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Direito Financeiro I

Acadêmico: Tiago Donato

1. Explique, com as suas palavras, o que é o ORÇAMENTO PÚBLICO e


qual a sua finalidade.

R: Segundo o portal de transparência do governo, orçamento


público é ‘’o instrumento utilizado pelo Governo Federal para
planejar a utilização do dinheiro arrecadado com os tributos
(impostos, taxas, contribuições de melhoria, entre outros). Esse
planejamento é essencial para oferecer serviços públicos adequados,
além de especificar gastos e investimentos que foram priorizados
pelos poderes.’’
Isto posto, orçamento público pode ser definido como o
planejamento e execução do sistema financeiro público, com
objetivo de prever a arrecadação de receitas públicas derivadas de
tributos, bem como as despesas do Estado no ano.

2. Quais são as 3 regras fiscais a serem observadas quando da


elaboração do orçamento público e o que cada uma delas
representa?

R: Meta de resultado primário: é a arrecadação de despesas sem


considerar as receitas financeiras e as despesas que se relacionam a
dividas.

Regra de ouro: é uma regra constitucional que veda qualquer


operação de empréstimo ou crédito que exceda o montante das
despesas de capital do Estado, possuindo algumas exceções.
Teto de gastos: também de natureza constitucional, essa regra
impede que o conjunto de despesas primárias de um ano sejam
maiores em relação ano anterior, ou seja, as despesas primárias de
um ano devem ser menores ou iguais à do ano anterior.

3. Qual a diferença entre receitas e despesas primárias e financeiras?

R: Segundo um vídeo acerca do tema, disponível no site do Senado


Federal, expõe que receitas primárias são aquelas que derivam de
tributos (imposto, taxa, etc.), concessões (estradas, portos,
aeroportos) e venda de ativos (venda de empresas estatais e entre
outros), onde o governo arrecada independentemente de contrair
dívida ou realizar financiamento. De maneira adversa, as receitas
financeiras são justamente as que provém da contratação de dívidas
pelo Estado através de um financiamento, sendo que no futuro, o
Estado deve ressarcir a instituição fiadora com taxa de juros e
correção sob o valor financiado.

Por outro lado, as despesas primárias são aquelas que mantém o


funcionamento da máquina pública, como por exemplo:
aposentadorias; pensões; salários; custeio, obras; etc. Por fim, as
despesas financeiras são as dívidas que o Estado contraiu através de
um financiamento ou outras, arcando com os ônus de juros e
correção monetária.

4. As despesas primárias podem ser obrigatórias ou discricionárias. O


que isso significa?

R: Despesas primárias obrigatórias: são as que o Estado não pode


deixar de pagar, pois são essenciais. Ex: salário dos servidores
públicos; dívida pública; aposentadorias; auxílios; etc.
Despesas primárias discricionárias: são gastos vistos como
secundários ao funcionamento do Estado, ou seja, a sua realização
não afetará diretamente na estrutura do Estado em si. Também,
nesse tipo de despesa, o governo consegue escolher a qual setor
pretende destinar os recursos, seja educação, saúde, etc. Exemplos:
a melhoria de escolas; financiamento de pesquisas científicas;
modernização de hospitais; construção de estradas; etc.
Portanto, para melhorar o direcionamento dos gastos em
infraestrutura, o governo deve fazer um bom planejamento das
despesas primárias, visto que, caso sejam mal planejadas, não
sobrarão recursos ao investimento de setores extremamente
importantes ao bem estar social, como saúde e educação.

5. Quais as 3 espécies de orçamento existentes? O que cada um


contempla?

R: Conforme o site de Transparência do Governo Federal, o


processo de planejamento do orçamento envolve várias etapas,
porém três delas se destacam as aprovações: a) da Lei do Plano
Plurianual (PPA); b) da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e; c)
da Lei Orçamentária Anual (LOA).

a) Lei do Plano Plurianual (PPA): declara as políticas e metas


previstas para um período de 4 anos, assim como os caminhos
para alcançá-las. A LDO e a LOA devem estar alinhadas às
políticas e metas presentes no PPA, e, por sua vez, são
elaboradas anualmente.

b) Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO): A LDO determina quais


metas e prioridades do PPA serão tratadas no ano seguinte -
além de trazer algumas obrigações de transparência. A partir daí,
a LOA é elaborada, detalhando todos os gastos que serão
realizados pelo governo: quanto será gasto, em que área de
governo (saúde, educação, segurança pública). A ideia é terminar
cada ano com a LOA aprovada para o ano seguinte, ou seja, com
todo o detalhamento dos gastos e receitas

c) Lei Orçamentária Anual (LOA): A LOA é o que chamamos, de


fato, de orçamento anual. A lei por si só também é grande e
complexa, por isso é estruturada em três documentos:
orçamento fiscal, orçamento da seguridade social e orçamento de
investimento das estatais.

Desse modo, as 3 espécies de orçamento mencionadas no


item ‘’C’’, contemplam:

Orçamento Fiscal: inclui as despesas dos Poderes Legislativo


(Congresso Nacional e Tribunal de Contas da União), Executivo
(Presidência, Ministérios e outros órgãos) e Judiciário (Fóruns e
Tribunais), do Ministério Público da União e da Defensoria Pública
da União, além dos gastos com pagamento e rolagem da dívida
pública federal. Para 2023 previsto no plano, R$ 3,59 trilhões de
reais.

Orçamento da Seguridade Social: contém as despesas com


previdência, saúde e assistência social. Como exemplo, os
pagamentos de aposentadorias, pensões e benefícios, assim
como os gastos com hospitais e medicamentos. Para 2023 o
previsto é R$ 1,44 trilhão de reais.

Orçamento de Investimento das Empresas Estatais:


engloba os investimentos das empresas em que a União, direta
ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito
a voto e que não necessitam de recursos fiscais para manter ou
ampliar suas atividades. Como exemplos a Petrobras, Banco do
Brasil e Caixa Econômica Federal. Para 2023 a previsão para este
é de R$ 143,5 bilhões de reais.

6) Comparando o PLOA 2022 com o PLOA 2023, especificamente no


tocante às áreas elencadas na tabela, percebe-se alguns aumentos
e reduções. Destaque quais áreas, na sua opinião, são as duas mais
positivas e as duas mais negativas (seja pelo aumento, seja pela
redução).

ÁREA 2022 2023


Agricultura R$ 24,3 B R$ 28,9 B
Ciência e Tecnologia R$ 12,7 B R$ 9,51 B
Cultura R$ 1,6 B R$ 1,13 B
Defesa Nacional R$ 85,8 B  R$ 87,92 B
Desporto e Lazer R$ 302,2 M R$ 193,88 M
Direitos da cidadania R$ 1,0 B R$ 954,93 M
Educação R$ 120,8 B R$ 130, 56 B
Gestão Ambiental R$ 4,0 B R$ 3,74 B
Previdência Social R$ 855,0 B R$ 956,74 B
Saúde R$ 129,9 B R$ 131,65 B
Segurança Pública R$ 12,8 B  R$ 13, 55 B
Urbanismo, habitação e R$ 1,66 B R$ 1,29 B
saneamento
Reserva de contingência R$ 58,5 B R$ 103, 98 M

Vermelho: menor destinação de recursos


Verde: maior destinação de recursos
R:
As duas mais positivas:
Agricultura: visando a promoção de uma alimentação mais
segura, evitando riscos à saúde do consumidor, em 2023, serão
disponibilizados R$ 160,7 milhões para a promoção de inovação
tecnológica focada na geração de conhecimento e tecnologia para a
atividade agropecuária brasileira, por meio de pesquisa,
desenvolvimento e transferência de tecnologias, especialmente no
âmbito de atuação da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
– Embrapa, de modo a contribuir para a agregação de valor, o
aumento da produção e produtividade de insumos e recursos,
dentre outros. Também, a subvenção ao prêmio do seguro rural é
um instrumento de política agrícola previsto no Plano Agrícola e
Pecuário, que objetiva reduzir o preço pago pelo produtor na
contratação de seguro rural frente ao preço cobrado pelas
instituições seguradoras privadas. Em 2023, serão beneficiados
cerca de 87 mil produtores rurais que poderão contar com R$ 1,1
bilhão nessa política pública.

Educação: O Programa de Inovação Educação Conectada


possui o objetivo de apoiar a universalização do acesso à internet
em alta velocidade e fomentar o uso pedagógico de tecnologias
digitais na educação básica pública. No ano de 2023, o programa
receberá do MEC R$ 311,4 milhões. As ações de Alfabetização
também são destaque no orçamento do MEC em 2023. Serão
destinados, aproximadamente, R$ 211 milhões para promover a
alfabetização baseada em evidências científicas, com a finalidade de
melhorar a qualidade da alfabetização no país e combater o
analfabetismo absoluto e funcional. Além disso, outras ações como a
concessão de bolsas para alfabetização de jovens e adultos e o
apoio aos programas, ações e eventos no âmbito da alfabetização
serão contemplados
Ainda, além das iniciativas voltadas à educação básica, o
governo federal proporciona uma abrangente estrutura voltada ao
ensino superior e à educação profissional, científica e tecnológica.
Estão vinculadas ao MEC 68 Universidades Federais, 37 Hospitais
Universitários e a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e
Tecnológica, que conta com diversos Institutos Federais, Centros
Federais de Educação Tecnológica, e escolas técnicas vinculadas às
universidades federais. Para o adequado funcionamento dessa
estrutura, bem como o desenvolvimento de suas atividades
acadêmicas e de apoio aos estudantes, estão previstos recursos da
ordem de R$ 8,9 bilhões para 2023.

A mais negativas: Ciência e Tecnologia: tendo em vista que nos


dias atuais, o mundo inteiro vem desenvolvendo novas tecnologias e
a diminuição em mais de 3 bilhões de reais direcionados a essa
razão, com certeza prejudicarão o andamento das mais diversas
pesquisas científicas em relação a todas as áreas do conhecimento.

Não consigo visualizar uma segunda pior pelo motivo de que não
houve grandes mudanças negativas de 2022 para 2023. Entretanto,
é notório que os gastos com a Previdência Social aumentaram em
mais de 100 bilhões, sendo prejudicial às outras despesas
discricionárias, pois 99,75% das despesas da Previdência, são
obrigatórias, tendo prioridade em face das outras discricionárias que
são de extrema importância, como saúde e educação.

7) De acordo com o PLOA 2023, é uma “dotação incluída no


Orçamento por exigência legal, sem destinação específica nem
vinculação, que serve de reserva para realocação ao longo do ano
para outras finalidades não previstas ou cuja dotação inicial seja
insuficiente”. Além disso, o que mais está contemplado nos R$
103,98 bilhões alocados na reserva de contingência?
R: Na reserva de contingência contém reserva específica para o
atendimento de emendas classificadas como Emendas Individuais,
Emendas de Bancada e Emendas de Relator. No PLOA de 2023, a
Reserva de Contingência reserva recursos em 35 órgãos.
8) Explique o que são as Emendas de Relator e como funcionam, na
prática, atualmente, tais verbas, e por que são conhecidas como
“orçamento secreto”.

R: As Emendas do Relator, que ficaram conhecidas como orçamento


secreto e identificadas também como RP9, derivam de uma
ferramenta que permite aos parlamentares que façam requerimento
de verbas da União sem detalhes, como a identificação de quem
solicitou e da destinação que o recurso terá, ou seja, ela não terá
especificação do nome, limite e destinação do valor que sairá dos
cofres da União. Essa ferramenta foi criada em 2019 e implantada
no ano de 2020.

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