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Aula 2º

SUJEITOS DA RELAÇÃO DE
EMPREGO

Olá pessoal! Vamos dar continuidade ao nosso curso. Após


a aula introdutória, agora, iremos tratar dos sujeitos da relação
de emprego. Mas antes de iniciar, vamos analisar os objetivos e
verificar as seções que serão desenvolvidas ao longo desta aula.
Bons estudos!
Bons estudos!

Objetivos de aprendizagem

Ao término desta aula, vocês serão capazes de:

• compreender o significado empregado e diferenciá-lo dos demais trabalhadores;


• identificar a figura do empregador e os princípios que regem a sucessão de empresas;
• identificar e compreender o fenômeno da terceirização no Direito do Trabalho.
94 Legislação Social 16
encargos e vantagens recíprocas. O contrato de
Seções de estudo trabalho é bilateral e oneroso, isto é, o empregado
presta os serviços tendo direito aos salários.
1 – Empregado Representa o ganho periódico e habitual percebido
2 – Empregador e sucessão de empresas pelo trabalhador que presta serviços continuados
3 – Terceirização e o Direito do Trabalho e subordinados a outrem. O contrato de trabalho
subordinado é inexistente quando o esforço se dá
por simples caridade, religião, amizade, solidariedade
1 - Empregado humana, como ocorre no serviço voluntário, que
não gera vínculo empregatício, nem obrigações
GH QDWXUH]D WUDEDOKLVWD SUHYLGHQFLiULD RX DÀP
Empregado é toda pessoa física que presta serviços de natureza não
conforme previsão expressa do art. 1º, § 1º da Lei
eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário.
n° 9.608/98.
2V UHTXLVLWRV OHJDLV GD GHÀQLomR GH HPSUHJDGR HVWmR A onerosidade é subjetiva, porque independe
nos artigos 3º e 2º da CLT. São 5 os requisitos dos quais 4 do efetivo pagamento de salário, basta que o
HVWmRQDGHÀQLomRGHHPSUHJDGR DUWž HXPQDGHÀQLomRGH empregador realiza uma promessa de adimplemento
empregador (art. 2º). Esses requisitos devem estar presentes salarial e que no sujeito trabalhador seja criada a
de maneira simultânea para o empregado ser considerado expectativa de recebimento.
como tal. e) Pessoalidade: o empregado é um trabalhador
que presta pessoalmente os serviços. Não pode o
Art. 3º Considera-se empregado toda pessoa física, empregado, por sua iniciativa, fazer-se substituir por
que presta serviços de natureza Qão eventual a outra pessoa, sem o consentimento do empregador.
empregador, sob a dependência deste e mediante Fica remarcado aí o princípio intuitu personae, ou
salário. seja, a atuação personalíssima do empregado.
Art. 2º Considera-se empregador a empresa, individual ou Contudo, esse princípio pode, excepcionalmente,
coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, sofrer restrições; segundo a jurisprudência,
admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de
ocasionalmente, a prestação pessoal de serviço pode
serviço.
ser deferida a outrem, que não o empregado, desde
Vamos entender esses requisitos. que haja pactuação expressa do empregado com o
consentimento do empregador.
a) Pessoa física: somente pode ser caracterizado como Assevere-se, porém, que o aspecto intuitu personae não
empregado o ser humano. A essência do Direito implica a exclusividade de possuir um único tomador
do Trabalho consiste na proteção e valoração da de seus serviços (empregador). O trabalhador
dignidade do ser humano. subordinado pode ter vários empregadores, desde
b) Serviços não-eventuais (ou continuidade): que tenha tempo, de acordo com as peculiaridades
para caracterizar os serviços não-eventuais temos de cada relação.
de levar em conta a noção de eventualidade e
O Direito do Trabalho cuida da prestação de serviços subordinados,
não-eventualidade. A primeira envolve aspectos
e não de qualquer forma de prestação de trabalho ou serviço,
episódicos, ocasionais, caracterizadores de trabalho
assim como de determinados tipos de trabalhadores, denominados
LQFHUWR $ VHJXQGD FRQÀJXUD R WUDEDOKR KDELWXDO
empregados.
regular, continuado no tempo. Assim, é o empregado
Atente-se para o seguinte: todo empregado é trabalhador, mas nem
que presta serviço de forma permanente, contínua e
todo trabalhador é empregado.
À[DGLIHUHQWHPHQWHGRWUDEDOKDGRHYHQWXDO YDPRV
estudar o trabalhador eventual à frente). 9LVmR JOREDO GRV GHPDLV WLSRV GH UHODo}HV GH
c) Subordinação: a lei utiliza a palavra dependência. trabalho
Na verdade, indica uma situação em que se encontra $RODGRGDUHODomRHPSUHJDWtFLDWHPRVRXWUDVÀJXUDVGH
o trabalhador, decorrente da limitação contratual da trabalhadores subordinados: doméstico, avulso, temporário,
DXWRQRPLDGDVXDYRQWDGHSDUDRÀPGHWUDQVIHULU eventual e o rural.
ao empregador o poder de direção sobre a atividade
que desempenhará. 7UDEDOKDGRUGRPpVWLFR
A natureza da subordinação é jurídica. O empregador Empregado doméstico é aquele que presta serviços de
detém o poder de direção sobre a prestação pessoal forma contínua, subordinada, onerosa e pessoal e de
dos serviços de seus empregados. A subordinação e ÀQDOLGDGH QmR OXFUDWLYD j SHVVRD RX j IDPtOLD QR kPELWR
o respectivo poder de direção constituem os poderes residencial destas, por mais de 2 (dois) dias por semana (art.
atribuídos ao empregador que envolve as faculdades 1º da LC nº 150/2015). Importante registrar que o parágrafo
de comando. Nesse ponto, temos as faculdades de único do referido artigo proíbe expressamente a contratação
direção, de controle e de punição. de menor de 18 (dezoito) anos para desempenho de trabalho
d) 6DOiULR RX RQHURVLGDGH VXEMHWLYD não há doméstico, assim como é considerado uma das piores formas
contrato de trabalho a título gratuito, ou seja, sem de exploração do trabalho infantil (LISTA TIP - Decreto nº
17 95
6.481, de 12 de junho de 2008). de negociação entre as entidades representativas dos
Logo, é considerado trabalhadores.
doméstico não só quem Atualmente, os trabalhadores avulsos possuem os
trabalha nas delimitações mesmos direitos que os empregados celetistas (art. 7º,
espaciais da residência, como XXXIV, CF).
também os que atuam de
forma externa, para a pessoa Trabalhador temporário
ou para a família. O termo temporário envolve os trabalhadores que as
Podemos citar, como empresas de trabalho temporário colocam à disposição de
exemplo, o caso do motorista outras empresas, por intermédio de um contrato de prestação
que leva o patrão para o de serviços, em que conste o motivo da contratação temporária
serviço, a esposa em seus e as modalidades de remuneração. Ressalta-se que a condição
afazeres domésticos, as Disponível em: <http://leokiru.blogs- de temporário deve ser anotada na carteira de trabalho.
pot.com/2008_01_01_archive.html>
crianças para a escola etc. Acesso em: 22 de nov. 2016. Todos os pormenores referentes a esse tipo de trabalhos
estão tratados na Lei nº 6.019/74 e no Decreto nº 73.841/74,
Quando os serviços são prestados, dentro ou fora do âmbito cuja leitura é recomendada.
residencial, em atividades comerciais ou industriais, deixa de haver o
trabalho doméstico. É o caso da faxineira, que só limpa o consultório ATENÇÃO: não confundam trabalhador temporário, que é empregado
que está localizado na residência do patrão ou que auxilia a patroa na de uma empresa de trabalho temporário, com o empregado, celetista,
ORMLQKDTXHȴFDQDJDUDJHPGDFDVD que celebra um contrato de trabalho por prazo determinado (Lei n.
9601/98).
O empregado doméstico é regido, essencialmente,
pela Lei Complementar nº 150/2015 e, subsidiariamente, Trabalhador eventual
pela CLT, e seus direitos também estão discriminados no Eventual é o trabalhador ocasional, esporádico, que trabalha
parágrafo único do artigo 7º da Constituição Federal. É de vez em quando, ao contrário do empregado que é um trabalhador
recomendado que todos façam uma leitura detalhada desses permanenteeRWUDEDOKDGRUTXHQmRVHÀ[DDXPDIRQWHGH
dispositivos. WUDEDOKRGLIHUHQWHGRHPSUHJDGRTXHpÀ[DGRDXPDIRQWH
de trabalho.
Trabalhador avulso O trabalhador eventual, normalmente, possui vários
A Lei n° 8.213/91, que dispõe sobre os planos de tomadores de seus serviços, porém, como é de curta duração,
benefícios da previdência social, em seu artigo 11, inciso VI, QmRVHÀ[DDRSRGHUGLUHWLYRGHXP~QLFRHPSUHJDGRUDR
GHÀQHWUDEDOKDGRUDYXOVRFRPRDTXHOHTXHSUHVWDDGLYHUVDV contrário dos trabalhadores subordinados. É o caso da diarista,
empresas, sem vínculo empregatício, serviços de natureza na área urbana, e do bóia-fria, na área rural. Podemos concluir
XUEDQDRXUXUDOGHÀQLGRVQR5HJXODPHQWR que a diferença de um empregado para um trabalhador
O Regulamento da Previdência Social, por sua vez, eventual é justamente o requisito da não-eventualidade da
HVSHFLÀFDFRPRWUDEDOKDGRUDYXOVRDTXHOHTXHVLQGLFDOL]DGR prestação de serviços.
ou não, presta serviços de natureza urbana ou rural, a diversas Mas, se o trabalho das diaristas ocorrerem em alguns
empresas, sem vínculo empregatício, com a intermediação dias na semana, intermitente, porém habitual, de trabalhadora
obrigatória do sindicato da categoria ou do órgão gestor da eventual passa a ser empregada doméstica. No caso delas, de
mão de obra, assim considerados: a) o trabalhador que exerce forma reiterada, possuem vários empregos; no entanto, em
atividade portuária de capatazia, estiva, conferência e conserto cada um deles, têm dias já previamente designados; assim
de carga, vigilância de embarcação e bloco; b) o trabalhador de laboram semanas, meses e, em alguns casos, vários anos.
estiva de mercadorias de qualquer natureza, inclusive carvão
e minério; c) o trabalhador em alvarenga (embarcação para O mais importante é que o trabalhador eventual não possui qualquer
carga e descarga de navios); d) o amarrador de embarcação; vínculo trabalhista com seus tomadores. A relação existente é de
e) o ensacador de café, cacau, sal e similares; f) o trabalhador natureza cível, ou seja, um simples contrato de prestação de serviços.
na indústria de extração de sal; g) o carregador de bagagem
Trabalhador rural
em porto; h) o prático de barra em porto; i) o guindasteiro;
M  R FODVVLÀFDGRU R PRYLPHQWDGRU H R HPSDFRWDGRU GH As relações de emprego rural estão disciplinadas na Lei
mercadorias em porto. nº 5.889/73, cuja leitura é recomendável.
Já a Lei nº 12.023/2009 trata do trabalhador avulso
não portuário – movimentador de mercadoria em geral. A Nos termos do artigo 2º da referida lei, podemos
referida lei estabelece que as atividades de movimentação de conceituar como empregado rural toda pessoa física
mercadorias, em geral exercidas por trabalhadores avulsos, que, em propriedade rural ou prédio rústico, presta serviços
são aquelas desenvolvidas em áreas urbanas ou rurais sem de natureza não eventual a empregador rural, sob a
vínculo empregatício, mediante intermediação obrigatória do dependência deste e mediante salário.
sindicato da categoria, por meio de Acordo ou Convenção
São comuns, tanto para o empregado urbano quanto
Coletiva de Trabalho para execução das atividades.
para o rural, os seguintes elementos: pessoa física, serviço
$UHPXQHUDomRDGHÀQLomRGDVIXQo}HVDFRPSRVLomR
não-eventual, subordinação e salário. Em princípio, rural é o
de equipes e as demais condições de trabalho serão objeto
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que se refere a terra. Pelo vocábulo podíamos compreender as VHU D HPSUHVD RV SURÀVVLRQDLV OLEHUDLV DV LQVWLWXLo}HV GH
atividades ligadas à exploração da terra, tais como: agricultura, EHQHÀFrQFLD DV DVVRFLDo}HV UHFUHDWLYDV RXWUDV LQVWLWXLo}HV
pecuária etc. VHP ÀQV OXFUDWLYRV TXH DGPLWLUHP HPSUHJDGRV D SHVVRD
Podemos, então, estabelecer como empregado rural física ou jurídica que explora atividades agrícolas, pastoris
não só aquele que esteja ligado à terra pelo seu trabalho, ou de indústria rural; a União, os Estados, os Municípios, as
como também aquele que, mesmo não trabalhando em autarquias e as empresas públicas que admitirem empregados;
funções típicas da lavoura ou da pecuária, tem seus serviços o espólio; a massa falida e o condomínio.
GLUHFLRQDGRVSDUDDÀQDOLGDGHGDHPSUHVD/RJRVmRUXUDLVRV
PRWRULVWDVDSRQWDGRUHVÀVFDLVDGPLQLVWUDGRUHVWUDWRULVWDV O poder diretivo do empregador
pedreiros e outros cujos serviços convergem para a atividade Quando a lei menciona - admite, assalaria e dirige a prestação
agro econômica. pessoal de serviços (artigo 2º, caput, CLT), está evidenciando que é
o empregador o detentor do poder diretivo sobre a prestação
É comum haver nas regiões rurais ou nos arredores das cidades dos serviços.
pequenas propriedades, que podem ser utilizadas até mesmo para É o empregador que estabelece os salários, as tarefas,
o lazer. Em tese, os que labutam nessas propriedades podem ser os horários, os encargos e como os serviços devem ser
caracterizados como empregados rurais, o que está incorreto pois desempenhados. Possui o poder diretivo sobre a prestação
são trabalhadores domésticos, logo, a disciplina jurídica se faz pela Lei GRV VHUYLoRV R TXDO UHÁHWH DV IDFXOGDGHV GH FRQWUROH GH
do Trabalho Doméstico (LC nº 150/2015). ÀVFDOL]DomR H GH SXQLomR TXDQWR jV DWLYLGDGHV GH VHXV
2 UHIHULGR HQTXDGUDPHQWR « MXVWLȴF£YHO SHORV VHJXLQWHV PRWLYRV empregados. Voltaremos a esse assunto em outras aulas.
D  QD SURSULHGDGH Q¥R VH WHP D H[SORUD©¥R SDUD ȴQV GH DWLYLGDGH
Grupo econômico e solidariedade
econômica; b) pode até haver pequenas plantações, porém,
Enuncia o art. 2º, § 2º, da CLT, in verbis:
JHUDOPHQWHV¥RSDUDȴQVIDPLOLDUHVRTXHQ¥RGHVFDUDFWHUL]DRODERU
doméstico. Sempre que uma ou mais empresas, tendo,
embora, cada uma delas, personalidade jurídica
própria, estiverem sob a direção, controle
2 - Empregador e sucessão de ou administração de outra, ou ainda quando,
empresas mesmo guardando cada uma sua autonomia,
integrem grupo econômico, serão responsáveis
(PSUHJDGRU solidariamente pelas obrigações decorrentes da
relação de emprego. (grifei).
Enuncia o artigo 2º, FDSXW, da CLT, que considera-se
empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos O grupo de econômico é caracterizado quando se tem
da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de várias empresas, com personalidades jurídicas próprias, sob
serviço. a direção, controle e administração de outra (artigo 2º, § 2º,
CLT). Nesses casos, geralmente, o que se tem é a existência
Dessa forma, para o legislador, empregador é a empresa.
de várias empresas sob o controle de uma só empresa. Tal
Geralmente, a expressão empresa é utilizada para se referir à
IDWRRFRUUHFRPRVJUXSRVÀQDQFHLURV$LQGDSRGHRFRUUHU
LGHLDGHVRFLHGDGHRXPHVPRGHSHVVRDMXUtGLFD3DUDÀQVGR
quando se tem uma empresa como acionista majoritária
Direito do Trabalho, empresa é utilizada para se referir a um
em várias outras empresas. Porém, não caracteriza grupo
conjunto de bens ou de pessoas, ou só de bens ou pessoas,
econômico a mera identidade de sócios (art. 2º, §3º, CLT).
que, utilizando-se dos fatores de produção (natureza, capital
Já a solidariedade não se presume, resulta da lei ou da
e trabalho), engloba um empreendimento com o intuito de
vontade das partes. Há solidariedade quando na mesma
fazer a circulação de bens, serviços ou produtos.
obrigação concorre mais de um credor, ou mais de um
A noção de empregador, pelo prisma legal, nada tem a ver
devedor, cada um com direito, ou obrigado à dívida toda
com a pessoa do sócio ou do proprietário do empreendimento.
(artigo 265, Código Civil). Dessa forma, no grupo de empresas
Empregador é o conjunto de coisas materiais e imateriais, as
nós temos a solidariedade passiva (entre as empresas). Logo,
quais levam à produção e circulação de bens ou serviços,
qualquer das empresas ou todas elas poderão ser demandadas
VHQGR TXH SDUD D UHIHULGD ÀQDOLGDGH FRQWUDWD HPSUHJDGRV
pelo empregado para receber seus créditos.
Os empregados são dirigidos, admitidos e remunerados por
$ ÀJXUD GR JUXSR HFRQ{PLFR H D UHVSRQVDELOLGDGH
tal entidade.
solidária visam resguardar o próprio patrimônio do empregado,
Empregador é a entidade que, tendo ou não personalidade jurídica, EHPFRPRFRLELUDSUiWLFDGHIUDXGHV+DYHQGRDGLÀFXOGDGH
necessita de empregados. ÀQDQFHLUDGHXPDGDVHPSUHVDVRVVHXVHPSUHJDGRVSRGHUmR
exigir os seus créditos das demais empresas ou grupo
Dentro da sistemática legal brasileira, empregador poderá econômico.
ser pessoa física ou jurídica, bem como outras entidades
que, mesmo não tendo personalidade, utilizam o trabalho O fenômeno da despersonalização do empregador
subordinado, conforme se depreende da leitura do artigo 2º, Com o desenvolvimento dos instrumentos de produção,
§ 2º da CLT. várias foram as transformações na estrutura econômica das
Em linhas objetivas, empregador, portanto, pode HPSUHVDVID]HQGRFRPTXHDÀJXUDGRHPSUHJDGRUFRPR
dirigente em pessoa, fosse se ausentando do local de trabalho.
19 97
Uma vez que se tem a referida dissociação, paulatinamente, simplesmente, adquire um estabelecimento comercial
GHVSHUVRQDOL]DVHDÀJXUDGRHPSUHJDGRU ou industrial, na sua unidade orgânica, mesmo sem ter
Orlando Gomes e Elson Gottschalk (1971, p. 114) UHVSRQVDELOLGDGHUHODWLYDPHQWHDRVQHJyFLRVGDRXWUDÀUPD+i
DÀUPDP TXH R HPSUHJDGRU GHL[RX GH VHU DTXHOH KRPHP sucessão, no conceito trabalhista que a palavra sugere, quando
GH FDUQH H RVVR TXH GHVFLD j RÀFLQD SDUD FRQYHUVDU RX uma pessoa adquire de outrem empresa, estabelecimento ou
repreender seus empregados. Hoje, é a massa dos acionistas seção no seu conjunto, isto é, na sua unidade orgânica, sempre
cujos nomes, não raro, se ignoram; é a diretoria, o conselho de que não houver continuidade na prestação do trabalho pelos
administração, a empresa S.A. Alguém que deseje empregar empregados, mesmo quando não existir vínculo jurídico de
VXDDWLYLGDGHSURÀVVLRQDOHPXPDGHVVDVHPSUHVDVMDPDLVWHUi qualquer natureza entre o sucessor e o sucedido (conceito
contato com seu proprietário, nem ao celebrar o contrato, nem trabalhista).
durante seu curso. As condições em que deverá trabalhar lhe Maurício Godinho Delgado (2003, p. 344) entende que
serão indicadas pelo gerente, pelo chefe de seção, pelo serviço sucessão é o instituto justrabalhista em virtude do qual se
do pessoal, quando o não seja por um frio regulamento de opera, no contexto da transferência de titularidade de empresa
IiEULFDDÀ[DGRQRORFDOGHWUDEDOKR'DSDUWHGRWUDEDOKDGRU ou estabelecimento, uma completa transmissão de créditos e
não há, pois, qualquer motivo de ordem pessoal que o induza assunção de dívidas trabalhistas entre alienante e adquirente
a prestar serviços a determinado empregador. Apenas sabe envolvidos.
que, admitido por esses prepostos, pagar-lhe-ão, em folha,
determinado salário. Diante das transcrições acima, entendemos que a sucessão
Porém, segundo os autores acima referenciados, o trabalhista é a mudança de propriedade pela alienação, como
LPSRUWDQWHpMXVWLÀFDUTXHRIHQ{PHQRGDGHVSHUVRQDOL]DomR também quando se tem a absorção de uma empresa por outra
ajuda a compreender por que a alienação da empresa pelo (fusão, cisão e incorporação).
seu proprietário não pode afetar os contratos de trabalho.
O mais importante no exame da sucessão trabalhista é
Seria injusto admitir que atentasse contra a situação que o
o destaque que se dá ao seu conteúdo econômico. Logo, se
empregado desfruta. Seu emprego lhe deve ser assegurado,
houver o prosseguimento da atividade econômica organizada,
porque, no fundo, o empregador não mudou (1971, p.113).
FRPDXWLOL]DomRGRVWUDEDOKDGRUHVSHORVXFHVVRUMXVWLÀFDVH
O princípio da continuidade da empresa a presença da sucessão trabalhista, mantendo-se íntegros os
As relações para o Direito do Trabalho são vínculos que contratos individuais de trabalho.
se desenvolvem, não se permitindo a sua rescisão a não ser A esse respeito acentuam os arts. 10 e 448 da CLT,
HPFDVRVMXVWLÀFDGRVHGHUHOHYDQWHPRWLYRVRFLDOGDGRTXH respectivamente, in verbis:
o emprego é necessário para a subsistência do ser humano. O
Qualquer alteração na estrutura jurídica da empresa não
prosseguimento da relação de emprego é um desdobramento afetará os direitos adquiridos por seus empregados.
do princípio da continuidade do organismo empresário. A mudança na propriedade ou na estrutura jurídica
O contrato de trabalho não é personalíssimo para o da empresa não afetará os contratos de trabalho dos
empregador, ao contrário do que ocorre com o empregado. respectivos empregados.
O empregado tem a obrigação básica de dar seu próprio
trabalho. No caso de ocorrer mudança na estrutura jurídica ou na
Por outro lado, as relações trabalhistas são de trato propriedade, de forma objetiva, os contratos de trabalho dos
sucessivo, sendo que as suas prestações projetam-se no tempo empregados permanecem inalterados. Todavia, os dispositivos
e de forma indeterminada. legais mencionados anteriormente asseguram, nas relações
O vínculo que une empregado e empregador resistem jurídico-trabalhistas, a adoção de dois princípios já estudados:
DRGHVDSDUHFLPHQWRGDÀJXUDGRUHVSRQViYHOSHODDWLYLGDGH o da continuidade das relações e o da despersonalização
empresarial, assim o novo titular de um estabelecimento deve do empregador.
respeitar os contratos celebrados por seu antecessor, como
o adquirente de um prédio é obrigado a respeitar o contrato (IHLWRVGDVXFHVVmR
de locação entre o alienante e o inquilino. Em ambos casos, A análise desses efeitos será efetuada sob dois prismas:
o sucessor assume as obrigações e encargos contraídos pelo a) posição jurídica do sucessor; b) efeitos quanto ao sucedido.
antecessor, simplesmente, de ter sucedido (GOMES, 1971, Pelo primeiro prisma, o sucessor, diante do fenômeno
p.114). da transferência de titularidade, adquire a responsabilidade
legal dos contratos de trabalho dos empregados da unidade
Sucessão de empresas econômico-jurídica. A responsabilidade atinge não só os
Mozart Victor Russomano (2004, p. 50) declina que o contratos atuais, como os já rescindidos antes e após a
conceito de sucessão no Direito do Trabalho dá-se quando sucessão, abrangendo todos os direitos trabalhistas. Nesse
XPDÀUPDDVVXPHRDWLYRHRSDVVLYRGHRXWUDSURVVHJXLQGR sentido, art. 448-A, CLT, incluído pela Reforma Trabalhista
QDQHJRFLDomRGDÀUPDDQWHULRU7HPVHDGPLWLGRWDPEpP – Lei nº 13.467/2017.
TXHKiVXFHVVmRTXDQGRDÀUPDHPVLQmRGHVDSDUHFHDSHQDV Pelo segundo prisma, como regra geral, não preserva o
um estabelecimento, sendo os empregados aproveitados Direito do Trabalho qualquer responsabilidade, seja solidária
em outro estabelecimento do mesmo empregador. Por isso, ou subsidiária, em relação ao empregador sucedido. O
aceita-se como tendo havido sucessão sempre que alguém, sucessor, ante os termos da lei, assume por completo o papel
98 Legislação Social 20
de empregador, respondendo na íntegra pelos contratos de I - A contratação de trabalhadores por empresa
trabalho dos empregados. interposta é ilegal, formando-se o vínculo
Não há dúvidas de que o fenômeno da sucessão trabalhista diretamente com o tomador dos serviços, salvo
é um fator de garantia dos direitos dos trabalhadores, logo, no caso de trabalho temporário (Lei nº 6.019, de
não pode ser utilizado de forma fraudulenta contra os seus 03.01.1974).
GLUHLWRV (P FDVRV GH IUDXGH EHP FRPR GH LQVXÀFLrQFLD II - A contratação irregular de trabalhador,
ÀQDQFHLUDSRUSDUWHGRVXFHVVRUKiDLPSXWDomRGRVXFHGLGR mediante empresa interposta, não gera vínculo
de emprego com os órgãos da Administração
como forma de resguardar os direitos trabalhistas dos
Pública direta, indireta ou fundacional (art. 37,
empregados da empresa. Nessa hipótese deverá haver a
II, da CF/1988).
responsabilidade solidária do sucedido e do sucessor, ante III - Não forma vínculo de emprego com o
a ilicitude da transação. tomador a contratação de serviços de vigilância
(Lei nº 7.102, de 20.06.1983) e de conservação e
Cláusula de exoneração de responsabilidade do
limpeza, bem como a de serviços especializados
sucessor
ligados à atividade-meio do tomador, desde
É comum, diante dos instrumentos jurídicos nos quais que inexistente a pessoalidade e a subordinação
se opera a referida transferência, a inserção da cláusula da direta.
não-responsabilização. Será que a referida cláusula possui o IV - O inadimplemento das obrigações
condão de elidir a aplicação dos artigos 10 e 448 da CLT? trabalhistas, por parte do empregador, implica
$GRXWULQDpXQkQLPHHPDÀUPDUTXHDUHIHULGDFOiXVXOD a responsabilidade subsidiária do tomador dos
não possui a menor relevância para o Direito do Trabalho. A serviços quanto àquelas obrigações, desde que
imperatividade dos artigos 10 e 448 da CLT é patente, pois haja participado da relação processual e conste
estabelecem regras que não podem ser postas de lado pela também do título executivo judicial.
vontade das partes (sucessor e sucedido) quando da assinatura V - Os entes integrantes da Administração
do ato jurídico que estabelece a alienação da empresa. Pública direta e indireta respondem
E evidente o cunho protetor dessas regras, que se baseiam subsidiariamente, nas mesmas condições do
nos princípios da intangibilidade do contrato empregatício, da item IV, caso evidenciada a sua conduta culposa
GHVSHUVRQDOL]DomRGDÀJXUDGRHPSUHJDGRUHGDFRQWLQXLGDGH no cumprimento das obrigações da Lei n.º 8.666,
do contrato de trabalho. GHHVSHFLDOPHQWHQDÀVFDOL]DomRGR
cumprimento das obrigações contratuais e legais
da prestadora de serviço como empregadora. A
São inaplicáveis as cláusulas que exoneram o sucessor de qualquer
aludida responsabilidade não decorre de mero
responsabilidade ante o caráter cogente das disposições legais
inadimplemento das obrigações trabalhistas
mencionadas anteriormente.
assumidas pela empresa regularmente contratada.
VI – A responsabilidade subsidiária do tomador
de serviços abrange todas as verbas decorrentes
3 - Terceirização e o Direito do da condenação referentes ao período da
Trabalho prestação laboral.
$ SDODYUD WHUFHLUL]DomR SRVVXL YiULRV VLJQLÀFDGRV R
9DPRVHQWHQGHURTXHVLJQLÀFDWXGRLVVR
processo de descentralização das atividades da empresa, no
Nós já sabemos que a pessoalidade e a subordinação
sentido de desconcentrá-las para que sejam desempenhadas
são elementos previstos nos conceitos de empregador e
em conjunto por diversos centros de prestação de serviços e
empregado (artigos 2º e 3º, CLT).
QmRPDLVGHPRGRXQLÀFDGRQXPDVyLQVWLWXLomRDYDORUL]DomR
A relação jurídica empregatícia é bilateral, equiparando-
do setor terciário da economia.
se a uma moeda na qual se tem de um lado o poder diretivo
Com a terceirização, a empresa passa a atribuir parte de
suas atividades para outras empresas. Passam-se as atividades (do empregador) e do outro a subordinação (do empregado).
secundárias, sendo mantidas as atividades principais. As Com a terceirização há a intermediação da mão-de-obra
atividades secundárias também são chamadas atividades- pelas empresas prestadoras de serviços.
meio &RPR DWLYLGDGH SULQFLSDO RX ÀP HQWHQGHVH DTXHOD De um lado, temos a empresa tomadora e, de outro, a
cujo objetivo é essencial à consecução do objetivo social da prestadora. Os trabalhadores são subordinados diretamente
própria empresa. à empresa prestadora e não à tomadora. A relação jurídica é
A legislação brasileira regula a terceirização de atividades triangular, existindo entre a empresa tomadora e a prestadora
na Lei nº 6.019/74, recentemente alterado pela Lei nº 13.429 um contrato regido pelas leis do direito civil, de evidente
e nº 13.467/2017. É possível que uma pessoa física ou jurídica prestação de serviços. Já entre a empresa prestadora e o
(contratante) celebre com uma empresa a prestação de trabalhador há um contrato de trabalho que corresponde à
serviços relacionados a quaisquer de suas atividades, inclusive relação jurídica.
sua atividade principal (Art. 5º). Empresa prestadora de serviços é a pessoa jurídica de
Trata-se de uma novidade legislativa, porém as diretrizes direito privado, legalmente constituída de natureza comercial,
sobre a matéria continuam reguladas na Súmula nº 331 do DTXDOVHGHVWLQDDUHDOL]DUGHWHUPLQDGRHHVSHFtÀFRVHUYLoRD
Tribunal Superior do Trabalho, nos seguintes termos: RXWUDHPSUHVDIRUDGRkPELWRGDVDWLYLGDGHVÀPHQRUPDLV
daquela empresa.
21 99
Empresa tomadora de da contraprestação pactuada, em relação ao número de horas
serviços trabalhadas, respeitado o valor da hora do salário mínimo, e dos
valores referentes aos depósitos do FGTS.
Relação de Direito Civil ATENÇÃO!
(contrato de prestação Com o advento da Carta Política de 1988, o concurso
Entre o tomador e o
de serviços) empregado
público é fator importante para o ingresso na administração
não há qualquer
pública, seja para cargo seja para emprego público. É um dos
vínculo fatores da moralidade na Administração Pública.
A contratação de forma irregular, com a utilização de
empresa interposta, não enseja o reconhecimento do vínculo,
Empresa pretadora Empregado mas haverá a responsabilidade pecuniária do Poder Público,
de serviços notadamente se a empresa interposta se mostrar inidônea
quanto ao cumprimento dos direitos trabalhistas de seus
Relação de emprego
empregados.
(regido pelo CLT)
O inciso III menciona que não se tem a caracterização do
Fonte: Acervo pessoal vínculo nas hipóteses da contratação de serviços de vigilância,
de conservação e limpeza, além dos serviços especializados
3DUDÀFDUFODURDVFDUDFWHUtVWLFDVGDWHUFHLUL]DomRVmRDV ligados à atividade-meio do tomador. Atividade-meio envolve
seguintes: aquelas atividades que não se interligam à própria essência
do empreendimento a que se destina a empresa contratante.
• as relações entre a empresa de prestação de serviços e a
Como exemplo, temos: os serviços de telefonia em uma
empresa contratante (tomadora) são regidas pela lei civil;
empresa química; os serviços de expedição em uma empresa
• as relações de trabalho entre a empresa de prestação
que explora a atividade de cozinha industrial etc.
de serviços e seus empregados são disciplinadas pela
Consolidação das Leis do Trabalho; e LPSRUWDQWH D UHVVDOYD LQVHULGD DR ÀQDO GD UHIHULGD
• a empresa de prestação de serviços contrata, remunera e Súmula; “...desde que inexistente a pessoalidade e a
dirige o trabalho realizado a seus empregados; subordinação direta”.
• os empregados da empresa de prestação de serviços $ SHVVRDOLGDGH UHÁHWH TXH RV VHUYLoRV GH YLJLOkQFLD
não estão subordinados ao poder diretivo, técnico e de conservação, de limpeza e os especializados podem ser
disciplinar da empresa contratante; H[HFXWDGRVSRUTXDOTXHUSURÀVVLRQDOLQGLFDGRSHODHPSUHVD
• é vedada à contratante a utilização dos trabalhadores interposta. Poderá haver rodízios, remanejamento de
em atividades distintas daquelas que foram objeto do trabalhadores sempre que for necessário por parte da empresa
contrato com a empresa prestadora de serviços. interposta, em caso de férias, de faltas, licenças médicas etc.
Inexistindo a pessoalidade, já é fator neutralizador da própria
(QWHQGHQGRDV~PXOD subordinação.
Diante do enunciado da súmula 331, a primeira conclusão A empresa tomadora não pode advertir, reclamar ou
que podemos tirar é que, em regra, a contratação de pessoal punir a prestação dos serviços dos trabalhadores da empresa
por empresa interposta (terceirização) é ilegal, acarretando interposta. A triangulação deve ser perfeita para que não
a formação do vínculo empregatício diretamente entre a se tenha a vinculação jurídica do tomador em relação ao
empresa tomadora com o empregado. Mas toda forma de trabalhador. Em caso contrário, haverá a caracterização da
terceirização é ilegal? relação empregatícia com a empresa tomadora.
Não necessariamente. A primeira ressalva é quanto Uma certa dose de bom senso deve ser vista quanto ao
ao empregado temporário disciplinado pela Lei nº 6.019, já fator subordinação. Não pode haver a subordinação direta.
estudado anteriormente. Pequenas ordens dirigidas ao trabalhador pela tomadora
O inciso II determina que a contratação irregular de não ensejam o vínculo empregatício. A razoabilidade deve
trabalhador não gera vínculo de emprego com os órgãos da ser elemento a ser inserido na avaliação de cada situação em
Administração Pública Direta, Indireta ou Fundacional. concreto.
Ainda que com razoável controvérsia é possível que haja
Constituição Federal DWHUFHLUL]DomRGHDWLYLGDGHÀPSRUpPGHVGHTXHLQH[LVWHQWHD
Art. 37, II - a investidura em cargo ou emprego público depende pessoalidade e a subordinação jurídica. Caso contrário, estará
de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas FRQÀJXUDGDDIUDXGHWUDEDOKLVWDSRUTXHDHPSUHVDFRQWUDWDQWH
e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou
se utilizou de uma empresa interposta para contratação direta
emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para
de mão de obra (art. 9º, CLT).
cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;
Responsabilidade subsidiária
Súmula 363, do Tribunal Superior do Trabalho A empresa tomadora e o órgão da Administração Pública
CONTRATO NULO. EFEITOS GHYHPÀVFDOL]DURFXPSULPHQWRGDVREULJDo}HVWUDEDOKLVWDV
A contratação de servidor público, após a CF/1988, sem prévia da empresa escolhida. Devem solicitar, mensalmente, a
aprovação em concurso público, encontra óbice no respectivo comprovação quanto aos recolhimentos previdenciários,
art. 37, II e § 2º, somente lhe conferindo direito ao pagamento ÀVFDLVHWUDEDOKLVWDV7DOGHQRWDomRGHÁXLGRIDWRGHTXHR
100 Legislação Social 22
crédito trabalhista é super privilegiado. Atividade meio é aquela que se presta a dar condições
$ UHVSRQVDELOLGDGH VXEVLGLiULD p DSOLFiYHO TXDQGR ÀFDU para que uma empresa atinja seus objetivos sociais. Por
evidente que a empresa prestadora é inadimplente quanto
aos títulos trabalhistas de seus empregados. É comum, pela H[HPSOR XPD HPSUHVD TXH IDEULFD URXSDV DWLYLGDGH ÀP 
experiência forense, quando se tem a rescisão do contrato de necessita contratar uma outra empresa que lhe preste serviços
prestação de serviços entre a tomadora e a prestadora, não de limpeza. A atividade de limpeza, no exemplo que acabamos
haver o pagamento dos títulos rescisórios dos empregados
de utilizar, se constitui em atividade meio da confecção.
da segunda. Diante desta situação de inadimplemento, pela
aplicação decorrente da responsabilidade civil, a tomadora Por outro lado, também é possível que na atividade
deverá ser responsabilizada. de confecção se terceirize a atividade principal, como, por
Claro está que a empresa tomadora deve ser inserida na exemplo, os serviços de costureiras e cerzideiras, desde
relação jurídica processual, para que possa ser responsabilizada,
em caso do inadimplemento por parte da empresa prestadora. que não haja subordinação jurídica e pessoalidade entre os
empregados e a contratante.
É preciso entender que todas essas restrições quanto a terceirização Em outras palavras, terceirizar é entregar a terceiros
tem por objetivo evitar fraudes e principalmente prejuízos ao
empregado.
atividades da empresa, sejam elas essenciais ou não. A
empresa tomadora ou contratante (a que irá terceirizar alguma
atividade) contrata um prestador de serviços para executar
Seções de estudo
uma tarefa, relacionada ou não ao seu objetivo principal.
Por não se tratar de contratação de mão-de-obra, o
contrato é regulado pelo Código Civil Brasileiro e suas regras
estão disciplinadas em lei especial e na súmula 331 do Tribunal
Parece que estamos indo bem. Então, para encerrar
esse tópico, vamos recordar: Superior do Trabalho.

Vale a pena
²(PSUHJDGR
Iniciando o nosso estudo, aprendemos que empregado
é toda pessoa física que presta serviços de natureza não
eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante
salário, conforme se depreende da leitura dos artigos 2º e 3º
da Consolidação das Leis do Trabalho.
Vimos que o Direito do Trabalho cuida da prestação de Vale a pena ler
serviços subordinados, e não de qualquer forma de prestação
de trabalho ou serviço. Logo, todo empregado é trabalhador, NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Iniciação ao Direito
mas nem todo trabalhador é empregado. do Trabalho. São Paulo: Editora LTR, pp. 167-228.

²(PSUHJDGRUHVXFHVVmRGHHPSUHVDV
1HVVDVHomRYLPRVTXHRDUWLJRžFDSXWGD&/7GHÀQH
empregador como sendo a empresa, individual ou coletiva,
que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite,
assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço. Vale a pena acessar
Quanto à sucessão de empresas, vimos que ocorre com
a mudança de propriedade pela alienação, como também Tribunal Superior do Trabalho – <www.tst.jus.br>.
quando se tem a absorção de uma empresa por outra (fusão, Ministério do Trabalho e Emprego – <www.trabalho.gov.br>.
cisão e incorporação).
No caso de ocorrer mudança na estrutura jurídica ou na
Meus amigos(as), as atividades referentes a esta aula estão
propriedade, de forma objetiva, os contratos de trabalho dos
empregados permanecem inalterados, conforme acentuam os disponibilizadas na ferramenta “Sala Virtual – Atividades”. Após
artigos 10 e 448 da CLT. responder, envie por meio do Portfólio – ferramenta do ambiente de

3 – Terceirização e o Direito do Trabalho aprendizagem UNIGRAN Virtual.


Nessa seção, estudamos a terceirização. Aprendemos que
terceirizar uma atividade nada mais é que repassar a terceiros a 6HDRȴQDOGHVWDDXODVXUJLUHPG¼YLGDVYRF¬SRGHU£VDQ£ODVDWUDY«V
sua realização. Em termos empresariais, podemos dizer que é
das ferramentas “fórum” ou “quadro de avisos” e “chat”. Ou ainda
o repasse de uma atividade MEIO ou da ATIVIDADE-FIM
a terceiros. poderá enviá-las para o e-mail jkrewer@unigran.br.

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