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Orientações

para Elaboração
de Materiais
Didáticos EaD
SUMÁRIO

Apresentação................................................................................3
Orientações Metodológicas..............................................................4
1 - Introdução.........................................................................5
2 - Educação a Distância...........................................................5
3 - Histórico da Educação a Distância..........................................6
4 - Orientações para elaboração de materiais didáticos para EaD....7
5 - Roteiro de elaboração do conteúdo...................................... 11
6 - Atividades........................................................................13
7 - Conhecendo o Modelo Pedagógico ...................................... 15
8 - Preparação do professor para gravação de videoaulas............ 16
9 - Orientações para organização do material didático................. 17
10 - Orientações para organização do Planejamento da disciplina.18
11 - Referências....................................................................20
12 - Orientações Técnicas....................................................... 21
13 - Perguntas mais frequentes............................................... 37
15 - Palavra Final...................................................................41
Portarias....................................................................................42
Textos para leitura.......................................................................58
Check list para elaboração de material didático para EaD.................. 59
O uso da linguagem. Por que tanta preocupação e tanto cuidado?...... 66
Objetivos de Aprendizagem..........................................................84
Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998........................................87
Cartilha ABDR - Associação Brasileira de Direitos Reprográficos....... 108
Material Didático na Educação a Distância..................................... 119
Dicas Úteis............................................................................... 126

FUMEC VIRTUAL - SETOR DE Produção de Infra-Estrututura e Suporte


FICHA TÉCNICA

EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Design Multimídia Coordenação


Coordenação Anderson Peixoto da Silva
Gestão Pedagógica
Rodrigo Tito M. Valadares
Coordenação
Design Multimídia
Gabrielle Nunes Paixão
Marcela Vasconcellos Scarpelli

BELO HORIZONTE - 2015


Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD
Apresentação
Caro Professor, queremos dar-lhe as boas-vindas à FUMEC Virtual e, na oportunidade,
apresentar-lhe o Guia de Orientações Teóricas e Metodológicas para elaboração de
materiais didáticos para Educação a Distância. Este Guia foi elaborado com o propósito de:
• Familiarizá-lo com os princípios e as práticas de educação a distância;
• Oferecer-lhe informações necessárias para o desenvolvimento de conteúdos em
EaD;
• Orientar-lhe no planejamento, elaboração, desenvolvimento e produção de materiais
para esta modalidade de ensino.

Sem a pretensão de criar um modelo que engesse o trabalho dos professores autores,
queremos, por meio das orientações aqui descritas, oferecer subsídios para um formato
adequado a uma metodologia que garanta a qualidade no processo de ensino e
aprendizagem em um curso a distância.
Neste guia, você terá:

1. Orientações sobre a característica do texto para a Educação a Distância.


2. Orientações sobre a produção de material didático textual.
3. Orientações sobre os diferentes tipos de atividades possíveis em um material para
EaD (impressos, hipermidiáticos e audiovisuais).

A equipe FUMEC Virtual deseja que essas orientações contribuam para sua formação e
bom desempenho na organização e estruturação de materiais para cursos a distância.
Esperamos que você as consulte sempre que desejar e que elas sejam úteis para que você
se familiarize com a modalidade da Educação a Distância e desempenhe com êxito seu
papel de professor autor.
É nossa intenção dar-lhe apoio pedagógico, assessorando-o no desenvolvimento de seu
conteúdo, exercendo uma prática contínua de acompanhamento e avaliação do processo.
Conte conosco!

Gabrielle Nunes Paixão


Coordenadora Pedagógica da FUMEC Virtual

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 3


ORIENTAÇÕES
METODOLÓGICAS
1 - Introdução
Diante das transformações econômicas, sociais e tecnológicas que vêm ocorrendo no
atual cenário mundial, a educação também tem demandado novas alternativas, tais como
implementação de políticas educacionais que atendam a esse quadro que se apresenta. A
quantidade de informações e a preocupação em educar nos colocam diante de um dilema:
como desenvolver uma prática educativa que contemple mudanças tão aceleradas?

É nesse contexto que surge a Educação a Distância fundamentada no princípio da


democratização do saber. Ela aparece como uma nova alternativa de ensino e aprendizagem,
por possibilitar o acesso a um número cada vez maior de pessoas. A superação das
distâncias geográficas permite a construção de novos arranjos espaço/temporais
dedicados à aprendizagem, em conformidade com as outras atividades cotidianas
realizadas por diferentes sujeitos sociais. É uma modalidade de ensino que possibilita a
auto-aprendizagem.

A educação a distância pressupõe um processo educativo contínuo de informação e de


formação, sistemático e organizado, exigindo não somente a dupla via de comunicação,
como também recursos tecnológicos que promovam a interatividade. É, portanto, uma
concepção voltada para um novo jeito de aprender e de ensinar.

A introdução de novas tecnologias na educação reúne as condições ideais para cumprir


esta meta, pois tem como característica viabilizar ao aluno a construção de seus saberes
e autonomia para aprender a aprender. Nesse contexto, a Educação a Distância é consi-
derada como um instrumento capaz de socializar informações e promover a integração
social. Com certeza, estamos ingressando em uma nova era na qual, de fato, podemos
todos ser autores e construtores de um saber coletivo.

Nesse sentido, a Universidade FUMEC, por meio da FUMEC Virtual, apresenta este Guia
de Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos para Educação a Distância. O
objetivo deste Guia é o de facilitar o seu trabalho no desenvolvimento de materiais didáti-
cos, atendendo às especificidades da educação a distância, para garantir a qualidade dos
materiais didáticos e a formação dos alunos.

2 - Educação a Distância

Educação a Distância é um sistema baseado no uso de meios instrucionais, tanto


tradicionais quanto inovadores, que promovem o processo de autoaprendiza-
gem, para obter objetivos educacionais específicos, com um potencial de maior
cobertura geográfica que a dos sistemas educativos tradicionais-presenciais
(M. L. Ochoa).

O processo constante de mudanças ocorridas na sociedade, nas relações sócioeconômi-


cas e culturais estabelecidas entre os cidadãos do mundo globalizado, apresenta grandes
desafios a todos os segmentos sociais.

Os avanços tecnológicos vêm relativizando os conceitos de espaço geográfico e reduzin-


do virtualmente as distâncias nos diferentes rincões, otimizando o tempo e proporcionan-
do o acesso à produção cultural da humanidade.

Nesse contexto, surge a educação a distância que, no Brasil, teve, a partir da Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei n.º 9.394, de 20 de dezembro de 19961)1,

1 http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/tvescola/leis/lein9394.pdf

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 5


sua regulamentação no Decreto n.º 5.62222, configurando, assim, uma nova modalidade
de formação em nível superior de graduação, trazendo novos desafios, requerendo novas
formas de interação, novos mapas, novas conexões, novas redes.

Nessa modalidade de educação, o processo ensino e aprendizagem é constantemente


acompanhado e avaliado na busca de garantir uma sólida aprendizagem do aluno. A
educação a distância é vista como um caminho promissor para a democratização do
conhecimento. O conjunto das ferramentas tecnológicas utilizadas está associado ao
conhecimento, cooperando, ao mesmo tempo, com o saber específico e com o incentivo
ao “aprender a aprender”, estimulando a aprendizagem continuada.

Outro ponto importante a ressaltar é que a educação a distância interpõe com especifici-
dades próprias, inclusive redefinindo o trabalho docente, uma vez que,

a prática de ministrar cursos a distância traz variações metodológicas e orga-


nizacionais. Especificamente na modalidade de educação a distância, a prática
docente sofre mudanças que reformulam o papel e a identidade profissional do
professor. Agora, o professor passa a relacionar-se com o conhecimento, com o
aluno e com as tecnologias do ensino de formas diferentes daquela tradicional
(MIL & CAMPOS, 2005, p.42).

Tal modalidade vem sendo cada vez mais potencializada, configurando-se em uma forma
de ensino mais próxima e personalizada, na qual os sujeitos envolvidos estão em processo
de formação constante. Estabelece-se a construção de conhecimentos em rede, tornando
com isso, mais fecundo o surgimento de ambientes de aprendizagem.

Assim, além de provocar mudanças no paradigma que associa o papel do professor ao


de transmissor e o do aluno ao de receptor de conhecimento, institui uma nova relação
entre ensinante e aprendiz. O professor assume o papel de mediador da construção do
conhecimento do aluno, e este exerce um papel ativo de construtor e regulador de seu
próprio processo de aprendizagem, desenvolvendo a autonomia.

3 - Histórico da Educação a Distância

A Educação a Distância é uma forma de ensino que possibilita a autoaprendi-


zagem, com a mediação de recursos didáticos sistematicamente organizados,
apresentados em diferentes suportes de informação, utilizados isoladamente
ou combinados, e veiculados pelos diversos meios de comunicação (Art. 1º do
decreto nº 2.494, de 10 de fevereiro de 1998, que regulamenta a Educação a
Distância no Brasil).

Dados revelam que o período compreendido entre 1728 a 1970 configura-se como a
primeira experiência ou a primeira geração em educação a distância, sendo caracterizada
por estudos por correspondência, nos quais o principal meio de comunicação eram os
materiais impressos, geralmente em forma de guia de estudos, com tarefas e outros exer-
cícios enviados pelo correio.

A segunda geração dessa modalidade de ensino iniciou-se na década de 1970, com a


criação das primeiras Universidades Abertas. É característica dessa geração a integração
dos meios de comunicação audiovisuais, como o rádio e a televisão como marco inicial
do uso de outros modelos de EAD.

Em um outro momento histórico, a partir da década de 1990, emerge a terceira geração


de EAD, baseada em redes de computadores, recursos para conferências e multimídia, que

2 http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/dec_5622.pdf

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 6


permitiu a universalização do aprendizado como consequência dos avanços tecnológicos.
As novas tecnologias de informação e comunicação são recursos que podem ser
interligados a vários campos da educação.

Hoje, já se considera uma quarta geração de EAD, caracterizada pelo uso de banda larga
de comunicação, que permite estabelecer e manter a interação dos participantes de uma
comunidade de aprendizagem com mais qualidade e rapidez.

São inúmeros os conceitos de Educação a Distância, mas todos pressupõem a combi-


nação de tecnologias convencionais e modernas que possibilitam o estudo individual ou
em grupo, nos locais de trabalho ou fora, por meio de métodos de orientação e tutoria a
distância.

É importante deixar claro que, ao falarmos sobre Educação a distância (EAD), estamos
falando de educação, ou seja, do processo de construção e reconstrução do conhecimento
e da formação de cidadãos competentes e conscientes de seu papel em nossa sociedade,
capazes de atuarem produtivamente e comprometidamente em seus ambientes sociais
em sua essência.

4 - Orientações para elaboração de


materiais didáticos para EaD

Em aspectos pontuais, a educação a distância pressupõe a distância física entre


professores e alunos e entre alunos e seus colegas, mas nunca a distância de
uma relação construtiva e dialógica entre os atores envolvidos no processo
educativo.

De uma maneira geral, os materiais didáticos de um curso podem ser definidos como
tecnologias para a mediação da construção do conhecimento, ou seja, são os recursos
didático-pedagógicos utilizados num processo de ensino e aprendizagem.

A educação presencial e a educação a distância fazem uso de bases informacionais seme-


lhantes com o mesmo objetivo de otimizar a construção do conhecimento: utilizam-se
livros ou textos impressos ou digitais, fitas de vídeo, CD’s, DVD’s, etc.

Entretanto, na EaD, a ausência da oralidade de alunos e docente num mesmo espaço-


-tempo cria diferenciações entre os suportes midiáticos para a mediação pedagógica
entre os alunos e o conhecimento. A presencialidade cotidiana reduz a necessidade de
materiais didáticos impressos ou audiovisuais.

Os suportes midiáticos mais recorrentes na EaD são materiais impressos, audiovisuais


e hipermidiáticos (aquele utilizado nos Ambientes Virtuais de Aprendizagem). Veremos,
nas seções a seguir, algumas orientações iniciais sobre estes diferentes tipos de mate-
riais didáticos. Vamos discutir teoricamente e também analisar possibilidades práticas de
produção de material didático.

A escrita do material didático, conforme já temos conversado, pressupõe que o professor


procure conhecer o seu público, ou seja, os alunos que farão parte do seu curso. Sendo
assim, você precisa compreender este perfil para desenvolver procedimentos didáticos
adequados para garantir o processo de aprendizagem do aluno.

O material didático deve propiciar a análise dos caminhos percorridos pelo aluno no seu
processo de aprendizagem, ou seja, o texto de EaD deve:

• instigar o aluno a perguntar, questionar, pesquisar;


• retomar questões já discutidas ao longo do curso;

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 7


• reforçar conceitos considerados imprescindíveis para aprendizagem dos alunos;
• criar links e estruturas externas para garantir a leitura de materiais complementares;
• ser autoexplicativo, visto que não existe a presença do professor;
• ser organizado e de fácil navegação, permitindo ao aluno ter clareza sobre tudo
aquilo que lhe será pedido ao longo do curso;
• criar “pausas pedagógicas” para permitir ao aluno refletir sobre o que foi discutido;
• auxiliar o aluno constantemente na sua caminhada pelo material, de maneira a não
deixá-lo perdido.

Dessa forma, para produzir um bom material didático centrado na aprendizagem do aluno,
torna-se necessário ao professor autor levar em consideração as questões que estamos
discutindo nesse momento. Não produzimos os textos para nós, mas sim para que nossos
alunos aprendam!

1º Passo: Estabelecendo objetivos de aprendizagem


Objetivo de aprendizagem é algo preciso e muito específico. Ele deve expressar o compor-
tamento que se espera do aluno no final de uma aula, de um módulo ou de um curso. Os
objetivos propiciam ao professor e ao aluno uma indicação clara e concreta sobre aonde
se quer chegar, além de orientar o professor a planejar suas aulas.

Para que os objetivos de aprendizagem sejam significativos tanto para você quanto para
o aluno, é necessário que reflita sobre as seguintes questões:

• Quais os conceitos a serem aprendidos?


• Quais as habilidades a serem dominadas?
• Quais as técnicas a serem aprendidas?
• Quais as atitudes e competências a serem desenvolvidas?

Se os objetivos de aprendizagem são formulados em termos mensuráveis, a eficácia


do ensino pode ser facilmente determinada pelo comportamento final dos alunos. Além
disso, a aprendizagem é mais significativa e agradável quando o aluno sabe o que está
aprendendo e para quê. O aluno poderá avaliar melhor seu próprio progresso e alcançará
maior satisfação quando houver atingido os seus objetivos.

IMPORTANTE
Ao final do módulo espera-se que o aluno seja capaz de:

• Descrever as semelhanças e as diferenças entre ensino a distancia e educação a distância


• Explicar, sem consulta ao texto, como acessar a Internet

2º Passo: Pensando no aluno


Em qualquer programa educacional e mais ainda em programas de Educação a Distância,
é essencial determinar as características e as necessidades do aluno. Isso é essencial
porque os alunos de curso a distância estão separados de seus professores no tempo
e no espaço e a interação não é imediata. Consequentemente é pela identificação das
características do aluno que você pode determinar as necessidades de aprendizagem do
público-alvo, assim como o conteúdo e a metodologia a serem utilizados.

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 8


Portanto, antes de começar a escrever, é fundamental ter em mente o aluno, o que signi-
fica considerar sua história, suas relações, suas expectativas, seu nível de conhecimento
anterior do tema, sua escolaridade, etc.

Apresentamos a seguir uma série de reflexões que o auxiliarão neste processo e que defi-
nitivamente não podem ser esquecidas quando se produz conteúdo para EAD:

• Quem é o aluno? Qual é o meu público-alvo?


• Qual o universo deste aluno?
• O que é importante que o aluno aprenda?
• O que ele conhece sobre o assunto a ser desenvolvido?
• Que elementos instigantes podem auxiliar o aluno a despertar sua curiosidade?
• Quais os aspectos essenciais para o desenvolvimento dos conceitos a serem apren-
didos?
• Para a assimilação dos conceitos, o aluno necessita organizar informações? Fazer
comparações? Selecionar as informações mais relevantes, essenciais do conteúdo?
Refletir sobre essas informações?

3º Passo: Preocupando-se com a linguagem


Um outro elemento importante do texto é a forma como o autor dirige-se ao aluno. É
importante manter uma comunicação com ele, que o texto se torne próximo do aluno,
como se o autor estivesse conversando presencialmente com esse aluno. Isso deve ser
realizado em função de o aluno da EaD estudar sozinho, não ter com quem discutir ou
tirar dúvidas, fazendo-o não se sentir só.

Para tanto, ele deve ser claro, objetivo, de fácil assimilação, sem, no entanto, perder a
complexidade do conteúdo da unidade temática. Também, o vocabulário deve ser, em sua
maioria, familiar ao aluno.

O texto para a EaD é sempre dialógico e didático, o que significa dizer que há, literal-
mente, uma organização da escrita que se assemelha à aula presencial que você ministra.
O estilo de escrita recomendado é o Conversacional (conversa com o aluno), em que
o conteudista fala com os alunos por meio da escrita, sendo amigável e incentivador,
envolvendo-os em um diálogo.

O material tem por finalidade substituir as explicações do professor em sala de aula e


a linguagem deve refletir essa situação. Uma primeira condição geral é escrever o texto
para o outro – o aluno, aquele que não está diante de um professor, mas receberá sua
mensagem.

A comunicação, por sua vez, deve ser capaz de estabelecer um diálogo com ele, mediante
o próprio texto, possibilitando o envolvimento e a aprendizagem efetiva. Em outras pala-
vras, “é escrever como quem fala”. Utilize sempre um estilo pessoal, dirigindo-se ao aluno
como “você” e referindo-se a si mesmo como “eu”.

O professor autor precisa ter em mente que o texto deve ser apresentado em uma lingua-
gem de fácil compreensão, ser autoexplicativo e orientar o aluno na sua leitura. Procure
esforçar-se para produzir um texto que atenda às necessidades dessa modalidade de ensino.

A linguagem é, portanto, um facilitador de aprendizagem, o meio principal da comunica-


ção. Portanto, durante o processo de definição do conteúdo, imagine antecipadamente as
dúvidas que ele poderá ter e as responda, e lembre-se sempre de que você não estará ao
lado do seu aluno para explicar-lhe o conteúdo!

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 9


Sintetizando este item, para uma linguagem mais clara e objetiva, é importante observar
os seguintes aspectos na elaboração do material didático para EaD (MELO, 2007):

• Comunicação bidirecional – linguagem dialógica.


• Interação ativa com o aluno pela escrita.
• Integração entre texto e imagem para melhor compreensão do aluno.
• Divisão do conteúdo em pequenas partes com a apresentação dos parágrafos que
traduzam de forma clara as ideias nele contidas.
• Redação de modo fluido, leve, preciso, simples, objetivo e coloquial, tal como o uso
de “você”, “eu” e “nós”, evitando-se a mistura de tempos verbais.
• Explicação dos termos técnicos e, se possível, exemplificando-os. A utilização dos
exemplos sempre que necessário ajuda a tornar mais clara a mensagem.
• Utilização de frases curtas com preferências por palavras que sejam mais familiares,
concretas e significativas ao aluno.
• Apresentação das ideias de forma positiva e uso de citações, metáforas e analogias
como recurso de motivação e interesse.
• Avaliação que perpassa todo o processo de formação, priorizando o desenvolvimen-
to de novos conhecimentos e competências e atividades que permeiam todo o texto.

Ainda, dois itens devem ser considerados pelo professor autor no tratamento do conteú-
do: cotidianização e contextualização. Na cotidianização, é importante que o autor realize
a abordagem do conteúdo com vinculação à experiência vivida por seu aluno. Ou seja,
deve-se aproximar o conteúdo à realidade do aluno, às situações diárias que ele encontra
ou poderá enfrentar. Na contextualização, é necessário realizar intervenções no material
didático de forma a adaptá-lo ao contexto do aluno.

4º passo: Conhecendo sobre direitos autorais


Toda pessoa que cria matérias de instrução tem de acatar as leis de direitos autorais. Em
geral, isso significa obter permissão dos detentores dos direitos autorais, isto é, dos auto-
res, editores e instituições, para usar ou reproduzir seu trabalho em materiais de ensino.
O aprendizado on-line torna o respeito aos direitos autorais até mais problemático, pois é
muito fácil copiar e colar texto ou imagens gráficas de um website. Em 1998, a Lei dos
Direitos Autorais Digitais do Milênio foi aprovada para tratar das implicações dos direitos
autorais criadas pela mídia digital. Entretanto, essa lei logo foi considerada muito restri-
tiva para professores e instituições empenhados na educação a distância. Para resolver
a situação e proporcionar mais flexibilidade com relação ao uso de materiais para os
cursos de aprendizado a distância, em 2002 foi aprovada a Lei de Tecnologia, Educação e
Harmonização dos Direitos Autorais, comumente conhecida como Lei TEACH.

5º Passo: Revisando o conteúdo


Com o conteúdo pronto, é hora de revisar alguns aspectos importantes da elaboração.
Faça a si mesmo as seguintes perguntas:

• O conteúdo está objetivo?


• Está seguindo uma sequência lógica?
• Todas as informações serão úteis ou não?
• Os títulos refletem mesmo o conteúdo de cada módulo?
• Como está o tratamento ao aluno?

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6º Passo: Itens relevantes ao conteúdo
O material didático elaborado para EaD não poderá apresentar:

• parágrafos longos;
• falta de concatenação de ideias;
• falta de coerência e coesão textuais;
• excesso de uso de linguagem técnica;
• construção truncada;
• distanciamento do aluno;
• saltos na explicação do conteúdo;
• ausência de recursos lúdicos e exemplos externos ao conteúdo.

5 - Roteiro de elaboração do conteúdo


Pensando na organização do conteúdo, apresentamos um roteiro de estrutura que deverá
estar contido em seu trabalho, com suas respectivas orientações para elaboração:

Desenvolvimento Atividades
Apresentação Síntese
do conteúdo Avaliativas

Discursivas
Boas-vindas/ Síntese do
Texto Base - Envio de Arquivo
Apresentação Conteúdo
- Fórum
(Pós-graduação)

Fechadas
- Objetivas
Objetivos Exemplos Referências - Múltipla Escolha
- V ou F

5.1 Boas-vindas
Assim como nos módulos impressos, ao iniciar o curso a ser veiculado por meio da moda-
lidade de EaD exige-se uma apresentação, isto é, uma página de abertura que represente
uma “conversa” com o aluno.

Essa página de abertura corresponde aos momentos iniciais de uma aula, quando o profes-
sor dá boas-vindas e se apresenta à turma. Nela, como em todas as demais, a linguagem
é semelhante à usada em sala de aula, para possibilitar a criação de um ambiente acolhe-
dor, atrativo e desafiador para o aluno.

5.2 Apresentação
A apresentação dá uma visão geral do conteúdo, visando contextualizar os alunos sobre
os objetivos, a metodologia, os critérios e os instrumentos de avaliação, bem como apre-
sentar uma agenda das atividades de forma clara e objetiva. Deve considerar informações
detalhadas, porém não muito longas, de forma que o aluno compreenda a proposta da
disciplina e o que se espera de sua participação.

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 11


5.3 Objetivos de Aprendizagem
O objetivo é o ponto-chave para o sucesso do curso, devendo ser definido com clareza e
objetividade, em concordância com a orientação do curso como um todo, e considerando
o valor que pode agregar, se for efetivado. Os objetivos devem referir-se sempre ao que
se espera da aprendizagem, não sobre o que se vai ensinar.

5.4 Exemplificação
Sempre que possível, procure relacionar o tema com exemplos que os alunos poderiam
apresentar, ou mesmo questionamentos que poderiam surgir em uma discussão.

Busque um equilíbrio entre os aspectos teóricos e práticos do conteúdo abordado.


Exemplificar possibilita ao aluno estabelecer as relações necessárias para a elaboração de
uma síntese pessoal sobre o assunto tratado. Utilize ao longo do texto exemplos verbais
ou gráficos, citações e reflexões.

5.5 Glossário
Quando, ao longo do texto, utilizar termos ou expressões técnicas que necessitem uma
explicação para garantir um melhor entendimento do conteúdo pelo aluno, anote-os junta-
mente com as respectivas definições.

5.6 Síntese / Recapitulando


Os principais conceitos apresentados no conteúdo devem ser reforçados. Dessa forma,
apresente os pontos principais abordados durante o módulo ou aula. Ao término de cada
aula ou módulo, é muito importante estabelecer vínculos entre os assuntos tratados. Essa
lógica facilita a leitura e entendimento dos temas propostos. Lembre-se de que você não
estará ao lado do seu aluno para explicar o conteúdo. Ele deverá compreender as informa-
ções que lhe estão sendo apresentadas sem a sua interferência direta e constante.

5.7 Desenvolvimento do conteúdo


Ao desenvolver o conteúdo, você deve considerar o perfil dos alunos e as possibilidades
que a EaD oferece para ensinar e aprender. Nesta modalidade, professor e aluno assumem
novos papéis. O professor tem o papel de mediador e o aluno o de gerenciador de sua
autoaprendizagem, ao mesmo tempo em que interage com o grupo, sendo um agente na
construção de uma aprendizagem coletiva.

Durante o processo de definição de linhas gerais do conteúdo:

• Imagine antecipadamente as dúvidas que os alunos poderão ter e as responda.


• Indique, em itálico, todos os termos de língua estrangeira.
• Faça sugestões do local onde as ilustrações, referências literárias e de sites (fazer
descrição das referências) deverão ser inseridas.

Também, a divisão do conteúdo em unidades ou módulos facilita sua compreensão e a


construção do conhecimento.

5.8 Referências Bibliográficas


Relacione todo o material consultado para elaboração do conteúdo.

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 12


6 - Atividades
Em relação às atividades, é importante salientar que há uma grande variação nos tipos de
atividades possíveis em um curso a distância. O professor irá escolher as atividades de
acordo com o Projeto Político Pedagógico do curso (PPP) e, também, as características
específicas da disciplina.

ATIVIDADES DE FIXAÇÃO

As atividades de fixação não resultarão em avaliação por parte do professor. O objetivo é


garantir a compreensão e assimilação do conteúdo. Toda animação, exercício e atividades
que forneçam feedback imediato, com a finalidade de que o aluno tenha a oportunidade
de constatar o que apreendeu do conteúdo trabalhado, é considerada atividade de fixação
e deve aparecer ao longo de toda a aula. Podem estar presentes como articulações dentro
dos módulos ou aulas, permitindo que o aluno acompanhe e reflita sobre o seu processo
de aprendizagem.

ATIVIDADES AVALIATIVAS

As atividades avaliativas são aquelas que resultarão em avaliação por parte do professor,
uma vez que serão publicadas no Ambiente Virtual de Aprendizagem. São atividades que
possibilitam ao aluno refletir sobre o conhecimento adquirido, com o objetivo de garantir
a compreensão e assimilação do conteúdo. Para atividades desse tipo será necessário
indicar os critérios de avaliação que serão utilizados.

6.1 Tipos de Atividades disponíveis no


Ambiente Virtual de Aprendizagem

AUTOAVALIAÇÃO

Esta avaliação permite que o aluno se autoavalie, e tem a opção de selecionar uma nota
e um comentário.

AVALIAÇÃO COM QUESTÕES DISCURSIVAS

São questões abertas nas quais o aluno deve responder no campo disponível ou inserir
sua resposta através de um arquivo anexo.

AVALIAÇÃO COM QUESTÕES COMPLETAR LACUNAS

É uma avaliação em que o professor disponibiliza um texto e deixa alguns campos em


branco para que os alunos os preencham. Podem ser deixadas até 10 lacunas.

AVALIAÇÃO COM QUESTÕES OBJETIVAS

São questões em que o aluno irá assinalar uma das alternativas disponíveis. Cada questão
pode ter até 10 alternativas e, ao incluir as alternativas, é preciso indicar qual é a resposta
correta. Essas questões são corrigidas automaticamente pelo sistema. A pontuação é
disponibilizada para o aluno, logo após a execução da avaliação.

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AVALIAÇÃO COM QUESTÕES DE MÚLTIPLA ESCOLHA

São questões em que o aluno irá assinalar uma ou mais alternativas. Cada questão pode
ter até 10 alternativas e, ao incluir as alternativas, é preciso indicar qual(is) é(são) a(s)
resposta(s) correta(s). Essas questões são corrigidas automaticamente pelo sistema. A
pontuação é disponibilizada para o aluno, logo após a execução da avaliação.

AVALIAÇÃO COM QUESTÕES CORRELATIVAS

Essa questão é formada por duas colunas. Na primeira são mostradas as alternativas
com as respectivas letras e que devem ser relacionadas pelo aluno com a segunda colu-
na. As questões correlativas podem ser: Verdadeiro ou Falso, Ordenação Numérica ou
Alfabética. Pode-se inserir de uma até vinte questões. Essas questões são corrigidas
automaticamente pelo sistema. A pontuação é disponibilizada para o aluno, logo após a
execução da avaliação.

AVALIAÇÃO COM ENTREGA DE TRABALHO EM GRUPO

Esta avaliação é uma proposta de um trabalho para ser desenvolvido em grupo no


Ambiente de Grupo. Nesse tipo de avaliação somente o relator pode enviar o trabalho.

AVALIAÇÃO COM BANCO DE QUESTÕES

É uma avaliação em que o professor pode cadastrar uma ou mais questões do tipo obje-
tiva, correlativa ou discursiva, ou seja, questões de tipos diferentes na mesma avaliação.

FÓRUM

O Fórum é um espaço onde ocorrem plenários a partir de uma temática lançada pelo
professor. É um ambiente importante na EaD, pois permite a troca de informações e expe-
riências entre alunos, independente do momento escolhido para o acesso. É um ótimo
recurso que facilita e promove a aprendizagem colaborativa.

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7 - Conhecendo o Modelo Pedagógico
O modelo pedagógico adotado por esta IES para a oferta de Cursos Superiores na moda-
lidade EaD apresenta uma metodologia de ensino e aprendizagem que alterna recursos
pedagógicos centrados em atividades realizadas a distância com utilização do Ambiente
Virtual de Aprendizagem via sala de aula virtual, videoaulas, plantões de atendimento
on-line e presencial, tira-dúvidas, realização de provas presenciais e de aulas práticas
(quando a disciplina requerer prática específica).

O acesso ao Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), utilizado para as aulas a distância,


ocorre via Internet. Esse ambiente, além de utilizar uma metodologia que contempla e
promove práticas participativas dos alunos de forma mais efetiva e provocadora, disponi-
biliza o acesso aos módulos de estudo e aos recursos comunicacionais de interação com
colegas, professores, tutores e assessoria pedagógica, como fórum, chat, mensagem,
biblioteca, fale com o coordenador, dentre outras.

As videoaulas, que podem ser assistidas pelos alunos no polo de apoio presencial, em
casa ou ambiente de trabalho (acessando ou fazendo o download da aula gravada por
meio da Internet), são disponibilizadas semanalmente e estarão disponíveis durante os
núcleos de aprendizagem. Paralelamente às videoaulas, no horário que melhor lhe convier,
o aluno deverá realizar a leitura dos módulos de estudo (cadernos didáticos ou livro) e
as atividades disponíveis no Ambiente Virtual de Aprendizagem. Sempre que desejar, o
aluno poderá rever a videoaula disponibilizada no AVA e esclarecer suas dúvidas com o
professor e/ou com os tutores presencialmente e a distância, por meio do AVA e webcon-
ferência (plantões).

Cada semestre letivo é composto por quatro disciplinas divididas em dois núcleos de
aprendizagem de duas disciplinas cada. Dessa forma, ao longo de dez semanas (fevereiro
a abril, abril a junho, agosto a outubro e outubro a dezembro), os alunos se concen-
tram em apenas duas disciplinas compostas pelas seguintes interfaces de aprendizagem:
módulos de conteúdo para estudo, leituras, atividades avaliativas, interação com tutores
via Ambiente Virtual de Aprendizagem, plantões de atendimento presencial ministrados
pelos professores e avaliações presenciais.

Utiliza-se, como apoio aos alunos, os seguintes recursos de comunicação e interação:


e-mail, telefone (linha 0800), chat on-line, “tira-dúvidas”, “fale com o coordenador”, etc.,
de maneira a garantir uma ampliação das formas comunicativas do curso e um conjunto
variado de meios de comunicação, como o Fórum, chat, salas de bate-papo, ambientes
de grupo etc., visando ao acompanhamento pleno do aluno, de modo que o êxito no
processo de ensino e aprendizagem seja o resultado de diversos aspectos que, articulados
e integrados entre si, resultem na construção de aprendizagens significativas.

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 15


7.1 Programação de Estudo Semanal
Cada módulo do curso é composto por duas disciplinas realizadas em 10 semanas, assim
distribuídas:

• 1ª à 7ª semana – Leitura dos módulos, visualização das videoaulas e realização de


atividades no Ambiente Virtual;
• 8ª semana – Videoaula de revisão;
• 9ª semana – Avaliação Presencial;
• 11ª semana – Exame Especial.

7.2 Critérios de avaliação


• 60 pontos: 1 prova presencial ;
• 40 pontos: atividades avaliativas no AVA;
• Exame Especial: prova presencial com o valor de 60 pontos. Poderá realizá-la o
aluno que possuir o mínimo de 20 pontos em atividades já realizadas no AVA;
• Não é permitida a reabertura de atividades avaliativas no Ambiente Virtual de
Aprendizagem.

8 - Preparação do professor para


gravação de videoaulas
• Para a gravação das videoaulas, o professor deverá preparar seu plano de aula,
considerando os módulos (conteúdo das aulas) que deverão ser trabalhados com os
alunos em cada semana.
• Deverá preparar os alunos para o estudo dos módulos subsequentes, abordando nas
videoaulas os conteúdos que deverão ser estudados na semana seguinte.
• Deverá inserir 40 a 50 slides para cada aula a ser gravada.
• No 1º bloco, o professor deverá apresentar uma visão geral da disciplina, citando os
conteúdos a serem trabalhados, bem como temáticas a serem discutidas.
• Deverá preparar slides para o máximo 2 minutos de explicação.
• Deverá trabalhar com tópicos (usar texto apenas quando a leitura for fundamental).
• Ao preparar os slides, deverá inserir duas telas de intervalo. As aulas devem ter dura-
ção de 80 a 90 minutos divididos em 3 blocos (entre 20 e 30 minutos).
• O professor deverá propor uma questão-chave que aborde parte do conteúdo traba-
lhado no primeiro bloco, objetivando reflexão por parte do aluno acerca do que foi
apresentado.
• Caso o conteúdo da disciplina esteja em processo de elaboração, os slides devem
ser preparados antes da finalização do conteúdo.
• As videoaulas e as atividades avaliativas têm como base o material impresso e
também disponível no Ambiente Virtual ou o livro didático.

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 16


IMPORTANTE
1. Não iniciaremos as gravações das videoaulas sem que os slides(roteiros), o planejamen-
to da disciplina e atividades avaliativas tenham sido entregues ao setor pedagógico da
FUMEC Virtual.
2. O prazo para a entrega do roteiro da videoaula é de, no mínimo, 15 dias antes da data
de gravação, para que sejam realizadas as intervenções pedagógicas e formatação
padrão.
3. Não realizaremos alterações nos slides das videoaulas no Estúdio de gravação.
Solicitamos a validação final dos slides via e-mail, para que as últimas alterações sejam
indicadas pelo(a) professor(a) e realizadas em tempo hábil pela Equipe de Produção na
FUMEC Virtual.
4. Gentileza não utilizar vestimentas nas cores: azul (nenhum tom), listras, xadrez e brilhos.
5. Gentileza não usar roupas que tenham símbolos e/ou logomarcas, contendo nomes de
marcas comerciais, por exemplo, Lacoste, Adidas, Nike, etc.
6. Assessoria pedagógica em estúdio: acompanhamento, vícios de linguagem, dicção, etc.

9 - Orientações para organização


do material didático
• Nas disciplinas que optarem pela utilização de livro didático, orientamos que o mate-
rial seja organizado em 7 assuntos (títulos), que nortearão o estudo do aluno na
disciplina.
• Cada assunto será tratado em uma semana da disciplina. Serão 7 semanas de estu-
do, e a 8ª semana será a REVISÃO.
• Importante alinhar os títulos do livro aos assuntos que forem abordados nas video-
aulas e às atividades avaliativas, pois, conforme citado, cada material(videoaula,
módulo e atividade) é disponibilizado ao aluno semanalmente.

EXEMPLO DE ORGANIZAÇÃO DOS TÍTULOS DO MATERIAL DIDÁTICO (LIVRO):

Disciplina: Análise de Custos e Orçamentos

Livro: Custos (Evandir Megliorini)

Inserir os títulos das temáticas disponíveis no livro, por semana, inclusive mencionando
as páginas em que se encontram.

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 17


Data de Data de Valor da
Semana Título Atividade
Entrada Entrega Atividade
Evolução do Sistema de Custos. Classificação
1 Atividade 01 - Envio de Tarefa 13/10 20/10 6
dos gastos: custos-despesas-investimentos
Classificação dos custos em diferentes empre-
2 Atividade 02 - V ou F 20/10 27/10 4
sas: comercial-fabril-serviços
Metodologias de apuração de resultado: custeio
3 Atividade 03 - Múltipla Escolha 27/10 03/11 3
variável. Relação custo/volume e lucro
Metodologias de apuração de resultado: custeio
4 Atividade 04 - Envio de Tarefa 03/11 10/11 6
variável. Relação custo/volume e lucro
Relação custo/volume/lucro: margem de contri-
5 Atividade 05 - Objetiva 10/11 17/11 4
buição e ponto de queilíbrio
Formação do Preço de Venda do produto a
6 Atividade 06 - Múltipla Escolha 17/11 24/11 3
partir da margem de contribuição
Formação do Preço de Venda do produto a Atividade 07 - Objetiva 24/11 01/122 4
7
partir da margem de contribuição Atividade 08 - Envio de Tarefa (RSC) 24/11 01/12 10
8 Revisão SEM ATIVIDADE 01/12

10 - Orientações para organização


do Planejamento da disciplina

FORMATO
MÓDULOS (flexibilidade quanto à
(ficará a cargo do distribuição entre os
SEMANA VIDEOAULA ATIVIDADE VALOR
professor a organiza- módulos e não quanto
ção dos módulos) ao tipo, quantidade e
pontuação)

1 1 1e2 1 Múltipla escolha 3,0

2 2 3e4 2 Objetiva 4,0

3 3 5 3 Envio de tarefa 6,0

4 4 6e7 4 V ou F 4,0

5 5 8 5 Múltipla escolha 3,0

6 6 9 e 10 6 Envio de tarefa 6,0

Objetiva
7
4,0
7 7 11 e 12 Envio de tarefa
(Pode ser a avaliação 10,0
8
intermediária – RSC )

8 8 Revisão de prova - - -

Total das atividades avaliativas 40,0

9 Avaliação presencial 60,0

11 Correção e retorno de provas - Exame especial -

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 18


10.1 Orientações para propostas de atividades avaliativas
• As atividades de múltipla escolha apresentam mais de uma alternativa correta.
Devem conter, no mínimo, 5 questões com 5 alternativas de marcação, sendo no
mínimo 2 alternativas corretas para cada questão.
• As atividades objetivas apresentam apenas uma alternativa correta. Devem conter,
no mínimo, 5 questões com 5 alternativas de marcação sendo apenas 1 alternativa
correta em cada questão.
• As atividades V ou F devem conter, no mínimo, 5 questões com 5 alternativas de
marcação em cada questão. Lembrando que cada questão deverá ter pelo menos
UMA alternativa verdadeira e UMA falsa.
• A atividade “Envio de tarefa”, quando em disciplinas textuais, perpassa a elaboração
de texto discursivo, que deverá ser realizado de forma individual e conter, no mínimo
1, e no máximo 2 páginas de conteúdo, com a seguinte formatação: Times New
Roman – Sem recuo - 12, espaço entre linhas de 1,5 e espaçamento das margens:
superior – 3, inferior – 2, esquerdo – 3 e direito – 2. Ressaltando que nas ativida-
des de disciplinas exatas pode ser solicitado o envio em outros formatos. Exemplo:
Excel. OBS: Professor(a), favor enviar o mapeamento de correção desta atividade
dissertativa.

10.2 Como elaborar um mapeamento de correção


para atividades dissertativas (envio de tarefa)?

EXEMPLO

No entendimento da estrutura de mercado, é importante que se conheça as característi-


cas desse mercado. Lembrando que, para classificar as estruturas de mercados, é preciso
considerar os seguintes critérios: número de empresas produtoras do mercado; diferencia-
ção entre os produtos; existência de barreira na entrada de novas empresas e a relevância
do papel da empresa no mercado de sua atuação. Com base nesses critérios, como são
classificadas as estruturas de mercado?

Resposta:

• Monopólio.
• Oligopólio.
• Concorrência perfeita ou pura.
• Concorrência monopolística ou imperfeita.

Critério de avaliação:

• Citação de duas ou mais estruturas: 6 pontos.


• Citação de uma estrutura: 3 pontos.
• Citação de exemplos que identifiquem qualquer uma das estruturas: 3 pontos.

IMPORTANTE
Os critérios de avaliação deste tipo de atividade deverão ser indicados detalhadamente,
mostrando os níveis de pontuação para cada critério contemplado na resposta do aluno.

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 19


10.3 Provas Presenciais
O professor deverá entregar à FUMEC Virtual arquivos contendo, a saber:

• Prova Antecipada.
• Prova Oficial.
• Exame Especial.

Cada prova deverá conter:

• 7 questões discursivas;
• 1 questão objetiva;
• 1 questão V ou F;
• 1 questão múltipla escolha.

* Enviar tais provas com os devidos mapeamentos de correção.


* Duração da prova: 01h40

11 - Referências
COELHO, Maria Inês de Matos. Ambientes Interativos de Aprendizagem e Trabalho. Fatores
de Avaliação e Design. Disponível em: HTTP:\\netpage.em.com.br/mines/semint.htm.

CHAVES, Eduardo. Tecnologia e Educação: O futuro da Escola na Sociedade da Informação.


Campinas: Mindware Editora, 1998.

CORREA, Juliane. Educação a Distância: orientações metodológicas. Porto Alegre:


Artmed, 2007.

DELORS, J. Educação, um tesouro a descobrir. São Paulo: Cortez. MEC/UNE

LAASER, Wolfran (org) Manual de criação e elaboração de materiais para educação a


distância. Brasília: Edunb,1999.

MILL, Daniel; CAMPOS, Regina. Prática Docente em educação a distância: Uma análise
do Curso Veredas em Minas Gerais. In: ARANHA, Antônia; CUNHA, Daisy; LAUDARES,
João (orgs.). Diálogos sobre o Trabalho. Campinas: Papirus, 2005.

MIRANDA, G; SALGADO, M. Projeto Pedagógico. Veredas Formação Superior de


Professores. Belo Horizonte: SEE-MG, 2002.

MOORE, Michael G. Educação a distância: uma visão integrada. São Paulo: Thomson
Learning, 2007.

SENAI/DN. Orientações aos conteudistas – Parte1; o desafio da construção de cursos


online Brasília,2002.53p.(série documentos metodológicos, 2)

SENAI – RJ. GEP. DIEAD. Curso de elaboração de material didático impresso para EaD.
Unidade de estudo 4. Rio de Janeiro, 2000.

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 20


12 - Orientações Técnicas
Rodrigo Tito Moura Valadares

Arquivos

COMO SALVAR OS ARQUIVOS DO CONTEÚDO DA DISCIPLINA?

Salve os arquivos dos textos (conteúdo) das aulas no formato de arquivo DOC (Rich text
Format). Para tal, ao salvar o arquivo no Microsoft WORD ou no OpenOffice WRITER,
selecione o formato Rich Text Format (.rtf) na lista de Tipo de Arquivo (veja na figura
abaixo).

O formato RTF mantém todas as formatações realizadas no texto, mas não aceita o uso/
execução de macros, evitando desta forma a contaminação por vírus.

Tela “Salvar como” com seleção do formato de arquivo RTF.

ATENÇÃO
Cada módulo deve ser salvo em um arquivo separado.

COMO NOMEAR OS ARQUIVOS DO CONTEÚDO?

O nome de cada arquivo deve ser composto pelo nome da disciplina seguido do número
do módulo e de seu respectivo título do módulo.

Nome da disciplina + Nº do Módulo + – + Título do Módulo

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 21


OBSERVAÇÃO
Se o nome da disciplina e/ou o título do módulo forem muito extensos, eles poderão ser
abreviados. Exemplos:
• Anatomia 01 – Sistema esqueletico.doc
• Psico 03 – Psicologia da educacao.doc
• Atletismo 04 – Corridas de revezamento.doc
• FundEF 12 – Civilizacoes antigas.doc

COMO NOMEAR OS ARQUIVOS DE MATERIAL


COMPLEMENTAR AO CONTEÚDO DOS MÓDULOS?

Quando for o caso, defina ou especifique materiais didáticos complementares aos conte-
údos dos módulos que deverão estar disponíveis no módulo ou em conjunto com ele (na
Biblioteca, por exemplo), tais como: áudios, vídeos, textos, imagens, apresentações de
PowerPoint, documentos Acrobat (PDF), etc.

Ao nomear os arquivos referentes a materiais didáticos de apoio, acrescente logo após


seu número, a sigla MA, seguida de seu respectivo número.

Nome da disciplina + Nº do Módulo + Sigla MA + Nº doMA + – + Título do Módulo

Exemplos:

• Atletismo 04 MA01 – Revezamento.ppt


• Atletismo 04 MA02 – Revezamento.avi
• FundEF 12 MA01 – Incas.ppt

ATENÇÃO
NÃO utilize caracteres especiais nos nomes dos arquivos, tais como: letras acentuadas, cê
cedilha, etc. Alguns webmails não compreendem tais caracteres e corrompem o nome origi-
nal dos arquivos anexos, podendo causar problemas para sua abertura.

A redação para Web


A leitura em telas de computador é considerada por muitos como incômoda. Isso se
dá por variados fatores, tais como: resolução gráfica da tela, frequência do monitor,
iluminação da tela, e até postura corporal. Em geral, a sensação é de um rápido cansaço
na vista. Esses problemas podem interferir no aprendizado dos alunos.

Como a leitura de textos é o carro-chefe de cursos a distância, e em certos casos estes


textos precisam ser longos, alguns procedimentos podem ser tomados para reduzir as
condições desfavoráveis ao aprendizado. Entre elas está a redação dos textos.

Estudos comprovam que uma redação adequada para a internet favorece a apreensão e o
foco nos pontos-chave dos conteúdos.

Pode-se fazer o uso de destaques (negritos, itálicos, cores, boxes, etc.) que tornam o texto
“escaneável”, ou seja, direciona a vista para pontos de interesse, além da divisão do texto
em tópicos menores e objetivos. Importante observar que tal escrita não é a redução do

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 22


texto, eliminando-se informação, mas reescrevendo toda a informação num formato mais
direto, conciso. Veja a seguir um texto promocional reescrito em variados formatos e seu
respectivo ganho de usabilidade, que equivaleria em educação à apreensão do conteúdo
por parte do aluno.

Exemplo:

ESTILO GANHO DE
DE REDAÇÃO USABILIDADE

Redação promocional (texto original)

Nebraska é cheio de atrações reconhecidas internacionalmente que atrai grandes


massas de pessoas todos os anos, sem exceções. Em 1996, alguns dos locais
mais populares foram o Fort Robinson State Park (355.000 visitantes), o Scotts
-
Bluff National Monument (132.166), o Arbor Lodge State Histórica Park & Museum
(100.000), o Carhenge (86.598), o Stuhr Museum of the Prairie Pioneer (60.002) e
o Buffalo Bill Ranch State Historical Park (28.446).

Texto conciso

Em 1996, seis das mais visitadas atrações em Nebraska foram o Fort Robinson
State Park, o Scotts Bluff National Monument, o Arbor Lodge State Historical Park
+58%
& Museum, o Carhenge, o Stuhr Museum of the Prairie Pioneer e Buffalo Bill Ranch
State Historical Park.

Texto escaneável

Nebraska é cheio de atrações reconhecidas internacionalmente que atraem grandes


massas de pessoas todos os anos, sem exceções. Em 1996, alguns dos locais mais
populares foram:
• Fort Robinson State Park (355.000 visitantes);
• Scotts Bluff National Monument (132.166); +47%
• Arbor Lodge State Historical Park & Museum (100.000);
• Carhenge (86.598);
• Stuhr Museum of the Prairie Pioneer (60.002);
• Buffalo Bill Ranch State Historical Park (28.446).

Linguagem objetiva

Nebraska tem diversas atrações. Em 1996, alguns dos locais mais visitados foram o
Fort Robinson State Park (355.000 visitantes), o Scotts Bluff National Monument, o
-
Arbor Lodge State Historical Park & Muse (86.598), o Stuhr Museum of the Prairie
Pioneer (60.002) e o Buffalo Bill Ranch State Historical Park (28.446).

Conciso, escaneável e objetivo

Em 1996, alguns dos locais mais visitados em Nebraska foram:


• Fort Robinson State Park;
• Scotts Bluff National Monument;
• Arbor Lodge State Historical Park & Museum; +124%
• Carhenge;
• Stuhr Museum of the Prairie Pioneer;
• Buffalo Bill Ranch State Historical Park.

Fonte: Exemplo extraído do livro “Projetando Websites” de Jacob Nielsen.

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 23


A escrita do conteúdo

COMO DEVE SER ESTRUTURADO O CONTEÚDO?

O conteúdo da disciplina deverá ser subdividido em módulos. Ao desenvolver a temática


de cada módulo, estruture os textos em tópicos e subtópicos, de forma a criar pontos-
chave no conteúdo e ao mesmo tempo dividi-lo em partes menores que possam ser lidas
e acessadas individualmente pelo aluno.

Os tópicos e subtópicos deverão estar numerados. Esta numeração servirá como refe-
rência para o entendimento e tratamento pedagógico do conteúdo e, em seguida, para a
produção gráfica da aula.

Exemplo comparativo entre a forma errada e correta digitar a estrutura de tópicos e sub-tópicos do conteúdo.

ATENÇÃO
Durante a produção, a numeração será suprimida do texto. Por este motivo, quando quiser ou
tiver necessidade de chamar a atenção do aluno para um aspecto do conteúdo anteriormente
abordado, faça a referência, escrevendo por extenso o nome do respectivo tópico ou subtó-
pico. NUNCA utilize referências aos números dos tópicos ou dos módulos, ou seja, referencie
os nomes dos tópicos e subtópicos.

Exemplo:

Como foi visto no tópico “Músculos do Membro inferior”... correto


Como foi visto anteriormente no tópico 2.15... incorreto

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 24


Dica:
Evite mais que 3 níveis de tópicos e subtópicos, mas não sendo possível estruture dentro
das necessidades do seu conteúdo.

Ilustração comparativa entre o texto original e após receber a padronização gráfica do curso/disciplina.

COMO DIGITAR O CONTEÚDO?

Digite os textos em caixa alta e baixa (letras maiúsculas e minúsculas), utilizando a


mesma formatação de um texto acadêmico.

Textos digitados em caixa alta (somente em maiúsculas) tornam a legibilidade menor e não
contêm informações importantes para a formatação final, tais como: iniciais de palavras
que devem ficar em maiúsculo, nível de destaque para palavras ou frases. Além disso,
com a disseminação dos bate-papos na internet, convencionou-se na “internetiqueta” (a
etiqueta na internet) que textos em caixa alta expressam a fala em voz alta (gritada) e, em
certos contextos, até com raiva (grosseria).

Ilustração comparativa entre o Texto digitado em caixa alta (difícil leitura e indefinição de que palavras devem
receber a inicial maiúscula) X Texto digitado com o uso de caixa alta e baixa (rápido e correto entendimento da
formatação e dos destaques desejados ou obrigatórios).

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 25


Os destaques no texto
Destaque palavras-chave ou expressões importantes ao longo do texto para uma melhor
apreensão do conteúdo. Essa ação contribui para a aprendizagem do aluno, pois focaliza
sua atenção, favorecendo a compreensão e a síntese dos aspectos centrais do conteúdo.

COMO INDICAR O DESTAQUE DE PALAVRAS OU PARTES DE TEXTO?

Para tal, utilize negritos ou itálicos. NÃO utilize sublinhados. O sublinhado em textos web
sugere que o texto destacado seja um link de hipertexto.

Exemplo comparativo de texto com marcações de destaque de palavras e expressões.

COMO INDICAR O DESTAQUE DE PARÁGRAFOS INTEIROS?

Para destacar parágrafos inteiros, faça-o por meio do recurso de “marcador de texto” do
WORD.

Exemplo:

...a forma de agrupamento de tarefas utilizada pela empresa na qual o projeto será
implantado.

A estrutura da organização em que o projeto está sendo executado geralmente limi-


ta a disponibilidade de recursos para o desempenho das atividades dos projetos.

Os tipos de estrutura organizacional variam desde uma estrutura funcional a uma


estrutura...

COMO INDICAR O DESTAQUE DE CAIXAS DE TEXTO (BOXES)?

Para destacar textos em caixas (Boxes), informe:

• Início do destaque: antes do respectivo texto com a frase: Destaque: Box.


• Fim do destaque: após o respectivo texto, com a frase: Fim de destaque.

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 26


Exemplo:

Importância da recreação, jogos e brincadeiras na Educação Física:

1. Contribui na formação motora;


2. Desenvolve aspectos cognitivos;
3. É um importante “instrumento” para socialização;
4. Possibilita o reencontro com a alegria, descontração, espontaneidade, necessá-
rios à vida;
5. Permite a livre expressão das necessidades individuais e coletivas.

COMO INDICAR ENDEREÇOS WEB (LINKS)?

Link ou hyperlink é um recurso que permite que uma palavra, frase ou imagem funcione
como uma conexão para outra parte do mesmo documento ou para outro documento, ou
seja, é uma referência num documento em hipertexto, análoga a uma citação na literatura.

Sendo assim, torna-se um importante recurso auxiliar ao conteúdo principal da disciplina,


dando ao aluno rápido acesso a leituras complementares.

Importante! Links externos, ou seja, usados para acessar documentos (sites, páginas,
arquivos pdf, etc.) ou vídeos (ex: vídeos do YouTube.com) estão sujeitos a alterações ou
remoções por parte de seus respectivos sites ou proprietários. Sendo assim, devem ser
sempre conferidos pelo professor quando da disponibilização dos módulos para os alunos.
Uma forma de evitar algum transtorno com a perda dos links destas informações externas
seria incluí-las no material didático do módulo na forma de trechos (ex: citação) com a
referência detalhada da fonte de onde foram extraídas.

Ao incluir um endereço web (link) no conteúdo, destaque no texto o nome do site, do


tema ou do documento o qual o aluno acessará. Entre parênteses, digite o endereço web
completo.

Exemplo:

Marcação incorreta
Saiba mais em http://www.fiba.com/pages/ eng/fc/baskBasi/p/openNodeIDs/925/
selNodeID/925/fund.html.

Marcação correta
No site oficial da Federação Internacional de Basquete, você encontrará maiores deta-
lhes sobre os fundamentos do Basquetebol (http://www.fiba.com/pages/ eng/fc/
baskBasi/p/openNodeIDs/925/ selNodeID/925/fund.html).

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 27


O que é um avatar?

Um avatar é um personagem utilizado no decorrer do conteúdo para auxiliar o


professor no destaque de conteúdos, num formato mais próximo do aluno:
• Enfatiza destaques de conteúdo.
• Realiza um papel de “respiro” (similar ao de uma ilustração), promovendo um
descanso visual ao quebrar a leitura de textos longos.
• Contribui na aproximação do aluno para com o conteúdo em cursos a distância,
conforme estudos realizados, diminuindo a sensação do “estudar sozinho”.

Nas disciplinas da FUMEC Virtual, os avatares são usados nos textos de apresentação dos
módulos e principalmente em destaques padrões, como:

• Dicas!
• Curiosidades...
• Importante!
• Atenção!
• Observações:
• Saiba mais... , etc.

OBSERVAÇÃO
Os avatares representam “ajudantes do professor” e não uma caracterização do próprio
professor. São personagens padronizados e utilizados de forma alternada ao longo de módu-
los e disciplinas.

COMO INDICAR TEXTOS DE UM AVATAR?

Para destacar textos (dicas, curiosidades, observações, saiba mais..., etc.) informe:

Início do destaque: antes do respectivo texto com a frase: Destaque: Avatar.

Fim do destaque: após o respectivo texto, com a frase: Fim de destaque.

Exemplo 1:

Destaque Avatar: Reflita...

Pense um pouco sobre essa questão:


As modalidades esportivas coletivas com menor espaço por jogador e maior pressão
de tempo para tomar decisões e realizar ações necessárias ao jogo, são as que mais
exigem habilidade.

Fim de Destaque

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 28


Exemplo 2:

Destaque Avatar: Dica!

Busque sempre “romper os muros da sua escola”, vá atrás de quem está produzindo
conhecimento em sua área. Aliar a teoria à prática é a receita do sucesso de muitos
professores.

Fim de Destaque

Marcações para inserção de imagens, animações e vídeos


Utilize textos coloridos em azul quando quiser realizar comentários para a equipe de
produção, por exemplo, para destacar observações sobre imagens.

IMPORTANTE
• Não é permitido, no material didático da FUMEC Virtual, o uso de imagens, vídeos, etc.
de propriedade de outras pessoas ou entidades sem sua respectiva autorização. Procure
a Assessoria ao Professor para orientações sobre a solicitação e uso de imagens ou de
soluções alternativas.
• Lembre-se: imagem encontrada no Google não quer dizer que seu uso é de domínio público.
• Sempre que solicitar a inclusão de uma imagem, animação ou vídeo certifique-se da
necessidade de legendá-los. Se este for o caso, inclua a legenda após sua respectiva
descrição ou do nome do arquivo de referência (veja alguns exemplos a seguir).

UTILIZAR IMAGENS, ANIMAÇÕES OU VÍDEOS?

Imagens

As imagens estáticas (ilustrações, fotos, infográficos, fluxogramas, quadrinhos, charges,


gráficos, etc.) são um dos elementos visuais mais úteis no auxílio à visualização e compre-
ensão do conteúdo da disciplina por parte do aluno. Em certos momentos, são utilizadas
simplesmente como elementos decorativos de composição de página.

O uso de imagens ao longo de um texto, além de tornar o material didático mais atraente,
promove um descanso visual aos olhos ao quebrar a leitura de textos, principalmente os
longos.

Outra vantagem técnica do uso de imagens com relação a outros tipos de mídia (anima-
ções, vídeos, etc.) é o tamanho reduzido de arquivo. Por este motivo, são “baixadas”
mais rapidamente e podem ser visualizadas pelos alunos sem a necessidade de recursos
especiais (plugins).

Animações

Animações são sequências de imagens colocadas em movimento. Devem ser utilizadas


para auxiliar a compreensão do conteúdo dado, quando houver necessidade de visuali-
zar movimentos ou sequências de passos que seriam difíceis ou impossíveis de serem
demonstrados somente com texto e/ou com o uso de imagens estáticas.

Outra possibilidade que o uso de animações permite é a adição de áudio (locuções, efei-
tos, etc.). Locuções e efeitos de som podem acrescentar detalhes ao conteúdo ao mesmo
tempo em que são destacados na imagem mostrada, reforçando a informação dada.

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 29


CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES
Dependendo da quantidade de “passos”, da sua complexidade ou do uso de áudios, o tama-
nho do arquivo da animação pode ficar muito grande, trazendo dificuldades para o aluno
baixar a imagem e visualizá-la de acordo com a velocidade de internet que o aluno estiver
utilizando.

Visto que a produção de animações (com e sem áudio) é geralmente mais trabalhosa, demo-
rada, e, portanto onerosa, a indicação de seu uso deve ser pautada na real necessidade do
recurso para o entendimento das aulas.

Imagens ou Animações com uso de Modelagem de Objetos em 3D

Imagens de objetos em 3D, ou seja, em três dimensões, possibilitam ao aluno visualizar


certas características ou detalhes de cenas (objetos, movimentos corporais, peças mecâ-
nicas, etc.) estáticas ou animadas, expostas no conteúdo na disciplina, os quais seriam
difíceis ou impossíveis de serem demonstrados somente com texto e/ou com o uso de
imagens/animações em 2D. Se necessário, tais objetos podem ser animados para reforçar
o aprendizado do aluno.

Este tipo de imagem é muito útil, principalmente em disciplinas das áreas técnicas (arqui-
tetura, engenharia, etc.) e médicas (anatomia, atividades físicas, etc.).

CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES
Visto que a produção de imagens/animações com modelagem 3D é geralmente mais traba-
lhosa, demorada, e portanto onerosa, a indicação de seu uso deve ser pautada na real neces-
sidade do recurso para o entendimento dos módulos.

No caso do conteúdo exigir grande quantidade e/ou complexidade de imagens/animações


em 3D, seu uso deve ser discutido no projeto pedagógico/planejamento da disciplina, para
avaliação de prazo de produção, e possíveis custos extras. Entre em contato com a FUMEC
Virtual para maiores esclarecimentos.

Vídeos

O vídeo (documentários, trechos de filmes, depoimentos, demonstrações práticas, entre-


vistas, palestras, etc.) deve ser utilizado quando houver necessidade de exibir conteúdos
(principalmente os práticos ou realísticos) que seriam difíceis, impossíveis ou inadequa-
dos de serem demonstrados somente com texto, com o uso de imagens estáticas ou
animações.

Os vídeos em web-aulas podem ser classificados em:

• Vídeos na Web – São os vídeos de acesso público liberado, disponibilizados em sites


externos (Youtube.com, por exemplo) e que podem ter sua visualização “linkada” no
conteúdo do módulo. Uma vez que os vídeos são acessados no site que os hospeda,
não há quebra de direito autoral.
• Vídeos em arquivos, DVDs, etc. – São os vídeos que já estão prontos, seja de sua
autoria ou produzidos por terceiros. Neste caso, se os vídeos não forem de autoria
do próprio professor, seu uso no conteúdo da disciplina deverá ser solicitado ao
proprietário dos direitos sobre eles. Entre em contato com a Assessoria ao Professor
para maiores esclarecimentos.

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 30


Antes de serem inseridos nos módulos, todos os vídeos são preparados, ou seja, se for
necessário, são editados para extração e encadeamento das partes ligadas ao conteúdo.
Se necessário, são acrescidos efeitos e destaques de acordo com os pontos-chave expos-
tos, e por fim convertidos para o formato web.

CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES
Mesmo após a conversão para a web, o tamanho dos arquivos de vídeo ainda serão maiores
que os de outras mídias. Outro ponto a ser observado é o de que o tamanho do arquivo será
proporcional à duração do vídeo. O tamanho do arquivo terá impacto na qualidade de exibição
do vídeo quando visto pelos alunos. Principalmente pelos alunos que não tiverem acesso à
internet por “banda larga”, ou seja, a grande maioria. Estes irão ver os vídeos partidos (com
pausas no carregamento) ou terão de esperar um tempo maior para assisti-los. Por estes
motivos, dê preferência a vídeos de curta duração: de 5 a 10 minutos no máximo.

É POSSÍVEL REALIZAR FILMAGENS PARA UM MÓDULO OU DISCIPLINA?

Das produções de mídia, a de vídeos é a mais trabalhosa, demorada, e portanto onerosa.


Ela se dá em várias etapas (roteiro, filmagem, edição de áudio e vídeo, pós-produção,
entre outras) e exige a participação de diversos profissionais especialistas (roteirista, dire-
tor, editor, e em alguns casos atores e figurantes). Portanto, a indicação de seu uso deve
ser pautada na real necessidade do recurso para o entendimento dos módulos.

Esta solução deve ser discutida no projeto pedagógico/planejamento da disciplina, pois


pode envolver custos extras. Entre em contato com a FUMEC Virtual para maiores
esclarecimentos.

É POSSÍVEL ENTREGAR UM CD OU DVD COM OS


VÍDEOS DA DISCIPLINA PARA OS ALUNOS?

Algumas disciplinas podem necessitar de um maior número de vídeos e/ou de vídeos


de maior duração que não seriam facilmente acessíveis aos alunos via internet. Nestes
casos, podem ser confeccionados e entregues aos alunos DVDs com todos os vídeos
da disciplina, e esses DVDs podem estar referenciados no material didático on-line ou
impresso, quando necessário.

Esta solução deve ser discutida no projeto pedagógico/planejamento da disciplina, pois


envolve custos extras (CDs, DVDs, duplicação, impressão, etc.).

COMO INDICAR IMAGENS (ILUSTRAÇÕES, FOTOS, GRÁFICOS, ETC.)?

Para a indicação de inserção de imagens (ilustrações, fotos, infográficos, fluxogramas,


quadrinhos, charges, gráficos, etc.), utilize textos coloridos em azul, iniciados pelo desta-
que “Imagem:”.

Quando necessário, acrescente comentários para a equipe de produção (por exemplo,


para destacar observações sobre a imagem).

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 31


Exemplos:

Indicação no texto Resultado final

Imagem de arquivo enviado pelo professor. Sem legenda.

Imagem: Psico 03 – vigotsky.jpg

Imagem de arquivo enviado pelo professor + legenda.

Imagem: Psico 03 – vigotsky.jpg Legenda: Lev Semenovich


Vygotsky, autor de Pensamento.

Lev Semenovich Vygotsky,


autor de Pensamento.

Indicação de imagem sem arquivo enviado + legenda.

Imagem: Inserir imagem de uma professora auxiliando a um


aluno na sala de aula. Legenda: Abordagem interacionista.

Abordagem interacionista.

Indicação de imagem sem arquivo enviado. O resultado final se


deu com a confecção de uma ilustração.

Imagem: Inserir imagem de treino de luta entre soldados


romanos.

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 32


Imagem extraída do site Wikipedia.org + legenda e fonte.

Imagem: Inserir imagem de termas romanas. Legenda: Termas


romanas. Fonte: Site Wikipedia.org – endereço: http://
es.wikipedia.org – acesso em 03/06/2008.
Termas romanas. Fonte: Foto extraída do
site Wikipedia.org em 03/08/2008.

Indicação de imagem em 3D com observações + legenda.

Imagem: Inserir imagem 3D ou foto que exiba o arremesso da


bola destacando o ângulo de 90 graus formado pelos braços
conforme exposto no texto acima. Legenda: Posição dos braços
durante o arremesso da bola.

Posição dos braços durante


o arremesso da bola.

Indicação de imagem em 3D com observações + legenda.

Imagem ou Animação: Inserir imagem 3D ou fotos mostrando


a sequência de movimentos do arremesso de peso conforme
as imagens de referência anexas. Legenda: Seqüência de movi-
mentos da prova de arremesso de peso.
Sequência de movimentos
da prova de arremesso de peso.

COMO INDICAR ANIMAÇÕES?

Para a indicação de inserção de animações, utilize textos coloridos em azul iniciados pelo
destaque “Animação:”.

Para o correto entendimento da animação a ser produzida, descreva-a em etapas, passo


a passo, numerando-as.

Quando necessário, acrescente comentários para a equipe de produção (por exemplo,


para destacar orientações sobre a animação).

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 33


Exemplos:

Indicação no texto Resultado final

Animação: Mostrar as etapas do arremesso de peso conforme


os passos descritos a seguir.

PASSO 1

Empunhadura

O atleta segura o peso, de modo que este peso fique repousa-


do sobre a base (calo) dos dedos. Os dedos mínimo e polegar
servem de apoio lateral, enquanto que os outros três dedos da
mão ficam ligeiramente afastados. O peso não deve ser seguro
sobre a palma da mão.

PASSO 2

Posição inicial

O arremessador posiciona-se de pé e de costas para o setor


de arremesso. Sendo destro, o arremessador deixará o peso
do seu corpo recair sobre a perna direita, enquanto a esquer-
da fica ligeiramente afastada atrás, apoiando-se na ponta dos
dedos dos pés. Posiciona o implemento junto ao pescoço e
realiza o abaixamento, preparando-se para o deslocamento.

PASSO 3

Deslocamento

O atleta destro flexiona o tronco para a frente e leva a perna


esquerda para trás e para cima. A inclinação do tronco aumen-
ta e os quadris são levados para trás, provocando um desequi-
líbrio. Após esta sequência, inicia-se o deslocamento, quando
a perna esquerda é lançada energicamente para trás e para
baixo, ao mesmo tempo em que a perna direita sofre um deslo-
camento para trás, no sentido do arremesso.

PASSO 4...

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 34


COMO INDICAR A INSERÇÃO DE VÍDEOS?

Para a indicação de inserção de vídeos, utilize textos coloridos em azul iniciados pelo
destaque “Vídeo:”. Para o correto entendimento do vídeo a ser editado/produzido, descre-
va-o em etapas, passo a passo, numerando-as. Quando necessário, acrescente comentá-
rios para a equipe de produção (por exemplo, para destacar orientações sobre o vídeo).

Exemplo:

Indicação no texto Resultado Final

Arquivo do vídeo enviado pelo professor.

Vídeo: AtAquaticas 07 – nado costas.avi

Arquivo do vídeo enviado pelo professor + legenda.

Vídeo: AtAquaticas 09 -boiando.avi Legenda: Flutuações em


decúbito ventral (barriga voltada para baixo), em decúbito
dorsal (barriga voltada para cima) e grupada. Fonte: Autoria
própria.
Flutuações em decúbito ventral
(barriga voltada para baixo), em decúbito dorsal
(barriga voltada para cima) e grupada.

Arquivo do vídeo enviado pelo professor + observações e


legenda.

Vídeo: AtAquaticas 12 -puxada.avi Destacar a direção da


puxada conforme descrito no texto. Legenda: A direção da
puxada. Fonte: Autoria própria.

A direção da puxada.

Indicação de vídeo do Youtube.com + legenda.

Vídeo: Inserir vídeo do site YouTube.com Endereço: http://


www.youtube.com/watch?v=3R2N2pxS Legenda: O nado
crawl.

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 35


13 - Perguntas mais frequentes

Elaboração de Material Didático: Portaria de Nº 006/2009


1. Como ocorrerá a contratação para elaboração do material didático? Há algum vínculo
com o contrato que o professor já tenha com a instituição?
A contratação para elaboração do material didático independe do vínculo que o profes-
sor já tenha com a instituição. A unidade celebrará um novo contrato específico para
produção de material didático para EaD.

2. O material didático elaborado pode ser utilizado como material de apoio para a disci-
plina ministrada no curso presencial dos cursos da Universidade Fumec?
Para utilização do material didático disponibilizado no Ambiente virtual de aprendiza-
gem, o professor deverá fazer uma solicitação por escrito para o Coordenador do curso
informando-o sobre o desejo de utilizar o material como apoio às aulas presenciais e
aguardar essa autorização por escrito do coordenador do curso.

3. Em relação ao contrato para a elaboração do material didático para EaD, em qual setor
é feito e como são realizados os pagamentos?
O contrato é realizado na Faculdade em que ocorre o curso, e de acordo com a portaria
006/2009, art. 4º parágrafo 2º, a remuneração será feita mediante RPA (Recibo de
pagamento de pessoa autônoma), em 3 parcelas, sendo a primeira após a conclusão
de 30% do material didático, a segunda após a entrega de mais 30% e a terceira após
os 40% restantes.

A FUMEC Virtual é responsável apenas por encaminhar os dados do professor, infor-


mando à Unidade que esse professor está apto a receber a parcela correspondente ao
percentual de material já elaborado.

4. O material passará por uma revisão textual para ser elaborado, conforme o novo acor-
do ortográfico?
A revisão ortográfica do material didático ficará a cargo de cada unidade, pois a Fumec
Virtual não conta em seu quadro de funcionários com um especialista para adequar o
material ao novo acordo ortográfico.

5. Posso utilizar textos disponibilizados via web para a elaboração do material didático?
Eles são de domínio público?
É preciso consultar os sites, pois nem todo material disponibilizado via web é de domí-
nio público. Uma alternativa que sugerimos é fazer um link do texto a ser utilizado, de
modo que o aluno tenha acesso ao material na fonte em que ele foi disponibilizado,
não deixando nenhum registro de armazenamento nos servidores da Universidade.

6. Quais os tipos de imagem da web podem ser utilizadas em um módulo?


Recomendamos que o professor utilize imagens de sites “free”, pois estas são gratui-
tas. Caso não seja possível identificar se a imagem pertence a um site “free”, orienta-
mos ao professor usá-la como imagem exemplo, e o designer realizará a produção de
outra imagem semelhante a esta.

7. A descrição das imagens faz parte da contagem de caracteres?


Atualmente não contamos os caracteres da descrição das imagens, pelo fato de essa
descrição não constar no material a ser disponibilizado para o aluno.

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 36


8. Como usar trechos de filmes e vídeos da internet para a elaboração do material didático?
Orientamos a utilizar diferenciados recursos para a elaboração do material didático, no
intuito de promover ao aluno a oportunidade de enriquecer seu aprendizado, por meio
do conteúdo teórico e áudiovisual. Sendo assim, caso haja trechos de vídeos ou filmes
que sejam interessantes para o enriquecimento do material, disponíveis na web, como
youtube, uol, etc., o professor deverá informar os links em que o(s) vídeo(s) está(ão)
disponível(eis), para que esse(s) vídeo(s) seja(m) incluído(s) no módulo, de forma que
o aluno, ao clicar para visualizá-lo(s), seja redirecionado à pagina específica em que
ele(s) se encontra(m).

9. Quais são os tipos de citações permitidas no material? Quando podem ser usadas?
Qual o quantitativo máximo de citações que podem constar no módulo?
Devido à lei 9610/98, que regulamenta os direitos autorais, é recomendável que o profes-
sor utilize somente as citações em que há a devida autorização de uso pelo autor da obra.
Pois a lei não mensura percentual para permissão de uso. Ela preconiza que não constitui
ofensa aos direitos autorais a reprodução de obras, desde que seja sem fins lucrativos.
Neste caso, como o material didático é disponibilizado em uma sala de aula virtual com
direitos garantidos à Universidade FUMEC, faz-se necessário que o professor-autor soli-
cite a autorização ao autor de uma obra, caso seja do seu interesse o uso de citações.
Em relação à quantidade mínima de citações em um módulo, caso o professor tenha a
autorização para utilizar citações de algum autor, esse professor é orientado a utilizar
de forma sucinta, pois o material didático é desenvolvido numa linguagem dialógica,
em que a voz do professor-autor deve prevalecer sobre os demais autores.
Com essas orientações, buscamos resguardar nosso trabalho, respeitando o que
preconiza a lei 9610/98 (direito autoral).

10. O professor poderá utilizar textos de sua autoria já divulgados em outros meios (revis-
tas, jornais, livros, sites)?
O material de autoria do professor cujos direitos já foram cedidos a outrem, poderá
ser utilizado mediante uma autorização por escrito, permitindo a veiculação do texto
no material didático elaborado para os cursos a distância.

11. A Fumec Virtual realiza edições de vídeos/filmes para serem inseridos nos módulos?
Respeitando o que preconiza a lei dos direitos autorais, a equipe da Fumec Virtual não
realiza edições de vídeos disponibilizados em outros sítios eletrônicos.

12. Se houver necessidade, a Fumec Virtual fotografa e filma procedimentos/palestras


para serem inseridos nos módulos?
Sim. É preciso realizar um contato com a equipe de produção, a fim de agendar data
e horário com antecedência para realização desse trabalho, que demanda tempo, por
isso a importância de elaborar um cronograma com as datas e atividades a serem
desenvolvidas e respeitá-lo.

13. O professor pode utilizar fotos do seu acervo pessoal nos módulos?
Para utilizar fotos de seu acervo pessoal, o professor deverá encaminhar as imagens
para a equipe de produção, que avaliará a nitidez dessas imagens para serem inseri-
das no material, assim como deverá encaminhar também uma declaração de cessão
dos direitos da imagem para utilização no material didático dos cursos a distância da
Universidade Fumec.

14. Qual o tipo de linguagem a ser utilizada na elaboração do material didático? Como
escrever abrindo mão dos grandes autores?
Em EaD, é necessário que se adote uma linguagem didática e dialógica, a fim de
facilitar os estudos e a aprendizagem do aluno. Desse modo, o texto se constitui num
diálogo estabelecido entre o professor/teóricos/aluno, promovendo assim uma maior
interação do aluno com o texto, propiciando uma aprendizagem significativa.

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 37


Desse modo, orientamos que o professor utilize uma linguagem conversacional, rica
em exemplos, de modo que o conteúdo seja cotidianizado e se torne assim o mais
autoinstrucional possível.

15. O Texto de Boas-vindas e Apresentação podem ser disponibilizados em um único


tópico?
Sim. O texto de boas-vindas é uma abertura ao diálogo entre o professor e o aluno, em
que o professor demonstra-se acolhedor ao aluno, tornando-se seu parceiro na busca
da construção do conhecimento.

Em relação ao texto de apresentação, este já aborda uma pequena explanação sobre o


assunto a ser estudado, para que o aluno tenha uma prévia sobre os pontos-chave de
discussão que serão apresentados no módulo e se empenhe em estudá-los.

16. Todos os módulos devem apresentar atividades?


Em relação às atividades avaliativas, elas são inseridas no módulo conforme preconi-
za o guia de orientações para a escrita do material didático, sendo que 2/3 do total
de módulos devem apresentar atividades avaliativas, e entre estas 50% devem ser
discursivas.

17. Quantos caracteres deve apresentar um módulo? E como proceder, caso se ultrapasse
a contagem máxima?
De acordo com a Portaria nº. 006/2009, um módulo deverá ter no mínimo 16.000
caracteres e no máximo 18.000 caracteres, incluindo os espaços. No caso de ultra-
passar os 18.000 caracteres, solicitamos ao professor que reveja o material, com o
intuito de adequá-lo ao que preconiza a portaria. Não sendo possível, orientamos a
compensação nos módulos subsequentes.

18. Quantos módulos são produzidos para uma disciplina de um curso de graduação?
Conforme preconiza o artigo 6º, inciso I da portaria 06/2009, para os cursos de
graduação, o professor deverá elaborar seu material didático correspondente a 66%
da carga horária da disciplina, dividido por quatro.

Sendo assim, para as disciplinas de 72 horas/aula, teremos 12 módulos a serem


elaborados, e para as disciplinas de 36 horas/aula, teremos 6 módulos.

19. Há uma distinção em percentual de elaboração do material didático para cursos de


graduação e pós-graduação?
Sim, de acordo com o artigo 6º, inciso II da portaria 06/2009, para os cursos de pós-
-graduação, o professor deverá elaborar seu material didático correspondente a 80%
da carga horária da disciplina, dividido por quatro.

Sendo assim, para as disciplinas de 28 h/aula, teremos 6 módulos a serem elaborados,


e para as disciplinas de 24 h/aula, teremos 5 módulos.

20. Qual o valor a ser recebido ao final da produção?


O valor a ser recebido é o estipulado na portaria de Nº 006/2009, que varia de acor-
do com a carga horária da disciplina, bem como com o número de módulos a serem
elaborados.

21. Quanto tempo tenho para escrever o material?


De acordo com o que preconiza o MEC, é importante que, ao iniciar a disciplina/curso,
o material didático esteja pelo menos 50% produzido. Sendo assim, ao iniciar os
trabalhos, é elaborado um cronograma de desenvolvimento do material didático, de
forma que os módulos sejam entregues em um prazo adequado para a realização do
processo de transposição pedagógica e produção multimídia, em tempo hábil para o
início da disciplina/curso.

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 38


22. Após a conclusão da escrita do material, é possível a utilização desse material pelo
professor, em outros ambientes que não seja a Universidade FUMEC?
Segundo o que preconiza a Portaria de Nº 017/2014, uma vez assinado o contrato de
elaboração de material didático para EaD, o professor cede os direitos autorais, da voz
e da imagem à Universidade FUMEC, não sendo permitida a utilização deste material
por parte do professor-autor, fora das instalações da Universidade FUMEC, sem a
devida autorização dessa instituição.

Ambiente Virtual de Aprendizagem


1. O sistema faz lançamento das notas direto no SINEF?
Trabalhamos com dois sistemas distintos. No ambiente virtual de aprendizagem (plata-
forma Webensino), o professor lançará o percentual de rendimento dos alunos em
cada atividade avaliativa. A nota propriamente dita será lançada no SINEF. Os siste-
mas não são integrados, por isso a necessidade dos dois lançamentos.

2. Na biblioteca virtual (do ambiente de aprendizagem) o professor pode disponibilizar


artigos e capítulos de livros como leitura complementar para o aluno?
Só poderão ser disponibilizados na biblioteca virtual do A.V.A os textos cuja veicula-
ção esteja de acordo com o que preconiza a lei de direitos autorais.

3. As atividades presenciais são remuneradas? Como se dá a remuneração da carga


horária de gestão de sala de aula virtual?
As atividades presenciais, assim como a gestão da sala de aula virtual, estão incutidas
na carga horária que o professor já possui na instituição.

4. O contrato também estabelece o quantitativo de horas que devo estar à disposição da


EaD? E como estas horas são pagas?
Não. A execução da disciplina virtual, bem como a gestão da sala de aula virtual, não
é considerada na Portaria de Nº 017 /2014. Neste caso, o professor deverá procurar
a direção de ensino de sua Unidade para maiores informações sobre a carga horária
semanal destinada ao acompanhamento das disciplinas em EaD.

5. Qual o prazo estabelecido para correção das atividades avaliativas?


Orientamos aos professores que corrijam as atividades avaliativas em até 10 dias úteis
após o encerramento dessas atividades no AVA, a fim de que não gere acúmulo de
correções e o aluno tenha seu quadro de desempenho devidamente atualizado.

6. Qual o prazo para o atendimento ao tira-dúvidas?


Solicitamos que o atendimento ao tira-dúvidas deva ser realizado no prazo de 24 horas
(o ideal) e até 48 horas o aceitável, em dias úteis.

7. Os recessos acadêmicos serão levados em consideração para gestão da sala de aula


virtual?
Em EaD, não trabalhamos com o recesso, portanto o professor deverá seguir o
cronograma estabelecido pela coordenação do curso.

8. É permitida a reabertura de atividades avaliativas disponibilizadas no Ambiente Virtual


de Aprendizagem?
Não. Orientamos ao professor que siga as orientações da Coordenação do Curso,
todavia entendemos não ser conveniente a reabertura de tais atividades, uma vez que
uma das características da modalidade de EaD é o desenvolvimento da autonomia do
aluno, de forma que ele conduza seu processo de aprendizagem de forma proativa,
cumprindo com os cronogramas de estudo propostos, tornando-se o “gestor de sua
própria aprendizagem”.

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 39


15 - Palavra Final
Chegamos ao final. Esperamos que este Guia tenha cumprido com o objetivo de auxiliá-
-lo na elaboração de material didático para educação a distância e, principalmente, que
tenhamos contribuído para uma abertura de horizontes sobre esta modalidade educativa
de se ensinar e de se aprender.

Desejamos sucesso e boa sorte!

Coordenadora Pedagógica da FUMEC VIRTUAL

Gabrielle Nunes Paixão

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 40


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PORTARIAS
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Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 55
Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 56
TEXTOS PARA
LEITURA

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 57


TEXTO 1

Check list para elaboração de


material didático para EaD

1º passo: Objetivos de aprendizagem


Para que os objetivos de aprendizagem sejam significativos, é necessário refletir sobre as
seguintes questões:

• Quais os conceitos a serem aprendidos?


• Quais as habilidades a serem dominadas?
• Quais as competências a serem desenvolvidas?

Exemplo

Ao final dos módulos espera-se que o aluno seja capaz de:

• Descrever as semelhanças e diferenças entre ensino e educação a distância.

CHECKLIST
1. O objetivo geral indica um resultado de aprendizagem adequado ao tópico em questão?
2. O objetivo geral inclui resultados esperados como conhecimento, habilidades, atitu-
des, etc?
3. O objetivo geral é relevante para os objetivos do curso?
4. O objetivo geral começa com um verbo?
5. O objetivo geral é claro, conciso e bem definido?

2º passo: Pensando no aluno


Algumas questões que não devem ser esquecidas quando se produz material didático
para EaD.

• Qual é o meu público-alvo?


• Qual o universo deste aluno?
• O que é importante que o aluno aprenda?
• O que ele conhece sobre o assunto a ser desenvolvido?

VÍDEO
“O Espelho tem Duas Faces”

www.youtube.com/watch?v=PONvN4QUmYM

Diálogo: Docente – Conteúdo - Aluno


3º passo: Preocupando com a linguagem
O texto para a EaD é sempre dialógico. Pressupõe um forte diálogo com o aluno. O estilo
de escrita recomendado é o Conversacional (conversa com o aluno), em que o professor
autor fala com os alunos por meio da escrita, sendo amigável e incentivador, envolvendo-
-os em um diálogo. Deve-se utilizar sempre um estilo pessoal, dirigindo-se ao aluno como
“você” e referindo-se a si mesmo como “eu”.

Ressaltamos alguns pontos quanto à linguagem a ser usada nos textos. É recomendável
que você:

• Redija de modo preciso, simples, objetivo e coloquial;


• Escreva parágrafos que traduzam de forma clara as ideias nele contidas;
• Use linguagem dialógica, em estilo conversacional, use “você”, “eu” e “nós”;
• Prefira palavras que sejam mais familiares aos alunos;
• Use frases curtas;
• Expresse as ideias, sempre que possível, de forma positiva;
• Redija de modo preciso, simples, objetivo e coloquial;
• Explique os termos técnicos e, se possível, exemplifique-os;
• Escolha palavras concretas, mais significativas;
• Crie “pausas pedagógicas” para permitir que o aluno reflita sobre o conceito apre-
sentado;
• Utilize exemplos sempre, eles ajudam a tornar mais clara a sua mensagem;
• Utilize ao máximo, metáforas e analogias, como recurso de motivação e interesse.

EXEMPLO 1

“Vamos imaginar que na sua turma, há um número variado de experiências esportivas


de alunos que praticam ou já praticaram. Geralmente, dentre as vivências, poucas
dizem respeito ao atletismo. Mas será que as modalidades que você praticou não
possuem nenhuma relação com esse esporte? Ou com as habilidades básicas do
atletismo que são correr, saltar e lançar?

Por exemplo, você joga futebol, possui várias habilidades específicas para essa práti-
ca. Mas, qual seria a principal habilidade que você, como jogador, utiliza durante todo
o jogo?

CORRER!...

Então? Será que você já não praticava uma certa forma de atletismo? Ou ainda, será
que ao praticar atletismo você adquire certas habilidades que contribuiriam para que
no futuro, caso queira, possa praticar o futebol?

Constantemente em escolas de esportes, percebemos que os pais querem que os


seus filhos aprendam a jogar futebol em um mês, mas estes meninos ainda não
sabem nem correr! Correr com a bola ou atrás dela então... é mais difícil ainda.”

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 59


EXEMPLO 2

“Imagine, se você fosse empresário, quais seriam os motivos que você teria para
fazer um projeto de viabilidade econômico-financeira? É claro que, se estamos falan-
do hipoteticamente, você pode usar sua imaginação e relacionar várias razões.

Para lhe ajudar, vamos pensar primeiro no que seria um projeto de viabilidade finan-
ceira. De forma pouco técnica e fácil de entender, a gente pode dizer que se trata
de um estudo em que queremos saber quanto dinheiro precisamos para investir em
um empreendimento qualquer e quanto ganharíamos de volta. Portanto, estamos
falando de uma ação que seja produtiva na medida em que nos dará a chance de ter
ganho financeiro no futuro. Se você já sabia disso, ótimo. Se não, espero que tenha
compreendido”.

EXEMPLO 3

“O anteprojeto é o passo inicial para desenvolvermos um projeto, mas por que preci-
samos de um anteprojeto? A elaboração de um projeto é uma decisão estratégica e
demanda custos e utilização de recursos. Empenhar esforços em um projeto que não
será aprovado é desperdício de recursos, além de reduzir a capacidade produtiva da
equipe”. (...)

“Como você percebeu, ambas são ótimas considerações sobre sustentabilidade. Você
se lembra que o projeto do operador de processo de moagem foi reprovado pelo títu-
lo? A elaboração de um projeto deve fornecer um conjunto de informações coerentes.
Se as informações divergirem ao longo do documento é sinal de que o planejamento
foi mal elaborado”.

4º passo: Direitos Autorais


É necessário acatar as leis de direitos autorais, ou seja obter permissão dos detentores
dos direitos autorais, isto é, dos autores, editores e instituições, para usar ou reproduzir
seu trabalho em materiais de ensino.

LEI
Leia a Lei de Nº 9610 de 1998.

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 60


5º passo: Roteiro de organização do conteúdo

COMPOSIÇÃO DO MÓDULO

Desenvolvimento Atividades
Apresentação Síntese
do conteúdo Avaliativas

Discursivas
Boas-vindas/ Síntese do
Texto Base - Envio de Arquivo
Apresentação Conteúdo
- Fórum
(Pós-graduação)

Fechadas
- Objetivas
Objetivos Exemplos Referências - Múltipla Escolha
- V ou F

5.1 TEXTO DE BOAS-VINDAS E APRESENTAÇÃO

Ao iniciar o módulo a ser veiculado através da modalidade de EaD faz-se necessário uma
apresentação, isto é, uma página de abertura que represente uma “conversa” com o
aluno. Essa página de abertura corresponde aos momentos iniciais de uma aula, quando
o professor dá boas vindas e se apresenta, à turma.

Exemplo:

“Caro aluno, seja bem-vindo! Estamos começando, hoje, a disciplina de

Capacitação Tecnológica. Estudar a distância é uma experiência fascinante. Estou


contando com você, com a sua disposição para muito esforço e disciplina. Bons
estudos e boa aprendizagem!”

5.2 TEXTO DE BOAS-VINDAS E APRESENTAÇÃO

A apresentação dá uma visão geral do módulo, visando contextualizar os alunos sobre os


temas que serão trabalhados. Deve considerar informações detalhadas, porém não muito
longas, de forma que o aluno compreenda a proposta do módulo e o que se espera de
sua participação.

Exemplo:

“A disciplina (...) irá tratar especificamente dessa área no contexto da Educação


Básica (Ensino Infantil, Fundamental e Médio). Estaremos, então, ao longo do
nosso estudo, refletindo sobre ela, mas, lembrando sempre deste contexto! Antes,
porém proponho um desafio: reflita sobre as questões propostas abaixo: O que é
educação? Pense, reflita!

Alguma vez você já parou para pensar quem, onde e quando pela primeira vez, teve-se a
ideia de associar a Educação Física à educação integral do homem? (...)

Nessa disciplina, veremos como se deu o processo de escolarização ao longo dos


tempos e qual lugar a Educação Física ocupa neste processo, procurando explorar as possí-
veis reflexões sobre as questões propostas”.

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 61


5.3 OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

Objetivo de aprendizagem é algo preciso e muito específico, ele deve expressar o compor-
tamento que se espera do aluno no final de uma aula ou de um módulo. Esses objetivos
propiciam ao professor e ao aluno uma indicação clara e concreta sobre onde se quer
chegar, além de orientar o professor a planejar suas aulas.

Exemplo:

Ao final do módulo você deverá ser capaz de:

• Indicar os principais fatores motivacionais que levam os empresários a investir.


• Identificar os conceitos contábeis aplicados na elaboração de projetos de investi-
mento.

5.4 GLOSSÁRIO

Quando, ao longo do texto, utilizar termos ou expressões técnicas que necessitem uma
explicação para garantir um melhor entendimento do conteúdo pelo aluno, anote-os junta-
mente com as respectivas definições.

5.5 DESENVOLVIMENTO DO CONTEÚDO

Texto base a ser elaborado apresentando o conteúdo da disciplina conforme os parâme-


tros estabelecidos no 3º passo.

5.6 SÍNTESE DO MÓDULO (RECAPITULANDO)

Os principais conceitos apresentados no conteúdo devem ser reforçados. Dessa forma,


apresente os pontos principais abordados durante o módulo. Ao término de cada módulo
é muito importante estabelecer vínculos entre os assuntos tratados. Essa lógica facilita a
leitura e entendimento dos temas propostos.

Exemplo:

“Em relação aos crimes contra a organização do trabalho, você pôde perceber a
importância que o legislador confere a condutas que lesem um dos direitos mais
essenciais em nível coletivo: o trabalho. Foi possível também ter ciência das novas
alterações do Código Penal no que concerne aos antigamente denominados crimes
contra os costumes. E, ainda, analisar as circunstâncias em que os direitos à reli-
giosidade são resguardados penalmente.

Adentraremos agora as noções de processo penal, o que complementará nossos


estudos em matéria penal. Bons estudos e ótima aprendizagem!”

5.7 REFERÊNCIAS

Relacione todo o material consultado para elaboração do conteúdo e insira ao final de


cada módulo.

No projeto pedagógico do curso ao qual a disciplina está vinculada deverão constar 5


referências, sendo 2 básicas e 3 complementares.

Tais referências devem, obrigatoriamente, constar no material didático da disciplina a ser


elaborado. No entanto, nos módulos não há que se fazer distinção entre referência básica
e complementar.

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 62


Mínimo de referência a ser inserida em cada módulo: 1, desde que no total de módulos
a serem elaborados constem as 5 referências listadas no projeto pedagógico do curso.

5.8 ATIVIDADES AVALIATIVAS

As atividades avaliativas são aquelas que resultarão em avaliação por parte do professor,
uma vez que serão publicadas no Ambiente Virtual de Aprendizagem. São atividades que
possibilitam ao aluno refletir sobre o conhecimento adquirido, com o objetivo de garantir
a compreensão e assimilação do conteúdo. Para atividades desse tipo será necessário
indicar os critérios de avaliação que serão utilizados.

Exemplo:

• Atividades com questões discursivas


• Atividades com questões objetivas
• Atividades com questões múltipla escolha
• Atividades com questões de V ou F
• Fórum

ATENÇÃO
• 66% (2/3) dos módulos a serem desenvolvidos devem apresentar atividades avaliativas,
sendo que o mínimo são 4 atividades ( pós-graduação ) e 8 atividades (graduação).
• 50% das atividades avaliativas serão atividades discursivas ( atividades com questões
abertas, trabalho em grupo e fórum) e 50% em questões fechadas.

Exemplo:

Nº de Módulos Nº de Módulos com


Disciplinas Carga Horária Nº de Módulos com atividades atividades avaliativas
avaliativas discursivas
Gestão de Serviços (Pós) 20 4 3 2
Análise de Ambiente Econômico (Pós) 24 5 3 2
Gestão Financeira 28 6 4 2
Fundamentos Sociol. da Educação (Pós) 30 6 4 2
Procedimentos e Inst. Pesquisa (Pós) 35 7 5 3
Diagnóstico e Intervenção (Pós) 45 9 6 3
Processo de Aprendizagem (Pós) 48 10 6 3
Educação e Diversidade (Pós) 52 11 7 4
Medidas e Avaliação (Graduação) 72 12 8 4
Bioética (Graduação) 36 6 4 2

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 63


6º passo: Revisando o conteúdo
Com o conteúdo pronto é hora de revisar alguns aspectos importantes da elaboração:

• Como está o tratamento ao aluno?


• O conteúdo segue uma sequência lógica?
• O conteúdo está objetivo?

7º passo: Itens relevantes


O material didático elaborado para EaD, não poderá apresentar:

• Parágrafos longos;
• Excesso de uso de linguagem técnica;
• Saltos na explicação do conteúdo;
• Distanciamento do aluno.

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 64


TEXTO 2

O uso da linguagem. Por que tanta


preocupação e tanto cuidado?
Ana Paula Abreu-Fialho
José Meyohas

Planejamento e elaboração de material didático impresso para EAD - elementos instrucio-


nais e estratégias de ensino

Meta
Apresentar meios e técnicas de como fazer uso adequado da linguagem para EAD.

Objetivos
Ao final desta aula, você deverá ser capaz de:

1. introduzir elementos de pessoalidade em um texto;


2. substituir expressões por uma só palavra sem alterar sentido da frase;
3. detectar e substituir vocábulos inadequados a um texto instrucional para EAD;
4. ordenar de maneira direta uma sentença;
5. usar perguntas retóricas em um texto;
6. construir sentenças curtas.

Pré-requisitos
Gostaríamos que você marcasse a que horas começou a estudar. Além disso, manter ao
seu lado um bom dicionário talvez seja necessário...

Prólogo
Indagando-se pode estar, acerca da relevância de unidades didáticas, um par delas, relati-
vas a conceituações e estratagemas endereçados à elaboração da escrita de um determi-
nado conteúdo, em volume impresso, para proceder ao ato pedagógico na modalidade em
que aquele que ensina e o outro, o que visa instruir-se, separados estão, o leitor. A este,
ministraremos, nos três parágrafos que se seguem, breve explanação.

Acredita-se que, de priscas eras, advenha, desde imemoriáveis tempos em que se deu,
pelo homem, a iniciação da implementação de ação continuada no sentido de envolver-se
em processos de transmissão e recepção de mensagens, para tanto, na representação por
signos e gráficos fiando-se, a basilar estimação pela elocução escrita.

Posto que, ainda, hodiernamente, não nos é factível prescindir, portanto improvavelmente
o será, de tal artifício da transmissão e recepção entre interlocutores adjacentemente
localizados ou temporalmente e espacialmente separados, com vistas a estabelecer, de
fato, entre as partes, a comunicação, mandatório nos é não deixarmos de empenharmo-
-nos, no que à busca por fatores, recursos e elementos lingüísticos alude, à culminação
da não-obscuridade e ininterrupta objetividade de nossos escritos, sob infortúnio de não
se lograr a veiculação da expressão das acepções originais, da semântica primeira, ambas
que pelo autor da epístola foram intentadas.

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 65


Quando da apresentação de teores peculiares a cada campo de saber, no intuito de reali-
zar entre a realidade apresentada e o aprendiz não adjacentemente localizado, conexões,
além de possibilitar a apreensão eficiente e inequívoca do conteúdo em questão, a utili-
zação desta que se denomina linguagem é ferramenta de suma estimação, para a qual é
indubitavelmente imperativo o domínio por parte deste imediato leitor e porvindouro autor.

Neste sentido, ficam clarificadamente as razões pelas quais o leitor desta deve ater-se
firme, dedicada e cuidadosamente a tais unidades didáticas expostas.

Agora, sim: introdução


Imagine-se aluno de EAD e responda: gostou do “prólogo” que acabou de ler?

Aposto que sua resposta foi NÃO. Pois, nem nós... Aluno algum poderia ter gostado de
“coisa” tão imprecisa, cheia de expressões de efeito, sem objetividade, com falta de
clareza generalizada e – o que é pior – pedante. Afinal, haverá alguém que goste de não
entender aquilo que precisa entender? Ou que fique cheio de dúvidas sobre o assunto?

Ou que passe a ter mais dúvidas ainda do que as que já tinha?

Esse prólogo deu um enorme trabalho para ser escrito exatamente pelas características
(listadas no parágrafo anterior) que o fazem tão incompetente na transmissão de uma
mensagem. São 292 palavras e muito pouco significado... É justamente assim que não se
deve escrever, em especial para EAD.

UMA AULA, UMA CONVERSA, NUNCA UMA CONFERÊNCIA!

ATIVIDADE 1

Mas as pessoas da sala de jantar...

Imagine que você foi convidado para um jantar por um casal de amigos. Você aceitou o convite e, na data e
hora combinados, você se dirigiu ao endereço que eles lhe deram. Ao chegar, toca a campainha e...

1. é recebido pelo mordomo, que lhe encaminha à sala de estar; de lá, você pode ver a mesa posta para
a refeição: há dois pratos (um em cima do outro) apoiados em um suporte, três taças (uma de cada
tamanho), três garfos do lado esquerdo, três facas do direito e mais três talheres de sobremesa na
frente dos pratos; isso, claro, para cada pessoa;
2. é recebido pelo casal, que vai com você até a sala de estar; de lá, você pode ver a mesa posta para a
refeição: nada de incomum, exceto as lindas taças destinadas a um bom vinho tinto; que, inclusive, já
estão sendo abastecidas pelo seu amigo.

Diga: em qual situação você se sentiria mais confortável?

( )1 ( )2

Dê uma razão:

RESPOSTA COMENTADA

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 66


São muito baixas as chances de você ter respondido que se sentiria mais confortável em um ambiente com
tamanha formalidade como o descrito na situação 1. Várias podem ter sido as justificativas, e aqui listamos
sete possibilidades:

1. é muito formal;
2. é um ambiente pouco acolhedor;
3. não sei comer com todos aqueles talheres, nem o que beber com cada taça;
4. não me sinto à vontade quando sou recebido pelo mordomo, e não pelos meus amigos;
5. o ambiente me pareceu frio e distante;
6. acho desnecessária esta ostentação diante da realidade atual do país;
7. parecia que chegava à casa do meu chefe, e não de amigos.

Todas essas justificativas se referem, no fundo, à formalidade que está por trás de uma mesa posta com
quantidades de pratos, taças e talheres que são, pelo menos, o triplo do número de convidados. Isso para não
falar no mordomo e nos amigos que não vieram recebê-lo. Essa formalidade traz associada a si um distancia-
mento que não esperamos encontrar quando vamos à casa de amigos.

Ao pegar seu material didático impresso para estudar, o aluno espera se sentir indo a uma aula; em outras
palavras, ele espera ser recebido pelo professor, sem formalidades que o façam se sentir, de fato, a distância..

Uma das maiores dificuldades de nós, professores do ensino presencial, quando vamos
elaborar um material para Educação a Distância é entender que não estamos redigindo
capítulos de livros ou artigos científicos. É nos desprender da linguagem rebuscada - com
a qual estamos acostumados sem nos darmos conta.

Parece que, na hora em que nos sentamos para escrever, esquecemos de que quem está
“do outro lado” é um aluno como aquele que vemos em sala de aula. É um aluno que não
gosta de ler um texto frio e hermético tanto quanto um aluno que espera que o professor
entre em sala e dê aula não gosta de assistir a uma conferência. É um aluno que, assim
como o aluno presencial, provavelmente não entenderá boa parte da conferência, embora
possamos achar que ela esteja claríssima.

Você discorda? Pois vamos dar um exemplo de uma situação real que mostra como nos
enganamos a respeito da nossa capacidade de comunicação. Veja a história a seguir:

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 67


Uma vez estava dirigindo, com minha sobrinha, então com uns sete anos, no banco de trás. A certa
altura, ela vira-se para mim e pergunta:

- Tia, o que é maré?

Meu lado bióloga marinha estufou o peito, antecipando o que certamente seria a consagração do meu
maior momento como professora.

- Maré, Nina? Ok, vamos lá! Sabe quando você está na praia e de repente o mar vem e molha a
toalha da gente?

A menina impaciente retruca:

- Tia, não perguntei o que é MAR, perguntei o que é MARÉ!

- Calma, Nina. Para saber o que é maré, primeiro tem que saber umas coisas do mar!

Seguiu-se uma longa explicação, que para mim pareceu absolutamente impecável dada a minha
formação na área, minha experiência em sala de aula, e a aluna que o orgulho genético só me faria
considerar brilhante.

- Entendeu?

- Tia, acho que eu estou ficando surda...

- Surda, Nina?

- É, tia. Quer ver? Por exemplo, me pergunta o que é lápis!

Já meio frustrada, entrei na onda da minha adorável aprendiz.

- Nina, o que é um lápis?

- Uma coisa de madeira, fina e pontuda. Entendeu?

Parei, pensei, e acabei percebendo que, de fato, não estava satisfeita com a resposta.

- É, mas você poderia estar falando de um palito...

- É isso! Tá vendo, tia... Eu entendo o que você diz, só não entendo o que você quer dizer!

Diálogo real, narrado por Cristine Barreto (coordenadora do módulo).

Aconteceu há sete anos, entre ela mesma e sua sobrinha que tinha 6 anos na época.

Esse exemplo mostra o quanto podemos nos enganar em relação à nossa clareza.A tia
tinha certeza absoluta de que tinha dado a melhor das explicações sobre maré. Não foi o
que achou a sobrinha, que continuou sem saber o que havia perguntado.

Uma das maneiras de diminuir a dificuldade de os alunos entenderem um determinado


conteúdo é aproximá-lo deles. Isso pode ser feito de duas maneiras:

1. contextualizando, dando exemplos que concretizem conceitos abstratos;


2. fazendo com que o aluno se sinta de fato em uma aula, que ele sinta que há um
professor do outro lado do papel, preocupado em lhe ensinar aquele conteúdo.

Sobre a primeira maneira, você é o mais indicado para selecionar partes do conteúdo em
que valha a pena utilizar esta estratégia. Nós acabamos de fazer isso mostrando o exem-
plo da conversa sobre maré.

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 68


Já sobre a segunda maneira, aí sim podemos contribuir mais.

Vemos em EAD que as aulas apresentadas em tom de conversa são sempre mais atrativas
e eficazes. Afinal, são aulas, e não conferências. Portanto, sugerimos que a linguagem
informal (mas cuidada!) e amigável seja a que você deva usar. Como fazer?

Que tal começar a descobrir, fazendo a Atividade 2?

ATIVIDADE 2

Objetivo 2

Chega mais, chega mais...

Uma linguagem mais amigável e informal é uma boa maneira de fazer o aluno se sentir em uma aula, e das
boas. Veja o trecho a seguir, retirado do prólogo desta aula:

“Neste sentido, ficam clarificadamente as razões pelas quais o leitor desta deve ater-se firme, dedicada e
cuidadosamente a tais unidades didáticas expostas.”

Agora você fará um exercício bastante direcionado:

a. Retire a palavra que explicita a que pessoa este texto se refere.


_______________________________________________________________________

b. No contexto dessa aula, quem é essa pessoa?


_______________________________________________________________________

c. O que você poderia escrever no lugar da que selecionou na letra a para trazer um pouco mais de
pessoalidade ao texto?
_______________________________________________________________________

RESPOSTA COMENTADA

a. Este texto está se referindo diretamente ao LEITOR...


b. ...que nesta aula é você, capacitando para a elaboração de material didático impresso
c. para Educação a Distância.
d. c. Trocar “leitor” por “você” já faz com que você se sinta mais próximo do autor do texto.
Afinal, ele estará se dirigindo diretamente a você, não é?!

A pessoalidade de um texto não passa só pela forma como se trata o aluno, mas também
pela maneira como o professor se coloca. Veja a diferença:

1. O autor apresentará a seguir os problemas que o aluno deverá identificar...


2. (eu) Vou apresentar a seguir os problemas que você deverá identificar...

No texto 1 há dois verdadeiros alienígenas tentando comunicação! Já no texto 2, há uma


relação explícita e direta entre duas pessoas.

Para alcançar esse tipo de linguagem mais intimista, use sempre pronomes pessoais (eu,
você, nós). Precisando usar pronomes que não permitam a imediata e clara identificação
do “quem” (ele ou eles; ela ou elas; nós; seu ou seus; sua ou suas; etc.) esclareça no
mesmo instante se se trata de eu e você, de eu e os outros professores, de você, eu e os
meus colegas especialistas etc.

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 69


ATENÇÃO
Cuidado para não confundir informalidade com coloquialismo exagerado. O que buscamos é
uma linguagem pessoal, clara, objetiva e, quando possível, com tons humorísticos; no entan-
to, não devemos nos descuidar em nenhum momento!

O uso de pra, pro, pras, pros não é aconselhável na nossa língua; muito menos será o uso de
contrações agramaticais, do tipo DA em vez de DE A (por exemplo: “O fato do aluno estar
distante” x “O fato de o aluno estar distante...”).

Ainda nas características de um texto que converse com o aluno, não podemos deixar de
falar sobre as frases interrogativas – retóricas. Você saberia dizer o porquê?

Esse tipo de recurso lingüístico é capaz de instigar o aluno e, por conseqüência, o mantém
mais atento à aula e faz com que ele se encoraje a antecipar a resposta. (Se você está
estudando esta aula como um autêntico aluno, acabou de ser chacoalhado pela pergunta
do parágrafo anterior).

Com o devido cuidado de não transformar sua aula num mero questionário, faça pergun-
tas introdutórias; saia da rotina de se limitar a conceituar e conceituar indefinidamente;
aproveite a chance de perguntar o que vai explicar depois e responder com exemplos.

ATENÇÃO
Podemos (e devemos) ser sérios no ensino do conteúdo; no entanto, sem ser pedantes. Em
Educação a Distância, mais particularmente que na modalidade presencial, a linguagem sole-
ne, professoral e acadêmica são sempre indesejadas, pois afasta o aluno do professor.

A linguagem simples, direta, precisa, objetiva, clara e concisa só faz aproximá-los. Não é
necessário dizer que tipo de “convivência” queremos ter, concorda?

Cheio de nada? Nada bom...


Quando você escreve, o mundo de vocabulário que está armazenado em sua mente fica
inteiramente disponível para uso, não é verdade?

Todavia, quando você estiver escrevendo uma aula, você terá de fazer escolhas, seleções,
discriminações entre palavras, frases, expressões etc. Isso porque você não está escre-
vendo para si, mas para o outro.

Um texto é mais consistente quando todas as suas palavras têm relevância para o que
ele se propõe a dizer. Assim, sugerimos que você corte tudo o que vai além do essencial
para passar sua mensagem.

Há frases e expressões que podem ser substituídas por uma ou duas palavras, e com
vantagem: seu receptor decodifica mais rápido, não se estressa, entende sem esforço,
não precisa mergulhar no dicionário, sente conforto na leitura...

Por que usar frases como ’’algo que não esteja aquém do mínimo esperado nem além do
que se consideraria o máximo”, se a gente pode usar “aproximadamente”?

Por que escrever “um extenso, inumerável montante de exemplares”, se podemos simples-
mente escrever “muitos” ou “muitíssimos”?

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 70


Sempre que possível, use a expressão que é mais objetiva, clara, simples, direta, espe-
cífica, dialógica. Evite tudo o que for vago, impreciso, abstrato, genérico (veja o boxe
“Fugindo do Vago...”); sob pena de seu aluno não entender ou – pior – entender errado!

Repare o exemplo:

“Perigo extremo pode estar associado ao uso operacional incorreto deste


equipamento.”

A falta de precisão faz o aluno sentir-se como na areia movediça. Precisar ler três vezes
para entender algo que pode ser entendido de primeira é perda de tempo. E tempo,
lembre-se, é algo que o aluno NÃO tem para desperdiçar. Veja a diferença, utilizando o
mesmo exemplo:

“Mantenha distância ao operar esta máquina. Ela oferece grande risco.”

ATENÇÃO
Fugindo do Vago...

Sugerimos que, para evitar o vago, você procure descartar expressões como:

Fatores Casos
Campos Tem coneão com
Geralmente Circunstâncias

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 71


ATIVIDADE 3

Objetivo 3

Palavras, palavras...

Como você deve estar começando a perceber, o prólogo desta aula será a base dos nossos trabalhos para aprender a
construir um texto para uma aula em material impresso para Educação a Distância. Releia o parágrafo a seguir:

Posto que, ainda, hodiernamente, não nos é factível prescindir, portanto improvavelmente o será, de tal artifício [a
escrita] da transmissão e recepção entre interlocutores adjacentemente localizados ou temporalmente e espacialmen-
te separados, com vistas a estabelecer, de fato, entre as partes, comunicação, mandatório nos é não deixarmos de
empenharmo-nos, no que à busca por fatores, recursos e elementos lingüísticos alude, à culminação da não obscuridade
e ininterrupta objetividade de nossos escritos, sob infortúnio de não se lograr a veiculação da expressão das acepções
originais, da semântica primeira, ambas que pelo autor da epístola foram intentadas.

De acordo com o que você acabou de ver nesta aula, deve estar fácil perceber que este parágrafo está cheio de nada,
não é? Então, sua tarefa será detectar as expressões que “engordam” este texto desnecessariamente e substituí-las.
Atenção: não estamos falando dos termos que somente dificultam a leitura, mas das expressões que podem ser substi-
tuídas por uma só palavra. Tente encontrar, pelo menos, três.

1. ___________________________________________________________________

substituir por: _____________________________________________________

2. __________________________________________________________________

substituir por: _____________________________________________________

3. __________________________________________________________________

substituir por: _____________________________________________________

RESPOSTA COMENTADA

Você provavelmente teve dificuldade em detectar e substituir as expressões que “engordam” o texto porque, provavelmen-
te, não está entendendo nada do que está escrito. Diríamos que, a essa altura, você deva estar um pouco irritado... O texto
do prólogo é realmente uma obra de arte às avessas! É difícil pensar em melhorar algo que não se compreende. Demos
alguns exemplos a seguir. Você encontrou outros? Se encontrou, compartilhe conosco no espaço Fórum da Aula 5.

1. artifício da transmissão e recepção entre interlocutores é exatamente como o dicionário define COMUNICAÇÃO!
2. adjacentemente localizados é a mesma coisa que PRÓXIMOS, não?
3. fatores, recursos e elementos. Para que tanta coisa? Escolhamos 1: RECURSOS, por exemplo!
4. não-obscuridade é um jeito esquisito de dizer CLAREZA.
5. lograr a veiculação da expressão... essa é demais! Por que não simplesmente EXPRESSAR?
Existe mais uma expressão que você pode ter detectado; na Atividade Final você vai entender por que não a colocamos
aqui...

No final das contas, sem grandes alterações, observe quanto mais conciso ele ficou:

Posto que, ainda, hodiernamente, não nos é factível prescindir, portanto improvavelmente o será, da comunicação [escri-
ta] entre interlocutores próximos ou temporalmente e espacialmente separados, com vistas a estabelecer,

de fato, entre as partes, comunicação, mandatório nos é não deixarmos de empenharmo-nos, no que à busca por recur-
sos lingüísticos alude, à culminação da clareza e ininterrupta objetividade de nossos escritos, sob infortúnio e não se
expressar as acepções originais, a semântica primeira, ambas que pelo autor da epístola foram intentadas.

Passamos, sem esforço, de 92 para 77 palavras! E se agora você olhar a nova versão desse trecho, provavelmente
encontrará mais algumas possibilidades de substituições. Ainda não está bom? Também achamos que não...

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 72


“Hodiernamente” é coisa do passado!
Tudo de que não precisamos em um material instrucional para Educação a Distância é
de textos que o aluno não seja capaz de entender. Como você viu na seção e atividade
anteriores, textos mais enxutos contribuem expressivamente para a clareza; no entanto,
são apenas uma das componentes desse parâmetro.

De que adianta usar o número de palavras essencial para a sua mensagem, se as palavras
que se está utilizando são indecifráveis para quem está lendo?

Uma das vantagens do material impresso é o fato de ele ser de fácil transporte. O aluno
pode estudá-lo no ônibus, por exemplo, na volta do trabalho. Tendo isso em mente, pense
em algumas questões:

• Um texto como o que iniciou esta aula pode ser lido por um aluno sem um enorme
dicionário a seu lado?
• Quanto pesa um bom dicionário para ser carregado por aí?
• Qual é o prazer de ler tendo de consultar um dicionário a cada três palavras?
• Como é se sentir estrangeiro na sua própria língua, tentando, ao mesmo tempo,
aprender sobre marés, ou o que seja?
• Qual é o preço de fazer o aluno achar que está “surdo” (neste caso, “cego”)? Ele
fechar o livro e largar os estudos?

Com isso, queremos dizer: não sofistique o uso da linguagem na Educação a Distância.
Procure utilizar as palavras do conhecimento da maioria dos alunos, as que lhes são fami-
liares, corriqueiras. Sinônimos de palavras ”difíceis” serão sempre bem-vindos.

ATENÇÃO
Evidentemente, estão excluídos da sugestão anterior os termos técnico-científicos indispen-
sáveis de colocação. Também não considere o conselho se sua intenção (ou eventual meta/
objetivo da aula) for o aprofundamento ou a análise de modos de falar e registros de lingua-
gem específicos, incomuns, não usuais.

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 73


ATIVIDADE 4

Objetivo 4

A tonga da mironga do cabuletê...

Você continuará na saga de transformar o prólogo desta aula em algo legível por um aluno... Sua tarefa é identificar
e substituir - no trecho a seguir, retirado da resposta da Atividade 3 - palavras que você imagine não serem de uso
cotidiano de seu aluno, à luz do que acabou de refletir sobre textos rebuscados:

“Posto que, ainda, hodiernamente, não nos é factível prescindir, portanto improvavelmente o será, da comunicação
[escrita] entre interlocutores próximos ou temporalmente e espacialmente separados, com vistas a estabelecer,
de fato, entre as partes, comunicação, mandatório nos é não deixarmos de empenharmo-nos, no que à busca por
recursos lingüísticos alude, à culminação da clareza e ininterrupta objetividade de nossos escritos, sob infortúnio de
não se expressar as acepções originais, a semântica primeira, ambas que pelo autor da epístola foram intentadas.”

Empenhe-se em encontrar, pelo menos, 10 substituições.

1. _______________________________________________________________________
substituir por___________________________________________________________
2. _______________________________________________________________________
substituir por___________________________________________________________
3. _______________________________________________________________________
substituir por___________________________________________________________
4. _______________________________________________________________________
substituir por___________________________________________________________
5. _______________________________________________________________________
substituir por___________________________________________________________
Planejamento e elaboração de material didático impresso para EAD - elementos instrucionais e estratégias de
ensino

6. _______________________________________________________________________
substituir por___________________________________________________________
7. _______________________________________________________________________
substituir por___________________________________________________________
8. _______________________________________________________________________
substituir por___________________________________________________________
9. _______________________________________________________________________
substituir por___________________________________________________________
10. _______________________________________________________________________
substituir por___________________________________________________________

RESPOSTA COMENTADA

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 74


Um vocabulário rebuscado é um grande inimigo do aluno na hora em que ele está estudando um conteúdo. Isso
porque, além de ter de aprender a equilibrar reações químicas, compreender ciclos biogeoquímicos, resolver equa-
ções matemáticas, teorias da educação, conceitos de contabilidade e empreendedorismo, características de estilos
de arte ou o que for conteúdo de seu curso, ele terá que, ao mesmo tempo, decifrar o que está escrito (pense em
como você se sentiu ao ler o prólogo desta aula...).

Se você quiser dar ao aluno a oportunidade de entrar em contato com novos termos – e já fazemos isso com os
termos técnicos – faça isso bastante moderadamente; escolha momentos em que a aprendizagem dele não será
sacrificada, caso ele não tenha em mãos um dicionário na hora em que estiver lendo sua aula.

Vamos à resposta?
1. posto que já que
2. hodiernamente atualmente
3. com vistas a a fim de
4. as partes elas
5. mandatório necessário
6. culminação máximo
7. infortúnio pena
8. acepções significados
9. semântica sentido
10. epístola mensagem, texto
11. intentadas desejadas

Se você se preocupou muito com seu aluno, pode ter pensado em outras palavras que mereciam ser substituídas
para o texto se aproximar ainda mais da linguagem dele:
12. factível possível
13. prescindir abrir mão
14. interlocutores pessoas
15. alude se refere
16. ininterrupta contínua

E depois dessas substituições todas, como ficamos? Veja:

Já que, ainda, atualmente, não nos é possível abrir mão, portanto improvavelmente o será, da comunicação [escri-
ta] entre pessoas próximas ou temporalmente e espacialmente separadas, a fim de estabelecer, de fato, entre elas,
comunicação, necessário nos é não deixarmos de empenharmo-nos, no que à busca por recursos lingüísticos se
refere, ao máximo da clareza e contínua objetividade de nossos escritos, sob pena de não de não se expressar os
significados e sentido originais, ambos que pelo autor da mensagem foram desejados.

E aí? Já está claro e fácil de ler?

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 75


Simplificando e clarificando nossos textos

1. NÃO PRECISAMOS IR DO LEME AO PONTAL EM UMA SÓ FRASE...

Materiais instrucionais impressos voltados para a Educação a Distância, como você está
vendo, possuem um gênero discursivo característico. Esse gênero é bem diferente de
artigos científicos, capítulos de livro e da literatura em geral (romances, poemas etc);
estarmos atentos a ele é fundamental para a aprendizagem do aluno.

Longos parágrafos com longos períodos de longas orações com longas palavras deman-
dam freqüentemente várias leituras para serem entendidos. É comum encontrar alunos
complexados com relação à sua capacidade de entendimento, embora quem redigiu o
texto seja o verdadeiro culpado!

Planejamento e elaboração de material didático impresso para EAD - elementos instrucio-


nais e estratégias de ensino

Frases simples, orações curtas, períodos rápidos de ler fazem com que você não se perca
na coesão textual, além de ser muito mais fácil detectar as incoerências cometidas invo-
luntariamente. Com isso, queremos dizer que frases curtas são sempre mais bem enten-
didas por serem sempre mais enfáticas. Quanto mais você usar pontos, mais chances de
parar para pensar sobre o que acabou de ler (se entendeu ou não, se concorda ou não)
você dará ao seu aluno.

ATENÇÃO
Cuidado! Períodos curtos não significam que o texto deva ser tópico ou que seja fragmentado
demais, a ponto de ser monótono. Em geral, os períodos devem conter até vinte palavras.

Alguns podem exceder a isso, tendo de trinta a quarenta palavras. Se períodos mais longos
forem inevitáveis, tais parágrafos devem conter uma reduzida frase final, sintética, que ajude
o aluno na tarefa complexa de entender o que você escreveu. Em seguida, tente contrabalan-
çá-los com outros menos longos.

2. NÃO, NÃO E MAIS NÃO NÃO SÃO BEM-VINDOS POR AQUI...

Outro ponto a que você deve estar atento é o uso das expressões de sentido negativo.

Há muitos alunos que sentem dificuldade em entender rapidamente as construções desse


tipo. Evite a dupla negativa como, por exemplo:

Não é possível duvidar de que as provas não sejam desprovidas de sentido.

Melhor dizendo:

Tenho certeza de que as provas são providas de sentido.

Ou, no máximo:

Não duvide de que as provas sejam providas de sentido.

Ou, ainda melhor:

As provas têm sentido.

O uso indiscriminado de negativas na linguagem faz com que o aluno duvide do que
entendeu, além de sentir-se cansado da leitura.

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 76


3. ENCAIXES PRECISOS

As conjunções têm um papel importantíssimo na coesão e na coerência de um texto.


Usá-las sem o cuidado necessário pode acabar com uma ideia, pode levar o aluno a uma
grande confusão!

Freqüente é o uso de conjunções com sentido equivocado. Toda vez que escrever “embo-
ra”, “no entanto”, analise se há mesmo ideia de concessão ou adversidade na sentença;
se escrever “portanto”, “assim”, observe se há realmente relação de conseqüência ou
conclusão entre as orações.

Pode estar parecendo óbvio demais o que está no parágrafo anterior. Pode estar parecen-
do que estamos gastando seu tempo com informações desnecessárias.

Pode ser que você esteja certo (e esperamos que, de fato, esteja). No entanto, uma das
imprecisões mais comuns de se encontrar ao analisar textos instrucionais (e de diversas
naturezas) é a do tipo narrado nos parágrafos anteriores.

Além da imprecisão no significado, temos de fugir do excesso de conjunções em um


texto. Use-as sem repetição exagerada e prefira as mais simples de cada espécie.

O contrário disso chama-se texto caótico!

4. MUITOS ADJETIVOS, MUITOS ADVÉRBIOS – PARA QUE ISSO TUDO?!

Como já dissemos inúmeras vezes, um bom texto deve ser enxuto. Isso significa que,
assim como não é funcional termos expressões enormes que podem ser substituídas por
uma palavra, também não precisamos de adjetivos em excesso para explicar uma mesma
qualidade, estado ou situação. Do mesmo jeito, também não precisamos de toneladas
de advérbios. Quando alongamos as palavras colocando o “-mente” no final delas para
transformá-las em advérbios, a leitura se torna cansativa.

5. VERBOS E SUAS VOZES

O verbo é, sem dúvida, a palavra mais forte de qualquer frase ou oração. A maneira de
utilizar o verbo determina a importância dos elementos em uma sentença e, portanto,
atribui peso e força ao que se quer dizer.

A voz ativa do verbo deve ser a opção na maior parte dos casos, por ser mais direta e
enfática. Estar atento a esse detalhe pode ser um grande diferencial entre escrever um
trabalho científico e uma aula em que se conversa com o aluno. Isso porque, nos textos
acadêmicos, é mais comum o uso da voz passiva (pois interessa mais o que foi feito, e
não quem fez).

VOZ ATIVA E VOZ PASSIVA


Para você que não lembra das aulas de português dos tempos de colégio: dizemos que
houve o emprego da voz ativa quando o sujeito (agente) tem maior ênfase do que a ação.
Por exemplo:

“O presidente assinou o decreto” em vez de “O decreto foi assinado pelo presidente”.

Na segunda oração, o verbo está em voz passiva (a ação é mais importante que o agente)

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 77


6. SOBRE TERMOS TÉCNICOS...

Termos técnicos e científicos nem sempre podem (e nem devem!) ser omitidos em uma
aula. Os jargões também não podem ser desprezados, se as pessoas das áreas de conhe-
cimento especializado fazem uso deles frequentemente. No entanto, todo cuidado é pouco
ao utilizá-los na linguagem de EAD! Eis algumas sugestões a respeito de tais termos e
jargões:

• Nunca use termos técnicos, a menos que você esteja certo de que o aprendiz neces-
sita deles.
• Explique o novo termo muito cuidadosamente quando for aplicado pela primeira vez.
Dê o significado, o propósito, o exemplo.
• Relembre o aluno do que se trata, quando voltar a usar um termo ou jargão depois
de muito conteúdo novo ou de aulas passadas.
• Use qualquer espécie de grifo, como a sublinha, as letras em CAIXA ALTA, o negrito
etc. Aproveite para inserir verbetes que contenham apenas a explicação do sentido
necessário para aquele momento.
• Não introduza mais que o número estritamente necessário de termos técnicos novos
no mesmo parágrafo.
• Não use termos técnicos alternativos para o mesmo conceito (microcomputador/
PC), a menos que você pretenda acostumar o seu aluno às variações dos termos.

Nesse caso, use uma variante de cada vez.

7. A PALAVRA-DE-ORDEM É PALAVRA EM ORDEM

Observe com cuidado como você está ordenando as palavras e/ou as orações do seu
texto. Em língua portuguesa, aluno novo não é o mesmo que novo aluno. Há ordens de
palavras que alteram completamente a mensagem. Casos clássicos são os do somente,
ou do apenas, por exemplo. Compare as três frases a seguir e veja se elas apresentam o
mesmo sentido:

Apenas o gato senta no sofá.

O gato apenas senta no sofá.

O gato senta apenas no sofá.

E aí? Na primeira, o gato é o único a sentar no sofá; na segunda; a única coisa que o gato
pode fazer no sofá é se sentar; na terceira, o gato não senta em nenhum outro lugar além
de no sofá.

Outra questão relacionada à ordem das palavras em uma sentença é que, para construir
um texto claro, quanto menos inversões, melhor. Em outras palavras:

mantenha a ordem direta das palavras. Veja:

Ordem inversa:

Sobre elaboração de textos para Educação a Distância estudam os professores.

Ordem direta:

Os professores estudam sobre elaboração de textos para Educação a Distância.

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 78


8. PARÊNTESES, TRAVESSÕES, VÍRGULAS E PONTO FINAL

Pontuação tem a ver com norma gramatical e com o estilo de quem escreve. No que
se refere ao estilo, recomendamos apenas que não cometa exageros, especialmente na
aplicação das vírgulas de uso opcional. Entre o máximo e o mínimo de vírgulas que uma
oração pode conter, o que define o número adequado é a velocidade que você deseja
imprimir ao texto. Não voe nem ande quase parando; o aluno poderá não acompanhá-lo
ou esquecer-se de você. Veja aqui alguns casos em que pontuação se faz necessária:

• Se você quiser que seu aluno faça uma pequena pausa, insira uma vírgula.
• Um ponto final leva a uma pausa maior.
• Se você deseja inserir um comentário (não muito extenso), faça o que acabamos de
fazer: coloque-o entre parênteses.
• Se você deseja unir pequenos períodos, use ponto-e-vírgula; isso dá uma pausa
maior que a vírgula e menor que o ponto.
• Se você deseja dar ênfase particular a uma palavra, sublinhe-a ou use negrito ou
LETRAS MAIÚSCULAS.

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 79


ATIVIDADE FINAL

Objetivos 4, 5 e 6

Construção

Não precisa ser nenhum especialista para perceber que o texto a seguir está bastante truncado e mal escrito:

Já que, ainda, atualmente, não nos é possível abrir mão, portanto improvavelmente o será, da comunicação [escrita]
entre pessoas próximas ou temporalmente e espacialmente separadas, a fim de estabelecer, de fato, entre elas, comu-
nicação, necessário nos é não deixarmos de empenharmo-nos, no que à busca por recursos lingüísticos se refere, ao
máximo da clareza e contínua objetividade de nossos escritos, sob pena de não se expressar os significados e sentido
originais, ambos que pelo autor da mensagem foram desejados.

Agora está na hora de consertá-lo de verdade, como provavelmente você está com vontade de fazer desde o início da
aula. Vamos parte a parte:

a. quantas sentenças há nesse parágrafo (definidas por pontos)?


________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

b. qual é a expressão que apresenta uma negativa desnecessária, que retira objetividade e clareza da frase? Como
redigir a mesma expressão com mais objetividade?
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

c. identifique uma conjunção usada de maneira equivocada:


________________________________________________________________________

d. quantos advérbios você detecta facilMENTE entre as 25 primeiras palavras do texto? Quais você substituiria
(ajuste o texto, se for necessário)?
________________________________________________________________________

e. você encontra um verbo na voz passiva? Qual? Escreva o mesmo trecho colocando o verbo na voz ativa.
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

f. detecte, pelo menos, duas inversões da ordem direta nesse trecho todo.
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

g. volte ao trecho que vai de “Já que” até “[escrita]”. Quantas palavras há neste trecho? E quantas vírgulas? Qual
é a velocidade do texto neste trecho (lenta, normal, rápida)?
________________________________________________________________________

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 80


h. identifique no texto um trecho que você colocaria entre parênteses (ou entre travessões).
________________________________________________________________________

i. agora que você já fez isso tudo, por que não reescreve o parágrafo? Fique à vontade: corte as palavras que não
contribuem para o significado do texto, troque as que achar necessário.
Recomendações importantes: coloque pontos onde achar que deve (construa sentenças curtas), retire vírgulas,
reorganize as frases (privilegie a ordem direta), insira ao menos uma pergunta retórica. Ah, e não se esqueça:
seja fiel “à semântica primeira”!

________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 81


RESPOSTA COMENTADA

Muito trabalho? Depois disso tudo, só conferindo as respostas:

a. inacreditavelmente, este parágrafo inteiro corresponde a uma única frase. Se isso é absurdo, agora que ele já foi
modificado por você duas vezes, imagina antes, quando ele tinha 92 palavras (lembre-se de que recomendamos
cerca de trinta por sentença).
b. “não deixarmos de empenharmo-nos” é o mesmo que empenharmo-nos, concorda? Para que dar nó em pingo
d’água? Isso é o que você poderia ter detectado na Atividade 3, mas que deixamos para falar somente agora que
já apresentamos o efeito do excesso de negativas na clareza de uma frase.
c. “não nos é possível abrir mão, portanto improvavelmente o será”. O “portanto” traz uma ideia de conseqüência
direta; neste caso, não existe este tipo de relação. De fato, provavelmente nunca abriremos mão da comunicação
escrita; no entanto, o motivo disso não é o fato de que agora não podemos fazê-lo, mas o fato de ela permitir a
comunicação entre pessoas, por exemplo, separadas no tempo e no espaço!
d. facilmente você pode ter detectado 4 - os que apresentam “mente”: atualmente, improvavelmente, temporalmen-
te e espacialmente. Há mais, mas não os consideraremos aqui.
Para substituir, você poderia escolher qualquer um deles. Possibilidades são:
-- “Atualmente” nos dias de hoje;
-- “improvavelmente o será” improvável que seja
-- “temporalmente e espacialmente separadas” separadas no tempo e no espaço.

e. “pelo autor da mensagem foram desejados” está valorizando o ato de desejar, e não o autor. O agente não é o
foco desta sentença e, por isso, dizemos que o verbo está em voz passiva. Para passar para voz ativa: os signifi-
cados e sentido originais, ambos, foram desejados pelo autor da mensagem.
f. há várias inversões neste trecho: “não nos é possível abrir mão”, “estabelecer, de fato, entre elas, comunicação”,
“nos é não deixarmos de empenharmo-nos”, “no que à busca por recursos lingüísticos se refere”, “que pelo autor
da mensagem foram desejados”. Como colocá-los em ordem direta? Vamos lá:
-- não nos é possível abrir mão/não é possível a nós abrir mão, ou não é possível abrirmos mão.
-- estabelecer, de fato, entre elas, comunicação / De fato, estabelecer comunicação entre elas.
-- nos é não deixarmos de empenharmo-nos / É não deixarmos de nos empenharmos, ou simplesmente, nos
empenharmos!
-- no que à busca por recursos lingüísticos se refere / no que se refere à busca por recursos lingüísticos.
-- que pelo autor da mensagem foram desejados / que foram desejadas pelo autor da mensagem.
g. 7 palavras e 5 vírgulas. Quase uma vírgula a cada três palavras. Isso faz a leitura lenta e monótona.
h. Três possibilidades:
-- improvavelmente o será
-- entre pessoas próximas ou temporalmente e espacialmente separadas
-- no que à busca por recursos lingüísticos se refere

i. Quando você começou a ler esta aula deve ter pensado que nós éramos loucos e que o prólogo não significava
absolutamente nada. De fato, ele é o pior texto que já vimos: uma quantidade enorme de palavras inúteis, de
inversões desnecessárias, frases colossais, clareza e objetividade nulas. Veja uma possibilidade de versão para o
texto:
Ainda hoje, não é possível (e dificilmente será) abrir mão da linguagem escrita.

Por quê? Porque ela serve para nos comunicarmos com alguém que está perto ou longe e para fazer registros
que serão lidos no futuro. Para que isso aconteça, é fundamental usar elementos lingüísticos que tragam para o
nosso texto mais clareza e objetividade; caso contrário, as chances de aquilo que escrevemos ser compreendido
por quem lê são baixas. (em 71 palavras).

Olhe as horas novamente. Há quanto tempo você está debruçado sobre esta aula?

Desconte uma parcela dedicada somente à leitura, 50% talvez? Ou seja, metade do tempo que você passou
estudando utilizou para decodificar um único parágrafo! Viu por que não podemos descuidar da linguagem, espe-
cialmente para a Educação a Distância?

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 82


Epílogo...
Você pode estar se perguntando por que optamos por oferecer duas aulas sobre lingua-
gem voltada para material impresso para Educação a Distância. Vamos explicar nos próxi-
mos parágrafos.

A importância da escrita vem de muito tempo, da época em que o homem começou a se


comunicar utilizando símbolos.

Ainda hoje, não é possível (e dificilmente será) abrir mão da linguagem escrita. Por quê?
Porque ela serve para nos comunicarmos com alguém que está perto ou longe e para fazer
registros que serão lidos no futuro. Para que isso aconteça, é fundamental usar recursos
lingüísticos que tragam para o nosso texto mais clareza e objetividade; caso contrário, as
chances de aquilo que escrevemos ser compreendido por quem lê são baixas.

Planejamento e elaboração de material didático impresso para EAD - elementos instrucio-


nais e estratégias de ensino

A linguagem é uma ferramenta fundamental quando estamos ensinando um conteúdo


específico a distância. Se usada corretamente, permite ao professor fazer conexões com
o aluno e entre o aluno e o conteúdo.

É por isso que você deve estudar com tanto cuidado estas duas aulas sobre o tema!

162 palavras.

Reconheceu?

Resumo
Ao escrever a sua aula para EAD, faça uso da linguagem em tom dialógico. Ponha-se no
lugar do aluno. Não é mais agradável, ao estudar uma aula, ler um texto que conversa
com você? Fuja das generalizações e das expressões vagas; use pronomes pessoais e
frases retóricas.

Tanto quanto possível, use palavras curtas, orações pequenas, períodos curtos, parágrafos
pequenos. Evite as duplas negativas. Prefira um vocabulário familiar ao aluno. Opte pelos
verbos ativos, pela ordem direta, cuidando da ordenação de vocábulos. Ao mencionar
temos técnicos ou científicos, apresente-os aos poucos. De preferência, fuja deles se
puder.

A linguagem clara, objetiva, direta, amigável, simples e enxuta numa aula faz com que o
aluno a “ouça” e o estimula — ele ficará na boa expectativa de “ouvir” a próxima.

Informações sobre a próxima aula

Na próxima aula você começará a estudar sobre as atividades em materiais instrucionais


voltados para Educação a Distância. Até lá!

Bibliografia Consultada
ROWNTREE, Derek. Teaching through self-instruction. 2ed. Londres: Kogan Page, 1994.

LOCWOOD, Fred. The design and production of self-instruction materials. 1ed. Londres:
Kogan Page, 1998.

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 83


TEXTO 3

Objetivos de Aprendizagem
É comum a preocupação dos docentes na construção de objetivos para a elaboração do
seu Plano de Curso. Muitas vezes eles têm o domínio do conteúdo, sabem como mediar o
conhecimento em sala de aula, mas na hora de elaborar os objetivos, encontram dúvidas.

Objetivo de aprendizagem é algo preciso e muito específico, eles devem expressar o


comportamento que se espera do aluno no final de uma aula, de um módulo ou de um
curso. Os Objetivos específicos propiciam ao professor e ao aluno uma indicação clara e
concreta sobre onde se quer chegar. Eles também orientam o professor a planejar suas
aulas. Um objetivo de aprendizagem claro direciona tanto os professores quanto os alunos
no que se refere ao conteúdo da matéria e aos processos mentais que se espera que o
estudante desenvolva.

Exemplo:

Ao final do módulo espera-se que o aluno saiba:

• Descrever as semelhanças e as diferenças entre ensino a distância e educação a


distância.
• Explicar, sem consulta ao texto, como acessa a Internet.

Razões para especificação de objetivos


Se os objetivos de aprendizagem são formulados em termos mensuráveis, a eficácia
do ensino pode ser facilmente determinada pelo comportamento final dos alunos. Além
disso, a aprendizagem é mais significativa e agradável quando o aluno sabe o que está
aprendendo e para quê. O aluno poderá avaliar melhor seu próprio progresso, e alcançará
maior satisfação quando houver atingido os seus próprios objetivos.

Como estabelecer objetivos bem definidos


Para que os objetivos específicos sejam significativos tanto para o elaborador quanto para
o aluno, em primeiro lugar deve-se refletir sobre o que eles tencionam medir. Na verdade,
eles devem medir todos os seguintes fatores:

• conceitos a serem aprendidos


• habilidades a serem dominadas
• hábitos a serem aprendidos
• atitudes a serem desenvolvidas

Ao pensar no seu Plano de Curso o docente deve descrever os objetivos específicos para
cada item do conteúdo. A descrição dos objetivos específicos deve ser feita usando
linguagem simples e objetiva, organizada em itens ou apresentada em linguagem colo-
quial. Os objetivos devem referir-se sempre ao que se espera da aprendizagem, não sobre
o que se vai ensinar.

Após definir todos os objetivos, o docente deverá estabelecer as ações que deverão ser
tomadas para atingi-los. Essas ações se referem ao desenvolvimento da sua aula.

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 84


Classificação dos Objetivos Educacionais
De acordo com a Classificação de Objetivos Educacionais, cada comportamento esperado
apresenta um nível de complexidade.

Há uma infinidade de verbos e de palavras de ação que poderão ajuda-los a expressar os


objetivos em cada nível. Citaremos alguns:

CONHECIMENTO

Exige-se capacidade de reter informações, fatos e fenômeno, ou seja, recordar o conteú-


do previamente explicado. Exemplo: Ao final da aula o aluno deverá ser capaz de localizar
no mapa os países que fazem limites com o Brasil.

Verbos mais utilizados


Definir - Classificar - Arranjar - Citar - Combinar - Converter - Copiar - Dar exemplo-
Descrever - Identificar - Indicar - Listar - Nomear - Rotular - Localizar

COMPREENSÃO

Exige-se o conhecimento do que está sendo ensinado, ou seja, apreender o sentido do


conteúdo. Exemplo: Ao final do módulo o aluno deverá ser capaz de distinguir a diferença
e semelhança entre Ensino e Educação a Distância.

Verbos mais utilizados


Relacionar - Reescrever - Selecionar - Esboçar - Traduzir - Especificar - Relacionar-
Relatar - Revisar - Sintetizar - Registrar - Resumir - Dinstiguir - Interpretar - Sensibilizar

APLICAÇÃO

Eexige-se a capacidade de usar os conhecimentos em situações concretas. Exemplo: Ao


final da aula o aluno deverá ser capaz de operar uma máquina de parafusar.

Verbos mais utilizados


Calcular - Descrever - Completar - Ajustar - Empregar - Montar - Produzir - Preparar-
Praticar - Delinear - Aplicar - Operar - Ativar - Escolher - Desenhar - Descobrir - Estimar-
Demonstrar - Executar - Localizar - Desmontar - Remover - Estabelecer - Separar-
Construir - Desempenhar - Substituir - Manipular

ANÁLISE

Exige-se capacidade de distinguir fatos de hipótese, compreender as inter-relações de


ideias e capacidade de combinar elementos para soluções de problemas.

Verbos mais utilizados


Analisar Argumentar - PLanejar - Ilustrar - Organizar - Reparar - Consertar - Modificar -
Avaliar - Classificar - Combinar - Comparar - Compor - Concluir - Construir - Contrastar-
Converter - Criar - Criticar - Debater - Defender - Diferenciar - Discriminar - Distinguir-
Escolher - Estimar - Examinar - Experimentar - Explicar - Formular - Julgar -Apoiar-
Conseguir - Escrever - Estimar - Ilustrar - Inferir - Inspecionar - Interpretar - Julgar-
Justificar - Modificar - Organizar - Plnejar - Pontuar - Predizer - Preparar - Propor-
Questionar - Reconhecer - Solucionar - Testar - Valorizar

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 85


Conclusão
Percebe-se então que objetivos de aprendizagem ou específicos, bem definidos não acon-
tecem simplesmente. Eles exigem um sério esforço de concentração e um bom conheci-
mento sobre o que os alunos deverão saber e quais competências deverão adquirir.

Referências
BLOOM, Bejamin S. et alli. Taxionomia de objetivos educacionais: domínio cognitivo. 1ª
ed. Porto Alegre. UFRGS. Globo, 1972.

WOLFRAM, Laaser. Manual de criação e elaboração de materiais para educação a distância.


Pág.55

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 86


TEXTO 4

Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998


Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI Nº 9.610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998.

Mensagem de veto
Altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras
providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta


e eu sanciono a seguinte Lei:

Título I
Disposições Preliminares

Art. 1º Esta Lei regula os direitos autorais, entendendo-se sob esta denominação os
direitos de autor e os que lhes são conexos.

Art. 2º Os estrangeiros domiciliados no exterior gozarão da proteção assegurada nos


acordos, convenções e tratados em vigor no Brasil.

Parágrafo único. Aplica-se o disposto nesta Lei aos nacionais ou pessoas domi-
ciliadas em país que assegure aos brasileiros ou pessoas domiciliadas no Brasil a
reciprocidade na proteção aos direitos autorais ou equivalentes.

Art. 3º Os direitos autorais reputam-se, para os efeitos legais, bens móveis.

Art. 4º Interpretam-se restritivamente os negócios jurídicos sobre os direitos


autorais.

Art. 5º Para os efeitos desta Lei, considera-se:

I - publicação - o oferecimento de obra literária, artística ou científica ao conheci-


mento do público, com o consentimento do autor, ou de qualquer outro titular de
direito de autor, por qualquer forma ou processo;

II - transmissão ou emissão - a difusão de sons ou de sons e imagens, por meio de


ondas radioelétricas; sinais de satélite; fio, cabo ou outro condutor; meios óticos ou
qualquer outro processo eletromagnético;

III - retransmissão - a emissão simultânea da transmissão de uma empresa por outra;

IV - distribuição - a colocação à disposição do público do original ou cópia de


obras literárias, artísticas ou científicas, interpretações ou execuções fixadas e fono-
gramas, mediante a venda, locação ou qualquer outra forma de transferência de
propriedade ou posse;

V - comunicação ao público - ato mediante o qual a obra é colocada ao alcance do


público, por qualquer meio ou procedimento e que não consista na distribuição de
exemplares;

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 87


VI - reprodução - a cópia de um ou vários exemplares de uma obra literária, artística
ou científica ou de um fonograma, de qualquer forma tangível, incluindo qualquer
armazenamento permanente ou temporário por meios eletrônicos ou qualquer outro
meio de fixação que venha a ser desenvolvido;

VII - contrafação - a reprodução não autorizada;

VIII - obra:

a) em co-autoria - quando é criada em comum, por dois ou mais autores;

b) anônima - quando não se indica o nome do autor, por sua vontade ou por ser

desconhecido;

c) pseudônima - quando o autor se oculta sob nome suposto;

d) inédita - a que não haja sido objeto de publicação;

e) póstuma - a que se publique após a morte do autor;

f) originária - a criação primígena;

g) derivada - a que, constituindo criação intelectual nova, resulta da transformação


de obra originária;

h) coletiva - a criada por iniciativa, organização e responsabilidade de uma pessoa


física ou jurídica, que a publica sob seu nome ou marca e que é constituída pela
participação de diferentes autores, cujas contribuições se fundem numa criação
autônoma;

i) audiovisual - a que resulta da fixação de imagens com ou sem som, que tenha a
finalidade de criar, por meio de sua reprodução, a impressão de movimento, inde-
pendentemente dos processos de sua captação, do suporte usado inicial ou poste-
riormente para fixá-lo, bem como dos meios utilizados para sua veiculação;

IX - fonograma - toda fixação de sons de uma execução ou interpretação ou de


outros sons, ou de uma representação de sons que não seja uma fixação incluída em
uma obra audiovisual;

X - editor - a pessoa física ou jurídica à qual se atribui o direito exclusivo de repro-


dução da obra e o dever de divulgá-la, nos limites previstos no contrato de edição;

XI - produtor - a pessoa física ou jurídica que toma a iniciativa e tem a responsabilidade

econômica da primeira fixação do fonograma ou da obra audiovisual, qualquer que


seja a natureza do suporte utilizado;

XII - radiodifusão - a transmissão sem fio, inclusive por satélites, de sons ou imagens
e sons ou das representações desses, para recepção ao público e a transmissão de
sinais codificados, quando os meios de decodificação sejam oferecidos ao público
pelo organismo de radiodifusão ou com seu consentimento;

XIII - artistas intérpretes ou executantes - todos os atores, cantores, músicos,


bailarinos

ou outras pessoas que representem um papel, cantem, recitem, declamem, interpre-


tem ou executem em qualquer forma obras literárias ou artísticas ou expressões do
folclore.

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 88


Art. 6º Não serão de domínio da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos
Municípios as obras por eles simplesmente subvencionadas.

Título II
Das Obras Intelectuais
Capítulo I

Das Obras Protegidas

Art. 7º São obras intelectuais protegidas as criações do espírito, expressas por qual-
quer meio ou fixadas em qualquer suporte, tangível ou intangível, conhecido ou que
se invente no futuro, tais como:

I - os textos de obras literárias, artísticas ou científicas;

II - as conferências, alocuções, sermões e outras obras da mesma natureza;

III - as obras dramáticas e dramático-musicais;

IV - as obras coreográficas e pantomímicas, cuja execução cênica se fixe por escrito


ou por outra qualquer forma;

V - as composições musicais, tenham ou não letra;

VI - as obras audiovisuais, sonorizadas ou não, inclusive as cinematográficas;

VII - as obras fotográficas e as produzidas por qualquer processo análogo ao da


fotografia;

VIII - as obras de desenho, pintura, gravura, escultura, litografia e arte cinética;

IX - as ilustrações, cartas geográficas e outras obras da mesma natureza;

X - os projetos, esboços e obras plásticas concernentes à geografia, engenharia,


topografia, arquitetura, paisagismo, cenografia e ciência;

XI - as adaptações, traduções e outras transformações de obras originais, apresenta-


das como criação intelectual nova;

XII - os programas de computador;

XIII - as coletâneas ou compilações, antologias, enciclopédias, dicionários, bases


de dados e outras obras, que, por sua seleção, organização ou disposição de seu
conteúdo, constituam uma criação intelectual.

§ 1º Os programas de computador são objeto de legislação específica, observadas as


disposições desta Lei que lhes sejam aplicáveis.

§ 2º A proteção concedida no inciso XIII não abarca os dados ou materiais em si


mesmos e se entende sem prejuízo de quaisquer direitos autorais que subsistam a
respeito dos dados ou materiais contidos nas obras.

§ 3º No domínio das ciências, a proteção recairá sobre a forma literária ou artística,


não abrangendo o seu conteúdo científico ou técnico, sem prejuízo dos direitos que
protegem os demais campos da propriedade imaterial.

Art. 8º Não são objeto de proteção como direitos autorais de que trata esta Lei:

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 89


I - as idéias, procedimentos normativos, sistemas, métodos, projetos ou conceitos
matemáticos como tais;

II - os esquemas, planos ou regras para realizar atos mentais, jogos ou negócios;

III - os formulários em branco para serem preenchidos por qualquer tipo de infor-
mação, científica ou não, e suas instruções;

IV - os textos de tratados ou convenções, leis, decretos, regulamentos, decisões


judiciais e demais atos oficiais;

V - as informações de uso comum tais como calendários, agendas, cadastros ou


legendas;

VI - os nomes e títulos isolados;

VII - o aproveitamento industrial ou comercial das idéias contidas nas obras.

Art. 9º À cópia de obra de arte plástica feita pelo próprio autor é assegurada a
mesma proteção de que goza o original.

Art. 10. A proteção à obra intelectual abrange o seu título, se original e inconfundí-
vel com o de obra do mesmo gênero, divulgada anteriormente por outro autor.

Parágrafo único. O título de publicações periódicas, inclusive jornais, é protegido


até um ano após a saída do seu último número, salvo se forem anuais, caso em que
esse prazo se elevará a dois anos.

Capítulo II
Da Autoria das Obras Intelectuais

Art. 11. Autor é a pessoa física criadora de obra literária, artística ou científica.

Parágrafo único. A proteção concedida ao autor poderá aplicar-se às pessoas jurídi-


cas nos casos previstos nesta Lei.

Art. 12. Para se identificar como autor, poderá o criador da obra literária, artística
ou científica usar de seu nome civil, completo ou abreviado até por suas iniciais, de
pseudônimo ou qualquer outro sinal convencional.

Art. 13. Considera-se autor da obra intelectual, não havendo prova em contrário,
aquele que, por uma das modalidades de identificação referidas no artigo anterior,
tiver, em conformidade com o uso, indicada ou anunciada essa qualidade na sua
utilização.

Art. 14. É titular de direitos de autor quem adapta, traduz, arranja ou orquestra obra
caída no domínio público, não podendo opor-se a outra adaptação, arranjo, orques-
tração ou tradução, salvo se for cópia da sua.

Art. 15. A co-autoria da obra é atribuída àqueles em cujo nome, pseudônimo ou


sinal convencional for utilizada.

§ 1º Não se considera co-autor quem simplesmente auxiliou o autor na produção da


obra literária, artística ou científica, revendo-a, atualizando-a, bem como fiscalizan-
do ou dirigindo sua edição ou apresentação por qualquer meio.

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 90


§ 2º Ao co-autor, cuja contribuição possa ser utilizada separadamente, são asse-
guradas todas as faculdades inerentes à sua criação como obra individual, vedada,
porém, a utilização que possa acarretar prejuízo à exploração da obra comum.

Art. 16. São co-autores da obra audiovisual o autor do assunto ou argumento literá-
rio, musical ou lítero-musical e o diretor.

Parágrafo único. Consideram-se co-autores de desenhos animados os que criam os


desenhos utilizados na obra audiovisual.

Art. 17. É assegurada a proteção às participações individuais em obras coletivas.

§ 1º Qualquer dos participantes, no exercício de seus direitos morais, poderá proibir


que se indique ou anuncie seu nome na obra coletiva, sem prejuízo do direito de
haver a remuneração contratada.

§ 2º Cabe ao organizador a titularidade dos direitos patrimoniais sobre o conjunto


da obra coletiva.

§ 3º O contrato com o organizador especificará a contribuição do participante,


o prazo para entrega ou realização, a remuneração e demais condições para sua
execução.

Capítulo III

Do Registro das Obras Intelectuais

Art. 18. A proteção aos direitos de que trata esta Lei independe de registro.

Art. 19. É facultado ao autor registrar a sua obra no órgão público definido no caput
e no § 1º do art. 17 da Lei nº 5.988, de 14 de dezembro de 1973.

Art. 20. Para os serviços de registro previstos nesta Lei será cobrada retribuição,
cujo valor e processo de recolhimento serão estabelecidos por ato do titular do
órgão da administração pública federal a que estiver vinculado o registro das obras
intelectuais.

Art. 21. Os serviços de registro de que trata esta Lei serão organizados conforme
preceitua o § 2º do art. 17 da Lei nº 5.988, de 14 de dezembro de 1973.

Título III
Dos Direitos do Autor
Capítulo I

Disposições Preliminares

Art. 22. Pertencem ao autor os direitos morais e patrimoniais sobre a obra que criou.

Art. 23. Os co-autores da obra intelectual exercerão, de comum acordo, os seus


direitos, salvo convenção em contrário.

Capítulo II

Dos Direitos Morais do Autor

Art. 24. São direitos morais do autor:


I - o de reivindicar, a qualquer tempo, a autoria da obra;

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 91


II - o de ter seu nome, pseudônimo ou sinal convencional indicado ou anunciado,
como sendo o do autor, na utilização de sua obra;

III - o de conservar a obra inédita;

IV - o de assegurar a integridade da obra, opondo-se a quaisquer modificações ou


à prática de atos que, de qualquer forma, possam prejudicá-la ou atingi-lo, como
autor, em sua reputação ou honra;

V - o de modificar a obra, antes ou depois de utilizada;

VI - o de retirar de circulação a obra ou de suspender qualquer forma de utilização


já autorizada, quando a circulação ou utilização implicarem afronta à sua reputação
e imagem;

VII - o de ter acesso a exemplar único e raro da obra, quando se encontre legiti-
mamente em poder de outrem, para o fim de, por meio de processo fotográfico ou
assemelhado, ou audiovisual, preservar sua memória, de forma que cause o menor
inconveniente possível a seu detentor, que, em todo caso, será indenizado de qual-
quer dano ou prejuízo que lhe seja causado.

§ 1º Por morte do autor, transmitem-se a seus sucessores os direitos a que se referem


os incisos I a IV.

§ 2º Compete ao Estado a defesa da integridade e autoria da obra caída em domínio


público.

§ 3º Nos casos dos incisos V e VI, ressalvam-se as prévias indenizações a terceiros,


quando couberem.

Art. 25. Cabe exclusivamente ao diretor o exercício dos direitos morais sobre a obra
audiovisual.

Art. 26. O autor poderá repudiar a autoria de projeto arquitetônico alterado sem o
seu consentimento durante a execução ou após a conclusão da construção.

Parágrafo único. O proprietário da construção responde pelos danos que causar ao


autor sempre que, após o repúdio, der como sendo daquele a autoria do projeto
repudiado.

Art. 27. Os direitos morais do autor são inalienáveis e irrenunciáveis.

Capítulo III
Dos Direitos Patrimoniais do Autor e de sua Duração

Art. 28. Cabe ao autor o direito exclusivo de utilizar, fruir e dispor da obra literária,
artística ou científica.

Art. 29. Depende de autorização prévia e expressa do autor a utilização da obra, por
quaisquer modalidades, tais como:

I - a reprodução parcial ou integral;

II - a edição;

III - a adaptação, o arranjo musical e quaisquer outras transformações;

IV - a tradução para qualquer idioma;

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 92


V - a inclusão em fonograma ou produção audiovisual;

VI - a distribuição, quando não intrínseca ao contrato firmado pelo autor com tercei-
ros para uso ou exploração da obra;

VII - a distribuição para oferta de obras ou produções mediante cabo, fibra ótica,
satélite, ondas ou qualquer outro sistema que permita ao usuário realizar a seleção
da obra ou produção para percebê-la em um tempo e lugar previamente determina-
dos por quem formula a demanda, e nos casos em que o acesso às obras ou produ-
ções se faça por qualquer sistema que importe em pagamento pelo usuário;

VIII - a utilização, direta ou indireta, da obra literária, artística ou científica,


mediante:

a) representação, recitação ou declamação;

b) execução musical;

c) emprego de alto-falante ou de sistemas análogos;

d) radiodifusão sonora ou televisiva;

e) captação de transmissão de radiodifusão em locais de freqüência coletiva;

f) sonorização ambiental;

g) a exibição audiovisual, cinematográfica ou por processo assemelhado;

h) emprego de satélites artificiais;

i) emprego de sistemas óticos, fios telefônicos ou não, cabos de qualquer tipo e


meios de comunicação similares que venham a ser adotados;

j) exposição de obras de artes plásticas e figurativas;

IX - a inclusão em base de dados, o armazenamento em computador, a microfilma-


gem e as demais formas de arquivamento do gênero;

X - quaisquer outras modalidades de utilização existentes ou que venham a ser


inventadas.

Art. 30. No exercício do direito de reprodução, o titular dos direitos autorais poderá
colocar à disposição do público a obra, na forma, local e pelo tempo que desejar, a
título oneroso ou gratuito.

§ 1º O direito de exclusividade de reprodução não será aplicável quando ela for


temporária e apenas tiver o propósito de tornar a obra, fonograma ou interpretação
perceptível em meio eletrônico ou quando for de natureza transitória e incidental,
desde que ocorra no curso do uso devidamente autorizado da obra, pelo titular.

§ 2º Em qualquer modalidade de reprodução, a quantidade de exemplares será infor-


mada e controlada, cabendo a quem reproduzir a obra a responsabilidade de manter
os registros que permitam, ao autor, a fiscalização do aproveitamento econômico da
exploração.

Art. 31. As diversas modalidades de utilização de obras literárias, artísticas ou cien-


tíficas ou de fonogramas são independentes entre si, e a autorização concedida pelo
autor, ou pelo produtor, respectivamente, não se estende a quaisquer das demais.

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 93


Art. 32. Quando uma obra feita em regime de co-autoria não for divisível, nenhum
dos coautores, sob pena de responder por perdas e danos, poderá, sem consentimen-
to dos demais, publicá-la ou autorizar-lhe a publicação, salvo na coleção de suas
obras completas.

§ 1º Havendo divergência, os co-autores decidirão por maioria.

§ 2º Ao co-autor dissidente é assegurado o direito de não contribuir para as despesas


de publicação, renunciando a sua parte nos lucros, e o de vedar que se inscreva seu
nome na obra.

§ 3º Cada co-autor pode, individualmente, sem aquiescência dos outros, registrar a


obra e defender os próprios direitos contra terceiros.

Art. 33. Ninguém pode reproduzir obra que não pertença ao domínio público, a
pretexto de anotá-la, comentá-la ou melhorá-la, sem permissão do autor.

Parágrafo único. Os comentários ou anotações poderão ser publicados separadamente.

Art. 34. As cartas missivas, cuja publicação está condicionada à permissão do autor,
poderão ser juntadas como documento de prova em processos administrativos e
judiciais.

Art. 35. Quando o autor, em virtude de revisão, tiver dado à obra versão definitiva,
não poderão seus sucessores reproduzir versões anteriores.

Art. 36. O direito de utilização econômica dos escritos publicados pela imprensa,
diária ou periódica, com exceção dos assinados ou que apresentem sinal de reserva,
pertence ao editor, salvo convenção em contrário.

Parágrafo único. A autorização para utilização econômica de artigos assinados, para


publicação em diários e periódicos, não produz efeito além do prazo da periodicida-
de acrescido de vinte dias, a contar de sua publicação, findo o qual recobra o autor
o seu direito.

Art. 37. A aquisição do original de uma obra, ou de exemplar, não confere ao adqui-
rente qualquer dos direitos patrimoniais do autor, salvo convenção em contrário
entre as partes e os casos previstos nesta Lei.

Art. 38. O autor tem o direito, irrenunciável e inalienável, de perceber, no mínimo,


cinco por cento sobre o aumento do preço eventualmente verificável em cada reven-
da de obra de arte ou manuscrito, sendo originais, que houver alienado.

Parágrafo único. Caso o autor não perceba o seu direito de seqüência no ato da
revenda, o vendedor é considerado depositário da quantia a ele devida, salvo se a
operação for realizada por leiloeiro, quando será este o depositário.

Art. 39. Os direitos patrimoniais do autor, excetuados os rendimentos resultantes de


sua exploração, não se comunicam, salvo pacto antenupcial em contrário.

Art. 40. Tratando-se de obra anônima ou pseudônima, caberá a quem publicá-la o


exercício dos direitos patrimoniais do autor.

Parágrafo único. O autor que se der a conhecer assumirá o exercício dos direitos
patrimoniais, ressalvados os direitos adquiridos por terceiros.

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 94


Art. 41. Os direitos patrimoniais do autor perduram por setenta anos contados de 1°
de janeiro do ano subseqüente ao de seu falecimento, obedecida a ordem sucessória
da lei civil.

Parágrafo único. Aplica-se às obras póstumas o prazo de proteção a que alude o


caput deste artigo.

Art. 42. Quando a obra literária, artística ou científica realizada em co-autoria for
indivisível, o prazo previsto no artigo anterior será contado da morte do último dos
co-autores sobreviventes.

Parágrafo único. Acrescer-se-ão aos dos sobreviventes os direitos do co-autor que


falecer sem sucessores.

Art. 43. Será de setenta anos o prazo de proteção aos direitos patrimoniais sobre as
obras anônimas ou pseudônimas, contado de 1° de janeiro do ano imediatamente
posterior ao da primeira publicação.

Parágrafo único. Aplicar-se-á o disposto no art. 41 e seu parágrafo único, sempre


que o autor se der a conhecer antes do termo do prazo previsto no caput deste artigo.

Art. 44. O prazo de proteção aos direitos patrimoniais sobre obras audiovisuais e
fotográficas será de setenta anos, a contar de 1° de janeiro do ano subseqüente ao
de sua divulgação.

Art. 45. Além das obras em relação às quais decorreu o prazo de proteção aos direi-
tos patrimoniais, pertencem ao domínio público:

I - as de autores falecidos que não tenham deixado sucessores;

II - as de autor desconhecido, ressalvada a proteção legal aos conhecimentos étnicos


e tradicionais.

Capítulo IV
Das Limitações aos Direitos Autorais

Art. 46. Não constitui ofensa aos direitos autorais:

I - a reprodução:

a) na imprensa diária ou periódica, de notícia ou de artigo informativo, publicado


em diários ou periódicos, com a menção do nome do autor, se assinados, e da publi-
cação de onde foram transcritos;

b) em diários ou periódicos, de discursos pronunciados em reuniões públicas de


qualquer natureza;

c) de retratos, ou de outra forma de representação da imagem, feitos sob enco-


menda, quando realizada pelo proprietário do objeto encomendado, não havendo a
oposição da pessoa neles representada ou de seus herdeiros;

d) de obras literárias, artísticas ou científicas, para uso exclusivo de deficientes visu-


ais, sempre que a reprodução, sem fins comerciais, seja feita mediante o sistema
Braille ou outro procedimento em qualquer suporte para esses destinatários;

II - a reprodução, em um só exemplar de pequenos trechos, para uso privado do


copista, desde que feita por este, sem intuito de lucro;

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 95


III - a citação em livros, jornais, revistas ou qualquer outro meio de comunicação,
de passagens de qualquer obra, para fins de estudo, crítica ou polêmica, na medida
justificada para o fim a atingir, indicando-se o nome do autor e a origem da obra;

IV - o apanhado de lições em estabelecimentos de ensino por aqueles a quem elas


se dirigem, vedada sua publicação, integral ou parcial, sem autorização prévia e
expressa de quem as ministrou;

V - a utilização de obras literárias, artísticas ou científicas, fonogramas e transmissão


de rádio e televisão em estabelecimentos comerciais, exclusivamente para demons-
tração à clientela, desde que esses estabelecimentos comercializem os suportes ou
equipamentos que permitam a sua utilização;

VI - a representação teatral e a execução musical, quando realizadas no recesso


familiar ou, para fins exclusivamente didáticos, nos estabelecimentos de ensino, não
havendo em qualquer caso intuito de lucro;

VII - a utilização de obras literárias, artísticas ou científicas para produzir prova


judiciária ou administrativa;

VIII - a reprodução, em quaisquer obras, de pequenos trechos de obras preexisten-


tes, de qualquer natureza, ou de obra integral, quando de artes plásticas, sempre que
a reprodução em si não seja o objetivo principal da obra nova e que não prejudique
a exploração normal da obra reproduzida nem cause um prejuízo injustificado aos
legítimos interesses dos autores.

Art. 47. São livres as paráfrases e paródias que não forem verdadeiras reproduções
da obra originária nem lhe implicarem descrédito.

Art. 48. As obras situadas permanentemente em logradouros públicos podem ser


representadas livremente, por meio de pinturas, desenhos, fotografias e procedi-
mentos audiovisuais.

Capítulo V
Da Transferência dos Direitos de Autor

Art. 49. Os direitos de autor poderão ser total ou parcialmente transferidos a tercei-
ros, por ele ou por seus sucessores, a título universal ou singular, pessoalmente
ou por meio de representantes com poderes especiais, por meio de licenciamento,
concessão, cessão ou por outros meios admitidos em Direito, obedecidas as seguin-
tes limitações:

I - a transmissão total compreende todos os direitos de autor, salvo os de natureza


moral e os expressamente excluídos por lei;

II - somente se admitirá transmissão total e definitiva dos direitos mediante estipu-


lação contratual escrita;

III - na hipótese de não haver estipulação contratual escrita, o prazo máximo será
de cinco anos;

IV - a cessão será válida unicamente para o país em que se firmou o contrato, salvo
estipulação em contrário;

V - a cessão só se operará para modalidades de utilização já existentes à data do


contrato;

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 96


VI - não havendo especificações quanto à modalidade de utilização, o contrato será
interpretado restritivamente, entendendo-se como limitada apenas a uma que seja
aquela indispensável ao cumprimento da finalidade do contrato.

Art. 50. A cessão total ou parcial dos direitos de autor, que se fará sempre por escri-
to, presume-se onerosa.

§ 1º Poderá a cessão ser averbada à margem do registro a que se refere o art. 19


desta Lei, ou, não estando a obra registrada, poderá o instrumento ser registrado em
Cartório de Títulos e Documentos.

§ 2º Constarão do instrumento de cessão como elementos essenciais seu objeto e as


condições de exercício do direito quanto a tempo, lugar e preço.

Art. 51. A cessão dos direitos de autor sobre obras futuras abrangerá, no máximo, o
período de cinco anos.

Parágrafo único. O prazo será reduzido a cinco anos sempre que indeterminado ou
superior, diminuindo-se, na devida proporção, o preço estipulado.

Art. 52. A omissão do nome do autor, ou de co-autor, na divulgação da obra não


presume o anonimato ou a cessão de seus direitos.

Título IV
Da Utilização de Obras Intelectuais e dos Fonogramas
Capítulo I

Da Edição

Art. 53. Mediante contrato de edição, o editor, obrigando-se a reproduzir e a divul-


gar a obra literária, artística ou científica, fica autorizado, em caráter de exclusivi-
dade, a publicá-la e a explorá-la pelo prazo e nas condições pactuadas com o autor.

Parágrafo único. Em cada exemplar da obra o editor mencionará:

I - o título da obra e seu autor;

II - no caso de tradução, o título original e o nome do tradutor;

III - o ano de publicação;

IV - o seu nome ou marca que o identifique.

Art. 54. Pelo mesmo contrato pode o autor obrigar-se à feitura de obra literária,
artística ou científica em cuja publicação e divulgação se empenha o editor.

Art. 55. Em caso de falecimento ou de impedimento do autor para concluir a obra,


o editor poderá:

I - considerar resolvido o contrato, mesmo que tenha sido entregue parte conside-
rável da obra;

II - editar a obra, sendo autônoma, mediante pagamento proporcional do preço;

III - mandar que outro a termine, desde que consintam os sucessores e seja o fato
indicado na edição.

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 97


Parágrafo único. É vedada a publicação parcial, se o autor manifestou a vontade de
só publicá-la por inteiro ou se assim o decidirem seus sucessores.

Art. 56. Entende-se que o contrato versa apenas sobre uma edição, se não houver
cláusula expressa em contrário.

Parágrafo único. No silêncio do contrato, considera-se que cada edição se constitui


de três mil exemplares.

Art. 57. O preço da retribuição será arbitrado, com base nos usos e costumes, sempre
que no contrato não a tiver estipulado expressamente o autor.

Art. 58. Se os originais forem entregues em desacordo com o ajustado e o editor


não os recusar nos trinta dias seguintes ao do recebimento, ter-se-ão por aceitas as
alterações introduzidas pelo autor.

Art. 59. Quaisquer que sejam as condições do contrato, o editor é obrigado a facul-
tar ao autor o exame da escrituração na parte que lhe corresponde, bem como a
informá-lo sobre o estado da edição.

Art. 60. Ao editor compete fixar o preço da venda, sem, todavia, poder elevá-lo a
ponto de embaraçar a circulação da obra.

Art. 61. O editor será obrigado a prestar contas mensais ao autor sempre que a retri-
buição deste estiver condicionada à venda da obra, salvo se prazo diferente houver
sido convencionado.

Art. 62. A obra deverá ser editada em dois anos da celebração do contrato, salvo
prazo diverso estipulado em convenção.

Parágrafo único. Não havendo edição da obra no prazo legal ou contratual, poderá
ser rescindido o contrato, respondendo o editor por danos causados.

Art. 63. Enquanto não se esgotarem as edições a que tiver direito o editor, não pode-
rá o autor dispor de sua obra, cabendo ao editor o ônus da prova.

§ 1º Na vigência do contrato de edição, assiste ao editor o direito de exigir que se


retire de circulação edição da mesma obra feita por outrem.

§ 2º Considera-se esgotada a edição quando restarem em estoque, em poder do


editor, exemplares em número inferior a dez por cento do total da edição.

Art. 64. Somente decorrido um ano de lançamento da edição, o editor poderá


vender, como saldo, os exemplares restantes, desde que o autor seja notificado de
que, no prazo de trinta dias, terá prioridade na aquisição dos referidos exemplares
pelo preço de saldo.

Art. 65. Esgotada a edição, e o editor, com direito a outra, não a publicar, poderá o
autor notificá-lo a que o faça em certo prazo, sob pena de perder aquele direito, além
de responder por danos.

Art. 66. O autor tem o direito de fazer, nas edições sucessivas de suas obras, as
emendas e alterações que bem lhe aprouver.

Parágrafo único. O editor poderá opor-se às alterações que lhe prejudiquem os inte-
resses, ofendam sua reputação ou aumentem sua responsabilidade.

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 98


Art. 67. Se, em virtude de sua natureza, for imprescindível a atualização da obra
em novas edições, o editor, negando-se o autor a fazê-la, dela poderá encarregar
outrem, mencionando o fato na edição.

Capítulo II
Da Comunicação ao Público

Art. 68. Sem prévia e expressa autorização do autor ou titular, não poderão ser
utilizadas obras teatrais, composições musicais ou lítero-musicais e fonogramas, em
representações e execuções públicas.

§ 1º Considera-se representação pública a utilização de obras teatrais no gênero


drama, tragédia, comédia, ópera, opereta, balé, pantomimas e assemelhadas, musi-
cadas ou não, mediante a participação de artistas, remunerados ou não, em locais de
freqüência coletiva ou pela radiodifusão, transmissão e exibição cinematográfica.

§ 2º Considera-se execução pública a utilização de composições musicais ou lítero-


musicais, mediante a participação de artistas, remunerados ou não, ou a utilização
de fonogramas e obras audiovisuais, em locais de freqüência coletiva, por quaisquer
processos, inclusive a radiodifusão ou transmissão por qualquer modalidade, e a
exibição cinematográfica.

§ 3º Consideram-se locais de freqüência coletiva os teatros, cinemas, salões de baile


ou concertos, boates, bares, clubes ou associações de qualquer natureza, lojas, esta-
belecimentos comerciais e industriais, estádios, circos, feiras, restaurantes, hotéis,
motéis, clínicas, hospitais, órgãos públicos da administração direta ou indireta,
fundacionais e estatais, meios de transporte de passageiros terrestre, marítimo,
fluvial ou aéreo, ou onde quer que se representem, executem ou transmitam obras
literárias, artísticas ou científicas.

§ 4º Previamente à realização da execução pública, o empresário deverá apresentar


ao escritório central, previsto no art. 99, a comprovação dos recolhimentos relativos
aos direitos autorais.

§ 5º Quando a remuneração depender da freqüência do público, poderá o empre-


sário, por convênio com o escritório central, pagar o preço após a realização da
execução pública.

§ 6º O empresário entregará ao escritório central, imediatamente após a execução


pública ou transmissão, relação completa das obras e fonogramas utilizados, indi-
cando os nomes dos respectivos autores, artistas e produtores.

§ 7º As empresas cinematográficas e de radiodifusão manterão à imediata disposi-


ção dos interessados, cópia autêntica dos contratos, ajustes ou acordos, individuais
ou coletivos, autorizando e disciplinando a remuneração por execução pública das
obras musicais e fonogramas contidas em seus programas ou obras audiovisuais.

Art. 69. O autor, observados os usos locais, notificará o empresário do prazo para a
representação ou execução, salvo prévia estipulação convencional.

Art. 70. Ao autor assiste o direito de opor-se à representação ou execução que não
seja suficientemente ensaiada, bem como fiscalizá-la, tendo, para isso, livre acesso
durante as representações ou execuções, no local onde se realizam.

Art. 71. O autor da obra não pode alterar-lhe a substância, sem acordo com o empre-
sário que a faz representar.

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 99


Art. 72. O empresário, sem licença do autor, não pode entregar a obra a pessoa
estranha à representação ou à execução.

Art. 73. Os principais intérpretes e os diretores de orquestras ou coro, escolhidos de


comum acordo pelo autor e pelo produtor, não podem ser substituídos por ordem
deste, sem que aquele consinta.

Art. 74. O autor de obra teatral, ao autorizar a sua tradução ou adaptação, poderá
fixar prazo para utilização dela em representações públicas.

Parágrafo único. Após o decurso do prazo a que se refere este artigo, não poderá
oporse o tradutor ou adaptador à utilização de outra tradução ou adaptação autori-
zada, salvo se for cópia da sua.

Art. 75. Autorizada a representação de obra teatral feita em co-autoria, não poderá
qualquer dos co-autores revogar a autorização dada, provocando a suspensão da
temporada contratualmente ajustada.

Art. 76. É impenhorável a parte do produto dos espetáculos reservada ao autor e


aos artistas.

Capítulo III
Da Utilização da Obra de Arte Plástica

Art. 77. Salvo convenção em contrário, o autor de obra de arte plástica, ao alienar o
objeto em que ela se materializa, transmite o direito de expô-la, mas não transmite
ao adquirente o direito de reproduzi-la.

Art. 78. A autorização para reproduzir obra de arte plástica, por qualquer processo,
deve se fazer por escrito e se presume onerosa.

Capítulo IV
Da Utilização da Obra Fotográfica

Art. 79. O autor de obra fotográfica tem direito a reproduzi-la e colocá-la à venda,
observadas as restrições à exposição, reprodução e venda de retratos, e sem prejuízo
dos direitos de autor sobre a obra fotografada, se de artes plásticas protegidas.

§ 1º A fotografia, quando utilizada por terceiros, indicará de forma legível o nome


do seu autor.

§ 2º É vedada a reprodução de obra fotográfica que não esteja em absoluta conso-


nância com o original, salvo prévia autorização do autor.

Capítulo V
Da Utilização de Fonograma

Art. 80. Ao publicar o fonograma, o produtor mencionará em cada exemplar:

I - o título da obra incluída e seu autor;

II - o nome ou pseudônimo do intérprete;

III - o ano de publicação;

IV - o seu nome ou marca que o identifique.

Capítulo VI

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 100


Da Utilização da Obra Audiovisual

Art. 81. A autorização do autor e do intérprete de obra literária, artística ou científica


para produção audiovisual implica, salvo disposição em contrário, consentimento
para sua utilização econômica.

§ 1º A exclusividade da autorização depende de cláusula expressa e cessa dez anos


após a celebração do contrato.

§ 2º Em cada cópia da obra audiovisual, mencionará o produtor:

I - o título da obra audiovisual;

II - os nomes ou pseudônimos do diretor e dos demais co-autores;

III - o título da obra adaptada e seu autor, se for o caso;

IV - os artistas intérpretes;

V - o ano de publicação;

VI - o seu nome ou marca que o identifique.

VII - o nome dos dubladores. (Incluído pela Lei nº 12.091, de 2009)

Art. 82. O contrato de produção audiovisual deve estabelecer:

I - a remuneração devida pelo produtor aos co-autores da obra e aos artistas intérpre-
tes e executantes, bem como o tempo, lugar e forma de pagamento;

II - o prazo de conclusão da obra;

III - a responsabilidade do produtor para com os co-autores, artistas intérpretes ou


executantes, no caso de co-produção.

Art. 83. O participante da produção da obra audiovisual que interromper, temporária


ou definitivamente, sua atuação, não poderá opor-se a que esta seja utilizada na obra
nem a que terceiro o substitua, resguardados os direitos que adquiriu quanto à parte
já executada.

Art. 84. Caso a remuneração dos co-autores da obra audiovisual dependa dos rendi-
mentos de sua utilização econômica, o produtor lhes prestará contas semestralmen-
te, se outro prazo não houver sido pactuado.

Art. 85. Não havendo disposição em contrário, poderão os co-autores da obra


audiovisual utilizar-se, em gênero diverso, da parte que constitua sua contribuição
pessoal.

Parágrafo único. Se o produtor não concluir a obra audiovisual no prazo ajustado ou


não iniciar sua exploração dentro de dois anos, a contar de sua conclusão, a utiliza-
ção a que se refere este artigo será livre.

Art. 86. Os direitos autorais de execução musical relativos a obras musicais, líte-
romusicais e fonogramas incluídos em obras audiovisuais serão devidos aos seus
titulares pelos responsáveis dos locais ou estabelecimentos a que alude o § 3o do art.
68 desta Lei, que as exibirem, ou pelas emissoras de televisão que as transmitirem.

Capítulo VII
Da Utilização de Bases de Dados

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 101


Art. 87. O titular do direito patrimonial sobre uma base de dados terá o direito exclu-
sivo, a respeito da forma de expressão da estrutura da referida base, de autorizar ou
proibir:

I - sua reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo;

II - sua tradução, adaptação, reordenação ou qualquer outra modificação;

III - a distribuição do original ou cópias da base de dados ou a sua comunicação ao


público;

IV - a reprodução, distribuição ou comunicação ao público dos resultados das opera-


ções mencionadas no inciso II deste artigo.

Capítulo VIII
Da Utilização da Obra Coletiva

Art. 88. Ao publicar a obra coletiva, o organizador mencionará em cada exemplar:

I - o título da obra;

II - a relação de todos os participantes, em ordem alfabética, se outra não houver


sido convencionada;

III - o ano de publicação;

IV - o seu nome ou marca que o identifique.

Parágrafo único. Para valer-se do disposto no § 1º do art. 17, deverá o participante


notificar o organizador, por escrito, até a entrega de sua participação.

Título V
Dos Direitos Conexos

Capítulo I

Disposições Preliminares

Art. 89. As normas relativas aos direitos de autor aplicam-se, no que couber, aos
direitos dos artistas intérpretes ou executantes, dos produtores fonográficos e das
empresas de radiodifusão.

Parágrafo único. A proteção desta Lei aos direitos previstos neste artigo deixa intac-
tas e não afeta as garantias asseguradas aos autores das obras literárias, artísticas ou
científicas.

Capítulo II
Dos Direitos dos Artistas Intérpretes ou Executantes

Art. 90. Tem o artista intérprete ou executante o direito exclusivo de, a título onero-
so ou gratuito, autorizar ou proibir:

I - a fixação de suas interpretações ou execuções;

II - a reprodução, a execução pública e a locação das suas interpretações ou execu-


ções fixadas;

III - a radiodifusão das suas interpretações ou execuções, fixadas ou não;

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 102


IV - a colocação à disposição do público de suas interpretações ou execuções, de
maneira que qualquer pessoa a elas possa ter acesso, no tempo e no lugar que indi-
vidualmente escolherem;

V - qualquer outra modalidade de utilização de suas interpretações ou execuções.

§ 1º Quando na interpretação ou na execução participarem vários artistas, seus


direitos serão exercidos pelo diretor do conjunto.

§ 2º A proteção aos artistas intérpretes ou executantes estende-se à reprodução da


voz e imagem, quando associadas às suas atuações.

Art. 91. As empresas de radiodifusão poderão realizar fixações de interpretação ou


execução de artistas que as tenham permitido para utilização em determinado núme-
ro de emissões, facultada sua conservação em arquivo público.

Parágrafo único. A reutilização subseqüente da fixação, no País ou no exterior,


somente será lícita mediante autorização escrita dos titulares de bens intelectuais
incluídos no programa, devida uma remuneração adicional aos titulares para cada
nova utilização.

Art. 92. Aos intérpretes cabem os direitos morais de integridade e paternidade de


suas interpretações, inclusive depois da cessão dos direitos patrimoniais, sem preju-
ízo da redução, compactação, edição ou dublagem da obra de que tenham partici-
pado, sob a responsabilidade do produtor, que não poderá desfigurar a interpretação
do artista.

Parágrafo único. O falecimento de qualquer participante de obra audiovisual,


concluída ou não, não obsta sua exibição e aproveitamento econômico, nem exige
autorização adicional, sendo a remuneração prevista para o falecido, nos termos do
contrato e da lei, efetuada a favor do espólio ou dos sucessores.

Capítulo III
Dos Direitos dos Produtores Fonográficos

Art. 93. O produtor de fonogramas tem o direito exclusivo de, a título oneroso ou
gratuito, autorizar-lhes ou proibir-lhes:

I - a reprodução direta ou indireta, total ou parcial;

II - a distribuição por meio da venda ou locação de exemplares da reprodução;

III - a comunicação ao público por meio da execução pública, inclusive pela


radiodifusão;

IV - (VETADO)

V - quaisquer outras modalidades de utilização, existentes ou que venham a ser


inventadas.

Art. 94. Cabe ao produtor fonográfico perceber dos usuários a que se refere o art.
68, e parágrafos, desta Lei os proventos pecuniários resultantes da execução pública
dos fonogramas e reparti-los com os artistas, na forma convencionada entre eles ou
suas associações.

Capítulo IV
Dos Direitos das Empresas de Radiodifusão

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 103


Art. 95. Cabe às empresas de radiodifusão o direito exclusivo de autorizar ou proibir
a retransmissão, fixação e reprodução de suas emissões, bem como a comunicação
ao público, pela televisão, em locais de freqüência coletiva, sem prejuízo dos direi-
tos dos titulares de bens intelectuais incluídos na programação.

Capítulo V
Da Duração dos Direitos Conexos

Art. 96. É de setenta anos o prazo de proteção aos direitos conexos, contados a partir
de 1º de janeiro do ano subseqüente à fixação, para os fonogramas; à transmissão,
para as emissões das empresas de radiodifusão; e à execução e representação públi-
ca, para os demais casos.

Título VI
Das Associações de Titulares de Direitos de Autor e dos que lhes são Conexos

Art. 97. Para o exercício e defesa de seus direitos, podem os autores e os titulares de
direitos conexos associar-se sem intuito de lucro.

§ 1º É vedado pertencer a mais de uma associação para a gestão coletiva de direitos


da mesma natureza.

§ 2º Pode o titular transferir-se, a qualquer momento, para outra associação, deven-


do comunicar o fato, por escrito, à associação de origem.

§ 3º As associações com sede no exterior far-se-ão representar, no País, por associa-


ções nacionais constituídas na forma prevista nesta Lei.

Art. 98. Com o ato de filiação, as associações tornam-se mandatárias de seus asso-
ciados para a prática de todos os atos necessários à defesa judicial ou extrajudicial
de seus direitos autorais, bem como para sua cobrança.

Parágrafo único. Os titulares de direitos autorais poderão praticar, pessoalmente, os


atos referidos neste artigo, mediante comunicação prévia à associação a que estive-
rem filiados.

Art. 99. As associações manterão um único escritório central para a arrecadação e


distribuição, em comum, dos direitos relativos à execução pública das obras musi-
cais e líteromusicais e de fonogramas, inclusive por meio da radiodifusão e trans-
missão por qualquer modalidade, e da exibição de obras audiovisuais.

§ 1º O escritório central organizado na forma prevista neste artigo não terá finalida-
de de lucro e será dirigido e administrado pelas associações que o integrem.

§ 2º O escritório central e as associações a que se refere este Título atuarão em juízo


e fora dele em seus próprios nomes como substitutos processuais dos titulares a eles
vinculados.

§ 3º O recolhimento de quaisquer valores pelo escritório central somente se fará por


depósito bancário.

§ 4º O escritório central poderá manter fiscais, aos quais é vedado receber do empre-
sário numerário a qualquer título.

§ 5º A inobservância da norma do parágrafo anterior tornará o faltoso inabilitado à


função de fiscal, sem prejuízo das sanções civis e penais cabíveis.

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 104


Art. 100. O sindicato ou associação profissional que congregue não menos de um
terço dos filiados de uma associação autoral poderá, uma vez por ano, após notifica-
ção, com oito dias de antecedência, fiscalizar, por intermédio de auditor, a exatidão
das contas prestadas a seus representados.

Título VII
Das Sanções às Violações dos Direitos Autorais
Capítulo I

Disposição Preliminar

Art. 101. As sanções civis de que trata este Capítulo aplicam-se sem prejuízo das
penas cabíveis.

Capítulo II
Das Sanções Civis

Art. 102. O titular cuja obra seja fraudulentamente reproduzida, divulgada ou de


qualquer forma utilizada, poderá requerer a apreensão dos exemplares reproduzidos
ou a suspensão da divulgação, sem prejuízo da indenização cabível.

Art. 103. Quem editar obra literária, artística ou científica, sem autorização do titu-
lar, perderá para este os exemplares que se apreenderem e pagar-lhe-á o preço dos
que tiver vendido.

Parágrafo único. Não se conhecendo o número de exemplares que constituem a


edição fraudulenta, pagará o transgressor o valor de três mil exemplares, além dos
apreendidos.

Art. 104. Quem vender, expuser a venda, ocultar, adquirir, distribuir, tiver em depó-
sito ou utilizar obra ou fonograma reproduzidos com fraude, com a finalidade de
vender, obter ganho, vantagem, proveito, lucro direto ou indireto, para si ou para
outrem, será solidariamente responsável com o contrafator, nos termos dos artigos
precedentes, respondendo como contrafatores o importador e o distribuidor em caso
de reprodução no exterior.

Art. 105. A transmissão e a retransmissão, por qualquer meio ou processo, e a comu-


nicação ao público de obras artísticas, literárias e científicas, de interpretações e de
fonogramas, realizadas mediante violação aos direitos de seus titulares, deverão
serimediatamente suspensas ou interrompidas pela autoridade judicial competen-
te, sem prejuízo da multa diária pelo descumprimento e das demais indenizações
cabíveis, independentemente das sanções penais aplicáveis; caso se comprove que
o infrator é reincidente na violação aos direitos dos titulares de direitos de autor e
conexos, o valor da multa poderá ser aumentado até o dobro.

Art. 106. A sentença condenatória poderá determinar a destruição de todos os exem-


plares ilícitos, bem como as matrizes, moldes, negativos e demais elementos utili-
zados para praticar o ilícito civil, assim como a perda de máquinas, equipamentos
e insumos destinados a tal fim ou, servindo eles unicamente para o fim ilícito, sua
destruição.

Art. 107. Independentemente da perda dos equipamentos utilizados, responderá por


perdas e danos, nunca inferiores ao valor que resultaria da aplicação do disposto no
art. 103 e seu parágrafo único, quem:

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 105


I - alterar, suprimir, modificar ou inutilizar, de qualquer maneira, dispositivos técni-
cos introduzidos nos exemplares das obras e produções protegidas para evitar ou
restringir sua cópia;

II - alterar, suprimir ou inutilizar, de qualquer maneira, os sinais codificados desti-


nados a restringir a comunicação ao público de obras, produções ou emissões prote-
gidas ou a evitar a sua cópia;

III - suprimir ou alterar, sem autorização, qualquer informação sobre a gestão de


direitos;

IV - distribuir, importar para distribuição, emitir, comunicar ou puser à disposição


do público, sem autorização, obras, interpretações ou execuções, exemplares de
interpretações fixadas em fonogramas e emissões, sabendo que a informação sobre
a gestão de direitos, sinais codificados e dispositivos técnicos foram suprimidos ou
alterados sem autorização.

Art. 108. Quem, na utilização, por qualquer modalidade, de obra intelectual, deixar
de indicar ou de anunciar, como tal, o nome, pseudônimo ou sinal convencional do
autor e do intérprete, além de responder por danos morais, está obrigado a divulgar-
-lhes a identidade da seguinte forma:

I - tratando-se de empresa de radiodifusão, no mesmo horário em que tiver ocorrido


a infração, por três dias consecutivos;

II - tratando-se de publicação gráfica ou fonográfica, mediante inclusão de errata


nos exemplares ainda não distribuídos, sem prejuízo de comunicação, com desta-
que, por três vezes consecutivas em jornal de grande circulação, dos domicílios do
autor, do intérprete e do editor ou produtor;

III - tratando-se de outra forma de utilização, por intermédio da imprensa, na forma


a que se refere o inciso anterior.

Art. 109. A execução pública feita em desacordo com os arts. 68, 97, 98 e 99 desta
Lei sujeitará os responsáveis a multa de vinte vezes o valor que deveria ser origi-
nariamente pago.

Art. 110. Pela violação de direitos autorais nos espetáculos e audições públicas,
realizados nos locais ou estabelecimentos a que alude o art. 68, seus proprietários,
diretores, gerentes, empresários e arrendatários respondem solidariamente com os
organizadores dos espetáculos.

Capítulo III
Da Prescrição da Ação

Art. 111. (VETADO)

Título VIII
Disposições Finais e Transitórias

Art. 112. Se uma obra, em conseqüência de ter expirado o prazo de proteção que
lhe era anteriormente reconhecido pelo § 2º do art. 42 da Lei nº. 5.988, de 14 de
dezembro de 1973, caiu no domínio público, não terá o prazo de proteção dos direi-
tos patrimoniais ampliado por força do art. 41 desta Lei.

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 106


Art. 113. Os fonogramas, os livros e as obras audiovisuais sujeitar-se-ão a selos ou
sinais de identificação sob a responsabilidade do produtor, distribuidor ou importa-
dor, sem ônus para o consumidor, com o fim de atestar o cumprimento das normas
legais vigentes, conforme dispuser o regulamento. (Regulamento) (Regulamento)

Art. 114. Esta Lei entra em vigor cento e vinte dias após sua publicação.

Art. 115. Ficam revogados os arts. 649 a 673 e 1.346 a 1.362 do Código Civil
e as Leis nºs 4.944, de 6 de abril de 1966; 5.988, de 14 de dezembro de 1973,
excetuando-se o art. 17 e seus §§ 1º e 2º; 6.800, de 25 de junho de 1980; 7.123, de
12 de setembro de 1983; 9.045, de 18 de maio de 1995, e demais disposições em
contrário, mantidos em vigor as Leis nºs 6.533,de 24 de maio de 1978 e 6.615, de
16 de dezembro de 1978.

Brasília, 19 de fevereiro de 1998; 177º da Independência e 110º da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

Francisco Weffort

Este texto não substitui o publicado no DOU de 20.2.1998


Fonte: Disponível em:< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9610.htm>Acesso em:17/11/2011

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 107


TEXTO 05

Cartilha ABDR - Associação Brasileira


de Direitos Reprográficos

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 108


Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 109
Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 110
Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 111
Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 112
Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 113
Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 114
Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 115
Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 116
Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 117
Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 118
TEXTO 6

Material Didático na Educação a Distância


O objetivo desta unidade é aprender a planejar a elaboração do material didático, assim
como se familiarizar com as características específicas de cada tipo de material.

Uma vez que na unidade anterior foram estabelecidas as características e estrutura do curso,
começa o planejamento e elaboração do material que será utilizado pelo aluno como suporte
didático. É um tema complexo e muito importante tratando-se de um curso a distância. Na
falta do contato presencial entre professores e alunos, é fundamental que o material didático,
assim como a interação, seja de quantidade e qualidade, no mínimo, satisfatória.

Para começar um curso a distância, faz-se necessário que haja um material didático
pronto, em forma de texto e/ou em formato audiovisual, dependendo das características
do curso. Mas temos que lembrar também que o material didático não se esgota nesse
material inicial. Uma vez começado o curso, o professor conteudista, ou o profissional
que acompanha o desenvolvimento do conteúdo junto aos alunos, deve estar atento ao
material adicional que pode ser colocado à disposição dos alunos como complementação:
uma notícia atual referente aos conteúdos estudados, um novo artigo, uma entrevista,
um novo vídeo, etc.

Trata-se de materiais que podem e devem ser acrescentados ao conteúdo inicial depen-
dendo da situação e das necessidades que os docentes vão sentindo dos alunos. Por
exemplo, após a realização da avaliação diagnóstica, o docente pode perceber quais as
ênfases que devem ser feitas, quais os conteúdos que precisam se aprofundados, etc.

Planejamento do material didático


Antes de começar a elaboração do material didático, é necessário planejá-lo: quais conte-
údos serão trabalhados em consonância com a ementa e os objetivos traçados no Projeto
Pedagógico do curso, como será organizado o conteúdo, qual será a metodologia, quais
serão as mídias escolhidas...?

A elaboração do material didático é uma importante dimensão


do planejamento em EAD, portanto deve se programar de forma
estratégica, “pois tem papel primordial no contexto da relação
educativa. Suas funções são inúmeras e entre elas destacamos o
apoio ao esforço de mediação e de atribuição de significados por
parte do professor” (ASSIS & CRUZ, 2007, p.4).

Palange (2009, p. 380) afirma que para a elaboração do


material didático, “a primeira escolha é decidir se o curso
será um monólogo ou um diálogo. O curso contempla a
participação efetiva do aluno ou não? Se o educador optar
pelo monólogo, o que ele irá selecionar independe do outro”.
Fonte: http://migre.me/Qt2H

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 119


Nas palavras de Paulo Freire (1988, p.83), o diálogo começa “não quando o educador-
-educando se encontra com os educando-educadores em uma situação pedagógica, mas
antes, quando aquele se pergunta em torno de que vai dialogar com estes”.

E como pode se contar com o aluno neste contexto? Na fase de planejamento foram
traçados os objetivos do curso e os objetivos de cada disciplina. Isto é, quando o profes-
sor conteudista se dispõe a elaborar o material didático, já sabe quais são as competên-
cias e habilidades que se pretendem no futuro profissional, já sabe quais os objetivos
que o aluno deve ter atingido no final do estudo da sua disciplina. Estar atentos a essas
necessidades do aluno na hora de elaborar o material supõe se abrir a um diálogo; supõe
a possibilidade de atingir o interesse e de produzir um material que, além de ser um conte-
údo instrucional, seja um instrumento motivacional.

Portanto, para evitar o monólogo, precisamos conhecer o nosso interlocutor, tentando


atingir seus interesses, levando em conta suas possibilidades e suas dificuldades.

Se o autor do material já leciona a mesma disciplina no ensino presencial, deve saber


quais as partes do conteúdo que oferecem mais dificuldade, quais as estratégias que ele
utiliza para enfrentar esses problemas, quais os recursos de leituras complementares,
vídeos, filmes, debates, etc., que podem ajudar a facilitar a compreensão e estudo do
conteúdo. Se o autor não tiver esse conhecimento, é interessante que procure essas
informações antes de começar sua tarefa autoral.

Mídias
No contexto atual da Educação a Distância, muitas Instituições optam pelo uso de mídias
variadas, porém, sobretudo nos cursos de graduação, a mídia mais utilizada continua
sendo a mídia impressa (SANTOS et al., 2006).

Recentes estimativas indicam que, ao menos 80% da apren-


dizagem, tanto escolar como a distância, ainda está baseada
inteiramente no material impresso com alguns apoios tecno-
lógicos. Mesmo que nos encontremos na era da comunica-
ção, microeletrônica e telecomunicação, o papel impresso,
primeira geração de meios didáticos em ensino a distância,
continua desempenhando um papel essencial nos processos
de aprendizagem.
(ARETIO, 2006, p. 174-175).

O material impresso tem a vantagem da acessibilidade e o fato de


ser facilmente manipulado e transportado, porém, tem a desvan-
tagem de ser uma mídia que oferece leitura apenas linear, não
fazendo possível a leitura em vários níveis de aprofundamento.
Por isso, mesmo que seja a mídia mais frequente, esta deve ir
conjugada com outras que apresentem o conteúdo de maneira
mais dinâmica, mais visual e mais dialógica.
Fonte: http://migre.me/Qt52

Segundo Aretio (2006), outra dificuldade do material impresso é que é mais difícil de
alcançar a motivação do aluno sem recursos informáticos e audiovisuais, além de pressu-
por que o aluno tem facilidade de interpretação de texto.

O mesmo autor destaca que são muitas as variáveis que precisam ser levadas em conta
na hora de escolher a mídia mais adequada: quais os recursos tecnológicos de que dispõe
a Instituição; disponibilidade de acesso por parte dos estudantes; nível do curso; adequa-
ção dos conteúdos a uma ou outra tecnologia; capacitação dos docentes para lidar com
as mídias; e os resultados obtidos por Instituições similares com cada uma delas.

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 120


Normalmente, as dificuldades encontradas para diversificar as mídias são a adequada
capacitação dos docentes, a disponibilidade de recursos materiais – recursos tecnológi-
cos necessários- e a disponibilidade de recursos econômicos para novos investimentos.

Autores dos materiais


O profissional responsável pela elaboração do conteúdo é chamado de professor conteu-
dista. Este profissional pode ser um professor da Instituição, normalmente aquele profes-
sor que leciona a disciplina no ensino presencial, ou pode se adotar o conteúdo elaborado
por outro autor, especialista na matéria.

Em qualquer caso, a pessoa escolhida, além do conhecimento específico da área de


conhecimento sobre o qual terá que escrever, deve ter também facilidade de comunicação
escrita, sabendo se expressar de maneira clara e precisa. Isto é, para ser um bom conteu-
dista, não basta ser um bom professor no ensino presencial. Isso, em princípio, é garantia
apenas de domínio do conteúdo em questão, mas não quer dizer que, necessariamente, o
professor terá a capacidade comunicativa que se requer para elaborar os materiais didáti-
cos para a Educação a Distância.

Antes de começar a elaboração dos materiais, a Instituição deve estabelecer com os


professores conteudistas: honorários, mídias que serão utilizadas, prazos de entrega
parcial e/ou total do conteúdo, extensão (no caso de material em forma de texto), quan-
tidade (no caso de vídeos, web conferência, aulas audiovisuais, etc.), direitos de autor e
patrimoniais, critérios para revisão e atualização do conteúdo, deve estabelecer também
de quem é a responsabilidade pelo conteúdo, especialmente quanto a uma eventual viola-
ção de direitos autorais, etc.

Equipe de Produção
As equipes, sendo formadas por pessoas com diferentes habilidades, são mais completas
e melhor sucedidas do que poderia ser o trabalho de uma pessoa isolada. Portanto, por
serem processos complexos, precisasse de equipes de diferentes profissionais.

Além dos professores conteudistas, o programa de EADD tem que contar com o trabalho
de outras equipes de profissionais para a elaboração do material didático, fundamental-
mente, as seguintes:

• Equipe pedagógica e de design instrucional: equipe multidisciplinar que acompanha


o processo desde o planejamento do curso até aa etapa de avaliação. Segundo
Filatro (20004, apud MOREIRA, 22009, p. 3773), a função desta equipe seria
muito ampla: “fazer a ponte entre os especialistas de diversas áreas, para atingir
aa finalidade principal, que é promover a melhor instrução e a aprendizagem mais
significativa”. Na produção do material, esta equipe tem a incumbência de fazer a
adaptação do conteúdo à linguagem e ao contexto próprio da EAD de maneira a
facilitar a aprendizagem do aluno.
• Equipe de arte – desenho gráfico: esta equipe trabalha sempre junto à equipe ante-
rior e com a equipe tecnológica. Compete a ela cuidar da linguagem gráfica, ilus-
trações, animações, navegabilidade. Cabe também a esta equipe a produção de
material audiovisual e integrar as diferentes mídias ao desenho instrucional, junto
com os profissionais da equipe pedagógica.
• Equipe tecnológica: esta é a equipe responsável pela gestão do Ambiente Virtual de
Aprendizagem. Deve estar sempre em sintonia com as duas equipes anteriores, pois
o trabalho das três se entrelaça.
A equipe tecnológica, quando articulada com o design instrucional, pode participar ativa-
mente da concepção e planejamento das estratégias de aprendizagem, desenvolvendo

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 121


soluções que atendam às demandas por novas práticas de aprendizagem. (SEMBAY,
2009, p.37)

• Equipe de revisão de textos: todo o material em forma de texto (impresso ou digital)


deve passar por uma revisão para garantir a correção gramatical e ortográfica, assim
como a coerência e coesão do texto.

Material didático em forma de texto


Escrever não é tarefa fácil, mas há alguns recursos que podem facilitar a tarefa. Antes
de começar a escrever, convém fazer um esquema, uma estrutura em tópicos (divisão de
unidades, itens e subitens) condizente com os objetivos da disciplina. Uma vez traçada
a “espinha dorsal” do conteúdo, podemos ir colocando quais as ideias que devem ser
desenvolvidas em cada seção, a modo de lembretes. Após estes dois primeiros momen-
tos, será mais fácil destrinchar o conteúdo em forma de texto.

Cada unidade pode começar apresentando ao aluno a pertinência do conteúdo que será
abordado e sua importância. Trata-se de uma introdução breve, apenas para destacar a
utilidade do estudo da unidade e a relação que tem com a unidade anterior ou, inclusive,
com o conjunto do conteúdo. “Explicar a relação da unidade com os conhecimentos que
previsivelmente os alunos já têm, como garantia de uma aprendizagem significativa na
linha de Ausubel” (ARETIO, 2006, p. 224). Trata-se de facilitar organizadores prévios que
façam a ponte entre a informação que o aluno já possui e o conteúdo da unidade.

O uso de gráficos, tabelas, quadros, figuras, ilustrações, etc., pode servir para apresen-
tar de maneira mais gráfica o conteúdo. Às vezes, as figuras podem servir como mera
ilustração, mas amenizam a apresentação do material e quebra um pouco o texto, dando
mais leveza.

Outro recurso que pode ajudar a compreensão do conteúdo é a apresentação de esque-


mas ou mapas conceituais, que foram desenvolvidos por Novak como ferramentas para
organizar e representar o conhecimento de maneira sucinta e gráfica.

Eles são utilizados como uma linguagem para descrição e comunicação de conceitos e
seus relacionamentos, e foram originalmente desenvolvidos para o suporte à aprendiza-
gem significativa (AUSUBEL, 1968, apud SAKAGUTI, 2004, p.1).

Figura 1 – Exemplo de Mapa Conceitual


Fonte: http://migre.me/Qv7p

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 122


Os mapas conceituais ajudam a relacionar conceitos e ideias, com a vantagem de favore-
cer uma compreensão integral do assunto abordado. Podem ser utilizados para apresentar
um conteúdo novo ou como fechamento de um conteúdo. Se estiver bem feito, o aluno
deve ser capaz de reproduzir os assuntos essenciais a partir das relações apresentadas
no mapa conceitual.

Quando é necessário utilizar palavras que não são do domínio dos destinatários (por
exemplo, termos científicos, tecnicismos, palavras que são usadas com significado dife-
rente do sentido dado na linguagem vulgar), pode ajudar inserir um glossário que explique
os termos com o significado que estão sendo utilizados.

É bom estruturar o conteúdo estabelecendo uma sequência, de maneira que a dificuldade


de estudo vá crescendo progressivamente.

A ordem em que são apresentados os conteúdos normalmente tem incidência


nos resultados de aprendizagem, tanto na sua quantidade como na sua qualida-
de. Nesta sequência, é necessário considerar a necessidade de aprendizagens
prévias antes de cometer outros mais complexos, a importância de uns conteú-
dos sobre outros e a extensão dada segundo essa importância.
(ARETIO, 2006, p. 207-208)

O uso de uma linguagem dialógica, que leve em conta os destinatários do conteúdo, é


mais envolvente e motivadora, além de favorecer um estilo mais direto e pessoal.

A linguagem utilizada deve ser precisa, clara e de fácil compreensão. Porém, isso, em
momento nenhum, deve ser confundido com conteúdo superficial. Como falamos antes,
o recurso do glossário, pode ajudar a dar a devida profundidade ao conteúdo, mas ofere-
cendo clareza.

Além disso, “o aluno deve perceber se está aprendendo ou não [...] A tecnologia favorece
a correção e o retorno imediato do certo e do errado” (PALANGE, 2009). Neste sentido,
os exercícios de fixação, com perguntas de múltipla escolha são um bom recurso, pois
permitem que o aluno possa ter um retorno imediato quanto à assimilação dos conteú-
dos considerados mais importantes. É fundamental que o aluno não tenha que esperar o
momento da avaliação, virtual ou presencial, para perceber que a compreensão e assimi-
lação não estão sendo satisfatórias.

Como falamos, ao abordar a organização curricular na unidade anterior, o ser humano é


um todo integrado e, portanto, o aluno tem que perceber a relação dos conteúdos abor-
dados na disciplina com os conteúdos de outras disciplinas, ou com as outras áreas do
conhecimento. Quanto mais numerosas as relações que se possam estabelecer a respeito
do conteúdo estudado, maiores as chances de que o aluno entenda sua importância e
seu significado.

Em resumo, o material em forma de texto, mesmo que não seja o único recurso educa-
cional, deve ser o mais completo possível, oferecendo possibilidades de aprofundamento
dos assuntos abordados.

Nas palavras de Aretio (2006):

O texto para estudar em casa vai além de apresentar a informação. Não é como
os usados em sala de aula. Deve ensinar, explicar, animar, perguntar, motivar e
informar. Faz as funções do professor e dos colegas de sala. Deve conter leitu-
ras, indicar tarefas, avaliar e servir igual aos lentos e aos bem dotados. (p. 216).

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 123


Ou, ainda, segundo Assis e Cruz (2007):

O docente deve estruturar seu material didático, buscando oferecer ao aluno


fonte de estímulos diversificados, incentivando seu desenvolvimento, com
um ambiente perturbador, desafiante e interativo, em que ele possa assumir a
responsabilidade sobre sua aprendizagem e adquira habilidades cognitivas para
dirigir e desenvolver seu processo e seu desempenho (p.5).

Material didático audiovisual


Dizíamos no início desta unidade que a mídia mais utilizada para o material didático na
Educação a Distância é a mídia impressa.

Também refletíamos a respeito das dificuldades próprias do ato de escrever, mas produzir
material em outras mídias, além de ser mais caro, requer conhecimentos e habilidades
mais específicas.

Segundo Moore & Kearsley (2008), “o principal problema relacionado ao uso das mídias
de áudio e vídeo na educação a distância é o fato de exigirem criatividade e conhecimento
profissional especializado para a produção de programas de boa qualidade” (p. 82).

Trata-se de um recurso mais dinâmico, potencialmente mais motivador. O MEC recomen-


da “a diversificação de mídias, objetivando potencializar a experiência de aprendizagem de
forma prazerosa, produtiva e consequente, tendo em vista a realidade do aluno” (BRASIL,
2007, p. 3).

São muitas as possibilidades de recursos audiovisuais: objetos de aprendizagem, vídeos,


animações, web conferências, etc. O recurso deve ser escolhido dependendo do objetivo
que se quer atingir e dependendo do perfil dos alunos. Não podemos esquecer que a fina-
lidade do material didático é facilitar a aprendizagem dos alunos, não é só uma questão
de deixar o material mais bonito, mas se trata de auxiliar o aluno na sua aprendizagem por
meio da utilização de recursos variados e dinâmicos.

Uma imagem vale mais que mil palavras, e sabendo que maioria dos alunos não tem muito
hábito de leitura, os recursos audiovisuais podem ser de grande ajuda para o aluno na
Educação a Distância.

Validação do material
Antes de disponibilizar o material didático aos alunos, é importante validar o material, isto
é, testar o material de maneira que possam ser evidenciadas possíveis lacunas, imprecisões,
partes que não ficaram claras, atividades que não ficaram com suficiente clareza, etc.

De modo geral, a validação é feita através da realização do curso, com o uso do material
didático por uma parcela da população-alvo, por amostragem. O curso deve ser aplicado
também a uma equipe técnica que não tenha participado da elaboração dos textos e
mesmo a outras pessoas da área, diferentes da equipe que efetuou a adequação pedagó-
gica do material (RUIZ & CORDEIRO, 1997, apud SOUZA & SAITO, 2008).

Normalmente o problema encontrado pelas Instituições é a falta de tempo, mas testar


o material previamente evita ter que corrigir possíveis erros quando o curso já está em
andamento.

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 124


Referências
ARETIO, Lorenzo Garcia. La educación a distancia. De la teoría a la práctica. Barcelona:Ariel,
2006.

ASSIS, Elisa Maria de & CRUZ, Vilma A. Gimenes da. Material Didático em EAD: A impor-
tância da cooperação e colaboração na construção do conhecimento. In Linhas Críticas
Vol. 13, nº 24- p.103-114. jan. – jun. 2007. Disponível em:

<http://www.fe.unb.br/linhascriticas/artigos/n24/material.pdf> Acesso em 30 mai.


2010.

MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. São Paulo: Cortez,
2005.

MOREIRA, Maria da Graça. A composição e o funcionamento da equipe de produção. In:


LITTO, Fredric & FORMIGA, Marcos (org.). Educação a Distância. O estado da arte. São
Paulo: Pearson, 2009.

MORAN, J.M. O que é um bom curso a distância. Disponível em: <http://www.eca.usp.


br/prof/moran/bom_curso.htm> Acesso em 13 mai. 2008.

PALANGE, Ivete. Os métodos de preparação de material para cursos on-line. In: LITTO,
Fredric & FORMIGA, Marcos (org.). Educação a Distância. O estado da arte. São Paulo:
Pearson, 2009.

POLAK, Ymiracy N. de Souza. A avaliação do aprendiz em EAD. In: LITTO, Fredric &
FORMIGA, Marcos (org.). Educação a Distância. O estado da arte. São Paulo: Pearson,
2009.

______ Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica. Secretaria de Educação a


Distância.

Referenciais para elaboração de material didático para EAD no ensino profissional e tecno-
lógico. Disponível em:

<http://mecsrv04.mec.gov.br/encontro/materiais/distancia/2.2_referenciais_material_
didatico.pdf>. Acesso em jun.2010.

SOUZA, Thelma Rosane P. de, SAITO, Carlos Hiroo, A centralidade do planejamento na


elaboração de material didático para EAD. (2008) Disponível em: <http://www.abed.org.
br/antiga/htdocs/paper_visem/thelma_rosane_de_souza.htm> Acesso em 13jun. 2010.

SANTOS, C. Ribeiro dos, et al. A construção de material didático para Educação a Distância:
A experiência do setor de Educação a Distância da UNESC. In: Novas Tecnologias na
Educação.

Vol 4. Nº 1. Julho, 2006. Disponível em: <http://www.cinted.ufrgs.br/renote/jul2006/


artigosrenote/a34_21199.pdf> Acesso em 30 mai. 2010.

SAKAGUTI, Solange Tieko. A Educação a Distância e as possíveis formas de aplica-


ções com mapas conceituais. 2004. Disponível em: <http://www.abed.org.br/congres-
so2004/por/htm/119- TC-D2.htm> Acesso em 02 jun. 2010.

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 125


TEXTO 7

Dicas Úteis
1. Em geral, os conteúdos dos materiais didáticos desenvolvidos para mídia Web
preconizam a utilização de:
-- Hiperlinks
-- Cores e forma
-- Movimento
-- Animação
-- Possibilidade de interatividade com o aluno
-- Imagens
-- Sons
-- Vídeos

Esses conteúdos facilitam a construção de um material com amplas potencialidades e


também a elaboração de exercícios e atividades que potencializam a construção de seu
conhecimento.

2. O material deve ser sempre pensado para o aluno. A escrita e a forma de explicar
deve considerar que o aluno está conhecendo esse conteúdo pela primeira vez,
possibilitando que ele leia, estude e aprenda sozinho. Esse é um dos principais
elementos a serem considerados nos materiais didáticos que serão utilizados na
modalidade a distância.

LEMBRE-SE
O material deve conversar com o aluno através de uma escrita simples e explicativa!!!

3. O nível de aprofundamento do conteúdo nos materiais didáticos elaborados para a


EaD deve contemplar todas as necessidades, iniciando pelo básico, mas abrangendo
todos os elementos considerados mais densos sobre o conteúdo. Independente do
estágio em que o aluno se encontra, o material didático deve abranger as necessi-
dades dos objetivos e competências que o aluno deverá atingir.
4. O foco não é a quantidade de material, mas sim, o conteúdo necessário para que o
aluno atinja os objetivos de aprendizagem elencados nos módulos de estudo.
5. O material didático a ser elaborado deve interagir com o aluno a todo o momento,
detalhando o máximo de situações, exemplos e analogias, de forma a abordar o que
em uma aula presencial você diria. Lembre-se: em cursos on-line você deve expres-
sar isso também, mas em forma de escrita, som ou imagens.
6. O processo de aprendizagem nos cursos on-line depende em grande parte da forma
como você se comunica, detalha, e se expressa.

Orientações para Elaboração de Materiais Didáticos EaD 126

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