Você está na página 1de 30

ÍNDICE

SUMÁRIO EXECUTIVO............................................................................................................................................ 3
BREVE DESCRIÇÃO DA BIODIVERSIDADE DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE .................................................. 4
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................ 6
1.1. O VALOR DA DIVERSIDADE BIOLÓGICA E DOS SERVIÇOS AMBIENTAIS ............................................................... 9
1.2. PRESSÕES E AMEAÇAS SOBRE A DIVERSIDADE BIOLÓGICA E OS SEUS RECURSOS.............................................. 10
2. PERSPECTIVA HISTÓRICA E O ENVOLVIMENTO DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE COM A
CONVENÇÃO SOBRE A DIVERSIDADE BIOLÓGICA (CDB) ........................................................................ 11
2.1. POLÍTICAS PÚBLICAS E QUADRO LEGAL ............................................................................................................ 11
2.2. IMPLEMENTAÇÃO DA CDB ................................................................................................................................ 12
3. METAS E OBJECTIVOS DA ENPAB ................................................................................................................ 14
3.1. EIXO ESTRATÉGICO PARA A CONSERVAÇÃO DO ECOSSISTEMA COSTEIRO E MARINHO. .................................... 15
3.2. EIXO ESTRATÉGICO PARA A CONSERVAÇÃO DO ECOSSISTEMA DE ÁGUAS INTERIORES..................................... 16
3.3. EIXO ESTRATÉGICO PARA A CONSERVAÇÃO DO ECOSSISTEMA FLORESTAL....................................................... 17
3.4. EIXO ESTRATÉGICO PARA A CONSERVAÇÃO DO ECOSSISTEMA AGRÁRIO.......................................................... 18
3.5. EIXO ESTRATÉGICO PARA O REFORÇO DO QUADRO INSTITUCIONAL E LEGAL. .................................................. 20
4. ESTRATÉGIAS...................................................................................................................................................... 22
4.1. IMPLEMENTAÇÃO, SEGUIMENTO E AVALIAÇÃO ................................................................................................. 22
4.2. DETALHES DA ESTRATÉGIA DE FINANCIAMENTO DO GABINETE NACIONAL DE COORDENAÇÃO INSERIDO NO
INTERIOR DO GABINETE DO AMBIENTE (GNC – GA) ............................................................................................... 23
4.3. DETALHES DA ESTRATÉGIA DE FINANCIAMENTO DE PROJECTOS ....................................................................... 24
REFERÊNCIAS ......................................................................................................................................................... 28
ANEXOS ..................................................................................................................................................................... 29
ANEXO I: ISOIETAS DA ILHA DE S. TOMÉ ...................................................................................................... 29
ANEXO II: ISOIETAS DA ILHA DO PRÍNCIPE.................................................................................................. 30
Sumário Executivo

S ã o T o mé e P r í nc i pe é u m p a í s i n s ular de pequena extensã o t er r i t or i al ,


localizado na costa oeste do Continente Africano. O país é pobre e
e s s e n c i a l me n t e a g r í c o l a , v ol t a d o e s p e c i a l me n t e p a r a a c u l t u r a d o c a c a u , se u
p r i n c i p a l i t e m d e e x p o r t a ç ã o . A s ua p op u l a ç ã o , d e c e r c a d e 1 5 0. 0 0 0
h a b i t a n t e s , v i v e n a s u a ma i o r i a n o mei o r u r a l . O a r q u i p é l a g o s u r g i u d e
a c t i vi d a d e v u l c â n i c a ( c e r c a d e 3 mi l h õ es d e a n o s a t r á s ) . O s e u r e l e v o é
a c i d e n t a d o, sendo que o pico ma is a lto ( Pic o de Sã o To mé ) a lc a nç a 2.0 2 4 m
a c i ma d o n í v e l d o ma r .

Figure 1: Mapas da Localização Geográfica

O s e u i so l a me n t o f a c e a o c o n t i n e nt e a f r i c a no g e r o u u ma d i v e r s i d a d e
b i o l ó g i c a ú n i c a n o p a í s , q u e a b r i g a e c os s i s t e ma s d i v e r s o s , c o m o f l o r e s t a s
n u b l a d a s, florestas de altitude, f lor e sta s de pla níc ie , f lor e sta s se c undár ia s ,
f l o r e s t a s “ d e s o mb r a ” , f l o r e s t a s e c a , sa va na , e ma ngue s. O pa ís é c or ta do p o r
vários rios, lagos e pântanos. Os ecos s i s t e ma s ma r i n h o s e c o s t e i r o s i n c l u e m
praias, costões rochosos e recifes coralinos.

D a s 895 espécies de pla nta s supe r i o r e s r e g i s t a d a s n o p a í s , 1 3 4 s ã o


e n d é mi c a s ; c o n t a - se a i n d a 63 e s p é c i e s de a ve s ( 25 e ndê mi c a s) , 16 de r ép te is
( 7 e n d ê m i c a s ) e 9 d e a n f í b i o s ( t o d a s e n d ê mi c a s ) . 1 0 5 e s p é c i e s d e p e i x e s
ma r i n h o s f o r a m i d e n t i f i c a d a s .

C o mo o u t r o s pa í se s i n s ul ar e s , S ã o T o mé e P r í n c i pe e n f r e n t a v á r i os
d e sa f i o s na busca do seu de se nvolvi me n t o d e mo d o s u s t e n t á v e l : p e q u e n a
e x t e n s ã o t e r r i t o ria l , i s o l ame n t o , s u sc e p t i b i l i d a d e a d e s a s t r e s n a t u r a i s e
l i mi t a d a c a p a c i d a de e me i o s p a r a l o g r a r a s u s t e nt a b i l i d a d e . O p a í s r e c o n h e c e
contudo que o uso sustentável e a conservação da sua biodiversidade estão
i n t i ma me n t e r e l a c i o n a d o s c o m o s e u d e s e n v o l v i me n t o .
O Governo de São Tomé e Prínci pe subscreveu a CDB em Junho de
1 9 9 2 , a q u a l f o i r a t i f i c a d a p e l a A s s e m b l ei a N a c i o n a l e m M a i o d e 1 9 9 8 . C o m o
a p o i o d e u ma e n a b l i n g a c t i v i t y g r a n t do G l o b a l E n v i r o n m e n t F a c i l i t y, o
g o v e r n o d e S ã o T o mé e P r í n c i p e c o n c l u i u e m 2004 a sua Estr a té gia Na c io n a l e
P l a n o d e A c ç ã o s o br e a B i o di v e r s i d a d e (ENPAB). A conclusão da ENPAB ve m
d o t a r o p a í s d e u ma e s t r a t é g i a p a r a a c o n s e r v a ção e u t i l i za ç ã o s u s t e n t á v el d o s
s e u s r e c ur s o s n a t u r a i s e bi o di v e r si d ade . O pr oc e sso de e la bor a ç ã o da EN PA B
f o i c o n d u z i d o d e ma n e i r a p a r t i c i p a t i v a e i n t e r a c t i v a e n t r e v á r i o s s e c t o r e s d a
s o c i e d a de s a n t o me n s e .

Breve descrição da biodiversidade de São Tomé e Príncipe

S ã o T o mé e P r í nc i pe c o n t a c o m u m a l t o g r a u de r i q ue z a d e e s p é ci e s e
e n d e mi s mo s , f u n d a me n t a l me n t e a v e s , a n f í b i o s , p l a n t a s s u p e r i o r e s , mor c e g o s ,
r é p t e i s , bo r b o l e t a s e mo l u s c o s . A r i q u e z a d a b i o d i v e r s i d a d e das I l h a s é
r e c o n h e c i d a p e l o m u n d o c i e n t i f i c o , q u e considera a floresta tropical de São
T o mé e P r í n c i p e c om o a s e g un d a , e m t e r mo s d e p r i o r i d a d e d e c o ns e r v a ç ã o d a
a v i f a u n a , e n t r e 7 5 f l o r e st a s a f r i c a n a s . A flora de São Tomé e Príncipe tamb é m
é n o t á ve l : a i l ha d e S . T o mé t e m u m g é n e r o e n dé mi c o e 8 7 e s p é c i e s
e n d ê mi c a s . P r í n c i p e t e m p o r s u a ve z u m g é n e r o e n dé mi c o e 3 2 e s p é c i e s
e n d ê mi c a s .

Apesar de sua pequena extensão territorial, o país conta com grande


d i v e r s i d a d e d e e c o s s i s t e ma s , p a r t i c u l a rme n t e n o d o mí n i o f l o r e s t a l . D e s t a q u e
d e v e s e r d a d o à f l o r e s t a d e s o mbr a , q u e a b r i g a a s c u l t u r a s d e c a ca u , p r i n ci p a l
p r o d u t o d a e c o n o m i a s a n t o m e n s e . A c u l t u r a c a c a u e i r a e x i g e a ma n u t e n ç ã o d a
c o b e r t ur a f l o r e s t a l p a r a s o m b r e a r a s p l a n t a s d e c a c a u e f o i d e mo n s t r a d o qu e
t a l pr á t i ca a j u d a a ma n t e r al t o s n í ve i s de biodiversidade florestal nos países
produtores.

Quadro 3. Visão Sinóptica da Riqueza de Espécies e Endemismos em São Tomé e


Príncipe
Espécies Ilhas Número de Espécies Endemismo (%)
Mamíferos São Tomé 10 30
Príncipe 5 20
Morcegos São Tomé 9 55
Príncipe 4 50
Aves São Tomé 49 57
Príncipe 35 54
Répteis Total no país 16 44
Anfíbios São Tomé 6 100
Príncipe 3 100

Borboletas São Tomé 47 38


Príncipe 42 21
Moluscos São Tomé 39 77
Príncipe 32 78
Plantas Superiores Total no país 895 15
(Fonte: ENPAB-Agricultura 2002; Ogonovszky 2003, World Bank 2003).

Ecossistema Florestal

S ã o v á r i o s o s e c o s s i s t e ma s t e r r e s t r e s e m S ã o T o mé e P r í n c i p e . A Z o n a
d e F l o r e st a H ú mi d a d e B a i x a A l t i t u d e ( q u e v a i d e s d e o n í v e l d o m a r a t é a o s
8 0 0 me t r o s d e a l t u r a ) p o s s u i s i g n i f i c a t iv o n ú me r o d e á r v o r e s e n d ê mi c a s . N e s t a
Z o n a p o d e - s e d i s t i n g u i r q u a t r o t i p o s d e f o r ma ç õ e s v e g e t a i s : F l o r e s t a
S e c u n d á r i a , c a r a c t e r i z a d a p r i nc i p a l me n t e p o r e s p é c i e s e x ó t i c a s e c u l t i v a d a s e
e s p é c i e s p i o n e i r a s c o m c r e s c i me n t o r á p i d o q u e s e n a t u r a l i z a r a m, F l o r e s t a d e
S o mb r a , c o mp o s t a p o r e s p é c i e s e x p o n t â n e a s q u e f o r a m p o u p a d a s d a d e r r u b a d a
fl o r e s t a or i g i na l e p o r e s p éci e s i n t r o du zi d a s par a e f e i t o d e s o mb r a s o b r e a s
p l a n t a ç õ e s d e c a c a u (T h e o b r o m a c a c a o) e c a f é (C o f f e a sp . ) , S a v a n a , f o r ma ç ã o
e d a f o - c l i má t i c a q u e o c u p a p a r t e d a f a i x a c o s t e i r a e M a n g u e s , q u e s e d i s t r i b u i
pela foz dos cursos de água.
A Zona de Floresta de Montanha ocupa toda a área situada entre os 800
e 1 4 0 0 me t r o s d e a l t i t u d e . É c a r a c t e r i z a da p o r u m a mo d i f i c a ç ã o d a c o mp o s i ç ã o
d a s e s p é ci e s e m r e l a ç ã o à s a l t i t u de s m e n o s e l e va d a s , d e v i d o à d i mi n u i ç ã o d a
t e mp e r a t u r a c o m a a l t ur a , ma i o r pr e c i pi t aç ã o e h u mi d a d e , c o n sta nte s ne vo e ir o s
e cobertura nebulosa considerável, que r e d u z o s n í v e i s d e l u mi n o s i d a d e .
P r e d o mi n a m n e s t a r e g i ã o i n úme r a s e s p é c i e s ve ge t a i s e n d ê mi c a s .

A Zona de Floresta de Nevoeiro vai dos 1400 aos 2024 me tros de


a l t i t u d e . H á á r v o r e s e n d é mi c a s t í p i ca s, a s e píf ita s sã o a bunda nte s e a s
s a ma mb a i a s c o n s t i t u e m u m e l e me n t o i mp o r t a n t e d a f l o r a a t é a o c i m o . E x i s t e
t a mbé m a ú n i c a g i mn o s p é r mi a e n d é mic a ( P i n h e i r o d e S . T o mé ) e l o b é l i a
g i g a n t e e n d é mi c a . A s o r q u í d e a s , f e t o s , mu s g o s e l í q u e n e s s ã o t a mbé m
frequentes.

Ecossistema de Águas Interiores

A r e de hidrográfica do p a ís possui um c a r á c t e r r a d i a l , da p a r t e c e n t r a l à
l i n h a d a c o s t a ( F i g ur a 2 e anexos I e II), e está forma d a p o r ma i s d e 5 0 c u r s o s
d e á g u a c o m c o mp r i me n t o m é d i o e n t r e 5 e 2 7 k m . M a i s d e 6 0 % d o c a u d a l d o s
me s mo s e s t ã o l o c a l i z a d o s n a p a r t e s ud o e s t e d e S ã o T o mé . U m c o n j u n t o d e
p e q u e n a s l a g o a s d i s t r i b u e m- se p o r t o d o o t e r r i t ó r i o .
O s e c o s s i s t e ma s d e á g u a s i n t e r i o r e s e m S ã o T o mé e Pr ínc ipe pode m s e r
classificados em três grandes grupos, segundo as suas condições de vida:
Grupo dos Lóticos, for mados pelas águas correntes, tais como os rios,
r i b e i r a s, nascentes e outros; Gr upo da s Á guas Salobras, que se forma m na foz
dos rios, isto é, na intersecção entr e a água doce e a água do ma r; Grupo dos
L ê n t i c o s , q u e s e f o r ma m n o i n t e r i o r d a s á g u a s p a r a d a s , t a i s c o mo o s p â n t a n o s ,
charcos e lodos.
Ecossistema Costeiro e Marinho
B a n h a d o p e l o o c e a n o A t l â n t i c o , o p a í s d i s p õ e d e u ma z o n a c o s t e i r a d e
c e r c a d e 2 6 0 K ms d e e x t e n s ã o e u ma a mp l a z o n a e c o n ó mi c a e x c l u s i v a . S ã o
v á r i o s o s h a b i t a t q u e c o mp õ e m o e c os s i s t e ma c o s t e i r o , f o r ma d o p o r p r a i a s ,
c o s t a s r oc h o s a s , e s t u á r i o s e l i t or a i s a l a g a d o s, o n d e p r e d o mi n a m d i v e r sa s
f o r ma s d e v i d a . A Z o n a E c o n ó mi c a Exc l u s i v a é d e 1 6 0 . 0 0 0 k m² , c o m u m a
p r o d u t i v i d a d e e s t i ma d a v a r i a n d o d e 2 . 0 0 0 a 7 . 0 0 0 t o n e l a d a s p o r a n o . 1 0 5
e s p é c i e s d e p e i x e s f o r a m i d e n t i f i c a da s e é c o n s i d e r á ve l a di v e r s i d a d e de
moluscos, crustáceos, quelônios e cetáceos.

Figure 2: Estrutura hidrográfica de S. Tomé e Príncipe

Introdução
S ã o T o mé e P r í n c i p e s ã o a s d u a s principais ilhas do país-arquipélago
s i t u a d o n o g o l f o d a G u i n é . D i s t a n t e s 3 8 0 k m d a c o s t a o c i de n t a l d a Á f r i c a ( 0 o
2 5 ’ N d e l a t i t u d e e a 6 o 2 0 ’ E d e l o n g i t u d e ) , a s i l h a s o c u p a m u ma á r e a d e 1 . 0 0 1
k m² ( s e n d o 8 5 9 k m ² p a r a a i l h a d e S ão T o mé e 1 4 2 k m² p a r a a i l h a d o
P r í n c i pe ) . A s i l h a s f a z e m p a r t e d e u ma l i n h a vul c â n i c a q u e i n c l ui P a g a l u ao
sudoeste, Bioko a nordeste e que se este nde ao continente a f r ic a no a tr a vé s d o
M o n t e C a ma r õ e s e a l c a n ç a o p l a t e a u d e C a ma r õ e s e o L a g o C h a d e n u n c a
e s t i ve r a m c o n e c t a da s e n t r e s i o u a o c on t i n e nt e .

S ã o T o m é e P r í nc i p e é um p a í s e s s e n c i a l me n t e a g r í c ol a , vol t a d o
e s p e c i a l m e n t e pa r a a c ul t u r a d o c a c a u , seu p r i n c i pa l i t e m a c t u a l d e
e x p o r t a ç ã o . O m a i o r e mp r e g a d o r n o s e c t o r d e s e r v i ç o s é o E s t a d o . H á
exploração significativa dos recursos p e s q u e i r o s e a u me n t a a p r o c u r a d o s
r e c u r s o s f l o r e s t a i s p a r a u s o n a c o n s t ru ç ã o c i v i l e p r o d u ç ã o d e l e n h a . E x i s t e
a i n d a a po s s i b i l i d a d e d e c r e s c i me n t o d e e x p l ora ç ã o p et r o l í f e r a , ap ó s t er e m
sido descobertas reservas no Golfo da Guiné.

A p o p u l a ç ã o d e S ã o T o mé e P r í n c i pe t o t a l i z o u 1 5 0 . 0 0 0 h a b i t a nt e s e m
2002 (52% rural). A taxa de crescime n t o a n u a l é d e 1 , 9 % , e a d e n s i d a d e
p o p u l a c i ona l d e 15 5 h a b i t a n t e s p o r k m² . C e r c a d e 5 4% d a p op u l a ç ã o e s t á
a b a i x o d a l i n h a d e p o b r e z a . O P I B e m 2 0 0 2 t o t a l i z o u 5 0 mi l h õ e s d e d ó l a r e s
a me r i c a n o s ( a r e n d a p e r c a p i t a é d e a p r o x i ma d a me n t e U S $ 3 0 0 ) . O p a í s e s t á
a l t a me n t e e n d i v i d a d o e p o r t a n t o d e p e n d e n t e d e a j u d a e x t e r n a , p a r t i c u l a r me n t e
d e p a í s es e u r o p e u s , F o r mo s a ( T a i w a n ) e d e o r g a n i s mo s m u l t i l at e r ai s .

O a r q u i pé l a g o s urg i u d e a ct i v i da de v u l c â n i c a r e l a t i v a me n t e a n t i g a ( 3
mi l h õ e s d e a n o s ) . P o s s u i r e l e v o a c i de n t a d o , c o m p i c o s q u e a l c a n ç a m 1 . 5 0 0
me t r o s , s e n d o o p o n t o ma i s e l e v a d o o P i c o d e S ã o T o mé , s i t u a d o a 2 . 0 2 4 m
a c i ma d o n í v e l d o ma r ( v e r c a r t a s n o s a n e x o s I e I I ) . A ma i o r p a r t e d o p a í s
s i t u a - s e c o n t u d o a b a i x o d o s 8 0 0 m. A p l u v i o me t r i a mé d i a a n u a l é d e 2 . 0 0 0 a
3 . 0 0 0 m m p o r a n o , q u e p o d e a t i n g i r 7 . 0 0 0 mm por ano nas florestas de
neblina.

O i s o l a me n t o r e l a t i v a me n t e a o c o n t i n e n t e a f r i c a n o g e r o u u ma
diversidade biológica única no país. Ap e s a r d e p o s s u i r á r e a r el a t i v a me n t e
p e q u e n a , S ã o T o mé e P r í n c i p e a b r i g a v á r io s t i p o s d e e c o s s i s t e ma s e o n í v e l d e
e n d e mi s mo d e e s p é c i e s é s i g n i f i c a t i vo ( vide Ane xos) . Os e c ossiste ma s
t e r r e s t r e s a b r a n g e m f l o r e s t a s n u b l a da s , f l o r e st a s d e a l t i t u de , f l o r e s t a s de
p l a n í c i e , f l o r e s t a s s e c u n d á r i a s , f l o r e s t a s “ d e s o mbr a ” ( q u a n d o o d o s s e l d a
f l o r e s t a n a t i v a é ma n t i d o p a r a s om b r e a r o c u l t i v o d o c a c au , p r i n c i p a l
a c t i vi d a d e e c o n ó mi c a e b e m d e e x p o r t a ç ã o d o p a í s ) , f l or e s t a s e c a , s a v a n a , e
ma n g u e s . D a s 8 9 5 e s p é c i e s d e p l a n t a s su p e r i o r e s r e g i s t a d a s n o p a í s , 1 3 4 s ã o
e n d ê mi c a s ; c o n t a - se a i n d a 63 e s p é c i e s de a ve s ( 25 e ndê mi c a s) , 16 de r ép te is
( 7 e n d ê mi c a s ) e 9 d e a n f í b i o s ( t o d a s e n d ê mi c a s ) .
O s e c o s s i s t e ma s m a r i n h o s e c o s t e i r o s incluem praias, costões rochosos e
r e c i f e s c or a l i n o s . 10 5 e s p é c i e s d e pe i x e s f o r a m i d e nt i f i c a d a s e d e s t a c a m- s e
a i n d a o s m o l u s c o s , c r u s t á c e o s , q u e l ôn io s e c e t á c e o s ( ba l e i a s e d e l f i n s ) . A
Z o n a E c o n ó mi c a Ex c l u s i v a é d e 1 6 0 . 0 0 0 k m² . A I l h a d o P r í n c i p e é ma i s r i c a
e m e s p é c i e s d e me r s a i s ( a pr od u t i v i da de e s t i ma d a é d e 7 . 00 0 t / a n o ) p o r p o s s ui r
ma i o r p l a t a f o r ma q u e S ã o T o mé ( c u j a p r o d u t i vi d a d e é e s t i ma d a e m
2 . 0 0 0 t / a n o ). São T omé e Pr ínc ipe i g u a l a m- s e e m e s p é c i e s p e l á g i c a s
(produtividade estima da de 1.500 t/ano). O Quadro 1 abaixo resume as
e s t a t í s t i c a s g e r a i s d e S ã o T o mé e P r í n c i p e .

Quadro 1. São Tomé e Príncipe em Números


Área 1.001 Km2
População (em 2002) 150.000
Taxa de Crescimento 1,9% ao ano
Populacional (em 2002)
Densidade Populacional 155 Habitantes/km²
População Rural (em 2002) 52%
Renda per Capita US$300
PIB (em 2002) 50 milhões de dólares americanos
Taxa de Crescimento 3% ao ano
Económico – PIB (em
2002)
Clima Tropical húmido, com duas estações: a quente e chuvosa,
que dura cerca de 9 meses), e a gravana, relativamente mais
seca, que vai de Junho a Setembro. A pluviosidade média
anual oscila entre os 2.000 e os 3.000 mm anuais, mas pode
alcançar 7.000 mm nas florestas de neblina. A temperatura
média anual é de 26ºC.
Diversidade de Ecossistemas costeiro e marinho
Ecossistemas
Ecossistemas de águas interiores
Ecossistemas florestais
Agro-ecossistemas
Riqueza de Espécies e 895 espécies de plantas superiores (134 endêmicas)
Endemismo
63 espécies de aves (25 endêmicas)
16 espécies de répteis (7 endêmicas)
9 espécies de anfíbios (todas endêmicas)

Principais Problemas Diminuição das florestas primárias


Sócio-ambientais
Degradação das florestas secundárias
Erosão de encostas
Redução do pescado, avifauna e tartarugas marinhas
Uso inadequado de pesticidas (doméstico e agrícola)
Perda de produtividade agrícola
Extracção de areia das praias
Declínio da qualidade da água para consumo humano
Malária
(Fontes dos Dados: ENPAB 2004; World Bank 1993, 2003)

C o mo o u t r o s pa í se s i n s ul ar e s , S ã o T o mé e P r í n c i pe e n f r e n t a v á r i os
d e s a f i o s n a b u s c a d o s e u d e s e n v o l v i me n t o s u s t e n t a d o : o p a í s é p e q u e n o ,
i s o l a d o , os c u s t os d e t r a n s po r t e e c om u n i c a ç ã o s ã o e l eva d o s , é s u s c e p t í ve l a
d e s a s t r e s n a t u r a i s e s ã o l i mi t a d o s o s me i o s e a c a pa c i d a d e pa r a l o gr a r a
su st e n t a b ilidade (GE F 2004). O pa ís r ec onhe c e c ontudo que o uso suste n tá v e l
e a c o n se r v a ç ã o da s u a b i o di v e r s i d a d e e s t ã o i n t i ma me n t e r e l a c i o n a d o s c o m o
s e u d e s e n v o l v i me n t o .

1.1. O Valor da Diversidade Biológica e dos Serviços Ambientais

Desde o início da exploração das Ilhas pelos colonizadores portuguese s


no século XVI, o uso dos recursos biol ó g i c o s t em e s t a d o i n t i ma me n t e l i g a d o à
h i s t ó r i a de o c u p a ç ã o d e S ã o T o mé e P r í n c i pe . A e x p l o r a ç ã o s u s t e n t á v e l d a
d i v e r s i d a d e b i o l ó g i c a d e S ã o T o mé e Pr ínc ipe , de modo que possa ta mb é m
g e r a r p r ove n t o p a r a a s c o mu n i d a d e s l o c a i s e a s s i m r e d u z i r a p ob r e z a , e s t á
d i r e c t a me n t e l i g a d a à s u a c o n s e r v a ç ã o .
A c o n s e r v a ç ã o d a c o b e r t ura f l o r e s t al d e s e mp e n h a p a pe l r e l e v a n t e n o
s i s t e ma a g r á r i o d o p a í s ( r e gul a ç ã o d o r e g i me d a s c h u v a s , d a i n s o l a ç ã o e d a
e v a p o t r a ns p i r a ç ã o ) , p r o t e c ç ã o d a s b a c ia s h i dro g r á f i c a s , p r o t e ç ã o d o s o l o
c o n t r a a e r o s ã o , r e c i c l a ge m d e n u t r i e nt es e c o n s t i t u i ç ã o d a f e r t i l i d a de n a t ur al
d o s o l o . A l é m d i s s o , c o m o o u t r a s florestas tropicais do mu ndo, pode m
f u n c i o n a r c o mo s u mi d o u r o s d o d i ó x i d o d e c a r b o n o a t mo s f é ri c o , c o n t r i b u i n d o
n a p r o b l e má t i c a d a s mu d a n ç a s c l i má t i c a s a n í v e l mu n d i a l .
As culturas do cacau (principal produto de exportação do país) e do café
r e q u e r e m a ma n u t e n ç ã o d o d o s s e l f l o r e s t a l p a r a s o mbr e a me n t o . A s “ f l o r e s t a s
d e s o mb r a ” , q u e se i n s t a l a r a m n a r e g i ã o b a i xa e p l a n a e d e me l h o r a p t i dã o
a g r í c ol a e m S . T o m é e P r í n c i pe , h á mai s d e d o i s s é c u l o s , goz a m d e r e p u t a ç ã o
i n t e r n a c i on a l , p o r s e a p r op r i a r e m à c o n s e r v a ç ã o d e s o l o s t r o p i c a i s em
c o n d i ç õ e s i n s u l a r e s e p e l a ma n u t e n ç ã o d e a l g u ma s e s s ê n c i a s f l o r e s t a i s . A
f l o r e s t a c o n s t i t u i a i n d a u m p r e c i o s o r ec u r s o r e n o v á v e l , d o n d e s e o b t é m l e n h a
p a r a f i n s e n e r g é t i c o s e ma t e r i a i s d e c o n s t r u ç ã o .
A s f l o r e s t a s s e r v e m t a mb é m d e h a b i t a t p a r a a f a u n a s i l v e s t r e . D i v e r s a s
e s p é c i e s s e l v a g e ns s ã o ut i l i z a d a s p a r a a c a ç a d e s u b s i s t ê n c i a , p o r e x e mp l o
p o r c o s d o ma t o ( S u s s p ) , pr i ma t a s (C e r c o p h i t e c u s m o n a) e a ve s i n d í g e nas
( Co l u m b a m alherbii, C olumba thome nsis, Tre ron australis v ire s c e n s ,
S t re p t o p elia senegalensis, A plope l i a l a r v a t a s i m p l e x o u p r i nc i p a l i s). A
c o l h e i t a d e p l a n t a s me d i c i n a i s e e xt r a c ç ã o d o me l s ã o p r á t i c a s c o mu n s .
E x i s t e m v á r i a s e s péc i e s c u l t i v a d a s d e e s p e c i a r i as d e g r a n d e v a l o r co me r c i a l e
n a s á r e a s c u l t i v a da s e n c o n t r a m- s e á r v o r e s d e fr u t o , c u l t u r a s al i me n t a r e s e
industriais.

D e s t a c a m- s e a i n d a o s r e c u r so s v e g e t ai s s e l va g e n s , c o mo a b a n a n a p r a t a
( r e g i me d e M u s a p a r a d i s í a c a v . s a p i e n t u m) , a ma t a b a l a ( t u bé r c u l o de
X a n t h o s o m a s a g i t i f o l i u m) e a fruta-pão (fruto de Artocarpus communis ) , q ue
c o n s t i t u e m a b a s e a l i me n t a r t r a d i c i o n al dos são-tome nses. A este grupo junta-
s e a i n d a o i z a q u e n t e ( f r u t o d e T r e c ul i a a f r i c a na ) , c o m a q u a l s e p r e p a r a o
p r a t o d o me s mo n o me , t r a d i c i o n a l n a s f e s t a s l o c a i s .

D o s e c o s s i s t e ma s d e á g u a s i n t e r i o r e s , e x p l o r a - s e o s c a ma r õ e s d e á g u a
d o c e , e m p a r t i c u l a r a e s pé c i e i n dí g en a d e S ã o T o mé e P r í n c i pe , o c a ma r ã o
b r a n c o (M a c r o b r a c h i u m z a r i q u i e r y ) . H á i n i c i at i v a s d e c u l t u ra d e e s p é c i e s d e
p r e d a d o r e s d e á g u a d o c e n o c o mba t e à s l a r v a s d e m o s q u i t o d o g ê n e r o
Anopheles, causadores de paludismo, que v i v e m n o s p â n t a n o s e c h a r c o s , c o m o
u ma a l t e r n a t i v a p a r a e v i t a r a u t i l i za ç ão d e p r o d u t o s q u í mi c o s , n o me a d a me n t e
do DDT.

N ã o é d e s p r e z á v el o v a l o r d a u t i l i z a ç ão o r n a me n t a l d a s pl a n t as e a n i ma i s
s e l v a g e ns d e c o mp a n h i a . S ã o T o mé e P r í n c i p e p o s s u i u ma d a s ma i s r i c a s f l o r a s
d e o r q u í deas da Á frica, de gra nde p o t e n c i a l o r n a me n t a l . O c o q u e i r o ( Cocos
n u c i f e r a), a cedrela (Cedrel a o d o r a t a ) , o g ô g ô ( Carapa proc e ra ) e a a mo r e ir a
( M i l i ci a e x c e l sa ) t ê m v a l o r n o a r t e s an a t o l o c a l . O s a n i ma i s c o m v a l o r
orname ntal são os papagaios (Psittacu s e r i t h a c u s ) , o s p e r i q u i t o s ( A g a p o r n i s
p u l l a r i u s ) e o s p r i ma t a s (C erco pithe c us mona ) , que c h e g a m a s e r e x p or t a d o s .

S o b o p o n t o d e v i s t a c u l t u r a l , mui t a s e s p é c i e s v e g e t a i s sã o utiliza d a s
p a r a a f a b r i c a ç ã o d e i n s t r ume n t o s m u s i c ai s e o s e c o s s i s t e ma s f l o r e s t a i s sã o
utilizados para ritos religiosos e supersticiosos.

1.2. Pressões e Ameaças sobre a Diversidade Biológica e os seus Recursos

A problemática ambiental em São Tomé e P r í n c i p e , d e f o r ma g e r a l , n ã o


é t ã o g r a v e r e l a t i v a me n t e a o u t r os p a í s e s d o C o n t i n e n t e . C o n t u d o , a
b i o d i v e r s i d a d e é a q u e s t ã o qu e ma i s p r e oc upa a s a utor ida de s na c iona is, p o is o
p a í s a i n d a p o s s u i uma r e s e r v a c o n s i de r á v e l d e f l o r e s t a p r i má r i a e u ma f l o r e s t a
secundária de alta qualidade. Porém, no decurso do seu processo de
d e s e n v o l vi me n t o e c o n ó mi c o , a l g u ma s p r á t ic a s a ss o c i a d a s a p o l í t i c a s n ã o mu i t o
b e m e q u a c i o n a d a s t ê m e s t a d o a a me a ç a r e a e x e r c e r u ma g r a n d e pr e s s ã o s o b r e
a b i o d i v e r s i d a d e . O s p r i nc i p a i s p r o b l e ma s s ó c i o - a mb i e n t a i s d e S ã o T o mé e
Príncipe estão listados no Quadro 1 acima.
2. Perspectiva Histórica e o envolvimento de São Tomé e Príncipe
com a Convenção sobre a Diversidade Biológica (CDB)

A R e p ú b l i c a D e mo c r á t i c a d e S ã o T o mé e P r í n c i p e d e u i n í c i o , d e s d e 1 9 9 0
a o P l a n o N a c i o n a l d e A c ç ã o A mb i e n t a l . D e a c o r d o c o m u m r e l a t ó r i o p u b l i c a d o
p e l o B a n c o M u n d i a l ( Wo r l d B a n k 1 9 9 3 ) , diversas iniciativas foram toma da s
pelo Governo no sentido de conservar os recursos naturais do país. Estas
i n i c i a t i v a s i n c l u í r a m o d e s e n v o l v i mento de uma política ambiental, a
f o r mu l a ç ã o d e l e g i s l a ç ã o a m b i e n t a l e spe c í f i c a e a c o n s t i t u i ç ã o d a C o mi s s ã o
N a c i o n a l d e A mb i e n t e . E s t a s i n i c i a t i va s b u s c a r a m i n s e r i r - s e n a r e no v a ç ã o d as
p o l í t i c a s s e t o ri a i s p e r t i n e n t es , p o r e x e m p l o , n a á r e a d a p e s c a , f l o r e s t a s , á g u a e
s a n e a me n t o , p o i s s e mpr e s e e n t e n d e u q u e e v e n t u a l me n t e s u r g i r i a m, t a n t o n o
c u r t o c o m o n o l o n g o p r a z o , o s t r a d e o f f s e f e e db a c k s e n t r e o d e s e n v o l v i me n t o
d o p a í s e a c o n s e r v a ç ã o d o s r e c u r s o s n a t u r a i s , N ã o h a v i a c o n t u do n a é p o ca
u ma e s t r a t é g i a n a c i o n a l q u e c r i a ss e m e c a n i s mos d e c o n s e r v a ç ã o d os r e c u r s o s
n a t u r a i s . N e s t e s e nt i d o , a e l a b o r a ç ã o da E s t r a t é gi a N a c i o na l e P l a n o d e A c ç ã o
d a B i o d i v e r s i d a d e ( E N P A B ) v e m c o b r i r e st a i mp o r t a n t e lacuna no acervo
i n s t r u me n t a l d o p a í s .

O referido estudo identificou as potencialidades e os pontos de


e s t r a n gu l a me n t o p a r a a d e v i d a c o n se r v a ç ã o e u t i l i z a ç ã o s u s t e nt á v e l d o s
r e c u r s o s n a t u r a i s . I d e n t i f i c o u , p o r e x e mp l o , o p o t e n c i a l d o e c o t u r i s mo , q u e
a i n d a é p o u c o e x p l o r a d o n ã o o b s t a n t e a beleza natural e do grau de
e n d e mi s mos encontrados no pa ís. O e st u d o a p o n t o u a i n d a a potencialidade de
a u me n t o d a e x p l o r a ç ã o d e ma d e i r a c o me r c i a l e m b a s e s s u s t e nt á v e i s , q ue
n e c e s s i t a r i a d e u ma e s t r a t é g i a d e pr o t ec ç ã o d a s f l o r e st a s pr i má r i a s , d o ma n e j o
s u s t e n t á ve l d a s f l or e s t a s s e c u n d á r i a s e da se le c ç ã o de e spé c ie s pa r a us o na
c o n s t r uç ã o c i v i l , f a b r i c a ç ã o d e mó v ei s e ge r a ç ã o de e n e r gi a a t r a v é s d a
e x p l o r a ç ã o da lenha.
O estudo preparado pelo Banco Mundial utiliz ou e xe mplos de suc e ss o d e
o u t r o s p a í s e s i n s u l a r e s q u a n d o e l a b o r o u a s s u a s r e c o me n d a ç õ e s . A o c o n t r á r i o
d e o u t r o s p a í s e s i n s u l a r e s ( e o u t r a s n a ç õ e s d o c o n t i n e n t e a f r i c a n o ) , o a mb i e n t e
d e S ã o T o mé e P r í n c i p e e n c o n t r a - s e a i n d a e m s i t u a ç ã o r el a t i v a me n t e í n t e gr a ,
f a c t o q u e p o d e s e r c o n s i d e r a d o c o mo u ma o p o r t u n i d a d e p a r a e mp r e e n d i me n t o s
a mb i e n t a i s ma i s s u s t e n t á v e i s . P o r é m, a p e s ar de a v a n ç os n a úl t i ma d é c a da ,
a l g u n s i m p e d i me n t o s p e r m a n e c e m: p o l í t icas, instituições e legislaçã o
i n a d e q u a d a s ; o f e r t a l i mi t a d a d e r e c u r s o s h u ma n o s q u a l i f i c a d o s ; f a l t a d e
i n f o r ma ç ã o ; s o c i e d a d e c i v i l o r g an i z a d a ( O N G s ) a i n d a i n c i p i e n t e .

2.1. Políticas Públicas e Quadro Legal

N o p l a n o n a c i o n a l , a C o n s t i t u i ç ã o da R e p ú b l i c a D e moc r á t i c a d e S ã o
T o mé e P r í n c i p e p r e v ê q u e t o d o s t ê m d i r e i t o a u m a mb i e n t e s a u d á v e l . N o
e s p í r i t o d a C o n s t i t u i ç ã o , t o d a s a s L e i s A m b i e n t ai s c o n t ê m n o r ma s q u e
p r e v ê e m o a c e s s o d a s p o p u l a ç õ e s a o s r e c ur s os n a t u r a i s , p e r mi t i n d o a s me s ma s
u t i l i z a r e s s e s r e c u r s o s p ar a o d e s e n v o l v i me n t o e c o n ó mi c o e s o c i a l s u s t e n t á v e l ,
c o n t r i b u i n d o p a r a a q u i s i ç ã o d e me i o s f i n a n c e i r o s d i r e c c i o n a d o s à l u t a c o n t r a a
p o b r e z a , à p r ot e c ç ã o d a bio d i v e r s i da de , a s s i m c o mo a c o ns e r v a ç ã o do s
r e c u r s os na t u r ai s .

A c o mp o s i ç ã o d o qua d r o l e ga l i nc l ui leis, decretos e outros instrume ntos


l e g a i s e j u r í d i c o s q u e r e g ul a me n t a m a b a s e d o a mb i e n t e , a c o ns er v a ç ã o d a
f a u n a , f l o r a e á r e a s p r o t e g i d a s , o r e g i me da pr opr ie da de f undiá r ia e u s o
a g r í c o l a d o s o l o , a p r o t e c ç ã o , e x p l o r a çã o e g e s t ã o d o s r e c u r s o s ma r i n h o s d a
Z E E , a utilização das floresta s, a e xt r a c ç ã o d e a r e i a , c a lha u, c a lc ár io e
recifes, decretos que ordenam o registo obrigatório de resíduos, o processo de
a v a l i a ç ã o d e i mp a c t o a mb i e n t a l , o c or te d e á r v o r e s , a fi x a ç ã o d e l i mi t e s de
s a í d a d e a v e s d o p a í s , a r e gul a me n t a ç ã o d o u s o d e f o g o e m f l o r e s t a s . O u t r os
i n s t r u me n t o s j á a p r o v a d o s , q u e , p o r é m, a i n d a n ã o v i g o r a m, s ã o a l e i d a s
p e s c a s e a mb i e n t e a q u á t i c o , a l e i f l o re s t a l , o d e c r e t o s o b r e a c r i a ç ã o d o s
P a r q u e s N a c i o n a i s Ô b ô s d e S ã o T o mé e d o P r í n c i p e , a l e i s o b r e a c o n s e r v a ç ã o
d a s t a r t a r u g a s ma r i n h a s e a r e g u l a me n t a ç ã o d a c a ç a .

A c a p a c i d a d e i n sti t u c i o n a l e m f i s c a li z a r e c on t r o l a r a e x p l o r a çã o e
g a r a n t i r a c o n s e r va ç ã o d o s r e c u r s o s b i o l ó g i c o s e s t á c o n t u d o i n i b i d a p e l a
e s c a s s e z d e q u a d r o s c a p a c i t a d o s , p e l a i n s uf i c i ê nc i a d e e qu i p a me n t o s t é c ni co s
e p e l a i n e f i c á c i a d e i n s t r u me n t o s j u r í dic o s . É a i n d a mu i t o b a i x o o i m p a c t o d o s
t e x t o s l e g i s l a t i v o s n a r e g ul a me n ta ç ã o s ó c i o - e c o n ó mi c a d a e x p l o r a ç ã o dos
recursos biológicos, por um lado devi do à não publicação de alguns e, por
o u t r o l a do , p o r c a u s a d a n ã o c r i a ç ã o d e ó r g ã o s d e e x e c u ç ã o e d e me c a n i s m o s
d e c o n t r o l o e s e g u i me n t o . A c t u a l me n t e , n ã o e x i s t e m me c a n i s mo s n a c i o n a i s d e
a c e s s o e d i s t r i b u i ç ã o e q u i t a t i v a d o s b e n e f í c i o s r e s u l t a n t e s d a u t i l i z a ç ão
d u r á v e l dos r e c u r s os .

N o c a mp o i n t e r n a c i o n a l , a s c o n v e n çõ e s j á r a t i f i c a d a s s ã o a C o n v e n ç ã o
s o b r e a D i v e r s i d a d e B i o l ó g i c a , a Co n v e n ç ã o d a s N a ç õ e s U n i d a s s o b r e o
Direito do Mar, a Convenção Quadro s o b r e a s M u d a n ç a s C l i má t i c a s , a
C o n v e n ç ã o s o b r e o C o mba t e à D e s e r t i f i c a ç ã o e a C o n v e n ç ã o d e E s t o c o l mo
s o b r e P o l u e n t e s O r g â n i c o s Pe r s i s t e n t e s .

O u t r a s Co n v e n ç õ e s a i n d a s e m r a t i f i c a ç ã o : C o nv e n ç ã o p a r a a P r ote c ç ã o
d a C a ma d a d e O z o n o , P r o t o c o l o d e M ontr e a l sobr e a s Substâ nc ia s q u e
e mp o b r e c e m a C a m a d a d e O z o n o , C o n v e n ç ã o s ob r e o C omé r c i o I n t e r n a c i o na l
d e E s p é c i e s d a F a u n a e F l o r a S e l v a g e n s A me a ç a d a s d e E x t i n ç ã o ( C I T E S ) ,
C o n v e n ç ã o s o b r e a C o n s e r v a ç ã o d a s E spé c ie s Migr a tór ia s Pe r te nc e nt e s à
F a u n a S e l v a g e m, C o n v e n ç ã o A f r i c a n a p a r a a C o n s e r v a ç ã o d a N a t u r e z a e d os
Recursos Naturais.

2.2. Implementação da CDB


O Governo de São Tomé e Prínci pe subscreveu a CDB em Junho de
1992, na cidade do Rio de Ja neiro, Brasil, a qual vi ria a ser ratificada pela
A s s e mb l e i a N a c i o n a l e m M a i o d e 1 9 9 8 .

E m r e s p o s t a a o s d i t a me s d o s A r t i g o s 6 e 8 d a C o n v e n ç ã o s o b r e a
D i v e r si d a de B iológica (C D B ), o “Global Env ironme nt Fac ility ” ( GEF) a p o i o u
o G o v e r n o d e S ã o T o mé e P r í n c i p e p ar a q u e d e s e n v o l v e s s e a s u a e s t r a t é g i a
n a c i o n a l e e s t a b e l e c e s s e a c ç õ e s p r i or i t á r ia s p a r a a c o n se r v a ç ã o e o ma n e j o d a
biodiversidade, através de uma “ e n a b l i n g a c t i v i t y g r a n t ” q u e t e v e i n í ci o em
2 0 0 0 ( G E F 2004). A elabor aç ã o da ENPA B v e m p r e e n c h e r vá r i a s l a c u n a s
i d e n t i f i c ad a s n a q u e s t ã o d a c o n s e r v açã o e u t i l i z a ç ã o s u st e n t á ve l dos r e c u r so s
n a t u r a i s e b i o d i v e r s i d a d e . O p r o c e s s o d e e l a b o r a ç ã o d a E N P A B f o i c o n d u z i do
d e ma n e i r a p a r t i c i pa t i v a e i n t e r a c t i v a e o b e d e c e u à s s e g u i nt e s e t a p a s:

Quadro 2. Demonstrativo do Processo de Elaboração da Estratégia Nacional e do


Plano de Ação da Biodiversidade (ENPAB)
Data Atividade Desenvolvida
Junho de 2000 Realização de um atelier que congregou e sensibilizou
parceiros para a elaboração da ENPAB
Fevereiro de 2001 Criação da Célula de Execução e Coordenação do ENPAB. A
Célula de Execução é composta por técnicos dos Ministérios do
Ambiente e Economia, do Gabinete do Ambiente (organismo
coordenador do Projecto), da Direcção das Florestas (Ponto
Focal da Biodiversidade), do Programa ECOFAC (Conservação
e Utilização Racional dos Ecossistemas Florestais da África
Central) e do Ponto Focal do GEF. A equipe gestora do
Projecto contou ainda com a participação de assistentes
administrativos e financeiros do Ministério dos Recursos
Naturais e Meio Ambiente
O seguimento da execução do Projecto foi confiado ao Comité
Director Nacional do Ambiente (CDN). Este comité, de carácter
consultivo e multisectorial, é composto por representantes dos
diferentes serviços da Administração Central do Estado, bem
como de organizações não-governamentais (ONGs).
Agosto e Setembro de Realização de seminários para recolha de dados e organização
2001 da equipe técnica para realização de trabalhos no terreno.
Janeiro de 2002 Elaboração da estrutura do ENPAB
Definição das áreas temáticas: ecossistemas florestais,
marinhos e costeiros, águas interiores, agro-ecossistemas,
silvicultura, pecuária e quadro jurídico e institucional
Julho – Outubro de Elaboração dos Estudos Temáticos:
2002
Agricultura
Águas Interiores
Floresta
Jurídico
Marinho e Costeiro
Pecuária
Silvicultura
Janeiro de 2003 Elaboração da Primeira versão da ENPAB
Setembro de 2003 Versão harmonizada da ENPAB
Maio de 2004 Seminário de validação pelos membros da Célula Executora
Maio e Junho de 2004 Revisão final da ENPAB e Preparação do 1º. draft do Relatório
Nacional para a CDB.
Tradução e multiplicação dos textos tanto da ENPAB como do
Relatório Nacional.
Entrega dos documentos ao Governo e remissão ao Secretariado
da CDB

3. Metas e Objectivos da ENPAB

A ENPAB de São Tomé e Príncipe es tá estrut urada em 3 partes: i) O


D i a g n ó s t i c o d a s i t u a ç ã o d os d i f e r e nte s e c o s s i s t e ma s d o p a í s , a b a r c a n d o a s
principais espécies que os compõe m, b e m c o mo a s i t u a ç ã o r e a l vi v i d a
p r e s e n t e m e n t e p or c a d a u ma d e l a s; i i ) D esc r iç ã o da Estr a té gia Nacional, que
e x p l i c i t a a s M e t a s q u e f o r a m a c o r d a da s p a r a s o l u c i o n a r o s p r o b l e m a s
d i a g n o s t i c a d o s ; e i i i ) O s A n e x o s , c o m p r o p o s t a s d e P r o g r a ma s e P l a n o s d e
A c ç ã o e l i s t a s d a s e s p é c i e s c om p o n en t e s d a b i o d i v e r s i d a d e n a c i o n a l .

D e mo d o a e s t a b e l e c e r u ma p e r s p e ctiva que transcenda os horizontes do


q u o t i d i a no e, portanto, fixar obje c tivos a s e r e m a l c a n ç a d o s no f u t u r o , a
E N P A B enunciou e explicitou uma visã o g l o b a l p a r a a c o n s e r v a ç ã o d a
diversidade biológica:

“ S ã o T o m é e P r í n c i p e d e v e r á r e f o r ç a r a s c a p a c i d a d e s i n st i t uc i o n a i s
e humanas e promover o desenvolvi mento económico diversificado,
p a r t i c u l a r m e n t e o s r e c u r s o s p e t r o líferos que deverão jogar um papel
positivo e indispen sáv e l na c onse rv aç ão da biodiv e rsid a d e ,
contribuindo assim na luta c ontra a pobre za” .

P a r a f u n d a me n t a r e s t a v i s ã o , a E s t r a t é g i a a p r e s e nt a a c ç õ e s q u e
c o r r e s p o n d e m a o s t r ê s o b j e c t i v o s f u n d a me n t a i s d a C o n v e n ç ã o s o b r e a
Diversidade Biológica, ou seja:

• A c o n s e r v a ç ã o d a d i v e r s i da d e b i o l ógi c a e m t o d o s o s n í v e i s ( g e n e s ,
e s p é c i e s e e c o s s i ste ma s ) d e c o r r e r á d o r e f o r ç o d a c o n s e r v a ç ã o i n s i t u e
da conservação ex situ;

• A u t i l i z aç ã o s u st en t á v e l d os r e c ur s os biológic os de verá considerar a


valorização da biodiversidade;
A p a r t i l ha j u st a e e q u i t at i v a d a s v antagens geradas pela utilização dos
r e c u r s os bi o l ó g i c o s s e r á a l c a nç a d a a t r a vés d o r e f o r ç o d o q u a dr o i n s t i t u c i o n a l e
l e g a l e da c r i a ç ã o d e me c a n i s mos d e a c e s s o e d e p a r t i l h a d os r e c u r s os
b i o l ó g i c o s , a n í v e l na c i o n al e i n t er n a c i o n a l .

A i mp l e m e n t a ç ã o da E s t r a t é g i a n a c i ona l f a r - se - á a t r a v é s d e a c ç õ e s e m
c i n c o E i x o s E s t r a t é g i c o s , i d e n t i f i c ad o s n o â mb i t o d a e l a b o r a ç ã o d o
D i a g n ó s t i c o d a s i t ua ç ã o n a c i o n a l , q u e f oi analisado e reconfirma do de forma
p a r t i c i p a t i v a n o A t e l i e r n a c i o n a l d e v al i d a ç ã o . O s e i x o s e s t r a t é g i c o s s ã o :

• A c o n s e r va ç ã o d o e c o s s i s t e m a ma r i n h o e c o s t e i r o ;
• A c o n s e r va ç ã o d o e c o s s i st e m a d e á g u a s i n t er i ore s ;
• A c o n s e r va ç ã o d o e c o s s i st e m a f l o r e s t a l ;
• A c o n s e r va ç ã o d o e c o s s i st e m a a g r á r i o ;
• O reforço do quadro institucional e lega l , q u e f u n c i o n a r á c o mo e l e me n t o
transversal.

P a r a j á , e m t e r mo s e s t r a t é gi c o s , a d u r a ç ã o d a s me d i d a s e p o t e n c i a i s
p r o j e c t o s p r e c o n i z a d o s n ã o ultrapassarão os 5 anos, a t e n d e n d o a o s i m p e r a t i v o s
d e u ma a c ç ã o p r á t i c a d e vi d a me n t e e n q u a d r a d a n o t e mp o e s u j e i t a a o s
c o n d i c i o n a l i s mos d i t a d o s p e l a s d i s p o n i b i li d a d e s f i n a n c e i r a s . O s P l a n o s d e
A c ç ã o p a r a c a d a E i x o E s t r a t é g i c o ( a p r e s e nt a d o s n o s A n e x o s d a E N P A B )
c o n t e mp l a m p o r t a n t o me d i d a s e a c t i v i d a d e s d e c a r á c t e r pre l i mi n a r que d e v e r ã o
n a t u r a l me n t e e n c o nt r a r c o n t i n u i d a d e em a c ç õ e s s u b s e q u e nt e s .

3.1. Eixo Estratégico para a Conservação do Ecossistema Costeiro e Marinho.

A v u l n e r a b i l i d a d e e a f r a g i l i d a de d a s á r e a s c o s t e i r a s i mp õ e m a
n e c e s s i d ad e d e uma u t i l i za ç ã o a d eq u a d a d o s e u e sp a ç o . A o c u p a ç ã o
d e s o r d e n a d a d a s á r e a s c o s t e i r a s e a u ti l i z a ç ã o e m mo d o n ã o s u s t ent á v e l d os
r e c u r s os a c e l e r a m o p r o c e s s o e r o s i v o e a p e r d a d e b i o d i v e r s i d a d e n e s s a s á r e a s ,
e x e mp l o s s i g n i f i c a t i v o s d a s q u a i s s ã o a c a ç a d a s t a r t a r u g a s ma r i n h a s e d o s
seus ovos e a destruição das áreas de r e pr oduç ã o, pr ovoc a da p e l a e x p l o r a ç ã o
desregrada de areia nas praias.

A p e s a r d a e x i s t ê nc i a d e u ma l e i s o b r e a p e s c a , a f a l t a d e me i o s p a r a
f a z e r a f i s c a l i z a ç ã o e o s e g u i me n t o d a s a c t i v i d a d e s p i s c a t ó r i a s n a Z E E
s a n t o me n s e t ê m p e r mi t i d o a c a p t u r a d e v á r i a s e s p é c i e s d e f o r ma
descontrolada, pondo em causa sua própria existência. A falta de controlo
sobre as unidades pesqueiras, sobret u d o n o q u e d i z r e s p e i t o a o t i p o d e
a r t e fa ct o s u t i l i z a d os , t e m r e s u l t a d o n a c a pt u r a d e p e s c a d o d e t a ma n h o f o r a d o
convencional.

A e x p l o r a ç ã o d e s r e g r a d a de s t e s r e c u r s o s r e pe r c u t e e c o n o mi c a m e n t e
s o b r e a p o p u l a ç ã o , a o p r o mo v e r a r e d uç ã o d o s s e u s r e n d i me n t o s , p o r u m l a d o ,
e o a u me n t o d o s p r e ç o s d e c o mp r a , p o r o u t r o . T o r n a - s e p o r i s s o n e c e s s á r i o
r e f o r ç a r t a n t o o s m e i o s r e g u l a me n t a r e s c o mo o s ma t e r i a i s d e f i s c a l i z a ç ã o , c om
v i s t a a p e r mi t i r q u e o s re fe r i d o s r e c u r s os s e j a m e x p l o r a d o s d e fo r ma
s u s t e n t á ve l .

E n t r e t a n t o , a f a l t a d e c on h e c i me n to s s o b r e a s c a r a c t e r í s t i c a s d o s
r e c u r s o s p e s q u e i r o s n a c i o n a i s i mp e d e a a dopç ã o de uma polític a de g e s tã o
s u s t e n t á ve l d e s se s r e c u r s os . A c o n s e rv a ç ã o d a b i o d i v er s i d a d e ma r i n h a e d o s
s e u s e c o s s i s t e ma s p r e s s u p õ e o c o n h e c i men t o c i e n t í f i c o d a s s u a s c o mp o n e n t e s ,
q u e s i r v a d e b a se a t o d o o p r o ce s s o d e p l a n i f i c a ç ã o , o r g an i z a ç ã o e
c o o r d e n a ç ã o g l o b a l d a s a c ç õe s a s er e m l e v a d a s a c a b o , n e s t e c a s o , c o m a
p a r t i c i p a ç ã o a c t i v a e r e s p o n s á v e l d e t o d o s o s a c t o r e s i mp l i c a d o s .

Objectivo fundamental: A conservação da diversidade biológica costeira e marinha através


do reforço da conservação “in situ” e “ex situ” e do quadro institucional.
Objectivos Específicos:
• Ordenamento espacial da Zona Costeira e gestão sustentável dos seus recursos;
• Sensibilização das populações que residem nas zonas costeiras;
• Monitorização das acções de protecção e conservação de áreas costeiras;
• Criação de um Parque Marinho Nacional;
• Estudos dos Recursos Haliêuticos;
• Gestão Sustentável da Zona Económica Exclusiva;
• Protecção das tartarugas marinhas;
• Reforço de acções intersectoriais das diversas instituições do Estado no domínio de
conservação e gestão sustentável do ecossistema Marinho e Costeiro.

3.2. Eixo Estratégico para a Conservação do Ecossistema de Águas Interiores.

São Tomé e Pr íncipe dispõe de uma rede hidrográfica relativame nte


d e n sa , c aracterizada pela irreg ula r ida de d o r e gi me e d a s c a r a c t er í s t i ca s d o s
v á r i o s c u r s o s d e á g u a q u e a c o mp õ e m . É à v o l t a d e s s a r e d e h i d r o g r á f i c a q u e
s u r g e m e c o s s i s t e ma s h ú mi d o s , o n d e s e d e s t a c a u ma r i c a d i v e r s i d a d e b i o l ó g i c a ,
t a n t o d e fauna como da flora, a lguma s d e l a s e n d ê mi c a s . A t é a o p r e s e nt e , o
p a í s n ã o c o n t a c o m q u a l q u e r z o n a h ú mi da c l a s si f i c a d a c o mo á r e a pr ot e g i d a .
A f a l t a d e c o n h e c i me n t o s s o b r e a s c a r a c terísticas dos recursos biológicos das
á g u a s i nt e r i o r e s i m p e d e a a d o p ç ã o d e uma política de gestão sustentável
desses recursos.

Objectivo fundamental: A conservação da diversidade biológica do Ecossistema de


Águas Interiores através do reforço da conservação “in situ” e do quadro
institucional.
Objectivos Específicos:
• Elaboração de estudos sobre a fauna das Águas Interiores;
• Elaboração do plano de gestão das Áreas Pantanosas;
• Criação de áreas protegidas nos Ecossistemas Húmidos;
• Reforço de acções intersectoriais das diversas instituições do Estado no domínio da
conservação e gestão sustentável do ecossistema de águas interiores.

3.3. Eixo Estratégico para a conservação do Ecossistema Florestal.

A p o l í t i c a d e p r i v a t i z a ç ã o d e t e r r a s a gr í c o l as p e r mi t i u q u e c o n s i d er áve i s
e x t e n sõ e s de terra fossem en tr e gue s a o s p e q u e n o s e mé d i o s a g r i c u l t o r e s .
Apesar do benefício social obtido com es ta acção, houve exploração
d e s c o n t r o l a d a d o s r e c u r s o s ma d e i r e i r o s , p o i s a s á r v or e s s ã o c or t a d a s pa r a
gerar liquidez financeira. Este fenóme n o , p a r a a l é m d e t e n d e r a d i mi n u i r a s
e s p é c i e s d e ma d e i r a d e a l t o v a l o r c ome r c i a l , a c e l e r a a e r o s ã o dos s o l o s , a
destruição dos habitats de faunas, a de g r a d a ç ã o d a s b a c i a s h i d r o gr á f i c a s e ,
i n d i r e c t a mente, a deterioração da qua li d a d e d e vi d a d a p op u l a ç ã o r u r a l .

A recuperação da cobert u r a ve g e t a l n a s á r ea s d egr a d a d a s i m p l i c a l e v a r a


c a b o a c ç õe s d e r e f l o r e s t a ç ã o e m g r a n d e e s c a l a , s e g u n d o p r o g r a ma s q u e n ã o
d e s c u r e m a s n e c e s s i d a de s e m m a t é r i a d e s e g u r a nç a a l i me n t a r e o
d e s e n v o l v i me n t o d e o u t r a s c u l t u r a s , n o meadamente para a exportação. Por
o u t r o l a d o , n ã o e x i s t e i n v e nt á r i o f i á ve l s o b r e a d i s tr i b ui ç ã o e o e f e c t i v o d e
e s p é c i e s d e a n i ma i s s e l v a g en s e m S ã o T o mé e P r í n c i p e . E s t a fa l t a l i mi t a a
e f i c á c i a dos e s f o r ç os d e c o n s e r v a ç ã o o u g e s t ã o s us t e n t á v e l d e s s e s r e c u r s o s .

A população que vive nas zonas periféricas às áreas protegidas exerce


pressão sobre os recursos naturais disponíveis nessas áreas. Além da
e x p l o r a ç ã o d e ma d e i r a , s ã o c o mu n s a c a ç a e a a g r i c u l t u r a , qu e u t i l i z a m
t é c n i c a s i n a d e q u a da s . T a n t o a g e s t ã o d as á r e a s p r o t e gi d a s c o mo o s p r o g r a ma s
d e r e p o v o a me n t o f l o r e s t a l d e v e r ã o i n c l u i r a p a r t i c i pa ç ã o d a p o p u l a ç ã o l o c a l ,
d e f o r ma a g a r a n t i r - s e a u t i l i z a ç ã o s u s t e n t á v e l d o s r e c u r s o s b i o l ó g i c o s
disponíveis. O inventário da fauna será feito em estreita colaboração com as
c o mu n i d a d e s l o ca i s e , e m p a r t i c u l ar , co m o s c aç a d o r e s , o q u e i r á p e r mi t i r a
avaliação e valorização dos produtos da caça.
A p opulação é detentora de impor ta nt e s c o n h e c i me n t o s l i g a d o s à p r á t i c a
d e c o n s e r v a ç ã o d o s e c o s si s t e ma s , d a f lo r a e d a f a u n a , v a l o r i z a n d o n ã o s ó o s
s e u s a s p e c t o s e c o nó mi c o s , ma s t a mb é m o s a s p e c t o s s oc i a i s e c u l t u r a i s dos
me s mo s . É d e t e r mi n a n t e q u e s e j a f e i t o u m l e v a n t a me n t o d o s c o n h e c i me n t o s e
t é c n i c a s t r a d i c i o n a i s , d e mo d o a q u e o s m e s mo s s e j a m a s s o c i a d o s a
c o n h e c i me n t o s e t é c n i c a s mo d e r n a s s u sc e p t í v e i s d e e n v o l v e r a s c o m u n i d a d e s
locais na defesa e gestão sustentável dos seus recursos.

A criação do Arboreto e expansão do a c tua l Ja r dim Botâ nic o ir ã o


c o n s t i t u i r u m p a s s o i mp o r t a n t e n o d o m ín i o d a i n v e s t i g a ç ã o e d o c o n h e c i me n t o
c i e n t í f i c o s o b r e a s e s p é c i e s a r b ó r e a s , n o m e a d a me n t e n o s ca mp o s d a
s i s t e má t i c a , b i o l o g i a d e p o p ul a ç õ e s e d a b i o t e c n o l o g i a .

Objectivo fundamental: A Conservação da diversidade biológica do Ecossistema


Florestal através do reforço da conservação “in situ” e “ex situ” e da criação de
mecanismos de valorização.
Objectivos Específicos:
• Sensibilização das populações que residem nos arredores das áreas protegidas;
• Monitorização das acções de protecção e conservação de áreas protegidas;
• Perenização de políticas coerentes e de financiamentos para as áreas protegidas.
• Criação de um Arboretum;
• Alargamento e enriquecimento do actual Jardim Botânico e do Herbarium;
• Criação de um banco de sementes de espécies endémicas e indígenas;
• Repovoamento florestal de áreas degradadas;
• Estudos científicos sobre a taxonomia e ecologia das espécies exploradas;
• Vulgarização de técnicas apropriadas para o aproveitamento de plantas com fins
medicinais;
• Cultivo e utilização sustentável de plantas medicinais;
• Monitorização de actividades relacionadas com a caça de espécies endémicas;
• Protecção de áreas de reprodução e de nidificação de espécies endémicas;
• Gestão adequada de espécies arbóreas de valor comercial;
• Estruturação e operacionalização do ecoturismo;
• Estudo das espécies ornamentais e sua valorização;
• Estudo de espécies utilizadas na confecção de artesanato e sua multiplicação.

3.4. Eixo Estratégico para a Conservação do Ecossistema Agrário.

A a g r i c ul t u r a s a n t o me n s e b a s e i a- se n u m u n i v e r s o r i c o d e v a r i e d a d e s
v e g e t ai s e a n i ma i s . E n t r e t a n t o , a i n t r od uç ã o n ã o mui t o c r i t e r i o s a de v a r i e d a de s
me l h o r a d a s t e n d e a r e l e g a r p a r a s e g u n d o p l a n o a i n v e s t i g a ç ã o n a á r e a d a s
v a r i e da d e s l o c a i s , n o r ma l me n t e ma i s r e s i st e nt e s a d e t e r mi n a d a s p r a g a s , m a s
q u e s e v ê e m h o j e a me a ç a d a s .

A s e s p é c i e s f r u t í c ol a s e s p o n t â n e a s c o ns t i t ue m u ma f o n t e i mp o r t a n t e d e
a l i me n t a ç ã o p a r a t od a a p o p ul a ç ã o , pa r t i cul a r me n t e a q ue r e s i d e n o me i o r u r a l .
N o e n t a n t o , o s e u a p r o v e i t a me n t o n ã o t e m s i d o o me l h o r , d e v i d o à f a l t a d e
c o n h e c i me n t o s s o b r e o s e u v a l o r e s u a s c a r a c t e r í s t i c as b i o ló g i c a s . E m a l g u n s
casos, existe o risco de desaparição de va r ie da de s, de vido a o e le va do gr a u d e
v u l n e r a b i l i d a d e d a s á r e a s o n d e a s me s ma s s e d e s e n v o l v e m.

P a r a a e x p l o r a ç ã o s u s t e n t á v e l d o p a t ri mó n i o v e g e t a l l o c a l , t o rn a - s e
n e c e s s á r i o c o n s t i t u i r c o l ec ç õ e s d e r e f e r ê nc i a d a s d i f e r e n t e s e s p é c i e s
e x p l o r a d a s n a a g r i c u l t u r a e a s s i m i d e n t i fi c a r a s e s p é c i e s e m p e r i g o e a d o p t a r
me d i d a s a d e q u a d a s p a r a a s ua c o n s e r v a ç ã o e u t i l i z a ç ã o s u ste n t á v e l .

F a c e a o r á p i d o d e s e n v o l v i me n t o c i e ntífico e tecnológico que se ve m


r e g i s t a n d o e m ma t é r i a d e p r o d u ç ã o a g r o p e c u á r i a a o n í v e l mu n d i a l , i mp õ e - s e
a o p a í s a n e c e s sid a d e d e i n v e s t i r n o d o m í n i o d a i n v e s ti g a ç ã o a g r ár i a ,
s o b r e t u d o n a s u a v e r t e n t e a n i ma l . T a l n e c e s s i d a d e t o r n a - s e a i n d a ma i s
p r e me n t e , q u a n d o a l i mi t a ç ã o d o e s p a ç o t e r r i t o r i a l n a c i o na l e a e x i gu i d a d e d a s
á r e a s a p t a s p a r a a pr o d u ç ã o a g r o p e c u á r i a d i f i c ul t a m c a d a v e z ma i s a s a t i s f a ç ã o
d a s n e c e ss i d a d e s bá s i c a s d e u ma p o p u l a ç ã o que c r e s c e a u m r i t mo a i n d a
b a st a n t e significativo.

A criação do C entro de Pe squi s a e D e s e n v o l v i me n t o P e c u á r i o


c o n s t i t u i r i a a s s i m u m p a s s o p a r t i cu l a r me n t e i mp o r t a n t e n o d o mí n i o d a
i n v e s t i g a ç ã o e d o c o n h e c i me n t o c i e n t í fi c o s o b r e a s e s p é c i e s p e c u á r i as
e x i s t e n t e s n o p a í s . P o d e r - s e - i a m i n v e st i g a r a b i o l o g i a d o s g r u p o s t a x o n ó mi c o s ,
a b i o t e c no l o g i a , o v a l o r só c i o - e c o nó mi c o d a s e s p é c i e s e a s ac t i vi d a d e s
g e r a d o r a s d e r e n d i me n t o s p a r a a p o p u l a ç ã o . A p r o t e c ç ã o e v a l o r i z a ç ã o d a s
e s p é c i e s r ú s t i c a s s e r á d e p r i m o r d i a l i nt e r e s s e , n o â mb i t o d o p a t r i m ó n i o a n i ma l
do país.

Objectivo fundamental: A conservação da diversidade biológica do Ecossistema


Agrário através do reforço da conservação “in situ” e “ex situ” e valorização da
diversidade vegetal e animal.
Objectivos Específicos:
• Constituição de uma colecção nacional de espécies frutíferas espontâneas com vista
à sua conservação e utilização sustentável;
• Preservação de espécies no seu habitat natural de forma controlada e
informatização de dados;
• Inventário das variedades em vias de extinção;
• Informação, Educação e Comunicação (IEC) dirigida a quadros técnicos e
agricultores, no domínio da conservação da biodiversidade e da gestão sustentável
dos recursos biológicos;
• Enriquecimento de campos de germoplasma vegetal, pela contribuição de genes
provenientes do estrangeiro e de outras variedades locais;
• Adopção de um programa contra erosão genética e implantação de culturas
alimentares em zonas apropriadas;
• Fomento da produção biológica do cacau e de outros produtos agrícolas de
exportação;
• Promoção das culturas alimentares e frutícolas, com vista a garantir a segurança
alimentar;
• Desenvolvimento das potencialidades existentes das plantas ornamentais, incluindo
um estudo de mercado;
• Promoção de um centro de pesquisa, destinado a aprofundar as investigações sobre
métodos de luta biológica contra pragas e doenças;
• Criação de um centro de pesquisa e desenvolvimento pecuário;
• Fomento da criação de espécies animais mais comuns (suínos, bovinos, ovinos,
caprinos, aves e coelhos);
• Aumento do efectivo ovino;
• Maior e melhor controlo de animais para abate;
• Criação de unidades de transformação.

3.5. Eixo Estratégico para o Reforço do Quadro Institucional e Legal.

São Tomé e Príncipe necessita de u m q u a d r o j u r í d i c o q u e p e r mi t a


r e g u l a r a f o r ma d e u t i l i z a ç ã o d o s r e c ur s o s b i o l ógi c o s p r e s e n t e s e m c a d a u m
d o s e c o s si s t e ma s , de mo d o a p e r mi t i r a s u a g e s t ã o s u s t e nt á v e l . A c on s t i t ui ç ã o
d e t a l q ua d r o d e v e r á b a s e a r - s e n a e s t r e i t a c ol a bor a ç ã o c om a s c o m u n i d a d e s
l o c a i s e , p a r t i c u l a r me n t e , c o m o s p ro mo t o r e s e o p e r a d o r e s d e a c t i v i d a d e s
e c o n ó mi c a s q u e u t i l i z e m a b i o d i v e r s i d a d e .
A b a i x a c a p a c i da d e i n st i t u c i o n a l dos sectores encarregues pela
conservação (in situ e ex-situ), os r i s c o s a d v i n d o s d a ma n i p u l a ç ã o d e
o r g a n i s mo s v i v o s , p a r a a l é m da f a lta de e quipa me ntos n e c e s s á r i o s , a f a l t a de
m o t i v a ç ã o, e a b a i xa c a p a c i da d e d o s r e c ur s o s hu ma n o s , l i mi t a m a e f e c t i v i dad e
d a s a c ç õe s j á i ni c i a d a s e p r o p o s t a s . É p o r t a n t o p r e me n t e o r e f o r ç o da
c a p a c i d a d e h u ma n a e i n s t i t u c i o n a l dos se c tor e s r e sponsá ve is.
N ã o será possível travar a de gr a d ação da diversidade biológica se m
i n t r o d u z i r mu d a n ç a s n o c o mp o r t a m e n t o d a s c o mu n i d a d e s l o c a i s . T a i s
mudanças só se tornarão possíveis através da institucionalização de um
p r o g r a ma a mp l o e p e r ma n e n t e d e i nf or ma ç ã o , e d u c a ç ã o e c o mu n i c a ç ã o j u n t o
d a p o p u l a ç ã o e m g e r a l e d o s de c i s or e s p o l í t i c o s , a d mi n i s t r a t i v o s e
e c o n ó mi c o s , e m p a r t i c u l a r . A i n f o r ma ç ã o e s e n s i b i l i z a ç ã o d a p o p u l a ç ã o s ã o
i n s t r u me n t o s n e c e s sá r i o s q u e p e r mi t e m a p a r t i c i pa ç ã o d a me s ma n a p r o t e c çã o
e c o n s e r va ç ã o d a b i o d i v er s i d a d e b i o ló g i c a , e m b e n e f í c i o p r ó p r i o e n o d a s
gerações futuras.
Objectivo fundamental: A conservação da Biodiversidade e a utilização dos seus recursos
através do reforço do Quadro Institucional e Legal e da criação de mecanismos de acesso e
de partilha justa e equitativa dos recursos biológicos.
Objectivos Específicos:
• Reforço das acções intersectoriais das diversas instituições do Estado no domínio
da conservação e da gestão sustentável da Biodiversidade;
• Formação de recursos humanos adicionais qualificados no domínio da conservação
e da gestão sustentável da Biodiversidade, incluindo guardas florestais,
ecoguardas, botânicos, zoólogos, ecologistas e outros;
• Elaboração e aprovação do Plano de gestão do Parque Natural;
• Elaboração de um programa de aperfeiçoamento técnico em Agro-floresta,
Etnobotânica e Farmacopeia;
• Criação de uma estrutura pública, para promoção e seguimento da utilização
adequada das plantas medicinais;
• Criação de um sistema nacional de recolha e processamento de informação
tecnológica sobre o funcionamento de Jardins Botânicos e Herbários a nível
internacional;
• Aprovação e aplicação do Plano Nacional de Desenvolvimento florestal;
• Criação de um Fundo Fiduciário;
• Promoção de parcerias entre o sector privado, as ONG’s e as populações locais, no
domínio da Biodiversidade;
• Maior envolvimento do Estado nos processos e acções visando a melhoria da
operacionalidade e eficácia das estruturas de apoio existentes (associações de
pequenos agricultores, cooperativas de médias empresas agrícolas, programas de
vulgarização agrícola e outras);
• Criação de mecanismos conducentes à aplicação e à observância efectivas da
legislação já aprovada e publicada, em matéria de conservação e gestão sustentável
da Biodiversidade;
• Aprovação, publicação e entrada em vigor da Lei sobre o Parque Natural;
• Aprovação, publicação e entrada em vigor do regulamento sobre a caça;
• Aprovação, publicação e entrada em vigor do regulamento sobre a captura e
comercialização da tartaruga marinha e seus produtos;
• Elaboração de legislação relativa à salvaguarda dos recursos fitogenéticos;
• Elaboração do correspondente quadro legal com vista ao melhor funcionamento e
aproveitamento do potencial do Jardim Botânico e Herbário existentes;
• Elaboração, aprovação e aplicação da legislação sobre a exportação de espécies de
conformidade com a CITES;
• Elaboração, aprovação e aplicação do Código pecuário;
• Elaboração de leis que integrem a noção de acessibilidade e de partilha justa e
equitativa;
• Promoção de apoio às estruturas de protecção e de gestão comunitária dos recursos
biológicos;
• Fortalecimento de mecanismos de cooperação internacional, visando a aquisição de
genes no estrangeiro, em função das necessidades e dos programas de
desenvolvimento nacional;
• Institucionalização do processo de eco-certificação de produtos agro-florestais;
• Optimização do programa STABEX, visando o aumento da produção de cacau;
• Garantia de acesso regular às informações zoo-sanitárias e das inovações
científico-técnicas ao nível mundial.

4. Estratégias

4.1. Implementação, Seguimento e Avaliação

A i mp l e me n t a ç ã o d a E s t r a t é g i a N a c i o n a l e d o P l a n o d e A c ç ã o d a
D i v e r s i da d e B i o l ó g i c a d e c o r r e r á a t r a v é s d a c r i a ç ã o d e u ma e s t r u t ura d e
c o o r d e n a ç ã o ( G a b i n e t e N a c i o n a l d e Co o r d e n a ç ã o ) , i n s e r i d a n o G a b i n e t e d o
A mb i e n t e d o M i n i s t é r i o d o s Re c u r s o s N a t u r ai s e M e i o Ambiente. Para que esta
e s t r u t u r a p o s s a r e a l i z a r c o n v e n i e n t e me n t e a mi s s ã o q u e l h e é c o n f e r i d a ,
n e c e s s i t a r á d e a p o i o t é c n i co , ma t e r i a l , c i e nt í fi co e j urídico. A estrutura deverá
e l a b o ra r u m p l a n o d e n e g ó ci o s q u e l h e p e r mi t i r á c a mi n h a r p r o gre s s i v a me n t e
p a r a u ma s e mi - a u t o n o mi a f i n a n c e i r a a l o n g o p r a z o .
O G a b i n e t e N a c i o na l d e C o o r d e n a ç ã o s e r á r e s p ons á v e l p e l a c o o r d e na ç ã o
d a s i n i c i a t i v a s e do s p r o j e c t o s e p e l a c r i a ç ã o e g e s t ã o d e u m me c a n i s m o
s u s t e n t á ve l d e f i n a n c i a me n t o d a s a c t i v i da d e s de c o n s e r va ç ã o d a di v e r si d a d e
b i o l ó g i c a e d e u t i l i z a ç ã o s us t e n t á v e l d o s r e c u r s o s b i o l ógi c o s ( vi d e i t e m 4 . 2
abaixo).

N o â mb i t o d e s s a c oo r d e n a ç ã o, o G a b i n e t e N a c i ona l t e r á por me t a s :

1 . F u n c i o n a r c o mo p o n t o f o c a l d a r e d e c o n s t i t u í da p o r t o da s a s a g ê n c i a s
n a c i o n a i s p ú b l i c a s e p r i v a da s i mp l i c a d a s n a c o n se r v a ç ã o ou v a l o r i z a ç ã o
da diversidade biológica;
2 . A p o i a r a s i n i c i a t i v a s p r i v a d a s p a r a a r e s t a ur a ç ã o d os e c o s s i st e ma s
d e g r a d a d os e a p r ote c ç ã o d a d i v e r si d a d e b i o l ó gi c a ;
3 . P r o mo v e r a c o l a b o r a ç ã o c o m o s o r g a n i smo s e i n s t i t u i ç õe s ou
i n t e r v e n i e n t e s n o d o mí n i o d a b i o d i v e r s i d a d e ;
4 . Sensibilizar o grande público, atra vé s de public a ç õe s e e xposiç ões d e
c o l e c ç õe s, e s p é c i m e n s , f i l me s d o c u me n t á r i o s e o u t r o s me i o s d i s p oní v e i s
ao nível dos parceiros;
5 . C o l e c c i o na r e ge r i r a i n f o r m a ç ã o s o bre a d i ve r si d a d e bi o l ó g i c a , c om o
o b j e c t i v o d e f a z e r a p r o mo ç ã o d a u t i l i z a ç ã o su s t e n t á v e l d o s r e c ur s o s
n a t u r ai s ;
6 . F u n c i o n a r c o mo e s t r u t ur a -r ec u r s o n a i d e n t i fi c aç ã o d a s i n s t i t ui ç õ es d e
f o r ma ç ã o , b o l s a s d e e s t u d o s e d e a pe r f e i ç o a me n t o e o r i e n t a r d e s t a
ma n e i r a , o s i n t e r v e n t o r e s o u o u t r o s i n d i v í d u o s i n t e r e s s a d o s ;
7 . C r i a r e ge r i r u m me c a n i s m o n a c i o na l d e c o o r d e n a ç ã o e d e t r o c a d e
i n f o r ma ç õ e s d e o r d e m c i e n t í f i c a , té c n i c a , s ó c i o - e c o n ó mi c a e c u l t u r a l e m
ma t é r i a d e d i v e r s i d a d e b i o l ó g i c a ;
8 . P r o mo v e r o c r e s c i me n t o d o s i n v e s t i me n t o s p a r a a c o n s e r v a ç ã o d a
d i v e r si d a d e b i o l ó gi c a e a u t i l i z a ç ã o s u st e n t á ve l dos s e u s r e c u r s o s ;
9 . C r i a r e ma n t e r u ma b a s e d e d a d o s p a r a a c o n s e r v a ç ã o e g e s t ã o d o s
recursos naturais e da biotecnologia.

N o â mb i t o d a c r i a ç ã o e d a ge s t ã o de um m e c a n i s mo d e f i n a n c i a me n t o , o
Gabinete Nacional terá por metas:

1 . E s t i mu l a r o s e c t o r p r i v a d o a a d o p t a r u ma e s t r a t é g i a d e u t i l i z a ç ã o d e
s í mb o l o s d a c o n s e r v a ç ã o p a r a f a z e r a p r o mo ç ã o d o s d i v e r s o s p r o d ut o s e
s e r v i ç o s . U ma c e r t a p e r c e n t a g e m d o s r e n d i me n t o s p o d e r á s e r d e s t i n a d a
c o mo t a x a s d e u t i l i z a ç ã o p a r a a s a c t i v i da d e s d e c o n s e r v a ç ã o ;
2 . F u n c i o n a r c o mo e s t r u t ur a - r e c u r s o p ar a a i d e nt i f i c a ç ã o e a s s i st ê n ci a à
m o b i l i z a ç ã o d a p a r c e r i a e m a mb ie n t e , t a n t o a n í v e l n a c i o n a l c o mo
i n t er n a c i ona l ;
3 . F u n c i o n a r c o mo p r e s t a d o r d e s e r v i ç o s d e p r o m o ç ã o ( ma r k e t i n g ) p a r a a
v a l o r i z a ç ã o s u s t e nt á v e l d a div e r s i d a de b i o l ó gi c a, t a n t o a n í v e l na c i o n a l
c o mo i n t e r n a c i o na l ;
4 . F u n c i o n a r c o mo e s t r u t u r a - r e c u r s o d e fi n a n c i a me n t o d a s a c t i v i d a d e s d e
c o n s e r v a ç ã o d a di ve r s i d a de b i o l ó g ic a e a s s i st ên c i a à m o b i l i z a ç ã o d o s
financiamentos;
5 . Funcionar como e s trutura-recurso pa r a a p r e s t a ç ã o d e s e r v i ç o s d e
m o n t a g e m d e d o s s i e r s r e l a t i v o s a o f i n a n c i a me n t o d a s a c t i v i d a d e s d e
v a l o r i z a ç ã o s u s t e n t á v e l d o s r e c u r s o s b i ol ó g i c o s;
6 . F u n cionar como es trutur a - r e c ur so pa r a a s s i st i r à s a g ê nc i a s n a c i o n a i s
p ú b l i c a s e p r i v a da s n a o r g a niz a ç ã o d e s e mi n á r i o s e a t e l i e r s r e l a t i v os à s
questões ligadas à diversidade biológica;
7 . P r o mo v e r a c r i a ç ã o d e u m f u n d o e s p e c i a l ( t r u s t f u n d ) p a r a o r e f o r ç o d a
c o n s e r v a ç ã o d a div e r s i d ad e b i o l ó gi c a e ut i l i z a ç ã o s us t e n t á v e l d o s
recursos e gerir este fundo.

4.2. Detalhes da Estratégia de Financiamento do Gabinete Nacional de


Coordenação Inserido no Interior do Gabinete do Ambiente (GNC – GA)

O funcioname nto do GNC-GA deverá apoiar-se num mo delo de gestão


q u e l h e p e r mi t a c a mi n h a r p r o g r e s s i v a me n t e , a mé d i o p r a z o , p a r a u ma s e mi -
a u t o n o mi a f i n a n c e i r a , a s e r c o n s u b s t a n ci a d a n o l o n g o p r a z o . A l é m d o r e c u r s o
a o s f i n a n c i a me n t o s p r o v e n i e n t e s d a s f o n te s t r a d i c i o n a i s ( a g ê n c i a s d e a j u d a ,
cooperações bi e multilaterais, doações e legados, etc.), para os seus fundos
de financiame nto o GNC-GA de v e r á a p o i a r - s e n a e s t r a t é g i a d e f i n a n c i a me n t o à
b a s e d e r o y a l t i e s . P o r e x e m p l o , o s p ro j e ct o s , e s t r ut u r as o u i n i c i a t i v as q u e
b e n e f i c i e m dos serviços do GNC- GA de v e r ã o p a g a r i m p o s t o s d e u t i l i z a ç ã o
p r o p o r c i o n a i s a o s f u n d o s q u e a s p r e s t a ç ões fornecidas pelo Gabinete terão
c o n t r i b u í d o p a r a mo b i l i z a r .

P a r a o p t i mi z a r a o b t e n ç ã o d e s t e s i mp o s t o s d e u t i l i z a ç ã o , o G N C - G A f a r á
a p e l o a me c a n i s mos i n o v a d o r e s t a i s c om o :

1 . P r o mo ç ã o d a u t i l i z a ç ã o d e l o g o s r e l a t i v o s à s e s p é c i e s a n i ma i s o u
v e g e t a i s d e S ã o T o mé e P r í n c i p e p e l o s s e c t o r e s p ú b l i c o e p r i v a d o
n a c i o n a l e i n t e r n a c i o n a l ( s e l o s d o s c o r r ei o s , c e r v ej a r i a s , c o mpa n h i a s
p e t r ol í f e r a s , c o mpa n h i a s d e a v i a ç ã o , a g ê n c i a s d e vi a ge m, t r a n s p o r t e
ma r í t i mo , l o t ar i a n a c i o n al , r e vi s t a s e s p eci a l i z a d a s i n t er n a ci o n a i s,
c o mpa n h i a s f a r ma c ê u t i c a s , e t c . ) p ar a o ma r k e t i n g d o s s e u s p r o d u t o s ;
2 . P r o mo ç ã o d e a p a d r i n h a me n t o s e g e m i n a ç õ e s d e p r o j e c t o s o u o u t r a s
i n i c i a t i v a s c o m c i d a d e s e c e n t r o s de pesquisa, jardins zoológicos e
b o t â n i c os , e t c .
3 . A c riação de um site we b, be m c omo a pr oduç ã o de de sdobrá v e is
p u blicitários para o G NC- GA se r ã o me i o s e f i c a z e s pa r a a t i n g i r u m a
ma i o r a u d i ê n c i a n o s n í v e i s nac i o n a l e i n t e r n ac i on a l .

4.3. Detalhes da Estratégia de Financiamento de Projectos

A ma i o r p a r t e d o s f i n a n c i a d o r e s t r a d i c i o n a i s e mi t e m c a d a v e z ma i s r e s e r v a s
s o b r e a s s u a s c a p a c i d a d e s e m p o d e r s u p o r t a r i n d i v i d u a l me n t e o p e s o d e
f i n a n c i a m e n t o d o s p r o j e c t o s n o s p a í s e s e m d e s e n v o l v i me n t o . V á r i a s r a z õ e s
e s t ã o n a o r i g e m d e s t a a t i t u d e , d e s t a c an d o - s e a p r e s s ã o d o s contribuintes do
N o r t e a que m o s s e u s g o v e r no s i mp õ e m u ma c e r t a r a c i o na l i z a ç ã o i n t e r n a das
d e s p e s a s , p o r c a usa d a l ut a c o n t r a o d é f i c i t , a e f e c t i vi d a d e d a s a c ç õ e s e a
sustentabilidade dos projectos.

N a e r a d a g l o b a l i z a ç ã o e d a e me r g ê n ci a d a n o v a e c o n o mi a c o m o c o r t e j o d e
n o v o s i n s t r u me n t o s e d e n o va s f o r ma s d e f a z e r , t o r n a - s e i mp e r a t i vo q u e u m a
a b o r d a g e m d e f i n a n c i a me n t o d a i mp l e me n t a ç ã o d e u ma e s t r a t é gi a n a c i o na l e
d e u m p l a n o d e a c ç ã o d e d i v e r s i d a d e b i o l ó gi c a p o s s a p r o d u z i r u ma c e r t a
a d a p t a ç ã o , o p t i mi z a n d o o a r s e n a l d e c o n ju n t u r a s , d e i n s t r u me n t o s e me s mo d e
p r e d i s p o si ç ã o a c t ual d e c e r t os a c t or e s - c h a v e , t a n t o a n í v e l n a c i o n a l c o mo a
n í v e l i n t er n a c i o na l .
A e l a b o r a ç ã o d e u m a e s t r a t é gi a d e f i n an c i a me n t o j u s t i f i c a - s e p e l a n e c e s s i d a d e
c a d a v e z ma i s c r e sc e n t e d e i n t e r i o r i z aç ã o d o s me c a n i s m o s d e f i na n c i a me n t o .
E s t a e s t r a t é g i a d e f i n a n c i a m e n t o é a ú n i c a q u e g a r a n t e a r e n t a bi l i d a d e d o s
f i n a n c i a m e n t o s . A l é m d i s s o , u ma e s t r a t é gi a c l a r a e c o e r e nt e d e f i n a n c i a me n t o ,
c o n s t i t u i u m i n s t r ume n t o f o r t e d e mo b i l i z a ç ã o de f u n d o s e m p r o v e n i ê n c i a de
diversas fontes que garantem a adiciona l i d a de . A e s t r at égi a d e fi na n c i a me n t o
t e m c o mo p a n o d e f u n d o o c o n t e x t o l o c a l , n a c i o n a l e i n t er n a c i o n a l a c t u a l e
p e r mi t i r á t a mb é m i r - se à pr o c u r a d os a c t or e s i mp o r t a n t e s q u e at é h á b em
p o u c o t e m p o e r a m i g n o r a d o s , p r i n c i p a l me n t e d o s p r o j e c t o s a mb i e n t a i s .

N e sse c o ntexto o sector privado se mostra como actor funda me ntal. Aqui se
p r o p õ e uma a b o r d a g e m a t r a v é s d a q u a l S ã o T o m é e P r í n c i p e e n t e n de mo b i l i z a r
o conjunto dos actores subscritores com o objectivo de estabelecer um
me c a n i s m o d e f i n a nc i a me n t o s u s t e n t á ve l das actividades pr opostas ao nível de
a c ç ã o n a c i o n a l d a d i v e r si d a d e b i o l ó gi c a . E n t e n d e - s e p or s u b s c r i çã o , t o d a s a s
f o r ma s d e c o n t r i b u i ç ã o , e m ma t e r i a l o u e m d i n h e i r o . F a z e m t a mbé m p a r t e d a s
c o n t r i b u i ç õ e s , o s p a g a me n t o s d e s a l ár i o a o s e m p r e g a d o s a s s a l a r i a d o s d o s
p r o j e c t o s.

A o n í v e l n a c i o n a l , i d e n t i f i c am - s e c om o s u b s c r i t o r e s a l vo :

1 . O E s t a d o s a n t o me n s e ;
2. A Cooperação bi e multilateral;
3 . O S e c t o r p r i v a d o n a c i o n a l ( d o mí n i o s a gr í c o l a , a g r o - a l i me n t a r , f l o r e s t a l ,
p e s c a , e n g e n h a r i a c i v i l , p e t r o l e i ro, cervejaria, banc os, seguradoras,
h o t e l e i r o , a v i a ç ã o , e t c . ) , c om p o r t a n do t a n t o as c o r p o r a ç õ e s q u a nt o o s
e mp r e s á r i o s ;
4 . A s S o c i e d a d e s p a r a - e s t a t a i s e a l o t a r i a na c i o n a l ;
5 . O s M e c e na s n a c i o na i s ( c o me r c i a nt e s ou p r o f i s s õe s l i be r ais ) ;
6. As Associações caritativas nacionais

A o n í v e l i n t e r n a c i on a l :

1 . A s A g ê n c i a s d e aj ud a t r a di c i o n a i s ;
2. Os parques zoológicos e botânicos;
3 . O s c e n t ro s d e p e s q u i s a e st r a n g ei r o s q u e u t i l i z e m c o m o t e ma s d e
pesquisa, certas espécies da diver sida de biológic a de Sã o Tomé e
P r í n c i pe ;
4 . A s c o mpa n h i a s a é r e a s q u e ope r a m e m S ã o T o m é e P r í n c i p e ( T A P , A i r
Gabon, etc.);
5 . A s g r a n d e s r e v i s t a s q u e t r a t a m d e q u e s t õ e s a mb i e n t a i s ( N a t i o n a l
Geographic, Revue GEO, etc.);
6 . A s O N G i n t e r n ac i on a i s .

A e l a b o r a ç ã o d a e s t r a t é gi a d e f i n a n c i a me n t o s e r á u m p r o c e s s o q u e
c o n t a r á p r i me i r a m e n t e c o m a p r e p a r a ç ã o d e u m d o c u me n t o s u c i n t o de
a p r e s e nt a ç ã o d a e s t r a t é gi a e d o p l a n o d e a c ç ã o d a d i v e r si d a d e b i o l ó g i c a d e S ã o
T o mé e P r í n c i p e . E s t e s e r á a p r e s e n t a do n o f o r ma t o d e u m d e s d o b r á v e l a c o r e s
d e s t i na d o a o s p o t e n c i a i s s ub s c r i t o r e s e , s e p os s í v e l , um We b s i t e c o m m a i s
p o r me n o r e s . A mb o s c o n t e r ã o a e s t r a t é gi a e o p l a n o d e a c ç ã o , dev e n d o , p a r a
a l é m d i s s o , d e mo n s t r a r c o mo o s p o t e n ciais subscritores se poderão envolver
nessa parceria.

P a r a e f e c t i v a ç ã o d e s s e p r o c e ss o , s e r á n e c e s s á r i o p r o c e d e r à
i d e n t i f i c ação dos subscritores pote nc ia i s d e n t r o d e c a d a c a t e g o r i a me n c i o n a d a
a n t e r i o r me n t e . A s e g u i r , d e v e e f e c t u ar - s e u ma s o n d a g e m– p r o mo ç ã o j u n t o d o s
s u b s c r i t o r e s p o t e n c i a i s s e l e c c i o n a d o s . E st a p r i me i r a s o n d a g e m d e v e r á p e r mi t i r
à e n t i d a de c o o r d e na d o r a d o p r o j e c t o r e s p o n s á v e l p e l a e s t r a t é gi a c o n h e c e r o
p e r f i l , o s i n t e r e s s e s e o g r a u d e e n v o lv i me n t o s o c i a l , r e a l o u p o t e n c i a l , d e
c a d a u m d o s s u b s c r i t or e s . A s o n d a g e m p e r mi t i r á t a mbé m a p r e c i a r a t é q u e
p o n t o o s s ubscritores potenciais e stã o aptos a avançar no financiame nto ou no
a p o i o ma terial às actividades p r oposta s. P o r f i m, d a r á o c a s i ã o a o s s u b s c r i t o r e s
p o t e n c i a i s p a r a p r e c i s a r c o mo a s ua co n t r i b u i ç ã o f i n a n c e i r a o u e m ma t e r i a l
p o d e r á s e r r e n t a b i l i z a d a d o p o n t o d e v i s t a p r o mo c i o n a l .

A s o n d a g e m d e v e r á t a mb é m p e r mi t i r i d e n t i f i c a r c o n j u n t a me n t e ( p r o j e c t o
e s u b s c r i t o r e s ) o s me c a n i s m o s p e l o s q u a i s o s s u b s c r i t o r e s p o d e r ã o o p t i mi z a r
os serviços de uma possível estrut ura de supervisão do processo de
i mp l e me n t a ç ã o d o p l a n o d e a c ç ã o d a d i v er si d a d e b i o l ó gi c a . I st o i m p l i c a q ue o
ma n d a t o , o e s t a t u t o , o m o d o d e f u n cioname nto, incluindo os tipos de
financiamento das actividades da n ova e s tr ut ur a , de va m s e r obj e c t o de
discussões prévias com os subscritores potenciais dos projectos identificados.
O M i n i s t é r i o d a C o o p e r a ç ã o s e r á i nt i ma me n t e a s s o c i a d o e m t o d o o p r o c e s s o d e
mobilização dos financiadores.

N a s e q u ê n c i a d o s i n t e r e s s e s e x p r e s s os p e l o s s u bs c r i t o r es p o t e n c i a i s, f a r -
se - á a se l ecção das estrut uras ou indiví d u o s q u e s e r ã o c on v i d a d o s a p a r t i c i pa r
n u ma M e s a R e d o n d a . É i mp o r t a n t e p r e c i s a r q u e e x i s t e m e m d e t e r mi n a d o s
l o c a i s , e m d e t e r mi n a d o s p a í s e s d o n o r t e , n o me a d a me n t e n o C a n a d á ,
me c a n i s m o s q u e p e r mi t e m a f i r m a s d e e n g e n h a r i a o u o u t r a s a c e de r
r a p i d a me n t e a f i n a n c i a me n t o s d a c o o p e r a ç ã o b i l a t e r a l , q u e p o d e m s e r
u t i l i z a d o s e m c a s o s s e me l h a n t e s . É p o r t a n t o v i v a me n t e r e c o me n d a d o
i d e n t i f i c a r e c o n v i d a r a l g u m a s d e s s a s f i r ma s a o p e r a r o u a t e r i n t e r e s s e s e m
S ã o T o m é e P r í nc i p e , me s m o s e e l a s n ã o e s t i v e r e m c a t e g or i z ada s c o mo
subscritores directos.

Tendo a visão global da estratégia de conservação da diversidade


b i o l ó g i c a d e S ã o T o mé e P r í n c i p e i d e n t i fi c a d o o s r e c u r s o s p e t r o l í f e r o s c o m o
i n s t r u me n t o f u n d a me n t a l q u e d e v e d e s e mp e n h a r u m p a p e l p o s i t i v o e
i n d i s p e n sá v e l n a co n s e r v a ção d a b i o di v e r si d a d e, s e r á i m p e r a t i v o m o b i l i z ar a
c o n t r i b u i ç ã o f i n a n c e ir a de s t e s e c t or .

A preparação da Mesa Redonda deve r á c o nta r c o m o a p o i o de u m a


c o n s u l t or i a i n t er n a ci o n a l .
Referências

o ENPAB-Agricultura 2002. Monografia sobre os Ecossistemas Agrícolas, produzida por Álvaro Vila Nova, no quadro do Projecto de
Elaboração da Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade em S. Tomé e Príncipe.
o ENPAB- Águas Interiores2002. Monografia sobre a os Ecossistemas das Águas Interiores, produzida por Víctor Manuel do Sacramento
Bonfim, no quadro do Projecto de Elaboração da Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade em S. Tomé e Príncipe.
o ENPAB-Florestas 2002. Monografia sobre os Ecossistemas Florestais produzida por Faustino da Conceição Neto de Oliveira, no
quadro do Projecto de Elaboração da Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade Relatório em São Tomé e Príncipe.
o ENPAB-Jurídico Institucional 2002. Monografia sobre a Legislação e Instituições, produzida por José António da Vera Cruz Bandeira,
no quadro do Projecto de Elaboração da Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade em S. Tomé e Príncipe
o ENPAB- Marinho e Costeiro 2002. Monografia sobre a os Ecossistemas Marinhos e Costeiros, produzida por Manuel da Conceição
Neto d’Alva Teixeira, no quadro do Projecto de Elaboração da Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade em S. Tomé e
Príncipe.
o ENPAB-Pecuária 2002. Monografia sobre a Pecuária, produzida por Filipe Luís Bandeira Bonfim, no quadro do Projecto de
Elaboração da Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade em S. Tomé e Príncipe.
o ENPAB-Silvicultura 2002. Monografia sobre a Silvicultura, produzida por Sabino Pires Carvalho, no quadro do quadro do Projecto de
Elaboração da Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade em S. Tomé e Príncipe.
o GEF (Global Environmental Facility) 2004. GEF and Small Island Developing States. How the Global Environmental Facility is
Working with SIDS for a Sustainable Future. Washington, DC. (available at http://www.gefweb.org/Outreach/outreach-
PUblications/GEF_SIDS_April_2004.pdf
o Ogonovszky, M. 2003. Endémisme et phytogéographie des plantes de São Tomé et Príncipe. Travail de fin d'études présenté en vue de
l'obtention du grade de Bioingénieu en Agronomie Tropicale, Ecole Interfacultaire de Bioingénieurs, Universite Libre de Bruxelles
o World Bank 1993. Democratic Republic of São Tomé and Principe.Country Economic Memorandum and Key Elements of an
o Environmental Strategy. Volume II. Report No. 10383-STP. Western Africa Department. The World Bank, Washington, DC.
o World Bank 2003. African Development Indicators. The World Bank, Washington, DC.
ANEXOS

Anexo I: Isoietas da Ilha de S. Tomé


Anexo II: Isoietas da Ilha do Príncipe

Você também pode gostar