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Sumário
Aula 01_ Nossas Memórias de Alfabetização..............................................................5
Aula 02_ História da Escrita ........................................................................................ 8
Aula 14_ Sondagem Diagnóstica da Escrita nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental
.................................................................................................................................. 58
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Quando falamos, vemos pessoas, coisas, gesticulamos, rimos e isso tudo não
se traduz em letras ou sinais de pontuação; se passarmos só os fonemas para
a escrita, o texto perde muito de suas características e pode até tornar-se
confuso para quem o lê sem ter presenciado o ato da fala que aquela escrita
representa. Quem escreve precisa recuperar, através de palavras, esses fatos
que na fala aparecem representados pelas circunstâncias, pelas atitudes
gestuais dos interlocutores, etc. A escrita tem que criar palavras, o ambiente
não linguístico que serve de contexto para quem fala.
Tem sido um grande desafio para o homem o ato comunicativo. Veremos agora
um quadro, que foi baseado em Cagliari (1997, p.120), que caracteriza as três fases
distintas pelas quais a escrita passou. São elas: a pictórica, a ideográfica e a
alfabética. Nosso objetivo é apresentar um esquema que distingue cada fase e, ao
mesmo tempo, identifique a relação que elas estabeleceram durante a evolução da
escrita.
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CAGLIARI, Luis. Carlos. Alfabetização & Linguística. São Paulo. Editora Scipione,
1997.
ROCHA, Ruth; ROTH, Otávio. O livro da escrita. São Paulo: Melhoramentos, 1992
(col. O homem e a comunicação).
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[...] É importante que o cotidiano das crianças das séries/anos iniciais seja
pleno de atividades de produção e de recepção de textos orais e escritos, tais
como: escuta diária da leitura de textos diversos, especialmente de histórias e
textos literários; produção de textos escritos mediada pela participação e
registro de parceiros mais experientes; leitura e escrita espontânea de textos
diversos, mesmo sem o domínio das convenções da escrita; participação em
jogos e brincadeiras com a linguagem; entre muitas outras possíveis. Ao lado
disso, as crianças devem ser encorajadas a pensar, a discutir, a conversar e,
especialmente, a raciocinar sobre a escrita alfabética, pois um dos principais
objetivos do trabalho com a língua nos primeiros anos/ séries do ensino
fundamental é lhes assegurar o conhecimento sobre a natureza e o
funcionamento do sistema de escrita, compreendendo e se apropriando dos
usos e convenções da linguagem escrita nas suas mais diversas funções.
(CORSINO, 2006, p. 61)
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[...] A questão dos métodos é tão importante (mas não a única, nem a mais
importante) quanto às muitas outras envolvidas nesse processo multifacetado,
que vem apresentando como seu maior desafio: a busca de soluções para as
dificuldades de nossas crianças em aprender a ler e escrever e de nossos
professores em ensiná-las. E qualquer discussão sobre métodos de
alfabetização que se queira, rigorosa e responsável, portanto, não pode
desconsiderar o fato de que um método de ensino é apenas um dos aspectos
de uma teoria educacional relacionada com uma teoria do conhecimento e
comum ao projeto político e social (MORTATTI, p.15-16).
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[...] Pelos estudos empíricos que venho realizando, posso dizer que por melhor
intenção que o professor tenha, seguindo as cartilhas é muito complicado
desenvolver um trabalho que valorize o processo (a cartilha tem uma sequência
lógica que lhe é própria), que desafie as crianças a pensarem, que respeite as
suas ideias e estimule a sua capacidade de expressão, criando e recriando
suas próprias produções. Se as crianças não forem estimuladas a hipotetizar
sua escrita, fica mais difícil o processo de reflexão e compreensão da mesma.
Mas esse é um processo que só se concretiza diante de uma nova postura
pedagógica do professor, rompendo com o paradigma da escola tradicional.
Então, qual é a saída? Em primeiro lugar, destacamos que a escrita precisa ser
trabalhada de uma forma cheia de significados, a criança precisa atribuir sentido ao
que está sendo escrito. A perspectiva interacionista, ainda de acordo com
Schilickmann (2001):
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Como professores, devemos ter consciência das mudanças que ocorrem com
o passar dos tempos, de suas consequências em relação aos conhecimentos teóricos
e da aplicação prática das novas teorias. As pesquisas realizadas por Emília Ferreiro,
doutora em Psicologia, ressaltam a importância de compreendermos o processo de
alfabetização como um processo cognitivo. Suas pesquisas sobre a Psicogênese da
Alfabetização deflagram um esforço coletivo na busca de novos caminhos. Ela
desloca a discussão do método para a investigação de “como se ensina” e “como se
aprende”. Deixo aqui um ponto de interrogação, pois esse é um tema que
aprofundaremos em aulas futuras.
REFERÊNCIAS
CAGLIARI, Luiz Carlos. A cartilha e a leitura. Série Ideias n° 5. São Paulo: FDE,
1988, p. 21-26 – Disponível em:
http://www.crmariocovas.sp.gov.br/pdf/ideias_05_p021-026_c.pdf Acesso em: jan.
2019.
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De acordo com.Piaget:
[...] Quando a criança usa os saberes e as possibilidades que já tem para tentar
superar um desafio ou enfrentar um problema, ela está realizando o que ele chama
de assimilação do objeto. Dizendo de outra maneira, no processo de assimilação, o
sujeito procura conhecer o objeto, trazendo-o para dentro de seus referenciais e
usando competências que já possui, ainda que sejam insuficientes para responder ou
“dar conta” da situação nova.
Por outro lado, quando o sujeito se modifica em função do movimento
assimilador, tendo em vista superar o desafio que o novo objeto traz, tem lugar o que
se denomina acomodação. Portanto, a assimilação é o movimento de buscar
incorporar o objeto novo às estruturas de conhecimento (ações, competências
mentais) que o sujeito já tem. A acomodação é a mudança nessas estruturas
decorrente da tentativa de assimilar o novo. Para Piaget, a soma dos processos de
assimilação (incorporação dos objetos ao eu) e acomodação (transformações do eu
em função dos objetos) denomina-se adaptação.
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REFERÊNCIAS
LA TAILLE Yves de, DANTAS Heloysa, OLIVEIRA Marta Kohl de. Piaget, Vygotsky,
Wallon: Teorias Psicogenéticas em Discussão. São Paulo. Editora: Summus,
1992. ISBN: 85-323-0412-5.
LOPES, Karina Rizek; MENDES, Roseane Pereira e FARIA, Vitória Líbia Barreto.
Coleção Proinfantil, livro de estudo Módulo IV, unidade 2. Brasília: MEC.
Secretaria de Educação Basica. Secretaria de Educação a Distância, 2006.
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REFERÊNCIAS
LA TAILLE Yves de, DANTAS Heloysa, OLIVEIRA Marta Kohl de. Piaget, Vygotsky,
Wallon: Teorias Psicogenéticas em Discussão. São Paulo. Editora: Summus,
1992. ISBN: 85-323-0412-5.
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[...] Wallon afirmava que o ser humano é organicamente social. Cada sujeito
humano se torna o que é, constitui sua identidade e seu conhecimento, nos
relacionamentos sociais. Somos sujeito a partir do outro, pela mediação do
outro, ou seja, a partir da linguagem, que se coloca entre nós e o mundo, para
organizar a nossa relação com ele. Nesse ponto, as ideias de Wallon se
aproximam muito das ideias de Vygotsky. Wallon propôs três centros que se
entrelaçam diferentemente ao longo do desenvolvimento da criança: a
afetividade, a motricidade e a cognição. (LOPES, 2005, p.26.)
Wallon afirma que o ser humano é organicamente social. Para ele, todas as
fases da vida humana são marcadas pelo entrelaçamento entre a afetividade, a
cognição e a motricidade. Afeto, movimento e inteligência estão sempre em jogo na
vida humana, em três períodos fundamentais:
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professor que acredita que é necessário conhecer estas teorias e seus idealizadores,
mas nenhum deles tem a verdade absoluta, pois nas salas de aula temos uma
diversidade de desafios. Não há fórmulas mágicas, entretanto, gênios como os
teóricos estudados, têm muito a contribuir para a qualidade do ensino.
REFERÊNCIAS
LA TAILLE Yves de, DANTAS Heloysa, OLIVEIRA Marta Kohl de. Piaget, Vygotsky,
Wallon: Teorias Psicogenéticas em Discussão. São Paulo. Editora: Summus,
1992. ISBN: 85-323-0412-5.
LOPES, Karina Rizek; MENDES, Roseane Pereira e FARIA, Vitória Líbia Barreto.
Coleção Proinfantil, livro de estudo Módulo IV, unidade 2. Brasília: MEC.
Secretaria de Educação Básica. Secretaria de Educação a Distância, 2006.
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Resumo Unidade I
REFERÊNCIAS
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CAGLIARI, Luiz Carlos. A cartilha e a leitura. Série Ideias n° 5. São Paulo: FDE,
1988, p. 21-26 – Disponível em:
http://www.crmariocovas.sp.gov.br/pdf/ideias_05_p021-026_c.pdf Acesso em: jan.
2019.
CAGLIARI, Luiz. Carlos. Alfabetização & Linguística. São Paulo. Editora Scipione,
1997.
LA TAILLE Yves de, DANTAS Heloysa, OLIVEIRA Marta Kohl de. Piaget, Vygotsky,
Wallon: Teorias Psicogenéticas em Discussão. São Paulo. Editora: Summus,
1992. ISBN: 85-323-0412-5.
LOPES, Karina Rizek; MENDES, Roseana Pereira; FARIA, Vitória Líbia Barreto de.
Organizadoras. –– Brasília: MEC. Secretaria de Educação Básica. Secretaria de
Educação a Distância, 2005. 70p. (Coleção PROINFANTIL; Unidade 2). Disponível
em http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Educinf/mod_ii_vol2unid2.pdf Acesso
em jan.2019.
MIGNOT, Ana Chrystina Venancio; CUNHA Maria Teresa Santos Cunha (orgs,).
Práticas de memória docente. São Paulo: Cortez, 2003. ISBN: 9788524909450.
(Coleção Cultura, Memória e Currículo; v.3).
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ROCHA, Ruth; ROTH, Otávio. O livro da escrita. São Paulo: Melhoramentos, 1992
(col. O homem e a comunicação).
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[...] maturidade para a leitura e a escrita depende muito mais das ocasiões
sociais de estarem contato com a linguagem escrita do que qualquer outro fator
que se invoque. Não tem sentido deixar a criança à margem da linguagem
escrita, esperando que amadureça. De outro lado, os tradicionais “exercícios
de prontidão” não ultrapassam o nível do treinamento perceptivo motor quando,
em verdade, é o nível cognitivo que está envolvido no processo. (FERREIRO
e TEBEROSKY, 1999, p.101)
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esse objeto. Ele aprende os usos e formas da linguagem que serve para escrever, ao
mesmo tempo em que compreende a natureza do sistema alfabético de escrita.
No decorrer de suas pesquisas, para descobrirem como a criança conseguia
produzir e interpretar escritas muito antes de chegar a ler e escrever
convencionalmente criaram situações experimentais próprias dos estudos
piagetianos. Identificaram que a criança busca a aprendizagem na medida em que
constrói o raciocínio lógico. Esse processo de aprendizagem da leitura e da escrita é
evolutivo e passa por níveis de conceitualização; esses níveis revelam a que
hipóteses chegou a criança.
Esses níveis não são estanques, eles revelam o desenvolvimento cognitivo que
a criança adquiriu. Uma mesma criança pode estar numa determinada hipótese e ao
mesmo tempo mesclar conceitos do nível anterior. A passagem de um nível a outro
detona um conflito cognitivo próprio ao sujeito.
Esses níveis foram definidos como:
1- Hipótese pré-silábica;
2- Intermediário I;
3- Hipótese silábica;
4- Hipótese silábica-alfabética ou Intermediária II;
5- Hipótese alfabética.
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REFERÊNCIAS
LA TAILLE Yves de, DANTAS Heloysa, OLIVEIRA Marta Kohl de. Piaget, Vygotsky,
Wallon: Teorias Psicogenéticas em Discussão. São Paulo. Editora: Summus,
1992. ISBN: 85-323-0412-5.
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Essa trajetória pelo qual toda criança passa foi descrita por Ferreiro e
Teberosky como: período pré-silábico, período silábico e período silábico alfabético/
alfabético.
Para melhor compreender o período pré-silábico, precisamos nos apropriar
primeiro de alguns novos paradigmas, porque sem abrir mão de velhos conceitos, o
entendimento da psicogênese fica comprometido. Talvez este seja um dos fatores que
faz com que alguns professores não consigam entender a plenitude da proposta, é
condição sine qua non crer nos fatores citados abaixo:
A criança, mesmo antes de ser alfabetizada tem alguns conhecimentos da
língua escrita:
1- As tentativas das crianças são processos cognitivos e devem ser tratadas
com a devida importância;
2- Temos de ter um olhar para entender o que a criança já sabe e não somente
o que falta.
Em um primeiro momento, o período pré-silábico é caracterizado como aquele
em que a criança não diferencia formas de letras, ela tenta imitar uma escrita que vê
os adultos praticando, mas ainda não faz a relação entre o que escrevemos e o que
falamos, ou seja, para ela, as letras não são representações gráficas da pauta sonora.
A característica marcante desta fase é a de que a criança não estabelece nenhuma
relação entre a escrita e a pauta sonora.
Assim sendo, num primeiro momento a criança utiliza desenhos, rabiscos,
grafemas ou qualquer sinal para representar o objeto, não relacionando o desenho à
escrita.
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palavra precisa de no mínimo três letras; não é possível repetir letras – é preciso
variar, as letras precisam ser variadas. Ela acredita que não está escrito nada se a
palavra só tiver três letras. É comum encontrarmos crianças que só acabam de
escrever quando o limite do papel se encerra, tudo isso para atender a sua ideia de
legitimidade e interpretabilidade.
Veja alguns exemplos:
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REFERÊNCIAS
FERREIRO, Emília. Com todas as letras. Editora Cortez. São Paulo, 1993
LA TAILLE Yves de, DANTAS Heloysa, OLIVEIRA Marta Kohl de. Piaget, Vygotsky,
Wallon: Teorias Psicogenéticas em Discussão. São Paulo. Editora: Summus,
1992. ISBN: 85-323-0412-5.
WEISZ, Telma. Existe vida inteligente no período pré-silábico? In: Ciclo Básico.
São Paulo. Secretaria da Educação, São Paulo: SE/CENP, 1988.
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Ao produzir tal tipo de escrita, a criança entrará em conflito. Esses conflitos irão
desestabilizando a hipótese anterior até que a criança tenha “coragem” de elaborar
uma nova hipótese.
Segundo Ferreiro (2001, p.27):
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REFERÊNCIAS
GROSSI, Esther Pillar. Didática do nível silábico. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990.
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Passados alguns dias, a criança já não consegue ler o que escreveu, exceto se
tiver memorizado.
Em relação à segunda justificativa, a criança, quando vai ler algo escrito por um
adulto, não consegue, pois lhe sobram muitas letras. É esse conflito que faz com que
a criança perceba que sua hipótese não dá conta das palavras. Essa contradição é
fonte de reflexão, quando a criança se inquieta com o que já sabe sobre a escrita das
palavras. Neste momento, a criança pode, ao perceber que deve acrescentar mais
letras, confundir o professor que, se estiver menos atento, imagina que a criança
regrediu. Ao ler e perceber que faltam letras, a criança começa a acrescentar mais.
A criança sai em busca de algo mais plausível. Esta passagem não é aleatória,
a criança precisa ser desafiada a pensar, a ler o que escreveu. É função do professor
tirá-la da posição estável.
A mudança qualitativa que caracteriza o período alfabético, segundo Ferreiro:
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Este é o momento que todo professor espera, é como se depois de uma longa
jornada, ele e seu aluno completassem uma etapa, é uma sensação de que quase se
chegou lá. O maior erro que podemos cometer em relação a este momento é achar
que ele é a conclusão da alfabetização; o aluno ao conquistar esta etapa, só está
iniciando uma descoberta para vida toda. Há várias conquistas a serem buscadas. O
aluno conquista o direito pleno de poder se expressar plenamente através da língua
escrita formal. Entretanto, sabemos que essa é uma competência que não tem fim
com a escolarização.
Uma das primeiras conquistas refere-se à segmentação do texto: ora os alunos
emendam palavras, ora eles dividem palavras em duas ou três. Isto ocorre por muitas
vezes porque o aluno, neste momento, está tão preocupado com a fonetização da
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palavra que foca sua atenção nesta relação. Retomando: o aluno nesta fase precisa
ser trabalhado em relação à segmentação e à ortografia das palavras e, também, em
relação à produção formal de textos.
A produção de textos é uma atividade elaborada que vai exigir muito esforço
do aluno e do professor em criar situações que privilegiem a função social da
produção de texto. De acordo com Grossi (1990. p 39):
[...] Falamos de produção de textos e não de cópia, que são duas atividades
muito diferentes, obviamente. A produção de textos é uma atividade expressiva
e criativa que envolve reflexão constante. Esta reflexão é elemento
importantíssimo para a verdadeira alfabetização de alguém. A grande
interferência da expressão pessoal e da criatividade na produção de textos
interessa muito para a eficácia destas atividades didáticas. As produções de
textos ou frases, no ensino tradicional, costumam ser incrivelmente pobres, na
medida em que não é permitido aos alunos escrever com erros ortográficos ou
com erros de construção de frases, bem como de pontuação. Para prevenir
estes erros, só resta o recurso de escrever frases curtas, com palavras de
ortografia conhecida e com uma estrutura frasal muito simples. Com isto, se
restringe enormemente a expressão criativa e se evita o que há de muito rico
na aprendizagem que é a reflexão lógica. Esta é necessária, entre todas as
ações inteligentes, para decidir como se escrevem palavras cuja escrita não
está memorizada.
O mesmo raciocínio vale para a leitura, seria um erro com uma visão
reducionista do processo de ensino-aprendizagem trazer textos “pobres” para a
leitura. Outro tema é posto: a pontuação, competência que a criança alfabética precisa
se apropriar. A criança precisa de uma abordagem completa da alfabetização, que
permita acessos aos mais diferentes tipos de textos, nesta direção a intencionalidade
pedagógica do professor é de fundamental importância. Segue uma sequência de
ideias para qual o professor precisa estar atento.
Boas intervenções
Intervenção: atuação explícita do professor
Situações onde o professor:
• Planeja com objetivos claros;
• Faz antecipações do que pode acontecer durante a atividade;
• Propõe desafios;
• Organiza bons agrupamentos (relação com o diagnóstico);
• Prevê o tempo (considerando os alunos);
• Faz boas perguntas;
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GROSSI, Esther Pillar. Didática do nível silábico. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990.
CAGLIARI, Luis. Carlos. Alfabetização & Linguística. São Paulo. Editora Scipione,
1989.
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seu primeiro contato com o mundo escrito, pois sabemos que a escrita não é
especialidade da escola, que muito antes de nela adentrar, a criança já a encontrou
em vários lugares: publicidade, imprensa e práticas familiares. Por causa dessa
presença da escrita na sociedade, quase todas as crianças chegam à escola com
algum conhecimento sobre a escrita. Assim, antes de iniciar o trabalho, o professor
deve fazer um diagnóstico de cada um dos seus alunos; para tanto pode lançar mão
de uma sondagem inicial.
Seu principal objetivo não é rotular nenhuma criança, o recurso da sondagem
da escrita serve para ajudar a identificar quais hipóteses as crianças têm acerca do
funcionamento da língua materna. Ressalto que só por meio do conhecimento da
hipótese de escrita é que o professor estará apto a realizar mediações que permitam
auxiliar a conquista da construção da base alfabética da escrita. Essa sondagem pode
constar de um ditado de palavras e de uma frase. As palavras são escolhidas dentro
de um campo semântico, ou seja, da mesma categoria e devem apresentar um
número diferente de sílabas.
Por exemplo, jabuticaba, acerola, pitanga e caqui. Ditam-se as palavras uma a
uma, começando com a de maior número de sílabas. As crianças escrevem e leem
para poder avaliar tanto as hipóteses sobre a escrita, como sobre a leitura.
Creio ser importante lembrar que, ao sugerir a adoção de uma atividade de
sondagem, refere-se a uma pesquisa ou investigação rápida, ou seja, nada de
transformar a sondagem em atividade cotidiana, dispendendo grande tempo e esforço
com a mesma e deixando de lado atividades que levem a criança a confrontar suas
hipóteses rumo à identificação das regras do nosso sistema de escrita. E,
principalmente, não fazer do diagnóstico um instrumento classificatório, vazio, sem
significado, utilizado somente para rotular os alunos. A alfabetização é um processo
dinâmico e o diagnóstico é uma ação pedagógica para ajudar aos alunos a
avançarem.
O material do Ler e escrever, é um material de referência, poderá/deverá fazer parte
do acervo do professor alfabetizador. Na página 26, detalha a realização da
sondagem. Instrumento que auxilia e permite ao docente conhecer as hipóteses de
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escrita, que os alunos ainda não alfabetizados possuem sobre a escrita alfabética e o
sistema de escrita de uma forma geral. Importante baixar e salvar o material.
REFERÊNCIAS
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Na aula anterior, estudamos como podemos detectar o que sabe o aluno com
relação à escrita, o que nos ajuda a afastar uma ideia muito em voga que associa o
erro a uma característica negativa do processo ensino-aprendizagem. A abordagem
nessa aula visa à reflexão sobre o erro.
[...] Diz- se que Thomas Edison fez mais de mil experimentos para chegar ao
bem-sucedido na descoberta da lâmpada incandescente. Conta seu anedotário
biográfico que, após muitos experimentos malsucedidos, um seu colaborador
quis desistir do empreendimento e Edison teria comentado: “Por que desistir
agora, se já sabemos muitos modos de como não fazer uma lâmpada?
Estamos mais próximos de saber como fazer uma lâmpada”. Os insucessos
foram, assim, servindo de trampolim para o sucesso de sua busca. (LUCKESI,
1988, p. 133)
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[...] estes “erros” podem cumprir um rol ativo na aprendizagem. De fato, uma
criança comete um erro pode, por fato, tomar consciência de certas
contradições que lhe permitirão (ou talvez obrigarão) a revisar a hipótese com
a qual está trabalhando. Assim, consideramos de crucial importância deixar as
crianças escreverem da forma que sabem, pois acreditamos que são suas
próprias escritas as que, em muitas ocasiões, podem provocar desassossego
e necessidade de superá-las (recordamos ao leitor aquelas situações de
conflito por contradição, por exemplo, entre a hipótese silábica e a hipótese de
quantidade mínima ao escrever um monossílabo), ou então quando uma
criança, que trabalha de maneira silábica usando letras com valor sonoro
convencional, quer escrever “maçã” ou “Pepe” e o resultado é “AA” ou “PP”,
ambas escritas inaceitáveis pela hipótese de variedade etc. (KAUFFMAN,
1998, p.48-49).
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forma que o aluno possa examinar sua concepção sobre o assunto e tenha condição
de revê-la.
Ampliando essa discussão, encontramos nas pesquisas de Vygotsky, uma forte
relação entre o processo de desenvolvimento e de aprendizagem e a relação com o
ambiente sociocultural, que não se desenvolve plenamente sem a ação e interferência
do outro. Para melhor clarear esse processo, Vygotsky denominou o que chamou de
“Zona de Desenvolvimento Proximal - ZDP”, que pode ser definida como a situação
entre aquilo que o aluno já sabe e consegue realizar sozinho e o que pode ser
desenvolvido com ajuda. Este conceito, já explicitado na aula 8 da unidade I, traz como
consequência para o processo de alfabetização a importância do processo interativo,
a compreensão de que o aluno não aprende sozinho, mas na interação com outros
parceiros mais experientes – professor, pais e colegas. Dessa forma, amplia o
conceito de erro construtivo o que possibilita adotarmos como boa a situação de
aprendizagem em que as pessoas podem interagir coletivamente, permitindo a
circulação de informações. Aqui, a “superação” do erro se dará através da organização
de atividades de ensino e aprendizagem, privilegiando a cooperação entre professor
e aluno, aluno e aluno, os questionamentos e as controvérsias conceituais, e
influenciando o processo de construção de significado e o sentido que os alunos
atribuem aos conteúdos escolares. O diálogo, neste contexto, não estará reduzido à
simples troca de ideias e nem tampouco às transferências de conhecimento, mas à
reflexão e à ação que possibilitam a construção de novos conhecimentos.
DICA: Os Parâmetros Curriculares Nacionais produzidos e divulgados pelo
Ministério da Educação e Desporto, em seu volume Introdutório, apresentam boa
descrição sobre o tema, no item discriminado “Aprender e ensinar, construir e
interagir” esse material deve ser lido como aprofundamento desta aula.
Muitas experiências de fracasso estão relacionadas a metodologias que punem
o erro. Nesses casos o professor geralmente não registra o que a criança sabe e sim
o que ela não sabe. A consequência mais cruel desse modo de ensino é que a criança
passa a revelar baixa produtividade, o que resulta num quadro de autoestima
rebaixada (a criança só enxerga o que ela não dá conta).
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REFERÊNCIAS
LA TAILLE Yves de, DANTAS Heloysa, OLIVEIRA Marta Kohl de. Piaget, Vygotsky,
Wallon: Teorias Psicogenéticas em Discussão. São Paulo. Editora: Summus,
1992. ISBN: 85-323-0412-5.
LUCKESI, Cipriano Carlos Prática escolar: do erro como fonte de castigo ao erro
como fonte de virtude. Publicação: Série Ideias n. 8. São Paulo: FDE, 1998.
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deve ser um dos pilares do trabalho, sistematizar, no entanto não tem a ver com
entediar o processo, muito pelo contrário.
Quanto mais cedo a criança tiver acesso à literatura, mais chance de ser um
leitor ávido, ela terá. Isso indica que os textos literários devem estar presentes desde
a Educação Infantil. A qualidade dos textos neste ponto é de suma importância.
Vivemos na era da informação, as sociedades do mundo inteiro estão cada vez
mais centradas na escrita, o índice de analfabetismo vem diminuindo; no entanto, o
hábito de escrita e leitura ainda está distante da realidade do brasileiro, seja pelo difícil
acesso a livros de qualidade, seja porque a escola ainda tem uma visão reducionista
da alfabetização e do letramento. São poucas as salas de aula que apresentam uma
diversidade tal que o aluno não seja privado de conhecer a multiplicidade de autores.
Está posto o desafio: “alfabetizar letrando”, isto é, oferecer a possibilidade para
o aluno adentrar ao processo de ensino-aprendizagem da língua escrita de forma
plena, consciente, presente. Para os professores alfabetizadores fica o encargo de,
em suas salas de aula, oferecer uma gama de probabilidades que enriqueçam a
alfabetização, ajudando a constituir cidadãos que não se conformem com as injustiças
de nossa sociedade e que, imbuídos de utopia e ação, possam transformar o presente
e o futuro de nossa sociedade, pois os principais instrumentos de lazer e de
informação da população brasileira são a TV e o rádio. A frequência a cinemas,
shows, exposições, museus e teatros são para a minoria, respectivamente.
Sendo assim, lembrando qual a relação com letramento, podemos afirmar que
a relação é total, sendo que estes indivíduos podem ser alfabetizados, mas pouco
letrados, pois lhes é negado o direito de participar de muitas atividades culturais e
artísticas. Os mais céticos podem dizer que alguns não vão porque não querem ou
não gostam; com certeza ninguém gosta daquilo que desconhece, o gostar tem íntima
relação com o conhecer.
Para complementar o entendimento do conceito de letramento, retomamos à
Magda Soares,
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REFERÊNCIAS
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Não é papel da escola ensinar o aluno a falar: Isso é algo que a criança aprende
muito antes da idade escolar. Talvez por isso, a escola não tenha tomado para
si a tarefa de ensinar quaisquer usos e formas da língua oral. Quando o fez, foi
de maneira inadequada: tentou corrigir a fala “errada” dos alunos — por não
ser coincidente com a variedade linguística de prestígio social —, com a
esperança de evitar que escrevessem errado. Reforçou assim o preconceito
contra aqueles que falam diferente da variedade prestigiada. (BRASIL, 1998,
p. 38).
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REFERÊNCIAS
LA TAILLE Yves de, DANTAS Heloysa, OLIVEIRA Marta Kohl de. Piaget, Vygotsky,
Wallon: Teorias Psicogenéticas em Discussão. São Paulo. Editora: Summus,
1992. ISBN: 85-323-0412-5.
LOPES, Karina Rizek; MENDES, Roseane Pereira e FARIA, Vitória Líbia Barreto.
Coleção Proinfantil, livro de estudo: Modulo II, unidade 6. Brasília: MEC.
Secretaria de Educação Basica. Secretaria de Educação a Distância, 2006.
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REFERÊNCIAS
BARROS, Rosa Maria Antunes. Trabalho pedagógico com nomes próprios. In:
Programa de Formação de Professores Alfabetizadores – Coletânea de textos do
modulo 2. Brasília: MEC. Secretaria de Ensino Fundamental, 2001.
CURTO, Lluiz Maruny, MORILLO, Maribel Ministral e TEIXIDÓ, Manuel Miralles. Ler
e escrever, volume 1. Porto Alegre: Artmed, 2000.
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REFERÊNCIAS
LA TAILLE Yves de, DANTAS Heloysa, OLIVEIRA Marta Kohl de. Piaget, Vygotsky,
Wallon: Teorias Psicogenéticas em Discussão. São Paulo. Editora: Summus,
1992. ISBN: 85-323-0412-5.
SÃO PAULO. Ler e Escrever Prioridade na Escola -Projeto Toda Força ao 1º ano
Projeto Intensivo no Ciclo I -Guia de estudo para o Horário Coletivo de Trabalho.
Secretaria Municipal de São Paulo, 2006.
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Dito de outra forma, uma lista nada mais é do que uma relação de nomes de
pessoas ou coisas que refletem uma forma de organização. Existem diferentes tipos
de listas (de compras, de nomes de pessoas, de instrumentos de trabalho, dentre
outros). As relações de palavras de uma lista devem pertencer sempre ao mesmo
campo semântico. Quando o aluno sabe a categoria das palavras que compõem a
lista, é possível que ele utilize estratégias de antecipação e inferência, o que não seria
possível se a lista fosse elaborada por palavras iniciadas por uma mesma letra – já
que nesse caso as possibilidades são muitas. Encontrar palavras numa lista em que
elas começam todas com a mesma letra, sem saber a categoria das mesmas, é
praticamente impossível para o aluno que ainda não lê de forma convencional;
sabendo qual é a categoria, torna-se uma atividade possível e desafiadora.
Os trabalhos com listas de palavras resultantes de atividades feitas com os
alunos compõem o ambiente alfabetizador. A partir dessas listas é possível ao
professor organizar outras atividades que possibilitem a ampliação do repertório de
palavras, com textos significativos, que os alunos são capazes de reconhecer, mesmo
antes de estarem alfabetizados. O uso de listas ajuda a ampliar o repertório de
palavras estáveis dos alunos. As listas também possibilitam que as crianças percebam
relações entre fala e escrita, por isso, é importante que pelo menos uma vez por
semana o professor proponha atividades com lista. De acordo com o Guia de
Planejamento do Professor Alfabetizador:
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Exemplo
Exemplos
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Antes de iniciarmos uma atividade como esta, devemos ter garantido que os
alunos já brincaram e decoraram a parlenda escolhida (não estamos falando da
memorização do escrito, e sim da “recitação” oral). Também devemos verificar se não
há pregado na sala ou à disposição dos alunos texto escrito, pois caso o consultem,
estariam fazendo uma cópia e não é esse o objetivo dessa atividade.
Os objetivos são os seguintes:
• permitir que, mesmo antes de saber ler convencionalmente, nossos
alunos pratiquem atos de leitura,
• refletir sobre o sistema de escrita;
• ter oportunidade de estabelecer correspondência entre partes do oral e
partes do escrito;
• ler um texto considerando o que sabe sobre o conteúdo, as letras, os
sons e os aspectos gráficos do texto;
• utilizar o conhecimento sobre valor sonoro (para os alunos que já
possuem esse conhecimento) ou trabalhar com alunos que já fazem uso do valor
sonoro (quando não tiver esse conhecimento);
• socializar hipóteses de leitura com os colegas;
• ampliar o repertório de parlendas de nossos alunos.
REFERÊNCIAS
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Ensinar a escrever textos torna-se uma tarefa muito difícil fora do convívio com
textos verdadeiros, com leitores e escritores verdadeiros e com situações de
comunicação que os tornem necessários. Fora da escola, escrevem-se textos
dirigidos a interlocutores de fato. Todo texto pertence a um determinado
gênero, com uma forma própria, que se pode aprender. Quando entram na
escola, os textos que circulam socialmente cumprem um papel modelizador,
servindo como fonte de referência, repertório textual, suporte da atividade
intertextual. A diversidade textual que existe fora da escola pode e deve estar
a serviço da expansão do conhecimento letrado do aluno. Mas a ênfase que se
está dando ao conhecimento sobre as características discursivas da linguagem
— que hoje sabe-se essencial para a participação no mundo letrado — não
significa que a aquisição da escrita alfabética deixe de ser importante. A
capacidade de decifrar o escrito é não só condição para a leitura independente
como — verdadeiro rito de passagem — um saber de grande valor social. (PCN
Língua Portuguesa, 2001, p. 23).
Nesse caso, a alfabetização tem de cumprir seu papel social, ensinar a ler e
escrever textos com sentidos e com seus contextos preservados. Uma criança que
tem acesso à leitura de jornal, por exemplo, mesmo que ainda não saiba escrever
formalmente, começa a entender como o texto jornalístico é organizado, desde o
vocabulário adequado, até os recursos característicos do gênero.
Aprender a lidar com os diferentes gêneros é um trabalho de intervenção
pedagógica constante. Cada vez mais a capacidade de gerar e localizar informação
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REFERÊNCIAS
LA TAILLE Yves de, DANTAS Heloysa, OLIVEIRA Marta Kohl de. Piaget, Vygotsky,
Wallon: Teorias Psicogenéticas em Discussão. São Paulo. Editora: Summus,
1992. ISBN: 85-323-0412-5.
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Resumo Unidade II
REFERÊNCIAS
BARROS, Rosa Maria Antunes. Trabalho pedagógico com nomes próprios. In:
Programa de Formação de Professores Alfabetizadores – Coletânea de textos do
modulo 2. Brasília: MEC. Secretaria de Ensino Fundamental, 2001.
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CURTO, Lluiz Maruny, MORILLO, Maribel Ministral e TEIXIDÓ, Manuel Miralles. Ler
e escrever, volume 1. Porto Alegre: Artmed, 2000.
FERREIRO, Emília. Com todas as letras. Editora Cortez. São Paulo, 1993
GROSSI, Esther Pillar. Didática do nível silábico. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990.
LOPES, Karina Rizek; MENDES, Roseane Pereira e FARIA, Vitória Líbia Barreto.
Coleção Proinfantil, livro de estudo: Modulo II, unidade 6. Brasília: MEC. Secretaria
de Educação Bácis. Secretaria de Educação a Distância, 2006.
LOPES, Karina Rizek; MENDES, Roseane Pereira e FARIA, Vitória Líbia Barreto.
Coleção Proinfantil, livro de estudo Módulo IV, unidade 2. Brasília: MEC.
Secretaria de Educação Basica. Secretaria de Educação a Distância, 2006.
LUCKESI, Cipriano Carlos Prática escolar: do erro como fonte de castigo ao erro
como fonte de virtude. Publicação: Série Ideias n. 8. São Paulo: FDE, 1998.
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SÃO PAULO. Ler e Escrever Prioridade na Escola -Projeto Toda Força ao 1º ano
Projeto Intensivo no Ciclo I -Guia de estudo para o Horário Coletivo de Trabalho.
Secretaria Municipal de São Paulo, 2006.
WEISZ, Telma. Existe vida inteligente no período pré-silábico? In: Ciclo Básico.
São Paulo. Secretaria da Educação, São Paulo: SE/CENP, 1988.
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5. Replanejamento.
Neste ciclo, é importante enfatizar a flexibilidade; as atividades devem ser
planejadas, mas não podem constituir amarras que prejudiquem o processo. O
professor, ao identificar uma possibilidade de mudança no planejamento, deve segui-
la, pois, o ato de reavaliá-lo é uma das suas etapas. A observação durante o
desenvolvimento das atividades, bem como o registro serão importantes instrumentos
para auxiliar o replanejamento.
As atividades planejadas serão consideradas boas quando formularem
verdadeiros desafios para os alunos. Os alunos possuem diferentes conhecimentos,
portanto uma única atividade de reflexão do código escrito já está fadada ao fracasso,
pois com certeza não conseguirá atingir a todos os alunos. Planejar as atividades
também envolve a circulação de informação entre as crianças, o professor não é a
única fonte de conhecimento. Planejar constitui um grande desafio para o professor,
é preciso muita reflexão e estudo sistemático. É necessário sempre buscar novas
propostas, procurar entender a realidade de sua turma, informar-se sobre os teóricos
que estudam novas possibilidades.
Nunca é demais lembrarmos que o planejamento marca nossa intencionalidade
com relação ao projeto educativo. Essa intencionalidade se revela nas escolhas que
fazemos, nos caminhos que traçamos. Um trabalho de qualidade na alfabetização leva
em conta a intencionalidade na realização das propostas e do planejamento. Essa
elaboração varia de professor para professor, pois aí estão implicadas concepções de
criança, infância, alfabetização e do significado do próprio planejamento em si. As
crianças percebem quando temos organização e planejamento estruturados, isso faz
com que adquiram segurança no espaço e nos relacionamentos envolvidos.
Concluímos esse tema de hoje com a reflexão de Lopes (2006):
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Você deve estar se perguntando: mas como fazer atividades diferentes para
uma classe de 40 alunos? Essa é uma discussão para a categoria do Magistério, mas
ela só faz sentido quando o professor compreende a importância da qualidade da
intervenção. E, até hoje, os professores culpam a proposta construtivista pelo fracasso
da alfabetização, quando, na verdade, estamos deixando de olhar a raiz do problema,
a falta de estrutura para trabalharmos com qualidade dentro desta concepção. Com
salas lotadas e sem tempo de planejar, nenhuma proposta tem êxito pleno, terá
sempre uma parcela que não conseguirá atingir os objetivos e aí se inicia o fracasso
escolar.
Essa é uma bandeira que todo professor comprometido precisa comprar e lutar
por melhores condições para alfabetizar. Outro aspecto importante do planejamento
é a troca entre os profissionais; conversar, trocar ideias, planejar juntos é uma
excelente estratégia, pois neste contexto, o conhecimento se multiplica.
REFERÊNCIAS
LOPES, Karina Rizek; MENDES, Roseane Pereira e FARIA, Vitória Líbia Barreto.
Coleção Proinfantil, livro de estudo Modulo IV, unidade 2. Brasília: MEC.
Secretaria de Educação Basica. Secretaria de Educação a Distância, 2006.
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de hábitos ou atitudes. Por exemplo, leitura diária, roda de notícias etc. As atividades
permanentes garantem o aprofundamento de um determinado gênero, assunto ou
habilidade devido a sua presença sistemática na rotina da sala de aula. A professora
pode estabelecer a hora da história, momento em que cada criança apresenta um livro
para seus amigos; esse pode ser um momento muito rico na rotina dos alunos. Pode-
se fazer uma escala por sorteio, colocar a lista na sala e depois acrescentar o nome
do livro e do autor que a criança sugeriu.
Situações independentes: Estão dividias em 2 partes de sistematização e
ocasionais, sem ligação a um projeto ou sequência. Ambas atendem a uma
necessidade ou interesse momentâneo. Não foram planejadas a priori, mas fazem
sentido num dado momento, podendo ser incluídas na rotina as que surgirem. As
situações independentes são momentos em que o professor ou aluno traz algo valioso
e inesperado para a classe, a ocasional está mais ligada a um acontecimento/situação
inesperada, pode ser uma notícia de jornal, uma revista, um gibi, um tema que está
sendo debatido na mídia. A de sistematização prevê fortalecer algo que já foi trabalho
e quando o estudante vai colocar em prática, percebe que faltou algo.
Discutimos a forma de organizar o tempo na sala de aula. Agora, para
finalizarmos nossa aula, temos um quadro com uma proposta de organização
semanal. Leia, analise esse quadro e debata com seus colegas o que você mudaria,
acrescentaria ou descartaria com base no que já foi estudado até esta aula.
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REFERÊNCIAS
LERNER, Adélia. Ler e escrever na escola: o real, o possível e o necessário -.. Porto
Alegre: Artmed, 2002.
SÃO PAULO. Ler e Escrever Prioridade na Escola -Projeto Toda Força ao 1º ano
Projeto Intensivo no Ciclo I -Guia de estudo para o Horário Coletivo de Trabalho.
Secretaria Municipal de São Paulo, 2006.
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Essa aula remete aos assuntos abordados como relevantes para estimular a
leitura e escrita. Objetiva discutir a presença da tecnologia em relação à alfabetização,
ao letramento digital e ao ambiente alfabetizador.
Iniciamos a discussão pela importância de diagnosticar, identificar o que os
alunos já sabem para poder ajudá-los a avançar. Refletimos sobre a questão do erro
e como transformar o mesmo em ferramenta de aprendizagem, numa concepção que
procura entender como a criança está pensando. Nesse contexto, erros são partes do
processo.
Seguimos discutindo sobre letramento e a importância de termos um conceito
aberto sobre alfabetização e o quanto está ligado a decisões coletivas sobre a
importância da língua enquanto instrumento de transformação social. Partimos para a
reflexão sobre a oralidade: como articular situações em que as conquistas na
alfabetização perpassam por ela, e a relevância do trabalho efetivo e sistemático
sobre a oralidade.
Estudamos os textos (nome próprio, listas, textos memorizados) que no início
da alfabetização ajudam a criança a refletir sobre o código, sem tirá-la de seu contexto
social, obviamente. Na continuidade, analisamos a diversidade de textos e como eles
podem estar presentes na sala de aula. Passamos pela fundamental discussão sobre
o planejamento e sua finalidade norteadora das atividades propostas. Seguimos
estudando sobre a rotina e sua função estruturadora no processo de alfabetização.
Finalmente chegamos à nossa última aula deste módulo que, em sua essência, é uma
junção de todas as outras, pois todos esses fatores compõem o que chamamos de
ambiente alfabetizador.
De acordo com PCN da Língua Portuguesa, caracteriza-se como ambiente
alfabetizador:
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Uma sala com cartazes e placas não constitui um ambiente alfabetizador por si
só; inicialmente costumávamos afixar famílias silábicas diferenciadas, cartazes de
dupla entrada com vogais e consoantes que se combinavam e formavam as sílabas,
palavras-chave das lições da cartilha. Posteriormente, passamos a expor rótulos,
quadro com os alunos presentes e cantigas. Pensávamos que a leitura incidental
garantida pelos escritos constantes garantiria a aprendizagem da leitura e da escrita.
Se isso fosse verdade não haveria analfabetos nos grandes centros urbanos, visto
que são espaços privilegiados no que tange à escrita disponível.
Não é a simples exposição ao escrito que faz com que a criança compreenda
o sistema de escrita, o que garante essa compreensão é a participação em práticas
de leitura e escrita. Pensar e transformar um ambiente em alfabetizador significa
proporcionar um ambiente que privilegie a cultura escrita.
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[...] Não existe uma só forma de pronúncia correta, assim como não existem
argumentos científicos que assegurem: a pronúncia de tal região é a melhor do
Brasil. O que isso tem a ver com ortografia? Tomemos um exemplo: um carioca
e um pernambucano pronunciam de modo diferente a palavra “tio” – o primeiro
diz algo como “tchiô”, e o segundo fala “tiu”. Na hora de escrever, se não
houvesse ortografia, cada um registraria seu modo de falar. E os leitores de
suas mensagens sofreriam muito, tendo de decifrar a intenção do autor. A
ortografia funciona como um recurso para cristalizar na escrita as diferentes
maneiras de falar dos usuários da mesma língua. Escrever de forma unificada
facilita a tarefa de se comunicar por escrito. E cada um continua, por exemplo,
com liberdade para ler um texto em voz alta pronunciando as palavras à sua
maneira. (BRASIL, 2001, M3U5T4, p.4).
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quando os alunos ora separam palavras, ora juntam tudo, por exemplo:
“ÉRAUMAVEZ” ou “É RA U MA VE IZ”. Outro erro muito comum nessa série são os
que dizem respeito ao uso do S e do Z, do F e do V.
Resumindo: é preciso definir metas, estipular um tempo para trabalhar com os
alunos até que a dificuldade seja superada. Então, partir para outra, as regularidades
e irregularidades são muitas e, através de um estudo sistemático e intencional,
ajudaremos nossos alunos a minimizarem suas dificuldades com relação à ortografia.
Trabalho em grupo
Escolher uma das seguintes dificuldades:
1) SEGMENTAÇÃO ou
2) O USO DAS LETRAS “S” e “Z”
e montar uma sequência de atividades, com no mínimo, 7 propostas diferentes
de trabalho.
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Essa aula propõe algumas reflexões, por exemplo: Você já parou para pensar
por que um texto é pontuado? Já pensou se existe uma única forma de pontuar um
texto ou se esse mesmo texto pode ser pontuado de várias formas? Segue a
discussão sobre a temática.
Para a maioria de nós, no nosso período de escolarização, a pontuação foi
apresentada como conjunto de sinais auxiliares para a leitura em voz alta.
Provavelmente fomos informados com algo parecido como: “o ponto serve para
descansar; a vírgula, para darmos uma “respiradinha”; a exclamação e a interrogação
servem para indicar a entonação”.
Ainda, conforme consta no material do Programa de Formação de Professores
Alfabetizadores – PROFA (2001), provavelmente essa concepção do papel da
pontuação tem origem numa tradição de séculos atrás, vinda da Antiguidade, quando
os livros eram copiados à mão e a única leitura que se conhecia era a leitura em voz
alta. Nesse tempo, era o leitor quem fazia marcas no texto para guiar a leitura: ele
estudava esse texto exaustivamente, pois precisava estabelecer o sentido para poder
recitá-lo, como um ator.
Hoje, as práticas sociais de leitura são outras: não copiamos mais livros à mão,
temos à nossa disposição uma enorme quantidade de material impresso, os avanços
gráficos e tecnológicos são parte de nossa realidade – fruto destes avanços, a
pontuação passou a ser compreendida como responsável pela instrução e orientação
ao leitor. Essas instruções e orientações ocorrem através da divisão do texto em
unidades de processamento de leitura, ou seja, indicando ao leitor o que deve ser lido
junto e o que deve ser considerado separadamente. Dito de outra forma: compreende-
se o uso da pontuação como parte de uma atividade de textualização; o seu uso só
faz sentido dentro do texto, combatendo a ideia de que a função da mesma é indicar
pausas na leitura em voz alta ou no fato de que o que se pontua são as frases.
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Como assim, entendi bem? Não existe uma forma única de pontuar? É isso
mesmo! De acordo com os nossos referenciais em Língua Portuguesa, aprender a
pontuar não é aprender um conjunto de regras, aprender a pontuar é aprender um
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procedimento que incide sobre a textualidade. Para que esse procedimento seja
aprendido é necessário aprender junto com quem sabe:
[...] - conversando sobre as decisões que cada um tomou ao pontuar e por quê;
— analisando alternativas tanto do ponto de vista do sentido desejado quanto
dos aspectos estilísticos e escolhendo a que parece melhor entre as possíveis;
— observando os usos característicos da pontuação nos diferentes gêneros e
suas razões (a grande quantidade de vírgulas/aposições nas notícias
jornalísticas como instrumento para condensar o texto, por exemplo);
— analisando os efeitos estilísticos obtidos por meio da pontuação pelos bons
autores. (BRASIL, 1997, p.59)
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A aula traz uma reflexão sobre o trabalho com revisão textual, elucidando que
não pressupõe, necessariamente, que o aluno esteja alfabetizado, desde o início é
possível fornecer oportunidades de reflexão sobre o texto.
Certa vez, ao ler a introdução de um livro de Kaufman (1995, p.4), deparei-me
com a seguinte afirmação: “O respeito pelo trabalho intelectual das crianças não pode
conduzir ao abandono: não informar ou não corrigir quando necessário implica deixar
o aluno entregue às suas próprias forças”.
Lembrei-me desta citação quando parei para refletir sobre a importância do
trabalho com revisão de textos, isso porque, muitas vezes, o tratamento dado pela
escola a esta questão vem acompanhado de uma visão equivocada de desrespeito
intelectual – quando simplesmente destacamos o erro e solicitamos sua correção, ou
quando em nome de um suposto respeito às hipóteses infantis, deixamos de propiciar
um ensino intencional relegando o “acerto” a uma suposta “maturação” intelectual –
que provavelmente não virá se a criança não tiver oportunidade de refletir.
Também equivocada é a prática habitual de se esperar a criança adquirir o
domínio das habilidades de leitura e escrita para só, a partir daí, poder usufruir das
possibilidades de ter sua produção textual considerada como objeto de estudo.
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[...] A revisão de texto, como situação didática, exige que o professor selecione
em quais aspectos pretende que os alunos se concentrem de cada vez, pois
não é possível tratar de todos ao mesmo tempo. Ou bem se foca a atenção na
coerência da apresentação do conteúdo, nos aspectos coesivos e pontuação,
ou na ortografia. E, quando se toma apenas um desses aspectos para revisar,
é possível, ao fim da tarefa, sistematizar os resultados do trabalho coletivo e
devolvê-lo organizadamente ao grupo de alunos. (BRASIL, 1998, p.81)
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REFERÊNCIAS
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PEDAGOGIA 134
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A aula propõe uma reflexão acerca da leitura como eixo condutor para todas as
ações de ensino e aprendizagem. Envolver os estudantes com a leitura é fundamental,
precisam ver o sentido, encantar-se com o momento. Sendo assim apresenta a
proposta de “leitura em voz alta”.
PEDAGOGIA 135
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Observa-se que ler vai além da decodificação do código escrito. Ler é atribuir
significado. A questão que se coloca é por que então os alunos fracassam em relação
à leitura? Qual o papel do professor nesse processo? Como reverter o quadro?
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PEDAGOGIA 137
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REFERÊNCIAS
PEDAGOGIA 138
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SMITH, Frank. Leitura significativa. Tradução de Beatriz Affonso Neves. 3. ed. Porto
Alegre: Artes Médicas Sul, 1999.
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REFERÊNCIAS
CURTO, Lluiz Maruny, MORILLO, Maribel Ministral e TEIXIDÓ, Manuel Miralles. Ler
e escrever, volume 1. Porto Alegre: Artmed, 2000.
FERREIRO, Emília. Com todas as letras. Editora Cortez. São Paulo, 1998.
WEISZ, Telma. O Diálogo Entre o Ensino e a Aprendizagem. São Paulo. Ática.
2005.
SOLÉ, Isabel. Estratégias de Leitura - 6.ed. Editora Penso. Porto Alegre-RS. 2015.
PEDAGOGIA 146
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REFERÊNCIAS
BOFF, Leonardo. A águia e a galinha, uma metáfora da condição humana. 28. ed.
Petrópolis: Vozes, 1999.
BOJUNGA, L. Livro. Um encontro com Lygia Bojunga. Rio de Janeiro: Agir, 1995.
PEDAGOGIA 147
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CURTO, Lluiz Maruny, MORILLO, Maribel Ministral e TEIXIDÓ, Manuel Miralles. Ler
e escrever, volume 1. Porto Alegre: Artmed, 2000.
FERREIRO, Emília. Com todas as letras. Editora Cortez. São Paulo, 1998.
JOLIBERT, Josette. Formando crianças leitoras. Porto Alegre: Artes médicas, 1994.
PEDAGOGIA 148
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LOPES, Karina Rizek; MENDES, Roseane Pereira e FARIA, Vitória Líbia Barreto.
Coleção Proinfantil, livro de estudo Modulo IV, unidade 2. Brasília: MEC.
Secretaria de Educação Basica. Secretaria de Educação a Distância, 2006.
MORAIS, Artur Gomes de. Ortografia: ensinar e aprender. Belo Horizonte: Autêntica,
2001
MORAIS, Artur Gomes de. Para que ensinar ortografia? Cadernos da TV Escola,
Português 2. Brasília, SEED/MEC, pp.22-26.
ROCHA Dilian Cordeiro da; MORAIS, Artur Gomes de. Variação linguística: o que
pensam e fazem os professores. 2005. Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-
Graduação em Educação, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2005.
SMITH, Frank. Leitura significativa. Tradução de Beatriz Affonso Neves. 3. ed. Porto
Alegre: Artes Médicas Sul, 1999.
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Considerações Finais
[...] Tenho uma suspeita: por causa da paixão. Paixão pelo quê? Por ganhar
pouco, trabalhar muito, e toda noite querer desistir, e no dia seguinte, de
manhãzinha, estar de novo, na escola? Vinte, trinta (aposenta e volta) quarenta
ou mais anos na profissão, alimentando o corpo docente nas reuniões movidas
a café, chá e bolacha? Não. Paixão por uma ideia irrecusável: gente foi feita
para ser feliz! E esse é nosso trabalho: não só nosso, mas também nosso.
Paixão pela inconformidade de as coisas serem como são; paixão pela derrota
da desesperança; paixão pela ideia de, procurando tornar as pessoas
melhores, melhorar a si mesmo ou mesma: paixão, em suma, pelo futuro.
(CORTELLA, 2001, p.157).
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Futuro este, que se encontra nos olhares dos alunos. Presenciar os momentos
em que o aluno aprende a ler e escrever é desenhar um pouco o futuro. Nas
proporções humildes da profissão, ser professor em nosso país, não é fácil, somos
desvalorizados, não aprendemos ainda o valor do educar, mas é na troca de
conhecimento que podemos resistir. Esse curso representou uma resistência ao
modelo tradicional que trata a alfabetização como algo mecânico.
Assim, chegamos ao final do período letivo, toda despedida traz um desejo de
retrospectiva para identificar se a experiência valeu a pena. Esperamos que esta
trajetória tenha trazido muitas respostas, mas que também tenha despertado muita
inquietação, pois uma das características do professor compromissado é a constante
inquietação diante do que já sabemos, na medida em que trabalhamos com o
conhecimento e ele sempre estará em transformação. Sempre haverá algo a descobrir
e essa é uma das belezas da profissão.
REFERÊNCIAS
PEDAGOGIA 152