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Yumara Vasconcelos
2010
© 2010 – IESDE Brasil S.A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito dos autores e
do detentor dos direitos autorais.
ISBN: 978-85-387-1250-3
CDD 658.151
205
Custos: aplicação em decisões táticas
205 | Considerações gerais
206 | Análise diferencial
208 | Situações gerenciais
216 | Medidas importantes para análises de curto prazo
mário
Apresentação
Sistemas de Custeio é um livro que trata de temas
Sistemas de Custeio
importantes relacionados à gestão e Contabilidade
de Custos. Corresponde a uma obra didática, com
linguagem objetiva, voltada para o suporte ao pro-
cesso decisório e implementação de sistemas de
custeio.
Ao longo dos capítulos foram realizadas revi-
sões de literatura (conteúdo técnico) com vistas
a apresentar o status dos assuntos abordados em
cada um deles. Buscou-se no preparo destes, clare-
za didática, qualidade do referencial teórico e profun-
didade de abordagem
A obra compõe-se por dez capítulos.
O primeiro capítulo apresenta os conceitos
básicos relacionados à Contabilidade de Custos.
Trata-se de um capítulo-base; dito de outra forma,
de referência. Nele, inicialmente, conceitua-se Con-
tabilidade de Custos, destacando-se a diferença
entre ela e outras especialidades da Contabilida-
de. O capítulo mostra ainda o histórico da Conta-
bilidade de Custos e a terminologia usualmente
empregada.
O segundo capítulo traz as diferentes classifica-
ções usadas para categorizar os custos, enfatizan-
do a importância de cada uma para o processo de
custeamento e de tomada de decisão. Trata-se de
um capítulo rico em exemplos de custos.
O terceiro capítulo destaca dois dos principais
sistemas de custeio, por absorção e variável, des-
tacando as diferenças entre eles e os reflexos da
adoção destes para a qualificação da informação
gerencial e, consequentemente, para o processo
decisório. O destaque deste capítulo é a explicação
detalhada sobre a prática de contabilização dos
custos.
O quarto capítulo apresenta a técnica de rateio
(conceito, funções, orientação de cálculo e restri-
ções). Explica aspectos de sua aplicação, detalhan-
do as limitações inerentes a ela. O diferencial deste
capítulo é o emprego de diálogos corporativos
Sistemas de Custeio
(técnica facilitadora do processo ensino-aprendi-
zagem, visto que aproxima o leitor da realidade de
mercado dos discursos empresariais) para ilustrar
os problemas ocasionados pelo uso do rateio.
O quinto capítulo apresenta o custeio por ativi-
dade: conceito, diferenciais em relação aos demais,
aplicação e implementação.
O sexto capítulo tem como ênfase uma impor-
tante função da análise de custos, o controle, posto
que trata do custo padrão.
O sétimo capítulo apresenta de forma didática e
objetiva os sistemas de acumulação de custos (por
ordem e por processo), ressaltando aspectos de
sua operacionalização e principais diferenças.
O oitavo, nono e décimo capítulos são capítulos
de convergência, pois todos os conceitos apresen-
tados anteriormente são apontados e utilizados ao
longo deles.
O capítulo oito traz o conceito de margem de
contribuição e suas aplicações gerenciais, medida
amplamente utilizada no dia a dia da administra-
ção das entidades.
O capítulo nove apresenta o conceito de ponto
de equilíbrio e seus diferentes tipos, enfatizando a
interpretação das medidas, benefícios informati-
vos e restrições de sua aplicação.
O capítulo dez se baseia na análise de situações
gerenciais, onde os conceitos e medidas apresenta-
dos neste livro são utilizados de modo muito natu-
ral. Trata-se de um capítulo “prático”, direcionado à
vivência gerencial e, por isso, de leitura instigante.
Neste trabalho buscou-se dar ênfase à análise
de custos e seu suporte à prática gerencial, de pla-
nejamento e controle, sem perder de vista a neces-
sidade de compreender o processo de custeamen-
to dos objetos de custos.
Contabilidade de custos
e seus conceitos básicos
Considerações gerais
A Contabilidade de Custos corresponde à especialidade da Contabilidade
que trata da gestão econômica de custos.
Yumara Vasconcelos.
Contabilidade de Custos
Diálogo
entre os
ramos
Contabilidade Geral Contabilidade Gerencial
Figura 1 – Destinação dos dados e informações da Contabilidade de Custos.
14
Contabilidade de custos e seus conceitos básicos
ção dos relatórios oficiais para o público externo, formado por investido-
res, órgãos governamentais, bancos, enfim, toda a sociedade, cenário que
requer informações baseadas em critérios uniformes, ou seja, em formatos
padronizados (figura 2).
Como as necessidades de informações desse grupo de usuários externos são muitas,
e já que as informações precisam ser altamente confiáveis, o sistema de Contabilidade
Financeira é projetado de acordo com regras e formatos contábeis claramente definidos
[...]. (HANSEN; MOWEN, 2001, p. 28)
Yumara Vasconcelos.
Comissões
Instituições constituídas Gestores
governamentais Acionistas internamente das áreas
Usuários Usuários
externos internos
Demonstrações Informações de
contábeis alcance variado.
padronizadas em Reporte em
relação ao formato. diferentes formatos.
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Contabilidade de custos e seus conceitos básicos
Yumara Vasconcelos.
Contabilidade Geral
Ocupa-se da geração das Demonstrações Contábeis para públicos externos (acionistas, governo,
credores e sociedade em geral).
As divulgações obedecem a critérios legais e aos princípios de Contabilidade.
As comunicações são restritas e pouco flexíveis em razão das exigências normativas.
Toma por base dados passados (fatos já ocorridos).
Contabilidade Gerencial
Ocupa-se do direcionamento dos dados contábeis à tomada de decisão.
As divulgações alcançam apenas o âmbito interno da organização, muitas vezes, restritas à ad-
ministração.
Produz relatórios específicos às necessidades decisórias.
Utiliza tanto dados históricos como projetados, conforme as necessidades – flexibilidade.
O foco é a preocupação com o futuro.
Fornece medidas objetivas relativas a operações passadas e estimativas de operações futuras
(WARREN et al.; 2001).
Contabilidade de Custos
Alimenta com seus “produtos” (dados e informações) a Contabilidade Geral e Gerencial.
Identifica, coleta, mensura, organiza e classifica dados relativos a custos e os reporta, amparando
o planejamento, controle organizacional e o processo de tomada de decisão.
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Contabilidade de custos e seus conceitos básicos
Contabilidade de Custos
e Contabilidade industrial
A Contabilidade aplica-se tanto à área de serviços como à área industrial.
É comum, todavia, a adoção do gênero no lugar da espécie. Como a Contabilidade de
serviços é pouco estudada e aplicada em nosso país, é habitual o uso da expressão
“Contabilidade de Custos” no sentido de gastos relativos à atividade industrial somente.
(FERREIRA, 2007, p.1)
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Contabilidade de custos e seus conceitos básicos
Estoque inicial
(+) Compras
(-) Estoques finais (obtido na contagem física)
= Custo das Mercadorias vendidas (CMV)
Receita de Vendas
(-) Custo das Mercadorias vendidas
(-) Despesas diversas (comerciais, administrativas, financeiras)
= Resultado (lucro ou prejuízo)
Terminologia básica
em Contabilidade de Custos
Os termos gastos, custo, despesa e perda são muito utilizados no dia a
dia das organizações e, algumas vezes, muito confundidos. Conhecer a dife-
18
Contabilidade de custos e seus conceitos básicos
Yumara Vasconcelos.
A prazo Aumento
Aquisição / consumo / do “Contas a pagar”.
utilização de recursos Gasto À vista Diminuição
do saldo de caixa.
Variações patrimoniais
qualitativas
e quantitativas.
Figura 3 – Gastos.
19
Contabilidade de custos e seus conceitos básicos
investimento;
custo;
despesa;
perda.
Investimentos
Os investimentos são gastos ativados em decorrência de seu potencial
prolongado de benefícios ou mesmo sua vida útil. Esses gastos correspon-
dem aos ativos de uma entidade.
Exemplos:
compra de matéria-prima.
Custo
O custo representa o gasto relacionado ao uso de recursos empregados
na produção de outros bens ou serviços.
20
Contabilidade de custos e seus conceitos básicos
Exemplos de custos:
uso de embalagens;
Despesa
A despesa é um gasto relacionado ao consumo de bens ou utilização de
serviços com a finalidade de gerar receita.
Exemplos:
21
Contabilidade de custos e seus conceitos básicos
gastos de distribuição;
Yumara Vasconocelos.
Custos Despesas
Gastos necessários à obtenção do pro- Gastos necessários à gestão geral financeira,
duto, bem ou serviço. comercial ou de vendas.
Possuem natureza fabril. Dizem respeito ao consumo ou utilização de
bens e/ou serviços.
São reconhecidos quando os fatores de São necessárias à disponibilidade do produto
produção são utilizados. no mercado.
São levados a resultado quando em- São levadas integralmente ao resultado no pe-
pregados no processo. ríodo em que forem registradas (temporais).
São contabilizadas no período em que aconte-
cem.
Repercutem no resultado quando os Repercutem no resultado no período em que
produtos são vendidos. ocorrem.
22
Contabilidade de custos e seus conceitos básicos
Perdas
Existem dois tipos de perdas: as normais e as extraordinárias.
23
Contabilidade de custos e seus conceitos básicos
greves;
As perdas são também gastos. Ocorre que, nesse caso, o consumo de re-
cursos é indesejado em razão das consequências financeiras.
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Contabilidade de custos e seus conceitos básicos
Yumara Vasconcelos.
Perdas
Produtiva Improdutiva
Yumara Vasconcelos.
Aumento do
Diminuição do
passivo (Contas
Caixa
a Pagar)
Gasto
Variação patrimonial
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Contabilidade de custos e seus conceitos básicos
Desembolso
O desembolso é um evento financeiro. Corresponde ao pagamento de
um bem ou serviço, independente do momento do consumo. É fundamen-
tal destacar que os eventos são contabilizados pelo regime de competên-
cia. Como consequência, as despesas são registradas, independente do
pagamento.
Importância gerencial
da Contabilidade de Custos
(VASCONCELOS, 2009)
26
Contabilidade de custos e seus conceitos básicos
O custo não é o único alvo a ser monitorado pela administração. Por exem-
plo, no atual contexto de mercado é cada vez mais expressiva a participação
das despesas de distribuição, até mesmo pela evolução e alcance do marke-
ting. Esses gastos são, algumas vezes, maiores do que os próprios custos de
produção. Todavia, mesmo assim, o custo deve receber atenção especial por
parte do gestor.
Atividades de aplicação
1. Marque a alternativa falsa.
27
Contabilidade de custos e seus conceitos básicos
d) Todo gasto é uma despesa, mas nem toda despesa é um gasto (so-
mente aquelas à vista).
28
Contabilidade de custos e seus conceitos básicos
Gabarito
1. B
2. C
3. B
4.
a) Custo e) Perda
b) Desembolso f) Perda
c) Custo g) Despesa
d) Perda h) Investimento
5. V, V, V, F
6. A
29
Contabilidade de custos e seus conceitos básicos
Referências
FERREIRA, Ricardo. Contabilidade de Custos. Rio de Janeiro: Ferreira, 2007.
HANSEN, Don R.; MOWEN, Maryanne. Gestão de Custos. São Paulo: Pioneira
Thomson Learning, 2001.
LINS, Luiz S.; SILVA, Raimundo Nonato Sousa. Gestão Empresarial com Ênfase
em Custos. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2005.
PEREZ JÚNIOR, José Hernandez et al. Gestão Estratégica de Custos. São Paulo:
Atlas, 2001.
30
Custos e sua classificação
Considerações gerais
Os diferentes tipos de gastos em uma organização apresentam natureza
variada, o que requer uma classificação adequada.
assim por diante, para o qual os custos são medidos e atribuídos” (HANSEN;
MOWEN, 2001, p. 61).
inspecionar processos;
realizar pedidos;
suprir estoques;
34
Custos e sua classificação
É importante estabelecer uma ligação entre o custo e seu objeto. Essa re-
lação deve ser explorada para aumentar a precisão na atribuição de custos.
Relação
causal
Rastreamento
Figura 1 – Técnica de rastreamento.
35
Custos e sua classificação
Martins (2001) faz uma gradação de conceitos tomando por base a facili-
dade de atribuição de custos (precisão):
alocação direta;
rastreamento;
rateio.
Yumara Vasconcelos.
Alocação
direta Rateio
Rastreamento
36
Custos e sua classificação
Yumara Vasconcelos.
Rastreabilidade Facilidade de atribuição
usando uma relação causal
37
Custos e sua classificação
De fato, nem todo custo direto compõe a estrutura do produto. Nem todo
material direto pode ser visualizado no produto.
Yumara
Vasconcelos.
Atividades Exemplos de materiais diretos
Fabricação de móveis Madeiras diversas, compensados, estofamento, couro etc.
Atividades gráficas Papéis de diferentes tipos, tintas etc.
38
Custos e sua classificação
Para que um custo seja direto, as condições não precisam ser obedecidas
simultaneamente.
Yumara Vasconcelos.
Materiais Recursos
diretos consumidos
Estrutura do Consumo
produto vinculado à
geração do
produto
“Os custos indiretos são aqueles cujo consumo (ou utilização) relacionado
é compartilhado entre diferentes objetos de custos, tendo, portanto, caráter
genérico, comum” (VASCONCELOS, 2009).
Apesar da denominação custos gerais ser muito empregada para fazer re-
ferência aos custos indiretos, alguns custos considerados gerais são diretos.
Suponha, por exemplo, uma indústria que possua medidores que permitam
a mensuração do consumo de energia de cada produto. Esse custo é consi-
derado por muitos como geral, mas é direto (quando o controle assim per-
mite). Por isso a expressão custo geral deve ser empregada com cuidado, sem
generalizações.
materiais indiretos;
seguro fabril;
Depreciação: é comum
encontrarmos referências bi- Os custos indiretos se
bliográficas que classifiquem caracterizaram por serem
a depreciação, amortização e
exaustão como custos indire-
comuns, compartilhados
tos. Todavia, se deve analisar (nenhum objeto é
as características do proces- exclusivamente responsável
so, a forma como os bens são
por eles), genéricos,
alocados entre outros aspec-
tos. Se os bens depreciados desprovidos de especificidade
forem utilizados no processa- em relação a qualquer objeto
mento de um único produto, de custo. A sua relação com
a depreciação será um custo
direto. A classificação da de-
o produto, por exemplo, é
preciação como custo direto simplesmente indireta
ou indireto depende das ca-
racterísticas de uso, condições de medição, tecnologia etc. Grande parte das
depreciações são custos indiretos.
41
Custos e sua classificação
material de limpeza;
peças de reposição;
lubrificantes etc.
moldes e modelos;
ferramentas;
materiais higiênicos;
material de expediente;
42
Custos e sua classificação
A mão de obra indireta atua como apoio ou suporte aos processos como
um todo. Padoveze (2003, p. 50) salienta que:
Algumas especializações como modeladores, ferramenteiros, modelistas, apesar de
trabalharem muito próximos dos produtos finais e com atividades muito semelhantes às
desenvolvidas pela mão de obra direta, participam apenas de atividades antecedentes à
produção.
Em geral, a maior parte dos custos em uma indústria tem natureza indire-
ta. Cada vez mais os recursos tendem a ser compartilhados, até mesmo em
razão da necessidade de economicidade no uso dos recursos.
despesas de fretes;
43
Custos e sua classificação
encargos financeiros;
44
Custos e sua classificação
Como se nota, os custos fixos não são indefinidamente fixos. São, na ver-
dade, escalonados. Crescem ou decrescem em degraus. Talvez fosse mais
apropriado usar o termo estável no lugar de fixo para não dar essa falsa co-
notação de estaticidade.
Níveis de gastos fixos
Yumara Vasconcelos.
diferentes capacidades
Gastos fixos
Volume
Desinvestimento
Gastos fixos
Volume
45
Custos e sua classificação
de capacidade;
operacionais;
programados.
46
Custos e sua classificação
b) o valor por unidade varia à medida que ocorre variação no volume de produção, por
tratar de um valor fixo diluído por uma quantidade maior;
De fato, o custo fixo unitário, razão entre o custo total e a quantidade pro-
duzida, decresce à medida que a produção aumenta, o que é lógico já que as
unidades adicionais produzidas diluem os custos fixos totais (quadro 2).
47
Custos e sua classificação
Alguns custos são fixos em certos níveis porque a gestão decidiu que esses níveis de custos
seriam incorridos para satisfazer objetivos da organização. Esses custos fixos discricionários
não têm um relacionamento óbvio com os níveis de capacidade ou de atividade de
produção, mas são determinados como parte de um processo de planejamento periódico.
(HORNGREN et al., 2004, p.75)
Esses custos poderão ser alterados mais facilmente ainda que o perío-
do orçamentário esteja em curso, o que não ocorre com os custos fixos
comprometidos.
Exemplos:
despesas de capacitação;
48
Custos e sua classificação
Yumara Vasconcelos.
Ponto da Parcela
virada variável
Parcela fixa
Custo misto total
= parcela fixa +
parcela variável
Volume
49
Custos e sua classificação
Vejamos um exemplo:
Observe que a parcela fixa é a mesma para o nível mais alto e mais baixo.
Até esse ponto fez-se referência apenas aos custos fixos, variáveis e mistos.
Mas essa classificação também alcança as despesas.
Yumara
Vasconcelos.
Gasto unitário (por unida-
Categoria de gasto Gasto total
de de volume)
Gastos fixos Não se altera Diminui ou aumenta
Gastos variáveis Diminui ou aumenta Não se altera
52
Custos e sua classificação
Yumara Vasconcelos.
Estoque de Estoque de Apuração
Gastos
produtos em produtos CPV do
(custos)
elaboração acabados resultado
custo diferencial;
custo irrecuperável;
custo de oportunidade.
53
Custos e sua classificação
Esses custos não poderão ser modificados por qualquer escolha, deven-
do ser ignorados ao se tomar decisões.
54
Custos e sua classificação
55
Custos e sua classificação
Os custos relevantes são aqueles cuja análise é importante para que de-
terminada decisão seja tomada.
56
Custos e sua classificação
Assim, um custo poderá ser relevante para uma decisão e não sê-lo para
outras. A referência da relevância é a natureza da decisão.
Os custos não elimináveis são aqueles que não poderão ser eliminados,
mesmo com a total suspensão das atividades.
57
Custos e sua classificação
custo fabril;
O custo dos produtos vendidos (CPV) corresponde aos custos das uni-
dades efetivamente comercializadas no período.
58
Custos e sua classificação
Yumara Vasconcelos.
Composição do custo e fluxo de produção
(+) Estoque inicial de materiais diretos
(+) Aquisições de materiais diretos
(–) Estoque final de materiais diretos
(=) MATERIAL CONSUMIDO
(+) Mão de obra direta
(+) Gastos gerais de fabricação (mão de obra indireta, depreciação, aluguel, energia, combustível etc.)
(=) CUSTO DA PRODUÇÃO
(+) Estoque inicial de produtos em elaboração
(–) Estoque final de produtos em elaboração
(=) Custo dos produtos fabricados
(+) Estoque inicial de produtos acabados
(–) Estoque final de produtos acabados
(=) CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS (CPV)
Yumara Vasconcelos.
requisições
Estoque inicial Estoque inicial
+ Compras Materiais requisitados Materiais consu- Produtos concluídos
midos
Mão de obra
Outros custos
59
Custos e sua classificação
Custo de oportunidade
(VASCONCELOS, 2009)
Vamos exemplificar:
Considere as alternativas 1 e 2.
60
Custos e sua classificação
análise de desempenho.
Atividades de aplicação
1. Assinale a alternativa correta.
61
Custos e sua classificação
5. Por que os custos irrecuperáveis não devem ser considerados nas de-
cisões?
62
Custos e sua classificação
Gabarito
1. B
2. A
3. A
63
Custos e sua classificação
7. V, V, V, V, V, V, V, F, F, V, F, F, F, V, F
Referências
CARDOSO, Ricardo Lopes et al. Contabilidade Gerencial: mensuração, monitora-
mento e incentivos. São Paulo: Atlas, 2007.
FERREIRA, José Antônio Stark Ferreira. Contabilidade de Custos. São Paulo: Pe-
arson Prentice Hall, 2007.
HANSEN, Don R.; MOWEN, Maryanne. Gestão de Custos. São Paulo: Pioneira
Thomson Learning, 2001.
PADOVEZE, Clóvis Luís. Curso Básico Gerencial de Custos. São Paulo: Pioneira
Thomson Learning, 2003.
PEREZ JÚNIOR, José Hernandez et al. Gestão Estratégica de Custos. São Paulo:
Atlas, 2001.
64
Custos e sua classificação
65
Sistemas de custeio variável
e por absorção
Considerações gerais
O método de custeio tem a função, na Contabilidade de Custos, de atribuir
custos aos objetos de custos. Na verdade, os métodos oferecem caminhos di-
ferentes para se cumprir o objetivo de estabelecer os custos de cada objeto
(produtos, grupo de produtos, atividades etc.) – propósito de “apropriação” de
custos.
67
Sistemas de custeio variável e por absorção
O esquema didático a seguir ilustra o fluxo dos dados contábeis com base
no custeio por absorção.
68
Sistemas de custeio variável e por absorção
Salários a pagar
Débito Crédito
J(3)
Salários a pagar
Débito Crédito
J(3)
P(4)
69
Sistemas de custeio variável e por absorção
70
Sistemas de custeio variável e por absorção
Os custos indiretos são aqueles distribuídos aos produtos por meio de rateio
(técnica de distribuição de custos que se baseia em suposições, critérios).
“Portanto, não basta que alguns custos possam ser identificados como as-
sociados a determinado objeto de custeio para serem tratados como custo
direto. É necessário, também, que sua alocação seja viável economicamente”
(FERREIRA, 2007, p. 52).
71
Sistemas de custeio variável e por absorção
O ideal seria que todos os custos fossem diretos, o que nem sempre é
possível. Essa situação é prevista quando se produz um único bem, sem va-
riações de especificação. Ainda que seja uma mesma linha de produto, dife-
renças na especificação tornam as variações “únicas”, tal como se fosse um
produto diferente.
A figura do custo indireto em relação ao produto surge quando uma fá-
brica produz mais de um bem ou presta mais de um serviço, sem qualquer
possibilidade de apropriação direta; dito de outra forma, sem condições de
segregação da parcela pertencente ou consumida do item de custo por cada
produto. Quanto maior a diversificação de produtos, bens ou serviços, maior
será o número de tipos de custos indiretos.
3.ª etapa – apropriação dos custos diretos.
Como existe uma ligação direta e objetiva entre objeto e custo, essa etapa
é bastante simples.
Por meio do rateio presume-se uma ligação, que não é precisa, sendo
muitas vezes arbitrária (ligação “forçada” entre custo e objeto).
área ocupada;
potência de equipamentos;
73
Sistemas de custeio variável e por absorção
número de funcionários;
volume de produção;
Outro fator que favorece o emprego do custeio por absorção é sua com-
patibilidade com os princípios contábeis: os custos devem ser levados a re-
sultado quando existir correlação com a receita, ou seja, quando os produtos
forem vendidos. Como apresentado, os custos lançados para apuração do
resultado são aqueles correspondentes às unidades vendidas.
74
Sistemas de custeio variável e por absorção
Outras variações
do método de custeio por absorção
Uma das críticas direcionadas ao custeio por absorção é que o custo uni-
tário de produção oscila segundo as variações do volume de produção. A
existência de capacidade ociosa, por exemplo, onera o custo unitário do
produto.
75
Sistemas de custeio variável e por absorção
Não se trata de um novo método de custeio, mas sim, de uma versão mo-
dificada para atender a necessidades gerenciais.
76
Sistemas de custeio variável e por absorção
Yumara Vasconcelos.
Separação dos gastos: custos, despesas e outras formas
Apuração do resul-
tado do período
(lucro ou prejuízo)
Apropriação dos custos indiretos,
mediante rateio
Vantagens da aplicação
do método de custeio por absorção
São vantagens da aplicação do método de custeio por absorção:
Uma crítica lançada ao método de custeio por absorção é que ele oferece
dificuldades de comparações dos custos unitários de períodos consecutivos
quando ocorrem mudanças de critérios de rateio, ou ainda, variações brus-
cas no volume de produção, o que dificulta a formulação de padrões, contro-
le e análise orçamentária.
Custeio variável
A apropriação dos custos indiretos fixos apresenta dificuldades de ordem
prática em razão das distorções causadas pelo rateio.
78
Sistemas de custeio variável e por absorção
O método apropria aos produtos todos os custos variáveis, sejam eles di-
retos ou indiretos.
Esse método busca um custo unitário do produto ou serviço sem nenhuma dúvida
em termos de mensuração monetária, já que, ao utilizar apenas elementos variáveis e,
portanto, com valor unitário para cada unidade de produto perfeitamente definido, não
usa nenhum conceito de cálculo médio. (PADOVEZE, 2003, p. 78)
Estoques
Apuração do resultado,
sem transitar pelos
estoques
Apuração do CPV
79
Sistemas de custeio variável e por absorção
Receita de vendas
(–) CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS (somente os custos variáveis)
= MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO
(–) CUSTOS FIXOS
= LUCRO
O resultado final produzido pelo custeio por absorção será maior que
aquele gerado pelo custeio variável, se considerar a hipótese de apenas
parte do volume produzido ter sido comercializada.
O custo deve ser confrontado com a receita com a qual está relacionado,
ou seja, que ajudou a gerar.
permite que a fixação do preço de venda seja mais realista porque con-
templa a totalidade dos custos unitários dos produtos;
82
Sistemas de custeio variável e por absorção
Receita de vendas
(–) Custo variável total
= Margem de contribuição total
83
Sistemas de custeio variável e por absorção
Yumara Vasconcelos.
absorção
CPV menor
CPV maior
Comparação consi-
derando o mesmo
volume de produção e
vendas, custos e preço
Custos fixos
de venda.
Lucro maior integralmente nos
resultados
Maior IR e CSLL
Lucro menor
84
Sistemas de custeio variável e por absorção
Atividades de aplicação
1. Qual a diferença básica entre os custeios variável e por absorção?
85
Sistemas de custeio variável e por absorção
Gabarito
1. A diferença básica está na formação do custo do produto. Enquanto o
custeio por absorção considera todos os custos incorridos, o custeio
variável leva em conta na apuração do custo do produto apenas os
custos variáveis.
86
Sistemas de custeio variável e por absorção
5. V, F, V, V, V
Referências
DELIBERAÇÃO CVM N.º 29, DE 5 DE FEVEREIRO DE 1986. Disponível em: <www.
cvm.gov.br/asp/cvmwww/atos/exiato.asp?File=/deli/deli029.htm>. Acesso em:
20 jan. 2010.
FERREIRA, José Antônio Stark Ferreira. Contabilidade de Custos. São Paulo: Pe-
arson Prentice Hall, 2007.
MEGLIORINI, Evandir. Custos: análise e gestão. São Paulo: Pearson Prentice Hall,
2007.
PADOVEZE, Clóvis Luís. Curso Básico Gerencial de Custos. São Paulo: Pioneira
Thomson Learning, 2003.
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Técnica de rateio
Considerações gerais
Os custos indiretos são custos de natureza genérica, relacionados a di-
ferentes produtos ou outro objeto de custos ao mesmo tempo. Decorrem
do uso compartilhado de recursos. Assim, são apropriados aos objetos de
custos por meio de estimativas, aproximações. Consegue-se, na melhor das
hipóteses, uma ligação presumida entre o objeto de custos (que pode ser
um produto, um departamento etc.) e o custo, baseada numa relação lógica
de consumo.
Ratear custos significa dividir, distribuir os custos aos objetos com base na
presunção de uma relação lógica de consumo.
horas trabalhadas;
custos primários;
Funções do rateio
O rateio de custo tem outras funções, além de alocar os custos indiretos:
O grande desafio é a escolha das bases de rateio, que nem sempre viabili-
zam o alcance da equidade (reconhecimento imparcial da parcela de custos
que cabe a cada objeto).
Rateio, subjetividade
e o uso de recursos estatísticos
Sempre existirá uma dose de subjetividade e imprecisão na distribuição
dos custos indiretos.
91
Técnica de rateio
custo primário;
horas-máquina.
Não significa com isso que outras bases ou critérios não possam ser
utilizados.
consistência do critério.
Contabilização e aplicação
da técnica do rateio
Antes de proceder ao processo de rateio algumas orientações práticas
devem ser seguidas:
gastos cujo rateio seja muito arbitrário devem ser levados a resulta-
do do período em que ocorrerem diretamente, para evitar distorções
(CREPALDI, 1998).
92
Técnica de rateio
93
Técnica de rateio
B R$200.000,00 30,8
C R$300.000,00 46,1
B R$616.000,00
C R$922.000,00
TOTAL R$2.000.000,00
94
Técnica de rateio
B 200 30,8
C 350 53,8
B R$107.800,00
C R$188.300,00
TOTAL R$350.000,00
Apesar de ser uma técnica muito utilizada, o rateio tem sido ao longo dos
anos alvo de críticas. Conheçamos algumas delas:
95
Técnica de rateio
Yumara Vasconcelos.
Descrição Ponderações necessárias
Fator de rateio é a variável que provoca os cus-
Rateio com base na relação causa e efeito tos, o que impõe maior coerência em razão da
correlação positiva.
O objeto receberá os custos indiretos com base
Rateio com base nos benefícios recebidos pelos
nos benefícios recebidos, apesar da dificuldade
objetos de custos
de se aferir alguns tipos de benefícios.
Presença de conflitos de interesses. O “acordo”
prevalece sobre a “técnica”, podendo conduzir
Rateio com base na negociação entre as partes
a alocações arbitrárias. A alocação pode depen-
interessadas
der das habilidades de negociação dos repre-
sentantes das áreas.
Rateio com base na capacidade econômica dos Critério discutível, pois, o “desempenho” do ob-
objetos jeto prevalece sobre a técnica.
96
Técnica de rateio
Suponhamos uma clínica que distribui seus custos indiretos com base no
número de atendimentos em cada área: clínica geral, obstetrícia, oftalmolo-
gia, oncologia, ginecologia etc. O que aconteceria se em determinado mês
nenhum atendimento fosse feito, por exemplo, pela área de oftalmologia?
Certamente as demais áreas que tiveram movimento receberiam, com base
na proporção do número de atendimentos, os custos indiretos, enquanto a
área de oftalmologia ... Critério discutível, não?
se, por sua vez, existir um equilíbrio entre esses custos e o valor dos
custos indiretos for expressivo, sugere-se um estudo pormenorizado
das possíveis bases de rateio.
97
Técnica de rateio
98
Técnica de rateio
Atividades de aplicação
1. A empresa Delta fabrica dois produtos, A e B. Apresentamos abaixo as
informações principais sobre custos:
Descrição A B
Mão de obra direta R$100.000,00 R$150.000,00
Materiais diretos R$185.000,00 R$160.000,00
CIF R$300.000,00
O rateio dos CIF é feito com base no critério custo primário. Assim, o pro-
duto A e B receberão custos indiretos de:
99
Técnica de rateio
3. Promova o rateio dos custos indiretos com base nos dados abaixo,
usando como critério o consumo de materiais diretos.
Descrição A B Total
MOD R$250.000,00 R$150.000,00 R$400.000,00
MD R$385.000,00 R$260.000,00 R$645.000,00
Custos primários R$635.000,00 R$410.000,00 R$1.045.000,00
Percentual de custos primários 60,8 39,2 100,0
CIF R$550.000,00
Gabarito
1.
Descrição A B Total
MOD R$100.000,00 R$150.000,00 R$250.000,00
MD R$185.000,00 R$160.000,00 R$345.000,00
Custos primários R$285.000,00 R$310.000,00 R$595.000,00
Percentual de custos primários 47,9 52,1 100,0
CIF R$300.000,00
Parcela rateada R$143.700,00 R$156.300,00
2. V, V, V, F, V
3.
Descrição A B Total
MOD R$250.000,00 R$150.000,00 R$400.000,00
MD R$385.000,00 R$260.000,00 R$645.000,00
Custos primários R$635.000,00 R$410.000,00 R$1.045.000,00
Percentual de custos primários 60,8 39,2 100,0
CIF R$550.000,00
Participação dos MDs 59,69 40,31
Parcela rateada R$328.294,57 R$221.705,43
100
Técnica de rateio
4.
Descrição A B Total
MOD R$250.000,00 R$150.000,00 R$400.000,00
MD R$385.000,00 R$260.000,00 R$645.000,00
Custos primários R$635.000,00 R$410.000,00 R$1.045.000,00
Percentual de custos primários 60,8 39,2 100,0
CIF R$550.000,00
Participação a MOD 62,50 37,50
Parcela rateada R$343.750,00 R$206.250,00
Referências
MAHER, Michael. Contabilidade de Custos: criando valor para a administração.
São Paulo: Atlas, 2001.
101
Custeio ABC
Considerações gerais
O custeio baseado em atividades é popularmente conhecido como
custeio ABC em razão de sua tradução em inglês (Activity Based Costing). É
também denominado de custeio baseado em transações.
104
Custeio ABC
105
Custeio ABC
Como diminuí-los?
Conceitos preliminares
A aplicação do custeio ABC requer domínio de alguns conceitos. O pri-
meiro deles é o de atividade.
106
Custeio ABC
Yumara Vasconcelos.
Atividade 1
Tarefas
Atividade 2
Objetivo
Tarefas Processo
determinado
Atividade “n”
Tarefas
Atividades Atividades
sem desalinhadas com os
importância objetivos do
identificada departamento
Análise das
atividades
107
Custeio ABC
Yumara Vasconcelos.
No custeio ABC a Fornecedores
internos
empresa é seccionada
em atividades, as
Departamento Objetivos
quais são avaliadas
e traduzidas em
termos monetários Clientes internos
108
Custeio ABC
Yumara Vasconcelos.
Área ou de-
Objetivos
partamento
Responsá-
Funções
vel
Produtos que
Exigências
entregam
Fornecedores Clientes in-
internos ternos
Recursos
alocados Recomendações
para que Direciona- Análise da ativida- (impacto financei-
Composição Custo
Atividades os objeti- dores de de (se redundante ro, economia gera-
de custos total
vos sejam recursos ou desnecessária) da com a elimina-
alcança- ção etc.)
dos
110
Custeio ABC
Atividades Produtos
Consomem/utilizam
Recursos
usados nas
atividades
Como se vê, a adoção do método de custeio ABC pode ser analisada sob
duas perspectivas: a contábil e a gerencial. “Para alguns autores, o enfoque é
dado mais para o cálculo de custos (o lado do método) enquanto que, para
outros, o ABC está mais relacionado com decisões no âmbito estratégico,
passando, ainda, pela melhoria do processo” (BORNIA, 2002, p. 120).
112
Custeio ABC
Vale lembrar que um centro de custos pode executar uma ou mais ati-
vidades, ou mesmo, parte de uma única. Nem sempre o centro de custos
coincide com o “departamento”, ou seja, com os elementos da (estrutura
organizacional).
Direcionadores de custos
Existem dois tipos de direcionadores de custos:
113
Custeio ABC
Yumara Vasconcelos.
Recursos Atividades Produtos
Quais atividades impactam mais no cômputo dos gastos totais? Por que?
114
Custeio ABC
“As informações fornecidas pelo ABC servem para dirigir a atenção da ge-
rência às atividades responsáveis pelos custos, possibilitando uma melhor
visualização dos impactos causados por decisões e melhor controle dos
custos fixos” (BORNIA, 2002, p. 129).
115
Custeio ABC
Custeio ABC
São consumidos por para gerarem que são alocados aos
Yumara Vasconcelos.
Custos (das
Recursos Atividades Produtos
atividades)
ABM
Análise das atividades e processos
Recursos Atividades
Controle e
tomada de
decisões
Uma das principais limitações é o seu custo, elevado para muitas organiza-
ções. Trata-se de um sistema de método de custeio oneroso para desenvolver,
implementar e manter, comparativamente aos métodos tradicionais.
116
Custeio ABC
Os custos das atividades e dos produtos são mensurados por meio de dire-
cionadores de custos, também denominados de costs drivers ou indutores de
custos.
“As atividades são mensuradas pelos direcionadores de custos, que são iden-
tificados por meio da investigação das atividades e seus efeitos sobre os custos
dos produtos ou serviços” (BRUNI; FAMÁ, 2002, p. 176).
117
Custeio ABC
118
Custeio ABC
Área Objetivos
Funções Responsável
Recursos aloca- Análise da ati-
dos para que os Composição Direcionadores de Custo vidade (se re- Recomen-
Atividades
objetivos sejam de custos recursos total dundante ou dações
alcançados desnecessária)
119
Custeio ABC
Atividades de aplicação
1. No custeio ABC, como os custos são atribuídos aos produtos?
Gabarito
1. Inicialmente a empresa é decomposta em atividades (levantamento e
análise das atividades).
120
Custeio ABC
Os custos das atividades são atribuídos aos produtos por meio dessa rela-
ção, estabelecida através dos direcionadores.
Referências
BORNIA, Antonio Cezar. Análise Gerencial de Custos: aplicação em empresas
modernas. Porto Alegre: Bookman, 2002.
CARDOSO, Ricardo Lopes et al. Contabilidade Gerencial. São Paulo: Atlas, 2007.
FERREIRA, José Antônio Stark Ferreira. Contabilidade de Custos. São Paulo: Pe-
arson Prentice Hall, 2007.
PADOVEZE, Clóvis Luís. Curso Básico Gerencial de Custos. São Paulo: Pioneira
Thomson Learning, 2003.
SHANK, John K.; GOVINDARAJAN, Vijay. A Revolução dos Custos. Rio de Janeiro,
1997.
122
Custo padrão
Considerações gerais
A Contabilidade de Custos tem como uma das funções ensejar o controle
econômico. O uso do conceito de custo padrão constitui um instrumento im-
portante no exercício dessa função. Esse controle pode se dar de diferentes
maneiras.
O controle pode ser implementado, por exemplo, por meio da análise das
operações da entidade, pela realização de estimativas como referência de
valor etc. Alguns controles se baseiam em fatos já ocorridos (“no que se fez”,
no “como foi feito”).
Custo padrão:
conceito, modalidades e características
A finalidade gerencial do custo padrão é o controle em sua função ativa;
dito de outra forma é a oportunidade de acompanhamento do desempenho
e resposta aos problemas apontados.
126
Custo padrão
Yumara Vasconcelos.
Levantamento de
dados
Diagnóstico e solução.
Análise e resposta
básicos;
de eficiência máxima;
atingível normalmente;
esperado.
127
Custo padrão
(CREPALDI, 1998,
p. 170. Adaptado.)
Situação Padrão
Redução de custo Justo
Política de preço Realista
Produtos de alta qualidade Perfeito
O custo padrão ideal é aquele obtido com maior rigor científico, con-
siderando condições ideais no que se refere ao uso dos fatores de produ-
ção. Sua obtenção utiliza métodos bem estruturados. Esse padrão pode ser
tomado como meta, mas exequível a longo prazo, isso porque, a curto prazo ,
deficiências, ineficiências no processo são mais frequentes e nem sempre
solucionáveis imediatamente.
128
Custo padrão
Yumara Vasconcelos.
Tipos de custo Características
• obtido do modo mais cientifico possível por profissio-
nais da área de produção e contábil – esforço conjunto;
• é empregado, geralmente, como meta de longo prazo;
Ideal • seu uso como meta de curto prazo não é recomendável
porque, na prática, podem existir restrições em relação
ao uso dos fatores produtivos, deficiências no processo,
inclusive limitações referentes à qualidade dos insumos.
• é obtido por meio de projeções com base em dados
históricos (passados), sem qualquer ênfase ou preocu-
pação com as ineficiências do processo;
Estimado
• sua obtenção não leva em consideração o nível de des-
perdício de materiais, produtividade de mão de obra en-
tre outros aspectos limitantes.
• toma por base um estudo da eficiência de processo;
• sua obtenção leva em consideração as restrições que
não podem ser resolvidas pela empresa a curto ou mé-
Corrente dio prazo;
• é mais realista;
• quando usado como meta, é considerado como o mais
exequível entre os padrões existentes.
É sempre desejável que o custo real seja inferior ao padrão, o que sinali-
za situação favorável, mas nessa análise, para concluir uma interpretação se
deve verificar qual o tipo de padrão utilizado. Quais as condições considera-
das na obtenção do padrão?
129
Custo padrão
Uma variação pode ser matematicamente desfavorável (Custo real > Custo
padrão) e não decorrer, na prática, de ineficiência.
Exemplos de situações:
130
Custo padrão
A fixação de padrões não toma por base apenas variáveis monetárias, mas
sim, variáveis não financeiras.
Dados atuais ou
históricos;
Tendências;
Variáveis comportamentais etc. Custo padrão
131
Custo padrão
O controle somente cumpre seu papel se viabiliza ação gerencial para corri-
gir as distorções observadas, evitando que o problema diagnosticado se repita
(BORNIA, 2002). É a qualidade do padrão que determina o êxito no controle.
Benefícios informativos
do custo padrão (gerenciais)
O uso de custos padrões traz diversos benefícios a uma organização, a
saber:
permite que a análise das variações de custos seja realizada de modo rá-
pido e com objetividade (análise dos desvios);
É importante ressaltar que a extensão com que esses custos são apli-
cados é variável, compreendendo desde o custo total a itens isolados de
custo. Os efeitos do emprego do custo padrão (benefícios) dependem dessa
extensão.
133
Custo padrão
desmotivação;
conflitos contraproducentes;
perda de produtividade;
comprometimento de tempo.
Exemplos
Como a variação é dada pela diferença entre o custo padrão e o real, tive-
mos no exemplo uma variação favorável, posto que o custo real foi inferior
ao padrão.
134
Custo padrão
Variação mista = (R$80 - R$70) . (10 500 -10 000) unidades = R$5.000,00
135
Custo padrão
Custeio padrão
As organizações podem adotar o custeio padrão, mas deverão ajustar os
valores regularmente com base nos custos reais apurados.
136
Custo padrão
Vejamos um exemplo.
137
Custo padrão
138
Custo padrão
avaliação de desempenho;
preparo de orçamentos;
139
Custo padrão
O custo padrão estimado é aquele que toma por base projeções baseadas
em dados de períodos anteriores. Os números gerados não são contextualiza-
dos, ou seja, inexiste preocupação com a existência de pontos de ineficiência.
O custo padrão corrente, entre as opções, é a mais realista, posto que toma
por base as condições efetivas de produção. Esse custo resulta de um estudo
acurado das condições reais de produção, incluindo suas restrições, pontos de
ineficiência etc.
O custo padrão ideal, em geral, leva a uma subavaliação deste porque não
considera as ineficiências existentes.
Realidade
140
Custo padrão
Atividades de aplicação
1. Por que o custo padrão ideal é mais aplicável à análise de metas a lon-
go prazo?
141
Custo padrão
Gabarito
1. Porque não considera as ineficiências de processo e suas origens. Par-
te dessas ineficiências não são solucionáveis a curto prazo.
Referências
BRUNI, Adriano Leal; FAMÁ, Rubens. Gestão de Custos e Formação de Preços.
São Paulo: Atlas, 2002.
142
Sistemas de acumulação
de custos
Considerações gerais
Existem diferentes formas de se acumular custos, todavia, são duas as sis-
temáticas principais (mais empregadas): por ordem e por processo.
organização de eventos;
promoção de produtos;
consultorias diversas;
pneus;
cimento;
produtos químicos;
enlatados;
bebidas;
frigoríficos;
moagem;
papel etc.
146
Sistemas de acumulação de custos
Yumara Vasconcelos.
Sistema de acumulação por ordem Sistema de acumulação por processo
Aplicável à obtenção de produtos específicos,
Aplicável à obtenção de produtos padronizados.
não padronizados, customizados.
As empresas que adotam essa sistemática de As empresas que adotam essa sistemática de acumula-
acumulação tendem a fabricar produtos espe- ção tendem a fabricar poucos itens, apresentando pou-
ciais, apresentando maior variedade, no que diz cas variedades, no que diz respeito às especificações,
respeito às especificações, em um mesmo ciclo. em um mesmo ciclo.
Utilizado na produção sob demanda (de bens ou
Utilizado quando a produção é contínua, em massa.
serviços).
Os custos são acumulados em ordens de produ- Os custos são acumulados nos setores ou centros de
ção ou serviço. custos e, posteriormente, relacionados aos produtos.
Produção segundo demanda. Produção para estoque.
A preocupação no custeio por processo não é obter o
A preocupação no custeio por ordem é obter o
custo unitário com precisão, mas sim, o custo médio.
custo unitário. Quanto custa prestar determinado
Aliás, na apuração por processo, os custos unitários não
serviço ou produzir determinado bem sob enco-
são avaliados, e sim, a relação Custo total / Quantidade
menda?
total
Tem foco no produto, bem ou serviço Tem foco no processo.
as necessidades gerenciais.
147
Sistemas de acumulação de custos
Yumara Vasconcelos.
Produção contínua Produção por ordem
Indústria química e petroquímica Indústria moveleira
Indústria de cimento Indústria da construção civil
Indústria automobilística (algumas)
Indústria de alimentos
Indústria de produtos sazonais em geral
Indústria de mineração
Siderúrgicas
148
Sistemas de acumulação de custos
Necessidades gerenciais
Uma das motivações para adoção deste ou daquele sistema de acumu-
lação de custos é a informação que proporciona. Por exemplo, qual o custo
dessa encomenda? Com base nele, qual o preço a ser praticado? Para esse
tipo de encomenda, como os custos estão se comportando? De que forma
poderemos reduzi-lo?
Acumulação
de custos por
pedido – ordem
de produção
149
Sistemas de acumulação de custos
Yumara Vasconcelos.
ordem
4.ª Etapa – Transferência do saldo para a conta estoque de produtos acabados para
a conta CPV – Custo dos Produtos Vendidos por ocasião da entrega da encomenda.
Finalização
da ordem
Figura 2 – Etapas do custeio por ordem.
150
Sistemas de acumulação de custos
CPV
R$300.000,00
Se, por sua vez, a entrega não for imediata, a contrapartida será feita na
conta Estoque de produtos acabados.
151
Sistemas de acumulação de custos
Yumara Vasconcelos.
Número da ordem de serviço
Cliente
CNPJ
Contato
Descrição do pedido (especificação)/produto
Data de início
Data de finalização
Custos incorridos
Materiais diretos
1
Múltiplas decisões e en- permite visualização imediata dos custos, ensejando avaliações par-
caminhamentos podem ser
dados a partir dessa análise. ciais sobre a viabilidade da produção ou prestação do serviço1;
152
Sistemas de acumulação de custos
serve de base para uma precificação mais precisa, uma vez que os cus-
tos são levantados por ordem.
153
Sistemas de acumulação de custos
Yumara Vasconcelos.
Produtos iguais, padronizados Modo Contínuo
Fluxo de Produção
Contínua
Acumulação de custos por de-
partamento e, posteriormente,
por produto.
Yumara Vasconcelos.
Estoque de produtos Estoque de produtos
CPV
em elaboração acabados
154
Sistemas de acumulação de custos
ordem de serviço;
ordem de trabalho;
ordem de produção.
155
Sistemas de acumulação de custos
Podemos citar como exemplo de negócios com potencial de uso dessa sis-
temática de acumulação as concessionárias de veículos, as oficinas mecâni-
cas, as produções artísticas.
Essa ordem é única por veículo. Nela são acumulados custos como:
materiais empregados;
156
Sistemas de acumulação de custos
Atividades de aplicação
1. Como saber qual o sistema de acumulação de custos mais apropriado
para uma empresa?
Gabarito
1. Alguns fatores são determinantes, como por exemplo, a natureza da
atividade, tipo de produto, características da produção (formato), ne-
cessidades gerenciais, técnicas e administrativas etc.
2. V, V, V, F
3.
fabricação de produtos artesanais;
157
Sistemas de acumulação de custos
produção de filmes;
serviços gráficos.
4.
produção de cimentos;
produção de alimentos
Referências
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. São Paulo: Atlas, 2003.
PADOVEZE, Clóvis Luís. Curso Básico Gerencial de Custos. São Paulo: Pioneira
Thomson Learning, 2003.
158
Custos para tomada de decisão:
margem de contribuição
Considerações gerais
Entende-se por margem de contribuição a diferença entre receita e custos
variáveis.
Receita
(–) Gastos variáveis (custos e despesas)
= Margem de contribuição bruta
(–) Gastos fixos (custos e despesas)
= Lucro
Não se pode falar em “lucro” por produto, mas sim, em margens de con-
tribuição do produto.
Cada produto contribui com uma margem para cobertura dos gastos
fixos e formação do lucro. É a magnitude dessa cobertura que deve ser regu-
larmente analisada.
162
Custos para tomada de decisão: margem de contribuição
Preço de venda
(–) Gasto variável unitário (custos e despesas)
= Margem de contribuição unitária
Quanto maior esse índice, maior a folga da empresa para cobertura dos
gastos fixos.
163
Custos para tomada de decisão: margem de contribuição
Empresa 1 – Empresa 2 –
Descrição Percentuais Percentuais
Produto A Produto A
Receita R$500.000,00 100% R$500.000,00 100%
(–) Gastos Variáveis R$(150.000,00) 30% R$(100.000,00) 20%
(=) Margem de Con-
R$350.000,00 70% R$400.000,00 80%
tribuição bruta
(–) Gastos fixos R$(200.000,00) 40% R$(200.000,00) 40%
(=) Lucro R$150.000,00 30% R$200.000,00 40%
Índice 1 (para avaliar o grau de cobertura dos custos fixos) = Gastos fixos .
100/ Margem de Contribuição Bruta
164
Custos para tomada de decisão: margem de contribuição
165
Custos para tomada de decisão: margem de contribuição
1. Decidir que os produtos devem merecer maior esforço de venda ou ser colocados em
planos secundários ou, simplesmente, tolerados pelos benefícios de venda que puderem
trazer a outros produtos.
166
Custos para tomada de decisão: margem de contribuição
3. Avaliar alternativas que se criam com respeito a reduções de preços, descontos especi-
ais, campanhas publicitárias especiais e uso de prêmios para aumentar o volume de
vendas.
4. Quando se chega à conclusão quanto aos lucros desejados, pode-se avaliar prontamente
seu realismo pelo cálculo do número de unidades a serem vendidas para atingir os lucros
desejados.
5. Decidir sobre como utilizar determinados grupos de recursos (por exemplo: máquinas
ou insumos) de maneira mais lucrativa.
Margens de contribuição
e limitação da capacidade produtiva
Nem sempre uma organização opera com capacidade produtiva máxima.
Podem ocorrer problemas, restrições de capacidade, ou seja, variáveis que
impeçam que esta opere a plena capacidade. Nesta situação, o produto mais
rentável será aquele que fornecer maior margem de contribuição, todavia,
por unidade do fator que limita a capacidade produtiva.
Exemplo:
167
Custos para tomada de decisão: margem de contribuição
Descrição Dados
Margem de contribuição de A R$700,00 /unidade
Margem de contribuição de B R$600,00 /unidade
Tempo de produção de A 4 horas
Tempo de produção de B 2 horas
168
Custos para tomada de decisão: margem de contribuição
Margens de contribuição
e gastos fixos identificados
Alguns gastos fixos podem ser facilmente identificados ao produto,
apesar de sua natureza. Nesse caso devem ser deduzidos da receita para re-
finamento do conceito de margem de contribuição. Esses gastos são conhe-
cidos como gastos fixos identificados.
169
Custos para tomada de decisão: margem de contribuição
Margem de contribuição
e fatores limitantes de produção
(VASCONCELOS, 2010)
Uma empresa pode ou não operar dentro dos limites de capacidade por
conta da existência de fatores que limitem a produção. Esses fatores limitan-
tes são denominados de gargalos.
Exemplos:
170
Custos para tomada de decisão: margem de contribuição
171
Custos para tomada de decisão: margem de contribuição
Atividades de aplicação
1. Calcule a margem de contribuição a partir dos dados abaixo.
172
Custos para tomada de decisão: margem de contribuição
Gabarito
1. Índice de margem de contribuição = Margem de contribuição unitá-
ria . 100 / Preço de venda, portanto:
Receita =R$250.000,00
4. V, V, V, F.
Referências
FERREIRA, José Antônio Stark Ferreira. Contabilidade de Custos. São Paulo: Pe-
arson Prentice Hall, 2007.
173
Custos para tomada de decisão: margem de contribuição
GARRISON, Ray H.; NOREEN, Eric W. Contabilidade Gerencial. Rio de Janeiro: LTC,
2001.
174
Custos para tomada de decisão:
ponto de equilíbrio
Considerações gerais
Uma das aplicações gerenciais mais conhecidas da Contabilidade de
Custos está relacionada à análise custo-volume-lucro: obtenção do ponto de
equilíbrio.
Rt = Ct
Pv . q = Gf + Gv
Pv . q = Gf + Guv . q
Pv . q – Guv . q = Gf
q . (Pv – Guv) = Gf
q = Gf / (Pv – Guv)
Onde:
Margem de contribuição (MCU) = Pv – Guv
Rt = Receita total
Ct = Gasto total
Pv = Preço de venda
Guv = Gasto variável unitário
178
Custos para tomada de decisão: ponto de equilíbrio
Gf = Gastos fixos
q = Quantidade
Solução
PE (R$) = Pv . q
179
Custos para tomada de decisão: ponto de equilíbrio
180
Custos para tomada de decisão: ponto de equilíbrio
Yumara Vasconcelos.
Prejuízo Lucro
q quando L = 0
Yumara Vasconcelos.
Prejuízos Lucros crescentes
Quantidade
de produção
e venda
Ponto de equilíbrio operacional
Variação menos Queda na taxa de
acentuada crescimento
181
Custos para tomada de decisão: ponto de equilíbrio
Yumara Vasconcelos.
$
Receita total
Gasto total
Gastos fixos
Quantidade
Ponto de
equilíbrio
182
Custos para tomada de decisão: ponto de equilíbrio
Rt = Gt + L
Pv . q = Gf + Gv + L
Pv . q = Gf + Guv . q + L
Pv . q – Guv . q = Gf + L
q . (Pv-Guv) = Gf + L
q = Gf + L / (Pv – Guv)
Onde:
Rt = Receita total
Gt = Gasto total
Pv = Preço de venda
Gf = Gastos fixos
q = Quantidade
L = Lucro desejado
183
Custos para tomada de decisão: ponto de equilíbrio
184
Custos para tomada de decisão: ponto de equilíbrio
Onde:
n = período
investimento: R$250.000,00
Fazê-lo é importante porque neste ponto a receita deve ser suficiente para
cobrir os gastos totais e o Lucro antes dos tributos sobre lucro.
Solução
10q = 5q + R$100.000,00 + [R$90.000,00/(1 – 0,4)]
10q – 5q= R$250.000,00
q = 50 000 unidades.
186
Custos para tomada de decisão: ponto de equilíbrio
Rt = Gt – D
Pv . q = Gf + Gv
Pv . q = Gf + Guv . q – D
Pv . q – Guv . q = Gf – D
q . (Pv – Guv) = Gf – D
q = Gf – D / Pv – Guv
Onde:
Rt = Receita total
Gt = Gasto total
Pv = Preço de venda
Gf = Custos fixos
q = Quantidade
Rt = Ct – D + A
Pv . q = Gf + Gv + A
Pv . q = Gf + Guv . q – D + A
Pv . q – Guv . q = Gf – D + A
q . (Pv–Guv) = Gf – D + A
q = Gf – D + A / (Pv – Guv)
Onde:
Rt = Receita total
Gt = Gasto total
Pv = Preço de venda
Gf = Gastos fixos
q = Quantidade
A = Amortização de dívidas
188
Custos para tomada de decisão: ponto de equilíbrio
Rt = Gt – D + A + L
Pv . q = Gf + Gv + A + L
Pv . q = Gf + Guv . q – D + A + L
Pv . q – Guv . q = Gf – D + A + L
q . (Pv – Guv) = Gf – D + A + L
q = Gf – D + A + L / (Pv – Guv)
Onde:
Rt = Receita total
Gt = Gasto total
Pv = Preço de venda
Gf = Gastos fixos
q = Quantidade
A = Amortização de dívidas
L = Lucro desejado
189
Custos para tomada de decisão: ponto de equilíbrio
Situação 1
impostos: 27%
Solução
0,58 x P = R$20,00
P = R$20,00 / 0,58
Então, P = R$34,48
190
Custos para tomada de decisão: ponto de equilíbrio
q(vendas totais para 30 dias) = R$25.000,00 / (R$37,24 . 15%) = 4 475 unidades aproxi-
madamente.
q(vendas totais para 60 dias) = R$25.000,00 / (R$40,22 . 15%) = 4 144 unidades aproxi-
madamente.
Situação 2
receita = R$30.000,00
Solução
191
Custos para tomada de decisão: ponto de equilíbrio
No mês cujos dados foram utilizados a empresa obteve lucro porque pro-
duziu e vendeu acima do ponto de equilíbrio.
Situação 3
Calcule o ponto de equilíbrio para um projeto com base nos dados abaixo:
192
Custos para tomada de decisão: ponto de equilíbrio
Situação 4
A indústria de produtos Z apresenta a seguinte estrutura de custos e
despesas:
Descrição Valores
Custos fixos R$1.500.000,00/mês
Custos variáveis R$2.500,00/mês
Despesas fixas R$800.000,00/mês
Despesas variáveis R$500,00/unidade
Preço de venda R$5.000,00/unidade
Solução
194
Custos para tomada de decisão: ponto de equilíbrio
Yumara Vasconcelos.
Ponto de equilíbrio operacional
Margem de segurança
Onde:
R atual = receita atual ou corrente
R ponto de equilíbrio – receita no ponto de equilíbrio.
q PE = quantidade no ponto de equilíbrio
q atual = quantidade atual
195
Custos para tomada de decisão: ponto de equilíbrio
Yumara
Vasconcelos.
Margem de contribuição
Vulnerabilidade Risco
operacional (MSO)
Pequena Elevada Menor em termos relativos
Elevada Pequena Maior em termos relativos
196
Custos para tomada de decisão: ponto de equilíbrio
Exemplo
197
Custos para tomada de decisão: ponto de equilíbrio
Yumara Vasconcelos.
Prejuízos Lucros crescentes
Produção e
venda
198
Custos para tomada de decisão: ponto de equilíbrio
199
Custos para tomada de decisão: ponto de equilíbrio
Atividades de aplicação
1. A empresa Modelo apresentou os seguintes dados médios de produção:
produção = 10 000 unidades
receita = R$180.000,00
cpv = R$8,00
gasto variável unitário = R$6,00
gastos fixos = R$30.500,00
200
Custos para tomada de decisão: ponto de equilíbrio
impostos = 25%
Sabe-se que a empresa desconta suas duplicatas à taxa de 8%. Ela ven-
de, geralmente, para 30 e 60 dias. Calcule o preço de venda à vista,
para 30 e 60 dias e, posteriormente, o ponto de equilíbrio admitindo-
-se que:
Gabarito
1. q = R$30.500,00 / R$18,00 – R$8,00 – R$6,00 = 7 625 unidades
2.
201
Custos para tomada de decisão: ponto de equilíbrio
0,63P = R$10,00
Referência
VASCONCELOS, Yumara Lúcia. Ponto de Equilíbrio Operacional: comentários
sobre as restrições da medida. Disponível em: <http://yumara.com.br/mod/re-
source/view.php?id=213>. Acesso em: 22 mar. 2010.
202
Custos: aplicação
em decisões táticas
Considerações gerais
Ao tomar uma decisão, é importante para o gestor atentar para os custos
envolvidos na ação, ou seja, para os custos de fato relevantes para a ques-
tão fundamental do problema gerencial sob análise. Mas, o que são custos
relevantes?
são custos que ainda não foram incorridos (custos futuros), embora
se possa tomar por base ou estudar alternativas decisórias lastreadas
em custos históricos (custos passados). Mesmo que se decida algo por
meio da análise de custos já incorridos, o que se faz, na verdade, é uma
pressuposição de que aquele comportamento se mantenha. Então, os
custos passados passam a ser considerados, neste caso (admitindo-se
estabilidade), relevantes para a decisão. Os custos passados, quando a
realidade é muito dinâmica, tornam-se irrelevantes (denominados de
custos afundados), mas podem auxiliar o gestor nas estimativas dos
custos futuros a curtíssimo prazo em condições específicas.
Análise diferencial
Em muitas decisões do cotidiano do gestor, faz-se necessária a análise de
dados sobre receitas e custos que seriam obtidos em condições específicas
(simuladas).
206
Custos: aplicação em decisões táticas
207
Custos: aplicação em decisões táticas
Situações gerenciais
Atenção especial deve ser dada aos custos relacionados a cada alternati-
va, pois quanto maior a precisão em sua transcrição, melhor será a avaliação
do resultado incremental (mais próxima da realidade).
Planilhas sugeridas:
Descrição Valores
Receita de leasing
(–) Despesa de depreciação pelo período con-
tratado
(–) Despesa de manutenção, seguro etc.
= Lucro na operação
208
Custos: aplicação em decisões táticas
(VASCONCELOS, 2010)
Descrição Valores
Receita da venda
(–) Valor contábil do equipamento
(–) Despesa de comissão, entre outras
= Lucro na operação
Para se avaliar algo é preciso comparar. Com base em qual parâmetro afir-
ma-se que a margem é pouco expressiva? O que pode ser feito para elevar
a margem?
209
Custos: aplicação em decisões táticas
Descrição Desempenho de Y
Receita de Vendas R$200.000,00
(–) Custos variáveis R$(70.000,00)
(=) Margem de contribuição total R$130.000,00
(–) Custos fixos diretos R$(48.000,00)
(–) Custos fixos indiretos R$(40.000,00)
Lucro R$42.000,00
Em análises dessa natureza, lembre-se que parte dos custos fixos pode
ser associada ao produto. São os custos fixos diretos. Quando uma linha de
produto é eliminada, esses custos são também eliminados.
Os custos fixos que não estão associados a esse ou aquele produto são
apropriados por rateio. Por essa razão, se deve tomar cuidado ao analisar o
desempenho dos produtos com base no lucro de cada produto, obtido após
alocação dos custos fixos indiretos (depois do rateio). Alocações arbitrárias
(ocasionando subavaliação ou superavaliação de desempenho) podem in-
duzir a decisões erradas.
210
Custos: aplicação em decisões táticas
211
Custos: aplicação em decisões táticas
Ao comprar os itens, a decisão irá gerar uma economia nos custos fixos
(custos fixos evitáveis).
estrutura logística;
212
Custos: aplicação em decisões táticas
Sabe-se que existe mercado para esses bens no estágio atual de produ-
ção (não concluída).
Analise os dados:
Situação 2 (continuidade
Descrição Situação 1 (suspensão)
de processo)
Preço de venda R$690,00 R$900,00
(–) Custos unitários de produ-
R$(680,00) R$(680,00)
ção no estágio atual
Materiais diretos R$250,00 R$250,00
Mão de obra R$180,00 R$180,00
Custos indiretos variáveis R$100,00 R$100,00
213
Custos: aplicação em decisões táticas
Quando a decisão diz respeito a uma proposta de compra com preço uni-
tário reduzido, se deve obter inicialmente a receita diferencial a ser gerada,
considerando o preço reduzido.
Se por sua vez a empresa estiver operando com capacidade ociosa, qual-
quer produção adicional até o limite da capacidade elevará apenas os gastos
variáveis, porque a infraestrutura produtiva será aproveitada. Assim, nesse
caso, a empresa terá vantagem econômica em negociar a preços menores.
A empresa Fictícia opera com capacidade ociosa de 30%, quando sua ca-
pacidade total é de 100 000 unidades. O preço de mercado de seu produ-
to é R$25,00. O gasto unitário variável é R$12,00. Os gastos fixos totalizam
R$280.000,00. Suponha que uma empresa cliente tenha proposto a venda
de 30 000 unidades desse produto ao preço de R$18,00. A empresa deverá
aceitá-la ou não?
215
Custos: aplicação em decisões táticas
Medidas importantes
para análises de curto prazo
Situação 1
Onde:
P = Proporção de vendas
Pv = Preço de venda
216
Custos: aplicação em decisões táticas
Situação 2
Considere os dados no quadro abaixo e analise-os.
Margens de Média de Proporção
Preço de Gasto variável
Produto contribuição vendas (uni- de vendas
venda (1) unitário (2)
(3) = (1) – (2) dades) (%)
X R$15,00 R$8,00 R$7,00 15 000 18,75
Y R$18,00 R$9,00 R$9,00 25 000 31,25
Z R$16,00 R$10,00 R$6,00 40 000 50
Gastos fixos R$500.000,00 Total de vendas ==> 80 000 unidades totais 100
Margem de con-
tribuição pon- R$7,125
derada
Ponto de equi-
líbrio multipro- 70 175 unidades
duto
217
Custos: aplicação em decisões táticas
Ponto de fechamento
O ponto de fechamento consiste naquele acima do qual não é vantajoso
para a empresa encerrar temporariamente as atividades.
218
Custos: aplicação em decisões táticas
Considerando q = PF
PF = Custos fixos elimináveis / margem de contribuição unitária.
Yumara Vasconcelos.
Os custos fixos Os custos fixos
elimináveis não elimináveis serão
serão cobertos cobertos
Exemplo:
219
Custos: aplicação em decisões táticas
Os custos fixos não elimináveis ou não evitáveis, como o próprio nome si-
naliza, não poderão ser eliminados pela livre vontade do administrador, mesmo
que as atividades sejam interrompidas. “[...] não são passíveis de eliminação a
curto prazo” (BORNIA, 2002, p. 44).
IPVA;
aluguel;
IPTU;
Ponto de indiferença
Corresponde a um relevante indicador para suporte ao processo de tomada
de decisão.
220
Custos: aplicação em decisões táticas
Onde:
Q = Quantidade produzida
7 000 x Y = 1.800,00
Se a economia nos custos variáveis for maior que este valor, a mudança
será vantajosa; caso contrário, recomenda-se não efetuar a modificação.
Yumara Vasconcelos.
221
Custos: aplicação em decisões táticas
Considerações gerais
Dados relativos a custos podem amparar diferentes decisões. Apresen-
taremos, neste artigo, algumas delas. Antes disso, porém, faz-se necessário
esclarecer que o uso pleno ou parcial desses dados obedece ao critério de
relevância.
222
Custos: aplicação em decisões táticas
Estrutura de gastos
Gastos fixos R$1.030.000,00
Gastos variáveis R$12,00 por unidade
Se a empresa optar por não aceitar terá um lucro ainda mais modesto:
223
Custos: aplicação em decisões táticas
Produtos X Y Z Totais
Receita R$150.000,00 R$80.000,00 R$40.000,00 R$270.000,00
(–) Gastos variá-
R$(50.000,00) R$(28.000,00) R$(30.000,00) R$(108.000,00)
veis
(=) Margem de
R$100.000,00 R$52.000,00 R$10.000,00 R$162.000,00
contribuição
(–) Gastos fixos
R$(70.000,00)
(valores fictícios)
(=) Lucro R$92.000,00
224
Custos: aplicação em decisões táticas
Decisão de descontinuar:
Produtos Total
Receita R$230.000,00
(–) Gastos variáveis R$(78.000,00)
(=) Margem de contribuição R$152.000,00
(–) Gastos fixos R$(70.000,00)
(=) Lucro R$82.000,00
Decisão de manter:
Produtos Total
Receita R$270.000,00
(–) Gastos variáveis R$(108.000,00)
(=) Margem de contribuição R$162.000,00
(–) Gastos fixos R$(70.000,00)
(=) Lucro R$92.000,00
“Cortar” um produto é sempre uma medida extrema, que deve ser tomada
com pleno fundamento. O retorno sobre investimento e payback também
devem ser considerados em análises desta natureza. O “custo” corresponde a
um dos elementos de análise.
225
Custos: aplicação em decisões táticas
Produtos X Y Z Totais
Receita R$210.000,00 R$90.500,00 R$16.100,00 R$316.600,00
(–) Gastos variá-
R$(40.100,00) R$(25.000,00) R$(25.000,00) R$(90.100,00)
veis
(=) Margem de
R$169.900,00 R$65.500,00 R$(8.900,00) R$226.500,00
contribuição
(–) Gastos fixos
(valores fictíci- R$(75.000,00)
os)
(=) Lucro R$151.500,00
Decisão de descontinuar:
Produtos Total
Receita R$300.500,00
(–) Gastos variáveis R$(65.100,00)
(=) Margem de Contribuição R$235.400,00
(–) Gastos fixos R$(75.000,00)
(=) Lucro R$160.400,00
Decisão de manter:
Produtos Total
Receita R$316.600,00
(–) Gastos variáveis R$(90.100,00)
(=) Margem de Contribuição R$226.500,00
(–) Gastos fixos R$(75.000,00)
(=) Lucro R$151.500,00
226
Custos: aplicação em decisões táticas
Nesse exemplo, Z não contribui sequer para a cobertura dos gastos fixos
(margem de contribuição negativa). Por essa razão, a princípio deve ter sua
produção descontinuada. Todavia, é recomendável diagnosticar claramente
a origem do insucesso do produto e verificar se existem chances de reverter
a situação.
Atividades de aplicação
1. A empresa Modelo fabrica o produto Y. Sabe-se que a capacidade total
da produção atualmente é de 96 000 unidades. A produção atual é de
80 000 unidades. A empresa opera com o equivalente a 16 000 unida-
des de ociosidade. O produto é comercializado a R$40,00.
Estrutura de gastos
Gastos fixos R$600.000,00
Gastos variáveis R$16,00 por unidade
Produtos X Y Z Totais
Receita R$250.000,00 R$97.500,00 R$20.100,00 R$367.600,00
(–) Gastos variá-
R$(40.100,00) R$(35.000,00) R$(25.000,00) R$(100.100,00)
veis
(=) Margem de
R$209.900,00 R$62.500,00 R$(4.900,00) R$267.500,00
contribuição
(–) Gastos fixos R$(50.000,00)
(=) Lucro R$217.500,00
227
Custos: aplicação em decisões táticas
Gabarito
1. Aceitação da proposta
Recusa da proposta
Decisão de descontinuar
Produtos Total
Receita R$347.500,00
(–) Gastos variáveis R$(75.100,00)
(=) Margem de Contribuição R$272.400,00
(–) Gastos fixos R$(50.000,00)
(=) Lucro R$222.400,00
Decisão de manter
Produtos Total
Receita R$367.600,00
(–) Gastos variáveis R$(100.100,00)
(=) Margem de Contribuição R$267.500,00
(–) Gastos fixos R$(50.000,00)
(=) Lucro R$217.500,00
4.
Referências
BORNIA, Antonio Cezar. Análise Gerencial de Custos. Porto Alegre: Bookman,
2002.
WARREN, Carl S. et al. Contabilidade Gerencial. São Paulo: Pioneira Thomson Le-
arning, 2001.
230