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Direito do
Trabalho
Capítulos 1 a 5
OAB
Direito do Trabalho
Capítulo 1
Olá, aluno!
Bem-vindo ao estudo para a OAB. Preparamos todo esse material para você não só com
muito carinho, mas também com muita métrica e especificidade, garantindo que você terá
Para isso, estamos constantemente analisando o histórico de provas anteriores com fins de
entender como a prova costuma cobrar os assuntos do edital. Afinal, queremos que sua
atenção esteja focada nos assuntos que lhe trarão maior aproveitamento, pois o tempo é
escasso e o cronograma é extenso. Conte conosco para otimizar seu estudo sempre!
que facilite a sua vida e potencialize seu aprendizado. Com isso em mente, a estrutura do
PDF Ad Verum foi feita em capítulos, de modo que você possa consultar especificamente os
assuntos que estiver estudando no dia ou na semana. Ao final de cada capítulo você tem a
E mesmo você gostando muito de tudo isso, acreditamos que o PDF sempre pode ser
comentários, entre em contato através do e-mail pdf@cers.com.br. Sua opinião vale ouro para
a gente!
Racionalizar a preparação dos nossos alunos é mais que um objetivo para Ad Verum, trata-se
de uma obsessão. Sem mais delongas, partiremos agora para o estudo da disciplina.
Bons estudos
1
Abordaremos os assuntos da disciplina de Direito do Trabalho da seguinte forma:
CAPÍTULOS
Direito do trabalho.
2
Capítulo 8 - Segurança e medicina no trabalho: CIPA; atividades insalubres ou perigosas:
caracterização e remuneração do trabalho insalubre e perigoso; forma de cálculo; acumulação
salário; adicionais salariais; gorjetas: conceito e natureza jurídica; 13º salário. Equiparação
Reenquadramento. FGTS.
9.029/95.
coletivos de trabalho. Direito de greve; dos serviços essenciais; greve do servidor público.
3
SUMÁRIO
DIREITO DO TRABALHO, Capítulo 1 ............................................................................................................................... 5
GABARITO ...................................................................................................................................................................................32
JURISPRUDÊNCIA.....................................................................................................................................................................35
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................................................................................36
4
DIREITO DO TRABALHO
Capítulo 1
1.1 Introdução
como jornadas excessivas e inexistência de salário mínimo suficiente à manutenção das suas
necessidades.
normativamente especificadas.” 1
Nesse sentido, entende-se que o Direito do Trabalho tem por escopo a proteção do
trabalhador diante do poder econômico que com ele se relaciona. Tal tutela é realizada por
meio de normas elaboradas pelo Estado ou por meio de poderes, restritivos da autonomia
1
DELGADO, Maurício Godinho. Curs de Direito do trabalho/ Maurício Godinho Delgado. – 17 ed. rev. atual. e ampl. – São Paulo:
Ltr, 2018, p. 49.
5
individual, conferidos aos sindicatos, o que é resultado da ampla atuação da classe
trabalho subordinado, no qual o empregado é visto como sujeito de direito. A sua finalidade
prestar seus serviços em um ambiente salubre, e, partir do seu salário, possa auferir uma vida
digna.
De acordo com a corrente que inclui o direito obreiro entre os ramos do Direito
equivocado, uma vez que a intervenção do Estado na criação e reprodução das normas
trabalhistas não substitui a criatividade e o dinamismo privado, mas sim condiciona tal
atividade.
1.1.3 Funções
Tendo em vista que a finalidade primordial do Direito do Trabalho é a melhoria das condições
de labor, é importante destacar as suas principiais funções a fim de atingir tal objetivo.
Função tutelar
Trabalho deve proteger o obreiro diante do poder econômico. Tal tutela concretiza-se por
Função econômica
O Direito do Trabalho visa à realização de valores econômicos. Nesse sentido, toda vantagem
atribuída ao trabalhador deve ser precedida de um suporte financeiro, sem o qual nada lhe
Frise-se que a função econômica é sustentada por doutrinadores que pretendem incluir o
Função social
Função conservadora
O Direito do Trabalho tem por finalidade conservar o sistema capitalista, realidade social e
Função coordenadora
As medidas protecionistas ou tutelares nem sempre são adotadas pelo Direito Trabalhista, que
regra, designando os fatores que conduzem ao nascimento e construção das normas. Tais
elementos podem ser, por exemplo, econômicos, como a Revolução Industrial, no século XVIII;
emprego, não havendo a participação direta dos destinatários na produção das normas. Nessa
infraconstitucionais previstas no art. 59, CF, como a lei ordinária, a lei complementar, a lei
Podemos listar, ainda, os tratados internacionais que dispõem sobre direitos sociais
trabalhistas e ratificados pelo Brasil (lembre-se: são tratados de direitos humanos, logo,
5º, §2º, CF). Verificamos, ainda, entre as fontes formais heterônomas, a CLT, os atos normativos
seja, são oriundas dos próprios interlocutores sociais e nelas não verificamos a
8
com a participação das entidades representativas (sindicatos). Veremos mais adiante as
como fontes formais do direito do trabalho, com fundamento no artigo 8º, caput, da CLT, que
dispõe: 2
contratuais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por analogia, por eqüidade e
de acordo com os usos e costumes, o direito comparado, mas sempre de maneira que
fonte formal. Para alguns autores, não pode ser considerada fonte formal, pois não têm valor
dinâmica jurídica, como preceitos gerais, impessoais, abstratos, válidos ad futurum – fontes
§2º do art. 8º da CLT, com o intuito de restringir o chamado “ativismo da justiça do trabalho”.
2
Vide questão 9 desse material.
3
Vide questão 1 desse material.
4
DELGADO, Mauricio Godinho. Op. cit., p. 199.
9
Tal dispositivo determina que a jurisprudência não poderá extrapolar as obrigações
Art. 8º, §2º, da CLT - Súmulas e outros enunciados de jurisprudência editados pelo
Tribunal Superior do Trabalho e pelos Tribunais Regionais do Trabalho não poderão restringir
direitos legalmente previstos nem criar obrigações que não estejam previstas em lei.
porque, boa parte da doutrina entende que, apesar de possuir generalidade, abstração e
impessoalidade, tal documento é elaborado pela empresa, de forma unilateral, razão pela qual
é importante a resolução de muitas questões para saber qual o posicionamento adotado pela
5
Vide questão 10 desse material.
10
A doutrina elucida que a configuração das fontes do Direito Trabalhista é distinta daquela
que foi proposta pelo jurista Hans Kelsen para o Direito Comum. Isso porque, enquanto
qual um diploma encontra respaldo e fundamento naquele que lhe é superior; no direito
normativa se constrói de modo plástico e variável, elegendo para o seu vértice dominante
a norma mais favorável ao obreiro. Assim, por exemplo, uma regra prevista na CLT
poderá ser aplicada em detrimento de uma regra da Constituição, por ser mais vantajosa
Mais adiante, quando tratarmos do princípio da norma mais favorável, veremos quais são
A doutrina justrabalhista clássica prevê que a eficácia das normas trabalhistas deve ser
constitucionais: a irretroatividade, de modo que a lei não poderá retroagir para prejudicar, de
modo a respeitar o direito adquirido, a coisa julgada e o ato jurídico perfeito, nos termos do
art. 5º, XXXVI, CF; bem como a aplicabilidade imediata dos direitos fundamentais, prevista no
art. 5º, §1º, CF, a qual prevê que as normas que criam direitos fundamentais sociais entram em
vigor imediatamente.
11
Somado a isso, a Súmula 51, inciso I do TST prevê que as cláusulas regulamentares que
Atente-se, ainda, para a regra trazida pela Reforma Trabalhista proposta no art. 614, §3º,
Com relação à eficácia da norma trabalhista no espaço, devemos nos ater ao princípio
da territorialidade. Segundo esse pressuposto, a lei que irá reger o contrato de trabalho é a
do local da prestação dos serviços. Assim, em regra, a lei nacional será aplicada tanto aos
trabalhadores nacionais quanto aos estrangeiros que possuam vínculo empregatício no Brasil.
7.064/1982. De acordo com esse diploma, nos contratos de trabalho dos empregados
trabalhador.
direcionam o nosso olhar para o estudo correto dos institutos jurídicos. A doutrina prevê a
12
Função normativa: destinados também ao aplicador do Direito, decorre da
solução dos casos concretos, quanto de forma indireta, por meio da integração
Ciente dessas funções, vamos agora para a análise dos princípios mais recorrentes em
Constitui a gênese do Direito do Trabalho, visa estabelecer uma igualdade jurídica entre
empregado e empregador.
seguintes princípios: norma mais favorável, condição mais benéfica e in dubio pro operario.
Princípio da norma mais favorável: se houver mais de uma norma que verse sobre
que, havendo norma proibitiva estatal, não é possível aplicar este princípio. Atente-
trabalho que apresente prazo diferente não pode ser considerado válido. Tal
13
princípio está intimamente ligado ao critério da Hierarquia Dinâmica das Fontes,
empregatício, conforme art. 468 da CLT e súmula 51 do TST. Revela, pois, emanação
“A condição mais benéfica ao trabalhador deve ser entendida como o fato de que
vantagens já conquistadas, que são mais benéficas ao trabalhador, não podem ser
modificadas para pior. É a aplicação da regra do direito adquirido (art. 5º, XXXVI, da
obreiro.”7
pro misero. Nesse princípio, devemos voltar o nosso olhar para a interpretação da
norma trabalhista: quando estivermos diante de uma única norma que permita mais
de uma interpretação, deve prevalecer aquela que mais favoreça o empregado. Para
sanar qualquer dúvida, vamos analisar o exemplo trazido por Carlos Henrique
Bezerra Leite: “O art. 10, II, “b”, do ADCT, dispõe que é vedada a dispensa arbitrária
6
Vide questão 2 desse material.
7
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito do Trabalho. 34ª ed. Saraiva, 2018, p. 61.
14
comporta pluralidade de interpretações, a saber: ‘desde a comunicação da
da provável fecundação’.” 8
hipossuficiente da relação jurídica e, por isso, surge para protegê-lo. No entanto, é preciso ter
cautela quanto à Reforma Trabalhista, uma vez que ela quebrou antigos paradigmas criados à
nosso curso.
hierarquia dinâmica das suas fontes, baseado no princípio da norma mais favorável.
dos institutos.
De acordo com a teoria da acumulação, o conteúdo dos textos normativos deve ser
obreiro. Na visão de Carlos Henrique Bezerra Leite, o contrato de trabalho seria uma espécie
8
LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito do Trabalho. 9ª ed. São Paulo: Saraiva, 2018, p. 91.
15
de “colcha de retalhos”, na medida em que se vão acumulando, entre as diversas normas
preceitos e institutos jurídicos, mas sim uma comparação em busca da norma mais favorável, a
partir da totalidade dos sistemas e diplomas jurídicos (conglobamento amplo) ou, pelo
mitigado).
Por fim, temos a teoria da incindibilidade dos institutos: se houver duas ou mais
fontes regulando a mesma matéria, não se considera cada um dos dispositivos, mas sim os
institutos do Direito do Trabalho. Na visão de Mário Deveali, referendado por Carlos Henrique
Bezerra Leite, para essa teoria, é possível combinar as diversas normas existentes na
Constituição, na CLT, nas convenções coletivas, nos regulamentos, etc., sempre atentando para
Mas você pode estar se perguntando: e o Brasil, adota qual dessas teorias?
Em regra, a vertente mais utilizada pela jurisprudência e pela legislação laboral pátria é
nova redação do art. 620, da CLT. Tal dispositivo determina que o acordo coletivo de trabalho
9
LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Op. cit. p. 93.
16
1.4.2 Princípio da inalterabilidade contratual lesiva
Previsto no artigo 468 da CLT. Pode-se dizer que ele é originário do Direito Civil, da
Embora possua o jus variandi, ou seja, o poder diretivo para gerir seu empreendimento,
o empregador apenas pode realizar alterações que não impliquem prejuízo ao empregado.
autonomia das partes 10. Enquanto na seara Civil as partes têm total autonomia para negociar
cláusulas contratuais e dispor dos seus direitos, no Direito do Trabalho, há várias normas de
ordem pública, de modo que, em regra, não se admite que o trabalhador renuncie. Mas
devemos lembrar, nesse ponto, que a Reforma Trabalhista trouxe uma série de modificações
ao Direito do Trabalho, podemos dizer até que houve quebra de paradigmas e, por isso, há
uma série de dispositivos legais que flexibilizam esse princípio. Veremos tudo com calma mais
à frente.
Tem como escopo priorizar a realidade, como o nome sugere, em detrimento da forma.
10
Vide questão 5 desse material.
17
na execução do contrato prevalece sobre o aspecto formal das condições nele avençadas.
Assim, quando houver, por exemplo, evidente relação de emprego mascarada por contrato de
estágio, por aplicação desse princípio, a relação empregatícia deverá ser reconhecida. 11
que o contrato de trabalho terá validade por tempo indeterminado. A exceção fica por conta
A Súmula 212 do TST aborda esse princípio. Vejamos: “o ônus de provar o término do
favorável ao empregado.” 12
Ademais, o artigo 448 da CLT segue a mesma ideia, ao determinar que os contratos de
trabalho continuam vigentes ainda que haja mudança na propriedade na empresa (ou seja,
sucessão de empregadores).
empresa).
11
Vide questão 7 desse material.
12
Vide questão 3 desse material.
18
Previsto no art. 7º, inciso VI, da Constituição de 1988, este princípio destaca a
sua natureza alimentar. Desse modo, a intangibilidade salarial abrange não apenas a
irredutibilidade de valor, mas também proíbe descontos indevidos. Nesse sentido, analise os
especial ao artigo 611-A da CLT. O referido artigo apresenta um rol de temas nos quais o
Iremos aprofundar essa temática em outro momento, mas é salutar que você atente
para uma importante alteração trazida pela Reforma: art. 468, §2º, da CLT. De acordo com
esse dispositivo, o empregado que exerce função de confiança pode reverter ao cargo
tempo na função.
19
QUADRO SINÓTICO
20
QUESTÕES COMENTADAS
Questão 1
(FCC - 2018 – TRT-2 – Analista Judiciário – Área Judiciária) Acerca das fontes do Direito do
Trabalho, considere:
contratuais, decidirão, conforme o caso, apenas pela jurisprudência, por analogia, por
equidade, pelo direito comparado e outros princípios e normas gerais de direito, admitindo-
público.
II. Súmulas e outros enunciados de jurisprudência editados pelo Tribunal Superior do Trabalho
e pelos Tribunais Regionais do Trabalho não poderão restringir direitos legalmente previstos
nem criar obrigações que não estejam previstas em lei.
além de analisar a conformidade dos elementos essenciais do negócio jurídico (agente capaz,
objeto lícito, possível, determinado ou determinável e forma prescrita ou não defesa em lei),
poderá anular cláusulas coletivas com base em juízos de valor sobre o pactuado, balizando
B) II.
C) II e III.
D) I e III.
E) I e II.
21
Comentário:
II. Art. 8º, § 2º, da CLT - Súmulas e outros enunciados de jurisprudência editados pelo
em lei.
III. Art. 8º, § 3º, da CLT - No exame de convenção coletiva ou acordo coletivo de
10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), e balizará sua atuação pelo PRINCÍPIO
Frise-se que a legislação não prevê a hipótese de anulação de cláusulas coletivas pela
Questão 2
(FCC- 2018 – TRT-6 – Analista Judiciário – Área Judiciária) Invocando a regra da condição
C) As normas legais não prevalecem diante de normas instituídas por convenção ou acordo
coletivo, por terem estas destinação mais específica.
Comentário:
Cuidado para não confundir os institutos! Para o princípio da norma mais favorável, na
hipótese de existirem dois ou mais institutos jurídicos para regulamentar uma mesma
situação, o operador do direito deve optar pela regra mais vantajosa ao obreiro. Já para
o princípio da condição mais benéfica, deve-se garantir a preservação da cláusula
contratual mais benéfica ao trabalhador, ao longo de todo o contrato de trabalho. Assim,
cláusulas contratuais benéficas somente poderão ser suprimidas caso suplantadas por
empresa. Tal pressuposto está presente no texto da Súmula 51, I, do Tribunal Superior do
23
Alternativa B: Incorreta. Trata-se do princípio in dubio pro operario, o qual consiste na
transposição adaptada ao ramo justrabalhista do princípio penal in dubio pro reo.
favorável. Em regra, as normas legais PREVALECEM diante das normas instituídas por
fontes no Direito do Trabalho, que se caracteriza pela ideia de que, ao contrário do que
Alternativa E: Incorreta. Art. 620, da CLT – “As condições estabelecidas em acordo coletivo
trabalho”.
Questão 3
A) protetor.
B) da primazia da realidade.
C) da irrenunciabilidade.
24
D) da continuidade da relação de emprego.
Comentário:
enquanto sujeito de direitos. Mas o enunciado perquire acerca do princípio que transfere
ao empregador o encargo de provar o término do contrato de trabalho, o qual nos
moldes da Súmula 212, do TST, é o princípio da continuidade da relação de emprego.
do caso concreto, a realidade exulta em detrimento da forma. Logo, esse princípio não
atende aos requisitos do enunciado. Destarte, alternativa incorreta.
não pode renunciar dos seus direitos, pois visam garantir o interesse público, logo, não
Alternativa D: Correta. De acordo com a Súmula 212 do TST, o ônus de provar o término
Questão 4
ditame segundo o qual, ainda que haja mudanças vertiginosas no aspecto de propriedade ou
de alteração da estrutura jurídica da empresa, não pode haver afetação quanto ao contrato de
25
trabalho já estabelecido. Tal valor está previsto no princípio de Direito do Trabalho
denominado
(A) razoabilidade.
(B) disponibilidade subjetiva.
Comentário:
Conforme estudado, a sucessão de empregadores, prevista no art. 448 da CLT está ligada
Questão 5
das partes que prevalece no Direito Civil, é tida como instrumento que assegura as garantias
fundamentais do trabalhador, em face do desequilíbrio de poderes inerentes ao contrato de
Comentário
13
DELGADO, Maurício Godinho. Op. cit. p. 234-235.
26
“prevalece a restrição à autonomia da vontade no contrato trabalhista, em contraponto à
diretriz civil de soberania das partes no ajuste das condições contratuais. Esta restrição é
Questão 6
legislado.
Comentário:
Vamos analisar cada um dos itens:
27
II. Traduz um efeito do princípio da primazia da realidade, o qual consiste na prevalência
da realidade dos fatos sobre a forma. Presentes os elementos fático-jurídicos da relação
III. Trata-se do princípio da condição mais benéfica, enfatizado na Súmula 51, I, do TST:
regulamento.
Questão 7
(FCC – 2016 – TRT-14 – Analista Judiciário – Oficial de Justiça Avaliador Federal): A relação objetiva
evidenciada pelos fatos define a verdadeira relação jurídica estipulada pelos contratantes, ou seja, em
matéria trabalhista, importa o que ocorre na prática mais do que as partes pactuaram, em forma mais
ou menos expressa, ou o que se insere em documentos, formulários e instrumentos de contrato. Tal
Comentário:
De acordo com o que foi estudado, o princípio da primazia da realidade busca priorizar a
realidade em detrimento da forma. Assim, por exemplo, nos casos da chamada “pejotização”, em
que a empresa exige que o trabalhador seja contratado como pessoa jurídica, mas preste serviços
de forma pessoal, onerosa e subordinada, aplica-se tal princípio a fim de se reconhecer a efetiva
relação de emprego.
28
Questão 8
(CESPE – 2016 – TRT-8 – Técnico Judiciário – Área Administrativa): Acerca dos princípios e
(B) As fontes formais correspondem aos fatores sociais que levam o legislador a codificar
não pode interferir nos direitos dos seus empregados, salvo se expressamente acordado entre
as partes.
Comentário:
Nesse sentido, o empregador não pode interferir nos direitos de seus empregados,
salvo nos casos permitidos pela legislação.
29
solução dada em certas situações; b) como obstáculo, limite ou freio de certas
Questão 9
(CESPE – 2016 – TRT-8 – Analista Judiciário – Área Administrativa) Em relação aos princípios e às
(A) Em virtude do princípio da boa-fé, via de regra, o trabalhador pode renunciar a seu direito de férias,
se assim preferir.
poderão decidir o caso de acordo com os usos e costumes, que são fontes do direito do trabalho.
(C) Por conter regras específicas acerca da maioria dos institutos trabalhistas, na análise de um caso
concreto, a Consolidação das Leis do Trabalho pode se sobrepor aos dispositivos constantes da
Constituição Federal de 1988 (CF).
(D) A sentença normativa é fonte do direito do trabalho, mas não o são os atos normativos do Poder
Executivo.
(E) Os princípios gerais de direito não são aplicados na interpretação das normas do direito do trabalho,
Comentário:
Para corrente majoritária da doutrina, os usos e costumes são considerados fonte formal
do direito do trabalho, com fundamento no caput do artigo 8º da CLT:
legais ou contratuais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por analogia, por
público.
Constituição Federal de 1988 não está no fato de conter regras específicas acerca dos
30
institutos trabalhistas (princípio da especificidade), mas sim em virtude do princípio da
norma mais favorável.
Questão 10
jurídica material.
II- Os regulamentos empresariais não podem ser considerados como fontes formais do Direito
do Trabalho uma vez que não conferem à regra jurídica o caráter de direito positivo.
III- Não há previsão expressa no texto consolidado no sentido de que a Justiça do Trabalho
decidirá sempre de maneira que nenhum interesse de classe ou particular prevaleça sobre o
interesse público, até mesmo em razão do “princípio tutelar” que norteia o Direito do
Trabalho.
trabalho está expressamente enunciada pela legislação brasileira, ao dispor a CLT que as
relações contratuais de trabalho podem ser objeto de livre estipulação das partes interessadas
em tudo quanto não contravenha às disposições de proteção ao trabalho, aos contratos
31
Estão corretas apenas as assertivas:
A) I,II e IV.
B) II e V.
C) III,IV e V.
D) IV e V.
E) I,III e IV.
Comentário:
Item I: Incorreto. Trata-se do princípio da primazia da realidade.
Intem II: Incorreto. Regulamentos empresariais são fontes formais do Direito do Trabalho.
Item III: Incorreto. Art. 8º, caput, da CLT: As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na
falta de disposições legais ou contratuais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por
analogia, por eqüidade e outros princípios e normas gerais de direito, principalmente do direito
do trabalho, e, ainda, de acordo com os usos e costumes, o direito comparado, mas sempre de
maneira que nenhum interesse de classe ou particular prevaleça sobre o interesse público.
Item IV: Correto. Art. 444, da CLT - As relações contratuais de trabalho podem ser objeto de livre
estipulação das partes interessadas em tudo quanto não contravenha às disposições de proteção
ao trabalho, aos contratos coletivos que lhes sejam aplicáveis e às decisões das autoridades
competentes.
GABARITO
32
Questão 1 - B
Questão 2 - D
Questão 3 - D
Questão 4 - E
Questão 5 – D
Questão 6 - C
Questão 7 - B
Questão 8 - A
Questão 9 - B
Questão 10 - D
33
LEGISLAÇÃO COMPILADA
Fontes
Princípios
34
JURISPRUDÊNCIA
Princípios
contrato de trabalho ou norma coletiva firmada com o sindicato profissional representativo da categoria do
reclamante. Não identificado sequer os fatos geradores dos alegados prejuízos nem comprovada a negligência
ou dolo do reclamante a ensejar os descontos e cobranças, impõe-se reforma da r. sentença neste particular,
para determinar a devolução do valor cobrado indevidamente, em razão da irredutibilidade e intangibilidade
35
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito do Trabalho. 9ª ed. São Paulo: Saraiva, 2018.
RENZETTI, Rogério. Direito do Trabalho para Concursos – Teoria e questões práticas. 5ª ed.
Método, 2018.
ROMAR, Carla Tereza Martins. Direito do Trabalho Esquematizado. 5ª ed. São Paulo: Saraiva,
2018.
NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Iniciação ao Direito do Trabalho. 43ª ed. Saraiva, 2018.
36
OAB
Direito do Trabalho
Capítulo 2
SUMÁRIO
2.3 Empregado................................................................................................................................................................. 14
GABARITO .......................................................................................................................................................................... 47
1
LEGISLAÇÃO COMPILADA........................................................................................................................................... 48
JURISPRUDÊNCIA ............................................................................................................................................................. 50
2
DIREITO DO TRABALHO
Capítulo 2
Empregado. Empregador.
2.1 Introdução
Conforme visto no capítulo anterior, o Direito do Trabalho tem por finalidade garantir o
aperfeiçoamento das condições de trabalho ao obreiro, assegurando-o a prestação de seus
2.1.1 Distinções
Relação de trabalho é uma expressão ampla que busca incluir no seu conceito os mais
diversos tipos de labor humano, tais como o trabalhador autônomo, o trabalhador eventual, o
empregado doméstico, o estagiário e, inclusive, o próprio empregado celetista.
trabalho. Para que se configure uma relação empregatícia é preciso que haja o preenchimento
de seus requisitos (elementos) fático-jurídicos indispensáveis.
3
Relação de trabalho é gênero, do qual a relação de emprego é espécie.1
“Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não
eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário.”
Pela leitura do presente artigo, nota-se que a própria legislação trouxe os chamados
De acordo com o Ministro Maurício Godinho Delgado, “os bens jurídicos (e mesmos
éticos) tutelados pelo Direito do Trabalho (vida, saúde, integridade física e psíquica,
segurança, igualdade em sentido substancial, bem estar, lazer, etc.) importam à
pessoa física, não podendo, em grande parte, ser usufruídos por pessoas jurídicas”. 3
1
Vide questão 9 desse material.
2
Vide questões 2,3,5 e 8 desse material.
3
DELGADO, Maurício Godinho. Curso de Direito do trabalho/ Maurício Godinho Delgado. – 17 ed. rev. atual. e ampl. – São
Paulo: Ltr, 2018. p. 338.
4
Nesse sentido, apenas a figura do empregador é que poderia ser pessoa física ou
intermitentemente por outro trabalhador. Por outro lado, não existe pessoalidade
para o empregador, recaindo sobre este, inclusive, o instituto da sucessão
trabalhista, o qual estudaremos mais adiante.
todos os dias?
Não.
4
Vide questão 10 desse material.
5
o que ocorre por mais de 2 dias na semana.5 Assim, se o trabalhador laborar até 2
dias por semana, não poderá ser considerado empregado doméstico. Já para os
empregados celetistas, tal requisito não se aplica. Isto é, de acordo com a CLT,
ainda que o trabalhador labore apenas 1 única vez na semana, haverá vínculo de
emprego.
meio do qual o empregado pode passar vários dias sem trabalhar, alternando dias de
atividade e de inatividade. 6
5
LC 150/2015, art. 1º Ao empregado doméstico, assim considerado aquele que presta serviços de forma contínua,
subordinada, onerosa e pessoal e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à família, no âmbito residencial destas, por mais de
2 (dois) dias por semana, aplica-se o disposto nesta Lei.
6
§3º, art. 443, da CLT: Considera-se como intermitente o contrato de trabalho no qual a prestação de serviços, com
subordinação, não é contínua, ocorrendo com alternância de períodos de prestação de serviços e de inatividade,
determinados em horas, dias ou meses, independentemente do tipo de atividade do empregado e do empregador, exceto
para os aeronautas, regidos por legislação própria.
6
Por fim, é importante ressaltar que o mesmo empregado pode ter mais de uma
A resposta é sim. Vejamos o que diz o parágrafo único do artigo 6º da CLT: “Os meios
telemáticos e informatizados de comando, controle e supervisão se equiparam, para fins
7
Vide questão 8 desse material.
8
DELGADO, Maurício Godinho. Op. cit. p. 349.
7
de subordinação jurídica, aos meios pessoais e diretos de comando, controle e supervisão
do trabalho alheio.”
controle do trabalho.
que se firma. Caso o empregado tenha disponibilizado sua força de trabalho com
interesse econômico, objetivando receber contraprestação, estará configurada a
onerosidade. Em caso de não haver tal intenção, não poderemos entender a relação
como vínculo de emprego, a exemplo do trabalho voluntário.
É considerado autônomo aquele que trabalha por conta própria e não transfere a
9
Vide questão 1 desse material.
8
iniciativa e organização próprias. Assim, falta a tal espécie de trabalhador o requisito da
serviços de consultoria, contabilidade, etc., desde que não se considere relevante o específico
profissional concretizador dos serviços.”10
No entanto, nada impede que seja pactuada uma cláusula de pessoalidade nos
contratos autônomos, desde que a subordinação não esteja presente na relação de trabalho,
sob pena de restar configurada típico vínculo de emprego.
Como exemplos de trabalho autônomo podemos citar a empreitada (de obra, na qual
empreiteiro fornece mão de obra e/ou materiais), regulada pelos artigos 610 a 626 do Código
Civil, bem como a profissão de representante comercial autônomo, regulada pela Lei 4.886/65.
10
DELGADO, Maurício Godinho. Op. cit. p. 398.
9
CLT, art. 442-B. A contratação do autônomo, cumpridas por este todas as formalidades
Todavia, frisa-se que, para que tal forma de contratação seja considerada válida, é
Quando tratamos do trabalho eventual estamos nos referindo àquele trabalho prestado
de forma esporádica, eventual e que, por isso, não se configura relação de emprego. 11
trabalhador eventual: o “boia-fria”, volante rural, que cada dia vai trabalhar numa fazenda
diferente, ganhando por dia, sem se fixar em nenhuma delas; o “chapa”, que faz carga e
11
Vide questão 7 desse material.
10
uma empresa diferente dentre as muita para as quais, sem fixação, faz esse serviço e a diarista
O trabalho avulso não se confunde com trabalho eventual, uma vez que naquele a força
em relação ao trabalho avulso portuário, a intermediação do labor ficará por conta do Órgão
Gestor de Mão de Obra (OGMO), conforme previsão no artigo 32, caput e parágrafo único da
Lei 12.815/2013.
Para a sua prova não será necessário adentrar no estudo das legislações acima citadas,
basta fixar o entendimento de que o elemento caracterizador do trabalho avulso é a
12
NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Iniciação ao Direito do Trabalho. 37 ed. São Paulo: LTr, 2012, p. 178.
13
Vide questões 4 e 6 desse material.
11
Por sua forte capacidade de organização e de pressão para a melhoria das condições de
trabalho, o trabalhador avulso possui uma série de proteções não estendidas a categorias
cujos vínculos não sejam de emprego.
Nesse sentido, a própria Constituição de 1988, garantiu, em seu artigo 7º, inciso XXXIV, a
igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício e o trabalhador
avulso.
2.2.4 Estágio
Por ter como objeto a formação educacional, tal vínculo sociojurídico não pode ser
enquadrado como relação de emprego. Contudo, na hipótese de desvirtuamento e
descumprimento dos seus requisitos, poderá ser reconhecida típica relação empregatícia.
14
DELGADO, Maurício Godinho. Op. cit. p. 373.
12
Compatibilidade entre as atividades desenvolvidas no estágio e aquelas previstas
no termo de compromisso.
Dessa forma, havendo o descumprimento destes ou de outros pressupostos do vínculo
“Art. 1º Considera-se serviço voluntário, para os fins desta Lei, a atividade não
Parágrafo único. O serviço voluntário não gera vínculo empregatício, nem obrigação de
natureza trabalhista previdenciária ou afim.”
Pelo que se observa, nessa espécie de trabalho lato sensu falta o elemento fato-jurídico
Aqui é interessante relembrar o que foi comentado mais acima: nos casos em que o
empregador não paga salários ao empregado, é preciso analisar o animus contrahendi. Na
hipótese de ter o trabalhador prestado serviços visando contraprestação econômica, poderá se
estar diante de uma relação de emprego disfarçada.
13
2.3 Empregado
“CLT, Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de
delimita os seus requisitos fundamentais: trabalho prestado por pessoa física, não
eventualidade, subordinação jurídica e onerosidade.
empregado:
“Empregado”.
que ostentam alta especialização e que, por vezes, substituem o próprio empregador.
15
DELGADO, Maurício Godinho. Op. cit. p. 417.
14
Prevalece o entendimento de que, presentes os elementos fático-jurídicos da relação de
departamento ou filial.
Parágrafo único - O regime previsto neste capítulo será aplicável aos empregados
ao cargo efetivo prévio, nos moldes do art. 468, parágrafo único, CLT; a não
incidência de horas extras em favor do empregado; possibilidade de transferência
de localidade de serviço, independentemente de sua anuência (art. 469, §1º, da CLT).
16
BARROS, Alice Monteiro de. Curso de direito do trabalho. 5 ed. São Paulo: Ltr, 2009. p. 289.
15
O TST considera abusiva a transferência do empregado, mesmo que ocupante de
“As disposições deste artigo não se aplicam aos que exercem funções de direção,
gerência, fiscalização, chefia e equivalentes, ou que desempenhem outros cargos de
confiança, desde que o valor da gratificação não seja inferior a um terço do salário
do cargo efetivo.”
16
“Súmula nº 269 do TST. DIRETOR ELEITO. CÔMPUTO DO PERÍODO COMO
caso concreto, deve-se aferir a intensidade de uma figura sobre a outra: havendo
prevalência da affectio societatis, caracterizada pela autonomia em detrimento da
Conforme visto, a figura do alto empregado possui aspectos peculiares os quais você
deve estar atento para eventuais questões de prova.
17
Art. 444 - As relações contratuais de trabalho podem ser objeto de livre estipulação das partes interessadas em tudo
quanto não contravenha às disposições de proteção ao trabalho, aos contratos coletivos que lhes sejam aplicáveis e às
decisões das autoridades competentes.
Parágrafo único. A livre estipulação a que se refere o caput deste artigo aplica-se às hipóteses previstas no art. 611-A desta
Consolidação, com a mesma eficácia legal e preponderância sobre os instrumentos coletivos, no caso de empregado portador
de diploma de nível superior e que perceba salário mensal igual ou superior a duas vezes o limite máximo dos benefícios do
Regime Geral de Previdência Social.
17
2.3.3 Empregado doméstico
que a LC 150 determinar a sua aplicação e, apenas subsidiariamente, quando houver lacuna na
Lei, desde que os dispositivos da CLT guardem compatibilidade com as peculiaridades do
trabalho doméstico.
lucrativa à pessoa ou à família, no âmbito residencial destas, por mais de 2 (dois) dias por
semana.
residencial não pode implicar lucro ou renda para o tomador dos serviços, ou seja, não se
admite que a cozinheira, por exemplo, prepare refeições para serem comercializadas por seu
empregador).
18
A duração do trabalho não poderá ultrapassar de 8 (oito) horas diárias e 44
(quarenta e quatro) horas semanais. Caso ultrapasse, serão devidas horas extras de,
no mínimo, cinquenta por cento superior ao valor da hora normal.
São devidas as férias anuais remuneradas de 30 (trinta) dias, com acréscimo de,
pelo menos, um terço do salário normal, após cada período de 12 meses de
trabalho.
De acordo com o art. 12 da LC 150/2015, é obrigatório o registro do horário de
cada um deles tenha, no mínimo, 1 (uma) hora, até o limite de 4 (quatro) horas ao dia.
19
No artigo 7º da nossa Constituição estão previstos os direitos dos empregados
domésticos. Sabe-se que alguns deles já constavam no texto original da Carta Magna,
18
Vide questão 12 desse material.
20
2.3 Empregador
jurídica do empregador, devemos expandir o nosso olhar, pois, para ser qualificada como
empregadora, é irrelevante que a empresa esteja ou não em situação regular, ou seja, não
Somado a isso, o art. 2º, §1º da CLT apresenta a figura do empregador por
equiparação, assim considerado para efeitos exclusivos da relação de emprego, sendo essa
empregados.19
contrata a uma pessoa física a prestação de seus serviços, efetuados com pessoalidade,
onerosidade, não eventualidade e sob sua subordinação.
empregado: existindo esta última figura no vinculo laboral pactuado por um tomador de
19
Vide questão 14 dese material.
21
serviços, este assumirá, automaticamente, o caráter de empregador na relação jurídica
consubstanciada.”20
diretivo, o qual é tripartido pela doutrina em: poder de organização, poder de controle e
poder disciplinar. Vejamos:
benéfica ao empregado.
Suspensão disciplinar de, no máximo, 30 dias consecutivos: previsto no art.
474, da CLT.21
Dispensa por justa causa: penalidade mais gravosa, a qual resulta na
extinção do contrato de trabalho. As condutas que ensejadoras da demissão
por justa causa estão previstas no art. 482, da CLT e serão estudadas por nós
mais à frente.
20
DELGADO, Maurício Godinho. Op. cit. p. 487.
21
Art. 474 - A suspensão do empregado por mais de 30 (trinta) dias consecutivos importa na rescisão injusta do contrato de
trabalho.
22
Poder de organização: concede a liberdade de escolha ao empregador. Ele é quem
regulamentar.
Conforme explica o professor Henrique Correia, o regulamento de empresa ou
regulamento interno é uma “norma interna” da empresa:
outro.
Poder de controle: faculdade de supervisionar os trabalhos de seus
22
CORREIA, Henrique. Súmulas e OJs do TST comentadas e organizadas por assunto. – 7ª ed.– Salvador: JusPODIVM, 2016.
p. 152.
23
Sobre o poder de controle do empregador, existem dois pontos a serem analisados.
O primeiro, é a questão das revistas íntimas. O artigo 373-A, VI, da CLT veda
expressamente revistas íntimas nas mulheres. Contudo, essa proibição também tem sido
moral passível de reparação. Na hipótese dos autos, o Regional assevera que o dano
decorreu especificamente “da revista de bolsas e sacolas, realizada sem qualquer abuso” e
que recaía apenas sobre os empregados. Em tal contexto, não se verifica conduta abusiva,
ilícita ou excesso perpetrado pela empregadora, mas sim, ato que decorre do poder
24
Pereira, Data de Julgamento: 27/03/2019, 5ª Turma, Data de Publicação: DEJT
mesmo contrato de trabalho, em decorrência de existir entre esses entes laços de direção ou
coordenação em face de atividades industriais, comerciais, financeiras, agroindustrais ou de
Nesse sentido, pode-se falar em duas classificações: grupo econômico por subordinação
e o grupo econômico por coordenação.
Fala-se em grupo econômico por subordinação (ou grupo vertical) quando há uma
“Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade
jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, constituindo
grupo industrial, comercial ou de qualquer outra atividade econômica, serão, para os efeitos
da relação de emprego, solidariamente responsáveis a empresa principal e cada uma das
subordinadas”.
23
DELGADO, Maurício Godinho. Op. cit. p 495.
25
Com o advento da nova legislação trabalhista, a redação do artigo 2º, §2º foi alterada,
“Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade
jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, ou ainda
quando, mesmo guardando cada uma sua autonomia, integrem grupo econômico, serão
responsáveis solidariamente pelas obrigações decorrentes da relação de emprego.”
Além disso, foram inseridos mais alguns requisitos para que haja a caracterização do
É oportuno frisar que o §3º do artigo 2º da CLT passou a prever que não basta a mera
Quanto à responsabilidade do grupo econômico, a lei prevê que esta será solidária26.
empregadores poderão constituir grupo econômico, a exemplo dos profissionais liberais, das
instituições de beneficência, das associações recreativas e outras entidades sem fins lucrativos,
24
CLT, art. 2º, § 3º Não caracteriza grupo econômico a mera identidade de sócios, sendo necessárias, para a configuração do
grupo, a demonstração do interesse integrado, a efetiva comunhão de interesses e a atuação conjunta das empresas dele
integrantes.
25
Vide questão 13 e 16 desse material.
26
Vide questões 11 e 15 desse material.
26
3.4 Sucessão de empregadores
trabalho
caso do tomador de serviços, vigora a impessoalidade (ou a sua despersonalização), uma vez
que a alteração subjetiva do contrato não afeta as relações de emprego existentes.
contratos de trabalho existentes serão mantidos. É o que ocorre, por exemplo, quando uma
lanchonete é vendida para outros proprietários: tal fato não irá prejudicar a continuidade dos
A sucessão também pode ser observada nos casos em que a empresa sofre fusão, cisão
e incorporação. Tais fatores também não afetarão os contratos de trabalho.
O artigo 448-A da CLT, prevê que tal incumbência será do sucessor. Veja:
27
Caracterizada a sucessão empresarial ou de empregadores prevista nos arts. 10 e 448
desta Consolidação, as obrigações trabalhistas, inclusive as contraídas à época em que os
empregados trabalhavam para a empresa sucedida, são de responsabilidade do sucessor.
Assim, temos que, via de regra, é o sucessor quem responderá pelos débitos
trabalhistas dos contratos em vigor à época da sucessão, até mesmo aqueles contraídos antes
desta.
e automática assunção dos contratos trabalhistas pelo novo titular da organização empresarial
ou de sua parcela transferida.”27
Por outro lado, é preciso ter atenção para eventual fraude na transferência da
propriedade da empresa. Nesse caso, o parágrafo único do artigo 448-A da CLT determina a
Parágrafo único, art. 448-A. A empresa sucedida responderá solidariamente com a sucessora
quando ficar comprovada fraude na transferência.
27
DELGADO, Maurício Godinho. Op. cit. p. 520.
28
Fique atento ao entendimento do TST disposto na OJ 411, da SDI-1:
Imagine a hipótese de uma empresa adquirir apenas uma das empresas pertencentes a
determinado grupo econômico. Nesse caso, o TST compreende que, em regra, a empresa
adquirente não responderá pelas obrigações trabalhistas das outras empresas do grupo.
Outra novidade trazida pela Lei 13.467/17 (Reforma Trabalhista) foi a previsão da
responsabilidade dos sócios, em relação às dívidas trabalhistas da empresa.
I - a empresa devedora;
II - os sócios atuais; e
III - os sócios retirantes.
29
Depreende-se da leitura do dispositivo acima que, em regra, a responsabilidade do
chamado sócio retirante é subsidiária. No entanto, essa responsabilidade possui uma limitação
temporal: até 2 anos depois de realizada a averbação da alteração contratual.28
do contrato e não de sua saída da sociedade. Caso não haja tal procedimento, o sócio
28
Vide questão 17 desse material.
30
QUADRO SINÓTICO
RELAÇÃO DE
EMPREGO
31
Relações de trabalho lato sensu
Lei 12.023/09
-
Art. 442-B da CLT (Avulso não portuário)
Lei 12.815/13
(Avulso portuário)
iniciativa e organização
próprias.
trabalho.
32
Poderes diretivos do empregador
Poder disciplinar
Poder de controle
Poder de organização
(
Demonstração de interesse integrado
33
QUESTÕES COMENTADAS
Questão 1
(FAFIPA – 2019 – Prefeitura de Foz do Iguaçu - PR – Procurador do Município Júnior) Rosa, uma
jovem senhora, conheceu Laura em um chá da tarde, uma mulher mais velha, viúva e que
morava sozinha. Com o tempo, ambas ficaram muito amigas e Laura, detentora de muitos
bens e de boa condição financeira, convidou Rosa para morar consigo. Rosa acompanhava
Laura em todas suas viagens e passeios, todos suportados financeiramente por Laura que
também pagava todas as despesas da casa. Rosa, por sua vez, cuidava dos afazeres
domésticos e da saúde de Laura pela amizade que existia entre elas. Laura faleceu e seus
herdeiros exigiram que Rosa saísse do imóvel. Sem ter como se sustentar sozinha, Rosa
ajuizou reclamatória trabalhista, requerendo o reconhecimento de vínculo empregatício como
A) Não é devido o reconhecimento do vínculo, haja vista a ausência de animus contrahendi, dimensão
(cinco) anos, por estarem presentes todos os requisitos caracterizadores da relação de emprego.
D) É devido o reconhecimento do vínculo, bem como o reconhecimento de todas as verbas dos
últimos 02 (dois) anos, por estarem presentes todos os requisitos caracterizadores da relação de
emprego.
34
E) Não é devido o reconhecimento do vínculo, haja vista a ausência de habitualidade na prestação de
serviços de Rosa.
Comentário:
De início, como visto, sabemos que a onerosidade é um dos elementos fático-jurídicos que configuram
a relação de emprego. No entanto, para identificar a presença de tal requisito, é importante analisar o
animus contrahendi do prestador de serviços, isto é, o seu interesse econômico naquela relação. Caso
haja prestação de serviços com intuito de se receber uma contraprestação pecuniária, estaremos diante
de um contrato empregatício. Por outro lado, se não houver tal desígnio, não há que se falar em
vínculo de emprego.
No caso em tela, Rosa, durante a relação existente com sua amiga Laura, não manifestou qualquer
intenção em auferir remuneração pelos cuidados e afazeres prestados a esta. Ademais, o enunciado da
questão enfatiza que os serviços realizados por Rosa eram feitos “pela amizade” que havia entre as
duas. Logo, entende-se que não é devido o reconhecimento do vínculo, tendo em vista a ausência do
requisito da onerosidade.
Questão 2
Comentário:
Os elementos fático-jurídicos para a caracterização da relação de emprego são bastante cobrados em
São eles: trabalho prestado por pessoa física, pessoalidade, subordinação jurídica,
35
Questão 3
(CESPE- 2018 – MPU - Analista MPU- Direito) À luz da Consolidação das Leis do Trabalho
(CLT) e do entendimento dos tribunais superiores, julgue o item a seguir, referente a aspecto
Policial militar que preste, em empresa privada, serviço de natureza contínua, de maneira
subordinada e mediante o recebimento de salário, poderá ter o reconhecimento do vínculo de
estatuto.
Comentário:
Os requisitos do art. 3º da CLT nada mais são do que os elementos fático-jurídicos para a
caracterização da relação de emprego, quais sejam: pessoa física, pessoalidade, não
Questão 4
(VUNESP– 2018 – FAPESP – Procurador) Considera-se trabalhador avulso aquele que, sindicalizado ou
B) eventuais ou temporários para uma ou mais empresas, com intermediação da empresa prestadora
de serviços.
C) de natureza urbana ou rural, a diversas empresas, sem vínculo empregatício, com intermediação
previdência social.
36
E) de natureza exclusivamente urbana, a diversas empresas, sem vínculo empregatício, com
Comentário:
Vimos que o trabalho avulso consiste em relação de trabalho lato sensu, cuja principal
característica é a intermediação de mão de obra. Nesse sentido, tendo em vista que existem
duas espécies de trabalho avulso: o não portuário e o portuário, as entidades responsáveis por
realizar tal recrutamento serão o sindicato da categoria profissional e Órgão Gestor de Mão de
Questão 5
(FCC- 2017 – TRT-21 – Técnico Judiciário – Área Administrativa) Mario presta serviços com
subordinação, mas sem continuidade, havendo alternância de períodos de prestação de
serviços e inatividade, determinados em horas, dias ou meses. Ênio assume os riscos de sua
atividade econômica, não possui subordinação e presta serviços sem exclusividade, de forma
contínua ou não. Finalmente, Joaquim foi contratado verbalmente, possuindo subordinação,
horário de trabalho a cumprir e salário fixo mensal, prestando serviços no local do contratante.
Considerando a legislação vigente e as alterações introduzidas pela Lei n° 13.467/2017, as
Comentário:
37
alternância de períodos de prestação de serviços e de inatividade, na forma do artigo 443, §3º
da CLT:
Já Ênio pode ser enquadrado como trabalhador autônomo, uma vez que presta serviços sem
subordinação.
“Art. 442-B. A contratação do autônomo, cumpridas por este todas as formalidades legais,
com ou sem exclusividade, de forma contínua ou não, afasta a qualidade de empregado
prevista no art. 3o desta Consolidação.”
Por fim, em relação a Joaquim, considera-se que ele possui vínculo empregatício com o
tomador de serviços, por atender aos requisitos da relação de emprego (pessoa física,
pessoalidade, não eventualidade, subordinação jurídica e onerosidade), nos termos do
artigo 3º, caput, da CLT:
“Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não
Questão 6
(VUNESP – 2016 – Prefeitura de Mogi das Cruzes – SP – Procurador Jurídico): João presta
serviços a diversas empresas sem, contudo, ser empregado de nenhuma delas. É sabido que
as empresas contratam os serviços de João por intermédio de um sindicato ao qual pertence.
A) autônomo.
38
B) temporário.
C) avulso.
D) eventual.
E) sazonal.
Comentário:
João é trabalhador avulso, uma vez que há a intermediação da sua força de trabalho por meio do
sindicato da categoria.
Questão 7
que presta serviços esporádicos a uma ou mais empresas, sem, contudo, manter relação de
emprego com qualquer delas, é considerada trabalhador
A) autônomo.
B) eventual.
C) temporário.
D) avulso.
E) comissionado.
Comentário:
Questão 8
(FCC – 2016 – TRT-14 – Analista Judiciário – Oficial de Justiça Avaliador Federal) Thales
prestou serviços à empresa Celestial Produções pelo prazo de 10 meses. Para que se configure
o vínculo empregatício, ou seja, relação de emprego, entre as partes referidas é necessário
39
A) Boa fé contratual, autonomia, onerosidade, pessoalidade e eventualidade.
exclusividade.
Comentário:
Questão 9
empresário.
Comentário:
Exatamente. Conforme estudamos, a relação de trabalho é gênero do qual são espécies, por
Questão 10
(FCC - 2016 – TRT-20 – Analista Judiciário – Área Judiciária) A Consolidação das Leis do
40
(A) tornando-se inviável a prestação pessoal do trabalho, no curso do contrato, por certo
que por diversos meses seguidos, mas apenas em domingos ou finais de semana, configura-se
como trabalhador eventual.
(C) considerando que nem todo trabalho é passível de mensuração econômica, não se pode
estabelecer que a onerosidade constitui-se em um elemento fático-jurídico da relação de
emprego.
(D) somente o empregador é que, indistintamente, pode ser pessoa física ou jurídica, com ou
sem finalidade lucrativa, jamais o empregado.
Comentário:
pessoal do trabalho, no curso do contrato, o empregado NÃO poderá enviar outro em seu
lugar.
Alternativa B. Incorreta. A CLT não adotou a Teoria da Continuidade. Assim, ainda que o
eventual, tendo em vista que este labora de forma esporádica, enquanto aquele de maneira
habitual.
“Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não
eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário.”
41
Alternativa D. Correta. Trata-se do requisito prestação do serviço por pessoa física. O
empregado sempre deverá ser pessoa física. Tal exigência não se aplica ao tomador de
serviços, conforme o enunciado da questão.
Questão 11
empregador
A) depende da configuração do grupo econômico como empregador único.
grupo.
D) pressupõe a desconsideração da personalidade jurídica do empregador.
Comentário:
Questão 12
42
(FCC- 2019 – Câmara de Fortaleza-CE – Agente Administrativo) A Constituição Federal
D) licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte
dias.
Comentário:
Art. 7°, CF. Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os
direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI,
XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições estabelecidas em lei e observada a simplificação
do cumprimento das obrigações tributárias, principais e acessórias, decorrentes da relação de
trabalho e suas peculiaridades, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como
a sua integração à previdência social.
Questão 13
(CESPE - 2019 – PGM – Campo Grande - MS – Procurador Municipal) No que diz respeito
ao intervalo para repouso e alimentação, a grupo econômico e à proteção ao trabalho da
mulher, julgue o item subsequente, considerando a jurisprudência do TST.
43
Para a justiça do trabalho, a existência de sócios em comum entre duas empresas basta para a
elas.
Comentário:
Afirmativa incorreta, pois, para a caracterização do grupo econômico não basta a mera
identidade de sócios:
§ 3º do art. 2º, da CLT: Não caracteriza grupo econômico a mera identidade de sócios, sendo
necessárias, para a configuração do grupo, a demonstração do interesse integrado, a efetiva
Questão 14
(IADES – 2019 – CRN – 3ª Região (SP e MS) – Advogado - adaptada): Com relação ao
conceito de empregador:
As instituições sem fins lucrativos não podem ser consideradas como empregadoras, pois a
Comentário:
Questão 15
(IADES – 2019 – CRN – 3ª Região (SP e MS) – Advogado - adaptada): Com relação ao
conceito de grupo econômico:
44
Comentário
Correta, nos termos do §2º do artigo 2º da CLT: Sempre que uma ou mais empresas, tendo,
embora, cada uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou
administração de outra, ou ainda quando, mesmo guardando cada uma sua autonomia,
da relação de emprego.
Questão 16
(IADES – 2019 – CRN – 3ª Região (SP e MS) – Advogado - adaptada): Sobre o grupo
econômico, analise:
Se o quadro societário de quatro empresas distintas é idêntico, ainda que não haja interesse
integrado, o grupo econômico entre essas empresas estará configurado.
Comentário:
§ 3º do art. 2º, da CLT: Não caracteriza grupo econômico a mera identidade de sócios, sendo
Questão 17
(FCC – 2019 – AFAP – Analista de Fomento – Advogado): Gustavo era proprietário de um posto de
gasolina, tendo vendido o empreendimento para Paulo e Rafael, com a devida averbação da
modificação do contrato nos órgãos competentes. Não se confirmou nenhuma fraude na alteração
societária. Tendo em vista a responsabilidade de Gustavo por eventuais obrigações trabalhistas dos
empregados do posto de gasolina, nos termos da legislação vigente, é correto afirmar que a
responsabilidade do sócio retirante é
A) subsidiária, relativa ao período em que figurou como sócio, somente em ações ajuizadas até dois
anos depois de averbada a modificação do contrato, desde que observada a ordem de preferência de
45
cobrança, primeiramente, da empresa devedora, depois dos sócios atuais e por último dos sócios
retirantes.
B) subsidiária, relativa ao período em que figurou como sócio, somente em ações ajuizadas até cinco
anos depois de averbada a modificação do contrato, desde que observada a ordem de preferência de
cobrança, primeiramente, da empresa devedora, depois dos sócios atuais e por último dos sócios
retirantes.
C) solidária, relativa ao período em que figurou como sócio, somente em ações ajuizadas até dois anos
depois de averbada a modificação do contrato, desde que observada a ordem de preferência de
cobrança, primeiramente, da empresa devedora, depois dos sócios atuais e por último dos sócios
retirantes.
D) solidária, relativa ao período em que figurou como sócio, somente em ações ajuizadas até cinco
anos depois de averbada a modificação do contrato, desde que observada a ordem de preferência de
cobrança, primeiramente, da empresa devedora, depois dos sócios atuais e por último dos sócios
retirantes.
E) subsidiária, relativa ao período em que figurou como sócio, somente em ações ajuizadas até dois
anos de sua saída, desde que observada a ordem de preferência de cobrança, primeiramente, da
empresa devedora, depois dos sócios atuais e por último dos sócios retirantes.
Comentário:
II - os sócios atuais; e
III - os sócios retirantes.
46
GABARITO
Questão 1 - A
Questão 2 - E
Questão 3 - Certo
Questão 4 - C
Questão 5 – E
Questão 6 - C
Questão 7 - B
Questão 8 - D
Questão 9 – Certo
Questão 10 - D
Questão 11 - B
Questão 12 - A
Questão 13 - Errado
Questão 14 - Errado
Questão 15 - Certo
Questão 16 - Errada
Questão 17 - A
47
LEGISLAÇÃO COMPILADA
Relação de emprego
Empregado
CLT: Arts. 3º; 62, inciso II; 224, §2º; 444; 468 e 469.
CF/88: Art. 7º.
Súmulas do TST: 43 e 269.
LC 150/15
Empregador
48
Grupo econômico
Sucessão de empregadores
Sócio retirante
CLT: Art. 10-A.
49
JURISPRUDÊNCIA
Trabalho autônomo
configurada. Manifesta incompetência da Justiça do Trabalho. Art. 114 da CF. Art. 485, II,
do CPC de 1973. A SBDI-II, por unanimidade, admitiu a ação rescisória, e, no mérito, julgou-a
procedente para rescindir acórdão proferido pela 1ª Turma do TST, declarar a incompetência
absoluta da Justiça do Trabalho para processar e julgar causa em que se discute situações
de indenização por danos morais. No caso concreto, não obstante a turma tenha aplicado a
Súmula nº 126 do TST, a decisão rescindenda evidenciou os fatos que levaram o TRT de
origem a concluir que não houve relação de emprego entre as empresas autoras e o
advogado contratado, pois consignada a atuação do causídico como prestador de serviço
autônomo, com alto padrão remuneratório e sem qualquer subordinação jurídica ou a
presença dos demais requisitos dos arts. 2º e 3º da CLT. Assim, ante a patente natureza civil
do vínculo estabelecido entre as partes, revela-se manifesta a incompetência absoluta da
Justiça do Trabalho, nos moldes do art. 114 da CF e do art. 485, II, do CPC de 1973, cabendo
à Justiça comum apreciar e dirimir o feito.
Estágio
50
Contrato de estágio. Lei nº 11.788/2008. Não incidência aos contratos em curso firmados
sob a égide da Lei nº 6.494/1977. Com base no art. 5º, XXXVI, da CF e no art. 6º da LINDB, a
Lei nº 11.788/2008 não se aplica aos contratos de estágio que, embora estivessem em
execução quando de sua entrada em vigor, foram firmados sob a égide da Lei nº 6.494/1977.
Para que a lei retroagisse, seria necessário haver disposição expressa nesse sentido. Ocorre
que, ao contrário, a nova Lei do Estágio limita sua incidência apenas à prorrogação dos
contratos em curso (art. 18), mantendo-se, portanto, a aplicação da Lei nº 6.494/1977 aos
ajustes entabulados durante a sua vigência. Sob esses fundamentos, a SBDI-I, por
do empregador de conduzir sua atividade da forma que melhor lhe aprouver, conforme o
disposto no artigo 2º da CLT. Tal direito, contudo, deve ser exercido em observância aos
51
depender dos elementos fáticos de cada caso. A exigência de terno e gravata para advogados
constou do quadro fático que a reclamada exigia a utilização de traje social, costume
composto de terno, camisa de manga longa, calça social, sapatos e gravata. A própria ré
afirmou em contestação que o maior salário do autor, contratado para a função de “auxiliar
operacional”, foi de R$1.601,94. Ainda, descreveu que suas atividades consistiam em: “-
Inibição, pela mera força de sua presença, a ocorrência de furto e roubo; -Observação da
considerando ser comum ouso do referido traje por profissionais da área descrita pela
reclamada, especialmente no ambiente em que o autor trabalhava – joalheria de luxo. Por
outro lado, ao contrário do decidido pelo Tribunal Regional, ainda que o traje social seja
composto de roupas de uso comum, com grande variedade de oferta no mercado, não se
trata de indumentária indispensável, utilizada no dia-a-dia pela maioria dos trabalhadores nos
diversos ramos de atividade. Ao contrário, hoje, constitui exceção à regra, restrito aos
ambientes formais e de negócios, sendo que até mesmo nestes tem sido relativizado.
Grupo econômico
52
ACÓRDÃO RECORRIDO. NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. NÃO CONFIGURAÇÃO. As
grupo, desde que comunguem dos mesmos interesses. Assim, não se cogita em afronta ao
artigo 2º, §2º, do Texto Consolidado, o qual disciplina apenas uma das modalidades de
formação do grupo econômico, não impedindo que sua configuração possa se estabelecer por
outros critérios, razão pela qual, na espécie, as empresas integrantes do grupo econômico
devem responder solidariamente pelo adimplemento dos débitos trabalhistas. Precedentes do
TST nesse sentido, alguns proferidos em execuções contra as ora agravantes. No que tange à
pretensa nulidade do julgado por incompleta prestação jurisdicional, o exame dos autos revela
que a Corte a quo proferiu decisão completa, válida e devidamente fundamentada, não
prosperando a arguição de nulidade, assomando-se constituir mero inconformismo contra
decisão desfavorável à parte. Não se divisa, portanto, violação direta e literal aos artigos 5º, II,
XXXV, LIV e LV, e 93, IX, da Constituição Federal, na forma imposta pelo §2º do artigo 896 da
CLT e a Súmula nº 266 do TST. Agravos conhecidos e não providos.”
53
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARROS, Alice Monteiro de. Curso de direito do trabalho. 5ª ed. São Paulo: Ltr, 2009.
LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito do Trabalho. 9ª ed. São Paulo: Saraiva, 2018.
NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Iniciação ao Direito do Trabalho. 37ª ed. São Paulo: LTr,
2012
RENZETTI, Rogério. Direito do Trabalho para Concursos – Teoria e questões práticas. 5ª ed.
Método, 2018.
RODRIGUEZ, Américo Plá. Princípios de Direito do Trabalho. 3ª. ed. atual. São Paulo: LTr,
2000.
ROMAR, Carla Tereza Martins. Direito do Trabalho Esquematizado. 5ª ed. São Paulo: Saraiva,
2018.
54
OAB
Direito do Trabalho
Capítulo 3
SUMÁRIO
GABARITO .......................................................................................................................................................................... 36
LEGISLAÇÃO COMPILADA........................................................................................................................................... 37
JURISPRUDÊNCIA ............................................................................................................................................................. 38
1
DIREITO DO TRABALHO
Capítulo 3
3. Contrato Individual de Trabalho.
juristas dão ao vínculo jurídico que tem como parte, de um lado, o empregado e, de outro
lado, o empregador. Nem mesmo a nossa lei se definiu, nela sendo encontrada tanto a
expressão contrato individual de trabalho como relação de emprego, no que não está só. (...)
Na verdade, melhor seria, para dar uma ideia precisa da figura que estamos estudando, falar
não em contrato de trabalho, mas em contrato de emprego, como já propôs o jurista José
Martins Catharino(...).”1
Sendo assim, para que não haja confusão quanto ao tema, é importante que você saiba
De acordo com o art. 442 da CLT, “contrato individual de trabalho é o acordo tácito ou
expresso, correspondente à relação de emprego”.
1
NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Iniciação ao Direito do Trabalho. 37ª ed. São Paulo: LTr, 2012, p. 155.
2
Logo, as partes envolvidas podem elaborar o contrato da maneira como melhor
entenderem, desde que não desrespeitem a CLT, nem a norma coletiva aplicável.
O art. 442-A da CLT determina que o empregador não exigirá do candidato a emprego
comprovação de experiência prévia por tempo superior a seis meses no mesmo tipo de
atividade. É igualmente proibido ato de caráter discriminatório seja por sexo, origem, raça, cor,
vez que, quando atua como tomador de serviços, o ente estatal não possui
prerrogativas especiais.
Sinalagmático: obrigações recíprocas e contrapostas.
Consensual: exige-se apenas acordo de vontades, independentemente de
formalismo.
Intuitu personae: relaciona-se ao elemento fático-jurídico da pessoalidade, que
somente atinge o empregado.
tomador de serviços.
3
3.1.2 Elementos essenciais
I – agente capaz;
Agente capaz: para que o empregado seja agente capaz de assumir direitos e
obrigações trabalhistas, devem ser observados os requisitos da CLT. Em relação a
sua idade, é preciso ter em mente o disposto no artigo 7º, inciso XXXIII da
Constituição de 1988:
Sabe-se que a capacidade trabalhista plena tem início aos 18 anos de idade. No
entanto, a partir dos 16 anos, o menor já pode prestar labor, possuindo capacidade
relativa, desde que não seja em horário noturno, de forma perigosa ou insalubre,
conforme disposto na CF/1988. Antes dos 16 anos, o menor só pode trabalhar na
4
Acrescente-se, ainda, que o menor com capacidade trabalhista relativa (entre os 16
“Art. 439 - É lícito ao menor firmar recibo pelo pagamento dos salários. Tratando-se,
porém, de rescisão do contrato de trabalho, é vedado ao menor de 18 (dezoito)
anos dar, sem assistência dos seus responsáveis legais, quitação ao empregador
pelo recebimento da indenização que lhe for devida.”
Em suma, o menor poderá, sozinho, firmar recibo pelo pagamento dos salários.
Contudo, não poderá, sem assistência dos seus responsáveis legais, dar quitação ao
tomador de serviços.
Como fica a situação do menor emancipado nos termos do artigo 5º, parágrafo único do
CC/02?
Para efeitos na seara trabalhista, nada muda em relação ao menor antecipado. Ou seja,
continua sendo considerado menor e proibido de exercer trabalho noturno, perigoso e
insalubre.
É preciso que você saiba diferenciar o trabalho ilícito do trabalho proibido, uma vez
5
Entende-se por trabalho ilícito aquele cujo objeto envolve tipo legal penal ou
concorre para este. O jogo do bicho, por exemplo, constitui contravenção penal
prevista no artigo 58 Decreto Lei 3.688/412. Logo, caso uma pessoa preste serviços
para outra tendo como atividade a prática de jogos de azar, não haverá que se falar
em pacto laboral e, por conseguinte, em proteção trabalhista.
inerente à prática do jogo do bicho, ante a ilicitude de seu objeto, o que subtrai o
requisito de validade para a formação do ato jurídico.
Por outro lado, trabalho proibido corresponde à atividade irregular, mas que não
constitui tipo penal. Neste caso, apesar da irregularidade, o empregado recebe
ordenamento jurídico, razão pela qual poderá haver penalidade administrativa para
esses servidores. Contudo, o trabalho proibido, diferentemente do trabalho ilícito,
2
DL nº 3.688/1941, Art. 58. Explorar ou realizar a loteria denominada jogo do bicho, ou praticar qualquer ato relativo à sua
realização ou exploração:
Pena – prisão simples, de quatro meses a um ano, e multa, de dois a vinte contos de réis.
3
Art. 7º, inciso XXXIII da CFRB/88.
6
Súmula 386 – POLICIAL MILITAR. RECONHECIMENTO DE VÍNCULO EMPREGATÍCIO
3.1.3 Classificação
CLT, Art. 452-A. O contrato de trabalho intermitente deve ser celebrado por escrito
e deve conter especificamente o valor da hora de trabalho, que não pode ser
4
Vide questão 8 desse material.
7
3.1.4 Modalidades
A doutrina possui diversas classificações para o pacto laboral. Para uma abordagem
mais objetiva, trataremos das duas principais para a sua prova: quanto ao consentimento e
quanto à duração.
De acordo com o doutrinador Maurício Godinho Delgado, “pelo ajuste tácito, o contrato
não antevê data de término, vigorando até que evento futuro o extinga.
5
DELGADO, Maurício Godinho. Curso de Direito do trabalho/ Maurício Godinho Delgado. – 17ª ed. rev. atual. e ampl. – São
Paulo: Ltr, 2018. p. 638.
8
Em contrapartida, como exceção ao princípio da continuidade, a legislação pátria prevê
o ajuste laboral por prazo determinado, cuja vigência dependerá de termo prefixado, da
execução de serviços especificados ou, ainda, da realização de certo acontecimento
Além disso, a CLT estabelece que somente é possível haver contrato por prazo
seguintes exemplos:
“Exemplo da primeira hipótese é a contratação de empregados para a temporada
6
Vide questão 2 desse material.
7
CARRION, Valentin. Comentários à Consolidação das Leis do Trabalho. 37ª ed. Atualizada por Eduardo Carrion. São Paulo:
Saraiva, 2012.p. 332-333.
9
expiração deste dependeu da execução de serviços especializados ou da
caracteriza-se por ser uma prestação de serviços não contínua, cujo acerto é firmado por
escrito. De acordo com a lei, há neste tipo de pactuação uma alternância de períodos de
Assim, o empregador acerta com o empregado uma remuneração, porém, esta somente
será devida quando o empregado for convocado a trabalhar.
qualquer meio de comunicação eficaz, para a prestação de serviços, informando qual será a
jornada, com, pelo menos, três dias corridos de antecedência.
Recebida o chamado, o empregado terá o prazo de um dia útil para emitir sua
resposta, presumindo-se, no silencio, a recusa.
Caso o empregado recuse a oferta, será descaracterizada a subordinação existente
nesse tipo de contrato? A resposta é não, nos termos do §3º do art. 452-A, CLT.
A legislação trabalhista determina, também, que o período de inatividade não será
8
Vide questão 5 desse material.
10
Por fim, registre-se o disposto no §4º do art. 452-A da CLT:
§4º, Art. 452-A - Aceita a oferta para o comparecimento ao trabalho, a parte que
descumprir, sem justo motivo, pagará à outra parte, no prazo de trinta dias, multa de 50%
(cinquenta por cento) da remuneração que seria devida, permitida a compensação em igual
prazo.
Frise-se que em outros momentos do curso voltaremos a falar sobre outros detalhes
sobre essa modalidade de contrato de trabalho. Por enquanto, é importante que você faça
uma leitura minuciosa do art. 452-A da CLT, que, conforme visto, traz importantes regras
decorrentes do pacto laboral (obrigação de dar), assinar CTPS (obrigação de fazer), realizar o
registro do empregado.
tomador, manter conduta compatível com o labor, tal como cumprir com o horário.
No que tange os efeitos conexos, estes podem ser definidos como os efeitos
acessórios do contrato de trabalho. A título de exemplo, temos o direito intelectual, que está
ligado à propriedade e participação em invenções, bem como o desenvolvimento de
tecnologia de acordo com vinculação ou não ao contrato. Temos ainda como exemplo de
efeito conexo a indenização por danos sofridos pelo empregado, como danos morais e
11
3.3 Alteração do contrato de trabalho
laboral, desde que não resulte em prejuízos para o empregado, respeitando-se, assim, os
princípios da inalterabilidade contratual lesiva e da condição mais benéfica.
CLT, Art. 468 - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das
respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem,
direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula
infringente desta garantia.
Pode-se afirmar, portanto, que devem ser observados dois requisitos para que a
alteração do trato empregatício seja válida:
Consentimento do empregado
A alteração não pode acarretar prejuízos diretos (redução de salário, etc), nem
indiretos (redução da jornada de trabalho para o empregado que ganha por hora,
por exemplo) ao empregado.
Trabalhista:
9
Vide questão 9 desse material.
12
função de confiança. Nesse caso, o empregado também deixará de receber a
gratificação correspondente, a qual não será incorporada ao salário,
independentemente do tempo de exercício da função. Esse novo entendimento
conflita com a Súmula 372, TST e possivelmente será cancelada (vamos aguardar o
posicionamento do TST).
doutrina elaborou o princípio do jus variandi, que pode ser enunciado como o direito do
empregador, em casos excepcionais, de alterar por imposição e unilateralmente, as condicoes
empregado, enquanto que, para o empregador, poderá haver a sua alteração sem que isso
afete os contratos de trabalho. Trata-se da chamada sucessão trabalhista, prevista nos artigos
10 e 448 da CLT.12
10
Vide questão 1 desse material.
11 NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Iniciação ao Direito do Trabalho. 37ª ed. São Paulo: LTr, 2012. p. 261.
12
Vide questão 3 desse material.
13
Quanto às alterações objetivas do contrato de trabalho, estas podem ser divididas em
Alteração de função:
exercício da função.
adiante.
encarregado das tarefas executadas por outro, que, por determinado motivo,
esteja afastado do trabalho, por exemplo, em razão de férias ou de doença.
14
que exercer na empresa, serão garantidas a contagem do tempo naquele
inválidas:
15
quanto às transferências de turno: trabalho noturno para diurno é possível,
para o obreiro.
Alteração de salário:
16
CLT, Art. 469 - Ao empregador é vedado transferir o empregado, sem a sua
empregado de forma unilateral, e que você precisa saber, pois são elas que,
geralmente, são cobradas em concursos públicos.
A primeira delas consta no §1º do art. 469 da CLT:
§ 1º - Não estão compreendidos na proibição deste artigo: os empregados que
internacionais.
O que você deve ter atenção aqui é a exigência de real necessidade do serviço,
considerada abusiva.
Observe o entendimento do TST sobre o assunto:
Súmula 43. TRANSFERÊNCIA. Presume-se abusiva a transferência de que trata o § 1º
17
obstante as restrições do artigo anterior, mas, nesse caso, ficará obrigado a um
pagamento suplementar, nunca inferior a 25% (vinte e cinco por cento) dos salários
que o empregado percebia naquela localidade, enquanto durar essa situação.
(quinze) dias.
18
A transferência do dirigente sindical é vedada pela legislação.
CLT, Art. 543 - O empregado eleito para cargo de administração sindical ou representação
profissional, inclusive junto a órgão de deliberação coletiva, não poderá ser impedido do
exercício de suas funções, nem transferido para lugar ou mister que lhe dificulte ou torne
impossível o desempenho das suas atribuições sindicais.
Porém, nos moldes do art. 471, CLT, caso retorne ao trabalho, serão asseguradas ao
empregado todas as vantagens que, em sua ausência, tenham sido atribuídas à categoria a
13
Vide questão 10 desse material.
19
Aposentadoria por invalidez: não há prazo para término.
Súmula 160, TST. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. Cancelada a aposentadoria por
invalidez, mesmo após cinco anos, o trabalhador terá direito de retornar ao
emprego, facultado, porém, ao empregador, indenizá-lo na forma da lei.
Afastamento para exercício de cargo de dirigente sindical, no caso do art. 453,
§2º da CLT (licença não remunerada), salvo consentimento da empresa e cláusula
contratual.
Eleição de empregado para ocupar cargo de diretor de S/A.
Súmula 269, TST. DIRETOR ELEITO. CÔMPUTO DO PERÍODO COMO TEMPO DE
SERVIÇO. O empregado eleito para ocupar cargo de diretor tem o respectivo
contrato de trabalho suspenso, não se computando o tempo de serviço desse
período, salvo se permanecer a subordinação jurídica inerente à relação de
emprego.
Greve;
Afastamentos do empregado por motivo de doença ou acidente de trabalho a
partir do 16º dia. Nesse caso, atente para o disposto no art. 4º, §1º, CLT:
Computar-se-ão, na contagem de tempo de serviço, para efeito de indenização e
estabilidade, os períodos em que o empregado estiver afastado do trabalho
prestando serviço militar e por motivo de acidente do trabalho.
Se o acidente ocorrer no trajeto do empregado para o seu local de trabalho, nos moldes
do art. 21 da Lei nº 8.213/91, é considerado acidente de trabalho. Atente também para o
empregado acidentado.
20
II - São pressupostos para a concessão da estabilidade o afastamento superior a 15 dias e
a consequente percepção do auxílio-doença acidentário, salvo se constatada, após a
despedida, doença profissional que guarde relação de causalidade com a execução do
contrato de emprego.
da Lei nº 8.213/91.
encontrar as hipóteses de interrupção no art. 473, CLT14 e também nas seguintes situações:
14
Vide questões 4, 6, 7 e 10 desse material.
21
Lockout (locaute): situação em que o empregador paralisa as atividades da
empresa com o objetivo de frustrar as reivindicações dos seus empregados. Tal
prática é vedada pelo nosso ordenamento jurídico, nos termos do art. 17 da Lei
7.783/89.
Como fica a situação dos contratos a termo (prazo determinado) em caso de aplicação
das hipóteses de suspensão e de interrupção do pacto empregatício?
Contudo, havendo acordo entre as partes, o tempo de afastamento não será computado
respectiva terminação.
22
QUADRO SINÓTICO
CARACTERÍSTICAS DO
CONTRATO DE
TRABALHO
TRATO CONTRATO
NATUREZA SINALAGMÁTICO CONSENSUSUAL INTUITU DE
ONEROSIDADE
SUCESSIVO
PRIVADA PERSONAE ATIVIDADE
MODALIDADES DE
CONTRATOS DE
TRABALHO
CONSENTIMENTO
VERBAL (REGRA)
ESCRITO
23
ALTERAÇÕES NO CONTRATO DE
TRABALHO
REGRA
(Art. 468, CLT)
Mútuo consentimento
Lícitas
Ilícitas
24
QUESTÕES COMENTADAS
Questão 1
(VUNESP – 2019 – Prefeitura de São José do Rio Preto - SP) A respeito do denominado jus
A) confere ao empregador o direito de transferir o empregado que exerce função de confiança para
B) decorre diretamente do princípio pacta sunt servanda, que rege os contratos de trabalho.
D) confere ao empregador o direito de alterar a jornada de trabalho dos empregados, desde que
Comentário:
Alternativa A. Correta. Conforme estudamos, o jus variandi é uma prerrogativa do empregador que
toma como base o seu poder diretivo. Em razão disso, lhe é permitido transferir o empregado que
ocupa função de confiança para localidade diversa da que consta do contrato, conforme previsão do
25
Alternativa C. Incorreta. Primeiro, porque o jus variandi é prerrogativa dada ao empregador; segundo,
porque, de acordo com o art. 136, da CLT, a concessão das férias será na época que melhor consulte os
interesses do empregador.
Alternativa D. Incorreta. De fato, o jus variandi permite a alteração da jornada de trabalho de seus
empregados, contudo, a alternativa peca na parte em que afirma ser o adicional noturno direito
trabalho noturno para que o empregado faça jus a esta verba. Caso o empregado deixe de laborar no
turno noturno, deixará de perceber tal verba. Nesse sentido é o entendimento do Tribunal Superior do
Trabalho:
adicional noturno.
Alternativa E. Incorreta. O jus variandi é plenamente aplicável aos contratos de trabalho firmados pela
Administração Pública. Por exemplo, pode o ente público realizar a alteração da jornada de trabalho
Questão 2
Comentário:
Errado. O contrato de experiência não poderá exceder de 90 (noventa) dias, nos termos do parágrafo
Questão 3
dissolução da empresa.
26
Comentário:
Errado. De acordo com o art. 449 da CLT, os direitos oriundos da existência do contrato de
Questão 4
(2019- IBFC – MGS - Advogado) O contrato individual de trabalho poderá ser interrompido ou
suspenso. Acerca deste assunto, assinale a alternativa que apresenta corretamente uma hipótese de
interrupção do contrato de trabalho:
A) No caso de afastamento por doença, a partir do 16° dia, caso seja mantida a licença a ser paga pelo
INSS.
B) Empregado eleito para o cargo de diretor, caso não haja subordinação jurídica inerente à relação de
emprego.
C) A greve, em regra.
D) Pelo tempo que se fizer necessário, quando tiver que comparecer a juízo.
Comentário:
CLT, inciso VIII, art. 473 - O empregado poderá deixar de comparecer ao serviço sem prejuízo
do salário:
VIII - pelo tempo que se fizer necessário, quando tiver que comparecer a juízo.
serviço para comparecimento necessário, como parte, à Justiça do Trabalho não serão
descontadas de seus salários.
27
Questão 5
A) Deve ser celebrado por escrito e deve conter especificamente o valor da hora de trabalho,
que não pode ser inferior ao valor horário do salário mínimo ou àquele devido aos demais
serviços, informando qual será a jornada, com, pelo menos, dois dias corridos de antecedência.
D) Aceita a oferta para o comparecimento ao trabalho a parte que descumprir, sem justo
motivo, pagará à outra parte, no prazo de dez dias, multa de 50% (cinquenta por cento) da
remuneração que seria devida, permitida a compensação em igual prazo.
Comentário:
Alternativa A. Correta. CLT Art. 452-A. O contrato de trabalho intermitente deve ser celebrado
por escrito e deve conter especificamente o valor da hora de trabalho, que não pode ser
inferior ao valor horário do salário mínimo ou àquele devido aos demais empregados do
Alternativa B. Incorreta. CLT Art. 452-A § 1º O empregador convocará, por qualquer meio de
comunicação eficaz, para a prestação de serviços, informando qual será a jornada, com, pelo
menos, três dias corridos de antecedência.
28
Alternativa C. Incorreta. CLT Art. 452-A § 3º. A recusa da oferta não descaracteriza a
Alternativa D. Incorreta. CLT Art. 452-A § 4º. Aceita a oferta para o comparecimento ao
trabalho, a parte que descumprir, sem justo motivo, pagará à outra parte, no prazo de trinta
dias, multa de 50% (cinquenta por cento) da remuneração que seria devida, permitida a
compensação em igual prazo.
Alternativa E. Incorreta. CLT Art. 452-A § 5º. O período de inatividade não será considerado
contratantes.
Questão 6
(UPENET/IAUPE – UPE – 2019 – Advogado): Nos termos da lei, o empregado poderá deixar
D) por 1 (um) dia por ano para acompanhar filho de até 7 (sete) anos em consulta médica.
E) até 3 (três) dias, em cada 12 (doze) meses de trabalho, em caso de realização de exames
Comentário:
Trata-se de hipótese de interrupção do contrato de trabalho prevista no art. 473, inciso XII da CLT:
CLT, Art. 473 - O empregado poderá deixar de comparecer ao serviço sem prejuízo do salário:
XII - até 3 (três) dias, em cada 12 (doze) meses de trabalho, em caso de realização de exames
Questão 7
29
(FCC – 2019 – AFAP – Analista de Fomento - Advogado): Felipe, auxiliar administrativo,
Gerson, gerente, pretende acompanhar sua esposa grávida em consulta médica pré-natal.
Considerando que todos são empregados, pela lei vigente, é correto dizer que podem faltar
A) até 5 dias consecutivos ou não; por 3 dias por ano e até 3 dias.
B) até 3 dias consecutivos ou não; por 2 dias por ano e até 2 dias.
C) até 2 dias consecutivos ou não; por 1 dia por ano e até 2 dias.
D) até 2 dias consecutivos ou não; por 2 dias por ano e até 3 dias.
E) até 2 dias consecutivos ou não; por 1 dia por ano e até 5 dias.
Comentário:
CLT, Art. 473 - O empregado poderá deixar de comparecer ao serviço sem prejuízo do salário:
V - até 2 (dois) dias consecutivos ou não, para o fim de se alistar eleitor, nos termos da lei
respectiva.
II. Silmara, recepcionista, necessita ausentar-se do emprego para acompanhar consulta médica
de seu filho de 5 anos de idade:
CLT, Art. 473 - O empregado poderá deixar de comparecer ao serviço sem prejuízo do salário:
XI - por 1 (um) dia por ano para acompanhar filho de até 6 (seis) anos em consulta médica.
III. Gerson, gerente, pretende acompanhar sua esposa grávida em consulta médica pré-natal:
CLT, Art. 473 - O empregado poderá deixar de comparecer ao serviço sem prejuízo do salário:
30
X - até 2 (dois) dias para acompanhar consultas médicas e exames complementares durante
o período de gravidez de sua esposa ou companheira;
Questão 8
Um policial militar que, nos dias de folga do serviço em sua corporação, prestar serviços de
escolta armada a uma empresa de segurança não fará jus a qualquer indenização, ainda que
sofra acidentes em serviço, devido ao fato de a sua condição de policial militar inviabilizar a
Comentário:
Errado. De acordo com a Súmula 386 do TST, “preenchidos os requisitos do art. 3º, é legítimo
Militar”.
Questão 9
B) Só é lícita a alteração das condições de trabalho por mútuo consentimento, sendo passível
31
C) O empregador pode alterar, sem a anuência do empregado, a localidade da execução do
contrato de trabalho, desde que esta alteração não acarrete necessariamente a mudança do
seu domicílio;
Comentário:
CLT, Art. 468 - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas
condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou
§ 2o A alteração de que trata o § 1o deste artigo, com ou sem justo motivo, não assegura ao
Alternativa B. Incorreta. Aqui a banca examinadora cobrou a literalidade do artigo 468 da CLT,
Art. 468 - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas
condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou
32
Alternativa C. Correta. Vimos que nem sempre a alteração do local da prestação de serviços
resultará na transferência do empregado, pois esta somente será configurada caso haja
necessariamente a mudança de seu domicílio. Nesse caso, será necessário o mútuo
consentimento do obreiro, nos termos do art. 469 da CLT. Por outro lado, na hipótese de não
haver a modificação do domicílio, poderá o empregador alterar o local da prestação de
Alternativa D. Incorreta. De acordo com o art. 470 da CLT, “as despesas resultantes da
Questão 10
I. Janete foi eleita dirigente sindical e durante seu mandato não compareceu na sua
empregadora para que pudesse desempenhar a contento seu encargo sindical, deixando de
perceber salário e passando a receber um auxílio do sindicato, com anuência da empresa.
II. Fausto sofreu acidente do trabalho e, após afastamento previdenciário, seu benefício foi
convertido para aposentadoria por invalidez, continuando a receber o plano de saúde mantido
pela empresa.
III. Lígia foi dispensada sem justa causa, sendo que trabalhará durante o período do aviso
prévio, tendo optado por sair duas horas mais cedo diariamente.
A) I, II e III.
B) I, III e II.
C) III, I e II.
D) II, III e I.
33
E) III, II e I.
Comentário:
I. Janete. Caso de afastamento para exercício de mandato sindical. Nesse caso, estaremos
diante de suspensão do contrato de trabalho, tendo em vista que não são devidos salários do
período (licença não remunerada).
II. Fausto. Aqui estamos diante de um caso híbrido, que envolve tanto a interrupção do
por invalidez).
III. Lígia. Cumprimento do aviso prévio. É preciso ter em mente a disposição do caput do
artigo 488 da CLT:
rescisão tiver sido promovida pelo empregador, será reduzido de 2 (duas) horas diárias, sem
prejuízo do salário integral.
34
GABARITO
Questão 1 - A
Questão 2 – Errado
Questão 3 - Errado
Questão 4 - D
Questão 5 – A
Questão 6 - E
Questão 7 - C
Questão 8 – Errado
Questão 9 – C
Questão 10 - C
35
LEGISLAÇÃO COMPILADA
CLT: Arts. 10; 444; 448 a 450; 459; 461, §4º; 468; 469; 543.
TST: Súmulas 43, 372 e 381; OJ’s da SDI-I 113, 159 E 244.
36
JURISPRUDÊNCIA
ao rito sumaríssimo, apenas por violação direta de dispositivo constitucional se pode conhecer
do apelo, nos termos do § 9º do art. 896 da CLT. 3. É pacifica a jurisprudência do TST no
sentido de que, excepcionalmente, pode-se conhecer de recurso de revista em rito
sumaríssimo por violação ao princípio da legalidade insculpido no art. 5º, II, da CF, como
forma de controle jurisdicional das decisões dos TRTs que deixarem flagrantemente de aplicar
dispositivo legal que rege a matéria em debate (Precedentes de todas as Turmas, em variadas
questões). 4. In casu, o 3º Regional reformou a sentença, que havia julgado improcedente a
reclamatória, por entender que o trabalho intermitente "deve ser feito somente em caráter
excepcional, ante a precarização dos direitos do trabalhador, e para atender demanda
intermitente em pequenas empresas" e que "não é cabível ainda a utilização de contrato
intermitente para atender posto de trabalho efetivo dentro da empresa". 5. Pelo prisma da
37
doutrina pátria, excessos exegéticos assomam tanto nas fileiras dos que pretendem restringir o
âmbito de aplicação da nova modalidade contratual, como nas dos que defendem sua
generalização e maior flexibilidade, indo mais além do que a própria lei prevê. 6. Numa
hermenêutica estrita, levando em conta a literalidade dos arts. 443, § 3º, e 452-A da CLT, que
introduziram a normatização do trabalho intermitente no Brasil, tem-se como "intermitente o
trabalhista, cria mais parâmetros e limitações do que aqueles impostos pelo legislador ao
trabalho intermitente, malferindo o princípio da legalidade, erigido pelo art. 5º, II, da CF como
baluarte da segurança jurídica. 8. Ora, a introdução de regramento para o trabalho
da força de trabalho do país), vivendo de "bicos", sem carteira assinada e sem garantia de
direitos trabalhistas fundamentais. Trata-se de uma das novas modalidades contratuais
empregadores, com regras claras, que estimulam a criação de novos postos de trabalho. 9.
Nesses termos, é de se acolher o apelo patronal, para restabelecer a sentença de
improcedência da reclamatória trabalhista. Recurso de revista conhecido e provido.”
38
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARROS, Alice Monteiro de. Curso de direito do trabalho. 5ª ed. São Paulo: Ltr, 2009.
CARRION, Valentin. Comentários à Consolidação das Leis do Trabalho. 37ª ed. Atualizada
LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito do Trabalho. 9ª ed. São Paulo: Saraiva, 2018.
NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Iniciação ao Direito do Trabalho. 37ª ed. São Paulo: LTr,
2012.
RENZETTI, Rogério. Direito do Trabalho para Concursos – Teoria e questões práticas. 5ª ed.
Método, 2018.
RODRIGUEZ, Américo Plá. Princípios de Direito do Trabalho. 3ª. ed. atual. São Paulo: LTr,
2000.
ROMAR, Carla Tereza Martins. Direito do Trabalho Esquematizado. 5ª ed. São Paulo: Saraiva,
2018.
39
OAB
Direito do Trabalho
Capítulo 4
SUMÁRIO
4.8 Extinção por Programa de Demissão Voluntária (PDV) ou de Demissão Incentivada (PDI).. 12
GABARITO .......................................................................................................................................................................... 40
LEGISLAÇÃO COMPILADA........................................................................................................................................... 41
1
JURISPRUDÊNCIA ............................................................................................................................................................. 44
2
DIREITO DO TRABALHO
Capítulo 4
4. Extinção do contrato de trabalho
parte do empregador.
natureza de cada parcela e discriminar o seu valor, conforme o dispsoto o §2º do art. 477
da CLT. O dispositivo determina, ainda, que a quitação somente será considerada válida com
Sobre o tema, observe a Súmula 330, item I, do TST, segundo o qual “a quitação das
parcelas não abrange parcelas não consignadas no recibo de quitação, e, consequentemente,
seus reflexos em outras parcelas, ainda que estas constem desse recibo”.
3
O que a referida jurisprudência quer dizer, em suma, é que as parcelas que não estão
consignadas no recibo poderão ser discutidas futuramente na Justiça do Trabalho. Um
exemplo dado pelo professor Henrique Correia1 é a situação em que as partes não chegaram
reclamação trabalhista para discutir o pagamento de tais verbas, bem como pleitear os
reflexos dela decorrentes, por exemplo, no DSR (descanso semanal remunerado), no 13º, nas
férias, nos depósitos do FGTS e no aviso prévio.
Quanto à forma de pagamento das verbas rescisórias, a lei dispõe que este poderá ser
feito em dinheiro, depósito bancário ou cheque visado, conforme acordem as partes. No caso
Além disso, é admitida a compensação, desde que esta não exceda o equivalente a 1
(um) mês de remuneração do empregado.
de quitação deverão ser efetuados até 10 (dez) dias contados a partir do término do
contrato, nos termos do §6º do art. 477 da CLT. 2No caso de o tomador de serviços
desobedecer a esse prazo, estará sujeito à multa prevista no §8º do mesmo artigo.
CLT, Art. 477, §8º - A inobservância do disposto no §6º deste artigo sujeitará o infrator à
multa de 160 BTN, por trabalhador, bem assim ao pagamento da multa a favor do
empregado, em valor equivalente ao seu salário, devidamente corrigido pelo índice de
1
CORREIA, Henrique. Súmulas e OJs do TST comentadas e organizadas por assunto. – 7ª ed.– Salvador: JusPODIVM, 2016.
p. 675
2
Vide questão 10 desse material.
4
Da leitura da lei, verifica-se que o desrespeito do prazo de 10 dias (art. 477, §6º, CLT)
No entanto, em novembro de 2019, foi editada a Medida Provisória nº 905, cujo objetivo
foi instituir o contrato de trabalho Verde e Amarelo (falaremos mais à frente), bem como
alterar outros dispositivos da legislação trabalhista, dentre eles o §8º do art. 477 da CLT.
CLT, Art. 634-A (Redação dada pela MP 905/2019) - A aplicação das multas
administrativas por infrações à legislação de proteção ao trabalho observará os seguintes
critérios:
os seguintes valores:
a) de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 2.000,00 (dois mil reais), para as infrações de natureza
leve;
b) de R$ 2.000,00 (dois mil reais) a R$ 4.000,00 (quatro mil reais), para as infrações de
natureza média;
c) de R$ 3.000,00 (três mil reais) a R$ 8.000,00 (oito mil reais), para as infrações de
natureza grave; e
5
d) de R$ 4.000,00 (quatro mil reais) a R$ 10.000,00 (dez mil reais), para as infrações de
natureza gravíssima.
Nota-se, destarte, que o novel §8º do art. 477 manteve a multa devida ao empregado,
porém, alterou os parâmetros da multa administrativa aplicável pela fiscalização
trabalhista.
sua prova.
A dispensa sem justa causa pelo empregador também é conhecida por dispensa injusta
ou imotivada, uma vez que nenhuma das partes deu causa (ou motivo) para o rompimento
do vínculo empregatício.
Aviso prévio;
Saldo de salário;
6
A Lei 13.467/2017 (Reforma Trabalhista) equiparou os efeitos da dispensa imotivada
Com base na Súmula 314 do TST, se a rescisão contratual ocorrer no período de trinta
dias que antecede a data base, o empregado terá direito, ainda, a uma indenização
adicional no valor de um salário mensal reajustado, com reflexo nas parcelas rescisórias.
3
CLT, Art. 477-A - As dispensas imotivadas individuais, plúrimas ou coletivas equiparam-se para todos os fins, não havendo
necessidade de autorização prévia de entidade sindical ou de celebração de convenção coletiva ou acordo coletivo de
trabalho para sua efetivação.
7
contratual, mas sim de uma suspensão do pacto laboral, conforme visto no capítulo
anterior.
retorno ao serviço.
4
Vide questão 5 desse material.
8
Prática constante de jogos de azar.
Saldo de salários;
Férias vencidas.
Destarte, não terá direito ao aviso prévio, décimo terceiro salário e não poderá levantar
imediatamente o FGTS.
Você já pode ter ouvido falar dessa modalidade de rescisão do contrato de trabalho, ela
é comumente chamada de “justa causa do empregador”. Nesse caso, ainda que a conduta
tenha sido praticada pelo empregador, compete ao empregado prová-la, nos termos do caput
do art. 483, CLT.
rigor excessivo;
Empregado correr perigo manifesto de mal considerável;
5
Vide questão 9 desse material.
9
Caso o empregador ou seus prepostos ofendam fisicamente o empregado, salvo
Para enxergar melhor essa hipótese de rescisão, veja o seguinte caso hipotético: João é
motorista da empresa “A”, cujo diretor executivo é Francisco. Após descobrir que João,
dolosamente, ocasionou um acidente automobilístico durante o trabalho, que resultou na
De acordo com o entendimento do TST, para que a culpa recíproca seja configurada, as
duas partes devem cometer faltas graves e ter uma relação de causalidade, ou seja, uma
10
da culpa recíproca na rescisão do contrato de trabalho e, nos moldes da Súmula 14 do TST, o
empregado demitido terá direito a 50% do valor do aviso prévio, do décimo terceiro salário
e das férias proporcionais. Além disso, o empregado receberá metade da indenização do
Assim como a demissão sem justa causa, o pedido de demissão é caso de extinção
imotivada do contrato de trabalho. Tal forma cessação do vínculo de emprego configura um
receptícia e constitutiva, com efeitos imediatos, tão logo recebida pela parte adversa (efeitos
ex nunc). É direito potestativo da pessoa natural que presta serviços nos moldes
empregatícios. Direito potestativo (...) constitui aquela prerrogativa ou vantagem que se exerce
Saldo de salários;
Frisa-se que o empregado não fará jus ao aviso prévio, indenização, nem levantamento
dos depósitos do FGTS.
6
DELGADO, Maurício Godinho. Curso de Direito do trabalho/ Maurício Godinho Delgado. – 17ª ed. rev. atual. e ampl. – São
Paulo: Ltr, 2018. p. 1394.
11
Essa é uma das grandes inovações da Reforma Trabalhista. De acordo com o art. 484-A,
CLT, o contrato de trabalho poderá ser extinto por acordo entre empregado e empregador 7e,
nesse caso, serão devidas as seguintes verbas trabalhistas:
Por metade:
Aviso prévio, se indenizado;
Indenização sobre o saldo do FGTS.
Na integralidade:
Demais verbas trabalhistas.
Movimentação de 80% do FGTS.
O Art. 477-B da CLT, introduzido pela Reforma Trabalhista, regula tal modalidade de
extinção do contrato de trabalho:
7
Vide questão 8 desse material.
12
CLT, Art. 477-B. Plano de Demissão Voluntária ou Incentivada, para dispensa individual,
plúrima ou coletiva, previsto em convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, enseja
quitação plena e irrevogável dos direitos decorrentes da relação empregatícia, salvo
É essencial para a validade da adesão ao PDV que tal plano tenha sido previsto em
norma coletiva.
seja o plano amplamente divulgado no respectivo segmento laboral, com real e livre
adesão do empregado.
8
OJ nº 270, SDI-I, TST.
13
Veja, ainda, alguns dos entendimentos do TST importantes para a sua prova:
Extinção normal: ocorre quando o contrato atinge o seu termo. Por exemplo,
encerrado o prazo do contrato de experiência (máximo de 90 dias), restará cessada
aquela relação empregatícia e o trabalhador não fará jus a indenização ou aviso
prévio, mas apenas a saldo de salário, férias proporcionais (e vencidas) e 13º
proporcional.
Extinção antecipada:
14
Por iniciativa do empregador: serão devidos o saldo de salário, as férias
proporcionais (e vencidas) e 13º salário proporcional, além da indenização
prevista no art. 479 da CLT: 9
CLT, Art. 479 - Nos contratos que tenham termo estipulado, o empregador
que, sem justa causa, despedir o empregado será obrigado a pagar-lhe, a
termo do contrato.
da parte variável ou incerta dos salários será feito de acordo com o prescrito
para o cálculo da indenização referente à rescisão dos contratos por prazo
indeterminado.
9
Vide questão 10 desse material.
10
Vide questão 10 desse material.
15
CLT, Art. 481 - Aos por prazo determinado, que contiverem cláusula
asseguratória do direito recíproco de rescisão antes de expirado o termo
ajustado, aplicam-se, caso seja exercido tal direito por qualquer das partes, os
indenização.
11
Vide questão 10 desse material.
16
Com continuidade do empreendimento pelo sucessor: nesse caso, estaremos
diante da sucessão trabalhista, ou seja, os contratos de trabalho não serão
afetados. No entanto, poderá o empregado optar pela rescisão do contrato,
Contrato nulo:
17
Trabalhador na administração pública sem concurso público: sobre o tema,
vejamos o que estabelece a Súmula 363 do TST:
Força maior: o art. 501 da CLT conceitua a força maior como todo acontecimento
inevitável, em relação à vontade do empregador, e para a realização do qual este
não concorreu direta ou indiretamente. Na hipótese de o motivo de força maior
Inicialmente, saiba que o aviso prévio é direito fundamental social dos trabalhadores,
nos termos do art. 7º, XXI, CF. Nos contratos de trabalho por prazo indeterminado, quando
uma das partes, desejar rescindir o vínculo de emprego, é preciso que seja dado um tempo
razoável a fim de que a outra parte adote as medidas necessárias. No caso da iniciativa do
obreiro, permitirá que o empregador busque novo empregado para ocupar o posto que se
tornará vago.
houver a comunicação, a parte que lhe deu causa deverá indenizar a outra da seguinte forma:
por justa causa durante o período de aviso prévio, perderá o direito ao respectivo prazo, de
acordo com o art. 491 da CLT.13 Por outro lado, se o empregador, durante o prazo do aviso
prévio praticar ato que justifique a rescisão indireta, sujeita-se ao pagamento da remuneração
correspondente ao prazo do referido aviso, sem prejuízo da indenização que for devida, nos
termos do art. 490 consolidado.
Art. 1º O aviso prévio, de que trata o Capítulo VI do Título IV da Consolidação das Leis
do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, será
12
Vide questão 4 desse material.
13
Vide questão 7 desse material
19
concedido na proporção de 30 (trinta) dias aos empregados que contem até 1 (um) ano de
Parágrafo único. Ao aviso prévio previsto neste artigo serão acrescidos 3 (três) dias por
ano de serviço prestado na mesma empresa, até o máximo de 60 (sessenta) dias, perfazendo
um total de até 90 (noventa) dias.
Redação um pouco complicada, não é? Vamos sistematizar para ficar mais fácil a
visualização:
Sobre a proporcionalidade do aviso prévio, destaque-se que esta não se aplica ao pedido
de demissão, ou seja, caso o empregado decida por findar o pacto empregatício, o
tomador de serviços não terá direito ao aviso prévio proporcional, uma vez que este
Súmula nº 380 do TST. AVISO PRÉVIO. INÍCIO DA CONTAGEM. ART. 132 DO CÓDIGO
CIVIL DE 2002. Aplica-se a regra prevista no "caput" do art. 132 do Código Civil de 2002 à
contagem do prazo do aviso prévio, excluindo-se o dia do começo e incluindo o do
vencimento. (ex-OJ nº 122 da SBDI-1 - inserida em 20.04.1998)
Aviso prévio cumprido em casa: modalidade não mais admitida pela doutrina,
nem pela jurisprudência trabalhista, nesse caso, o empregado cumpria o aviso em
CLT, Art. 489 - Dado o aviso prévio, a rescisão torna-se efetiva depois de expirado o
respectivo prazo, mas, se a parte notificante reconsiderar o ato, antes de seu termo, à outra
parte é facultado aceitar ou não a reconsideração.
Assim, para que haja a referida retratação, deve-se ocorrer durante o prazo do aviso
prévio, de forma bilateral, pois a outra parte pode aceitar ou não, tendo como consequência
a continuidade do contrato de trabalho como se o aviso prévio não tivesse sido dado.
Por fim, trouxemos alguns entendimentos do TST acerca do aviso prévio, os quais
podem ser objeto de cobrança em provas de concurso:
14
Vide questões 6 e 10 desse material.
15
Súmula 230 do TST.
21
Súmula 44 - AVISO PRÉVIO. A cessação da atividade da empresa, com o pagamento
da indenização, simples ou em dobro, não exclui, por si só, o direito do empregado ao aviso
prévio.
OJ nº 82, SDI-I - AVISO PRÉVIO. BAIXA NA CTPS. A data de saída a ser anotada na
CTPS deve corresponder à do término do prazo do aviso prévio, ainda que indenizado.
CLT.
partir do registro da candidatura e se eleito, até um ano após o final do mandato, salvo de
16
cometer falta grave. Essa garantia no emprego abrange também os suplentes. Nesse sentido,
16
Vide questão 1 desse material.
22
Caso o empregador não proponha a ação, o ato de dispensa será nulo. Contados da
suspensão do empregado pela prática de falta grave, o empregador deverá propor o inquérito
em até 30 dias, conforme arts. 494 e 853, CLT. Sobre o tema, vide Súmula 197, STF e Súmula
379, TST.
O art. 543, §5º, CLT prevê que a comunicação ao empregador deve ocorrer em até 24
horas, contados do registro da candidatura. Ocorre que, preleciona a Súmula 369, I, TST que é
previsto no art. 543, §5º, CLT, desde que a ciência ao empregador, por qualquer meio, ocorra
na vigência do contrato de trabalho.
Somado a isso, nos termos da Súmula 369, II, TST, a garantia no emprego fica limitada
no emprego subsiste?
17
Vide questão 2 desse material
23
4.12.2 Empregado diretor de cooperativa
Aos empregados eleitos para o cargo de diretores de sociedades cooperativas deve ser
assegurada a garantia concedida aos dirigentes sindicais, conforme art. 543, CLT.
Dessa forma, eles só poderão ser dispensados caso pratiquem falta grave devidamente
apurada em inquérito.
Nesse tema, é necessário ter bastante atenção ao disposto na OJ 253, SDI-1, TST, pois é
uma pegadinha bem recorrente! Veja: o TST entende que os suplentes para o cargo de
diretor de sociedade cooperativa não possuem a garantia de emprego.
Acidentes - CIPA
Nos termos do art. 165, CLT, os titulares da representação dos empregados nas CIPAs
O suplente também possui a garantia, nos moldes da Súmula 676, STF e Súmula 339,
TST. A estabilidade provisória do membro da CIPA não constitui vantagem pessoal, consiste
em proteção ao empregado para o desempenho das suas atividades. Sendo assim, caso o
24
Agora reforce sua atenção para não cair em uma famosa pegadinha: apenas o trabalhador
eleito pelos empregados para a CIPA possui garantia de emprego, o empregado indicado
pelo empregador não possui, ok? É o que dispõe o art. 543, §3º, CLT.
O art. 10, II, “b” do ADCT dispõe que é vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa
da empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto.
25
Nos moldes do art. 391-A, CLT, a confirmação da gravidez no prazo do aviso prévio
parágrafo único do art. 391-A, CLT dispõe que tal direito se estende ao adotante.
De acordo com o art. 118, Lei 8.213/91, o segurado que sofreu acidente do trabalho tem
garantia no emprego, pelo prazo mínimo de doze meses, após a cessação do auxílio doença
acidentário. Perceba que a parte final do mencionado artigo dispõe que a garantia independe
da percepção do auxílio acidente.
Ocorre que, nos termos da Súmula 378, II, TST, são pressupostos para a concessão da
Doutrina e jurisprudência entendem que devem ser preenchidos três requisitos para a
concessão da garantia do emprego. Vejamos: acidente típico (nos termos do art. 19, Lei
8.213/91), moléstias profissionais ou do trabalho (art. 20, Lei 8.213/91) ou eventos equiparados
ao acidente do trabalho (art. 21, Lei 8.213/91); bem como a cessação do benefício
Lembre-se de que nos termos da Súmula 378, III, TST, o empregado submetido a
Por fim, atente para o disposto na Súmula 396, TST. Destarte, o ajuizamento de ação
no art. 7º, XXIX, da CF/88, sendo devida a indenização desde a dispensa até a data do término
do período de estabilidade.
26
Representante dos empregados em Comissão de Conciliação Prévia – CPP: as
CCP’s são instituídas com a finalidade de conciliar conflitos individuais de trabalho
surgidos entre as partes do pacto empregatício.
De acordo com o art. 625-B da CLT, é vedada a dispensa dos representantes dos
empregados membros da Comissão de Conciliação Prévia, titulares e suplentes,
até um ano após o final do mandato, salvo se cometerem falta grave, nos termos
da lei.
de processo judicial.
Art. 3º, §9º - Aos membros do Conselho Curador, enquanto representantes dos
trabalhadores, efetivos e suplentes, é assegurada a estabilidade no emprego, da
nomeação até um ano após o término do mandato de representação, somente
podendo ser demitidos por motivo de falta grave, regularmente comprovada através
de processo sindical.
18
Vide questão 3 desse material.
27
causem estigma ou preconceito, garante a esses empregados o direito à
reintegração no emprego. 19
CLT, Art. 510-D, § 3º - Desde o registro da candidatura até um ano após o fim do
mandato, o membro da comissão de representantes dos empregados não poderá
sofrer despedida arbitrária, entendendo-se como tal a que não se fundar em motivo
disciplinar, técnico, econômico ou financeiro.
19
Súmula nº 443 do TST. DISPENSA DISCRIMINATÓRIA. PRESUNÇÃO. EMPREGADO PORTADOR DE DOENÇA GRAVE.
ESTIGMA OU PRECONCEITO. DIREITO À REINTEGRAÇÃO. Presume-se discriminatória a despedida de empregado portador do
vírus HIV ou de outra doença grave que suscite estigma ou preconceito. Inválido o ato, o empregado tem direito à
reintegração no emprego.
28
QUADRO SINÓTICO
Dispensa por justa causa sim sim não não não não
do empregado
Dispensa por justa causa sim sim sim sim sim sim
do empregador
Extinção por acordo sim sim sim 1/2 1/2 Até 80%
(distrato) (indenizado)
29
Extinção normal do sim sim sim não não sim
contrato a termo
do
contrato a Pelo
termo empregado
sim sim sim não não não
PF
30
Extinção da empresa sim sim sim sim sim sim
31
QUESTÕES COMENTADAS
Questão 1
(CESPE– 2019 – PGM – Campo Grande – MS – Procurador Municipal) Com relação à estabilidade
e à garantia provisória de emprego, ao direito de greve e a serviços essenciais, julgue o item
Assertiva: Esse empregado adquiriu o direito à estabilidade desde a data de sua eleição.
Comentário:
Errado. Conforme visto, a CLT, em seu art. 543, §3º assegura a estabilidade do empregado a partir do
momento do registro da sua candidatura a cargo de direção ou representação sindical, até 1 (um)
ano após o final do seu mandato. Assim, o erro da questão está em afirmar que a estabilidade do
empregado teve início com a sua eleição para a presidência do sindicato, quando, na verdade, restou
Questão 2
(CESPE– 2019 – PGM – Campo Grande – MS – Procurador Municipal) Com relação à estabilidade e à
aplicada aos que exercem cargo de direção nos sindicatos e que tenham sido submetidos a
processo eletivo.
32
Comentário:
Correto. A afirmativa está de acordo com o que dispõe a OJ nº 369, SDI-I, do TST: o delegado sindical
não é beneficiário da estabilidade provisória prevista no art. 8º, VIII, da CF/1988, a qual é dirigida,
exclusivamente, àqueles que exerçam ou ocupem cargos de direção nos sindicatos, submetidos a
processo eletivo.
Questão 3
(CESPE– 2019 – PGM – Campo Grande – MS – Procurador Municipal) No que se refere a rescisão de
Comentário:
Certo. Trata-se da garantia dada aos empregados portadores de doença grave. Eis o
entendimento do TST:
no emprego.
Questão 4
(IADES - 2019 – CRN 3ª Região (SP e MS) – Advogado - adaptada) A respeito da jurisprudência, de
Comentário:
Errado. De acordo com o entendimento firmado na Súmula 276 do TST, o direito ao aviso
prévio é irrenunciável pelo empregado. Ademais, o pedido de dispensa do cumprimento não
33
exime o empregador de pagar o respectivo valor, salvo comprovação de haver o prestador
Questão 5
Essa demissão é
D) válida, pois o empregado praticou ato de desídia ao dormir em serviço, ante as atribuições
de sua função.
E) inválida, pois o empregador deveria aplicar penas gradativas antes da ruptura do contrato.
Comentário:
Alternativa correta: D. Conforme estudado por nós, a desídia constitui ato de desleixo, falta de
atenção e foi o que ocorreu no caso do enunciado. Veja o que dispõe o art. 482, alínea “e” da
CLT:
Art. 482 - Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo empregador:
(...)
Assim, resta clara a validade da demissão do empregado segurança por justa causa.
34
Questão 6
O horário normal de trabalho do empregado, durante o prazo do aviso, será reduzido de 2 (duas)
Comentário:
Correto, nos termos do art. 448 da CLT:
CLT, Art. 488 - O horário normal de trabalho do empregado, durante o prazo do aviso, e se a
rescisão tiver sido promovida pelo empregador, será reduzido de 2 (duas) horas diárias, sem
Questão 7
(IBFC – 2019 – MGS – Advogado – adaptada) O empregado que, durante o prazo do aviso
prévio, cometer qualquer das faltas consideradas pela lei como justas para a rescisão, receberá
Comentário:
Errado. Nesse caso, o empregado perderá o direito ao restante do respectivo prazo, nos
Questão 8
(IAUPE/UPENET – 2019 – UPE - Advogado) O contrato de trabalho poderá ser extinto por
acordo entre empregado e empregador, caso em que serão devidas as seguintes verbas
trabalhistas:
35
D) pela metade, a indenização sobre o saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e na
integralidade, as demais verbas trabalhistas, contudo não terá direito a aviso prévio.
Comentário:
CLT, Art. 484-A - O contrato de trabalho poderá ser extinto por acordo entre empregado e
empregador, caso em que serão devidas as seguintes verbas trabalhistas:
I - por metade:
Questão 9
A) poderá ser decretada a despedida por justa causa de Orlando, desde que haja previsão no
contrato de trabalho.
36
E) a perda da habilitação não constitui motivo para dispensa por justa causa.
Comentário:
Alternativa correta: B. Trata-se de hipótese de demissão por justa causa prevista na alínea “m”
do art. 482 da CLT:
CLT, Art. 482 - Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo empregador:
Questão 10
B) Havendo termo estipulado, o empregado não se poderá desligar do contrato, sem justa
causa, sob pena de ser obrigado a indenizar o empregador dos prejuízos que desse fato lhe
resultarem.
instrumento de rescisão ou recibo de quitação deverão ser efetuados até trinta dias contados
a partir do término do contrato.
E) Nos contratos que tenham termo estipulado, o empregador que, sem justa causa, despedir
o empregado, será obrigado a pagar-lhe, a título de indenização, o valor total da remuneração
a que teria direito até o termino do contrato.
37
Comentário:
Alternativa A. Incorreto. Vimos que a cessação da atividade da empresa por morte do empregador, o
empregado receberá as mesmas verbas devidas da dispensa sem justa causa, quais sejam:
CLT, Art. 485 - Quando cessar a atividade da empresa, por morte do empregador, os
empregados terão direito, conforme o caso, à indenização a que se referem os art. 477 e 497.
CLT, Art. 480 - Havendo termo estipulado, o empregado não se poderá desligar do contrato,
sem justa causa, sob pena de ser obrigado a indenizar o empregador dos prejuízos que desse
Alternativa C. Incorreta. A redução da jornada, nesse caso, será de 2 horas diárias e não de 4
horas, como trouxe a questão.
Fundamento: CLT, Art. 488 - O horário normal de trabalho do empregado, durante o prazo do
aviso, e se a rescisão tiver sido promovida pelo empregador, será reduzido de 2 (duas) horas
diárias, sem prejuízo do salário integral.
38
CLT, Art. 479 - Nos contratos que tenham termo estipulado, o empregador que, sem justa
causa, despedir o empregado será obrigado a pagar-lhe, a titulo de indenização, e por
39
GABARITO
Questão 1 - Errado
Questão 2 – Certo
Questão 3 - Certo
Questão 4 – Errado
Questão 5 – D
Questão 6 - Certo
Questão 7 - Errado
Questão 8 – C
Questão 9 – B
Questão 10 - B
40
LEGISLAÇÃO COMPILADA
Aviso prévio
Estabilidade no emprego
41
JURISPRUDÊNCIA
Ação rescisória. Violação do art. 37, II, da CF. Configuração. Sociedade de economia
mista. Emprego público em comissão. Direito ao pagamento de férias proporcionais
Estabilidade no emprego
212)
42
Incidente de Assunção de Competência. “Tema nº 0002 – Gestante. Trabalho
Vieira de Mello Filho, relator, Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, revisor, Lelio
Bentes Corrêa, Mauricio Godinho Delgado, Kátia Magalhães Arruda, Augusto César Leite
de Carvalho, José Roberto Freire Pimenta, Cláudio Mascarenhas Brandão e Maria Helena
Mallmann. Também por maioria, o Tribunal Pleno rejeitou a questão de ordem suscitada
pelo Ministro Cláudio Mascarenhas Brandão quanto à modulação dos efeitos da
decisão. Vencidos, nesse ponto, os Ministros Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, Alberto
Luiz Bresciani de Fontan Pereira, Mauricio Godinho Delgado, Kátia Magalhães Arruda,
José Roberto Freire Pimenta, Cláudio Mascarenhas Brandão e Maria Helena Mallmann.
indisponibilidade absoluta, assegurado à gestante pelo art. 10, II, "b", do ADCT. Da
mesma forma, também padece de nulidade cláusula de norma coletiva que permite a
substituição da garantia de emprego do empregado reabilitado por indenização do
pelo art. 7º, VI, da CF. Sob esses fundamentos, a SDC, por maioria, conheceu do recurso
ordinário e, no mérito, negou-lhe provimento. Vencido o Ministro Ives Gandra Martins
Filho.
43
TST-ReeNec e RO-884-55.2015.5.01.0000, SBDI-II, rel. Min. Maria Helena Mallmann,
red. p/ acórdão Min. Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, 12.6.2018 (Info 180)
Execução do TRT da 1ª Região não é ato simplesmente opinativo, mas tem aptidão para
autorizar a penhora imediata de numerário em conta bancária da impetrante em
processos nos quais ela não figura como executada, é evidente a ocorrência de lesão
patrimonial cuja reparação não pode aguardar o julgamento de eventuais embargos à
opinativo.
44
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARROS, Alice Monteiro de. Curso de direito do trabalho. 5ª ed. São Paulo: Ltr, 2009.
CARRION, Valentin. Comentários à Consolidação das Leis do Trabalho. 37ª ed. Atualizada
LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito do Trabalho. 9ª ed. São Paulo: Saraiva, 2018.
NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Iniciação ao Direito do Trabalho. 37ª ed. São Paulo: LTr,
2012.
RENZETTI, Rogério. Direito do Trabalho para Concursos – Teoria e questões práticas. 5ª ed.
Método, 2018.
RODRIGUEZ, Américo Plá. Princípios de Direito do Trabalho. 3ª. ed. atual. São Paulo: LTr,
2000.
ROMAR, Carla Tereza Martins. Direito do Trabalho Esquematizado. 5ª ed. São Paulo: Saraiva,
2018.
45
OAB
Direito do Trabalho
Capítulo 5
SUMÁRIO
5.2 Terceirização................................................................................................................................................................. 2
GABARITO .......................................................................................................................................................................... 23
LEGISLAÇÃO COMPILADA........................................................................................................................................... 24
JURISPRUDÊNCIA ............................................................................................................................................................. 25
1
DIREITO DO TRABALHO
Capítulo 5
5.1 Introdução
Tais institutos estão previstos na Lei 6.019/74, a qual sofreu alterações significativas com o
advento das leis 13.429/2017 e 13.467/2017 (Reforma Trabalhista).
5.2 Terceirização
estendam a este laços justrabalhistas, que se preservam fixados com uma entidade
interveniente.”1
Dessa forma, contrata-se uma empresa que possui pessoal próprio (empresa
prestadora de serviços), que passa a prestar os serviços que normalmente seriam
Tem-se, assim, uma relação trilateral, da qual fazem parte o empregado, a empresa
1
DELGADO, Maurício Godinho. Curso de Direito do trabalho/ Maurício Godinho Delgado. – 17ª ed. rev. atual. e ampl. – São
Paulo: Ltr, 2018. p. 534.
2
tomadora, mas sempre por intermédio da empresa terceirizante, não havendo contratação
direta.
empresa tomadora de serviços, que recebe a prestação de labor, mas não assume a posição
clássica de empregadora desse trabalhador envolvido”. 2
TOMADOR DE SERVIÇOS
EMPRESA EMPREGADO
PRESTADORA DA PRESTADORA
DE SERVIÇOS
terceirizado e a empresa tomadora dos serviços. Ou seja, esses trabalhadores não possuem
vínculo empregatício com a contratante, mas tão somente com a empresa prestadora de
serviços.
2
DELGADO, Maurício Godinho. Op. cit. p. 534.
3
Cumpre-nos abordar a diferença entre a terceirização lícita e a ilícita.
empresa tomadora.
3
DELGADO, Maurício Godinho. Op. cit. p. 556.
4
Ademais, você verá que um dos requisitos para o funcionamento da empresa prestadora
Analisemos, agora, alguns pontos sobre a terceirização importantes para a sua prova.
Nos termos do art. 4º-A, da Lei 6.019/74, a prestadora de serviços caracteriza-se por ser
pessoa jurídica de direito privado com capacidade econômica compatível com sua execução. 4
mudanças trazidas pela Reforma Trabalhista, uma vez que, anteriormente, permitia-se (por
meio da Súmula 331 do TST5) somente a terceirização de serviços especializados ligados à
tomadora.
Inscrição no CNPJ;
seguintes parâmetros:
4
Vide questão 9 desse material.
5
Súmula nº 331 do TST. CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. LEGALIDADE. (...) III - Não forma vínculo de emprego
com o tomador a contratação de serviços de vigilância (Lei nº 7.102, de 20.06.1983) e de conservação e limpeza, bem como a
de serviços especializados ligados à atividade-meio do tomador, desde que inexistente a pessoalidade e a subordinação
direta.
6
Vide questão 10 desse material.
5
Número de empregados Capital mínimo
O art. 5º-A da Lei 6.019/74 define a empresa contratante como pessoa física ou
jurídica que celebra contrato com empresa de prestação de serviços, relacionados a
Nos termos do §2º do art. 5º-A, poderão ser executados nas instalações físicas da
empresa contratante ou em outro local, de comum acordo entre as partes.
Além disso, a empresa contratante será responsável por garantir a segurança, a higiene
7
Vide questões 1 e 5 desse material.
6
De acordo com o º4º do artigo 5º-A, a contratante poderá (faculdade) estender ao
contratante, serão assegurados aos empregados terceirizados8, nos moldes do art. 4º-C:
Treinamento adequado;
O TST vinha entendendo que os terceirizados tinham direito à isonomia salarial com os
empregados da tomadora de serviços. No entanto, o art. 4º-C, §1º da Lei 6.019/74 estabeleceu
ser faculdade da contrante equiparar os salários:
que os empregados da contratada farão jus a salário equivalente ao pago aos empregados
da contratante, além de outros direitos não previstos neste artigo.
8
Vide questão 3 desse material.
7
Quando houver empregados da prestadora de serviços em número superior a 20% (vinte
por cento) dos empregados da contratante, poderá ser disponibilizado àqueles
atendimento.
Art. 5o-C - Não pode figurar como contratada, nos termos do art. 4o-A desta Lei, a
pessoa jurídica cujos titulares ou sócios tenham, nos últimos dezoito meses, prestado
Art. 5o-D - O empregado que for demitido não poderá prestar serviços para esta
mesma empresa na qualidade de empregado de empresa prestadora de serviços antes do
9
Vide questão 4 desse material.
8
5.3 Trabalho temporário
Nos termos do art. 2º da Lei 6.019/74, trabalho temporário é aquele prestado por
pessoa física contratada por uma empresa de trabalho temporário que a coloca à disposição
Assim como no caso da terceirização, aqui teremos uma relação trilateral entre a
empresa de trabalho temporário, a empresa tomadora de serviços e o trabalhador. Contudo,
TOMADOR DE SERVIÇOS
EMPRESA TRABALHADOR
DE TRABALHO TEMPORÁRIO
TEMPORÁRIO
É importante destacar que o trabalho temporário não se confunde com o contrato por
prazo determinado. Isso porque, enquanto o trabalho temporário é regido por uma relação
jurídica trilateral, no contrato a prazo determinado não existe empresa de trabalho temporário
intermediando a mão de obra; ao contrário, será a própria empresa tomadora que irá
contratar o empregado.
9
prazo; b) atividades empresariais de caráter transitório e; c) contrato de experiência. Por
prevê:
10
Vide questão 8 desse material.
10
Inscrição no CNPJ;
segurança, higiene e salubridade dos trabalhadores, quando o trabalho for realizado em suas
dependências ou em local por ela designado.
11
Vide questão 2 desse material.
11
Quanto à responsabilidade pelos créditos trabalhistas, a lei determina que, em regra,
prorrogado por até 90 dias12, consecutivos ou não, quando comprovada a manutenção das
mesmas condições que ensejaram a contratação.
Ou seja, o mesmo trabalhador temporário somente poderá voltar a prestar serviços para a
tomadora após 90 dias do término do contrato anterior. Em caso de descumprimento dessa
quarentena, a lei 6.019/74 determina que será formado vínculo direto do trabalhador com a
tomadora de serviços.
A resposta é não.
Art. 11, parágrafo único - Será nula de pleno direito qualquer cláusula de reserva,
12
Vide questão 7 desse material.
12
Caso o tomador de serviços decida contratar diretamente com o trabalhador temporário
que lhe prestava serviços, não poderá celebrar contrato de experiência com esse obreiro.
13
maio de 1943.
Férias proporcionais;
13
Vide questão 6 desse material.
13
Adicional noturno;
Proteção previdenciária.
Finalizamos aqui os principais pontos a serem estudados para a sua prova sobre a Lei
6.019/74.
14
QUADRO SINÓTICO
LEI 6.019/74
serviços varia de R$10 mil a 250 mil, de temporário é de, no mínimo, R$100 mil.
acordo com a quantidade de empregados.14
14
Vide tabela das páginas 6 e 7 desse material.
15
QUESTÕES COMENTADAS
Questão 1
O tomador de serviços somente poderá ser responsabilizado subsidiariamente pelo não cumprimento
de obrigações trabalhistas por parte do empregador quando tiver participado da relação processual e
Comentário:
Questão 2
16
Comentário:
Correto. Assim como na questão anterior, a banca trouxe o entendimento da Súmula 331, item II do
TST:
emprego com os órgãos da Administração Pública direta, indireta ou fundacional (art. 37, II, da
CF/1988).
Questão 3
(IESES- 2019 – SCGás – Advogado - adaptada) A respeito das novas regras advindas da
terceirização disciplinadas nas Leis 13.429/17 e 13.467/17:
Comentário:
Errado. O art. 4º-C da Lei 6.019/74 determina que tais direitos são assegurados aos
Art. 4-C. São asseguradas aos empregados da empresa prestadora de serviços a que se refere
o art. 4-A desta Lei, quando e enquanto os serviços, que podem ser de qualquer uma das
condições:
I - relativas a:
17
d) treinamento adequado, fornecido pela contratada, quando a atividade o exigir.
Questão 4
(IESES- 2019 – SCGás – Advogado - adaptada) A respeito das novas regras advindas da
terceirização disciplinadas nas Leis 13.429/17 e 13.467/17:
O empregado que for demitido da empresa contratante não poderá prestar serviços para esta
sua demissão.
Comentário:
Errado. Trata-se da quarentena de 18 meses aplicada ao empregado demitido pela empresa
contratante. Tal medida busca evitar a demissão e recontratação de mão de obra terceirizada,
ferindo o princípio da continuidade da relação do emprego.
Questão 5
(IESES- 2019 – SCGás – Advogado - adaptada) A respeito das novas regras advindas da
A contratante é a pessoa física ou jurídica que celebra contrato com empresa de prestação de
serviços relacionados a quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade principal, sendo
Comentário:
Errado. A responsabilidade será subsidiária, nos termos do §5º do art. 5º da Lei 6.019/74:
18
Art. 5-A. §5º. A empresa contratante é subsidiariamente responsável pelas obrigações
de 1991.
Questão 6
Comentário:
Errado. Ao contrário, não se aplica, nos termos do art. 10, §4º da Lei 6.019/74:
Art. 10, § 4o Não se aplica ao trabalhador temporário, contratado pela tomadora de serviços,
o contrato de experiência previsto no parágrafo único do art. 445 da Consolidação das Leis do
Questão 7
O contrato poderá ser prorrogado por até sessenta dias, consecutivos ou não, além do prazo
estabelecido no contrato original, quando comprovada a manutenção das condições que o
ensejaram.
Comentário:
Errado. Nesse caso, a lei prevê a possibilidade de prorrogação por até 90 dias.
19
Questão 8
Comentário:
Questão 9
(FCC - 2018 – Câmara Legislativa do Distrito Federal – Consultor Legislativo) Pelo marco
legal hoje vigente em relação à terceirização, o contratante é definido como a pessoa física ou
jurídica que celebra contrato com empresa de prestação de serviços determinados e
específicos. Segundo a lei,
por ela.
segurança, higiene e salubridade dos trabalhadores quando o trabalho for realizado nas
dependências da contratante.
20
Comentário:
Alternativa A. Errada. Não existe essa vedação na Lei 6.019/74. Pelo contrário, a Reforma
salubridade dos trabalhadores, quando o trabalho for realizado em suas dependências ou local
previamente convencionado em contrato.
julho de 1991 .
Questão 10
Quanto à terceirização,
21
Comentário:
Errado. De acordo com a Lei 6.019/74, o capital mínimo para empresas com mais de 20 até 50
empregados é de R$ 45 mil.
22
GABARITO
Questão 1 – Certo
Questão 2 - Certo
Questão 3 – Errado
Questão 4 – Errado
Questão 5 – Errado
Questão 6 – Errado
Questão 7 – Errado
Questão 8 – Correto
Questão 9 - E
Questão 10 - Errado
23
LEGISLAÇÃO COMPILADA
Lei 6.019/1974;
Súmula do TST: 331.
24
JURISPRUDÊNCIA
Terceirização
parágrafo único, da CF. Vencidos os Ministros Mauricio Godinho Delgado, Kátia Magalhães
Arruda, Maria de Assis Calsing e Fernando Eizo Ono.
25
da Lei nº 8.978/95 e a remessa dos autos ao Tribunal Pleno. Na hipótese, a Energisa Mato
Grosso – Distribuidora de Energia S.A. ajuizou reclamação contra decisão da Quarta Turma
que, ao analisar recurso de revista, declarou a ilicitude da terceirização de atividades na área
proferida, o Ministro Alexandre de Moraes consignou que, embora a Turma do TST não tenha
declarado expressamente a inconstitucionalidade incidental, afastou a aplicação da Lei nº
8.978/95 sem a incidência do art. 97 da CF, em desrespeito à cláusula de reserva de plenário
cláusulas de termo aditivo de convenção coletiva de trabalho que proíbem aos condomínios
residenciais e comerciais a contratação de mão de obra terceirizada para a execução de
serviços definidos pelas partes como atividade fim (zelador, garagista, porteiro, trabalhador de
serviços gerais e faxineiro). Na espécie, registrou-se que as normas firmadas pelos
representadas, sem imposição direta a terceiros. Sob esses fundamentos, a SDC, por maioria,
conheceu dos recursos ordinários e, no mérito, negou-lhes provimento para manter a decisão
26
do Tribunal Regional que julgara improcedente a ação anulatória. Vencidos os Ministros
Emmanoel Pereira, Aloysio Corrêa da Veiga, Ives Gandra Martins Filho e Dora Maria da Costa.
serviços, identificada no objeto social do contrato social das empresas envolvidas. Nessa linha
de argumentação, entendia-se que a contratação de trabalhadores por empresa interposta
seria ilegal, formando-se o vínculo empregatício diretamente entre o empregado contratado e
(art. 170, IV), a dignidade da pessoa humana (art. 1º), os direitos trabalhistas assegurados pela
Constituição Federal (art. 7º), o direito de acesso do trabalhador à previdência social, à
RE nº 958.252, fixou a seguinte tese jurídica: “É lícita a terceirização ou qualquer outra forma
de divisão do trabalho entre pessoas jurídicas distintas, independentemente do objeto social
27
para todo o Poder Judiciário: “1. É lícita a terceirização de toda e qualquer atividade, meio ou
3. A jurisprudência então caminhava no sentido de que a previsão do art. 94, II, da Lei
9.472/97, segundo o qual, “no cumprimento de seus deveres, a concessionária poderá,
observadas as condições e limites estabelecidos pela Agência: (...) contratar com terceiros o
pela tomadora dos serviços de trabalhadores para exercer tarefas ligadas à sua atividade-fim,
sob pena de caracterização de terceirização ilícita de mão-de-obra. 4. Em 11.10.2018,
entretanto, o c. STF, examinando o Tema nº 739 da Tabela de Repercussão Geral –
possibilidade de recusa de aplicação do art. 94, II, da Lei 9.472/1997, em razão dos termos da
Súmula 331/TST, sem observância da regra de reserva de plenário -, nos autos do ARE nº
791.932, fixou a seguinte tese: “É nula a decisão de órgão fracionário que se recusa a aplicar o
art. 94, II, da Lei 9.472/1997, sem observar a cláusula de reserva de Plenário (CF, art. 97),
por empresa interposta e para exercer indiscriminadamente atividades ligadas à área fim ou
meio das empresas, não se configurando em tais circunstâncias relação de emprego entre a
assumidas pela empresa contratada, bem como pelas obrigações previdenciárias, na forma do
art. 31 da Lei 8.212/1993, além de firmar que é plenamente possível a terceirização de
atividades precípuas das concessionárias de serviços de telecomunicações. 6. Na hipótese dos
autos, o eg. Tribunal Regional concluiu que a terceirização de serviços se deu de forma lícita,
de modo que não reconheceu o vínculo empregatício diretamente com os tomadores de
28
TST-E-ED-RR-39900-49.2007.5.24.0002, SBDI-I, rel. Min. Luiz Philippe Vieira de Mello
ou de qualquer outra forma de divisão do trabalho entre pessoas jurídicas distintas. Ressalte-
se, todavia, que embora o STF tenha prestigiado os princípios da legalidade, da livre iniciativa,
serviços, sem registrar qualquer particularidade que distinguisse o caso dos precedentes
firmados pela Suprema Corte. Assim, a SBDI-I, por unanimidade, conheceu dos embargos, por
29
Trabalho temporário
Lojas Renner S.A. Comissões. Alteração no cálculo. Pagamento exclusivo aos trabalhadores
efetivos, considerando o total de vendas efetuadas por efetivos e temporários. Dedução
por eles e pelos auxiliares de venda temporários, deduzido o montante gasto com a
contratação dos temporários. No caso, não há falar em alteração contratual lesiva, nem em
esses fundamentos, a SBDI-I, por maioria, conheceu dos embargos, por divergência
jurisprudencial, vencidos os Ministros Maria Cristina Irigoyen Peduzzi, Renato de Lacerda Paiva,
Guilherme Augusto Caputo Bastos e Márcio Eurico Vitral Amaro. No mérito, também por
Mello Filho, red. p/ acórdão Min. Maria Cristina Irigoyen Peduzzi, 18.11.2019 (Info
212)
30
Pleno, por maioria, definiu a seguinte tese jurídica para o Tema de Incidente de Assunção de
Transitórias. Vencidos os Ministros Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, relator, Alberto Luiz
Bresciani de Fontan Pereira, revisor, Lelio Bentes Corrêa, Mauricio Godinho Delgado, Kátia
Magalhães Arruda, Augusto César Leite de Carvalho, José Roberto Freire Pimenta, Cláudio
Mascarenhas Brandão e Maria Helena Mallmann. Também por maioria, o Tribunal Pleno
rejeitou a questão de ordem suscitada pelo Ministro Cláudio Mascarenhas Brandão quanto à
modulação dos efeitos da decisão. Vencidos, nesse ponto, os Ministros Luiz Philippe Vieira de
Mello Filho, Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, Mauricio Godinho Delgado, Kátia
Magalhães Arruda, José Roberto Freire Pimenta, Cláudio Mascarenhas Brandão e Maria Helena
Mallmann.
empresa de trabalho temporário firmaram contrato cujo objeto era o fornecimento de mão de
obra temporária, com base na Lei n.º 6.019/74, para atendimento de necessidades transitórias
temporário somente pode ser formalizado para atender à necessidade transitória de pessoal
regular e permanente ou ao acréscimo extraordinário de serviços, o que não ocorreu na
hipótese dos autos. Assim, o reconhecimento da fraude decorreu da contratação irregular de
trabalhadores temporários que, na verdade, não preenchia os requisitos da Lei n.º 6.019/74, e,
uma vez alterada a finalidade da citada norma, o imperativo é o reconhecimento do vínculo
31
de emprego com o verdadeiro beneficiário dos serviços, ou seja, com a agravante. Há,
portanto, visível distinção entre o caso concreto e o analisado pelo STF (APDF 324/DF e RE
958252/MG), que reconheceu a licitude da terceirização das atividades meio ou fim das
na decisão agravada, impõe-se a multa prevista no art. 1.021, § 4.º, do CPC/2015. Agravo
conhecido e não provido.
32
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARROS, Alice Monteiro de. Curso de direito do trabalho. 5ª ed. São Paulo: Ltr, 2009.
LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito do Trabalho. 9ª ed. São Paulo: Saraiva, 2018.
NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Iniciação ao Direito do Trabalho. 37ª ed. São Paulo: LTr,
2012
RENZETTI, Rogério. Direito do Trabalho para Concursos – Teoria e questões práticas. 5ª ed.
Método, 2018.
RODRIGUEZ, Américo Plá. Princípios de Direito do Trabalho. 3ª. ed. atual. São Paulo: LTr,
2000.
ROMAR, Carla Tereza Martins. Direito do Trabalho Esquematizado. 5ª ed. São Paulo: Saraiva,
2018.
33
Direito do
Trabalho
Esse material será complementado nas
próximas semanas com os capítulos 6 a 10 que
estão em fase de conclusão.
Bons estudos!