ATIVIDADE REGULADA PELO DT:
Nem toda a prestação de atividade é O contrato de trabalho é regulado pela
regulada pelas normas jurídicas
laborais. Para isso tem que revestir um
conjunto de características.
Características necessárias p/ estarmos perante um
Contrato de Trabalho (art. 11.º CT e art. 1152.º
CC):
 Prestada de forma livre e voluntária
 Prestada de forma dependente
 Prestada por conta alheia (a favor de outrem)
 Prestada de forma onerosa
Elementos essenciais do Contrato de Trabalho (art.
11.º CT):
 Prestação da atividade (atividade positiva e lícita
(prestação de facto positivo ou de facere); atividade
legal, de acordo com a ordem pública e os bons
costumes).
 Retribuição (pode ser certa – x ao final do mês, dia
ou semana - ou variável, ou ainda mista; pode ainda
ser em dinheiro ou espécie – é a obrigação do credor
enquanto contraprestação patrimonial da prestação da
atividade).
 Subordinação jurídica (é o poder de conformar a
prestação da atividade, através de ordens e
prestações, e é o empregador que tem a supremacia
jurídica em relação ao seu trabalhador – MAS não se
reduz a isso).
O credor da prestação é o empregador e o credor da
retribuição é o trabalhador.
A subordinação jurídica é o elemento distintivo (entre o
contrato de trabalho e o contrato de prestação de serviços) e
tem reflexo em 3 poderes do empregador:
o Poder de direção (faculdade de dar ordens e
instruções a propósito da realização da atividade).
o Poder regulamentar (faculdade que o empregador
tem de elaborar um documento interno no qual consta o
conjunto de normas que disciplina o regulamento
interno da empresa).
o Poder disciplinar (poder que o empregador tem de
iniciar um processo disciplinar contra os seus
trabalhadores e eventualmente lhes aplicar uma sanção
disciplinar).
legislação laboral.
O contrato de prestação de serviços é
regulado pela lei civil.
O Direito do Trabalho é muito mais tutelador da
posição do trabalhador do que o Direito Civil.
O contrato de trabalho implica uma área muito
mais tuteladora dos direitos do trabalhador do que o
contrato de prestação de serviços.
A classificação do contrato
A noção de Contrato de como contrato de trabalho
Trabalho que vem no CT diz- interessa mais ao trabalhador,
nos expressamente que o sendo que a classificação
trabalhador tem de ser singular como contrato de prestação
(não pode ser associações, etc.), de serviços interesse muito
O CC alude à possibilidade de o mais ao empregador.
empregador ter vários
trabalhadores, podendo ainda
ser uma atividade manual ou
intelectual, mas o CT não faz
essa distinção. No CT acentua-
se o elemento organizatório –
inserção do trabalhador numa
estrutura que pertence ao outro,
ao empregador
o Contrato bilateral e sinalagmático (relação de
interdependência e nexo de correspetividade
entre si).
o Contrato oneroso (implica deslocações
patrimoniais, o trabalhador coloca a sua força
de trabalho à disposição do empregador que
lhe paga o correspetivo na remuneração).
o Contrato obrigacional (gera obrigações;
contrapõe-se a contratos reais).
o Contrato duradouro.
o Contrato de adesão (o trabalhador não vai ter
a faculdade de modelar o conteúdo do seu
contrato de trabalhador, apenas diz sim ou
não).
o Contrato intuitu personae (a prestação de
trabalho é de caráter eminentemente pessoal).
A subordinação jurídica pode ser um pouco abstrata, então o
Legislador desenvolveu meios p/ a determinar:
o Conteúdo da obrigação – no contrato de trabalho, é a
atividade do trabalhador, a sua força de trabalho; no
contrato de prestação de serviços é o resultado da
atividade.
o Retribuição – no primeiro é essencial (obrigatória a
sua presença); no segundo pode ser meramente
eventual.
o Instruções do credor – no primeiro há instruções
essenciais e especificas no modo como a atividade é
desenvolvida; no segundo são instruções genéricas.
No entanto, podemos ter contrato de trabalho e as ordens serem
genéricas e não específicas como naturalmente seriam, então
foi necessário o Legislador consagrar o art. 12.º.
Antes usava-se o Método Indiciário – os
tribunais analisavam os contratos, verificando
os indícios e as características.
Era uma série de indícios que tinham de estar
todos verificado para ser CT.
O art. 12.º CT fala da Presunção de Contrato de
Trabalho/Laboralidade – parte de factos conhecidos p/
chegar a um desconhecido a priori – primazia da realidade
sobre a normen iuris.
Independentemente do nome que as partes deem ao
contrato, se estas características estiverem cumpridas,
netão temos CT – p/ que a presunção seja acionada, tem
que ter pelo menos 2 características previstas no artigo.
Vemos aqui a inversão do ónus da prova – é o empregador
que tem de provar que aquele contrato é de prestação de
serviços.
É uma presunção relativa ilidível – iuris tantum – porque a
absoluta não admite prova em contrário.