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REPÚBLICA DE ANGOLA
MINISTÉRIO DA SAÚDE
DIRECÇÃO NACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA
MANUAL DE
Diabetes
PARA PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Luanda, 2020
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Manual de Diabetes para Profissionais de Saúde
FICHA TÉCNIVA
NOTA: Este manual é dirigido preferencialmente para as equipas dos cuidados primários
e secundários de saúde.
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Manual de Diabetes para Profissionais de Saúde
REPÚBLICA DE ANGOLA
MINISTÉRIO DA SAÚDE
DIRECÇÃO NACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA
MANUAL DE
Diabetes
PARA PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Luanda, 2020
Apoio: Financiamento:
SAEDM
SOCIEDADE ANGOLANA DE Colégio de Especialidade de Endocrinologia,
ENDOCRINOLOGIA, DIABETES E METABOLISMO Diabetes e Metabolismo ( CEDM )
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ÍNDICE
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Factores de risco da Diabetes Mellitus............................................................................................... 14
Tabela 2. Sinais e sintomas da Diabetes........................................................................................................... 15
Tabela 3. Critérios de Diagnóstico da Diabetes Mellitus................................................................................... 18
Tabela 4. Mecanismo de acção e Classes dos Medicamentos Antidiabéticos................................................... 23
Tabela 5. Classes e caracteristicas dos hipoglicemiantes orais essenciais em uso prescritos.......................... 24
Tabela 6. Classes e características dos antidiabéticos orais no tratamento da Diabetes em uso por
especialistas e outros médicos ligados à área de Diabetes................................................................................ 25
Tabela 7. Propriedades farmacocinéticas de formulação de insulina em uso prescritos nos cuidados primários
e secundários de saúde...................................................................................................................................... 26
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Manual de Diabetes para Profissionais de Saúde
PREFÁCIO
A Diabetes é uma doença integrante do grupo das doenças crónicas não transmissíveis
(DCNTs). Segundo o mais recente relatório da OMS, em 2014, estas foram responsáveis por
24% do total de mortes prematuras em Angola, dos quais 1% foi atribuída a Diabetes, 9%
a doenças cardiovasculares, 2% a doenças crónicas respiratórias e 10% as outras doenças
crónicas não transmissíveis.
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Manual de Diabetes para Profissionais de Saúde
INTRODUÇÃO
A Diabetes Mellitus (DM) constitui uma doença crónica, não transmissível, com impacto
importante nas sociedades, quer do ponto de vista da saúde pública, quer do ponto
de vista económico, resultantes, por um lado, da doença em si, e, por outro, das várias
comorbidades associadas. Tem como bases etiopatogénicas, factores hereditários e
ambientais, nomeadamente, a obesidade, sedentarismo, etilismo, tabagismo, maus hábitos
alimentares e iatrogenia.
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Manual de Diabetes para Profissionais de Saúde
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Manual de Diabetes para Profissionais de Saúde
1.1. CONCEITO
A Diabetes Mellitus caracteriza-se pelo aumento
do açúcar no sangue (hiperglicemia persistente),
distúrbio metabólico, decorrente da deficiência de A Diabete é uma doença
produção de insulina ou na sua acção ou de ambas. crónica generalizada,
decorrente da deficiência
A Diabetes tem importantes implicações no que de produção ou e de
concerne aos factores de morbilidade e mortalidade, uso da insulina pelo
não só devido aos efeitos agudos da própria doença organismo. Provoca
como também aumenta significativamente o graves complicações de
risco de doenças cardiovasculares e de danos na saúde.
micro-vascularização dos rins (nefropatia), nervos
(neuropatia), olhos (retinopatia) e membros (doença
vascular periférica) que podem contribuir para as doenças cardíacas, acidente vascular
cerebral (AVC), insuficiência renal, cegueira, gangrena e amputações.
O Relatório sobre a Mortalidade por todas as Doenças da OMS, estimou que 1,5 milhões de
pessoas morreram pela doença em 2012, constituindo a quarta maior causa de morte por
doença em todo mundo.
Em Angola, a DM emerge também como um problema de saúde pública, que, apesar da sua
real magnitude não ser conhecida, as estimativas da OMS apontam que a doença afecta
5,6% da população, a prevalência da doença no país é de 5,6% (WHO, 2016). Entretanto,
dados do Boletim epidemiológicos da Direcção Nacional de Saúde referente ao ano 2018
relatam que foram registados 17 280 casos de diabetes.
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Manual de Diabetes para Profissionais de Saúde
No entanto, dados nacionais são necessários para se conhecer a real magnitude da doença
em Angola, para o efeito há de se implantar um sistema de vigilância epidemiológica com
os seguintes objectivos:
• Estimar a magnitude da doença;
• Monitorizar as tendências e os factores de risco;
• Identificar as populações de maior risco (ex.: Grupos etários, urbanas vs. Rurais;
• Monitorizar as actividades dos programas de prevenção e controlo.
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Manual de Diabetes para Profissionais de Saúde
A falta efectiva de glicose como substracto energético ao nível celular significa que o
organismo tem que usar as suas reservas de gordura e, se necessário, de tecido muscular,
como fonte alternativa de energia. Esta combinação produz os clássicos sintomas da
Diabetes:
Além dos sintomas clássicos podem aparecer sintomas inespecíficos (ver tabela 2) que
levam a suspeita de Diabetes quando esses são persistente e inexplicados, mesmo que de
forma isolada.
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Manual de Diabetes para Profissionais de Saúde
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Manual de Diabetes para Profissionais de Saúde
Na criança e no jovem podem coexistir os sintomas clássicos com grande fadiga, com
dores musculares, dores de cabeça, náuseas e vómitos, emagrecimento rápido e “ comer
muito sem nada aproveitar”. As complicações crónicas na diabetes por si só podem se
diagnosticar e registar como caso de Diabetes suspeito. Algumas complicações podem
estar presentes no momento do diagnóstico (particularmente na DM2). Alguns doentes
apresentam o quadro de descompensação metabólica aguda, como forma inaugural da
doença (cetoacidose metabólica ou estado hiperglicémico hiperosmolar). Mas, a maior
parte dos casos de Diabetes tipo 2 decorre sem sintomatologia.
Para considerar um caso de Diabetes Mellitus confirmado, alem dos sinais e simptomas
acima descritos, deve ter-se um teste laboratorial com resultado da glicémia elevada
(Tabela 2).
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A1C≥6.5% O teste deve ser realizado através do método rastreável ao método do DCCT e
devidamente certificado pelo National Glycohemoglobin Standardization Program
= ou =
(NGSP)
(http://www.ngsp.or/certified.asp)
Glicemia de jejum ≥126mg/dl O período de jejum deve ser definido como ausência de ingestão calórica por pelo
menos 8 horas.
= ou =
Glicemia 2hs após sobrecarga Em teste oral de tolerância à glicose. Esse teste deverá ser conduzido com a
com 75g de glicose: ≥ 200mg/dl ingestão de uma sobrecarga de 75g de glicose anidra, dissolvida em água, em todos
os indivíduos com glicemia de jejum entre 100mg/dl e 125mg/dl
= ou =
Glicemia ao acaso ≥ 200mg/dl Em paciente com sintomas clássicos de hiperglicemia ou em crise hiperglicêmica
Se a glicémia <92 mg/dl convidar a gestante para PTGO com glicose 75 gr (Realizar
entre 24ª e 28ª semana).
Se a Glicemia for ≥ 126 mg/dl considerar Diagnóstico de pré-diabetes pré-gestacional
Se a Glicemia for ≥ 92 e <126 mg dl e observar outros sinais e sintomas (ver tabela 1),
estamos perante caso confirmado de DMG
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a) Adulto
IMC≥30 Kg / m2
• Inactividade física
• Família com Diabetes
• RN ≥4000g ou DG
• HTA ≥140/90 mmHg
• HDL colesterol <35mg/dl e/ou trigliceridos >250mg/dl
• SOP (síndrome do ovário poliquísticos) RASTREAR
• HbA1c≥5,7% ou TDG ou Agj
• Insulinoresistência
• Doença Cardiovascular
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A Diabetes é uma doença complexa, originada de factores múltiplos pelo que a terapêutica
deve ser centrada no doente e na prevenção das suas complicações, respeitando a sua
individualidade. O tratamento da Diabetes requer uma equipa multidisciplinar cuja actuação
deve permitir a avaliação, prescrição e o acompanhamento nutricional, psicológico da
pessoa com Diabetes ajustando os hábitos alimentares e preferências pessoais, aspectos
culturais e religiosos, literacia, nível socioeconómico, motivação e capacidade para a
mudança, bem como análise do quadro clínico para indicação da terapêutica farmacológica
mais adequada.
Alimentação saudável
Controlo do peso
Aumento da actividade física
Tratamento farmacológico
Educação terapêutica
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Características da
Pessoa com Diabetes 4.0% 7.0% 8.0%
Comorbilidades importantes
Ausentes Poucas/ligeiras Graves
Complicações vasculares
Estabelecidas
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Sulfonilureias Biguanidas
Insulinas
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Tabela 6. Classes e características dos antidiabéticos orais no tratamento da Diabetes em uso por especialistas e
outros médicos ligados à área de Diabetes
Classes Principio Activo Dosagem disponível Posologia habitual
Em relação à farmacocinética dos diferentes fármacos pode ser vista na tabela nº 21,
colocada em anexo.
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Tabela 7. Propriedades farmacocinéticas de formulação de insulina em uso prescritos nos cuidados primários e
secundários de saúde.
Medicamentos Inicio (H) Pico (H) Duração (H)
Acção curta
Insulina Regular
Suspensão de Insulina Zn Pronta (semilente) 30 – 60 min 2–3H 5–7H
Acção Intermediária
Suspensão de Insulina Isófana (NPH) 1–2H 5–7H 13 – 18 H
Acção Longa
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Relativas:
Complicação aguda da DM com hiperglicémia
Presença de doenças intercorrentes (médicas ou cirúrgicas)
Gravidez
Cirurgia
Tratamento com medicamentos hiperglicemiantes ( glucocorticoides, hormonas da
tiroide, tiazidas, citostáticos )
Diabetes Mellitus de dificil controlo
Titulação da dose: Aumentar 2UI de 3-3 dias até a Glicemia Capilar atingir o alvo
terapêutico
No caso de hipoglicemia: determinar e corrigir causa; se ausência de motivo evidente
reduzir 4UI ou 10-20% da dose em curso.
Situação Prática: Pessoa com Diabetes com 80Kg que vai iniciar insulina:
calcula-se 80Kg x (de 0.1 a 0.3 UI/Kg) = 8 a 24 UI (=100%):
- Se for insulina Intermédia ou NPH ou mista: 2/3 (70%) demanhâ e 1/3 (30%) de noite
(21 ou 22 H)
- Se insulina Ultra Lenta: Administrar a dose total calculada duma vez
- Se insulina Rápida: 2/3 (70%) divididos em 3 doses para administrar ao pequeno-
almoço, almoço e jantar (18H) e 1/3 (30%) às 21 ou 22 H
a) Vantagens da insulinoterapia
A substituição fisiológica e de acordo com as alterações fisiológicas do DM2
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b) Desvantagens
Aumento do peso (2-4kg)
Hipoglicemia
Forma de administração injectável
Barreiras (psicológicas, sociais, culturais...)
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Lispro
Glulisina
Regular 75/25
Com análogos (Rápidas)
Lispro 75/25
Lispro 50/50
Cetoacidose diabética
Estado hiperosmolar hiperglicémico
Hipoglicémia
Passamos à abordagem destas complicações. Por uma questão prática iremos apresentar
as 2 primeiras de forma comparativa e em complementaridade de actuação. O tratamento
dessas complicações deve ser feito numa Unidade de Cuidados intensivos (UCI/) ou de
cuidados diferenciados, pelo que, deixamos os pormenores para outra visão mais avançada.
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Cetoacidose diabética
Manifestações clínicas:
Cetoacidose Diabética: manifesta-se com poliúria, sede, astenia, letargia, vómitos, dor
abdominal, alteração do estado de consciência (até coma) e desidratação.
Estado hiperosmolar hiperglicémico: Apresenta-se com um Estado hiperosmolar glicêmico
no qual predomina a desidratação e alteração do estado de consciência, mais marcadamente
em diabéticos com idade avançada.
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a) Oxigénio
Em doentes idosos e/ou com cardiopatia isquémica particularmente se há uma Pa O2 <80
mmHg. Deve-se administrar oxigénio por sonda nasal ou máscara.
b) Conduta recomendada:
• Reconhecer a situação clinica
• Diagnóstico DM e diagnóstico diferencial
• Tomar medidas imediatas
• Monitorização até referenciação
• Referenciação precoce após estabilização inicial
2.8. Hipoglicémia:
É uma emergência clínica ocasionada por baixos níveis plasmáticos de glicose (<70mg/dL).
Levando ao aparecimento de sinais e sintomas decorrentes da estimulação adrenérgica e/
ou neuroglicopênica. É a complicação mais frequente do tratamento da Diabetes Mellitus
e pode ser fatal.
Os sinais e sintomas da hipoglicemia são inespecíficos, por isso sempre que possível o
diagnóstico deve ser confirmado por meio de glicemia capilar ou venosa. As manifestações
da hipoglicemia podem ser divididas em:
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Omissão de refeições
Doses excessivas de insulina ou hipoglicemiantes orais
Controle glicêmico rígido
Ingestão alcoólica excessiva
Exercícios prolongados ou extenuantes
Fármacos que prejudiquem o reconhecimento da hipoglicemia
Fármacos indutores de hipoglicemia
Contrarregulação defeituosa
Insuficiência renal ou adrenal
Hipotiroidismo
Síndrome de má absorção
Insulinoma (raramente)
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b) Pacientes conscientes:
Tabletes de glicose \
Bebidas açucaradas (sem efeito para pacientes em uso de acarbose)
Não usar frutose pura – Não atravessa a barreira hemato-encefálica
Glucagon 1mg para adulto e 0,5mg para crianças caso o paciente não colabore ou
esteja em uso de acarbose
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Conclusão
Figura 2.
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Podem ser inicialmente assintomáticas, mas, se não tratadas, evoluem para condições
graves, como perda visual, amputação de membros e insuficiência renal crónica. Prevenção
e detecção precoce das complicações crónicas são essenciais para evitar estes problemas e
devem ser o nosso objectivo.
Na abordagem da Diabetes Mellitus a primazia deve ser dada à prevenção como melhor
forma de evitar as complicações. Quando tal não é possível ou não é suficiente preconiza-
se o tratamento intensivo ou convencional. Nos diferentes estudos realizados tanto no
DCCT como no UKPDS, o controlo rigoroso com tratamento intensivo conduziu a uma
significativa redução do risco das complicações tardias, como se pode observar no diagrama
que se segue.
Retinopatia Nefropatia
Redução de risco
(76%) (34%)
Neuropatia
(69%)
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Alteração de fluxo e
PKC Poliois Hormonas
pressão
AGEs etc. vasoactivas
Permeabilidade
vascular
Acúmulo de matriz
extra mesangial
Proteinúria
Alguns casos podem ser falsos positivos por conta de: Exercícios, infecções, febre, insuficiência cardíaca, hiperglicemia importante, hipertensão.
Associar com medida de creatinina sérica e cálculo da TFG e K+ http://www.nkdep.nih.gov (Fórmula de Crockroft Gault)
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a) Controlo Glicémico:
b) Controlo da Dislipidemia
d) Tratamento anti-hipertensivo
A Diabetes é uma doença crónica cada vez mais frequente na nossa sociedade e a sua
prevalência aumenta muito com a idade. As pessoas com Diabetes podem vir a desenvolver
uma série de complicações. A sua prevenção e controlo exigem acção sobre os factores de
risco, sobre a doença e suas complicações. É fundamental a formação de equipas multi e
interdisciplinares para a gestão integrada da Diabetes (doença crónica).
Palpação
Inspecção Deformações
Marcha/Calçado Pulso periféricos, pesquisa
anatómicas espaços
da sensibilidade pesquisa de
interdigitais unhas
reflexos
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2.9.5. Recomendações
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Responsável por 80% das mortes (principal causa) e 75% das hospitalizações em
indivíduos com diabetes tipo 2
Doença cérebro-coronária: aumento de risco 2 a 4x; mais grave (aumento de risco de
IAM), de morte pós IAM, reinfarto e falência cardíaca)
Doença cérebro periférica: aumento de risco 4x: mais precoce: AVC recorrente;
demência pós AVC
Doença arterial periférica: aumento de risco 2-3x; incapacidade funcional e amputação
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b) Terapêutica:
No diabético tipo 1, considerar o aumento das doses de insulina de acção intermédia
Reforçar a frequência e as doses da insulina de acção rápida, de acordo com glicemias
pré-prandiais.
No diabético tipo 2, normalmente não é necessário alterar a terapêutica. Se registar um
desequilíbrio significativo, pode haver um ligeiro aumento da dose das sulfonilureias.
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Doente internado na enfermaria por outra doença (ex.: AVC, cirrose hepática) ou por
descompensação diabética já em fase de alimentação oral e não necessitando UCI:
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para se ser submetido a uma intervenção cirúrgica. Aquilo que se preconiza é a obtenção
de um controlo glicémico aceitável para a realização da intervenção e para um melhor pós-
operatório.
No caso de Diabetes tipo 2 controlado com hipoglicemiantes oral pode ser necessária
passagem a insulinoterapia temporária até estarem reunidas condições para retoma da via
oral.
Na Diabetes tipo 1 e Diabetes tipo 2 fazendo insulina poderá justificar-se a efectuação de
ajustes na perspectiva de ter um controlo efectivo.
É nos Cuidados Primários de Saúde (CPS) que, em primeira instância, as pessoas com
Diabetes deveriem ser abordadas. É daí que surge a grande preocupação de munir as equipas
médicas com as ferramentas necessárias para fazer uma abordagem adequada das diversas
situações na perspectiva de reconhecimento-diagnóstico, tratamento e referenciação em
tempo útil para os Cuidados de Saúde Secundários (CSS), quando necessário.
Quando referenciar?
Diabetes tipo 1
Diabetes tipo 2 de difícil manejo (seja sob hipoglicemiantes oral, insulina ou terapêutica
combinada)
Diabetes tipo 2 com complicações crónicas
Instabilidade metabólica
Complicações agudas da Diabetes moderadas a graves com indicação de internamento
Nota: A referenciação nas complicações agudas deve ser feita após estabilização mínima,
transporte com vigilância clínica
Contra-referenciação: Após a alta de internamento ou após avaliação em consulta externa
de especialidade o doente deve ser portador de informação orientadora suficiente para o
seu médico assistente para garantia de acompanhamento adequado e programação de
reavaliações, se necessárias.
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Tem por objectivo final fornecer à pessoa com doença crónica um conjunto de conhecimentos,
compreensão e ferramentas suficientes para gerir a sua doença, ter autonomia ou ser
feita transferência desta para familiar ou prestador de cuidados. Em suma, pretende-se
promover o bem-estar e melhoria da qualidade de vida da pessoa com Diabetes.
Injecção subcutânea
Agulhas de 4 mm
Com ou sem prega cutânea: injecção com ângulo 90º
Crianças muito novas (≤6 anos) e adultos muito magros (IMC <19):
Agulha 4- 12 mm + prega cutânea
Sem prega ângulo 45º (evitar administração IM)
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Abdómen
Braços
Coxas
Nádegas
Exercício velocidade de absorção
insulina (aumento do fluxo sanguíneo)
Tecido muscular: absorção mais rápida
do que tecido subcutâneo
Nos dias de actividade física, evitar a
administração de insulina nos locais do
corpo mais exercitados.
b) Insulina em uso
Temperatura ambiente ( <30ºc)
Duração máxima fora do frigorífico até 30 dias ou de acordo com as recomendações
do fabricante
Auto-vigilância / autocontrolo
Avaliação da glicemia:
Antes da punção capilar lavar e secar bem as mãos
O local para punção capilar: é feita na zona lateral dos dedos, deve-se variar sempre
de local
Explicar a importância do registo diário das glicémias.
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a)Tratamento oral:
Ingestão de açúcar – água com açúcar, duas colheres de sopa ou dois rebuçados, Se
após 15 minutos os sintomas persistirem ou a glicemia se mantiver baixa, repetir o
procedimento, se melhorar ingerir hidratos de carbono de absorção lenta (pão ou
bolachas).
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Manual de Diabetes para Profissionais de Saúde
EU TENHO DIABETES!
Nome:…….………………………………………………………………………………
Morada:………………………………………………………………………………….
Contacto para emergência:……………………………/………………………..
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Todos os grupos alimentares são necessários para manter a saúde do indivíduo tendo
como o guia a roda alimentar.
Alimentos
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3.3. Micronutrientes
3.3.1. Vitaminas
As vitaminas recomendadas, quer para as pessoas com diabetes mellitus quer do tipo I ou
II, a recomendação é igual para a população em geral. Embora o indivíduo com diabetes
mal controlado possa estar mais em risco de deficiencias de vitaminas hidrossolúveis
devido a poliúrria. Entretanto, o uso prolongado da Metformina pode levar a deficiência
das vitaminas B12 e B1, que é uma das prováveis causas das neuropatias Diabetica, sendo
necessário que o paciente seja suplementado. 9
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Manual de Diabetes para Profissionais de Saúde
3.3.2. Adoçantes
Fonte: Food and Drug Administration, 2015; CUPPARI, Lilian et al., 2015; ROSS et al, 2016.
Método usado para avaliar o estado nutricional de indivíduos e identificar pacientes sob risco
nutricional. Neste método, busca-se a história clínica do paciente, e evidências objetivas do
estado nutricional através da antropometria (através do IMC e circunferências), avaliação
clínica e dados bioquímicos), além das intervenções terapêuticas com interações nutricionais
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Manual de Diabetes para Profissionais de Saúde
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Para diminuir a resposta glicémica da ingestão dietética, alimentos com alto IG podem
ser substituidos por alimentos de baixo IG quando forem consumidos de maneira isolada,
ou adicionar fonte proteica ou fibrosa para o atraso da absorção do açúcar presente no
alimento.
Baixo ≤55
Médio 55-69
Alto ≥70
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Para o plano alimentar do paciente com diabetes do tipo I, o que se quer é evidenciar os
diferentes métodos de terapia nutricional aos portadores de DM1, para que o profissional
possa decidir junto ao seu paciente a melhor estratégia para ele, naquele momento quadro1.
Pirâmide ou roda alimentar: esta deve servir de guia para o profissional e o paciente,
uma vez que os alimentos já estão agrupados.
Auto-monitorização da glicemia: O sucesso da terapia alimentar do paciente
depende em grande parte da monitorização da glicemia em casa, servindo-se de guia
para o profissional na eficácia da terapia alimentar;
Fazer substituições de acordo a pirâmide ou roda alimentar;
Contagem de carbohidratos: estes tendem a ter maior efeito na insulina. Pode ser
usada para pacientes com qualquer tipo de diabetes;
Verificar sempre os objectivos da terapia nutricional, caso não estiverem a ser
alcançados, deve se modificar a estratégia.
O plano alimentar para DM2 favorece o controlo metabólico que por seu lado traduz na
melhor qualidade de vida. É importante que o profissional deve disciplinar o paciente
de acordo o plano alimentar: Deve oferecer uma alimentação fraccionada ajustada as
actividades físicas e ao esquema de insulinização ou de antidiabéticos orais, de forma a
impedir o consumo excessivo de alimentos nas refeições e o jejum prolongado.
O plano alimentar da gestante deve ser individualizado com foco nas necessidades de cada
trimestre de gestação e controle metabólico
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Manual de Diabetes para Profissionais de Saúde
Para evitar episódios de hiperglicemia e hipoglicemia ou cetose devem ser dados três
lanches (da manhã, tarde e a noite) e três refeições principais (pequeno almoço, almoço e
jantar), no caso das gestantes que fazem uso de insulina, é importante considerar que o
lanche noturno precisa conter cerca de 25 g de carbohidratos complexos, além de proteínas
e ou gorduras para evitar a ocorrência de hipoglicemia durante a madrugada.
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Manual de Diabetes para Profissionais de Saúde
que 70mg/dl, voltar a ingerir 15g de CHO (consumir somente o que for planeado) e
antecipar a refeição ou;
Testar a glicemia de 1h:30 a 2h e 4h a 5h após a refeição ou;
O ideal é que depois de duas horas a glicemia esteja menor do que 140mg/dl (100 a
140mg/dl).
Neste caso o profissional de nutrição deve orientar o seu paciente no sentido de controlar
o uso de minerais como o sódio e o potássio.
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Manual de Diabetes para Profissionais de Saúde
Na dislipidemia o plano alimentar deve incluir as carnes magras (peito de frango e perna de
perú), leite desnatado, cereais integrais, legumes, frutas e verduras. Estes fornecem uma
quantidade adequada de vitaminas, minerais e fibras, que são importantes no combate às
dislipidemias
Incluir fibras solúveis (frutas) e gomas (aveia, cevada e leguminosas: feijão, ervilhas,
grão de bico e lentilhas) reduzem o tempo de trânsito intestinal ajudando a eliminar o
colesterol
Incluir as fibras insolúveis (grãos, hortaliças), para aumentar a saciedade e auxiliar a
redução do peso do indivíduo, caso esteja acima do recomendável.
Qualquer actividade física, recreativa, laboral ou desportiva pode ser feita pelos diabéticos.
Não obstante deve se estar alerta para as possíveis complicações e as limitações impostas
pelo comprometimento sistémico. O maior risco na prática de exercícios é a hipoglicémia
que pode ocorrer durante e após a actividade física.
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Manual de Diabetes para Profissionais de Saúde
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Manual de Diabetes para Profissionais de Saúde
Durante o exercício, a quantidade de insulina deve ser suficiente para permitir a entrada
de glicose dentro da célula muscular, mas deve ser reduzida para liberar os estoques de
glicogênio do fígado. Promove:
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Manual de Diabetes para Profissionais de Saúde
4.
ABORDAGEM MULTIDISCIPLINAR E CUIDADOS
CONTINUADOS NA DIABETES
Sendo a diabetes uma doença crónica, o controlo desta doença, é portanto, a sua vigilância,
devendo ser partilhada entre o doente e os profissionais de saúde. Que consiste:
Acompanhamento médico;
Auto-vigilância da glicémia capilar.
Cada indivíduo vai se apropriar de modo muito peculiar de sua doença. A percepção que
tem de si mesmo, das dificuldades e das limitações com que se depara no curso da doença e
de sua forma de confrontá-la é que permitirão que ele dimensione a situação e se capacite
para a resolução de problemas.
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Manual de Diabetes para Profissionais de Saúde
A psicologia clínica faz parte da equipa de seguimento da pessoa com Diabetes. É elemento
chave na avaliação e no processo de gestão da doença crónica. Participa na motivação do
doente e na identificação dos factores de negação e da não ou má adesão ao tratamento.
Cabe-lhe o papel de penetrar no interior da pessoa com diabetes, no seio da família ou
dos cuidadores e encontrar o que há de melhor para a dinâmica que se pretende no
acompanhamento do doente e propicia a sua integração psicossocial. Não é um processo
fácil. É-lhe reservada uma actividade de grande complexidade só comparável com a
própria doença.
O cuidado integral ao paciente com diabetes e sua família é um desafio para a qualquer
equipa de saúde, especialmente para poder ajudar o paciente a mudar seu modo de viver,
o que estará directamente ligado à vida de seus familiares e amigos. Aos poucos, ele deverá
aprender a gerenciar sua vida com diabetes em um processo que vise qualidade de vida e
autonomia.
4.3. Acções e condutas que devem fazer parte do trabalho de toda a equipa
para garantir o fortalecimento e efectividade do cuidado, a adesão aos
protocolos e a autonomia do paciente:
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Manual de Diabetes para Profissionais de Saúde
Respeitar o papel central que o paciente tem no seu próprio cuidado, reconhecendo os
aspectos familiares, económicos, sociais e culturais que podem prejudicar ou facilitar
o cuidado.
Assegurar-se de que conteúdos - chave para seu auto-cuidado tenham sido
abordados.
Avaliar periodicamente o estado psicológico dos pacientes e sua sensação de bem-
estar, levando em consideração a carga de surgir uma doença crónica, respeitando as
crenças e atitudes dos pacientes.
Explicitar os objectivos e abordar as implicações de um tratamento longo e continuado.
Negociar com o paciente, um plano individualizado de cuidado, revisando-o
periodicamente e mudando-o de acordo com as circunstâncias, condições de saúde e
desejos do paciente.
Discutir e explicar o plano de cuidado do paciente com os seus familiares, com a
concordância prévia do paciente.
Incentivar e promover actividades multidisciplinares de educação em saúde para
pacientes e seus familiares, em grupos ou individualmente, levando em consideração
aspectos culturais e psicossociais, com ênfase no empoderamento e na autonomia do
paciente para seu auto-cuidado.
Estimular que os pacientes se organizem em grupos de ajuda mútua, e aconselhamento
como, por exemplo, grupos de caminhada, trocas de receitas, técnicas de auto-
cuidado, entre outros.
Envolver os pacientes nas discussões sobre planeamento de ações dirigidas ao
diabetes na unidade, aumentando a autonomia e o poder dos pacientes sobre suas
próprias condições. Não esquecer que o “especialista” em diabetes para cada paciente
é o próprio paciente.
Promover a educação profissional individualizada/ direcionada, permanente sobre
Diabetes na equipa de saúde a fim de estimular e qualificar o cuidado.
Definir dentro da equipa de saúde formas de assegurar a continuidade do cuidado e
orientar os pacientes sobre a forma de prestação desse cuidado continuado.
Cadastrar todos os pacientes a fim de favorecer ações de vigilância e busca de faltosos.
Usar os dados dos cadastros e das consultas de revisão dos pacientes para avaliar
a qualidade do cuidado prestado em sua unidade e para planear ou reformular as
acções em saúde (ex., proporção de pacientes diabéticos que realizam hemoglobina
glicada (A1C) pelo menos 2 vezes/ano.
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Manual de Diabetes para Profissionais de Saúde
REFERÊCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. American Diabetes Association Standards of medical care in diabetes (2014). Diabetes Care.
19. Sociedade Brasileira de Diabetes, (SBD). (2009). Manual oficial de contagem de carbohidratos para profissionais de
saúde SBD. Rio de Janeiro: SBD.
20. Serra,L.,(2008). Pé Diabético: Manual para a prevenção da catástrofe. Lidel
21. Taddei, J. A., Lang, R. M., Longo-Silva, G., Aguiar, M. H., & Vega, J. B. (2017). Nutrição em Saúde Púlica. Brsil: Rubio
22. Thomas, B. (2001). Manual de prática Dietética. Lisboa-Portugal: Instituto Piaget.
23. World Health Organization. (WHO) (2016). Global Report on Diabetes. Geneva: WHO.
24. World Health Organization, (WHO). (2014). Global Status report on Noncomunicable Diseases.
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Apêndice A
Tabela 18. Índice glicémico (IG) e carga glicémica (CG) de alguns alimentos
Cereais Quantidade/g IG CG
Pão de Centeio 30 50 6
Pão integral 30 71 9
Papa de aveia 250 51 11
Arroz branco 150 64 23
Arroz basmati 150 58 22
Arroz integral 150 55 18
Arroz parabolizado 150 47 16.92
Milho cozido 80 60 11
Esparguete branco 180 57 27
Esparguete integral 180 37 16
Galetes de arroz 25 78 17
Corn Flakes 30 92 23
Bolacha de água e sal 20 71 12.78
Lácteo
Mel (puro) 25 58 12
Bebida
Maçã 120 38 6
Damasco 120 57 5
Banana 120 52 12
Uvas 120 49 9
Kiwi 120 53 6
Laranja 120 42 5
Pêssego 120 42 5
Pêra 120 38 4
Ameixa 120 39 5
Uvas passas 60 64 28
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Morangos 120 40 1
Mamão 120 59 10.3
Melancia 120 72 4
Melão 120 70 4
Abacaxi 120 66 6
Legumes
Favas 80 79 9
Ervilhas 80 48 3
Abóbora 80 75 3
Milho 80 52 9
Beterraba 80 64 5
Cenoura 80 47 3
Batatas (no forno) 150 85 26
Batata (cozida) 150 85 26
Batatas fritas 150 75 22
Batata-doce crua 150 61 17
Batata-doce cozida 150 44 11
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Apêndice B
Vitaminas
Importante para a saúde da pele, Cegueira noturna, lesões Couve, brócolos, espinafre, cenoura,
olhos, dentes, cabelos e ossos. e ressecamento da pele e abóbora, batata doce, fígado, ovo, leite
Vitamina A
Fortalece a imunidade e Actua na mucosas, baixa imunidade integral e queijo. Vegetais verdes e
manutenção dos tecidos e ossos. e diminuição da resistência amarelos, gema de ovo e Dendém.
aumenta a resistência de infeções a infeções.
em crianças.
Contribui para a formação dos Raquitismo, fragilidade Fígado, gema de ovo, óleo de fígado
ossos e dos dentes, previne o óssea (fraturas), de bacalhau, leite, atum, sardinha,
raquitismo. Facilita a absorção deformidades esqueléticas precursores que se transformam em
Vitamina D
o aborto, actua no sistema nervoso esterilidade masculina, laticínios, óleo de amendoim, nozes e
involuntário, sistema muscular e aborto, lesões nos glóbulos sementes gema de ovo.
nos músculos involuntários vermelhos, anemia, lesões
musculares e nervosas.
Fundamental para a coagulação Deficiência na coagulação Iogurte, alface, brócolos, verduras cruas,
Viatamina K
Previne hemorragias, protege os Sua falta provoca Essa vitamina pode ser encontrada em
pulmões da ação dos resfriados e fadiga, falta de apetite, alimentos como frutas cítricas, tomate,
poluentes. emagrecimento, couve, repolho, pimentão,
Auxilia na absorção de ferro sangramento na pele e Caju, acerola, goiaba, legumes, couve-flor,
Vitamina C
presente nos alimentos vegetais, gengiva, dores nas juntas, batata, aspargos, mamão, morango,
mantêm a integridade da pele e escorbuto, feridas na boca abacaxi, pimentão verde
mucosas e auxilia na cicatrização, e fragilidade capilar.
além de fortalecer o sistema
imunológico.
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Importante para a produção de severa causa a Pelagra Essa vitamina pode ser encontrada
energia nas reações celulares. (doença caracterizada em: Levedo de cerveja, peixe, feijão,
Essa vitamina mantém o tônus por dermatite, demência, ovos, fígado, leite, carnes magras, café,
Vitamina B3
muscular e nervoso, além do diarreia) , tremores, língua amendoim, pinhão e cereais integrais.
bom funcionamento do sistema amarga. Além de fraqueza Ameixa, figo, tâmara, amendoim, grãos
digestório. musculares, diminuição do integrais, legumes.
apetite, indigestão, insônia,
fadiga.
Importante na manutenção do Redução do apetite, Encontrada em cereais integrais, feijão,
sistema nervoso e circulatório.. cansaço, obstipação, fígado, gema de ovo,
Ajuda na oxidação dos irritabilidade fácil,
Vitamina B1
carbohidratos; estimula o apetite; esquecimento, raciocínio batata doce, banana, frutas, arroz, leite,
mantém o tônus muscular e o lento, inchaço dos pés nozes, legumes, carne, amendoim ou
bom funcionamento do sistema e mãos, perda de peso, ginguba.
nervoso, facilita a absorção dos debilidade muscular,
glícidos principalmente no cérebro. fraqueza, taquicardia.
Favorece o crescimento, formação Lesões no sistema nervoso, Cereais, leite e seus derivados, banana,
das células vermelhas do sangue, rompimento da mucosa lentilha, cenoura, cereais integrais,
Vitamina B2
integridade da pele, mucosas e da da boca, lábios, língua e folhosos verde escuro, couve, repolho,
visão. bochechas. espinafre, ovos,
Vitamina essencial à respiração
celular; mantém saudável a cor da
pele e atua na coordenação motora
Importante para a integridade da Pode causar dores Carne de soja, cereais, tomate, levedura,
Vitamina B5
pele e mucosas, saúde capilar, e de cabeça, náuseas e leite e derivados, verduras e cereais
nos processos de cicatrização vômitos, fadiga, anemia e integrais.
dormência nos membros e
formigamento
Atua nos processos de: obtenção Cansaço, vertigens, Carnes, grãos integrais, nozes e hortaliça,
de energia dos alimentos, irritabilidade, convulsões, cereais, frutas, melão, repolho, batata-
regulação da pressão arterial e lesões na pele, anemia, doce.
função cardíaca, produção de sonolência, depressão,
Vitamina B6
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Actua como coenzima na síntese Pele com escamações Hortaliças, ovos e carnes
Vitamina B7
Actua como coenzima no Anemia e má formação Hortaliças, verdes, nozes, legumes e grãos
Vitamina B9
de cabeça, irritabilidade,
predisposição à infecções,
perda de memória, diarreia
e redução da absorção de
nutrientes, inflamação na
língua.
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Apêndice C
Tabela 19. Classificação etiológica da DM (ADA., 2017)
DM
1 Tipo 1 Deficiência de insulina por destruição das células β comprovada por exames
laboratoriais;
Jejum 92 mg /dl
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Medicamentos Meia - vida (H) Duração de acção (H) Actividades dos metabólitos
Glipizida, 1-5 12 - 24 -
Glimepirida, 5-9 ˃ 24 +
Glinidas (Meglitinidas)
Repaglinida 1 4-6 -
Nateglinida 1-2 4 -
Biguanidas
Metformina 4-8 18 – 24 -
Inibidores α-glicosidase
Acarbose 2 4-6 ±
Tiazolidinodionas (Glitazonas)
Pioglitazona 26 - 30 dias -
Regular 75/25
Lispro 75/25
Lispro 50/50
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Tabela 25. Propriedades farmacocinética de formulação de insulina e análogos- a ser usados por especialistas e
outros médicos ligados à área de Diabetes
Medicamentos Inicio (H) Pico (H) Duração (H)
Acção curta
Insulina Lispro 10 – 20 min 1–2H 2–4H
Insulina Aspart 10 – 20 min 1H 3–5H
Insulina Glulisina 10-20 min 1H 3-5 H
Acção Regular-
Suspensão de Insulina Zn Pronta (semilente) 30 – 60 min 2–3H 5–7H
Acção Intermediária
Suspensão de Insulina Isófana (NPH) 1–2H 5–7H 13 – 18 H
Suspensão de Insulina Zn (lente) 1–3H 4–8H 13 – 20 H
Acção Longa
Suspensão de Insulina Zn Expandida 2–4H 8 – 14 H 18 – 36 H
Insulina Glargina 2 H Nenhum Até 24 H
Acção Mista
Regular 70/30 2-4 2-4 13-18
Regular 75/25 2-4 2-4 13-18
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Glossário
Valor Energético total - quantidade de energia que cada alimento fornece ao organismo se
for totalmente aproveitado.
Sacarose - substância química extraída da cana-de-açúcar, da beterraba, podendo ser utilizada
na produção do “açúcar de mesa” e de outros produtos adocicados, como geleias, xaropes e
doces.
Insulina - hormônio produzido pelo pâncreas, cuja função metabolizar a glicose (açúcar no
sangue) para produção de energia. Actua como “chave”, das células do corpo, para que a glicose
entre e seja usada para gerar energia. Ou seja, o hormônio ajuda a glicose a entrar nas células
do corpo
Cereais - são plantas comestíveis pertencentes à família das gramíneas. Os caules e os cereais
são denominados colmos, são cilíndricos e possuem nós. As folhas são bem finas e longas e os
frutos ou grãos possuem apenas uma semente. Alguns cereais conhecidos são: milho, arroz,
centeio, cevada, trigo e aveia.
Cetoacidose Diabética - Resultado do acúmulo de corpos cetónicos que provocam diminuição
do pH para níveis ácidos. Sintomas Sede ou boca muito seca, micção frequente, glicose alta no
sangue, altos níveis de cetonas na urina
Glucagon - É um hormônio que faz parte de um complexo sistema de hormônios que controla
o açúcar no sangue.
Metabolismo- O metabolismo é o conjunto de todas as reações bioquímicas que ocorrem no
organismo
Anabolismo - compreende as reações que formam moléculas complexas a partir de outras
mais simples.
Catabolismo - reações em que compostos orgânicos complexos são convertidos em moléculas
mais simples.
Alimentos - substância nutritiva, utilizada pelos seres vivos como fonte de matéria e energia
para poderem realizar as suas funções vitais,
Ingestão Diária Recomendada (IDR) - nível de ingestão diária de um nutriente que é
considerado suficiente para atender as exigências de 97-98% de indivíduos.
SGLT-2 - (Inibidores de sódio-glicose do tipo 2): Agentes hipoglicémicos orais utilizados no
tratamento da diabetes tipo 2. Reduzem a glicose no sangue fazendo com que os rins removam
a glicose do corpo através da urina.
Sulfonilureias - Agentes hipoglicémicos orais, usados no tratamento da diabetes tipo 2.
Estimulam a secreção de insulina junto ao pâncreas.
DPP-4 - (inibidores ou gliptinas): Agentes hipoglicémicos orais utilizados no tratamento
da diabetes tipo 2. Eles suprimem a degradação das cretinas bloqueando a ação da enzima
dipeptidil-peptidase 4. Isto estimula a secreção de insulina e suprime a libertação de glucagon.
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