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SUMARIO:

INTRODUÇÃO:.......................................................................................................................2
MÉTODO FENOMENOLÓGICO:........................................................................................3
PRINCÍPIOS EXISTENCIAIS:..............................................................................................4
CONCEITOS FUNDAMENTAIS:......................................................................................4
1) EXISTÊNCIA:...............................................................................................................4
2) LIBERDADE:................................................................................................................5
3) MORTE:.........................................................................................................................6
4) AUTENTICIDADE:......................................................................................................7
5) ANGUSTIA:...................................................................................................................8
6) AMOR:............................................................................................................................8
7) CULPA:..........................................................................................................................9
8) SOLIDÃO:......................................................................................................................9
ASPECTO DO MUNDO: CIRCUNDANTE, HUMANO E PROPRIO............................10
1) MUNDO CIRCUNDANTE:........................................................................................10
2) MUNDO HUMANO:...................................................................................................11
3) MUNDO PROPRIO:...................................................................................................12
CONDUTA DO MÉDICO E DA PSICÓLOGA:.................................................................12
CONCLUSÃO:........................................................................................................................14
REFERÊNCIAS:.....................................................................................................................14
INTRODUÇÃO:

O filme NELL conta a historia de uma mulher de cerca de trinta anos, que foi criada
na floresta longe de toda sociedade e civilização, tendo contato somente com a sua genitora e
sua irmã gêmea falecida entre seis a dez anos.

A mãe de NELL sofreu um derrame e por isso não possuía uma dicção adequada, era
afásica, e se escondia do mundo, sendo assim, NELL viveu por trinta anos uma vida simples,
e possuía um dialeto próprio inspirado nas dificuldades da fala da mãe e da própria vivencia
da moça, ate ser descoberta pelo Dr Lovell no momento em que ele foi constatar a morte de
sua mãe.

Depois da descoberta da existência de NELL, ela se tornou um caso curioso e


interessante para este doutore tantos outros que ele solicitou ajuda, e o filme concentra-se na
decisão: O que fazer com NELL? Ela era capaz de viver sozinha na floresta? Deveria ser
internada num hospital? Era autista, deficiente intelectual, louca?

O filme abre um leque para uma diversidade de questões, tanto sobre a Educação,
quanto a existência, o modo como às pessoas vivem. NELL representa a essência da
humanidade, desprovida de qualquer tipo de educação civilizada, se é que existe essa
educação, com autonomia nas suas decisões e sem as máscaras que a sociedade, de certa
maneira, nos obriga a usar.

A jovem NELL construiu sua própria cultura, baseada na sua vivencia e nas
experiências com a sua mãe, irmã e ambiente, sendo assim, é possível analisar o que faz parte
de nossa cultura e o que é realmente inato ao ser humano. Isto foi bastante revelador no filme,
já que demonstrou uma possibilidade de, em contato com uma cultura diferente, as pessoas
passaram a ter uma noção mais coerente de sua própria cultura.

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No filme, NELL expressava seu pensamento através de uma linguagem própria
trazendo a forma para o seu pensamento, baseada nos símbolos que a rodeia e na linguagem
da mãe, percebemos que a NELL é concebida como um ser dinâmico, que a todo o momento
interage com a realidade, operando ativamente com objetos e pessoas.

Essa interação com o ambiente faz com que ela, construa a sua estrutura mental e
adquira maneiras de fazê-las funcionar. No caso de NELL, apesar do seu circulo de
relacionamentos sociais serem restrito, ainda assim resguardou sua capacidade humana de
reflexões e organização interna.

Segundo Jacque Rousseau, a maioria de nossos males é obra nossa e os evitaríamos,


quase todos, conversando uma forma de viver simples uniforme e solitária que nos era
prescrita pela própria natureza.

MÉTODO FENOMENOLÓGICO:

A Abordagem Fenomenológico-Existencial lança mão do método fenomenológico


utilizando os recursos da épochè, redução fenomenológica, captação intuitiva e integrativa, à
luz da filosofia existencial com os princípios de liberdade, responsabilidade, risco, angústia,
desespero, morte e autenticidade. Épochè, a Fenomenologia que propõe, em contato com os
fenômenos, na qual, suspendam-se os juízes, os valores, as teorias, enfim, os princípios
teóricos, acerca do que se apresenta, essa postura, frente ao aparente é a épochè.

As intervenções do psicoterapeuta vão se fundamentar na Redução Fenomenológica


como a estratégia pela qual o psicólogo vai buscar o sentido do discurso do paciente, como
escuta e a fala se articula, formando então o processo terapêutico.

Filme: Observa-se no começo do filme, quando o Dr. Lovell, descobre a existência de uma
moça na casa, ele vê como ela se comporta, como ela se expressa e fala, o doutor se interessa
pelo caso, e começa então a buscar um sentido na NELL, observando ela na casa, nas
redondezas na floresta, no seu ambiente, ele observa a fala e a escuta se articula, sendo assim,
uma forma dele interagir.

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Ao psicoterapeuta cabe buscar os significados que estão implicados no discurso do
paciente: para tanto, ele vai pautar-se nos princípios de Captação Intuitiva e da Integração
Significativa.

Captação Intuitiva se dá a percepção apurada a partir da condição de sentir do terapeuta, o


sentido é captado, porem não é elaborado no nível reflexivo, na qual, ocorre num segundo
momento com a Integração Significativa, quando o conteúdo passado pelo paciente se
refletira na relação entre ambos.

Filme: Observa-se, que quando o Dr. Lovell escuta um barulho nos fundo da casa, ele
encontra NELL pendurada no teto, então nota-se a Captação Intuitiva do doutor, ele ouviu o
barulho e quando a viu pendurada chorando, nervosa, ele ergue os braços para ela descer,
porém ela se defende atacando ele, nesse momento o policial entra, e saca a arma, e o doutor
avisa para não agir, percebe-se o sentir do terapeuta nesse momento. Porem, só depois que vai
ocorrer a Integração Significativa, quando NELL, começa a se abrir com o Doutor, e esse
abrir, passando seu conteúdo para o Doutor, começa então a refletir na relação entre os dois.

PRINCÍPIOS EXISTENCIAIS:

Os princípios existenciais vão possibilitar as reflexões acerca da existência. A


Liberdade ocupa um lugar de destaque nestas reflexões, uma vez que, é a partir das
possibilidades dadas ao existente, que este se torna livre para escolher. Enquanto livre o
individuo toma-se responsável pela possibilidade escolhida. Ao se tomar responsável, sente-se
culpado e angustiado frente às possibilidades abandonadas e às que serão preteridas
respectivamente.

CONCEITOS FUNDAMENTAIS:

1) EXISTÊNCIA:

Um dos principais temas existencialistas é a convergência da discussão filosófica sobre a


existência, ao contrário de outros posicionamentos onde a essência era discutida em
detrimento da outra. Para os existencialistas a discussão da existência é a verdadeira temática

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da Filosofia. Etimologicamente o termo existência significa “estar fora de” e, numa tentativa
de manter-se o sentido etimológico da palavra, os existencialistas, a separaram com um hífen,
usando “ex-istência”, ao invés de “existência”.

Tanto Heidegger quanto Sartre se colocam sobre a disparidade radical entre o humano e o
não humano, que ambos os autores exprimem, reservando termo "existência" para o homem
apenas. Heidegger escreve: “O ser que existe é o homem. Só o homem existe. As pedras são,
mas não existem. As árvores são, mas não existem. Os cavalos são, mas não existem. Os anjos
são, mas não existem. Deus é, mas não existe”.

Filme: A Existência de NELL foi uma descoberta incrível e instigante para o Dr. Lovell, ele
queria conhecer a NELL, ele se colocou no lugar dela o tempo todo, querendo ajuda-la, na
melhor maneira possível, principalmente no ambiente que ela tava, e a deixando-a bem no seu
ambiente, sem querer interna-la, ou estudar ela dentro de um laboratório. Diante da existência
de NELL, o Dr. Precisava de ajuda, pois não era uma especialidade dele aquele caso, então
ele, o médico, procurou a Dra. Paula que é a psicóloga, ela aceito ir ver NELL, porém quando
a viu, a psicóloga queria mudar a existência dela, chamou advogados para retirar ela do
ambiente na qual ela crescerá, e leva-la para ser, estudada e acompanhada dentro de um
hospital a ate mesmo, dentro de um laboratório. Outra observação foi quando os jornalistas
souberam da existência dela, eles foram atrás para fotografar, e ser um noticiário que deu
grande audiência.

2) LIBERDADE:

A palavra liberdade é usada no linguajar popular para definir situações onde as pessoas
decidem determinados objetivos, e, ao contrário, não é livre quando não tem condições para
tal. Se uma pessoa, por exemplo, decide mudar de residência, ela será livre para alcançar esse
objetivo de acordo com suas condições pessoais que incluem desde realidade econômica até
questões mais subjetivas. Entretanto, se condições adversas prejudicarem essa mudança, então
essa pessoa não será considerada livre para realizar seu projeto inicial.
O homem é liberdade em seu próprio ser, O homem é um ser que, livre, decide a própria
vida. O homem arca com a responsabilidade de sua escolha. E escolher sua própria vertente

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significa lutar pela própria dignidade. O homem é absolutamente livre ou não é. A alternativa
é radical: ou determinismo absoluto ou liberdade absoluta.

Filme: NELL era e foi livre, criada numa floresta, com sua mãe e irmã, fazia o que queria, e
quando queria, sem que ninguém a intervisse. Quando a psicóloga Dr. Paula, viu a NELL, ela
queria tirar a liberdade da moça, sem se importa com as condições que NELL vivia, a
liberdade que ela ttinha ali na floresta, no seu habitat, a Dr Paula estava, invadindo a liberdade
da moça, tirar a liberdade de escolhas e decisões iria afetar terrivelmente o comportamento de
NELL, trancar ela num hospital, num laboratório, ocorreria uma possível morte, lembrando
que, a psicóloga, instalou diversas câmeras na casa da moça, isso já é uma invasão de
liberdade. Diferente do Dr. Lovell, que respeito à liberdade da moça o tempo todo, ele
observava ela de longe, foi se aproximando aos poucos, ganhando a confiança dela, se
colocando no lugar dela e principalmente respeitando a sua liberdade, quando levaram ela
para a cidade, para o supermercado, NELL queria pegar doces, bolachas, e a psicóloga
reclamou, ai o doutor falou para deixar ela ser livre, pegar o que queria e como queria. Assim
a flecha ultrapassa a corda, para ser no voo mais do que ela mesma. “Pois em parte alguma
se detém.” (Rainer Maria Rilke)

3) MORTE:

A morte foi um tema sobre o qual os existencialistas escreveram muito. Sartre coloca que,
por algum tempo, foi muito atraído pelas concepções de Heidegger sobre a morte,
especialmente a que indicamos acima como segunda tese (... a decisão resoluta de assumir a
finitude não apenas alivia o terror original que a perspectiva da morte inspira; serve também
como ato de encerramento de nossa vida e sua constituição numa espécie de totalidade,
modificando, assim, a profunda brecha em nosso ser, causada pela necessidade ontológica de
perpétua autotranscendência. Assumindo a morte, interiorizamo-la como possibilidade última,
como elemento final de todos os atos de autotranscendência. Na morte, somos a totalidade
que não pudemos ser em vida; mas mesmo em vida, podemos em certo sentido antecipar-nos
a nós mesmos em direção à morte e, assumindo a morte, adotar um ponto de vista sobre nós
como totalidade).

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Filme: NELL presenciou duas mortes, a da sua Irmã e da sua mãe, quando NELL saiu
correndo, e pulou de uma pedra, os doutores encontraram NELL, com o cadáver de sua irmã,
a morte é a constante companheira da vida, neste sentido, o temporal constitui-se num aspecto
fundamental no trabalho da psicoterapia. A partir da consciência da co-existência morte e
vida, o psicoterapeuta atua de forma a trazer as limitações do existir. A descoberta da morte
da Irmã, esclareceu muitas coisas para ambos doutores, os gesto no espelho, NELL estava
vendo a irmã ou falando com ela, deu para esclarecer muito o seu comportamento.

4) AUTENTICIDADE:

Caracterizam-se pelo fluir juntamente as três condições da existência. São elas:


Sentimento, Entendimento e Linguagem. O terapeuta atua no sentido de que tais condições se
articulem sem conflitos.
O termo “autenticidade” foi introduzido por Heidegger e mais tarde retomado por Sartre.
No sentido mais amplo, a vida autêntica é a que se baseia numa apreciação exata da condição
humana. Conforme citação anterior, de acordo com Heidegger: “o ser que existe é o homem.
Só o homem existe. As pedras são, mas não existem. Os cavalos são, mas não existem. Os
anjos são, mas não existem. Deus é, mas não existe”. É o fato da consciência que distingue
radicalmente o homem de outros seres. Heidegger coloca ainda que “a natureza existencial do
homem é a razão pela qual o homem pode representar os seres como tais e pela qual pode
estar consciente deles”.

Filme: O Dr. Lovell, demonstrou aparentemente ser muito autentico com a NELL, ajudando
se importando com seus sentimentos, o medico estudou a sua linguagem e entendimento, a
forma que ela se expressava, para também poder falar com ela de um modo que ela
entenderia. A mãe de NELL sofreu um derrame e por isso não possuía uma dicção adequada,
era afásica, e se escondia do mundo, sendo assim, NELL viveu por trinta anos uma vida
simples, e possuía um dialeto próprio inspirado nas dificuldades da fala da mãe e da própria
vivencia da moça.

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5) ANGUSTIA:

Para os existencialistas a angústia não é um sentimento negativo e sim uma experiência


valiosa que emerge quando tomamos consciência da nossa condição humana. A angústia, ao
contrário, é um sentimento que nos amedronta diante do “nada” existencial. Somos lançados
no mundo, proclama Heidegger. O nosso ser-no-mundo é um “ser lançado”. Nada há de
místico ou metafórico nessa proposição. É uma banalidade primordial que a especulação
metafísica ignorou. O mundo em que somos lançados, sem escolha pessoal, sem
conhecimento prévio, estava aí diante de nós e estará aí depois de nós.

Filme: Em diversas cenas, mostra o Dr. Lovell angustiado diante da situação que NELL
estava dentro essas situações como: o dia que ela foi para o hospital, ele ficou tão angustiado
de ver ela sem reação que fugiu com ela, a Dr. Paula, diante da convivência com a NELL,
acredito que a angustia, mudou a forma de pensamento dela, e ela passou a se colocar mais no
lugar da NELL, então a angustia é sim uma experiência valiosa que emerge, quando tomamos
consciência da condição humana.

6) AMOR:

Os existencialistas escreveram sobre o amor evocando abstrações criadas no imaginário,


num contraponto muito claro e preciso em relação a outros preceitos filosóficos,
principalmente ao Humanismo, que viam no amor um meio pelo qual o indivíduo se identifica
como o gênero, deixando de ser o intelecto para ser algo predominado pela empatia ou por
alguma emoção mais forte.
Os humanistas estão certos ao dizerem que o amor universal dependeria de algum tipo de
identificação com os outros. E seguramente aceitar o outro como semelhante é algo muito
difícil de ser vivido e até mesmo dimensionado. Ao reconhecermos o outro como nosso
semelhante, práticas como tortura, espoliação mercantilista de mão-de-obra, a miséria, a fome
e tantas outras atrocidades provocadas ao homem pelo próprio homem tornam-se
inconcebíveis. Afinal, aquilo que acontece a um semelhante igualmente ocorre comigo
mesmo na projeção de outro como pessoa.

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Filme: Ah o amor! A Empatia em cena é maravilhosa, Dr. Lovell, era tão carismático, que seu
amor era tão grande, que ele se colocava no lugar da NELL, defendendo ela, de todos que
queria aproveitar da existência dela, porém ele tinha muito respeito a ela, como se fosse uma
filhar dele, no decorrer, com a aproximação da psicóloga com a NELL, os sentimentos
mudam, e a psicóloga chega a conclusão que o lugar dela é na floresta, é o amor, a compaixão
que transforma as pessoas, a convivência muda tudo.

7) CULPA:

Assim como a solidão e angústia, a culpa é outro tema trazido à luz das discussões pelos
existencialistas como sendo ontológico, ou seja pertencente ao ser como tal, não constituindo,
portanto, um sintoma específico. A culpa se apresenta quando o homem questiona a
realização de suas possibilidades existenciais; quando renuncia à sua liberdade humana.
A culpa também se faz presente quando enfrentamos outros homens sem respeito à sua
condição humana; quando coisificamos nosso semelhante aniquilando suas possibilidades
existenciais. A culpa ainda é presente quando dimensionamos nossa responsabilidade social.
É por isso que todos os sentimentos de culpa baseiam-se neste ficar-a-dever; ou eu culpo a
mim ou eu culpo o outro.

Filme: Esse sentimento se mostrou na psicóloga, quando ela caiu na real, que o lugar da
NELL era ali na floresta, ela se sentiu culpada mais tarde, de ver a situação da NELL, quando
foi levada ao hospital, ela não reagiu mais, e o medico fugiu com ela, depois diante do
tribunal, tanto a angustia e a culpa apareceram la, e chegaram a conclusão que, o melhor para
NELL era sua habitat, a floresta com sua casa.

8) SOLIDÃO:

A solidão, assim como a angústia, foi outro tema que a partir dos existencialistas ganhou
nova dimensão. A solidão passou a ser vista como sendo inerente à existência humana e não
um fenômeno isolado que acomete determinadas pessoas. Na verdade, a solidão, uma
condição imanente ao homem, faz parte da vida. Só que em determinados momentos a
percebemos mais agudamente, e não sabemos como lidar com ela.

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A solidão, na maioria das vezes, é diretamente associada com desespero, sofrimento e
com o suicídio. É como se a grande maioria das pessoas não aguentasse a condição de ser só.
Ao se pensar na solidão como fazendo parte da existência humana estamos assumindo a nossa
condição de seres únicos e, portanto, responsável pela dimensão dada a essa existência. O
confronto com a própria solidão, ao contrário do que pode parecer, leva o homem à busca de
alternativas existenciais muitas vezes contrárias a formas desesperadoras e fechadas.

Filme: Observa-se no filme quando o Dr. Lovell e a Dr Paula estão numa fogueira
conversando sobre a infância e família, a psicóloga entra em choro, ali percebemos um vazio
uma solidão, que o pai foi embora e nunca mais voltou, e percebemos também na NELL,
quando tirada do seu habitat, ela ficou numa solidão, então o Dr. Lovell levou para casa na
floresta.

9) ATITUDES:

Com relação às Atitudes, a ética deve ocupar o lugar central. A sua atuação deve ser isenta
de seus valores. Não cabe ao terapeuta avaliar uma atitude feia, nem bonita, nem certa ou
errada, enfim, ele deve evitar ao máximo uma atitude de julgamento, uma direção quanto ao
caminho que o sujeito deve seguir.

Filme: Observamos a atitude de ambos médicos, o Dr. Lovell quando encontrou a Nell na
casa, ele não teve atitude brusca de tentar amarrar ou querer tirar ela de seu ambiente, ele não
teve julgamento em relação, a doença dela, ou pra onde ela deveria ir ou ficar, enquanto a
psicóloga Paula, teve atitude feia, invadindo sua liberdade, querendo tirar ela de la, querendo
tirar sangue dela e julgando o que era melhor para NELL, sem perguntar a NELL.

ASPECTO DO MUNDO: CIRCUNDANTE, HUMANO E PROPRIO

“Mundo” é o conjunto de relações significativas dentro do qual a pessoa existe; embora seja
vivenciado como um totalidade, apresenta-se ao homem sob três aspectos simultâneos, porém,
diferentes: o Circundante, o Humano e o Próprio (Binswanger, 1967).

1) MUNDO CIRCUNDANTE:
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Consiste no relacionamento da pessoa com o que costumamos denominar de ambiente.
Abarca tudo aquilo que se encontra concretamente presente nas situações vividas pela pessoa,
em seu contato com o mundo. Abrangem as coisas, as plantas e os animais, as leis da natureza
e seus ciclos, como o dia e a noite, as estações do ano, o calor e o frio, o bom tempo e as
intempéries. Dele faz parte, também, o nosso corpo, suas necessidades e atividades, tais como
o alimentar-se e o defecar, a vigília e o sono, a atuação e o repouso, o viver e o morrer.
O “Mundo Circundante” caracteriza-se pelo determinismo e por isso a adaptação é o
modo mais apropriado do homem relacionar-se a ele. Assim, por exemplo, eu preciso adaptar-
me ao clima frio ou quente, necessito ajustar-me às minhas necessidades de comer e de
dormir, pois nada posso fazer para modificar o próprio clima e as minhas necessidades
biológicas.

Filme: Para mim, o Mundo Circundante, foi muito claro no filme da NELL, pois a todo o
momento mostrava ela própria, preparando sua alimentação, pegando lenha para a fogueira,
tomando banho no lago, se estava frio ela ligava a brasa, se fazia calor ela sai de casa para
tomar um vento. Ela estava adaptada a vida da floresta, as plantas e os animais, as leis da
natureza e seus ciclos, como o dia e a noite, as estações do ano, o calor e o frio. Já os
Doutores tiveram que se adaptar aquele ambiente, como observamos, a psicóloga teve que
pedir um carro equipado com tudo, para ela sobreviver ao ambiente, diferente de NELL.

2) MUNDO HUMANO:

É aquele que diz respeito ao encontro e convivência da pessoa com os seus semelhantes.
A relação do homem com outros seres humanos é fundamental em sua existência; desde o
nascimento ele encontra-se em situações que incluem a presença de alguém. O existir é
originariamente ser-com o outro, embora o compartilhar humano nem sempre seja vivenciado
de fato.
Só posso saber quem sou como ser humano, convivendo com meus semelhantes. Podem
acontecer, e acontecem entre os seres humanos, situações nas quais um deles procure dominar
o outro, utilizando-se dele para atender às suas necessidades. A relação e a comunicação entre
as pessoas são propiciadas, inicialmente, através de seu próprio corpo; a princípio percebemo-
nos e comunicamo-nos mutuamente por meio de contatos e expressões corporais, gestos e
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atitudes. Além dessas formas de comunicação temos a capacidade de nos comunicar, também,
pela linguagem; esta é peculiar aos seres humanos. Mas, o fundamento da linguagem e de
todas as formas de comunicação entre os seres humanos é, originariamente, o seu ser-com, ou,
em outras palavras, a sua característica essencial de sempre existir em relação a algo e a
alguém.

Filme: Mundo Humano, NELL teve convivência apenas com sua irmã e sua mãe, a Irma
morreu cedo, mas a presença, as lembranças dela nunca passaram, o que nos chama atenção
nesse tema, é a relação e a comunicação entre as pessoas, quando medico começou a observar
NELL, ele viu seus gestos, e expressões corporais que ela fazia. A mãe de NELL sofreu um
derrame e por isso não possuía uma dicção adequada, era afásica, e se escondia do mundo,
sendo assim, NELL viveu por trinta anos uma vida simples, e possuía um dialeto próprio
inspirado nas dificuldades da fala da mãe e da própria vivencia da moça. Mas, o fundamento
da linguagem e de todas as formas de comunicação entre os seres humanos é, originariamente,
o seu ser-com, ou, em outras palavras, a sua característica essencial de sempre existir em
relação a algo e a alguém.

3) MUNDO PROPRIO:

Consiste na relação que o indivíduo estabelece consigo, ou, em outras palavras, no seu
ser-si-mesmo, na consciência de si e no autoconhecimento. Por outro lado, à medida que vou
descobrindo quem sou, este autoconhecimento ou consciência-de-mim, também me vai
propiciando uma perspectiva, ou um modo peculiar de visualizar as situações que vivencio no
mundo.
No “Mundo Próprio” a pessoa percebe-se, ao mesmo tempo, como sujeito e objeto; ela dá-
se conta de si mesma como um ser existente no mundo, colocando-se tanto na situação
concreta do momento como, também, vislumbrando a variedade de suas possibilidades.

Filme: NELL vivia no seu próprio mundo, ela tinha a consciência dela ali na floresta, porem
não tinha consciência de outro mundo la fora, como um ser existente, medico decide levar a
moça para a cidade, observa-se que a moça fica encantada com tantas novidades ao seu redor,
quando vê a criança na sua, quando entra no supermercado e quando entra no bar, ela começa

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imitar o rapaz, porem NELL nem sabia o que estava fazendo, ela não tinha consciência
daquilo.

CONDUTA DO MÉDICO E DA PSICÓLOGA:

A atuação do psicólogo, muitas vezes, constitui-se numa arte muito mais do que numa
técnica. Este aprendizado ocorre na medida em que há a experiência. No inicio pode
acontecer que o terapeuta tenha dificuldades para lidar com os manejos e as demandas, outra
questão é ficar atento, ao outro.
No caso a conduta do medico, foi muito eficaz, pois quando ele entrou na casa
começou a observar, ele estava atento aos detalhes, seu ouvido estava ativo a qualquer
barulho, e foi ai que ele encontrou a NELL pendurada.
Como a mãe de NELL faleceu, medico ou a psicóloga não pode fazer uma entrevista
com os pais, ou o cuidador da criança, porém o medico foi mais além, sem ter uma anamnese,
um prontuário ou algo do tipo, ele foi procurar informação dentro da delegacia, caso de
abandono, estrupos, crianças da floresta, ele queria saber mais dela, queria saber da existência
de NELL.
Diferente da Psicóloga, que quando chegou lá, já queria prender ela, para tirar o
sangue, pegar amostra da moça, e depois interna-la.
Após os dados a ser coletados, o medico que foi o primeiro observar a NELL em seu
próprio ambiente, a psicóloga chegou logo depois numa carro totalmente adaptado. O que nos
chama atenção é a sessão livre, que o medico fazia com a NELL, nas sessões psicoterapia,
todas as questões existenciais devem ser tratadas: a escolha, a liberdade, a morte, a angustia, a
culpa e a solidão.
Medico respeito a NELL a todo momento, ele tentava conversar com ela, lia a bíblia
para ela, mostrou para ela o saquinho de comida, tentando tirar ela de dentro da casa, super
atencioso, a psicóloga estava de principio um pouco resistente com a NELL, queria levar para
o hospital para estudar caso dela, porem, com o passar do tempo, e o trabalho junto com
medico ela, fica mais quebrantada em relação a moça.
O que parecia no começo, que a psicóloga queria aproveitar mais da situação, por ser
um caso raro, uma moça com problemas neurologicos, considerada autista ou deficiente
intelectual, isso traria beneficio ou fama, para a psicóloga. Porem depois ela quebra isso, e se

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dedica com compaixão, ao caso da moça, vendo que o melhor lugar para ela estar, é de fato na
floresta, na sua casa.
A aproximação de Nell, provocou no médico e na psicóloga uma imersão para si
mesmos, quando eles passaram a vislumbrar as possibilidades diferentes que eles próprios
poderiam ter em relação a sua própria vida. Paula instala câmeras na casa de Nell, com intuito
de observá-la. Jerry procura estabelecer contato direto, encontra resistências, mas obtém bons
resultados.
Na penúltima cena, os personagens estão no tribunal decidindo o que fazer da vida da
“Mulher Selvagem” é quando Nell decide se expressar em seu dialeto e o Dr Lovell serve de
interprete, olha que ponto o medico chegou, estudou tanto a moça que ajudou ela a se
expressar, a falar, neste momento fica clara a desenvoltura, a maturidade e a autonomia dela.
Sendo assim, a personagem principal consegue provar que é capaz de viver sozinha e na cena
final, ela já está em sua casa na floresta comemorando seu aniversário com os amigos.

CONCLUSÃO:

O filme é um ótimo ensinamento sobre como devemos ou não agir em relação às


pessoas diferentes de nós, com hábitos e costumes peculiares, enfim, pessoas que possuem
uma cultura diferente da que conhecemos.

Vemos a todo tempo pessoas que possuem necessidades especiais e se deparam com as
dificuldades do dia-a-dia, como os “cadeirantes” que não encontram calçadas facilitadoras de
acesso às ruas, como os deficientes visuais que raramente encontram textos em Braille. Estas
pessoas desenvolvem hábitos para se adequarem à realidade encontrada. Muitos não são
compreendidos e são vistos com discriminação pelos membros da sociedade em geral, que
não entendem as implicações e obstáculos enfrentados por um portador de necessidades
especiais.

Esse filme nos ajuda a ver um pouco da realidade das pessoas que, além de conviver
com uma necessidade especial, têm de enfrentar a indiferença de uma sociedade
preconceituosa e etnocêntrica.

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REFERÊNCIAS:

Aspecto Teóricos Práticos na Ludoterapia (Fenomenologia)

Temas Fenomenológicos Existenciais

http://webpages.fc.ul.pt/~ommartins/cinema/dossier/nell.pdf

https://pedagogiaaopedaletra.com/

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