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EXAME
DIREITO DO
• Esquemas Didáticos
OABNAMEDIDA.COM.BR
SUMÁRIO
1. FONTES DO DIREITO DO TRABALHO
1.1. FONTES MATERIAIS
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5. EMPREGADOR
5.1. CONCEITO
5.2. GRUPO ECONÔMICO
5.3. SUCESSÃO DE EMPREGADORES
5.4. DONO DE OBRA
6. TERCEIRIZAÇÃO
7. CONTRATO INDIVIDUAL DE TRABALHO
7.1. CONCEITO
7.2. EXPERIÊNCIA PRÉVIA
7.3. CONTRATO POR PRAZO DETERMINADO
7.4. CONTRATO POR PRAZO INTERMITENTE
7.5. EMPREGADO HIPERSUFICIENTE
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Alteração Legislativa Atenção Exemplo
7.6. ALTERAÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO
7.7. INTERRUPÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO
7.8. FÉRIAS
7.9. SUSPENSÃO DO CONTRATO DE TRABALHO
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10. TELETRABALHO
11. SALÁRIO E REMUNERAÇÃO
11.1. CONCEITO
11.2. GORJETA
11.3. SALÁRIO
11.4. NORMAS DE PROTEÇÃO AO SALÁRIO
11.5. EQUIPARAÇÃO SALARIAL
11.6. GRATIFICAÇÃO NATALINA
11.7. FGTS
11.8. INVENÇÃO E MODELO DE UTILIDADE
11.9. PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS OU RESULTADOS
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Entende-se por fonte, em sentido genérico, tudo aquilo que origina, que representa o início,
permitindo a formação do Direito.
As fontes formais, por outro lado, representam o momento jurídico propriamente dito, com a
edição da norma pronta, isto é, materializada e exteriorizada para a produção de efeitos.
O caput do art. 8º, portanto, considera fontes subsidiárias do direito do trabalho as seguintes:
Não se pode olvidar, entretanto, da existência de corrente doutrinária mais atual que entende
que os princípios possuem ainda caráter normativo, ou seja, devem ser considerados fontes
formais do Direito e não apenas fonte supletiva.
O novo § 1º do art. 8º, por sua vez, suprimiu a segunda parte do antigo parágrafo único, de modo
a excluir a necessidade de que, na aplicação subsidiária do direito comum, este seja compatível
com os princípios fundamentais do direito do trabalho. Cuida-se de alteração sem efeitos
práticos, visto que a aplicação do direito comum ao direito do trabalho passa, necessariamente,
pela compatibilidade com o direito do trabalho como ciência autônoma, fato que não precisa estar
expressamente previsto na Lei.
Por outro lado, ao prever que súmulas e outros enunciados de jurisprudência dos tribunais
trabalhistas não criarão obrigações nem restringirão direitos, o § 2ª apenas reafirma a função
interpretativa dos entendimentos jurisprudenciais consolidados.
Já a inserção do § 3º tem o intuito de tentar limitar a análise do Poder Judiciário aos aspectos
formais dos acordos e convenções coletivas, o que excluiria a função de anular cláusulas que
reputasse ilegais ou inconstitucionais.
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Conforme definido por Renato Saraiva, “princípios são proposições genéricas que servem de
fundamento e inspiração para o legislador na elaboração da norma positivada, atuando também
como forma de integração da norma, suprindo lacunas e omissões da lei, exercendo, ainda,
importante função, operando como baliza orientadora na interpretação de determinado dispositivo
pelo operador de Direito1”.
SÚMULA 51 DO TST
NORMA REGULAMENTAR. VANTAGENS E OPÇÃO PELO NOVO REGULAMENTO. ART. 468 DA CLT
1 SARAIVA, Renato. Direito do Trabalho. 16. ed. Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: Método, 2014, p. 31.
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Havendo conflito entre instrumentos normativos, existem três teorias para explicar quais
normas devem ser aplicadas.
Além disso, o parágrafo único do art. 3º estabelece que a empresa responsável pelo
contrato de trabalho do empregado transferido deverá observar, independentemente da
legislação do local da execução dos serviços, a legislação brasileira sobre Previdência
Social, Fundo de Garantia por Tempo de Serviço - FGTS e Programa de Integração Social
- PIS/PASEP TEMA COBRADO NO XX EXAME DA OAB/FGV.
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I - É ônus do empregador que conta com mais de 10 (dez) empregados (com a Lei N
º 13.874/19 o número passou a 20 empregados) o registro da jornada de trabalho
na forma do art. 74, § 2º, da CLT. A não-apresentação injustificada dos controles de
freqüência gera presunção relativa de veracidade da jornada de trabalho, a qual pode
ser elidida por prova em contrário.
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III - Os cartões de ponto que demonstram horários de entrada e saída uniformes são
inválidos como meio de prova, invertendo-se o ônus da prova, relativo às horas extras, que
passa a ser do empregador, prevalecendo a jornada da inicial se dele não se desincumbir.
RENÚNCIA TRANSAÇÃO
Ato unilateral de despojamento de um direito certo, Ato bilateral que, por meio de concessões
causando sua extinção recíprocas, recai sobre direito duvidoso (não
adquirido, não certo), extinguindo a obrigação
ARBITRAGEM:
• Além disso, o dispositivo tem o potencial de afrontar a própria Lei de Arbitragem, que se destina
a direitos patrimoniais disponíveis (os direitos trabalhistas são indisponíveis), bem como o art.
114, § 1º da CF/88, que relega a arbitragem no campo trabalhista apenas às questões coletivas.
Art. 468 - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições
por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente,
prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia.
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O Direito do Trabalho é ramo do Direito que objetiva proteger e assegurar a melhoria da condição
social do empregado, embora em situações especiais alcance pessoas em relações similares.
Por se destinar precipuamente aos empregados, é necessário desde logo diferenciar esse
sujeito dos demais trabalhadores, a fim de se especificar o real destinatário de todo o contingente
de normas trabalhistas.
Considera-se relação de trabalho qualquer vínculo jurídico em que uma pessoa presta serviço
para outra, enquanto que a relação de emprego é definida pelo art. 3 º da CLT como “toda pessoa
física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e
mediante salário”.
Da definição legal trazida pela Consolidação das Lei do Trabalho, é possível extrair a existência
dos seguintes requisitos essenciais à caracterização da relação de emprego:
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• Em razão de expressa disposição legal, para o empregado doméstico não se aplica o
elemento “não eventualidade”, mas sim o elemento “continuidade”, conforme abaixo explicado.
Cuida-se de um dos dispositivos da reforma trabalhista mais criticados pela doutrina nacional.
Sustenta-se, em suma, que, pelas disposições dos artigos 2º, 3º e 9º da CLT, se preenchidos
os elementos definidores da relação de emprego, a mera existência de contrato civil não será
suficiente ao afastamento do vínculo empregatício, em razão do princípio do contrato realidade.
Além do empregado tradicional, regido pela CLT, há outras espécies de empregados com
peculiaridades que merecem ser estudadas, conforme a seguir demonstrado.
De acordo com o artigo 2º da Lei nº 5.889/73, considera-se empregado rural toda pessoa
física que, em propriedade rural ou prédio rústico, presta serviços de natureza não eventual a
empregador rural, sob a dependência deste e mediante salário.
Entende-se por prédio rústico a propriedade localizada em zona urbana, mas dedicada à
atividade tipicamente rural.
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Desse modo, ainda que se trate de empregador localizado na zona urbana, se a atividade
exercida for tipicamente rural, os empregados também serão considerados rurais.
“(...) transformações físicas são aquelas que não afetam a substancia do produto, como
a colheita, a poda, o beneficiamento, o ensacamento e o escovamento da produção
agrícola, pecuária ou do extrativismo mineral. Por sua vez, a transformação química
é aquela que afeta a natureza do produto, passando a assumir uma nova formassem
retorno ao estágio anterior, como a mudança da cana para o álcool ou o açúcar, o
preparo de embutidos a partir da carne suína ou a fabricação dos queijos a partir do
leite. Via de regra a atividade industrial se insere, portanto, na seara urbana.
(...) A propósito, o art. 2º, §4º, do Regulamento do Trabalho Rural, Decreto n. 73.626, de
12.02.1974, refere expressamente como sendo rurais as atividades que “compreendem o
primeiro tratamento dos produtos agrários in natura sem transformá-los em sua natureza”,
oferecendo exemplos como o “beneficiamento, a primeira modificação e o preparo dos
produtos agropecuários e hortigranjeiros”. Ao revés, consideram urbanas as atividades que
alteram a natureza dos produtos, retirando-lhe a condição de matéria prima”.
Não confundir os serviços intermitentes previstos na Lei n. 5.889/73, com a figura do contrato
intermitente inserido pela reforma trabalhista.
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• O horário noturno para o empregado rural será das 20h às 4h, na pecuária, e das
21h às 05h, na agricultura.
• Não há hora noturna reduzida no meio rural, mas o adicional é de 25%, e não de
20%, como previsto na CLT TEMA COBRADO NOS EXAMES III E XIX DA OAB/FGV. .
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O limite de idade máxima de 24 anos não é aplicado ao aprendiz com deficiência, conforme art.
428, §5º, da CLT TEMA COBRADO NO XI EXAME DA OAB/FGV.
O contrato de aprendizagem não poderá ter duração superior a 2 anos, salvo em se tratando
de aprendiz com deficiência. Ao menor aprendiz, salvo condição mais favorável, será garantido o
salário mínimo hora, art. 428, §2º, da CLT TEMA COBRADO NO IV EXAME DA OAB/FGV.
De acordo com o art. 433 da CLT, o contrato de aprendizagem extinguir-se-á no seu termo ou
quando o aprendiz completar 24 (vinte e quatro) anos, exceto para o aprendiz com deficiência,
que poderá ter mais de 24 anos, ou ainda antecipadamente nas seguintes hipóteses:
IV – a pedido do aprendiz.
Aos contratos de aprendizagem não se aplicam as indenizações previstas nos artigos 479 e 480
da CLT, referentes ao término antecipado nos contratos por prazo determinado.
• Aprendiz deve ter no mínimo 14 anos e no máximo 24 anos, salvo pessoa com deficiência
• Contrato com duração máxima de 2 anos, salvo no caso de pessoa com deficiência
• Jornada de oito horas diárias apenas para os aprendizes que já tiverem completado o ensino fundamental,
se nelas forem computadas as horas destinadas à aprendizagem teórica
• FGTS no importe de 2%
De acordo com o disposto na Lei n. 6.019/74, modificada pela Lei n. 13.429/2017, trabalho
temporário é aquele prestado por pessoa física contratada por uma empresa de trabalho temporário
que a coloca à disposição de uma empresa tomadora de serviços, para atender à necessidade de
substituição transitória de pessoal permanente ou à demanda complementar de serviços, sendo
esta considerada a demanda de serviços que seja oriunda de fatores imprevisíveis ou, quando
decorrente de fatores previsíveis, tenha natureza intermitente, periódica ou sazonal.
De acordo com o art. 6º da Lei n. 13.429/2017, são requisitos para funcionamento e registro
da empresa de trabalho temporário no Ministério do Trabalho: I - prova de inscrição no Cadastro
Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), do Ministério da Fazenda; II - prova do competente registro
na Junta Comercial da localidade em que tenha sede e III - prova de possuir capital social de, no
mínimo, R$ 100.000,00 (cem mil reais).
O contrato celebrado pela empresa de trabalho temporário e a tomadora de serviços será por
escrito, ficará à disposição da autoridade fiscalizadora no estabelecimento da tomadora de serviços
e conterá: I - qualificação das partes; II - motivo justificador da demanda de trabalho temporário;
III - prazo da prestação de serviços; IV - valor da prestação de serviços e V - disposições sobre a
segurança e a saúde do trabalhador, independentemente do local de realização do trabalho.
Além disso, o contrato de trabalho temporário, com relação ao mesmo empregador, não poderá
exceder ao prazo de 180 (cento e oitenta dias), consecutivos ou não, podendo ser prorrogado por
até noventa dias, consecutivos ou não, quando comprovada a manutenção das condições que o
ensejaram (art. 10 da Lei n. 6.019/74).
Destaca-se ainda que o trabalhador temporário somente poderá ser colocado à disposição da mesma
tomadora de serviços em novo contrato temporário, após noventa dias do término do contrato anterior.
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REQUISITOS ESSENCIAIS PREVISTOS NA LEI N. 6.019/74
• Contrato entre a empresa de trabalho temporário e a empresa tomadora ou cliente, com relação a um
mesmo empregado, não poderá exceder ao prazo de 180 (cento e oitenta dias), consecutivos ou não, podendo
ser prorrogado por até 90 (noventa dias), consecutivos ou não, quando comprovada a manutenção das
condições que o ensejaram
• o trabalhador temporário somente poderá ser colocado à disposição da mesma tomadora de serviços em
novo contrato temporário, após noventa dias do término do contrato anterior
É importante destacar ainda que o parágrafo único do art. 11 da Lei n. 6.019/74 veda
expressamente qualquer cláusula de reserva, proibindo a contratação do trabalhador pela
empresa tomadora ou cliente ao fim do prazo em que tenha sido colocado à sua disposição pela
empresa de trabalho temporário. Qualquer cláusula nesse sentido será nula de pleno direito.
A Constituição Federal de 1988 adotou o regime jurídico único para os servidores públicos,
conforme redação original do art. 39, caput, a seguir transcrito:
Para disciplinar o regime único dos servidores públicos civis da União, das autarquias e das
fundações públicas federais, foi editada a Lei n. 8.112/90, prevendo o regime jurídico estatutário
para o preenchimento de cargos públicos.
Ocorre que a Emenda Constitucional n. 19/98 alterou o art. 39 acima transcrito, eliminando
a exigência expressa de adoção de regime jurídico único para os servidores públicos, ou seja,
permitiu implicitamente a adoção de regime híbrido.
Nesse contexto, foi editada a Lei n. 9.962/00, prevendo o regime de emprego público do
pessoal da Administração Federal direta, autárquica e fundacional, o que acabou possibilitando
a convivência de sistema híbrido administrativo, compostos por servidores estatutários (regidos
pela Lei n. 8.112/90) e empregados públicos (regidos pela Lei n. 9.962/00).
Não se pode olvidar ainda que a Justiça do Trabalho possui competência apenas para julgar
as relações que envolvam servidores celetistas, ficando as lides concernentes aos servidores
estatutários reservadas à Justiça Comum, conforme liminar concedida pelo STF na ADI n. 3.995-6.
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Súmula nº 243 do TST. OPÇÃO PELO REGIME TRABALHISTA. SUPRESSÃO DAS
VANTAGENS ESTATUTÁRIAS. Exceto na hipótese de previsão contratual ou legal
expressa, a opção do funcionário público pelo regime trabalhista implica a renúncia dos
direitos inerentes ao regime estatutário.
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Não obstante a contratação sem a observância do concurso público seja causa de nulidade
absoluta, com efeitos ex tunc (a nulidade retroage ao início do contrato), o Tribunal Superior do
Trabalho sedimentou posicionamento no sentido de que o servidor terá direito à contraprestação
pactuada, em relação ao número de horas trabalhadas e aos valores referentes aos depósitos do
FGTS TEMA COBRADO NO XIV EXAME DA OAB/FGV.
Súmula nº 363 do TST. CONTRATO NULO. EFEITOS (nova redação) - Res. 121/2003,
DJ 19, 20 e 21.11.2003. A contratação de servidor público, após a CF/1988, sem prévia
aprovação em concurso público, encontra óbice no respectivo art. 37, II e § 2º, somente
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lhe conferindo direito ao pagamento da contraprestação pactuada, em relação ao
número de horas trabalhadas, respeitado o valor da hora do salário mínimo, e dos
valores referentes aos depósitos do FGTS.
Outro ponto importante em relação aos servidores públicos é a aquisição da estabilidade prevista
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no art. 41, caput, da CF/88, que determina que “são estáveis após três anos de efetivo exercício os
servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público”.
O servidor público estável somente pode perder o cargo pelos seguintes motivos: I - em virtude
de sentença judicial transitada em julgado; II - mediante processo administrativo em que lhe seja
assegurada ampla defesa e III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na
forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.
Seguindo a mesma linha de raciocínio, outra distinção importante feita pelo Tribunal Superior
do Trabalho diz respeito à motivação da dispensa dos servidores públicos não estáveis, que não
é exigida para os servidores das empresas públicas e das sociedades de economia mista, com
exceção apenas da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), em razão de possuir o
mesmo tratamento da Fazenda Pública.
Outro tema que entendemos muito importante para a prova da OAB/FGV diz respeito à
possibilidade de pagamento do salário mínimo proporcional na contratação de empregado para
cumprimento de jornada reduzida. O Tribunal Superior do Trabalho sedimentou posicionamento
pela possibilidade do pagamento proporcional (OJ n. 358 da SDI-1do TST), com exceção apenas
da Administração Pública direta, autárquica e fundacional, ou seja, a proporcionalidade também é
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possível para empregados de sociedades de economia mista e empresas públicas.
Com a alteração promovida, vejamos quais são todos os diretos garantidos constitucionalmente
aos empregados domésticos.
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DIREITOS PREVISTOS NA CF/88 ANTES DA EC N. 72/2013
• Salário Mínimo
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• Gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal
• Aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei
• Aposentadoria
• Garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável
• Duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a
compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;
• Redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança
• Proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo,
idade, cor ou estado civil;
• Proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores
de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos; 22
DIREITOS AMPLIADOS PELA EC N. 72/2013 QUE DEPENDIAM DE
REGULAMENTAÇÃO
• Relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei
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• Assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches
e pré-escolas
• Seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está
obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa
Para tratar dos direitos constitucionalmente assegurados foi editada a Lei Complementar n.
150/2015, que será a partir de agora analisada.
A nova lei deixou claro o critério a ser utilizado para caracterizar o vínculo empregatício
doméstico, especificando que empregado doméstico é aquele que presta serviços de forma
contínua, subordinada, onerosa e pessoal e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à família, no
âmbito residencial destas, por MAIS DE 2 (DOIS) DIAS POR SEMANA.
Adotando-se o mesmo critério estabelecido pela Convenção n. 182 da OIT, a lei deixou claro
que é vedado o trabalho doméstico para menores de 18 anos. Essa previsão acabou por esvaziar
o sentido do inciso XXXIII do art. 7º da CF/88, já que qualquer labor é vedado aos menores de 18
anos, e não apenas os casos de trabalho noturno, perigoso ou insalubre.
É importante lembrar ainda que o trabalho doméstico não pode ter finalidade lucrativa. Desse
modo, se a empregada doméstica, por exemplo, cozinhar doces para a empregadora comercializar,
haverá vínculo de emprego regido pela CLT, independentemente do número de vezes que a
empregada comparece à residência.
2 Diferentemente da Consolidação das Leis do Trabalho, que usou a expressão não eventual, a
legislação aplicada aos empregados domésticos sempre se valeu do termo continuidade, o que gerava
grande divergência doutrinaria e jurisprudência acerca do seu conteúdo.
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Repetindo o que já havia sido previsto pela EC n. 72/2015, a nova lei assegurou aos empregados
domésticos a duração normal do trabalho não excedente a 8 (oito) horas diárias e 44 (quarenta e
quatro) semanais, devendo a remuneração da hora extraordinária ser, no mínimo, 50% (cinquenta
por cento) superior ao valor da hora normal.
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Além disso, o banco de horas da doméstica tem a peculiaridade de que as 40 horas primeiras
horas extras prestadas no mês, e não compensadas, são obrigatoriamente pagas, ou seja, não
podem ser utilizadas para a compensação nos meses seguintes, no período máximo de 1 ano.
Na hipótese de rescisão do contrato de trabalho sem que tenha havido a compensação integral
da jornada extraordinária, o empregado fará jus ao pagamento das horas extras não compensadas,
calculadas sobre o valor da remuneração na data de rescisão.
O trabalho não compensado prestado aos domingos e feriados deve ser pago em dobro, sem
prejuízo da remuneração relativa ao repouso semanal.
Ressalta-se ainda que a nova lei dos empregados domésticos permitiu às partes, mediante
acordo individual escrito, estabelecer horário de trabalho de 12 (doze) horas seguidas por 36
3 Não confundir com o regime de compensação semanal, em que as 4 horas geralmente destinadas
ao trabalho ao sábados são diluídas durante a semana, conforme Súmula n. 85 do TST.
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(trinta e seis) horas ininterruptas de descanso, observados ou indenizados os intervalos para
repouso e alimentação.
Caso o empregado resida no local de trabalho, o período de intervalo poderá ser desmembrado
em 2 (dois) períodos, desde que cada um deles tenha, no mínimo, 1 (uma) hora, até o limite de 4
(quatro) horas ao dia, devendo a modificação do intervalo ser anotada no registro diário de horário,
vedada sua prenotação.
As férias dos empregados domésticos seguem praticamente as mesmas regras da CLT, com
exceção do fracionamento, já que a lei dos domésticos (§ 1º do art. 17) permite o fracionamento
em apenas 2 (dois) períodos, a critério do empregador, sendo 1 (um) deles de, no mínimo, 14
(quatorze) dias corridos4.
4 Com a reforma trabalhista, houve a alteração do § 1º do art. 144 da CLT, que ampliou as possibilidades
de fracionamento de férias com concordância do empregado, que agora poderão ser usufruídas em até três
períodos, desde que um deles tenho no mínimo catorze dias e os demais no mínimo cinco dias cada um.
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É vedado ao empregador doméstico efetuar descontos no salário do empregado por fornecimento
de alimentação, vestuário, higiene ou moradia, bem como por despesas com transporte, hospedagem
e alimentação em caso de acompanhamento em viagem (art. 18 da LC n. 150/2015).
Poderão ser descontadas as despesas com moradia a se referir a local diverso da residência
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em que ocorrer a prestação de serviço, desde que essa possibilidade tenha sido expressamente
acordada entre as partes. Assim, se o trabalhador morar na mesma casa do empregador, não
poderá haver desconto, mas se trabalhar em outro imóvel concedido pelo empregador, o desconto
poderá ser efetuado, desde que seja expressamente previsto em acordo escrito com o empregado.
Na hipótese de culpa recíproca, metade dos valores depositados será movimentada pelo
empregado, enquanto a outra metade será movimentada pelo empregador.
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Desse modo, o empregador deverá realizar dois depósitos mensais referentes ao FGTS. Um de
8% sobre o valor da remuneração, recolhido pelo simples doméstico, observadas as diretrizes da
Lei n. 8.036/90, inclusive para levantamento dos valores depositados e o outro de 3,2%, depositado
em conta vinculada ao empregado, que foi previsto para substituir a multa de 40% tratada no art.
18 da Lei n. 8.036/90, sendo que o empregado terá direito a movimentar os valores apenas em
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caso de dispensa sem justa causa ou rescisão indireta, já que, nas demais hipóteses, o empregador
poderá reaver totalmente os valores depositados, ou parcialmente, se ocorrer culpa recíproca.
Registra-se ainda que o empregado doméstico que for dispensado sem justa causa fará jus ao
benefício do seguro-desemprego, na forma da Lei no 7.998, de 11 de janeiro de 1990, no valor de
1 (um) salário-mínimo, por período máximo de 3 (três) meses, de forma contínua ou alternada,
devendo comprovar o vínculo empregatício, como empregado doméstico, durante pelo menos 15
(quinze) meses nos últimos 24 (vinte e quatro) e ser requerido de 7 (sete) a 90 (noventa) dias
contados da data de dispensa.
A nova lei criou ainda o simples doméstico, sistema eletrônico unificado para pagamento de
tributos, de contribuições e dos demais encargos do empregador doméstico, o que foi feito para facilitar
a arrecadação, já que o âmbito familiar não dispõe da mesma estrutura das empresas.
Com relação aos demais direitos trabalhistas acima não especificados, a própria lei dos
domésticos remete à aplicação subsidiária da CLT.
Para a prova da OAB, é essencial lembrar que o advogado também pode ser empregado,
hipótese em que terá alguns direitos específicos previstos pela Lei n. 8.906/94 (EAOAB).
A relação de emprego, na qualidade de advogado, não retira a isenção técnica nem reduz a
independência profissional inerentes à advocacia. Além disso, o advogado empregado não está
obrigado à prestação de serviços profissionais de interesse pessoal dos empregadores, fora da
relação de emprego.
• Horário noturno das 20h às 5h, com adicional de 25%. TEMA COBRADO NO XI
EXAME DA OAB/FGV.
• Excepcionalmente, a CTPS poderá ser emitida em meio físico, desde que: I - nas unidades
descentralizadas do Ministério da Economia que forem habilitadas para a emissão; II -
mediante convênio, por órgãos federais, estaduais e municipais da administração direta
ou indireta; III - mediante convênio com serviços notariais e de registro, sem custos
para a administração, garantidas as condições de segurança das informações (art. 14,
parágrafo único, da CLT).
• De acordo com o art. 15 da CLT, a CTPS terá como identificação única do empregado o
número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF).
• O empregador terá o prazo de 5 (cinco) dias úteis para anotar na CTPS (e não mais de
48 horas como antes), em relação aos trabalhadores que admitir, a data de admissão,
a remuneração e as condições especiais, se houver, facultada a adoção de sistema
manual, mecânico ou eletrônico, conforme instruções a serem expedidas pelo Ministério
da Economia (art. 29, caput, da CLT). TEMA COBRADO NO XXI EXAME DA OAB/FGV.
• O trabalhador deverá ter acesso às informações da sua CTPS no prazo de até 48 (quarenta
e oito) horas a partir de sua anotação (art. 29, § 8º, da CLT)
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Importante destacar, também, que a Lei n. 13. 467/2017 (reforma trabalhista) alterou
a redação do art. 47 da CLT, passando a prever a aplicação de multa de R$ 3.000,00 (de três
mil reais) ao empregador que mantiver empregado sem o devido registro. A multa, aplicada
independentemente do critério de dupla visita, é calculada por trabalhador prejudicado e será
devida em dobro no caso de reincidência.
Tratando-se de microempresa ou empresa de pequeno porte, o valor final da multa aplicada será
As anotações na CTPS têm valor de presunção relativa (Súmula n. 12 do TST), ou seja, é possível
a apresentação de prova em sentido contrário para afastar a incidências das anotações realizadas.
TEMA COBRADO NO XXXI EXAME DA OAB/FGV.
A Lei n. 13. 467/2017 (reforma trabalhista) acrescentou ainda o art. 47-A ao texto da CLT,
que passou a prever que o empregador que deixar de registrar na CTPS de seus empregados
as informações básicas elencadas no parágrafo único do artigo 41 da CLT (qualificação civil ou
profissional de cada trabalhador, dados relativos à sua admissão no emprego, duração e efetividade
do trabalho, férias, acidentes e demais circunstâncias que interessem à proteção do trabalhador),
ficará sujeito à multa de R$ 600,00, por empregado prejudicado.
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Entende-se por trabalho voluntário, de acordo com o art. 1º da Lei n. 9.608/98, “a atividade não
remunerada prestada por pessoa física a entidade pública de qualquer natureza ou a instituição
privada de fins não lucrativos que tenha objetivos cívicos, culturais, educacionais, científicos,
recreativos ou de assistência à pessoa”.
O serviço voluntário não gera vínculo empregatício, nem obrigação de natureza trabalhista
previdenciária ou afim, porque ausente o elemento essencial da onerosidade, devendo ser
celebrado mediante termo de adesão onde conste o objeto e as condições de seu exercício.
Ressalta-se, entretanto, que o prestador do serviço voluntário poderá ser ressarcido pelas
despesas que comprovadamente realizar no desempenho das atividades voluntárias, conforme
previsto no art. 3º da Lei n. 9.608/98.
4.2. ESTÁGIO
De acordo com o art. 1º da Lei n. 11.788/2008, estágio “é ato educativo escolar supervisionado,
desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa à preparação para o trabalho produtivo de
educandos que estejam frequentando o ensino regular em instituições de educação superior,
de educação profissional, de ensino médio, da educação especial e dos anos finais do ensino
fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos.”
30
O estágio poderá ser obrigatório ou não-obrigatório:
Estágio obrigatório é aquele definido como tal no Estágio não obrigatório é aquele desenvolvido
projeto do curso, cuja carga horária é requisito para como atividade opcional, acrescida à carga horária
aprovação e obtenção de diploma. regular e obrigatória.
Em razão da ausência de onerosidade, já que o estagiário ganha apenas bolsa auxilio, a Lei n.
11.788/2008 determina que o estágio não cria vínculo empregatício de qualquer natureza, desde
que observados os seguintes requisitos:
31
O estágio relativo a cursos que alternam teoria e prática, nos períodos em que não estão
programadas aulas presenciais, poderá ter jornada de até 40 (quarenta) horas semanais, desde
que isso esteja previsto no projeto pedagógico do curso e da instituição de ensino.
finais, nos períodos de avaliação, a carga horária do estágio será reduzida pelo menos à metade,
segundo estipulado no termo de compromisso, para garantir o bom desempenho do estudante.
A duração do estágio, na mesma parte concedente, não poderá exceder 2 (dois) anos, exceto
quando se tratar de estagiário com deficiência.
O estagiário poderá receber bolsa ou outra forma de contraprestação que venha a ser acordada,
sendo compulsória a sua concessão, bem como a do auxílio-transporte, na hipótese de estágio não
obrigatório. A eventual concessão de benefícios relacionados a transporte, alimentação e saúde,
IV – acima de 25 (vinte e cinco) empregados: até 20% (vinte por cento) de estagiários.
ESTÁGIO APRENDIZAGEM
• Contratação obrigatória
• Contratação não obrigatória
32
4.3. TRABALHO DO PRESO
O art. 31 da Lei n. 7.210/84 (LEP) prevê que o condenado à pena privativa de liberdade está
obrigado ao trabalho na medida de suas aptidões e capacidade mas, no caso de preso provisório, o
OAB NA MEDIDA | DIREITO DO TRABALHO
Em que pese o trabalho seja obrigatório, a própria Lei n. 7.210/84 determina que o preso que
trabalhar não estará submetido ao regime da CLT, isto é, o trabalho do preso, ainda que prestado
para uma empresa de direito privado, não caracterizará vínculo de emprego.
De acordo com a LEP, o trabalho do preso não poderá ser inferior a 6 horas nem superior a 8
horas, sendo que, a cada três dias trabalhados, haverá remissão de 1 dia de condenação.
O trabalho externo será admissível para os presos em regime fechado, que cumpriram no
mínimo 1/6 da pena, somente em serviço ou obras públicas realizadas por órgãos da Administração
Direta ou Indireta, ou entidades privadas, desde que tomadas as cautelas contra a fuga e em favor
da disciplina, devendo ainda o limite máximo do número de presos ser de 10% (dez por cento) do
total de empregados na obra.
Avulso é o trabalhador intermediado pelo sindicato ou pelo órgão gestor de mão de obra
(OGMO), para prestar serviços a tomadores diversos, sem pessoalidade, em sistema de rodízio.
Em que pese não sejam considerados empregados (ausência de pessoalidade e habitualidade),
possuem os mesmos direitos dos demais trabalhadores com vínculo de emprego, conforme art.
7º, XXXIV da CF/88.
Existem duas espécies de trabalhadores avulsos: o trabalhador avulso portuário, regido pela
Lei n. 12.815/2013, e o trabalhador avulsos em atividade de movimentação de carga em geral,
regido pela Lei n. 12.023/2009.
33
4.5.1. TRABALHADOR AVULSO PORTUÁRIO
De forma sintética, o Operador Portuário, pessoa jurídica que exerce a operação portuária na
área do porto por concessão pública (art. 2º, inc. XIII, da Lei n. 12.815/13) deve constituir um Órgão
Gestor de Mão de Obra (OGMO), pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, que tem
como finalidade gerir e treinar os portuários, bem como administrar o fornecimento de mão de
obra avulsa em sistema de rodízio.
O OGMO arrecada (do operador portuário, que recebe dos “navios”), repassa e providencia o
recolhimento dos encargos trabalhistas, fiscais e previdenciários, já acrescidos dos percentuais
relativos às férias, 13º salário, FGTS, etc. O OGMO responde, solidariamente com os operadores
portuários, pela remuneração devida ao trabalhador portuário avulso e pelas indenizações
decorrentes de acidente de trabalho.
O pagamento é feito ao sindicato que deve repassar os valores aos avulsos no prazo
máximo de 72 horas.
As cooperativas de trabalho, regidas pela Lei n. 12.690/2012, não geram vínculo de emprego
entre os cooperados ou entre esses e as empresas parceiras, qualquer que seja o ramo de atividade.
Entretanto, se a cooperativa for usada para fraudar a lei (mascarar a relação de emprego), será
desconstruída, declarando-se a existência do vínculo empregatício.
Sob o pretexto de garantir mais segurança jurídica aos profissionais e donos de salão de beleza,
foi sancionada a Lei n. 13.352/2016, que prevê a possibilidade de contratação dos profissionais que
desempenham as atividades de Cabeleireiro, Barbeiro, Esteticista, Manicure, Pedicure, Depilador e
Maquiador por meio de contrato de parceria, afastando-se, portanto, e existência do vínculo de emprego.
Importante registar que o contrato de parceria deve ser realizado por escrito, homologado pelo
Entretanto, a própria Lei n. 13.352 prevê, em seu art. 1º-C, que haverá a formação do vínculo
empregatício entre a pessoa jurídica do salão-parceiro e o profissional-parceiro quando: I - não
existir contrato de parceria formalizado na forma descrita na lei e II – o profissional-parceiro
desempenhar funções diferentes das descritas no contrato de parceria.
36
O representado deve ainda respeitar a exclusividade na zona de atuação, ou seja, não poderá
negociar seus produtos naquela região sem participação do representante, conforme art. 27, “d”,
e 31 da Lei n. 4.8886/65. Além disso, se houver cláusula de exclusividade de representação, o
representante representará apenas o representado.
OAB NA MEDIDA | DIREITO DO TRABALHO
Art. 27. Do contrato de representação comercial, além dos elementos comuns e outros
a juízo dos interessados, constarão obrigatoriamente: (Redação dada pela Lei nº 8.420,
de 8.5.1992)
(...)
• Sem culpa das partes: qualquer uma das partes poderá rescindir o contrato por prazo
indeterminado, desde que firmado há mais de 6 meses, e haja notificação com antecedência
mínima de 30 dias, ou que seja paga indenização de 1/3 das três últimas retribuições.
37
• Culpa do representante: o representado pode rescindir (denunciar) o contrato, se
o representante for desidioso, praticar ato que importe descrédito, ou for condenado
por crime falimentar. O representante não recebe indenização e pode ser obrigado a
pagar perdas e danos.
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38
5
5. EMPREGADOR
OAB NA MEDIDA | DIREITO DO TRABALHO
5.1. CONCEITO
Empregador rural, por outro lado, será considerado a pessoa física ou jurídica, proprietário
ou não, que explore atividade agroeconômica, em caráter permanente ou temporário, diretamente
ou através de prepostos e com auxílio de empregados, incluindo a exploração industrial em
estabelecimento agrário não compreendido na Consolidação das Leis do Trabalho e a exploração
do turismo rural ancilar à exploração agroeconômica.
Destaca-se ainda que o art. 25-A da Lei n. 8.212/91 trata do denominado consórcio de
empregadores rurais:
O documento a que se refere o artigo deve conter a identificação de cada produtor, seu endereço
pessoal e o de sua propriedade rural, bem como o respectivo registro no Instituto Nacional de Colonização
e Reforma Agrária - INCRA ou informações relativas a parceria, arrendamento ou equivalente e a
matrícula no Instituto Nacional do Seguro Social – INSS de cada um dos produtores rurais.
O consórcio deverá ser matriculado no INSS em nome do empregador a quem hajam sido
outorgados os poderes, na forma do regulamento, e seus integrantes responderão solidariamente
pelas obrigações previdenciárias e trabalhistas.
reforma trabalhista, passou a existir, além do grupo econômico por subordinação, a previsão
expressa no texto da CLT sobre a existência de grupo econômico por coordenação, o que somente
era tratado na lei do trabalho rural.
ALTERAÇÃO IMPORTANTE: Com a reforma trabalhista, a CLT passou a admitir, além do grupo
econômico por subordinação, o grupo econômico por coordenação, em que as empresas são
autônomas entre si. A principal característica do grupo econômica é que as empresas serão
solidariamente responsáveis pelos créditos trabalhistas dos empregados que prestarem
A Lei nº 13.467/2017 acrescentou ainda o §3º ao art. 2º, com a seguinte redação: “Não caracteriza
grupo econômico a mera identidade de sócios, sendo necessárias, para a configuração do grupo, a
demonstração do interesse integrado, a efetiva comunhão de interesses e a atuação conjunta das
empresas dele integrantes”.
O §3º, portanto, é expresso no sentido de que a mera identidade de sócio não caracteriza
o grupo econômico por coordenação, devendo existir prova do interesse integrado, comunhão
de interesses e atuação conjunta das empresas. Como essa prova é praticamente impossível ao
reclamante, defende-se a possibilidade de inversão do ônus probatório, a fim de que a reclamada
demonstre que as atividades ou interesses das empresas são distintos.
Ressalta-se ainda que, além da responsabilidade pelos créditos trabalhistas dos empregados
do grupo (responsabilidade passiva), o Colendo Tribunal Superior do Trabalho firmou entendimento
no sentido da configuração também da responsabilidade ativa, ou seja, o grupo será considerado
um único empregador para todos os fins e a prestação de serviços a mais de uma empresa do
mesmo grupo econômico, durante a mesma jornada de trabalho, não caracteriza a coexistência
de mais de um contrato de trabalho, salvo ajuste em contrário (Súmula n. 129 do TST).
40
5.3. SUCESSÃO DE EMPREGADORES
41
• Responsabilidade subsidiária da Sucessora: em casos de sucessão parcial e nas hipóteses
de outorga de concessão de serviço público, o Tribunal Superior do Trabalho sedimentou
posicionamento no sentido de que a sucessora terá responsabilidade direta apenas na
hipótese da rescisão do contrato ocorrer após a concessão, conforme OJ n. 225 da SDI-1:
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É importante destacar ainda que, em caso de criação de novo município, por desmembramento,
cada uma das novas entidades responsabiliza-se pelos direitos trabalhistas do empregado no
período em que figurarem como real empregador, conforme OJ n. 92 da SDI-1 do TST.
Nos casos em que houver alienação do estabelecimento via hasta pública em processos
de falência ou recuperação judicial, não haverá sucessão de empregadores, já que a Lei n.
11.101/2005 considera que há aquisição originária da propriedade (arts. 60 e 141 da Lei n.
11.101/2005).
42
É importante destacar que a Lei n. 13.467/2017 (reforma trabalhista) inseriu o art. 448- A da
CLT, com a seguinte redação:
O caput, portanto, traz a regra geral de que as obrigações trabalhistas são de responsabilidade
da empresa sucessora, inclusive as relativas ao período em que os empregados trabalhavam
para a sucedida.
• Sócio retirante: A lei nº 13.467/2017 (reforma trabalhista) acrescentou o art. 10-A à CLT,
prevendo expressamente a responsabilidade do sócio retirante:
I - a empresa devedora;
II - os sócios atuais; e
Desse modo, o sócio retirante responde subsidiariamente (com benefício de ordem) pelas
obrigações trabalhistas que se constituíram ao tempo em que era sócio, salvo no caso de fraude,
hipótese em sócio retirante responderá solidariamente com os demais responsáveis.
Além disso , a responsabilidade do sócio retirante está limitada às ações que forem ajuizadas
até 2 (dois) anos depois da averbação da alteração do contrato social, não importando se a
conclusão desses processos judiciais ocorra após os dois anos TEMA COBRADO NO XXVIII
EXAME DA OAB/FGV.
43
5.4. DONO DA OBRA
OAB NA MEDIDA | DIREITO DO TRABALHO
Ressalta-se ainda que, de acordo com o art. 455 da CLT, se o empreiteiro contratar outra pessoa
para a realização da obra, responderá o subempreiteiro pelas obrigações derivadas do contrato de
trabalho que celebrar, cabendo, todavia, aos empregados, o direito de reclamação contra o empreiteiro
principal pelo inadimplemento daquelas obrigações por parte do primeiro. Além disso, ao empreiteiro
principal fica ressalvada, nos termos da lei civil, ação regressiva contra o subempreiteiro e a retenção
de importâncias a este devidas, para a garantia das obrigações trabalhistas.
44
6
6. TERCEIRIZAÇÃO
OAB NA MEDIDA | DIREITO DO TRABALHO
A terceirização representa uma relação trilateral formada entre o trabalhador, uma empresa
interposta e um tomador de serviços, onde os empregados da empresa interposta prestam
serviços para a tomadora.
A principal fonte de estudo para terceirização era, até 2017, a Súmula n. 331 do C. TST:
45
De acordo com a Súmula n. 331 do TST, portanto, a contratação de trabalhadores de empresa
interposta na atividade principal (atividade fim) era considerada ilícita, sendo permitida apenas a
terceirização da atividade secundária (atividade meio).
acrescentaram vários artigos à Lei n. 6.019/74 (lei do trabalho temporário), para tratar da
terceirização, conforme abaixo transcrito:
a) empresas com até dez empregados - capital mínimo de R$ 10.000,00 (dez mil reais);
b) empresas com mais de dez e até vinte empregados - capital mínimo de R$ 25.000,00
(vinte e cinco mil reais);
I - relativas a:
46
c) atendimento médico ou ambulatorial existente nas dependências da contratante ou
local por ela designado;
Art. 5º -A. Contratante é a pessoa física ou jurídica que celebra contrato com empresa
de prestação de serviços relacionados a quaisquer de suas atividades, inclusive sua
atividade principal.
IV – valor.
47
Art. 5º-C. Não pode figurar como contratada, nos termos do art. 4º-A desta Lei, a pessoa
jurídica cujos titulares ou sócios tenham, nos últimos dezoito meses, prestado serviços
à contratante na qualidade de empregado ou trabalhador sem vínculo empregatício,
exceto se os referidos titulares ou sócios forem aposentados.
OAB NA MEDIDA | DIREITO DO TRABALHO
Art. 5º-D. O empregado que for demitido não poderá prestar serviços para esta mesma
empresa na qualidade de empregado de empresa prestadora de serviços antes do
decurso de prazo de dezoito meses, contados a partir da demissão do empregado.
Tem-se, portanto, que, com a reforma trabalhista, a distinção entre atividade meio e atividade
fim perdeu importância, já que o caput do art. 4º-A da Lei n. 6.019/74 passou a admitir a terceirização
ampla, inclusive da atividade principal, comprometendo, assim, a distinção feita pelo item III da
Súmula n. 331 do TST.
O § 1º do art. 4º-A da Lei n. 6.019/74, por sua vez, deixa claro que a empresa prestadora de
serviços contrata, remunera e dirige o trabalho realizado por seus trabalhadores, ou subcontrata
outras empresas para realização desses serviços.
Frise-se ainda que, em caráter de exceção, eventual terceirização ilícita não possui o efeito de
caracterizar o vínculo de emprego com entidades da Administração Pública, direta ou indireta,
tendo em vista a obrigatoriedade da aprovação por concurso público.
Se a tomadora dos serviços for pessoa jurídica da Administração Pública Direta ou Indireta, sua
responsabilidade será subsidiária caso evidenciada a sua conduta culposa no cumprimento das
obrigações da Lei n.º 8.666/993, especialmente na fiscalização do cumprimento das obrigações
contratuais e legais da prestadora de serviço como empregadora (Súmula nº 331, V, do TST).
TEMA COBRADO NO XIII EXAME DA OAB/FGV.
48
Por outro lado, tratando-se de terceirização ilícita (falta de idoneidade financeira, desrespeito
ao intervalo de 18 meses para contratação de empresa de ex-empregado, subordinação entre
terceirizado e tomadora), a empresa terceirizada e a tomadora devem responder solidariamente
pelos créditos dos trabalhadores envolvidos.
OAB NA MEDIDA | DIREITO DO TRABALHO
Além disso, levando-se em consideração que o § 3º do art. 5º-A passou a dispor que é
responsabilidade da contratante garantir as condições de segurança, higiene e salubridade dos
trabalhadores, quando o trabalho for realizado em suas dependências ou local previamente
convencionado em contrato, entendemos que a responsabilidade pelas normas de saúde e
segurança é solidária empresa terceirizada e a tomadora dos serviços.
49
7
7.1. CONCEITO
De acordo com os artigos 442 e 443 da CLT, o contrato individual de trabalho pode ser
conceituado como o acordo tácito ou expresso, correspondente à relação de emprego, que pode
ser formalizado verbalmente ou por escrito e por prazo determinado ou indeterminado.
Como exemplo de contrato de trabalho tácito, cita-se o caso em que alguns trabalhadores,
Como regra geral os contratos de trabalho são firmados por prazo indeterminado. O contrato
por prazo determinado é exceção e só pode ser ajustado nas hipóteses admitidas por lei.
De acordo com o art. 442-A da CLT, para fins de contratação, o empregador não exigirá do candidato
a emprego comprovação de experiência prévia por tempo superior a 6 (seis) meses no mesmo tipo de
atividade TEMA COBRADO NOS EXAMES V E IX DA OAB/FGV.
O contrato por prazo determinado é aquele firmado por tempo certo e determinado, sendo
admitido apenas excepcionalmente por expressa disposição legal.
Além dos casos previstos em lei, como por exemplo o contrato temporário e do atleta
profissional, o § 2º do art. 443 da CLT permite a celebração de contrato por prazo determinado nos
seguintes casos:
Além disso, os contratos por prazo determinado admitem uma única prorrogação dentro do
prazo máximo de validade, sob pena de passar a vigorar sem determinação de prazo.
OAB NA MEDIDA | DIREITO DO TRABALHO
O art. 452 da CLT, por sua vez, estipula que entre o término de contrato de trabalho por
prazo determinado e o início de outro é necessário que haja decorrido mais de 6 meses, sob
pena do segundo contrato ser considerado por prazo indeterminado. O mesmo artigo, entretanto,
excepciona a regra para os casos em que a expiração do contrato ocorreu em virtude de “execução
de serviços especializados ou da realização de certos acontecimentos”, o que praticamente
esvaziou o sentido da regra, restringindo sua aplicação para os contratos de experiência.
No que diz respeito ao término do contrato por prazo determinado, não haverá necessidade de
concessão de aviso prévio, uma vez que o contrato já possui termo final pré-estipulado.
Em caso de rescisão antecipada do contrato, se esta ocorrer por parte do empregador sem
justo motivo, a empresa será obrigada a pagar ao trabalhador metade dos salários que seriam
devidos até o final do contrato, conforme art. 479 da CLT TEMA COBRADO NO XVII EXAME DA
OAB/FGV. Por outro lado, se a iniciativa da rescisão for do empregado, ele deverá indenizar o
empregador pelos prejuízos causados (art. 480 da CLT).
Entretanto, se no contrato por prazo determinado houver a cláusula assecuratória do direito recíproco
de rescisão, aplicam-se, caso seja exercido tal direito por qualquer das partes, as regras que regem a
rescisão dos contratos por prazo indeterminado TEMA COBRADO NO XI EXAME DA OAB/FGV.
Em outras palavras, havendo a mencionado cláusula assecuratória, as regras dos artigos 479
e 480 serão afastadas, de modo que, se a rescisão for por iniciativa do empregado, ele deverá
conceder aviso prévio à empresa e, se a inciativa for do empregador, além do aviso prévio, a
empresa deverá pagar ao empregado a multa de 40% sobre o FGTS.
Art. 443. O contrato individual de trabalho poderá ser acordado tácita ou expressamente,
verbalmente ou por escrito, por prazo determinado ou indeterminado, ou para prestação
de trabalho intermitente.
(...)
51
§ 3º Considera-se como intermitente o contrato de trabalho no qual a prestação de
serviços, com subordinação, não é contínua, ocorrendo com alternância de períodos
de prestação de serviços e de inatividade, determinados em horas, dias ou meses,
independentemente do tipo de atividade do empregado e do empregador, exceto para
os aeronautas, regidos por legislação própria.
OAB NA MEDIDA | DIREITO DO TRABALHO
É intermitente porque os serviços são prestados com interrupções, sendo que o período de
inatividade não será computado como tempo à disposição do empregador.
Art. 452-A. O contrato de trabalho intermitente deve ser celebrado por escrito e deve
I– remuneração;
V – adicionais legais.
§ 9º A cada doze meses, o empregado adquire direito a usufruir, nos doze meses
subsequentes, um mês de férias, período no qual não poderá ser convocado para
OAB NA MEDIDA | DIREITO DO TRABALHO
Haverá a incidência de multa de 50% da remuneração que seria devida pelo trabalho para a parte
que, após aceita a oferta de trabalho para determinada data, deixar, sem justo motivo, de cumprir o
O contrato deve ser celebrado por escrito, contendo obrigatoriamente o valor da hora de trabalho,
não inferior ao salário-mínimo hora ou ao salário devido aos outros empregados que desenvolvam as
mesmas funções no estabelecimento, sejam contratados em contrato regular ou intermitente.
No contrato intermitente, o trabalhador terá direito às férias, décimo terceiro, FGTS, pelos meses
vinculados à empresa, que serão calculados pela média da remuneração das horas trabalhadas.
O direito às férias é adquirido a cada 12 meses, podendo ser concedidas nos 12 meses
subsequentes, na razão de 1 mês, interregno em que o trabalhador não poderá ser convocado
para prestar serviços ao mesmo empregador.
A previsão do trabalho intermitente, também conhecido como contrato zero hora, é duramente
criticada pela maior parte da doutrina por não garantir condições mínimas de remuneração ao
empregado, que se vê exposto e sob o risco de nunca ser chamado ao trabalho.
O caput do art. 444 da CLT estabelece que as relações contratuais de trabalho podem ser objeto
de livre estipulação das partes interessadas em tudo quanto não contravenha às disposições
de proteção ao trabalho, aos contratos coletivos que lhes sejam aplicáveis e às decisões das
autoridades competentes.
A Lei n. 13.467/2017 (reforma trabalhista) inseriu o polêmico parágrafo único ao art. 444 da
CLT estabelecendo que:
53
Parágrafo único. A livre estipulação a que se refere o caput deste artigo aplica-se às
hipóteses previstas no art. 611-A desta Consolidação, com a mesma eficácia legal e
preponderância sobre os instrumentos coletivos, no caso de empregado portador de
diploma de nível superior e que perceba salário mensal igual ou superior a duas vezes
o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social.
OAB NA MEDIDA | DIREITO DO TRABALHO
De acordo com o novo parágrafo único, o empregado que possua curso superior e receba salário
igual ou superior a duas vezes o teto do Regime Geral de Previdência Social, algo em torno de
R$ 11.300,00 (onze mil e trezentos reais), poderia firmar com o empregador acordos individuais
que prevaleceriam sobre os acordos coletivos de trabalho e convenções coletivas de trabalho nas
hipóteses tratadas pelo novo artigo 611-A da CLT, também inserido pela reforma trabalhista.
Desse modo, como regra geral, a alteração do contrato de trabalho somente será lícita se houver
concordância expressa do empregado e desde que não lhe traga prejuízo direito ou indireto.
Essa doutrina, conhecida por “jus variandi”, permite ao empregador, excepcionalmente, alterar
de forma unilateral condições contratuais para tornar viável o seu negócio quando a modificação
não resultar em prejuízo maior para o empregado.
54
7.6.1. ALTERAÇÃO DA FUNÇÃO
O horário de trabalho, como regra geral, não pode ser alterado unilateralmente pelo empregador.
O direito de variar do empregador, entretanto, autoriza pequenas alterações desde que não
ocorra aumento de jornada ou a transposição do período diurno para o noturno.
Seguindo o mesmo raciocínio, entende-se como lícita a alteração unilateral promovida para
alterar turno de revezamento para turnos fixos, conforme Súmula n. 391, II, do TST, que, embora
55
utilizada para os petroleiros, pode ser estendida aos demais trabalhadores.
De acordo com a OJ nº 159 da SDI-1 do TST, a alteração da data de pagamento pelo empregador
não representa alteração ilícita contratual, desde que observado o limite legal do parágrafo único
do art. 459 da CLT, ou seja, desde que o pagamento ocorra até o quinto dia útil do mês subsequente.
Art. 469 da CLT - Ao empregador é vedado transferir o empregado, sem a sua anuência,
para localidade diversa da que resultar do contrato, não se considerando transferência
a que não acarretar necessariamente a mudança do seu domicílio.
O art. 469 da CLT veda, como regra geral, a transferência definitiva unilateral do empregado
para local diverso do contratado, não se considerando, entretanto, transferência aquela que não
acarretar a mudança de residência do trabalhador.
A Súmula 29 do TST dispõe que o empregado transferido, por ato unilateral do empregador,
para local mais distante de sua residência, tem direito a suplemento salarial correspondente
ao acréscimo da despesa de transporte TEMA COBRADO NO XX EXAME DA OAB/FGV.
No caso de transferência provisória, por outro lado, admite-se que esta seja determinada
de forma unilateral pelo empregador, desde que haja necessidade de serviço e seja pago ao
empregado adicional não inferior a 25% dos salários percebidos (art. 469, § 3º, da CLT)
57
TRANSFERÊNCIA DEFINITIVA TRANSFERÊNCIA PROVISÓRIA
Regra geral: vedada a transferência unilateral (art. 469, Regra geral: pode ser feita de forma unilateral
caput, da CLT) pelo empregador, desde que haja real necessidade
OAB NA MEDIDA | DIREITO DO TRABALHO
licença paternidade por mais quinze dias (totalizando 20 dias), conforme previsto no art. 1, II,
da Lei n. 11.770/98. TEMA COBRADO NO XXVIII EXAME DA OAB/FGV.
• DOAÇÃO VOLUNTÁRIA DE SANGUE (art. 473, IV, da CLT): tem o empregado direito
ao afastamento de 1 (um) dia a cada doze meses para doar sangue.
• ALISTAMENTO ELEITORAL (art. 473, V, da CLT) – 2 (dois) dias consecutivos ou não
para o trabalhador se alistar. A finalidade é a de facilitar que o trabalhador regularize
a sua situação como eleitor.
Não confundir o exercício de apresentação das reservas ou cerimônia cívica do dia do Reservista
(causa de interrupção) com o período de prestação do serviço militar, previsto no art. 472 da
CLT (causa de suspensão).
• EXAME VESTIBULAR (art. 473, VII, da CLT): nos dias em que comprovadamente
realizar exame vestibular de ingresso em estabelecimento de ensino superior.
• COMPARECIMENTO À JUÍZO (art. 473, VIII, da CLT): pelo tempo em que se fizer
necessário para comparecimento à juízo.
• FÉRIAS: no período de gozo de férias concedidas consoante o disposto no artigo
129 e seguintes da CLT.
• REPRESENTANTE DE ENTIDADE SINDICAL EM REUNIÕES INTERNACIONAIS
(art. 473, IX, da CLT): pelo tempo que se fizer necessário, quando, na qualidade de
representante de entidade sindical, estiver participando de reunião oficial de organismo
internacional do qual o Brasil seja membro.
• ACOMPANHAR CONSULTA MÉDICA DA GESTANTE (art. 473, X, da CLT): até 2 (dois)
dias para acompanhar consultas médicas e exames complementares durante o
período de gravidez de sua esposa ou companheira.
• ACOMPANHAR CONSULTA MÉDICA DO FILHO (art. 473, XI, da CLT) - por 1 (um) dia
por ano para acompanhar filho de até 6 (seis) anos em consulta médica.
A Lei n. 13.301/2016 estabeleceu que, se a empregada der à luz a criança acometida por
sequelas neurológicas decorrentes de doenças transmitidas pelo aedes aegypti, a sua licença-
maternidade será de 180 dias.
7.8. FÉRIAS
As férias são adquiridas após 12 meses de serviço (período aquisitivo), devendo ser
concedidas nos 12 meses seguintes pelo empregador (período concessivo). São pagas com base
na remuneração do empregado, acrescidas no mínimo de 1/3.
O período de férias é em regra de 30 dias, mas pode ser diminuído conforme o número de faltas
injustificadas do empregado no período aquisitivo, conforme art. 130 da CLT:
60
PERÍODO DE FÉRIAS FALTAS INJUSTIFICADAS
24 dias 6 a 14 faltas
18 dias 15 a 23 faltas
12 dias 24 a 32 faltas
O art. 133 da CLT, por sua vez, traz algumas hipóteses em que o empregado perde o direito às
férias, a saber:
II - permanecer em gozo de licença, com percepção de salários, por mais de 30 (trinta) dias;
III - deixar de trabalhar, com percepção do salário, por mais de 30 (trinta) dias, em
virtude de paralisação parcial ou total dos serviços da empresa;
As férias serão concedidas por ato do empregador nos 12 (doze) meses subsequentes à data
em que o empregado tiver adquirido o direito.
A Lei n. 13.467/2017 (reforma trabalhista) alterou a redação do § 1º do art. 134 da CLT, passando
a dispor que, desde que haja concordância do empregado, as férias poderão ser usufruídas em até
3 (três) períodos, sendo que um deles não poderá ser inferior a 14 (quatorze) dias corridos e os
demais não poderão ser inferiores a 5 (cinco) dias corridos, cada um.
Além disso, com a reforma trabalhista, houve a revogação do § 2º do art. 134, eliminando-se a
proibição de fracionamento de férias aos menores de dezoito e maiores de cinquenta anos, que
passam a gozar das mesmas possibilidades elencadas no § 1º, bem como o acréscimo do § 3º, que
passou a vedar o início das férias no período de dois dias que antecede feriado ou dia de repouso
semanal remunerado.
61
FÉRIAS ANTES DA REFORMA FÉRIAS APÓS A REFORMA
TRABALHISTA TRABALHISTA
fracionadas, sendo que o fracionamento deveria ocorrer férias com concordância do empregado, que agora
no máximo em 2 (dois) períodos, um dos quais não poderão ser usufruídas em até três períodos, desde
poderia ser inferior a 10 (dez) dias corridos que um deles tenho no mínimo 14 dias e os demais
no mínimo 5 dias cada um
Para os menores de 18 (dezoito) anos e maiores de 50 Não há mais essa proibição, podendo ser
(cinquenta) anos de idade, era vedado o fracionamento fracionada em até 3 períodos
das férias
Era vedado o fracionamento das férias para os Permite-se o fracionamento das férias para
empregados em regime de tempo parcial todos os empregados
A época da concessão das férias será a que melhor consulte os interesses do empregador,
mas deverá ser participada, por escrito, ao empregado, com antecedência de, no mínimo, 30
(trinta) dias, com anotação obrigatória na CTPS.
O empregador que não conceder férias ao seu empregado no perídio dos 12 meses seguintes
à aquisição do direito (período concessivo), será obrigado a pagá-las em dobro.
Além disso, o empregador deve pagar a remuneração das férias até 2 (dois) dias antes do
início do respectivo período (art. 145 da CLT), sob pena de pagamento em dobro, ainda que as
férias sejam gozadas na época correta, conforme Súmula n. 450 do TST:
É importante ressaltar, ainda, que o empregado pode converter 1/3 (um terço) do período
de férias a que tiver direito em abono pecuniário, no valor da remuneração que lhe seria devida
nos dias correspondentes, desde que o abono seja requerido até 15 (quinze) dias antes do
término do período aquisitivo.
Registra-se, por fim, que no caso de substituição de caráter não eventual, como no caso
das férias, o substituto tem direito a receber a remuneração do substituído enquanto durar a
substituição. Entretanto, vago o cargo em definitivo, o empregado que passar a ocupa-lo não tem
direito à remuneração do antecessor, conforme Súmula n. 159 do TST TEMA COBRADO NO XVII
EXAME DA OAB/FGV.
65
8
De acordo com o art. 104, I a III, do Código Civil: “A validade do negócio jurídico requer: I –
agente capaz; II – objeto lícito, possível, determinado ou determinável; e III – forma prescrita ou
não defesa em lei”.
O art. 182 do CC, por sua vez, determina que “anulado o negócio jurídico, restituir-se-ão
as partes ao estado em que antes dele se achavam, e, não sendo possível restituí-las, serão
indenizadas com o equivalente”.
Desta forma, diferentemente do direito civil, em que a nulidade do contrato gera efeitos
ex tunc, no direito do trabalho criou-se uma teoria própria, com base na configuração do
trabalho ilícito ou proibido.
São exemplos de trabalho proibido o labor prestado por trabalhadores menores de 14 anos,
o trabalho doméstico (Lei Complementar n. 150/2015), o trabalho de estrangeiros em situação
irregular no país TEMA COBRADO NO XII EXAME DA OAB/FGV. e a contratação de trabalhadores
pela Administração Pública sem realização de concurso público.
Ressalta-se que, neste último caso, o Tribunal Superior do Trabalho possui entendimento de
que o servidor indevidamente contrato fará jus apenas à contraprestação pactuada e aos depósitos
do FGTS (súmula n. 363 do TST). Além disso, considera-se possível a convalidação da nulidade (o
que é vedado no direito civil), caso o ente da Administração Pública seja privatizado, conforme
Súmula n. 430 do TST, in verbis:
66
O Trabalho Ilícito, por sua vez,
Já em relação ao policial militar que trabalha para empresas privadas, o Tribunal Superior do Trabalho
considerada legítimo o reconhecimento do vínculo de emprego, conforme Súmula n. 386, in verbis:
67
9
De acordo com o art. 7º, XIII, da Constituição Federal de 1988 é direito dos trabalhadores
urbanos e rurais a duração do trabalho normal não superior a 8 (oito) horas diárias e 44 (quarenta
e quatro) semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo
ou convenção coletiva de trabalho.
A Lei nº 13.467/2017 (reforma trabalhista) acrescentou o §2º ao art. 4º da CLT, para especificar
algumas situações que não serão consideradas tempo à disposição do empregador e, portanto,
não integram o horário de trabalho.
Art. 4º
(...)
I – práticas religiosas;
II – descanso;
III – lazer;
IV – estudo;
V – alimentação;
Quando a empresa exigir que a troca de uniforme ocorra em seu estabelecimento, esse período
será computado como tempo de trabalho TEMA COBRADO NO XXVIII EXAME DA OAB.
68
O § 2º, portanto, passou a tratar de circunstâncias em que, apesar de o empregado estar no
estabelecimento empresarial, não serão consideradas tempo à disposição, pois seriam hipóteses
de permanência por interesse e escolha particular do empregado TEMA COBRADO NO XXVI
EXAME DA OAB/FGV.
OAB NA MEDIDA | DIREITO DO TRABALHO
Se o empregado permanece na empresa, após o seu turno de serviço, para estudar para uma
prova da faculdade ou para jogar baralho com os seus colegas, esse período de estudo ou de
diversão não pode ser computado como tempo de trabalho.
Ressalta-se, ainda, que, de acordo com o art. 74, § 2º, da CLT, alterado recentemente pela Li
nº 13.874/19, os estabelecimentos COM MAIS DE 20 EMPREGADOS empregados são obrigados a
manter anotação da hora de entrada e de saída de seus empregados, em registro manual, mecânico
É importante destacar que a Lei n º 13.874/19 acrescentou o §4º ao art. 74 da CLT, permitindo
o denominado registro de ponto por exceção, em que o empregador poderá registrar apenas as
horas extras praticadas pelos trabalhadores, desde que haja previsão em acordo individual escrito,
convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho.
I - É ônus do empregador que conta com mais de 10 (dez) (com a Lei nº 13.874/19 o
número passou a ser 20) empregados o registro da jornada de trabalho na forma do
art. 74, § 2º, da CLT. A não-apresentação injustificada dos controles de freqüência gera
presunção relativa de veracidade da jornada de trabalho, a qual pode ser elidida por
prova em contrário.
Além disso, não obstante o limite constitucional acima citado, o art. 59 da CLT permite a
prorrogação da jornada de trabalho em número não excedente a 2 (duas) horas, devendo a hora
extra ser paga com adicional de no mínimo 50% superior ao da hora normal.
Entretanto, ocorrendo necessidade imperiosa, esse limite de 2 horas extras poderá ser ultrapassado,
seja para fazer face a motivo de força maior, seja para atender à realização ou conclusão de serviços
69
inadiáveis ou cuja inexecução possa acarretar prejuízo manifesto (art. 61 da CLT).
A lei n. 13.467/2017 (reforma trabalhista) alterou a redação do § 1º do art. 61, que deixou de
prever a necessidade de comunicação do excesso de jornada ao Ministério do Trabalho.
OAB NA MEDIDA | DIREITO DO TRABALHO
É vedada a realização de horas extras nas atividades insalubres, salvo mediante licença prévia
É importante lembrar, ainda, que as horas extras habitualmente prestadas possuem natureza
salarial, integrando o cálculo dos demais haveres trabalhistas, conforme previsto na Súmula n.
376 do TST.
Em razão do prejuízo à saúde e à vida pessoal do trabalhador, que passa a ter dificuldade de
planejamento de suas relações sociais e convive com as adversidades intrínsecas à alteração de
seu horário biológico, o art. 7º, XIV, da CF/88 determinou o limite de 6 (seis) horas para o trabalho
70
realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva.
atividade ininterrupta (24 horas por dia), ainda que o empregado goze de intervalo
intrajornada e repouso semanal, ou ainda que alternância ocorra em apenas dois turnos
de trabalho TEMA COBRADO NO V EXAME DA OAB/FGV.
Além disso, com a inserção do § 6º no art. 59 da CLT, passou-se a admitir que a compensação
da jornada, antes pensada no módulo semanal, seja permitida também no módulo mensal.
Com a reforma trabalhista, a compensação de jornada poder ser feita por acordo individual,
escrito ou tácito, e se estender durante o mês.
A Lei n. 13. 467/2017 (reforma trabalhista) inseriu ainda o art. 59-B da CLT, estabelecendo
que o não atendimento das exigências legais para compensação de jornada, inclusive quando
estabelecida mediante acordo tácito, não implica a repetição do pagamento das horas excedentes
à jornada normal diária se não ultrapassada a duração máxima semanal, sendo devido apenas o
respectivo adicional.
72
Em razão das alterações promovidas pela reforma trabalhista, a Súmula n. 85 do TST
provavelmente será cancelada:
Deve-se registrar ainda que o Tribunal Superior do Trabalho admitia a compensação quinzenal,
também conhecida como semana espanhola, exigindo-se, nesse caso, negociação coletiva,
conforme previsto na OJ n. 323 da SDI-1 do TST:
Por outro lado, o acordo de compensação anual, conhecido como banco de horas, e previsto no
§ 2º do art. 59 da CLT, será admitido se ajustado em negociação coletiva, observando-se o limite
de prorrogação de duas horas extras diárias. Na hipótese de rescisão do contrato de trabalho sem
que tenha havido a compensação integral da jornada extraordinária, ou havendo crédito de horas
73
a favor do empregado, fará o trabalhador jus ao pagamento das horas extras não compensadas,
calculadas sobre o valor da remuneração na data da rescisão ou no final do período de 1 (um) ano.
O novo § 5º estabelece a possibilidade do banco de horas semestral, que poderá ser pactuado
individualmente por escrito, mas não poderá ser pactuado de forma tácita ou verbal.
Qualquer sistema de compensação acima estudado terá o limite de 2 horas extras de modo
que o empregado não poderá trabalhar mais de 10 horas no mesmo dia TEMA COBRADO NO II
EXAME DA OAB/FGV.
Entende-se por jornada 12X36, também conhecida por dia sim, dia não, aquela em que o
trabalhador labora doze horas consecutivas em um dia, seguido por folga de trinta e seis horas.
De acordo com a Súmula n. 444 do TST, o labor prestado na escala 12x36 em domingos ou
feriados deve ser remunerado em dobro, devendo-se ainda observar o intervalo de no mínimo 1
hora para descanso e alimentação TEMA COBRADO NO XII EXAME DA OAB/FGV.
Ocorre, no entanto, que a Lei n. 13.467/2917 (reforma trabalhista) inseriu o art. 59-A ao texto
da CLT, estabelecendo que é facultado às partes, mediante acordo individual escrito, convenção
coletiva ou acordo coletivo de trabalho, estabelecer horário de trabalho de doze horas seguidas
por trinta e seis horas ininterruptas de descanso, observados ou indenizados os intervalos para
repouso e alimentação.
O parágrafo único do art. 59-A da CLT, por sua vez, passou a estabelecer que a remuneração
mensal pactuada para a jornada 12x36 abrange os pagamentos devidos pelo descanso semanal
remunerado e pelo descanso em feriados, considerando-se compensados os feriados e as
prorrogações de trabalho noturno, quando houver
Desse modo, com a reforma trabalhista, a jornada 12x36 poderá ser estabelecida mediante
acordo individual, os intervalos para repouso e alimentação poderão ser indenizados, além do que
74
os valores relativos ao descanso semanal, feriados e prorrogações do horário noturno já estão
abrangidos pela remuneração, afastando a obrigação de novos pagamentos TEMA COBRADO
NO XXVIII EXAME DA OAB/FGV.
Outra inovação trazida pela reforma trabalhista, muito criticada, foi a autorização para a
OAB NA MEDIDA | DIREITO DO TRABALHO
realização da jornada 12X36 nos ambientes insalubres, sem necessidade de licença prévia da
autoridade competente, conforme parágrafo único do art. 60 da CLT.
Estabelecida por acordo coletivo ou convenção Pode ser estabelecida por acordo individual
coletiva de trabalho. escrito (não pode ser verbal nem de forma tácita)
Horas extras em ambiente insalubre dependiam de Jornada 12x36 pode ser prestada em ambiente
licença prévia da autoridade competente insalubre, independentemente de licença prévia.
Digno de nota ainda que o art. 10 da Lei Complementar n. 150/2015 permite a utilização
da jornada 12x36 para os trabalhadores domésticos mediante simples acordo escrito entre
empregador e empregado.
Entende-se por horas in itinere o tempo correspondente ao trajeto do empregado de sua casa
ao trabalho, e vice-versa.
Art. 58 da CLT
§ 2º - O tempo despendido pelo empregado até o local de trabalho e para o seu retorno,
por qualquer meio de transporte, não será computado na jornada de trabalho, salvo
quando, tratando-se de local de difícil acesso ou não servido por transporte público, o
empregador fornecer a condução.
local de trabalho de difícil acesso, ou não servido por transporte público regular, e para
o seu retorno é computável na jornada de trabalho.
III - A mera insuficiência de transporte público não enseja o pagamento de horas “in itinere”.
Art. 58 da CLT
(...)
§ 2º O tempo despendido pelo empregado desde a sua residência até a efetiva ocupação
do posto de trabalho e para o seu retorno, caminhando ou por qualquer meio de
transporte, inclusive o fornecido pelo empregador, não será computado na jornada de
trabalho, por não ser tempo à disposição do empregador (Redação dada pela Lei nº
13.467, de 2017).
Por outro lado, entendemos que a nova redação do art. 58 da CLT não compromete a Súmula
n. 429 do TST, que estipula que se considera à disposição do empregador, na forma do art. 4º
da CLT, o tempo necessário ao deslocamento do trabalhador entre a portaria da empresa e o
local de trabalho, desde que supere o limite de 10 (dez) minutos diários, já que esse tempo de
76
deslocamento não é propriamente considerado horas in itinere, uma vez que não se trata do
trajeto da residência do empregado até a empresa, e sim da porta da empresa até o posto de
trabalho TEMA COBRADO NO XVI EXAME DA OAB/FGV.
OAB NA MEDIDA | DIREITO DO TRABALHO
O intervalo intrajornada é aquele que deve ser usufruído para o descanso e alimentação dentro
da jornada de trabalho.
De acordo com o art. 71 da CLT, se o horário de trabalho diário exceder 6 (seis) horas, é
obrigatória a concessão de um intervalo de, no mínimo, 1 (uma) hora e, salvo acordo escrito ou
coletivo em contrário, não poderá exceder de 2 (duas) horas.
Por outro lado, se o horário não exceder de 6 (seis) horas, será obrigatório um intervalo de 15
(quinze) minutos quando a duração ultrapassar 4 (quatro) horas.
JORNADA
JORNADA DE ATÉ MAIS DE 4 HORAS E SUPERIOR A
4 HORAS MENOS DE 6 HORAS 6 HORAS
Com base nesse raciocínio, o TST sedimentou posicionamento (Súmula n. 437, II), dispondo
que a norma coletiva não podia reduzir o limite do intervalo previsto em lei TEMA COBRADO
NO VI EXAME DA OAB/FGV.
No entanto, a Lei n. 13.467/2017 (reforma trabalhista) acrescentou o art. 611-A à CLT, que
expressamente passou a admitir a redução do intervalo intrajornada por meio de acordo ou
convenção coletiva de trabalho, observado o limite mínimo de 30 (trinta) minutos para jornadas
superiores a 6 (seis) horas, já que a duração do trabalho deixou de ser considerada matéria de
77
saúde e segurança do trabalho (parágrafo único do art. 611-B da CLT).
mediante prévio acordo escrito entre empregador e empregado, para 30 (trinta) minutos,
conforme art. 13 da Lei Complementar n. 150/2015.
Além disso, como regra geral não se admite o fracionamento do intervalo intrajornada, nem
mediante autorização do Ministério do Trabalho e Previdência Social TEMA COBRADO NO XIV
EXAME DA OAB/FGV, salvo no caso dos motoristas, em que o fracionamento é admitido por meio
de negociação coletiva, nos termos do §5º do art. 71 da CLT.
(...)
É importante frisar, ainda, que o TST havia sedimentado posicionamento no sentido de que a
concessão parcial do intervalo intrajornada não garante a sua finalidade, de modo que o empregador
será obrigado a pagar o período inteiro como hora extra, com o adicional de 50%, conforme Súmula
n. 437 do TST:
III - Possui natureza salarial a parcela prevista no art. 71, § 4º, da CLT, com redação
introduzida pela Lei nº 8.923, de 27 de julho de 1994, quando não concedido ou
reduzido pelo empregador o intervalo mínimo intrajornada para repouso e alimentação,
78
repercutindo, assim, no cálculo de outras parcelas salariais.
Além disso, conforme explicado anteriormente, o novo art. 611-A da CLT passou a admitir
a redução do intervalo intrajornada por meio de acordo ou convenção coletiva de trabalho,
A redução do intervalo intrajornada só era permite O art. 611-A da CLT passou a admitir a redução do
mediante autorização do Ministério do Trabalho intervalo intrajornada também por negociação coletiva
Intervalo intrajornada era considerado matéria de Regras sobre duração do trabalho não são
saúde e segurança do trabalho consideradas como normas de saúde, higiene e
segurança do trabalho (parágrafo único do art. 611-
B da CLT).
Salienta-se a existência de alguns intervalos interjornadas especiais para algumas profissões, a saber:
79
• Cabineiro e ferroviário: 14 horas (art. 245 da CLT);
Para efeito de descanso semanal remunerado, o intervalo interjornada também deve ser
respeitado, devendo o empregado usufruir de no mínimo 35 horas consecutivas (24 horas do DSR
+ 11 horas do intervalo interjornada) de descanso. Nesse sentido a Súmula n. 110 do TST:
Por fim, é importante mencionar que as horas suprimidas do intervalo interjornada deverão
De acordo com o art. 7º, XV, da CF/88, é direito dos trabalhadores urbanos e rurais o repouso
semanal remunerado preferencialmente aos domingos.
Se ocorrer trabalho aos domingos e feriados, o empregador deve conceder um novo dia de
descanso para compensar o labor, sob pena de pagamento em dobro do dia trabalho, conforme
Súmula n. 146 do TST TEMA COBRADO NO XIV EXAME DA OAB/FGV.
A prontidão, por outro lado, ficará caracterizada quando o empregado permanecer aguardando
ordens para eventual prestação de serviço no próprio ambiente empresarial, conforme definição,
também aplicada aos ferroviários, trazida pelo § 3º do art. 244 da CLT:
SOBREAVISO PRONTIDÃO
• Empregado fica em regime de plantão ou similar • Empregado fica em regime de plantão ou similar
aguardando ordens fora do ambiente empresarial aguardando ordens dentro do ambiente empresarial
• Horas remuneradas à base de 1/3 da hora normal. • Horas remuneradas à base de 2/3 da hora normal.
Com a alteração do art. 58-A pela Lei n. 13.467/2017 (reforma trabalhista), considera-se
trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja duração não exceda a 36 (trinta e seis) horas
semanais, sem a possibilidade de horas suplementares, ou, ainda, aquele cuja duração não
81
exceda a 26 (vinte e seis horas) semanais, com a possibilidade de acréscimo de até 6 (seis) horas
suplementares semanais.
A adoção do regime de tempo parcial para os empregados que ainda não o adotam na empresa
somente poderá ser concretizada mediante autorização em negociação coletiva.
OAB NA MEDIDA | DIREITO DO TRABALHO
Com a reforma trabalhista, os trabalhadores a tempo parcial com até 26 horas semanais
poderão prestar 6 horas extras semanais, totalizando, portanto, 32 horas na semana. As horas
extras poderão ser compensadas até a semana seguinte ou serão pagas junto com o salário do
mês subsequente, com acréscimo de 50%.
Com a reforma trabalhista, as férias dos trabalhadores em regime de tempo parcial seguem as
mesmas regras das férias concedidas aos demais empregados (art. 130 da CLT), inclusive no
que se refere à possibilidade de fracionamento.
De acordo com o art. 7º, IX, da CF/88, é direitos dos trabalhadores urbanos e rurais a
remuneração do trabalho noturno superior à do diurno.
Para os trabalhadores urbanos, a Consolidação das Leis do Trabalho (art. 73) determina que
o trabalho noturno á aquele prestado entre as 22 horas de um dia e as 5 horas do dia seguinte,
devendo a remuneração da hora noturna ter um acréscimo de 20 % (vinte por cento), pelo menos,
sobre a hora diurna.
O horário noturno urbano, portanto, terá duração total real de 7 horas. A CLT, entretanto, criou
um horário ficto de 8 horas para compreender o período, estipulando, para tanto, que a hora
noturna terá duração de 52 minutos e 30 segundos.
Para os trabalhadores rurais, entretanto, o trabalho noturno não terá hora reduzida, o adicional
será de 25% sobre a hora diurna e o seu período variará de acordo com a atividade: para pecuária
será entre as 20h de um dia e as 4h do dia seguinte e para a agricultura entre as 21h de um dia
e as 5h do dia seguinte.
PECUÁRIA AGRICULTURA
82
Para os empregados advogados, o art. 20, § 3º, da Lei n. 8.906/94 (EAOAB) determina que o
horário noturno compreenderá as horas trabalhadas no período das 20h (vinte horas) de um dia
até as 5h (cinco horas) do dia seguinte, devendo ser remuneradas com acréscimo do adicional de
25% (vinte e cinco por cento).
OAB NA MEDIDA | DIREITO DO TRABALHO
O Tribunal Superior do Trabalho firmou entendimento, por meio da Súmula n. 60, no sentido
de que o adicional noturno, pago com habitualidade, integra o salário do empregado para todos
os efeitos e, cumprida integralmente a jornada no período noturno e prorrogada esta, devido é
também o adicional quanto às horas prorrogadas.
Semelhante raciocínio foi adotado pelo TST na OJ n. 388 da SDI-1 do TST, referente à jornada 12x36:
De acordo com o art. 62 da CLT, não são abrangidos pelo regime previsto no capítulo II do texto
Consolidado (duração do trabalho, que inclui as regras sobre jornada de trabalho, intervalos, DSR
e trabalho noturno), os empregados que exercem atividade externa incompatível com a fixação de
horário de trabalho, devendo tal condição ser anotada na Carteira de Trabalho e Previdência Social
e os gerentes, assim considerados os exercentes de cargos de gestão, aos quais se equiparam
os diretores e chefes de departamento ou filial, desde que o salário do cargo de confiança,
compreendendo a gratificação de função, se houver, não seja inferior ao valor do respectivo
salário efetivo acrescido de 40% (quarenta por cento).
A lei n. 13.467/2017 (reforma trabalhista) incluiu o inciso III ao art. 62 da CLT, para abranger
também os empregados em regime de teletrabalho, excluindo-os da obrigatoriedade de controle
de jornada, e, portanto, de eventual percepção de horas extras.
• Empregados que exercem atividade externa incompatível com a fixação de horário de trabalho
• Gerentes
83
10
10. TELETRABALHO
OAB NA MEDIDA | DIREITO DO TRABALHO
A Lei n. 13.467/2017 (reforma trabalhista) inseriu os artigos 75-A a 75-E ao texto da CLT,
disciplinando o teletrabalho.
Segundo o artigo 75-C, tal modalidade de contrato deve constar em contrato individual
84
escrito, em que também constarão as atividades a serem desenvolvidas pelo empregado.
Em caso de mútuo consentimento, poderá ocorrer alternância entro os regimes presencial
e de teletrabalho, sendo necessário o registro em aditivo contratual. O § 2º permite ainda a
alteração do teletrabalho para o regime presencial por ordem do empregador, desde que
registrado em aditivo contratual e concedido prazo mínimo de quinze dias para tal transição
OAB NA MEDIDA | DIREITO DO TRABALHO
O artigo 75-D, por sua vez, determina que constem em contrato escrito as questões atinentes às
responsabilidades pela aquisição e manutenção de equipamentos (ex.: computador, smartphone,
etc) e de infraestrutura (mobiliário, por exemplo), bem como ao reembolso de despesas suportadas
pelo empregado (ex.: internet, energia elétrica, etc). Entretanto, nenhuma dessas utilidades será
considerada verba salarial.
Registra-se, ainda, que o art. 6º da CLT estabelece que não se distingue entre o trabalho
realizado no estabelecimento do empregador, o executado no domicílio do empregado e o realizado
a distância, desde que estejam caracterizados os pressupostos da relação de emprego. Assim, por
exemplo, se o trabalhador sofrer acidente enquanto realiza o teletrabalho, o fato será considerado
acidente de trabalho TEMA COBRADO NO XIX EXAME DA OAB/FGV.
Além disso, o parágrafo único do art. 6º da CLT dispõe que os meios telemáticos e informatizados
de comando, controle e supervisão se equiparam, para fins de subordinação jurídica, aos meios
pessoais e diretos de comando, controle e supervisão do trabalho alheio.
85
11
11.1. CONCEITO
As expressões salário e remuneração, embora utilizadas como sinônimas, tem sentidos diferentes.
11.2. GORJETA
A gorjeta integra a remuneração e não serve de base de cálculo para as parcelas de aviso-
prévio, adicional noturno, horas extras e repouso semanal remunerado.
86
A remuneração jamais poderá ser fixada unicamente com base em gorjetas, já que estas são
pagas por terceiros. Além disso, a gorjeta é classificada em própria (dada espontaneamente
pelo cliente) e imprópria (cobrada na nota de serviço).
OAB NA MEDIDA | DIREITO DO TRABALHO
É importante destacar que a Lei n.13.419/2017 havia incluindo diversos parágrafo ao art.
457 da CLT, com várias regras a respeito do recebimento e rateio das gorjetas. No entanto, a Lei
13.467/2017 (Reforma Trabalhista) revogou tacitamente referidos parágrafos.
11.3. SALÁRIO
De acordo com o § 1º do art. 457 da CLT, integram o salário não só a importância fixa estipulada,
como também as comissões, percentagens, gratificações ajustadas, diárias para viagens e abonos
Tem-se, portanto, que o salário é composto por uma parcela base (salário-base), previamente
ajustada com o empregado, podendo ser acrescido das demais parcelas complementares citadas
no § 1º do art. 457 da CLT, denominadas de sobressalário.
O empregado remunerado com base unicamente em comissão terá direito apenas ao adicional
de 50% pelo trabalho em horas extras, enquanto que o trabalhador que recebe remuneração
mista, parte fixa e parte em comissão, terá direito às horas simples acrescidas de 50% em relação
à parte fixa e apenas o adicional de 50% em relação à parte variável.
Importante lembrar que, com a reforma trabalhista, ficou prejudicada a Súmula n. 372 do TST,
que previa que a gratificação de função de confiança percebida por mais de 10 anos não poderia
ser retirada ainda que o empregado retornasse ao cargo efetivo. Com efeito, o a Lei n. 13.467/2017
acrescentou o § 2º ao art. 468 da CLT, estabelecendo que a reversão, com ou sem justo motivo, não
assegura ao empregado o direito à manutenção do pagamento da gratificação correspondente, que
não será incorporada, independentemente do tempo de exercício da respectiva função
Quebra de caixa é um tipo de gratificação destinada a cobrir os riscos assumidos pelo empregado
que lida com manuseio de dinheiro De acordo com a Súmula n. 247 do TST, possui natureza
salarial, integrando o salário do prestador de serviços, para todos os efeitos legais.
Ajuda de custo é o valor destinada ao empregado para reembolsar as despesas geradas em razão
de sua transferência, provisória ou definitiva, do local de trabalho e não possui natureza salarial.
88
O salário deve ser pago discriminando-se cada parcela que será entregue ao empregado,
sendo vedado, portanto, o salário complessivo, caracterizado pelo pagamento de parcela única
englobando todos os direitos do trabalhador. Nesse sentido, a Súmula n. 91 do TST dispõe:
“Nula é a cláusula contratual que fixa determinada importância ou percentagem para atender
OAB NA MEDIDA | DIREITO DO TRABALHO
De acordo com o art. 458 da CLT, além do pagamento em dinheiro, compreende-se no salário,
para todos os efeitos legais, a alimentação, habitação, vestuário ou outras prestações “in natura”
que a empresa, por força do contrato ou do costume, fornecer habitualmente ao empregado.
O salário, portanto, pode ser pago em dinheiro ou por meio de utilidades, recebendo, neste
caso, a denominação de salário in natura.
89
CARACTERIZA SALÁRIO NÃO CARACTERIZA SALÁRIO
UTILIDADE UTILIDADE
• Vale-refeição fornecido por força do • Bebidas alcoólicas ou drogas nocivas (art. 458, parte
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• O TST firmou entendimento que os • Seguros de vida e de acidentes pessoais (art. 458, §
percentuais fixados em lei relativos ao 1º, V, CLT)
salário “in natura” apenas se referem às
hipóteses em que o empregado percebe
salário mínimo, apurando-se, nas demais, o • Previdência privada (art. 458, § 1º, VI, CLT);
real valor da utilidade (Súmula n. 258)
• Valor correspondente ao vale-cultura (art. 458, § 1º,
VI, CLT)
90
• Normas de proteção do salário em face do empregador:
O pagamento do salário, qualquer que seja a modalidade do trabalho, não deve ser estipulado
por período superior a 1 (um) mês, salvo no que concerne a comissões, percentagens e gratificações.
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Quando o pagamento houver sido estipulado por mês, deverá ser efetuado, o mais tardar, até o
quinto dia útil do mês subsequente ao vencido (art. 459 da CLT).
Ao empregador é vedado efetuar qualquer desconto nos salários do empregado, salvo quando
este resultar de adiantamentos, de dispositivos de lei ou de contrato coletivo (art. 462, caput, da CLT);
Em caso de dano causado pelo empregado, o desconto será lícito, desde de que essa
possibilidade tenha sido acordada e haja culpa, ou na ocorrência de dolo do empregado, conforme
§ 1º do art. 462 da CLT TEMA COBRADO NOS EXAMES XI E XVIII DA OAB/FGV.
É vedado à empresa que mantiver armazém para venda de mercadorias aos empregados
ou serviços estimados a proporcionar-lhes prestações “ in natura “ exercer qualquer coação ou
induzimento no sentido de que os empregados se utilizem do armazém ou dos serviços (§ 2º do
art. 462 da CLT);
O pagamento do salário será feito em moeda corrente do país, sob pena de ser considerado
não feito (art. 463 da CLT). Deve ser efetuado contra recibo, assinado pelo empregado e, em se
tratando de analfabeto, mediante sua impressão digital, ou, não sendo esta possível, a seu rogo
(art. 464 da CLT).
Além disso, o pagamento dos salários será efetuado em dia útil e no local do trabalho, dentro
do horário do serviço ou imediatamente após o encerramento deste, salvo quando efetuado por
depósito em conta bancária (art. 465 da CLT). A data máxima para o pagamento do salário é o
quinto dia útil subsequente ao mês trabalhado.
Salienta-se ainda que o empregador não pode promover, por conta própria, a redução do salário
de seus empregados. Entretanto, admite-se a redução salarial mediante acordo ou convenção
coletiva de trabalho, conforme art. 7º, VI, da CF/88: “São direitos dos trabalhadores urbanos e
rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: (...) VI - irredutibilidade do
salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo” TEMA COBRADO NOS EXAMES VI
E XXIII DA OAB/FGV.
Importante registrar que o § 3º do art. 611-A da CLT, acrescido pela reforma trabalhista,
91
passou a dispor que, quando o instrumento coletivo pactuar a redução do salário ou da jornada,
deverá também prever a proteção dos empregados contra dispensa imotivada durante o prazo de
vigência da norma coletiva TEMA COBRADO NO XXVI EXAME DA OAB/FGV.
OAB NA MEDIDA | DIREITO DO TRABALHO
Sem dúvida alguma a maior proteção que o salário dos empregados possui em relação a seus
credores diz respeito a impossibilidade de sua penhora, conforme tratado na OJ n. 153 da SDI-2 do TST:
• O plano de recuperação judicial não poderá prever prazo superior a 1 (um) ano para
pagamento dos créditos trabalhistas e de acidentes de trabalho vencidos até a data do
pedido de recuperação. Além disso, terá que prever pagamento, para até 30 (trinta)dias,
dos créditos trabalhistas até o limite de 5 salários mínimos por trabalhador referentes
a créditos estritamente salariais vencidos nos 3 meses anteriores ao pedido.
A Lei n. 13.467/2017 (reforma trabalhista) alterou sensivelmente o art. 461 da CLT, que passou
a contar com a seguinte redação:
Art. 461. Sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor, prestado ao mesmo
empregador, no mesmo estabelecimento empresarial, corresponderá igual salário, sem
distinção de sexo, etnia, nacionalidade ou idade.
§ 1º Trabalho de igual valor, para os fins deste Capítulo, será o que for feito com igual
produtividade e com a mesma perfeição técnica, entre pessoas cuja diferença de tempo
de serviço para o mesmo empregador não seja superior a quatro anos e a diferença de
tempo na função não seja superior a dois anos.
92
§ 2º Os dispositivos deste artigo não prevalecerão quando o empregador tiver pessoal
organizado em quadro de carreira ou adotar, por meio de norma interna da empresa
ou de negociação coletiva, plano de cargos e salários, dispensada qualquer forma de
homologação ou registro em órgão público.
OAB NA MEDIDA | DIREITO DO TRABALHO
§ 3º No caso do § 2º deste artigo, as promoções poderão ser feitas por merecimento e por
antiguidade, ou por apenas um destes critérios, dentro de cada categoria profissional.
93
EQUIPARAÇÃO SALARIAL ANTES DA EQUIPARAÇÃO SALARIAL APÓS
REFORMA A REFORMA
Era possível a equiparação salarial com base indicando- A equiparação salarial só será possível entre
se paradigma remoto (Súmula n. 6, IV e VI, do TST) empregados contemporâneos no cargo ou na
função, ficando vedada a indicação de paradigmas
remotos, ainda que o paradigma contemporâneo
tenha obtido a vantagem em ação judicial própria.
Abaixo destacamos apenas os itens da Súmula n. 6 do TST que, no nosso entender, não foram
prejudicados pela reforma trabalhista.
I – Prejudicado.
II – Prejudicado.
94
VI – Prejudicado.
VII - Desde que atendidos os requisitos do art. 461 da CLT, é possível a equiparação
salarial de trabalho intelectual, que pode ser avaliado por sua perfeição técnica, cuja
aferição terá critérios objetivos.
OAB NA MEDIDA | DIREITO DO TRABALHO
X -Prejudicado.
Registra-se, por fim, que no caso de substituição de caráter não eventual, como no caso
das férias, o substituto tem direito a receber a remuneração do substituído enquanto durar a
substituição. Entretanto, vago o cargo em definitivo, o empregado que passar a ocupa-lo não tem
direito à remuneração do antecessor, conforme Súmula n. 159 do TST TEMA COBRADO NO XVII
EXAME DA OAB/FGV.
A gratificação natalina, também denominada de 13º salário, é direito social (art. 7º, VIII, da
CF/88) devido a todo empregado urbano, rural, doméstico ou avulso.
95
Regulamentada pela Lei n. 4.090/62, a gratificação natalina corresponderá a 1/12 (um doze
avos) da remuneração devida em dezembro, por mês de serviço, do ano correspondente, sendo a
fração igual ou superior a 15 (quinze) dias computada como mês integral.
mês de abril de 2019, terá direito, no final do ano, a 9/12 de 13º salário, já que, em abril, trabalhou
mais de 15 dias, devendo esse mês ser computado integralmente.
A gratificação natalina deve ser paga até o dia 20 de dezembro de cada ano, devendo a metade
do valor ser adiantado entre os meses de fevereiro e novembro TEMA COBRADO NO XXX
EXAME DA OAB/FGV. Entretanto, o adiantamento será pago ao ensejo das férias do empregado,
sempre que este o requerer no mês de janeiro do correspondente ano.
Havendo suspensão do contrato de trabalho, não é devido, como regra geral, o depósito
do FGTS. No entanto, as suspensões em virtude de acidente de trabalho e de prestação de
serviço militar são consideradas atípicas, uma vez que, apesar de não haver pagamento
de salário, há contagem do tempo de serviço e o empregador é obrigado a depositar o
FGTS TEMA COBRADO NOS EXAMES IV, XX E XXIII DA OAB/FGV.
As contas vinculadas do FGTS são impenhoráveis e somente poderão ser movimentadas nas
hipóteses previstas no art. 20 da Lei n. 8.036/90 TEMA COBRADO NO XXX EXAME DA OAB/
FGV:
96
I - despedida sem justa causa, inclusive a indireta, de culpa recíproca e de força maior;
I-A - extinção do contrato de trabalho prevista no art. 484-A da CLT (comum acordo)
IV - falecimento do trabalhador, sendo o saldo pago a seus dependentes, para esse fim
habilitados perante a Previdência Social, segundo o critério adotado para a concessão
de pensões por morte. Na falta de dependentes, farão jus ao recebimento do saldo da
a) o mutuário conte com o mínimo de 3 (três) anos de trabalho sob o regime do FGTS,
na mesma empresa ou em empresas diferentes;
a) o mutuário deverá contar com o mínimo de 3 (três) anos de trabalho sob o regime do
FGTS, na mesma empresa ou empresas diferentes;
X - suspensão total do trabalho avulso por período igual ou superior a 90 (noventa) dias,
comprovada por declaração do sindicato representativo da categoria profissional.
XIII - quando o trabalhador ou qualquer de seus dependentes for portador do vírus HIV;
XVIII - quando o trabalhador com deficiência, por prescrição, necessite adquirir órtese
ou prótese para promoção de acessibilidade e de inclusão social.
a) o mutuário deverá contar com o mínimo de três anos de trabalho sob o regime do
FGTS, na mesma empresa ou em empresas diferentes;
Destaca-se ainda que, no caso de despedida pelo empregador sem justa causa, o empregado
terá direito a indenização de 40% do montante de todos os depósitos realizados na conta vinculada
durante a vigência do contrato de trabalho. A indenização será depositada na conta do empregado
e este receberá as guias para o saque do valor depositado.
98
Quando ocorrer despedida por culpa recíproca, força maior ou comum acordo, o percentual da
indenização do FGTS será de 20%.
OAB NA MEDIDA | DIREITO DO TRABALHO
Além do valor da multa de 40%, o empregador deverá pagar 10% do montante do fundo
a título de contribuição social. Não se pode confundir, portanto, a natureza dos valores. O
empregador terá uma despesa relativa a 50% do montante do fundo, mas o empregado receberá
apenas indenização de 40%.
PRESCRIÇÃO DO FGTS
O Pleno do Supremo Tribunal Federal decidiu, no dia 13/11/2014 (ARExt 709.212/DF), que o
prazo prescricional de 30 anos (prescrição trintenária) previsto no art. 23, § 5º, da Lei n. 8.036/90,
é inconstitucional, por violar o disposto no art. 7º, inciso XXIX, da Constituição Federal de 1988,
devendo ser aplicável ao FGTS o prazo de prescrição de cinco anos (prescrição quinquenal), com
a modulação dos efeitos da decisão nos seguintes termos:
“Para aqueles casos cujo termo inicial da prescrição – ou seja, a ausência de depósito no
FGTS – ocorra após a data do julgamento, aplica-se, desde logo, o prazo de cinco anos;
Para os casos em que o prazo prescricional já esteja em curso, aplica-se o que ocorrer
primeiro: 30 anos, contados do termo inicial, ou cinco anos, a partir deste julgamento”.
FGTS. PRESCRIÇÃO
99
I – Para os casos em que a ciência da lesão ocorreu a partir de 13.11.2014, é quinquenal
a prescrição do direito de reclamar contra o não-recolhimento de contribuição para o
FGTS, observado o prazo de dois anos após o término do contrato;
Assim, para as parcelas não pagas do FGTS anteriores à decisão do STF (13/11/2014) será
aplicado o prazo prescricional que se consumar em primeiro lugar, levando-se em consideração
a data de 13/11/2014.
Por outro lado, na hipótese de parcelas do FGTS não pagas no mês de abril do ano de 1987, por
exemplo, a conclusão é diversa. Aplicando-se o prazo da prescrição trintenária, esta se consumaria no
mês de abril do ano de 2017, enquanto que o prazo prescricional quinquenal estaria consumado em
13/11/2019. Sendo assim, como a prescrição trintenária se consumou antes, o trabalhador deveria
ingressar com a reclamação trabalhista até abril de 2017, observando-se evidentemente a prescrição
bienal contada do término do contrato de trabalho, sob pena de ser declarada a prescrição.
Desse modo, por simples cálculo matemático, é possível concluir que para as parcelas do FGTS
não pagas até novembro de 1989, permanecerá a prescrição trintenária, enquanto que para as
parcelas não pagas após novembro de 1989 a prescrição será quinquenal.
De acordo com o art. 88 da Lei n. 9.279/96, a invenção e o modelo de utilidade pertencem exclusivamente
ao empregador quando decorrerem de contrato de trabalho cuja execução ocorra no Brasil e que tenha
por objeto a pesquisa ou a atividade inventiva, ou resulte esta da natureza dos serviços para os quais foi
o empregado contratado TEMA COBRADO NO VIII EXAME DA OAB/FGV .
Além disso, a propriedade de invenção ou de modelo de utilidade será comum, em partes iguais,
quando resultar da contribuição pessoal do empregado e de recursos, dados, meios, materiais,
instalações ou equipamentos do empregador, ressalvada expressa disposição contratual em contrário.
100
RESUMINDO: Se a invenção ou modelo de utilidade é realizada por empregado ou prestador
de serviço, deve-se questionar: 1) Se a invenção faz parte do contrato de trabalho e 2) Se os
materiais e meios para a realização da invenção são do empregador.
OAB NA MEDIDA | DIREITO DO TRABALHO
Se as respostas forem “SIM” e “SIM” → Titularidade do EMPREGADOR (foi contratado para inventar);
101
12
A Consolidação das Leis do Trabalho dedica um Capítulo inteiro para tratar do tema segurança
e medicina a do trabalho, sendo que doravante estudaremos os pontos que entendemos mais
importantes para a prova da OAB/FGV.
O equipamento de proteção só poderá ser posto à venda ou utilizado com a indicação do Certificado
de Aprovação pelo órgão competente, até então o Ministério do Trabalho (art. 167 da CLT).
A recusa à utilização dos equipamentos de proteção individual caracteriza falta grave por parte
do empregado, podendo inclusive ensejar a sua dispensa por justa causa (art. 158, II, “b”, da CLT).
12.2. UNIFORMES
A Lei n. 13.467/2017 (reforma trabalhista) inseriu o art. 456-A ao texto da CLT, com a seguinte redação:
O parágrafo único, por sua vez, afirma que a lavagem dos uniformes é responsabilidade do
empregado, exceto nos casos em que forem necessários processos especiais de lavagem, como
se dá com as vestimentas utilizadas em frigoríficos ou que mantenham contato com agrotóxicos.
Importante que a reforma trabalhista acrescentou o §2º ao art. 4º da CLT, dispondo que a
troca de uniforme na empresa não é considerada tempo à disposição do empregador, salvo se a
empresa exigir que a troca de uniforme ocorra em seu estabelecimento. 102
12.3. ATIVIDADES INSALUBRES
De acordo com o art. 189 da CLT, são consideradas atividades ou operações insalubres aquelas
que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes
OAB NA MEDIDA | DIREITO DO TRABALHO
nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do
agente e do tempo de exposição aos seus efeitos.
Salienta-se que o pagamento do adicional se insere no conceito de salário condição, uma vez
que deixará de ser pago na hipótese de neutralização, eliminação, ou reclassificação pelo Ministério
do Trabalho dos agentes insalubres TEMA COBRADO NO XII EXAME DA OAB/FGV.
103
A radiação não ionizante (frequência menor ou igual à da luz) é agente que causa insalubridade
enquanto que a radiação ionizante (frequência maior que a da luz, podendo mudar a estrutura
do átomo e gerar câncer) gera periculosidade.
OAB NA MEDIDA | DIREITO DO TRABALHO
I - Não basta a constatação da insalubridade por meio de laudo pericial para que o
empregado tenha direito ao respectivo adicional, sendo necessária a classificação da
atividade insalubre na relação oficial elaborada pelo Ministério do Trabalho.
É importante salientar, ainda, que o artigo 60 da CLT proíbe a realização de horas extras em
atividade insalubre, salvo mediante prévia licença do Ministério do Trabalho ou em se tratando
de jornada 12x36. Além disso, houve o cancelamento na Súmula n. 349 do TST que estabelecia
a validade de acordo coletivo ou convenção coletiva de compensação de jornada de trabalho em
atividade insalubre mesmo sem a realização de inspeção prévia da autoridade competente.
De acordo com o art. 193 da CLT, são consideradas atividades ou operações perigosas aquelas
que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco acentuado ao empregado. São
fatores, portanto, que colocam em risco a vida do trabalhador, diferentemente dos agentes
insalubres, que se relacionam ao comprometimento da saúde do empregado.
• Inflamáveis;
• Explosivos;
• Energia elétrica;
• Trabalhadores expostos a roubos ou outras espécies de violência física nas atividades
profissionais de segurança pessoal ou patrimonial (art. 193, II, da CLT);
• As atividades de trabalhador em motocicleta (art. 193,§ 4, da CLT) ;
• Atividade de bombeiro Civil (art. 6, III, da Lei n. 11.901/09);
• Radiação ionizante (OJ n. 345 da SDI-1 do TST).
Como regra geral, eventual questionamento judicial acerca do adicional de periculosidade exige
a realização de perícia. Entretanto, no caso dos profissionais de segurança, dos trabalhadores de
motocicleta e dos bombeiros civis, não haverá necessidade de realização de perícia, uma vez que
105
o direito ao adicional já está legalmente assegurado.
O adicional de periculosidade será 30% (trinta por cento) sobre o salário base, ou seja, sem os
acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa. Como
exceção, entretanto, para os eletricitários, o cálculo do adicional de periculosidade deverá ser
OAB NA MEDIDA | DIREITO DO TRABALHO
efetuado sobre a totalidade das parcelas de natureza salarial, conforme previsto na Súmula n. 191
do TST TEMA COBRADO NO IV EXAME DA OAB/FGV.
A Súmula n. 191 do TST foi alterada no final de 2016, passando a prever que apenas os
empregados eletricitários contratados antes da vigência da Lei n. 12.740/2012 permanecem
com o adicional de periculosidade calculado sobre a totalidade das verbas salariais, não sendo
válida norma coletiva mediante a qual se determina a incidência do referido adicional sobre o
salário básico. Por outro lado, os eletricitários contratados após a vigência da Lei n. 12.740/2012,
Ressalta-se, ainda, que o contato intermitente ou esporádico às operações perigosas não retira
do empregado o direito ao adicional, sendo este afastado apenas nos casos em que a exposição
for eventual, assim considerada aquela fortuita ou, ainda que habitual, que ocorre por tempo
extremamente reduzido TEMA COBRADO NO XVI EXAME DA OAB/FGV.
I – O adicional de periculosidade incide apenas sobre o salário básico e não sobre este
acrescido de outros adicionais.
II – O adicional de periculosidade do empregado eletricitário, contratado sob a égide
da Lei nº 7.369/1985, deve ser calculado sobre a totalidade das parcelas de natureza
salarial. Não é válida norma coletiva mediante a qual se determina a incidência do
referido adicional sobre o salário básico.
III - A alteração da base de cálculo do adicional de periculosidade do eletricitário
promovida pela Lei nº 12.740/2012 atinge somente contrato de trabalho firmado a partir
de sua vigência, de modo que, nesse caso, o cálculo será realizado exclusivamente
108
13
A Lei n. 13.467/2017 (reforma trabalhista) inseriu os artigos 223-A a 223-G na CLT, com o
objetivo de disciplinar a reparação dos danos extrapatrimoniais decorrentes da relação de trabalho
(223-A), assim considerados os decorrentes de ação ou omissão capazes de ofender a esfera moral
ou existencial das pessoas física ou jurídica (223-B).
Entendemos que se trata de rol aberto, apenas exemplificativo, uma vez que existem outros
valores que, quando ofendidos (como na hipótese de discriminação de gênero, origem, sexo, etc.)
também devem ser devidamente tutelados.
O artigo 223-D, por sua vez, dispõe que a imagem, a marca, o nome, o segredo empresarial e o
sigilo da correspondência são bens juridicamente tutelados inerentes à pessoa jurídica, também
podendo gerar indenização por dano extrapatrimonial.
Se o trabalhador ofender um dos bens inerentes à pessoa jurídica, a empresa poderá ingressar
com reclamação trabalhista em face do empregado, pleiteando a reparação pelo dano sofrido.
Já o artigo 223-E é expresso no sentido de que são responsáveis pelos danos extrapatrimoniais
todos aqueles que tenham contribuído para as ofensas aos bens tutelados, ou seja, trata-se de
previsão expressa da existência da responsabilidade solidária.
De acordo com o art. 223-F, a reparação por danos extrapatrimoniais pode ser pedida
cumulativamente com a indenização por danos materiais decorrentes do mesmo ato lesivo,
devendo o juiz discriminar os valores das indenizações a título de danos patrimoniais e das
reparações por danos de natureza extrapatrimonial.
É importante registrar ainda que o art. 223-G elenca diversos critérios (natureza do bem
jurídico tutelado, intensidade do sofrimento ou da humilhação, possibilidade de superação física ou
109
psicológica; reflexos pessoais e sociais da ação ou da omissão, etc.) a serem observados pelo juízo
ao apreciar o pedido de reparação dos danos extrapatrimoniais.
e gravíssima) da lesão.
§ 1º Se julgar procedente o pedido, o juízo fixará a indenização a ser paga, a cada um dos
ofendidos, em um dos seguintes parâmetros, vedada a acumulação:
I - ofensa de natureza leve, até três vezes o último salário contratual do ofendido;
II - ofensa de natureza média, até cinco vezes o último salário contratual do ofendido;
§ 2º Se o ofendido for pessoa jurídica, a indenização será fixada com observância dos
mesmos parâmetros estabelecidos no § 1º deste artigo, mas em relação ao salário
contratual do ofensor.
Essa tarifação é fortemente criticada, uma vez que limita a atuação do magistrado e quantifica
antecipadamente e de forma genérica as situações em abstrato, não se preocupando com a
multiplicidade de efeitos que podem ocorrer no caso concreto, inclusive o evento morte, que
sequer foi mencionado no artigo.
Além disso, é majoritária a doutrina que entende ser inconstitucional, por afronta ao artigo
5º, V e X, da CF/88, a utilização do salário como critério indenizatório, à medida que acaba por
conferir maior valor à dignidade humana daquele que aufere maior salário.
Por fim, o § 3º estipula que, na reincidência entre partes idênticas, o juízo poderá elevar ao
dobro o valor da indenização. Entendemos que a melhor interpretação desse dispositivo deve
considerar como partes idênticas o patrão e os seus empregados em geral, e não o patrão e o
mesmo empregado já prejudicado, uma vez que essa situação é muito difícil de ocorrer.
110
14
Em razão das peculiaridades biológicas da mulher, única capaz de gerar uma criança e com
massa muscular e estrutura óssea mais frágeis se comparadas aos homens5, há diversas normas
que criam condições específicas para as mulheres como forma de garantir a igualdade material
dos gêneros. Vejamos as principais normas:
• Não constitui justo motivo para a rescisão do contrato de trabalho da mulher o fato de
haver contraído matrimônio ou de encontrar-se em estado de gravidez. Além do mais,
não serão permitidas, em contratos coletivos ou individuais de trabalho, restrições ao
A Licença maternidade poderá ser estendida por mais 60 dias se se tratar de empregada de
pessoa jurídica que aderiu ao Programa Empresa Cidadã. Além disso, de acordo com o art. 392-
B da CLT, em caso de morte da genitora, é assegurado ao cônjuge ou companheiro empregado
o gozo de licença por todo o período da licença-maternidade ou pelo tempo restante a que teria
direito a mãe, exceto no caso de falecimento do filho ou de seu abandono.
A Lei n. 13.301/2016 estabeleceu que, se a empregada der à luz a criança acometida por
sequelas neurológicas decorrentes de doenças transmitidas pelo aedes aegypti, a sua licença-
maternidade será de 180 dias.
De acordo com o § 2º do art. 394-A da CLT, no caso de afastamento, a empresa efetuará o pagamento
direto do adicional de insalubridade à gestante ou lactante afastada, devendo compensar tais
valores com os das contribuições incidentes sobre a folha de salários e demais rendimentos
devidos. O § 3º, por sua vez, disciplina que, quando não for possível que a gestante ou lactante
afastada das condições insalubres continue trabalhando na empresa em outra função, salubre, a
gravidez será considerada como de risco e ensejará o pagamento de salário-maternidade.
A Lei nº 13.509/2017 alterou o caput do art. 396 da CLT, para acrescentar que a pausas para
a amamentação se estende à mãe adotante. Já a Lei n. 13.467/2017 (reforma trabalhista),
acrescentou o § 2º ao art. 396, estabelecendo que os horários de amamentação deverão ser
definidos em acordo individual entre a empregada e o seu empregador.
O art. 384 da CLT estabelecia que, em caso de prorrogação do horário normal da mulher, era
obrigatório um descanso de 15 (quinze) minutos no mínimo, antes do início do período extraordinário
OAB NA MEDIDA | DIREITO DO TRABALHO
do trabalho. Esse artigo, entretanto, foi revogado pela Lei n. 13.467/2017 (reforma trabalhista), não
havendo mais qualquer diferença entre homem e mulher na prorrogação da jornada de trabalho.
113
15
Em razão da condição peculiar do menor de 18 anos de idade, que ainda está em fase de
desenvolvimento, também houve a estipulação de algumas regras protetivas no sistema jurídico
pátrio, sendo as principais abaixo delimitadas.
114
Com relação aos demais trabalhadores, é de 60 kg (sessenta quilogramas) o peso máximo
que um empregado pode remover individualmente, não se aplicando essa proibição à
remoção de material feita por impulsão ou tração de vagonetes sobre trilhos, carros de mão
ou quaisquer outros aparelhos mecânicos, podendo o Ministério do Trabalho, em tais casos,
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fixar limites diversos, que evitem sejam exigidos do empregado serviços superiores às suas
forças (art. 198 da CLT).
115
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Como regra geral, o empregador possui o direito potestativo de colocar fim à relação empregatícia.
Não obstante existam autores que diferenciem as expressões estabilidade e garantia provisória
De acordo com o art. 8°, III, da CF/88, é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir
do registro da candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que
suplente, até 1 (um) ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei.
O art. 522 da CLT, por sua vez, prevê que administração do sindicato será exercida por uma
diretoria constituída, no máximo, de 7 (sete) e, no mínimo, de 3 (três) membros e de um conselho
fiscal composto de três membros, eleitos esses órgãos pela assembleia geral.
Com relação ao empregado de categoria diferenciada eleito dirigente sindical, ele terá
estabilidade apenas se exercer na empresa atividade pertinente à categoria profissional do
sindicato para o qual foi eleito dirigente. A título de exemplo, se um empregado motorista de um
determinado banco for eleito dirigente do sindicato dos bancários ele não terá estabilidade, mas se
for eleito dirigente no sindicato profissional dos motoristas fará jus à estabilidade.
Registra-se, ainda, que apenas os membros da diretoria, e suplentes, que terão estabilidade
provisória no emprego, já que são eles que atuam diretamente na defesa dos interesses da categoria,
podendo, em tese, sofrer retaliações por parte do empregador. Desse modo, a estabilidade de
emprego ficará limitada a no máximo 7 dirigentes e seus respectivos suplentes, já que essa é a
quantidade máxima prevista no art. 522 da CLT TEMA COBRADO NO VIII EXAME DA OAB/FGV.
É importante frisar que § 5º do art. 543 da CLT determina que é dever da entidade sindical
comunicar por escrito à empresa, dentro de 24 (vinte e quatro) horas, o dia e a hora do registro
da candidatura do empregado e, em igual prazo, de sua eleição e posse.
Além disso, o registro da candidatura feito durante o aviso prévio não é capaz de gerar
estabilidade, uma vez que o empregador já havia exercido o seu direito de dispensar o empregado
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Resumindo os pontos acima tratados, vejamos o teor da Súmula n. 369 e das Orientações
Jurisprudenciais 365 e 369 da SDI-1 do TST :
É importante registrar também que o dirigente sindical somente poderá ser dispensado
por meio da propositura de inquérito judicial para apuração de falta grave. Caso o empregador
dispense o empregado, sem o ajuizamento do inquérito, será cabível a reintegração ao emprego,
inclusive por meio de tutela antecipada (art. 659, X, da CLT).
117
16.2. ESTABILIDADE PROVISÓRIA DOS MEMBROS DA CIPA
De acordo com o art. 10, II, “a”, do ADCT, fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa do
empregado eleito para cargo de direção de comissões internas de prevenção de acidentes, desde
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O art. 165 da CLT, por sua vez, dispõe que os titulares da representação dos empregados nas
CIPA (s) não poderão sofrer despedida arbitrária, entendendo-se como tal a que não se fundar em
motivo disciplinar, técnico, econômico ou financeiro.
I - O suplente da CIPA goza da garantia de emprego prevista no art. 10, II, “a”, do ADCT
a partir da promulgação da Constituição Federal de 1988.
Conforme previsto no § 1º do art. 625-B da CLT, é vedada a dispensa dos representantes dos
empregados membros da Comissão de Conciliação Prévia, titulares e suplentes, até um ano após
o final do mandato, salvo se cometerem falta grave, nos termos da lei.
118
Considerando que o artigo foi silente em relação ao início da estabilidade, vem prevalecendo o
entendimento de que ela se inicia com a eleição6, e não com o registro da candidatura, conforme
previsto para o dirigente sindical no § 3º do art. 543 da CLT
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De acordo com o art. 55 da Lei n. 5.764/71, os empregados de empresas que sejam eleitos
diretores de sociedades cooperativas pelos mesmos criadas, possuem a mesma estabilidade dos
dirigentes sindicais.
A estabilidade, entretanto, não é estendida aos suplentes, conforme OJ n. 253 da SDI-1 do TST:
“O art. 55 da Lei nº 5.764/71 assegura a garantia de emprego apenas aos empregados eleitos
diretores de Cooperativas, não abrangendo os membros suplentes” TEMA COBRADO NO XIX
De acordo com o previsto no art. 10, II, “b” do ADCT, fica vedada a dispensa da empregada
gestante, desde a confirmação da gravidez até 5 (cinco meses) após o parto, o que inclui inclusive
as empregadas domésticas, conforme previsto no art. 25, parágrafo único, da Lei Complementar
n. 150/2015.
Além disso, a Lei nº 13.509/2017 acrescentou o parágrafo único ao art. 391-A da CLT, dispondo
que o a estabilidade também se aplica ao empregado adotante, mesmo que a guarda tenha sido
concedida durante o prazo do aviso prévio trabalhado ou indenizado.
Corroborando os pontos acima tratados, vejamos o conteúdo do art. 391-A da CLT e da Súmula
n. 344 do TST:
6 CASSAR, Vólia Bomfim. Direito do Trabalho, 10.ed., atual e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São
Paulo: Método, 2014, p. 1.173.
119
Art. 391-A da CLT. A confirmação do estado de gravidez advindo no curso do contrato de
trabalho, ainda que durante o prazo do aviso prévio trabalhado ou indenizado, garante
à empregada gestante a estabilidade provisória prevista na alínea b do inciso II do art.
10 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.
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A Lei nº 13.509/2017 acrescenta o parágrafo único ao art. 391-A da CLT, dispondo que o
empregado adotante também terá direito à estabilidade provisória.
III - A empregada gestante tem direito à estabilidade provisória prevista no art. 10,
inciso II, alínea “b”, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, mesmo na
hipótese de admissão mediante contrato por tempo determinado.
Sendo assim, a “estabilidade provisória da gestante” não é mais restrita às gestantes, podendo
ser concedia aos empregados adotantes (homem ou mulher) e também àquele que detiver a
guarda do filho em caso de morte da mãe (homem ou mulher).
A estabilidade provisória decorrente de acidente possui previsão no art. 118, da Lei n. 8.213/91,
que estabelece: “O segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida, pelo prazo mínimo de
doze meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na empresa, após a cessação do auxílio-
doença acidentário, independentemente de percepção de auxílio-acidente”.
120
Excepcionalmente, o empregado fará jus à estabilidade decorrente de acidente de trabalho,
mesmo sem a percepção do auxílio doença, quando constatada após a despedida doença
profissional relacionada ao trabalho.
Além disso, o empregado terá direito à estabilidade decorrente de acidente de trabalho ainda
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que se trate de contrato por prazo determinado TEMA COBRADO NO XI EXAME DA OAB/FGV.
II - Não há nulidade por julgamento “extra petita” da decisão que deferir salário quando
o pedido for de reintegração, dados os termos do art. 496 da CLT.
122
17
• Aviso prévio
• Saldo salário
• Se dispensado nos 30 dias que antecedem a data base, indenização adicional de 1 salário (lei n. 7.238/84)
Se o empregado quiser terminar o vínculo de emprego poderá pedir demissão. Neste caso,
deverá conceder aviso prévio e fará jus às seguintes parcelas.
123
PEDIDO DE DEMISSÃO
• Saldo salário
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• Férias proporcionais acrescidas de 1/3, ainda que o empregado não tenha 1 ano de serviço (súmula 171 e
261 do TST)
• Gravidade: ato deve ser grave a ponto de tornar inviável a continuidade do contrato de trabalho;
• Proporcionalidade: a pena deve ser proporcional à falta cometida. Além disso, espera-se
que haja gradação pedagógica, podendo o empregador primeiramente aplicar advertências
e suspensão, antes de romper o vínculo por justa causa.
As hipóteses mais conhecidas de justa causa estão previstas no art. 482 da CLT, sendo abaixo delimitadas:
• Ato de improbidade: são atos que demonstram desonestidade, abuso e fraude por
parte do trabalhador, sendo capazes de comprometer o patrimônio da empresa, como
no caso de um empregado que tenta furtar dinheiro do caixa do estabelecimento;
• Incontinência de conduta: representa excessos censuráveis do ponto de vista sexual,
como na hipótese de prática de assédio sexual;
• Mau procedimento: modo pouco correto de se comportar, comprometendo o bom
andamento do vínculo de emprego, como no caso de empregado motorista que
desrespeita as regras de trânsito;
124
• Negociação habitual por conta própria ou alheia sem permissão do empregador, e
quando constituir ato de concorrência à empresa para a qual trabalha o empregado,
ou for prejudicial ao serviço: A negociação deve ser habitual e implicar concorrência
em face do empregador.
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A Lei n. 13.467/2017 acrescentou a alínea “m” ao art. 482 da CLT, para acrescentar como
nova hipótese de justa causa obreira a perda de habilitação ou de requisito legal necessário
ao exercício da profissão, em caso de conduta dolosa do empregado. A exemplo, citam-se as
cassações da CNH e do registro em órgão de classe (OAB, CREA), desde que originadas em
razão de atos dolosos do empregado TEMA COBRADO NO XXVIII EXAME DA OAB/FGV.
125
Além do art. 482 da CLT, existem outras faltas graves espalhadas pela legislação. Vejamos as principais:
• Declaração falsa sobre o trajeto do vale-transporte ou seu uso indevido (art. 7º, §
3º, do Decreto n. 95.247/87)
• Saldo salário
A Lei n. 13.467/2017 (reforma trabalhista) acrescentou o art. 484-A ao texto da CLT, prevendo
a possibilidade de rescisão do contrato de trabalho por acordo mútuo entre as partes TEMA
COBRADO NO XXV EXAME DA OAB/FGV.
Art. 484-A. O contrato de trabalho poderá ser extinto por acordo entre empregado e
empregador, caso em que serão devidas as seguintes verbas trabalhistas:
I – por metade:
§ 2º A extinção do contrato por acordo prevista no caput deste artigo não autoriza o
ingresso no Programa de Seguro-Desemprego.
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No caso de rescisão do contrato por mútuo acordo, o empregado receberá pela metade as
verbas rescisórias indenizatórias (aviso prévio indenizado e multa do FGTS), conforme o inciso
I, e integralmente as demais verbas, como saldo de salário, férias integrais e proporcionais e 13º
salário proporcional, a teor do inciso II.
O § 1º, por sua vez, dispõe que o empregado poderá ainda movimentar 80% dos depósitos do FGTS.
Entretanto, consoante o § 2º, o empregado não terá direito ao seguro-desemprego, visto que
não se trata de desemprego involuntário.
a) forem exigidos serviços superiores às suas forças, defesos por lei, contrários aos
bons costumes, ou alheios ao contrato;
b) for tratado pelo empregador ou por seus superiores hierárquicos com rigor excessivo;
e) praticar o empregador ou seus prepostos, contra ele ou pessoas de sua família, ato
lesivo da honra e boa fama;
g) o empregador reduzir o seu trabalho, sendo este por peça ou tarefa, de forma a afetar
sensivelmente a importância dos salários.
§ 3º - Nas hipóteses das letras «d» e «g», poderá o empregado pleitear a rescisão de
seu contrato de trabalho e o pagamento das respectivas indenizações, permanecendo
ou não no serviço até final decisão do processo.
127
Apenas nas hipóteses das alíneas “d” e “g” o empregado poderá pleitear a rescisão indireta
do contrato permanecendo no serviço TEMA COBRADO NO XXI EXAME DA OAB/FGV. Nos
demais casos, o trabalhador deve deixar o emprego e pleitear judicialmente a rescisão indireta.
Se confirmada judicialmente, o empregado fará jus a todas as verbas de uma dispensa imotivada.
Caso contrário, a rescisão equivalerá a um pedido de demissão.
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• Aviso prévio
• Saldo salário
• Se dispensado nos 30 dias que antecedem a data base, indenização adicional de 1 salário (lei n. 7.238/84)
• Extinção da Empresa – o empregado fará jus a todas as parcelas de uma dispensa sem justa
causa, incluindo o aviso prévio, uma vez que os riscos da atividade econômica devem ser
suportados pelo empregador.
Os valores relativos às verbas trabalhistas não recebidas em vida pelos respectivos trabalhadores
titulares, serão pagos, em quotas iguais, aos dependentes habilitados perante a Previdência Social
(art. 1º da Lei nº 6.858/1980). TEMA COBRADO NO XXIII EXAME DA OAB/FGV.
128
• Morte do empregador pessoa física – se houver encerramento da empresa em virtude da
morte do empregador, os trabalhadores farão jus a todas parcelas de uma dispensa sem
justa causa.
• Força maior – entende-se por força maior o acontecimento inevitável e imprevisível sem
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• Não há qualquer óbice para a contratação de trabalhador que tenha sido aposentado
espontaneamente. Nesse caso, haverá um novo vínculo de emprego, devendo ser observados
os mesmos direitos, deveres e obrigações de um contrato de trabalho comum, inclusive no que
tange aos descontos previdenciários TEMA COBRADO NO XXV EXAME DA OAB/FGV.
De acordo com o art. 7º, XXI, da CF/88, é direito de todo trabalhador urbano e rural o aviso
prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de 30 (trinta) dias, nos termos da lei.
A Lei n. 12.506/11, por sua vez, regulamentou o aviso prévio proporcional nos seguintes termos:
art. 1 º - O aviso prévio, de que trata o Capítulo VI do Título IV da Consolidação das Leis
do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, será
concedido na proporção de 30 (trinta) dias aos empregados que contem até 1 (um) ano
de serviço na mesma empresa.
Parágrafo único. Ao aviso prévio previsto neste artigo serão acrescidos 3 (três) dias
por ano de serviço prestado na mesma empresa, até o máximo de 60 (sessenta) dias,
perfazendo um total de até 90 (noventa) dias.
129
Desse modo, o empregado que tiver completado 1 ano de serviço terá direito ao aviso prévio
proporcional, acrescentando-se 3 dias por ano trabalhado, até o limite máximo de 90 dias. Assim,
o trabalhador que atingir 20 anos de serviço terá o aviso prévio máximo de 90 dias TEMA
COBRADO NO VIII EXAME DA OAB/FGV.
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01 ano 33 dias
02 de anos 36 dias
03 anos 39 dias
05 anos 45 dias
06 anos 48 dias
07 anos 51 dias
08 anos 54 dias
09 anos 57 dias
10 anos 60 dias
11 anos 63 dias
12 anos 66 dias
13 anos 69 dias
14 anos 72 dias
15 anos 75 dias
16 anos 78 dias
17 anos 81 dias
18 anos 84 dias
19 anos 87 dias
20 anos 90 dias
De acordo com a súmula nº 441 do TST, o direito ao aviso prévio proporcional ao tempo de serviço
somente é assegurado nas rescisões de contrato de trabalho ocorridas a partir da publicação da Lei nº
12.506, em 13 de outubro de 2011. Além disso, entendemos que o aviso prévio proporcional aplica-se
apenas em benefício do empregado. TEMA COBRADO NO XIII EXAME DA OAB/FGV. 130
A falta do aviso prévio por parte do empregador dá ao empregado o direito aos salários
correspondentes ao prazo do aviso, garantida sempre a integração desse período no seu tempo
de serviço.
De acordo com a Súmula n. 276 do TST, o direito ao aviso prévio é irrenunciável pelo empregado.
O pedido de dispensa de cumprimento não exime o empregador de pagar o respectivo valor,
salvo comprovação de haver o prestador dos serviços obtido novo emprego.
Dado o aviso prévio, a rescisão torna-se efetiva depois de expirado o respectivo prazo, mas, se
a parte notificante reconsiderar o ato, antes de seu termo, à outra parte é facultado aceitar ou não
a reconsideração (art. 489 da CLT). Caso seja aceita a reconsideração ou continuando a prestação
O aviso prévio será concedido de forma diferente para o empregado urbano e rural.
• Redução de 2 (duas) horas diárias de trabalho, • Redução de 1 dia de trabalho por semana
sendo ilegal substituir o período que se reduz pelo
pagamento das horas correspondentes (súmula n.
230 do TST)
Poderá ainda que o aviso prévio ser concedido de forma indenizatória, dispensando-se
o empregado de seu cumprimento. Entretanto, de qualquer forma, o aviso prévio deverá ser
computado como tempo de serviço e para pagamento das verbas rescisórias, com exceção apenas
da multa de 40% do FGTS.
II - O cálculo da multa de 40% do FGTS deverá ser feito com base no saldo da conta
vinculada na data do efetivo pagamento das verbas rescisórias, desconsiderada a
projeção do aviso prévio indenizado, por ausência de previsão legal.
A Lei n. 13.467/2017 (reforma trabalhista) alterou significativamente o teor do art. 477 da CLT,
com modificações no caput, § 4º e § 6º, revogação dos § 1º, § 3º e § 7 e inclusão do § 10.
§ 1º (Revogado).
§ 3º (Revogado).
§ 4º O pagamento a que fizer jus o empregado será efetuado: (Redação dada pela Lei
nº 13.467, de 2017)
BTN, salvo quando, comprovadamente, o trabalhador der causa à mora. (Incluído pela
Lei nº 7.855, de 24.10.1989)
§ 9º (vetado).
A revogação dos § 1º, § 3º e § 7º tem por efeito eliminar a necessidade de assistência sindical
ou de outras autoridades na rescisão contratual de empregado com mais de 1 (um) ano de serviço.
O novo §10, por sua vez, dispõe que a anotação (registro da baixa) na CTPS é documento
suficiente para o trabalhador requerer o seguro desemprego e movimentar a conta do FGTS,
desde que o empregador tenha realizado as comunicações aos órgãos competentes, conforme
determina o caput do artigo.
133
ANTES DA REFORMA APÓS A REFORMA
empregado com mais de 1 (um) ano de serviço, empregado, independentemente do tempo de serviço
só era válido quando feito com a assistência do
respectivo Sindicato ou perante a autoridade do
Ministério do Trabalho e Previdência Social
No caso de rescisão do contrato com aviso O pagamento das verbas rescisórias deverá ser
prévio trabalhado, as verbas rescisórias deviam ser feito no prazo de até 10 (dez) dias após o término do
pagas até o primeiro dia útil imediato ao término contrato, tendo sido cumprido ou dispensado o aviso
do contrato. Já em se tratando de aviso prévio prévio. Em caso de descumprimento do prazo, a multa
indenizado ou de dispensa de seu cumprimento, as continua sendo no valor de 1 salário
verbas rescisórias deviam ser pagas até o décimo
dia, contado da data da notificação da demissão.
A homologação do termo de rescisão era essencial Cabe ao empregador entregar os documentos que
para liberação do FGTS e do seguro desemprego comprovem a comunicação da extinção contratual aos
órgãos competentes. Feita a comunicação, a anotação
da extinção do contrato na CTPS é documento hábil
para requerer o benefício do seguro-desemprego
e a movimentação da conta vinculada no Fundo de
Garantia do Tempo de Serviço
Descumpridos o prazo para quitação das verbas rescisórias, o empregador terá de pagar ao
empregado multa no valor de 1 salário, conforme § 6º do art. 477 da CLT TEMA COBRADO
NO VI EXAME DA OAB/FGV.
Embora a Súmula n. 330 do TST se refira à quitação dada com a assistência do sindicato, entendemos
que o seu conteúdo pode ser aplicado à quitação dada pelo empregado, ou seja, a quitação terá eficácia
liberatória apenas em relação às parcelas expressamente consignadas, salvo se oposta ressalva expressa e
especificada ao valor dado à parcela ou parcelas impugnadas:
Súmula nº 330 do TST. QUITAÇÃO. VALIDADE. A quitação passada pelo empregado, com
assistência de entidade sindical de sua categoria, ao empregador, com observância dos
requisitos exigidos nos parágrafos do art. 477 da CLT, tem eficácia liberatória em relação
às parcelas expressamente consignadas no recibo, salvo se oposta ressalva expressa e
especificada ao valor dado à parcela ou parcelas impugnadas.
II - Quanto a direitos que deveriam ter sido satisfeitos durante a vigência do contrato
de trabalho, a quitação é válida em relação ao período expressamente consignado no
recibo de quitação.
134
É importante lembrar ainda que o art. 467 da CLT dispõe que, em caso de rescisão de contrato de
trabalho, havendo controvérsia sobre o montante das verbas rescisórias, o empregador é obrigado
a pagar ao trabalhador, à data do comparecimento à Justiça do Trabalho, a parte incontroversa
dessas verbas, sob pena de pagá-las acrescidas de 50% (cinquenta por cento).
OAB NA MEDIDA | DIREITO DO TRABALHO
A Lei n. 13.467/2017 (reforma trabalhista) acrescentou o artigo 477-A à CLT, tratando das
dispensas plúrimas e coletivas.
O novo artigo, adotando posição majoritária do STF, dispõe que o PDV previsto em instrumento
coletivo enseja quitação plena (total) dos direitos decorrentes da relação de emprego, exceto se
as partes estipularem o contrário TEMA COBRADO NO XXIX EXAME DA OAB/FGV.
17.11. COMPENSAÇÃO
A compensação somente pode ocorrer com parcelas de natureza trabalhista e, havendo processo
judicial, deve ser alegada em matéria de defesa.
135
18
A Lei n. 13.467/2017 (reforma trabalhista) acrescentou o art. 507-B à CLT, dispondo a respeito
da quitação anual das obrigações trabalhistas:
Desse modo, de acordo com art. 507-B da CLT, na vigência ou não de contrato de emprego,
empregados e empregadores poderão firmar, perante o sindicato da categoria profissional, o
termo de quitação anual das obrigações trabalhistas, que especificará as obrigações de dar e
fazer cumpridas, constando a quitação anual conferida pelo empregado, que possuirá eficácia
liberatória das parcelas mencionadas.
136
19
A decadência é a perda do direito pelo decurso do prazo, como nas hipóteses de não observância
do prazo para ajuizamento de inquérito para apuração de falta grave, mandado de segurança,
embargos à execução e ação rescisória.
Súmula 403 do STF - É de decadência o prazo de trinta dias para instauração do inquérito
judicial, a contar da suspensão, por falta grave, de empregado estável.
De acordo com o art. 7º, XXIX, CF/88 c/c art. 11 da CLT, a prescrição no direito do trabalho é
bienal e quinquenal. Isso porque o empregado terá 2 (dois) anos para entrar com a ação, contados
da extinção do contrato de trabalho, podendo cobrar os últimos 5 (cinco) anos retroativamente,
contatos do protocolo da petição inicial.
§ 1º O disposto neste artigo não se aplica às ações que tenham por objeto anotações
para fins de prova junto à Previdência Social.
137
O caput do art. 11 da CLT foi alterado pela Lei n.13. 467/2017 (reforma trabalhista), para
eliminar a distinção entre trabalhadores urbanos e rurais no que tange à prescrição.
São imprescritíveis ações que tenham por objetivo anotação da CTPS para fins previdenciários
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(art. 11, § 1º, da CLT). Desse modo, um trabalhador poderá ingressar com reclamação trabalhista
a qualquer tempo objetivando a declaração do vínculo de emprego TEMA COBRADO NO
XX EXAME DA OAB/FGV.
O novo § 2º do art. 11 da CLT, incluído pela Lei n. 13.467/2017 (reforma trabalhista), incorpora
o teor da súmula 294 do TST, a fim de assentar que se houver alteração ou descumprimento de um
direito ou benefício pactuado entre empregado e empregador (exemplo: 14º salário) a prescrição
será total ao final dos cinco anos. Apenas quando este direito também constar em Lei (exemplo:
É importante salientar que a prescrição não corre contra os menores de 18 anos de idade.
Além disso, existem causas que interrompem (o prazo volta a correr do zero) e suspendem
(continua de onde parou) o prazo prescricional.
De acordo com a Súmula n. 268 do TST, a interrupção da prescrição ocorre apenas em relação
àquelas pretensões expressamente tratadas na petição inicial. Assim, se o reclamante ajuíza
reclamação trabalhista pleiteando apenas horas extras e o processo é arquivado pelo não
comparecimento do trabalhador na audiência inicial, haverá interrupção da prescrição apenas
no que tange às horas extras. Assim, se posteriormente o trabalhador ajuizar nova reclamação
trabalhista pleiteando horas extras e indenização por danos morais, esta última parcela não
terá sido abrangida pela interrupção da prescrição do primeiro processo.
Não se pode esquecer, ainda, que a prescrição somente pode ser interrompida uma vez (art.
202, caput, do CC), ou seja, se uma reclamação foi arquivada, o ajuizamento de nova demanda não
gera nova interrupção do prazo prescricional.
138
A prescrição do FGTS sofreu profundas alterações, conforme estudado no item 11.7.
Por fim, o artigo 11-A, inserido pela Lei n. 13.467/2017 (reforma trabalhista), passou a prever
OAB NA MEDIDA | DIREITO DO TRABALHO
O início da fluência do prazo se dá quando o exequente não cumpre uma determinação judicial
no processo de execução e a declaração da prescrição intercorrente pode se dar de ofício e em
qualquer grau de jurisdição.
139
20
Art. 510-A. Nas empresas com mais de duzentos empregados, é assegurada a eleição de
I – nas empresas com mais de duzentos e até três mil empregados, por três membros;
II – nas empresas com mais de três mil e até cinco mil empregados, por cinco membros;
III – nas empresas com mais de cinco mil empregados, por sete membros.
Art. 510-C. A eleição será convocada, com antecedência mínima de trinta dias, contados
do término do mandato anterior, por meio de edital que deverá ser fixado na empresa,
com ampla publicidade, para inscrição de candidatura.
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§ 1º Será formada comissão eleitoral, integrada por cinco empregados, não candidatos,
para a organização e o acompanhamento do processo eleitoral, vedada a interferência
da empresa e do sindicato da categoria.
§ 6º Se não houver registro de candidatura, será lavrada ata e convocada nova eleição
no prazo de um ano.
O caput do artigo 510-A preceitua a regra geral do instituto, que estabelece que, nas empresas
com mais de 200 (duzentos) empregados, é assegurada a eleição de uma comissão de representação,
responsável pela promoção de entendimento direto com os empregadores. O § 1º e seus incisos
apresentam a gradação do tamanho desta comissão, a depender da quantidade de empregados da
empresa. Já o § 2º cuida da situação de empresas que possuem empregados em mais de um estado,
ocasião em que serão formadas comissões por estado, respeitada a gradação do § 1º.
141
NÚMERO DE EMPREGADOS NA COMPOSIÇÃO DA COMISSÃO
EMPRESAS
empregados
Empresas com mais de três mil e até cinco mil 5 (cinco) membros
empregados
O artigo 510-B trata do rol de atribuições da comissão de representantes que, em geral, refere-
se à representação direta perante a empresa e ao aprimoramento e promoção do diálogo com
O artigo 510-C. por sua vez, estabelece os procedimentos para eleição da comissão de
representantes, tratando da comissão eleitoral, dos candidatos, da forma de votação e da posse da
comissão eleita. O § 6º ainda menciona que, caso não haja registro de candidatura, será convocada
outra eleição no prazo de 1 (um) ano.
O mandato dos membros da comissão será de 1 (um) ano (caput do art. 510-D), sendo vedada
nova eleição do membro da comissão para os dois períodos subsequentes (§1º). Os trabalhos da
comissão devem ser desenvolvidos em conjunto com as funções para as quais o empregado foi
contratado, não importando em suspensão ou interrupção contratual (§ 2º).
Os sindicatos são considerados pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos, cujo
objetivo é a defesa de interesses coletivos ou individuais da categoria, podendo ser profissional
(dos trabalhadores) ou econômico (relativo às empresas).
O sindicato, para adquirir personalidade jurídica, precisa registrar o seu estatuto no registro
público de pessoas jurídicas.
Estabelece o inciso II do art. 8 da CF/88 que “é vedada a criação de mais de uma organização
sindical, em qualquer grau, representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base
territorial, que será definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser
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Como regra geral, o enquadramento sindical segue a atividade da empresa. Caso a empresa
desenvolva mais de uma atividade, o empregado será enquadrado de acordo com a atividade
preponderante desenvolvida. A exceção à regra geral ocorre apenas quando se tratar de empregado
que pertence à categoria diferenciada.
7 São empresas que possuem objeto social distinto, mas pertencem ao mesmo ramo de atividade
(bares, restaurantes e hotéis)
143
A organização sindical brasileira também é formada por entidades de grau superior,
caracterizando uma organização piramidal.
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CONFEDERAÇÕES
FEDERAÇÕES
SINDICATOS
Ressalta-se ainda que a Lei n. Lei 11.648/08 reconheceu formalmente as seguintes atribuições
das centrais sindicais:
As centrais não assinam norma coletiva, não ajuízam dissídio coletivo nem convocam categoria
para a greve (Art. 4º da Lei 7.783/89), sendo essas funções do sindicato. Nesses casos, as centrais
atuam apoiando e orientando as atividades dos sindicatos.
• CONTRIBUIÇÃO SINDICAL: espécie de contribuição prevista no art. 8º, IV, da CF e art. 578
e seguintes da CLT. A Lei n. 13.467/2017 (reforma trabalhista) alterou profundamente
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Com a MP nº 873/2019, passou-se a exigir que autorização Volta-se à discussão se a autorização pode ser
para o desconto da contribuição sindical fosse indivual feita por assembleia, mas o STF já se manifestou
e por escrito, e o pagamento deveria ser efetuado por 2 vezes no sentido de que a autorização deve ser
boleto bancário, encaminhado para a casa do trabalhador. individual.
• CONTRIBUIÇÃO CONFEDERATIVA - prevista no art. 8º, IV, da CF/88, é fixada pela assembleia
geral da categoria e descontada em folha para custeio do sistema confederativo da
Súmula Vinculante n. 40 do STF. A contribuição confederativa de que trata o art. 8º, IV,
da Constituição Federal, só é exigível dos filiados ao sindicato respectivo.
Convenção Coletiva de Trabalho é o acordo de caráter normativo, pelo qual dois ou mais
Sindicatos representativos de categorias econômicas e profissionais estipulam condições aplicáveis
às relações individuais de trabalho.
Firmada entre sindicato da categoria econômica e Firmado entre sindicato da categoria profissional e
sindicado da categoria profissional. a empresa.
As Convenções e os Acordos serão celebrados por escrito, sem emendas nem rasuras, em
tantas vias quantos forem os Sindicatos convenentes ou as empresas acordantes, além de uma
destinada a registro no Ministério do Trabalho.
A Lei n. 13.467/2017 (reforma trabalhista) acrescentou o artigo 611-A à CLT, dispondo que
algumas matérias, quando previstas em negociação coletiva, terão prevalência sobre a lei.
TEMA COBRADO NO XXX EXAME DA OAB/FGV.
Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre
a lei quando, entre outros, dispuserem sobre:
III - intervalo intrajornada, respeitado o limite mínimo de trinta minutos para jornadas
superiores a seis horas;
VI – regulamento empresarial;
O artigo 611-A foi inserido com o intuito de tratar do conhecido tema “negociado sobre o
legislado”, segundo o qual os acordos e convenções coletivas passariam a ter prevalência sobre
a Lei quando tratassem de determinados temas.
O § 1º do art. 611-A da CLT, por sua vez, reiterou a disposição do § 3º do artigo 8º da CLT, na
tentativa de impor ao Poder Judiciário Trabalhista que, na análise dos instrumentos negociais
coletivos, atenha-se aos requisitos formais, o que já foi criticado por potencial limitação à atividade
da Justiça do Trabalho.
Por sua vez, o § 4º informa que, se for anulada judicialmente uma cláusula de acordo ou
convenção coletivos, a cláusula compensatória (que prevê benefícios em contrapartida aos
empregados) também deverá ser anulada. Tal parágrafo demonstra, uma vez mais, a tentativa de
limitar e moldar a atuação decisória do Poder Judiciário Trabalhista.
VII– proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa;
VIII – salário-família;
XII– gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o
salário normal;
XVI– aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos
termos da lei;
XIX– aposentadoria;
XXI– ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo
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prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois
anos após a extinção do contrato de trabalho;
XXX– as disposições previstas nos arts. 373-A, 390, 392, 392-A, 394, 394-A, 395, 396 e
400 desta Consolidação.
Parágrafo único. Regras sobre duração do trabalho e intervalos não são consideradas como
normas de saúde, higiene e segurança do trabalho para os fins do disposto neste artigo.
Merecem destaque os incisos XVII (normais de saúde, higiene e segurança do trabalho), XVIII
(adicionais de penosidade, insalubridade e periculosidade) e XXVI (liberdade de associação ou
sindical do trabalhador).
Ocorre, no entanto, que o parágrafo único o art. 611-B da CLT dispõe que normas sobre duração
do trabalho e seus intervalos não são consideradas normas de saúde, higiene e segurança do
trabalho. Trata-se de dispositivo muito criticado, uma vez que é fato notório e científico que o
excesso de jornada e a ausência do revigoramento físico e mental do trabalhador são fatores
diretamente relacionados com o aumento do índice de acidente de trabalho, sendo inquestionável,
portanto, que duração do trabalho e intervalos são matérias diretamente relacionadas à saúde e
segurança do trabalhador.
É muito importante lembrar que o Tribunal Superior do Trabalho havia fixado posicionamento
no sentido de que as cláusulas normativas continuavam a produzir efeitos mesmo após o término
da vigência do instrumento coletivo, permanecendo seus efeitos até que nova convenção ou acordo
viesse a modificá-las, o que ficou conhecido como ultratividade dos acordos e convenções coletivas
de trabalho, nos termos da Súmula n. 277 do TST.
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Súmula nº 277 do TST. CONVENÇÃO COLETIVA DE TRABALHO OU ACORDO COLETIVO DE
TRABALHO. EFICÁCIA. ULTRATIVIDADE. As cláusulas normativas dos acordos coletivos
ou convenções coletivas integram os contratos individuais de trabalho e somente
poderão ser modificadas ou suprimidas mediante negociação coletiva de trabalho.
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APÓS A REFORMA
ANTES DA REFORMA TRABALHISTA TRABALHISTA
Outra mudança significativa introduzida pela reforma trabalhista diz respeito aos conflitos
existentes entre instrumentos coletivos de trabalho. Isso porque o art. 620 da CLT dispunha
que as condições estabelecidas em Convenção quando mais favoráveis, prevaleceriam sobre
as estipuladas em Acordo. No entanto, a Lei n. 13.467 (reforma trabalhista) alterou o referido
artigo, passando a dispor que as condições estabelecidas em acordo coletivo de trabalho sempre
prevalecerão sobre as estipuladas em convenção coletiva de trabalho.
Havendo conflito entre convenção e acordo coletivo de Havendo conflito entre convenção e acordo
trabalho, prevalecia a norma mais favorável ao trabalhador. coletivo de trabalho, deve prevalecer o estabelecido
no acordo coletivo TEMA COBRADO NO
XXVII EXAME DA OAB/FGV .
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20.5. GREVE
De acordo com o art. 9º da CF/88, é assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores
decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender.
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A greve, portanto, é um direito fundamental de caráter coletivo e, como tal, não pode ser
suprimido, seja por lei, seja por negociação coletiva.
O direito de greve foi regulamentado pela Lei n. 7.783/89, sendo definido como a suspensão
coletiva, temporária e pacífica, total ou parcial, de prestação pessoal de serviços a empregador.
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São considerados serviços ou atividades essenciais:
IV - funerários;
V – transporte coletivo;
XI compensação bancária.
É vedada a rescisão de contrato de trabalho durante a greve, além do que a simples adesão
ao movimento grevista não pode ser considerada justa causa.
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20.5.1. GREVE NO SERVIÇO PÚBLICO
Dispõe o artigo 37, inciso VII, da Constituição Federal que o direito de greve no serviço público
será exercido nos termos e limites definidos em lei específica.
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20.5.2. LOCKOUT
Entende-se por lockout a paralisação realizada pelo empregador, com o objetivo de frustrar
negociação ou dificultar o atendimento de reivindicações dos respectivos empregados.
O art. 17 da Lei n. 7.783/89 proíbe expressamente o lockout, sendo assegurado aos trabalhadores
o direito à percepção dos salários durante o período de paralisação.
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BIBLIOGRAFIA
• CASSAR, Vólia Bonfim; BORGES, Leonardo Dias. Comentários à reforma trabalhista. São
Paulo: Método, 2017.
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• DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de Direito do Trabalho. 17. Ed. São Paulo: LTr, 2018.
• NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Iniciação ao Direito do Trabalho. 39.ed. São Paulo: LTr
Editora, 2014.
• MANUS, Pedro Paulo Teixeira. Direito do Trabalho. 14.ed. São Paulo: Atlas, 2012.
• PLÁ RODRIGUEZ, Américo. Princípios de direito do trabalho. Trad. de Wagner D. Giglio. São
• SARAIVA, Renato. Direito do Trabalho. 16. ed. Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: Método, 2014.
• SILVA, Homero Batista Mateus da. Curso de direito do trabalho aplicado: saúde e segurança
do trabalho. 2.ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2015.
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