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Política e Cotidiano na

Grécia antiga
Parte I

A vida política na Grécia


antiga
A vida política na Grécia
Para falar da vida política na Grécia, as duas
principais cidades gregas serão estudadas:

Atenas Esparta
a) Política em Atenas

r
Pode

cidadão
do
A Atenas aristocrática
Devido aos textos e vestígios arqueológicos que
sobreviveram até os dias atuais, a cidade-Estado
mais conhecida da Grécia antiga é Atenas.

Partenon, o templo mais famoso de Atenas


A Atenas aristocrática
Segundo os antigos gregos, Atenas foi inicialmente
governada pelo rei Teseu, que teria unificado a
Ática sob o controle político de Atenas.

No entanto, hoje sabemos


que Teseu foi um
personagem lendário e que
a Ática levou muitos anos
para ser unificada.

Figura do lendário Teseu,


matando o Minotauro.
A Atenas aristocrática
Por volta do séc. VII a.C., a monarquia já não tinha
mais poder na Grécia.

Com isso, as regiões


da Grécia passaram
a ser comandada
pelos aristocratas
guerreiros,
administrando cada
qual o seu genos.

O rei, por sua vez, tornou-se apenas um dos nove arcontes


(funcionários do Estado, nomeados atualmente).
A implantação da democracia
A colonização e expansão da Grécia para novas
terras (colônias) possibilitou que o comércio entre
as cidades crescesse e a riqueza fosse distribuída
para indivíduos fora da classe aristocrática.

Com isso, devido a


constante divisão de
terras entre os filhos da
aristocracia e o rápido
enriquecimento dos
comerciante e artesãos, o
sistema de genos começou
a enfraquecer na Grécia.
A implantação da democracia
A grave crise social gerada pela escassez de novas
terras fez com que alguns aristocratas vissem a
necessidade de implementar reformas políticas.

Figura de Sólon Estátua de Péricles


A sociedade ateniense
Apesar de ser democrática, em Atenas, somente
uma pequena parcela do povo tinha direito de
participar da vida política.

Isso acontecia porque


somente os homens
adultos, filhos de pais
atenienses, eram
considerados cidadãos
e, portanto, podiam
votar na ekklésia e ser
magistrado.
A sociedade ateniense
No entanto, nem todo cidadão era rico. Os cidadãos
se organizavam na sociedade da seguinte maneira:

Os cidadãos mais ricos eram proprietários de


terra, dedicando-se à política, à filosofia e à
prática de exercícios físicos.

Os cidadãos menos ricos eram donos de


pequenas oficinas, onde trabalhavam com a
ajuda de poucos escravos.

Os cidadãos pobres trabalhavam em troca de


salário.
A sociedade ateniense

A sociedade ateniense era formada por:

1) Cidadãos: camada social


constituída pelos homens
adultos e livres, filhos de
mãe e pai atenienses.
Teoricamente, todos os
cidadãos, ricos ou pobres,
podiam participar das
atividades políticas em
Atenas.
A sociedade ateniense

2) Metecos: eram os
estrangeiros que viviam em
Atenas. Trabalhavam no
comércio, no artesanato e
praticavam o empréstimo de
dinheiro a juros. Alguns
eram donos de grandes
fortunas e outros
trabalhavam em troca do
salário.
A sociedade ateniense

3) Escravos: eram os
prisioneiros de guerra ou
filhos de escravos.
Trabalhavam nos campos,
nas minas e na produção
artesanal. A maior parte
deles vivia nas cidades.
A sociedade ateniense
a) Política em Esparta
A oligarquia espartana
A sociedade de Esparta era bem diferente da de
Atenas, pois entre os espartanos a democracia
não chegou a existir.

Ao invés da democracia
(que era comum em
Atenas), em Esparta
existia uma oligarquia,
ou seja, apenas o
“governo de uma
minoria”.
A oligarquia espartana
Em Esparta, todos os cidadãos podiam participar da
Apela (assembleia), mas tratava-se de uma
participação limitada, pois na verdade ela era
muito mais uma reunião de soldados do que um
lugar de debate político.

Ilustração da Apela
espartana.
A oligarquia espartana
Apesar da existência da Apela, quem de fato
governava a cidade era a Gerusia, conselho
formado por anciãos das famílias mais ricas de
Esparta.

Ilustração da Gerusia
espartana
(conselho de anciãos).
A oligarquia espartana
Além do conselho de anciãos, também os Éforos,
grupo de cinco magistrados que executavam as
decisões da Gerusia.

Ilustração de um
Éforo espartano.

Por esse motivo que se afirma que o governo


espartano é chamado de oligárquico, ou seja, porque
é um “governo exercido por uma minoria”.
O domínio dos Esparciatas

Com relação à divisão de classes, a sociedade


espartana era organizada da seguinte maneira:

Esparciatas

Periecos

Hilotas
O domínio dos Esparciatas

Esparciatas: tratavam-se dos cidadãos


espartanos que descendiam dos antigos dórios.

Conhecidos como Esparciatas


ou iguais, eram os proprietários
das melhores terras da região e
os únicos a ter direitos e
privilégios políticos.

Dedicavam-se apenas à política e


principalmente aos preparativos
para a guerra.
O domínio dos Esparciatas
Periecos: tratavam-se dos habitantes da Lacônia e
da Messênia que descendiam dos povos
conquistados pelos dórios.

Os Periecos eram homens


livres que se dedicavam ao
comércio e ao artesanato
ou que possuíam pequenas
propriedades agrícolas.

Em épocas de guerra, os
Periecos também participa-
vam do exército.
O domínio dos Esparciatas
Hilotas: tratavam-se da população servil que habitava
as terras conquistadas pelos dórios.

Por resistirem ao domínio


espartano, os Hilotas foram
submetidos pelo Governo à
condição de servos, trabalhando
tanto nas propriedades do Estado,
como nas dos cidadãos espartanos.

No entanto, os Hilotas não eram escravos, pois eram


propriedades do Estado e não de algum cidadão em
particular. Além disso, eram donos de suas próprias
ferramentas e ficavam com uma parte do que produziam.
Parte II

A vida cotidiana na
Grécia antiga
a) O cotidiano de Atenas
A cidade de Atenas
A vida da cidade de Atenas se organiza em torno
de dois centros:
A cidade de Atenas
1. Ágora:
Era uma grande praça pública onde se encontrava o
mercado e onde os atenienses se reuniam para
passear, conversar e participar das assembleias.
A cidade de Atenas
2. Acrópole:
Era a parte mais elevada da cidade, que tinha a função
de proteger os habitantes da pólis contra a ameaça
externa, além de servir de centro religioso.
As atividades econômicas de Atenas

A pólis de Atenas era formada pela cidade e por


áreas rurais vizinhas.

Na cidade, os habitantes se dedicavam


principalmente: a) artesanato; b) comércio.

a) Artesanato, cujos produtos


eram feitos em pequenas oficinas,
como cerâmicas, armas, tecidos e
vasos gregos (que em geral eram
pintados com cenas míticas ou
ilustrações da vida cotidiana).
As atividades econômicas de Atenas

b) Comércio: os comerciantes navegavam pelo Mar


Mediterrâneo vendendo produtos atenienses e
comprando madeira, cobre e principalmente trigo. Os
gregos usavam moedas de prata como pagamento.

Os cidadãos atenienses que


se dedicavam às atividades
comerciais e bancárias eram
malvistos pela sociedade.
Por isso, os metecos e
escravos que predominavam
nesse tipo de trabalho.
As atividades econômicas de Atenas
Nas áreas rurais, os agricultores cultivavam
principalmente:
a) Uva e azeitona, como
também as matérias-primas
para fabricar o vinho e o azeite.

b) Trigo, produto mais


importante na
alimentação ateniense.
A educação ateniense
As meninas, em geral, não aprendiam a ler nem
a escrever.

Até o casamento, por


volta dos 15 anos, a
menina aprendia os
serviços domésticos
com suas mães. Era o
pai que escolhia o noivo
para a filha.
A educação ateniense
Já os meninos das famílias mais ricas aprendiam
a ler, escrever, recitar poemas e cantar ou tocar
algum instrumento musical.

Quem os levava aos


estudos era o
pedagogo (geralmente
um escravo).
A educação ateniense
A partir dos 15 anos, somente os meninos ricos
frequentavam o ginásio, onde praticavam
exercícios físicos e discutiam questões políticas e
filosóficas.

Depois dos 20 anos, o


jovem tinha mais dois
anos de preparação
militar, momento em que
se tornava cidadão.
b) O cotidiano de Esparta
Esparta, uma pólis guerreira
A cidade de Esparta tinha o exército mais
poderoso da Grécia.

Essa característica se
explica pelo fato de a
educação espartana
ter sido muito rígida.
Esparta, uma pólis guerreira
Quando um menino nascia, ele era examinado. Se
ele apresentasse alguma deficiência, era jogado
num precipício.

Após os 7 anos, os
meninos espartanos
passavam a viver em
quartéis, dedicando-se
ao exército militar e se
habituavam a suportar
a dor, a fome e o frio.
Esparta, uma pólis guerreira
Após o período de treinos, os jovens espartanos
eram submetidos a um ritual de passagem.

Os que não fossem


aptos para a guerra,
ocupava uma
condição inferior
dentro da sociedade
espartana.
Atividade econômica de Esparta

Voltados para a guerra, os cidadãos espartanos


sobreviviam basicamente dos produtos cultivados
em suas terras pelos hilotas.

Com relação ao
comércio, os espartanos
eram bem limitados: em
Esparta, o comércio
externo praticamente
não existia.

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