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Tempo, Entonação e
Dramaticidade
Tempo, Entonação e Dramaticidade - Vania Dias Cordeiro e Paula Duarte
PRESIDENTE
FACULDADE PAULISTA DE
COMUNICAÇÃO
Claudinei Senger
DIRETOR GERAL
VICE-PRESIDENTE
Claudinei Senger
Roberto Alonso
DIRETOR ACADÊMICO
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COORDENAÇÃO DE CURSOS
FACULDADES INTEGRADAS Publicidade e Propaganda; Rádio, TV e
CAMPOS SALLES Internet e Relações Públicas: Lina Maria
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DIRETOR GERAL
Administração: Milton Tadeu Piscinato
Claudinei Senger
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DIRETOR ACADÊMICO
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COORDENAÇÃO DE CURSOS
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Primeiro ano Tecnológicos, Administração
e Ciências Contábeis: Jairo Gonçalves Duarte
(adjunto)
APRESENTAÇÃO
Não há como fugir da leitura, com ela os alunos se divertem criando personagens mentalmente e
textualmente, mesmo para quem ainda não está alfabetizado encontrando apoio nas imagens.
Objetivos Gerais
TEMPO, ENTONAÇÃO E DRAMATICIDADE [Ementa]: As rodas de leitura na escola. Diferentes autores
e a leitura literária na escola. Leitura: entonação, postura e envolvimento dos alunos. A leitura da
palavra e a leitura da imagem
Módulo 1
A importância de formar leitores usando a roda de leitura
Objetivos específicos
•• Conhecer a importância de formar leitores usando a roda de leitura.
•• Estimular comportamentos leitores e ler com autonomia crescente.
•• Conhecer como trabalhar a roda de leitura em sala de aula.
•• Aprender dicas para serem usadas durante as rodas de leitura em salas de aulas.
INTRODUÇÃO................................................................................................................................................................... 6
CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................................................................14
REFERÊNCIAS................................................................................................................................................................15
INTRODUÇÃO
A roda de leitura é uma prática antiga que retornou as salas de aula para proporcionar um novo
olhar sobre o universo fascinante do imaginário que habita em cada ser humano. É possível des-
frutar dessa atividade para abordar temas sobre o dia a dia dos alunos, problematizando situações,
promovendo a cultura e o conhecimento através da formação do hábito de leitura, transformando o
ato de ensinar em uma forma de disseminar novos preceitos e saberes para os alunos, favorecendo
o aprimoramento acadêmico.
Ao final deste módulo você será contemplado com dicas valiosas sobre como trabalhar rodas de
leitura em salas de aulas.
Figura 1 –
Fonte: https://get.pxhere.com/photo/laptop-computer-typing-man-people-girl-woman-technology-boy-male-guy-female-
young-tablet-sitting-communication-gadget-furniture-leisure-sofa-holding-couch-electronic-conversation-research-relaxing-
product-design-students-legs-break-cropped-studying-learning-casual-searching-touch-screen-using-free-image-browsing-
pastime-digital-devices-1373622.jpg -10/01/2018
Por um bom tempo os educadores trabalhavam leitura apenas para o desenvolvimento de outras
habilidades, a leitura não era vista como o caminho para abrir as portas do conhecimento.
A finalidade da leitura era exclusivamente para decifrar a escrita, nessa circunstância o aluno sentia
desmotivado para ler, formando pessoas sem letramentos e visão de mundo, ao contrário daque-
les que tiveram o contato com livros e leitura, cresceram com outra forma de perceber o mundo,
pessoas críticas.
No entanto o trabalho com leitura nas salas de aulas deve ser bem mais que conhecer os diferentes
gêneros textuais, suas características e seus propósitos comunicativos, os alunos devem ver a leitura
como algo fascinante atribuindo significado ao que lê.
A leitura pode ser vista como uma chave a qual abrirá as portas para o sucesso, enfatizando que os
livros devem ser selecionados conforme a faixa etária, podendo então alcançar uma grande con-
versão e o rompimento de barreiras nos alunos.
Usando diversas narrativas que estão ligados diretamente, vários gêneros textuais e componentes
de suporte que servirão como uma alternativa contra conflitos de convicções, psicológicos emoti-
vos e físicos.
No universo da leitura é necessário instigar os alunos a vivenciar os fatos narrados nos mais varia-
dos tipos de textos e construção gramatical, percebendo que não há história antiga ou nova, pois
dentro desse universo mágico tudo modifica de acordo com os conteúdos que serão inseridos a
medida que, e como estudamos os textos.
Uma técnica de fazer o aluno a entender o encadeamento dos fatos e a ideia que o autor queria
passar com a história nesse universo imaginário seria incentivá-los a imaginar os acontecimentos
e construir abstratamente as ações das personagens, vivenciando em tempo real o enredo do texto,
mostrando os efeitos da pontuação, o sentimento que cada palavra expressa, enriquecendo o es-
tudo da tonicidade.
Portanto a roda de leitura é uma proposta ideal para o estímulo de leituras variadas e divertidas.
Atenção
A leitura leva os alunos para além dos muros da escola.
Fonte: https://www.google.com/url?sa=i&source=images&cd=&ved=2ahUKEwixvd62rOPfAhUCIpAKHV6_
C8kQjRx6BAgBEAU&url=https%3A%2F%2Fpt.wikipedia.org%2Fwiki%2FAtividade_permanente&psig=AOvVaw0U6wSSqYYD
M68IOA-bshgS&ust=1547213464895804 - 10/01/2019
Nem mesmo a tecnologia conseguiu substituir uma metodologia pedagógica cultural muito utili-
zada no passado e que nos dias atuais é de grande relevância, pois visa uma prática de leitura pra-
zerosa, com a finalidade de proporcionar diretamente intimidade com textos literários, pequenos ou
grandes semeando o hábito da leitura.
A roda de leitura é uma metodologia que está ligada ao procedimento de realizar a leitura em gru-
po, de forma compartilhada, com discentes em formação (crianças da Educação Infantil, do Ensino
Básico e até mesmo no Ensino Médio).
O significado da roda de leitura colocando os discentes em círculo, dentro da sala de aula, afastan-
do-os de suas carteiras é elogiado por Braun, Moraes, Oliveira e Almeida (2009, p. 05)
Neste caso os mediadores podem ser professores, ou qualquer pessoa que esteja inserido na comu-
nidade escolar e tenha qualificação para desempenhar esta tarefa que possam ser envolvidas com
a temática, ler com os alunos ou para outras pessoas. Essa prática sugere que os alunos se posi-
cionem em círculos, semicírculos ou que fiquem bastante descontraídos em almofadas ou carpetes.
Geralmente denominados os mediadores de leitura, são responsáveis pelo planejamento das ações
que serão desenvolvidas contemplando todos os alunos. Entendendo que esta atividade deve ga-
rantir momentos de alegria e os mais distintos propósitos.
O professor torna-se interventor, para Vygotsky quando define o conhecimento através deste pro-
cesso, em 1896-1934, “o docente é o representante do saber, porque é o intermediador entre a
aprendizagem presente na sala de aula e sua ligação com o discente e estimulando-o ao contato
com o livro desde o começo de sua vida acadêmica.”
Durante uma roda de leitura podem ser abordados os seguintes itens: o que faz motivar a leitura,
apresentação do autor e a obra, após a leitura da narrativa pode ser inserida roda de conversas,
debates ou discussões sobre o texto trabalhado.
A narrativa a ser apresentada na roda é selecionada pelo professor ou pelos próprios integrantes,
por meio de votação ou sorteio. Podendo ser também realizado um acordo com os alunos se acon-
tecerá ou não interrupção da leitura da narrativa, para apresentar esclarecimentos e críticas.
A diferença entre a roda de leitura e contadores de história se dá pela disposição das cadeiras, na
roda de leitura as cadeiras são dispostas em círculo, semicírculo e nos contadores de histórias as
cadeira ficam enfileiradas, mas ambas as estratégias, são usados efeitos de entonação e dramati-
cidade.
Não é nenhum segredo que a criança quando pratica a leitura intensifica o pensamento individual,
aprimora o raciocínio coerente e criativo. A leitura é indispensável em qualquer faixa etária, é atra-
vés dessa habilidade que desenvolvemos outras.
Esta estratégia deve ser vista como uma alternativa para despertar o interesse para o aprendizado,
estimular a autoconfiança, a aptidão, atenção, resolução de situações problemas e o senso de con-
tribuição, desenvolvendo a assimilação de hábitos para adquirir conhecimento social e alcançando
certas interações do indivíduo com outras pessoas.
Ao propor a roda de leitura em sala de aula haverá a quebra da rotina indo além da diversão, pois
estimula esse meio contagiante, desenvolvendo algumas habilidades, como a oralidade, instruções
sobre alguns conteúdos, desenvolvendo o raciocínio lógico e dedutivo, instrumentos que poderão
ser usados para solucionar problemas pessoais dos alunos, como de boa convivência com colegas
e familiares, deixando-os mais descontraídos, eliminando alguns sentimentos como a timidez ou
aversão.
As pessoas não se comunicam apenas através daquilo que diz, mas também através da forma como
diz. Isto é, uma pessoa pode dar uma expressividade específica no tom de sua voz, na modelagem
própria da entonação dentro do contexto de uma conversa. Assim, o sujeito pode usar uma entona-
ção ou outra dependendo do contexto.
As crianças precisam das imagens ou palavras, da tonicidade e da dramaticidade usadas nas rodas
de leitura, pois ao escutar as histórias representadas pelos colegas, eles serão capazes de viven-
ciarem as histórias, alimentando sua mente, elevando suas sensações de fazer parte desse imenso
espaço literário.
Diante de um acontecimento inesperado, o aluno pode dar uma entonação de surpresa em sua
mensagem. Do mesmo modo, a entonação de uma pergunta é diferente da que exige uma excla-
mação.
No decorrer de uma roda de leitura, os participantes ficam motivados com a leitura dramatizada
pela forma de expressar, as palavras de acordo com o tom de voz exigida no enredo aproximando
da realidade, se envolvendo no universo da imaginação, é importante deixar a história mais próxima
de uma realidade, sem perder o significado das palavras e as finalidades determinados, possibili-
tando que os alunos mergulhem nesse universo imaginativo da história contada.
A roda de leitura em sala de aula só tem valor se existir uma razão de fundo pedagógico, pois usar
livros apenas para entreter o aluno é desvalorizar sua importância educacional. Percebemos que a
escola se preocupa em difundir a leitura nas salas de aula para formar sujeitos críticos, responsá-
veis e atuantes na sociedade, mas esquecem de que as atividades de leitura devem ser prazerosas,
espontâneas “a leitura se baseia na vontade e no prazer” (Kleiman, 2000).
O papel do professor é mostrar caminhos, selecionando e auxiliando os discentes a optar por textos
de acordo com sua faixa etária e que transmitem ensinamentos acadêmicos para a vida. Tornando
imprescindível que o professor compreenda o seu papel de orientar o processo e que através da
roda de leitura ele pode possibilitar um aprendizado formando sujeitos que questionem e transfor-
mem a pensar e agir.
A dramaticidade está inserida na imaginação do ser humano, através dela os mesmos mobilizam,
inventam, criam e recriam novas e ilimitadas formas de comunicar fazendo usos de gestos, movi-
mentos expressões corporais e faciais, o tom, os sons em tempo real.
Saiba mais
Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/7/73/Vincenzo_foppa%2C_giovane_che_legge_cicerone%2C_dal_
banco_mediceo_di_milano_03.JPG 10/01/2019
Com esta prática os alunos vivenciam o mundo da imaginação ampliando sua aprendizagem, pois
o objetivo é proporcionar prazer e interação entre o professor e alunos tornando os protagonistas
do enredo.
Cada aluno após ter escolhido e realizado a leitura em casa ou em outro momento, este deve apre-
sentar o resumo da obra literária podendo ser livro da biblioteca escolar ou não. Com esta estraté-
gia possibilita demonstrar várias obras literárias despertando nos colegas o desejo de conhecer as
histórias apresentadas pelos colegas.
Esta forma de roda de leitura é denominada de “roda literária”, geralmente utilizada uma ou duas
vezes por mês, pode ser utilizada por alunos que sabem ler ou não.
Os discentes que não são alfabetizadas deverão receber ajuda de seus pais ou podem ler imagens,
para a realização dessa atividade com sucesso e para que seja com prazer e contagiante o professor
deve incentivá-los já usar alguns efeitos da entonação e dramaticidade.
Esta prática permite a criança interagir diretamente com o livro, lendo, aferindo informações, ma-
nuseando, trocando informações com colegas e familiares, desenvolvendo a oralidade, no mesmo
tempo que, permite o reconhecimento de algumas obras literárias, autores e editoras.
A roda de jornal pode ocorrer semanalmente da seguinte forma: ler notícias extraídas de jornal em
círculo e logo após promover exposição oral sobre o conteúdo proposto na notícia provocando a
inferência e a troca de conhecimentos entre os discentes.
Dessa forma os alunos desenvolverão aos poucos algumas habilidades como leitura com fluência,
escrita, oralidade e interpretação dos acontecimentos e aprende a posicionar diante de assuntos
polêmicos respeitando opiniões diferentes.
Pense comigo
Como procede a literatura? Ela sintetiza, por meio dos recursos da ficção,
uma realidade, que tem amplos pontos de contato com o que o leitor
vive cotidianamente. Assim por mais exacerbada que seja a fantasia do
escritor ou mais distanciadas e diferentes as circunstâncias de espaço e tempo dentro das
quais uma é concebida, o sintoma de sua sobrevivência é o fato de que ela continua a se
comunicar com destinatário atual, porque ainda fala de seu mundo, com suas dificuldades e
soluções, ajudando-os, pois, a conhece-lo melhor, Zilberman (1993, p. 22)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A roda de leitura mesmo sendo uma estratégia muito antiga é vista como uma solução imediata
para a formação de leitores e o aprimoramento acadêmico onde o aluno entra em um mundo má-
gico e fascinante que permite dá asas a imaginação, vivenciando as histórias de forma prazerosa e
compreendendo conteúdos propostos em sala de aula.
Com esta prática as escolas poderão fazer uma revolução porque ao mesmo tempo que ensi-
na conteúdos necessários para a escolarização dos alunos ainda proporciona momentos bastante
agradáveis, quebrando a rotinas das salas de aulas.
Permite também elevar a autoestima dos alunos libertando-os alunos de suas limitações como;
empatia, timidez, dificuldade de socialização e comunicação.
REFERÊNCIAS
CAVALCANTI, J. Caminhos da literatura infantil e juvenil: dinâmicas e vivências na ação pedagógica,
São Paulo: Paulus, 2002, p.83 .
OLIVERA, Fernando Mauro de. As várias Rodas de leitura Presentes no Ensino Fundamental de 9 anos I.
Revista científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Edição 05. Ano 02, Vol 01 p. 529-534
BRAUN, Patricia; MORAES, Jacqueline; OLIVEIRA, Cristiane; ALMEIDA, Mônica. A roda como espaço tem-
po de aprendizagem no ensino fundamental. UERJ: RJ, 2009.
Ferreiro, Emília: tradução Claudia Berliner. Passado e presente dos verbos ler e escrever/ – São Paulo,
Cortez, 2002.
ZILBERMAN, Regina: Desafios da literatura brasileira na primeira década do séc. XXI. Nonada das letras.
Porto Alegre, ano 13, n. 15, p.183200, 2010.Disponívelem:http://seer.unitter.edu.br/index.php/nonada/ar-
ticle/viewFile/276/189