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GÊNEROS TEXTUAIS ACADÊMICOS

PARA ENSINO TÉCNICO,


GRADUAÇÃO
E PÓS-GRADUAÇÃO

Viviane Lima Martins

Formação Inicial e
Continuada
+
IFMG
Viviane Lima Martins

GÊNEROS TEXTUAIS ACADÊMICOS PARA ENSINO


TÉCNICO, GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO

1ª Edição

Belo Horizonte
Instituto Federal de Minas Gerais
2021
© 2021 by Instituto Federal de Minas Gerais
Todos os direitos autorais reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser
reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico
ou mecânico. Incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de
armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização por escrito do
Instituto Federal de Minas Gerais.

Pró-reitor de Extensão Carlos Bernardes Rosa Júnior


Diretor de Programas de Extensão Niltom Vieira Junior
Coordenação do curso Viviane Lima Martins
Arte gráfica Ângela Bacon
Diagramação Eduardo dos Santos Oliveira

FICHA CATALOGRÁFICA
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
2

M386g Martins, Viviane Lima.


Gêneros textuais acadêmicos para ensino técnico,
graduação e pós-graduação. [recurso eletrônico] / Viviane Lima
Martins. – Belo Horizonte: Instituto Federal de Minas Gerais.
2021.
48 p.; il. color.
E-book, no formato PDF.
Material didático para Formação Inicial e Continuada.
ISBN 978-65-5876-128-0

1.Gêneros textuais. 2.ABNT. 3.Relatório acadêmico.


4.Artigo científico. I. Martins, Viviane Lima. III. Título.
CDD 001.4
Catalogação: Rejane Valéria Santos - CRB-6/2907

Índice para catálogo sistemático:


Gêneros textuais técnico-científicos – 808.0665

2021
Direitos exclusivos cedidos ao
Instituto Federal de Minas Gerais
Avenida Mário Werneck, 2590,
CEP: 30575-180, Buritis, Belo Horizonte – MG,
Telefone: (31) 2513-5157
Sobre o material

Este curso é autoexplicativo e não possui tutoria. O material didático,


incluindo suas videoaulas, foi projetado para que você consiga evoluir de forma
autônoma e suficiente.
Caso opte por imprimir este e-book, você não perderá a possiblidade de
acessar os materiais multimídia e complementares. Os links podem ser
acessados usando o seu celular, por meio do glossário de Códigos QR
disponível no fim deste livro.
Embora o material passe por revisão, somos gratos em receber suas
sugestões para possíveis correções (erros ortográficos, conceituais, links
inativos etc.). A sua participação é muito importante para a nossa constante
melhoria. Acesse, a qualquer momento, o Formulário “Sugestões para
Correção do Material Didático” clicando nesse link ou acessando o QR Code a
seguir:

Formulário de
Sugestões

Para saber mais sobre a Plataforma +IFMG acesse


https://mais.ifmg.edu.br/
Palavra do autor

Caro aluno, seja bem-vindo ao curso Gêneros Textuais Acadêmicos


para Ensino Técnico, Graduação e Pós-Graduação.

Na elaboração deste material, trabalhamos com a dedicação que se


concede a tarefas relevantes. Foi um trabalho extremamente prazeroso, pois
nos uniu, em objetivo comum, aos alunos-professores que dele farão uso.

As resenhas, resumos e fichamentos são de suma importância para o


graduando. Estes documentos têm duas finalidades principais: uma é incitar o
aluno a trabalhar seu pensamento crítico, entrando profundamente no
pensamento do autor, auxiliando no melhor entendimento do pensamento
pesquisado. Outra é socializar o conhecimento, tanto do autor como do aluno,
sobre determinado assunto, produzindo, de uma forma mais sintética, a teoria
em si, podendo esta ser usada para análise introdutória ou comparativa, se for
feito entre dois ou mais autores, conceitos, temas etc.

No IFMG temos a iniciação e fomentação à pesquisa desde os cursos


técnicos até os cursos de pós-graduação, e em todos eles a redação
acadêmica é quesito necessário para o bom desenvolvimento do aluno.
Entretanto, muitas vezes, o aluno não possui informações de como deve
proceder para produzir alguns dos gêneros acadêmicos que mais terão que
produzir, como resenhas, relatórios, artigos de divulgação científica. Também
é fato que nem todos os cursos possuem em suas grades disciplinas que
direcionam diretamente para produção desses gêneros.

O curso é composto por três semanas de estudos, e procuramos abordar,


em linguagem acessível, mas sem perda de profundidade, os elementos
essenciais da teoria, sob o crivo da experiência de sala de aula.

Desejamos que o uso deste material seja proveitoso. Bons estudos!

Professora Viviane L. Martins


Bons estudos!
Viviane Lima Martins
Apresentação do curso

Este curso está dividido em três semanas, cujos objetivos de cada uma são
apresentados, sucintamente, a seguir.

Nesta semana teremos a introdução aos gêneros textuais


acadêmicos, mostrando a importância da ABNT no
SEMANA 1
processo. Também conheceremos o gênero acadêmico
Fichamento.
Nesta semana trataremos dos gêneros acadêmicos de
maior demanda: Resenha, Resumo e Relatório.
SEMANA 2
Estudaremos conceitos e estruturas básicas, além de
observarmos alguns modelos.

Nesta última etapa, estudaremos a estrutura do Artigo


SEMANA 3 Científico, além de algumas técnicas essenciais para uma
boa redação acadêmica.

Carga horária: 30 horas.


Estudo proposto: 2h por dia em cinco dias por semana (10 horas semanais).
Apresentação dos Ícones

Os ícones são elementos gráficos para facilitar os estudos, fique atento quando
eles aparecem no texto. Veja aqui o seu significado:

Atenção: indica pontos de maior importância


no texto.

Dica do professor: novas informações ou


curiosidades relacionadas ao tema em estudo.

Atividade: sugestão de tarefas e atividades


para o desenvolvimento da aprendizagem.

Mídia digital: sugestão de recursos


audiovisuais para enriquecer a aprendizagem.
Sumário

Semana 1 – Introdução aos Gêneros Acadêmicos ........................................ 15


1.1. Gêneros Textuais Acadêmicos e ABNT ............................................. 15
1.2 ABNT: Citações e Referências ........................................................... 16
1.2.1 . As Citações ...................................................................................... 16
1.2.2 . As Referências ................................................................................. 18
1.3 O Fichamento..................................................................................... 19
Semana 2 – Gêneros Acadêmicos mais utilizados ........................................ 23
2.1 A Resenha Crítica .............................................................................. 23
2.1.1 A redação da Resenha....................................................................... 25
2.2 O Resumo Acadêmico ....................................................................... 28
2.3 O Relatório Acadêmico ...................................................................... 32
2.3.1 A estrutura do Relatório Acadêmico ..................................................... 33
Semana 3 – O Artigo Científico ..................................................................... 37
3.1 A estrutura do Artigo Científico........................................................... 37
3.2 Orientações para uma boa redação acadêmica ................................. 39
Referências ................................................................................................... 43
Currículo do autor.......................................................................................... 45
Glossário de códigos QR (Quick Response) ................................................. 47
Semana 1 – Introdução aos Gêneros Acadêmicos Plataforma +IFMG

Objetivos
Introduzir o conceito de gêneros textuais acadêmicos,
mostrando a importância da ABNT no processo.
Apresentar o gênero acadêmico Fichamento.

Mídia digital: Antes de iniciar os estudos, vá até a sala


virtual e assista ao vídeo “Apresentação do curso”.

1.1. Gêneros Textuais Acadêmicos e ABNT

Os gêneros acadêmicos são interpretados como os textos escritos que são


produzidos e que circulam no âmbito universitário como meio de comunicação entre
professores, pesquisadores e alunos, com diferentes propósitos comunicativos como, por
exemplo, divulgação de pesquisa, resumo de ideias, relatórios de atividades etc.
Em relação ao discurso acadêmico, Aranha (2007, s.p.) afirma que o mesmo é
"permeado de características linguísticas e argumentativas inerentes" e divide-se entre o
discurso oral (palestras, aulas etc.) e o discurso escrito (resenhas, resumos etc.).
Embora haja essa consciência entre muitos pesquisadores/professores a respeito da
importância de guiar pesquisadores iniciantes para a construção de uma escrita apropriada
para a comunidade acadêmica, da qual pretendem fazer parte, os cursos profissionalizantes,
sejam de nível técnico ou pós-graduação, ainda têm um déficit, em suas grades curriculares,
em relação a disciplinas que preparem o aluno para a vida acadêmica.
Diante disso, passamos a refletir a respeito da necessidade de inserção, por meio da
escrita, do pesquisador iniciante na comunidade acadêmica, e o quanto o conhecimento
acerca dos diferentes gêneros textuais acadêmicos pode contribuir para seu
desenvolvimento neste meio, através do conhecimento sobre determinadas regras que
estruturam as práticas sociais e discursivas dessa comunidade.
Mas, qual a relevância da ABNT nesse processo? A Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT) foi fundada em 28 de setembro de 1940 e, desde então, é confirmada,
tanto pela sociedade quanto pelo governo federal, por meio de diversos instrumentos legais.
As normas estabelecidas pela ABNT possuem o intuito de uniformizar a produção e
apresentação de trabalhos acadêmicos e científicos, de forma a haver uma uniformidade em
todo território nacional, de modo a facilitar a compreensão para toda a comunidade estudantil
e científica. Embora as normas sejam para uso em trabalhos acadêmicos no Brasil, a
elaboração teve como referência modelos e padrões internacionais, assim, alunos e

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pesquisadores do mundo todo podem consultar os trabalhos de maneira uniforme, o que


agiliza a leitura e a referência.
Porém, faz-se necessário lembrar que, embora a ABNT seja referência para todo
trabalho acadêmico e científico no Brasil, algumas instituições de ensino podem elaborar
seus próprios manuais de normas científicas, os quais, embora sigam a ABNT em termos
gerais, podem trazer peculiaridades que cabem apenas àquela instituição. Portanto, nunca
deixe de consultar se sua instituição possui um manual de normas para trabalhos
acadêmicos.

1.2 ABNT: Citações e Referências

Que a ABNT tem extrema relevância na escrita de um texto acadêmico é


inquestionável. Entretanto, para os gêneros acadêmicos que iremos estudar neste curso,
dois tópicos são essenciais por estarem diretamente ligados na produção desses gêneros:
as citações e as referências.

1.2.1. As Citações

Chamamos de citação uma menção no texto de informações extraídas de uma fonte


documental que tem o propósito de esclarecer ou fundamentar as ideias do texto. Muito
importante ressaltar que a fonte de onde foi extraída a informação deve ser citada
obrigatoriamente, respeitando-se os direitos autorais.
Em termos de citações, temos dois tipos básicos e extremamente presentes em textos
acadêmicos: as citações diretas e as citações indiretas.

A) Citações Diretas: consistem na transcrição, sem alteração, do trecho da obra (livro,


artigo, vídeo, etc.). Nas citações diretas é preciso ser fiel ao texto original, não
permitindo mudanças de nenhuma ordem.

De acordo com a ABNT, existem duas maneiras de citar diretamente, e elas são
estabelecidas de acordo com o tamanho da citação. Dessa forma se estabelece que
uma subdivisão em citações diretas curtas e citações diretas longas.

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Citações diretas curtas: são aquelas que têm até 3 linhas textuais, e devem ser
inseridas entre aspas (“ “), seguidas das referências básicas de autoria (sobrenome
do autor, ano e página).

Exemplo:

Conforme Lakatos e Marconi (2003, pág.20) “Os livros ou textos


selecionados servem para leituras ou consultas; podem ajudar nos estudos em face
dos conhecimentos técnicos e atualizados que contêm, ou oferecer subsídios para
a elaboração de trabalhos científicos”.

Citações diretas longas: são aquelas que possuem 4 ou mais linhas textuais.
Por sua dimensão mais longa, este tipo de citação deverá vir de maneira específica,
formando um “bloco”, recuado a 4 cm da margem esquerda, com fonte tamanho 10
e espaçamento simples. As referências básicas de autoria (sobrenome do autor,
ano e página) também precisam estar especificadas.

Exemplo:

Conforme Lakatos e Marconi,


A leitura constitui-se em fator decisivo de estudo, pois propicia a ampliação
de conhecimentos, a obtenção de informações básicas ou específicas, a
abertura de novos horizontes para a mente, a sistematização do
pensamento, o enriquecimento de vocabulário e o melhor entendimento
do conteúdo das obras. (LAKATOS e MARCONI, 2003, pág. 19)

B) Citações Indiretas: também denominadas de “paráfrase”, consiste no ato


transcrever as ideias presentes em determinado texto, utilizando-se de vocabulário
próprio. Ou seja, na citação indireta, devemos “traduzir” a ideia do autor do texto, com
nossos próprios termos, sem jamais alterar ou deturpar o que foi dito originalmente.
Essa “tradução” (citação indireta) deve ser sempre devidamente acompanhada da
identificação da fonte, isto é, a informação que inclui o sobrenome do autor e o ano
da publicação a que se refere. Como não há transcrição direta do texto, mas uma
exposição da ideia, não se faz necessário indicar a página da qual o trecho foi retirado.

O objetivo deste tipo de citação é expressar a ideia de um autor de modo mais


acessível, uma linguagem de mais fácil compreensão. Porém, cabe ressaltar que
parafrasear um texto não inclui a mera substituição de palavras por sinônimos, ou
fazer inversões textuais. Na escrita acadêmica, as melhores formas de parafrasear
incluem fazer um comentário explicativo, que apresenta as ideias do autor e as

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explana, desenvolvendo conceitos e providenciando esclarecimentos, ou ainda fazer


um desenvolvimento ou ampliação das ideias do original, com o acréscimo de
exemplos, estabelecendo comparações e contrastes, relações de causas e
consequências, etc.

Exemplo:

Texto original:
É necessário ainda reconhecer que a complexa realidade brasileira
traduz um alarmante quadro de exclusão social e discriminação
como termos interligados a compor um ciclo vicioso em que a
exclusão implica discriminação e a discriminação implica exclusão.
Nesse cenário, as ações afirmativas surgem como medida urgente
e necessária (PIOVESAN, 2005, p. 52).

Possível citação indireta (paráfrase):


Conforme defendido por Piovesan (2005), no caso do Brasil, as ações afirmativas
são importantes para resolver os problemas que surgem da forte relação entre
exclusão social e discriminação, já que um processo leva ao outro.

Atenção: Citar e não revelar a fonte é plágio,


caracterizado no Código Penal como Crime de
Violação aos Direitos Autorais no Art. 184.

1.2.2. As Referências

Chamada por alguns de “Bibliografia”, consiste na relação detalhada de todas as


obras consultadas durante a elaboração de um trabalho acadêmico. Via de regra, toda
referência deve ser apresentada, preferencialmente, seguindo-se as regras da ABNT (NBR
6023), aparecendo tanto ao longo do trabalho, em notas de rodapé e citações (maneira mais
sintética), quanto ao final do trabalho (de maneira completa). Todas as obras utilizadas,
direta ou indiretamente, na elaboração do texto devem fazer parte da lista de referências.
O sistema recomendado pela ABNT no qual as referências são apresentadas é em
ordem alfabética. Considera-se o sobrenome do autor e a data para ordenar as referências.

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Dica do professor: Para complementar sua


reflexão, leia o Capítulo 9.2 do Manual de
Normatização do IFMG, que traz as diversas
formas de fazer referências (download).

1.3 O Fichamento

O fichamento, originalmente, era um registro feito em fichas de papel, pautadas, daí


a origem de seu nome. Nesse gênero acadêmico, as ideias principais de um texto são
resumidas ou transcritas de maneira direta.
Seja de um livro, ou parte dele, de um artigo científico ou de uma reportagem
jornalística, por exemplo, o fichamento procura auxiliar o estudante/pesquisador como fonte,
por isso é muito importante anotar todas as referências da obra fichada.
Apesar de ainda ser feito manualmente, em fichas, em blocos de anotações, hoje é
bem mais comum, e prático, o fichamento ser feito com o uso de editores de textos nos
computadores.

Figura 1: modelo de ficha em papel


Fonte: https://www.multsupri.com.br/papelaria-e-escritorio/blocos/. Acesso em 25/08/20

É válido ressaltar que o fichamento, segundo Medeiros (1997, p. 93), é precedido


por uma leitura que atenta para o texto. Assim, teremos um conjunto de informações,
podendo ser resumos, citações diretas e indiretas da obra lida, comentários, observações,
levantamento de vocabulário técnico, etc.
Assim, os fichamentos são de extrema importância para estudos individuais,
pesquisas, levantamento bibliográfico sobre algum tema, além de servirem,
fundamentalmente, como fonte referencial a ser usada em citações, diretas ou indiretas.

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Fazer a leitura
atenta

Anotar as
Criar tópicos referências
da obra

Fichamento

Separar ideias
de acordo com Transcrever
a sua citações
necessidade

Grifar as
ideias
importantes

Figura 2: Competências para um bom Fichamento.


Fonte: Acervo próprio.

Um exemplo de fichamento:

LAKATOS, E.M. MARCONI, M.A. Ciência e conhecimento Científico. In: _______


Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Atlas, 2003.

“O conhecimento popular e o científico possui objetivo comum, mas o que os


diferencia é a forma, o modo e os instrumentos do ‘conhecer’. Uma das diferenças é quanto
à condição ou possibilidade de se comprovar o conhecimento que se adquire no trato direto
com as coisas e o ser humano”. (pág.10).
“Além de ser uma sistematização de conhecimentos, [...] ciência é um conjunto de
proposições logicamente correlacionadas sobre o comportamento de certos fenômenos que
se deseja estudar”. (pág. 12-13)

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Atividade: Vá para sala virtual e no Fórum


“Gêneros Textuais e ABNT”, escreva uma
mensagem que discorra sobre as seguintes
questões:

- Qual seu conhecimento sobre gêneros textuais


acadêmicos?
- Você já fez algum fichamento?
- Qual a relevância da ABNT para seus estudos?

Justifique todos os seus comentários e sinta-se à


vontade para argumentar e dialogar com as
publicações de outros colegas de curso.

Assim, concluímos nossa primeira semana de estudos. Não deixe de ler o


material complementar sugerido e participar do fórum. Se necessário, releia o
material da semana.

Até a próxima semana e bons estudos!

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Semana 2 – Gêneros Acadêmicos mais utilizados

Objetivos
Apresentar os gêneros acadêmicos de maior demanda:
Resenha, Resumo e Relatório, além de estudar conceitos e
estruturas básicas de alguns modelos desses gêneros.

Mídia digital: Antes de iniciar esta semana, vá


até a sala virtual e assista ao vídeo “Gêneros
Acadêmicos mais utilizados”.

2.1 A Resenha Crítica

Toda resenha é a descrição de um objeto (seja uma obra literária, um filme ou uma
apresentação artística) e seu papel é justamente apresentar o tema analisado. Trata-se,
portanto, de um texto de informação e de opinião. É um texto que propõe a exposição de
ideias, agregado ao juízo de valor do autor, ou seja, sob a ótica do emissor.
Segundo Lakatos e Marconi (2003, pág. 263), “resenha é uma descrição minuciosa
que compreende certo número de fatos. Resenha crítica é a apresentação do conteúdo de
uma obra. Consiste na leitura, no resumo, na crítica e na formulação de um conceito de valor
do livro feitos pelo resenhista”
Assim, uma resenha consiste na apresentação do conteúdo de uma obra (resumo),
acompanhada de uma avaliação crítica. Expõe-se claramente e com certos detalhes o
conteúdo da obra, o propósito da obra e o método que segue para, posteriormente,
desenvolver uma apreciação crítica do conteúdo, da disposição das partes, do método, de
sua forma ou estilo.
Para a elaboração do comentário crítico, o resenhista pode utilizar-se de opiniões de
diversos autores da comunidade científica em relação às defendidas pelo autor. Lakatos e
Marconi (2003, pág. 263) ainda apontam que
O resenhista deve resumir o assunto e apontar as falhas e os erros de informação
encontrados, sem entrar em muitos pormenores e, ao mesmo tempo, tecer elogios
aos méritos da obra, desde que sinceros e ponderados. Entretanto, mesmo que o
resenhista tenha competência na matéria, isso não lhe dá o direito de fazer juízo de
valor ou deturpar o pensamento do autor.

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As resenhas têm por objetivo mostrar as competências leitora e escrita do resenhista,


bem como sua capacidade de compreensão de uma determinada obra, mostrando seu
posicionamento, de forma crítica, sobre determinado assunto.

Atenção: Criticar, em resenha, não significa


“depreciar” a obra, mas ser capaz de tecer
comentários que construam sua compreensão de
maneira construtiva.

No quadro a seguir encontramos as partes estruturais que compõem uma resenha:

Título
• O resenhista pode repetir o título da obra ou criar um título que tenha a ver com a
temática da obra resenhada.
Ficha bibliográfica
• Sãocolocados os dados bibliográficos do livro (ou artigo) de acordo com as normas da
ABNT: autor(es), título, número da edição, local de edição, editora, data, número de páginas.
Apresentação da obra
• Apresentar a obra de maneira genérica e breve, informando o tema central, qual o público-
alvo e qual o formato que esta obra se apresenta (livro, artigo, filme, etc.)
Credenciais do autor
• Apresentar dados biográficos, acadêmicos e profissionais do autor, procurando demonstrar
a credibilidade do mesmo em escrever tal obra.
Descrição da obra
• Dar uma visão geral da organização da obra (capítulos, assuntos tratados etc.), como se
fosse uma espécie de resumo, podendo estabelecer quais as questões essenciais que
pretende discutir na resenha.
Avaliação da obra
• Considerada a parte da crítica na resenha, serve para a realçar pontos positivos da obra. O
resenhista pode apresentar, de forma mitigada, algum ponto negativo, mas sem depreciar
o trabalho do autor. Importante, ao fim, fazer a síntese entre pontos positivos e negativos
da obra.
Recomendação da obra
• Recomendar a obra para um público específico.

Quadro 1: Esquema de resenha crítica


Fonte: acervo da autora.

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2.1.1 A redação da Resenha

Por se tratar de um gênero acadêmico, evidentemente, a resenha exige o uso do


português formal (norma culta) em sua redação. Assim, o texto deve ser articulado, com
estrutura de unidade, que denote começo, meio e fim.

As resenhas permitem que o resenhista emita seu posicionamento diante do texto e


dos assuntos abordados, ainda que, para isso, utilize-se de outras obras de referências, para
estabelecer comparações ou reforçar seu ponto de vista. Dessa forma, nas resenhas é
permitido o uso de citações (diretas ou indiretas), desde que devidamente referenciadas
conforme ABNT.

Dica do professor: Para conhecer um modelo de


resenha, leia o texto de Maria Teresa Rosangela
Lofredo Bonatto e Ingrid Bianchini Samczuk
(download).

Analisemos, agora, esta pequena resenha:

MODERNIDADE LÍQUIDA E A FLUIDEZ DAS RELAÇÕES

Resenha da obra:
BAUMAN, Zygmunt. Modernidade Líquida. Rio de Janeiro: Editora Zahar, 2001. 260p.

Usando a metáfora da liquidez, o autor analisa, em seu livro Modernidade Líquida, alguns dos pontos
centrais para a compreensão do social nos dias de hoje. A obra traça uma distinção entre uma modernidade
sólida e uma modernidade líquida. Para o autor, a modernidade sólida é representada pela certeza, pela
organização taylorista fabril, por empregos duradouros, por uma concepção territorial de espaço, economia,
identidade e política. A modernidade líquida é representada pela incerteza, pelas formas flexíveis de trabalho
e organização, pela guerra de informações, pela desterritorialização da política e da economia (globalização)
e, sobretudo, pelo processo de individualização. Para marcar as diferenças entre esses dois momentos,
Bauman analisa cinco conceitos sociais básicos e suas transformações nesse processo de liquidificação:
emancipação, individualidade, tempo/espaço, trabalho e comunidade.
O sociólogo polonês Zygmunt Bauman, professor emérito de sociologia na Universidade de Leeds,
na Inglaterra, é um dos mais prestigiados estudiosos da pós-modernidade; destaca-se por suas análises do
cotidiano, do processo de globalização, do consumo e dos vínculos socais possíveis no mundo atual,
caracterizado, segundo o autor, pela velocidade e pela efemeridade.
Nessa nova configuração da modernidade, derretem-se “sólidos” (programas econômicos,
estruturas sociais) para tentar moldá-los de outra maneira, ainda que efêmera. Segundo Bauman, a solidez
das instituições sociais, (do estado de bem-estar, da família, das relações de trabalho, entre outras) perde
espaço, de maneira cada vez mais acelerada, para o fenômeno de liquefação. Fluidez, maleabilidade,
flexibilidade e a capacidade de moldar-se em relação a infinitas estruturas, são algumas das características
que o estado liquefeito conferirá às tantas esferas dos relacionamentos humanos.
A liquefação dos sólidos explicita um tempo de desapego e provisoriedade. O desprendimento das
redes de pertencimento social — incluindo aí a própria família — caminha em paralelo com o processo de

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individualização. Neste contexto, a cultura do Eu sobrepõe-se à do Nós, e o relacionamento eu-outro ganha


ares mercantis, em que os frágeis laços têm a possibilidade de serem desfeitos frente a qualquer desagrado
de ambas as partes. Privatizam-se não somente os “serviços” de cunho social (que na Manual de gêneros
acadêmicos modernidade sólida eram direitos do cidadão), como as próprias parcerias humanas.
Relacionamentos voláteis e fluidos remetem a uma sensação de descompromisso, que é muitas vezes
associada à liberdade individual.
O outro lado dessa suposta liberdade vem com o crescente movimento de criação de novas
patologias, próprias da modernidade líquida. Depressão, solidão, desamparo, isolamento são, no plano do
indivíduo, queixas cada vez mais frequentes. Na esfera social, temos as exclusões de toda ordem como
sintoma de uma perversa sensação de liberdade e desterritorialização.
Para Bauman, a modernidade liquidificada (e o processo de individualização nela embutido)
possibilitou um tal desenvolvimento econômico que oferece diversas alternativas de escolha (consumo), mas
que também gerou uma separação entre uma elite com grande capacidade de consumo e uma massa de
não consumidores. Pobres, migrantes, imigrantes, homossexuais, feios, gordos, negros e estrangeiros,
todos pairam no ar sob o rótulo da exclusão ou, melhor colocado, da inclusão perversa.
A questão da (suposta) liberdade preconizada pela modernidade líquida, torna-se clara a percepção
de que ser ou sentir-se livre para ir, vir e desapegar-se é status proporcional ao poder de consumo individual.
Ter é ser e ser é estar. Na modernidade líquida não há compromisso com a ideia de permanência e
durabilidade. Neste panorama, as identidades estão à disposição do consumidor. Ser é, para aqueles que
podem, consumir. Aos outros, todos os demais, excluídos perversamente do jogo ter/estar, resta ocupar a
posição de “vagabundos”.
Bauman também identifica uma lógica de nessa segregação social e também espacial, decorrente
da sensibilidade alérgica aos estranhos e ao desconhecido e da incapacidade de aceitar e cuidar do humano
na humanidade, em função da ausência de compromisso com o próximo. O medo instaura-se. A segregação
é imposta e escolhida. Opta-se por estabelecer vínculos virtuais. Boa parte dos indivíduos encarcerados em
seus apartamentos e condomínios, preocupados em salvaguardar seus bens – materiais e imateriais – não
se considera responsável por aquilo que os muros, grades e sistemas de segurança deixam do lado de fora:
a miséria do outro, a diferença constrangedora e desagradável do estrangeiro.
O livro Modernidade Líquida – com sua divisão em cinco capítulos que facilitam a leitura e a
compreensão das ideias desenvolvidas pelo autor – é escrito em uma linguagem clara e coerente com tais
ideias e mostra não só a criatividade do autor no uso de uma metáfora clara e adequada para explicar o
atual estágio da modernidade, mas também a diferença que Bauman apresenta em relação aos seus
contemporâneos, especialmente Giddens e Beck, citados pelo próprio autor ao longo dos capítulos. Há uma
convergência na análise que fazem sobre os processos que desembocaram no atual estágio da
modernidade. A divergência mostra-se na avaliação da liquidificação da modernidade e dos projetos políticos
que devem ser construídos deste momento em diante.
Modernidade Líquida é a extensão do pensamento crítico de Zygmunt Bauman que vem sendo
desenvolvido em livros como Globalização: as consequências humanas (1999) e Mal-estar da Pós-
Modernidade (1998). Trata-se de um livro cuja leitura é importante para aqueles que procuram compreender
as forças que estão tornando a nossa existência mais flexível, mas, simultaneamente, insegura e incerta.
Além disso, o texto é uma leitura fundamental para se compreender algumas questões da sociedade
contemporânea que afetam as mais distintas áreas das relações sociais e nas quais pese o impacto
produzido pelos valores do consumo hodiernamente.

* Resenha adaptada do texto de Magna Campos, em Manual de Gêneros Acadêmicos.

Observando mais atentamente, é possível verificar, claramente, as partes que


compõem uma resenha crítica:

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Figura 3: Partes da resenha


Fonte: acervo da autora.

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2.2 O Resumo Acadêmico

Um resumo- é um texto em que se apresenta a ideia global de um determinado


assunto, mas de maneira imparcial. Em outras palavras, esse tipo de texto jamais pode ser
apenas uma “explicação” daquilo que lemos e entendemos. O texto precisa englobar o
contexto de sua produção e mostrar o essencial, obedecendo a uma hierarquia de ideias e
na mesma sequência em que aparecem no original. Seria, em termos gerais, uma síntese
das IDEIAS e não das PALAVRAS, sem conter opiniões daquele que o escreve, e nem
desdobramentos, ou seja, interpretações.
O resumo acadêmico é uma categoria dentro do gênero resumo e, por isso, possui
algumas peculiaridades. Geralmente são elaborados para artigos, TCC, Monografias,
Dissertações ou Teses, Simpósios e outros eventos acadêmicos, e é comum o uso de
palavras-chave. Outra peculiaridade é a apresentação deste em língua estrangeira, sendo o
mais conhecido o Abstract, em inglês ou Resumén, em espanhol.
Segundo a ABNT 6028, o resumo acadêmico geralmente deve:
- ser escrito em um único parágrafo, apresentando frases concisas e preferencialmente
afirmativas, escritas em ordem direta e na voz ativa;
- apresentar palavras-chave apropriadas, selecionadas com rigor em relação ao conteúdo
real do estudo; normalmente o número de palavras-chave varia de 3 a 5;
- ser compreensível em si mesmo, de modo que apenas com a leitura do resumo o leitor
possa entender sobre o que trata a obra retratada.

Lakatos e Marconi (2003, pág. 67) destacam que


A finalidade do resumo consiste na difusão das informações contidas em livros,
artigos, teses etc., permitindo a quem o ler resolver sobre a conveniência ou não de
consultar o texto completo. O caráter de um resumo depende de seus objetivos:
apresentar um sumário narrativo das partes mais significativas, não dispensando a
leitura do texto; condensação do conteúdo, expondo ao mesmo tempo tanto as
finalidades e metodologia quanto os resultados obtidos e as conclusões da autoria,
permitindo a utilização em trabalhos científicos e dispensando, portanto, a leitura
posterior do texto original; análise interpretativa de um documento, criticando os
diferentes aspectos inerentes ao texto.

Assim, de acordo com as autoras, dependendo do caráter do trabalho científico que


se pretende realizar, o resumo pode ser de duas formas:
a) indicativo ou descritivo - quando faz referência às partes mais importantes, componentes
do texto. Utiliza frases curtas, cada uma correspondendo a um elemento importante da obra.
Não é simples enumeração do sumário ou índice do trabalho. Não dispensa a leitura do texto
completo, pois apenas descreve sua natureza, forma e propósito;
b) informativo ou analítico - quando contém todas as informações principais apresentadas
no texto e permite dispensar a leitura desse último; portanto, é mais 'amplo do que o

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indicativo ou descritivo. Tem a finalidade de informar o conteúdo e as principais ideias do


autor, salientando os objetivos e o assunto (a menos que se encontre explicitado no título),
os métodos e as técnicas (descritas de forma concisa, exceto quando um dos objetivos do
trabalho é a apresentação de nova técnica), e os resultados e as conclusões.
Importante salientar que, para resumos acadêmicos, a norma NBR 6028 recomenda
a utilização de parágrafo único e espaço simples entre linhas, além de conter palavras-chave
representativas do conteúdo do trabalho, logo abaixo do resumo.

Atenção: Resumos não são fichamentos, por isso


não admitem cópias do texto original. A ideia
central do texto, bem como o posicionamento de
seu autor, deve ser redigida em um novo texto,
pelo resumista.

Observe alguns exemplos de resumos a seguir e as diferenças entre um resumo de


texto literário e os resumos acadêmicos:

a) Resumo de obra literária:

ALVES, Warley. O vosso Reino. Rio de Janeiro: Jaguatirica, 2019.

Em 'O vosso Reino', Warley Alves indaga sobre a legitimidade do ódio e faz uma crítica social sobre
a sociedade contemporânea e sobre como as relações de amor e amizade mudam perante
momentos de crise. Conflitos no país; dicotomia esquerda-direita; ódio e fragmentos. Um país com
fraturas expostas. As manifestações que ocorreram no Brasil nos últimos anos servem de inspiração
para essa ficção onde a "liberdade selvagem, contida por muito tempo, anunciada e liberada nos
últimos dias” parece um expurgo de "uma multidão destruindo sua identidade". Nesse romance
distópico, conhecemos a história de três jovens muito diferentes, mas ligados pelos sentimentos de
amor e amizade. O romancista traz à tona temas como homossexualidade, curas e kits-gay, o papel
da mulher numa sociedade patriarcal, boas intenções ensandecidas, nacionalismo exacerbado,
reprodução da ordem, crise econômica, decadência, vícios, encontros e desencontros. E, a unir tudo
isso, uma narrativa na qual a "dor dos socos e das palavras" são intrínsecas ao sentimento de
impotência, à incompatibilidade de se colocar no lugar do outro e ao uso da violência como válvula
de escape.

* Texto cedido pelo autor.

b) Resumos Acadêmicos:

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Artigo científico:
Valores estéticos e estigmas sociais ligados ao culto à beleza:
uma análise semiótica

Viviane L. Martins
Resumo: O presente artigo faz uma análise semiótica acerca da questão da estética e da beleza
como forma de ascensão social, estabelecendo um paralelo aos estigmas que nascem a partir dessa
valorização demasiada. Outro aspecto analisado diz respeito à posição do indivíduo que busca entrar
nos padrões estabelecidos pela sociedade, para que este possa ser inserido em determinados
grupos ou aceitos por eles.
Palavras-chave: beleza; sociedade de consumo; estigmas; semiótica.

Simpósio:
O corpo como texto de cultura: uma análise semiótica sobre o corpo e suas mudanças
extremas veiculadas na mídia
Viviane Lima Martins
Comunicação e Semiótica – PUCSP

RESUMO
O valor atribuído ao corpo e forma como este é administrado na mídia, nas três últimas décadas, é
o que o presente trabalho de pesquisa busca realizar. Neste contexto, o objetivo fundamental é
destacar a posição e a função do corpo enquanto texto de cultura, e como são criados e veiculados
os considerados padrões aceitos e os chamados outsiders, conforme a definição de Norbert Elias,
pela mídia, propondo, assim, um estudo de como esta apresenta os mapas de valores, isto é, como
propõe certos contratos comunicativos em que euforiza certos valores, em detrimento de outros, que
revigora e estabelece a cultura através da criação da memória de coletividade. Trata-se de investigar
as diferentes articulações texto/imagem, articulados pela mídia, capazes de construir mapas
cognitivos veiculam e tornam visíveis certos valores e não outros. Como corpus, a pesquisa se baseia
na mídia eletrônica e televisiva, tendo como referência a série Tabu, exibida pelo canal National
Geographic, 2011, e o programa Extreme Makeover, exibido pelo extinto canal People and Art, entre
os anos 2007 e 2009. Deste modo, as seguintes questões permeiam a pesquisa: o corpo é um
instrumento de comunicação e inscreve sobre si uma composição textual? Através do corpo é
possível transcrever traços de determinadas culturas? O processo de modelização pode ocorrer por
influência direta da mídia? A cultura de um indivíduo ou grupo de indivíduos é refletida em suas
atitudes e sua caracterização? Como esse discurso ocorre na mídia?
Palavras-chave: corpo, mídia, semiótica.

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TCC:
Jornalismo em meios multissemióticos:
as diferentes formas da notícia

Viviane Lima Martins - UNICAMP


Resumo
Este Trabalho de Conclusão de Curso tem por objetivo apresentar e discutir uma Sequência Didática
(SD) elaborada para alunos do Ensino Fundamental. Essa SD focaliza, dentro da esfera jornalística,
os gêneros “notícia”, presente em jornais impressos, televisivos e virtuais. O ensino desses gêneros
justifica-se dada a importância desse meio cultural de difusão de informação e de conhecimento na
vida contemporânea. A noção de gêneros textuais como instrumento de ensino-aprendizagem em
Língua Portuguesa passou a ser um tópico frequente no debate didático, principalmente após a
publicação dos Parâmetros Curriculares Nacionais, nos anos 90. A presente pesquisa tem como
pretensão orientar sobre o trabalho com o gênero textual notícia e seu caráter argumentativo, tendo
como base a condução através de sequência didática. Trabalhar planejamento à produção escrita
da notícia, passando pela análise do discurso e das interações multissemióticas presentes no texto
jornalístico (impresso, televisivo ou digital) são objetivos de pesquisa, a qual terá os jovens do 9º ano
do Ensino Fundamental como atores das oficinas para a verificação dos resultados. A expectativa é
que a SD aqui proposta possa levar os alunos a identificar os posicionamentos que sustentam os
textos em cada veículo trabalhado e estimular outras leituras.
Palavras-chave: gênero textual jornalístico; sequência didática; meios multissemióticos.

Tese:

O corpo transformado em Extreme Makeover e Tabu América Latina:


entre o mesmo e o outsider

Viviane Lima Martins - PUCSP


Resumo
A presente pesquisa tem por objetivo investigar as alterações extremas realizadas nos corpos nos
programas que representam a chamada reality TV, como os reality shows e os documentários
televisivos. O corpo é socialmente construído e inscreve sobre si marcas que identificam e
particularizam o indivíduo. Transformar a superfície do corpo é prática que provoca fascínio, haja
vista que se vai além de apenas buscar uma aparência saudável e de corpo perfeito, fazendo
encarnar o ideal na superfície do corpo. Neste contexto, o corpo passa a ser registro vivo em que
são inscritos afetos, emoções, representações da história do sujeito e de seu tempo. Enquanto meio,
o corpo é um instrumento de comunicação e inscreve sobre si uma composição textual e a cultura
do grupo social, que aparece conformada em suas atitudes e sua caracterização. Entretanto, nas
mídias quase não há espaço para inscrição das ações dos chamados outsiders, denominação dada,
por Norbert Elias e John Scotson, a pessoas que, de alguma forma, fogem aos padrões considerados
normais, tematizando, assim, os processos de estigmatização social, comuns em vários países. O
surgimento das inúmeras práticas corporais e técnicas de (re)modelagem física se ancora na ideia
de autonomia e autorregulação do sujeito com relação ao seu corpo, reforçando, com isso, um
comportamento de aversão com relação aos corpos que desviam do padrão estético dominante.

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Desta forma, o objetivo fundamental da pesquisa é estudar a posição e a função do corpo enquanto
texto, e os modos pelos quais são discursivizados os corpos-padrões aceitos, bem como os corpos
outsiders nos programas que compõem o corpus – Extreme Makerover e Tabu América Latina -,
propondo, assim, um estudo sobre os mapas de valores e os respectivos contratos comunicativos.
Os percursos passionais são examinados a partir da semiótica das paixões, de Greimas e Fontanille,
e as análises discursivas são realizadas com aportes de Diana Barros, David Le Breton, Beatriz
Pires, Bill Nichols e Joseph Campbell, priorizando questões interacionais que concernem ao corpo
enquanto instrumento de comunicação. As paixões, sejam externas ou figurativizadas pelos
programas, motivam atitudes que levam o sujeito a transformar o próprio corpo, e a exposição
midiática realça conceitos e valores estéticos e comportamentais que são positivados ou negativados
pelo senso comum do espectador que consome esta corporeidade espetacular aportada na
televisão.
Palavras chave: corpo transformado; semiótica das paixões; reality TV; discurso midiático.

2.3 O Relatório Acadêmico

Considera-se relatório um tipo de texto que, como o próprio nome indica, relata sobre
algo. Seja ele escrito ou oral, apresenta um conjunto de informações pormenorizadas sobre
determinado tema.
Como tipo textual, pertencem à tipologia expositiva de caráter narrativo e descritivo.
Porém, é normal que, dependendo de sua finalidade, alguns relatórios apresentem críticas,
com presença de argumentação e considerações pessoais.
Os relatórios fazem parte das chamadas “redações técnicas” e são bastante usados
no meio acadêmico, sendo importantes para registrar uma atividade, seja na escola ou na
universidade. Dentre essas atividades acadêmicas, podemos citar, por exemplo,
participação em eventos acadêmicos, visitas técnicas, estágios, atividades em sala e em
grupo, apreciações sobre um livro, um filme, etc.
Por tratar-se de um instrumento documental, a linguagem presente nos relatórios
deve ser formal e cuidada, com a utilização da norma culta, além de o texto ter coerência e
coesão.
De acordo com sua finalidade, existem alguns tipos de relatórios, e os mais comuns
são o escolar, o científico e o administrativo. Neste curso trataremos, a seguir,
especificamente dos dois primeiros.

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2.3.1 A estrutura do Relatório Acadêmico

Os relatórios acadêmicos se encaixam nos tipos Escolar e Científico. Basicamente, o


que difere estes dois tipos seria:

Escolar Científico

São relatórios mais simples, com


São os relatórios acadêmicos
intuito de reportar
produzidos após uma pesquisa
acontecimentos ou impressões
ou evento acadêmico.
dos alunos.

Textos escolares que podem ser Geralmente, eles são produzidos


solicitados em qualquer fase da por pessoas do ensino técnico
educação, em que o aluno pode ou superior, por exemplo, o
relatar sobre um evento ou uma relatório de estágio, relatório de
atividade proposta pelo finalização de curso, relatório de
professor (aula, leitura, vídeo, participação num evento
etc) acadêmico.

Figura 4: Tipos de Relatórios Acadêmicos


Fonte: acervo da autora

Importante ressaltar que os relatórios acadêmicos, em seu conteúdo, podem


apresentar opiniões e apreciações do autor no corpo do texto, não se restringindo, apenas
a reportar uma síntese da atividade. Isso acontece, principalmente, em relatórios de
pesquisa e de estágio.

Com relação à estrutura, apresentaremos, aqui, um modelo básico, proposto a partir


da ABNT (NBR 10719), reformulada em 2015. Porém, cabe ressaltar que cada instituição de
ensino pode propor seu próprio modelo.

Informar a entidade; título; equipe técnica, local e data.


Capa Geralmente, as instituições têm suas capas próprias.

Deverá conter:
 Descrição do assunto: descrever em linhas gerais o assunto a ser
tratado, os principais conceitos e pesquisas desenvolvidas na área.

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Introdução  Apresentar a justificativa: demonstrar o porquê do relatório e


importância do mesmo.

Destacar o objetivo geral e os objetivos - específicos do relatório de


maneira a:
 Geral: informar a finalidade do relatório, usando verbos no infinitivo
Objetivos (avaliar, demonstrar, analisar, etc.).
 Específicos: descrever, também com verbos no infinitivo, as etapas
específicas das ações que levarão a atingir o objetivo geral.

Esta é parte do relatório em que deve ser listado todo o material utilizado
(se for o caso), além da técnica adotada para alcançar os resultados.
Materiais e É importante detalhar os procedimentos ocorridos, permitindo que o leitor
Métodos seja capaz de reproduzir o processo mentalmente.

São apresentadas as observações, os resultados e quaisquer


considerações acerca do que está sendo relatado. Para tal, deve ser feita
a descrição de todos os resultados obtidos, iniciando com um parágrafo
escrito para orientar o leitor acerca do que será apresentado.
Para tanto, é permitido:
Resultados e  Utilizar tabelas e gráficos para a apresentação dos resultados.
Discussões  Utilizar-se de citações de outros autores (inclusive a legislação) que
falaram sobre o objeto do relatório, com a finalidade de argumentar em
função dos resultados obtidos, com base na sua experiência e em
referências de outros autores.

Devem estar atreladas aos objetivos, respondendo ao que foi proposto no


Conclusão ou início do estudo. Deve ser redigido de forma direta e objetiva o que foi
Considerações possível responder quanto aos objetivos.
Finais
Incluir todas as referências bibliográficas e eletrônicas consultadas para a
elaboração do relatório, de modo ordenado, organizado por autor, em
Referências ordem alfabética, segundo as normas da ABNT.

Quadro 2: Estrutura básica do Relatório Acadêmico


Fonte: acervo próprio.

Importante destacar que, assim como todos os gêneros textuais acadêmicos, os


relatórios desta natureza deverão ser redigidos em linguagem formal e seguir -as regras da
ABNT, ou manual metodológico específico da instituição, para sua formatação.

Algumas dessas regras consideram usar legendas das figuras com uma descrição
sucinta do que está sendo apresentado; numerar as figuras e gráficos, e se referir a eles no
texto; mencionar a data da realização da experiência ou pesquisa; -jamais deixar de atribuir
a autoria nas referências (seja de textos ou figuras de outras fontes); e usar o tempo verbal
no pretérito, pois se trata de um relato de algo já vivenciado.

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Atividade: Para concluir a segunda semana de estudos,


vá até a sala virtual e participe do Fórum sobre Resenha,
Resumo e Relatório. Lá há um roteiro com
questionamentos que você poderá argumentar. Não
deixe de interagir com os demais colegas do curso.

Assim, concluímos nossa segunda semana de estudos. Não deixe de ler o


material complementar sugerido e participar do fórum. Se necessário, releia o
material.

Até a próxima semana e bons estudos!

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Semana 3 – O Artigo Científico Plataforma +IFMG

Objetivos
Conhecer e estudar a estrutura do Artigo Científico, além de
algumas técnicas essenciais para uma boa redação
acadêmica.

Mídia digital: Antes de iniciar esta semana, vá


até a sala virtual e assista ao vídeo “Conhecendo
o gênero Artigo Científico”.

De acordo com Lakatos e Marconi (2003, pág. 258)


Os artigos científicos são pequenos estudos, porém completos, que tratam de uma
questão verdadeiramente científica, mas que não se constituem em matéria de um
livro. Apresentam o resultado de estudos ou pesquisas e distinguem-se dos
diferentes tipos de trabalhos científicos pela sua reduzida dimensão e conteúdo. São
publicados em revistas ou periódicos especializados e formam a seção principal
deles. Concluído um trabalho de pesquisa - documental, bibliográfico ou de campo -
para que os resultados sejam conhecidos, faz-se necessário sua publicação. Esse
tipo de trabalho proporciona não só a ampliação de conhecimentos como também a
compreensão de certas questões.

Assim, entendemos ser um artigo científico um tipo textual que discute ideias,
técnicas, métodos e resultados de pesquisa nas diferentes áreas do conhecimento, e tem
como principal objetivo a divulgação do conhecimento.

3.1 A estrutura do Artigo Científico

Por se -tratar- de um gênero textual mais completo, assim como TCCs, Monografias,
Dissertações e Teses, os artigos científicos são redigidos utilizando-se dos gêneros
acadêmicos que estudamos anteriormente (fichamento, resenha, resumo e relatório)
como aportes para compor sua totalidade. É como se “costurássemos” todos os
gêneros acadêmicos que aqui estudamos em um formato mais complexo.
Considerando a ABNT 6022/2003, os artigos científicos são compostos de elementos
pré-textuais, textuais e pós-textuais, distribuídos conforme abaixo:

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 Os elementos pré-textuais são constituídos de:

a) título e subtítulo (se houver);

b) nome(s) do(s) autor(es);

c) resumo na língua do texto e palavras-chave na língua do texto.

Observação: muitos periódicos científicos solicitam o resumo em língua estrangeira.

 Os elementos textuais constituem-se de:

a) introdução;

b) desenvolvimento;

c) conclusão ou considerações finais.

 Os elementos pós-textuais são constituídos de:

a) referências;

b) apêndice(s) e anexo(s) - opcionais

Simplificando, segundo Barbosa (adaptado de 2006, p. 33), o artigo científico tem a


seguinte estrutura:
Descrevem, de maneira sintetizada, o propósito do trabalho. Para
Título e subtítulo artigos científicos não são recomendados títulos “fantasiosos” ou
(se houver) “conotativos”. Geralmente são bem objetivos com a essência da
pesquisa.

Uma breve credencial do(s) autor(es), como nome completo, titulação


Autor(es) e filiação acadêmica.

Elaborado em um único parágrafo, busca sintetizar os objetivos


pretendidos, a metodologia empregada e as conclusões alcançadas
no artigo. Geralmente, exigem um número de caracteres, que vão de
Resumo acordo com o solicitado pelo periódico. Qual não é expresso,
recomenda-se seguir a ABNT 6028, que limita a 250 caracteres.
O resumo deve possuir palavras-chave (entre três e cinco) e muitos
periódicos também exigem sua versão em língua estrangeira,
conhecidos como abstract (inglês) ou resumén (espanhol).

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Em um artigo a introdução deve ser breve, porém não pode deixar de


conter delimitação do tema trabalhado, o problema de pesquisa, os
objetivos e a justificativa de seu estudo, tratando das intenções que
motivaram a elaboração do artigo e da metodologia da pesquisa que
Introdução forneceu subsídios para a compreensão da temática. É interessante
reservar a parte final da introdução para se fazer- uma breve
descrição do que será tratado em cada tópico do desenvolvimento,
ou seja, do corpo do trabalho, pois conduz o leitor ao percurso de
leitura que ele fará ao longo do artigo.

Conhecido como o “corpo do trabalho”, é uma argumentação na qual


o autor pretende persuadir o leitor com base nos fatos apresentados,
na descrição dos elementos e na análise dos dados da pesquisa,
comparações, etc. Assim, é normal que apresente seções e
subseções devidamente marcadas no texto, dividir este “todo” em
Desenvolvimento partes para melhor expor as ideias.
Por ser a parte principal do artigo, normalmente, é no
desenvolvimento que aparece o maior número de citações e
referências, devido ao fato de o discurso científico precisar entrar em
comunhão teórica com outras leituras da área para reforçar a tese
inicial.

É uma apresentação sucinta do que foi exposto, tecendo


Conclusão ou considerações, fazendo inferências sobre as ideias básicas e
Considerações expondo os resultados obtidos. Nela, também, podem aparecer
Finais algumas sugestões de pesquisas futuras.

Referências Havendo citações de autores, deve-se indicar a bibliografia ao final.


A lista de obras deverá estar em ordem alfabética por autor e de
acordo com as normas da ABNT vigente NBR 6023.

Quadro 3: Estrutura do Artigo Científico.


Fonte: acervo próprio.

Dica do professor: Para complementar sua


reflexão, leia o artigo científico “Professor.com: os
desafios da docência no século XXI”. (download).

3.2 Orientações para uma boa redação acadêmica

De acordo com Lakatos e Marconi (2003, pág. 249),

O trabalho científico utiliza linguagem técnica (acadêmica e didática), cuja finalidade


é transmitir conhecimento. A linguagem científica deve, portanto, ser a mais didática
possível. Requer linguagem perfeita em relação às regras gramaticais, evitando não

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só o vocabulário popular, vulgar, mas também o pomposo. Se uma das finalidades


é a objetividade, o trabalho científico deve ter caráter impessoal.

Dessa forma, a redação de um trabalho acadêmico deve ser realizada com atenção
para evitar problemas de digitação, problemas com pontuação, ortografia, concordância ou
incoerência dos dados apresentados, entre outros.

Importante lembrar que nunca uma primeira redação pode ser dada como definitiva:
é indispensável a redação prévia das partes e outra redação global do trabalho. Este texto
deverá ser revisto, criticado, uma ou duas vezes, para que se possa considerá-lo como
definitivo.

Outro ponto crucial é que, no momento da redação final do trabalho, - o redator do


texto tenha à disposição dicionários e manuais de redação e de metodologia, para evitar
maiores problemas.

Sobre o estilo de escrita, embora cada pessoa tenha um estilo próprio, devem-se
observar os seguintes aspectos na redação de um trabalho científico:

 clareza e objetividade;
 linguagem direta, precisa e acessível;
 frases curtas e concisas;
 simplicidade, evitando-se estilo prolixo, retórico ou confuso.

A formatação do trabalho científico deverá seguir o padrão de normas técnicas da


Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT. As normas atualizadas da ABNT
encontram-se na biblioteca da universidade.

Atividade: Para concluir o curso e gerar o seu


certificado, vá até a sala virtual e responda ao
Questionário “Avaliação Geral”. Este teste é
constituído por 10 perguntas de múltipla escolha,
que se baseiam em conceitos e normas sobre
Resenha, Resumo, Relatórios e Artigos
Científicos.
Você terá três tentativas e a nota mínima para
aprovação é de 60%. Boa sorte!!

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Plataforma +IFMG

Conhecer os Gêneros Textuais Acadêmicos é de extrema importância na vida de


qualquer aluno, esteja ele no Ensino Médio Técnico ou em um programa de Doutorado.
Estes textos são responsáveis pela produção e divulgação científica que temos e,
infelizmente, nem todos os cursos possuem, em suas grades curriculares, disciplinas ou
manuais disponíveis para auxiliar os alunos na produção desses textos. Nesse sentido,
esperamos que este curso tenha contribuído com a sua formação e que estes
conhecimentos lhe motivem a produzir textos acadêmicos com qualidade, para que seus
caminhos, enquanto estudante / pesquisador, seja cada vez mais brilhante!

Sucesso! Foi um prazer tê-lo conosco!

Conheça também os outros cursos da Plataforma +IFMG.

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Referências

ARANHA, S. A busca de modelos retóricos mais apropriados para o ensino da escrita


acadêmica. Revista do GEL, Araraquara, v. 4, p. 97–114, 2007.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 10520: Informação e
documentação – citações em documentos – apresentação. Rio de Janeiro, 2002
______. ABNT NBR 6023. Informação e documentação – referências – elaboração. Rio de
Janeiro, 2002.
______. ABNT NBR 6022. Informação e documentação – artigo em publicação periódica
científica impressa – elaboração. Rio de Janeiro, 2002.
______. ABNT NBR 6028. Informação e documentação – resumo – elaboração. Rio de
Janeiro, 2002.
______. ABNT NBR 10719. Informação e documentação - Relatório técnico e/ou científico
– Apresentação. Rio de Janeiro, 2015.
BARBOSA, D. Metodologia de estudos e elaboração de monografia. São Paulo:
Expressão & Arte, 2006.
BONATO, M. T. R. L.; SAMCZUK, I. B. Artigo científico: do desafio à conquista (Victoria
Secaf). Resenha de livro. In: Pró-Fono Revista de Atualização Científica, Barueri (SP),
v. 17, n. 2, p. 263, maio-ago. 2005.
CAMPOS, Magna. Manual de Gêneros Acadêmicos: Resenha, Fichamento, Memorial,
Resumo Científico, Relatório, Projeto de Pesquisa, Artigo científico/paper, Normas da
ABNT. 1ª edição. Mariana, Edição do Autor, 2015.
DOLZ, J; SCHNEUWLY, B. Gêneros orais e escritos na escola. Tradução e organização
de Roxane Rojo; Glaís Sales Cordeiro. Campinas: Mercado de Letras, 2004
FIORIN, Jose Luiz; SAVIOLI, Francisco Platão. Para entender o texto: leitura e redação.
16. ed. São Paulo: Ática, 2005.
ILHESCA, Daniela Duarte Ilhesca, SILVA, Débora Teresinha Mutter da, SILVA, Mozara
Rossetto da. Redação acadêmica. Curitiba: InterSaberes, 2012.
KOCH, I. G. V.; FÁVERO, L. L. Contribuição a uma tipologia textual. Letras & Letras,
Uberlândia, v. 3, n. 1, p. 3-10, jun. 1987.
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia
científica. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
MARCUSCHI, L. A. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In: DIONÍSIO, A. P.;
MACHADO, A. R.; BEZERRA, M. A. (Orgs.). Gêneros textuais & ensino. Rio de Janeiro:
Lucerna, 2002, p. 19-36.
MEDEIROS, João Bosco. Português Instrumental. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2009.

43
Plataforma +IFMG

MOTTA-ROTH, D. A construção social do gênero resenha acadêmica. In: MEURER, J. L.;


MOTTA-ROTH, D. (Org.). Gêneros textuais e práticas discursivas: subsídios para o
ensino da linguagem. Bauru: EDUSC-Editora do Sagrado Coração, 2002, p. 77-116.
MOTTA-ROTH, D. A importância do conceito de gêneros discursivos no ensino da redação
acadêmica. Revista Intercâmbio, São Paulo, v. 3, p. 119-128, 1999.
MOTTA-ROTH, D. O ensino de produção textual com base em atividades sociais e
gêneros textuais. Linguagem em (Dis)curso, Tubarão, v. 6, p. 495-517, 2006.
SOARES, M. Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte: Autêntica, 1998.

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Currículo do autor

Viviane Lima Martins: Doutora em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia


Universidade Católica de São Paulo, com a titulação de Mestre na mesma
instituição. Graduada em Letras pela Universidade de São Paulo, e especialista em
Língua Portuguesa pela Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP, e em
Língua Inglesa pela Loyola University Chicago, possui, também, segunda
licenciatura em Pedagogia pela FAPAN - Paraná, e especializações em Gestão
Escolar e em Tecnologias Digitais e Inovação em Educação, ambas pela UNICSUL,
além de aperfeiçoamento em Docência na Educação a Distância - Aprendizagem
Baseada em Problemas / Projetos, pela Universidade Virtual do Estado de São
Paulo - UNIVESP. Com experiência, tanto em cursos presenciais quanto em
Educação a Distância (EaD), nas áreas de Letras e Linguística, atua principalmente
nos segmentos de Língua Portuguesa e Língua Inglesa, Comunicação e Semiótica, Educação e Projetos
(a partir de Metodologias Ativas, como PBL e Design Thinking) e Formação Docente. Possui experiência
nas disciplinas de Escrita Acadêmica e Metodologia Científica, Linguística Aplicada e Análise do Discurso,
Mídia e Educação, Ensino de Língua e Literatura (Brasileira, Portuguesa, Inglesa e Norte-Americana),
Orientação de TCC, Linguagens e Mediações Tecnológicas (TIC), Análise das Mídias, Semiótica e Teorias
da Comunicação. Atualmente é professora efetiva de Língua Portuguesa e Língua Inglesa EBTT no Instituto
Federal de Ciência e Tecnologia de Minas Gerais, no campus Arcos.

Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/8515218182235575

Feito por (professor-autor) Data Revisão de layout Data Versão

Viviane Lima Martins 02/09/2020 Ângela Reis Pacheco 18/03/2021 1.0

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Glossário de códigos QR (Quick Response)

Dica do professor
Mídia digital Texto complementar
Apresentação do Manual de
curso. Normatização do
IFMG.

Dica do professor Mídia digital


Texto complementar Vídeo “Gêneros
exemplo de resenha Acadêmicos mais
crítica. utilizados”.

Dica do professor
Texto complementar
Mídia digital
Artigo Científico
Vídeo “O artigo
“Professor.com: os
científico”
desafios da docência
no Século XXI”

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Plataforma +IFMG

Plataforma +IFMG
Formação Inicial e Continuada EaD

A Pró-Reitoria de Extensão (Proex), neste ano de


2020 concentrou seus esforços na criação do Programa
+IFMG. Esta iniciativa consiste em uma plataforma de cursos
online, cujo objetivo, além de multiplicar o conhecimento
institucional em Educação à Distância (EaD), é aumentar a
abrangência social do IFMG, incentivando a qualificação
profissional. Assim, o programa contribui para o IFMG cumprir
seu papel na oferta de uma educação pública, de qualidade e
cada vez mais acessível.
Para essa realização, a Proex constituiu uma equipe
multidisciplinar, contando com especialistas em educação,
web design, design instrucional, programação, revisão de
texto, locução, produção e edição de vídeos e muito mais.
Além disso, contamos com o apoio sinérgico de diversos
setores institucionais e também com a imprescindível
contribuição de muitos servidores (professores e técnico-
administrativos) que trabalharam como autores dos materiais
didáticos, compartilhando conhecimento em suas áreas de
atuação.
A fim de assegurar a mais alta qualidade na produção destes cursos, a Proex adquiriu
estúdios de EaD, equipados com câmeras de vídeo, microfones, sistemas de iluminação e
isolação acústica, para todos os 18 campi do IFMG.
Somando à nossa plataforma de cursos online, o Programa +IFMG disponibilizará
também, para toda a comunidade, uma Rádio Web Educativa, um aplicativo móvel para
Android e IOS, um canal no Youtube com a finalidade de promover a divulgação cultural e
científica e cursos preparatórios para nosso processo seletivo, bem como para o Enem,
considerando os saberes contemplados por todos os nossos cursos.
Parafraseando Freire, acreditamos que a educação muda as pessoas e estas, por
sua vez, transformam o mundo. Foi assim que o +IFMG foi criado.

O +IFMG significa um IFMG cada vez mais perto de você!

Professor Carlos Bernardes Rosa Jr.


Pró-Reitor de Extensão do IFMG
Plataforma +IFMG
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Características deste livro:


Formato: A4
Tipologia: Arial e Capriola.
E-book:
1ª. Edição
Formato digital
Plataforma +IFMG

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