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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) DESEMBARGADOR(A)

PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE GOIÁS

Processo nº XXXX
Agravante: Joaquim Oliveira
Agravado: Pedro Oliveira dos Santos

JOAQUIM OLIVEIRA, brasileiro, divorciado, profissão, inscrito no CPF


sob o nº XXX, e RG nº XXX, residente e domiciliado na Rua XXX, Bairro XXX,
Cidade XXX, CEP XXX, endereço eletrônico desconhecido, telefone XXXX, não se
conformando com a decisão liminar proferida nos autos da ação de alimentos em
trâmite na 2ª Vara Cível e de Família da Comarca de Goiânia-GO, ajuizada por
PEDRO OLIVEIRA DOS SANTOS, brasileiro, menor impúbere, inscrito no CPF sob
o nº XXX, neste ato representado pela sua genitora MÁRCIA DOS SANTOS,
brasileira, divorciada, profissão, inscrita no CPF sob o nº XXX, e RG nº XXX, ambos
residentes e domiciliados na Rua XXX, Bairro XXX, Cidade XXX, CEP XXX,
endereço eletrônico desconhecido, telefone XXXX, vem, por meio de suas
advogadas infra assinadas, interpor o presente

AGRAVO DE INSTRUMENTO

Com fundamento nos artigos 1.015 e seguintes do Novo Código de Processo Civil,
bem como demais legislações em vigor, requerendo seja o mesmo recebido no seu
duplo efeito e processado na forma da lei, postulando, desde já, pela juntada das
razões anexo e a concessão do benefício da justiça gratuita, dispensando o
agravante do pagamento das custas do preparo.

Nestes Termos,
Pede Deferimento
Goiânia, 26 de novembro de 2023.

Advogado
OAB/GO n. XX.XXX
RAZÕES RECURSAIS

Apelante: Cássio Rodrigues

Apelada: Engenharia e Manutenção de Telhados Ltda.,

Origem: processo nº XXXXXX, 2ª Vara Cível e de Família da Comarca de Goiânia -


Goiás

EGRÉGIO TRIBUNAL,

COLENDA CÃMARA.

EMÉRITOS DESEMBARGADORES,

I. FATOS

Trata-se de ação de alimentos proposta pela genitora em favor do menor


impúbere, decorrente do casamento outrora mantido entre o agravante e a
representante do menor.
Na separação ficou decidido que a guarda de Pedro Oliveira dos Santos
seria de Marcia dos Santos, sendo a genitora responsável pela maior parte das
despesas do filho.
Ocorre que, o agravante não estava efetuando o pagamento das
despesas do agravado.
Dessa forma, foi concedido, por meio de decisão liminar, alimentos
provisórios no montante de 50% sobre o salário percebido pelo agravante
Inconformado com os termos da decisão proferida pelo nobre magistrado,
o agravante não vislumbra outra alternativa, se não a interposição do presente
Agravo de Instrumento, a fim de reformar a decisão, tendo em vista que o
pagamento da pensão alimentícia no percentual previamente estipulado pode vir a
prejudicar a sua subsistência.

II. DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS


Em sede de decisão liminar, o magistrado determinou que o agravante
efetue o pagamento de pensão alimentícia ao agravado no percentual de 50% dos
seus ganhos auferidos mensalmente.

A partir da situação em análise, veja-se o que o código civil traz sobre os


alimentos:

Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns


aos outros os alimentos de que necessitem para viver de modo compatível
com a sua condição social, inclusive para atender ás necessidades de sua
educação.
§ 1º Os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do
reclamante e dos recursos da pessoa obrigada.
§ 2º Os alimentos serão apenas os indispensáveis à subsistência, quando
a situação de necessidade resultar de culpa de quem os pleiteia.

O agravante reconhece o seu dever de pagar alimentos ao agravado,


contudo, o percentual estipulado mostra-se desarrazoado, haja vista que o
agravante, assim como o agravado, possui despesas básicas necessárias à sua
subsistência.

Assim, a supressão de 50% da remuneração mensal do agravante é


passível de acarretar prejuízos ao seu sustento.

Nestes termos, a jurisprudência dos tribunais já decidiu que ao fixar


alimentos, o magistrado, além de buscar atender as necessidades do alimentando
da melhor forma possível, deve se ater para não prejudicar a condição econômica
do alimentante, e ainda, fixou alimentos em 10%. Vejamos:

APELAÇÃO CIVIL. DIREITO DE FAMÍLIA. PRESTAÇÃO


ALIMENTÍCIA À FILHA MENOR. FIXAÇÃO DE ALIMENTOS EM
DEMANDA DE DIVÓRCIO CONSENSUAL. PERCENTUAL
PROPORCIONAL AOS GANHOS DO ALIMENTANTE. BINÔMIO
NECESSIDADE-POSSIBILIDADE. QUANTUM ADEQUADO. DEVER
DE SUBSISTÊNCIA DOS GENITORES. OBSERVÂNCIA. 1. Na
fixação dos alimentos deve-se observar o binômio necessidade-
possibilidade, para que melhor seja atendido o interesse do
alimentando, sem que para isso, exaspere-se a condição
econômica do alimentante. 2. Sentença recorrida majorou o
percentual para a fixação dos alimentos pleiteados em demanda de
divórcio consensual. 3. Face ao recurso infere-se que a fixação
dos alimentos em 10% (dez por cento) dos rendimentos brutos,
abatidos apenas os descontos compulsórios, é razoável e
proporcional para a manutenção de filha menor de um ano de idade,
que reside com a mãe em imóvel mantido com a genitora após o
divórcio. 4. Recurso conhecido e provido.(TJ-DF 20170610041713 –
Segredo de Justiça 0004082-94.2017.8.07.0006, Relator: CARLOS
RODRIGUES, Data de Julgamento: 22/11/2017, 6ª TURMA CÍVEL,
Data de Publicação: Publicado no DJE : 28/11/2017 . Pág.: 283/340)
grifo nosso.

Diante disso, é certo que a pensão alimentícia fixada no percentual de


50%, vai além dos limites habitualmente estabelecidos pelos tribunais, e ainda, é
passível de comprometer o sustento do agravante, em oposição ao Princípio da
Dignidade da Pessoa Humana.

Diante disso, considerando os argumentos supra apresentados, requer


que seja acolhido e provido o presente Agravo de Instrumento, para determinar a
imediata reforma da decisão proferida pelo juízo de primeiro grau, a fim de que
sejam fixados alimentos em favor do agravado no percentual de 15%.

III. DO EFEITO SUSPENSIVO

Nos termos do artigo 1019, I do CPC, é cabível efeito suspensivo no


Recurso de Agravo de Instrumento. O artigo 995 do mesmo diploma legal, determina
que, para a concessão de efeito suspensivo, é necessário demonstrar a presença de
“fumus boni iuris” e “periculum in mora”:

Art. 995. Os recursos não impedem a eficácia da decisão, salvo disposição


legal ou decisão judicial em sentido diverso.

Parágrafo único. A eficácia da decisão recorrida poderá ser suspensa por decisão
do relator, se da imediata produção de seus efeitos houver risco de dano grave, de
difícil ou impossível reparação, e ficar demonstrada a probabilidade de provimento
do recurso.

Conforme mencionado, as alegações contidas na inicial se mostram


inverossímeis, uma vez que foi mencionado que o agravante possui baixa
remuneração e despesas básicas próprias, sendo impossível retirar 50% de sua
renda sem que prejudique sua subsistência.
Estão presentes ambos os requisitos, haja vista que, a manutenção da
decisão liminar que deferiu a pensão alimentícia no percentual de 50% sobre a
remuneração do agravado, pode ocasionar a ausência de recursos financeiros para
que ele arque com as próprias despesas.
Ademais, o fato de agravante não ter condições de pagar o valor,
configura-se como inadimplente quanto as obrigações alimentícias, logo, há grandes
riscos de que seja determinada a prisão civil pela falta do pagamento.
Nesse sentido, estando presentes todos os requisitos necessários, requer
o deferimento do efeito suspensivo do Agravo de Instrumento, a fim de que seja
promovida a suspensão dos efeitos da decisão recorrida.

IV. DOS PEDIDOS

Diante do Exposto, requer:

a) Que seja ACOLHIDO o pedido de efeito suspensivo do Agravo de


Instrumento nos termos do artigo 995, parágrafo único do CPC, a fim
de suspender os termos da decisão recorrida, tendo em vista a
presença de periculum in mora e fumus boni iuris;

b) Que seja ACOLHIDO e PROVIDO o Agravo de Instrumento, para


determinar a imediata reforma da decisão proferida pelo juízo de
primeiro grau, a fim de que sejam fixados alimentos em favor do
agravado no percentual de 15%;

c) A Intimação da parte agravada para, caso repute necessário,


apresentar contrarrazões, no prazo de 15 (quinze dias), conforme
literalidade do artigo 1.019, II do CPC.

d) A condenação do agravado ao pagamento das custas e despesas


processuais, bem como, ao pagamento dos honorários de
sucumbência;

e) O cadastramento/ habilitação das advogadas que esta subscreve,


para que todas as intimações sejam realizadas em seus nomes, sob
pena de nulidade.

Nestes Termos,
Pede Deferimento

Goiânia, 26 de novembro de 2023.

Advogado
OAB/GO n. XX.XXX

Aluno: Tallis D Lucas Wercelens Mendes

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