Unis - MG
Centro Universitário do Sul de Minas
Unidade de Gestão de Pós-graduação – GEPÓS
Av. Cel. José Alves, 256 - Vila Pinto
Varginha - MG - 37010-540
Mantida pela
Fundação de Ensino e Pesquisa do Sul de Minas – FEPESMIG
Varginha/MG
83 p.
Reitor
Prof.Ms. Stefano Barra Gazzola
Ac
ess
Gestão de Pós-graduação o
Prof.Ms. Guaracy Silva (GEPOS)
ao
s
da
Design Instrucional e Diagramação
do
Prof. Celso Augusto dos Santos Gomes
s
Rogério Martins Soares
Autor
Celso Augusto dos Santos Gomes
ÍCONES
REALIZE. Determina a existência de atividade a ser realizada.
Este ícone indica que há um exercício, uma tarefa ou uma prática
para ser realizada. Fique atento a ele.
Ementa
Planejamento Estratégico Organizacional e suas implicações na Estratégia de
Capacitação e Desenvolvimento de pessoas. Formação do capital humano e o
capital intelectual. Necessidade empresarial e necessidades pessoais: as Fontes e
os Métodos de Identificação das necessidades de Treinamento e
Desenvolvimentos. Treinamento e Qualidade. Técnicas de Aprendizagem.
Formulação de Objetivos Instrucionais. Programação e Execução do Treinamento.
Os Recursos. O treinamento à distância. Avaliações das atividades de T&D.
Gestão do Conhecimento. Universidade Corporativa.
Sumário
Apresentação ...........................................................................................................................8
1. Contextualizando a Gestão do Conhecimento ..............................................................9
1.1. Estamos nós na pós-modernidade? .......................................................................... 10
1.2. Mas o que é conhecimento? ..................................................................................... 12
1.3. Alguns paradigmas econômicos e organizacionais emergentes ............................... 15
1. Apresentação
Caro(a) leitor(a),
Então lhe desejo uma boa leitura e acima de tudo, boas reflexões!
Celso Gomes
Contextualizando
1. Contextualizando a aGestão
Gestão do
do
Conhecimento
Conhecimento
Como nos diz Giddens (p.11, 1991), estamos nós para além da
modernidade, ou seja, para a pós-modernidade ou pós-modernismo ou ainda
para a sociedade pós-industrial. Mas certamente você já deve ter se deparado
também com outras denominações, tais como: era da globalização, era da
informatização, sociedade pós-capitalista, sociedade da informação, sociedade
informatizada, sociedade da colaboração, sociedade do conhecimento dentre
outras.
Bom, vemos que não, pois estamos em uma realidade em que não há mais
espaço para um profissional estático, ou seja, o mercado busca profissionais que
se dão bem com as mudanças. E assim vale repetir: Mudanças que se mostram
inerentes na radicalização e universalização da modernidade
Para que você possa construir sua resposta a esta questão que tal
refletirmos um pouco mais?
P&D
desenho de processo
desenho de produto
logística
marketing
gerenciamento de sistemas
Nessa nova era, o importante é o que de novo deve ser feito e não como
produzir mais e melhor. Os bens de maior valor são aqueles intangíveis,
pois o binômio "qualidade/prego" torna-se mais relevante do que o
binômio "quantidade/preço". Isso se dá devido ao conceito de
produtividade que deveria mudar para tratar do seguinte paradoxo: apesar
dos enormes avanços tecnológicos a produtividade geral da economia e,
particularmente, do setor de serviços, não estaria crescendo de maneira
substancial.
O valor da escassez e da abundância não é o mesmo de outros tempos. Ao
contrário do conceito de que quanto mais escasso um produto, maior o seu
valor, na economia baseada em rede, quanto mais abundante um produto,
maior o seu valor. Este seria o caso de vários produtos da informática que
criam valor para suas empresas, mesmo sendo distribuídos gratuitamente
como se vê nos serviços do Google como o Google Docs.
O sucesso das empresas se mostra cada vez mais ligado ao que se conhece
por rede de associações empresariais. Terra (2001, p. 24) chama a atenção
que:
Assim podemos entender que esse tipo de capital não pode, muitas vezes,
ser considerado propriedade efetiva de uma organização, pois não se mostra sob
controle. Bukowitz (2002, p. 18) coloca que:
1
O termo Wiki é um tipo específico de coleção de documentos em hipertexto ou o software
colaborativo usado para criá-lo. Entre suas principais características estão a edição e a
complementação das páginas pelos seus próprios usuários. Ou seja, alguém cria um conteúdo,
como por exemplo, gestão do conhecimento ou software livre, e a partir daí ele fica disponível
para acesso de todos. Em outro momento, outro usuário resolve complementá-lo, bastando,
para isso, acessar o assunto e acrescentar mais detalhes, gerando uma nova versão,
imediatamente disponível para todos. Ao longo do tempo o assunto vai sendo complementado,
ficando com mais conteúdo, tendo possíveis erros corrigidos e gerando um texto cada vez mais
preciso. A Wiki mais famosa é, sem dúvida, a Wikipédia, que possui mais de 3,5 milhões de
artigos em cerca de 205 idiomas e dialetos. (fonte: http://tinyurl.com/3f5cv3t)
2
A Teambox é a pioneira na junção de instrumentos de colaboração sociais on-line com o
gerenciamento de projetos, intentam em inovar o gerenciamento de projetos através de uma
rede social (interna à organização). https://teambox.com/
Certamente você já deve ter tido contato, seja como cliente, como
colaborador ou como fornecedor, com pelo menos uma das
seguintes posturas organizacionais:
Com certeza, se você está fazendo este curso, você tem sonhos,
objetivos, metas. Então você já fez de alguma forma um
planejamento! Assim, sem consultar nenhum material, responda
segundo suas concepções, as seguintes questões: Como você lida,
por exemplo, com seus planejamentos pessoais e profissionais? O
planejado é sempre alcançado? (justifique sua resposta)
Depois de ter realizado a atividade anterior, você deve ter percebido que
você já lida com planejamentos de alguma forma. Dessa forma podemos entender
que quando estamos planejando algo de forma mais estruturada estamos, na
verdade, projetando.
Assim, o termo planejamento visto como uma ação mais estruturada nos
remete ao termo projeto, ou seja, um esforço empreendido, em um determinado
espaço de tempo, para criar algo, seja um resultado no futuro, um produto ou
mesmo um serviço.
http://www.youtube.com/watch?v=Kqb-mmkEWqU&feature=related
análises
de fatores
ambientes ambientes
internos externos
futuro
almejado
pela
organização
Dessa forma podemos entender que, para que se possa alcançar tal
almejado futuro, uma organização precisa no mínimo definir sua estratégia.
Não há uma resposta exata para essa pergunta, mas algo que pode nos
direcionar para uma reflexão por sobre tal tema são as cinco características
fundamentais, destacadas por Matos (1999, p.30), referentes ao planejamento
estratégico:
3
Entende-se para além do contexto biológico e climático, pois ambiente (do latim ambiente, com
o sentido do que envolve os corpos por todos os lados) é o conjunto das substâncias,
circunstâncias ou condições em que existe determinado objeto ou em que ocorre determinada
ação. Este termo tem significados especializados em diferentes contextos: biológicos, social,
legal, microgravitacional, econômico, tecnológico. (AMBIENTE, 2011)
Assim podemos entender que, nos dias de hoje, cada vez mais as pessoas e
os seus conhecimentos têm se mostrado como elementos fundamentais para a
organização de trabalho, para os processos de gestão e para a criação de produtos
e serviços inovadores e que se mostrem pertinentes com a demanda de um mundo
em constantes mudanças.
Formação
3. Formação do capital
do capital humanohumano
e o capitale o
intelectual capital intelectual
Olá, tudo bem? Convido você agora a uma interessante reflexão sobre dois
termos importantíssimos dentro das organizações nos dias de hoje. Então vamos
começar com o conceito de capital humano! Preparado? Então, vamos lá!
4
Conjunto mínimo de bens como construções e equipamentos que toda organização, quando
nasce, se estrutura no mundo. No exemplo de uma restaurante, no mínimo será necessário um
imóvel comercial que abrigue um refeitório, a cozinha, o espaço e a bancada para o caixa e uma
sala para a administração com mobiliário e outros objetos. Equipamentos para a composição da
cozinha, geladeiras e assim por diante também são necessários para que o restaurante entre em
funcionamento. Estes bens, uma vez adquiridos, não podem ser facilmente convertidos em
dinheiro, por isso são chamados de imobilizados.
onde os trabalhadores
são vistos como
• capital • Capital
imobilizado • de bens e Humano
serviços
meios para a produção Mão-de-obra
Contudo, tal polêmica tende a não mais se mostrar pertinente, pois estamos
vivendo, no geral, em um contexto onde o verdadeiro produto das empresas tende
a ser algo intangível. Aonde, como já vimos na primeira unidade desse material,
que tanto as latinhas ou garrafas de refrigerantes, quanto os comprimidos e
medicamentos, se mostram atualmente como invólucros para um bem intangível,
ou seja, o conhecimento desenvolvido por tais organizações.
trabalhadores
• Base • Capital
tradicional do • Conhecimentos Humano
capitalismo e habilidades
intelectuais
meios de Capital
produção Intelectual
Mas voltando a nossa reflexão sobre capital intelectual, podemos destacar tal
como fazem Edvinson e Malone (1988, p. 19), que esse tipo de capital “... é um
capital não financeiro que representa a lacuna oculta entre o valor de mercado e o
valor contábil. Sendo, portanto a soma do capital Humano e capital Estrutural.”
Como podemos observar no esquema a seguir:
No Brasil, segundo Terra (2007, p. 1), percebe-se cada vez mais que esses
fatores humanos, entendidos como recurso conhecimento, vêm aumentando
aceleradamente sua importância para o desempenho empresarial e que os desafios
impostos pela relativa e recente abertura econômica tornam a questão da gestão do
conhecimento ainda mais fundamental para as organizações. Ainda em
consonância esse autor, podemos levantar a hipótese de que as tendências recentes
em termos de políticas de recursos humanos, nas organizações reconhecidamente
mais inovadoras, têm uma relação direta com o crescimento da importância da
aprendizagem, conhecimento e criatividade para a competitividade das
organizações.
Esse operador trata da não existência de síntese, já que tal visão consiste
por um envolver, entrelaçar das coisas que aparentemente estão separadas, tal
como acontece com a razão e a emoção, o sensível e o inteligível, o real e o
imaginário, a razão e os mitos, a ciência e a arte, a realidade extra e intra-
organizações. Assim, pode-se entender que esse operador permite assumir a
inseparabilidade de noções contraditórias para conceber um mesmo fenômeno
complexo, como fez Niels Bohr, por exemplo, ao reconhecer a necessidade de
conceber partículas físicas como corpúsculos e como ondas, ao mesmo tempo e
como faz Morin ao entender os indivíduos e a sociedade:
O atrator de Lorenz
Essa dupla espiral, uma das mais potentes imagens criadas pela ciência
contemporânea, se mostra como uma das principais representações de que a
ordem e a desordem, sob determinado ângulo, são, não só distintas, mas também
uma, pois correm ao mesmo tempo. Em uma visualização macro se pode entender
Dessa forma pode-se concluir que tal como Morin (1977, p. 80), dede os
átomos até os astros, das bactérias até os seres humanos, há presença da desordem
no intento do organizar; tudo o que é organizado ou organizador trabalha, nas e
pelas suas transformações, também para a desordem (aumento de entropia).
Cada momento do interior dessas células, tal como nas trajetórias nos
atratores de Lorenz, se mostram como um processo onde os produtos e os efeitos
são ao mesmo tempo causas e produtores do que os produz. Ao contrário da
concepção de que uma causa produz necessariamente um efeito, esse princípio
entende que uma causa produz um efeito, que por sua vez influencia na causa e
que produz o efeito e assim por diante.
Operador que nos direciona a visão de não separação da parte com o todo,
pois dessa maneira se entende que na verdade a parte se encontra no todo, assim
como o todo se encontra na parte. O holograma, assim, é entendido como um
ponto único que contém em si a totalidade, ou seja, o trabalhador, em sua
singularidade, contém em si a presença da empresa como um todo e vice-versa.
Uma recorrência relacionada a esse operador pode ser vista no fato de que a
empresa produz o trabalhador, que produz a empresa e assim por diante (MORIN,
2006, p. 100).
Mas que tal voltarmos à questão anteriormente lançada: mas como buscar
um ponto satisfatório para esse jogo de forças descrito na figura a seguir?
Pois não há sistema educacional, por mais perfeito que seja, capaz de
ensinar um indivíduo com mais de 25 anos de idade tudo aquilo que ele terá de
conhecer durante sua vida profissional, pois como destaca Simonsen:
Todas essas questões desse check-list, sem sombra de dúvida, podem nos
direcionar ao entendimento de que atualmente as organizações que mais se
destacam no mercado estão abandonando o paradigma do treinamento para o
paradigma da aprendizagem.
do paradigma o paradigma
do para da
treinamento aprendizagem
Capacitação,
4. Capacitação, aperfeiçoamento
aperfeiçoamento e qualidade e
qualidade
Paradigma do
Variável Paradigma da Aprendizagem
Treinamento
Paradigma do
Variável Paradigma da Aprendizagem
Treinamento
pré-testes e pós-testes;
Avaliação de satisfação dos alunos;
Melhorias nos resultados do trabalho;
resultados avaliação formal do
grau de aprendizado do
conteúdo ensinado.
Fonte: adaptado de Tobin, D. (1997), The Knowledge-enabled Organization, pág. 162
4.2. Os recursos
participação em
intercâmbios no participação em comunidades virtuais
benchmarking,
exterior, cursos, de práticas e
aprendizagem,
troca de experiências
em redes virtuais participação em
seminários, encontros,
utilizando congressos,
ferramentas sociais,
diversas fontes de
células do informações (sites,
mesas-redondas, estágios,
conhecimento, livros, revistas,
repositórios, vídeos),
reuniões de trabalho.
ESTRATÉGIA ESTRATÉGIAS E
ORGANIZACIONAL AÇÕES DE TD&E
Desenvolvimento Concepção de
Formulários de
de competências trilhas de
estratégia
profissionais aprendizagem
corporativa Diagnóstico
das
competências
5. Capacitação
Capacitação e eaperfeiçoamento
aperfeiçoamentoà à
distância. distância
Essa questão nos direciona ao ditado popular: “em time que está ganhando
não se mexe”. Dessa maneira, não faz sentido utilizar a tecnologia em uma ação
educacional que já atinge bons resultados pode ser desenvolvida sem a presença
da tecnologia, o que nos direciona para a próxima questão:
recursos que hoje são tidos como não minimalistas podem ser minimalistas daqui
um tempo.
Universidade
6. Universidade Corporativa Corporativa
formações
qualificações
Universidades para um
corporativas objetivam melhor
pelo desenvolvimento desempenho
dos profissionais da das pessoas
organização através de: no trabalho.
criação e
compartilhamento
de conhecimentos
desenvolvimento de
competências
Paradigma de
Antigo Paradigma de
Conceito Aprendizagem do Sec.
Treinamento
XXI
Aprendizagem disponível
sempre que solicitada, em
Local Prédio
qualquer lugar, a qualquer
hora.
Desenvolver competências
Atualizar qualificações
Conteúdo básicas do ambiente de
técnicas
negócios
Equipes de funcionários,
Público-Alvo Funcionários internos clientes,fornecedores de
produtos
Processo contínuo de
Freqüência Evento único
aprendizagem
Solucionar problemas
Desenvolver o estoque de empresariais reais e
Meta
qualificações do indivíduo melhorar o desempenho no
trabalho
Fragmentada e
Organização Coesa e Centralizada
Descentralizada
Pouco/Nenhum Endosso/
Administração e Funcionários
Responsabilidade
Instrutor
Experiências com Várias
Apresentação
Tecnologias
Aprendizagem no Momento
Inscrições Abertas Inscrições
Certo
Aumento das
Aumento do Desempenho no
Qualificações Resultado
Trabalho
Profissionais
Ditado pelo
Departamento de Marketing Venda sob consulta
Treinamento
Dessa forma pode-se entender que a educação, muito mais que um simples
treinamento, dentro das organizações contextualizadas com a realidade do século
XXI tende a ser algo fundamental não só para o desenvolvimento de competências
profissionais, mas para uma construção de uma sociedade mais justa também.
http://celso-gomes.blogspot.com/2011/04/inovacao-para-
alem-do-ensino-formal.html
Em termos práticos, Terra ainda afirma que isto tem se traduzido em três
conjuntos de práticas gerenciais:
Considerações finais
Enfim, podemos lançar aqui uma questão conclusiva e que pode nortear
nossas futuras reflexões frente a gestão do conhecimento nas organizações:
Um grande abraço.
Celso Gomes
Referências bibliográficas
AMBIENTE. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia
Foundation, 2011. Disponível em:
<http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Ambiente&oldid=24680015>. Acesso
em: 8 abr. 2011.
<http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Estrat%C3%A9gia&oldid=23950373>
. Acesso em: 17 fev. 2011.
MARINS, Luis Almeida (2008) "Você seria recontratado em seu emprego?" <
http://www.profmarinspod.com.br/podcasts/pm_88_voce_seria_recontratado_em_
seu_emprego.mp3> acesso em: 28, mar 2010.
TERRA, José Claudio Cyrineu (Organizador); São Paulo: Editora Saraiva, 2007