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Introdução
Esta pesquisa surge na disciplina de Historia da 12ª classe sob orientação do professor para os
fins avaliativos. Versa sobre os prazos, onde focalizei as suas dificuldades que tiveram, a sua
organização administrativa, ideologia e por fim as decadências.
Para elaboração deste trabalho recorri as consultas bibliográficas de alguns livros físicos e
eletrónicos disponíveis na internet, os quais encontra-se bem referenciadas na parte da
bibliografia do mesmo trabalho
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Os Prazos da Coroa
A penetração político-militar e económica dos portugueses no estado de Mwenemutapa, deu
origem a uma nova constituição- OS PRAZOS.
Portanto, os prazos eram pequenas unidades politicas, estruturadas dentro do império de
Mwenemutapa por mercadores de origem portuguesa e indiana. as terras onde foram erguidas
essas pequenas unidades tiveram essencialmente três origens : eram terras doadas pelos chefes
africanos ao governo portugues; terras conquistadas aos chefes por exércitos de mercadores
ricos; terras compradas aos chefes africanos por mercadores.
O governo luso, ao instituir o sistema de prazos, pretendia acelerar a colonização de
Moçambique, com o incremento do povoamento branco.
A obrigatoriedade da renovação da concessão de três em três gerações e da transferência por via
femininas em caso de morte dos titulares, enquadravam-se na perspectiva de atrair para
Mocambique,mulheres portuguesas, para não se pôr em causa a continuidade da raça branca,
com os inevitáveis casamentos de homens brancos com mulheres negras.
Mas durante a instalação dos prazos, surgiram imensas dificuldades:
 A maioria dos prazeiros eram criminosos, opositores políticos do regime e desertores do
exército que cumpriam penas de degredo em Moçambique. Eram indivíduos que não se
identificavam com interesses da coroa e por isso, extremamente limitados para agirem
como agentes executores da vontade do governo de Lisboa;
 A inferioridade numérica e o isolamento a que os prazos estavam voltados, não
permitiam a promoção de acções que pudessem influenciar culturalmente os africanos;
 A autoridade portuguesa estabelecida principalmente na costa era importante para exigir
aos prazeiros a observância das leis ditadas por Lisboa;
 A maioria das terras dos prazos haviam sido obtidas sem a concorrência do governo
portugues;
 O poder militar crescente dos prazos reduzia a capacidade de pressão do governo sobre
eles; e
 A autonomia dos prazeiros em relação a autoridade portuguesa era quase absoluta.
Assim, com o tempo, o sistema de prazos em vez de funcionar a favor dos interesses da coroa
portuguesa passou a funcionar em beneficio dos prazeiros, que se preocupavam cada vez mais
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em aumentar os seus bens pessoais, a conquistar e controlar o maior número de terras, a


aumentar o seu poder político e militar, garantindo a sua sobrevivência.
Do ponto de vista da organização administrativa, os prazeiros gozavam de uma independência
quase total:
 Fixavam os impostos (mussoco, tributo em géneros) a serem pagos pela população
camponesa residente dentro dos prazos e seus arredores;
 Condenavam a morte por enforcamento, chicotadas, palmatoadas a todos que se
recusassem a acatar as suas leis;
 Tinham sua própria força militar, formada principalmente por escravos (achicundas) e
mais tarde por mercenários.
No aspecto económico, a vida do prazeiro era baseada na pilhagem feita durante as incursões
armadas; na venda de peles, de ouro e de marfim e no comércio de escravos (mais tarde).
Dentro dos prazos, os escravos encontravam-se divididos em dois grandes grupos com
funções distintas:
1. Exército (a-Chicunda); garantiam a defesa dos prazos, a organização de operações de caça de
elefantes e de escravos; cobrança de impostos, etc.
2. Domésticos: produção de alimentos, mineração do ouro e a prática de uma indústria ligeira
(barqueiros, pescadores, carpinteiros, etc).
O governo português na tentativa de disciplinar e exercer um certo controlo sobre a actividade
dos prazeiros, fez publicar leis que visavam a introdução de reformas no sistema. Em 1667, foi
publicada a primeira reforma, mas os seus resultados foram praticamente nulos. Os prazeiros
continuavam a não respeitar a coroa portuguesa e continuavam também a administrar os prazos a
seu bel-prazer e em muitos casos, levantando barreiras à presença das autoridades
administrativas portuguesas.
Em 1760, foi publicada a segunda reforma que, entre vários aspectos, especificava o seguinte:
 Que os prazos não deviam ter mais três ou quatro léguas quadradas. A sua superfície não
deveria exceder uma légua quadrada, no caso de ser atravessado por um rio ou possuir m
terreno mineiro;
 Que os prazeiros deveriam permitir a fixação de outros europeus dentro dos seus terrenos,
o que tinham negado até então;
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 Que os prazos a partir de então só deveriam ser autorizados pelo Governo de Lisboa,
depois de um período experimental de quatro anos; e
 Que os prazeiros deveriam contribuir na construção de estradas e travessias de pontes em
tempos de seca e contribuir também em homens armamentos para as expedições.
Apesar da exigencia desta legislação, os prazeiros rejeitavam as reivindicações portuguesas
quanto às suas terras e não se preocupavam em obter aforamentos.
Caracterizando a instabilidade reinante, um cronista contemporâneo escreveu que: “num grupo
de vinte prazeiros, cada um tem dezanove inimigos, no entanto, todos são inimigos do
governador”.
A nível ideológico os prazeiros aproveitaram quase integralmente o aparato ideológico nativo. A
utilização do muávi, o culto aos espíritos, a inovação das chuvas, etc. eram mecanismos que
garantiam a reprodução das relações de produção então existentes.
A decadência dos Prazos
O declínio dos sistemas de prazos, na primeira metade do século XIX, foi motivado pelas
seguintes causas:
 A competição entre os prazeiros e entre este e os povos vizinhos;
 A ausência de uma força militar e administrativa portuguesa eficiente;
 As secas e a fome;
 O desenvolvimento do tráfico de escravos que chegou a obrigar alguns prazeiros a
sacrificarem camponeses residentes nos seus domínios e os achicundas, seu braço
armado;
 As invasões nguni que começaram em 1832 e duraram mais de vinte anos. Por volta de
1840 Sochangane tinha ocupado vinte e oito dos quarenta e seis prazos existentes que
foram incorporados no grande Império de Gaza.
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Conclusão
O fim do trabalho que fala sobre os prazos conclui que os prazos foi um a penetração político-
militar e económica dos portugueses no estado de Mwenemutapa, na qual o seu desaparecimento
resultou em competição entre os prazeiros e entre os povos vizinhos; da ausência de uma força
militar e administrativa portuguesa eficiente; para além das secas e a fome; e também o
desenvolvimento do tráfico de escravos que chegava a obrigar alguns prazeiros a sacrificarem
camponeses residentes nos seus domínios e os achicundas, seu braço armado.
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Bibliografia consultado
http:// www.stop.co.mz/mocambique/historia6.php consultado em 22/05/18
PEREIRA, José Luís, Manual de História 12ª classe (edição revista e aumentada). Colégio
Kitabo. Maputo. 2005

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