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UNIFATEA - CENTRO UNIVERSITÁRIO TERESA D’ÁVILA

INFORMÁTICA COMO RECURSO PEDAGÓGICO PARA


ALUNOS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA

ADRIANA DE LANA VIDAL

Lorena - SP
2020

PPG Lato Sensu


ADRIANA DE LANA VIDAL

INFORMÁTICA COMO RECURSO PEDAGÓGICO PARA ALUNOS COM


TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA

Trabalho de Conclusão de Curso, Monografia,


apresentada ao Curso de Pós-Graduação Lato Sensu,
Área de Educação, Especialização em Transtorno
do Especto Autista, como exigência da
UNIFATEA- Centro Universitário Teresa D’Ávila.
Orientadora: Profª. Antonia Boldarini de Godoy

Profª Orientadora: Antonia Boldarini de Godoy

______________________________________

Profª Co-Orientadora: Vanessa Boldarini de Godoy

_____________________________________

Nota ________

Lorena - SP, ___ de novembro de 2020.

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Agradeço a Deus
Ele respondeu: “Porque a fé que vocês têm é pequena. Eu asseguro que, se vocês
tiverem a fé do tamanho do grão de mostarda, poderão dizer a este monte: “Vá daqui
para lá”, e ele irá. Nada será impossível para vocês.” (Bíblia Sagrada, Mateus 17:20)

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“Não basta ensinar ao homem uma especialidade. Porque se tornará assim uma
máquina utilizável, mas não uma personalidade. É necessário que adquira um
sentimento, um senso prático daquilo que vale a pena ser empreendido, daquilo que é
belo, do que é moralmente correto. A não ser assim, ele se assemelhará, com seus
conhecimentos profissionais, mais a um cão ensinado do que a uma criatura
harmoniosamente desenvolvida. Deve aprender a compreender as motivações dos
homens, suas quimeras e suas angústias para determinar com exatidão seu lugar exato
em relação a seus próximos e à comunidade”.
(Albert Einstein)

“Do lado de fora, olhando para dentro, você nunca poderá entendê-lo. Do lado de
dentro, olhando para fora, você jamais conseguirá explicá-lo. Isso é autismo.” (Autism
Topics)

INFORMÁTICA COMO RECURSO PEDAGÓGICO PARA


ALUNOS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA
UniFatea - Centro Universitário Teresa D’Ávila.
Autora: Adriana de Lana Vidal
Orientadora: Profª Ma. e Drª. Danielli Gualda Marins

RESUMO
O presente estudo, baseado em metodologia do trabalho científico de pesquisa de

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revisão bibliográfica, em ambiente físico e virtual, tem como escopo evidenciar a
importância das chamadas TICs - Tecnologias da Informação e Conhecimento - diante
da Era das novas telecomunicações e mídias eletrônicas, evidenciando sua importância
na Educação em geral, e, em especial, trazendo possibilidades de maior evolução e
desenvolvimento aos alunos portadores de TEA - Transtorno do Espectro Autista -. São
abordadas legislações internacionais e brasileiras, concernentes ao tema, tais como
Declaração de Salamanca, a Constituição Federal do Brasil em vigor, Lei de Diretrizes
e Bases da Educação Nacional, entre outras. Destaca-se a importância dos docentes em
aceitarem a nova realidade que se instaurou na comunidade escolar, bem como em toda
a sociedade, ressaltando-se a importância dos professores de se reciclarem e
atualizarem, através de formação em cursos e entrando cada vez mais, em contato com
as novas tecnologias e seus diversos recursos, já presentes na vida dos alunos, em seu
cotidiano. Através de pesquisas bibliográficas, entre estudiosos do tema e assuntos
correlatos, observa-se que as TICs, em muito contribuem para o desenvolvimento e
evolução cognitiva dos portadores de TEA, atendendo cada vez mais às políticas de
Atendimento Educacional Especializado (AEE).
Palavras – chaves: TICs (Tecnologias da Informação e Conhecimento), Autismo e
Atendimento Educacional Especializado (AEE).

ABSTRACT
The present study, based on the methodology of the scientific work of bibliographic
review research, in a physical and virtual environment, aims to highlight the
importance of the so-called “TICs” (in Portuguese) - Information and Knowledge
Technologies - in the era of new telecommunications and electronic media, evidencing
their importance in Education in general, and, in particular, bringing possibilities of
greater evolution and development to students with ASD - Autistic Spectrum Disorder
-. International and Brazilian legislation on the subject are addressed, such as the
Salamanca Declaration, the Federal Constitution of Brazil in force, the Law of
Guidelines and Bases for National Education, among others. We highlight the
importance of teachers in accepting the new reality that was established in the school
community, as well as in the whole society, emphasizing the importance of teachers to
recycle and update themselves, through training in courses and entering more and
more, in contact with new technologies and their diverse resources, already present in
students' lives, in their daily lives. Through bibliographic research, among scholars of
the theme and related subjects, it is observed that “TICs”, contribute a lot to the
development and cognitive evolution of patients with ASD, attending more and more
to the Specialized Educational Assistance (AEE) policies.
Keywords: “TICs”, Autism and Specialized Educational Services.
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...................................................................................................7

2. REFERENCIAL TEÓRICO................................................................................11
3. METODOLOGIA...............................................................................................13
4. RESULTADOS...................................................................................................14
5. DISCUSSÃO........................................................................................................17

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5.1 A ESCOLA INCLUSIVA..............................................................................17
5.2 AS NOVAS TECNOLOGIAS E A EDUCAÇÃO.........................................21
5.3 OS RECURSOS TECNOLOGICOS E A MEDIAÇÃO PEDAGÓGICA.....25
6 CONCLUSÃO ...................................................................................................30
7 REFERÊNCIAS..................................................................................................31

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1. INTRODUÇÃO

Em plena Era do Conhecimento, Informação e suas Novas Tecnologias não são


utilizadas, especialmente na Área Educacional, somente as formas físicas de escrita,
leitura, ensino e aprendizagem, para transmissão e absorção do Conhecimento.
Assunto que se renova constantemente, pois novos aparelhos e recursos são inventados
e colocados no mercado, a cada dia, faz-se necessária uma investigação com
metodologia de trabalho científico/acadêmico, escopo deste trabalho, qual seja a forma
como esses recursos tecnológicos estão sendo utilizada nos espaços escolares, afinal, a
tecnologia faz parte da infância das crianças contemporâneas, em seu dia a dia, em casa,
e o espaço da comunidade escolar não poderia deixar de se atualizar. .
A sociedade faz uso de celulares (smartphones ou “telefones inteligentes”), ipad,
iphone, tablets, computadores pessoais (personal computers) e outros diferentes
aplicativos (chamados softwares ou apps). Mudou a maneira de se ler (e-books, audio
books), de se ouvir rádio (web radios e aplicativos próprios das emissoras para
smartphones, tablets e computadores), televisão (Smart TVs, com altas tecnologias,
podendo ser acopladas às mídias eletrônicas e conectadas aos computadores). Mesmo
aqueles que moram em regiões de difícil acesso e, que algumas vezes, não possuem
computadores e internet em casa, acabam por desfrutar dessas tecnologias em lan
houses ou espaços do cidadão, cedidos pelas prefeituras dos municípios. A escola
também precisa estar preparada para esta alta carga de informação, inserindo tudo isso
no contexto escolar. Os professores precisam se reciclar e atualizar, assim como toda
comunidade escolar.
A Educação tem como objetivo acolher e possibilitar à criança com Transtorno
do Espectro Autista (TEA) maneiras para que ela possa se desenvolver e aprender,
utilizando a informática como recurso e apoio de aprendizagem, respeitando a
individualidade e potencialidade de cada aluno.
Tendo-se em vista esses fundamentos, busca-se nesse estudo, utilizando-se da
metodologia de trabalho científico a pesquisa bibliográfica, em ambiente físico e virtual,
elucidar como a tecnologia vem crescendo no ambiente escolar e de que maneira os
pedagogos podem se utilizar dos novos recursos e ferramentas para oportunizar a
otimização e evolução do aprendizado do aluno autista, de forma produtiva para ele. Ao
contrário do que, muitas vezes, pensa o senso comum, o professor não perde o seu
lugar na sala de aula, pelo contrário, ele se aproxima mais do universo do aluno,

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devendo estar presente para mediar o processo ensino/aprendizagem, estimulando e


incentivando o envolvimento e desenvolvimento do aluno e explorando sua
criatividade, tornando-o um indivíduo incluso na sociedade da qual ele faz parte e da
comunidade, na qual se insere.
Espera-se que este trabalho possa contribuir com o aprimoramento cada vez
mais exigido pela área da educação. Identificar a existência de recursos tecnológicos
que podem auxiliar o processo de ensino-aprendizagem de alunos com TEA (Transtorno
do Espectro Autista). Somando com as atuais inclusões de alunos TEA nas escolas de
ensino regular, é importante conhecer as ferramentas e recursos tecnológicos que
professores devem utilizar como instrumentos de aprendizagem. O computador não
pode servir de enfeite no ambiente escolar. Se assim ocorrer deixará de contribuir para a
aprendizagem dos educandos.

A criança com Autismo é capaz de aprender, como as outras crianças,


entretanto, faz-se necessária a utilização de técnicas e intervenções que
facilitam esse processo, considerando as características e especificidades
do modo de ser e estar no mundo dessa criança. (COSCIA, 2010, p. 19).

Segundo o autor citado, a criança autista tem a capacidade de aprender, mas a


escola tem que oferecer um ambiente propício para a avaliação emocional das crianças,
por ser um espaço social, intermediário entre a família e a sociedade .
Segundo Ramos, (s.d., p. da Internet)1, a partir da década de 90, iniciaram-se as
ações governamentais para capacitação do professor mediante à tecnologia, para
atuação em escolas regulares. O que tem causado avanços significativos, representando
um importante papel no processo de ensino aprendizagem. Os recursos facilitam a
socialização e possibilitam o conhecimento cultural construído, e que se encontram fora
do alcance dessas pessoas, e também o professor passa de transmissor do conhecimento
para mediador que motiva e incentiva os alunos a participarem do processo educativo.
Para Soares e Alves (s.d., p. da Internet)2, a inclusão digital deve ser vista como uma
política pública, possibilitando a oportunidade de acesso à informação em tempo real a
1
RAMOS, Patrícia Edí. O professor frente às novas tecnologias de informação e comunicação. [s.d.].
SEDUC -Secretaria de Estado da Educação/Governo de Mato Grosso. Artigos. Disponível em:
http://www2.seduc.mt.gov.br/-/o-professor-frente-as-novas-tecnologias-de-informacao-e-comunicac-1.
Acesso em: 16 ago. 2020.
2
SOARES, Cristina da Silva; ALVES, Thays de Souza; CARVALHO, Prof. Luiz Alfredo Vidal de.
(orientador). Sociedade da Informação no Brasil: inclusão digital e a importância do profissional de TI.
Monografia. Centro Universitário Carioca. Disponível em: http://brasilesco.la/m14143. Acesso em: 16
ago. 2020.

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todos os cidadãos. Dessa forma, uma das áreas que mais cresce no mundo é a da
informática, podendo-se encontrar computadores nos mais variados contextos:
empresarial, comercial, acadêmico e domiciliar, ou seja, o computador surgiu para
contribuir com a inovação e também facilitar a vida, no cotidiano das pessoas. Segundo
as autoras, houve uma grande transformação e valorização dos profissionais de TI
(Tecnologia da Informação). A comunidade escolar não poderia deixar de absorver essa
inclusão digital para seu ambiente, já que faz parte da sociedade, como sua formadora e
transformadora.
Quando utilizarmos recursos de informática na sala de aula, é importante não
transformar a máquina como único instrumento educacional, e sim priorizar a
criatividade, o raciocínio e atitudes ativas do professor e dos alunos para que juntos
possam construir o conhecimento. Sendo assim, o aluno conseguirá estar mais bem
qualificado e preparado para sua vida profissional. Assim,

A inserção das TICs (Tecnologias da Informação e Comunicação) no


cotidiano escolar anima o desenvolvimento do pensamento critico criativo e
a aprendizagem cooperativa, uma vez que torna possível a realização de
atividades interativas. Sem esquecer que também pode contribuir com o
estudante a desafiar regras, descobrir novos padrões de relações, improvisar
e até adicionar novos detalhes a outros trabalhos, tornando-os assim
inovados e diferenciados. As tecnologias proporcionam que os alunos
construam seus saberes, a partir da comunicabilidade e interações com um
mundo de pluralidades, no qual não há limitações geográficas, culturais e a
troca de conhecimentos e experiências é constante. Dessa maneira, as
tecnologias de informação e comunicação operam como molas propulsoras
e recursos dinâmicos de educação, à proporção que quando bem utilizadas
pelos educadores e educandos proporcionam a intensificação e a melhoria
das práticas pedagógicas desenvolvidas em sala de aula e fora dela.
(OLIVEIRA; MOURA. [s.d.], p. da Internet).

Para os autores citados, a utilização de recursos tecnológicos no processo de


ensino, torna a aula mais atrativa, proporcionando aos alunos uma forma diferenciada de
ensino.
Para que isso se concretize de maneira que todos os envolvidos sintam-se
beneficiados, a questão das TICs deve estar bem consolidada. A forma de
ensinar e aprender podem ser beneficiados por essas tecnologias, como por
exemplo, a Internet, que traz uma diversidade de informações, mídias e
softwares, que auxiliam nessa aprendizagem. Perante a inevitabilidade de se
conviver com as TIC na educação, faz-se necessário analisar e refletir sobre
os benefícios, as mudanças e os conhecimentos indispensáveis à adequada
aplicação dessas tecnologias ao aprendizado do aluno. Assim sendo,
sabemos que as transformações nas formas de comunicação e de
intercâmbio de conhecimentos, desencadeadas pelo uso generalizado das

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tecnologias digitais nos distintos âmbitos da sociedade contemporânea,


demandam uma reformulação das relações de ensino e aprendizagem, tanto
no que diz respeito ao que é feito nas escolas, quanto a como é feito.
Precisamos então começar a pensar no que realmente pode ser feito a partir
da utilização dessas novas tecnologias, particularmente da Internet, no
processo educativo. Para isso, é necessário compreender quais são suas
especificidades técnicas e seu potencial pedagógico. (OLIVEIRA;
MOURA. [s.d.], p. da Internet).

Podemos concluir pelas palavras dos autores citados, que as TICs são inevitáveis
e podem contribuir em muito para o desenvolvimento de alunos e até dos próprios
docentes, quando buscam se reciclar e atualizar seus conhecimentos e reformular suas
práticas em sala de aula, somando-se as TICs às tradicionais ferramentas pedagógicas,
deixando-se claro que há que somar e não substituir.
Nosso escopo, nesse presente estudo, através de levantamento bibliográfico, é
analisar e lançar uma luz, que ilumine novas possibilidades de inclusão ao aluno com
TEA, longe de se tentar esgotar assunto tão vasto e que a cada dia traz novidades, haja
vista a velocidade com que ocorrem as mudanças na área tecnológica, nesta era.
Os descritores utilizados para o levantamento bibliográfico foram: tecnologias
para alunos com TEA e informática como ferramenta pedagógica para alunos com TEA.
Para busca de dados foram consideradas as pesquisas publicadas entre 2010 a 2020 do
presente tema.
Acredita-se que existam muitas vantagens no uso do computador como
ferramenta no processo de aprendizagem dos alunos TEA e aprofundar os
conhecimentos sobre as estratégias que conduzem a processos de interação de alunos
com TEA e os ambientes informatizados traz considerações relevantes sobre a forma
que possam desencadear o desenvolvimento de suas potencialidades, seja no campo
cognitivo, no afetivo e no social.
De tal modo, o objetivo do presente estudo é analisar quais são os benefícios das
novas tecnologias computacionais para o desenvolvimento no processo de ensino e
aprendizagem de alunos com TEA, demonstrando-se aos professores que possuem
alunos TEA, e não fazem uso desse recurso tecnológico, o quanto as novas tecnologias
podem ajudar na aprendizagem desses alunos. Outra finalidade é analisar como ocorre o
processo de interação da criança com TEA, o computador e outras ferramentas das
TICs.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

Para Bosa e Callias (1999), o Transtorno do Espectro Autista é caracterizado por


comprometimentos nas interações sociais recíprocas, desvios na comunicação e padrões
comportamentais restritos e estereotipados, e segundo Kaplan (1997, apud autoras
citadas) mais de dois terços dos indivíduos com transtorno do espectro autista tem
retardo mental. As características dos indivíduos com TEA estão relacionados ao
comportamento, à comunicação e à socialização da criança. A criança autista possuiu
uma maneira própria de ver o mundo.
Ainda segundo Bosa e Callias (1999), para Kaplan e Sadock (1997) qualquer
estudo sobre o autismo infantil reporta-se ao pioneiro Leo Kanner, que realizou os
primeiros trabalhos referentes ao transtorno. Suas publicações são de 1943 e continham
descrições detalhadas de casos de autismo, oferecendo os primeiros esforços para
explicar teoricamente tal quadro. Acreditava-se que, desde o nascimento havia um
transtorno básico que originava problemas altamente característico. Kanner escreveu um
artigo, intitulado “Os Distúrbios Autistas de Contato Afetivo”, no qual descreveu onze
casos de crianças (oito meninos e três meninas) com algumas características
particulares, mas com um aspecto comum, que ele considerou como distúrbio principal
patognomônico, concernente à incapacidade de estabelecer relações de maneira normal,
com as pessoas e situações, desde o início da vida.

Existe, inicialmente, um fechamento autístico externo que, sempre que


possível, faz com o que a criança negligencie, ignore ou recuse tudo o
que lhe vem do exterior. Um contato físico direto, um movimento ou
um ruído que ameaçam interromper este isolamento são tratados
“como se não existissem”, se isso não for mais suficiente, são então
sentidos como intrusões profundamente perturbadoras. (KANNER,
1997, p. 156, apud MALEVAL, 2017, p. da Internet)

Referente aos aspectos clínicos, muitos estudiosos procuram explicações para as


causas e consequências do TEA. De acordo com Gauderer (1997), existem três
definições de autismo que estão sendo amplamente usadas. Uma dessas definições é
aceita pela National Society for Autistic Children e pela Organização Mundial de Saúde
(OMS):
Autismo é uma síndrome presente desde o nascimento e se manifesta
invariavelmente antes dos 30 meses de idade. Caracteriza-se por
respostas anormais a estímulos auditivos ou visuais, e por problemas
graves quanto à compreensão da linguagem falada. A fala custa a

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aparecer, e, quando isso acontece, nota-se ecolalial, uso inadequado


dos pronomes, estrutura gramatical imatura, inabilidade de usar
termos abstratos. Há também, em geral, uma incapacidade na
utilização social, tanto da linguagem verbal como da corpórea.
Ocorrem problemas muito graves de relacionamento social antes dos
cinco anos de idade, como a incapacidade de desenvolver contato olho
a olho, ligação social e jogos em grupo. O comportamento é
usualmente ritualístico e pode incluir rotinas de vida anormais,
resistências à mudança, ligação a objetos estranhos e um padrão de
brincar estereotipado. A capacidade para pensamento abstrato-
simbólico ou para jogos imaginativos fica diminuída. A inteligência
varia de muita subnormal, anormal ou acima. O desempenho é com
frequência melhor em tarefas que requerem memória simples ou
habilidade visual– espacial, comparando-se com aquelas que se
requerem capacidade simbólica ou linguística (GAUDERER, 1997,
p.08, apud UMEKI, 2005, p. da Internet).

Segundo o site Tismoo, na publicação do artigo “Quais os sinais e sintomas de


autismo?” (Paiva Jr, 2018), a criança autista tem a tendência de assustar-se com coisas
inofensivas e podem ignorar perigos reais, dada à falta de compreensão, podendo
colocar-se em perigos gigantescos sem qualquer estímulo de medo:

Sua falta de compreensão faz com que ignorem perigos como: podem
atravessar a rua na frente do tráfego, ou se equilibrar perigosamente
em bordas estreitas de um muro alto, sem medo algum. Às vezes riem
de coisas que lhe dão prazer, como uma luz piscando ou a sensação
macia de algo que estejam segurando. Outras vezes, sem razão
aparente, choram lágrimas de profunda tristeza – como se o mundo
fosse demais para eles – e parecem perdidos, desnorteados e
assustados. Podem, porém, ser confortados com o carinho e contato
físico de sua mãe ou alguém que conhecem e confiem. (GAUDERER,
1985, p. 120).

Como se observa pelas análises de estudiosos, como os já citados, até este ponto
desta pesquisa, há uma gravidade muitas vezes surpreendente nos casos de portadores
de TEA. Como descrito no site Tismoo3:

Ainda que haja somente suspeita clínica, quanto mais precoce se inicia
o tratamento, maior a qualidade de vida. Em geral, a partir de um ano
e meio de idade, alguns sinais de autismo — ou Transtorno do
Espectro do Autismo, seu nome técnico — já podem aparecer, até
mesmo mais cedo, em casos mais graves. Há uma grande importância
de se iniciar o tratamento o quanto antes, objetivando intervenção
terapêutica adequada, mesmo que haja somente uma suspeita clínica,
pois quanto antes iniciem-se as intervenções, maior será a qualidade

3
PAIVA JUNIOR, Francisco. - Quais os sinais e sintomas do autismo - Ciência, Cuidados,
Desenvolvimento, Destaques, Diagnóstico, Saúde, Tratamentos. 2018. Disponível em:
https://tismoo.us/saude/quais-os-sinais-e-sintomas-de-autismo/. Acesso em: 18 ago. 2020.

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de vida da pessoa. [...] O tratamento psicológico com evidência de


eficácia, segundo a Associação Americana de Psiquiatria, é a terapia
de intervenção comportamental — aplicada por psicólogos. A mais
usada delas é o ABA (sigla em inglês para Applied Behavior
Analysis — em português, Análise Aplicada do Comportamento),
embora existam outros. Como o tratamento para autismo é
interdisciplinar e adequado às necessidades especificas do individuos,
ou seja, além da psicologia, pacientes podem se beneficiar com
intervenções de fonoaudiologia, terapia ocupacional, entre outros
profissionais. ( PAIVA JUNIOR, 2018, p. da Internet).

3. METODOLOGIA
De acordo com Cervo, Bervian e Da Silva (2007, apud Faculdades FIO -
Ourinhos-SP, p. da Internet)4, a pesquisa bibliográfica procura explicar um problema
baseado em referências teóricas publicadas em artigos, livros, dissertações e teses. Pode
ser realizada independentemente ou como parte de uma pesquisa descritiva ou
experimental. Em ambos os casos, buscam-se conhecer e analisar as contribuições
culturais ou científicas do passado sobre determinado assunto, tema ou problema.
Segundo Cervo, Bervian e da Silva (2007, p.61, idem), a pesquisa bibliográfica
“constitui o procedimento básico para os estudos monográficos, pelos quais se busca o
domínio do estado da arte sobre determinado tema.”
Para Cervo, Bervian e da Silva (2007, p.61, idem), a pesquisa descritiva ocorre
quando se registra, analisa e correlaciona fatos ou fenômenos, sem manipulá-los
(CERVO; BERVIAN; DA SILVA, p. 79, 2007, idem). 
O estudo foi realizado com o intuito de investigar como a tecnologia pode
ajudar, com a finalidade de resolver a problemática que norteia o projeto, que são as
dificuldades de pessoas TEA no acesso ao mundo digital, aplicando o uso da tecnologia
na rotina da criança. Para o desenvolvimento deste trabalho, adotou-se levantamentos de
dados bibliográficos.
Para ensinar crianças com TEA, deve-se ter em mente que tudo tem de ser
divertido, prazeroso, fugindo de situações da escola tradicional, uma vez que crianças
especiais só aprendem quando estão interessadas e as atividades estão de acordo com o
seu nível cognitivo (JUHLIN, 2012). E é neste quesito que a informática se encaixa,
uma vez que ela desperta curiosidade no usuário, é interativa e torna possível a
aplicação da teoria (HIDALGO, 2011, apud CAMARGO, 2017, p. 115).
Esta pesquisa fundamenta-se em colaborar com a inclusão de crianças com TEA,
4
FACULDADES FIO - OURINHOS. Normatização de trabalhos acadêmicos. [s.d.] Disponível em:
https://fio.edu.br/manualtcc/co/7_Material_ou_Metodos.html. Acesso em: 19 ago. 2020.

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uma vez que esta tem sido alvo de muitas dúvidas, apontando a informática como meio
para tal. Pondera-se que a tecnologia está por toda a parte, inclusive nas escolas, com a
inserção de laboratórios de informática, para tanto se torna importante utilizar esta
tecnologia nos processos de ensino-aprendizagem.

4. RESULTADOS

O professor é um agente transformador do ensino: apropria-se de recursos


tecnológicos para possibilitar diferentes encaminhamentos pedagógicos com o intuito de
estabelecer relações contextualizadas pelo conhecimento, diante das necessidades e os
recursos disponíveis aos quais tem acesso. Para isso, a tecnologia precisa ser pensada no
sentido planejado de encaminhamentos, estabelecendo relações de como utilizá-la,
quando, onde e para quê, refletindo como um meio em que, para Brito e Novôa, 20066, é
necessário que o professor entenda a tecnologia como um instrumento de intervenção na
construção da sociedade democrática, contrapondo-se a qualquer tendência que a
direcione ao tecnicismo, a coisificação do saber e do ser humano, sendo primordial o
conhecimento da conceituação de diferentes tipos de tecnologias por parte do docente, a
fim de estabelecer qual ferramenta adequada às necessidades do aluno e as formas como
podem ser trabalhadas.
Ainda segundo as autoras citadas, existem consideráveis pesquisas científicas e
discussões no meio acadêmico, que mostram que a formação inicial de professores
ocorreu em uma dinâmica diferenciada da evolução das tecnologias, sendo muitos
professores atuantes hoje pertencentes à geração “pré ícone/digital” (Brito; Purificação,
2015 apud Moura, 2002) e que utilizam as tecnologias em sua maioria como
instrumentos, sem que haja uma reflexão sobre a apropriação das mesmas no sentido de
ressignificar a ação pedagógica. Refletindo, a partir dos estudos de Gatti e Barreto
sobre professores do Brasil (2009, apud Gatti, 20107), em relação à formação docente, a
partir dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), a presença da perspectiva
5
CAMARGO, Melina Oliveira Bilhava. A Informática como ferramenta de estímulo cognitivo para
crianças com Transtorno do Espectro Autista. In: Revista da Jornada de Pós-Graduação e Pesquisa
Congrega Urcamp 2017. (14ª Jornada de Pós-Graduação e Pesquisa- 2017). Disponível em:
http://revista.urcamp.tche.br/index.php/rcjpgp/article/download/681/393. Acesso em: 15 abril 2020.
6
BRITO, Gláucia da Silva; NOVÔA, Jéssica. Transtorno do Espectro Autista: as tecnologias como
ferramentas de ensino na Educação Especial. In: EDUCERE - XIII CONGRESSO NACIONAL DE
EDUCAÇÃO. 2017. UFPR. Disponível em:
https://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2017/23477_12977.pdf. Acesso em: 19 ago. 2020.
7
GATTI, Bernadete Angelina. Formação de professores no Brasil: características e problemas. 2010.
Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/es/v31n113/16.pdf. Acesso em: 20 ago. 2020.

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instrucional em relação às tecnologias fica evidente ao verificarmos o percentual das


disciplinas optativas (Figura 1) nas grades dos cursos de formação inicial docente, como
no caso da oferta da disciplina de tecnologias, representando 3,2% da grade curricular:

Figura 1: Disciplinas Optativas, segundo as categorias e subcategorias de análise. Fonte: GATTI, B. A.;
BARRETTO, E.S.S.. Professores do Brasil: impasses e desafios. (p.125). Brasília: Organização das
Nações Unidas para a Educação a Ciência e a Cultura (UNESCO)8, 2009.

Segundo Brito e Novôa (2017, p. 5)9, o interesse dos professores em relação às


tecnologias na educação parte dessa hipótese, levantada sobre temas emergentes do
processo de ensino, ficando isso claro na análise de Moura (2002, apud Brito e
Purificação, 2015)10 quando evidencia três falhas (Figura 2) nos cursos que se destinam
ao preparo do professor para o uso dos computadores em sala de aula:

8
GATTI, Bernadete Angelina; BARRETTO, Elba Siqueira de Sá. (Org.) Professores do Brasil:
impasses e desafios. Brasília: UNESCO, 2009. Disponível em:
https://www.fcc.org.br/fcc/wp-content/uploads/2019/04/Professores-do-Brasil-impasses-e-desafios.pdf.
Acesso em: 20 ago. 2020.
9
BRITO, Gláucia da Silva; NOVÔA, Jéssica. Transtorno do Espectro Autista: as tecnologias como
ferramentas de ensino na Educação Especial. In: EDUCERE - XIII CONGRESSO NACIONAL DE
EDUCAÇÃO. 2017. UFPR - Universidade Federal do Paraná - Curitiba - PR.. Disponível em:
https://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2017/23477_12977.pdf. Acesso em: 19 ago. 2020.
10
(ibidem).

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16

FONTE: Brito e Novôa (2017, p. 5) Disponível em:


https://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2017/23477_12977.pdf. Acesso em: 19 ago. 2020.

Constata-se, através destes exemplos, colocados em análise em relação à


formação de professores, seja ela inicial ou continuada - no sentido de refletir sobre a
apropriação das tecnologias, em contextualizá-las na ação pedagógica, com
intencionalidade e planejamento de suas abordagens, adequando os recursos das
tecnologias ao conteúdo ou ao propósito de ensino, refletindo no processo de ensino e
aprendizagem dos alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA)- , o fato de
considerarmos as especificidades das características do autismo, evitando o uso das
tecnologias como objeto obsessivo de apego ou como forma de recompensa sem
planejamento adequado, e sim com ação intencional pedagógica planejada com
finalidade. Brito e Novôa (2017, p. 2-3) em seu artigo “Transtorno do Espectro Autista:
as tecnologias como ferramentas de ensino na Educação Especial”, descrevem que fez
parte do evento gratuito do “II Simpósio Internacional de Atenção à Criança com Risco
Estabelecido ao Desenvolvimento e I Seminário Paranaense de Práticas Inclusivas”
ocorrido em 2017, no Campus da Reitoria da Universidade Federal do Paraná, o
workshop “Tecnologias como ferramentas de ensino no processo inclusivo do
Transtorno do Espectro Autista”, realizado com o principal objetivo de compartilhar
experiências práticas pedagógicas, a partir de recursos tecnológicos, a fim de auxiliar o
docente nas possibilidades pedagógicas, no processo de ensino e aprendizagem.
Analisando-se o perfil dos inscritos, percebe-se a demanda ampla e crescente pelo
tema:

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A organização do workshop abordou inicialmente a discussão do


conceito de tecnologia e a relação do conhecimento versus informação
na Cibercultura. Com essa reflexão inicial, remete-se à análise de que o
ser humano é o principal agente propulsor da tecnologia: através
de suas experiências e formas de pensar que influenciam em sua
vida em sociedade e nas relações interpessoais, no processo de
construção do conhecimento relacionado às suas necessidades e, na
mudança e organização do ensino refletido na cultura escolar.
(BRITO; NOVÔA, 2017, p. 3, grifos nossos).

5. DISCUSSÃO
5.1 A ESCOLA INCLUSIVA

Conforme Glat e Nogueira ([s.d], p. da Internet)11, a integração da inclusão


social de alunos com necessidades especiais no sistema regular de ensino tem sido, sem
dúvida, a questão referente à Educação Especial mais discutida no país, nas últimas
décadas. Este tema, que por tanto tempo, salvo algumas experiências isoladas, ficou
restrito ao debate em congressos e textos da literatura especializada, acabou por tornar-
se proposta de intervenção amparada e fomentada pela legislação em vigor, e
determinada por políticas públicas educacionais, tanto em nível federal, quanto estadual
e municipal:

Assim, o início III do art. 208 da Constituição Brasileira se refere ao Atendimento Educacional
Especializado - AEE - aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de
11
GLAT, Rosana; NOGUEIRA, Mário Lúcio de Lima. Políticas Educacionais e a Formação de
Professores para a Educação Inclusiva no Brasil. [s.d.]. Disponível em:
https://www.educmunicipal.indaiatuba.sp.gov.br/shared/upload/z_outros/files/material_curso/monitores/
tema_5/educacao.pdf. Acesso em: 20 ago. 2020.

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ensino. E na sua Política Nacional de Educação Especial (BRASIL, 1994), o Ministério da


Educação - MEC estabelece como diretrizes da Educação Especial apoiar o sistema regular de
ensino para a inserção dos portadores de deficiências, e dar prioridade quando do financiamento
a projetos institucionais que envolvam ações de integração. Esta mesma definição foi
posteriormente reforçada, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394/96),
e recentemente nas Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica
(CNE/CEB, 2001).(GLAT; NOGUEIRA, [s.d.], p. da Internet).

Ainda segundo os autores citados, não basta que uma proposta se torne lei para
que a mesma seja imediatamente aplicada. Inúmeras são as barreiras que impedem que a
política de inclusão se torne realidade à prática cotidiana de nossas escolas. Entre estas,
a principal, sem dúvida, é o desprezo dos professores do ensino regular para receber em
suas salas de aula, geralmente repletas de alunos com problemas de disciplina e
aprendizagem, essa clientela. A própria LDB reconhece a importância deste aspecto
como pré-requisito para a inclusão ao estabelecer, em seu artigo 5912, que:

Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades


especiais:
[...] III – professores com especialização adequada em nível médio ou
superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino
regular capacidade para a integração desses educando nas classes comuns.
(BRASIL, MEC, 1996, p. da Internet).

Um ensino de qualidade para crianças com necessidades especiais, na


perspectiva de uma educação inclusiva13, envolve pelo menos, como assinala Bueno
(1999, apud Blat; Nogueira, op. cit.), dois tipos de formação profissional docente:
professores “generalistas” quer seja para atendimento direto à essa população, quer seja
para apoio ao trabalho realizado por professores de classes regulares que integram esses
alunos.
Blat e Nogueira (ibidem) ainda ressaltam que a noção de escola inclusiva,
evidenciada, a partir da famosa Declaração de Salamanca (UNESCO, 1994 14), no Brasil
toma uma dimensão que vai além da inserção dos portadores de transtornos, como o
TEA, por exemplo. pois esses não são os únicos excluídos do processo educacional. É
fato constatado que nosso sistema regular de ensino, programado para atender àqueles
12
BRASIL, MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA - MEC. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de
1996, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. 1996. Capítulo V. Da Educação Especial.
Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/lei9394_ldbn2.pdf. Acesso em: 20 ago. 2020.
13
Pelo conceito de Glat e Nogueira (op. cit): “Por educação inclusiva se entende o processo de inclusão
dos portadores de necessidades educacionais especiais ou de distúrbios de aprendizagem na rede comum
de ensino em todos os seus graus”. (grifos nossos).
14
BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA (MEC). Declaração de Salamanca: sobre
princípios, políticas e práticas na área das necessidades educativas especiais. 1994. Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.pdf. Acesso em 21 ago. 2020.

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alunos “ideais”, com bom desenvolvimento psicolinguístico, motivados, sem problemas


intrínsecos de aprendizagem, e oriundos de um ambiente sociofamiliar que proporciona
estimulação adequada, tem se mostrado incapaz de lidar com um número cada vez
maior de alunos que, devido a problemas sociais, culturais, psicológicos e/ou de
aprendizagem, fracassam na escola.

A escola pública, criada a partir dos ideais da Revolução Francesa como


veículo de inclusão e ascensão social, vem sendo em nosso país
inexoravelmente um espaço de exclusão — não só dos deficientes, mas
de todos aqueles que não se enquadram dentro do padrão imaginário do
aluno "normal". As classes especiais, por sua vez, se tornaram
verdadeiros depósitos de todos aqueles que, por uma razão ou outra, não
se enquadram no sistema escolar (GLAT, 2000. pg. 18).

Segundo a Constituição Federal de 198815, a educação é um direito de todos e


dever do Estado e da família, com a colaboração da sociedade, preparando e educando
para o exercício da cidadania, ensino este com base em alguns princípios como a
igualdade de condições da permanência na escola, o atendimento em creche e pré-escola
às crianças de 0 a 6 anos de idade, entre outros. Os recursos públicos serão destinados às
escolas, podendo ser dirigidos a escolas comunitárias, confessionais ou filantrópicas,
definidas em lei que comprovem finalidade não lucrativa e apliquem seus excedentes
financeiros em educação. A negação da matrícula para os alunos com deficiência, pela
Lei nº 7.853/8916 , é considerada crime punível com reclusão de um a quatro anos, e
multa: recusar, suspender, cancelar ou fazer cessar, sem justa causa, a inscrição de aluno
em estabelecimento de ensino de qualquer curso ou grau, publica ou privado, por
motivos derivados da deficiência que porta (inciso I, do artigo 8º, da Lei Federal nº 7.
853\89).
Segundo citado no site Todos pela Educação, no artigo intitulado “Educação
inclusiva: conheça o histórico da legislação sobre inclusão” 17, observa-se que com todas
15
BRASIL. PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. CASA CIVIL. SUBCHEFIA PARA ASSUNTOS
JURÍDICOS. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 21 ago. 2020.

16
BRASIL. PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. CASA CIVIL. SUBCHEFIA PARA ASUUNTOS
JURÍDICOS. Lei nº 7.853, de 24 de outubro de 1989. Dispõe sobre o apoio às pessoas portadoras de
deficiência, sua integração social, sobre a Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora
de Deficiência - Corde, institui a tutela jurisdicional de interesses coletivos ou difusos dessas pessoas,
disciplina a atuação do Ministério Público, define crimes, e dá outras providências. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7853.htm. Acesso em: 21 ago. 2020.
17
TODOS PELA EDUCAÇÃO. Educação inclusiva: conheça o histórico da legislação sobre inclusão.

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as Leis, Resoluções e Portarias, a escola inclusiva oferece suporte aos alunos com
necessidades especiais e aos professores, construindo um processo de mudança,
envolvendo: flexibilidade curricular, acessibilidade de prédios e equipamentos,
adequação dos sistemas de comunicação oral e escrita, novos modelos de papeis
vigentes na escola comum etc.
Segundo GIL (2017, p. da Internet), a partir da Constituição de 1988, a educação
inclusiva passou a ser denominada como Educação Especial, uma nova proposta a favor
da inclusão em todos os níveis de ensino. O Atendimento Educacional Especializado
(AEE) garante a inclusão de alunos com deficiência, oferecendo medidas educativas
(técnicas, aprendizados, recursos tecnológicos e conhecimentos), todo o básico
necessário para que aconteça o aprendizado em sala de aula da melhor maneira aos
alunos com deficiência.
A partir da LDBEN/1996 e da Constituição de 1988, coube à Educação Especial
e seus professores atuantes a realização desse atendimento e continuar presente em
todos os níveis de ensino, tanto da Educação Infantil ao Superior, como uma
modalidade de ensino.
Com todos esses fatores de mudanças e transformações, através das Novas
Tecnologias de Informação e Comunicação, além de novas legislações, ocorreram
consequências para a aceitação de uma maneira de entender e atender a deficiência, e
seus portadores, a partir de uma nova perspectiva socioeducacional. Também teve papel
fundamental nesse processo, a Política Nacional de Educação Especial de 2008:

A Política Nacional de Educação Especial de 2008 mudou a visão da


educação especial no nosso sistema de ensino. Ela complementa os
estudos de alunos com deficiência com mais recursos para facilitar o
acesso, permanência e participação nas turmas comuns de ensino regular,
com autonomia e independência. Ela garante o acesso de todos os alunos
ao ensino regular, formando professores para a inclusão e melhorando o
acesso físico, transporte e mobiliário. A definição de um público-alvo da
educação especial eliminou a possibilidade de exclusão total ou parcial
das turmas comuns. A diferenciação para excluir era ato comumente
praticado, mesmo com base nas melhores intenções. Os serviços da
educação especial permitiam que alunos com dificuldades de
aprendizagem, por exemplo, fossem atendidos em salas de recursos, em
classes especiais e até mesmo em escolas especiais.[...] A Resolução
CNE/CEB nº 2/2001, no artigo 2º, determina que: “Os sistemas de ensino
devem matricular todos os alunos, cabendo às escolas organizarem-se
para o atendimento aos educandos com necessidades educacionais

2020. Disponível em: https://www.todospelaeducacao.org.br/conteudo/conheca-o-historico-da-legislacao-


sobre-inclusao. Acesso em: 21 ago. 2020.

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especiais, assegurando as condições necessárias para uma educação de


qualidade para todos. (MEC/SEESP, 2001).” (SABINO CARLOS, 2017,
p. da Internet, grifo nosso).

5.2 AS NOVAS TECNOLOGIAS E A EDUCAÇÃO

O intuito primeiro desta pesquisa é analisar o uso das novas tecnologias na


alfabetização e no letramento. Sendo assim, faz-se importante uma definição dessas
tecnologias.
Moran et all, 2012, apresenta a ideia de que as TICs, como são chamadas essas
tecnologias, são resultado da fusão das tecnologias de Comunicação Social e das
chamadas Tecnologias de Informática. Essa união, segundo ele, traz para um só
ambiente, o uso de diversas possibilidades, existentes na Informática e nas
Telecomunicações. Um bom exemplo fica a cargo do celular, que hoje, não só é usado
como telefone, mas a partir dele, podem ser acessadas notícias, reportagens, via
Internet, gravar vídeos, tirar fotos, participar na interação em Redes Sociais diversas,
entre outros recursos e ferramentas.
Segundo Vilaça e Araújo (Org., 2016), as novas tecnologias, a partir desse
prisma, serão todos os recursos ou ferramentas e sistemas digitais disponíveis
atualmente, que colaboram com o aumento da produtividade do conhecimento e que
trazem resultados ao processo de ensino/aprendizagem. Essas ferramentas podem ser:
lousas digitais, DVDs, televisão, câmeras, computadores, internet, aplicativos, entre
outros. Assim é preciso que os alunos e professores saibam usas essas tecnologias para
ler e escrever. Hoje, a presença do computador na vida dos estudantes é algo que
professor e as escolas precisam considerar em seu planejamento, levando-se em conta
que:

Educamos de verdade quando aprendemos com cada coisa, pessoa ou


ideia que vemos, ouvimos, sentimos, tocamos, experienciamos, lemos,
compartilhamos e sonhamos; quando aprendemos em todos os espaços
em que vivemos – na família, na escola, no trabalho, no lazer etc.
Educamos, aprendendo a integrar em novas sínteses o real e o imaginário;
o presente e o passado, olhando para o futuro; ciência, arte e técnica;
razão e emoção. (MORAN, 2013, p. 21).

Os alunos da atualidade, mesmo antes de aprenderem a ler e escrever, em sua


maioria, já sabem manipular o mouse e teclado, a jogar no computador, baixar músicas
e jogar e assistir vídeos pelos smartphones. Mesmo as das classes que são menos

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favorecidas economicamente, não raro já têm contato com esse mundo digital ,vão à lan
house, jogam vídeo games e interagem pelas redes sociais. Como bem observa Ramos
([s.d.], p. da Internet), assim o professor é desafiado a trabalhar com as ferramentas que
seus alunos usam, para não ficar desatualizado, pois estes vêm para a sala de aula com
pensamento estruturado dentro dessa cultura digital.
Para Mattos ([s.d.], p. da Internet), esse novo jeito de aprender e de ensinar é
muito dinâmico, interessante, pois é o mundo da informação e do conhecimento e para
as crianças tudo isso é muito natural, elas já nasceram nesse mundo digital, e a escola
não pode mais querer ensinar como ensinava a geração dos seus pais.
O mundo está vivendo o momento da hipermídia, ou seja, a combinação das
múltiplas mídias – textos, vídeo, áudio, gráficos, fotografia, animação etc onde as
informações são apresentadas de forma dinâmica e envolve mais de um sentido
humano. Diante dessa infinidade de informações, o professor tem que atuar como
mediador e organizador, ele não pode mais apenas ensinar, ele precisa estimular o aluno
a ser pesquisador, como bem observa Moran:

O educador autêntico é humilde e confiante. Mostra o que sabe e, ao


mesmo tempo, está atento ao que não sabe, ao novo. Mostra para o aluno
a complexidade do aprender, a nossa ignorância, as nossas dificuldades.
Ensina, aprendendo a relativizar, a valorizar a diferença, a aceitar o
provisório. Aprender é passar da incerteza a uma certeza provisória que
dá lugar a novas descobertas e a novas sínteses. (MORAN, 2000, p.da
Internet).

Para Ramos (op. cit.), hoje existem vários equipamentos tecnológicos que
auxiliam o professor na sala de aula, melhorando sua prática e facilitando a vida do
aluno. O professor não precisa ficar esperando equipamentos de última geração, para
usufruir dos benefícios da tecnologia, pois a televisão, o DVD, são excelentes auxiliares
nesta tarefa, desde que sejam usados como ferramentas e estejam no planejamento
pedagógico e não apenas para usar o tempo de uma aula mal planejada.
Segundo observa Mattos (op. cit.), o que ajuda os alunos são os laboratórios de
informática que muitas escolas já possuem, e para alguns alunos é o único lugar onde
eles têm contato com os computadores conectados à internet. É nesse momento que o
professor tem que saber usas essa ferramenta, para orientar o uso da internet, e até
aprender com os alunos, que muitas vezes sabem melhor usar esse recurso. A internet é
uma ferramenta muito usada na pesquisa dos alunos, e já existem livros didáticos que
citam sites e dão sugestões de pesquisa na internet em suas página.

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Um dos fatores que contribuem para o uso das novas tecnologias é a formação e
reciclagem, cursos de atualização, por exemplo, dos professores, pois não adianta
fornecer equipamentos para os alunos se para os professores os equipamentos causarem
desconforto:

Um dos grandes desafios para o educador é ajudar a tomar a informação


significativa, a escolher as informações verdadeiramente importantes ente
tantas possibilidades, a compreendê-las de forma cada vez mais
abrangente e profunda e a torná-la parte do nosso referencial. (MORAN,
2000, p.da Internet).

Analisando-se o que bem descreve Moran (2000), compete aos professores


fazerem desses recursos citados, um diferencial positivo em suas aulas, haja vista que o
simples acesso a diversos sites, programas de computador pessoal ou notebooks
(softwares) ou aplicativos para tablets e celulares (apps) não tornam a aprendizagem
significativa, em nosso entender. Como se conclui, analisando-se as citações referidas
até o presente momento desse estudo, cabe ao professor refletir sobre suas práticas,
inserindo em seus planejamentos de aula e conteúdos programáticos, práticas didáticas e
lúdicas, novas possibilidades e admitir que, atualmente, precisam construir
conjuntamente com seus alunos, novos conhecimentos, onde ocorra uma interação
contínua e sempre reciclável, maleável, aberta às novidades, para que o docente consiga
trabalhar de maneira produtiva e colaborativa, despertando o senso crítico nos membros
de seu grupo (alunos, especialmente os com transtornos como TEA).
Segundo Diniz (2001), as primeiras experiências com informática no contexto
educacional aconteceram na década de 1950, e se apresenta como resolução de
problemas oferecidos em cursos de pós-graduação e eram usados como ferramentas de
armazenamento de informações e para transmitir essas informações aos aprendizes. Na
década de 1970, iniciaram-se as primeiras experiências com a informática dentro das
universidades brasileiras.
Segundo Vieira (2017), em 1980, a UNICAMP trouxe experimentos com a
linguagem de programação LOGO, ferramenta restrita a universidades e laboratórios de
pesquisa, não sendo aberta efetivamente à educação como um todo. A partir de 1997, o
MEC, através da Portaria nº 522, implanta o PROINFO, Programa Nacional de
Informática na Educação, que abre a promoção do uso pedagógico da informática na
rede pública de ensino fundamental e médio.
Em 1999, essa oportunidade da informática é estendida aos alunos com

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necessidades especiais, através da implantação do PROINESP, Projeto de Informática


na Educação Especial. Com o aumento das novas ferramentas tecnológicas, neste
mundo cada vez mais globalizado, alguns estudiosos têm chamado este tipo de
alfabetização de “letramento digital”, tipo de metodologia que facilita o crescimento
intelectual da criança, desenvolvimento de habilidades mentais, contribuindo para esses
alunos vivenciarem este novo milênio, cada vez mais cercados de aparelhos eletrônicos
e digitais, como bem observa Vieira (2017).
Segundo Santos (2007), antes da construção das habilidades intelectuais, o
letramento faz parte de uma prática social, cultural, histórica, trazendo para si as
relações fora do texto, apresentado sendo juntamente veiculada a sua realidade em
contexto histórico, social e político.
Conforme bem aponta Vieira (2013), esse trabalho de alfabetização, sendo
desenvolvido com o letramento digital, implica em ter mudanças na forma de ler e
escrever os códigos e sinais verbais e não verbais, diferenciando dos livros,
estabelecendo formas de ação ao aprendiz na era contemporânea que, por usa vez, faz
com que o indivíduo assuma novas maneiras de realizar as atividades na leitura e na
escrita em diferentes abordagens pedagógicas.
Segundo Barton e Hamilton (1998), letramento não é o mesmo em todos os
contextos; ao contrário, há diferentes letramentos, em vários sentidos: por exemplo,
práticas que envolvem variadas mídias e sistemas simbólicos. Segundo os autores, não
se pode considerar que o indivíduo terá domínio do letramento digital, se não tiver
dominado o letramento alfabético, há entre eles uma imensa dependência do novo tipo
de letramento, em relação à forma antiga de letrar, condicionalmente amplia o uso do
letramento alfabético em razão do ao digital.
O que se pode concluir com o até aqui exposto, o letramento digital, como
mostram os autores citados, dá-se através das diversas Tecnologias de Informação e
Comunicação, (TICs), pelo domínio das mais variadas mídias tecnológicas (vídeos, e-
books, pesquisas em buscadores como Google, entre outros, sites de bibliotecas virtuais
de Faculdades e Universidades, sites voltados à Pedagogia e Pesquisas Acadêmicas etc),
proporcionando futuramente indivíduos mais produtivos e críticos.

5.3 OS RECURSOS TECNOLOGICOS E A MEDIAÇÃO PEDAGÓGICA

Segundo Bosa e Callias (2000), a tecnologia pode ser um instrumento com

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infinitas possibilidades de trabalho na educação, conquanto, deve-se analisar que não


são todas as tecnologias que são favoráveis a esse processo. Muitos desses recursos têm
sido construídos com um olhar mais técnico do que pedagógico. Dessa forma, uma
maior participação de professores na confecção dessas tecnologias surge como uma
questão a ser pensada também. A não colaboração desse profissional no processo de
criação das mesmas faz com que estas, muitas vezes, sejam construídas de forma que,
em alguns casos, o entendimento de como se constrói a aprendizagem fica um pouco
esquecido.
Diversos autores, como as autoras citadas no parágrafo anterior, são unânimes
ao reconhecer o espaço que a tecnologia possui na sociedade contemporânea, afirmando
inclusive sobre a necessidade das pessoas dominarem essas tecnologias, principalmente
os computadores, para não se tornarem obsoletas, dentro do seu próprio tempo. Moreira
(1997, apud Diniz, 2001) afirma que a modernidade exige que as pessoas saibam
utilizar as tecnologias para que estejam integradas com o mundo onde vivem. Assim,
diante das dificuldades encontradas na assimilação dessas novas tecnologias, deve-se
buscar ajuda entre os colegas. Contudo, o professor precisa saber o básico como, por
exemplo, conhecer as funções básicas das ferramentas que irá usar. Um bom
planejamento fará com que se sinta seguro e diante das dificuldades agirá com
naturalidade e pedir a ajuda aos alunos pode ajudar, se ele está seguro do seu
conhecimento sobre o assunto, não terá problemas.
De acordo com Thees, 2018, em seu artigo “Autismo: veja os critérios
diagnósticos do DSM-V18”, são déficits persistentes na comunicação social e interação
social em múltiplos contextos, diagnosticados em portadores de TEA (os exemplos são
apenas ilustrativos, e não exaustivos, segundo Thee, 2018):
Déficits na reciprocidade socioemocional, variando, por exemplo, de abordagem
social anormal e dificuldade para estabelecer uma conversa normal a compartilhamento
reduzido de interesses, emoções ou afeto, e dificuldade para iniciar ou responder a
interações sociais; déficits nos comportamentos comunicativos não verbais usados para
interação social, variando, por exemplo, de comunicação verbal e não verbal pouco
integrada a anormalidade no contato visual e linguagem corporal, ou déficits na

18
Critérios Diagnósticos: Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, fifth edition (DSM-V).
Fonte: THEES, Vanessa. 2018. Autismo: veja os critérios diagnósticos do DSM-V. Disponível em:
https://pebmed.com.br/autismo-veja-os-criterios-diagnosticos-do-dsm-v/. Acesso em: 24 ago. 2020.

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compreensão e uso gestos a ausência total de expressões faciais e comunicação não


verbal; déficits para desenvolver, manter e compreender relacionamentos, variando, por
exemplo, de dificuldade em ajustar o comportamento para se adequar a contextos
sociais diversos a dificuldade em compartilhar brincadeiras imaginativas, ou em fazer
amigos a ausência de interesse por pares.
Continua advertindo a autora em seu artigo, padrões restritos e repetitivos de
comportamento, interesses ou atividades, conforme manifestado por pelo menos dois
dos seguintes, atualmente ou por história prévia (os exemplos são apenas ilustrativos, e
não exaustivos):
Movimentos motores, uso de objetos ou fala estereotipados ou repetitivos (por
exemplo, estereotipias motoras simples, alinhar brinquedos ou girar objetos, ecolalia,
frases idiossincráticas); insistência nas mesmas coisas, adesão inflexível a rotinas ou
padrões ritualizados de comportamento verbal ou não verbal (como sofrimento extremo
em relação a pequenas mudanças, dificuldades com transições, padrões rígidos de
pensamento, rituais de saudação, necessidade de fazer o mesmo caminho ou ingerir os
mesmos alimentos diariamente); interesses fixos e altamente restritos que são anormais
em intensidade ou foco (por exemplo, forte apego a ou preocupação com objetos
incomuns, interesses excessivamente circunscritos ou perseverativos).
Thees (2018) cita ainda: hiper ou hiporreatividade a estímulos sensoriais ou
interesse incomum por aspectos sensoriais do ambiente (como indiferença aparente a
dor/temperatura, reação contrária a sons ou texturas específicas, cheirar ou tocar objetos
de forma excessiva, fascinação visual por luzes ou movimento). Os sintomas devem
estar presentes precocemente no período do desenvolvimento, mas podem não se tornar
plenamente manifestos até que as demandas sociais excedam as capacidades limitadas
ou podem ser mascarados por estratégias aprendidas mais tarde na vida. Esses sinais
causam prejuízo clinicamente significativo no funcionamento social, profissional ou em
outras áreas importantes da vida do indivíduo no presente, e não são melhor explicados
por prejuízos da inteligência ou por atraso global do desenvolvimento.
Além disso, a autora ainda destaca outros especificadores: prejuízo intelectual;
prejuízo de linguagem; condição médica ou genética conhecida; outras desordens do
neurodesenvolvimento, mental ou comportamental;; catatonia.
Para Bosa (2006), é importante saber que nem todos os indivíduos apresentam os
mesmos sintomas, porém a maioria dos sintomas está presente nos primeiros anos de
vida da criança.

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Conforme elucida Mello (2007), por mais que existam instituições


especializadas, necessita-se de intervenções adequadas a cada tipo ou grau de
comprometimento como PECS (Sistema de Comunicação por Meio da Troca de
Figuras), que foi desenvolvido com a finalidade de desenvolver em crianças e adultos
com TEA habilidades de comunicação.
Para Ferreira (2014), normalmente é utilizado em indivíduos que não se
comunicam, ou que possuam uma baixa comunicação. O principal objetivo é fazer com
que a criança perceba que, por meio da comunicação, ela pode conseguir mais
rapidamente o que deseja, assim se comunicando e consequentemente, diminuindo
problemas de conduta.
O reconhecimento da era digital como uma nova forma de categorizar o
conhecimento não implica descartar o caminho trilhado pela linguagem oral e
escrito, nem mistificar o uso indiscriminado de computadores no ensino, mas
enfrentar com critério os recursos eletrônicos como ferramentas para
construir processos metodológicos mais significativos para aprender
(BEHRENS, 2010, apud FERREIRA, 2014) )

Segundo o site Equipe Brasil Escola, no artigo “Revolução do Computador”,


[s.d.]19, num passado recente, os computadores no Brasil eram de uso exclusivo de
órgãos governamentais, instituições de pesquisa, e algumas empresas privadas de
grande porte. Com o passar dos anos, com o desenvolvimento da tecnologia, com a
chegada dos computadores pessoais, enfim, a informática está cada vez mais presente na
rotina de todas as pessoas. E com a escola não tem sido diferente, já que a escola se
apresenta como um centro de cultura e nela se vê o reflexo do que está acontecendo com
toda a sociedade, e como tal, também tem sido igualmente tomada por essa avalanche
tecnológica num processo de informação, caminhando com rapidez e de forma
irreversível.
Desde o final da década de 80, o computador já vem sendo utilizado como
ferramenta educacional. Segundo Torres (2000, apud Diniz, 2001) se trata de uma
estratégia especial, já que, diferente da TV, da lousa, do livro didático, o computador é
um objeto de cultura e precisa ser visto pelo educador com um aliado em sala de aula, já
que torna o ambiente do aprendizado mais divertido e conquista assim, resultados
positivos e progressivos.
Segundo observa Souza [s.d.]20, o que vê hoje é que muitas crianças estão saindo

19
ESCOLA, Equipe Brasil. Revolução do Computador. [s.d.] Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/informatica/revolucao-do-computador.htm. Acesso em 23 de agosto de
2020.

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do ensino público, analfabetos funcionais, mal conseguem escrever o próprio nome, e


não conseguem interpretar textos, mas essas mesmas crianças desenvolvem habilidades
para acessar textos no computador, então é preciso que o professor use o computador
em atividades para a alfabetização. As crianças usam o teclado para escrever palavras
do jeito que elas sabem, e essas práticas, se bem orientadas, levam à alfabetização.
Diante da tela do computador, os alunos encontram textos e nestes, palavras que
conhecem e, mesmo sem saber ler e escrever , identificam as letras e as palavras. Assim
o professor deve ser mediador dessa nova ferramenta, para levar os alunos a aprender.
Bem observa Ramos [s.d.]21, que a escola tem que valorizar a tecnologia como meio
para ajudar na aquisição do conhecimento. A tecnologia ainda é vista, por muitos
professores, como algo que atrapalha o aprendizado. A escola ainda é um território
fechado, reservado, muitas vezes, onde as práticas sociais demoram muito a chegar, pois
sempre foi um lugar de escrita, e com isso as tecnologias digitais são um fato para os
alunos, mas ainda representa um certo receio, uma certa resistência, por parte de alguns
docentes.
Sobre isso, Santos e Souza (2001, apud Fernandes, [s.d.], p. 16) acrescenta ainda
que o computador deve servir como inovação dentro do ambiente pedagógico e pode
efetivamente contribuir para bons resultados dentro do processo pedagógico.
Segundo Bonamino; Coscarelli e Franco (2002), o fato é que alguns estudos das
avaliações de desempenho escolar, como as do Sistema Nacional de Avaliação de
Alunos (PISA), indicam que muitos alunos brasileiros não adquirem o conhecimento
escolar necessário, no que se refere à interpretação e compreensão de textos. No caso do
PISA, a leitura é definida como: “compreender, usar e refletir sobre textos escritos, a
fim de atingir um objetivo, desenvolver o conhecimento e o potencial e de participar na
sociedade” (OECD/PISA, 1999, p. 18, apud Bonamino, Santos e Souza, 2002, p. da
Internet).
Stemmer (1998, apud Guerra, 2012) define como ensino para a informática, uma
metodologia na qual o professor possa se organizar de duas maneiras: uma delas é que o

20
SOUZA, Fabiana. Educação para todos sob a ótica da inclusão escolar: exigências e diretrizes. [s.d].
Disponível em: https://monografias.brasilescola.uol.com.br/educacao/fabiana-souza-araujoeducacao-para-
todos-sob-otica-inclusao-escolar-exigencias-diretrizes.htm. Acesso em: 23 ago. 2020.
21
RAMOS, Patrícia Edí. O professor frente às novas tecnologias de informação e comunicação. [s.d.].
SEDUC -Secretaria de Estado da Educação/Governo de Mato Grosso. Artigos. Disponível em:
http://www2.seduc.mt.gov.br/-/o-professor-frente-as-novas-tecnologias-de-informacao-e-comunicac-1.
Acesso em: 16 ago. 2020.

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professor venha dominar a utilização de softwares, pesquisas, chats via internet, cursos
on-line (EaD); outra é buscar uma formação técnica especifica, onde o educador vai
poder se inteirar sobre aspectos operacionais e sobre programações do computador.
Cabe ao educador analisar quais recursos da informática pretendem utilizar em
suas práticas, sempre verificando principalmente sua pertinência pedagógica. O
professor deve buscar uma pratica pedagógica que leve o aluno a querer aprender, e não
apenas reproduzir, e que busque formar alunos críticos e inovadores, a reconhecer a
realidade e refletir sobre ela. O aluno tem que ser sujeito e reprodutor do seu próprio
conhecimento.

6. CONCLUSÕES (CONSIDERAÇÕES FINAIS)

Através de revisão bibliográfica de vários estudiosos das áreas de Pedagogia,


TICs - Tecnologias de Informação e Conhecimento - , Novas Tecnologias de Ensino,
bem como estudando-se legislações nacionais e internacionais, ligadas às áreas
abordadas e correlatas, pode-se concluir que as tecnologias hoje à disposição dos
alunos, em especial àqueles portadores de transtornos, como o TEA, especificamente
apontado, no presente estudo, só vêm a favorecer o desenvolvimento de suas
habilidades cognitivas e comportamentais.
Conclui-se que a comunidade escolar e os docentes não podem negar mais a
realidade da sociedade como um todo e dos discentes, com transtornos ou não, que hoje
se valem de recursos e ferramentas, como hardwares (aparelhos eletroeletrônicos, tais
como: smartphones - celulares inteligentes, smart TVs - televisores inteligentes, que se
conectam à internet e computadores - , computadores, tablets, notebooks) e softwares e
aplicativos - apps - (programas e aplicativos para celulares, computadores, televisores,
tablets e notebooks), além do intenso e cada vez mais crescente compartilhamento de
notícias, opiniões e detalhes de histórias de vida, através dos sites e das Redes Sociais,
como Facebook, Twitter, Instagram, Whatsapp, Telegram etc. Os jornais, revistas e
livros, antes só impressos em papel, estão todos com suas versões on-line, digitais, a
serem exploradas por professores e alunos.
É fundamental que todo esse progresso seja digerido e dirigido, pelos

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professores, para avançarem em direção a novas práticas pedagógicas, didáticas e


lúdicas, que levem os alunos a um desenvolvimento cognitivo e comportamental maior
e mais bem planejado, com tantas ferramentas à sua disposição.
É inegável, pelo que se pode concluir, através das várias citações evidenciadas
nesse estudo, as contribuições que tais novas ferramentas vêm a trazer aos portadores de
transtornos, como os de TEA - Transtornos do Espectro Autista. Concluindo:
Ao executar atos de inclusão escolar e sócio digital não se pode esquecer do público ao qual se
quer chegar [...] alunos com deficiência são matriculados nas escolas públicas brasileiras de
ensino regular, e assim com direito a utilizar os recursos que são dispostos [...] o ato de
refletir sobre o processo cognitivo dos sujeitos portadores de TEA, não é uma tarefa fácil
de se realizar, mas, com a junção da ciência e da tecnologia juntas podem ser uma
verdadeira ponte de acesso para o desenvolvimento de novos métodos, estratégias e um
novo modelo de ensino que sejam eficazes nesse sentido. (ALMEIDA, 2019, p. da Internet,
grifos nossos.)

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E CONSULTAS ELETRÔNICAS

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