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RELAÇÃO GESTÃO ESCOLAR E COORDENAÇÃO

PEDAGÓGICA: é democrática?
Patrícia Cássia Ribeiro de Oliveira
RESUMO
O presente artigo tem como finalidade descrever as ações das coordenadoras
pedagógicas da Escola Pública Municipal Padre José de Anchieta e da Escola Pública
Municipal São Sebastião e suas relações com a gestão escolar. Assim, efetuou-se uma
pesquisa de abordagem qualitativa, cujos campos foram as escolas citadas acima. Os
sujeitos da pesquisa foram duas coordenadoras pedagógicas, chamadas por participarem
da equipe escolar dessas instituições de ensino, das quais participações se deram de
maneira espontânea e voluntária. Quanto a coleta de dados, foi aplicado um questionário
de questões abertas a respeito do tema em estudo. Os resultados apontaram que
Coordenadoras realizam diversas atividades de planejamento juntamente com a equipe
docente para execução na escola, introduzir novas práticas no ambiente escolar, em
benefício do processo de ensino, coordenar equipe de professores, analisar diários,
planos e fichas e dialogar com grupo gestor, educadores e educandos.
Palavras- chave: Coordenação Pedagógica. Gestão escolar. Gestão Democrática. Escola.
ABSTRACT
This article aims to describe the actions of the pedagogical coordinators of the Padre
José de Anchieta Municipal Public School and the São Sebastião Municipal Public
School and their relations with school management. Thus, a qualitative research was
carried out, whose fields were the schools mentioned above. The research subjects were
two pedagogical coordinators, called for participating in the school team of these
educational institutions, in which participation took place spontaneously and
voluntarily. Regarding data collection, a questionnaire of open questions was applied
regarding the theme under study. The results showed that Coordinators carry out several
planning activities together with the teaching team for execution in the school, introduce
new practices in the school environment, for the benefit of the teaching process,
coordinate a team of teachers, analyze diaries, plans and forms and dialogue with the
management group, educators and students.
Keywords: Pedagogical Coordination. School management. Democratic Management.
School.
1 INTRODUÇÃO
Pode-se considerar a escola como um amplo espaço de socialização, e, assim
acredita-se que nesse ambiente se consolide vivências democráticas, assegurando-se à
garantia da multiplicidade de ideias, criando um ambiente beneficiado, onde se
compartilhe os valores democráticos, e, forme-se cidadãos críticos, atuantes e
formadores de suas próprias opiniões.
Entende-se a escola, como um espaço educativo, socializador, e democrático,
onde uma boa relação entre gestão e coordenação pedagógica é de suma importância no
ambiente escolar para que se tenha êxito no processo de ensino-aprendizagem dos
alunos. Assim, como dizem Libâneo; Oliveira; Toschi (2011) dirigir e coordenar
significa assumir, no grupo a responsabilidade por fazer a escola funcionar mediante o
trabalho conjunto, para isso, precisam reconhecer que sua ocupação tem uma
característica genuinamente interativa.
Assim, na execução de muitas ações pedagógicas e trabalho realizado
coletivamente, e logo após concluir metade do Curso de Especialização em Gestão e
Supervisão Educacional, buscando entender como de fato se dão as ações de um
coordenador pedagógico, sabendo que quase tudo depende da relação entre gestão
escolar e coordenação pedagógica. Assim, surgiu a seguinte indagação: Como se dá a
relação entre a Coordenação pedagógica e a Gestão da escola, dentro do ambiente
escolar das escolas públicas municipais de São Félix do Piauí?
Para o andamento desta pesquisa escolheu-se uma pesquisa de abordagem
qualitativa apresentando como campo de observação duas escolas públicas municipais e
duas Coordenadoras Pedagógicas que participam da equipe escolar dessas escolas.
Quanto à organização textual, este artigo está estruturado da seguinte maneira:
Introdução que é uma síntese do conteúdo do artigo científico sem aprofundar muito nos
detalhes. Expõe o cenário com uma breve análise. Apresenta o problema, as
justificativas intelectuais e práticas sobre a escolha do assunto, além dos procedimentos
metodológicos utilizados na realização do trabalho. Seguido do referencial
teórico que fundamenta todo o estudo abordando sobre: Gestão escolar: gestão
democrática; COORDENADOR PEDAGÓGICO: sua função e importância no processo
educativo; relação gestão e coordenação pedagógica. Seguindo apresentamos a
metodologia da pesquisa abordando o percurso metodológico da pesquisa, o tipo de
pesquisa, o campo e os sujeitos participantes e, os instrumentos e procedimentos
utilizados para a obtenção dos dados. Por fim segue-se a análise e discussão dos
resultados e por fim as conclusões sobre o estudo realizado.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1. GESTÃO ESCOLAR: gestão democrática
A gestão escolar é um processo que toda instituição necessita passar, seja
repensando seus métodos como a própria mentalidade no interior da escola. Todo o
processo que envolve a gestão escolar, deve estar baseado numa administração que
inclua e abra espaço para a participação de todos, não restringindo-se apenas a alguns
sujeitos do interior da escola. As decisões escolares devem passar pelo debate
democrático, momento em que todos os envolvidos tenham voz ativa e participativa.
O tema gestão escolar democrática tem sido bastante discutida no contexto
escolar atualmente. No entanto, a gestão de muitas escolas ainda continua sendo
centralizadora, onde o gestor toma as decisões sozinho, sem deixar abertura para a
participação dos demais integrantes do contexto escolar. Uma prática arriscada, pois a
partir do momento que o gestor centraliza as tomadas de decisões para si, a prática
pedagógica e a qualidade do ensino acabam sendo prejudicadas.
A gestão escolar democrática foi assegurada inicialmente pela Constituição
Federal de 1988, onde instituiu em seu artigo 206 que o modelo de gestão da educação
brasileira deve ser democrático e participativo, conforme o afirmado no inciso VI do
referido artigo: “gestão democrática do ensino público, na forma da lei”.
Com a promulgação da Lei nº. 9.394, de 20 de dezembro de 1996, Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB garantiu-se a própria legislação da
gestão democrática. A gestão do ensino público deve ser democrática, respeitando a
forma da lei e da legislação dos sistemas de ensino, conforme o definido no Artigo 3º,
inciso VIII da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, nº 9394/96.
A gestão escolar é um ato político, destacando-se a importância do trabalhar de
forma democrática, tomando as decisões em coletividade, na busca do bem comum.
A administração escolar configura-se, antes do mais, em ato político, na
medida em que requer sempre uma tomada de posição. A ação educativa e,
consequentemente, a política educacional em qualquer das suas feições
possuem apenas uma dimensão política, mas é sempre política, já que não há
conhecimento, técnica e tecnologias neutras, pois todas são expressões de
formas conscientes ou não de engajamento. (DOURADO, 2000, p. 82)
Compreende-se por gestão democrática, o aumento da participação da
comunidade nas decisões no âmbito escolar. Esse modelo de gestão tem por base os
princípios de descentralização administrativa, participação, flexibilidade, transparência
e autonomia. Os instrumentos promotores desse modelo de gestão são: a criação dos
conselhos escolares, associações de pais e mestres e de grêmios estudantis, a elaboração
de um projeto político pedagógico em âmbito interno comparticipação efetiva dos
membros da comunidade escolar, e, como já citado, a escolha direta dos diretores
(LIMA, 2011, p. 49).
Podemos assim perceber que a gestão escolar democrática serviu de instrumento
para a democratização do processo pedagógico.
2.2 COORDENADOR PEDAGÓGICO: sua função e importância no
processo educativo
Por muito tempo o coordenador pedagógico foi visto como um fiscal do trabalho
executado pelos professores, onde nem sempre era bem-visto dentro do ambiente
escolar. Porém com a Lei n° 9394/96, o papel do coordenador pedagógico passou por
algumas mudanças e a partir de então esse profissional passou a ser visto como alguém
que está ali para ajudar a equipe de professores a trabalharem da melhor forma possível,
como um profissional que auxilia no estreitamento da relação família e escola, além de
ter um papel fundamental na construção do Projeto Pedagógico.
O coordenador pedagógico tem como função basicamente gerir as atividades
escolares juntamente com a equipe gestora, coordenar e supervisionar todas as
atividades relacionadas ao processo ensino-aprendizagem junto a equipe de professores
e estabelecer e gerir uma relação harmônica entre família, alunos, professores e equipe
gestora.
As muitas atribuições desses profissionais, definidas pelas legislações estaduais,
municipais, envolvem desde a liderança do projeto político pedagógico da escola até
funções administrativas de assessoria à direção, e, sobretudo, atividades relacionadas ao
funcionamento pedagógico da escola e o apoio aos professores (PLACCO; SOUZA;
ALMEIDA, 2012).
A função gestora do coordenador pedagógico, hoje visto como colaborador nas
rotinas gerais da escola, o impulsiona naturalmente para tais questões relacionadas à
administração escolar, que são comuns à atividade da direção da escola.
Para Souza; Seixas; Marques (2013) o Coordenador Pedagógico encontra-se
conquistando o seu espaço, onde, são muitas as discussões que permeiam a sua
identidade e a sua formação, e isso mostra a importância da formação desse
profissional, já que estudos realizados nesse sentido revela que a maioria dos
Coordenadores Pedagógicos não possui formação em gestão e a maioria sai das salas de
aula ou dos cursos de graduação e assume o cargo sem ter conhecimentos específicos
para dominar as competências e estratégias necessárias à função.
As organizações precisam cada vez mais de profissionais responsáveis,
dinâmicos e inteligentes, com habilidades para resolver problemas e tomar decisões. E
um desses profissionais é o coordenador pedagógico, que tem que ir além do
conhecimento teórico, pois para acompanhar o trabalho pedagógico e estimular os
professores é preciso percepção e sensibilidade para identificar as necessidades dos
alunos e professores, tendo que se manter sempre atualizado, buscando informações e
refletindo sobre sua prática como fala Nóvoa (1992: 36) “a experiência não é nem
formadora nem produtora. É a reflexão sobre a experiência que pode provocar a
produção do saber e a formação”.
2.3 RELAÇÃO GESTÃO E COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA
A gestão escolar democrática tem sido muito questionada sobre as
responsabilidades direcionadas aos diferentes profissionais que fazem parte do contexto
escolar, deixando claro que agora esse tipo de gestão não deve ser somente envolvendo
a equipe gestora, para se desenvolver um processo de ensino democrático e
participativo.
De acordo com Soares (2012) uma gestão baseada na parceria, na democracia e
no envolvimento de toda comunidade escolar, pode garantir ao coordenador pedagógico
que ele tenha autonomia na organização do trabalho pedagógico, de acordo com o que
preconiza as orientações da LDB 9394/96, quando delega ao diretor da escola a tarefa
de constituir uma gestão democrática e participativa. No entanto, observa-se muitos
gestores encontrando dificuldades para implantar essa tão desejada gestão, muitas vezes
as dificuldades são decorrentes da rotina ora estabelecidas no cotidiano educativo.
O coordenador pedagógico necessita exercer junto aos demais profissionais a
gestão do currículo e fortalecer no cotidiano escolar o desenvolvimento de práticas
escolares que correspondam de fato com as necessidades da comunidade. Essa sem
dúvidas é uma forma de garantir que todos os atores do contexto escolar em suas
diferentes posições, professor, coordenador, diretor, pais, comunidade e alunos possam
participar da aprendizagem e democracia da escola (SANCHES,2012).
Pode-se perceber que a atuação do coordenador pedagógico vai além da simples
orientação aos professores diante das dificuldades no processo de ensino e
aprendizagem.
3 METODOLOGIA
3.1 Tipo de pesquisa
Este artigo é resultado de uma pesquisa de abordagem qualitativa. A pesquisa
qualitativa é uma abordagem de pesquisa que estuda aspectos subjetivos de fenômenos
sociais e do comportamento humano.
Os homens são seres sociais. As suas ações desdobram-se em práticas materiais
e simbólicas, relações com a natureza e relações com outros homens, no âmbito de
grupos com várias dimensões, dos grupos elementares como as famílias até as
organizações vastas a que chamamos sociedades (SILVA e PINTO, 1986, p. 13).
Entretanto, esta pesquisa observando seus objetivos se classifica como
descritiva. Segundo Cervo; Bervian; Silva, (2007) a pesquisa descritiva, observa,
registra, analisa, e correlaciona fatos ou fenômenos, variáveis sem que sejam
manipulados. Procura descobrir, a frequência com que um fenômeno ocorre, a relação
de conexão com outros, sua natureza e suas características.
3.2 O campo
A atual pesquisa foi realizada na Escola Pública Municipal Padre José de
Anchieta e na Escola Pública Municipal São Sebastião, localizadas na cidade de São
Félix do Piauí. A escolha de tais instituições como locais de estudo foi devido ao fato de
serem escolas da mesma rede de ensino na qual eu trabalho.
A Escola Pública Municipal São Sebastião funciona no turno da noite, com
aproximadamente 54 alunos, que fazem parte da Educação de Jovens e Adultos - EJA.
A escola atende exclusivamente a modalidade de ensino EJA.
A Escola Pública Municipal Padre José de Anchieta funciona nos turnos
matutino e vespertino, com aproximadamente 191 alunos, que fazem parte do Ensino
Fundamental Menor e Ensino Fundamental Maior.
3.3. Definição da Amostra
Constituiu-se como amostra do presente trabalho as duas Coordenadoras
Pedagógicas das referidas Instituições. Dessa forma, participaram da pesquisa: a
Coordenadora da Escola Pública Municipal São Sebastião e a Coordenadora da Escola
Pública Municipal Padre José de Anchieta.
3.4 Instrumento de Coleta de dados
Utilizou-se como instrumento de coleta de dados o questionário formado por
perguntas abertas relacionadas ao tema do estudo.
O questionário é um instrumento desenvolvido cientificamente, composto de um
conjunto de perguntas ordenadas de acordo com um critério predeterminado, que deve
ser respondido sem a presença do entrevistador (MARCONI; LAKATOS, 1999, P.100)
e que objetiva coletar dados de um grupo de participantes.
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS DA PESQUISA
Minayo, Deslandes e Gomes (2001) consideram que a análise de conteúdo, na
atualidade é compreendida como um conjunto de técnicas com suas funções principais
na sua aplicação: a verificação de hipóteses e a descoberta do que está por trás dos
conteúdos manifestos. Os empregos destas técnicas são variados (análise de textos,
identificação do estilo de um escritor, análise de depoimentos etc.), destacando a análise
e interpretação dos fenômenos sociais.
Com o objetivo de uma melhor compreensão dos dados obtidos, organizou-se os
dados pessoais desses profissionais numa tabela ilustrativa, adotando nomes fictícios
para preservar a identidade dos participantes.
Tabela 1. Caracterização do perfil dos participantes da pesquisa
Sujeitos da Sexo Idade Formação Escolaridade Tempo de
pesquisa acadêmica atuação como
coordenador

CP1 F 33 anos Pedagogia Pós-graduação 05 anos


CP2 F 31 anos Pedagogia Graduação 01 ano
4.1 Discussão dos dados
4.1.1 Motivos para a escolha de atuar como Coordenador(a) Pedagógica
A primeira pergunta do questionário objetivava compreender o motivo pelo qual
elas escolheram atuar como coordenadoras pedagógicas.
A busca insensata por novos conhecimentos e novas experiências (CP1).
Oportunidade de crescer em conhecimento e profissionalmente (CP2).
Constata-se através das respostas das participantes da pesquisa que a principal
justificativa para a escolha em atuar como Coordenadoras Pedagógicas a oportunidade
de adquirir novos conhecimentos, crescendo assim profissionalmente. O coordenador
pedagógico deve estar sempre buscando novos conhecimentos, para uma prática exitosa
nessa função, fato que podemos perceber nas falas das coordenadoras pedagógicas
participantes da presente pesquisa.
4.1.2 Funções de um Coordenador Pedagógico
A respeito das principais funções de um coordenador pedagógico, indagou-se:
“Na sua visão, quais são as funções de um coordenador pedagógico?”
Introduzir novas práticas no ambiente escolar, beneficiando
os processos de ensino-aprendizagem (CP1).
Coordenar sua equipe de professores;
Orientar professores quanto a sua prática pedagógica e metodologia;
Apoiar e não fazer o papel do outro;
Analisar diários, planos e fichas;
Dialogar com grupo gestor, educadores e educandos. (CP2)
Baseando-se nas respostas das participantes, pode-se perceber que para a CP1
uma das principais funções do coordenador pedagógico é a busca por novas práticas
dentro da escola, práticas adequadas as necessidades daquele ambiente escolar. Já para a
CP2, uma função primordial do coordenador é andar alinhado sempre com sua equipe
(gestão escolar, docentes e discentes), ajudando e apoiando as atividades desenvolvidas
dentro do ambiente escolar, participando também do planejamento de todo o processo
educativo.
Libâneo (2001) reforça que o coordenador supervisiona, acompanha, assessora,
apoia, avalia as atividades pedagógicas curriculares, sua atribuição prioritária é prestar
assistência pedagógico-didática aos professores em suas respectivas disciplinas, no que
diz respeito ao trabalho interativo com os alunos.
4.1.3 Fatores que interferem e dificultam a ação do Coordenador
Pedagógico no ambiente escolar
Aqui buscou-se compreender quais fatores interferem e dificultam a ação das
participantes enquanto coordenadoras nas escolas da rede municipal.
O que mais dificulta é a falta de compromisso de alguns professores,
e a baixa participação da família na escola. (CP1)
Falta de diálogo dentro da equipe escolar, e a resistência de mudança em alguns
professores, o medo de errar, ou seja, a insegurança no coordenador. (CP2)
As duas Coordenadoras participantes da pesquisa afirmaram que uma grande
dificuldade enfrentada na função exercida por ambas é a falta de compromisso, a
resistência de alguns professores. Apenas uma Coordenadora afirmou que um fator que
dificulta sua atuação é a insegurança, o medo de errar.
O trabalho de coordenação é um trabalho de integração, de envolvimento, de
coletividade e de comprometimento.
4.1.4 Demandas recebidas periodicamente pelos Coordenadores
Pedagógicos, e se são correspondentes a suas reais funções
Nesse quesito procurou-se saber quais as principais demandas recebidas
periodicamente pelas Coordenadoras feitas pelos gestores de suas escolas e se estas
demandas estavam de fato correspondente as suas funções.
Calendário com datas para entrega de planos, minutas, relatórios e projetos.
Sim essas demandas são da minha função. (CP1)
Informações diretas para professores, demandas que envolve diretamente pais e alunos.
Questões burocráticas que são demandas direcionadas para secretários e diretores. (CP2)
A CP2 informou que algumas demandas que recebe são de ordem burocráticas,
que fogem de sua real função, pois as questões burocráticas estão voltadas diretamente
para a função do secretário e diretor da escola.
Os Coordenadores Pedagógicos, segundo Christov (2010), sentem-se frustrados
por não conseguirem executar seus trabalhos. As reuniões que realizam com os docentes
servem apenas para dar informação e nada mais, pois os coordenadores são chamados a
todo o momento para resolverem problemas emergenciais que aparecem no dia a dia
escolar. Para modificar essa situação, é preciso que o coordenador tenha uma boa
formação e que esta sustente a sua práxis.
4.1.5 Relação gestão escolar e a ação do Coordenador Pedagógico
Buscou-se a partir deste quesito entender como é a relação de cada participante
(Coordenadora) com a gestão escolar da instituição de ensino em que trabalham.
Sim, democrática e participativa, pois participo diretamente
das tomadas de decisões e dos planejamentos. (CP1)
Sim, o coordenador pedagógico é apoiado e faz
parte do grupo gestor, pois é um membro do mesmo. (CP2)
Ambas as profissionais participantes desta pesquisa afirmaram que a relação da
gestão escolar e a ação delas enquanto coordenadoras é sim democrática e participativa.
Isso é algo muito positivo, pois essa relação democrática, é de fundamental importância
para o bom desenvolvimento do processo de ensino e que este seja exitoso.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A pesquisa foi elaborada a partir da seguinte indagação: Como se dá a relação
entre a Coordenação pedagógica e a Gestão da escola, dentro do ambiente escolar das
escolas públicas municipais de São Félix do Piauí.
A fim de se responder a tal indagação procurou-se compreender as ações do
coordenador pedagógico das escolas públicas municipais de São Félix do Piauí e sua
relação com a gestão escolar; delinear o perfil das Coordenadoras participantes da
pesquisa; buscar entender quais fatores influenciaram a escolha das profissionais pela
função de Coordenadora Pedagógica; e saber como se dá a influência da gestão escolar
no trabalho do coordenador pedagógico.
Considerando a indagação inicial da pesquisa, conseguiu-se compreender que a
relação entre Coordenador Pedagógico e Gestão Escolar das escolas públicas municipais
de São Félix do Piauí é sim democrática e participativa, assim espera-se que os
resultados deste estudo, contribuam para que todos aqueles que fazem parte do ambiente
escolar e sociedade em geral, reconheçam a importância da presença do coordenador
pedagógico nas escolas brasileiras, públicas e privadas, e compreendam que o
coordenador pedagógico é sim um membro muito importante dentro da gestão da
escola.
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