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PATOS-PB
2021
LAUANA LEMOS GUIMARÃES
PATOS-PB
2021
LAUANA LEMOS GUIMARÃES
BANCA EXAMINADORA:
BC/FIP CDU: 72
Primeiramente quero agradecer a Deus que com todo o seu amor, nesses
cinco anos me deu força, cuidado e proteção. Me encorajou e ajudou a enfrentar
todas as dificuldades e obstáculos, não foi fácil, mas sem dúvidas com seu apoio
tudo se tornou mais relevante e de muito aprendizado. Muito obrigada, por esse
sonho concretizado. Minha eterna gratidão a ti, Senhor.
Aos meus pais Ivalmir e Leleca, que sempre me apoiaram e não mediram
esforços para me ajudar nessa jornada. Trabalharam e batalharam dia a dia para
que eu conquistasse não só o meu, mas o nosso sonho. Tenho muito orgulho em tê-
los como pai e mãe, vocês são as minhas maiores referências quando se trata de
trabalho e principalmente de ser humano, sem vocês nada disso tornaria possível, é
por vocês que busco ir sempre adiante, quero poder retribuir tudo que for de melhor
para a vida vocês. A minha mãe e a minha irmã Larissa, obrigada por todos os
conselhos e amparos em momentos conturbados durante o curso, vocês não sabem
o quanto foram necessárias nessas circunstâncias. Muito obrigada família, vocês
foram e são o real significado de base familiar, obrigada por todo o incentivo, força e
por sempre acreditarem em mim, AMO MUITO vocês. Ao meu tio Igeildo, muito
obrigada pela generosidade, que mesmo na distância se fez tão presente, não tenho
palavras para agradecer por toda contribuição durante esses anos.
As minhas duas amigas Cinthia e Victoria que o curso me deu e vou levar
para a vida. Vocês tornaram os dias de estudos mais alegres e leves, sempre uma
incentivando a outra, ajudando e sempre pronta para o que viesse. Obrigada
meninas, por toda ajuda, nunca esqueçam que sempre terão a mim, amo vocês.
Tenho muita gratidão a Rayssa, Gabi e Lívia que foram por muito tempo a minha
segunda família onde morei e dividi o mesmo apartamento, elas eram o meu refúgio,
onde sempre encontrava amor, parceria, alegria e conselhos. Vocês se tornaram
como irmãs para mim, tenho um imenso amor por cada uma.
E eu jamais poderia deixar de agradecer a minha orientadora Déborah, que
foi uma pessoa fundamental e só agregou no meu trabalho. Muito obrigada
professora, por sempre ser solicita, atenciosa e dividir comigo o seu conhecimento.
A senhora és um ser muito iluminado, obrigada por tudo e por tanto. A minha imensa
gratidão!
RESUMO
Tabela 1: Série histórica das matrículas na educação especial na Paraíba (2009 a 2013).32
Tabela 2: Crescimento no percentual das escolas privadas......................................32
Tabela 3: Estabelecimentos de educação especial na Paraíba (2009 a 2013).........33
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................... 13
2 OBJETIVOS........................................................................................................... 15
2.1 OBJETIVO GERAL..............................................................................................15
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS................................................................................15
3 ESTRUTURA DO TCC...........................................................................................16
4 METODOLOGIA.....................................................................................................17
4.1 ETAPAS METODOLÓGICAS..............................................................................17
4.1.1 Delimitação do tema................................................................................17
4.1.2 Revisão bibliográfica...............................................................................18
4.1.3 Visita exploratória....................................................................................18
4.1.4 Análise de Dados..................................................................................... 20
4.2 DIAGRAMA METODOLÓGICO...........................................................................21
5 REFERENCIAL TEÓRICO.....................................................................................22
5.1 TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA –TEA...............................................22
5.1.1 Características da Criança com Autismo...............................................24
5.1.2 Dados Estatísticos sobre o Autismo......................................................26
5.2 EDUCAÇÃO ESPECIAL......................................................................................29
5.2.1 Breve histórico da Educação Especial e Inclusiva...............................30
5.2.2 Contexto pandêmico e crianças com TEA.............................................33
5.3 TEMAS GUIAS.................................................................................................... 35
5.3.1 Neuroarquitetura......................................................................................35
5.3.2 Ergonomia.................................................................................................40
5.3.3 Psicologia Ambiental...............................................................................42
5.4 PROPOSTA DE AMBIENTES EDUCACIONAIS PARA CRIANÇAS COM
AUTISMO.................................................................................................................. 43
5.4.1 Programa de Necessidades....................................................................43
5.4.2 Ambientes Multissensoriais – Snoezelen..............................................44
6 RESULTADOS E DISCUSSÃO.............................................................................46
6.1 OBJETO DE ESTUDO.........................................................................................46
6.1.1 Colégio Monteiro Lobato – CML.............................................................47
6.1.2 Instituto Educacional Prof. Lauro Araújo – IEPLA......................................50
6.2 WALKTHROUGH.................................................................................................52
6.2.1 Resultados Walkthrough – Colégio Monteiro Lobato...........................52
6.2.2 Resultados Walkthrough – IEPLA..............................................................59
6.3 ENTREVISTAS....................................................................................................65
6.3.1 Resultados Entrevistas – Colégio Monteiro Lobato e IEPLA...............66
6.4 MATRIZ DE DESCOBERTAS E RECOMENDAÇÕES........................................68
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................... 81
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 82
ANEXO A – APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA................................................87
ANEXO B – APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA................................................88
ANEXO C – APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA................................................89
APÊNDICE A – FICHA DE DESCRIÇÃO DOS AMBIENTES..................................90
APÊNDICE B – ROTEIRO DE ENTREVISTA...........................................................98
13
1 INTRODUÇÃO
AMA (Associação de Amigos do Autista), que trabalham com pessoas que tem
deficiência, acabam atendendo algumas ausências que poderiam também ser
trabalhadas nas instituições como por exemplo, das escolas particulares.
O psicólogo e responsável por atender crianças autistas no hospital infantil de
Itaporanga-PB, comenta que no município tem em média 78 à 80 crianças
diagnosticadas com autismo, e não existe um centro direcionado para o atendimento
dessas crianças. Esse suporte a priori é realizado de início no serviço público, pelo
Programa Saúde da Família (PSF), essa criança é encaminhada para outros
programas de apoio (Núcleo Ampliado de Saúde da Família – NASF, atenção básica
e hospital infantil) onde será formulado o seu diagnóstico. Desse modo ocorre o
direcionamento da criança para o Centro Especializado de Reabilitação Regional
(CERR) da cidade, que é localizado em Piancó-PB.
É de grande relevância analisar, de que forma os aspectos da ergonomia e da
neuroarquitetura podem ajudar na qualificação espacial das salas de aula; quais
elementos arquitetônicos podem induzir a compreensão e comportamento de uma
criança autista na escola, tornando esses ambientes, parte do método para o
aperfeiçoamento físico-motor e cognitivo dos indivíduos diagnosticados com
autismo.
A motivação para esta pesquisa veio do interesse pessoal pela falta de
ambientes escolares inclusivos direcionados ao autista e curiosidade de aprofundar
o conhecimento sobre como essas crianças se sentem em uma sociedade que
também não é inclusiva o suficiente para atender suas necessidades. São poucas as
bibliografias que relacionam a arquitetura e o autismo, as que existem são voltadas
mais para a área da biomedicina e educacional.
Sendo assim, a intenção é contribuir para os estudos de projetos em relação
com a neuroarquitetura para as instituições de ensino no município de Itaporanga-
PB que envolva crianças com o Transtorno do Espectro Autista-TEA, por meio da
análise de caso realizada em duas escolas particulares, escolhidas através do
grande número de autistas matriculados. A partir da neuroarquitetura a intenção é
promover uma interação dos usuários, realizar o melhor desenvolvimento das suas
competências e obter autonomia no seu dia a dia, possibilitando uma inclusão mais
adequada na instituição.
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2 OBJETIVOS
3 ESTRUTURA DO TCC
4 METODOLOGIA
Este estudo trata a relação do ambiente físico (sala de aula) com o usuário
autista, diante desse nexo, será analisado como ele se sente no lugar inserido e
quais as sensações provocadas a partir da neuroarquitetura, área que estuda os
estímulos que o cérebro adquire dependendo do espaço onde o indivíduo se
encontra. Não pretendeu-se avaliar questões técnicas de conforto ambiental, mas,
componentes que compreendem o conforto do indivíduo quanto a percepção de
bem-estar.
As instituições atuam com um fundamental papel no cenário educacional
brasileiro, dispondo a função estratégica de expandir práticas de ensino-aprendizado
para as crianças. Perante a esse contexto foi elaborada com base em duas escolas
18
Etapa A – Walkthrough
Etapa B – Entrevistas
pelo olhar dos professores e pais sobre o convívio da criança autista com a
arquitetura escolar que lhe é oferecida. No resultado e discussões serão
apresentados, escolha do local, as instituições do estudo e posteriormente o
resultado final das análises dos procedimentos, para em seguida expor as devidas
recomendações projetuais para tornar uma escola mais acessível e inclusiva.
5 REFERENCIAL TEÓRICO
Cunha (2014) aponta que o TEA surge nos primeiros anos de vida, originário
de causas ainda desconhecidas, porém com grandes colaborações de fatores
genéticos. Refere-se a uma síndrome complexa que pode existir exames médicos
englobando quadros comportamentais desiguais. Apresentam em seus sintomas
algumas dúvidas que complicam muitas vezes, um diagnóstico imaturo. Com essa
percepção, a ciência da hereditariedade tem enorme valor ao que se refere à
manifestação do autista, onde leva em consideração a aptidão da porcentagem em
sua possibilidade. Normalmente se confunde o autismo com a psicose infantil, porém
vale a pena ressaltar que nela acontece a perda da realidade, já no autismo há
dificuldades no acesso a mesma (GOMÉZ e TERÁN, 2014).
Pereira (1999) aborda no plano social, que os autistas se evidenciam pela
dificuldade em determinar laços afetivos ou comportamentos de apego,
principalmente nos primeiros cinco anos de vida, na qual não se iniciam atitudes
espontâneas. Nos primeiros anos de vida eles não apresentam posturas
antecipatórias comuns quando o bebê deseja ser tocado ou levantado, mas por
outro lado o contato pelo olhar das pessoas com autismo parece ser fútil, casual e
passageiro, dando a sensação de não estarem atentos.
26
causas ainda não são definidas, entretanto os estudos indicam que diversos fatores
tornam uma criança mais propícia a ter o TEA, dentre os quais se destacam
aspectos genéticos e ambientais.
A predominância de pessoas com autismo aumentou grandemente, no ano de
2004 esse número divulgado pelo CDC (Centro de Controle e Prevenção de
Doenças) era de que 1 pessoa em 166 possuíam TEA. Em 2012, esse resultado já
estava em 1 em 88, na última propagação do CDC em 2018, esse número
encontrava-se em 1 em 59. No ano de 2020, essa predominância já estava com 1
em 54. Ou seja, atualmente mostram uma dominância de 1 pessoa com autismo
para cada 54 crianças com 8 anos, em 11 estados dos EUA (PAIVA, 2020).
autista neste local, como por exemplo, inserir um espaço de fuga na sala de aula e
não deixar o ambiente poluído com estímulos visuais em excesso.
inclusão dos jovens e crianças com carências pedagógicas especiais, consegue ser
relativo as características sociais, econômicas e culturais de cada período,
fundamentais para as diferenças de entendimento.
Inclusão não significa, simplesmente, matricular os educandos com
necessidades especiais na classe comum, ignorando suas necessidades
especificas, mas significa dar ao professor e à escola o suporte necessário
à sua ação pedagógica (GLAT; FERNANDES, 2005 apud MEC-SEESP,
1998 p.5).
Segundo Souto Filho (2020), com base em dados nacional, obtidos pelo MEC
(Ministério da Educação)/ INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas) registra
que o censo de 2006 foi marcado por um aumento de 107% na frequência de alunos
no ensino especial referente a 1998, e um crescimento de 640% nos grupos de
ensino regular. Informações mais atuais relativos ao censo escolar 2019 apresentam
o crescimento no número de matrículas, atingindo 1.250,967 milhão de alunos, com
o crescimento de 34,4% em relação a 2015 e cerca de 370% a 1998. Outro fator
com relevância a ser notado nesse censo é sobre a totalidade de alunos do ensino
especial com alcance ao ensino regular, onde passou de 87,1% em 2014 para
92,8% em 2019.
O autor também comenta que a educação especial é um gênero que percorre
os níveis educacionais, proporcionando seus recursos e funções próprias para o
auxílio, e conforme a sua utilidade nas classes comuns de aprendizagem os
professores e alunos são orientados. Considerando suas necessidades
características, o apoio educacional especializado nomeia, estabelece e organiza
artifícios pedagógicos e de acessibilidade, que eliminam barreiras.
Na lei n° 13.146/2015 (LBI) Lei Brasileira de Inclusão, apresenta questões
dentre elas a igualdade e não a discriminação; direito à habitação; reabilitação e
direitos fundamentais, que se refere também ao direito à educação. Para Souto Filho
(2020), dentre as seções do artigo 28 da LBI, a que se destaca para a pesquisa do
autor assim como este presente estudo é a 1, onde assegura um sistema
educacional inclusivo para todas as classes de ensino, bem como a 2 que assegura
a proposta de meios de acessibilidade que excluam suas barreiras, e a 16 que
refere-se exclusivamente da acessibilidade aos projetos.
Fica claro o grande aparato de recursos legais que as pessoas com
deficiência possuem visando garantir seu direito à educação e ao acesso à
escola. No entanto, isso não fica evidente na situação encontrada na grande
maioria dos centros de ensino, da administração pública, municipal,
estadual e federal, ou privada. Logo, se mostra necessária a busca por
32
a maior parte das crianças com TEA apresenta certo desconforto às mudanças”. Os
parâmetros de distanciamento social e suas modificações em novos hábitos
passaram a ser conhecidas como o “novo normal”.
No estudo realizado por Evêncio (2020), onde expõe que a realidade que está
sendo vivenciada, deixou inúmeros alunos à margem da metodologia de ensino, que
destacou, a partir da busca para o estudo, causas como: carência ou
desqualificação de monitoramento e ensino dos responsáveis e/ou pais por motivo
de trabalho em áreas essenciais ou por não terem entendimento do assunto; queda
de interesse do aluno; dificuldade de obtenção as aulas on-line, ou por dificuldades
de entender o conteúdo dado; facilidade de distrações e falta de concentração.
As profissionais explicam que o isolamento social e distanciamento, como a
carência do atendimento presencial são estímulos emocionais e, por esse motivo, as
crianças criam sim um bloqueio de aprendizagem. Demonstram que “a mudança
brusca de rotina faz com que os autistas fiquem mais "desorganizados"
mentalmente, o que provoca uma dificuldade na aprendizagem.” Contudo, aponta o
cenário familiar estimulador para que as atividades já desenvolvidas não sejam
prejudicadas, por serem também essenciais para o incentivo de novos fundamentos
(EVÊNCIO, 2020).
As psicopedagogas alertam que:
5.3.1 Neuroarquitetura
5.3.2 Ergonomia
41
6 RESULTADOS E DISCUSSÃO
O estudo de caso tem como princípio analisar o ambiente sala de aula e como
ele impacta a criança com TEA, elas estão presentes cada vez mais e em busca de
um espaço inclusivo que esteja voltado para recebê-las. Como já explicito na
introdução e referencial teórico, atualmente o autismo está sendo diagnosticado com
mais constância no âmbito escolar através da aprendizagem, isto é, na matemática,
na literatura ou em outras maneiras de percepções.
Foram escolhidas duas Instituições de ensino particular na cidade de
Itaporanga, Paraíba. A escolha destas instituições se deu através da quantidade de
crianças com autismo, existentes comparada às demais na cidade, e por saber das
necessidades que o ambiente, sala de aula precisa de orientações para melhor
inseri-los. O Colégio Monteiro Lobato, fica localizada na Rua Sebastião Rodrigues
de Oliveira, bairro Xique Xique (figura 6). Já o Instituto Educacional Prof Laura
Araújo – IEPLA situada na Rua José Barros Sobrinho, bairro Centro (figura 7).
47
diferenciado que buscasse uma formação mais ampla para os seus filhos Sheila,
João Neto e Suellen, a senhora Maria do Carmo de Lima Mendes – Kall, adquiri a
escola “o mundo encanto da criança”, e assume grande compromisso com a
educação do município de Itaporanga. O estabelecimento educacional, funcionava
da educação infantil a 2ª série do ensino fundamental, hoje 3º ano. No segundo
semestre do mesmo ano, em reunião com os pais, decidiu-se que passaria a
chamar-se Colégio Monteiro Lobato, por acreditar que seria um local que iria
realizar os sonhos muitas crianças e jovens que ali estudassem.
Com base nos diálogos realizados com a diretora Verônica, foi relatado que o
Instituto Educacional Professora Laura Araújo, integra a Rede Privada de Ensino no
Estado da Paraíba. Foi autorizada através da resolução nº 105/96 do Conselho
Estadual de Educação, como Instituto Educacional Santa Mônica. No ano de 2000, a
escola já tem alcançado visibilidade, aceitação e excelente conceito por parte da
Sociedade Itaporanguense e da região, suas dependências foram ampliadas para
atender a demanda. Sendo assim, sua proprietária e diretora encaminharam ao
Conselho Estadual de Educação o seu reconhecimento, cujo parecer foi aprovado
em 26 de abril de 2001, sob nº 151/2001. O Instituto funciona em prédio próprio no
turno da manhã e atende a 200 alunos da educação básica ao 9º ano do ensino
fundamental.
1
Plantas baixas CML:
Desenhos técnicos disponibilizados em PDF (sem possibilidade de reajuste das cotas) pela Instituição.
51
Com toda situação legal regularizada, a escola hoje leva o nome de sua
idealizadora, passando a se chamar Instituto Educacional Professora Laura Araújo
(IEPLA) em homenagem à saudosa e inesquecível Laura Araújo, cognominada “Tia
Laura”, que muito fez pela educação da cidade de Itaporanga. A escola está
instalada num setor bem contemplado no que se refere a sua infraestrutura: ruas
calçadas, estradas pavimentadas para os que se deslocam dos municípios
circunvizinho. A edificação também é formada por dois pavimentos, o térreo que
contém a recepção, secretaria, diretoria, salas de aula, pátio, brinquedoteca, sala de
vídeo, deposito e wc´s. No pavimento superior fica mais salas de aula e wc´s.
52
decorativa coberto.
4
Plantas baixas IEPLA:
Desenhos técnicos disponibilizados em PDF (sem possibilidade de reajuste das cotas) pela Instituição
e editado no PowerPoint (demarcação salas, percurso dos alunos e indicação dos acessos) pela
autora.
62
Na sala do Jardim II que foi a primeira analisada (figura 26), de princípio era
localizada onde hoje é a sala do 2° Ano, mas devido a pandemia a instituição
precisou fazer alterações, atualmente está situada ao lado do percurso que dá
acesso aos pavimentos superiores e a janela do ambiente fica inserida nessa
passagem que os alunos realizam quando vão para suas salas ou para a quadra de
esporte, ocasionando assim desconcentração, barulho e desconforto para todos os
usuários, sendo necessário fechar portas e janelas, para que obtenha um melhor
conforto acústico (figura 27).
6.3 ENTREVISTAS
De acordo com as perguntas iniciais das entrevistas, pode ser notado que o
diagnóstico das crianças com TEA vem sendo realizado precocemente, e esse
diagnóstico quanto mais cedo notado, melhor será o quadro clínico do autista. Essas
descobertas vêm sendo na maioria das vezes, indicadas pelos professores, uma vez
que as crianças fazem parte da instituição.
Sobre a inclusão, as professoras das duas escolas relatam que é boa, e
justificam:
PROIEPLA: Porque temos formações para trabalhar com alunos com TEA,
além da experiência diária (Informação verbal, 2021).
PROCML: A busca em se aprimorar no âmbito do aprendizado, a
socialização dos nossos alunos autistas (Informação verbal, 2021).
mudanças no mobiliário. É
necessário que o número de
alunos seja compatível com a
dimensão da sala de aula.
77
insegurança ao tentar
alcançar subindo na
cadeira.
78
ESPAÇO DE FUGA
79
Fonte: Elaborada pela autora, com base em Rodrigues (2019) e nos resultados encontrados, 2021.
80
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Até pouco tempo atrás, as crianças autistas não tinham tanta visibilidade no
contexto escolar e na sociedade, onde não existia a oportunidade de frequentar o
ensino regular, portanto, lhes eram destinadas apenas as instituições de ensino
especial, que por consequência gerou diversas desvantagens tanto na inclusão
quanto no bem-estar. Atualmente esse cenário mudou, permitindo assim a
introdução ao ensino regular das crianças com deficiência, em qualquer escola
particular ou pública.
Com o intuito de entender como a neuroarquitetura pode agregar as salas de
aula, foram baseadas atribuições positivas como componentes específicos ao
conforto, dimensão das salas, zona de escape, segurança e mobiliário, onde deixam
os espaços educacionais mais aptos aos usuários no que se refere ao bem-estar,
aprendizagem e inclusão da criança autista na instituição escolar. A utilização dos
métodos de análise walkthrough e entrevistas foram primordiais tanto para o
entendimento que o estudo se referiu, quanto para a apresentação das
problemáticas encontradas.
Contudo na análise foi possível coletar todas as informações teóricas e
práticas, que proporcionou um olhar como um todo nas circunstâncias encontradas
nas escolas, demonstrando assim, que o compromisso do arquiteto em projetar
espaços de ensino-aprendizagem vai além da ilustração de ambientes eficazes em
matérias de conforto e carências funcionais dos usuários. Os profissionais do campo
da arquitetura têm a responsabilidade de projetar espaços agradáveis, em razão de
garantir um ambiente atraente e que ocasione o bem-estar e entusiasmo dos
professores e alunos.
Portanto a compressão de um indivíduo no ambiente físico não está ligado
apenas à sensação, mas também está nas possibilidades e necessidades que ele
têm com relação ao espaço. Na proposta arquitetônica o principal recurso para a
junção deles é proporcionar no ambiente escolar a independência e qualidade de
vida a todas as crianças. Consequentemente esse estudo irá ajudar tanto as
crianças como os profissionais da área educacional, levando em consideração que
todos os métodos sugeridos serão de grande relevância quando se pensar em
projetar o meio escolar mais inclusivo.
83
REFERÊNCIAS
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o bem-estar. entenda como criar espaços para estimular o bem-estar. 2020.
Disponível em: https://www.archademy.com.br/blog/neuroarquitetura-entenda-como-
criar-espacos-para-estimular-o-bem-estar/. Acesso em: 26 jun. 2021.
BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. 3. Ed. Lisboa: Edições 70, Ltda, 2004.
GADIA, Carlos A.; TUCHMAN, Roberto; ROTTA, Newra T.. Autismo e doenças
invasivas de desenvolvimento. 2004. Disponível em:
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0021-75572004000300011.
Acesso em: 10 abr. 2021.
GIFFORD, R.. Environmental Psychology, principles and practice. Boston: Allyn &
Bacon, 1987.
IIDA, Itiro. Ergonomia: projeto e produção. 2. ed. rev. ampl. São Paulo: Edgard
Blücher, 2005. 360 p.
OLIVEIRA, Luiza Maria Borges. Cartilha do censo 2010: pessoas com deficiência.
Brasília: Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República – Sdh/Pr,
2012. 32 p. Disponível em:
https://inclusao.enap.gov.br/wp-content/uploads/2018/05/cartilha-censo-2010-
pessoas-com-deficienciareduzido-original-eleitoral.pdf. Acesso em: 03 maio 2021.
PAIVA JUNIOR, Francisco. Prevalência de autismo nos EUA sobe 10%: agora é
1 para 54. 2020. Disponível em:
https://www.canalautismo.com.br/destaque/prevalencia-de-autismo-nos-eua-sobe-
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%20de%204%20anos%20atr%C3%A1s. Acesso em: 07 mar. 2021.
PEREIRA EG. Autismo: O Significado como Processo Central 1999; (Livro nº 15).
Lisboa: SNR.
PINHEIRO, J. Q., & Wiesenfeld, E. 1997. Environmental Psychology: planning the
comming years. Workshop promovido durante o XXVI Congresso Interamericano de
Psicologia, em São Paulo, 06 a 11 de julho. Pinheiro, J.Q., Elali, G.A., Bindé, P.J., &
Carneiro, C. 1997.
TISMOO. EUA tem novo número de prevalência de autismo: 1 para 54. 2020.
Disponível em: https://tismoo.us/destaques/eua-tem-novo-numero-de-prevalencia-
de-autismo-1-para-54/. Acesso em: 30 abr. 2021.
Revestimentos Cores
Parede: Alvenaria/Cerâmico/Faixa Parede: Branco/Branco/ Colorido
cerâmica decorativa
Piso: Cerâmico Piso: Claro – Branco
Teto: Gesso Teto: Branco
Mobiliário: 25 cadeiras + mesa do professor + 2 armários
Temperatura: 27°
Iluminação: Artificial/Natural
Ventilação: Climatizada/ Natural
Comentários:
Todas as salas dispõe de ar-condicionado;
Em cada sala de aula dessa escola possuem revestimento de faixas retangulares
decorativas.
Fotos/Croquis:
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Revestimentos Cores
Parede: Alvenaria/Cerâmico/Faixa cerâmica Parede: Branco/Branco/ Colorido
decorativa
Piso: Cerâmico Piso: Claro – Branco
Teto: Gesso Teto: Branco
Mobiliário: 16 cadeiras + 1 armário + 3 nichos + 3 ventiladores
Temperatura: 32°
Iluminação: Artificial/Natural
Ventilação: Natural/Artificial
Comentários:
Hoje o pátio tem o uso da sala de aula do maternal, devido as mudanças pós
pandemia;
O ambiente é todo aberto que ao mesmo tempo que pode favorecer a ventilação e
iluminação natural, pode também causar um desconforto térmico, por consequência
do clima da região;
Possui um layout dinâmico nas cadeiras, onde elas podem se encaixar uma na outra
e formar círculos para dinâmicas e interação dos alunos;
Dispõe de um espaço amplo;
O ambiente fica situado em frente aos banheiros, que beneficia tanto os alunos
quanto a professora.
Fotos/Croquis:
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Revestimentos Cores
Parede: Alvenaria/Cerâmico Parede: Branco/Branco
Piso: Cerâmico Piso: Claro – Branco
Teto: Gesso Teto: Branco
Mobiliário: 13 cadeiras + 2 cadeira com mesinha + 3 estantes + 1 mesinha + 1 televisão + 1
ar-condicionado + 1 ventilador
Temperatura: 31°
Iluminação: Artificial/Natural
Ventilação: Climatizada e artificial/ Natural
Comentários:
Todas as salas dispõe de ar-condicionado, ventilador e televisão;
Na sala há duas cadeiras com mesinhas diferente das demais, que são para as duas
crianças autistas;
As cadeiras das crianças autistas ficam situadas na frente da sala, pois a professora
comenta que fica mais fácil para instruí-las;
Possui algumas informações visuais (cartais e desenhos);
Duas janelas são isoladas, apenas umas das três que o ambiente possui que é
utilizada (janela de vidro).
Fotos/Croquis:
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Revestimentos Cores
Parede: Alvenaria/Cerâmico Parede: Branco/Bege
Piso: Cerâmico Piso: Claro – Branco
Teto: Gesso Teto: Branco
Mobiliário: 12 cadeiras com mesinha + 1 cadeira + 1 estante + 1 televisão
Temperatura: 31°
Iluminação: Artificial/Natural
Ventilação: Climatizada/ Natural
Comentários:
Todas as salas dispõe de ar-condicionado;
O revestimento cerâmico na parede é diferente da sala do 1° Ano;
Possui informações visuais nas paredes (cartais e imagens);
A janela fica situada em frente a um corredor, que dá acesso as salas do pavimento
superior e quadra esportiva, ocasionando muitas vezes barulho na sala.
Fotos/Croquis:
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Entrevista Semiestruturada
Universidade e Faculdade Integradas de Patos
Graduação em Arquitetura e Urbanismo
1. Quais componentes que você julga que mais chamam a atenção dos alunos
com TEA?
2. Você considera que a arquitetura escolar pode influenciar a criança
autista? Que tipo de influência (positiva ou negativa)?
3. Quanto tempo de experiência com autistas?
4. Qual categoria você acredita que a inclusão é presente na sua instituição
de ensino?
5. Boa
6. Média
7. Ruim
8. De acordo com a categoria escolhida da pergunta 4, justifique.
9. Quais ambientes você percebe que a criança mais utiliza/se sente
confortável? Como é esse ambiente? Quais são as características dele?
Do que as crianças gostam nele?
10. Você acredita que exista alguma relação entre manifestações de estresse
e o espaço físico?
11. Você já presenciou reações de estresse em alunos com TEA nesta
escola? Se sim, em quais ambientes você já presenciou este tipo de
reação e o que desencadeou essa reação de estresse?
12. Qual método é utilizado para acalmar a criança? Tem algum ambiente
propício?