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NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA

URI – UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA

DO ALTO-URUGUAI E DAS MISSÕES

Trabalho de Estágio de Prática Jurídica I – PROCESSO SIMULADO

Estagiários:___________________________________________
______________________________________________

Data: ___/___/____

1) Com base no caso descrito abaixo, faça a defesa colocando ao final da peça
o rol de documentos indispensáveis para a defesa na ação.

CASO: A senhora Beltrana da Silva, em 13 de novembro de 2021, às 16:00, ao


chegar na boate Sol Nascente, na cidade de Santo Ângelo, para o Baile da
Melhor Idade, foi surpreendida pela Sra. Fulana de Tal que lhe proferiu
diversos xingamentos e ainda agrediu-lhe com um tapa no rosto em frente a
vários outros freqüentadores do local. Qual não foi seu espanto, quando, no dia
29 de novembro de 2021 recebeu carta de citação para contestar uma ação
movida pela Sra. Fulana contra Beltrana por danos morais (peça em anexo).
Na realidade, a Sra. Fulana ficou brava com a Sra. Beltrana pois esta
passou a dançar, nos últimos dois bailes da terceira idade, com o Sr. Sicrano
Ferreira, antigo par de Fulana. Porém, no dia do ocorrido, foi Fulana quem
agrediu verbalmente e fisicamente a Sra. Beltrana e não o contrário, como diz
na ação.
Indignada com a situação, Beltrana procurou seu escritório para
defendê-la no caso.

Obs: Na sequência está a cópia da inicial para citação.

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AO JUÍZO DA ___ VARA CÍVEL DA COMARCA DE SANTO ÂNGELO – RS

029/1.19.0001234-5 1ª V. CÍVEL

FULANA DE TAL, brasileira, solteira, aposentada, RG nº


12345678, CPF nº 111.222.333.-44, residente e
domiciliada na Rua Getúlio Vargas, 123, na cidade de
Santo Ângelo/RS, vem respeitosamente à presença desse
juízo, por meio de sua advogada, propor a presente

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS

Em face de BELTRANA DA SILVA, brasileira, divorciada,


residente e domiciliada na Av. Venâncio Aires, 345, em
Santo Ângelo/RS, pelas razões de fato e de direito que a
seguir expõe:

I - DOS FATOS:

Em 13 de abril de 2019, às 16:00, a autora, como de costume, foi à


boate Sol Nascente, nesta cidade de Santo Ângelo, para o Baile da Melhor
Idade.

Ocorre que, logo após sua chegada, ouviu a requerida fazendo fofoca de
sua pessoa para outros frequentadores do local e foi “tirar satisfações”. No
entanto, mal se aproximou da demandada e logo a mesma começou a gritar
palavrões e empurrar-lhe, dando-lhe tapas.

A autora é frequentadora assídua do Baile da Melhor Idade, que ocorre


todo domingo na citada boate, o que lhe causou muita vergonha, sentindo-se
humilhada pela requerida, uma vez que várias pessoas, suas conhecidas,
presenciaram o ocorrido.

A requerida ofendeu-lhe com várias acusações, dizendo que a autora


era “despeitada” porque tinha perdido o “homem” para ela. Sentindo-se atingida
em sua honra e dignidade, não vê outra saída, que não entrar com a presente
ação para buscar uma reparação pelos danos sofridos.

II - DO DIREITO:

O direito da autora vem confirmado pelos seguintes dispositivos da


Constituição Federal:

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Art. 5°. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de


qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito
à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
(...)
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao
agravo, além da indenização por dano material, moral ou
à imagem;
(...)
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e
a imagem das pessoas, assegurado o direito a
indenização pelo dano material ou moral decorrente de
sua violação.

Ainda, o Código Civil dispõe sobre o direito à reparação pelo dano moral
sofrido:

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária,


negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a
outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato
ilícito.

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187),
causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.

Do mesmo modo, a jurisprudência do Tribunal de Justiça gaúcho, dispõe


sobre a questão:

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL.


AUSÊNCIA DE NULIDADE DA AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO.
MÉRITO. OFENSAS VERBAIS. DIREITO À HONRA. DANO MORAL
CONFIGURADO. SENTENÇA MANTIDA. 1. Para a configuração do
dever de reparar os danos produzidos, necessária revela-se a
demonstração dos pressupostos da obrigação de indenizar, que,
consoante o disposto nos artigos 186 e 927, ambos do CCB, são: a
conduta ilícita por parte do réu, o dano e o nexo de causalidade.
Devidamente comprovadas as ofensas verbais proferidas contra
o autor, as quais extrapolaram o limite da normalidade,
configurado está o dano moral. 2. QUANTUM INDENIZATÓRIO.
Na fixação do quantum indenizatório deve-se atentar para finalidade
compensatória visando amenizar a sensação desagradável e
desgosto sofrida pelo lesado, assim como punitiva ao agente,
considerando, também, as condições econômicas do ofendido e do
ofensor. Valor mantido. 3. JUROS DE MORA. TERMO INICIAL.
APLICABILIDADE DA SÚMULA 54 DO STJ. 4. AJG. A impugnação
ao benefício da Assistência Judiciária Gratuita tem procedimento
próprio, razão pela qual não merece ser conhecida a insurgência.
RECURSO DE APELAÇÃO DESPROVIDO E RECURSO ADESIVO

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PROVIDO PARCIALMENTE. (Apelação Cível Nº 70039169263, Sexta


Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Artur Arnildo
Ludwig, Julgado em 09/06/2011) [grifo nosso]

Assim, é de ser dada procedência para a presente ação, por questão de


lídima JUSTIÇA!

III - DOS PEDIDOS:

Ante o exposto, PEDE a V. Exa:

a) a procedência do pedido principal, com a condenação da requerida ao


pagamento de indenização pelos danos morais, no valor de R$ 10.000,00 (dez
mil reais);

b) a condenação da requerida em custas processuais e honorários


advocatícios.

IV – DOS REQUERIMENTOS:

Ainda, Requer a V. Exa:

a) a citação da Requerida para, querendo, responder ao pedido, sob pena de


revelia e confissão quanto à matéria de fato;

b) o benefício da assistência judiciária gratuita.

c) não seja realizada audiência de conciliação.

V – DAS PROVAS:

Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito


admitidos, em especial as provas documental, pericial, testemunhal, oitiva das
partes.

VI – DO VALOR DA CAUSA:

Para fins legais, dá-se à causa o valor de R$ R$ 10.000,00 (dez mil


reais).

Nestes Termos,
Pede deferimento.

Santo Ângelo, 25 de novembro de 2021.

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