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Faculdade de Educação

Curso de Mestrado em Educação

Projecto de Pesquisa

A Influência do trabalho da Gestão Escolar no Desempenho dos alunos: estudo de


caso Escola Primária de Tsalala

Discente: Docentes:
Albertina André Calane Prof. Doutor Aires Mombassa

Maputo, Fevereiro de 2024


Índice

Capítulo I. Introdução........................................................................................................4

1.1 Contextualização

1.2. Descrição do problema.......................................................................................4

1.2. Objectivos...............................................................................................................5

1.2.1. Objectivo geral.....................................................................................................5


1.2.2. Objectivos específicos.........................................................................................5
1.3. Perguntas de pesquisa.............................................................................................5

1.4. Justificativa.............................................................................................................5

1.5. Estrutura do trabalho...............................................................................................6

Capítulo II. Revisão da Literatura.....................................................................................7

2.1. Conceitos-chave......................................................................................................7

2.1.1. Escola...................................................................................................................7
2.1.2. Escola como organização.....................................................................................7
2.1.3. Gestão escolar......................................................................................................8
2.1.4. Gestor escolar......................................................................................................8
2.1.5. Desempenho escolar............................................................................................8
2.2. Quadro teórico........................................................................................................9

2.2.1. O papel do gestor escolar.....................................................................................9


2.2.2. Factores que inflênciam o desempenho escolar dos alunos...............................10
2.2.3. Relação entre a gestão escolar e o desempenho escolar dos aluons..................11
2.2.4. Impacto do gestor escolar no desempenho escolar dos alunos..........................11
Capítulo III. Metodologia................................................................................................12

3.1. Abordagem metodológica.....................................................................................12

3.2. Descrição do local do estudo................................................................................13

3.3. População e amostra.............................................................................................13

3.3.1. Processo de amostragem....................................................................................13


3.4. Técnicas e Instrumentos de recolha de dados.......................................................13

3.5. Técnicas de análise de dados................................................................................14

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3.6. Questões éticas......................................................................................................14

4. Cronograma.................................................................................................................15

5. Orçamento...................................................................................................................15

6. Referências bibliográficas...........................................................................................16

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Lista de Abreviaturas, Acrónimos e Siglas

IFP – Instituto de Formação de Professores

INDE - Instituto Nacional de Desenvolvimento da Educação

MINED – Ministério da Educação

MINEDH – Ministerio da Educação e Desenvolvimento Humano

PCEB - Plano Curricular do Ensino Básico

PEE - Plano Estratégico da Educação

REGEB - Regulamento Geral do Ensino Básico

SNE- Sistema Nacional de Educação

UNICEF _ Fundo das Noções Unidas Para a Infância

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Capítulo I. Introdução

A questão do desempenho escolar de alunos, associada a gestores escolares,


concretamente nas escola públicas em Moçambique vem sendo discutida com
regularidade nos últimos tempos, tanto por sociedade civil assim como pelos órgãos que
superintendem a área da educação Moçambicana, que datam desde o surgimento da 1ª
Lei do Sistema Nacional de Educação (SNE) Lei 4/83 e 23 de Março e revista pela lei
6/92, de 6 de Maio, que tinha como objectivo principal formar o homem novo, a 2ª Lei
de 6/92 que tinha como objectivo principal de graduar alunos reflexivos e criativos, com
valores e que lhes permitissem a sua inserção na comunidade, (INDE/MINED,2008),
de até à última Lei 18/2018 de 28 de Dezembro, esta que visa preparar indivíduos
competentes para a sua integração harmoniosa no mundo global, Portanto, diante dessas
transformações, várias decisões são tomadas pelos dirigentes da área, com vista a
fornecer melhores serviços (qualidade) de educação ao povo Moçambicano.

Importa referir que para que qualquer lei se operacionalize, vários documentos
normativos políticos são elaborados com o escopo de regular o processo educativo de
um país, neste caso, existe a Política Nacional de Educação regulamentada pelos:
Regulamento Geral de Avaliação do Ensino Primário ( XXXx); Plano Curricular do
Ensino Básico (PCEB), Regulamento Geral do Ensino Básico (REGEB), Plano
Estratégico da Educação (PEE) 2012- 2016/19 Plano Estratégico da Educação (PEE) -
2020-2029, onde estes dois últimos documentos, de entre vários objectivos estratégicos
traçadas, a formação de gestores escolares constitui um dos principais desafios para a
melhoria da qualidade da educação. E será dentro deste propósito da Influência da
Gestão Escolar no Desempenho dos alunos que o nosso trabalho vai se cingir.

1.1 Contextualização

O sistema educativo moçambicano vigente desde 1992, no quadro das reformas


engendradas no campo político, económico e social, a educação deixou de ser
monopólio do Estado, isto é, vários actores educativos participam não só na provisão
deste serviço básico como também no desempenho escolar dos alunos.

A lei 6/92 de 6 de Maio no seu artigo 5 do número 3 do Sistema Nacional de Educação,


SNE, preconiza que os pais, a família, os órgãos locais do poder e as instituições

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económicas e sociais contribuem para o sucesso da escolaridade obrigatória,
promovendo a inscrição das crianças em idade escolar, apoiando nos estudos, evitando
as desistências particularmente antes de completar as sete classes do ensino primário.

Apesar de os professores e pais e/ou encarregados de educação serem considerados os


actores responsáveis pelo desempenho escolar, o presente trabalho procurou abordar
sobre A Influência da Gestão Escolar no Desempenho dos alunos: estudo de caso
Escola Primária de Tsalala.

Segundo Monteiro (2015) o desempenho dos alunos na escola não depende inteiramente
do seu rendimento na sala de aula e da competência dos professores, mas sim de toda
comunidade educativa.

Ao estudar os factores intra-escolar e os factores estra-escolar enquanto dimesoes para a


compressão do rendimento escolar, vários autores enumeram um conjunto de
variáveis….

 Você deve continua a escrever, reflectir várias questões. Trazer outros estudos
que abordam as questões de desempenho escolar com base na gestão do gestor
escolar…

 Enfatizar os aspectos que você irá estudar;

 Explicar a relevância do teu estudo. O que difere com os demais estudo já


publicados.

 Clarificar na contextualização como se encontra o debate atual sobre as


questões da gestão escolar no desempenho do aluno.

 Quais são as visões atuais sobre a gestão voltada para o desempenho do aluno?

 Veja que a gestão é um campo muito vasto. Você deve procurar identificar
aspectos que considera importante para estudo… e justificar porque o teu estudo
irá considera este ou aquele aspecto.

 Faça uma contextualização neste sentido. Procedendo desta maneira o teu


trabalho será mais robusto.

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1.2. Descrição do problema
Nos dias de hoje, dada as dificuldades que as escolas enfrentam, desde a superlotação
dos alunos nas salas de aulas, problemas de falta de salas de aulas de qualidade,
exiguidade de professores, faz com que a função de ser gestor escolar não seja uma
tarefa fácil. Encontra-se muitas dificuldades dentro do espaço escolar, no entanto, o seu
papel é imprescindível para dar sentido às novas conquistas e efectivar as relações
democráticas afectivas e escolares.

Neste contexto, segundo Barroso e Carvalho (2009, p.12) "o trabalho da gestão escolar
se deve centrar nas questões pedagógicas e que é aí que deve residir o essencial das
mudanças da organização e funcionamento das escolas. Essa intervenção é necessária
para gerir, em cada escola, a heterogeneidade dos alunos preservando, ao mesmo tempo,
os princípios comuns à universalização do ensino público".

Esta ideia e contrariada com Lopes (2013) quando afirma que a gestão escolar engloba
todas as actividades da instituição. Ela é responsável, através de seu gestor, por garantir
a organização e desenvolvimento da gestão da escola, materializando planos e projectos
elaborados pela mesma.

Este autor ainda realça que:

Para a realização de suas funções, pode-se classificar a gestão escolar


em três áreas que funcionam de forma interligada e que na opinião de
de Luck, 2006, chama de dimensões dentro da gestão escolar:

a) gestão de Recursos Humanos: refere-se ao relacionamento com


pais, alunos, comunidade, professores e pessoal administrativo, que
deve ocorrer de forma a garantir o perfeito funcionamento da escola,
contornando os problemas que surgirem e as questões de
relacionamento humano.
b) gestão Administrativa: relaciona-se à parte física e institucional.
[...] é o prédio e os equipamentos/materiais que a escola possui e a
parte institucional são os direitos e deveres, as actividades da
secretaria e a legislação escolar;
c) gestão Pedagógica: estabelece os objectivos gerais e específicos
para o ensino, definindo-os a partir do perfil da com unidade e dos
alunos, além de elaborar os conteúdos curriculares e acompanhar e

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avaliar os alunos, os professores e a equipe gestora. As atribuições da
gestão pedagógica estão descritas no Regimento Escolar e no
Projecto Político Pedagógico da escola. (Lopes, 2013, p. 31).

Ao passo que Lück (2009) aborda a gestão escolar por meio de dimensões, sendo
divididas em dimensões de organização e dimensões de implementação. Segundo a
autora, essa divisão serve apenas para efeitos de estudo, pois todas as dimensões são de
facto inter-relacionadas e interdependentes com maior ou menor intensidade, conforme
a situação envolvida. Lück (2009, p. 28) segue dizendo que “a sua aplicação deve ser
entendida como um processo dinâmico e interativo, em vista do que a sua aplicação
isolada pode representar o empobrecimento das acções de gestão escolar.” Seguem as
descrições das dimensões de Lück (2009):
Grupo 1: Organização – nesse conjunto estão agrupadas as
dimensões que tenham por objectivo a preparação, a ordenação, a
provisão de recursos, a sistematização e a retroalimentação do
trabalho a ser realizado. Essas dimensões “não promovem
directamente os resultados desejados, mas são imprescindíveis para
que as dimensões capazes de fazê lo sejam realizadas de maneira
mais efectiva” (Lück apud Lück, 2009. P. 26). As dimensões desse
conjunto e sua caracterização são: Fundamentos e princípios da
educação e da gestão escolar; Planejamento e organização do
trabalho escolar; Monitoramento de processos e Avaliação
institucional.

Analisando os depoimentos dos autores acima citados relativamente a gestão escolar, no


contexto real a pode-se aproximar aos conceitos de Luck e Lopes, que no seus parecer
uma gestão escolar não se deve resumir na área ou dimensão pedagógicas de modo a
que se tenha um bom desempenho escolar do aluno, uma vez que o processo educativo
para que seja eficiente e eficaz envolve não somente a área pedagógica, mas sim áreas
ou dimensões de recursos humanas, materiais/ equipamentos e financeiros.

Havendo esta consciência por parte dos gestores escolares, mesmo com as dificuldades
mencionados acima, o desempenho escolar do aluno que actualmente tem sido matéria
de discussão não seria problema. Só que para tal, há necessidade que os gestores
escolares façam a avaliação do processo da sua gestão, o que Luck (2009), chama de

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gestão de resultados educacionais que se baseia na análise dos processos e das práticas
de gestão traduzidos por indicadores de desempenho, sendo um desdobramento das
acções de monitoramento e avaliação que objectivam a melhoria do aprendizado dos
alunos. Esse assunto tem tido pouca atenção das escolas.

Entender como os diversos factores afetam o rendimento dos alunos,


tanto dentro como fora da escola, é condição primordial para a
eficácia escolar e é a base da gestão de resultados que tem a
característica de ser sistemática e contínua dentro de um sistema de
ensino, para fins de comparabilidade, e está relacionada à definição
de metas de desempenho, internalizando uma cultura de melhoria do
ensino Lück, (2009, p. 76).

Para este efeito, foi elaborado o PEE - 2020-2029, resultado de uma avaliação do PEE
2012- 2016/19 cujas conclusões e recomendações foram relevantes para a definição das
prioridades do Sector nos próximos 10 anos. Para o processo de elaboração, foram
realizados seminários de consulta, sendo um nacional, dois regionais e onze provinciais,
com a participação de técnicos dos níveis central, provincial e distrital, em que foram
discutidos os desafios, prioridades e áreas de intervenção. Foram igualmente realizadas
reuniões técnicas entre o (MINEDH), outros ministérios-chave e parceiros de
cooperação para a definição da visão, missão, objectivos estratégicos e acções
prioritárias de cada programa do PEE.

Nesta avaliação foi concluído que nos últimos anos registaram-se avanços importantes
no sector de educação em vários aspectos, como por exemplo: i) o estabelecimento da
Educação Pré-Escolar como um subsistema de Educação, com base na Lei N.º 18/2018,
de 28 de Dezembro, Lei do Sistema Nacional de Educação; ii) a melhoria da equidade
no acesso e participação na educação, com enfoque para a rapariga. Mas, apesar dos
progressos alcançados nestas áreas, persistem desafios como: i) a expansão do sistema
educativo de qualidade em todos os níveis, com particular realce para o Pré-escolar e o
nível Pós-Primário.

Segundo Nóvoa (1995, p.35), “a escola tem de ser encarada como uma comunidade
educativa, permitindo mobilizar o conjunto dos actores sociais e dos grupos
profissionais em torno de um projecto comum. Para tal, é preciso realizar um esforço de

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demarcação dos espaços próprios de acção, pois só na clarificação destes limites se pode
alicerçar uma colaboração efectiva”.

Actualmente, avaliações internacionais e nacionais realizadas no país mostram


consistentemente problemas significativos no desempenho escolar. A avaliação
internacional feita pela UNICEF – Mozambique 2016 afirmou que a taxa de conclusão
do ensino primário continua abaixo dos 50% , o que significa que mais de metade dos
alunos matriculados não conclui o nível primário). E a avaliação nacional feita por
INDE, 2017 diz que a aprendizagem escolar permitiu constatar que a percentagem dos
alunos da 3.ª classe com capacidade de leitura a nível nacional era de apenas 6,3% em
2013, tendo reduzido para 4,9% em 2016). Estes resultados indiciam a existência do que
Hossain e Hickey (2019) denominam por ‘crise de aprendizagem’ ou ‘escolarização
sem aprendizagem’, para descrever situações em que os Governos conseguem assegurar
que uma boa parte da população tenha acesso à educação, sem que a qualidade da
mesma registe algum tipo de melhoria. A qualidade de ensino é expressa pelo
desempenho escolar dos alunos, sobretudo no que se refere às competências de leitura,
escrita, cálculo numérico, habilidades para a vida e o reforço da capacidade institucional
( de acodo com MINED, 2014).

1.3. Problematizacao

Programa Quinquenal do Governo: 2020-2024, tem como Prioridade I: Desenvolver o


Capital Humano e a Justiça Social, nesta prioridade, tem por objectivo estratégico (i):
Promover um Sistema educativo de qualidade, inclusivo, eficiente e eficaz que responda
as necessidades do desenvolvimento humano, onde uma das acções é de garantir um
ambiente e condições de aprendizagem de qualidade no Ensino Primário para a
aquisição de competências de leitura, escrita e cálculo.

Os objectivos estratégicos principais correspondem aos grandes eixos prioritários que


guiam o desenvolvimento do PEE 2020-2029, o segudo que visa assegurar a qualidade
da aprendizagem. Segundo o mesmo documento nota-se ainda que, os índices de
aprendizagem no Ensino Primário não são satisfatórios. Os resultados de duas
avaliações nacionais da aprendizagem, na 3ª classe, revelam um decréscimo entre 2013
e 2016, com a percentagem de crianças com competências de literacia a reduzir de 6.3%
para 4.9% (MINEDH 2019).

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No que diz respeito ao Acesso, participação, retenção e equidade; Nos últimos anos
registaram-se avanços importantes na promoção da equidade no acesso e participação
na educação, com enfoque para a rapariga. Os progressos neste pilar são descritos a
seguir:
No Ensino Primário, os efectivos do subsistema duplicaram entre 2004 e 2018, com
mais de 6,5 milhões de estudantes em 2018. Contudo, é necessário ter em conta a alta
taxa de crescimento demográfico e a estrutura etária da população, com mais de metade
em idade escolar (MINEDH, 2019)
Apesar deste progresso acima mencionados, são apresentados alguns desafios a
destacar: é necessário expandir o sistema educativo em todos os níveis, com particular
realce para o nível Pós-Primário, onde a pressão da demanda está a crescer rapidamente
(MINEDH 2019) e a ineficiência interna da escola afecta negativamente a qualidade da
educação. Por exemplo, o número médio de anos que uma criança demora a concluir o
Ensino Primário é de cerca do dobro do que se esperaria. No geral, a eficiência interna
da escola é fraca, a taxa de conclusão do Ensino Primário é de 42% com as crianças a
demorarem, em média, o dobro do tempo que seria esperado para concluir este nível de
ensino.

Um dos factores que contribui para a baixa qualidade da educação é a limitada


competência de alguns professores, resultante da deficiente base de partida dos
programas de formação e formadores dos IFP, associada à insuficiente supervisão e
apoio pedagógico, no exercício das funções. Nas escolas onde os professores têm mais
conhecimentos e são assíduos regista-se, em regra, melhor aproveitamento. O
rendimento escolar no EP é ainda influênciado pelo facto de o EP estar a ser leccionado
numa língua não familiar para a maioria das crianças, particularmente, nas zonas rurais.

A Lei N. o 18/2018, de 28 de Dezembro, Lei do Sistema Nacional de Educação, refere o


facto de este nível inicial de escolarização ser fundamental para o desenvolvimento da
personalidade das crianças e sua preparação para o ingresso na vida produtiva, dando
assim ênfase ao seu importante papel social e de cidadania.

Mas segundo o mesmo plano estratégico da educação PEE (2020-2029), cita que para se
coloque em prática este desiderato são identificados alguns desafios neste subsistema,

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nomeadamente o da qualidade e da equidade com foco na igualdade de género para que
todas as crianças possam concluir com qualidade os dois ciclos do EP. Como é referido
na Agenda 2025 é necessário dedicar especial atenção à formação e educação da
rapariga para que possa usar todo o seu potencial.

Para que seja ultrapassados estes desafios foram traçadas algumas acções contidas no
terceiro objectivo estratégico que diz para optimizar o uso dos recursos disponibilizados
ao Ensino Primário, tornando o sistema eficiente e eficaz entres varias acções
prioritárias, temos uma acção virada ao tema em estudo que visa a Identificação das
necessidades de capacitação dos gestores escolares em matérias de gestão curricular,
pedagógica e financeira e patrimonial.

No que concerne a formação de professores, a que salientar que em todo o mundo, e


particularmente, em Moçambique, a formação do professor desempenha um papel
fundamental nos resultados da aprendizagem dos alunos.

E neste sentido, segundo o PEE (2020-2029), diz com vista a permitir o aumento do
acesso sustentável ao Ensino Primário e assegurar que todos os professores tivessem,
pelo menos, um ano de formação psicopedagógica, foi introduzido em 2007 o curso de
10ª classe + 1 ano de formação. Este curso de formação inicial de professores é
complementado por uma formação em exercício à distância. Assim, desde 2007 são
graduados anualmente através do curso de 10ª + 1ano 9000 professores de N4. Em
2012, foi introduzido experimentalmente um novo curso de formação de professores
primários, mantendo como nível de ingresso a 10ª classe e aumentando para 3 anos de
duração. Desde 2014, graduam-se anualmente cerca de mil professores de N3.

Não bastando ter professores com qualidade e nivel desejado para garantir uma boa
gestao escolar, neste contexto, O MINEDH entende que as actividades do subsector da
Educação e Formação de Professores só terão a repercussão desejada se os gestores
educacionais a todos os níveis e, em especial os das instituições de ensino e formação
forem formados para responderem adequadamente às suas funções (PEE 2020-2029).

Assim, em 2013 foi criado o curso de formação de gestores, que funcionou inicialmente
em 3 Institutos de Formação de Professores (norte, centro e sul), com currículo e

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materiais elaborados para o efeito e com a duração de 30 dias. Em 2016 foi feita uma
avaliação externa do referido curso que salientou que: o desempenho dos directores
formados e não formados não difere substancialmente, havendo, por conseguinte, a
necessidade de tornar o curso mais prático, mais capaz de fazer com que os formandos
utilizem os conhecimentos adquiridos na mudança efectiva da realidade da escola (PEE
2020-2029).
Face ao exposto e de acordo com a realidade actual, coloca-se a seguinte questão
científica: Em que medida o trabalho da gestão escolar influencia o desempenho dos
alunos da Escola Primária Completa de Tsalala?

1.4. Objectivos
1.4.1. Objectivo geral
 Analisar a influência do trabalho da gestão escolar no desempenho dos alunos da
Escola Primária Completa de Tsalala

1.4.2. Objectivos específicos


 Identificar as principais áreas de incidência do trabalho da gestão escolar na
Escola Primária Completa de Tsalala;

 Descrever o efeito do trabalho da gestão escolar no desempenho do professor e


do pessoal não docente afecto na Escola Primária Completa de Tsalala;

 Aferir o nível de influência do trabalho da gestão escolar na aprendizagem dos


alunos da Escola Primária Completa de Tsalala.

1.5. Perguntas de pesquisa


Tendo em consideração os objectivos específicos estabelecidos acima, esta pesquisa
procurará responder às seguintes perguntas:

 Que influencia o gestor escolar trás na melhoria do desempenho escolar do


aluno da escola Primaria Completa de Tsalala;

 Qual é o impacto do trabalho do gestor escolar no desempenho escolar dos


alunos da escola Primaria Completa de Tsalala;

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 Qual é a relação que existe entre a gestão escolar e o desempenho escolar dos
aluno na escola Primaria Completa de Tsalala.

1.6. Justificativa
Esta pesquisa surge pelo facto de a pesquisadora ter observado nas pautas de frequência
da 5a classe da Escola Primária Completa do Stalala dos anos 2020 e 2021, o baixo
desempenho escolar dos alunos na disciplina de Ciências Naturais. O baixo desempenho
escolar, nesta disciplina se caracteriza nos seguintes aspectos: nas medidas de tendência
central, a média nesta disciplina no ano de 2020 foi de (10.9 valores), com uma moda de
(9 valores); enquanto que em 2021 a média na disciplina de Ciências Naturais foi de
(8.8 valores), com uma moda de (8 valores). Estes resultados de forma decrescente
nestes dois anos, vão concredizar com o que tem sido frequente ouvir que nas escolas
públicas o desempenho escolar dos alunos é baixo.

No âmbito social o problema de desempenho escolar de alunos nas escolas nos últimos
anos tem sido associado a qualidade do professor, das condições das escolas,
superlotação de alunos nas salas de aulas, entre outros factores (fraca participação de
pais/encarregados da educação no acampanhamento do seu educando). Mas nem sempre
tem se observado o nível e na qualidade do gestor escolar na implementação de politicas
educacionais de modo a melhoria do desempenho escolar do alunos e de todo o
processo educativo.

Esta pesquisa é igualmente pertinente no âmbito social, ao constatar que o ambiente


social e as características pessoais dos alunos, não só depende dos factores como
condições dos estabelecimentos de professores ou superlotação de alunos nas salas de
aulas, mas, em grande medida a qualidade, a presença dos gestores escolares quando
estes forem a valorizar crescimento do papel das lideranças no desenvolvimento da
autonomia das escolas.

Em relação ao contexto de politicas educacionais, o desenvolvimento desta pesquisa


permitirá levantar os pontos essenciais que vão ajudar os gestores das escolas a estarem
mais atentos ao desempenho escolar dos alunos, bem como auxiliar aos próprios alunos
a saber como proceder em caso de estar perante uma situação do fraco desempenho
escolar. A participação activa do gestor escolar no processo ensino aprendizagem e na
gestão escolar traz vantagens para a escola como também para os alunos, pois as tarefas

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da escola não se limitam na transmissão de conhecimento, mas também de habilidades
para a vida.

No que diz respeito a pertinência do estudo no âmbito cientifico servirá de fonte de


consulta para futuros estudos com temas semelhantes, ou simplesmente para leitores
interessados em analisar a influência do trabalho do gestor escolar no desempenho dos
alunos da Escola Primária Completa de Tsalala.

1.7. Estrutura do trabalho


O presente trabalho, encontra-se estruturado em quatro partes, a saber:

Na primeira parte apresenta-se a introdução, onde esta abordada a descrição do


problema, objectivos (objectivo geral e específicos), perguntas de pesquisa, justificativa
e estrutura do trabalho. O primeiro capítulo, refere-se a revisão literária, procurando
apresentar os conceitos- chaves e quadro teórico. Conceitos chaves serão descritas:
Discussão dos conceitos-chave: Gestão Escolar Vs Desempenho Escolar, Teorias da
Gestão Escolar Vs Teorias sobre desempenho escolar; o ensino Primário no contexto
das mudanças Sócio-Políticas e Económicas e desempenho escolar dos alunos do ensino
primário: Uma análise a partir da gestão escolar. No quadro teórico serão abordados os
seguintes conteúdos: o papel do gestor escolar, factores que influênciam o desempenho
escolar dos alunos, relação entre a gestão escolar e o desempenho escolar dos alunos e
impacto do gestor escolar no desempenho escolar dos alunos. No terceiro capítulo
encontra-se focalizado na metodologia, onde ia constar: abordagem metodológica, onde
consta: descrição do local do Estudo; Classificação da Pesquisa (quanto à natureza,
quanto a abordagem, quanto ao objectivo, quanto ao procedimento metodológico),
População e amostra, Técnicas e Instrumentos de recolha de dados, Técnicas de análise
de dados, Questões éticas; cronograma, orçamento e referencias bibliográficas.

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Capítulo II: Revisão da Literatura

No presente tópico fez-se confrontação de ideias de vários autores em torno do tema em


destaque de forma a garantir a fundamentação científica da pesquisa. E para a melhor
percepção do estudo, houve necessidade de perceber os conceitos das expressões
abordadas ao longo do trabalho, de forma a analisar a influência do trabalho do gestor
escolar no desempenho dos alunos da Escola Primária Completa de Tsalala.

2.2. Discussão dos conceitos-chave: Gestão Escolar Vs Desempenho Escolar

2.2.1 Gestão Escolar

A gestão escolar é uma forma de administrar a escola por inteiro. Isto quer dizer que a
boa gestão está na busca por atender as exigências de todos os sectores envolvidos.
Desde os funcionários, estrutura física do prédio, até em relação ao contato com os pais
e alunos, e o clima destes com o ambiente educacional. Para que se tenha um ambiente
saudável financeiramente e socialmente, cada peça deste quebra cabeça deve ser tratada
com igual relevância.

A Gestão escolar, neste estudo, se relaciona à percepção de liderança pedagógica e das


acções de engajamento que os professores têm a respeito do Director escolar e do
trabalho colaborativo, respectivamente. Desse ponto de vista, a Gestão Escolar assume
um significado próximo do referenciado por Lück (2008), vinculando-se, em sentido
genérico, à habilidade do Director em gerir a dinâmica da unidade educacional, de
forma participativa e compartilhada, com o intuito de garantir o avanço dos processos
educativos de sua unidade ou ainda à ideia de liderança eficaz Reynolds & Teddlie,
( 2008).

Assim, a Gestão Escolar foi operacionalizada como uma dimensão composta pela
liderança pedagógica e engajamento, centrais para a gestão de uma organização escolar
pública brasileira que envolve muitas actividades, como organizar a autonomia, a
elaboração, monitoramento e melhoria da proposta pedagógica, a administração de

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pessoal e recursos materiais e financeiros, a articulação com a família e sociedade etc.
(conferir em: LDB, Art. 12 – Brasil, 1996).

Autores como Paro (2007) têm afirmado que a gestão representa um dos condicionantes
da qualidade do ensino. Segundo Libâneo (2008, p. 10), “o modo como a escola
funciona – suas práticas de organização e gestão – faz diferença em relação aos
resultados escolares”. Com respeito a estas práticas na gestão escolar, pode-se citar a
capacidade de liderança dos dirigentes, sobretudo do director, a gestão participativa, o
clima de trabalho, a organização do ambiente, as relações entre os sujeitos escolares e
outros.

Libâneo (2002) acrescenta que gestão escolar instrui a organização e funcionamento das
escolas sobre a perspectiva administrativo-pedagógica visando à melhoria da qualidade
do ensino, utilizando para obtê-lo um conjunto de ações, meios, procedimentos e
recursos.

Já Oliveira (2007) ressalta que a gestão escolar compõe-se de mecanismos jurídicos e


institucionais na organização de acções que sucinta o planejamento institucional, a
participação social, a criação de políticas educacionais, a tomada de decisão, a
efetivação das deliberações colectivas e períodos de avaliação escolar.

A Gestão Escolar foi identificada nos últimos anos em vários relatórios internacionais
como função fundamental para garantir a qualidade na educação OCDE, (2013). A
pesquisa sobre o tema da Gestão Escolar aumentou e se concentrou na análise do líder
como pessoa e em funções e tarefas de liderança. Além disso, tem sido enfatizado em
estudos de que a gestão qualificada com acções planejadas por meio da avaliação
institucional pode amenizar ou solucionar muitos problemas que surgem nas escolas
Bolívar et al., (2013).

A gestão escolar precisa ser diferente de outras organizações como declara Borgignon e
Gracinho (2000), propostas atreladas ao ensino e relações sociais precisam ter a mesma
perspectiva funcional e não ser duas coisas distintas que não se comunicam entre si.

Libâneo (2015) diz que a gestão escolar tem a função de criar e manter as condições
necessárias, tanto pedagógicas como operacionais, para o bom desempenho dos
professores, a fim de que haja a efectiva aprendizagem não só pelos alunos, mas por
todos. O autor aborda a gestão escolar em três áreas de atuação que estão interligadas:

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a) Sistema de organização e gestão escolar
Essa área está relacionada com outras seis sub-áreas que se articulam entre si para
garantir
o suporte pedagógico e operacional ao trabalho realizado pelos professores dentro da
escola, conforme segue:
- Planeamento, formulação e execução do projecto pedagógico-curricular;
- Organização e desenvolvimento do currículo;
- Organização e desenvolvimento do ensino;
- Práticas de gestão técnico-administrativas e pedagógico-curriculares;
- Desenvolvimento profissional;
- Avaliação institucional e da aprendizagem.
b) Acções de coordenação do trabalho pedagógico;
Essa área aborda a coordenação do trabalho dos profissionais, tendo em vista os
objectivos a serem atingidos. As seguintes ações a compõem:
- Formação de uma boa equipe de trabalho;
- Construção de uma comunidade democrática de aprendizagem;
- Promoção de ações de formação continuada;
- Instituição de formas de associação e participação dos alunos;
- Implementação de ações que visem a participação dos pais dos alunos na escola;
- Criação e manutenção de formas de difusão de informações entre os profissionais de
educação, pais e alunos;
- Criação e manutenção de ações que visem a melhoria das relações interpessoais na
escola;
- Estabelecimento e aprimoramento dos procedimentos de avaliação do sistema escolar,
relacionados à aprendizagem dos alunos.
c) Procedimentos e técnicas:
Essa área aborda a instrumentalização do trabalho escolar, por meio da definição de
procedimentos e técnicas, sendo especialmente relacionada à coordenação pedagógica,
conforme segue:
- Planejamento e elaboração de projectos;
- Reunião de professores;
- Entrevistas;
- Observação das aulas;
- Modelo clínico de formação continuada;

18
- Seminários;
- Conselhos de classe.
Lück (2009, p. 23) define gestão escolar como “meio para a realização das finalidades,
princípios, diretrizes e objectivos educacionais orientadores da promoção de ações
educacionais com qualidade social”. Ela atribui à gestão escolar realizada por um
profissional da educação a função de planejar, organizar, liderar, orientar, mediar,
coordenar, monitorar e avaliar os processos educacionais, com o fito de promover a
efectiva aprendizagem dos alunos.
Libâneo (2012) afirma que a gestão escolar é sociocrítica porque além de agregar
pessoas leva em conta as formas mais democráticas para a tomada de decisões. Neste
modo as decisões colectivas envolvem todos a participar activamente dos processos
escolares.

2.2.2 Desempenho Escolar

A palavra desempnho pode nos submeter vários entendimentos, dos quais, a capacidade
que o aluno tem de assimiliar as matérias ministradas durante as aulas, associado ao
aproveitamento positivo que esta apresenta durante as avaliações periódicas aplicadas a
este aluno ou a progressão que este aluno pode ter durante o final do ano lectivo escolar.

desempenho escolar é um conceito definido por vários autores. Dal´Igna (2007) define o
desempenho escolar como sendo algo que está estritamente ligado à aprendizagem dos
alunos. Está relacionado com a instauração de um conjunto de normatividades que
permitem aos professores avaliar, comparar, diferenciar, classificar, regulando e
conformando a forma como é a carreira do aluno.

Chechia e Andrade (2002) aparecem com uma definição que se diferencia e se distancia
da primeira, no sentido em que definem o desempenho escolar como sendo o percurso
ou carreira escolar dos alunos, isto é, a forma como se apresenta a história escolar dos
alunos. Ao falar da história escolar, fala-se do sucesso ou insucesso escolar, em outras
palavras, desempenho escolar designa a trajectória escolar do aluno desde o início de
sua vida escolar. O desempenho escolar pode referir a qualidade do percurso escolar dos
alunos.

No nosso estudo, usamos a definição de Chechia e Andrade (2002), no sentido de ver o


desempenho escolar como a história ou trajectória escolar dos alunos, ou simplesmente,

19
o seu percurso escolar. Desse modo, esta definição aparece como sendo a mais
apropriada para este estudo.

De acordo com Lamas (2015) o desempenho escolar está relacionado com alcance das
metas educativas, os processos de aprendizagem promovidos pela escola e envolvem a
transformação de um determinado estado em um novo estado; é alcançado com
integridade em uma unidade diferente com elementos cognitivos e estruturais.

2.3 Teorias da Gestão Escolar Vs Teorias sobre desempenho escolar

2.3.1 Teorias da Gestão Escolar

Lima (2001) apresenta quatro modelos teóricos enraizados na tipologia analítica de


Ellström (1983 e 1984): racional-burocrático, de sistema social, político e anárquico.
Lima menciona ainda dois modelos originados da fusão entre o racionalburocrático e o
de sistema social – modelo sócio-intervencionista; e entre o político e o anárquico –
modelo político-interacionista.

Lima destaca o caráter complementar, mais do que alternativo, das dimensões da


tipologia analítica de Ellström: “[...] verdade (dimensão racional), confiança (dimensão
social), poder (dimensão política) e absurdez (dimensão anárquica)”. Segundo a
tipologia de Ellström, historicamente influenciada por Thompson (1967), dois conjuntos
de elementos permitem visualizar a estrutura de cada um dos quatro: “[...] objectivos e
preferências organizacionais, por um lado, e os processos e as tecnologias
organizacionais, por outro [...]” (Lima, 1998, p. 65-66). Em relação a cada um desses
conjuntos de elementos são consideradas duas variáveis: “[...] clareza e consenso
partilhado versus falta de clareza e/ou desacordo ou conflito em relação ao primeiro
conjunto; e transparência/clareza versus ambigüidade/falta de clareza em relação ao
segundo conjunto de elementos” (Lima, 1998, p. 65-66).

O modelo de sistema social e o político são mistos, no sentido de que suas estruturas
combinam distintos elementos da tipologia de Ellström. O primeiro apresenta objectivos
e preferências organizacionais claros e consensuais e adota processos e tecnologias
organizacionais ambíguos e incertos. O segundo tem objectivos e preferências
organizacionais incertos e conflitantes, ao lado de processos e tecnologias
organizacionais claros e consensuais (Lima, 1998).

20
modelo anárquico, extremo oposto do modelo racional-burocrático, apresenta objectivos
e preferências organizacionais incertos e conflitantes e processos e tecnologias
organizacionais ambíguos e não claros. Sua dimensão de absurdez traz a imagem
daquilo que não seria compreensível ou plausível na organização e na realidade
administrativa, uma vez que, na maioria dos casos, os elementos do modelo racional-
burocrático fazem prevalecer, entre outros princípios, a formalidade e a uniformidade
(Lima, 1998).

Nesse mesmo contexto de elaboração conceitual e com propriedades analíticas ligadas à


pluralidade de abordagens, apresenta-se o “modo de funcionamento díptico da escola
como organização”. Esse modo de análise da organização escolar leva em consideração
os dois modelos teóricos opostos de Ellström, utilizados por Lima (1992; 1998; 2001): o
racional-burocrático e o anárquico ou de anarquia organizada. A pluralidade de seus
elementos permite fazer uma interpretação multidimensional das realidades
organizacionais

[...] a acção organizacional ora apresentará um modo de


funcionamento [...] conjuntivo, ora apresentará um modo de
funcionamento disjuntivo. [...] na escola [...] ora se ligam objetivos,
estruturas, recursos e atividades e se é fiel às normas burocráticas,
ora se promove a sua separação e se produzem regras alternativas;
ora se respeita a conexão normativa, ora se rompe com ela e se
promove a desconexão de facto (Lima, 2001, p. 46-47).

Lima (apud Ribeiro, 2005) acrescenta que a análise da estrutura díptica compreende não
apenas dois modos de funcionamento, mas dois pólos para os quais podem tender as
organizações. No díptico, linguagem figurativa que deriva das artes plásticas, a
prerrogativa para o pólo positivo é da burocracia racional, representando a imagem mais
comum em termos de realidade organizacional. O pólo negativo, por questões
históricas, é representado pela imagem da anarquia organizada, enquanto metáfora
recente e com poucos estudos a respeito (Lima citado por Ribeiro, 2005).

2.3.2 Abordagens teoricas sobre desempenho escolar

A forma como o sujeito interage com os objectos de conhecimento influência as


possibilidades que o mesmo tem de produzir uma aprendizagem mais abordagens de
aprendizagem investiga especificamente essas interações (Almeida, 1996;

21
Boruchovitch, 1999) e, por consequência, tem contribuído para reflexões acerca do
papel da escola no desenvolvimento da capacidade de aprender do estudante (Almeida,
1992; Gomes, 2005).

Evidentemente, a forma como o aluno interage com os objectos de conhecimento é


influênciada por uma diversidade de factores. Entre elas estão a capacidade
metacognitiva e de processamento das informações, a motivação, o contexto de ensino-
aprendizagem, o ambiente familiar e social dos alunos, os objectivos e métodos de
ensino, entre outros (Duarte, 2002; Gomes, 2005; Struyven, Dochy, Janssens e Gielen,
2006). Nesse sentido, o estudo das abordagens deve ser articulado gradativamente a
investigações capazes de englobar uma diversidade de preditores (Dembo, 1994; 1996;
Riding e Rayner, 1998).

Do ponto de vista teórico faz sentido que as abordagens expliquem parte do


desempenho escolar dos estudantes, na medida em que as abordagens explicitam as
formas de interação entre sujeito e objectos de conhecimento. Do ponto de vista
empírico, há evidências de que a abordagem profunda, ou activa, se correlaciona
positivamente ao desempenho acadêmico (Da Silva e Sá, 1993; Garner, Hare,
Alexander, Haynes e Winograd, 1984). Conforme argumentado sobre as implicações
práticas do estudo das abordagens, a identificação de perfis de abordagens dos
estudantes auxilia na identificação e prevenção de problemas de aprendizagem e fornece
conhecimentos que podem ajudar a promover intervenções educacionais capazes de
ampliar a capacidade de aprender dos alunos (Boruchovitch, 1993).

2.4 O ensino Primário no contexto das mudanças Sócio-Políticas e Económicas no


Mundo

2.4.1 O direito à Educação Básica

Como conceito, a educação básica veio esclarecer e administrar um conjunto de


realidades novas trazidas pela busca de um espaço público novo. Como um princípio
conceitual, genérico e abstrato, a educação básica ajuda a organizar o real existente em
novas bases e administrá-lo por meio de uma ação política consequente.

A capacidade de mobilização de uma ideia política reside justamente


nos seus conteúdos abstratos. Aliás, a abstração é fonte fundamental

22
de sua força, porque permite que os conteúdos de determinados
princípios gerais possam ganhar redefinições inesperadas, e, portanto,
a questão dos direitos será sempre uma construção imperfeita e
inacabada (Rego, 2006, p.184).

A educação básica é um conceito mais do que inovador para um país que, por séculos,
negou, de modo elitista e selectivo, a seus cidadãos, o direito ao conhecimento pela
acção sistemática da organização escolar.

A educação básica é declarada, em nosso ordenamento jurídico maior, como direito do


cidadão – dever do Estado.

A prática de declarar direitos significa, em primeiro lugar, que não é


um facto óbvio para todos os homens que eles são portadores de
direitos e, por outro lado, significa que não é um facto óbvio que tais
direitos devam ser reconhecidos por todos. A declaração de direitos
inscreve os direitos no social e no político, afirma sua origem social e
política e se apresenta como objecto que pede o reconhecimento de
todos, exigindo o consentimento social e político (Chauí, 1989, p.20).

Do dever, dever de Estado, nascem obrigações que devem ser respeitadas tanto da parte
de quem tem a responsabilidade de efectivá-las, como os poderes constituídos, quanto
da colaboração vinda da parte de outros sujeitos implicados nessas obrigações (Cury,
2002).

2.4.2 Ensino Primário como estratégia para o desenvolvimento Sócio-Político e


económico

O Ensino Primário desempenha um papel importante no processo de socialização das


crianças, jovens e adultos e na transmissão de conhecimentos fundamentais como a
leitura, a escrita e o cálculo. Assim, torna-se importante que o currículo responda às
necessidades da sociedade moçambicana, tendo como principal objectivo formar um
cidadão capaz de se integrar na sociedade e aplicar os conhecimentos adquiridos em
benefício próprio, da família e da sua comunidade (INDE, 2020).

De acordo com a Política Nacional de Educação do país, o ensino primário é prioritário,


correspondendo à educação de base, como instituído pela Constituição da República de
Moçambique, e sob responsabilidade do Governo. Algumas parcerias têm sido feitas,

23
como no caso da UNICEF, no intuito de ampliar o alcance a mais moçambicanos, com
o objectivo de “formar um cidadão capaz de se integrar na vida e aplicar os
conhecimentos adquiridos em benefício próprio e da sua comunidade” (INDE, 2003, p.
16).

Dentro dos objectivos da ONU e da UNICEF para a melhoria da


qualidade de vida das crianças em África, a educação é um dos
principais pilares para a mudança. A educação e o sistema escolar
vêm sendo alvo de inúmeras mudanças no decorrer dos anos, sendo
um dos motivos que levaram os moçambicanos à luta pela
independência, buscando possibilidades de aberturas ao diálogo e de
oportunidades outras, como transformações sociais. Porém, a
realidade observada cotidiana das crianças que frequentam as escolas
está distante deste cenário, com um grande número de desistências
marcando a realidade no país (UNICEF, 2014).

2.5 Desempenho escolar dos alunos do ensino primário: Uma análise a partir da
gestão escolar

2.5.1 O trabalho da gestão escolar no Séc. XXI

A gestão escolar no século XXI é pautada por leis democráticas que auxiliam e ajudam
o trabalho escolar. Assim esse novo gestor é um profissional que consegue gerir de
forma participativa e principalmente democrática, estabelecendo para a comunidade
escolar a qual faz parte um relacionamento de liderança e engajamento.

Para Gadotti (2004) a gestão democrática insere-se em seu próprio projeto político
pedagógico, exigindo dos membros da comunidade uma ruptura com o modelo de
escola pública visto como apenas aparelho burocrático do estado e passando a ser uma
conquista da comunidade onde todos os segmentos assumem sua quota de
responsabilidade frente ao projecto da escola.

É preciso e até urgente que a escola vá se tornando um espaço


acolhedor e multiplicador de certos gostos democráticos como o de
ouvir os outros, não por puro favor, mas por dever, o de respeitá-los,
o da tolerância, o do acatamento às decisões tomadas pela maioria e
que não falte contudo o direito de quem diverge de exprimir sua

24
contrariedade. O gosto da pergunta, da vitória, do debate [...], (Freire,
1997, 89).

Dessa forma, constatamos que a gestão escolar atual está mais preocupada com os
agentes que fazem parte do processo de ensino aprendizagem, voltados em uma
perspectiva democrática, pois, assim o profissional que estará em cargo de gestor saberá
e terá autonomia: administrativa, pedagógica, jurídica e financeira. O que, de certa
forma, só contribuirá para o desenvolvimento de um trabalho de gestão mais eficiente e
eficaz. Define duas razões como justificativas para a implantação da gestão democrática
sendo:

1ª) A escola deve formar para a cidadania e, para isso, ela deve dar o
exemplo (...).

2ª) A gestão democrática pode melhorar o que é específico da escola,


isto é, o seu ensino (...). (Gadotti, 2004, p. 35).

Assim, faz um paralelo entre autonomia e gestão democrática em instituições escolares


sendo que “a autonomia e a gestão democrática da escola fazem parte da própria
natureza do ato pedagógico. A gestão democrática da escola é, portanto, uma exigência
de seu projecto político-pedagógico” (Gadotti, 2004, 35).

Para tanto, escola e comunidade devem trilhar juntas o aprendizado da democracia,


onde o fim da escola é estar à serviço da comunidade e a comunidade envolvida
proporcionará uma melhor participação e envolvimento no serviço prestado a mesma.

A participação e o envolvimento nas actividades desenvolvidas na escola pública, seja


dando sugestões, seja influindo nas decisões, torna-se parte de um processo, do qual já
participam o pessoal da escola e os usuários que podem contribuir para a tão desejada e
nem sempre explicitada autonomia da escola. Na verdade, a descentralização do poder
na escola, propicia mecanismos que viabilizam e estimulam tanto a participação dos
servidores quanto a dos usuários na tomada de decisões no que se refere aos rumos que
a escola deve seguir. Caminho contrário da onda neoliberal conservadora que estimula,
a pretexto de “modernizar” uma gestão eficiente, nos moldes da gestão empresarial
capitalista e que prima pela centralização do poder e pelo não reconhecimento do papel
de sujeitos dos usuários e do pessoal da escola. (Padilha & Romão, 2004).

25
Compreendendo que a administração participativa não ocorre de forma espontânea. “No
âmbito da escola, especificamente é necessário que seja provocada, procurada, vivida e
apreendida por todos os que pertencem à comunidade escolar” (Hora, 2006, p. 51). Na
perspectiva de uma gestão democrática, ideias e comportamentos novos surgem, nos
quais precisa-se acreditar e adotar.

1.O director é aquele que está na liderança, a serviço da


comunidade escolar para o alcance de suas finalidades. 2. Os
especialistas (supervisor, orientador, diretor) são possuidores de
um conhecimento específico em uma área, assim como cada
professor o é; o trabalho colectivo dessas diferentes
especialidades na escola é o que provocará mudanças. 3. A
expectativa que alunos, pais, comunidade têm em relação à escola
é uma dimensão que não pode ser ignorada e sim conhecida para
ser atendida. 4. Os indivíduos precisam assumir as
responsabilidades de suas actividades, sem que alguém lhes diga
o que e como fazer. Não pode, pois, existir a dicotomia – uns
pensam, outros executam -, mas todos precisam ter e desenvolver
o compromisso político próprio do ato educativo. 5. O
individualismo, a desconfiança, a acomodação e o egoísmo
devem ceder lugar ao sentido colectivo da crítica e autocrítica, do
direito e do dever, da responsabilidade social frete ao ato
educativo. 6. O comando, por ser sensível às necessidades e aos
interesses dos diversos grupos, agiliza o confronto dos mesmos,
resultando em ações criadoras. 7. A gestão da escola passa a ser,
então, o resultado do exercício de todos os componentes da
comunidade escolar, sempre na busca do alcance das metas
estabelecidas pelo projeto político-pedagógico construído
coletivamente (Hora, 2006, p.52).

Compreendemos que a gestão participativa para que se torne realidade no âmbito


escolar, é necessário que seja provocado, procurada e apreendida por todos. A gestão
democrática da escola então passa a assumir um carácter diferente, mais humano
voltado para o aluno e para o bem-estar.

26
2.5.2 O rendimento pedagógico dos alunos e sua relação com a gestão escolar

Visando delimitar dentre várias informações necessária para uma gestão escolar, foi
feito um estudo sobre o rendimento escolar e os factores que podem influenciá-los
buscando um entendimento para desenvolver o sistema proposto pela pesquisa.

Rendimento escolar refere-se à avaliação do conhecimento alcançado pelo estudante no


ambiente escolar em um determinado período. Esta avaliação busca verificar o nível de
aprendizagem obtida pelo estudante no processo de ensino.

Já Lordêlo e Verhine (2001) descrevem o rendimento do estudante como uma “função


de uma multiplicidade de factores relativos ao contexto social, ao ambiente familiar e
escolar e da própria formação e personalidade do aluno, agindo conjuntamente”.
(Lordêlo & Verhine, 2001, p.57).

Apesar de não serem unânimes, alguns autores, como Figueiredo, Silva e Ferreira
(1999), identificaram que a variável do gênero do estudante pode influênciar no
rendimento escolar, ao verificarem em seus estudos que as meninas apresentaram
melhores resultados escolares que os meninos. A doutora Dal’Igna (2007) justifica que
o melhor rendimento do sexo feminino pode advir de seu maior interesse, atenção e
esforço, pois as meninas aprendem desde de cedo a serem bem comportadas,
organizadas e obedientes, apresentando assim uma maior capacidade de adaptação à
escola. Porém o gênero não deve ser o factor determinante para o sucesso ou insucesso,
haja vista que há outras variáveis que agem conjuntamente para influênciar no
rendimento escolar como descrito anteriormente por Lordêlo e Verhine (2001).

Paul e Barbosa (2007), no seu estudo de alguns aspectos das políticas públicas com
relação à qualidade do docente e a eficácia escolar na busca da equidade do ensino,
analisou o desempenho dos alunos oriundos das classes sociais menos favorecidas sobre
o aspecto da rotatividade dos professores e sua experiência na docência, e constatou que
o desempenho dos alunos foi melhor para os professores com maior experiência e
também para os professores com menor rotatividade, ou seja, que permanece mais
tempo na escola, isso quando analisado nas perspectivas separadas. Concluindo que a
experiência do docente e permanêcia do professor na mesma escola influênciam no
rendimento do estudante.

27
Com relação às outras variáveis que interferem no desempenho escolar, Almeida,
Gomes, Ribeiro, Dantas, Sampaio, (2005) listam os pessoais do aluno (motivação,
capacidades, atitudes referentes à escola e ao ensino), os pessoais do professor
(personalidade e competências cientifica e pedagógica), a interação entre professor e o
aluno (comunicação, liderança, métodos de ensino e de avaliação), ambiente escolar
(relacionamento interpessoal, clima institucional). Dos factores sociais, esses autores
listam os hábitos, linguagem, projectos e estilos de vida da família, condições de vida
(hábitos alimentares, vestuários), acesso aos itens culturais (livros, jornais, novas
tecnologias) e local da residência com relação ao lazer, serviços e vida associativa a
comunidade.

2.5.3 Desafios e perspectivas da gestão Escolar nos países periféricos.

Escolha as principais dimesoes de analise e apresente como essas questões são


tratadas nos países periféricos, como Mocambique ou Zimbabue … Pode ler alguns
relatórios: UNESCO, UNICEF apresentam problemas de gestão nesses paies.

No âmbito da gestão escolar, Godoy, Rosa e Barbosa (2011, p. 87)) destacam que um
dos maiores desafios dos gestores educacionais e suas instituições é criar e manter um
processo de planeamento que seja constante, dinâmico e participativo, além de “adquirir
a cultura estratégica, para tratar as possíveis situação-problema e ter uma visão
objectiva dos resultados esperados”

E a falta de uma gestão estratégica nas instituições de ensinos pode causar uma ausência
de perspectiva na sua visão futura, prejudicando na tomada de decisões que possam
influenciar na sua organização, limitando sua compreensão sobre vários factores, como
por exemplo, político, econômico, social, estrutura organizacional, diretrizes, cultura,
entre outros que afetam a própria instituição (Trigueiro & Marques, 2012)

Logo, um grande desafio do gestor escolar constitui-se, entre outros, em conhecer os


valores, mitos e crenças que orientam as acções das pessoas que actuam na escola e
como se reforçam de forma recíproca e também em que medida esses aspectos podem
distanciá-las dos objectivos, princípios e directrizes educacionais, procurando ainda,
compreender como sua própria postura interfere nesse processo, para poder, então, atuar
de modo a promover a superação do distanciamento que porventura exista entre os
valores vigentes e os objectivos educacionais (Luck, 2009).

28
Os profissionais de educação já não têm sido respeitados, já não têm mais dignidade, e
ter o disparate de colocar neles a culpa pela indisciplina dos alunos é, com certeza, o
maior dos sacrilégios de esquerdistas marxistas que não têm o que fazer, pois é sabido
que os profissionais da educação hoje têm de ser: o pai, o amigo, o advogado, o
psicólogo, e Deus o livre se ele levantar a voz ou chamar a atenção em público da
criança de 17 anos.

A indisciplina escolar não apresenta uma causa única, ou mesmo


principal. Eventos de indisciplina, mesmo envolvendo um sujeito
único, costumam ter origem em um conjunto de causas diversas, e
muito comumente reflete uma combinação complexa de causas. Esta
complexidade é parte do perfil da indisciplina e deve ser considerada,
se desejamos compreendê-la e estabelecer soluções efectivas. Para
fins de sistematização, as diversas causas da indisciplina escolar
podem ser reunidas em dois grupos gerais: as causas externas à
escola e as causas internas. Entre as primeiras vamos encontrar, por
exemplo, a influência hoje exercida pelos meios de comunicação, a
violência social e o ambiente familiar. As causas encontradas no
interior da escola, por sua vez, incluem o ambiente escolar e as
condições de ensino-aprendizagem, os modos de relacionamento
humano, o perfil dos alunos e sua capacidade de se adaptar aos
esquemas da escola (Garcia, 1999, p. 104)

Capítulo III: Quadro teórico

No quadro teórico temos como objetivo principal demonstrar as teorias e


conceitos que irão fornecer base para os nossos estudos.
Para defender o seu ponto de vista, deve-se recorrer a esses
conceitos/teorias previamente coletadas.
Ao escolher essa teoria/conceito com o qual irá trabalhar, é preciso que
aponte a ótica que está sendo seguida.

29
Neste capìtulo serão abordados os seguintes conteúdos: o papel do gestor escolar,
factores que influênciam o desempenho escolar dos alunos, relação entre a gestão
escolar e o desempenho escolar dos alunos e impacto do gestor escolar no desempenho
escolar dos alunos.

3.1.1. O papel do gestor escolar

Nos dias de hoje, ser gestor escolar não é tarefa fácil. Encontra-se muitas dificuldades
dentro do espaço escolar, no entanto, o seu papel é imprescindível para dar sentido às
novas conquistas e efectivar as relações democráticas afectivas e escolares. No nosso
contexto (contexto moçambicano) falar do gestor escolar, quer se referir concretamente
do director da escola.

Conforme afirma Barroso & Carvalho (2009, p.6) " É nesse contexto que a gestão
escolar tem que intervir para procurar mobilizar os professores para as mudanças
necessárias, da organização ao currículo, das relações com os professores às relações
com os alunos, do trabalho pedagógico à intervenção comunitária. Trata-se de um
desafio difícil que exige o exercício de uma liderança transformacional, distributiva e
pedagógica que mobilize os membros da organização escolar para a melhoria dos
processos e dos resultados das aprendizagens dos alunos".

Como refere Barroso & Carvalho (2009, p.12) "o trabalho da gestão escolar se deve
centrar nas questões pedagógicas e que é aí que deve residir o essencial das mudanças
da organização e funcionamento das escolas. Essa intervenção é necessária para gerir,
em cada escola, a heterogeneidade dos alunos preservando, ao mesmo tempo, os
princípios comuns à universalização do ensino público".

Entendemos que o gestor tem papel fundamental para que a escola cumpra sua função
social, ou seja, de assegurar que os alunos se apropriem dos conhecimentos científicos e
culturais. Nesses termos sua actuação terá que se dar no sentido de planear e organizar e
dar direcção do trabalho escolar. Conforme nos expõe Libâneo et al (2008, p. 331):

A escola ao cumprir sua função de mediação, influi significativamente na formação da


personalidade humana; por essa razão, são imprescindíveis os objectivos políticos e
pedagógicos. Essa peculiaridade das instituições escolares decorre do carácter de
intencionalidade presente nas acções educativas. Intencionalidade significa a resolução

30
de fazer algo, de dirigir o comportamento para aquilo que tem significado para nós. Ela
projecta-se nos objectivos que, por sua vez, orientam a actividade humana, dando rumo,
a direcção da acção. Na escola leva a equipe escolar à buscar deliberada, consciente,
planejada, de integração e unidade de objectivos e acções, além do consenso sobre
normas e atitudes comuns. O carácter pedagógico da acção educativa consiste
precisamente na formação de objectivos sociopolíticos e educativos e na criação de
formas de viabilização organizativa e metodológica da educação (tais como a selecção e
a organização de conteúdos e métodos, a organização do ensino, a organização do
trabalho escolar), tendo em vista dar uma direcção consciente e planejada ao processo
educacional. O processo educativo, portanto, por sua natureza, inclui o conceito de
direcção. Sua adequada estruturação e seu ótimo funcionamento constituem factores
essenciais para atingir eficazmente os objectivos de formação. O trabalho escolar
implica uma direcção.

3.1. 2. Factores que inflênciam o desempenho escolar dos alunos

Para Boruchovitch (1999) O desempenho escolar compreende o alto nível de produção


intelectual, a motivação para aprendizagem, a existência de metas e objectivos
acadêmicos definidos, a atenção prolongada e centrada nos temas de seu interesse, além
da persistência dos esforços face às dificuldades inesperadas.

Por outro lado, existem os que, embora apresentem talento destacado em determinada
área, têm rendimento escolar inferior e merecem cuidados especiais, pois,
frequentemente, manifestam falta de interesse e motivação para os estudos acadêmicos e
para a rotina escolar, podendo também apresentar dificuldades de ajustamento ao grupo
de colegas, o que desencadeia problemas de aprendizagem e de adaptação escolar.

3.1.3. Relação entre a gestão escolar e o desempenho escolar dos alunos

Neste sentido, a gestão da escola apresenta um papel preponderante, visando promover


relações humanas cooperativas e solidárias. Grigoli (2010) ressalta a necessidade de os
gestores estarem dispostos a ouvir e aprender com os professores, já que:

31
(...) são eles que vivenciam o trabalho pedagógico e que estão mais próximos
dos alunos. E são os próprios professores que, nas salas de aula, podem
identificar necessidades e demandar aperfeiçoamento. Todavia, é importante ter
presente que a transformação da escola na direcção assinalada exige, antes de
tudo, a transformação do sentido da autoridade e da distribuição do poder no seu
interior (Grigoli, 2010, p. 242).

A formação centrada na escola deve levar em conta o contexto do trabalho, contemplar


a diversidade e identificar as demandas, visando assegurar a pertinência dos processos e
das ofertas de formação. Assim, gestores comprometidos com essa formação contínua
devem favorecer trocas e apoio mútuo entre professores.

Dias (1967), em sua tese de doutorado, investigou a atuação do director de escolas


secundárias e defende a importância da direcção para o bom funcionamento de uma
escola. Apontou que uma unidade bem integrada em seu programa de trabalho pode
apresentar características como: funcionários assíduos, professores entusiasmados e
dedicados, alunos disciplinados e com bom aproveitamento escolar, há um clima de
confiança, por parte dos professores e da comunidade, no trabalho realizado e há a
segurança de reconhecimento pelos resultados obtidos.

3.1.4. Impacto do gestor escolar no desempenho escolar dos alunos

O conceito de Gestão Escolar apresentado atribui importância à liderança pedagógica e


ao engajamento por seu potencial relacional e integrador. No que diz respeito à
liderança pedagógica, por meio de firmeza, propósito e abordagens participativas (por
exemplo, Franco et al., 2003), o Director é capaz de performar a complexa actividade de
gerir uma escola, considerando as múltiplas dimensões apontadas acima. Ademais, o
papel pedagógico e a liderança pedagógica em unidades escolares eficazes são capazes
de “garantir o bom funcionamento administrativo das escolas e as condições
administrativas para o bom trabalho de seus professores” (Franco et al., 2003, p. 65).

Uma liderança pedagógica eficaz, para Fiedler (1990), se relaciona com características
pessoais dos Directores, mas também com o contexto educacional/pedagógico. Nesse
sentido, Fiedler (1990) sugere que o Director deve ser formado para exercer um controle

32
situacional. Contudo, o presente estudo entende que, além de analisar os tipos de
lideranças (mais ou menos) eficazes, é preciso também entender os efeitos da liderança
sobre a eficácia da Gestão Escolar (Silva & Lima, 2011).

Liderança diz respeito ao papel que os líderes desempenham, seu estilo de gestão, sua
relação com a visão, valores e objectivos da escola e sua abordagem à mudança. A
literatura revela a actuação do profissional nos processos de ensino-aprendizagem,
como uma das características associadas à liderança bem-sucedida. Tal habilidade
implica envolvimento e conhecimento sobre o que se passa na sala de aula, incluindo o
currículo, as estratégias de ensino e o monitoramento do progresso do aluno, estando
associada, portanto, à ideia de liderança pedagógica ou instrucional (Sammons; Hillman
& Mortimore, 1995).

Corroborando essas ideias, Terosky (2014) acrescenta que os líderes instrucionais estão
engajados em acções relacionadas: ao currículo e à instrução, às metas e aos projectos
educacionais, à legitimidade junto à sua equipe, à gestão das relações com o ambiente.

Capítulo IV. Metodologia

Pretendeu-se aqui discutir a metodologia utilizada e descrever todo o processo de


pesquisa, de forma detalhada. Segundo Laville (1999) a metodologia “representa mais
do que uma descrição formal dos métodos e técnicas e indica a leitura operacional que o
pesquisador fez do quadro teórico”.

4.1 Descrição do local do Estudo

Escola Primária Completa de Tsalala está situado no Bairro do mesmo nome no Posto
Administrativo da Machava, na cidade da Matola, trabalha em três turnos e conta com
1961 aluno da primeira a sexta classe assistidos por 40 professores.

 Colocar ano de abertura. Ou seja, em que ano foi inagorada.

33
 Peretence a que ZIP.

4.2 Classificação da Pesquisa

4.2.1 Quanto à natureza:

Nesta pesquisa, a natureza a ser usada será aplicada pelo facto de ter objectivo de gerar
conhecimentos para aplicação prática dirigidos à solução de problemas específicos,
neste caso a influência da gestão escolar no desempenho dos alunos da Escola Primaria
Completa de Tsalala. A pesquisa aplicada concentra-se em torno dos problemas
presentes nas actividades das instituições, organizações, grupos ou actores sociais. Ela
está empenhada na elaboração de diagnósticos, identificação de problemas e busca de
soluções. Responde a uma demanda formulada por “clientes, actores sociais ou
instituições” (Thiollent, 2009, p.36).

4.2.2 Quanto a abordagem:

Na presente pesquisa sob o ponto de vista da abordagem do problema, será com base de
uma abordagem quanli-quantitativa uma vez que trabalhará com informações
provenientes das opiniões dos participantes na pesquisa e observação de comportamento
de gestores da escola em estudo. Conforme afirmam Bogdan & Biklen (1994, p. 48),
“os investigadores qualitativos frequentam os locais de estudo porque se preocupam
com o contexto”.

Segundo Bogdan e Biklen (1994), a investigação qualitativa mostra cinco características


principais, que a distingue de outros tipos de estudo: 1) os dados são extraídos
directamente da situação natural pelo investigador, considerado o elemento chave na
recolha de dados; 2) a preocupação inicial é descrever e só depois analisar os dados; 3)
o processo é uma questão fundamental, relactivamente aos resultados ou produtos que
possam vir a obter-se; 4) tende-se a analisar os dados de forma indutiva, em detrimento
da confirmação ou infirmação de hipóteses; 5) o significado que os actores conferem às
acções ou aos fenómenos em estudo é de importância vital neste tipo de abordagem.

Outra razão que levou a escolher a abordagem qualitativa como metodologia a ser usada
nesta pesquisa deve-se o facto, segundo o autor acima citado, estar a privilegiar a
análise dos significados que os indivíduos dão as suas acções, tendo em conta o

34
contexto social em que ocorrem, neste caso a analise da influência do trabalho do gestor
escolar no desempenho dos alunos da Escola Primária Completa de Tsalala.

4.2.3 Quanto ao objectivo:

Tratar-se-á de uma pesquisa do tipo exploratória-descritiva. A opção pela pesquisa


exploratória deve-se ao facto de esta permitir ter visão geral acerca da situação de
gestão escolar na escola em estudo e proporcionar maior familiaridade com o problema
de desempenho escolar do aluno na escola Primaria Completa de Tsalala. Enquanto que
as pesquisas exploratórias buscam proporcionar uma visão geral de determinado facto,
do tipo aproximativo (Minayo, 2010).

As pesquisas do tipo descritivas possuem o objectivo de descrever as características de


um gestor escolar, tipo de gestão escolar que vem sendo implementado na escola
Primària Completa de Tsalala e influência que a gestão escolar tem no desempenho
escolar dos alunos. Triviño (2007, p. 110), refere que “pesquisa descritiva exige uma
série de informações sobre o que se deseja pesquisar, descreve com exactidão os factos
e fenómenos de determinada realidade.

4.3.3 Quanto ao procedimento metodológico

Como procedimento metodológico, nesta pesquisa será usada a pesquisa bibliográfica e


estudo do campo. Pesquisa bibliografia justifica-se no facto de se procurar explicar a
problemática da gestão escolar e sua influência no desempenho escolar dos alunos a
partir de referências já publicadas sobre a matéria, neste caso; livros, artigos científicos
e outras obras cientificamente aprovadas. Segundo Koche (1997, p. 122), a pesquisa
bibliográfica procura esclarecer um problema a partir de referências teóricas já
publicadas.

Enquanto que a escolha do estudo de campo como procedimento metodológico, prende-


se a questão desta pesquisa poder ser realizada no local onde ocorre ou ocorreu o
fenômeno estudado, neste contexto na escola Primaria Completa de Tsalala. Estudo de
Campo: procurará o aprofundamento de uma realidade específica. É basicamente
realizada por meio da observação direta das actividades do grupo estudado e de
entrevistas com informantes para captar as explicações e interpretações do ocorrem
naquela realidade (Gil, 2008).

35
4.3. População e amostra
A pesquisa envolverá um total de 2001 elementos, dos quais 1961 alunos e 40
(professores incluindo membros da direção). A População é o conjunto de pessoas que
apresenta pelo menos uma característica comum (Marconi & Lakatos, 2010, p. 76).

De acordo com Marconi e Lakatos (2010), a amostra define-se na base de 15%, se a


população total abrangida não for superior a 100, 10% se estiver no intervalo de 100-
500 e 5% se for superior a 500. Sendo assim usou-se 10% desta população para obter a
amostra do estudo, tendo trabalhado com o número previsto de 200 elementos, sendo
196 alunos e 4 professores e membros da direcção da escola.

4.3.1. Processo de amostragem

De acordo com a natureza do estudo, o método de amostragem será probabilístico


simples, porque todos elementos da população têm a mesmas oportunidades de serem
escolhidos para fazer parte da pesquisa. Este tipo de amostra designa-se a Amostra
intencional. Gil (1999) refere que no uso desta amostra, são selecionados apenas os
elementos considerados típicos ou representativos da população que se deseja estudar.

4.4. Técnicas e Instrumentos de recolha de dados


Para a recolha de dados serão usadas as seguintes técnicas: entrevista, questionário. a
entrevista é empregue em pesquisas qualitativas, sendo utilizada para “recolher dados
descritivos na linguagem do próprio sujeito, permitindo ao investigador desenvolver
intuitivamente uma ideia sobre a maneira como os sujeitos interpretam aspectos do
mundo” (Bogdan & Biklen, 1994, p. 134).

A pesquisa utilizar-se-á uma entrevistas semiestruturadas, realizadas a partir de um


esquema básico, porém não rígido, possibilitando adaptações por parte do pesquisador,
tornando-se assim, um instrumento mais flexível. Além disso, é uma forma de promover
liberdade de percurso, já que não é imposta uma ordem rígida de questões e também
permite que se façam correcções, esclarecimentos e adaptações importantes para a
obtenção das informações em sua maior riqueza de determinações. Segundo diversos
autores, este género de entrevista é o mais utilizado em investigação social. “O
investigador dispõe de uma série de perguntas-guias, relativamente abertas, a propósito
das quais é imperativo receber uma informação da parte do entrevistado” (Quivy &
Campenhoudt, 2005, p. 192).

36
A escolha do questionário como técnica deve-se ao facto de facilitar a compreensão do
que se pretendia. Ademais, o questionário permitirá alcançar elevado número dos
inqueridos em pouco tempo e poderá abranger aquelas participantes que não terão
tempo de ficar para ser administrado a entrevista por factor tempo. Estes poderão ser
entregues os questionários para que façam autopreenchimento.

Segundo Candeloro e Santos (2006 p.77) ‟questionário é um instrumento de recolha de


dados que deve ser concedido com cuidado para que seja, efectivamente, um
instrumento válido capaz observar a ocorrência de um fenómeno ou facto social a ser
investigado. Prodanov e Freitas (2013) acrescentam ainda que o tipo de linguagem
usada no questionário deve ser acessível e directa, para que o respondente compreenda
com clareza o que está sendo perguntado.

4.5. Técnicas de análise de dados


Para análise e interpretação de dados tanto das entrevistas assim como dos
questionários, será empregado o método de análise de conteúdo temática, percebe-se
como um conjunto de técnicas de análise de comunicações, que tem como objectivo
ultrapassar incertezas e enriquecer a leitura dos dados colectados (Bardin, 2006, p. 24).

Este modelo organiza a análise de conteúdos em três fases:

Primeira fase: pré análise é a fase em que organizou o material a ser analisado
com objectivo de torna-lo operacional, sistematizando as ideias iniciais. Segunda
fase: exploração do material consistiu na exploração do material com definição
de categorias, identificação e classificação do material. Nesta fase foi feita a
descrição analítica de todo material colectado, foi submetido a um estudo
aprofundado. Terceira fase: foi feito o tratamento dos resultados, inferência e
interpretação. Esta etapa foi destinada ao tratamento dos resultados; ocorreu nela
a condensação e o destaque das informações para análise, culminando nas
interpretações inferenciais (Bardin, 2006, p. 24).

Em relação descrição realizara-se uma análise profunda do estudo auxiliando-se com os


dados da bibliografia levantada para uma compressão profunda do assunto em causa.
Seguidamente, na classificação em categoria será incorporado todos os aspectos
relacionados com a leitura feita, e por fim na interpretação onde será feita a conclusão
ou resumo.

37
Explicar como os dados do inquérito por questionário serão analisados….

4.6. Questões éticas

Nesta pesquisa será garantida para os intervenientes na pesquisa, o anonimato e a


confidencialidade no que dizem respeito aos direitos e dignidade humana. Além disso,
durante o percurso desta pesquisa será garantido o direito dos indivíduos à privacidade,
confidencialidade e autodeterminação.

5. Cronograma

Etapas Resultados Mês/dia

Mar Maio Jun Jul Ago Set Out. Nov Dez

Revisão de Fundamentação
literatura teórica
preliminar. preliminar
elaborada.
Colecta de dados Dados
secundários. secundários a
ser colectados.
Colecta de dados Dados

38
primários primários a ser
colectados.
Revisão de Fundamentação
literatura teórica
específica. definitiva
terminada.
Colecta de dados Dados
definitivos definitivos a
ser colectados.
Discussão dos Lições a ser
dados/resultados aprendidas,
, conclusão e dissertação
elaboração da elaborada e
dissertação concluída.
Defesa da Dissertação
dissertação defendida. 15/12

39
6. Orçamento

Ord RECURSOS/ ORÇAMENTO


. Humanos Materiais Financeiros
01 196 alunos e Computador 24.000,00Mts
02 4 professores e membros da Impressão 1250,00Mts
direcção da escola
Bloco de notas 120,00Mts
Esferográfica, lápis 25,00Mts
Taxa da defesa 0000,00Mts
Total ---------------------------------------------------------------------------------- 00.495,00

40
7. Referências bibliográficas

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47
APÊNDICES

Inquérito por questionário aos alunos da Escola Primária Completa de Tsalala

O presente questionário tem como objectivo analisar a influência do trabalho do gestor escolar no
desempenho dos alunos da Escola Primaria Completa de Tsalala. Agradece-se que responda a todas
as perguntas de modo a ajudar no aperfeiçoamento da avaliação do tema em estudo. Com sua
permissão a entrevista será, registada e permanecera no anonimato.

48
PARTE I - DADOS PESSOAIS

Assinale com (x) a opção que melhor lhe identifica ou escreva a resposta
correspondente, conforme a formulação de cada pergunta.

Qual é o seu sexo?

a) Feminino___

b) b) Masculino____

Qual é a sua idade?

a) 6 a 10 anos____

b) 10 a 14 anos ____

c) Acima 14 anos ____

PARTE II- FACTORES QUE INFLUENCIAM O DESEMPENHO DOS ALUNOS.

Análise de aspectos relacionados ao aluno


Sempre
vezes
Muitas
As
nte
Rarame

Nunca
PARTE 1 1 2 3 4 5
1. A direcção da escola tem contado com os pais e/ou
encarregados de educação na resolução dos trabalhos de
casa?
2. As actividades da direcção da escola tem impacto no
desempenho escolar dos alunos?
3. Existe alguma relação entre a gestão escolar e problema de
desempenho escolar dos aluno?

PARTE 2
ncial
Prese
onica
Telef
Reuni
s
Outra
a
Nunc

5. De que forma a direcção da escola interagem com os pais


ou encarregados da educação?

49
Escolar
Conselho
ção
Contribui
Assistênci

Outras

Nunca
em
6. De que maneira os Pais participam nas actividades

7. Que forma a direccao da escola influencia a melhoria do


desempenho escolar do aluno da escola Primaria Completa
de Tsalala?

50
Guião de Entrevista aos gestores escolares da Escola Primária Completa de
Tsalala intitulada ‘‘Influência do Gestor Escolar no
Esta entrevista é parte integrante da pesquisa dissertacao
Desempenho dos alunos: estudo de caso Escola Primária Completa de Tsalala’’, para obtenção do
grau de Mestrado em (Educação). Esclareço que as respostas a esta entrevista serão fundamentais
para análise e conclusões referentes ao tema desta pesquisa, motivo pelo qual solicito o vosso
empenho em respondê-lo. Agradecendo antecipadamente a atenção que possam dispensar-me,
apresento os melhores cumprimentos.

PARTE I - DADOS BÁSICOS

Qual é o seu sexo?

a) Feminino___

b) Masculino___

Qual é a sua idade? ______

Qual o nível mais elevado de ensino superior que você conclui?

a) Bacharelato___ b) Licenciatura___ c) Curso de pós-graduação___ d)


Mestrado___ e) Em formação superior__

1. tem alguma formação especifica nos programas de gestão escolar?

2. Quais são as principais áreas de incidência do trabalho do gestor escolar na


escolar do aluno da escola Primária Completa de Tsalala?

3. Para você quais são os factores mais comuns que interferem no desempenho
escolar dos alunos?

4. Em linhas gerais, professores têm colocado dificuldades no processo de ensino


nos dias de hoje devido a fraco acompanhamento familiar. Na sua opinião acha
que o factor família influencia bastante no desempenho dos alunos?

5. Na qualidade de gestor escolar qual tem sido o seu nível de influência na gestão
do trabalho do professor, do pessoal não docente e na aprendizagem dos alunos?

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6. Como gestor escolar, que estratégia tem aplicado para mitigar as dificuldades
escolares e auxiliar na construção do conhecimento do aluno?

7. Como descreve o efeito do trabalho da gestão escolar no desempenho do


professor e do pessoal não docente afecto na escola Primaria Completa de
Tsalala?

Guião de entrevista aplicada aos professores da Escola Primária Completa de


Tsalala

A presente entrevista tem como objectivo analisar ‟ Influência do Gestor Escolar no


Desempenho dos alunos: estudo de caso Escola Primária de Tsalala”. Esclareço que as
respostas a esta entrevista serão fundamentais para análise e conclusões referente são tema desta
pesquisa, motivo pelo qual solicito o vosso empenho em respondê-lo. Desde já agradeço
antecipadamente a atenção que possam dispensar-me, apresento os melhores cumprimentos.

Parte I - Dados Básicos


Qual é o seu sexo?

c) Feminino___

d) Masculino___

Qual é a sua idade? ______

Qual o nível mais elevado de ensino superior que você conclui?

a) Bacharelato___ b) Licenciatura___ c) Curso de pós-graduação___ d) Mestrado___


e) Em formação superior___

Parte II- Factores que influenciam o desempenho dos alunos.


1. Como professor, de que forma o aluno constrói o conhecimento?

2. Na sua opinião, quais são os factores que podem interferir na aprendizagem dos
alunos da sua turma?

3. Que metodologia utiliza para facilitar o processo de ensino e aprendizagem de


forma a superar as dificuldades de desempenho do aluno?
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4. Você acredita que as dificuldades de aprendizagem podem estra ligadas a falta
de acompanhamento familiar ou outros tipos de problemas?

5. Que processo a direcção da escola tem levado a cabo para motivar e envolver os
professores, alunos e pais e encarregados de educação na melhoria do
desempenho dos alunos?

6. Explicar o nível de influência do gestor escolar no trabalho do professor, do


pessoal não docente e na aprendizagem dos alunos?

7. Descrever o efeito do trabalho da gestão escolar no desempenho do professor e


do pessoal não docente afecto na escola Primaria Completa de Tsalala?

8. Quais sao as principais áreas de incidência do trabalho do gestor escolar na


escolar do aluno da escola Primária Completa de Tsalala?

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