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Conselho Editorial
Equipe Técnica
Paulo Barbosa
Introdução aos
Fundamentos
da Língua Latina
2
Maringá
2010
Formação de Professores em Ciências Biológicas - EAD
Barbosa, Paulo
B238i Introdução aos fundamentos da língua latina / Paulo Barbosa. - - Maringá:
Eduem, 2010.
148p.:il. 21cm. (Coleção formação de professores em Letras – EAD, n. 2)
Introdução > 11
Capítulo 1
Especificidades da língua latina: a liberdade de entrada
das palavras na frase e as terminações
> 17
Capítulo 2
A morfossintaxe dos casos > 25
Capítulo 3
A pronúncia da língua latina > 41
Capítulo 4
A morfossintaxe dos casos nominativo,
acusativo e ablativo: exercícios
> 45
Capítulo 5
Primeiros tempos do verbo: presente,
pretérito imperfeito e pretérito perfeito
> 59
3
Introdução aos Capítulo 6
fundamentos da
língua latina Segunda declinação: os nomes de tema em o > 75
Capítulo 7
Morfossintaxe do caso genitivo: nomes de tema em a e o > 101
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S obre o autor
Paulo Barbosa
Professor do Departamento de Letras, na área de Cultura Clássica, da
5
A presentação da Coleção
Os 54 títulos que compõem a coleção Formação de Professores em Letras fazem
parte do material didático utilizado pelos alunos matriculados no Curso de Licencia-
tura em Letras, habilitação dupla, Português- Inglês, na Modalidade a Distância, da
Universidade Estadual de Maringá (UEM). O curso está vinculado à Universidade Aber-
ta do Brasil (UAB) que, por seu turno, faz parte das ações da Diretoria de Educação a
Distância (DED) da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal do Ensino Superior
(Capes).
A UEM, na condição de Instituição de Ensino Superior (IES) proponente do curso,
assumiu a responsabilidade da produção dos 54 livros, dentre os quais 51 títulos fica-
ram a cargo do Departamento de Letras (DLE), 2 do Departamento de Teoria e Prática
da Educação (DTP) e 1 do Departamento de Fundamentos da Educação (DFE). O pro-
cesso de elaboração da coleção teve início no ano de 2009, e sua conclusão, seguindo
o cronograma de recursos e os trâmites gerais do Fundo Nacional de Desenvolvimento
da Educação (FNDE), está prevista até 2013. É importante ressaltar que, visando a
atender às necessidades e à demanda dos alunos ingressantes no Curso de Graduação
em Letras- Português/Inglês a Distância, da UEM, no âmbito da UAB, nos diferentes
polos, serão impressos 338 exemplares de cada livro.
A coleção, não obstante a necessária organicidade que aproxima e estabelece a
comunicação entre diferentes áreas, busca contemplar especificidades que tornam o
curso de Letras uma interessante frente de estudos e profissional. Deste modo, as
três principais instâncias que compõem o curso de Letras na modalidade a distância
(Língua Portuguesa, Teoria da Literatura e Literaturas de Língua Portuguesa e
Língua Inglesa e Literaturas Correspondentes) são contempladas com livros que
são organizados tendo em vista a construção do saber de cada área. Semelhante cons-
trução não apenas trabalha conteúdos necessários de modo rigoroso tal como seria
de esperar de um curso universitário, como também atua decisivamente no sentido de
proporcionar ao aluno da Educação a Distância a autonomia e a posse do discurso de
modo a realizar uma caminhada plenamente satisfatória tanto em sua jornada acadê-
mica quanto em sua vida profissional posterior. Isso só é possível graças à competência
e comprometimento dos organizadores e autores dos livros dessa coleção, em sua
maior parte ligados aos departamentos da Universidade Estadual de Maringá envol-
vidos neste curso, além de convidados que enriqueceram a produção dos livros com
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Introdução aos sua contribuição. A excelência e a destacada contribuição científica e acadêmica desses
fundamentos da
língua latina autores e organizadores são outros elementos que garantem a seriedade do material
e reforça a oportunidade que se abre ao aluno da Educação a Distância. Além disso, o
material produzido poderá ser utilizado por outras instituições ligadas à Universidade
Aberta do Brasil, abrindo uma perspectiva nacional para os livros do curso de Letras
a Distância.
Além do trabalho desses profissionais, essa coleção não seria possível sem a contri-
buição da Reitoria da UEM e de suas Pró- Reitorias, do Centro de Ciências Humanas,
Letras e Artes da UEM e seus respectivos representantes e departamentos, da Diretoria
de Educação a Distância (DED) da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal do
Ensino Superior (Capes) e do Ministério da Educação (MEC). Todas essas esferas, de
acordo com suas atribuições, foram de suma importância em todas as etapas do traba-
lho. Diante disso, é imperativo expressar, aqui, nosso muito obrigada.
Por último, mas não menos importante, registramos nosso agradecimento especial
à equipe do NEAD- UEM: Pró- Reitoria de Ensino, Coordenação Pedagógica e equipe
técnica, pela dedicação e empenho, sem os quais essa empreitada teria sido muito
mais difícil, se não impossível.
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A presentação do livro
Este livro foi elaborado para os alunos da disciplina de Língua Latina do Curso
de Letras da Universidade Estadual de Maringá, na modalidade da educação à distân-
cia. Pretende dar uma contribuição àqueles que irão iniciar o estudo da língua latina,
apresentando e explicando as primeiras características e especificidades da estrutura
gramatical do latim clássico, acompanhadas de um razoável número de exercícios para
a assimilação dos conteúdos linguísticos.
A importância e o objetivo do aprendizado da língua latina estão ancorados, pelo
menos, em duas finalidades: 1ª) poder conhecer e estudar, através da leitura em latim,
autores e obras literárias, consideradas pelos críticos mais importantes e influentes
obras máximas no âmbito da literatura universal; 2ª) alcançar um maior domínio da
estrutura gramatical da língua portuguesa, possível através do conhecimento da estru-
tura gramatical do latim.
O livro está composto de uma introdução e sete capítulos, cujos conteúdos são os
seguintes:
- a introdução traz uma explicação sobre as variantes linguísticas designadas,
uma, por latim clássico e, outra, por latim vulgar; um resumo do período his-
tórico de Roma, com as origens históricas da cidade, e também a a lenda das
origens de Roma;
- o primeiro capítulo explica, de maneira geral, a flexão nominal através das ter-
minações, e a consequente liberdade de entrada das palavras na frase em latim;
- o segundo trata do funcionamento da língua pelo sistema de casos, através de
uma explicação detalhada, a partir de um texto, de como analisar sintaticamen-
te para entender e fazer a tradução, com palavras da 1ª declinação;
- o terceiro capítulo apresenta noções e regras de pronúncia, através de exem-
plos, e a Pronúncia Restaurada;
- o quarto revisa a morfossintaxe dos casos nominativo, acusativo e ablativo, e
traz exercícios para a assimilação do funcionamento dos três casos, na primeira
declinação;
- o quinto expõe uma introdução ao estudo do verbo, a partir de três tempos
do indicativo regular e do verbo esse: presente, pretérito imperfeito e pretérito
perfeito, com exercícios;
9
Introdução aos - o sexto capítulo inicia o estudo da 2ª declinação, com os casos nominativo,
fundamentos da
língua latina acusativo e ablativo, através de exercícios;
- o sétimo trata do caso genitivo na 1ª e 2ª declinações, também com exercícios.
Paulo Barbosa
autor
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A Língua Latina
Paulo Barbosa
INTRODUÇÃO
Os povos indo- europeus que migraram para a Itália no início do primeiro milênio
a.C. fundaram uma cidade que viria a ser a capital do Império Romano e também con-
siderada a capital de todo o mundo civilizado entre os séculos I a.C. e V p.C.. A data
tradicionalmente aceita da fundação dessa cidade é 753 a.C. e o seu nome é Roma.
O nome da língua falada pelos seus habitantes passou a ser latim. O nome da língua
tem origem no nome do lugar onde a cidade foi fundada: no vale chamado Latium,
rodeado por sete colinas, à beira do rio Tibre.
A primeira grande divisão dos tipos de latim apresenta, de um lado, o latim vulgar
e, de outro lado, o latim clássico (também chamado latim literário ou erudito). O
latim vulgar (vulgus significa povo) era a modalidade linguística falada pelas pesso-
as, cotidianamente, em Roma inicialmente, e depois nas regiões conquistadas pelos
romanos na Itália e na Europa Ocidental. Depois da queda do império romano, no
ocidente, por volta do ano 476 p.C., a língua latina, então falada praticamente em
toda a Europa Ocidental, sofreu um longo processo de transformação durante mui-
tos séculos, desde o início da Idade Média (séc. VI) até o começo da Modernidade
(séc. 16). O latim vulgar transformou- se, de modo um pouco diferente, em cada uma
das regiões europeias que, em fins da Idade Média, conseguiram autonomia política
e se constituíram nas nações modernas como, por exemplo, França, Itália, Espanha,
Portugal e Romênia. Com isso, o latim vulgar, já um pouco mudado, falado na região
da França, passou a ser chamado francês; o latim falado na região da Itália, passou
a ser chamado italiano; o latim da região de Portugal, português, e o da região da
Espanha, espanhol. Assim, o termo latino ‘mater’ tornou- se ‘madre’ em italiano e
espanhol, ‘mére’ em francês, ‘mãe’ em português e ‘mamâ’ em romeno.
Esse foi, sinteticamente, o processo de passagem do latim para as línguas mo-
dernas que têm, entre as principais, o português, o espanhol, o italiano, o francês
e o romeno. Por isso, essas línguas contemporâneas, que tiveram origem no latim
falado, são chamadas neolatinas.
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Introdução aos O latim clássico ou literário era a língua da escrita e, de acordo com os estudiosos,
fundamentos da
língua latina era também a modalidade linguística culta, falada pelas pessoas mais escolarizadas da
sociedade. Ao contrário do latim vulgar, que continuou em uso e se transformou nos
idiomas neolatinos, o latim clássico foi a língua usada nos textos da literatura latina, e
sobrevive apenas nas obras literárias dos escritores latinos.
Essa língua latina clássica existiu, assim, num período histórico determinado. Se
considerarmos as origens primitivas, com as inscrições mais antigas, até a época da de-
cadência literária, esse período pode ir do século VI a.C. ao século V p.C. A época dos
maiores autores da literatura latina como, por exemplo, Cícero, César, Catulo, Vergílio,
Horácio, Ovídio, Sêneca, Petrônio, entre outros, está compreendida nos séculos I a.C.
e I p.C. É a língua que ficou desses grandes escritores a chamada língua latina clássica.
Por ser a linguagem das maiores obras literárias, é a língua da qual se justifica o estudo.
Nos dias atuais, o ensino da língua latina nas universidades baseia- se no latim
clássico, por duas razões: em primeiro lugar, para se ter acesso – entender e ler - aos
textos literários na forma original; em segundo lugar, para se tomar conhecimento da
estrutura gramatical latina, com o objetivo de conhecer as origens da estrutura gra-
matical da língua materna (no caso do Brasil, o português) e, dessa forma, obter um
aprofundamento no domínio do idioma materno.
Embora a língua portuguesa seja filha do latim vulgar, os gramáticos tomaram como
modelo padrão, para constituir as nossas gramáticas, a gramática do latim clássico. Tal
fato se justifica porque as regras gramaticais se referem à linguagem literária, culta.
Este é o motivo pelo qual os nossos gramáticos se espelharam no modelo linguístico
latino culto. Contudo, apesar de a explicação sobre as duas variantes ser necessária
pelos motivos, sobretudo históricos, acima citados, jamais se deve esquecer de que, na
essência, as diferenças são poucas, pois trata- se de uma mesma língua
O latim não é, atualmente, o idioma oficial de nenhum país, exceto o Estado do Va-
ticano. O seu estudo justifica- se muito pouco pelo aspecto da fala ou da conversação;
justifica- se mais pela língua escrita, pelo aprendizado de um idioma que proporciona-
rá a leitura de alguns dos maiores escritores de todos os tempos. A importância de tal
saber para as ciências humanas é mensurada apenas por aquelas pessoas que, além de
um alto grau de instrução, conheçam a cultura clássica e tenham alguma preocupação
com o desenvolvimento educacional, científico e cultural do maior número de pessoas
possível.
Pelo que foi dito até aqui, a língua da qual este livro fará uma introdução é o latim
clássico. No entanto, como se trata de um livro para iniciantes, que deve, por isso, se-
guir uma gradação de conteúdos, e também de um livro que, pela extensão, abordará
apenas alguns dentre os principais elementos que fundamentam a estrutura do latim,
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os textos e os exemplos usados para a exercitação dos alunos tiveram que ser adapta- A Língua Latina
dos para atender a essas especificidades. Em alguns momentos, foi possível explicar
e exemplificar a partir do modelo clássico; em outros momentos, foi necessário fazer
adaptações, que aproximaram os textos e frases mais do modelo da língua portuguesa
do que propriamente do latim; foi preciso considerar a necessidade de simplificação
de estruturas sintáticas, de limitações e acomodações de acepções vocabulares e de
tempos verbais.
13
Introdução aos - na 1ª fase a Monarquia, entre os anos de 753 a 509 a.C.;
fundamentos da
língua latina - na 2ª fase a República, entre os anos 509 a 27 a.C.;
- na 3ª fase o Império, entre 27 a.C. e 476 p.C..
A Monarquia que, como foi dito acima, teve sete reis, acabou sucumbindo por
causa da tirania de alguns reis, principalmente do último, Tarquínio, o soberbo, que
recebeu esta alcunha justamente pelo seu comportamento despótico.
A República foi um regime onde os principais governantes eram eleitos anualmen-
te. O principal cargo (magistratura) era o consulado, sendo eleitos, dentre os membros
das famílias mais ricas e da aristrocacia, dois cônsules por vez. A principal assembléia
era o Senado, composto por antigos magistrados, também escolhidos nas principais
famílias romanas, cujos membros são designados por patrícios. Este foi um período
de grandes transformações para os romanos: no campo político- social, com algumas
conquistas de direitos civis pelo povo, que é tradicionalmente chamado de plebe, e
também com numerosas guerras civis, entre os generais governantes, no último século
do regime republicano; e no campo da expansão territorial, com as guerras contra
outros povos e as consequentes conquistas da Itália e de outras grandes regiões da
Europa, da Ásia e também da África.
A plebe, sentindo- se enganada e oprimida pelos patrícios, começou a lutar (até
através de greves) pelos seus direitos civis e políticos. Entre os séculos V e III a.C., os
plebeus conquistaram: a) o direito de possuírem magistrados – os chamados tribunos
da plebe – ou seja, o direito de serem votados para a magistratura e, assim, partici-
parem do governo; b) o direito de terem leis escritas – A Lei das XII Tábuas - e de
participar da sua redação; c) o direito de igualdade social com relação à aprovação do
casamento entre patrícios e plebeus; d) o direito de serem eleitos para as magistraturas
antes dominadas pelos patrícios (consulado, ditadura, censura); e) o direito à igual-
dade religiosa; f ) e o direito de propor decisões, através da assembléia popular, que
ganhavam força de lei, o chamado plebiscito, entre outros.
A cidade de Roma conseguiu expandir seu territótio por toda a Itália, vencendo os
gregos no sul e na Sicília, região denominada Magna Grécia. Venceu também os carta-
gineses que habitavam a cidade de Cartago no norte da África. Os romanos tiveram que
fazer três guerras contra os cartaginenses – também conhecidos como púnicos - pelo
domínio do mar mediterrâneo, nas batalhas que ficaram célebres e conhecidas como
Guerras Púnicas.
Roma também conquistou, em seguida, vastas regiões da Ásia e, em meados do
século II a.C., venceu e subjugou a Grécia. A região ocidental da Europa, dividida em
províncias chamadas Gálias, foi definitivamente conquistada por Júlio César no século
I a.C.
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A República acabou desmoronando nesse século I a. C, por vários motivos; en- A Língua Latina
tre eles está a série de guerras civis entre os principais comandantes, generais com
grandes poderes militares. Entre os muitos acontecimentos trágicos da época, está o
assassinato de Júlio César, em pleno Senado, no ano de 44 a.C., pelo próprio sobrinho,
que se chamava Brutus.
Os herdeiros políticos de César, Marco Antônio – general tido como o seu braço
direito - de um lado, e Otávio – sobrinho do ditador - de outro lado, disputaram a
sucessão do general ditador (os generais eram nomeados ditadores pelo Senado com
o objetivo de debelar um perigo grave contra o Estado). Com mais guerras e com a
rainha do Egito Cleópatra atuando como coadjuvante ao lado do braço direito de Júlio
César, Otávio venceu Marco Antônio e, embora nunca tivesse admitido, pôs fim à Re-
pública e instalou uma autocracia, a Roma Imperial. O sobrinho de Júlio César passou
a ser chamado Otávio Augusto, e foi o primeiro dos imperadores do regime conhecido
como Império Romano.
A fase do Império durou de 27 a.C. a 476 p.C., período que se refere ao Império
Romano do Ocidente (O Império continuou por mais mil anos no Oriente, com a
capital Constantinopla). Augusto, o primeiro imperador, morreu no ano 14 p.C., e foi
sucedido por Tibério. Depois vieram aqueles que, por outros motivos, talvez sejam tão
famosos quanto Augusto: Calígula, Cláudio e Nero. Em seguida, a história conta uma
longa dinastia, com alguns imperadores muito bons administrativamente, e outros
sem nenhuma competência para o cargo, o que acabou ajudando muito para a queda
da história de Roma como Império.
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Introdução aos expulsou da cidade o irmão Númitor e matou seus filhos homens. Deixou viver ape-
fundamentos da
língua latina nas uma filha de Númitor, chamada Rea Silvia; mas obrigou a sobrinha a transformar-
se numa vestal, ou seja, numa sacerdotisa da deusa Vesta. Amúlio agiu assim porque
queria impedir que Rea Silvia tivesse filhos que, no futuro, poderiam querer se vingar
pelo assassinato dos tios e pela expulsão do avô, já que as vestais eram proibidas de
se casar e de ter filhos.
No entanto, a vestal Rea Silvia, mesmo estando numa espécie de convento, conse-
guiu ter dois filhos do deus Marte: os gêmeos Rômulo e Remo. Quando Amúlio soube
do nascimento, obrigou Rea Silvia a abandonar as duas crianças dentro de uma cesta
no rio Tibre. Porém, as crianças não morreram; foram encontradas e amamentadas,
na floresta, por uma loba, enviada pelo pai, o deus Marte. Depois de adultos, os gê-
meos souberam de toda a história da família, mataram Amúlio e devolveram o trono
da cidade ao avô Númitor.
Em seguida, decidiram fundar uma outra cidade no local onde foram salvos e ama-
mentados pela loba. Depois de consultar os auspícios (a sorte), Rômulo ganhou o
direito de dar o nome à cidade recém fundada. E o nome que escolheu foi Roma. Diz a
lenda que isso teria acontecido no dia 21 de abril de 753 a.C., e que nesse mesmo dia
– considerado tradicionalmente como o dia da fundação de Roma – Rômulo matou o
irmão Remo e ficou como único rei. Foi dessa maneira que Rômulo transformou-se no
primeiro rei de Roma.
Anotações
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1 Especificidades da
língua latina: a
liberdade de entrada
das palavras na
frase e as terminações
Paulo Barbosa
Para os alunos iniciantes no estudo da língua latina sempre se diz que um dos
principais requisitos é o conhecimento da análise sintática em língua portuguesa.
Entender o significado e saber identificar o sujeito de uma oração, o verbo, os
complementos do verbo como objeto direto e indireto, o complemento nomi-
nal, os adjuntos adnominais e adverbiais, é necessário para a compreensão de
qualquer texto – mesmo uma frase - em latim. O motivo é uma diferença existente
entre a língua portuguesa e a latina: a ordem das palavras na frase em português é
mais fixa do que em latim. Em nossa língua a ordem mais comum é:
SUJEITO em primeiro lugar, depois VERBO e COMPLEMENTOS após o verbo.
Na frase A lua ilumina o jardim a sequência é:
Lua é sujeito; ilumina é verbo transitivo direto; jardim é objeto direto, o com-
plemento do verbo transitivo direto.
Dizer que essa é a ordem mais comum não significa que seja a única, mas a
predominante, a mais familiar. Essa sequência pode aparecer alterada, principal-
mente por motivos de ênfase em determinadas palavras, ou na linguagem literá-
ria, por exemplo.
Em latim, a mesma frase pode ter diferentes sequências:
Luna hortum illustrat
Hortum luna illustrat
Hortum illustrat luna
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Introdução aos Além desses três exemplos, também é possível outras combinações. Porém,
fundamentos da
língua latina sempre terá o mesmo sentido: A lua ilumina o jardim.
Como então identificar a função sintática das palavras em latim, para saber
que, em qualquer uma das frases, luna é sempre o sujeito e hortum é sempre o
objeto direto? A resposta está na terminação das palavras. Essas terminações é
que indicam a função sintática dos vocábulos. Por isso, a liberdade de entrada
das palavras na frase em latim é maior do que em português.
Na frase acima, a terminação - a de luna é que indica que essa palavra é sujeito
da oração, independente da posição em que ela aparecer na frase; a terminação -
um indica que hortum, independente da posição, é objeto direto; a desinência - t
indica que o verbo está na 3ª pessoa do singular.
Agora, vamos relembrar a afirmação do início: Para os alunos iniciantes no
estudo da língua latina sempre se diz que um dos principais requisitos é o co-
nhecimento da análise sintática em língua portuguesa. A expressão sempre se
diz refere- se aos professores de latim, pelo menos a uma boa parte deles, que a
enuncia quando estão começando suas aulas.
Já demos uma primeira explicação para a necessidade do estudo da análise
sintática na abordagem de uma frase. Vamos ver agora se o conhecimento da
sintaxe, sempre afirmado pelos professores de língua latina, é realmente ne-
cessário, através de um texto em latim. O texto é uma fábula do escritor Fedro,
que viveu em Roma entre o fim do século I a.C. e início do século I p.C. A fábula
virá acompanhada de uma tradução e, como quase sempre acontece, da moral
da história:
A raposa e a uva
Fame coacta vulpes, alta in vinea
Uvam appetebat, summis saliens viribus.
Quam tangere ut non potuit, discedens ait:
“ Nondum matura est; nolo acerbam sumere”.
(Qui facere quae non possunt, verbis elevant,
Adscribere hoc debebunt exemplum sibi)
(COMBA, 2003, p. 132)
Tradução da fábula:
Uma raposa, com muita fome, cobiçava a uva pendurada numa parreira
alta, saltando com todas as forças. Como não pode alcançá- la, foi embora e
disse: “Ainda não está madura, não quero apanhá- la assim azeda”.
18
(Aqueles que menosprezam, com palavras, o que não conseguem realizar, de- Especificidades da
língua latina: a
verão aplicar para si este exemplo.) liberdade de entrada
das palavras na
Primeiramente, vamos dar uma informação: das dez classes de palavras que frase e as terminações
Uma raposa, com muita fome, cobiçava a uva numa parreira (ou videira)
alta, saltando com todas as forças.
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Introdução aos adverbial - numa parreira alta - , um segundo VERBO - saltando - e um último
fundamentos da
língua latina adjunto adverbial.
Resumida e esquematicamente, apresenta- se dessa maneira a sequência:
S (sujeito) + ADV (adjunto adverbial) + V (verbo) + OD (objeto direto) + V
+ ADV.
O sujeito vulpes - uma raposa - não aparece em primeiro lugar como em portu-
guês; está, mais ou menos, no meio da primeira frase – da primeira linha- :
Em primeiro lugar aparece o adjunto adverbial fame coacta - com muita fome
ou coagida pela fome - , em segundo lugar o sujeito vulpes, em terceiro lugar outro
adjunto adverbial alta in vinea - numa parreira alta, em seguida o objeto direto
Uvam - a uva - , e somente depois do objeto direto é que aparece o verbo appetebat
- cobiçava - ; na última parte o segundo verbo saliens (traduzido por saltando) está
intercalado entre as duas palavras que constituem o outro adjunto adverdial sum-
mis saliens viribus, e summis viribus, essas duas palavras separadas pelo verbo é
que significam com todas as forças.
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Utilizando o mesmo processo usado para a tradução, que foi o de considerar Especificidades da
língua latina: a
apenas a primeira oração, e desconsiderar a última parte - summis saliens viribus liberdade de entrada
das palavras na
- e os adjuntos adverbiais, a ordem das funções fica diferente da ordem portuguesa: frase e as terminações
como tentar entendê- lo? Por onde começar a tradução? Um dos caminhos é ten-
tar identificar as palavras que desempenham as funções sintáticas de sujeito, verbo
e complementos. Como saber, por exemplo, qual é o sujeito? A resposta está nas
terminações das palavras. Como já explicamos no início, as palavras, em latim,
possuem terminações que determinam a função sintática dentro da frase. A
terminação - es da palavra vulpes determina que ela é sujeito; a terminação – am da
palavra uvam indica que ela é objeto direto; a terminação - a das palavras alta e vi-
nea (nesse caso, juntas com a preposição in) nos diz que são um adjunto adverbial.
Com isso, podemos responder à pergunta já formulada (o estudo da análise sin-
tática é necessário para aprender latim?): se as palavras, na língua latina, podem
estar em qualquer posição na frase e, na maioria das vezes, com uma ordenação bem
diferente da que estamos acostumados em nossa língua materna (recordem aqui,
como exemplo, a nossa primeira frase e a sua tradução, comparando a sequência
diferente das palavras nos dois idiomas Hortum luna illustrat - A lua ilumina a
terra); se a terminação é que indica a função sintática (por exemplo: conhecendo,
primeiramente, as terminações de sujeito e objeto direto, devemos traduzir, em por-
tuguês, a palavra com função de sujeito, - que será identificada na frase pela sua
21
Introdução aos terminação - , antes do verbo, já que o sujeito é o que pratica a ação expressa pelo
fundamentos da
língua latina verbo (ou o elemento sobre o qual algo é declarado), e a palavra com função de
objeto direto, - identificada também pela terminação - , deve ser traduzida depois
do verbo, já que o objeto direto é o elemento sobre o qual recai a ação do verbo, e,
por isso, deve ser o complemento do verbo. Portanto, existe essa diferença da estru-
tura sintática do português – que pede o encadeamento S + V + C - em relação ao
latim que, por sua vez, não exige esse encadeamento, já que as palavras apresentam
terminações para dizer qual é o sujeito, o objeto, o verbo e todas as outras funções,
e, por isso, podem estar em qualquer lugar na frase); diante disso, a conclusão é
lógica: para entender o texto – ou a frase – e traduzi- lo, com sentido e clareza, na
sequência característica da língua portuguesa, é, com toda certeza, necessário en-
tender a sua estrurura sintática; não se consegue traduzir uma frase sem saber qual
é o sujeito, o objeto direto ou indireto, o adjunto adnominal ou adverbial, e todas
as outras funções; ou seja, é preciso saber (ou pelo menos começar imediatamente
a estudar) análise sintática.
Vamos comparar agora o outro segmento da fábula com a tradução:
Quam tangere ut non potuit, discedens ait:
“ Nondum matura est; nolo acerbam sumere”
22
Especificidades da
l língua latina: a
a qui facere quae non possunt verbis elevant liberdade de entrada
t das palavras na
frase e as terminações
i 1 2 3 4 5 6 7
m
p com
aqueles menos- conse-
o pala- o que não realizar
que prezam guem
r vas
t
u
g
u 1 7 6 3 4 5 2
ê
s
Podemos perceber que apenas a 1ª palavra do latim Qui está na mesma posição na
frase em relação à sua correspondente na tradução Aqueles que: o nº 1 latino está na
mesma coluna do nº 1 português. A partir da 2ª palavra, não há mais a correspondên-
cia; a palavra facere 2 da segunda coluna corresponde a realizar na 7ª coluna; quae 3
corresponde a o que; non 4 corresponde a não; possunt 5 corresponde a conseguem, e
assim por diante. Com exceção da 1ª coluna, observem que os números são diferentes
dentro da mesma coluna.
Portanto, da doze palavras em latim, apenas uma, a primeira (Qui), está na mesma
posição na frase em relação à sua tradução em português. Se fizermos uma leitura do
trecho em latim, e, ao mesmo tempo, tentarmos seguir no latim a ordem das pala-
vras em português, constataremos que a sequência das palavras no texto latino
perfaz uma espécie de vai- e- vem, de zigue- zague, em comparação com a sequên-
cia da tradução.
23
Introdução aos Todavia, com o tempo e com estudo, qualquer pessoa, qualquer aluno, será ca-
fundamentos da
língua latina paz de acostumar- se com esse modelo linguístico e entendê-lo. Conseguirá também
perceber que, o que se chama liberdade de colocação das palavras na frase, constitui-
se, na verdade, um padrão, (às vezes com algumas variações). Com dedicação ao estu-
do poderá constatar que tal característica é própria do estilo e do espírito da língua;
é um dos primeiros fundamentos do latim constatados pelos alunos principiantes.
Portanto, não é possível, para qualquer um que realmente estude, ignorar esse caráter
primário da língua latina.
Anotações
24
2 A Morfossintaxe
dos Casos
Paulo Barbosa
Na frase do início
A lua ilumina o jardim
a análise demonstrou que
25
Introdução aos A lua é sujeito
fundamentos da
língua latina ilumina é o verbo transitivo direto
o jardim é o objeto direto
Na língua latina, para fazer a análise sintática é preciso identificar o CASO das pala-
vras; a terminação da palavra é que indica o CASO em que ela está. A mesma frase
em latim ficou assim:
Luna hortum illustrat
a palavra luna está no caso nominativo, porque termina em - a;
(em português, o nominativo corresponde à função de sujeito)
a palavra hortum está no caso acusativo, porque termina em - um.
(o acusativo corresponde à função de objeto direto)
Emprega- se a classificação de CASO para os nomes – substantivos e adjetivos - ,
pronomes e numerais, mas não para os verbos, que são analisados como em portu-
guês.
Existem, em latim, seis casos; cada um deles corresponde a uma ou duas das fun-
ções sintáticas da língua portuguesa. São eles:
CASO NOMINATIVO - indica a função de sujeito e predicativo do sujeito;
CASO ACUSATIVO - indica o objeto direto e o adjunto adverbial (lugar e tempo);
CASO GENITIVO - corresponde ao adjunto adnominal;
CASO ABLATIVO - adjuntos adverbiais e agente da passiva;
CASO DATIVO - objeto indireto e complemento nominal;
CASO VOCATIVO - vocativo.
As terminações das palavras são alteradas de acordo com sua função na frase:
- na frase luna hortum illustrat, (A lua ilumina o jardim),
a palavra luna está no caso nominativo porque termina em - a, e por isso é o
sujeito;
- na frase Agricola lunam spectat, (O agricultor observa a lua),
a palavra lunam está no caso acusativo porque termina em - am, e por isso é o
objeto direto..
Observação importante:
Uma mesma palavra pode apresentar terminações diferentes. Isso acontece
porque numa frase ela pode estar num determinado caso e, em outra frase, ela
pode estar em outro caso. Na primeira frase luna está no nominativo porque é
sujeito. Na frase Agricola lunam spectat, a palavra lunam (que mudou a termi-
nação de - a para - am) está no caso acusativo porque é objeto direto. Aqui o su-
jeito é a palavra agricola, que está no caso nominativo, porque termina em - a.
A tradução da frase Agricola lunam spectat é
26
- O agricultor observa a lua. A morfossintaxe
dos casos
Em português a análise sintática demonstra que:
- O agricultor é sujeito (o elemento sobre o qual se declara algo);
- observa é o verbo transitivo direto;
- a lua é objeto direto (o ser sobre o qual recai a ação do verbo – e do sujeito - ).
Em latim, a análise tem que indicar também o CASO dos vocábulos:
- Agricola está no caso nominativo e é sujeito;
- lunam está no caso acusativo e é objeto direto;
- spectat é o verbo transitivo direto.
Vocabulário:
27
Introdução aos ou declinações. Por isso, vamos usar, não somente os textos clássicos (na forma como
fundamentos da
língua latina foram originalmente escritos), mas principalmente textos adaptados e frases avulsas,
adequados para cada etapa.
Vamos ver então o texto adaptado da fábula (com vocabulário em seguida):
Vulpecula et uva
Vulpecula multam astutiam habet. Parvas bestias vulpecula amat spectare, quia
escam vestigat Hodie in silva est vulpecula. Vespera, silvam discedit et per viam
ambulat. Súbito cessat et, prope viam, multas vineas videt. Maturas et pulchras
uvas vineae habent. Multa laetitia, vulpecula ad vineas ambulat. Ubi infra vineas
adventat, uvas tentat sumere, quia famélica erat. Frustra vulpecula saltat. Uvas non
potest tenere, quia valde alta erat vinea.
Multa ira et sine animo, vulpecula uvas discedit. Jam in via, dicit: “Uvas non
tenui, quia acerbae sunt, nondum maturae sunt.
Vocabulário:
28
A morfossintaxe
laetitia, ae, f.: alegria ubi, conj.: quando dos casos
infra, prep. acus.: embaixo, sob advento, as, are, - avi: chegar
tento, as, are, - avi: tentar sumo, is, ere, sumpsi: pegar, agarrar
sum, es, esse, fui: ser, estar, (erat: era,
famelicus, a, um, adj.: faminto (a)
estava)
frustra, adv.: em vão, inutilmente salto, as, are, - avi: saltar, pular
possum, potes, posse, potui: poder, ser
non, adv.: não
possível
teneo, es, ere, tenui: tomar, agarrar
valde, adv.: muito
segurar,
altus, a, um, adj.: alto, alta ira, ae, f.: raiva, ira
sine, prep. abl.: sem animus, i, m.: ânimo, espírito
discedo, is, ere, discessi: abandonar,
jam, adv.: já, agora
deixar
dico, is, ere, dixi: dizer acerbus, a, um, adj.: azedo (a)
nondum, adv.: ainda não
Agora, vamos explicar como fazer a análise sintática e a tradução, já que, sem fazer
a análise, não é possível traduzir.
29
Introdução aos nom. a - ae
fundamentos da
língua latina acus. am - as
abl. a - is
30
nação do acus. pl.); A morfossintaxe
dos casos
- vulpecula: caso nominativo, singular, sujeito
- amat: verbo na 3ª pessoa do singular
- spectare: verbo na forma do infinitivo;
- quia é conjunção, e as conjunções são palavras invariáveis, tem uma única forma;
portanto não possuem flexão de caso, nem qualquer outra flexão;
- escam: acusativo singular, objeto direto
- vestigat: verbo na 3ª pess. do sing.;
Observação importantíssima:
- - - vejam bem que em latim aparece primeiro o objeto direto parvas bestias
(acusativo) e somente depois do OD aparece o sujeito vulpecula (nominativo).
Portanto, é preciso muita atenção para fazer a tradução. Sem a devida atenção, a
tradução poderá ficar assim: /os pequenos animais observam a raposa/, com parvas
bestias na função de sujeito, o que estará totalmente errado. Parvas bestias é
objeto direto, porque está no acusativo, por causa da terminação – as, e DEVE
SER traduzido depois do verbo, funcionando como complemento do verbo.
LEMBREM SEMPRE que a ordem das palavras na frase em latim é diferente da
ordem das palavras na frase em português.
A tradução, então, fica assim:
- A raposa gosta de observar os pequenos animais, porque procura comida (ou
alimento)
A próxima frase:
- Hodie in silva est vulpecula.
A análise:
- Hodie: adjunto adverbial de tempo. Palavra invariável; não possui flexão de caso;
- observação: apenas os substantivos, os adjetivos, os pronomes e alguns poucos
numerais possuem flexão de caso. As outras classes de palavras não possuem caso. A
análise deve indicar apenas a função sintática, como foi feito com Hodie acima.
- in silva: caso ablativo, singular, adjunto adverbial de lugar.
- uma das duas funções do ablativo é a de adjunto adverbial, que pode aparecer
na frase com ou sem preposição; nessa oração aparece com a preposição in: in silva;
observem que o seu significado (na floresta) exprime a ideia de lugar (em algum lu-
gar, estar em algum lugar). Por isso, apesar de ter a mesma terminação do nominativo
singular - a, dificilmente haverá confusão no momento da tradução; isso porque o
nominativo expressa o sujeito, e o ablativo expressa uma circunstância: ou de lugar,
ou de tempo, ou de modo, ou de causa, ou companhia, ou instrumento; são funções
31
Introdução aos bem distintas. No momento da tradução, além de observar as terminações e identificar
fundamentos da
língua latina os casos, é necessário e fundamental analisar e encontrar, também, o sentido das
palavras na frase como um todo: o sentido da função de sujeito JAMAIS pode ser
confundido com o sentido da função de adjunto adverbial;
- observem que a preposição in é analisada juntamente com silva, porque o con-
junto preposição + substantivo é que forma o adjunto adverbial. O vocabulário (ou
dicionário) sempre indicará a que caso pertence a preposição.
- est: verbo intransitivo; o objeto, direto ou indireto, pressupõe verbo transitivo;
quando não há, na frase, objeto, o verbo é intransitivo ou verbo de ligação. Nesta frase,
o termo que está funcionando como complemento do verbo é um adjunto adverbial
(in silva), por isso o verbo é classificado pela gramática como intransitivo;
- vulpecula: nominativo, sujeito;
- observem a colocação em que aparece o sujeito (nominativo) nessa frase:
- Hodie in silva est vulpecula. Está no final da frase.
(sujeito)
A tradução:
Hoje a raposa está na floresta.
Outra frase:
- Vespera, silvam discedit et per viam ambulat.
A análise:
- observem, em 1º lugar, que não há nenhuma palavra no nominativo, tanto sin-
gular, com terminação - a quanto plural em - ae; aparecem dois verbos: discedit e
ambulat, e dois substantivos no acusativo: silvam e viam. Isso quer dizer que não
aparece explícito nessa frase o sujeito; no entanto, ele existe, está implícito; o sujeito
é vulpecula, o mesmo das frases anteriores; a palavra vespera tem terminação em - a,
mas é ablativo e não nominativo, fato que ficará comprovado no momento da tradu-
ção, ao perceber que o seu sentido é de adjunto adverbial, com ideia de tempo, e não
de sujeito.
Vamos relembrar o texto da fábula, para podermos perceber que existem trechos
compostos de uma sequência de orações com o mesmo sujeito implícito:
Vulpecula et uva
Vulpecula multam astutiam habet. Parvas bestias vulpecula amat spectare, quia
escam vestigat. Hodie in silva est vulpecula. Vespera, silvam discedit et per viam
ambulat. Subito cessat et, prope viam, multas vineas videt. Maturas et pulchras uvas
vineae habent. Multa laetitia, vulpecula ad vineas ambulat. Ubi infra vineas adven-
tat, uvas tentat sumere, quia famelica erat. Frustra vulpecula saltat. Uvas non potest
32
tenere, quia valde alta erat vinea. A morfossintaxe
dos casos
Multa ira et sine animo, vulpecula uvas discedit. Jam in via, dicit: “Uvas non
tenui, quia acerbae sunt; nondum maturae sunt.
Até aqui, a tradução ficou:
A raposa tem muita astúcia. A raposa gosta de observar os pequenos animais,
porque procura comida. Hoje a raposa está na floresta.
- As três primeiras frases trazem o sujeito expresso na palavra vulpecula no nomina-
tivo; nas duas frases seguintes o sujeito/nominativo está implícito, é vulpecula.
Retomando a frase:
- Vespera, silvam discedit et per viam ambulat
- Vespera está no caso ablativo, com função de adjunto adverbial de tempo; significa
de tarde, à tarde; é um ablativo sem preposição em latim. Lembrem que existe ablativo
com preposição, por exemplo: in silva, mas também sem preposição como aqui, com
a palavra vespera isolada, ou seja, sem estar acompanhada de preposição.
- No entanto, quando a palavra que está no ablativo em latim não estiver
acompanhada de preposição, sempre será necessário acrescentar na tradução
EM PORTUGUÊS uma preposição: exemplo: Vespera, tradução: de tarde, ou à
tarde.
- silvam está no acusativo por causa da terminação - am, é o objeto direto, comple-
mento do verbo discedit;
- discedit é verbo – 3ª pess. sing.
- et é um conectivo (morfologicamente é chamado conjunção, que é palavra invari-
ável, sem flexão de caso);
- per viam é um acusativo; é um conjunto composto por duas palavras: um subs-
tantico com terminação em - am (term. do acus.), e a preposição per. Como já expli-
camos, o vocabulário/dicionário indica o caso a que pertence a preposição. Existem
preposições para dois casos: ablativo e acusativo. Por exemplo, no vocabulário as pre-
posições são apresentadas assim:
- per, prep. acus.: por, ou sine, prep. abl.: sem.
O acusativo, quando acompanhado de preposição, não exprime objeto direto, mas
adjunto adverbial (somente de dois tipos, ou de lugar ou de tempo). Para exprimir
objeto direto, o acusativo virá sempre sem preposição. Resumindo:
- acusativo SEM preposição é objeto direto;
- acusativo COM preposição é adjunto adverbial;
- ambulat: verbo, 3ª pess. sing.
A tradução:
- À tarde sai da floresta e anda pelo caminho (pela estrada).
33
Introdução aos A frase seguinte:
fundamentos da
língua latina - Subito cessat et, prope viam, multas vineas videt.
Análise:
- o sujeito aqui também está implícito, é o mesmo das primerias orações (vulpecula);
Observação: o termo implícito está sendo usado aqui apenas no sentido de não
aparecer determinada palavra por escrito na frase que está sendo analisada; e isso
acontece apenas para que não fique repetitivo demais o uso de algumas palavras no
texto como um todo. Na verdade, para o sentido da frase o sujeito está bem explícito.
- subito: adjunto adverbial de modo. Significa de repente; por exemplo: parar de
repente; parar de que modo? Resposta: de repente, ou repentinamente.
- cessat: verbo intransitivo - na 3ª pess. sing. - ; intransitivo porque não há, nessa
oração, algum objeto que funcione como complemento desse verbo; para essa oração
(vulpecula cessat et), o sentido é simplesmente... a raposa para e...
- et: conectivo (conjunção aditiva);
- prope viam: acusativo, adjunto adverbial de lugar; lembrem que esse acusativo
não é objeto direto, mas sim adjunto adverbial, por causa tanto da preposição prope,
que está acompanhando o substantivo no acusativo viam, quanto do sentido que o
conjunto (prope viam) exprime; vejam bem que o sentido dá ideia de lugar: prope
viam = ao lado do caminho, ou ao lado da estrada;
- multas vineas: acusativo, plural, objeto direto;
- videt: verbo transitivo direto.
A tradução:
- De repente para e, ao lado do caminho, vê muitas parreiras (ou vinhas, videiras).
A próxima frase:
- Maturas et pulchras uvas vineae habent.
- Atenção: observem bem o ordem das palavras, com seus respectivos casos, na fra-
se: a sequência mostra que, identificando as terminações, as primeiras palavras estão
no acusativo e, por isso, são o objeto direto; o sujeito aparece depois do objeto direto;
- Maturas et pulchras uvas: acusativo, pl., objeto direto;
- vineae: nominativo, pl., sujeito;
- habent: verbo transitivo direto, (3ª pess. sing.).
Tradução:
- As parreiras possuem belas e maduras uvas.
Outra frase:
- Multa laetitia, vulpecula ad vineas ambulat.
Análise:
- Multa laetitia: ablativo, sing., adjunto adverbial de modo.
34
- vulpecula: nominativo, sing., sujeito; A morfossintaxe
dos casos
- Atenção: multa laetitia têm a mesma terminação que vulpecula, mas as duas
palavras não estão no mesmo caso; e também não pode haver confusão de casos;
como ficou dito anteriormente, isso se resolve pelo sentido, que deve ser extraído da
relação entre todas as palavras da frase. Por exemplo: examinem o sentido do verbo
na relação com a palavra que pode ser sujeito, e ficará claro que vulpecula deve ser o
sujeito - vulpecula ambulat = a raposa caminha – (aqui tem sentido); porém, com
a combinação – multa laetitia ambulat = muita alegria caminha - , perde- se o
sentido; e além disso, se as palavras multa laetitia forem traduzidas como sujeito da
oração, com que função sintática e em que lugar na oração ficaria a palavra vulpecula?
Dessa forma não seria possível traduzir a oração com sentido.
- ad vineas: acusativo (com preposição), adjunto adverbial de lugar; (não se es-
queçam de que esse acusativo é adjunto adverbial, e não objeto direto, por causa da
preposição e também do sentido);
- ambulat: verbo intransitivo, (porque nessa oração não há objeto).
Tradução:
- Com muita alegria, a raposa caminha até as parreiras
A frase seguinte é:
- Ubi infra vineas adventat, uvas tentat sumere, quia famelica erat.
Análise:
- nessa frase existem três orações:
- Ubi infra vineas adventat,
- uvas tentat sumere,
- quia famelica erat.
- todas com o sujeito vulpecula implícito;
- Ubi: conjunção – tipo de palavra invariável, sem flexão de caso;
- infra vineas: acusativo, pl., (com prep.), adjunto adverbial de lugar;
- adventat: verbo intransitivo;
Observação: já ficou dito que o verbo é intransitivo quando não tem como com-
plemento um objeto. Examinem a tradução dessa oração - Quando chega sob (em-
baixo) as parreiras, - e observem que o complemento do verbo chega é um adjunto
adverbial de lugar (sob as parreiras), e não um objeto direto; essa diferenciação é
feita pelo sentido e pela presença ou ausência de preposição;
- uvas: acusativo, pl., objeto direto;
- tentat sumere: verbo (locução verbal) transitivo direto; tentat: 3ª pess. sing., e
sumere: forma do infinitivo;
- quia: conectivo (conjunção);
35
Introdução aos - famelica: nominativo, predicativo do sujeito;
fundamentos da
língua latina - erat: verbo de ligação (3ª pess. sing.); trata- se do verbo ser, estar em latim, e que,
no vocabulário/dicionário é apresentado da seguinte forma: sum, es, esse, fui; sum e es
são a 1ª e 2ª pessoas do presente singular (eu sou, tu és), esse é a forma do infinitivo
(ser, estar), e fui é a primeira pessoa do pretérito perfeito (eu fui, eu estive, eu fiquei);
a forma erat, que está na frase, é a 3ª pessoa do singular do pretérito imperfeito, cuja
tradução é era, estava;
- Observação importantíssima: se reconstruirmos essa oração, explicitando o su-
jeito, teremos - vulpecula famelica erat - ; aqui aparece a outra função sintática do
caso nominativo: o predicativo do sujeito; a função de predicativo do sujeito refere-
se àquelas palavras que expressam uma ideia de qualidade, ou um estado do sujeito.
Sintaticamente, o predicativo do sujeito exige o verbo de ligação; como o próprio
nome diz, esse verbo tem a função de ligar o predicativo ao sujeito.
Tradução da frase:
- Quando chega embaixo das parreiras, tenta pegar as uvas, porque estava fa-
minta.
- Observação sobre os tipos de predicado: Na frase que acabamos de ver
- - vulpecula famelica erat
o sujeito é vulpecula e o predicado é famelica erat. Este predicado é chamado
predicado nominal. A razão é que o seu núcleo é um nome, o adjetivo famelica, e não
um verbo. Aqui o verbo erat é classificado como verbo de ligação; sua função é apenas
ligar o predicativo ao sujeito. Na frase
- - maturas et pulchras uvas vineae habent
o sujeito é vineae e o predicado maturas et pulchras uvas habent. Este predicado
é chamado predicado verbal, porque o seu núcleo é um verbo: habent. Neste caso,
o verbo é considerado a principal palavra do predicado; sem ele a frase fica sem sen-
tido; por isso, o núcleo desse predicado é um verbo. Portanto, quando o núcleo do
predicado for um nome (substantivo ou adjetivo), o predicado é chamado predicado
nominal; quando o núcleo for um verbo, o predicado é chamado predicado verbal.
Outra frase:
- Frustra vulpecula saltat.
Análise:
- Frustra: adjunto adverbial, não tem caso porque pertence à classe dos advérbios,
que são invariáveis;
- vulpecula: nominativo, sujeito;
- saltat: verbo intransitivo.
36
Tradução: A morfossintaxe
dos casos
- Em vão (inutilmente) a raposa salta (pula).
A última frase do primeiro parágrafo:
- Uvas non potest tenere, quia valde alta erat vinea.
- Uvas: acusativo, pl., objeto direto;
- non: adjunto adverbial de negação; palavra invariável;
- potest tenere: verbo transitivo direto; potest é 3ª pess. sing. do verbo possum, po-
tes, posse, potui (formas que o vocabulário apresenta), e tenere é o infinitivo de teneo,
es, tenere, tenui;
- quia: conectivo (conjunção);
- valde: adjunto adv. de intensidade; invariável;
- alta: caso nominativo, predicativo do sujeito; alta é predicativo do sujeito porque
exprime uma qualidade do sujeito: valde alta erat vinea = a parreira era muito alta;
a palavra alta é um adjetivo, e é encontrado no vocabulário assim: altus, a, um, adj.;
a primeira forma que aparece é sempre a do masculino – altus;
- erat: verbo de ligação;
- vinea: nominativo, sujeito.
Tradução:
- Não pode pegar as uvas, porque a parreira era muito alta..
Próxima frase:
- Multa ira et sine animo, vulpecula uvas discedit.
Análise:
- Multa ira: ablativo (sem preposição), adjunto adverbial de modo;
- sine animo: ablativo (com preposição), adjunto adverbial de modo. (observação:
a palavra animo pertence à 2ª declinação, tema em o, assunto que será explicado mais
adiante; no entanto, o caso e a função sintática são os mesmos da 1ª declinação.);
- vulpecula: nominativo, sujeito;
- uvas acusativo, objeto direto;
- discedit: verbo transitivo direto.
Tradução:
- Sem ânimo e com muita raiva, a raposa abandona as uvas.
Última parte:
- Jam in via, dicit: “Uvas non tenui, quia acerbae sunt, nondum maturae sunt”.
Análise:
- Jam: adjunto adverbial, invariável;
- in via: ablativo, adjunto adverbial;
- dicit: verbo transitivo direto;
37
Introdução aos
fundamentos da - Uvas: acusativo, objeto direto;
língua latina
- tenui: verbo transitivo direto, (1ª pess. sing. Pretérito perfeito);
- quia: conectivo (conjunção);
- acerbae: nominativo, pl., predicativo do sujeito;
- sunt: verbo de ligação; (vejam que o sentido da frase é uvae acerbae sunt = as
uvas estão verdes; a palavra uvae, que é sujeito, está implícita; acerbae é predicativo
do sujeito, porque exprime uma qualidade, ou um estado do sujeito uvae)
- nondum: adjunto adverbial, invariável;
- maturae: nominativo, pl., predicativo do sujeito;
- sunt: verbo de ligação.
Tradução:
- Já (de volta) no caminho, diz: “Não peguei as uvas porque estão verdes; ainda
não estão maduras.
Anotações
38
A morfossintaxe
dos casos
Anotações
39
Introdução aos
fundamentos da
língua latina
Anotações
40
3 A Pronúncia da
Língua Latina
Paulo Barbosa
41
Introdução aos discípula, súmere.
fundamentos da
língua latina - Por isso também, é necessário ter (ou adquirir) um dicionário de latim.
Existem três regras muito úteis que se aplicam a um grande número de vocábulos,
e que por isso podem ser seguidas; são elas:
- é geralmente longa a sílaba seguida de duas ou mais consoantes; exemplos:
magistra - o i é longo, corresponde à sílaba forte em português - , e a pronúncia é
magístra - o acento agudo está aí apenas para indicar a sílaba mais forte, aquela que
corresponde, aproximadamente, à sílaba tônica do português - . Atenção: não existem
em latim os acentos gráficos da língua portuguesa; puella pronuncia- se puélla; coacta
pr. coácta;
- é geralmente breve a vogal seguida de outra vogal; exemplos: filius é pronunciado
fílius, porque a vogal i da sílaba li é breve; idoneus pr. Idóneus, porque a vogal e é
breve; placeo pr. pláceo: o e é breve porque está seguido de outra vogal;
- toda sílaba formada pelos ditongos AE, OE e AU é longa; exemplos: laetitia,
Caecilia, Aegypthus - Phoebus, oboedire - thesaurus;
A Pronúncia Restaurada
Assim é a pronúncia dos fonemas:
- o C tem som de K: celeber pronuncia- se keleber, discipula pr. Diskipula, Caecilia
(nome próprio: Cecília) é pronunciado kaikilia;
- o G tem sempre a pronúncia do G da palavra galo: gemma pronuncia- se guemma,
magistra é pronunciada maguistra; Atenção: a vogal u aqui não é pronunciada, o G
tem o mesmo som que o G da palavra “guerra” em português;
- o S tem som de SS: resignare é pronunciado ressignare, cerasus pronuncia- se
kerassus;
- o X tem a pronúncia de KS: maximus pr. Maksimus, vox pr. Voks, uxor, pr. Úksor;
- o H é levemente aspirado, próximo do R: hodie pr. Rodie (aproximado), hora pr.
Rora;
- os ditongos AE e OE soam AI e OI, respectivamente: stellae pr. stellai, laeta pr.
Laita, agricolae pr. Agricolai, Caecilia pr. Kaikilia; poena pr. poina, proelium pr.
proilium, oboedire pr. Oboidire;
- o J soa I: jam pr. Iam, Jesus pr. Iessus, jurare pr. Iurare;
- o V tem som de U: vulpecula pr. uulpecula, vinea pr. uinea, adventare pr.
Aduentare, visitare pr. Uissitare, silva pr. Silua (sil- ua).
Essas são as regras principais da Pronúncia Restaurada, e que mostram aquilo
que é diferente da pronúncia do português. No mais, deve- se pronunciar como em
português.
42
Vamos ver agora como fica a pronúncia da fábula, do seguinte modo: cada linha da A Pronúncia da
Língua Latina
fábula será seguida, uma a uma, da correspondente pronúncia entre barras:
Fame coacta vulpes, alta in vinea
/ Fame coacta uulpes, alta in uinea /
Uvam appetebat, summis saliens viribus.
/ Uuam appetébat, summis saliens uíribus /
Quam tangere ut non potuit, discedens ait:
/ Quam tângere ut non pótuit, diskédens ait: /
“ Nondum matura est; nolo acerbam sumere “.
/ Nondum matura est; nolo akérbam súmere /
(Qui facere quae non possunt, verbis elevant,
/ Qui fákere quai non possunt, uerbis élevant, /
Adscribere hoc debebunt exemplum sibi)
/ Adscríbere roc debébunt eksemplum sibi /
Anotações
43
Introdução aos
fundamentos da
língua latina
Anotações
44
4 Morfossintaxenominativo,
dos casos
acusativo e ablativo:
exercícios
Paulo Barbosa
A partir deste capítulo, serão dados diversos tipos de exercícios, tanto com textos
quanto com frases, para que o aluno tenha um contato mais efetivo com a língua lati-
na, trabalhando os conteúdos já explicados.
Em primeiro lugar, vamos relembrar, bem resumidamente, a morfossintaxe dos três
casos - nominativo, acusativo e ablativo - suas terminações e as correspondentes
funções sintáticas.
45
Introdução aos - análise:
fundamentos da
língua latina Vulpecula: nominativo, sujeito;
vineas et parvam viam: acusativo, objeto direto; vineas: acusativo
plural, parvam viam: acusativo singular;
spectat: verbo transitivo direto;
- tradução
A raposa observa as vinhas e a pequena via (estrada).
2 Vulpecula et parvae bestiae escam non habet.
- análise:
Vulpecula et parvae bestiae:nominativo, sujeito; vulpecula: nominativo.
singular, parvae bestiae: nominativo plural;
escam: acusativo, objeto direto;
non: adjunto adverbial de negação;
habet: verbo transitivo direto;
- tradução:
A raposa e os pequenos animais não têm comida (estão sem comida).
3 Famelica vulpecula vineam et maturas uvas spectat.
4 Silvae multas bestias habent.
5 Maturas et pulchras uvas silvae non habent.
- análise:
Maturas et pulchras uvas: acusativo, objeto direto;
silvae: nominativo, sujeito;
non: adjunto adverbial de negação, (palavra invariável, não possui caso);
habent: verbo transitivo direto;
- tradução:
As florestas não têm uvas belas e maduras.
6 Puella scholam amat.
7 Scholam cuncta puella amat.
8 Magistram cunctae puellae spectant.
- análise:
Magistram: acusativo, objeto direto;
cunctae puellae: nominativo, sujeito;
spectant: verbo transitivo direto.
- tradução:
Todas as meninas observam a professora.
9 Valeria collegam suam visitat.
46
10 Amicam suam Julia visitat Morfossintaxe dos casos
nominativo, acusativo e
11 Magistra scholam etiam amat. ablativo: exercícios
47
Introdução aos - tradução:
fundamentos da
língua latina A raposa e os pequenos animais caminhavam ao lado da via (estrada)
por muitas horas, e agora estão diante (em frente) da vinha.
23 Vulpecula infra vineam est, et parvae bestiae super vineam sunt.
24 Uvas vulpecula non potest tenere, et ad silvam remeat.
25 Cunctae discipulae inter mensam et cathedram sunt et magistram
spectant.
Vocabulário:
48
1ª Seção de Pronúncia Morfossintaxe dos casos
nominativo, acusativo e
ablativo: exercícios
2 Inverter o número das frases e fazer a tradução, seguindo o modelo das que
estão prontas em negrito:
49
Introdução aos Vulpeculae acerbas uvas non amant.
fundamentos da
língua latina - traduções:
A raposa não gosta de (ou não ama) uva verde (ou azeda)
As raposas não amam uvas azedas.
6 Vulpecula maturam uvam amat.
7 Vulpecula etiam amat parvam bestiam.
8 Escam vulpecula non habet.
9 Vulpecula parvam bestiam vestigat
10 Discipulam magistra vocat.
- plural:
Discipulas magistrae vocant.
- traduções:
A professora chama a aluna.
As professoras chamam as alunas.
11 Magistram discipula visitat.
12 Agricola terram suam amat.
13 Rosas et violas amant puellae.
- inversão do número para o singular:
Rosam et violam amat puella.
- traduções:
As meninas amam as rosas e as violetas.
A menina ama a rosa e a violeta
14 Rubras rosas puellae amant.
15 Magistrae discípulas visitant.
16 Uvas et parvas bestias vulpeculae vestigant.
17 Uva matura est.
- plural:
Uvae maturae sunt.
- traduções:
A uva está madura.
As uvas estão maduras.
18 Vineae altae valde erant.
- singular:
Vinea alta valde erat.
- traduções:
As vinhas eram muito altas.
A vinha era muito alta.
50
Morfossintaxe dos casos
19 Sedula discipula laeta erat. nominativo, acusativo e
ablativo: exercícios
- plural:
Sedulae discipulae laetae erant.
- traduções:
A aluna estudiosa estava contente (alegre).
As alunas estudiosas estavam contentes (alegres).
20 Astuta vulpecula famelica erat.
21 Acerbae uvae non sunt.
22 Parvae vineae altae non erant.
23 Pulchrae et parvae vineae erant.
24 Longam per viam astuta vulpecula ambulabat.
- plural:
Longas per vias astutae vulpeculae ambulabant.
- traduções:
A raposa astuta caminhava pela longa via (estrada).
As raposas astutas caminhavam pelas longas vias.
25 Pulchrae et parvae vineae longas iuxta vias erant.
- singular:
Pulchra et parva vinea longam iuxta viam erat.
- traduções:
As pequenas e belas vinhas estavam (ficavam) ao lado das longas vias.
A pequena e bela vinha ficava ao lado do longo caminho.
26 Magnas ad vineas parvae bestiae ambulant.
27 Famelica vulpecula magnam prope silvam erat, et nunc ad vineam ambulat.
28 Infra vineas parvae vulpeculae jam sunt.
29 Nunc vulpecula per viam ambulat et deinde ad silvam remeat.
30 Parvae bestiae per silvas ambulabant et nunc altas super vineas sunt
Vocabulário:
51
Introdução aos
fundamentos da rosa, ae, f.: rosa viola, se, f.: violeta
língua latina
puella, ae, f.: menina, moça ruber, bra, brum, adj.: vermelho,(a)
valde, adv.: muito sedulus, a, um, adj.: dedicado(a)
laetus, a, um, adj.: alegre, contente bestia, ae, f.: animal (selvagem)
astutus, a, um, adj.: astuto(a) famelicus, a, um, adj.: faminto(a)
pulcher, chra, chrum, adj.: bonito(a) iuxta, prep. acus.: ao lado, perto
magnus, a, um, adj.: grande ad, prep. acus. para, até, em direção
per, prep. acus.: por, através de, pelo prope, prep. acus.: perto de
nunc, adv.: agora infra, prep. acus.: embaixo, sob
jam, adv.: já, agora deinde, adv.: em seguida, depois
remeo, as, are, avi: voltar super, prep. acus.: sobre, em cima
2ª Seção de Pronúncia
52
erant: verbo intransitivo. Morfossintaxe dos casos
nominativo, acusativo e
- tradução: ablativo: exercícios
53
Introdução aos 11 Tristitia vineam et uvas discedit vulpecula.
fundamentos da
língua latina 12 Discipulae ex schola discedunt et ad viam prope silvam ambulant.
- análise:
Discipulae: nominativo, sujeito;
ex schola: ablativo, adjunto adverbial de lugar;
discedunt: verbo intransitivo;
et: conjunção aditiva;
ad viam: acusativo, adjunto adverbial de lugar;
prope silvam: acusativo, adjunto adverbial de lugar;
ambulant: verbo intransitivo.
- tradução:
As alunas saem da escola e caminham para a (em direção a) estrada perto
da floresta.
13 Multa laetitia cunctae discipulae per viam ambulabant.
14 In silva aqua etiam est, et prope aquam multae ranae sunt.
15 In schola puellae fabulam de vulpecula et uva cognoverunt.
- análise:
In schola: ablativo, adjunto adverbial de lugar;
discipulae: nominativo, sujeito;
fabulam: acusativo, objeto direto;
de vulpecula et uva: ablativo, adjunto adverbial de assunto;
cognoverunt: verbo transitivo direto;
- tradução:
As meninas conheceram a fábula da raposa e da uva na escola.
16 Per viam cum discipulis etiam ambulant magistrae.
- análise:
Per viam: acusativo, adjunto adverbial de lugar;
cum discipulis: ablativo, adjunto adverbial de companhia;
etiam: adjunto adverbial (invariável);
ambulant: verbo intransitivo;
magistrae: nominativo, sujeito;
- tradução:
As professoras também caminham (ou passeiam) com as alunas pela estrada.
17 Puellae reverentia iratam vulpeculam in via vident.
18 Fabulam de cicada et ciconia magistrae etiam narraverunt.
19 In aqua prope viam puellae etiam vident multas ranas.
20 Dominae sunt in casa et ex fenestra puellas in via spectant.
54
Morfossintaxe dos casos
nominativo, acusativo e
ablativo: exercícios
Vocabulário:
55
Introdução aos
fundamentos da schola, ae, f.: escola ad, prep. acus.: para, até, em direção a
língua latina
silva, ae, f.: selva, floresta heri, adv. (pal. invar.): ontem
specto, as, are, avi: olhar, observar via, ae, f.: caminho, via, estrada
sum, es, esse, fui: ser, estar, haver,
multus, a, um, adj.: muito(a)
existir (erat: era, estava, havia)
uva, ae, f.: uva maturus, a, um, adj.: maduro(a)
vestigo, as, are, avi: procurar, buscar magistra, ae, f.: professora
vídeo, es, ere, vidi: ver, olhar, perceber,
cicada, ae, f.: cigarra
examinar
vulpecula, ae, f.: raposa cunctus, a, um, adj.: todo(a)
3ª Seção de Pronúncia
56
- na 2ª frase, o ablativo não está sendo regido por nenhuma preposição; aparece Morfossintaxe dos casos
nominativo, acusativo e
apenas o substantivo com a terminação do ablativo, assim: laetitia. Desse modo, ou ablativo: exercícios
seja, quando não existe em latim preposição regendo o ablativo, é necessário analisar
o sentido e identificar qual é o tipo de adjunto adverbial desse ablativo, para acrescen-
tar na tradução em português a preposição que aquele tipo de adjunto adverbial exige.
Portanto, em português, o ablativo deverá ser traduzido sempre com alguma
preposição. Observem que o ablativo da 2ª frase laetitia foi traduzido com a prepo-
sição com (com alegria);
- existem quatro tipos de adjuntos adverbiais no ablativo sem preposição:
1 adjunto adverbial de modo ou maneira;
2 adjunto adverbial de causa;
3 adjunto adverbial de meio ou instrumento;
4 adjunto adverbial de tempo;
- por isso, ao traduzir uma frase com ablativo sem preposição, é preciso pensar:
com qual dos quatro tipos de adjunto adverbial deve ser traduzido o ablativo?
Isso porque existem em português diversas preposições para cada tipo de adjunto
adverbial;
- vamos ver, como exemplo, mais uma frase:
- Amicitia discipulae ludunt et magistram etiam juvant.
- como a palavra Amicitia está no ablativo, devemos pensar e analisar assim: Ami-
citia, no contexto da frase como um todo, carrega ideia de modo? De causa? De
instrumento? Ou de tempo?
- concluiremos que ela poderá ser traduzida como adjunto adverbial de causa (com
ideia de causa) e, para isso, deveremos traduzi- la com a preposição (locução preposi-
tiva) por causa de:
- (Por causa da amizade, as alunas brincam e também ajudam a professora.);
- mas também é possível traduzir como adjunto adverbial de modo, com a prepo-
sição com:
- (Com amizade, as alunas brincam e ajudam a professora);
- como vimos, para esse ablativo especificamente, houve duas possibilidades de
tradução; isso acontece porque trata- se de uma frase isolada. No entanto, quando
a frase faz parte de um texto, dificilmente haverá dupla possibilidade de tradução; o
sentido do texto como um todo, ou seja, o seu contexto, é que vai exigir qual deve
ser a tradução correta;
- por essa explicação, o aluno atento percebeu que, além de identificar o CASO
através da TERMINAÇÃO das palavras – primeiro e fundamental passo – é ne-
cessário pensar também cuidadosamente no SENTIDO, no contexto da frase e/
ou do texto.
57
Introdução aos Vocabulário:
fundamentos da
língua latina
noster, tra, trum, pron. adj.: nosso, nossa avia, ae, f.: avó
fabula, ae, f.: fábula, lenda, estória de, prep. abl.: de, sobre, a respeito de
uva, ae, f.: uva narro, as, are, avi: narrar, contar
ludo, is, ere, lusi: brincar, jogar magistra, ae, f.: professora, mestra
Anotações
58
5 Primeiros tempos
do verbo: presente,
pretérito imperfeito e
pretérito perfeito
O verbo também deve ser estudado gradualmente. Por isso, agora vamos apresen-
tar o modelo desses três tempos, nas 1ª, 2ª, e 3ª conjugações regulares - (ao todo exis-
tem quatro conjugações em latim). Ao mesmo tempo, daremos algumas explicações
iniciais, principalmente a respeito da forma como o dicionário/vocabulário apresenta o
verbo; e também o modelo do verbo esse (ser, estar), separadamente, nos três tempos,
já que esse verbo pode ser considerado irregular.
O verbo no dicionário
O dicionário registra o verbo em cinco formas: em primeiro lugar aparece a forma
da 1ª pessoa do presente do indicativo, depois a 2ª pessoa também do presente,
em terceiro lugar o infinitivo, em seguida a 1ª pessoa do pretérito perfeito, e por
último o supino;
- vamos trabalhar aqui apenas com as quatro primeiras formas, por enquanto; por
isso, o nosso vocabulário tem dado apenas quatro formas;
- apenas a 1ª pessoa do presente é registrada por inteiro; para as outras formas são
registradas somente a parte final, ou seja, a terminação;
- exemplo:
- narro, as, are, avi: narrar, contar;
- observem que narro é a forma da 1ª pess. do presente, - as é a terminação da 2ª
pess. do presente – por inteiro é narras - , - are é a terminação do infinitivo – por
inteiro é narrare - , e - avi é a parte final da 1ª pess. do pretérito perfeito – por inteiro
fica narravi - ;
- muitas vezes, o dicionário traz a 1ª pess. do pret. perfeito também por inteiro; isso
acontece porque muitos verbos possuem a forma do pret. perfeito um pouco diferente
da forma do presente; é o caso do verbo a seguir:
- exemplo:
Cognosco, is, ere, cognovi: conhecer, saber;
- atentem bem para a diferença entre a forma do presente, que é cognosco (eu
59
Introdução aos conheço), e a forma do pret. perfeito, que é cognovi (eu conheci);
fundamentos da
língua latina - vamos ver outros exemplos deste tipo de verbo:
- discedo, is, ere, discessi: retirar- se, abandonar, deixar;
- presente: discedo – 1ª pess. – (eu abandono), discedis – 2ª pess. – (tu abando-
nas), pret. perfeito: discessi (eu abandonei);
- scribo, is, ere, scripsi: escrever;
- presente: scribo – 1ª pess. – (eu escrevo), scribis – 2ª p. – (tu escreves), pret.
perfeito: scripsi (eu escrevi);
- dico, is, ere, dixi: dizer, pronunciar, declarar;
- pres.: dico (eu digo), dicis (tu dizes), perfeito: dixi (eu disse);
- do, as, are, dedi: dar, oferecer;
- pres.: do (eu ofereço), das (tu ofereces), perf.: dedi (eu ofereci);
- cano, is, ere, cecini: cantar, celebrar;
- pres.: cano (eu canto), canis (tu cantas), perf.: cecini (eu cantei);
- habeo, es, ere, habui: ter, possuir;
- pres.: habeo (eu tenho), habes (tu tens), perf.: habui (eu tive);
- mordeo, es, ere, momordi: morder:
- pres.: mordeo (eu mordo), mordes (tu mordes), perf.: momordi (eu mordi);
Com o verbo esse (ser, estar) acontece o mesmo fenômeno:
- sum, es, esse, fui: ser, estar, haver, existir;
- pres.: sum (eu sou, eu estou), es (tu és, tu estás), perf.: fui (eu fui, eu estive).
Também existem muitos outros verbos que não apresentam essa diferença de
forma (ou diferença de tema, como também pode ser chamada) entre o presente e o
pretérito perfeito; o perfeito é formado apenas com o acréscimo ao tema do presente
da terminação - vi. Vamos ver alguns exemplos:
- specto, as, are, avi: olhar, observar;
- presente: specto, (eu observo), spectas (tu observas), e pret. perf. spectavi (eu
observei);
- narro, as, are, avi: narrar, contar;
- pres.: narro (eu narro), narras (tu narras), perf.: narravi (eu narrei);
- voco, as, are, avi: chamar;
- pres.: voco, vocas (eu chamo, tu chamas), perf.: vocavi (eu chamei);
- ambulo, as, are, avi: andar, caminhar, passear;
- pres.: ambulo, ambulas, perf.: ambulavi;
- poto, as, are, avi: beber;
- pres.: poto, potas, perf.: potavi:
- pugno, as, are, avi: lutar;
60
- pres.: pugno, pugnas, perf.: pugnavi; Primeiros tempos
do verbo: presente,
- orno, as, are, avi: enfeitar; pretérito imperfeito e
pretérito perfeito
- pres.: orno, ornas, perf.: ornavi;
- paro, as, are, avi: preparar;
- pres.: paro, paras, perf.: paravi;
- amo, as, are, avi: amar, gostar de;
- pres.: amo, amas, perf.: amavi;
- visito, as, are, avi: visitar;
- pres.: visito, visitas, perf.: visitavi.
- Como saber quando um verbo é da 1ª conjugação? Ou da 2ª, 3ª, ou 4ª? Sabe- se
pela terminação do infinito, que aparece no dicionário/vocabulário: 1) a terminação
do infinitivo - ARE indica que o verbo é da 1ª conjugação:
- SPECTO, AS, ARE;, AMBULO, AS, ARE; REMEO, AS, ARE;
2) a terminação - ERE, com acento longo e/ou a presença da vogal e nas 1ª e 2ª
pessoas, indica 2ª conjugação:
- HABEO, ES, ERE; STUDEO, ES, ERE; TENEO, ES, ERE;
3) - ERE, com acento breve e sem a presença da vogal e nas primeiras pessoas,
indica 3ª conjugação:
- DICO, IS, ERE; SCRIBO, IS, ERE; DISCEDO, IS, ERE;
4) - IRE indica 4ª cojugação:
- FINIO, IS, FINIRE; SALIO, IS, SALIRE; VENIO, IS, VENIRE.
61
Introdução aos 2ª CONJUGAÇÃO: modelo: studeo, es, ere, studui: estudar
fundamentos da
língua latina
62
- As desinências da segunda coluna (outros tempos) são empregadas para o presen- Primeiros tempos
do verbo: presente,
te e o imperfeito e também para todos os tempos, com exceção do perfeito. pretérito imperfeito e
pretérito perfeito
- Comparem o paradigma do presente com o imperfeito, e percebam que a dife-
rença entre os dois tempos está na desinência modo- temporal - ba - ; esta desinência
é que diferencia o imperfeito do presente; o - ba - é a desinência que marca o tempo
pretérito imperfeito em todas as quatro conjugações.
- vamos ver alguns exemplos comparativos do presente e do imperfeito:
63
Introdução aos - entende- se facilmente a conjugação do pretérito imperfeito: no vocabulário estão
fundamentos da
língua latina a 1ª e a 2ª pess (poto, as), ou seja, poto, potas; retira- se a desinência - s da 2ª pess.
para encontrar o tema que, nesse verbo, é pota; junta- se ao tema a desinência modo-
temporal - ba - e, por último, a desinência número- pessoal:
- pota + ba + m = potabam - 1ª pess. sing.
- pota + ba + s = potabas - 2ª pess.
- pota + ba + t = potabat - 3ª pess.
- pota + ba + mus = potabamus - 1ª pess. pl.
- pota + ba + tis = potabatis - 2ª pess.
- pota + ba + nt = potabant - 3ª pess.
- esse processo repete- se nas quatro conjugações, com pouquíssimas variações:
- na terceira conjugação, para formar o imperfeito troca- se a vogal i da 2ª pess. do
presente pela vogal e; exemplos:
- dico, is, ere, dixi -
- a 2ª pess. é dicis: para formar o imperfeito, retira- se o - s, troca- se o i pelo e e
teremos dice; a essa forma é que deve- se acrescentar as desinências modo- temporal
e número pessoal:
- presente pret. imperfeito
- dico dice + bam = dicebam
- dicis dice + bas = dicebas
- dicit dice + bat = dicebat
- dicimus dice + bamus = dicebamus
- dicitis dice + batis = dicebatis
- dicunt dice + bant = dicebant
- discedo, is, ere, discessi;
- da 2ª pess. discedis, retira- se o - s e troca- se o i por e para conjugar o imperfeito:
- presente pret. imperfeito
- discedo discedebam
- discedis discedebas
- discedit discedebat
- discedimus discedebamus
- disceditis discedebatis
- discedunt discedebant
- Observem que a 3ª pess. plural do presente, da terceira conjugação, apresenta a
vogal u no lugar da vogal i (discedunt) das outras pessoas.
- a conjugação do pretérito perfeito é ainda mais simples: basta trocar as desinên-
cias número- pessoais;
64
- como o vocabulário sempre apresentará a 1ª pess. do pret. perf. – por inteiro, Primeiros tempos
do verbo: presente,
como dixi do verbo dico, is, ere, dixi, ou a terminação, como - avi do verbo poto, as, pretérito imperfeito e
pretérito perfeito
are, avi (aqui já se sabe que, por inteiro, é potavi) – deve- se apenas trocar a desinên-
cia - i - da 1ª pess. pelas outras desinências;
- vamos ver os exemplos:
- da 1ª pess, dixi, retira- se o - i e, à forma dix, acrescenta- se a desinência - isti para
formar a 2ª pess.: dixisti; retira- se o - i e acrescenta- se a desinência - it para formar a
3ª pess.: dixit; e assim deve ser feito com todas as pessoas:
Pretérito perfeito
- potavi habui discessi
- potavisti habuisti discessisti
- potavit habuit discessit
- potavimus habuimus discessimus
- potavistis habuistis discessistis
- potaverunt habuerunt discesserunt
- Esse processo para conjugar o pretérito perfeito é o mesmo para todos os verbos
das quatro conjugações latinas.
Verbo sum, es, esse, fui (ser, estar, haver, existir): presente, pretérito imperfei-
to e pretérito perfeito
Os pronomes pessoais
- Em latim, muito pouco são usados os pronomes pessoais; isso acontece porque,
como a maioria dos verbos possuem conjugação regular, torna- se desnecessário (re-
petitivo) o uso dos pronomes pessoais; tanto assim é que existem apenas os pronomes
da 1ª e 2ª pessoas; não existe o pronome da 3ª pessoa; usa- se, quando necessário, de
empréstimo, um pronome demonstrativo. Vamos então conhecê- los:
65
Introdução aos - - - ego (eu)
fundamentos da
língua latina - - - tu (tu)
- - - is, ea (ele, ela)
- - - nos (nós)
- - - vos (vós)
- - - ii, eae (eles, elas)
- observem a frase:
- Prope vineam vulpeculam specto.
- tradução: Eu observo (vejo) a raposa perto da vinha.
- o verbo specto está na 1ª pessoa; por isso, não é necessário empregar na frase o
pronome ego; por estar o verbo na 1ª pessoa, já se sabe que o sujeito é eu (ego); a
desinência – o já marca a 1ª pessoa; se a desinência fosse outra, por exemplo - s, seria
2ª pessoa: spectas;
- observem a mesma frase com outra pessoa do verbo:
- Prope vineam vulpeculam spectas.
- tradução: Tu observas a raposa perto da vinha.
- Vejam bem que não é necessário empregar em latim o pronome tu; a própria
desinência - s já está indicando 2ª pessoa do singular.
Vocabulário:
narro, as, are, avi: narrar habeo, es, ere, habui: ter, possuir
pugno, as, are, avi: lutar mordeo, es, ere, momordi
66
Primeiros tempos
p. imperfeito p. imperfeito p. perfeito p. perfeito presente do verbo: presente,
pretérito imperfeito e
habebam pugnabam habui pugnavi mordeo pretérito perfeito
Vocabulário:
ambulo, as, are, avi: caminhar visito, as, are, avi: visitar
orno, as, are, avi: enfeitar
visitabatis ornabatis
visitaverunt momorderunt
67
Introdução aos
fundamentos da cognoscebamus
língua latina
cognoscitis cognoscebatis cognovistis
cognoscunt cognoverunt canunt
Vocabulário:
cognosco, is, ere, cognovi: conhecer cano, is, ere, cecini: cantar, celebrar
alo, is, ere, alui: alimentar
Vocabulário:
teneo, es, ere, tenui: segurar augeo, es, ere, auxi: aumentar
do, das, dare, dedi: dar juvo, as, are, juvi: ajudar
68
Primeiros tempos
damus do verbo: presente,
pretérito imperfeito e
dabatis pretérito perfeito
Vocabulário:
doceo, es, ere, docui: ensinar
peto, is, ere, petivi (petii): pedir
vendo, is, ere, vendidi: vender
petebamus petimus
petebatis vendidistis
petunt
69
Introdução aos - Com muito medo, tu caminhaste pela floresta fechada durante muito tempo
fundamentos da
língua latina e, à tarde, voltaste para a estrada.
- análise dos verbos:
- ambulavisti: 2ª pess. sing., pret. perfeito, 1ª conjugação;
- remeavisti: 2ª pess. sing., pret. perfeito., 1ª conjugação.
3 Diligentia discipulas cunctae nostrae magistrae semper docuerunt.
- tradução:
- Todas as nossas professoras sempre ensinaram as alunas com dedicação;
- análise:
- docuerunt: 3ª pess. pl., pret. perfeito, 2ª conjugação.
4 Heri collegas suas visitavisti.
5 Reverentia densam silvam heri spectabam.
6 Amicam meam semper visitas.
7 In schola magistra discípulas cura docebat.
8 Vulpeculam et bestias circa vineam spectavisti.
9 Sagittis suis in silva prope viam silvicolas semper video.
- tradução:
- Eu sempre vejo os indígenas (silvícolas, habitantes da floresta) com suas
flechas, na floresta perto da estrada;
- análise:
- video: 1ª pess. sing., presente, 2ª conjugação.
10 Iuxta silvam viam et vineam cognoscis.
- tradução:
- Tu conheces a vinha e a estrada perto da floresta;
- análise:
- cognoscis: 2ª pess. sing., presente, 3ª conjugação.
11 Dominam, magistram et etiam servas visitabas.
12 Ex fenestra agricolas et vineam specto.
13 Bestias alui et deinde ad vineam cum agricolis ambulavi.
- tradução:
- Eu alimentei os animais e depois caminhei até a vinha com os agricultores;
- análise:
- alui: 1ª pess. sing., pret. perfeito, 3ª conjugação;
- ambulavi: 1ª pess. sing., pret. Perfeito, 1ª conjugação.
14 Iuxta vineam varias alias plantas colebas.
- tradução:
- Tu cultivavas várias outras plantas ao lado da vinha;
70
- análise: Primeiros tempos
do verbo: presente,
- colebas: 2ª pess. sing., pret. imperfeito, 3ª conjugação. pretérito imperfeito e
pretérito perfeito
15 In schola cum nostra magistra pulchras fabulas didicimus.
- tradução:
- Nós aprendemos belas fábulas na escola com a nossa professora;
- análise:
- didicimus: 1ª pess. pl.., pret. Perfeito, 3ª conjugação.
15 Cum aliis personis in via nostram escam dividimus.
16 Iuxta viam in vinea maturam uvam vestigamus.
17 Cum agricolis multam amicitiam habemus.
18 Ancillae cenam apud magistram paraverunt.
19 In theca escam portabas.
20 Inter discipulas amicitiam laudas.
21 Heri nostra amicitia multa laetitia eram.
- tradução:
- Ontem eu estava com muita alegria por causa da nossa amizade;
- análise:
- eram: 1ª pess. sing., pret. imperfeito, verbo sum, es, esse, fui.
22 In schola heri cum ancillis fuisti.
- tradução:
- Ontem tu estiveste na escola com as criadas;
- análise:
- fuisti: 2ª pess. sing., pret. perfeito, verbo sum, es, esse, fui.
23 In schola cum magistris hodie sum.
24 Agricolae cum dominis apud magistram erant.
25 Pecunia, cunctas silvas delemus.
26. Silvam et bestias amatis.
27 Personas laboriosas et discipulas sedulas laudo.
28 Silva et multae bestiae iuxta viam erant.
29. Inter magistras multas amicas habemus.
30 Silvis nostris curam numquam habuimus.
Vocabulário:
densus, a, um, adj.: denso, fechado(a) diu, adv.: durante muito tempo
diligentia, ae, f.: dedicação, cuidado,
remeo, as, are, avi: voltar
diligência
71
Introdução aos
fundamentos da cunctus, a, um, adj.: todo(a) semper, adv.: sempre
língua latina
doceo, es, ere, docui: ensinar heri, adv.: ontem
collega, ae, f.: colega suus, a, um, pron. adj.: seu, sua
visito, as, are, avi: visitar reverentia, ae, f.: temor, receio
silva, ae, f.: floresta, selva specto, as, are, avi: observar, olhar
amica, ae, f.: amiga meus, a, um, pron. adj.: meu, minha
schola, ae, f.: escola in, prep. abl.: em, no, na
magistra, ae, f.: professora discípula, ae, f.: aluna
cura, ae, f.: cuidado, zelo, dedicação,
doceo, es, ere, docui: ensinar
empenho
vulpecula, ae, f.: raposa bestia, ae, f.: animal (selvagem)
circa, prep. acus.: ao redor de, em volta
vinea, ae, f.: vinha
de
prope, prep. acus.: perto, ao lado de,
sagitta, ae, f.: flecha, seta
próximo
silvicola, ae, m.: silvícola, habitante das
via, ae, f.: via, caminho, estrada
florestas,, indígena
video, es, ere, vidi: ver, olhar iuxta, prep. acus.: ao lado de, perto
cognosco, is, ere, cognovi: conhecer domina, ae, f.: senhora, dona de casa
etiam, adv.: também, ainda serva, ae, f.: serva, criada, escrava
ex, prep. abl.: de, desde, do interior de fenestra, ae, f.: janela
agricola, ae, m.: agricultor alo, is, ere, alui: alimentar, nutrir
deinde, adv., conj.: depois, em seguida disco, is, ere, didici: aprender, estudar
cum, prep. abl.: com, na companhia de alius, a, ud, pron. adj.: outro(a)
persona, ae, f.: pessoa noster, tra, trum, pron. adj.: nosso(a)
esca, ae, f.: alimento, comida divido, is, ere, divisi: dividir, repartir
maturus, a, um, adj.: maduro (a) uva, ae, f.: uva
vestigo, as, are, avi: procurar multus, a, um, adj.: muito(a)
amicitia, ae, f.: amizade habeo, es, ere, habui: ter, possuir
ancilla, ae, f.: criada, escrava, serva cena, ae, f.: jantar, ceia
apud, prep. acus.: na casa de, junto a,
paro, as, are, avi: preparar
entre
porto, as, are, avi: levar, carregar,
theca, ae, f.: bolsa, caixinha
transportar
72
Primeiros tempos
inter, prep. acus.: entre laudo, as, are, avi: louvar, elogiar do verbo: presente,
pretérito imperfeito e
laetitia, ae, f.: alegria hodie, adv.: hoje pretérito perfeito
pecunia, ae, f.: dinheiro, posses deleo, es, ere, evi: destruir, apagar
laboriosus, a, um, adj.: laborioso(a),
amo, as, are, avi: amar, gostar de
trabalhadeira
sedulus, a, um, adj.: dedicado(a),
numquam, adv.: nunca, jamais
aplicado(a), estudioso(a)
4ª Seção de Pronúncia
Anotações
73
Introdução aos
fundamentos da
língua latina
Anotações
74
6 Segunda declinação:
os nomes de
tema em O
Tradução:
O lobo e o cordeiro
Ao mesmo rio vieram, compelidos pela sede, o lobo e o cordeiro. O lobo estava
mais acima e o cordeiro bem mais abaixo. Então o predador, incitado por sua goela
maldosa, encontrou motivo de rixa: “ Estou bebendo e tu poluis a água!”. O lanoso,
tremendo, respondeu: “ Por favor, como posso fazer isso de que te queixas, ó lobo?
De ti para meus goles é que o líquido corre”. Repelido pela força da verdade, aquele
replicou: “ Cerca de seis meses atrás, falaste mal de mim.” O cordeiro retruca: “ Eu?
75
Introdução aos Naquele tempo, eu sequer era nascido...”. “- Por Hércules,” diz o lobo, “ teu pai então
fundamentos da
língua latina é que me destratou !”. E logo em seguida, dilacera a presa, dando- lhe morte injusta.
(Esta fábula foi escrita por causa daqueles indivíduos que, com falsos motivos, opri-
mem os inocentes)
Na fábula que acabamos de ver, existem nomes de quatro declinações.- (ao todo há
cinco declinações, como já explicamos anteriormente).
Vamos ver alguns exemplos desses nomes que estão na fábula:
- 1ª declinação: - causa, ae, f.: causa, pretexto, motivo;
- aqua, ae, f.: água;
- 2 ª declinação: - lupus, i, m.: lobo;
- agnus, i, m.: cordeiro;
- rivus, i, m.: riacho, regato, rio;
- 3ª declinação: - sitis, is, f.: sede;
- latro, onis, m.: ladrão, salteador;
- veritas, tis, f.: verdade
- mensis, is, m.: mês
- pater, tris, m.: pai;
- 4 ª declinação: - haustus, us, m.: gole, sorvo, trago.
76
Os substantivos que apresentam a terminação do genitivo singular em - Segunda declinação:
os nomes de
AE são da 1ª declinação (são nomes de tema em A); tema em O
Vamos relembrar mais uma vez a primeira frase que apresentamos no início do
livro:
- Luna hortum illustrat. (A lua ilumina o jardim)
77
Introdução aos - A palavra luna é registrada no dicionário assim: - luna, ae, f.: lua; é, potanto, da
fundamentos da
língua latina 1ª declinação, porque a terminação do genitivo sing. é – ae;
- a palavra hortum é registrada no dicionário assim: - hortus, i, m.: jardim; é, por-
tanto, da 2ª declinação, porque a terminação do genitivo sing. é - i;
- luna está no caso nominativo (da 1ª declinação) e, por isso, é o sujeito da frase;
hortum está no caso acusativo (da 2ª declinação) e, por isso, é o objeto direto;
- vamos ver outras frases como exemplo:
- 1ª: Hortus lucidus est. (O jardim está iluminado);
- a palavra hortus está no caso nominativo sing. (2ª declinação), por causa da termi-
nação - us; é o sujeito da frase;
- a palavra lucidus também está no nominativo sing. (2ª declinação) por terminar
em - us; tem a função de predicativo do sujeito;
- est tem a função de verbo de ligação;
- 2ª Agnus aquam in horto potat. (O cordeiro bebe água no jardim);
- Agnus está no nominativo sing. da 2ª declinação; é o sujeito;
- aquam está no acusativo sing. da 1ª declinação; é o objeto direto;
- in horto está no caso ablativo sing. da 2ª declinação; é o adjunto adverbial de
lugar;
- potat é o verbo transitivo direto;
- Magister et discipuli per hortum circa scholam ambulant. (O professor e os alu-
nos passeiam pelo jardim ao redor da escola);
- Magister et discipuli: caso nominativo (2ª declinação); sujeito composto;
- Magister está no nominativo sing. e discipuli no nominativo plural;
- per hortum: acusativo sing. da 2ª declinação, adjunto adverbial de lugar;
- circa scholam: acusativo sing. da 1ª declinação; adjunto adverbial de lugar;
- ambulant: verbo intransitivo.
Vocabulário:
78
Segunda declinação:
circa, prep. acus,: em volta de, ao schola, se, f.: escola os nomes de
tema em O
redor de
ambulo, as, are, avi: caminhar, andar,
passear
79
Introdução aos - o adjetivo laetae também está no caso nominativo (plural) por causa da termina-
fundamentos da
língua latina ção - ae; por estar no nominativo, essa palavra tem a função de predicativo do sujeito
– (o predicativo do sujeito tem a função de exprimir um estado, uma qualidade/defei-
to, ou uma condição do sujeito);
- as palavras in ludo estão no caso ablativo, por causa da terminação - o (ludus, i
é da 2ª declinação), e também por causa da presença da preposição in; por estar no
ablativo, tem a função de adjunto adverbial (de lugar);
- heri é um adjunto adverbial de tempo; não possui flexão de caso porque é palavra
invariável;
- a palavra erant tem a função de verbo de ligação;
- a palavra ager (2ª declinação) está no caso nominativo (singular) porque termina
em - r e, por estar no nominativo, tem a função de sujeito;
- a palavra pluvia está no caso ablativo porque termina em - a e, por causa da ter-
minação de ablativo, e também por causa do sentido, que aqui exprime uma ideia de
causa, tem a função de adjunto adverbial de causa; deve ser traduzida com a preposi-
ção (em português) que o sentido (de causa, de agente causador) exige: por causa da
chuva – (não pensem que pluvia está no nominativo por causa da terminação
- a, já que essa terminação é a mesma do nominativo singular da 1ª declinação;
aqui nessa frase, a palavra pluvia não tem a função de sujeito, não tem o sentido
de agente da ação verbal; o sujeito é a palavra ager;
- as palavras fructuosus et pulcher estão no caso nominativo (singular) por causa
das terminações - us e - r; são dois adjetivos que exercem, nessa frase, a função de
predicativo do sujeito;
- hodie é um adjunto adverbial de tempo (palavra invariável);
- est é o verbo de ligação;
A tradução:
Frase 4: Hoje o campo está fértil e bonito por causa da chuva;
80
preposição – cum – e também por causa do sentido, que exprime ideia de companhia; Segunda declinação:
os nomes de
- per agros está no caso acusativo (plural, 2ª declinação), por causa da terminação - tema em O
os e também pela presença da preposição per (essa preposição rege o acusativo); aqui
esse acusativo tem a função de adjunto adverbial (de lugar), porque está acompanha-
do de preposição e também porque exprime ideia de lugar (lugar através de, caminhar
através de);
- prope scholam: também acusativo (1ª declinação) com preposição; por isso é um
adjunto adverbial (de lugar);
ambulabant: verbo intransitivo;
Tradução: Os professores passeavam com os alunos pelos campos perto da escola.
1ª declinação 2ª declinação
s pl s pl
sujeito, predicativo do
nominativo a ae us, r i
suj.
Depois dessa revisão, passaremos a fazer vários tipos de exercícios: com o texto
adaptado da fábula do lobo e do cordeiro (os exercícios com textos adaptados são
necessários para o período inicial, já que o aprendizado da língua exige que os con-
teúdos sejam dados e assimilados gradualmente), com frases de diversos tipos e com
textos sobre outros assuntos.
Em primeiro lugar, vamos dar o texto adaptado da fábula para que seja feita a tra-
dução, ou melhor, para que seja completada a tradução, pois alguns trechos (algumas
frases) já estão traduzidos.
81
Introdução aos 4 Exercício de tradução: nominativo, acusativo e ablativo – 1ª e 2ª declinações
fundamentos da
língua latina
Fazer a tradução da fábula, observando que alguns trechos já estão traduzidos (não
se esquecendo de que para entender o sentido e traduzir é necessário identificar a fun-
ção sintática das palavras através da terminação e do caso correspondente, e também
prestar muita atenção no tempo e na pessoa dos verbos. Não se esquecendo também
de que, somente é possível fazer essa análise inicial, consultando, em primeiro lugar,
o vocabulário, para obter os dados sobre os nomes – a que declinação pertence, que
tipo de palavra é, melhor sentido – e sobre os verbos – a que conjugação pertence e
como são as formas do presente e do perfeito):
Lupus et agnus
Lupus diu per silvas ambulabat (O lobo caminhava durante muito tempo pelas
florestas); cibum et aquam quaerebat. Agnus per agros per multas horas ambulavit
et etiam aquam quaerebat. Vespera, infelice, agnus lupum prope rivum invenit. Ibi
continuerunt et aquam potabant. Lupus iuxta rivum in loco supero stabat (O lobo
estava perto – às margens – do rio num lugar mais acima); agnus in loco infero stabat
(o cordeiro estava num lugar mais abaixo). Tunc lupus, dum bibebat, cum agno pug-
nam quaesivit, et rapide dixit:
“ Cur, agne, turbas et inquinas aquam meam?”.
(“ Porque, ó cordeiro, turvas e sujas a minha água? “ – ou também “Porque você
turva e suja a água que eu estou bebendo?”)
Agnus respondit:
- “ O magnifice lupe, quomodo possum aquam tuam inquinare? Aqua a te decurrit
ad me (A água corre de ti para mim – ou: do teu lado para o meu); Aqua a loco supero
ad loco infero solum decurrit. Contrarius falsus est.”
Quomodo lupus cum parvo agno pugnam desiderabat, iratus fuit et rursus dixit:
- “ Anno próximo, maledixisti de família mea et de cunctis lupis”.
Jam valde pavidus, rursus respondit agnus:
- “ Equidem, anno próximo natus non eram “.
- “ Hercle, tunc cuncta família tua, inquit furiosus lupus, de lupis maledixit.
Atque ita miserum agnum continuo appetivit et laceravit.
82
Vocabulário: Segunda declinação:
os nomes de
tema em O
83
Introdução aos
fundamentos da decurro, is, ere, decurri: descer
língua latina ad, prep. acus.: para, a, até
correndo, escorrer, correr
solum, adv.: somente, unicamente, só,
me, abl. do pron. pess. ego
apenas
contrarius, a, um, adj.: contrário,
falsus, a, um, adj.: falso
oposto
parvus, a, um, adj.: pequeno desidero, as, are, avi: desejar
iratus, a, um, adj.: irado, furioso fuit: 3ª pess. sing. do pret. perfeito
iratus fuit; ficou com raiva, ficou do verbo sum, es, esse, fui: ser, estar,
furioso. ficar, existir
rursus, adv.: de novo, novamente,
annus, i m.: ano, tempo, idade
inversamente
proximus, a, um, adj: próximo, o que
está mais perto.
maledico, is, ere, maledixi: falar mal
“anno próximo” está no ablativo (adj.
de, maldizer, ultrajar
adv. de tempo) e significa “ no ano
passado, no último ano “.
de, prep. abl.: sobre, de, a respeito de familia, ae f.: família
cunctus, a, um, adj.: todo, toda jam, adv.: já, agora
pavidus, a, um, adj.: apavorado, cheio
valde, adv.: muito
de pavor, com medo
natus, a, um, adj.: nascido, nascido
equidem, adv.: na verdade, certamente
para
eram: 1ª pess. sing. do pret. imperfeito
non, adv.: não
do verbo sum, es, esse, fui.
inquam, is, inquit: verbo defectivo:
hercle, interj.: fórmula de juramento:
digo, dizes, diz; inquit furiosus
por hércules!
lupus;...diz o lobo furioso...
atque, conj.: e, e ainda ita, adv.: de tal modo, assim
miser, era, erum, adj.: miserável, continuo, adv.: imediatamente,
infeliz, desgraçado incontinenti
appeto, is, ere, appetivi: atacar, atingir, lacero, as, are, avi: despedaçar,
avançar dilacerar.
5 Fazer análise sintática, tradução e inversão do número das frases abaixo (quando
84
possível), tomando como exemplo as frases já prontas em negrito: Segunda declinação:
os nomes de
1 Magister pulchram fabulam semper narrat. tema em O
- análise:
- Magister: nominativo, sujeito;
- pulchram fabulam: acusativo, objeto direto;
- semper: adjunto adverbial de frequência;
- narrat: verbo transitivo direto;
- plural:
- Magistri pulchras fabulas semper narrant.
- traduções:
- O professor sempre narra uma bela fábula;
- Os professores sempre narram belas fábulas.
2 Boni libri magistri vivi sunt.
- análise:
- Boni libri: nominativo, sujeito;
- magistri vivi: nominativo, predicativo do sujeito;
- sunt: verbo de ligação;
- singular:
- Bonus liber magister vivus est;
- traduções:
- Os bons livros são mestres vivos;
- O bom livro é um mestre vivo.
3 Mundi magni fluvii olim fuerunt.
- análise:
- Mundi: nominativo, predicativo do sujeito;
- magni fluvii: nominativo, sujeito;
- olim: adjunto adverbial de tempo;
- fuerunt: verbo de ligação;
- singular:
- Mundus magnus fluvius olim fuit;
- traduções:
- Outrora (antigamente) os grandes rios foram limpos;
- Outrora o grande rio foi limpo.
4 Boni libri grati semper fuerunt.
5 Rivi herbas et hortos irrigant.
6 Servus casam lavat et hortum irrigat;
85
Introdução aos 7 Medici morbos curant.
fundamentos da
língua latina 8 Heri puer librum legit.
9 Antonius pulchram picturam vidit.
10 Poetae libros et historias amant.
11 Procellas nautae non amant.
12 Poetas Romanos amamus.
13 Non solum bonos poetas sed etiam bonos libros amatis.
14 In silvis erant multae plantae et bestiae.
- análise:
- In silvis: ablativo, adjunto adverbial de lugar;
- erant: verbo intransitivo;
- multae plantae et bestiae: nominativo, sujeito composto;
- singular:
- In silva erant multae plantae et bestiae;
- traduções:
- Nas florestas havia muitas plantas e muitos animais;
- Na floresta havia muitas plantas e muitos animais;
15 Falsae aut verae sunt feminae.
16 Vir probus aut improbus est.
17 Vergilius poeta Romanus fuit.
18 Vergilius deos et magnos viros cantavit.
19 Graeci di sunt Romani di.
20 Romani multas vias in Italia aedificaverunt.
Vocabulário:
86
Segunda declinação:
servus, i, m.: escravo, servo casa, ae, f.: casa, cabana os nomes de
tema em O
lavo, as, are, avi: lavar medicus, i, m.: médico
morbus, i, m.: doença curo, as, are, avi: curar, tratar de
heri, adv.: ontem puer, i, m.: menino
antonius, ii, m.: antônio, nome de
lego, is, ere, legi: ler
pessoa
pictura, ae, f.: quadro, pintura video, es, ere, vidi: ver, olhar
poeta, ae, m.: poeta historia, ae f.: historia
amo, as, are, avi: amar, gostar de procella, ae, f.: tempestade
nauta, ae, m.: marinheiro non, adv.: não
non solum....... sed etiam: não só..........,
romanus, a, um, adj.: romano
mas também; tanto....... quanto.
in, prep. abl.: em, no, na silva, ae, f.: floresta, selva
sum, es, esse, fui: ser, estar, haver,
multus, a, um, adj.: muito, muita
existir, ficar
planta, ae, f.: planta falsus, a, um, adj.: falso(a)
aut, conj.: ou verus, a, um, adj.: verdadeiro
femina, ae, f.: mulher vir, i, m. homem, varão
probus, a, um, adj.: íntegro, honrado, improbus, a, um, adj.: ímprobo, mau,
probo perverso, desonesto
deus, i, m: deus: di é a forma do
vergilius, ii, m.: vergílio, nome do
nominativo plural da palavra deus – di
poeta romano
significa: os deuses
canto, as, are, avi: cantar, celebrar graecus, a, um, adj.: grego(a)
via, ae, f.: via, estrada, caminho italia, ae, f.: itália, nome de país
aedifico, as, are, avi: construir, edificar
5ª Seção de Pronúncia
87
Introdução aos Exercício de análise e tradução: nominativo, acusativo e ablativo – 1ª e 2ª
fundamentos da
língua latina declinações
6 Fazer análise sintática e tradução das frases abaixo, conforme o modelo das que
já estão prontas em negrito:
88
- O cordeiro encontrou um lobo furioso e, por (causa do) medo, fugiu Segunda declinação:
os nomes de
rapidamente. tema em O
89
Introdução aos - pueri: nominativo, sujeito;
fundamentos da
língua latina - tradução:
- Os meninos estão alegres por causa das aulas e das fábulas.
13 Pigritia vir fluvium spectabat et terram arabat.
- análise:
- Pigritia: ablativo, adjunto adverbial de modo;
- vir: nominativo, sujeito;
- fluvium: acusativo, objeto direto;
- spectabat: verbo transitivo direto;
- terram: acusativo, objeto direto;
- arabat: verbo transitivo direto;
- tradução:
- O homem observava o rio e arava a terra com preguiça.
14 Multa cura servus agrum arat.
15 Magnae erant silvae, sed nunc parvae sunt.
16 Fundi prope fluvium magni sunt.
17 Nonnulis herbis nostram casam heri ornabamus.
18 Pecunia campos et silvas semper deles.
19 Servi fundum in villa prope fluvium aedificaverunt.
20 Antiqui populi magnas vias aedificabant et pulchris statuis fundos ornabant.
21 Bonus liber gratus semper est.
22 Heri in nostro fundo varias historias de claris viris narramus.
23 Medica herba vilicus aegrotum equum curat.
24 Observantia et prudentia nostros fluvios non curamus.
25 In Italia vilicus et parvos et magnos fundos vigilabat.
Vocabulário:
in, prep. abl.: em, no, na silva, ae, f.: floresta, selva, mata
ager, agri, m.: campo cibus, i, m.: alimento
lupus, i, m.: lobo diu, adv.: durante muito tempo
quaero, is, ere, quaesivi: procurar via, ae, f.: caminho, via, estrada
sum, es, esse, fui: ser, estar, existir,
vir, i, m.: homem, varão
ficar
video, es, ere, vidi: ver, olhar, examinar gladius, ii, m: espada
neco, as, are, avi: matar, ferir
bestia, ae, f.: animal (selvagem)
mortalmente
90
Segunda declinação:
agnus, i, m.: cordeiro furiosus, a, um, adj.: furioso os nomes de
tema em O
invenio, is, ire, inveni: encontrar reverentia, ae, f.: medo, receio, respeito
rapide, adv.: rapidamente fugio, is, ere, fugi: fugir
prope, prep. acus.: perto de pavidus, a, um, adj.: apavorado
sed, conj.: mas, porém aqua, ae, f.: água
non, adv.: não turbo, as, are, avi: turvar, agitar
immundus, a, um, adj.: sujo, imundo accuso, as, are, avi: acusar
cum, prep. abl.: com, na companhia de;
rivus, i, m.: riacho, rio
cum reverentia fuit: ficou com medo
multus, a, um, adj.: muito(a) poto, as, are, avi: beber
numquam, adv.: jamais, nunca ambulo, as, are, avi: caminhar, passear
cunctus, a, um, adj.: todo, toda etiam, adv.: também, ainda
puer, i, m.: menino magister, tri, m.: professor
voco, as, are, avi: chamar deinde, adv.: depois, em seguida
de, prep. abl.: sobre, de, a respeito
fabula, ae, f.: fábula
narro, as are, avi: narrar, contar
ludus, i, m.: aula, escola, jogo laetus, a, um, adj.: alegre, contente
pigritia, ae, f.: preguiça fluvius, ii, m.: rio
specto, as, are, avi: observar, olhar terra, ae, f,: terra
cura, ae, f.: cuidado, dedicação, zelo,
aro, as, are, avi: arar
empenho
servus, i, m.: escravo, servo magnus, a, um, adj.: grande
nunc, adv.: agora parvus, a, um, adj.: pequeno(a)
fundus, i, m.: propriedade, fazenda,
nonnulus, a, um, adj.: algum, alguma
terras
herba, ae, f.: erva, planta noster, tra, trum, adj.: nosso, nossa
casa, ae, f.: casa, cabana heri, adv.: ontem
orno, as, are, avi: enfeitar pecunia, ae, f.: dinheiro, bens
campus, i, m.: campo semper, adv.: sempre
deleo, es, ere, evi: destruir villa, ae, f.: casa de campo, quinta, vila
aedifico, as, are, avi: construir antiquus, a, um, adj.: antigo
pulcher, chra, chrum, adj.: belo(a),
populus, i, m.: povo
bonito(a)
statua, ae, f.: estátua bônus, a, um, adj.: bom, boa
liber, bri, m.: livro gratus, a, um, adj.: agradável
varius, a, um, adj.: vário, diverso historia, ae, f.: história
91
Introdução aos
fundamentos da clarus, a, um, adj.: célebre, ilustre,
língua latina
medicus, a, um, adj.: medicinal
famoso
vilicus, i, m.: caseiro, feitor,
aegrotus, a, um, adj.: doente
administrador
equus, i, m.: cavalo curo, as, are, avi: cuidar de, tratar
observantia, ae, f.: respeito, atenção prudentia, ae, f.: prudência
italia, ae, f.: itália, nome de país vigilo, as, are, avi: vigiar, cuidar de
et parvos et magnos fundos: tanto
et.........et: não só....... mas também,
das pequenas quanto das grandes
tanto.......... quanto
propriedades
6ª Seção de Pronúncia
7 Inverter o número das frases e fazer a tradução, de acordo com o modelo das
que já estão feitas em negrito:
1 Villa magna erat et amoenum fundum pulcher hortus ornabat.
- plural:
- Villae magnae erant et amoenos fundos pulchri horti ornabant;
- traduções:
- A vila era grande e um belo jardim enfeitava a agradável propriedade.
- As vilas eram grandes e belos jardins enfeitavam as agradáveis propriedades.
92
Segunda declinação:
os nomes de
2 Incurvo aratro servus terram demovet. tema em O
- plural:
- Incurvis aratris servi terras demovent;
- traduções:
- O escravo remove a terra com o arado curvo;
- Os escravos removem as terras com arados curvos.
3 Astutia et multa cura Romani inimicos suos in pugna superaverunt.
- singular:
- Astutia et multa cura Romanus inimicum suum in pugna superavit.
- traduções:
- Com astúcia e muito empenho, os romanos venceram os seus inimigos na
batalha.
- Com astúcia e muito empenho, o romano venceu o seu inimigo na batalha.
4 Bonos libros et probos viros amamus.
- singular:
- Bonum librum et probum virum amo;
- traduções:
- Nós amamos os bons livros e os homens íntegros;
- Eu amo o bom livro e o homem íntegro.
5 Apud agricolam servus cenam paravit.
6 Dominus laetus est, sed servus fatigatus est.
7 Antiqui populi integros et honestos viros semper amaverunt.
8 Ludi grati sunt et discipulae sedulae.
9 Discipuli seduli sunt et magistrae pulchras fabulas narrant.
10 Laetitia magistri historiam de viris claris narrabant.
11 Viri et servi in fundo hortos aedificaverunt.
12 Pueri et puellae iuxta mensam thecas reliquerunt.
- singular:
- Puer et puella iuxta mensam thecam reliquerunt;
- traduções:
- Os meninos e as meninas deixaram as bolsas ao lado da mesa;
- O menino e a menina deixaram a bolsa ao lado da mesa.
93
Introdução aos 16 Vera amicitia sempiterna est.
fundamentos da
língua latina 17 Dominus in fundo est et vilicum vocat.
18 Gallinae in horto ambulant et ranas fugant.
19 Equi aquam cum vaccis bibunt.
20 Dominus fundum prope villam emit.
Vocabulário:
villa, ae, f.: vila, casa de campo magnus, a, um, adj: grande
sum, es, esse, fui: ser, estar, existir amoenus, a, um, adj.: agradável
cura, ae, f.: cuidado, zelo, empenho romanus, i, m.: romano, de roma
in, prep. abl.: em, no, na pugna, ae, f.: batalha, luta, briga
supero, as, are, avi: vencer, superar bônus, a, um, adj.: bom, boa
vir, i, m.: homem, varão amo, as, are, avi: gostar de, amar
apud, prep. acus.: na casa de, junto a agricola, ae, m.: agricultor
94
Segunda declinação:
semper, adv.: sempre ludus, i, m.: aula, escola, jogo os nomes de
tema em O
gratus, a, um, adj.: agradável discípula, ae, f.: aluna
narro, as, are, avi: narrar, contar laetitia, ae, f.: alegria
hortus, i, m.: jardim, horta aedifico, as, are, avi: construir, fazer
iuxta, prep. acus.: ao lado de, perto de mensa, ae, f.: mesa
italia, ae, f.: itália, nome de país ad, prep. acus.: para, até, em direção a
porto, as, are, avi: carregar, levar magistra, ae, f.: professora, mestra
doceo, es, ere, docui: ensinar disco, is, ere, didici: aprender, estudar
vacca, ae, f.: vaca bibo, is, ere, bibi: beber, absorver
95
Introdução aos 7ª Seção de Pronúncia
fundamentos da
língua latina
De viro et bestiis
Post ludum puer et vir per fundum prope silvam ambulabant. Lupum et alias
bestias puer desiderabat invenire. Per viam puer currit et ludit. Puer laetus est, sed
vir parum fatigatus est. Puer bestias desiderabat spectare et lupum cognoscere, quia
lupum nondum cognoscebat. Puer petit: “De lupo mihi narra!” Súbito vir lupum iux-
ta viam monstrat. Laetissimus puer fuit, quia lupum cognovit.
Multi viri bestias amant necare. Tum vir ad lupum ambulat et in lupo hastam
mittit. Lupus pavidus est: jam viros cognoscebat. Puer clamat: “Llupum neca!”; sed
miser lupus, pavidus, ululat et ad silvam fugit.
Vir et puer in fundo continuant et postea lentam et teneram bestiam inveniunt.
Cibum et aquam tenera bestia quaerebat. Puer hastam mittit et parvam bestiam
vulnerat. Nunc laeti puer et vir erant.
Tandem veteranum miserum inveniunt. Veteranus valde fatigatus erat: multos
lupos et alias bestias jam necavit.
96
Vocabulário: Segunda declinação:
os nomes de
tema em O
97
Introdução aos
fundamentos da mitto, is ere, misi: atirar, arremessar,
língua latina in, prep. abl.: em, no, na
lançar
pavidus, a, um, adj.: apavorado,
jam, adv.: já, agora
pávido
clamo, as, are, avi: gritar, clamar,
miser, a, um, adj.: miserável, infeliz
implorar
fugio, is, ere, fugi: fugir, escapar- se,
ululo, as, are, avi: ulular, uivar
desaparecer, correr
continuo, as, are, avi: continuar postea, adv.: depois
tener, era, erum, adj.: tenro,
lentus, a, um, adj.: lento, vagaroso
delicado, fraco, pequeno
cibus, i, m.: alimento aqua, ae, f.: água
quaero, is, ere, quaesivi: procurar vulnero, as, are, avi: ferir
tandem, adv.: finalmente, enfim,
nunc, adv.: agora
afinal
veteranus, a, um, adj.: velho,
valde, adv.: muito.
veterano, antigo
Anotações
98
Segunda declinação:
os nomes de
tema em O
Anotações
99
Introdução aos
fundamentos da
língua latina
Anotações
100
7 Morfossintaxe
do caso genitivo:
nomes de tema
em A e O
101
Introdução aos - observem as seguintes questões:
fundamentos da
língua latina 1 – a palavra fluvii está no caso genitivo por causa da terminação - i;
2 – a função sintática de fluvii é adjunto adnominal restritivo, porque restringe,
especifica e completa o sentido da palavra aquam;
3 – a palavra fluvii foi traduzida com a preposição de: do rio;
4 – fluvii possui a mesma terminação do caso nominativo plural, mas jamais se
confunde com ele, porque o nominativo é o caso do sujeito, e o genitivo é o caso do
adjunto adnominal restritivo, que deve ser traduzido sempre com a preposição de; são
duas funções bem diferentes uma da outra – sujeito e adjunto adnominal - ; o nomi-
nativo nunca será traduzido com preposição;
c) Discipulorum nostrorum industriam laudamus;
- tradução: Nós louvamos a dedicação dos nossos alunos;
- as palavras discipulorum nostrorum estão no genitivo porque possuem a função
de adjunto adnominal restritivo; por isso, foram traduzidas com a preposição de: dos
nossos alunos; são palavras de tema em o - 2ª declinação;
- no singular, a frase fica assim:
- Discipuli nostri industriam laudo;
- Eu louvo o empenho do nosso aluno;
- vamos ver outra frase com as palavras discipuli nostri no nominativo plural, para
demonstrar que não há confusão pelo fato de os dois casos – nominativo e genitivo –
terem as mesmas terminações: no genitivo singular e no nominativo plural - i:
d) Discipuli nostri laeti hodie sunt.
- tradução: Hoje os nossos alunos estão contentes;
- aqui nessa frase as palavras discipuli nostri estão no caso nominativo; exercem a
função sintática de sujeito, e não de adjunto adnominal;
102
confusão entre os dois casos; Morfossintaxe
do caso genitivo:
- vamos colocar apenas a palavra silvarum no singular para demonstrar que, mes- nomes de tema
em A e O
mo com várias palavras numa mesma frase com terminação idêntica, não há como
confundir os casos:
- Silvae plantae magnae et pulchrae erant;
- tradução: As plantas da floresta eram grandes e belas;
- todas as quatro palavras possuem a mesma terminação - ae, mas silvae está no
genitivo singular e as outras palavras no nominativo plural;
- observem bem que não há como traduzir de outro modo; se fizermos uma ten-
tativa de tradução, considerando como genitivo qualquer outra palavra, a frase ficará
sem sentido;
9 Fazer análise sintática e tradução das frases abaixo, seguindo o exemplo das fra-
ses já prontas em negrito:
1 Fabulae poetae pueros delectant.
- análise:
- Fabulae: nominativo, sujeito;
- poetae: genitivo, adjunto adnominal restritivo;
- pueros: acusativo, objeto direto;
- delectant: verbo transitivo direto;
- tradução:
- As fábulas do poeta encantam os meninos.
2 Agricolarum vineae magnae sunt.
- análise:
- Agricolarum: genitivo, adjunto adnominal restritivo;
- vineae: nominativo, sujeito;
- magnae: nominativo, predicativo do sujeito;
- sunt: verbo de ligação;
- tradução:
- As vinhas dos agricultores estão grandes.
3 Fundi villici equos curabant.
- análise:
- Fundi: genitivo, adjunto adnominal restritivo;
- villici: nominativo, sujeito;
103
Introdução aos - equos: acusativo, objeto direto;
fundamentos da
língua latina - curabant: verbo transitivo direto;
- tradução:
- Os caseiros da fazenda tratavam os cavalos (cuidavam dos cavalos).
4 Insulae dominorum mensae sumptuosae sunt.
- análise:
- Insulae: genitivo, adjunto adnominal restritivo;
- dominorum: genitivo, adjunto adnominal restritivo;
- mensae: nominativo, sujeito;
- sumptuosae: nominativo, predicativo do sujeito;
- sunt: verbo de ligação;
- tradução:
- As mesas dos senhores da ilha são suntuosas (ricas).
5 Lupus silvae agnum devorat.
6 Agricola terram fundi arat.
7 Pluvia agricolae terram irrigavit.
8 Insulae populus laboriosus est.
9 Romanorum terrae fructuosae erant.
10 Italiae agri fructuosi sunt.
11 Fundi equi hodie fatigati sunt.
12 Campi lupos agricolae fugant.
13 Agricolarum insulam occupant nautae.
14 Reginae filiae columbas alunt.
15 Poetarum fabulae puellas et pueros delectant.
16 Laetitia discipularum magistram delectabat.
17 Ancillarum industriam laudamus.
18 Cum aqua pluviae terram irrigabamus.
19 Reginarum coronae sunt aureae.
20 Equorum cibum paras.
21 Vergilii poetae cunctos libros legi.
22 Nautarum victoriam nuntiamus.
23 Laetitia discipulae nostrae scholae magnae semper fuit.
24 Campi equi magni et pulchri sunt.
25 Victoria inimici nostri parva fuit.
104
Vocabulário: Morfossintaxe
do caso genitivo:
nomes de tema
em A e O
fabula, ae, f.: fábula, estória poeta, ae, m.: poeta
delecto, as, are, avi: encantar, deleitar,
puer, i, m.: menino
agradar
agricola, ae, m.: agricultor vinea, ae, f.: vinha, parreiral
sum, es, esse, fui: ser, estar, haver,
magnus, a, um, adj.: grande
existir, ficar
fundus, i, m.: propriedade, fazenda, villicus, i, m.: caseiro, feitor,
terras administrador
equus, i, m.: cavalo curo, as, are, avi: tratar, cuidar de
insula, ae, f.: ilha dominus, i, m.: senhor, dono
sumptuosus, a, um, adj.: suntuoso,
mensa, ae, f.: mesa
rico, caro
lupus, i, m.: lobo silva, ae, f.: floresta, selva, mata
agnus, i, m.: cordeiro devoro, as, are, avi: devorar, destruir
terra, ae, f.: terra aro, as, are, avi: arar
pluvia, ae, f.: chuva irrigo, as, are, avi: irrigar, regar
laboriosus, a, um, adj.: trabalhador,
populus, i, m.: povo, população
laborioso
romanus, a, um, adj.: romano fructuosus, a, um, adj.: fértil, fecundo
ager, agri, m.: campo, território,
italia, ae, f.: itália, nome de país
herdade
fatigatus, a, um, adj.: cansado,
hodie, adv.: hoje
fatigado
campus, i, m.: campo fugo, as, are, avi: afugentar, expulsar
occupo, as, are, avi: ocupar, apoderar-
nauta, ae, m.: marinheiro
se, invadir, tomar posse
regina, ae, f.: rainha filia, ae, f.: filha
columba, ae, f.: pomba alo, is, ere, alui: alimentar, nutrir
puella, ae, f.: menina, moça laetitia, ae, f.: alegria
discipula, ae, f.: aluna magistra, ae, f.: professora, mestra
industria, ae, f.: empenho, dedicação,
ancilla, ae, f.: escrava, criada, serva
atividade, zelo
cum, prep. abl.: com, na companhia
laudo, as, are, avi: louvar, elogiar
de
105
Introdução aos
fundamentos da aqua, ae, f.: água corona, ae, f.: coroa
língua latina
aureus, a, um, adj.: dourado(a), de
cibus, i, m.: alimento
ouro
vergilius, ii, m.: vergílio, nome do
paro, as, are, avi: preparar
poeta romano
poeta, ae, m.: poeta cunctus, a, um, adj.: todo, toda
liber, bri, m.: livro lego, is, ere, legi: ler
nuntio, as, are, avi: anunciar,
victoria, ae, f.: vitória
comunicar
noster, tra, trum, adj.: nosso, nossa schola, ae, f.: escola
magnus, a, um, adj.: grande semper, adv.: sempre
pulcher, chra, chrum, adj.: belo(a),
inimicus, i, m.: inimigo
bonito(a)
parvus, a, um, adj.: pequeno(a) fuit: pret. perf. de sum
8ª Seção de Pronúncia
106
1 Agricolae familiam nauta visitavit. Morfossintaxe
do caso genitivo:
- plural: nomes de tema
em A e O
- Agricolarum familias nautae visitaverunt;
- traduções:
- O marinheiro visitou a família do agricultor;
- Os marinheiros visitaram as famílias dos agricultores;
2 Agricolae filius avi cathedram portabat.
- plural:
- Agricolarum filii avorum cathedras portabant;
- traduções:
- O filho do agricultor carregava a cadeira do avô;
- Os filhos dos agricultores carregavam as cadeiras dos avós;
3 Longus est agricolae equi pilus.
- plural:
- Longi sunt agricolarum equorum pili;
- traduções:
- O pelo do cavalo do agricultor é comprido;
- Os pelos dos cavalos dos agricultores são compridos;
4 Nostrorum fundorum fluviorum aquae flavae erant.
- singular:
- Nostri fundi fluvii aqua flava erat.
- traduções:
- As águas dos rios das nossas propriedades estavam amarelas (barrentas);
- A água do rio da nossa propriedade estava amarela;
5 Camporum feros lupos vilicorum filii non timebant.
6 Agricolae familia villam suam amat.
7 Lupus campi parvum agnum devorat.
8 Puer silvae lupum spectabat.
9 Agricolae filius avum valde amat.
10 Magistri villarum vilicorum filios laudaverunt.
11 Nostrarum villarum servi laboriosi sunt.
12 Campi viri piratarum inimici fuerunt.
13 Agri bestiam vilicus amat.
14 Vilicorum et agricolarum amici sumus.
15 Dominorum et servorum filias et filios docemus.
16 Latinae linguae discipuli magistra sum.
- plural:
107
Introdução aos - Latinae linguae discipulorum magistrae sumus;
fundamentos da
língua latina - traduções:
- Eu sou a professora do aluno de língua latina;
- Nós somos as professoras dos alunos de língua latina.
17 Ad historiae ludos cunctos libros nostros portamus.
- singular:
- Ad historiae ludum cunctos libros meos porto;
- traduções:
- Nós levamos todos os nossos livros para as aulas de História;
- Eu levo todos os meus livros para a aula de História;
18 Rusticam et modestam agricolae vitam amo.
19 Virorum pugnae multorum malorum causa sunt.
20 Iuxta fundorum fluvium heri cessamus et bibimus.
Vocabulário:
cathedra, ae, f.: cadeira porto, as, are, avi: carregar, levar
longus, a, um, adj.: comprido, longo sum, es, esse, fui: ser, estar
noster, tra, trum, adj.: nosso, nossa fundus, i, m.: propriedade, fazenda
timeo, es, ere, timui: temer, ter medo villa, ae, f.: vila, casa de campo
suus, a, um, pron. adj.: seu, sua amo, as, are, avi: gostar de, amar
silva, ae, f.: floresta, selva specto, as, are, avi: observar, olhar
108
Morfossintaxe
valde, adv.: muito magister, tri, m.: professor do caso genitivo:
nomes de tema
laudo, as, are, avi: louvar, elogiar servus, i, m.: escravo, servo em A e O
doceo, es, ere, docui: ensinar latinus, a, um, adj.: latino, latina
109
Introdução aos 9ª Seção de Pronúncia
fundamentos da
língua latina
110
- análise: Morfossintaxe
do caso genitivo:
- Fundi: genitivo, adjunto adnominal restritivo; nomes de tema
em A e O
- cuncti equi: nominativo, sujeito;
- in fluvio: ablativo, adjunto adverbial de lugar;
- cum vilicis: ablativo, adjunto adverbial de companhia;
- erant: verbo intransitivo;
- tradução:
- Todos os cavalos da fazenda estavam no rio com os caseiros.
4 Servorum filiorum et filiarum industriam semper laudo.
5 Cura Phaedri poetae fabulas legimus.
6 Cum agricolis per villae viam ambulamus.
7 Sagittis agri bestias vulneravisti.
8 Per agricolae agrum cum avo nostro ambulamus.
9 Libri praeclarorum virorum historiam saepe narrant.
10 Italiae viri gladiis saepe pugnabant.
11 Insulae agricolae bono animo et laetitia terram arabant.
12 Fabulae de lupo et agno et de vulpecula et uva pueros et puellas nostrarum
scholarum delectant.
13 Multi equi iuxta fundi fluvium sunt.
14 Pueri et puellae cum aviis per insulae agros ambulabant.
15 In ludo magistri Romae et Graeciae historiam narrabant.
16 Historiae et Latinae Linguae libros legisti?
- análise:
- Historiae: genitivo, adjunto adnominal restritivo;
- Latinae Linguae: genitivo, adjunto adnominal restritivo;
- libros: acusativo, objeto direto;
- legisti: verbo transitivo direto;
- tradução:
- Tu leste (ou: Você leu) os livros de Língua Latina e de História?
17 Multo gaudio antiquorum populorum litteras, geographiam, historiam,
philosophiam, línguas semper studeo.
- análise:
- Multo gáudio: ablativo, adjunto adverbial de modo;
- antiquorum populorum: genitivo, adjunto adnominal restritivo;
- litteras, geographiam, historiam, philosophiam, línguas: acusativo, objeto
direto;
- semper: adjunto adverbial de frequência;
111
Introdução aos - studeo: verbo transitivo direto;
fundamentos da
língua latina - tradução:
- Com muita alegria, eu sempre estudo as línguas, a filosofia, a história, a
geografia e a literatura dos povos antigos.
18 Servorum et nautarum boni amici sumus.
19 Veri amici valde pauci sunt.
20 Magistrae tuae discipulus etiam fui.
Vocabulário:
112
Morfossintaxe
per, prep. acus.: por, através de, pelo, do caso genitivo:
agricola, ae, m.: agricultor nomes de tema
pela em A e O
ambulo, as, are, avi: caminhar,
via, ae, f.: caminho, estrada, via
passear, andar
sagitta, ae, f.: seta, flecha ager, agri, m.: campo
bestia, ae, f.: animal (selvagem) vulnero, as, are, avi: ferir
avus, i, m.: avô noster, tra, trum, adj.: nosso, nossa
praeclarus, a, um, adj.: célebre, ilustre,
liber, bri, m.: livro
famoso, famosa
vir, i, m.: homem, varão historia, ae, f.: história
saepe, adv.: muitas vezes narro, as, are, avi: narrar, contar
itália, ae, f.: itália, nome de país gladius, ii, m.: espada
pugno, as, are, avi: lutar, guerrear insula, ae, f.: ilha
animus, i, m.: ânimo, espírito laetitia, ae, f.: alegria
terra, ae, f.: terra, país aro, as, are, aravi: arar
vulpecula, ae, f.: raposa, raposinha uva, ae, f.: uva
puer, i, m.: menino puella, menina, moça
noster, tra, trum, adj.: nosso, nossa schola, ae, f.: escola
delecto, as, are, avi: encantar, alegrar multus, a, um, adj.: muito, muita
equus, i, m.: cavalo iuxta, prep. acus.: ao lado de, perto de
fundus, i, m.: propriedade, fazenda fluvius, ii, m.: rio
avia, ae, f.: avó ager, agri, m.: campo
ambulo, as, are, avi: caminhar, passear magister, tri, m.: professor
roma, ae, f.: roma, nome de cidade graecia, ae, f.: grécia, nome de país
historia, ae, f.: história latinus, a, um, adj.: latino, latina
lingua, ae, f.: língua liber, bri, m.: livro
gaudium, ii, n.: alegria; palavra do
lego, is, ere, legi: ler
gênero neutro; há três gêneros em
latim: masculino, feminino e neutro,
antiquus, a, um, adj.: antigo
que será estudado logo mais.
populus, i, m.: povo, população geographia, ae, f.: geografia
philosophia, ae, f.: filosofia semper, adv.: sempre
studeo, es, ere, studui: estudar servus, i, m.: servo, escravo
nauta, ae, m.: marinheiro bonus, a, um, adj.: bom, boa
amicus, i, m, adj.: amigo verus, a, um, adj.: verdadeiro
113
Introdução aos
fundamentos da valde, adv.: muito paucus, a, um, adj.: pouco, pouca
língua latina
magistra, ae, f.: professora tuus, a, um, adj.: teu, tua
discipulus, i, m.: aluno, discípulo etiam, adv.: também, ainda
fui: 1ª pessoa do singular do pretérito
perfeito do verbo sum, es, esse, fui.
114
- lup + orum = luporum: genitivo plural; Morfossintaxe
do caso genitivo:
- lup + os = lupos: acusativo plural; nomes de tema
em A e O
- lup + is = lupis: ablativo plural;
- com outros nomes, acontece uma alteração na última sílaba do nominativo sin-
gular; por exemplo: ager, agri; magister, tri; líber, libri; na passagem para o genitivo
ocorre a queda da vogal e; a essa queda dá- se o nome de síncope;
115
Introdução aos vocabulário apresentará, depois do nominativo, a última sílaba – por exemplo: magis-
fundamentos da
língua latina ter, tri; liber, bri; ou a forma do genitivo sing. por inteiro – por exemplo: ager, agri.
Para flexionar nos outros casos, é preciso usar SEMPRE a forma do genitivo sing.;
por exemplo: devemos formar o acusativo sing. a partir do genitivo magistri: magis-
trum (acus.sing.);
- o genitivo singular é o caso que traz o radical (a forma invariável) da palavra; por
isso, para flexionar nos outros casos (inclusive no plural), devemos trocar a termina-
ção do genitivo singular pelas outras terminações; exemplos:
- com os nomes da 1ª declinação, que tem apenas uma terminação para o nominati-
vo sing., o processo é o mesmo; como o genitivo singular é que dá o radical, devemos
trocar a terminação do genitivo sing., que é - ae, pelas outras terminações; exemplo:
116
- vine + arum = vinearum: gen. pl.; Morfossintaxe
do caso genitivo:
- vine + as = vineas: acus. pl.; nomes de tema
em A e O
- vine + is = vineis: abl. pl.;
A essa flexão das palavras da língua latina, dá- se o nome de declinação; declinar um
nome é passar a palavra de um caso para outro.
12 Das frases abaixo, responda o que for pedido, conforme os exemplos prontos
em negrito:
1 Amicus tuus agricola fuit et in poetae Horatii fundo laboravit.
a) indique e justifique o caso em que se encontram os vocábulos:
- agricola: nominativo, porque está na função de predicativo do sujeito, que
é Amicus tuus;
- poetae Horatii: genitivo, porque tem a função de adjunto adnominal restri-
tivo; está restringindo, especificando o nome fundo;
- in fundo: ablativo, porque está exercendo a função de adjunto adverbial de
lugar; está exprimindo uma circunstância de lugar;
117
Introdução aos - agricola
fundamentos da
língua latina S PL
- nom.: agricola - agricolae
- gen.: agricolae - agricolarum
- acus.: agricolam - agricolas
- abl.: agricola - agricolis
- fundo
- nom.: fundus - fundi
- gen.: fundi - fundorum
- acus.: fundum - fundos
- abl.: fundo - fundis
118
causa da alegria do senhor; Morfossintaxe
do caso genitivo:
- dominus: caso nominativo; é o sujeito da frase; esse sujeito não pratica nomes de tema
em A e O
ação; é um sujeito qualificado com um estado: o de estar alegre;
b) conjugue o presente e o pretérito perfeito do indicativo do verbo a que
pertence a forma erat:
verbo: sum, es, esse, fui
119
Introdução aos
fundamentos da s pl. s pl.
língua latina
nom. servus servi _ villa villae
abl. servo servis _ villa villis
- habeo
habes
habet
habemus
habetis
habent
c) traduza a frase:
- Muitos homens desonestos não têm consciência dos seus males.
d) conjugue o pretérito perfeito do verbo habent:
- habui
habuisti
habuit
habuimus
habuistis
habuerunt
120
1 segunda pessoa do plural do pretérito imperfeito do indicativo: Morfossintaxe
do caso genitivo:
- habebatis; nomes de tema
em A e O
2 primeira pessoa do plural do presente do indicativo:
- habemus;
3 terceira pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo:
- habuit;
4 primeira pessoa do singular do pretérito imperfeito do indicativo:
- habebam;
5 primeira pessoa do singular do presente do indicativo:
- habeo.
f ) identifique e justifique o caso em que se encontra a palavra conscientiam:
- a palavra conscientiam está no caso acusativo; é o objeto direto, o comple-
mento direto do verbo habent.
121
Introdução aos 6 Fluvii aquae fundi terras circumdant.
fundamentos da
língua latina a) Escreva as palavras Fluvii e aquae nos casos nominativo, genitivo, acusativo e
ablativo, singular e plural:
b) Diga a que declinação pertence a palavra que está na função de sujeito e
justifique:
c) Indique o gênero do substantivo terras e justifique:
d) Classifique morfologicamente a forma verbal circundant e conjugue todo o tem-
po em que se encontra:
e) Diga em que caso está a palavra Fluvii e classifique- a morfologicamente
f ) Do verbo a que pertence a forma verbal circundant conjugue o pretérito imper-
feito e o pretérito perfeito:
g) Traduza a frase:
122
10 a terceira pessoa do plural do pretérito perfeito: Morfossintaxe
do caso genitivo:
h) que função sintática desempenham as palavras discípulos suos? Justifique: nomes de tema
em A e O
c) Traduza a frase:
- Os velhos são infelizes porque os homens da cidade e do campo despre-
zam os idosos (as pessoas idosas, os velhos);
123
Introdução aos d) Classifique morfologicamente o verbo contemnunt e conjugue- o nos tem-
fundamentos da
língua latina pos do presente, pretérito imperfeito e pretérito perfeito:
- a forma verbal contemnunt está na terceira pessoa do plural do presente do
indicativo do verbo contemno, is, ere, contempsi; é um verbo da 3ª conjugação,
de tema em consoante;
124
11 Magnus ventus silvae et agri plantas fregit. Morfossintaxe
do caso genitivo:
nomes de tema
em A e O
a) Escreva as palavras ventus, silvae e agri nos casos:
- genitivo plural:
- nominativo plural:
- acusativo singular:
- ablativo singular:
- nominativo singular:
- genitivo singular:
- ablativo plural:
b) Analise sintaticamente as palavras magnus ventus:
c) Identifique a declinação a que pertence a palavra plantas e justifique:
d) Analise morfologicamente a forma verbal fregit:
e) Que função sintática desempenham na frase as palavras silvae e agri?
f ) Conjugue o presente, o pretérito imperfeito e o pretérito perfeito do verbo a que
pertence a forma verbal fregit:
g) Traduza a frase:
h) Passe a frase para o plural:
125
Introdução aos a) Que função sintática desempenham na frase os vocábulos servorum e domino-
fundamentos da
língua latina rum? Justifique:
b) Identifique o caso da expressão in agro e justifique:
c) Dos substantivos da frase diga:
- o genitivo singular:
- o ablativo plural:
- o nominativo singular:
- o acusativo singular:
d) Analise sintaticamente a forma verbal erat e justifique:
e) Conjugue o presente da forma verbal erat:
f ) Traduza a frase:
g) Identifique e justifique o caso do adjetivo magnus:
126
Vocabulário: Morfossintaxe
do caso genitivo:
nomes de tema
em A e O
amicus, i, m.: amigo tuus, a, um, pron. adj.: teu, tua
fuit: 3ª pessoa do singular do pretérito
agricola, ae, m.: agricultor
perfeito do verbo sum, es, esse, fui.
in, prep. abl.: em, no, na poeta, ae, m.: poeta
horatius ii, m.: horácio, nome do poeta
fundus, i, m.: propriedade, fazenda
latino
laboro, as, are, avi: trabalhar servus, i, m.: servo, escravo
diligentia, ae, f.: dedicação, empenho, villa, ae, f.: vila, casa de campo,
diligência quinta
dominus, i, m.: senhor, dono laetus, a, um, adj.: alegre, contente
erat: 3ª pessoa do singular do pretérito
multus, a, um, adj.: muito, muita
imperfeito do verbo sum, es, esse, fui.
improbus, a, um, adj.: desonesto, mau,
vir, i, m.: homem, varão
corrupto, ímprobo
malum, i, n.: mal, desgraça suus, a, um, pron. adj.: seu, sua
conscientia, ae, f.: consciência non, adv.: não
habeo, es, ere, habui: ter, haver puer, i, m.: menino
equus, i, m.: cavalo fundus, i, m.: propriedade, fazenda
porto, as, are, avi: levar, conduzir,
campus, i, m.: campo
carregar
delecto, as, are, avi: deleitar, encantar,
fluvius, ii, m.: rio
alegrar
aqua, ae, f.: água terra, ae, f.: terra
circumdo, as, are, avi: circundar,
latitia, ae, f.: alegria
rodear
bonus, a, um, adj.: bom, boa magister, tri, m.: professor
discipulus, i, m.: aluno, discípulo doceo, es, ere, docui: ensinar
dominus, i, m.: senhor, dono insula, ae, f.: ilha
incola, ae, m.: habitante, morador victoria, ae, f.: vitória
nuntio, as, are, avi: anunciar,
asinus, i, m.: asno, burro, jumento
comunicar
miser, era, erum, adj.: infeliz,
verbero, as, are, avi: açoitar, bater
miserável
veteranus, a, um, adj.: velho, veterano,
quia, conj.: porque
idoso
127
Introdução aos
fundamentos da oppidum, i, n.: cidade, cidadela,
língua latina campus, i, m.: campo
fortaleza; palavra do gênero neutro.
contemno, is, ere, contempsi: magnus, a, um, adj.: forte, grande
desprezar magnus ventus: um vento forte.....
ventus, i, m.: vento silva, ae, f.: floresta, selva
ager, agri, m.: campo planta, ae, f.: planta
frango, is, ere, fregi: quebrar poeta, ae, m.: poeta
doctus, a, um, adj.: sábio, sábia vita, ae, f.: vida
colo, is, ere, colui: cultivar, celebrar,
numerus, i, m.: número
honrar
pluvia, ae, f.: chuva insula, ae, f.: ilha
íncola, ae, m.: habitante, morador laetus, a, um, adj.: alegre, contente
non, adv.: não romanus, a, um, adj.: romano, romana
graecus, a, um, adj.: grego, grega discipulus, i, m.: aluno, discípulo
- tradução:
- O lobo voltou toda a atenção para o cordeiro no rio;
- Os lobos voltaram todas as atenções para os cordeiros no rio.
128
5 Virorum avaritiam neque copia neque inopia minuunt. Morfossintaxe
do caso genitivo:
6 Oppidi viri silvae bestiis cibos donant. nomes de tema
em A e O
[bestiis está no caso dativo plural, com terminação - is - , e tem a função de objeto
indireto; o dativo é sempre traduzido com a preposição para ou a: para os animais]
7 Pueri et puellae philosophiae libros non legunt, quia scholae nostrae malae
sunt.
8 Cura equos campi viri alebant.
9 Agnus lupo fluvii immundam aquam reliquit.
[Lupo está no caso dativo; é objeto indireto; deve ser traduzido assim: para o lobo]
- O cordeiro deixou a água do rio suja para o lobo.
Vocabulário:
129
Introdução aos
fundamentos da gaudium, ii, n.: alegria; esta palavra
língua latina duco, is, ere, duxi: conduzir, levar,
é da 2ª declinação, do gênero neutro;
carregar
gáudio é ablativo: com alegria
noster, tra, trum, adj.: nosso, nossa regina, ae, f.: rainha
argenteus, a, um, adj.: prateado, de
anulus, i, m.: anel
prata
vir, i, m.: homem avaritia, ae, f.: avareza
neque, conj.: nem, e não copia, ae, f.: abundância
oppidum, i, n.: cidade, fortaleza;
inopia, ae, f.: escassez, carência, palavra do gênero neutro, da 2ª
pobreza, falta declinação: oppidi viri: os homens da
cidade
silva, ae, f.: floresta, selva bestia, ae, f.: animal
cibus, i, m.: alimento dono, as, are, avi: dar, oferecer
puer, i, m.: menino puella, ae, f.: menina
philosophia, ae, f.: filosofia liber, bri, m.: livro
non, adv.: não lego, is, ere, legi: ler
quia, conj.: porque schola, ae, f.: escola
sum, es, esse, fui: ser, estar, existir,
malus, a, um, adj.: ruim, mau, má
haver, ficar
cura, ae, f.: cuidado, zelo, dedicação equus, i, m.: cavalo
campus, i, m.: campo vir, i, m.: homem
immundus, a, um, adj.: sujo, suja,
alo, is ere, alui: alimentar, nutrir
imundo, imunda
relinquo, is, ere, reliqui: deixar,
aqua, ae, f.: água
abandonar, entregar
maleficus, a, um, adj.: maléfico,
injustitia, ae, f.: injustiça
maléfica
semper, adv.: sempre romanus, a, um, adj.: romano, romana
multus, a, um, adj.: muito, muita poeta, ae, m.: poeta
de, prep. abl.: de, sobre, a respeito de amicitia, ae, f.: amizade
tempus, oris, n.: tempo; palavra da
antiquus, a, um, adj.: antigo, antiga 3ª declinação; temporibus é ablativo
plural
gallus, i, m.: gaulês; habitante das
scribo, is, ere, scripsi: escrever
gálias
130
Morfossintaxe
pro, prep. abl.: por, em favor de, no do caso genitivo:
victima, ae, f,: vítima nomes de tema
lugar de em A e O
horatius, ii, m.: horácio, nome do
immolo, as, are, avi: imolar, sacrificar
poeta romano
augustus, i, m.: augusto, otávio
augusto, nome do primeiro imperador amicus, i, m.: amigo
de roma
odium, ii, n.: ódio, antipatia, aversão pecunia, ae, f.: dinheiro, bens, riqueza
pugno, as, are, avi: lutar, brigar, fazer
terra, ae, f.: terra
guerra
antonius, ii, m.: antônio, nome de quietus, a, um, adj.: calmo (a),
pessoa tranquilo, sossegado
vita, ae, f.: vida habito, as are, avi: habitar, morar
Anotações
131
Introdução aos
fundamentos da
língua latina
Anotações
132
V ocabulário geral do livro
133
Introdução aos appeto, is, ere, appetivi: atacar, atingir, avançar
fundamentos da
língua latina apud, prep. acus.: na casa de, junto a, entre
aqua, ae, f.: água
aratrum, i, n.: arado
argenteus, a, um, adj.: prateado, de prata
aro, as, are, aravi: arar
asinus, i, m.: asno, burro, jumento
astutia, ae, f.: astúcia
astutus, a, um, adj.: astuto(a)
atque, conj.: e, e ainda
audio, is, ire, audivi: ouvir
augeo, es, ere, auxi: aumentar
Augustus, i, m.: Augusto, nome do primeiro imperador de Roma
aureus, a, um, adj.: dourado(a), de ouro
aut, conj.: ou
avaritia, ae, f.: avareza
avia, ae, f.: avó
avus, i, m.: avô
134
clamo, as, are, avi: gritar, clamar, implorar Vocabulário geral do livro
135
Introdução aos discedo, is, ere, cessi: afastar- se, deixar, abandonar
fundamentos da
língua latina discedo, is, ere, discessi: afastar- se, sair
discipula, ae f.: aluna
discipulus, i, m.: aluno, discípulo
disco, is, ere, didici: aprender, estudar
diu, adv.: durante muito tempo
divido, is, ere, divisi: dividir, repartir
do, das, dare, dedi: dar
doceo, es, ere, docui: ensinar
doctus, a, um, adj.: sábio, sábia
domina, ae, f.: senhora, dona de casa
dominus, i, m.: senhor, dono, proprietário
dono, as, are, avi: dar, oferecer, doar
duco, is, ere, duxi: conduzir, levar, carregar
dum, adv.: enquanto; conj.: contanto que
136
ferus, a, um, adj.: feroz Vocabulário geral do livro
137
Introdução aos hora, ae, f.: hora
fundamentos da
língua latina Horatius, ii, m.: Horácio, nome do poeta romano
hortus, i, m.: jardim, horta
138
jam, adv.: (pal. invar.): já, agora Vocabulário geral do livro
139
Introdução aos magnus, a, um, adj.: grande
fundamentos da
língua latina maledico, is, ere, maledixi: falar mal de, maldizer, ultrajar
maleficus, a, um, adj.: maléfico, maléfica
malum, i, n.: mal, desgraça, calamidade; essa palavra é da 2ª declinação, do gênero
neutro. existem três gêneros em latim: o masculino, o feminino e o neutro, que será
estudado mais adiante.
malus, a, um, adj.: ruim, mau, perverso, prejudicial, malvado
maturus, a, um, adj.: maduro (a)
me, abl. do pron. pess. ego
medicus, a, um, adj.: medicinal
medicus, i, m.: médico
mensa, ae, f.: mesa
meus, a, um, pron. adj.: meu, minha
meus, a, um, pron. poss.: meu, minha
mihi, pro. pess.: para mim
mihi narra: conta para mim, fala para mim.....; narra está na 2ª pess. sing. do
imperativo
minuo, is, ere, minui: diminuir.
miser, era, erum, adj.: miserável, infeliz, desgraçado
mitto, is ere, misi: atirar, arremessar, lançar
modestus, a, um, adj.: modesto, modesta
molestia, ae, f.: miséria, pena
monstro, as, are, avi: mostrar, indicar
morbus, i, m.: doença
mordeo, es, ere, momordi
multus, a, um, adj.: muito, muita
mundus, a, um, adj.: limpo
140
nonnulus, a, um, adj.: algum, alguma Vocabulário geral do livro
o, interj.: ó !, oh !
observantia, ae, f.: respeito, atenção
occupo, as, are, avi: ocupar, apoderar- se, invadir, tomar posse
odium, i, n.: ódio
olim, adv.: outrora, uma vez, antigamente
oppidum, i, n.: cidade, fortaleza; palavra do gênero neutro, da 2ª declinação: oppidi
viri: os homens da cidade
orno, as, are, avi: enfeitar, equipar
141
Introdução aos porto, as, are, avi: levar, carregar, transportar; conduzir
fundamentos da
língua latina possum, potes, posse, potui: poder, ser possível; conseguir (potest, 3ª pess. sing.)
post, prep. acus.: depois, atrás
postea, adv.: depois
poto, as, are, avi: beber
praeclarus, a, um, adj.: célebre, ilustre, famoso, famosa
probus, a, um, adj.: íntegro, honesto, probo, honrado
procella, ae, f.: tempestade
prope, prep. acus.: perto de, junto a, ao lado de, próximo a
proximus, a, um, adj: próximo, o que está mais perto.
prudentia, ae, f.: prudência
puella, ae, f.: menina, moça
puer, i, m.: menino
pugna, ae, f.: luta, briga, guerra, batalha, conflito
pugno, as, are, avi: lutar, brigar, fazer guerra
pugno, as, are, avi: lutar, guerrear
pulcher, chra, chrum, adj.: belo(a), bonito(a)
142
Vocabulário geral do livro
143
Introdução aos suus, a, um, pron. poss.: seu, sua
fundamentos da
língua latina
144
video, es ere, vidi: ver, olhar, perceber, examinar Vocabulário geral do livro
Anotações
145
Introdução aos
fundamentos da
língua latina
Anotações
146
Referências
COMBA, Júlio. Gramática latina. São Paulo: Salesiana Dom Bosco, 1991.
______. Programa de latim: introdução aos clássicos latinos. São Paulo: Salesiana,
2003. v. 2.
147
Introdução aos
fundamentos da
língua latina
Anotações
148