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Civilização Romana

Parte I

A formação de Roma:
Monarquia
Pequenos núcleos às margens do rio
Tibre

A região onde surgiu a cidade de Roma era


habitada pelos latinos desde o séc. X a.C.

Segundo a tradição,
Roma teria sido fundada
em 753 a.C., formada de
várias aldeias latinas que
se uniram para se
defenderem dos sabinos,
outro povo da região.
A influência dos etruscos
Por volta do ano 600 a.C., os etruscos (um povo
vindo do norte) chegaram em Roma para aumentar
as rotas de comércio.

Como comerciantes e artesãos, eles


acabaram se estabelecendo na
cidade, ligando-se às famílias
ricas por casamentos ou prestações
de serviços.

Muitos costumes sociais e religiosos dos romanos foram


influenciados pelos etruscos. A própria cidade
cresceu muito por causa do comércio trazido por eles.
A organização social
Patrícios: Pertenciam às famílias da aristocracia
que se consideravam descendentes dos
fundadores de Roma. Eram ricos, participavam do
exército e detinham o direito político.

Plebeus: eram os pobres (agricultores ou


artesãos) que trabalhavam em troca de salário
para os Patrícios. Não podiam participar do
governo da cidade, mesmo quando enriqueciam.

Clientes: Formado por pobres, escravos libertos,


estrangeiros e filhos ilegítimos que dependiam da
proteção de um Patrício. Faziam parte da família do
Patrício, mas não tinham direitos ou prestígios.
A organização política
Nos primeiros tempos, Roma era uma monarquia,
governada por reis etruscos em seus últimos anos.

Durante o período da Monarquia, o rei


era eleito pelo Senado (formado pelos
Patrícios de Roma).
No entanto, cabia à Comitia Curiata
(ou comícios curiais, grupo formado de
guerreiros até 45 anos) aceitar ou não
o rei eleito pelos patrícios do Senado.
Os reis podiam declarar guerra, administrar a justiça e
presidir os rituais religiosos, mas não tinha poder
ilimitado: dependiam sempre da opinião do Senado.
O fim da monarquia etrusca
No final do séc. VI a.C., os reis etruscos enfrentaram
vários problemas:
•Entraram em guerra ao sul com os cartagineses e ao
norte com os gauleses;
• Durante o domínio etrusco, os Patrícios se
fortaleceram mais ainda e os Plebeus tornaram-se mais
pobres, alguns deles tornando-se escravos.
• A crescente presença de plebeus no exército, motivou
os soldados a exigir maior participação política,
formando assim a assembleia dos Comícios por
Centurias, que se tornou mais importante que a
assembleia dos Comícios Curiais.
O fim da dominação etrusca
Enfraquecidos com as guerras e enfrentando a
oposição dos Patrícios, os etruscos acabaram
sendo expulsos de Roma em 509 a.C.

Este fato marcou o


início da República
Romana, um novo
momento na história
da civilização Romana.
Parte II

A República Romana
Nova ordem política

Com a queda dos reis etruscos, o governo de Roma


passou a ser uma “res publica” ou “coisa pública”.

Na prática, o governo era formado por três figuras:

1) Os Cônsules e seus auxiliares (magistrados);


2) O Senado;
3) As três Assembleias: tribos, centúrias e plebe.
1) Os Cônsules e seus magistrados

Os antigos reis foram substituídos por dois


Cônsules, escolhidos pelos patrícios do Senado.

Eleitos para o mandato de 1 ano,


os Cônsules eram auxiliados por
outros magistrados, pelo
Senado e pelas Assembleias.

Eram responsáveis pelo comando


dos exércitos em tempos de
guerra, além de presidir o Senado
e os comícios.
1) Os Cônsules e seus magistrados
Cônsules: eram os
Pretores: responsáveis presidentes do Senado
pela justiça

Édis: tomavam
conta dos
serviços públicos

Censores: faziam a
contagem da popu-
lação, controlavam a
Questores: conduta do cidadão
tomavam conta e supervisionavam
do tesouro público as despesas públicas
2) O Senado

O Senado era formado pelos patrícios ricos e nobres,


com a função de escolher os Cônsules e fazer as leis.
3) As Assembleias
Na República Romana, havia três tipos de assembleias:

Assembleia por tribos: os cidadãos eram divididos


pelo local de origem ou de residência.

Assembleia por centúrias: divisão dos cidadãos de


acordo com a riqueza e a participação no exército.

Assembleia da plebe: formada apenas por plebeus.


Eles podiam eleger os magistrados, mas não podiam ser
candidatos. Desta forma, apenas os patrícios se
revezavam no poder e os plebeus ficavam excluídos.
Essa situação gerou descontentamento entre os plebeus
Diferenças entre patrícios e plebeus

Patrícios e plebeus participavam da política pública de


Roma, mas de maneiras diferentes.

O voto nas Assembleias por Centúrias


era censitário: ou seja, de acordo com
a posição econômica na lista (censo)
dos cidadãos.
Assim, quanto mais rico fosse um
cidadão, mais seu voto valia nas
Assembleias por Centúrias.

Isso tirava o peso dos votos do plebeus e fazia com os


patrícios controlassem a eleição dos magistrados.
Lutas dos plebeus
Tanto os plebeus ricos como os pobres estavam
descontentes com suas situações:

Plebeus ricos: estavam descontentes


porque não tinham acesso aos cargos de
magistraturas e por serem proibidos de se
casarem com patrícios.

Plebeus pobres: quando voltavam da


guerra, eram obrigados a fazer empréstimos
para retomar as suas pequenas colheitas,
usando as propriedades como garantia.
Quem não conseguisse pagar suas dívidas e
resgatar sua hipoteca, tornava-se escravo.
Lutas dos plebeus
Os plebeus começaram a se rebelar contra essa
situação de desigualdade.

As revoltas
possibilitaram inúmeras
conquistas, como o
estabelecimento de leis
escritas que atendiam
às necessidades dos
plebeus.
Tribuno da Plebe: órgão político
que defendia os direitos dos plebeus.
A conquista dos plebeus

Plebeus deixam
Roma em direção
ao monte sagrado.
A conquista dos plebeus

Criação do “Tribuno
da Plebe”: órgão
político em que o
representante dos
plebeus defendiam seus
direitos. Podia vetar a
provação das leis
contrárias à plebe.
A conquista dos plebeus

Lei das Doze


Tábuas: primeiras
leis escritas,
registradas em 12
tábuas que ficavam
expostas no Fórum,
ao qual todos tinham
acesso.
A conquista dos plebeus

Lei Canuléia:
estabeleceu a
igualdade civil, que
permitiu o
casamento entre
patrícios e plebeus.
A conquista dos plebeus

Lei Licínia-Sêxtia:
determinava,
durante a República,
que deveria ser
eleito um cônsul
plebeu e outro
patrício.
A conquista dos plebeus

Lei Poetelia:
abolição da
escravidão por
dívida.
A conquista dos plebeus

Lei Olgúnia:
determinava a
igualdade religiosa
de que os plebeus
precisavam para
ocupar determinados
cargos religiosos.
A formação de um novo grupo
social
Ao longo de quase 200 anos de luta entre plebeus e
patrícios, a sociedade romana transformou-se,
aumentando a participação política.
Porém, os escravos ainda continuavam fora das
decisões políticas, pois não eram cidadãos.

Além do que, quem mais levou vantagem nessas


conquistas foram os plebeus ricos: com a entrada
dos plebeus ricos no Senado e seu acesso às
magistraturas, ocorreu a formação de uma nova
aristocracia, chamada de Nobilitas.
O controle da Península Itálica

No séc. IV a.C. Roma


controlava apenas o
centro da Península
Itálica.

No entanto, a partir do
séc. III a.C., Roma
passou a ter controle
de quase toda a
Península.
Parte III

As guerras de conquista
A expansão pelo Mediterrâneo
O domínio da Península Itálica ainda no séc. III a.C.
fez de Roma uma potência.

Assim, na disputa de rotas comerciais e terras, não


tardou para que Roma entrasse em conflito com
outras potências do Mediterrâneo.

Os conflitos mais
intensos ocorreram
entre Roma e
Cartago, dando
origem às conhecidas
Guerras Púnicas.
A expansão pelo Mediterrâneo
Com a vitória de Roma sobre Cartago, os romanos
passaram a controlar grande parte do Mediterrâneo.
Nova cidade
As guerras e as conquistas de Roma possibilitaram a
formação de um novo grupo social: os Cavaleiros.

Eram assim chamados porque


sua fortuna pessoal permitia que
eles servissem a Cavalaria
durante a guerra.

A fortuna desse novo grupo


social provinha da cobrança de
impostos e do comércio nas
áreas conquistadas, além do
exercícios de cargos públicos.
Escravidão em Roma
Com a expansão romana, a mão de obra escrava
também aumentou, já que os prisioneiros de
guerra eram transformados em escravos.

Os escravos podiam ser


prisioneiros de guerra, filhos de
escravos ou até mesmo homens
livres que se vendiam para um
senhor.

O escravo era considerado um


dos bens do seu senhor: podia
ser vendido, alugado ou morto. Os gladiadores
eram escravos
Parte IV

O Império Romano
O Prestígio dos militares
Com as constantes guerras de conquista, cada vez
mais longas e distantes de Roma, tornou-se
necessário reorganizar o exército romano.

Antes, o exército romano não era permanente,


mas formado por cidadãos que se revezavam:

• uma cavalaria, formada por


indivíduos ricos;
• uma infantaria, formada
pelos camponeses que
guerreavam apenas no verão.
O Prestígio dos militares
A partir das reformas de 111 a.C., Roma passou a ter
um exército fixo: voluntários recebiam salário para
combater.

Esses novos soldados


eram mais ligados
aos seus generais,
pois deles recebiam
terras, escravos e
objetos saqueados.

Nesse cenário, muitos líderes militares que conquistaram


vitórias nas guerras começaram a ganhar prestígio.
Júlio César e a centralização do poder

Júlio César, um dos principais


líderes militares romanos, com
sua grande popularidade,
idealizou o Primeiro
Triunvirato, que se tratava de
um acordo pelo qual César e
outros dois generais (Pompeu
e Crasso) comprometeram-se
a se auxiliar mutuamente para
monopolizar o poder em Roma
e nos territórios conquistados.
Júlio César e a centralização do poder

Com a morte do general


Crasso, o 1º Triunvirato
chegou ao fim.

A disputa pelo poder transformou-se numa


verdadeira guerra civil de César contra Pompeu,
que foi derrotado. Após a derrota, fugiu e foi morto
no Egito.
Júlio César e a centralização do poder

Com a vitória, César passou a ser considerado um


ditador pelo Senado.

Apesar da popularidade,
em 44 a.C., César foi
assassinado numa
conspiração dos
próprios senadores, que
temiam o retorno da
antiga monarquia
através de César.
Otávio inicia o Império
Após a morte de César, formou-se o Segundo
Triunvirato, composto pelos generais Otávio, Marco
Antônio e Lépido, todos seguidores de César.

Depois de uma batalha


sangrenta, as tropas de
Otávio venceram as de
Marco Antônio.

Esse acontecimento
marcou o fim a República
e início do Império
Batalha de Actium e fim da República
Romano. Romana
Otávio inicia o Império
No regime implantado por Otávio, o
Senado perdeu grande parte de
seu poder.

Em 27 a.C. Otávio foi proclamado


imperador e recebeu do Senado
autoridade máxima sobre o
governo de Roma.

Consolidou-se como comandante


dos exércitos e recebeu o título de
“Augusto” que dava caráter
sagrado à sua figura.

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