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BRUNO TEIXEIRA E GUSTAVO ANDRADE
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BRUNO TEIXEIRA E GUSTAVO ANDRADE SUJEITOS DO CONTRATO DE TRABALHO • 4
Empregado é toda pessoa física que presta serviços de natureza não eventual a empregador, sob
dependência deste e mediante salário (CLT, art. 3º). Os requisitos da relação empregatícia são:
a. Pessoalidade: é a pessoa natural e não pode o empregado se fazer substituir por um terceiro;
b. Não eventualidade ou habitualidade: o contrato de trabalho é de trato sucessivo, ou seja, há
continuidade no tempo;
c. Onerosidade: o empregado presta o serviço e deve receber o salário em contraprestação;
d. Subordinação: o empregado fica sujeito às orientações dadas pelo empregador.
A prestação de serviços com exclusividade e o local da prestação de serviços são irrelevantes para
caracterizar o vínculo empregatício.
Empregador, por sua vez, é a empresa, individual ou coletiva que, assumindo os riscos da atividade
econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviços (CLT, art. 2º).
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1. PODERES DO EMPREGADOR
Obs. 2: revistas pessoais são admitidas, se realizadas com razoabilidade e por meio de critérios
objetivos e impessoais, sem nudez e respeitando a dignidade humana, desde que a atividade
exercida justifique esse controle e não submeta o empregado a situação constrangedora e
humilhante.
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BRUNO TEIXEIRA E GUSTAVO ANDRADE GRUPO ECONÔMICO, SUCESSÃO DE EMPREGADORES E
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA • 5
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BRUNO TEIXEIRA E GUSTAVO ANDRADE GRUPO ECONÔMICO, SUCESSÃO DE EMPREGADORES E
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA • 5
1. GRUPO ECONÔMICO
Mesmo com cada empresa possuindo personalidade jurídica própria, ocorre o grupo econômico
quando uma ou mais empresas estiverem sob a direção, controle ou administração de outra.
Obs.: com a Reforma Trabalhista de 2017, não caracteriza grupo econômico a mera identidade de
sócios, sendo necessárias, para a configuração do grupo, a demonstração do interesse integrado, a efetiva
comunhão de interesses e a atuação conjunta das empresas dele integrantes. A Reforma Trabalhista de
2017 afastou a relação de solidariedade e de coordenação para exigir a prova da existência de hierarquia e
de participação societária. Em linhas gerais: a responsabilidade solidária entre empresas do mesmo grupo é
mantida, mas para que um grupo econômico exista é necessário demonstrar que há interesse integrado e
efetiva atuação conjunta das empresas. A simples identidade de sócios não caracteriza grupo econômico.
E não sendo configurado grupo econômico, o trabalhador só pode cobrar direitos trabalhistas da empresa
que o contrata (responsabilidade exclusiva).
CLT, art. 2º. Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo
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2. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA
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sorte que o empregado pode cobrar a totalidade da dívida de qualquer uma delas, sem benefício de ordem.
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3. SUCESSÃO DE EMPREGADORES
Qualquer alteração na estrutura jurídica da empresa não afetará os direitos adquiridos por seus
empregados (CLT, art. 10). Para configurar a sucessão, devem estar presentes os seguintes requisitos:
Obs. 1: o TST entendeu que não há responsabilidade solidária do novo empregador com o grupo
econômico, salvo se comprovada má-fé ou fraude na sucessão.
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BRUNO TEIXEIRA E GUSTAVO ANDRADE GRUPO ECONÔMICO, SUCESSÃO DE EMPREGADORES E
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA • 5
Obs. 2:
exclusivamente da antecessora.
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ATENÇÃO!
Essa Orientação Jurisprudencial n.º 225 foi cobrada na prova da segunda fase do penúltimo
concurso da PGDF (2013).
4. DESMEMBRAMENTO DE MUNICÍPIO
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BRUNO TEIXEIRA E GUSTAVO ANDRADE CONTRATO INDIVIDUAL DE TRABALHO • 6
1. CONCEITO
Contrato individual de trabalho corresponde à relação de emprego verificada no mundo dos fatos.
Em regra, o contrato individual de trabalho será firmado por prazo indeterminado, salvo exceções, de tal
sorte que, pelo princípio da continuidade, não há data certa para o fim do vínculo empregatício.
CLT, art. Art. 442. Contrato individual de trabalho é o acordo tácito ou expresso,
correspondente à relação de emprego.
Parágrafo único. Qualquer que seja o ramo de atividade da sociedade cooperativa, não
existe vínculo empregatício entre ela e seus associados, nem entre estes e os tomadores
de serviços daquela.
Obs. 1:
favorável ao empregado.
Obs. 2: com a Reforma Trabalhista de 2017, a CLT foi modificada para prever que o contrato
individual de trabalho possa ser realizado por prazo determinado, indeterminado ou para a prestação de
trabalho intermitente.
CLT, art. 443. O contrato individual de trabalho poderá ser acordado tácita ou
expressamente, verbalmente ou por escrito, por prazo determinado ou indeterminado, ou
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empregatício.
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A regra é o contrato individual ser por prazo indeterminado. No entanto, é possível celebrar
contrato por prazo determinado, nas hipóteses previstas no art. 443, § 2º, da CLT:
ATENÇÃO!
Nas duas hipóteses, o prazo de duração é de dois anos, no máximo, podendo ser estipulado um
prazo menor. A CLT possibilita uma única prorrogação, desde que respeitado o limite máximo de dois anos.
c. Contrato de experiência: prazo de 90 dias, podendo ocorrer uma prorrogação dentro deste
limite máximo de 90 dias, sob pena de o contrato se tornar, automaticamente, por prazo
indeterminado (CLT, art. 451: “O contrato de trabalho por prazo determinado que, tácita ou
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expressamente, for prorrogado mais de uma vez passará a vigorar sem determinação de
prazo.”).
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BRUNO TEIXEIRA E GUSTAVO ANDRADE ALTERAÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO • 7
CLT, Art. 468.Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas
condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou
indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente
desta garantia.
Obs.: não se considera alteração unilateral a determinação do empregador para que o respectivo
empregado reverta ao cargo efetivo, anteriormente ocupado, deixando o exercício de função de confiança.
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Ademais, esse retorno ao cargo efetivo, com ou sem justo motivo, não assegura ao empregado o direito à
manutenção do pagamento da gratificação correspondente, que não será incorporada,
independentemente do tempo de exercício da respectiva função. Ou seja, após a Reforma Trabalhista de
2017, a gratificação que o empregado recebia na função de confiança não será mais incorporada,
independente do período em que ficou na função.
ATENÇÃO!
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2. JUS VARIANDI
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BRUNO TEIXEIRA E GUSTAVO ANDRADE ALTERAÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO • 7
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TRABALHO
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INTERRUPÇÃO E SUSPENSÃO DO CONTRATO DE TRABALHO • 8
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BRUNO TEIXEIRA E GUSTAVO ANDRADE INTERRUPÇÃO E SUSPENSÃO DO CONTRATO DE TRABALHO • 8
1. INTERRUPÇÃO
2. SUSPENSÃO
É a ausência provisória da prestação de serviços sem que haja o pagamento de salários, nem a
contagem de tempo de serviço. Ou seja, o empregado não trabalha e não recebe. As hipóteses de
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suspensão são:
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b. Mandato sindical;
c. Suspensão disciplinar: máximo de 30 dias (“CLT, art. 474. A suspensão do empregado por mais
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BRUNO TEIXEIRA E GUSTAVO ANDRADE RESCISÃO DO CONTRATO DE TRABALHO • 9
O término do contrato de trabalho pode ocorrer de três maneiras: resilição, resolução e rescisão. A
depender da forma, há repercussão na esfera jurídica e nas verbas rescisórias.
1. RESILIÇÃO
É o término do contrato de trabalho sem um ato faltoso por nenhuma das partes e sem uma
nulidade contratual. Trata-se de um direito potestativo de empregados e de empregadores de encerrar o
contrato de trabalho quando desejado. Pode ser de forma unilateral ou bilateral.
a. Demissão: o empregado decide pôr fim ao contrato, não podendo o empregador se opor. O
empregado terá direito às seguintes verbas rescisórias: saldo de salários; décimo terceiro
proporcional; férias vencidas + terço constitucional; férias proporcionais + terço constitucional.
Perde a multa de 40% do FGTS, o aviso prévio (em verdade, o empregado deve conceder o
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FGTS.
b. Dispensa ou despedida sem justa causa: o empregador é quem decide pôr fim ao contrato sem
motivação específica. Se o empregado não estiver acobertado de alguma garantia provisória,
não poderá se opor. O empregado terá direito às seguintes verbas: saldo de salários; décimo
terceiro proporcional; férias vencidas + terço constitucional; férias proporcionais + terço
constitucional; aviso prévio; saque imediato dos depósitos do FGTS; multa de 40% sobre os
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ATENÇÃO!
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Súmula 382/TST. MUDANÇA DE REGIME CELETISTA PARA ESTATUTÁRIO. EXTINÇÃO DO CONTRATO. PRESCRIÇÃO
BIENAL. A transferência do regime jurídico de celetista para estatutário implica extinção
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Na hipótese de aviso prévio trabalhado, terá direito ao recebimento do seu valor integral; 20% de
multa sobre os depósitos do FGTS; saldo de salário (dias efetivamente trabalhados); décimo terceiro salário
proporcional; férias vencidas + terço constitucional; férias proporcionais + terço constitucional; saque
imediato de 80% dos depósitos do FGTS. Perde o benefício do seguro-desemprego.
2. RESOLUÇÃO
É o término do contrato de trabalho em razão de um ato faltoso por uma das partes.
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BRUNO TEIXEIRA E GUSTAVO ANDRADE RESCISÃO DO CONTRATO DE TRABALHO • 9
Prevista nas hipóteses taxativas, em que a falta grave foi cometida pelo empregado.
cumprimento das obrigações contratuais; perda da habilitação ou dos requisitos estabelecidos em lei para
o exercício da profissão em decorrência de conduta dolosa do empregado (essa última hipótese foi incluída
pela Reforma Trabalhista de 2017).
ATENÇÃO!
disciplinar;
• Tipicidade (princípio da reserva legal): as hipóteses de justa causa encontram-se estabelecidas
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em lei;
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• Gravidade: a justa causa só deve ser aplicada para atos gravíssimos, pois é a medida punitiva
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• Nexo de causalidade: o ato faltoso deve ser a causa para a dispensa com justa causa; a
dispensa por justa causa deve ser determinada, justamente, pela falta grave apontada pelo
empregador (princípio da “determinância”);
• Proporcionalidade: a punição deve ser proporcional ao ato faltoso;
• Imediatidade: entre o ato faltoso e a punição não pode transcorrer espaço de tempo longo,
sob pena de se considerar “perdão tácito”; esse tempo só pode ser considerado a partir do
momento que o empregador toma ciência do ato faltoso;
• Non bis in idem: para cada ato faltoso, uma única punição; o empregador também não pode se
arrepender da pena mais branda aplicada.
Nesse caso, o empregador foi o responsável pelo ato faltoso e pelo término do contrato. Em geral,
será declarada pela Justiça do Trabalho e o empregado terá direito a todas as verbas rescisórias, como se
tivesse sido dispensado sem justa causa.
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Hipóteses: forem exigidos serviços superiores às forças dos trabalhadores (mulher e crianças: 25
quilos em trabalho ocasional e 20 quilos em trabalho contínuo; homem: 60 quilos); serviços vedados por lei
como, por exemplo, trabalho de menor de 18 anos em ambiente insalubre ou perigoso; serviços contrários
aos bons costumes; serviços alheios ao contrato; se o empregado for tratado pelo empregador ou
superiores hierárquicos com rigor excessivo como, por exemplo, discriminação; o empregado correr perigo
manifesto de mal considerável; o empregador não cumprir obrigações do contrato (o empregado pode
continuar prestando serviços até que seja declarada judicialmente a rescisão indireta); o empregador ou
seus prepostos praticar, contra o empregado ou pessoas de sua família, ato lesivo à honra e boa fama;
houver ofensa física, salvo legítima defesa, própria ou de outrem; o empregador reduzir o trabalho do
empregado, sendo este por peça ou tarefa, para afetar a importância dos salários (o empregado pode
continuar prestando serviços até que seja declarada judicialmente a rescisão indireta).
Empregado e empregador praticaram faltas graves simultaneamente. Logo, haverá divisão das
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verbas rescisórias e o empregado terá direito a 50% das seguintes verbas: aviso-prévio; 13º Salário; férias
proporcionais; multa do FGTS (logo, a multa fica em 20%).
CLT, Art. 484. Havendo culpa recíproca no ato que determinou a rescisão do contrato de
trabalho, o tribunal de trabalho reduzirá a indenização à que seria devida em caso de
culpa exclusiva do empregador, por metade.
3. RESCISÃO
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Ocorre quando há nulidade contratual, a exemplo dos trabalhos ilícitos e de contratação com a
Administração Pública sem prévio concurso público.
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Obs.:
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CLT, Art. 501. Entende-se como força maior todo acontecimento inevitável, em relação à
vontade do empregador, e para a realização do qual este não concorreu, direta ou
indiretamente.
§ 1º - A imprevidência do empregador exclui a razão de força maior.
§ 2º - À ocorrência do motivo de força maior que não afetar substancialmente, nem for
suscetível de afetar, em tais condições, a situação econômica e financeira da empresa não
se aplicam as restrições desta Lei referentes ao disposto neste Capítulo.
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Em regra, não extingue o contrato de trabalho (art. 10 e 448, da CLT). No entanto, se empregador
for pessoa física — como, por exemplo, empregado doméstico —, pode ensejar o término do contrato de
trabalho. Nesse caso, o empregado recebe as mesmas verbas rescisórias como se fosse dispensado sem
justa causa.
CLT, Art. 10. Qualquer alteração na estrutura jurídica da empresa não afetará os direitos
adquiridos por seus empregados.” “CLT, Art. 448. A mudança na propriedade ou na
estrutura jurídica da empresa não afetará os contratos de trabalho dos respectivos
empregados.
CLT, Art. 486 - No caso de paralisação temporária ou definitiva do trabalho, motivada por
ato de autoridade municipal, estadual ou federal, ou pela promulgação de lei ou resolução
que impossibilite a continuação da atividade, prevalecerá o pagamento da indenização,
que ficará a cargo do governo responsável.
§ 1º - Sempre que o empregador invocar em sua defesa o preceito do presente artigo, o
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Covid-19 como fato do príncipe, já que não havia outra opção para a autoridade pública senão decretar a
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paralisação e a quarentena.
Poderá ocorrer no momento previamente fixado pelas partes (extinção normal) ou antes do prazo
fixado pelas partes (término antecipado). O empregado terá direito às seguintes verbas:
I. Término normal: saldo de salário dos dias trabalhados; 13º salário proporcional; férias + terço
proporcional ao tempo trabalhado; saque imediato dos depósitos do FGTS.
II. Término antecipado por iniciativa do empregador: saldo de salário dos dias trabalhados; 13º
salário proporcional; férias + terço proporcional ao tempo trabalhado; saque imediato dos
depósitos do FGTS + multa de 40% sobre os depósitos efetuados; indenização prevista no art.
479 da CLT (metade dos dias faltantes).
III. Término por iniciativa do empregado: saldo de salário dos dias trabalhados; 13º salário
proporcional; férias + terço proporcional ao tempo trabalhado. Caberá ao empregado, no
entanto, o pagamento de indenização pelos prejuízos que o pedido de demissão antecipada
causar à empresa (CLT, art. 480). Obs.: é possível pactuar a cláusula assecuratória de direito
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BRUNO TEIXEIRA E GUSTAVO ANDRADE RESCISÃO DO CONTRATO DE TRABALHO • 9
recíproco de rescisão nos contratos por prazo determinado (CLT, art. 481). Nesse caso, serão
observadas as regras do contrato por prazo indeterminado (ex.: necessidade de aviso prévio).
CLT, Art. 481 -Aos contratos por prazo determinado, que contiverem cláusula
asseguratória do direito recíproco de rescisão antes de expirado o termo ajustado,
aplicam-se, caso seja exercido tal direito por qualquer das partes, os princípios que regem
a rescisão dos contratos por prazo indeterminado.
É tratado por alguns autores como hipótese de transação individual de direitos trabalhistas e de
distrato. Objetiva conceder uma vantagem pecuniária ao empregado que se desligar do trabalho
voluntariamente. É utilizado para reduzir os quadros da empresa e para colocar fim ao contrato de
trabalho.
Doutrina e jurisprudência entendem que possui natureza jurídica de indenização, razão pela qual
não reflete nas demais parcelas salariais e o valor pago no incentivo ao desligamento não poderá ser
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utilizado para compensar outras verbas trabalhistas decorrentes do contrato de trabalho. Entretanto há
posicionamento do TST dando ênfase ao negociado sobre o legislado, que permite a compensação de
verbas trabalhistas com a vantagem financeira concedida pela empresa em razão do PDV, desde que haja
expressa previsão em instrumento coletivo.
Já sobre a eficácia liberatória, sabe-se que, pela regulamentação anterior à Reforma Trabalhista de
2017, o empregado que aderisse ao PDV não concedia quitação geral do contrato e poderia discutir, no
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futuro, as parcelas que não haviam sido devidamente quitadas (Orientação Jurisprudencial 270 da SbDI-I/
TST). Ocorre que o plenário do STF, em abril de 2011, adotou posição contrária à Orientação Jurisprudencial
270 da SbDI-I do TST e decidiu pela validade da cláusula de quitação geral, ampla e irrestrita, desde que
previstas em acordos coletivos e nos demais instrumentos assinados pelo empregado. Após a Reforma
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Trabalhista de 2017, com a redação do novo art. 477-B da CLT, o PDV, para dispensa individual, plúrima ou
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coletiva, enseja a quitação plena e irrevogável dos direitos da relação de emprego, desde que previsto em
convenção coletiva ou acordo coletivo.
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CLT, art. 477-B. Plano de Demissão Voluntária ou Incentivada, para dispensa individual,
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Obs. 1: o PDV não pode ser instrumento para renúncias de direitos trabalhistas ou para
parcelamento de verbas rescisórias. Todas as verbas decorrentes do pedido de demissão devem ser pagas
integralmente, além da indenização.
Obs. 2:
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7. VERBAS RECISÓRIAS
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A Reforma Trabalhista de 2017 revogou a previsão de homologação das verbas rescisórias pelo
Sindicato obreiro, para os trabalhadores com mais de um ano de serviço e passou a estabelecer apenas a
necessidade de comunicação da dispensa aos órgãos competentes. Com isso, abre-se a possibilidade de
que seja celebrado acordo extrajudicial homologado pelo Poder Judiciário, em processo de jurisdição
voluntária (CLT, art. 855-B).
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O recibo deverá especificar a natureza de cada parcela paga ao empregado e discriminar o seu
valor. Igualmente ao salário, é vedado o recibo genérico e global.
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Obs. 1: as parcelas que expressamente constarem no recibo terão eficácia liberatória. Já as que não
forem consignadas no recibo ou expressamente ressalvadas poderão ser discutidas futuramente na Justiça
do Trabalho.
Obs. 2: conforme já destacado, é lícito ao menor firmar recibo pelo pagamento dos salários.
Tratando-se, porém, de rescisão do contrato de trabalho, é vedado ao menor de 18 (dezoito) anos dar
quitação ao empregador pelo recebimento da indenização que lhe for devida sem assistência dos seus
responsáveis legais. (art. 439 da CLT).
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BRUNO TEIXEIRA E GUSTAVO ANDRADE RESCISÃO DO CONTRATO DE TRABALHO • 9
Deve ocorrer em dinheiro, depósito bancário ou cheque visado, na forma acordada entre as partes.
Para os trabalhadores analfabetos, deve ser em dinheiro ou depósito bancário.
O prazo é de 10 (dez) dias corridos, contados a partir do término do contrato de trabalho, devendo
o empregador, dentro desse período, entregar ao empregado os documentos que comprovem a
comunicação da extinção do contrato de trabalho aos órgãos competentes e efetuar o pagamento dos
valores constantes do instrumento de rescisão ou recibo de quitação.
Obs.: com a Reforma Trabalhista de 2017, geralmente não existe mais o ato de assistência na
rescisão do contrato de trabalho, seja pelo sindicato ou pelo Ministério do Trabalho.
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Se o empregador descumprir o prazo para pagamento das verbas rescisórias, será obrigado ao
pagamento de multa no valor equivalente ao salário do empregado, salvo se, comprovadamente, foi o
trabalhador quem deu causa ao atraso no pagamento. A multa incide nos contratos de prazo
indeterminado e de prazo determinado, inclusive nos casos de rescisão por justa causa do trabalhador.
Obs.: “Súmula 388/TST. MASSA FALIDA. ARTS. 467 E 477 DA CLT. INAPLICABILIDADE. A Massa Falida
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não se sujeita à penalidade do art. 467 e nem à multa do § 8º do art. 477, ambos da CLT.”
ATENÇÃO!
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Orientação Jurisprudencial 238 da SbDI-I/TST. MULTA. ART. 477 DA CLT. PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO.
APLICÁVEL. Submete-se à multa do artigo 477 da CLT a pessoa jurídica de direito público
brito ribeiro
que não observa o prazo para pagamento das verbas rescisórias, pois nivela-se a qualquer
particular, em direitos e obrigações, despojando-se do ‘jus imperii’ ao celebrar um
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contrato de emprego.
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Novidade trazida pela Reforma Trabalhista de 2017. É permitida, por acordo individual, entre
empregado e empregador, a quitação anual das obrigações trabalhistas.
9. DISPENSA DISCRIMINATÓRIA
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BRUNO TEIXEIRA E GUSTAVO ANDRADE RESCISÃO DO CONTRATO DE TRABALHO • 9
grave que suscite estigma ou preconceito. Inválido o ato, o empregado tem direito à
reintegração no emprego.
Antigamente, a aposentadoria espontânea era uma forma de extinção do contrato de trabalho, pois
o empregado, ao se aposentar por tempo de contribuição no INSS, tinha seu contrato de trabalho
finalizado. Ocorre que, após decisão do STF nas ADINs 1721-3 e 1770-4 (2006), em que houve a suspensão
da eficácia dos §§ 1º e 2º do art. 453 da CLT (considerados inconstitucionais), a aposentadoria espontânea
não é mais causa de extinção do contrato de trabalho. Destarte, se o empregado permanece prestando
serviços ao empregador, após a jubilação, quando ocorrer o término do contrato de trabalho sem justa
causa, o empregado tem direito à multa de 40% do FGTS sobre a totalidade dos depósitos efetuados no
curso do pacto laboral.
Obs.:
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