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SOB O DOMÍNIO DO SENADO

Em 509 a.C., o rei Tarquínio tomou uma série de medidas favoráveis aos plebeus. Os patrícios,
vendo seu poder diminuir, revoltaram-se e expulsaram-no de Roma sob a acusação de tirania. Esse
acontecimento marcou o fim da Monarquia e a instituição da República.
Com a nova forma de governo, o poder foi descentralizado, passando a ser exercido por
períodos determinados. Porém, todas as funções ligadas ao poder permaneceram reservadas
exclusivamente aos patrícios.
As instituições básicas do Estado republicano eram as seguintes:
 Senado. Principal instância do poder em Roma, administrada a cidade e as regiões
conquistadas. No início era formada por cem senadores, mais tarde esse número
aumentou para trezentos.
 Magistrados.
Exerciam
funções

administrativas. Os mais importantes eram os cônsules, dois magistrados cujo poder


equivalia ao dos antigos reis. Comandavam o exército, convocavam o Senado e
presidiam os cultos religiosos. Nos momentos de perigo, indicavam um ditador, que
governava com poderes absolutos por um prazo máximo de 6 meses. Os pretores,
censores, questores e edis eram outros magistrados e cumpriam funções distintas na
administração pública.

 Assembleias. Existiam três diferentes assembleias em Roma: as assembleias Centurial,


Curial (religiosa) e a Tribal ( responsável pela escolha de questores e edis). A mais
importante era a Assembleia Centurial, formada pela reunião de unidades militares
(centúrias), organizadas de acordo com a condição social. Cabia a essa assembleia
designar os principais magistrados para ditas as leis e declarar a guerra. Cada centúria
tinha um voto na assembleia. Ao se armar, os homens deviam arcar com todos os
custos, por isso, as centúrias mais bem armadas eram sempre as dos patrícios. Por
disporem de mais armas, elas necessitam de poucos homens. Assim as centúrias dos
patrícios sempre eram mais numerosas e elas acabavam obtendo maioria nas votações.

A EXPANSÃO ROMANA
Desde a fundação de Roma, sua população teve de disputar terras na Península Itálica,
defendendo-se dos ataques dos povos vizinhos. Aos poucos, entre os séculos V e III a. C., Roma
passou a empreender guerras de conquista, com o objetivo de expandir seu território e adquirir
escravos, de cujo trabalho dependia a sua economia.
A conquista se completou entre 272 e 265 a.C., com a ocupação da Etrúria, ao norte, e da
Magna Grécia, ao sul da península.
A expansão romana não se deteve com o domínio da península Itálica. Roma passou a querer
a supremacia no mar Mediterrâneo, despertando a hostilidade dos cartagineses. Cartago, cidade
fundada no norte da África pelos fenícios, dominava o comércio marítimo da região.
No princípio, as relações entre as duas cidades eram relativamente amistosas, até que Roma
começou a disputar territórios colonizados por Cartago. O conflito, conhecido como Guerras
Púnicas, durou de 264 a 146 a.C. No final, Cartago foi arrasada e seus domínios anexados pelos
romanos.
Antes mesmo de encerrar o confronto com Cartago, Roma já iniciara um movimento de
conquista do antigo império de Alexandre Magno. Assim, em 149 a.C., a Macedônia tornou-se uma
província romana e, dois anos depois, foi a vez da Grécia ser incorporada pelos romanos.
Em seguida, veio a formação da província da Ásia (129 a.C.) e o estabelecimento de um
protetorado no Egito, mais tarde convertido em província. Com essas conquistas, os romanos
efetivaram sua hegemonia no Mediterrâneo, que eles chamaram mare nostrum, ou seja, nosso mar.

CONSEQUÊNCIAS DA EXPANSÃO
A posse de um extenso território e conflitos sócias constantes acabaram por alterar
profundamente a organização política, social e econômica de Roma.
As frequentes guerras de expansão tornaram indispensável a participação dos plebeus nos
conflitos. Conscientes de sua importância, eles passaram a reivindicar seus direitos, recusando-se a
fazer parte do exército. As revoltas plebeias duraram várias décadas e acabaram por ampliar os
direitos da plebe. As conquistas mais significativas foram:
 Tribunos da plebe (493 a.C.). Eram representantes nomeados para proteger os
interesses dos plebeus. No início, foram designados dois tribunos da plebe. Mais tarde
passaram a ser dez. Tinham o poder de veto, isto é, direito de negar a a provação a
decisões dos cônsules e do Senado.
 Lei das Doze Tábuas (450 a.C.) Conjunto de leis escritas que asseguram igualdade
jurídica entre patrícios e plebeus. Essas leis foram gravadas em placas de bronze e
expostas no Fórum para conhecimento de toda a população. Antes dessa medida,
muitas pessoas desconheciam as leis, que eram divulgadas apenas oralmente.
 Lei Canuleia (445 a.C.) Autorizava o casamento entre patrícios e plebeus. Estes
conquistaram ainda o acesso ao Consulado e o direito de constituir assembleias
próprias, das quais os patrícios estavam excluídos. Em 287 a.C., as decisões tomadas
nessas assembleias – os plebiscitos – ganharam força de lei.
O aumento dos prisioneiros, provenientes das guerras, levou a mão de obra escravizada a se
constituir na principal força de trabalho no território romano. Ao mesmo tempo, o crescimento do
comércio e da economia monetária fizeram as relações econômicas sofrerem grandes
transformações.
As inúmeras mudanças provocadas pelas conquistas expansionistas aumentaram as
desigualdades entre ricos e pobres, estimulando os conflitos entre patrícios e plebeus.

ATIVIDADES

1 – Que acontecimento marcou o fim da Monarquia e a instituição da República Romana?


2 – Quais eram as instituições básicas do Estado republicano?
3 – Quais eram os mais importantes magistrados? Do que se encarregavam?
4 – Quais eram as assembleias que existiam em Roma?
5 – Qual era a assembleia mais importante e como era formada?
6 – Qual era o objetivo das guerras de conquista romanas?
7 – O que foram as Guerras Púnicas? Qual foi a causa do conflito?
8 – Cite as conquistas mais significativas dos plebeus.
9 – Quem eram os tribunos da plebe?
10 – O que era a lei das Doze Tábuas?

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