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«[O] jurista terá um papel a desempenhar e desempenhá-lo-á bem, se o Direito for uma
intenção válida, que ele assuma na sua verdadeira e indispensável função humano-social,
para o realizar em termos metodologicamente adequados.» Cfr. Neves, A. (1968). O Papel
do Jurista no Nosso Tempo. Boletim da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra,
44, 83-142, p. 84)
Para a defesa desta visão de continuidade e de unidade, faz-se necessário assumir, como nos
ensina Castanheira Neves, ou que o legislador antecipa, em abstrato, a decisão judicial, ou
que o julgador apenas repete, em concreto, a prescrição legislativa. Esta última acepção
reflete especialmente o universo das propostas que atribuem ao julgador apenas o papel de
conhecer previamente, em abstrato, o alegado sentido autêntico das normas legais,
expressadas estas em programas condicionais (na sua universalidade racional), meramente
aplicando-as, depois, aos factos, ou o papel de implementação tática, no terreno dos casos,
da estratégia político-social traçada em um programa nal legislativo. Negligenciam-se,
assim, as várias diferenças (de índole estrutural, sistemática, intencional e metódica) entre a
legislação e a jurisdição.
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