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Introdução..........................................................................................................................2
Os prazos da Coroa............................................................................................................3
A origem............................................................................................................................3
A organização político-administrativa...............................................................................5
A organização socioeconómica.........................................................................................6
A ideologia.........................................................................................................................7
Conclusão..........................................................................................................................8
Bibliografia........................................................................................................................9
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Introdução
No presente trabalho abordaremos sobre os prazos da coroa então um dos objectivo
central da Coroa portuguesa era acelerar a colonização de Moçambique, com o
incremento do povoamento branco. Falaremos também da sua estruturação e
organização.
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Os prazos da Coroa
A penetração político-militar e económica dos Portugueses no Estado do Mwenemutapa
deu origem a uma nova instituição - os prazos, que se desenvolveram ao longo do vale
do Zambeze, entre Quelimane e o Zumbo.
A partir do século XVII, por forma a tentar a ocupação efectiva dos territórios
ultramarinos, Portugal adoptou o sistema dos prazos. Através deste sistema, em troca de
um foro, isto é, uma renda a favor da Coroa portuguesa, era dado ao administrador uma
extensão de terra, incluindo as populações que a habitavam, durante três gerações. Em
troca, o administrador devia dotar essa extensão territorial de uma guarnição armada, a
qual deveria defender militarmente a colónia, além de assegurar o funcionamento dos
postos administrativos. Era também obrigação do administrador manter as vias
terrestres abertas, além de cobrar impostos a favor da Coroa portuguesa.
A administração do prazo era transmitida aos descendentes, mas deveria ser seguida a
linha de sucessão matrilinear. Isto é, seria a mulher a garantir a sucessão, mas havia
condições: a mulher tinha de descender de portugueses europeus (isto é, que não
tivessem nascido nos territórios coloniais) e, além disso, teriam de casar com
portugueses igualmente europeus.
A origem
Existem atualmente opiniões diferentes sobre a origem desta instituição, apontando-a
como sendo:
b) de origem portuguesa, com ou sem influência da Índia (tese defendida por Lobato
E Papagno);
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Sem pretender discutir as diversas teorias, podemos aceitar que:
Um, preexistente na sociedade shona, com dois níveis, o dos camponeses das mushas,
vivendo num regime de relativa autarcia, e o da aristocracia dominante, formada pelos
mambos e fumos; o outro, que se sobrepôs ao primeiro, era formado pelos prazeiros, a
elite dominante, e por exércitos de guerreiros cativos - os A-Chicundas. Por outras
palavras: os prazeiros mantiveram o sistema social anterior, mas determinaram-no com
dois níveis estranhos à sociedade original.
Observa o esquema:
Prazeiro
A-Chifunda
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portuguesas, para não se pôr em causa a continuidade da raça branca, com os inevitáveis
casamentos de homens brancos com mulheres negras.
A organização político-administrativa
Os prazeiros gozavam de uma independência quase total:
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Tinham a sua própria força militar, formada sobretudo por escravos e
mercenários.
A organização socioeconómica
No aspecto económico, a vida do prazeiro era baseada na pilhagem feita durante as
incursões armadas, na venda de peles, de ouro e de marfim e no comércio de escravos
(mais tarde). Os escravos encontravam-se divididos em dois grandes grupos com
funções distintas:
•em 1667 foi publicada a primeira reforma, com efeitos quase nulos. Os prazeiros
continuavam a não respeitar a Coroa portuguesa e a administrar os prazos a seu bel-
prazer, em muitos casos levantando barreiras à presença das autoridades
administrativas.
a) que os prazos não deveriam ter mais do que três ou quatro léguas quadradas
b) que os prazos, a partir de então, só deveriam ser atorreados pelo governo de Lisboa,
depois de um período experimental de quatro anos
c) que os prazeiros deveriam contribuir para a manutenção dos fortes, para a construção
de estradas e travessias de pontes em tempos de seca e também em homens e
armamento para as expedições.
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grupo de vinte prazeiros, cada um tem dezanove inimigos; no entanto, todos são
inimigos do governador.
A ideologia
Os prazeiros aproveitaram, quase integralmente, o aparato ideológico nativo. A
utilização do muavi, o culto dos espiritos, a invocação das chuvas, etc., eram
mecanismos que garantiam a reprodução das relações de produção então existentes. Os
prazeiros africanizaram-se. Tal como sucedia quando morria um mambo, também a
morte de um prazeiro provocava um período de desordem generalizado - os choriro
(«que rema no fundos), que se tornaram uma válvula de escape para as tensões sociais.
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A fixação de mercadores portugueses na costa moçambicana a partir de 1505 e a
ocupação de Sofala, introduzindo profundas transformações na estrutura
sociopolítica e económica da sociedade shona;
Os conflitos Inter dinásticos;
A intervenção dos Portugueses nos assuntos internos do Estado;
Desenvolvimento dos prazos no vale do Zambeze;
Conclusão
Concluímos que a penetração político-militar e económica dos Portugueses no Estado
do Mwenemutapa deu origem a uma nova instituição - os prazos, que se desenvolveram
ao longo do vale do Zambeze, entre Quelimane e o Zumbo.
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Bibliografia
Os estudos de Moçambique e a penetração mercantil estrangeira.
http://unesdoc.unesco.org/images/0019/001902/190255por.pdf