Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA...VARA CÍVEL DA
COMARCA_______
XXXXXXX , brasileira, Do Lar, portadora da CI/RG nº XXXXX SSP-SP, inscrito no CPF/MF sob o nº
XXXXX e XXXXXX, brasileiro, analista de suporte, portador da CI/RG nº XXXXXX SSPS-SP, inscrito
no CPF/MF sob o nº XXXXXX, ambos casados e residentes na Rua XXXXX, nº 137, casa 2, Jardim
XXXXX, São Paulo, CEP: XXXX, e-mail: lima@limaadvogados.adv.br, vêm, respeitosamente, à
presença de Vossa Excelência propor a presente
em face de em face de XXXXXXX-ME, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o
nº 15.XXXXX/0001-50, com endereço na Rua das Acácias, nº 151, Portal dos Ipês, Cajamar, São
Paulo, CEP: 07791-605, consubstanciados nas razões de fato e de direito a seguir aduzidas.
I - DOS FATOS
Os autores deram a entrada no valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais) em 21/06/2016 e a obra
iniciou-e em 25/07/2016.
Passados 47 (quarenta e sete) dias o baldrame da obra não tinha sido concluído, razão pela
qual, os autores passaram a questionar a ré, mas o mesmo se negava a dar qualquer resposta.
Poucos dias depois, o engenheiro responsável, XXXXX, realizou vistoria no terreno e constatou
que a obra estava totalmente errada e ameaçou a retirar o seu nome do projeto, junto à
Prefeitura de Cajamar, caso o construtor não corrigisse os erros da obra.
Por esta razão, os autores contrataram o engenheiro para a realização de laudo técnico e
foram surpreendidos com a conclusão de que 80% (oitenta por cento) da obra está condenada.
Com o laudo em mãos, os autores contataram a ré para exigir a correção, entretanto, o Sr.
Daniel sempre dizei que no dia seguinte chegaria o material para fazer a correção, porém, até
a presente data a obra não foi concluída.
Em primeiro plano, é importante salientar que este imóvel tinha como finalidade a moradia
dos autores, que, acreditando nas promessas da ré, criaram várias expectativas e gastaram
suas últimas economias para a primeira etapa da obra.
A ideia dos autores era concluir a primeira etapa e adentrar de forma precária no imóvel, uma
vez que residem nos fundos da casa dos sogros da primeira autora e pais do segundo autor.
Diante desse quadro, não existe mais o interesse em permanecerem com o imóvel e os
autores pretendem a rescisão contratual e serem reembolsados integralmente daquilo que já
foi quitado, não fazendo sentido o pagamento de qualquer outro valor a construtora, sem
prejuízo da indenização por danos morais.
II – DO MÉRITO
Primeiramente, é preciso deixar claro que a Lei nº 8.078/90 mostra-se integralmente aplicável
ao caso concreto, razão pela qual os autoes rogam deste D. Juízo e requerem a garantia dos
DIREITOS BÁSICOS elencados no artigo 6º, como a inversão do ônus da prova, a efetiva
reparação dos danos morais e materiais e morais.
2.2 DA RESCISÃO E DEVOLUÇÃO INTEGRAL DOS VALORES PAGOS
O que se vê, portanto, é que a empresa ré efetivamente descumpriu com aquilo que fora
acordado em contrato, ensejando a rescisão do contrato por SUA ÚNICA E
EXCLUSIVA CULPA.
Por estes argumentos, uma vez que a ré não cumpriu com sua parte no contrato, qual
seja, de entregar a obra no prazo estabelecido e dentro das normas técnicas exigíveis,
surge ao consumidor a faculdade de exigir a rescisão e a restituição integral das quantias
pagas, monetariamente corrigidas a partir de cada desembolso, tudo nos termos dos
artigos 20 e 35, do CDC e do próprio artigo 475 do Código Civil:
“Art. 20. O fornecedor de serviços responde pelos vícios de qualidade que os tornem
impróprios ao consumo ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes
da disparidade com as indicações constantes da oferta ou mensagem publicitária,
podendo o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:
(...)
(...)”.
“Art. 475. A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato, se
não preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenização por
perdas e danos.” (grifos nossos)
Desse modo, a rescisão contratual está se operando por culpa exclusiva da ré e as partes
deverão ser repostas ao STATUS QUO ANTE a celebração do contrato, devendo-se
restituir aos autores TODAS as quantias pagas que comporão o DANO MATERIAL
sofrido pelo consumidor em razão da quebra contratual.
“Art. 389: Não cumprida à obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais
juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularamente estabelecidos, e
honorários de advogado”.
Tais valores deverão ser acrescidos de correção monetária a partir da data do pagamento
do valor, bem como dos juros moratórios, da data da citação.
Vale destacar que o artigo 927 do Código Civil é taxativo ao preceituar que “aquele que,
por ato ilícito, causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo”
A Constituição Federal em seu artigo 5º, incisos V e X, trata dos danos morais, sem
qualquer repercussão patrimonial, que na definição de Gabba, referido por Agostinho
Alvim, “é o dano causado injustamente a outrem, que não atinja ou diminua o
patrimônio. É a dor, a mágoa, a tristeza infringida injustamente a outrem.” (Silvio
Rodrigues, Dir. Civil, vol.IV, 9a edição, pág. 205/206)
Em resumo, adota-se essa linha, no sentido de excluir do dano moral toda e qualquer
repercussão na esfera patrimonial do ofendido. Em havendo tais repercussões, o dano
deverá ser tratado como patrimonial.
O Douto Magistrado Clayton Reis, valendo-se das lições de Antonio Chaves, assim
preleciona:
IV – DOS PEDIDOS
b) julgar prodedente a ação para declarar a rescisão do contrato firmado entre as partes,
rescisão esta a se operar por culpa exclusiva do réu, em razão do atraso na prestação do
serviço da construção dos portões e reparos de carpintaria no imóvel e pelos problemas
constrangedores de não responder ou ligar para informar as suas reais condições além
das fazer com que o autor viajasse por vários finais de semana porem sem sucesso no
encontro do rèu, devendo a empresa restar condenada à RESTITUIÇÃO INTEGRAL
DOS VALORES PAGOS pelo autor, no valor total de R$30.000,00 (trinta mil reais), a
serem devidamente corrigidos a partir da data do pagamento e acrescidos de juros legais
a partir da citação, bem como a (ii) condenação por danos morais no importe de R$
20.000,00 (vinte mil reais);
d) a concessão dos benefícios da Justiça Gratuita, uma vez que os autores não possuem
condições de arcarem com as custas e despesas processuais, sem prejuízo do próprio
sustento e familiar, uma vez investiu tudo que possuia em uma obra que não deu certo,
conforme farta documentação anexa.
Atribue à causa o valor de R$ 17.710,32 (dezessete mil, setecentos e dez reais e trinta e
dois centavos).
Nestes Termos,
P. Deferimento.
EDIRLEY DE MORAES
CPF. 708090547-87