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Série 1995 1997 1999 2001 2003 2005 2007 2009 2011
5º EF 190,6 190,8 181,0 176,3 177,1 182,4 193,5 204,3 209,6
9º EF 253,2 250,0 246,4 243,4 245,0 239,5 247,4 248,7 250,6
3º EM 281,9 288,7 280,3 276,7 278,7 271,3 272,9 274,7 273,9
Fonte: INEP1
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INEP. Resultados SAEB. Disponível em: <http://sistemasprovabrasil2.inep.gov.br/resultados/>.
Acesso em: 23 dez. 2013.
Série 1995 1997 1999 2001 2003 2005 2007 2009 2011
5º EF 188,3 186,5 170,7 165,1 169,4 172,3 175,7 184,2 190,6
9º EF 256,1 250,0 232,9 235,2 232,0 231,9 234,6 244,0 243,0
3º EM 290,0 283,9 266,6 262,3 266,7 257,6 261,4 268,8 267,6
Fonte: INEP2
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“A adoção, nesta metodologia de avaliação [isto é, no SAEB], da Teoria de Resposta ao Item –
TRI permitiu a obtenção de resultados de desempenho cognitivo dos alunos comparáveis mesmo
que eles tenham respondido a cadernos de teste diferentes. A TRI é um conjunto de modelos
matemáticos, cuja origem remonta a década de 1950, mas que somente começou a ter maior
aplicabilidade nos anos 1980, graças ao rápido desenvolvimento da metodologia estatística e
computacional. A TRI modela a probabilidade de o aluno acertar o item em função de
características do item e de uma variável latente (não observável) do aluno que representa sua
proficiência (habilidade). Uma das propriedades da TRI é a invariância dos parâmetros dos itens
obtidos de grupos diferentes de alunos testados, e dos parâmetros de proficiência baseados em
grupos diferentes de itens, exceto pela escolha de origem e escala e portanto ambos são
arbitrados” (KLEIN; FONTANIVE, 2009, p. 20).
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“Entende-se por competências cognitivas as modalidades estruturais da inteligência – ações e
operações que o sujeito utiliza para estabelecer relações com e entre objetos, situações,
fenômenos e pessoas que deseja conhecer. As habilidades instrumentais referem-se
especificamente ao plano do ‘saber fazer’ e decorrem diretamente do nível estrutural das
competências já adquiridas e que se transformam em habilidades” (PESTANA et al., 1999, p. 9).
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“Não cabe, pois, avaliá-las como se fossem definições científicas. Não o são. A referência, no
caso das competências, a ‘modalidades estruturais da inteligência’ é irrelevante do ponto de vista
científico, pois é óbvio que, no contexto, essa referência não se vincula a nenhuma teoria explícita
de inteligência no corpo da psicologia. Trata-se apenas de encaminhar, aliás confusamente, um
propósito para o ensino. É, pois, em termos dos programas práticos que pretendem vincular que
essas definições devem ser avaliadas” (AZANHA, 2006, p. 165).
contexto. Nesse sentido restrito, definições devem ser avaliadas pela função ou
propósito a que visam no contexto considerado”. Ou seja, nenhuma definição é
capaz de captar a essência absoluta de algo, muito menos as definições de
habilidades e competências no âmbito da qualidade da educação.
Desta maneira, o SAEB posiciona-se como um mecanismo de
monitoramento estratégico para a mensuração do desempenho – e não para os
processos pedagógicos –, compreendido como resposta imediata sobre o que
deve ser popularmente aceito e divulgado como ‘qualidade’ em educação.
Observe a seguinte afirmação contida no Plano de Desenvolvimento da Educação:
“a Prova Brasil deu nitidez à radiografia da qualidade da educação básica”
(BRASIL/MEC, 2007, p. 20).
Mais que um diagnóstico do que precisa ser a aprimorado no processo, a
afirmação acima acaba promovendo, de maneira consciente ou não, uma
compreensão da avaliação em larga escala como instrumento descobridor de uma
pretensa ‘qualidade’ objetiva – que na realidade não existe, enfatizando assim,
cada vez mais, a avaliação como mecanismo legislador do que deve ou não ser
considerado como ‘qualidade’ em educação. Em síntese, esse logro demonstra
um agir estratégico daquilo que é previamente considerado como ‘qualidade’, ideia
esta que desmonta a ‘ocultação’ ideológica do a priori técnico-administrativo que
se faz presente no momento em que a avaliação é teoricamente configurada, em
vista da estandardização de determinadas metas e objetivos.
REFERÊNCIAS
AZANHA, José Mário Pires. O ENEM: afinal do que trará? In: _________. A
Formação do professor e outros escritos. São Paulo: Editora Senac, 2006, pp.
155-168.
BAUER, Adriana; SILVA, Vandré Gomes. SAEB e a Qualidade de Ensino:
algumas questões. Estudos em Avaliação Educacional, v. 16, n. 31, jan./jun.,
2005, pp. 133-152.
BRASIL/MEC. Plano de Desenvolvimento da Educação. Brasília: MEC, 2007.
BRASIL/MEC. Saeb 2001: Relatório Nacional. Brasília: Inep, 2002.
INEP. Resultados SAEB. Disponível em:
<http://sistemasprovabrasil2.inep.gov.br/resultados/>. Acesso em: 23 dez. 2013.
KLEIN, Ruben; FONTANIVE, Nilma. Alguns Indicadores Educacionais de
Qualidade no Brasil de hoje. São Paulo em Perspectiva, São Paulo, v. 23, n. 1,
jan./jun., 2009, pp. 19-28.
LOCATELLI, Iza. Construção de instrumentos para a avaliação de larga escala e
indicadores de rendimento: o modelo SAEB. Estudos em Avaliação
Educacional, São Paulo: FCC, n. 25, jan./jun., 2002, pp. 3-21.
PESTANA, Maria Inês Gomes de Sá et al. Matrizes Curriculares de Referência
para o Saeb. 2.ed. Brasília: Inep, 1999.
SILVA, Vandré Gomes. A Narrativa Instrumental da Qualidade da Educação.
Estudos em Avaliação Educacional, vol. 19, n. 40, maio/ago., 2008, pp. 191-
221.
VIANNA, Heraldo M. Construindo o campo e a crítica: o debate. In: FREITAS, Luiz
Carlos de. Avaliação: construindo o campo e a crítica. Florianópolis: Insular,
2002, pp. 99-214.