáfase I: encurtamen- incapazes de utilizá-los na respiração. A fer-
to dos cromossomos. mentação alcoólica é realizada por leveduras,
Telófase I: cariocinese principalmente da espécie Saccharomyces ce-
e citocinese. revisiae, bactérias e algumas plantas superiores
e pode ser representada pela seguinte equação:
As fases II da meiose C6H12O6 > 2C2H5OH + 2 CO2 + AT.
são idênticas às da
mitose.

40
Respiração aeróbia: o processo é muito mais energia para a síntese de 18 moléculas de ATP
eficiente que a da fermentação: para cada molé- (para o NAD) e quatro moléculas de ATP (para
cula de glicose degradada, são produzidas, na o FAD). A contabilidade energética completa
respiração, 38 moléculas de ATP, a partir de 38 da respiração aeróbica é, portanto: 2 + 6 + 6
moléculas de ADP e 38 grupos de fosfatos. Na + 2 + 18 + 4 = 38 ATP. O resumo de todas as
fermentação, apenas duas moléculas de ATP são etapas resulta na seguinte equação geral: 1
produzidas para cada molécula de glicose utili- C6H12O6 + 6 O2 + 38 ADP + 38 P > 6 CO2 + 6
zada. A eficiência da respiração em termos ener- H2O + 38 ATP.
géticos é, portanto, dezenove vezes maior do que Quimiossíntese: reação que produz energia
a da fermentação. A respiração aeróbica é um pro- química, convertida da energia de ligação dos
cesso muito mais complexo que a fermentação. compostos inorgânicos oxidados, sendo a ener-
São necessários cerca de 60 passos metabólicos gia química liberada empregada na produção de
a mais, além dos nove que compõem a glicólise, compostos orgânicos e gás oxigênio (O2), a par-
para que uma molécula de glicose seja totalmente tir da reação entre o dióxido de carbono (CO2) e
degradada a CO2 e H2O, em presença de O2. água molecular (H2O). Esse processo autotrófi-
Glicólise: consiste na transformação de uma co de síntese de compostos orgânicos ocorre na
molécula de glicose, ao longo de várias etapas, ausência de energia solar. É um recurso normal-
em duas moléculas de ácido pirúvico. Nesse pro- mente utilizado por algumas espécies de bac-
cesso, são liberados quatro hidrogênios, que se térias e arqueobactérias (bactérias com carac-
combinam dois a dois, com moléculas de uma terísticas primitivas ainda vigentes), recebendo
substância celular capaz de recebê-los: o NAD a denominação segundo os compostos inorgâ-
(nicotinamida-adenina-dinucleotídio). Ao re- nicos reagentes, podendo ser: ferrobactérias e
ceber os hidrogênios, cada molécula de NAD se nitrobactérias ou nitrificantes (nitrossomonas e
transforma em NADH2. Durante o processo, é li- nitrobacter, gênero de bactérias quimiossinteti-
berada energia suficiente para a síntese de 2 ATP. zantes). As ferrobactérias oxidam substâncias à
Ciclo de Krebs: as moléculas de ácido pirú- base de ferro para conseguirem energia quími-
vico resultantes da degradação da glicose pe- ca, já as nitrificantes utilizam substâncias à base
netram no interior das mitocôndrias, onde ocor- de nitrogênio.
rerá a respiração propriamente dita. Cada ácido
pirúvico reage com uma molécula da substân- Genética
cia conhecida como coenzima A, originando
três tipos de produtos: acetil-coenzima A, gás Genética é a área da Ciência, mais especifica-
carbônico e hidrogênios. O CO2 é liberado e os mente da Biologia, que investiga a constituição
hidrogênios são capturados por uma molécula dos genes, como se processa a hereditariedade,
de NADH2 formadas nessa reação. Estas parti- de que forma os atributos orgânicos são passa-
ciparão da cadeia respiratória. Em seguida, cada dos de uma geração para a outra, que distúrbios
molécula de acetil-CoA reage com uma molé- físicos podem estar presentes no mapa genético
cula de ácido oxalacético, resultando em citrato do organismo de cada um. Ela também estuda
(ácido cítrico) e coenzima A. a forma como se dá a transmissão química de
Cadeia respiratória: na glicólise, há um dados contidos nos genes, de pais para filhos,
rendimento direto de duas moléculas de ATP ao longo do tempo. A Genética é muito utilizada
por moléculas de glicose degradada. For- atualmente para mapear o funcionamento ir-
mam-se, também, duas moléculas de NADH2 regular de estruturas cromossômicas, ainda no
que, na cadeia respiratória, fornecem energia feto, bem como para prevenir e erradicar pro-
para a síntese de seis moléculas de ATP. Du- blemas que posteriormente poderiam tomar
rante o ciclo de Krebs, as duas moléculas de proporções irreversíveis, através das chamadas
acetil-CoA levam à produção direta de duas terapias gênicas. É possível dispor das teorias
moléculas de ATP. Formam-se, ainda, seis genéticas para descobrir o funcionamento dos
moléculas de NADH2 e duas moléculas de genes e como eles interagem entre si.
FADH2, que, na cadeia respiratória, fornecem

Enem | Matemática e Biologia 41


Futuramente, será uma prática comum tra- Cultivou e estudou, durante sua vida, as er-
çar o mapa genético de todos, revelando assim vilhas-de-cheiro (Pisum sativum). Estas ervi-
as predisposições do organismo para algumas lhas são fáceis de cultivar e produzem muitas
enfermidades, o que permitirá eliminar doenças sementes, o que facilitou o trabalho de Mendel.
ainda em sua fase embrionária. Pesquisas sobre Além disso, possuem características morfoló-
o genoma do ser humano possibilitarão a extir- gicas bem distintas, como a cor das sementes,
pação de males como a leucemia, o albinismo, a que podem ser amarelas ou verdes, não haven-
doença de Alzheimer, entre outros. do uma cor intermediária, e sua textura pode
Cada pessoa recebe de seus antepassados ser lisa ou rugosa, sua flor é púrpura ou bran-
o que se conhece como herança genética, que ca e sua vagem pode ser verde ou amarela.
dita, entre outras coisas, suas características fí- Mendel realizava cruzamentos entre linha-
sicas, determinadas tendências psíquicas, certa gens que ele chamava de puras. Para obter essa
propensão à aquisição de algumas enfermida- pureza, ele realizava um processo denominado
des. No seio dos organismos humanos, os da- autofecundação (no qual os gametas femini-
dos transmitidos pelos genes estão geralmente nos são fecundados por gametas masculinos da
armazenados nos cromossomos, impressos na mesma planta) até que todos os descendentes
molécula de DNA. possuíssem as mesmas características da gera-
A expressão "genética" foi inicialmente usada ção parental.
pelo pesquisador Wiliam Batesson, em corres- Em um de seus experimentos, cruzou ervi-
pondência dirigida a Adam Sedgewick, em 1908, lhas de semente lisa com ervilhas de semente
para justificar a diversidade existente entre os rugosa, a qual chamou de Geração Parental, re-
homens e o mecanismo hereditário vivenciado presentada pela letra P, e observou que todos os
por eles. Mas os próprios pré-históricos tinham descendentes possuíam sementes lisas, e foram
uma noção de certa forma desenvolvida sobre chamados de Geração F1. A variedade rugosa não
esta ciência, pois mantinham o hábito de do- aparecia na F1. Ao cruzar indivíduos da geração
mesticar animais e de acasalar de forma seletiva F1, obteve-se a geração F2, na qual 75% ou 3/4
a flora e a fauna. dos indivíduos possuíam sementes lisas — foram
25% ou 1/4 possuíam sementes rugosas.
Leis de Mendel Mendel concluiu que o fator responsável
pela textura lisa da semente era dominante so-
O monge austríaco Gregor Mendel, em 1864, bre o fator para a textura rugosa, ocultando-a
deu à Genética como ela é hoje conhecida sua na geração F1, e que este caráter é determina-
fundamental contribuição. Ele realizou diver- do por um par de fatores. Na geração parental,
sas experiências com ervilhas, revelando, de esses fatores são iguais, pois os indivíduos são
maneira inédita, os modelos hereditários pre- puros, e são representados da seguinte forma:
sentes nas ervilheiras, descobrindo que eles RR: semente lisa, dominante (utiliza-se a le-
estavam submetidos a normas estatísticas tra inicial da característica recessiva);
fáceis de compreender. A partir destas investi- rr: semente rugosa, recessiva;
gações, ele propôs a criação de várias leis que Na produção de gametas, esses fatores se
regem os procedimentos próprios da heredi- separam e vai cada um pra um gameta, para que
tariedade, sem ainda ter estudado a molécula a carga genética seja sempre constante nas es-
de DNA. Embora suas descobertas não possam pécies, pois metade vem do gameta feminino e a
ser aplicadas a todos os casos hoje conheci- outra metade do masculino. Ao cruzar indivídu-
dos, bem mais intrincados, a hereditariedade os RR com rr, obteve-se 100% da geração F1 Rr,
mendeliana trouxe aos geneticistas a preciosa porém apenas o fator dominante se expressava:
associação das ciências estatísticas à genética.
Somente após o falecimento deste genial cien- R R
tista é que a Ciência começou a compreender r Rr Rr
seus trabalhos, em princípios do século XX, e a
utilizá-los intensivamente. r Rr Rr

42
E ao cruzar os híbridos da geração F1, 3/4 dos
indivíduos eram dominantes e 1/4 era recessivo: VR Vr vR vr
VR VVRR VVRr VvRR VvRr
R r Vr VVRr VVrr VvRr Vvrr
R RR Rr vR VvRR VvRr vvRR vvRr
r Rr rr vr VvRr Vvrr vvRr vvrr

Este estudo ficou conhecido como 1ª Lei de Na Geração F2, encontramos a seguinte pro-
Mendel e pode ser enunciado da seguinte forma: porção fenotípica 9:3:3:1, em que:
“cada caráter é determinado por um par de
fatores que se separam na formação dos ga-
9/16 = sementes amarelas e lisas
metas, indo um fator do par para cada gameta,
3/16 = sementes verdes e lisas
que é, portanto, puro”. Para estabelecer a 1ª Lei,
3/16 = sementes amarelas e rugosas
Mendel estudou separadamente cada caráter,
1/16 = sementes verdes e rugosas
ou seja, cruzou plantas que diferiam em ape-
nas uma característica (monoibridismo). Nos
Mendel então concluiu que a cor e a textura
trabalhos seguintes, passou a utilizar algumas
da semente eram independentes uma da outra
características ao mesmo tempo; por exemplo,
e os pares de genes segregavam-se de forma
cruzou plantas de sementes rugosas e verdes
independente. Essa conclusão recebeu o nome
com plantas de sementes lisas e amarelas.
de 2ª Lei de Mendel ou Lei da Segregação Inde-
Neste experimento, a Geração Parental (P)
pendente.
consistia apenas de indivíduos puros, ou seja,
homozigotos. Como possuem o gene para as
duas características, podem ser representa- Sistema sanguíneo ABO
dos genotipicamente da seguinte forma: VVRR
para plantas com sementes amarelas e lisas O tipo sanguíneo em humanos é condiciona-
e vvrr para verdes e rugosas. Como resultado do por alelos múltiplos. São quatro os tipos de
deste cruzamento, obteve-se 100% da Geração sangue: A, B, AB e O. Cada um destes tipos é ca-
F1 VrRr, o que já era esperado, visto que existe racterizado pela presença ou ausência de aglu-
dominância entre os genes. Cruzando um ho- tinogênio, nas hemácias, e aglutinina, no plasma
mozigoto dominante com um recessivo, toda a sanguíneo. Os aglutinogênios são substâncias
geração F1 será híbrida. encontradas na membrana plasmática das he-
Durante a formação de gametas, os genes se mácias e que funcionam como antígenos quan-
separam (meiose) de forma independente (1ª Lei do introduzidos em indivíduos que não os pos-
de Mendel); e, como estamos estudando duas suam. Existem dois tipos de aglutinogênios: A e
características ao mesmo tempo, separamos os B. As aglutininas são substâncias presentes no
genes da seguinte forma: plasma sanguíneo e que funcionam como an-
Sementes amarelas e lisas: VVRR, formarão ticorpos que reagem com antígenos estranhos.
apenas gametas VR Existem dois tipos de aglutininas: anti-A e anti-
Sementes verdes e rugosas: vvrr, formarão -B. Os aglutinogênios e as aglutininas presentes
apenas gametas vr nos tipos sanguíneos humanos são os seguintes:
Mendel então deixou que as plantas da Ge- O contato entre um aglutinogênio e sua
ração F1 se autofecundassem, dando origem à aglutinina correspondente provoca a aglutina-
Geração F2. Durante a meiose, na separação ção do sangue. Assim, indivíduos com sangue
dos genes de um diíbrido (2 pares de caracteres), Tipo A não podem doar sangue para indivíduos
4 tipos de gametas são formados. Os gametas do Tipo B, e vice-versa. Indivíduos do Tipo AB
que têm o gene V precisam ter os genes R e r, podem receber sangue de qualquer grupo. Já
então metade dos gametas V são VR e metade os do Tipo O podem doar para qualquer grupo.
Vr. O mesmo ocorre para gametas com o gene v.

Enem | Matemática e Biologia 43


A A, B,

Aglutinogênio
A, O A, O A, B, AB

Aglutininas
(IAIA, IAi) AB, O

Recebe de

Doa para
Grupo

B A, B,
B, O B, O A, B, AB
(IBIB, IBi) AB, O
AB
A, B A, B, AB A, B, AB A, B, AB
(IAIB)
A A anti – B AeO A e AB
Genótipo: são as características internas,
B B anti-A BeO B e AB
conjunto de cromossomos ou sequência de ge-
A, B, nes herdado dos pais, somadas às influências
AB AB - AB
AB e O ambientais. O genótipo determina o fenótipo.
anti-A e A, B, AB Uma característica fixa do organismo mantida
O - O
anti-B eO durante toda a vida. Não sofre alterações em
contato com o meio ambiente. Exemplos: siste-
Sangue tipo A: apresenta aglutinina anti- ma de sangue ABO (herdado), sistema de san-
corpos anti-B no plasma. Assim, indivíduos com gue Rh (herdado).
esse tipo de sangue podem receber dos tipos A e Fenótipo: são as características externas,
O, contudo não recebem do tipo B nem do tipo morfológicas, fisiológicas e comportamentais
AB. dos indivíduos. Sofre alterações em contato
Sangue tipo B: apresenta aglutinina (anti- com o meio ambiente (duas pessoas de cor de
corpos) anti-A no plasma. Assim, indivíduos com pele iguais, dependendo da quantidade de sol
esse tipo de sangue podem receber de B e O, po- a que se expõem, podem ficar mais ou menos
rém não podem receber sangue dos tipos A e AB. bronzeadas). Exemplos: formato dos olhos, cor
Sangue tipo AB: sangue do tipo AB é o "Re- da pele, cor e textura do cabelo.
ceptor Universal", de forma que AB não possui
aglutininas no plasma e pode receber qualquer Sistema RH
tipo de sangue. Em outras palavras, o sangue
AB possuem os antígenos A e B, entretanto ne- Indivíduos com sangue Rh+ possuem o fator
nhum anticorpo. Rh em suas hemácias e apresentam aglutina-
Sangue tipo O: sangue do tipo O é o "Do- ção do sangue quando entram em contato com
ador Universal", uma vez que possui os dois anticorpos anti-Rh. Aqueles que não possuem o
tipos de aglutininas (anticorpos) no plasma, fator Rh em suas hemácias são chamados Rh- e
anti-A e anti-B, e não apresenta aglutinogê- não apresentam reação de aglutinação quando
nios (antígenos) dos tipos A e B. Podem doar em contato com anticorpos anti-Rh. Quando
seu sangue para qualquer grupo sanguíneo, um indivíduo Rh- recebe sangue Rh+, ele passa
porém esses indivíduos só recebem sangue do a produzir anticorpos anti-Rh.
tipo O. O sistema Rh é determinado por um par de
Três genes situados num mesmo locus cro- genes alelos com dominância completa. O alelo
mossômico (alelos múltiplos) condicionam o R é dominante e o r recessivo. Assim, os possíveis
tipo sanguíneo em humanos: IA, IB e i. IA e IB são genótipos para o sistema Rh são:
dominantes em relação a i, porém não apresen- Genótipo Rh +: fenótipos RR ou Rr
tam dominância entre si. Os possíveis genótipos Genótipo Rh -: fenótipo rr
para os quatro tipos sanguíneos são:
Cruza- Rh + Rh -
Cruza- O A B AB mento (RR, Rr) (rr)
mento (ii) (IAIA, IAi) (IBIB, IBi) (IAIB) Rh +
+ ou - + ou -
O (RR, Rr)
O A, O B, O A, B
(ii) Rh -
+ ou - -
(rr)

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A eritroblastose fetal é uma doença que Assim como o daltonismo, a hemofilia é mais
pode ocorrer quando mães Rh- geram filhos comum em indivíduos do sexo masculino devi-
Rh+. Nestes casos, pequenos vasos da placenta do à necessidade de apenas um gene recessivo
se rompem e há passagem de sangue do filho h para a manifestação da doença. Apenas as
para a mãe. Em resposta, o sangue da mãe pas- mulheres com genótipo homozigótico recessivo
sa a produzir anticorpos anti-Rh. Numa próxima apresentam o problema.
gravidez, se o filho for Rh+, os anticorpos mater- Síndrome de Down: consiste em um grupo
nos irão atacar as hemácias do feto, provocando de alterações genéticas, em que há a presença
a doença. de um cromossomo a mais no cromossomo 21.
Em genética, esse fenômeno é conhecido como
Heranças trissomia. Esta deficiência é uma das mais co-
muns dentro da genética. Um dos fatores que
mais influenciam esta síndrome é a idade da
O daltonismo e a hemofilia são exemplos de
mãe. As chances de um bebê ser portador da
doenças humanas ligadas ao cromossomo X.
síndrome de Down é bem maior quando sua
São causadas por genes situados no cromosso-
mãe tem mais de 40 anos de idade.
mo X em sua região homóloga ao cromossomo Y.
Albinismo: anomalia genética, na qual ocor-
Portanto, nos homens, basta um gene recessivo
re um defeito na produção de melanina (pig-
para a manifestação da doença; nas mulheres, é
mento). É a causa da ausência total ou parcial de
necessária a presença de dois genes recessivos.
pigmentação da pele, dos olhos e dos cabelos. O
Daltonismo: provoca alterações na percep-
albinismo é hereditário e aparece com a com-
ção de cores, principalmente de tons de azul,
binação dos dois pais portadores do gene re-
vermelho e verde. É determinado pelo gene re-
cessivo. O albinismo, também conhecido como
cessivo d situado no cromossomo X. O alelo D
hipopigmentação, recebe seu nome da palavra
codifica para a visão normal.
latina “albus” e significa branco. Esta anomalia
afeta todas as raças.
Genótipo Fenótipo Cegueira noturna: ou nictalopia é uma con-
XDXD mulher normal dição que resulta na dificuldade ou impossibi-
XDXd mulher normal portadora lidade de enxergar em ambientes escuros. Este
XdXd mulher daltônica problema é um sintoma de diferentes doenças
que acomete o globo ocular. Pode ser congêni-
XDY homem normal ta ou causada por alguma deficiência nutricio-
XdY homem daltônico nal (falta de vitamina A). Na cegueira noturna
congênita relacionada com o cromossomo X, há
Portanto, o daltonismo é mais frequente em um mau funcionamento dos bastonetes desde
homens do que em mulheres, uma vez que, para o nascimento, no entanto não há piora com o
estas apresentarem o problema, a condição de tempo.
homozigoto recessivo é necessária. Isso só irá Doenças genéticas x Doenças hereditárias:
ocorrer se a mulher for filha de um pai daltônico nem sempre uma doença genética é herdada
e de uma mãe daltônica ou normal, portadora, dos pais, o problema no DNA pode ocorrer ao
que lhe transmita o gene d. Já no caso dos ho- longo da vida. Se existe uma doença genética,
mens, basta a presença de um único gene re- é porque houve um distúrbio, um dano, um erro
cessivo d. no material genético, nos genes. Isso pode ter
Hemofilia: é uma doença que provoca alte- sido causado por diversos fatores: radiação, in-
rações na coagulação sanguínea, dificultando- fecção, má alimentação, estresse, entre outros
-a e provocando hemorragias frequentes. É (exemplo: câncer). A doença hereditária, como o
determinada pelo gene recessivo h situado no nome já diz, é herdada. Uma herança genética
cromossomo X. O alelo H codifica para a coagu- que é transmitida entre gerações e que vai se
lação normal. Assim, temos os seguintes genó- manifestar em algum momento da vida (exem-
tipos em humanos: plo: diabetes, obesidade).

Enem | Matemática e Biologia 45


Como cai no Enem
01 - Enem 2019 Q136 Cad Amarelo 2SA R:E do que o sal de cozinha é composto por 40% de
sódio e 60% de cloro.
O boliche é um esporte cujo objetivo é derru- Disponível em: http://depoisdos25.com.
Acesso em: 31 jul. 2012 (adaptado).
bar, com uma bola, uma série de pinos alinha-
dos em uma pista. A professora de matemática Considere uma pessoa saudável que, no de-
organizou um jogo de boliche em que os pinos correr de 30 dias, consuma 450 g de sal de co-
são garrafas que possuem rótulos com núme- zinha. O seu consumo médio diário excede ao
ros, conforme mostra o esquema. consumo máximo recomendado diariamente
em

A - 150%
B - 250%
C - 275%
D - 525%
E - 625%

03 - Enem 2019 Q140 Cad Amarelo 2SA R:D


O aluno marca pontos de acordo com a soma
das quantidades expressas nos rótulos das gar- Uma pessoa comprou um aparelho sem fio
rafas que são derrubadas. Se dois ou mais rótu- para transmitir músicas a partir do seu compu-
los representam a mesma quantidade, apenas tador para o rádio de seu quarto. Esse apare-
um deles entra na contagem dos pontos. Um lho possui quatro chaves seletoras e cada uma
aluno marcou 7,55 pontos em uma jogada. Uma pode estar na posição 0 ou 1. Cada escolha das
das garrafas que ele derrubou tinha o rótulo 6,8. posições dessas chaves corresponde a uma fre-
A quantidade máxima de garrafas que ele quência diferente de transmissão.
derrubou para obter essa pontuação é igual a A quantidade de frequências diferentes que
esse aparelho pode transmitir é determinada
A - 2. por
B - 3.
C - 4. A - 6.
D - 5. B - 8.
E - 6. C - 12.
D - 16.
02 - Enem 2019 Q139 Cad Amarelo 2SA R:A E - 24.

A ingestão de sódio no Brasil, que já é nor- 04 - Enem 2019 Q144 Cad Amarelo 2SA R:C
malmente alta, tende a atingir os mais elevados
índices no inverno, quando cresce o consumo Alguns modelos de rádios automotivos es-
de alimentos calóricos e condimentados. Mas, o tão protegidos por um código de segurança.
sal não é um vilão, ele pode e deve ser consumi- Para ativar o sistema de áudio, deve-se digitar
do diariamente, salvo algumas restrições. Para o código secreto composto por quatro algaris-
uma pessoa saudável, o consumo máximo de mos. No primeiro caso de erro na digitação, a
sal de cozinha (cloreto de sódio) não deve ultra- pessoa deve esperar 60 segundos para digitar o
passar 6 g diárias ou 2,4 g de sódio, consideran- código novamente. O tempo de espera duplica,

46
em relação ao tempo de espera anterior, a cada • loja 2: 20% de desconto, que equivale a R$
digitação errada. Uma pessoa conseguiu ativar 740,00, mais R$ 50,00 de frete;
o rádio somente na quarta tentativa, sendo de • loja 3: 20% de desconto, que equivale a R$
30 segundos o tempo gasto para digitação do 760,00, mais R$ 80,00 de frete;
código secreto a cada tentativa. Nos casos da • loja 4: 15% de desconto, que equivale a R$
digitação incorreta, ela iniciou a nova tentativa 710,00, mais R$ 10,00 de frete;
imediatamente após a liberação do sistema de • loja 5: 15% de desconto, que equivale a R$
espera. 690,00, sem custo de frete.
O tempo total, em segundo, gasto por essa O produto foi comprado na loja que apresen-
pessoa para ativar o rádio foi igual a tou o menor preço total.
O produto foi adquirido na loja
A - 300.
B - 420. A - 1.
C - 540. B - 2.
D - 660. C - 3.
E - 1 020. D - 4.
E - 5.
05 - Enem 2019 Q146 Cad Amarelo 2SA R:E
07 - Enem 2019 Q141 Cad Amarelo 2SA R:C
A conta de telefone de uma loja foi, nesse
mês, de R$ 200,00. O valor da assinatura men- Um gerente decidiu fazer um estudo finan-
sal, já incluso na conta, é de R$ 40,00, o qual dá ceiro da empresa onde trabalha analisando as
direito a realizar uma quantidade ilimitada de receitas anuais dos três últimos anos. Tais recei-
ligações locais para telefones fixos. As ligações tas são apresentadas no quadro.
para celulares são tarifadas separadamente.
Nessa loja, são feitas somente ligações locais, Ano Receita (bilhão de reais)
tanto para telefones fixos quanto para celula-
I 2,2
res. Para reduzir os custos, o gerente planeja,
para o próximo mês, uma conta de telefone com II 4,2
valor de R$ 80,00. III 7,4
Para que esse planejamento se cumpra, a re-
dução percentual com gastos em ligações para Estes dados serão utilizados para projetar a
celulares nessa loja deverá ser de receita mínima esperada para o ano atual (ano
IV), pois a receita esperada para o ano IV é obti-
A - 25% da em função das variações das receitas anuais
B - 40% anteriores, utilizando a seguinte regra: a varia-
C - 50% ção do ano IV para o ano III será igual à variação
D - 60% do ano III para o II adicionada à média aritmética
E - 75% entre essa variação e a variação do ano II para
o I.
06 - Enem 2019 Q148 Cad Amarelo 2SA R:A O valor da receita mínima esperada, em bi-
lhão de reais, será de
Deseja-se comprar determinado produto
e, após uma pesquisa de preços, o produto foi A - 10,0.
encontrado em 5 lojas diferentes, a preços va- B - 12,0.
riados. C - 13,2.
• loja 1: 20% de desconto, que equivale a R$ D - 16,8.
720,00, mais R$ 70,00 de frete; E - 20,6.

Enem | Matemática e Biologia 47


08 - Enem 2019 Q160 Cad Amarelo 2SA R:B O dono da padaria decidiu que, na semana
seguinte, a produção diária desse tipo de pão
No trapézio isósceles mostrado na figura a seria igual ao número de pães vendidos no dia
seguir, M é o ponto médio do segmento BC, e os da semana em que tal quantidade foi a mais
pontos P e Q são obtidos dividindo o segmento próxima da média das quantidades vendidas na
AD em três partes iguais. semana.
O dia da semana utilizado como referência
para a quantidade de pães a serem produzidos
diariamente foi

A - domingo.
B - segunda-feira.
C - terça-feira.
D - quarta-feira.
E - sábado.
Pelos pontos B, M, C, P e Q são traçados seg-
mentos de reta, determinando cinco triângulos 10 - Enem 2019 Q149 Cad Amarelo 2SA R:C
internos ao trapézio, conforme a figura.
A razão entre BC e AD que determina áreas Para a compra de um repelente eletrôni-
iguais para os cinco triângulos mostrados na fi- co, uma pessoa fez uma pesquisa nos mer-
gura é cados de seu bairro. Cada tipo de repelente
pesquisado traz escrito no rótulo da emba-
A-1 lagem as informações quanto à duração,
3 em dia, associada à quantidade de horas
B-2 de utilização por dia. Essas informações e o
3 preço por unidade foram representados no
C-2
quadro.
5
D-3
5 Duração Horas por dia Preço
Tipo
E-5 em dia de utilização em real
6 I 30 12 12,00
II 32 9 9,00
09 - Enem 2019 Q169 Cad Amarelo 2SA R:C III 40 10 10,00
IV 44 8 11,00
O quadro apresenta a quantidade de um tipo
V 48 8 12,00
de pão vendido em uma semana em uma pa-
daria.
A pessoa comprará aquele que apresentar
o menor custo diário, quando ligado durante 8
Dia da semana Número de pães vendidos
horas por dia.
Domingo 250 Nessas condições, o repelente eletrônico que
Segunda-feira 208 essa pessoa comprará é do tipo
Terça-feira 215
Quarta-feira 251 A - I.
B - II.
Quinta-feira 187
C - III.
Sexta-feira 187 D - IV.
Sábado 186 E - V.

48
11 - Enem 2019 Q99 Cad Amarelo 2SA R:B C - 100 ml
D - 200 ml
Observe o esquema que ilustra duas situa- E - 500 ml
ções no ambiente marinho.
13 - Enem 2019 Q129 Cad Amarelo 2SA R:E

O mangue é composto por três tipos de ár-


vores (Rhizophora mangle - mangue-bravo ou
vermelho, Avicennia schaueriana - mangue-se-
riba, e Laguncularia racemosa - mangue-bran-
co). Uma característica morfológica comum aos
três tipos de árvores encontradas no mangue
está relacionada à pouca disponibilidade de oxi-
gênio encontrado em seu solo.
AlVES, J. R. P. (Org.). Manguezais: educar para proteger.
Rio de Janeiro: femar; Semads, 2001 (adaptado).
Disponível em: www.teachoceanscience.net.
Acesso em: 7 jul. 2015 (adaptado).
A característica morfológica de valor adap-
Qual é o processo responsável pela diminui- tativo referenciada no texto é a
ção da concentração de oxigênio no lado B do
esquema? A - ausência de frutos.
B - ausência de estômatos.
A - lixiviação. C - presença de folhas largas.
B - eutrofização. D - presença de raízes-escoras.
C - volatilização. E - presença de pneumatóforos.
D - fermentação.
E - Bioacumulação. 14 - Enem 2019 Q126 Cad Amarelo 2SA R:A

12 - Enem 2019 Q131 Cad Amarelo 2SA R:D Recentemente um grupo de biólogos desco-
briu um animal que vive em uma região extre-
Nos municípios onde foi detectada a resistên- mamente árida no território brasileiro. Fizeram
cia do Aedes aegypti, o larvicida tradicional será a coleta do sangue e da urina desse animal e
substituído por outro com concentração de 10% observaram que sua urina apresenta uma con-
(v/v) de um novo princípio ativo. A vantagem des- centração hipertônica em relação ao sangue.
se segundo larvicida é que uma pequena quanti- Que adaptação desse animal lhe permite vi-
dade da emulsão apresenta alta capacidade de ver na região citada?
atuação, o que permitirá a condução de baixo
volume de larvicida pelo agente de combate às A - diminuição da transpiração.
endemias. Para evitar erros de manipulação, esse B - eliminação de fezes hidratadas.
novo larvicida será fornecido em frascos plásti- C - predominância de hábitos diurnos.
cos e, para uso em campo, todo o seu conteúdo D - eliminação de muita água na urina.
deve ser diluído em água até o volume final de E - excreção de amônia como produto nitrogenado.
um litro. O objetivo é obter uma concentração fi-
nal de 2% em volume do princípio ativo. 15 - Enem 2019 Q124 Cad Amarelo 2SA R:E
Que volume de larvicida deve conter o frasco
plástico? Em 2014, iniciou-se em São Paulo uma séria
crise hídrica que também afetou o setor ener-
A - 10 ml gético, agravada pelo aumento do uso de ar-
B - 50 ml -condicionado e ventiladores. Com isso, inten-

Enem | Matemática e Biologia 49


sifica-se a discussão sobre a matriz energética de uma sala fechada para se aquecerem do frio.
adotada nas diversas regiões do país. Sendo as- O risco no uso desse recurso ocorria quando as
sim, há necessidade de se buscarem fontes al- pessoas adormeciam antes de apagarem total-
ternativas de energia renovável que impliquem mente a fogueira, o que poderia levá-las a óbi-
menores impactos ambientais. to, mesmo sem a ocorrência de incêndio.
Considerando essas informações, qual fonte A causa principal desse risco era o(a)
poderia ser utilizada?
A - produção de fuligem pela fogueira.
A - urânio enriquecido. B - liberação de calor intenso pela fogueira.
B - carvão mineral. C - consumo de todo o oxigênio pelas pessoas.
C - gás natural. D - geração de queimaduras pela emissão de
D - óleo diesel. faíscas da lenha.
E - biomassa. E - geração de monóxido de carbono pela com-
bustão incompleta da lenha.
16 - Enem 2019 Q135 Cad Amarelo 2SA R:E
18 - Enem 2019 Q130 Cad Amarelo 2SA R:D
As fêmeas do mosquito da dengue, Aedes
aegypti, têm um olfato extremamente refinado.
Além de identificar as coleções de águas para
oviposição, elas são capazes de detectar de
forma precisa e eficaz a presença humana pela
interpretação de moléculas de odor eliminadas
durante a sudorese. Após perceber o indivíduo,
voam rapidamente em direção à fonte alimen-
tar, iniciando o repasto sanguíneo durante o qual
podem transmitir o vírus da dengue. Portanto, o
olfato desempenha um papel importante para a
sobrevivência dessa espécie.
GUIDOBAlDI, f.; MAY-CONChA, I. J.; GUERENSTEIN, P. G. Morpho-
logy and Physiology of the Olfactory System of Blood-feeding
Insects. Journal of Physiology-Paris, n. 2-3, abr.-jun. 2014
(adaptado).

Medidas que interferem na localização do 1. Coleta e cultivo in vitro das células do paciente;
hospedeiro pelo vetor por meio dessa modali- 2. Transdução com vetor carregando o gene te-
dade sensorial incluem a rapêutico;
3. Seleção e expansão das células com gene te-
A - colocação de telas nas janelas. rapêutico;
B - eliminação de locais de oviposição. 4. Reintrodução das células modificadas no pa-
C - instalação de borrifadores de água em locais ciente.
abertos. Disponível em: www.repositorio.uniceub.br.
Acesso em: 3 maio 2019 (adaptado).
D - conscientização para a necessidade de ba-
nhos diários. A sequência de etapas indicadas na figura
E - utilização de cremes ou pomadas com prin- representa o processo conhecido como
cípios ativos.
A - mutação.
17 - Enem 2019 Q133 Cad Amarelo 2SA R:E B - clonagem.
C - crossing-over.
Antigamente, em lugares com invernos ri- D - terapia gênica.
gorosos, as pessoas acendiam fogueiras dentro E - transformação genética.

50
19 - Enem 2019 Q127 Cad Amarelo 2SA R:E Para obtenção de biocombustível a partir de
algas e vegetais, é necessário utilizar no proces-
Em uma atividade prática, um professor pro- so a enzima
pôs o seguinte experimento:
Materiais: copo plástico pequeno, leite e suco A - amilase.
de limão. B - maltase.
Procedimento: coloque leite até a metade C - celulase.
do copo plástico e, em seguida, adicione len- D - fosfatase.
E - quitinase.
tamente 20 gotas de limão. levando-se em
consideração a faixa de ph do suco de limão, a
21 - Enem 2019 Q121 Cad Amarelo 2SA R:C
composição biomolecular do leite e os resulta-
dos que os alunos observariam na realização do
A principal explicação para a grande varieda-
experimento, qual processo digestório estaria
de de espécies na Amazônia é a teoria do refú-
sendo simulado?
gio. Nos últimos 100 000 anos, o planeta sofreu
vários períodos de glaciação, em que as flores-
A - ação da bile sobre as gorduras no duodeno.
tas enfrentaram fases de seca. Dessa forma, as
B - ação do suco pancreático sobre as gorduras.
C - ação da saliva sobre os carboidratos na boca. matas expandiram-se e depois reduziram-se.
D - ação do suco entérico sobre as proteínas no íleo. Nos períodos de seca prolongados, cada núcleo
E - ação do suco gástrico sobre as proteínas no de floresta ficava isolado do outro. Então, os
estômago. grupos de animais dessas áreas isoladas pas-
saram por processos de diferenciação genética,
20 - Enem 2019 Q123 Cad Amarelo 2SA R:C muitas vezes se transformando em espécies ou
subespécies diferentes das originais e das que
As algas são uma opção sustentável na pro- ficaram em outros refúgios.
Disponível em: http://ambientes.ambientebrasil.com.br.
dução de biocombustível, pois possuem estru- Acesso em: 22 abr. 2015.
tura simples e se reproduzem mais rapidamente
que os vegetais, além da grande capacidade de O principal processo evolutivo relacionado
absorverem dióxido de carbono. Esses organis- ao texto é a
mos não são constituídos por tecidos heterogê-
A - anagênese.
neos, entretanto, assim como os vegetais, pos-
B - coevolução.
suem parede celular.
C - evolução alopátrica.
Algas podem substituir metade do petróleo e inaugurar química
verde (Agência fapesp, 16/08/2010). Disponível em: www.inova- D - evolução simpátrica.
caotecnologica.com.br. Acesso em: 1 ago. 2012 (adaptado). E - convergência adaptativa.

Gabarito
1 E 2 A 3 D 4 C 5 E 6 A 7 C 8 B 9 C 10 C 11 B
12 D 13 E 14 A 15 E 16 E 17 E 18 D 19 E 20 C 21 C

Enem | Matemática e Biologia 51


Matemática e biologia
Português e Redação

• Sintaxe: frase, oração e período, sujeito e predicado, complemento verbal e nominal e


adjunto adnominal e adverbial.
• Pontuação: ponto, vírgula, dois pontos, ponto de interrogação, ponto de exclamação,
reticências, aspas, colchetes, parênteses, travessão e hífen.
• Redação: tipos de teses, coerência, título, argumentação e conclusão.
• Dúvidas Frequentes: uso dos porquês, mal ou mau, sob ou sobre, faz ou fazem, plural das
cores e muito mais.

Matemática e Biologia

• Corpo Humano: célula, tecidos e sistema digestivo.


• Problema e Resolução: regra de três, porcentagem, juros, análise combinatória e
probabilidade.
• Ciclo Biogeoquímico: ciclo da água, do oxigênio, do carbono, do nitrogênio e do cálcio.
• Fração: números racionais, simplificação, multiplicação, divisão, subtração e adição.
• Números e Definições: natural, inteiro, primo, fracionário, decimal, ordinal e misto.

Geografia e História

• Período Republicano: República Velha, Era Vargas, Período Democrático, Ditadura Militar e
Nova República.
• Período Colonial: ciclo do açúcar, invasões estrangeiras, escravidão africana e expansão
territorial.
• Geografia: Geopolítica Econômica, Revolução Industrial e Blocos Econômicos.
• Meio ambiente: clima árido, semiárido, tropical, subtropical, equatorial, temperado e polar.

Física e Química

• Eletromagnetismo: cargas elétricas, eletrização de Corpos e Lei de Coulomb.


• Leis de Newton: Princípio da Inércia, Princípio Fundamental da Dinâmica e Princípio da
Ação e Reação.
• Estados Físicos: fase gasosa, fase sólida, fusão, liquefação, solidificação e sublimação.
• Tabela Periódica: elemento químico, metais, gases nobres e carbono, ligações químicas,
regra do octeto, ligação covalente, ligação iônica e ligação metálica.

Teoria Prática
Resumosdos temas que
Apostilas ENEM – volume 02
Dezenas de questões
mais caem nas provas para você praticar 9 786554 740593

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