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Histó rias das Civilizaçõ es

Africanas
Tema: A Formaçã o do Império do
Monomotapa e a sua Conjuntura Política e
Socioeconó mica.

Discentes Docente

Celma Vaz Berta Trindade

Esmeralda dos Santos

Gilene Menezes

Vânia Tete
Introdução

Neste trabalho de pesquisa, iremos abordar sobre o Império de Monomotapa. E todo o


processo de seu desenvolvimento como império, a sua relação comercial com os
portugueses, entre outros aspetos.
Monomotapa chefe de um império africano poderoso, considerado (senhor dos cativos) ou
(senhor de tudo). Monomotapa e também grafado como (Mwenemutapa, Muenemutapa),
ou ainda (monomatapa) que era o título do seu chefe. O Império de Monomotapa, teve a
sua origem na metade do século XV no norte do continente africano. Era uma sociedade no
grande Zimbabué que ficou conhecida como império. Segundo a tradição oral, o primeiro
“mwene” foi príncipe guerreiro do reino xona ao sul chamado Niatsimba Mutota, foi
enviado para encontrar novas fontes de sal ao norte.

O Niatsimba Mutota foi o fundador do Imperio de Monomotapa e era o rei de Grande


Zimbabué em meados do século XV, a figura central do reino Monomotapa era o rei, que
tinha poderes divinos por fazer contacto com os ancestrais. O Império Monomotapa é
formado a partir de um movimento migratório do grande Zimbabué, dos povos Carango-
xona, para a região do vale do Zambeze na sequência da invasão e da conquista por
exércitos dirigidos por Nhatsimba Mutota, ocorrida por volta de 1440- 1450. O território
estava composto por vastos reinos administrados por poderosos régulos, em torno dos
quais gravitavam senhorios menores a que chamavam "encosses".

O elemento humano era representado pelos bantus que segundo sabemos, não são
originários da África do Sul, mas emigrantes, tal como os bosquimanos, hotentotes e
europeus. Teriam vindo do norte, das regiões dos grandes lagos da África Central. Dali
emigrariam para o sul, em vagas sucessivas, atravessando o Zambeze em períodos
diferentes. Hoje os seus descendentes encontram-se numa vasta área geográfica que se
estende do Nilo ao Cabo, e do Atlântico ao Índico. Os principais representantes das tribos
bantas da África do Sul são, atualmente os matabelés da Rodésia do Sul, os suázis, os zulos
e fingoses da costa Entre os Rios Limpopo e Kei, as tribos da Bechuanalândia conhecidas
por betchuanas e a nação dos bassutos.

È importante ressaltar que ao contrário dos soberanos de muitos reinos atuais, ou recentes
os mwenemutapas não formavam uma cadeia de descendentes. O sucessor de um
Mwenemutapa falecido era escolhido pelo conjunto dos seus conselheiros, chefes, aliados,
guiados por um ou mas chefes espirituais que interpretavam os sinais enviados pelos
espíritos ancestrais da tribo. Todos esses príncipes eram vassalos (independente) do grande
Monomotapa. O Monomotapa era considerado a terra do ouro onde os régulos (sobas)
reuniam, grandes aldeamentos, ao passo que pelo império se dispersavam povoações
menores. A sua língua oficial é língua Xona, a sua religião é animismo e a sua forma de
governo é monarquia.

O império Monomotapa foi um império que floresceu entre os seculos XV e XVIII, na


região sul do rio Zambeze entre planalto de Zimbabué e o oceano Indico. O Imperio
Monomotapa em 1635, estava situado na região Subsaariana, que se estendia vagamente da
Bechuara ao litoral, e do Zambeze ou rio Cuama ao Limpopo, na capital da grande
Zimbabué. Segundo alguns autores, o Império Monomotapa ficava em Mebiri, ao norte da
atual cidade de Harare, no atual Zimbabué e Moçambique. O grande império, que situava
na parte de cima do Zambeze além do Zumbo, estendia-se por uma vasta e rica área
geográfica que teria mais de duzentas léguas de comprimento e outras tantas de largura,
referindo-se à extensão do império, o mesmo tem mais de trezentas léguas de km. O relevo
do Monomotapa é acidentado. As províncias da dourada Sofala são dominadas pelos altos
planaltos de Matabelé, a enorme espinha dorsal, que domina as terras compreendidas entre
o Zambeze e o Limpopo, é constituída por uma resistente massa cristalina que se orienta de
sudoeste para nordeste, entre 1.200 e 1.700 metros, cujas extremidades estão hoje
indicadas pelas cidades de Salisbury e Bulavayo.

Ali encontraram as condições climáticas favoráveis, as chuvas são de verão e de


acentuado caráter tropical. O mapa pluviométrico apresenta, hoje, a seguinte distribuição:
500 a 1.000 mm nos sertões, e de 1.000 a 1.500 nas regiões da costa A hidrografia é
representada pelos rios Zambeze, Limpopo, Revué e Save, que descem dos altos planaltos
de Matabelé em direção ao Indico, quase em forma retilínea.
Este estado africano era poderoso, uma vez que controlava uma grande cadeia de minas e
de metalurgia de ferro, cujos produtos eram procurados por mercadores de outras partes do
mundo. Os principais gêneros básicos eram a agricultura, a pastorícia, a caça, a pesca e a
mineração. Ouro, marfim e escravos constituíam as grandes riquezas, do gigantesco
edifício econômico do Monomotapa. África do Sul, como se sabe, dada a sua fartura em
animais selvagens (leões, leopardos, elefantes, crocodilos, etc.) e em metais (ouro, prata e
cobre) constituiu sempre um admirável território de caça e mineração. As grandes vias
fluviais, particularmente o Zambeze e alguns dos seus tributários, graças às suas espécies
piscatórias, alimentavam boa parte das populações bantas da costa. A maior parte das
tribos fundam a sua principal riqueza no cultivo da terra e na criação de gado vacum e
caprino. Por isso é que os bantus, são seminómades, associando ao pastorício, o
sedentarismo das práticas agrícolas. Desde a costa até os altos planaltos dos sertões se
sucedem todos os climas tropicais e solos favoráveis aos cultivos tropicais. Ainda hoje a
produção oriunda da agricultura e da criação de gado alimenta o comércio da colônia
portuguesa de Moçambique.

A terra montanhosa do Monomotapa, era de clima temperado, saudável, densamente


povoada e fértil, que permitiu nos primeiros anos do século XVII, a fertilidade dos campos
do Monomotapa em trigo, açúcar e legumes. A terra montanhosa, em algumas partes
abertas por onde se estendem vastas planícies, era rica em cobre. A mineração do cobre era
a mais incipiente, os indígenas separavam o metal das rochas, levando-as ao fogo.

O Monomotapa, terra misteriosa e rica dos sertões de Sofala, encantou os portugueses do


século XVI. A relação entre a comunidade portuguesa e soberanos mutapa, eram
essencialmente de natureza tributária, cada vez que um novo capitão assumia suas funções
na fortaleza portuguesa de Moçambique, era obrigado a pagar ao Monomotapa o
equivalente a 3000 cruzados em estofos e em pérolas pelos tês anos do exercício do seu
cargo. Ele, então podia abrir as terras a todos os mercadores, cristãos ou mouros. Todos
negociavam tecidos obtidos com o capitão acima referidos e a maior parte do ouro extraído
destes rios encontrava-se nas mãos do capitão de Moçambique. Em troca deste tributo os
imperadores mutapa outorgavam aos negociantes o direito a livre circulação por todo o
império, para aí venderem seus estofos e pérolas.

A população vestia panos de algodão, enquanto a nobreza, usava trajos de seda com riscos
vivos de ouro, e o preço de cada vestimenta era de 20 cruzados. Os panos de seda, e a
maior parte de algodão, viam da Índia. Os intrusos europeus, muçulmanos, etíopes,
egípcios e indianos, é que consideravam o rico metal amarelo a grande atração, e que o
ouro era o mais valioso instrumento de aquisição de riqueza, senão a própria riqueza. As
avançadas classes econômicas do Oriente e do Ocidente tinham fome de ouro, fome
insaciável. O ouro, era mais do que outra qualquer riqueza, o grande instrumento regulador
das trocas à distância. As fabulosas riquezas douradas fizeram do Monomotapa uma das
presas mais cobiçadas da Antiguidade, da Idade Média e do Mundo Moderno. A alta febre
do ouro chamou a atenção de todos, as suas minas de ouro atraíram e fascinaram os
grandes impérios africanos e asiáticos desde os mais recuados tempos. A Etiópia, a Arábia,
o Egito e a índia, abasteceram seus tesouros com o precioso metal amarelo resgatado nos
sertões auríferos de Sofala. Na ânsia de possuírem o metal fino, os grandes impérios
tomaram contacto com a terra, reconhecendo as vantagens do seu domínio econômico e
político. A miragem do ouro em pó, que se apanhava nas terras de aluvião ao longo dos
rios, constituiu eterna obsessão.

Os seus ricos depósitos auríferos constituíam enorme atração. Sem ouro, todo o edifício
dos poderosos impérios estaria, fatalmente, condenado à estagnação económica. Por isso é
que os sertões de Sofala atraíram ao aliciante e enigmático Monomotapa uma série
contínua de ofensivas de natureza comercial. O ouro era a grande força que chamava a si
as atenções dos grandes impérios. Quando os pioneiros portugueses tomaram contacto com
a terra, encontraram no interior de Sofala o poderoso império politicamente centralizado,
nos primeiros anos do século XVII, em 1609.

Ao norte da grande via fluvial havia um outro império negro que, tudo indica, seria
inimigo do Monomotapa, era o Marave ou Moenemuge, cujas populações e do comércio
externo, sobretudo do ouro.
Cada comunidade aldeã tinha a obrigação de entregar ao Estado Mwenemutapa o
equivalente a produção de 7 dias de trabalho por mês. Havia ainda uma taxa importante, a
curva. A curva era geralmente paga pelos estrangeiros e consistia num pagamento em
tecidos. No final do século XV, o Grande Zimbabué começa a ser abandonado por boa
parte da sua população. As forças associadas ao poder económico e político deslocaram-se
para o Sul e para o Oeste, sob a chefia do poderoso clã Rozwi. As tradições orais
registaram o surgimento de um soberano hereditário, o mwene mutapa (senhor do saque),
sendo o primeiro Mutota. O monomotapa obriga os seus negros a cultivarem campos de
uma fantástica vastidão. Finalmente aquando da colheita desses enormes campos a perder
de vista, consegue obter um volume de produtos suficientemente vasto para viverem
perfeitamente a vontade, tanto eles como as suas mulheres.

Decadência

A decadência do Estado de Mwenemutapa ocorreu no início do século XX, em 1917, numa


batalha contra Portugal. Aí morreu o último mambo, Chioko. Contudo, já desde 1890 que
estava num período de decadência.

Terminou no início do século XX, em 1917, numa batalha contra Portugal. Aí morreu o
último mambo, Chioko. Contudo, já desde 1890 que estava num período de decadência.
Classes sociais: Aristocracia dominante (Mwenemutapa e seus familiares e funcionários
proximos). Comunidades aldeãs (agricultores, pastores, ferreiros, mineiros)

Formas de Exploração Económica: Agricultura, pecuária, trabalho do ferro, mas sobretudo


exploração mineira e comércio do ouro.

Fontes económicas do poder dos chefes: Exploração e comércio do ouro e tributos das
populações aldeãs (produção de 7 dias do mês)

A Organização Político-administrativa: A estrutura administrativa no Império de Mutapa


servia para manter a autoridade no interior do estado.

O chefe máximo designado por Mambo. Era o soberano, representante supremo de todas as
comunidades, em cuja administração era apoiada por um corpo de funcionários espalhados
pelo vasto estado. Esta estrutura contava com as três mulheres do soberano e com
funcionários da corte – mutames ou infices. O desmembramento político do império foi
feito por um Monomotapa que dividiu os seus vastos territórios com seus três filhos:
Quiteve, recebeu as terras ao longo do rio de Sofala, Sedanda foi aquinhoado com a região
regada pelo Sabié, que confina com o reino de Botonga, e a Chicanga foram dados os ricos
campos de Manica, onde se encontravam os mais valiosos depósitos auríferos.

O território estava dividido também em unidades que se podem designar por províncias,
sob a chefia de um fumo ou encosse. Estas províncias, integravam por sua vez um conjunto
de comunidades ou musha, à frente das quais se encontrava um mukuru ou muenemusha.
Conclusão

Concluímos que o império de Monomotapa era um império vasto e rico, que tinha a sua
moeda principal o ouro. E po desse mesmo ouro, teve o seu declínio devido a guerra que
ocorreu em 1567, e como consequência foi dividido entre as potências europeias. E
possibilitou as consolidações dos portugueses no território de Moçambique.

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