CONTABILIDADE PÚBLICA

Célia Borges
celia.borges@ipb.pt

Horário de atendimento:
Terças- Feiras das 11:30 às 12:30
Ou
Horário a combinar com o aluno
 CONTABILIDADE PÚBLICA
Avaliação:
Exame Final Escrito - 70%( nota mínima de 7
valores)
Mini-teste 30%
ou
Exame Final Escrito - 100%
Mini-Teste dia: 28 de novembro de 2023
 CONTABILIDADE PÚBLICA
Resultados da aprendizagem e
competências
No fim da unidade curricular o aluno deve ser capaz de:
1.Conhecer a organização e características do Setor Público Português.
2. Perceber como funcionam as Finanças Públicas e a Contabilidade Orçamental.
3. Entender as sucessivas fases de reforma, desde os anos 90 até ao SNC-AP.
4. Compreender os fundamentos, enquadramento e objetivos do SNC-AP.
5.Conhecer e interpretar a Estrutura Conceptual do Setor Público.
6. Assimilar os conceitos da contabilidade nas óticas orçamental, financeira e de
gestão.
7. Conhecer as principais Normas de Contabilidade Pública (NCP).
8. Conhecer a estrutura e conteúdo das demonstrações financeiras, de forma a
poder preparar o relato financeiro.
 Contabilidade Pública
• A CP é um conjunto de regras que têm em vista a
regularização da elaboração e apresentação das contas do
domínio público. Esta elaboração e apresentação das
contas públicas relaciona-se diretamente com as despesas
e receitas e por conseguinte com a prestação de contas
relativas a estas operações.
Baseado em Manual do Plano Oficial de Contabilidade Pública

Para RUA & CARVALHO (2006, p.48 citado por Domingos de

Carvalho) “ a contabilidade pública é uma aplicação da
contabilidade à atividade económica e financeira do setor
publico sem fins lucrativos, isto é, à administração Pública
com vista à apresentação e prestação de contas e ao
cumprimento da legalidade
 Contabilidade Pública
• A contabilidade Pública traduz a atividade
financeira do Estado

Corresponde à utilização de recursos

escassos (receitas públicas).

Na satisfação das necessidades coletivas (despesas

públicas).
 Sector Público
Definição:
• Conjunto de actividades económicas de qualquer natureza
exercidas por entidades públicas ( Estado, associações e
instituições públicas, quer assentes na representatividade e
na descentralização democrática, quer resultantes da
funcionalidade tecnocrática e da descentralização por
eficiência).(Pires Caiado, António C. e Pinto, Ana C., Manual
do Plano Oficial de Contabilidade Pública, 2002, pág.25)
• O sector público é constituído pelos meios de produção cujas
propriedade e gestão pertencem ao Estado ou a outras
entidades públicas.(art. 82 CRP)constituicao.PDF
O sector público em Portugal
Estrutura económico-financeira

Departamentos
ministeriais: ministério
da saúde

Hospitais,
universidades e
As. Republica
 Sector Público (cont.)
Setor Público Administrativo (SPA):
✓ Entes públicos cujo fim é a prestação de serviços à
coletividade, a título gratuito ou semi-gratuito (com
comparticipação direta dos utentes), que desenvolvem
operações de redistribuição de rendimentos;
✓ Os seus recursos provêm basicamente do Estado ou de
outras entidades públicas que, por sua vez obtêm dos
demais sectores da economia nacional;
✓ Este sector é constituído pelas Administrações Públicas
de carácter central e regional.
 Sector Público (cont.)
Sector Público Empresarial (SPE):
• São organizações de tipo comercial, industrial,
financeiro ou análogo, cujo fim é a produção de
bens e serviços para venda no mercado;
• Ex: CGD
• Os seus recursos provêm, na sua maioria, da
venda dos seus produtos ou da prestação de
serviços;
• Este tipo de serviços é constituído pelas
Entidades Públicas comerciais e industriais e
pelas Entidades Públicas financeiras.
 Sector Público
A Segurança social
– O sub-setor da Segurança Social (SS), engloba as unidades
institucionais que têm como função primordial o
fornecimento de prestações sociais e que têm como
recursos essencialmente as contribuições sociais
obrigatórias.
– pensões de reforma e invalidez,
– subsídios de desemprego
– rendimento social de Inserção
 Finanças Públicas: Definição
• “...as finanças públicas designam a atividade
económica de um ente público tendente a
afetar bens à satisfação de necessidades que
lhe estão confiadas.”
Prof. Sousa Franco

Disciplina que estuda os princípios e regras

que regem a atividade do estado
 Receita pública
Conceito
“Qualquer recurso, em princípio em uma soma de numerário, obtido durante
um determinado período, em benefício de um sujeito público, orientado
para a satisfação das despesas públicas que estão a seu cargo”[1].
[1] In, Dicionário Jurídico da Administração Pública, 1996, volume VII, pág. 28

Princípios de execução da receita pública

Nenhuma receita pode ser liquidada ou cobrada, mesmo que seja legal, sem
que cumulativamente:
a) Tenha sido objeto de correta inscrição orçamental;
b) Esteja adequadamente classificada

A liquidação e a cobrança podem, todavia, ser efetuadas para além dos

valores previstos na respetiva inscrição orçamental.
Leo –lei 155/2015- artº52
 Despesa pública
Conceito
O conceito de despesa pública pode ser delimitado para fins predominantemente
financeiros – por um conjunto distinto de elementos dentro da noção de despesa:
• O tipo de operação - afetação de recursos a uma determinada finalidade
• O sujeito da operação - o sujeito tem que ser uma Entidade Pública
• A finalidade da operação - a despesa destina-se a satisfazer necessidades públicas
Requisitos para a autorização de despesa pública
• Conformidade legal - Prévia existência de lei que autorize a despesa;
• Regularidade financeira - Inscrição orçamental, correspondente cabimento e
adequada classificação da despesa;
• Economia eficiência e eficácia - obtenção do máximo rendimento com o mínimo
de dispêndio, tendo em conta a utilidade e prioridade da despesa e o acréscimo
de produtividade daí decorrente.
Leo –lei 155/2015- artº52
 Decreto - Lei 26/2002- Classificador
económico
•Retificado pelo Decreto-Retificativo n.º 8-
F/2002, de 28 de fevereiro
•Aditado o artigo 6.º-A ao presente diploma, pelo
Decreto-Lei n.º 69-A/2009, de 24 de março
•É alterado o anexo I do Decreto -Lei n.º 26/2002,
de 14 de Fevereiro, alterado pelo Decreto -Lei n.º
69 -A/2009, de 24 de Março
O classificador económico das receitas e despesas públicas, Decreto-Lei n.º26/2002,
de 14 de Fevereiro é de aplicação obrigatória:
• serviços integrados do Estado;
• aos serviços e fundos autónomos;
• à segurança social ; • Objetivo - adoção de um Sistema Nacional
• à administração regional e local de Contas que permita:
- Informatização dos dados
- Comparação estatística dos dados
- Maior celeridade na preparação do OE
- Agrupar despesas
- Analisar economicidade dos gastos
públicos
São parte integrante das presentes instruções, para
além do texto explicativo:
• Anexo I apresenta a classificação económica dos
bens e serviços mais utilizados como forma de
apoiar as instituições na classificação das
despesas - Classificador da receita pública

• Anexo II apresenta a classificação económica de

despesa para efeitos de formulação e das
proposta de orçamento por parte das instituições
sectoriais e provinciais e que serve de base para a
elaboração e apresentação do Orçamento do
Estado;
•Notas explicativas
 Receita pública
• Definição: são todos os recursos obtidos durante um dado
período para a satisfação das despesas públicas a cargo de um
ente público.
Receitas correntes: são aquelas que, regra geral, se renovam
todos os anos
ex: contribuições para segurança social
• Receitas capital: são receitas que são cobradas
ocasionalmente e que, regra geral, estão associadas à
diminuição do património.
Ex: venda de um edifício
 Receita pública
• Receitas efectivas: receitas que representam
um efectiva aumento do património da
financeiro do estado
Ex: Receitas de impostos
• Receitas não efectivas: receitas que, embora
aumentando o património da tesouraria,
provoca nele um aumento de montante
idêntico.
Ex: contracção de um empréstimo
https://www.dgo.gov.pt/apoioaosservicos/Paginas/Documentacao.as
px?CategoriaDocumentos=Classificadores
 Receita Pública
• Estrutura e classificação
Fontes de Financiamento
Ex:210-FEDER

Classificação Capítulo
económica
Correntes
Grupo
Capital

Artigo
 Classificações de Despesa
Definição:
Dispêndio de bens ou gastos, efectuado por uma entidade
pública, com vista a adquirir ou criar bens ou serviços que
satisfaçam necessidades públicas.
Exemplo:
• pagamento de um funcionário público;
• gasto com a construção de uma escola;
• amortização de um empréstimo;
• Despesas Correntes, são as que o Estado faz,
durante um período financeiro, em bens
consumíveis, ou que vão traduzir na compra de
bens consumíveis (não alteram o património
duradouro do Estado). Ex: Compra de papel
• As Despesas de Capital, são as realizadas em
bens duradouros e no reembolso de
empréstimos. (alteram o património duradouro
do Estado). Ex: Gasto com a Construção de um
edifício.
• Despesas Efectivas, são as que se traduzem, sempre,
numa diminuição do património monetário do Estado,
quer se trate de despesas em bens de consumo, quer
em bens duradouros, implicam sempre uma saída
efectiva e definitiva de dinheiros da tesouraria
Ex: Despesas com os salários;
• Despesas Não Efectivas, são as que, embora
representem uma diminuição do património da
tesouraria, têm, como contrapartida, o
desaparecimento de uma verba de idêntico valor do
passivo patrimonial.
Ex:Pagamento de uma dívida.
Classificação das Despesas
Classificação funcional das despesas públicas

Segundo a natureza das funções exercidas pelo Estado

– 01-Funções gerais de soberania

• Serviços gerais da Administração Pública, defesa, segurança e ordem
pública
– 02-Funções sociais
• Educação, saúde, segurança a ação sociais, habitação e serviços
coletivos, serviços culturais, recreativos e religiosos
– 03-Funções económicas
• Agricultura, indústria, transportes, comércio e turismo
– 04-Outras funções (e. g. operações da dívida pública)
 Classificação Orgânica

vantagens:
De forma clara são atribuídas as dotações orçamentais para cada serviço público.

Nota: Cada vez que muda a orgânica governamental muda a classificação orgânica.
Classificação por programas
Orçamento do Estado
 Exercício 1.1-Classificador Económico
1. Compra de canetas 17. Renda de edifícios
2. Compra de bens de alimentação 18. Aluguer equipamentos
3. Reparação máquina 19. Venda Livros
4. Honorários de um consultor 20. Transferências correntes estado
5. Ajudas de custos 21. Receita IRS
6. Despesas de gasóleo 22. Receita de taxas moderadoras
7. Compra de material de escritório 23. Venda de uma habitação- adm central- Estado
8. Despesas de luz 24. Transferência Capital- Estado
9. Despesas de telefone (fatura mensal)
10. Compra de um computador
11. Despesas com salários (pessoal do quadro)
12. Reembolso Despesas de saúde (funcionários)
13. Subsídio de refeição
14. Custos com subsídios de férias
15. Despesas água
16. Compra de uma impressora
 Exercício 1.2-Classificador Económico
Despesas
Remunerações aos órgãos sociais
Aquisição de matéria- prima
Serviços de publicidade
Locação financeira terreno
Subsídio de férias de um funcionário
Despesa com aquecimento do edifício
Compra de uma viatura
Receitas
Taxas Diversas
Transferências Corrente Administração
Central- Estado
Venda de Livros e documentação técnica
Venda de Mercadorias
Serviços de laboratório
Serviços de Alimentação e alojamento
Transferência capital- União europeia
Venda viatura
Exercício 2-Classificador Económico
Durante o ano 200N foram realizadas as seguintes operações:
1. Foram pagos durante os meses de janeiro a dezembro 287.786 u.m. em vencimentos e salários
ao pessoal do quadro - Regime de Função Pública.
2. Os subsídios de refeição pagos no ano totalizaram 21.980 u.m.
3. A despesa de telefone totalizou no final do ano 12.660 u.m.
4. O consumo de eletricidade foi de 20.803 u.m.
5. O dirigente máximo do Organismo ABC apresentou uma fatura no valor de 50 u.m. referente a
um almoço oferecido a um membro do Governo.
6. Foram adquiridos para a biblioteca livros técnicos no valor de 1.000 u.m.
7. Foi renovada a sala de informática tendo-se despendido para tal 50.000 u.m.
8. Por razões de reorganização dos serviços foram efetuadas 2000 horas de trabalho
extraordinário.
9. Os consumos de água e gás totalizaram durante o ano 8.000 u.m.
10. Foram despendidos com a manutenção da viatura (substituição de pneus) 500 u.m.

Classifique economicamente as despesas descritas