Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Brusque
2005
1
INTRODUÇÃO
É evidente que o contexto social atual passa por uma crise séria de valores
em todas as suas instâncias. Nestas últimas três décadas, a sociedade
contemporânea sofreu inúmeras mudanças. Dentre tantas, a economia e a política
inculcaram uma marca instrumental e estratégica profunda na sociedade, deixando
de se basear essencialmente no diálogo político, para fundamentarem-se na rápida
circulação do dinheiro e na corrida pelo poder. Em Direito e Democracia, Habermas
reafirma o critério de uma sociedade construída não somente sob as bases do
entendimento:
1
Mais informações sobre a conceituação do setor privado e público no processo de formação da
esfera pública burguesa, cf. HABERMAS, 2003c, p. 45-46.
4
Enfim, a conclusão não pode ser outra senão aquela que Habermas
apresenta ainda na obra citada, isto é, “na passagem do público que pensa a cultura
para o público que consome a cultura” (HABERMAS, 2003c, p. 207), que não só
modificou a esfera pública burguesa dos séculos XIX e XX, mas que também dita o
ritmo e as formas de socialização da esfera pública atual, amplamente baseada na
ideologia consumista e hedonista.
Logo, dentro deste contexto de mudança apresentado, observou-se com
razão um aspecto interessante: com a transformação dos interesses da esfera
pública, ao mesmo tempo, também foi se diluindo o ‘humano’ (como categoria
axiológica) e favorecendo uma extrema reviravolta nos valores antropológicos: o ser,
ou seja, a essência humana, se assim é possível dizer, passou a ser condicionada
pelo ter. Isso leva a crer, em outras palavras, como afirma Erich Fromm, que o
homem contemporâneo é a partir do patrimônio econômico e do status social que
ele ‘tem’:
6
Esta reviravolta fez com que o transitório ganhasse força e tomasse o lugar
do essencial; que os valores periféricos tomassem o lugar daqueles valores centrais.
Não é por acaso que Ortega y Gasset (1963, p. 21-22) chega a afirmar que “o
homem é aquele animal para o qual o supérfluo é necessário”.
Neste horizonte de reflexão situam-se as teorias de Jean Baudrillard acerca
da lógica do signo e da propagando do consumo. Para entender a lógica do
consumo é preciso primeiramente entender a lógica do símbolo. Segundo
Baudrillard, a pessoa está tão submergida no universo do símbolo, que ela não
sente mais o real; tudo o que ela percebe é signo. Em outras palavras, trata-se do
desaparecimento dos modos de percepção de um real transformado puramente em
simbólico, formando o que o autor chama de hiper-realidade: “a simulação não é a
de um território, de um ser referencial, de uma substância. Ela é a geração pelos
modelos de um real sem origem, nem realidade: hiper-real” (Baudrillard apud MELO,
1988, p. 68).
Desta maneira, seu objetivo foi demonstrar como as coisas passaram do
paradigma da representação para o paradigma da total simulação do signo. Para
isso, Baudrillard fala em três ordens do simulacro, isto é, da realidade transformada
em símbolo: a primeira ordem do simulacro, representado pelo horizonte clássico até
a Revolução Industrial, é a da contrafação, isto é, da pura cópia ou falsificação; a
segunda ordem, representado pelo advento da era industrial, é a da produção de
coisas; já a terceira e mais acabada ordem é a da simulação da era pós-industrial,
cuja finalidade é absorver a distância existente entre o real e o imaginário (MELO,
1988, p. 33-34).
Logo, nesta lógica simbólica, para Baudrillard, o ‘ser’ não chega nem a ser
substituído pelo ‘ter’, mas pelo ‘simular’ ou ‘significar’: “dissimular é fingir não ter
7
aquilo que se tem. Simular é fingir ter aquilo que não se tem” (Baudrillard apud
MELO, 1988, p. 59). Ou seja, para Baudrillard, tudo passou a ser absorvido pelo
hiper-real. O que isso quer dizer? Que as ficções se tornaram mais importantes que
a própria realidade, constituindo assim um sistema em que o virtual é capaz de
envolver e interferir no real com sua simulação e significação: “o real que se tornou
nossa verdadeira utopia – mas uma utopia que não é mais da ordem do possível,
uma utopia com a qual só podemos sonhar enquanto objeto perdido” (Baudrillard
apud MELO, 1988, p. 34). É justamente este sistema que governa o consumo: as
pessoas consomem não em vista do que a coisa ‘é’, mas pelo que ela representa ou
significa: “no modo específico do consumo, já não existe transcendência, nem
sequer a transcendência feiticista [fetichista] da mercadoria; reina apenas a
imanência à ordem dos signos” (BAUDRILLARD, 1995, p. 206).
Essa idéia do símbolo e do hiper-real, radicalizada em Baudrillard, com
razão, deu força e justificação para o marketing e para a propaganda do consumo na
sociedade atual. Com finalidade específica para o consumo, a propaganda cria uma
mentalidade do uso, uma simulação, estabelecendo necessidades que impelem o
indivíduo a comprar cada vez mais: “a nossa sociedade pensa-se e fala-se como
sociedade de consumo. Pelo menos, na medida em que consome, consome-se
enquanto sociedade de consumo em idéia. A publicidade é o hino triunfal desta
idéia” (BAUDRILLARD, 1995, p. 208). Assim, são constituídos os mecanismos de
manipulação dos desejos e das vontades através da propaganda do consumo de
coisas, que segundo Baudrillard, só se tornou possível devido à substituição das
pessoas, realizada pelo indivíduo consumidor, pela alucinada e exagerada
aproximação com a imagem da coisa ou objeto de consumo. Esta é a idéia inicial da
obra A Sociedade do Consumo:
Tudo foi reassumido por esta lógica, não apenas no sentido de que
todas as funções, todas as necessidades se encontram objectivadas
e manipuladas em termos de lucro, mas ainda no sentido mais
profundo de que tudo é espectacularizado, quer dizer, evocado,
provocado, orquestrado em imagens, em signos, em modelos
consumíveis (BAUDRILLARD, 1995, p. 205).
2
Uma página adiante, Baudrillard fará outro semelhante paralelo da lógica do consumo com a ficção
literária de Adelbert Von Chamisso: Peter Schlemihl, o Homem que Perdeu a sua Sombra. As
conclusões sobre as duas histórias se complementam.
10
sujeito que, ao mesmo tempo em que não consegue ser mais aquilo que era, ou
seja, ter aquela identidade “que acaba de ser negada, destruída, invalidada ‘por
outrem’” (DUBAR, 2009, p. 198), também não consegue ser nada de diferente. Logo,
vive-se apenas um amargo presente de pura miséria devido a um passado roubado
e de futuro fracassado: “um vazio, aquele em que, literalmente, ‘o eu não é mais
nada’. É nesse entre-dois que o sujeito corre o risco de uma queda, de uma
depressão, um suicídio, uma crise aguda” (DUBAR, 2009, p. 203)
Todavia, para Dubar, as crises não são essencialmente negativas. Logo, o
que o autor tenta provar, na realidade, é “esclarecer o significado da expressão
‘construção da identidade pessoal’, e a defender a tese de que as crises estão no
cerne dessa construção, sempre frágil e inacabada” (D UBAR, 2009, p. 192). Assim, a
crise, para Dubar, é pressuposto para a construção da identidade pessoal, pois
“nada seria mais inquietante que um sujeito que não atravessa crise alguma”
(DUBAR, 2009, p. 254). O interesse pela crise é analisar se o sujeito será capaz ou
não de superá-la através de um vínculo societário maduro e flexível. Em suas
últimas palavras do livro, o autor não teme em afirmar que é “a crise que revela o
sujeito a si mesmo, obriga-o a refletir, a mudar, a lutar para ‘libertar-se’ e se inventar
a si mesmo, com os outros. A identidade pessoal não se constrói de outra forma”
(DUBAR, 2009, p. 255)
Posição singular com relação aspecto hedonista do consumo da sociedade,
principalmente no que concerne aos valores que perpassam as relações humanas, é
a realizada por Zygmunt Bauman. Segundo o autor, a idéia de consumo já
ultrapassou o limite do útil, ou seja, não se compra mais com o objetivo de adquirir
determinadas coisas, mas pelo simples fato de comprar, mesmo em situações no
qual os bens comprados não são necessários. Em outras palavras, o que marca um
consumidor não é tanto o volume de suas compras, mas a rotatividade de seus bens
comprados. Aqueles que ficam presos somente a alguns bens e, por isso, não
possuem capital para a consecução de outros bens, são considerados consumidores
falhos e fracassados, pois não são capazes de participar da ideologia consumista:
A idéia da fluidez nas relações ataca aquilo que deveria ser uma marca
singular do ser humano: sua capacidade de construir projetos em longo prazo. Isso
não só justifica a idéia de consumo que caracteriza a sociedade atual, como também
toda uma cultura do prazer passageiro, da rotatividade de emoções e relações, da
aversão a compromissos duradouros, do relativismo dos valores. Sobre isso escreve
Bauman em sua obra Amor Líquido:
acordo com o exigido, substitui-se por outra. É o que Bauman apresenta em seu
livro como ‘relacionamentos de bolso’: “as relações de bolso, explica Catherine
Jarvie [...], são assim chamadas porque você as guarda no bolso de modo a poder
lançar mão delas quando for preciso” (BAUMAN, 2004, p. 36).
Impactante também é a idéia da virtualidade das relações, que nestes
últimos anos tem aumentado drasticamente. Mais que encontros pessoais,
indivíduos hoje anseiam encontros virtuais. Esta situação traduz não só uma
negação daquilo que o ser humano tem de característico, isto é, sua sociabilidade,
como demonstra uma negativa e radical convicção na idéia de fragmentação e
fluidez:
Com toda certeza, isso só será possível através de uma educação para
cidadania, democracia e diálogo. Neste sentido é significativo um trecho da obra
Concepção Dialética de História de Gramsci: não há transformação desarraigada do
conhecer, do possibilitar e do querer. Primeiramente, só é transformado aquilo que
anteriormente é conhecido. Mas para transformar não basta apenas conhecer; é
preciso, em segundo lugar, também possibilitar, isto é, criar possibilidades reais para
que a transformação aconteça livremente. Porém, somente conhecer e possibilitar
não garante transformação alguma se não houver também o querer como vontade
de um indivíduo ou grupo capaz de possibilitar na prática aquilo que conhece em
vista da exigência da transformação. Confira as palavras do próprio Gramsci (1978,
p. 47):
formal da ética, Menezes (2010, p. 10) o identifica de maneira clara com os atos
humanos6: “podemos afirmar que o objeto formal da Ética é o estudo dos atos
humanos baseados no que há neles de bom ou de mau, ou seja, baseado na sua
moralidade”. No entanto, não se pode deixar de citar também a clássica a definição
de Máynez:
6
Segundo Menezes, não pode confundir os atos humanos, considerados como o objeto formal da
ética, com os atos do homem; portanto, trata-se de duas coisas distintas: “atos humanos são aqueles
realizados com base em uma deliberação racional. Quando uma pessoa realiza atos verdadeiramente
humanos, ela tem consciência do que faz e é responsável pelo que faz” (MENEZES, 2010, p. 10). Já os
atos do homem, “são atos que não são livres, porque são involuntários ou decorrem da falta de
conhecimento. Também pertencem a esta categoria os atos derivados da fisiologia do homem, que
são processos sobre os quais o homem não tem nenhum controle” (MENEZES, 2010, p. 10).
7
“El objeto que la ética, en cuanto disciplina filosófica, se propone definir y explicar, es la moralidad
positiva, o sea, el conjunto de reglas de comportamiento y formas de vida a través de las cuales
tiende el hombre a realizar uno de los valores fundamentales de la existência” (MÁYNEZ, 1944, p. 14).
19
indagação, assim como toda ação e todo propósito visam a algum bem; por isso foi
dito acertadamente que o bem é aquilo que todas as coisas visam” (ARISTÓTELES,
1991, p. 17). Em seguida fez a seguinte pergunta: Mas qual é o mais alto de todos
os bens que podem alcançar pela ação? Não hesitou em responder claramente: “[...]
a felicidade, mais que qualquer outro bem, é tida como [...] bem supremo”
(ARISTÓTELES, 1991, p. 23).
Essa resposta formulada pelo filósofo encontra eco até nossos dias. Tanto o
homem do cotidiano como todos os grandes pensadores estão de acordo que a
finalidade da vida é ser feliz. Identifica-se o bem viver e o bem agir com o ser feliz
(GALLO, 1998, p. 54). Mas há aqui uma intrigante questão: nota Aristóteles que a
pergunta sobre o que é a felicidade não é respondida igualmente por todos. Logo,
cada um responde esta pergunta de uma forma singular. E é justamente pelo fato
desta resposta ser singular e própria ao sujeito, que ela necessita ser partilhada por
outros indivíduos com os quais ele convive: “o homem é naturalmente um animal
político, destinado a viver em sociedade” (ARISTÓTELES, 1995, p. 14). Portanto, no
processo de educação familiar, cultural, social, religiosa e escolar o sujeito aprende
a identificar o ser feliz com os valores que sustentam as suas ações (GALLO, 1998, p.
55).
Outro elemento que Aristóteles utiliza para classificar o ser humano é a
racionalidade, pois ele é o único ser capaz de planejar suas ações, de realizar
escolhas e julgá-las, determinando seu valor. Existe, porém, para a realização de
qualquer ação do homem duas bases fundamentais, a intelectual e a moral: “[...] a
sabedoria, a inteligência e o discernimento, por exemplo, são formas de excelência
intelectual, a liberdade e a moderação, [...] são formas de excelência moral”
(ARISTÓTELES, 1991, p. 33).
Ainda com Aristóteles podem-se identificar três coisas que controlam a ação:
sensação, razão e desejo8. A ação é um movimento deliberativo, isto é, a origem da
ação é a escolha: “A origem da ação [...] é a escolha, e a da escolha é o desejo e o
raciocínio com um fim em vista” (Aristóteles, 1991, p. 126). Os homens diferem dos
animais porque são capazes de realizar escolhas: “com efeito, tanto as crianças
como os animais inferiores participam da ação voluntária, porém não da escolha; e,
8
“A virtude de uma coisa é relativa ao seu funcionamento apropriado. Ora, na alma existem três
coisas que controlam a ação e a verdade: sensação, razão e desejo” (ARISTÓTELES, 1991, p. 124).
20
Mas se realizar escolhas é eleger objetos para o desejo, como saber se tais
escolhas para o desejo não excedem a moralidade de uma ação? Como já dito, o
desejo encontra um objeto, mas é a razão que guia. Assim, por mais diversos que
sejam os objetos de desejo, o critério das escolhas sempre será racional e destinado
a encontrar a virtude do meio termo:
contraposição a uma cultura que impõe a ausência de valor como regra a ser
obedecida, implicando assim numa carência de valores éticos tomados não apenas
como uma mera conseqüência ocasional, mas como ideologia cultuada, pensada e
repensada em vista dos interesses particulares e instrumentais.
Assim, numa sociedade em que diviniza a liberdade pessoal como único bem e
única fonte de valores, a educação ética não deve se cansar de proclamar que a
liberdade desvinculada da criticidade e dos valores éticos se corrompe e acaba
levando a uma explosão de egoísmo pessoal e coletivo que destrói a dignidade
social e humana. Sem o referencial ético e axiológico a vida social acaba caindo nas
armadilhas de um relativismo total. Então, tudo passará a ser convencional,
negociável e parcial.
Como se pôde notar, para fazer com que a metaética infira questões
filosóficas sobre o sentido e o caráter da linguagem ética, ela deve recorrer a
princípios que orientam as escolhas e as decisões. É neste sentido que há a
necessidade de uma Ética Normativa, que tem a função de determinar o modo como
é decidido por um dentre vários princípios, como também a escolha de qual deles é
o mais adequado.
Beauchamp e Childrens (2002, p. 18), identificam a Ética Normativa como
aquele estudo que vida responder alguns questionamentos, como: “quais normas
gerais para a orientação e avaliação da conduta devem ser moralmente aceitas e
por quê razões?”. Para Borges, Dall’Agnol e Dutra (2002, p. 7) também apresentam
a Ética Normativa como aquela reflexão que visa responder perguntas como: “o que
devemos fazer? [...] Qual a melhor forma de viver bem”. Já para Palmer (2002, p.
18), a Ética Normativa serve justamente para tentar estabelecer padrões ou regras
que auxiliem o indivíduo em distinguir ações certas de ações erradas (ou pessoas
boas de pessoas más).
Enfim, como é possível perceber, todas estas definições e esclarecimento
sobre a Ética Normativa possuem um elemento comum: as respostas de todas estas
questões tendem a recorrer à determinação da ação ou da regra correta, ou então, à
25
Palmer (2002, p. 27), a grande crítica ao egoísmo psicológico é que, de fato, não se
trata de uma doutrina ética e sim de uma teoria motivacional do ser humano, pois ela
não sugere normas e atitudes (como é próprio de uma Ética Normativa), mas
apenas informa como os seres humanos são como agem.
b) Egoísmo ético: baseia-se não num egocentrismo injustificado e
psicológico, mas na crença cada coisa boa realizada ao outro deve ser convertida
anteriormente como uma ação benéfica para si mesmo e para servir aos seus
próprios interesses, efetivando com isso, um mundo mais feliz também para si
mesmo. Assim, segundo Palmer (2002, p. 30) as ações morais, como por exemplo,
ser honesto, não roubar, ajudar o próximo etc., não são aceitas porque são boas em
si mesmas, mas por que produzem benefícios para quem as faz. No entanto, o
egoísmo ético enquanto fecha o valor da norma moral apenas para o benefício
próprio, acaba criando sérias contradições. É Palmer que mais uma vez faz as
seguintes críticas:
Uma crítica importante é que ele tem uma contradição interna: alegar
que todos os homens e mulheres devem cuidar de si mesmos se o
resultado disso for eu não cuidar de mim mesmo. Por exemplo,
suponhamos que Jonas e eu temos uma determinada doença e que
iremos morrer se não recebermos uma vacina específica, da qual só
há uma disponível. Se sou egoísta ético, preciso não só tentar
conseguir a vacina exclusivamente para mim, mas também se me
perguntarem, recomendar que Jonas faça o mesmo: em outras
palavras, preciso recomendar que Jonas sirva a seus interesses, não
os meus. Se faço isso, porém, contradigo o princípio básico do
egoísmo ético, já que claramente eu não serviria aos meus melhores
interesses ao dar esse conselho a Jonas [...]. Chegamos a uma
situação peculiar, na qual meus interesses como egoísta ético serão
melhor servidos se eu proclamar que o egoísmo ético é uma falsa
doutrina (PALMER, 2002, p. 31).
escolher aquela alternativa que, no seu conjunto, consiga trazer o melhor e o maior
bem para todos os envolvidos. Os defensores mais conhecidos da teoria utilitarista
são Jeremy Bentham e Stuart Mill. Para tanto, torna-se necessário fazer algumas
referências sobre cada um destes autores.
c1) Jeremy Bentham: em oposição ao Direito Natural, Bentham entende
que a felicidade geral é alcançada pelo cálculo hedonístico. Com isso, desenvolve
uma teoria da utilidade da ação, comprovável na experiência. Suas idéias principais
podem então ser pensadas a partir do prazer e da dor:
Com isso, Mill expande mais claramente a questão da utilidade para fins
coletivos: o útil não pode ser tomado no sentido egoísta, não pode ser percebido
como o que seja benéfico e útil apenas para atender aos interesses individuais. Se
levar em consideração única e exclusivamente o bem individual, pessoal, o indivíduo
é então levado a uma posição egoísta. Porém, por outro lado, se o indivíduo pratica
ações que levem, sempre, em consideração o bem dos outros, sem abrir mão do
seu próprio bem, então, estará agindo moralmente do ponto de vista do utilitarismo.
Assim, o que é útil para um indivíduo, mas não o é igualmente para a sociedade ou,
pelo menos, para algumas pessoas, não é, realmente, bom e útil. Veja como Mill se
pronuncia a este respeito:
Logo, pelo fato de ser a posteriori, é evidente que, para Kant, nenhuma
experiência empírica pode ser capaz de oferecer uma lei como princípio a priori de
moralidade. Mas somente uma razão puramente formal não daria conta de ser um
princípio universal para toda e qualquer ação contingente. Desta maneira, para sair
31
deste problema, Kant propõe que a razão seja ao mesmo tempo pura e prática: a
razão é pura porque consegue determinar a priori a universalidade e a necessidade
das ações, porém, também é prática porque determina a vontade a conformar tal
princípio como regra geral para todos os casos particulares e contingentes:
isso, segundo Kant, fica claro a heteronomia da vontade como origem de todos os
princípios ilegítimos da Moralidade, pois a lei que a determina não está baseada
com um fim em si mesma, mas como meio para o alcance de um propósito da
vontade. Tal princípio está organizado no Reino dos Meios (KANT, 2007, p. 75).
Por isso, a heteronomia da vontade é o oposto do imperativo categórico,
que, em sua universalidade, confere dignidade ao ser racional, permitindo que o
princípio supremo da moralidade tenha forma e determinação em si mesmo: “mas
um ser racional pertence ao reino dos fins como seu membro quando é nele em
verdade legislador universal, estando porém também submetido a estas leis.
Pertence-me como chefe quando, como legislador, não está submetido à vontade de
um outro” (KANT, 2007, p. 76).
2.2.3 Ética Aplicada e sua função ético-descritiva dos setores das práticas
sociais e profissionais
também chamada, segundo Paul Singer (1994), de “ética prática”, que tem o objetivo
de dar suporte aos conflitos e controvérsias morais a respeito das práticas nos
capôs das Ciências da Vida e da Saúde, segundo o ponto de vista de algum sistema
de valores éticos.
Em 1978, a Encyclopedia of Bioethics (apud PESSINI; BARCHIFONTAINE, 1996,
p. 31) fala sobre Bioética nos seguintes termos: “Pode-se defini-la como sendo o
estudo sistemático da conduta humana no âmbito das ciências da vida e da saúde,
utilizando uma variedade de metodologias éticas num contexto interdisciplinar”. Para
Oliveira (2006, p. 47), a bioética surge por necessidades bem específicas:
que, para Oliveira, a Ética Ambiental tornou-se uma modalidade ética amplamente
interdisciplinar:
Torna-se evidente a relação existente entre ética e valores. Não é por acaso
que Menezes fala que uma das funções da ética é criar valores: “Função criadora de
valores: propõe uma série de valores (entendidos como aquilo que a inteligência
julga ser bom e desejável) e critérios que o homem deve levar em conta em seu
modo de agir” (MENEZES, 2010, p. 11). Motta (1984, p. 69), apresenta que a “ética
baseia-se em uma filosofia de valores compatíveis com a natureza e o fim de todo
ser humano” (MOTTA, 1984, p. 69). Desta maneira, trabalhar uma ética de valores
torna-se cada vez mais urgente nos dias atuais.
Mas, o objetivo deste tópico não é apenas propor uma axiologia como
alternativa de uma reflexão ética, mas propor um modo específico de como deverá
ser compreendido tal axiologia. Ou seja, dentre tantas formas de conceber o valor,
propõe-se aqui inseri-lo num processo de contempla duas vertentes fundamentais:
a) de que o valor não pode estar separado do seu aspecto prático e existencial da
valoração; b) que a base conceitual de tal valoração assenta-se sobre a virada
lingüístico-pragmática e hermenêutica da filosofia, que implica tomar a valoração
não como uma lista de valores absolutos (objetivos) ou relativos (subjetivos), mas
sim como intersubjetivos e existenciais.
Para tanto, apresenta-se a seguir uma primeira concepção de valor,
segundo o modelo metafísico tradicional (passível de ser, portanto, facilmente
polarizado em valores absoluto e valores relativos). Em seguida, propõe-se
37
Os valores não são, mas valem. Uma coisa é valor e outra coisa é
ser. Quando dizemos de algo que vale, não dizemos nada do seu
ser, mas dizemos que não é indiferente. A não-indiferença constitui
esta variedade ontológica que contrapõe o valor ao ser (MORENTE,
1967, p. 296).
[Sócrates] – Aquilo que era preciso cortar não devia ser cortado,
afirmamos nós, com alguma coisa?
[Hermógenes] – Sim.
[Sócrates] – E o que devia tecer não se devia tecer com alguma
coisa? E, do mesmo modo, o que se devia furar?
[Hermógenes] – Indubitavelmente.
[Sócrates] – E o que era preciso nomear não se devia, da mesma
maneira, nomear com alguma coisa?
[Hermógenes] – É assim mesmo.
[Sócrates] – E qual instrumento com que se devia furar?
[Hermógenes] – Um trado.
[Sócrates] – E aquele que se devia tecer?
[Hermógenes] – Uma lançadeira.
[Sócrates] – E de que nos servimos para nomear?
[Hermógenes] – Do nome.
Dizes bem. Portanto, o nome também é um instrumento.
[Hermógenes] – Sem dúvida.
[Sócrates] – Se eu, pois, perguntasse: que instrumento é a
lançadeira? Não será aquilo com que tecemos?
[Hermógenes] – Sim.
[Sócrates] – E o que fazemos quando tecemos? Não distinguimos a
trama da urdidura, confundidas uma com outra?
[Hermógenes] – Sim.
[Sócrates] – Não poderás dizer o mesmo do trado e dos outros
instrumentos?
[Hermógenes] – Com toda certeza.
[Sócrates] – Poderás, então, falar do mesmo modo a respeito do
nome? Sendo um instrumento, se nomearmos com ele, que fazemos
nós?
[Hermógenes] – Não o posso dizer.
[Sócrates] – Não nos instruímos mutuamente e não distinguimos as
coisas como elas são naturalmente?
[Hermógenes] – Exacto.
[Sócrates] – Logo, é o nome um instrumento, que serve para instruir
e distinguir a realidade, como faz na teia a lançadeira (PLATÃO, 1963,
p. 18-20).
Aristóteles, por sua vez, também não conseguiu romper com esta tradição
instrumental e secundária da linguagem. Em sua magna obra Órganon, mais
especificamente no livro Da Interpretação, Aristóteles continua com tal concepção ao
43
afirmar que as palavras escritas são símbolos representativos das palavras faladas,
e, as palavras faladas, símbolos dos conceitos do intelecto (ou afecções da alma).
Mas de onde vêm os conceitos? Aí está a outra questão principal: os conceitos são
abstrações imediatas que o intelecto faz das essências das coisas contidas na
própria realidade. Somente depois de abstraídas no conceito (nas afecções da alma)
é que as essências serão nomeadas linguisticamente.
Desta maneira, como é possível claramente perceber, a linguagem em
Aristóteles também tem uma função tanto designativo-instrumental 11, como também
secundária12. Confira trecho apresentado pelo próprio Aristóteles no Órganon:
Os sons emitidos pela fala são símbolos das paixões da alma [ao
passo que] os caracteres escritos [formando palavras] são os
símbolos dos sons emitidos pela fala. Como a escrita, também a fala
não é a mesma em toda parte [para todas as raças humanas].
Entretanto, as paixões da alma, elas mesmas, das quais esses sons
falados e caracteres escritos [palavras] são originalmente signos, são
as mesmas em toda parte [para toda a humanidade], como o são
também os objetos dos quais essas paixões são representações ou
imagens. Destes temas, contudo, me ocupei em meu tratado a
respeito da alma; dizem respeito a uma investigação diversa da que
temos ora em pauta (ARISTÓTELES, 2005, p. 81).
11
Designativo-instumental porque a linguagem é apenas um meio de representação entre palavras
escritas e palavras faladas, e entre palavras faladas e conceitos.
12
Secundária porque a linguagem só representa as coisas depois de serem abstraídas no conceito.
Portanto, o exercício do intelecto, aqui exposto por Aristóteles, tem a pretensão de ser uma atividade
não-lingüística.
44
contudo, uma condição independente com relação ao sujeito, pois, como já foi dito, o
que ele designa não é uma referência completa ao sujeito (objeto), mas sim um
conceito que somente depois, no enunciado (frase), poderá estar relacionado ao
objeto do sujeito14. Logo, ainda há aqui a primazia do conceito em relação à
linguagem, como elemento separador e classificador 15. Veja:
exemplo, a expressão ‘a capital do Império Alemão’. Ela, obviamente, representa um nome próprio e
refere-se a um objeto. Se, agora, nós a decompomos nas partes ‘A capital do’ e ‘Império Alemão’,
onde considero a partícula genitiva [a capital do...] como integrante da primeira parte, então esta é
insaturada, enquanto que a outra é completa em si mesma. Assim, de acordo com o que disse antes,
chamo ‘A capital de x’ de a expressão de uma função. Se tomamos o Império Alemão como
argumento, obtemos, como valor da função, Berlim” (FREGE, 1978a, p. 46-47)
14
Esta noção de significados independentes de sujeito e predicado é amplamente inspirado em
Aristóteles, que acredita que a linguagem consiste em nomes (sujeitos) independentes que se
articulam com verbos (predicados) também independentes para então formar sentenças: “como por
vezes assomam pensamentos em nossas almas desacompanhados da verdade ou da falsidade,
enquanto assomam por vezes outros que necessariamente encerram uma ou outra, coisa idêntica
ocorre em nossa linguagem, uma vez que a combinação e a divisão são essenciais para que se tenha
a verdade ou a falsidade. Um nome ou um verbo por si mesmo muito se assemelha a um conceito ou
pensamento que não é nem combinado, nem dividido. Tal é o caso de ‘homem’, por exemplo, ou
‘branco’, se enunciado sem qualquer acréscimo. Não é verdadeiro nem falso” (ARISTÓTELES, 2005, p.
81-82)
15
Sobre este aspecto, é significativa a influência de Platão ao colocar os nomes (correspondentes as
suas respectivas essências) como instrumentos de classificação e separação: “Logo, é o nome um
instrumento, que serve para instruir e distinguir a realidade, como faz na teia a lançadeira” ( PLATÃO,
1963, p. 20)
46
O ponto central neste novo horizonte adotado por Wittgenstein não é mais a
afiguração lógica, mas a práxis do uso da linguagem através do ele chama de jogos
de linguagem. Tais jogos de linguagem apresentam a idéia de linguagem como uma
atividade humana tão comum como andar, passear etc., afirmando assim a
correspondência existente entre linguagem e ação. Assim, para cada contexto de
fala há jogos de linguagem diferentes, cujas palavras estão inseridas numa situação
com regras lingüísticas próprias.
Para Wittgenstein (1989, p. 13), o uso da linguagem, em suas mais variadas
formas, é como um caixa de ferramentas com instrumentos de diferentes funções:
“pense nas ferramentas em sua caixa apropriada [...]. Assim como são diferentes as
funções desse objetos, assim são diferentes as funções das palavras”. Por isso que
afirmar que cada palavra da linguagem designa mecanicamente algo não quer dizer
absolutamente nada: “quando dizemos: ‘cada palavra da linguagem designa algo’,
com isso ainda não é dito absolutamente nada; a menos que esclareçamos
exatamente qual a diferença que desejamos fazer” (W ITTGENSTEIN, 1989, p. 14). Em
outras palavras, não passa apenas do que colocar uma etiqueta denominativa em
cada objeto.
Portanto, o ponto central neste novo horizonte adotado por Wittgenstein
(1989, p. 13) não é mais a afiguração lógica, mas a práxis do uso da linguagem
através do ele chama de jogos de linguagem: “o que elas designam, como posso
mostrar isso, a não ser na maneira do seu uso?”
Heidegger, por sua vez, contemporâneo de Wittgenstein, também faz a
virada lingüística, porém pela vertente hermenêutica. Segundo Heidegger (1988, p.
38), “comparado a qualquer outro ente, a pre-sença (homem) é um ente privilegiado”
porque tem capacidade de ‘desvelar’ o verdadeiro sentido ser das coisas. E isso ele
faz por ser capaz também de questionar: “esse ente que cada um nós somos e que,
entre outras, possui em seu ser a possibilidade de questionar, nós o designamos
com o termo pre-sença [Dasein ou ‘ser-aí’]” (HEIDEGGER, 1988, p. 33). Assim, dentre
todos os seres somente o homem é capaz de ter consciência de sua existência. As
outras coisas ocupam apenas um simples espaço no mundo; já o homem, mais que
ocupar um espaço no mundo, tem noção de existência:
por exemplo, pedreiro e servente interagem em seus mais diversos contextos (WITGENSTEIN, 1989, p.
12-14).
49
Se os valores não são objetivos e absolutos, então quer dizer que eles são
subjetivos e relativos? Também não. Apesar de Habermas não ter apresentado
nenhuma teoria axiológica à luz da sua teoria da ação comunicativa, é legítima a
correspondência que pode ser feita entre valores e intersubjetividade: poder-se-ia
dizer que os valores não são tão somente nem objetivos, nem subjetivos, mas
combinados intersubjetivamente entre os atores do discurso, por pretensões de
validade que legitimariam referências seguras sobre quais valorações poderiam
admitir naquele determinado grupo, processo este que só é possível acontecer
linguisticamente.
No paradigma intersubjetivo dos valores, não existem mais pretensões
51
relacionamento dos valores, isto é, a valoração, não pode acontecer num vazio
axiológico e solipsista, pelo contrário, é preciso de uma rede de significações e
contextos intersubjetivos já existentes para que a valoração aconteça
adequadamente:
Furter (1979, p. 111-112), por sua vez, mais do que se esforçar por definir
‘valoração’, preocupa-se em apresentar algumas condições fundamentais para que
aconteça esta experiência axiológica. Segundo o autor, três são as características:
primeiramente, a experiência axiológica é sempre concreta, ou seja, sempre vivida
numa determinada situação dada, mesmo que o sujeito nem perceba o ato da
valoração. Em segundo lugar, a experiência axiológica não existe fora de um sujeito
consciente e nela envolvida, deixando claro, com isso, que os valores nunca
poderão atingir o sujeito sem alguma mediação direta ou indireta. Com esta
concepção, Furter exclui a idéia da existência de valores em si, separados do sujeito
54
18
Sobre Rorty Habermas diz: Ao ver o contextualismo como conseqüência necessária de uma virada
lingüística completa, Rorty tem razão em um aspecto: o contextualismo assinala um problema que só
pode surgir quando contamos com uma razão corporificada na práxis lingüística. Mas está errado
quando, ao mesmo tempo, compreende o contextualismo como solução para esse problema
(HABERMAS, 2004, 236-237).
56
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MAYNEZ, Eduardo Garcia. Ética: ética empírica, ética de bienes, ética formal, ética
valorativa. México: Universidade Nacional de México, 1944.
MELO, Hygina Bruzzi de. A Cultura do Simulacro: Filosofia e modernidade em J.
Baudrillard. São Paulo: Loyola, 1988.
MENEZES, Danilo Ignácio de. Ética I: caderno de referência de conteúdo. Batatais:
CEUCLAR, 2010.
MILL, John Stuart. A Liberdade; Utilitarismo. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
MORENTE, Manuel García. Fundamentos de Filosofia: Lições Preliminares. Trad.
Guillermo da La Cruz Coronado. 3. ed. São Paulo: Mestre Jou, 1967. vol. 1.
MOTTA, Nair de Souza. Ética e vida profissional. Rio de Janeiro: Âmbito Cultural
Edições, 1984.
NERI, D. Filosofia Moral: manual introdutivo. São Paulo: Loyola, 2004.
OLIVEIRA, Juliano Cordeiro da Costa. Transformações da esfera pública na
contemporaneidade. Revista Humanidades. Fortaleza, v. 23, n. 2, p. 168-175,
jul./dez. 2008.
OLIVEIRA, Manfredo Araújo de. Reviravolta Lingüístico-Pragmática na Filosofia
Contemporânea. São Paulo: Loyola, 2006.
OLIVEIRA, Roberto Cardoso. Caminhos da Identidade: ensaios sobre Etnicidade e
Multiculturalismo. São Paulo: Ed. UNESP, 2006.
ORTEGA Y GASSET, José. Meditação da Técnica. Trad. Luís Washington Vita. Rio
de Janeiro: Livro Ibero-Americano, 1963.
PALMER, M. Problemas Morais de Medicina. São Paulo: Loyola, 2002.
PARIZEAU, Marie-Helène. Dicionário de Ética e Filosofia Moral. São Leopoldo:
Ed. UNISINOS, 2003, vol. 1.
PESSINI, Leo; BARCHIFONTAINE, Christian de Paul. Problemas atuais de
Bioética. 3ª ed. São Paulo: Loyola, 1996.
PLATÃO. Crátilo. Tradução de Dias Palmeira. Lisboa: Sá da Costa Editora, 1963.
SAVIANI, Demerval. Educação: do Senso Comum à Consciência Filosófica. 18.
ed. Campinas: Autores Associados, 2009.
SILVA, Sônia Aparecida Ignácio. Valores em educação. 4. ed. Petrópolis: Vozes,
2000.
SINGER, Paul. Ética Prática. São Paulo: Martins Fontes, 1994.
TEIXEIRA, José Valmor César. Pós-Modernidade: possibilidades e desafios para a
catequese do homem urbano. In: FERREIRA, Antônio da Silva. De Olho na Cidade:
o sistema prevetivo de Dom Bosco e o novo contexto urbano. São Paulo:
Salesiana, 2000.
61
VASQUEZ, Adolfo Sanchez. Ética. 15. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,
1995.
VAZ, Henrique Lima. Ética e Razão moderna. In: Ética na Virada do Milênio. 2. ed.
São Paulo: LTr, 1999.
WITTGENSTEIN, Ludwig. Investigações Filosóficas. Tradução de José Carlos
Bruni. São Paulo: Nova Cultural, 1989. Coleção Os Pensadores.
WITTGENSTEIN, Ludwig. Tractatus Logico-Philosophicus. Introdução,
apresentação e tradução de Luiz Henrique Lopes dos Santos. São Paulo: EDUSP,
2001.