Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Manejo comportamental
de crianças com
IS BN 9 7 8 -8 5 -7 9 5 4 -0 5 3 -0
S u p er vis ã o ed it or ia l: S ilva n a S a n t o s
Pr ojet o gr á fico e ed it or a çã o: Ca t a r in a R ic c i
Ca p a : S é r gio Br a ga n t i
Revis ã o gr á fica : S ilv ia Cr is t in a R o s a s
P a t r o c ín io :
Cen t r o d e Ap er feiçoa m en t o d e Pes s oa l d e Nível S u p er ior /
Pr ogr a m a d e Ap oio à E d u ca çã o E s p ecia l (CAPE S / PRO-
E S P).
Ap o io :
Pr ogr a m a d e Pós -gr a d u a çã o em Dis t ú r b ios d o Des en volvi-
m en t o e Cen t r o d e Ciên cia s Biológica s e d a Sa ú d e d a Un i-
ver s id a d e Pr es b it er ia n a Ma ck en zie.
S ecr et a r ia d e E d u ca çã o d a Pr efeit u r a d e Ba r u er i.
Da d o s In t e r n a c io n a is d e Ca t a lo ga ç ã o n a P u blic a ç ã o (CIP )
(Câ m a r a Br a s ile ir a d o Liv r o , SP, Br a s il)
Vá r ios cola b or a d or es .
Bib liogr a fia .
IS BN 9 7 8 -8 5 -7 9 5 4 -0 5 3 -0
1 . Cr ia n ça s a u t is t a s 2 . Cr ia n ça s a u t is t a s - ed u ca çã o 3 . E d u ca -
çã o in clu s iva 4 . E d u ca çã o – Fin a lid a d e e ob jet ivos 5 . S ín d r om e d e
As p er ger .
1 4 -0 0 7 0 8 CDD-3 7 1 .9 4
Ín d ic e s p a r a c a t á lo go s is t e m á t ic o :
1 . Cr ia n ça s a u t is t a s : E d u ca çã o es p ecia l 3 7 1 .9 4
2 . Cr ia n ça s com Tr a n s t or n o d o E s p ect r o d o Au t is m o : E d u ca çã o
es p ecia l 3 7 1 .9 4
As in for m a ções con t id a s n es t e gu ia s ã o r ecom en d a ções
b a s ea d a s em evid ên cia s cien t ífica s d e es t u d os s ob r e cr i-
a n ça s e a d oles cen t es com Tr a n s t or n os d o E s p ect r o d o
Au t is m o. Pa r a ou t r os a s p ect os , p s icológicos e p ed a gógi-
cos , p a r t icu la r es d e cr ia n ça s com a lgu n s d es s es t r a n s -
t or n os , p a is e/ ou cu id a d or es d ever ã o p r ocu r a r p r ofis s io-
n a is d evid a m en t e qu a lifica d os .
Nos s os a gr a d ecim en tos es p ecia is a o Progra m a d e Ed u -
ca çã o Es p ecia l d a Coor d en a çã o d e Ap er feiçoa m en to d e Pes -
s oa l d e Nível S u p er ior – CAPE S / PROES P. A rea liza çã o
d es te livr o fa z p a r te d o Pr ojeto d e Pes qu is a fin a n cia d o p ela
CAPE S / PROE S P in titu la d o “Política s Pú b lica s e E d u ca çã o
E s p ecia l n o Mu n icíp io d e Ba r u er i d a Gra n d e S ã o Pa u lo:
d ia gn ós tico d a rea lid a d e d o a ten d im en to ed u ca cion a l à s
cr ia n ça s e p r op os ta s d e in ter ven çã o”, coord en a d o p ela Pr o-
fes s or a Dou tor a Ma r ia E lois a Fa m á D’An tin o, d o Pr ogr a m a
d e Pós -gr a d u a çã o em Dis tú r b ios d o Des en volvim en to.
Agr a d ecem os a os a lu n os e a os p rofes s or es d e p ós -
gr a d u a çã o d o Pr ogra m a d e Pós -gr a d u a çã o em Dis tú r b ios d o
Des en volvim en to (PPG-DD) d a Un iver s id a d e Pres b iter ia n a
Ma ck en zie.
Agr a d ecem os a os a lu n os d e gra d u a çã o d o cu r s o d e Ps i-
cologia (b ols is ta s d o Pr ogr a m a d e In icia çã o Cien tífica – PI-
BIC) d a Un iver s id a d e Pres b iter ia n a Ma ck en zie.
Agr a d ecem os a os p rofis s ion a is d a s equ ip es ed u ca cio-
n a is d a Secreta r ia Mu n icip a l d e Ba r u er i qu e têm con tr ib u í-
d o com a rea liza çã o d e d iver s os es tu d os cien tíficos con d u -
zid os p elos gr u p os d e p es qu is a d o Pr ogr a m a d e Pós -
gr a d u a çã o em Dis tú r b ios d o Des en volvim en to d a Un iver s i-
d a d e Pres b iter ia n a Ma ck en zie (PPGD).
SUMÁRIO
RE FE RÊ NCIAS ....................................................................... 51
5
APRESENTAÇÃO
6
s e fren te a os p r ob lem a s com p or ta m en ta is frequ en tem en te
p res en tes .
O tr a b a lh o a qu i a p res en ta d o p reten d e s er u m p a s s o
in icia l d e a u xílio a os p r ofes s ores qu e n eces s ita m d e in for -
m a ções con fiá veis e or ien ta ções p os s íveis d e s erem im p le-
m en ta d a s n o a m b ien te es cola r . É cla r o qu e n ã o s e p reten d e
a qu i es gota r es s e com p lexo a s s u n to, m a s , s im , p os s ib ilita r
o m ín im o d e con h ecim en to n eces s á r io.
Os leitores en con tr a r ã o a d es cr içã o d os qu a d r os qu e
com p õem os TE A, b em com o con h ecim en tos b á s icos s ob re
a An á lis e Ap lica d a d o Com p or ta m en to (ABA) qu e p od em s er
u tiliza d os n o a m b ien te d e s a la s d e a u la .
É n eces s á r io coloca r a qu i, n o en t a n to, qu e, n os ca s os
em qu e os p reju ízos p r es en tes s ã o a cen tu a d os , n em s em p re
a in clu s ã o em s a la d e a u la regu la r s er á a m elh or s olu çã o,
e, p a r a es s es in d ivíd u os , cla s s es ou m es m o es cola s es p eci-
a is a in d a d evem s er p r eferid a s .
P r o f. Dr . J o s é S a lo m ã o Sc h wa r t z m a n
7
TRANSTORNOS DO
ESPECTRO DO AUTISMO
8
E m b or a os m a n u a is d e cla s s ifica çã o d ia gn ós tica a n te-
r ior m en te cita d os u tilizem os ter m os TGD e TID, h á m a is d e
2 0 a n os qu e os es tu d os s ob re o a u tis m o u tiliza m o ter m o
Tr a n s t o r n o s d o E s p e c t r o d o Au t is m o (TE A) p a ra s e refe-
r ir a a p en a s três tr a n s tor n os rela cion a d os a os TGD ou a os
TID, qu e s ã o o Tr a n s tor n o Au tis ta , o Tr a n s tor n o d e As p er -
ger e o Tr a n s tor n o Glob a l ou In va s ivo d o Des en volvim en to
S em Ou tr a E s p ecifica çã o 3 -7 . Ou s eja , n em tod os os tr a n s -
tor n os cla s s ifica d os com o TGD ou TID n o DS M-IV e n a
CID-1 0 s ã o con s id er a d os n a ca tegor ia d ia gn ós tica d os TE A.
As s im , o Tr a n s tor n o d e Rett e o Tr a n s tor n o Des in tegr a tivo
d a In fâ n cia n ã o fa zem p a r te d es s e es p ectr o.
De a cord o com o DS M-IV-TR, o Tr a n s t o r n o Au t is t a
(TA) s e ca r a cter iza p or u m qu a d r o clín ico em qu e p reva le-
cem p reju ízos n a in ter a çã o s ocia l, n os com p or ta m en tos n ã o
verb a is (com o con ta to vis u a l, p os t u r a e exp res s ã o fa cia l) e
n a com u n ica çã o (verb a l e n ã o verb a l), p od en d o exis tir a tr a -
s o ou m es m o a u s ên cia d a lin gu a gem . Pod e h a ver, ta m b ém ,
ecola lia e u s o d e lin gu a gem es ter eotip a d a . As p es s oa s com
o TA a p res en ta m d ificu ld a d es n o es ta b elecim en to d e rela -
ções s ocia is , p referin d o a tivid a d es m a is s olitá r ia s . Ta m b ém
a p res en ta m d ificu ld a d es s ocia is p a ra com p a r tilh a r in teres -
s es , in icia r ou m a n ter in ter a ções s ocia is ; p os s u em d ificu l-
d a d es em com p reen d er exp res s ões fa cia is d e s en tim en tos e
a fetos . Com p or ta m en tos es tereotip a d os s ã o ob s er va d os
(com o b a ter p a lm a s ou flapping – m ovim en ta r os b r a ços
com o qu e b a ten d o a s a s ), os in ter es s es s ã o lim ita d os , e h á
d ificu ld a d e em m u d a r r otin a s , d en tr e ou tra s a lter a ções 2 .
Os p r im eir os s in a is d o tr a n s t or n o p od em s er id en tifica d os
a n tes d os 3 a n os d e id a d e. É im p or ta n t e rela ta r qu e h á r is -
co m a ior d e ocor rên cia d es s e tr a n s t or n o en tre ir m ã os d e
p es s oa s a feta d a s 8 .
9
Ta m b ém d e a cor d o com o DS M-IV-TR 2 , o Tr a n s t o r n o
d e As p e r ge r é a p res en ta d o com o u m t r a n s tor n o qu e oca s i-
on a d e leves a gr a ves p reju ízos n a in ter a çã o s ocia l, res tr i-
çã o d e in teres s es e a tivid a d es , a d es ã o a p a ren tem en te in fle-
xível a r otin a s e ritu a is , a lter a çã o d a p r os ód ia (en ton a çã o
d a fa la ) e com p or ta m en tos rep etitivos . Um a d iferen ça clín i-
ca qu e exis te en tr e o Tr a n s tor n o d e As p er ger e o Tr a n s tor n o
Au tis ta é qu e, n es s e ú ltim o, ger a lm en te têm s id o id en tifica -
d os a tr a s os d e lin gu a gem e a tr a s os exp res s ivos n a s h a b ili-
d a d es cogn itiva s e d e a u tocu id a d o, d iferen tem en te d o qu e
ocor re em p es s oa s com Tr a n s tor n o d e As p er ger 4 ,9 .
O DS M-IV-TR 2 con s id er a com o cla s s ifica çã o d ia gn ós tica
d e Tr a n s t o r n o In va s ivo d o De s e n v o lvim e n t o S e m Ou t r a
E s p e c ific a ç ã o (TID-S OE ) o qu a d r o clín ico ca r a cter iza d o
p or p reju ízos s ever os n a in ter a çã o s ocia l e n a com u n ica çã o
verb a l e n ã o verb a l e p or com p or ta m en tos es tereotip a d os
qu e n ã o s a tis fa zem o cr itério d e TA d evid o a o s eu in ício
ta r d io. De a cord o com Klin 4 , p a r a es s e d ia gn ós tico s er a d o-
ta d o o cr itér io d eve s er o d e exclu s ã o d e TA. E s s a con d içã o
p od e s er con s id era d a m es m o s e a p es s oa a p res en ta r m en os
d o qu e s eis s in tom a s n o tota l, qu e é o m ín im o requ er id o
p elo DS M-IV-TR, e/ ou a p res en ta r id a d e d e in ício m a ior d o
qu e 3 6 m es es , ta m b ém requ er id o p elo DSM-IV-TR. Con tu -
d o, a u tor es d es ta ca m qu e o d ia gn ós tico d e TID-S OE é m a is
com p lexo qu e o d ia gn ós tico d a s ou tr a s ca tegor ia s 4 .
E m m a io d e 2 0 1 3 , a qu in ta ed içã o d o Ma n u a l Dia gn ós -
tico e E s ta tís tico d e Tr a n s tor n os Men ta is – DS M-5 * foi p u -
b lica d a in clu in d o m u d a n ça s exp res s iva s n os cr itér ios d ia g-
n ós ticos d e a u tis m o e a d ota n d o, fin a lm en te, o ter m o TE A
com o ca tegor ia d ia gn ós tica .
10
O DS M-5 a gr u p ou e in clu iu qu a tr o d a s cin co ca tegoria s
d os TID d o DS M-IV n a con d içã o d e Tr a n s torn o d o E s p ectr o
d o Au tis m o (TE A). For a m ela s : Tr a n s tor n o Au tis ta , Tr a n s -
tor n o Des in tegr a tivo d a In fâ n cia , Tr a n s torn o d e As p er ger e
Tr a n s tor n o In va s ivo d o Des en volvim en t o S em Ou tr a Es p e-
cifica çã o. De a cord o com o DS M-5 , es s es tr a n s tor n os n ã o
ter ã o m a is va lid a d e em ter m os d e con d ições d ia gn ós tica s
d is tin ta s . As s im , p a s s a r ã o a s er con s id er a d os n o m es m o
es p ectr o d o a u tis m o. O tr a n s tor n o d e Rett, n o DS M-5 , ta m -
p ou co foi con s id er a d o com o u m d os TE A e, s im , com o u m a
d oen ça d is tin ta .
ATE NÇÃO
--------------------------------------------------------------------------
Nã o h á m a is s u bc a t e go r ia s c o m o Tr a n s t o r n o d e As -
p e r ge r , Tr a n s t o r n o Au t is t a , e n t r e o u t r o s ; t o d o s a go -
r a s ã o t r a t a d o s c o m o Tr a n s t o r n o d o Es p e c t r o d o Au -
t is m o (TE A).
11
2 . P R OBLE MAS DE COMUNICAÇÃO,
DE INTE R AÇÃO S OCIAL E DE COMP OR TAME NTO
Interação Social
Comunicação Comportamento
2 .1 Ár e a d a in t e r a ç ã o s o c ia l
12
Pa r a in tera gir efetiva m en te com a s p es s oa s , s ã o n eces -
s á r ia s h a b ilid a d es s ocia is qu e en glob a m a ca p a cid a d e d e
d ivid ir es p a ços com ou tr os d e m a n eir a a d equ a d a , d e a d a p -
ta r -s e a d iferen tes con textos e d e in ter p reta r p en s a m en tos
e d es ejos d os ou tr os . Des s a m a n eir a , p erceb e-s e o qu a n to
es s a h a b ilid a d e é es s en cia l p a r a a in ter a çã o, m a s ta m b ém
p a r a com p or ta r -s e a d equ a d a m en te em d ifer en tes con textos
com o a s a la d e a u la e o a m b ien te d e tr a b a lh o, en tr e ou tr os .
As cr ia n ça s com TE A a p res en ta m d ificu ld a d es em s oci-
a liza çã o em d iferen tes n íveis d e gr a vid a d e 1 0 :
- Cr ia n ç a s q u e a p r e s e n t a m p r o ble m a s m a is gr a ve s
E s s a s cria n ça s s e en con tr a m , n a gr a n d e m a ioria d o
tem p o, s ozin h a s e is ola d a s , b a la n ça m -s e e p od em b a lb u cia r
d e m a n eir a es tereotip a d a d u r a n te p er íod os lon gos d e tem -
p o.
- Cr ia n ç a s q u e s ã o , m u it a s v e z e s , d e s c r it a s e a t é
c o n fu n d id a s c o m o q u ie t a s , e s t r a n h a s , e s q u is it a s e / o u
n er d s
S ã o cr ia n ça s qu e tr a n s ita m en tr e a s p es s oa s , m a s en -
con tr a m d ificu ld a d es em in ter a gir s ocia lm en te, n ã o con s e-
gu in d o es treita r os r ela cion a -
m en tos .
E x e m p lo 1
Má r cio n ã o con s egu ia con ver s a r
s ob re d iver s os a s s u n tos com os
a m igos . Qu a n d o eles fa la va m , Má r cio s ó qu er ia e
s ó s a b ia fa la r o tem p o in teir o s ob re d in os s a u r os ,
fa zen d o com qu e a s cr ia n ça s o ch a m a s s em d e
ch a to e, m u ita s vezes , o exclu ís s em .
13
O con t a t o s ocia l é s em p r e p r eju d ica d o. Nã o
n eces s a r ia m en t e p or qu e es t ã o d es in t er es s a d os ,
m a s p or qu e n ã o s a b em e n ã o a p r en d er a m a a r t e d e
in t er a gir e m a n t er vín cu los . 1 0
E x e m p lo 2
J a im e ch a m ou d ois colegu in h a s p a ra p a s -
s a r o d ia com ele em s u a ca s a . Com eça -
r a m b r in ca n d o ju n -
tos d e vid eoga m e e,
d e rep en te, J a im e
s a iu e s e is olou n o s eu qu a r to, b r in -
ca n d o d e en fileira r ca r r in h os , d eixa n -
d o os a m igos s ozin h os .
14
p en d en tem en te d e tod os os s in a is e exp r es s ões d os a m igos ,
Má r cio con tin u a fa la n d o s ob re os d in os s a u r os .
- Dific u ld a d e s e m in t e r p r e t a r e e n t e n d e r a s in t e n -
ções dos ou t ros.
E s s a s d ificu ld a d es im p ed em qu e eles con s iga m p er ce-
b er cor reta m en te a lgu m a s s itu a ções im p or ta n tes e es s en ci-
a is n o a m b ien te on d e vivem .
Cr ia n ç a s c o m TE A:
- Ap r es en ta m p reju ízos n a qu a lid a d e d a in ter a çã o s o-
cia l. Exem p lo: An in h a foi a p r es en ta r s eu ir m ã o J oã o
p a r a u n s a m igos ; eles fa la r a m “Oi!”, m a s J oã o p a s s ou
d ireto s em cu m p r im en tá -los .
- Nã o con s egu em es ta b elecer con ta t o vis u a l d ireto ou ,
qu a n d o olh a m , n ã o m a n têm o olh a r.
- Têm d ificu ld a d e em com p a r tilh a r m om en tos e s itu a -
ções com os ou tr os .
- Preferem ob jetos e a n im a is à s p es s oa s .
- Pod em u s a r p es s oa s com o fer ra m en ta s e/ ou in s tr u -
m en tos p a ra d em on s tr a r o qu e d es eja m . E xem p lo: Ri-
ca r d o qu er ia ir p a ra a á rea d e la zer . En tã o, p egou o
b r a ço d e s u a m ã e e o colocou n a p or ta p a ra qu e ela p u -
d es s e a b r ir e ele p u d es s e s a ir p a r a b r in ca r.
- Ap r es en ta m r is os in a d equ a d os e/ ou for a d e con texto.
2 .2 Ár e a d a c o m u n ic a ç ã o
15
tór ios verb a is . A lin gu a gem é n eces s á ria p a r a a s rela ções
s ocia is e p a r a a a p ren d iza gem , a s s im com o a ju d a a in ter -
p reta r exp res s ões fa cia is .
Cr ia n ça s com TE A a p res en ta m p reju ízos n a com u n ica -
çã o, ta n to n a lin gu a gem ver b a l qu a n t o n a n ã o verb a l. Mu i-
ta s vezes , n ã o con s egu em en ten d er exp res s ões em ocion a is ,
ges tos , s ím b olos e m etá for a s .
Algu m a s cr ia n ça s com a u t is m o p od em t er u m
excelen t e d es en volvim en t o d e lin gu a gem fa la d a e,
p or vezes , em it em p a la vr a s p er feit in h a s . E m ou t r os
ca s os , os p a is p er ceb em qu e, com u m a n o d e id a -
d e, s ob r in h os ou colegu in h a s já a r t icu la m a s p r i-
m eir a s p a la vr a s , m a s s eu filh o a in d a n ã o [...] à s
vezes s eu s p equ en os n em p a r ecem ou vir qu a n d o
s ã o ch a m a d os . 1 0
16
E x e m p lo : A p r ofes s or a d iz: “Tu r m a , va m os cop ia r a li-
çã o!” e Leon a r d o fa la : “Liçã o, liçã o”.
- E c o la lia s t a r d ia s : rep etiçã o d e fr a s es a n tiga s gu a r -
d a d a s n a m em ór ia .
E x e m p lo : J oã o es ta va fa zen d o liçã o e n ã o s a b ia com o
fa zer ; en tã o, rep etiu vá r ia s vezes fra s es d e u m film e qu e ele
a d ora va e qu e n ã o tin h a r ela çã o n en h u m a com o con texto.
Ou tr a d ificu ld a d e e ou tr o p r eju ízo p res en tes em cr ia n -
ça s com TE A s e referem à fa la n a ter ceir a p es s oa .
E x e m p lo : “Mã e, d á b r in qu ed o p a r a Leon a r d o?” [Leo-
n a r d o fa la n d o].
Mu it a s cr ia n ça s t êm u m d is cu r s o m on ot ôn ico,
com o s e fos s em r ob ozin h os p r ogr a m a d os . Nã o h á
a lt er a çã o d e t on s ou volu m e n o s eu jeit o d e fa la r .
Nã o en fa t iza m qu es t ion a m en t os ou r es s a lt a m t r e-
ch os m a is im p or t a n t es d a fr a s e. E la s t êm d ificu l-
d a d e d e coloca r em oções n o s eu d is cu r s o. Ta m b ém
cos t u m a m fa la r a p en a s d e cois a s d o s eu in t er es s e,
t or n a n d o a s s im a fa la m on ot em á t ica . 1 0
17
Cr ia n ça s com TE A gos ta m d e m on ologa r (fa la r s ó p a ra
s i) e, m u ita s vezes , n ã o p er m item qu e os ou tr os en trem n a
con ver s a ; m u ita s vezes , ta m b ém , n ã o en ten d em ir on ia s
n em m etá fora s , a s s im com o r es p on d em m on os s ila b ica m en -
te à qu ilo qu e foi p er gu n ta d o 6 ,1 0 .
E x e m p lo : A p r ofes s or a d is s e: “Poxa , Lu ís ,
você fa la p elos cotovelos , h ein ?” Au gu s to s ol-
tou u m a ga r ga lh a d a en or m e n a s a la d e a u la
p or qu e ele im a gin ou o cotovelo d o colegu in h a
fa la n d o.
2 .3 Ár e a d o c o m p o r t a m e n t o
- Co m p o r t a m e n t o s d is r u p t ivo s , com o
r itu a is e r otin a s , in teres s es res tr itos , a d e-
r ên cia r ígid a a u m a regra , en tr e ou tr os .
E x e m p lo 1
J oã o gos ta d a s “Cr ôn ica s d e Ná r n ia ”, en tã o ele s ó fa la
d is s o, s ó b r in ca d is s o e s ó d es en h a is s o.
18
E x e m p lo 2
S egu n d a -feir a é d ia d e a u la d e E d u ca çã o Fís ica , m a s o
p r ofes s or fa ltou , e An d r é s ó s ou b e n a h or a . E le ficou
d es es p er a d o e a gita d o s em en ten d er p or qu e, n a qu ele
d ia , n ã o teria Ed u ca çã o Fís ica , já qu e é o d ia d a a u la .
Cr ia n ça s com TE A p od em a p res en ta r gr a u s va r ia d os d e
d eficiên cia in telectu a l (leve, m od er a d o e s evero). Gera lm en -
te a s cria n ça s n ã o ver b a is a p res en ta m in d ica d ores d e d efi-
ciên cia in telectu a l m od er a d a a s ever a .
Há in d ivíd u os com TE A s em d eficiên cia in telectu a l qu e
p od em a p res en ta r h a b ilid a d es cogn itiva s p res er va d a s , co-
m o, p or exem p lo, h a b ilid a d es vis u oes p a cia is 1 1 . Por ou tro
la d o, p es s oa s n a m es m a con d içã o a p res en t a m d ificu ld a d es
ou d éficits em h a b ilid a d es d e m em ór ia d e tra b a lh o, d ificu l-
d a d e p a r a or ga n iza r e p r oces s a r in for m a ções e p a r a es ta b e-
lecer p r ior id a d es p a ra a execu çã o d e t a refa s 1 2 ,1 3 .
Mu itos d es s es p reju ízos cogn it ivos a s s ocia d os a p r o-
b lem a s d e com p or ta m en to e d e com u n ica çã o in terferem
con s id era velm en te n a a d a p ta çã o d e u m a cr ia n ça à es cola e
a con textos s ocia is e fa m ilia res em ger a l. Ela s a p res en ta m
d ificu ld a d es p a r a res olver p rob lem a s d a vid a d iá r ia , p a ra
com u n ica r -s e d e m a n eir a efica z, p a r a m a n ter rela cion a -
m en tos s ocia is e p a ra lid a r com im p revis tos e d ificu ld a d es
d iá r ia s .
Em n ível va ria d o, a s cria n ça s p od em ter dificu ld a d es em :
- s egm en ta r ta refa s ;
19
- or ga n iza r o tem p o d e tr a b a lh o d u r a n te lon gos p er ío-
d os d e tem p o a té u m a m eta fin a l;
- com p reen d er a in form a çã o / in s tr u ções rela cion a d a s
a u m a ta refa ;
- p la n eja r e or ga n iza r e, qu a n d o n eces s á rio, s olicita r
a ju d a a o p rofes s or .
E x e m p lo :
A m ã e d e J oã o p ed e p a r a ele ir a o m erca d o com p ra r
b a n a n a s e tr a zer o tr oco. J oã o p od e fica r con fu s o p or
ter d ificu ld a d e em p la n eja r e execu ta r o qu e a m ã e p e-
d iu . Pa rece u m a ta refa s im p les ? Ir a o m er ca d o e com -
p r a r b a n a n a s ! E n treta n to n ã o é, p ois é n eces s á r io qu e
a cr ia n ça : a ) p la n eje o ca m in h o a té o m erca d o; b ) ch e-
gu e a o loca l e p r ocu re p elo qu e foi p ed id o, n o ca s o b a -
n a n a ; c) olh e o p reço; d ) vá p a r a o ca ixa ; e) p a gu e p ela s
b a n a n a s ; f) con fir a o tr oco; g) volte p a r a ca s a .
20
4 .1 Te o r ia d a m e n t e
21
- s egu ir o olh a r d e ou tr o in d ivíd u o qu a n d o ele fa la s o-
b re a lgu m ob jeto qu e es tã o olh a n d o;
- u s a r ges tos d e m a n eir a s ocia l;
- en ten d er em oções em r os tos a lh eios ;
- u s a r va r ia çã o n or m a l d e exp res s ões em ocion a is n o
p r óp r io r os to;
- m os tr a r in teres s es em ou tr a s cr ia n ça s ;
- s a b er com o en volver -s e com ou t r a s cr ia n ça s ;
- m a n ter -s e ca lm a qu a n d o s e s en te fr u s tr a d a ;
- en ten d er qu e a lgu ém p od e a ju d á -la ;
- en ten d er com o os ou tr os s e s en t em em a lgu m a s s itu -
a ções .
Ou s eja , teor ia d a m en te es tá rela cion a d a com in ter a -
çã o s ocia l, com u n ica çã o e m es m o com h a b ilid a d es a ca d ê-
m ica s ; p or ta n to, o p r eju ízo n es s a h a b ilid a d e p reju d ica o
fu n cion a m en to a d a p ta tivo d a cr ia n ça com TE A2 8 .
4 .2 At e n ç ã o c o m p a r t ilh a d a
22
Os res u lta d os d e vá rios es tu d os exp er im en ta is 1 5 -1 7 têm
m os tr a d o com p r om etim en to ta n to n a p r od u çã o qu a n to n a
com p reen s ã o d e a tos d e a ten çã o com p a r t ilh a d a . Ou s eja ,
ta n to em u tiliza r vis ã o, ges t os , fa la , com o ob jetivo d e co-
m u n ica çã o, qu a n to em en ten d er ges tos , vis ã o e fa la d e ou -
tr os .
Ou tr o com p or ta m en to qu e s e en con t r a p reju d ica d o em
cr ia n ça s com TE A é o “com p or ta m en to d e s olicita çã o” qu e,
p or exem p lo, em con texto es cola r , p od e s er im p or ta n te p a r a
tir a r d ú vid a s , p ed ir a lgo e a té s u p r ir n eces s id a d es . Mu ita s
cr ia n ça s com TE A n ã o con s egu em exp res s a r s u a s n eces s i-
d a d es .
5 . S ÍNTE S E DO CAPÍTULO
23
- a u toa gres s ã o (p od em m or d er -s e, b a ter -s e);
- p referem b r in ca d eira s d e gir os ou b a la n ços ;
- p od em ter h a b ilid a d es es p ecífica s b em d es en volvid a s
ou ilh ota s d e h a b ilid a d es ;
- a ver s ã o a b a r u lh os a ltos ;
- d ificu ld a d es em m a n ter e em s u s ten ta r a a ten çã o p or
lon gos p er íod os d e tem p o;
- in s ta b ilid a d e d e h u m or ;
- lim ia res d e d or eleva d os ;
- p referên cia s p or b r in ca d eir a s rela cion a d a s a en filei-
r a r ou em p ilh a r cois a s ;
- d ificu ld a d es em coord en a çã o m ot or a fin a .
24
ORIENTAÇÕES A
PROFESSORES SOBRE A
INCLUSÃO ESCOLAR E OS
TRANSTORNOS DO
ESPECTRO DO AUTISMO
25
Qu a n d o h á p reju ízos cogn itivos e com p or ta m en ta is
gr a ves , a a d a p ta çã o d e u m a lu n o com TEA em con textos d e
s a la d e a u la regu la r in clu s iva s e tor n a , m u ita s vezes , in viá -
vel. Por es s e fa tor , d en tr e ou t r os , a in clu s ã o d e m u ita s cr i-
a n ça s com TE A n o con texto es cola r b ra s ileir o tem oca s io-
n a d o m a is p reju ízos d o qu e b en efícios ta n to a o a lu n o qu a n -
to à s equ ip es ed u ca cion a is . E s s a s d ificu ld a d es ta m b ém têm
s id o ver ifica d a s em ou tr os p a ís es 2 1 .
E s tu d os b a s ea d os em evid ên cia s m os t ra m qu e cr ia n ça s
com TE A, n a gr a n d e m a ior ia d os ca s os , n ã o a p ren d em p e-
los m étod os d e en s in o tr a d icion a is 2 2 -2 4 . E s tu d os a n ter iores ,
qu a n d o a in d a n ã o er a d is cu tid a com t a n ta veem ên cia a
p r á tica es cola r in clu s iva , já a ler ta va m qu e cr ia n ça s d ia g-
n os tica d a s com TE A n ã o con s egu ia m m a n t er a a ten çã o,
r es p on d er a in s tr u ções com p lexa s n em m a n ter e foca r a
a ten çã o em d iferen tes tip os d e es tím u los s im u ltâ n eos (p or
exem p lo, vis u a l e a u d itivo), e qu e, d es s e m od o, p recis a va m
d e es tr a tégia s es p ecífica s e d iferen cia d a s d e in ter ven çã o d e
en s in o 2 2 .
Um a a b or d a gem qu e con tr ib u iu exp r es s iva m en te com a
m elh ora d e p r ob lem a s d e com p or t a m en to d e cr ia n ça s e
a d oles cen tes com TEA e, con s equ en tem en te, com a a d a p ta -
çã o p s icos s ocia l é a An á lis e Ap lica d a d o Com p or ta m en to
(Applied Behavior Analy sis – ABA), e m a is es p ecifica m en te o
m étod o d e in s tr u çã o p r ogr a m a d a d a An á lis e d o Com p or ta -
m en to 2 5 .
Dois p r in cíp ios b á s icos d a An á lis e Ap lica d a d o Com p or -
ta m en to s ã o:
- E n ten d er com p or ta m en tos com o u m a rela çã o en tre
even tos : o com p or ta m en to p r op r ia m en te d ito e os even tos
a m b ien ta is d en om in a d os d e es tím u los a n teced en tes (qu e
26
a n teced em o com p orta m en to) e even tos con s equ en tes (qu e
s egu em o com p or ta m en to e qu e m a n têm u m a r ela çã o fu n -
cion a l com o com p or ta m en to).
- Pa r a qu e ocor r a a m od ifica çã o d e com p or ta m en to é
n eces s á r io qu e h a ja in ter ven çã o e a ltera çã o n o a m b ien te
em qu e o in d ivíd u o es tá in s er id o (os es tím u los a n teced en -
tes e con s equ en tes )2 6 .
1 .1 Co m p o r t a m e n t o
O qu e é u m com p or ta m en to?
- É qu a lqu er a çã o qu e u m a p es s oa fa z ou d iz.
- Nã o é u m a ca r a cter ís tica d a p es s oa .
E x e m p lo : Um com p or ta m en to é ves tir -s e, ca n ta r u m a
m ú s ica , con ver s a r n a s a la d e a u la , b r in ca r , fa zer a ta r efa ,
s en ta r n a ca d eira , en tr e ou tr os .
Cu id a d o 1 :
É er ra d o d efin ir com o com p or ta m en to os s egu in tes
exem p los : Ra fa ela é tím id a , Am a n d a é b a gu n ceir a , en -
tr e ou tr os .
Co m p o r t a m e n t o n ã o é c a r a c t e r ís t ic a !
27
Cu id a d o 2 :
a ) Tir a r n ota 1 0 em u m a p r ova é u m com p or ta m en to?
b ) E n gord a r é u m com p or ta m en to?
Res p os ta : Nã o s ã o com p or ta m en tos ! Es s es s ã o os re-
s u lta d os d o com p or ta m en to! No exem p lo (a ), p a r a tir a r
n ota 1 0 n a p r ova , é p recis o es t u d a r (es s e é o com p or -
ta m en to). No exem p lo (b ), é p recis o com er exa gera d a -
m en te (es s e é o com p or ta m en t o) p a r a en gor d a r , qu e é a
con s equ ên cia d o com p or ta m en to.
ATE NÇÃO
----------------------------------------------------------------------------
Algu n s e v e n t o s a v e r s ivo s , c o m o gr it a r c o m a c r ia n -
ç a , p o d e m n ã o d im in u ir c o m p o r t a m e n t o s -p r o b le m a ,
m a s a u m e n t á -lo s e p r o p ic ia r a e m is s ã o d e o u t r o s
p r o b le m a s d e c o m p o r t a m e n t o .
28
O a n t e c e d e n t e é a q u ilo q u e a c o n t e c e lo go
an t es do com p ort am en t o. O com p ort am en t o é a
r e s p o s t a a o a n t e c e d e n t e e a c o n s e q u ê n c ia é o
q u e o c o r r e lo go d e p o is d o c o m p o r t a m e n t o . Is s o
é c o n h e c id o c o m o o s ABC’s d o Be h a v io r is m o . 2 7
Ou s eja :
A = An teced en te
B = Com p or ta m en to ou r es p os t a
C = Con s equ ên cia
E x e m p lo 1
E x e m p lo 2
29
OBS E R VAÇÕE S IMP OR TANTE S
----------------------------------------------------------------------------
- Devem -s e refor ça r p os it iva m en te os com p or ta m en tos
a d equ a d os e NÃO s e d evem refor ça r os com p or ta m en -
tos in a d equ a d os . Qu a n d o ocor rer u m com p or ta m en to
in a d equ a d o, d eve-s e en s in a r o com p or ta m en to a d equ a -
d o qu e é es p er a d o. Rep ete-s e o en s in o tod a s a s vezes
qu e s eja m n eces s á r ia s e con tr ola -s e o a m b ien te p a r a
evita r qu e even tos d o a m b ien te d eter m in em , p r op iciem
ou fa voreça m a em is s ã o d e p r ob lem a s d e com p or ta -
m en to ou com p or ta m en tos in a d equ a d os .
- As r ecom p en s a s s ó d evem s er d a d a s à cr ia n ça s e ela
a p res en ta r u m com p or ta m en to a d equ a d o, p ois ela p o-
d er á a p ren d er qu e n ã o p recis a res p eita r e cu m p r ir a
in s tr u çã o / regr a d a d a p elo p r ofes s or p or qu e, m es m o
a s s im , h a ver á u m a con s equ ên cia p os itiva .
- Deve-s e p res ta r a ten çã o p a r a o tip o d e es tím u lo qu e a
cr ia n ça gos ta ou p refere p a r a u s á -lo com o refor ça d or .
Cr ia n ça s com TE A p os s u em ten d ên cia a n ã o s er tã o
s en s íveis a qu a lqu er tip o d e recom p en s a 2 6 .
As s im , é im p or ta n te ob s er va r e a s s ocia r :
o q u e a c o n t e c e (c o m p o r t a m e n t o ),
a s c ir c u n s t â n c ia s e m q u e a c o n t e c e (a n t e c e d e n t e ),
e o s r e s u lt a d o s q u e e s s e c o m p o r t a m e n t o p r o d u z
(c o n s e q u ê n c ia ).
30
Ap r en d em os , d es s e m od o, d u a s regra s es s en cia is :
E x e m p lo :
Veja , n a p á gin a a s egu ir , u m qu a d r o com in for m a ções
s ob re com p or ta m en tos h ip otéticos . Você p od e rea lizá -lo d a
m es m a for m a ou en fa tiza n d o u m com p orta m en to-a lvo p or
vez.
31
Hor á r io em qu e o Com p or ta m en to E ven tos qu e E ven tos qu e s e
com p or ta m en to a n teced em a o s egu em a o com -
ocor r eu com p or ta m en to p or ta m en to
8h 45 Gu s ta vo fa la em Pr ofes s or a p a s - Tod os p a r a m d e
h or a in con ven i- s ou u m a in s tru - fa zer a liçã o e
en te çã o p a ra os a lu - olh a m p a r a Gu s -
n os ta vo
9h 10 Gu s ta vo s e b a - Qu a tr o a lu n os A p r ofes s or a
la n ça r ep etid a - es ta va m toca n d o gr ita e s olicita
m en te n a ca d eira em Gu s ta vo e a os a lu n os p a r a
fa la n d o em voz s a ír em
a lta p er to d ele
O qu e s e p od e p er ceb er n o qu a d r o a cim a ?
Os com p or ta m en tos “fa la r a lto”, “in ter r om p er con ver -
s a s ”, “fa la r d e m a n eir a in con ven ien te” s ã o a n teced id os p or
d iferen tes s itu a ções . O qu e a con tece qu a n d o ele em ite es -
s es com p or ta m en tos ? E le con s egu e a ten çã o.
A p a r tir d a í p od e-s e m on ta r u m m od elo d e m od ifica çã o
d e com p or ta m en to. Gu s ta vo es tá con s egu in d o a ten çã o, ou
s eja , refor ço p os itivo com u m com p or ta m en to in a d equ a d o.
Pod e-s e, en tã o, m u d a r o a m b ien te. Na p róxim a vez em qu e
Gu s ta vo in ter r om p er, a p r ofes s or a d eve p ed ir p a r a qu e ele
es p ere u m p ou co, p ois n ã o p od e fa la r com ele n a qu ele m o-
m en to, e con tin u a r a s u a fa la . Qu a n d o a ca b a r , a p rofes s or a
32
d eve d a r a vez p a ra Gu s ta vo e elogiá -lo p elo com p or ta m en to
a d equ a d o d e es p era r a s u a vez. Na m a ior ia d os ca s os , o
a lu n o n ã o va i res p eita r n a p r im eir a vez e, p or vezes , va i re-
p etir o com p or ta m en to in a d equ a d o; m a s é p recis o ir a té o
fin a l com a regr a , p a r a qu e o a lu n o con s iga d es en volver o
com p or ta m en to a d equ a d o. Ca s o o p r ofes s or volte a a b rir
exceçã o, o a lu n o va i en ten d er qu e o com p orta m en to in a d e-
qu a d o p od e ocor r er.
Ap r en d em os , a qu i, a r econ h ecer u m com p or ta m en to e
qu e, p a r a a n a lis á -lo, é n eces s á r io en ten d er o qu e a con tece
a n tes e d ep ois . O qu e a con tece d ep ois , a con s equ ên cia , p o-
d e s er refor ça d or a ou n ã o. E m s egu id a , p orta n to, a n a lis a -
r em os com m a is d eta lh es o qu e é u m a con s equ ên cia refor -
ça d ora .
1 .2 R e fo r ç a m e n t o
O qu e é refor ça m en to?
Refor ça m en t o é u m p r oces s o n o qu a l u m
com p or t a m en t o é for t a lecid o p or u m a con s equ ên -
cia im ed ia t a qu e r egu la r m en t e s egu e a s u a ocor -
r ên cia . 2 7
R e fo r ç a d o r P o s it iv o
É a a d içã o d e a lgo qu e res u lte n o forta lecim en to d o
33
com p or ta m en to p ela s con s equ ên cia s p os itiva s (recom p en -
s a s ) qu e o p r óp r io com p or ta m en to p r od u z.
E x e m p lo s :
- Você s e a p res en ta em u m a p eça d e tea tr o e tod os
a p la u d em .
- Você tr a b a lh a tod os os d ia s e receb e s eu s a lá r io n o
fim d o m ês .
- A cr ia n ça a p ren d e a fa la r u m a p a la vr a , os p a is s or r i-
em e p a r a b en iza m a cr ia n ça .
- Você s egu e u m a d ieta p a s s a d a p ela n u tr icion is ta e vê
r es u lta d os p os itivos .
- A cr ia n ça es p era s u a vez p a ra fa la r n a s a la d e a u la e
r eceb e “p a r a b én s ” p elo s eu com p or ta m en t o.
Logo, é p r ová vel qu e es s es com p or ta m en tos s e rep ita m ,
p ois fora m s egu id os d e refor ça d ores p os itivos .
No qu a d r o qu e s e en con tr a n a p á gin a s egu in te s ã o
a p res en ta d a s s u ges tões d e Refor ça d ores Pos itivos 2 7 .
R e fo r ç a d o r Ne ga t iv o
É a rem oçã o d e a lgo d es a gr a d á vel com a em is s ã o d e d e-
ter m in a d os com p or ta m en tos e qu e, qu a n d o con s egu id a es -
s a rem oçã o, res u lta n o for ta lecim en to d o com p or ta m en to.
E x e m p lo s :
- O ch a p éu es tá es qu en ta n d o s u a ca b eça e in com od a n -
d o; logo, você tir a o ch a p éu e s e s en te m elh or .
- Você en tr a n o ca r r o e s oa u m a la r m e ir r ita n te p ed in d o
p a r a você coloca r o cin to; en tã o, você o coloca e o a la r m e
p a r a d e toca r 2 7 .
34
S UGE S T ÕE S DE R E F OR ÇADOR E S P OS ITIVOS
Fa zer elogios en t u s ia s m a d os (m u it o
b em , p a r a b én s , viva , qu e lin d o, u a u ,
R e fo r ç a d o r e s s o c ia is
b om t r a b a lh o), s or r ir , a p la u d ir , a d e-
s ivos , fin gir s u r p r es a , b eija r , r ir , p is -
ca d ela s , d a r a t en çã o.
P r im e ir a :
S elecion e / es colh a o com p or ta m en to qu e d es eja refor -
ça r . Refor ce a lgo es p ecífico. Deixe cla r o o com p or ta m en to
qu e você es tiver reforça n d o, p ois is s o va i a ju d a r a cr ia n ça a
35
en ten d er p or qu e ela es tá ga n h a n d o u m elogio (o qu e ela
es tá fa zen d o, qu e m er ece “p a ra b én s ”?).
E x e m p lo : Zequ in h a gu a r d ou s eu m a ter ia l n a m och ila .
Ao r efor ça r es s e com p or ta m en to, você d eve d es crever o
com p or ta m en to a d equ a d o: “Mu ito b em Zequ in h a , você a r -
r u m ou s eu m a ter ia l. Pa r a b én s !”.
S e gu n d a :
O r efor ço p os itivo d eve s er u tiliza d o IMEDIATAME NTE
a p ós o com p or ta m en to ocor rer .
E x e m p lo : Zequ in h a s en tou n a ca d eir a cer ta . A p r ofes -
s or a im ed ia ta m en te elogiou Zequ in h a : “Mu ito b em Zequ i-
n h a , você s en tou n a s u a ca d eira . Pa r a b én s !”.
Ou : “Nos s a Lu ís , com o você es tá ca lm o h oje! Ad oro
qu a n d o es tá a s s im qu ieto e s en ta d o b on itin h o n a s u a ca -
d eir a . S a b e o qu e você m erece? Br in ca r com s eu qu eb r a -
ca b eça ”.
Te r c e ir a :
Fiqu e a ten to p a r a s a b er qu a is s ã o os refor ça d ores m a is
a d equ a d os e p refer id os p ela cr ia n ça .
Qu a r t a :
A voz d eve s er con s is ten te com a m en s a gem . Se você
es tiver elogia n d o a cria n ça , ten h a cer teza d e qu e o fa z com
u m tom d e voz en tu s ia s m a d o. Se p ed ir p a r a a cr ia n ça ten -
ta r d e n ovo, m a n ten h a o tom d e voz n eu tr o.
36
Qu in t a :
Va r ie a s fr a s es , o tom d e voz e os refor ça d or es . Nã o u ti-
lize a m es m a fr a s e in ú m er a s vezes .
E x e m p lo : Nã o fa le s om en te “p a r a b én s ”, m a s ta m b ém
u tilize “m u ito b em ”, “ótim o tr a b a lh o”, “gos tei d e ver ”, en tre
ou tr os . Va r ie ta m b ém os refor ça d ores : u tilize, s e p os s ível,
ou tr os b r in d es s im p les .
Sext a :
As s ocie recom p en s a com elogios ; is s o va i fa zer com qu e
s eu s elogios s eja m tã o p od er os os qu a n to a s recom p en s a s .
S é t im a :
Nã o é n eces s á r io es p er a r qu e a cr ia n ça fa ça a lgo “gr a n -
d e” ou a p en a s fa ça a lgo qu e você p ed iu ; ob s er ve-a em itin d o
com p or ta m en tos a d equ a d os e refor ce ta m b ém p os itiva m en -
te es s es com p or ta m en tos .
ATE NÇÃO: Mu ita s vezes , es p er a -s e qu e a cr ia n ça fiqu e
m u ito ca lm a ou fa ça a lgo 1 0 0 % cer to, m a s is s o p od e d em o-
r a r m u ito tem p o. Nã o es p ere qu e tod os os com p or ta m en tos
d is r u p tivos s eja m elim in a d os ou qu e o com p or ta m en to
a d equ a d o s eja p erfeito. Refor ce p equ en a s red u ções d e com -
p or ta m en to-p r ob lem a , a s s im com o refor ce ta m b ém p equ e-
n a s m elh or a s em com p or ta m en tos a d equ a d os .
Oit a v a :
Tom e m u ito cu id a d o e p res te a ten çã o! O r efor ça m en to
p os itivo p od e a ju d a r a cria n ça a a p ren d er com p or ta m en tos
37
a d equ a d os , m a s você p od e es ta r refor ça n d o com p or ta m en -
tos in a d equ a d os ta m b ém .
E x e m p lo : Zequ in h a fica ch a m a n d o você o tem p o tod o,
e você d iz p a ra ele es p er a r , m a s ele con tin u a ch a m a n d o.
Você p ed e m a is u m a vez qu e es p ere, d iz qu e você es tá ocu -
p a d a e qu e, logo qu e a ca b a r d e p a s s a r a liçã o n o qu a d r o,
você va i con ver s a r com ele. Ele n ã o d es is te e você va i à ca r -
teir a d ele. Qu a is a s ch a n ces d e Zequ in h a es p er a r p or você
n os p r óxim os d ia s ?
No n a :
A cr ia n ça s ó d eve ter a ces s o a o refor ça d or s e cu m p rir o
ob jetivo. Va m os s u p or qu e Zequ in h a a m e b r in ca r com
m a s s in h a , m a s você o d eixa b r in ca r a qu a lqu er m om en to:
s e ele fez a tivid a d e, ele b r in ca ; s e ele n ã o fez, ele b r in ca
ta m b ém . S e ele fica qu ieto, ele b rin ca ; s e ele fa z b a gu n ça ,
ele b r in ca . O p od er d o refor ça d or va i d im in u ir p orqu e ele
es tá a ces s ível a qu a lqu er m om en t o, m es m o qu a n d o Zequ i-
n h a n ã o es tá s e com p or ta n d o ou ob ed ecen d o à s in s tr u ções .
Dé c im a :
Tem os qu e refor ça r com p or ta m en tos a d equ a d os , m a s
ta m b ém refor ça r a a u s ên cia d e com p or ta m en tos in a d equ a -
d os e d is r u p tivos .
E x e m p lo : Zequ in h a a d or a leva n ta r n a s a la e a tr a p a lh a r
tod o m u n d o. No d ia em qu e Zequ in h a fica r com p or ta d o n a
ca d eir a , is s o d eve s er r efor ça d o. Se Zequ in h a fica r s en ta d o
e a in d a fizer a liçã o, ele d eve receb er a lgo m u ito b a ca n a .
ATE NÇÃO: Com o d is s em os a cim a , n ã o é p recis o es p e-
r a r qu e Zequ in h a fiqu e ca lm o o d ia in teiro, p ois ta lvez n es -
38
s e m om en to is s o s eja m u ito p a r a ele. Refor ce qu a lqu er a u -
m en to d e com p or ta m en to a d equ a d o e qu a lqu er red u çã o d e
com p or ta m en to in a d equ a d o.
ATE NÇÃO
----------------------------------------------------------------------------
Ao e lo gia r , e lo gie e x a t a m e n t e o c o m p o r t a m e n t o
a d e q u a d o q u e d e s e ja fo r t a le c e r n o r e p e r t ó r io c o m -
p o r t a m e n t a l d a c r ia n ç a .
39
E x e m p lo 1
A cr ia n ça vê a p r ofes s or a s egu r a n d o u m a m a s s in h a e
p ed e p a r a a p r ofes s or a en trega r a ela , p ois ela qu er
b r in ca r d e m a s s in h a . A p r ofes s or a d iz qu e s ó en tr ega rá
d ep ois qu e ela fizer a a tivid a d e, m a s a cr ia n ça com eça a
b er r a r , e a p r ofes s ora d á a m a s s in h a p a r a a cr ia n ça .
E x e m p lo 2
A p rofes s ora fa z u m a s olicita çã o à cria n ça e ela com eça
a grita r e a b a la n ça r o corp o. A p rofes s ora , en tã o, ofere-
ce u m d es ca n s o d a a tivid a d e. As s im , a cria n ça tem m a i-
or p rob a b ilid a d e d e grita r qu a n d o a p rofes s ora p ed ir a ti-
vid a d es p a ra ela . Ou s eja , o com p orta m en to d e grita r ou
b a la n ça r o corp o é m a n tid o p orqu e p rod u z con s equ ên -
cia s qu e, em a m b os os ca s os , foi s e livra r d a ta refa .
DR L
R e fo r ç a m e n t o d ife r e n c ia l d e r e s p o s t a lim it a d o
S ign ifica qu e o com p or ta m en to in a d equ a d o em itid o p e-
la cr ia n ça p od e s er tolera d o, d es d e qu e s eja em itid o p ou ca s
vezes . Ou s eja , em u m a fr equ ên cia b a ixa , o com p or ta m en to
d a cr ia n ça con s egu e s er toler á vel. É p refer ível qu e ocor ra
em frequ ên cia m en or qu e a qu e vem ocor r en d o n o p res en te.
E x e m p lo : Ma teu s é u m a cr ia n ça qu e gr ita m u ito n a s a -
la d e a u la , e a p r ofes s or a n ã o es t á con s egu in d o d im in u ir ou
40
extin gu ir es s e com p or ta m en to. E m tod a s a s a u la s , Ma teu s
gr ita u m a s d ez vezes . A p r ofes s ora qu er ia qu e es s e com p or -
ta m en to n ã o ocor res s e, m a s ela n ã o qu is im p or a Ma teu s
u m n ível d e exigên cia exa ger a d o; en t ã o ela es tip u lou e a vi-
s ou Ma teu s qu e ele p od er ia b r in ca r com s eu b r in qu ed o p re-
fer id o s e, n a qu ele p eríod o d e a u la (5 0 m in u tos ), ele em itis s e
tr ês , d ois , u m ou zer o com p or ta m en tos d e grita r .
DR O
R e fo r ç a m e n t o d ife r e n c ia l d e r e s p o s t a z e r o
S ign ifica id en tifica r u m com p or ta m en to in a d equ a d o
e/ ou in d es eja d o e refor ça r a cr ia n ça qu a n d o es s e com p or -
ta m en to n ã o ocor rer p or u m d eter m in a d o p er íod o. Prim eiro
é p recis o d efin ir qu a l com p or ta m en to in a d equ a d o s e qu er
extin gu ir; d ep ois , qu a n to tem p o é p os s ível qu e a cr ia n ça
n ã o em ita o com p orta m en to in d es eja d o e, gr a d u a lm en te,
a u m en ta r o tem p o.
E x e m p lo : Ped r o leva n ta -s e m u ito n a s a la d e a u la . S u a
p r ofes s or a es tip u lou qu e, s e Ped r o fica r s en ta d o p or d ez
m in u tos , ele va i s er elogia d o e ter á o d ireito d e b r in ca r d e
p in ta r a figu r a , o qu e ele a d ora . Dep ois d e u m tem p o,
qu a n d o Ped r o con s egu ir fica r s en ta d o p or p elo m en os 1 0
m in u tos , a u m en ta -s e o tem p o p a r a 2 0 m in u tos s en ta d o n a
ca d eir a , e a s s im p or d ia n te. Ca s o a cr ia n ça s e leva n te a n tes
d os 1 0 m in u tos , a con ta gem com eça d e n ovo.
Vá r ios es tu d os m os tr a m qu e u tiliza r o DRO em s a la d e
a u la foi m u ito efica z p a r a d im in u ir com p or ta m en tos -
p r ob lem a 2 6 .
41
DR I
R e fo r ç a m e n t o d ife r e n c ia l d e r e s p o s t a in c o m p a t íve l
S ign ifica qu e você d eve p os s ib ilita r qu e a cr ia n ça em ita
a lgu m com p or ta m en to qu e s eja in com p a tível em rela çã o a o
com p or ta m en to in a d equ a d o.
E x e m p lo : Se você es tá ten ta n d o red u zir o com p or ta -
m en to d e Ped r o ca m in h a r n a s a la d e a u la , você va i refor çá -
lo qu a n d o ele es tiver s en ta d o, já qu e es ta r s en ta d o e em p é
a o m es m o tem p o é im p os s ível. Ou , a in d a , é m elh or refor ça r
a rea liza çã o d e a tivid a d es es cola r es .
IMP OR TANTE : Nã o lem b re à cr ia n ça d o com p or ta m en -
to in d es eja d o / in a d equ a d o. Nã o d iga : ”Pa r a b én s p or n ã o
b a ter em Rica r d o!” ou “Pa r a b én s p or n ã o leva n ta r d a ca d ei-
r a !”. E m vez d is s o, foqu e n o com p or ta m en to a d equ a d o, re-
com p en s e a p en a s o com p or ta m en to a d equ a d o.
DR A
R e fo r ç a m e n t o d ife r e n c ia l d e r e s p o s t a a lt e r n a t ivo
Pod e s er ch a m a d o ta m b ém d e s u b s titu içã o a p r op r ia d a .
Pr im eir o s elecion e qu a l com p or t a m en to qu er elim in a r . De-
fin a , em s egu id a , qu a l com p or t a m en to a lter n a tivo s er á re-
for ça d o. Ob s er va çã o: tem qu e s er u m com p or ta m en to qu e
já es teja ocor ren d o.
Lea r 2 7 tr a z a lgu n s exem p los in teres s a n tes , com o:
- A cr ia n ça qu e b elis ca os colegu in h a s é r efor ça d a
qu a n d o u s a m a s s in h a d e m od ela r (u m a a tivid a d e a p rop r ia -
d a p a ra b elis ca r ).
- Cr ia n ça s qu e b a tem em ou tr a s cr ia n ça s s ã o refor ça -
d a s qu a n d o d ã o s ocos em u m b on eco in flá vel, ou u m b r in -
42
qu ed o a p r op r ia d o p a r a b a ter , em vez d e b a ter n os colegu i-
nhas.
E xtin gu ir u m com p or ta m en to-p r ob lem a é m a is efica z
qu a n d o a s cr ia n ça s s ã o en s in a d a s a a p r es en ta r u m com -
p or ta m en to d es eja d o. Note qu e, n os exem p los a cim a , n ã o é
a p en a s en s in a d o à cr ia n ça qu a l com p or ta m en to é in a d e-
qu a d o, m a s , a o m es m o tem p o, é en s in a d o qu a l é o com p or -
ta m en to a d equ a d o.
3 . OR IE NTAÇÕE S A P R OF E S S OR E S P AR A MANE J O
COMP OR TAME NTAL E M S ALA DE AULA BAS E ADAS NA
ANÁLIS E DO COMP OR TAME NTO
1 ) Us o d e in s t r u ç õ e s c la r a s , d ir e t a s e s im p le s p a r a c a d a
t a r e fa o r ie n t a d a
Veja m os o s egu in te exem p lo: Qu a n d o a p r ofes s or a d iz
a os a lu n os : “Ab r a m o ca d er n o, cop iem o qu e es tou es cre-
ven d o n a lou s a , leia m o en u n cia d o e rea lizem a s s egu in tes
qu es tões ”, cr ia n ça s com d es en volvim en to típ ico p od em n ã o
a p res en ta r , em s u a m a ior ia , p r ob lem a s p a r a en ten d er e
r ea liza r vá r ia s in s tru ções s im u ltâ n ea s , m a s u m a cr ia n ça
com a u tis m o p od e a in d a es ta r ten ta n d o en ten d er a p r im ei-
r a ou a s egu n d a p a r te d o qu e a p r ofes s ora
d is s e, n ã o rea liza n d o com s u ces s o o qu e foi
p ed id o. Logo, é im p orta n te qu e s e
d ivid a u m a in s tr u çã o com p lexa
em vá r ia s in s tr u ções s im p les .
43
2 ) Us o d e e s t ím u lo s v is u a is p a r a o e s -
t a b e le c im e n t o d e r o t in a e in s t r u ç õ e s
Utilize ca r t a zes e figu r a s qu e or ien tem a
cr ia n ça em rela çã o à s ta refa s e à s a tivid a d es
qu e ela p recis a rea liza r ou a d eter m in a d os
tip os d e com p or ta m en t o em qu e ela d eve s e
en volver , com o, p or exem p lo, p er m a n ecer s en -
ta d a .
3 ) E n s in o d e c o m p o r t a m e n t o s d e o be d iê n -
c ia a r e gr a s
Cria n ça s com d es en volvim en to a típ ico, co-
m o n o ca s o d os TEA, ta m b ém en ten d em in s tru ções e regra s .
Mu ita s vezes , p r ofis s ion a is , p a is e cu id a d or es n ã o exi-
gem n em s e or ga n iza m p a r a qu e cr ia n ça s com TE A cu m -
p r a m regra s . Mu ita s vezes , a cr ed ita m qu e, p elo fa to d e u m a
cr ia n ça ter a u tis m o, ela n ã o p r ecis a s egu ir r egr a s com o a s
ou tr a s cr ia n ça s , e d eixa m qu e d ecid a o qu e qu er fa zer .
Cr ia n ça s com TE A d evem s er t rein a d a s p a r a o cu m p r i-
m en to d e regra s .
E x e m p lo : Ma r cos era u m a cr ia n ça com TE A qu e fre-
qu en ta va a s a la d e a u la d o en s in o regu la r . In ter r om p ia a
p r ofes s or a a tod o o m om en to, fa la n d o a lto, em i-
tin d o gritos , leva n ta n d o e a té pega n d o o giz d e
cera d a m ã o d a p rofes s or a p a ra d es en h a r n a
lou s a , a tra p a lh a n d o a a u la . En treta n to, com o
Ma rcos tin h a TE A, a p rofes s ora o d eixa va fa zer o
qu e qu is es s e, tra n s form a n d o a s a la d e a u la em
u m a m b ien te d es orga n iza d o. Dep ois d e a p rofes -
s ora ter en ten d id o qu e, a s s im com o ou tr a s cri-
a n ça s , Ma rcos ta m b ém p od eria a p ren d er e s e-
44
gu ir regra s , ela con s egu iu m od ifica r es s es com -
p orta m en tos in a d equ a d os . Hoje em d ia , Ma rcos
a n d a p ela s a la m u ito m en os d o qu e a n tes , es p e-
ra s u a vez p a ra fa la r e grita m u ito p ou co, em
com p a ra çã o a com o fa zia a n teriorm en te.
4 ) E n s in o d e c o m p o r t a m e n t o s d e s o lic it a ç ã o
Mu ita s vezes , cr ia n ça s com TE A n ã o s a b em s olicita r e
p ed ir a ju d a , a gin d o d e for m a in a d equ a d a . É m u ito im p or -
ta n te en s in a r à s cria n ça s qu a is s ã o os com p or ta m en tos
a d equ a d os p a r a p ed ir o qu e p recis a m (ver b a l ou n ã o ver -
b a l).
E x e m p lo : Ma r cos , qu a n d o qu er ia b or r a ch a ou lá p is , le-
va n ta va d a ca d eir a e p ega va o ob jeto d o colega m a is p r óxi-
m o s em p ed ir . A p rofes s ora en s in ou a Ma r cos qu e es s e
com p or ta m en to er a er r a d o, qu e ele p recis a ria p ed ir p a r a o
colegu in h a a n tes d e p ega r. Ma r cos com eçou a p ed ir em -
p res ta d o o m a ter ia l e a s er r efor ça d o p elos colegu in h a s e
p ela p r ofes s or a .
5 ) E s t ím u lo a o d e s e n v o lv im e n t o d a a u t o n o m ia e d a in -
d e p e n d ê n c ia
Ex e m p lo : Felip e com ia n a es cola s om en te qu a n d o lh e
d a va m com id a n a b oca , e s om en te s u b ia p a ra s a la d e a u la
com a com p a n h a m en to d e u m a a s s is ten te, a n tes d e tod os os
ou tros a lu n os . Felip e foi in cen tiva d o a com er
s ozin h o (já qu e a p res en ta va es s e com p orta m en -
to em ca s a ) e a s e d es loca r a té a s a la d e a u la
com a p rofes s ora e s eu s colega s .
45
6 ) Co n t r o le d e e s t ím u lo s a n t e c e d e n t e s e c o n s e q u e n t e s
p a r a fa c ilit a r a e m is s ã o d e c o m p o r t a m e n t o s a d e q u a d o s
E x e m p lo : O p r ofes s or e/ ou o cu id a d or d evem con h ecer
e m a n eja r even tos qu e a n teced em os com p or ta m en tos , d e
m a n eira ta l qu e fa cilitem e a u m en tem a p r ob a b ilid a d e d e
em is s ã o d e com p or ta m en tos a d equ a d os . Ao m es m o tem p o,
d evem for n ecer, im ed ia ta m en te a p ós o com p or ta m en to ter
ocor r id o, es tím u los e recom p en s a s ver b a is p os itiva s p elo
b om d es em p en h o d a cr ia n ça .
7 ) Us o d e a va lia ç ã o d a fu n c io n a lid a d e d o c o m p o r t a m e n t o
S em p re qu e u m com p or ta m en to in a d equ a d o ocor rer, é
im p or ta n te en ten d er, ob s er va r e a n a lis a r qu a l a fu n çã o
d es s e com p or ta m en to, o qu e ocor reu a n tes e logo d ep ois
d ele. Des s e m od o, é p os s ível en ten d er p or qu e o com p or ta -
m en to ocor r e e m od ifica r o a m b ien te p a r a p r op icia r a em is -
s ã o d e ou tr os com p orta m en tos m a is a d equ a d os .
9 ) Na p r e s e n ç a d e c o m p o r t a m e n t o s in a d e q u a d o s é n e -
c e s s á r io fo r n e c e r f eed ba ck
É n eces s á r io en s in a r p a r a a cr ia n ça o qu e p od e (o qu e é
lega l fa zer) e o qu e n ã o p od e (o qu e n ã o é lega l fa zer ).
E x e m p lo : Qu a n d o Ma r cos p ega va a b or ra ch a d o cole-
gu in h a s em p ed ir , ele n ã o s a b ia qu e n ã o p od ia . Qu a n d o a
46
p r ofes s or a en s in ou qu e n ã o é a s s im , ele com eçou a em itir
com p or ta m en tos a d equ a d os (qu e p od em s er rea liza d os , qu e
s ã o lega is ).
IMP OR TANTE : Mu itos a cred ita m qu e, s e o com p or ta -
m en to d a cr ia n ça for ign or a d o, ele d eixa d e exis tir , o qu e
n ã o é d e tod o ver d a d e.
1 0 ) Alu n o s c o m TE A q u e t ê m d e fic iê n c ia in t e le c t u a l
p r e c is a m d e c u r r íc u lo s a d a p t a d o s (s o b r e p o s t o s )
Nes s es cu r r ícu los d evem s er con tem p la d a s a s m eta s d a
es cola p a r a a id a d e e p a r a o a n o es cola r d a cr ia n ça , em
con gr u ên cia com m a n ejo com p or ta m en ta l a d equ a d o qu e
p os s ib ilite a a d a p ta çã o d es s e a lu n o a o cu r r ícu lo. Nos cu r r í-
cu los a d a p ta d os é es s en cia l o u s o d e d ica s textu a is (p a la -
vr a s es cr ita s ), a u d itiva s (fa la s ) e ges tu a is (fís ica s )2 6 .
Nos qu a d ros s egu in tes , es tã o rela cion a d a s ou tr a s re-
com en d a ções ger a is p a r a m a n ejo d e d ificu ld a d es com p or -
ta m en ta is 2 8 .
Tip o d e d é fic it
Hu m o r o s c ila n t e e d ific u ld a d e d e r e la c io n a m e n t o s
Co m o is s o a fe t a a in t e r a ç ã o s o c ia l?
Dificu ld a d e em in t er a gir com ou t r os .
Co m o is s o a fe t a o fu n c io n a m e n t o n a s a la d e a u la ?
A cr ia n ça p od e t en t a r s er en gr a ça d a ou ch a m a r a t en çã o n a s a la
d e a u la .
O q u e fa z e r ?
1 ) E n s in e qu e b r in ca d eir a s t êm h or a e lu ga r .
2 ) E n s in e o a lu n o a s egu ir r egr a s .
47
Tip o d e d é fic it
Nã o a p r e s e n t a c o n t a t o vis u a l e a p r e s e n t a p r e ju ízo n a a t e n ç ã o
Co m o is s o a fe t a a in t e r a ç ã o s o c ia l?
1 ) Nã o ob s er va a in t er a çã o s ocia l en t r e ou t r os .
2 ) Nã o p r oces s a ou en t en d e o s ign ifica d o d a s m en s a gen s e s i-
n a is d os ou t r os
3 ) Ap r es en t a p ob r e con t a t o vis u a l.
Co m o is s o a fe t a o fu n c io n a m e n t o n a s a la d e a u la ?
1 ) Nã o p r oces s a fa cilm en t e o s ign ifica d o d e m en s a gen s ver b a is .
2 ) Nã o con s egu e p r ever p la n os .
4 ) Ap r es en t a p ob r e con t a t o vis u a l, o qu e d im in u i e p r eju d ica a
com u n ica çã o.
5 ) Ap r es en t a d ificu ld a d es p a r a fu n cion a r em gr u p os ; a cr ia n ça
p r ecis a d e in s t r u ções m a is d ir et a s .
O q u e fa z e r ?
1 ) Fr a gm en t e a in s t r u çã o ou in for m a çã o em p a r t es m en or es
p a r a a u m en t a r a a t en çã o.
2 ) Us e es t r a t égia s vis u a is p a r a a ju d a r a cr ia n ça a ob t er a t en çã o
e en t en d im en t o.
3 ) E n s in e com o u s a r os olh os e o cor p o p a r a ou vir .
Tip o d e d é fic it
Dific u ld a d e e m e n t e n d e r o “t o d o ”
Co m o is s o a fe t a a in t e r a ç ã o s o c ia l?
Nã o con s egu e en ten d er, m u ita s vezes , o tóp ico d e u m a con vers a .
Co m o is s o a fe t a o fu n c io n a m e n t o n a s a la d e a u la ?
1 ) A cr ia n ça s e p r en d e a d et a lh es e p er d e o p r in cip a l con ceit o /
t em a .
2 ) Ao es cr ever ou ler , p od e n egligen cia r a s p ect os es s en cia is .
O q u e fa z e r ?
1 ) Fr a gm en t e a s in for m a ções em p equ en a s p a r t es (vis u a is ).
2 ) Fr a gm en t e a s in for m a ções e con ceit os e a ju d e o a lu n o a en -
ca ixá -los p a r a , a s s im , ver o t od o.
3 ) E n s in e com o ele p od e en t en d er a id eia p r in cip a l.
48
Tip o d e d é fic it
Dific u ld a d e e m a b s t r a ç ã o e in fe r ê n c ia
Co m o is s o a fe t a a in t e r a ç ã o s o c ia l?
Nã o con s egu e in t er p r et a r o s ign ifica d o d e a lgu m a s p a la vr a s .
Co m o is s o a fe t a o fu n c io n a m e n t o n a s a la d e a u la ?
1 ) Ap r es en t a lim it a ções p a r a in fer ir e in t er p r et a r o s ign ifica d o
d e t ext os , livr os ou con ver s a çã o.
2 ) É lit er a l n a s s u a s in t er p r et a ções e com u n ica çã o.
O q u e fa z e r ?
1 ) Ten h a con s ciên cia d e qu e os a lu n os p od er ã o a p r es en t a r r es -
p os t a s es qu is it a s qu a n d o n ã o con s egu ir em in t er p r et a r .
2 ) Tr a b a lh e o en t en d im en t o e a in t er p r et a çã o d o a lu n o com
r ela çã o a os colega s e com h is t or in h a s e es t ím u los vis u a is ,
3 ) Ap r es en t e u m qu a d r o com o n om e e a r ep r es en t a çã o ilu s t r a -
t iva d e em oções p a r a qu e a cr ia n ça a s a s s ocie à exp r es s ã o d a
em oçã o.
Tip o d e d é fic it
P o b r e c o m p r e e n s ã o a c e r c a d o s o u t r o s (t e o r ia d a m e n t e )
Co m o is s o a fe t a a in t e r a ç ã o s o c ia l?
Dificu ld a d e em s e coloca r n o lu ga r d o ou t r o ou em en t en d er a
p er s p ect iva d o ou t r o.
Co m o is s o a fe t a o fu n c io n a m e n t o n a s a la d e a u la ?
1 ) Dificu ld a d e em en t en d er e com p r een d er t ext os .
2 ) Dificu ld a d e em s e com p or t a r n a s a la d e a u la .
3 ) Dificu ld a d e em t r a b a lh a r em gr u p os .
O q u e fa z e r ?
1 ) E s t im u le o a lu n o a en t en d er o con ceit o d e s e coloca r n o lu ga r
d o ou t r o e es t im u le-o a s e coloca r n o lu ga r d os colegu in h a s .
2 ) E n t en d a qu e exis t ir ã o m u it a s d ificu ld a d es d e com p r een s ã o e
d e in t er p r et a çã o p or con t a d es t e d éficit.
3 ) Aju d e com es t ím u los vis u a is .
49
Tip o d e d é fic it
P o b r e in ic ia ç ã o d e c o m u n ic a ç ã o o u a ç ã o
Co m o is s o a fe t a a in t e r a ç ã o s o c ia l?
A cr ia n ça n ã o in icia in t er a çã o s ocia l a p r op r ia d a e n ã o com eça a
t r a b a lh a r em u m a a t ivid a d e.
Co m o is s o a fe t a o fu n c io n a m e n t o n a s a la d e a u la ?
1 ) Nã o p ed e a ju d a .
2 ) E n qu a n t o ou t r os a lu n os fa zem e cu m p r em a in s t r u çã o, a
cr ia n ça com TE A n ã o fa z o qu e foi p ed id o.
3 ) E m gr u p o, a cr ia n ça p r ova velm en te n ã o p a r t icip e ou n ã o
s a ib a com o s e d ir igir a os ou t r os .
O q u e fa z e r ?
1 ) E n s in e u m a r es p os t a cla r a d e in icia çã o.
2 ) Recom p en s e s u ces s os .
3 ) Aju d e o a lu n o a t er a ces s o a n ova s in for m a ções e a n ovos
com p or t a m en t os .
4 ) Dem on s t r e p a r a a cr ia n ça qu e, qu a n d o ela d iz u m a p a la vr a
in t eir a (ou fr a s e, a d ep en d er d a cr ia n ça ), d e for m a cla r a , ela
con s egu e m a is r a p id a m en t e o qu e qu er d o qu e qu a n d o fa z ges -
t os ou d iz ou t r a s p a la vr a s n ã o r ela cion a d a s a o qu e qu er .
5 ) Com b in e o in t er es s e d a cr ia n ça com a a t ivid a d e. Fa ça ca r t a -
zes com o n om e, d es en h os e/ ou figu r a d a s a t ivid a d es ; d eixe a
cr ia n ça es colh er qu a l ela qu er r ea liza r ou a a ju d e n a es colh a ;
r ea lizem a a t ivid a d e ju n t os . Qu a n d o a cr ia n ça es t iver m ot iva d a ,
t en t e fa zê-la d izer a p a la vr a .
50
REFERÊNCIAS
51
Tea ch in g a d u lts with As p er ger s yn d rom e a n d h igh fu n ction in g a u tis m to rec-
ogn ize com p lex em otion s u s in g in tera ctive m u ltim ed ia . Dev Ps ych op a th ol
2 0 0 6 ; 1 8 (2 ):5 9 1 -6 1 7 .
1 4 . Bu tter wor th G, J a rrett N. Wh a t m in d s h a ve in com m on is s p a ce: Sp a cia l
m ech a n is m s s ervin g join t vis u a l a tten t ion in in fa n cy. Brit J Dev Ps ych ol
1 9 9 1 ; 9 :5 5 –7 2 .
1 5 . Wh a len C, Sch ereib m a n L. J oin a tten tion tra in in g for ch ild ren with a u -
tis m u s in g b eh a vior m od ifica tion p roced u res . J Ch ild Ps ych ol Ps ych ia try
2 0 0 3 ; 4 4 (3 ):4 5 6 -6 8 .
1 6 . Bru in s m a Y, Koegel RL, Koegel LK. J oin t a tten tion a n d ch ild ren with a u -
tis m : A review of th e liter a tu re. Men t Reta rd Dev Dis a b il Res Rev 2 0 0 4 ;
1 0 (3 ):1 6 9 -7 5 .
1 7 . Bos a C. Aten çã o com p a rtilh a d a e id en tifica çã o p recoce d o a u tis m o. Ps icol
Reflex Cr ít 2 0 0 2 ; 1 5 (1 ):7 7 -8 8 .
1 8 . Gom es CGS. Au tis m o e en s in o d e h a b ilid a d es a ca d êm ica s : Ad içã o e s u b -
tra çã o. Rev Bra s Ed u c Es p 2 0 0 7 ; 1 3 (3 ):3 4 5 -6 4 .
1 9 . Ca m a rgo SPH, Bos a CA. Com p etên cia s ocia l, in clu s ã o es cola r e a u tis m o:
Revis ã o crítica d a litera tu ra . Ps icol Soc 2 0 0 9 ; 2 (1 ):6 5 -7 4 .
2 0 . Gom es CGS, Men d es E G. Es cola r iza çã o in clu s iva d e a lu n os com a u tis m o
n a Red e Mu n icip a l d e En s in o d e Belo Hor izon te. Rev Bra s Ed u c Es p 2 0 1 0 ;
1 6 (3 ):3 7 5 -9 6 .
2 1 . Syriop ou lou -Delli CK, Ca s s im os DC, Tr ip s ia n is GI, Polych ron op ou lou SA.
Tea ch ers ’ p ercep tion s rega rd in g th e m a n a gem en t of ch ild ren with a u tis m
s p ectru m d is ord ers . J Au tis m Dev Dis ord 2 0 1 2 ; 4 2 (5 ):7 5 5 -6 8 .
2 2 . Lova a s OI, Sch reib m a n L, Koegel R, Reh m R. Selective res p on d in g b y
a u tis tic ch ild ren to m u ltip le s en s ory in p u t. J Ab n orm Ps ych ol 1 9 7 1 ;
7 7 (3 ):2 1 1 -2 2 1 .
2 3 . Lova a s OI. Beh a viora l trea tm en t a n d n orm a l ed u ca tion a l a n d in tellectu a l
fu n ction in g in you n g a u tis tic ch ild ren . J Con s u lt Clin Ps ych ol 1 9 8 7 ; 5 5 (1 ):3 -
9.
2 4 . Lova a s I. Th e d evelop m en t of a trea tm en t-res ea rch p roject for d evelop -
m en ta lly d is a b led a n d a u tis tic ch ild ren . J Ap p l Beh a v An a l 1 9 9 3 ; 2 6 (4 ):6 1 7 -
30.
2 5 . Ba ga iolo L, Gu ilh a rd i C, Rom a n o C. An á lis e Ap lica d a d o Com p orta m en to.
In : Sch wa rtzm a n J S, Ara ú jo CA. Tra n s torn os d o E s p ectro d o Au tis m o. Sã o
Pa u lo: Mem n on ; 2 0 1 1 .
2 6 . Ma rtin G, Pea r J . Mod ifica çã o d o com p orta m en to: O qu e fa zer e com o
fa zer. Sã o Pa u lo: Roca ; 2 0 0 9 .
2 7 . Lea r K. Help u s lea rn : A s elf-p a ced tra in in g p rogra m for ABA. Pa rt I:
Tra in in g m a n u a l. 2 . ed . Tor on to: Pu b lis h er K. Lea r; 2 0 0 4 .
2 8 . Win n er MG. Th in k in g a b ou t you , th in k in g a b ou t m e. 2 . ed . Lon d on /
New Yor k : J es s ica Kin gs ley Pu b lis h er s ; 2 0 0 7 .
52