Você está na página 1de 166

UNIVERSIDADE DE SÄO PAULO

INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS

coNTRrBUlçÃo A GEoLoGIA E CONTROLE DAS


MTNERALtzAÇOes AURíreRAS DA REc¡Ão DE
PEIXOTO DE AZEVEDO . MT

Antonio João Paes de Barros

Orientador: Prof, Dr. Evaristo Ribeiro Filho

DISSERTAçÃO DE MESTRADO

coMtssÃo JULGADoRA

nome

Presidente: E. Ribeiro Filho


EraminadoreB: J. Batista Moreschi
J.H. Daniel Schorscher

, ¡.¡

, . ; r. i,^, i .. ....,1

SÂO PAULO 'î t1g'l


1994
'cf- ,1.
\
UNIVERSIDADE DE SÄO PAULO
IN STITI-]TO DE GEOCIÊNCIAS

CONTRIBUIÇÃO A GEOLOGIA E COI\TROLE DAS


MINERALIZAÇOES ATIRÍFERAS DA REGIAO DE
PEIXOTO DE AZEVEDO - MT

Antonio João Paes de Barros

Orientador: Prof. Dr, Evaristo Ribeiro Filho

DISSERTAÇAO DE MESTRADO

Programa de Pós-Graduação em Geologia Econômica

DEDALUS ' Acervo ' lGC

r [il ffi ffi Ilil llil llil llil llil ffi il[ llil il il
30900004605

SAO PAULO
1994
I¡ memoriam a
Zuleide FigueiredoPaes
de Banos.
AGRADECIMENTOS

Meus sinceros agtadecimentos;


- a esposa Leticia T. Lobo Paes de Barros, companheira em todos os
momentos.
- aos colegas de profissão çom os quais convivi e aprendi durante está
caminhada.

Meus agradecimentos especiais aos sçnhores:


- Professor Dr. Evaristo Ribeiro Filho, pela tolerância e dedicação para
a conclusão desta dissertação,
- aos Geológos João Batista Matos, Francisco João de Souza (in
memoriam), Nelson Marinho de Oliveira e Amarildo Salinas Ruiz pela convivência
e apoio recíprocos.
- aos Geológos Waldemar Abreu Filho (CPRM) e Olavo Caramori
(UNIGEO) pelo apoio laboratorial recebido das respectivas instituições.
- ao Professor Dr. Jorge Silva Bettencourt pela revisão do texto
- aos Geológos Salatiel Alves de Araujo, Gercino D da Silva, Izaias
M. de Souza, Wanderley M. de Resende, Marcos V, Paes de Barros Josué Antonio
da Silva, Alvaro P. Quadros e Elvio Scheele, pela companhia, apoio e sugestões
durante os trabalhos.
- ao Químico Lázaro José Oliveira da METAMAT, pela realização de
algumas análises químicas.
- aos Desenhistas .Ioaquim Pedro Ribeìro e Ademildo de Figueiredo
pelos traballros de desçnho.
- aos Técnicos da METAMAT José Roque Soares e Antonio da Silva
Lisboa pelo apoio durante as etapas de campo.
- ao Estudante de Geologia Franco Weber pela digltação do texto.
- a Sra. Sâmia Nery e ao Sr. Benedito Jesus de Almeida pela ajuda na
montagem do relatório final, e
- a Companhia Matogrossense de Mineragão (METAMAT), na pessoa
dos Diretores Edísio R. Rocha e Wilson Menezes Coutinho, pelo apoio efetivo para
a conclusão deste trabalho.
APRESENTAÇÃO

Os resultados das pesquisas e informações reunidas nesta Dissertação


de Mestrado tiverarn o ob.ietivo de implementar a pesquisa geológica e propiciar o
enteudimento dos principais controles das mincralizagões primri'rias de ouro da
região de Peixoto de Azevedo - MT,
A sub-província aurifera de Peixoto de Azevedo constitui parte da
importante Província Aurífera do Tapajós. Está sub-província se estende ao longo
da direção W-NW, margeando a borda sul do Graben do Cachimbo, e é responsável
por significativa parcela da produção aurlfera oriunda dos garimpos da Amazônia
Matogtossense,
A decisão de desenvolver estudos para elaboração de uma Dissertação
de Mestrado nessa região, deve-se ao desconhecimento geológlco e a importância
metalogenética dessa sub-provincia, de forma a prestar uma contribuição
signifrcativa a Geologia do Brasil,
SUMARIO

l. Inhodução. 0l
1.1. Histórico. 0l
l.2.Localização e Vias de Acesso,..,,, 02
1.3. Objetivos
o)
I .4. Materiais e Métodos.,,,. 02

2. Aspectos Fisiográficos e Geomorfológicos,,,.,.,,,, ,. 07


2, L Hidrografia,,,.,,,..,,.,,,,.,., 07
2.2. Clima...... 07
2.3, Geomorfologia .....,. ... 09

3. Geologa Regional.,,,..., II
3,1. Evolução Geotectônica, II
3.2. Regionalização Lito-Estratigráfica,..., 13

'...,
3 2,1. Granitóides Arqueanos',....',,.... 15
Transamazônioos...,,..,.,
3.2.2. Granitóides 16
..,.....
3.2.3. Granitóides do Proterozóico Médio. 18
.
3,2.4, Vulcano-Plutonismo Uatumã. ,..,, 20
3.2.5. Grupo Beneficente,., 23
3.2.ó, Magmatismo Básico ,. 24
3 2.7. CoberturasFanerozóio4s,,,,.,.,.....",.. 24
3.2.8. CoberhrrasCenozóicas.,..,.,,..,,,.,.,.,, 25

4. Aspectos Gerais Sobre Mineralizações Aurlferas em


Contexto de Zonas de Cisalhamento Dúcteis,.."' 26
4.1, Mecanismo de Defotmação,,',,,,,., , . 26
4.2. Esffuturas, , , .. ,. .. , , , , , , , , .,
.
28
4.3. Produtos Deformacionais,...,,,, . .,',..' 30
4.4. Mccanismos de Movimentação de Fluidos e Formação
de Veios,,,,.,,. 30
4.5. Controles Regionars.,,,.. 32
4.6. Tipologia dos Depósitos 35

5. Geologra Loca1.,.,.,..,,,,, 3t

5.1. Generalidades,,,,,,,,,.,,,,. 31
5.2. Complexo Xingu. . . .. 37
5.3. Granitóides Arqueanos. 48
5.4. Zonas de Cisalhamentos Dúcteis ,.. 58
5.5. Granitos Pré-Uatumã,,. 63
55l.GranitoJuruena,,,..,..., 63
5.5,2. Granito Matupá 69
5,5,3. Granitos Indivisos,,,.. 79
5,6. Grupo Uatumã.,,,.,..., 8l
5.7. Stooks, Diques, Apófises e Si11s..,,,....... 82
5.8. Unidade Sedimentar,,,. 84
5.9. Aluviões Reoentes 84

6. Geologta Estrutural,,,,,. 86
ó.L Domínio Xingu,..,,,,,,.., 87
6.2. Domínio Iriri.. ... . .., 88

7. Descrição dos Depósitos 94


7.1, Depósitos do Tipo L.. ,,. ...., . 94
7. L l . Sistema Paralba..,,,.,,,. 94
7 .1 .1 ,l , Filão do Paraíba, .,. , ,.,.. 96
7. 1 .2. Sistema Minçiro,,,.,,,,. 104
7 .l .?.1 . Filão do Mineiro,,..,,.., 104
7 .1.2,2. Filão do Domingos/Sebastião,,,. , ... , 104
7, 1,3, Sistema Seninha,.,,..,,. 107
7. 1.3. 1. Filão da Seninha,,..,,.,. 107
'l .1.3.2. Filão do Melado.,.,,.,,.. lll
7 1.3.3, Filão do Roberto Gaúcho.',,.,,,.. 114
7,1,4, Sistema Flor da Sena,,,....,,..,,, 114
7,1,4.1. Filão do Olerindo.....,,, 117
7 .1.4.2. Filão do Geraldo,,.,,,... 1t7
7.1.4,3. Filão do Naiuram,,...,,. l17
7, I .5. Sistemas Indiferenciados,,,..,,,,,..,,,. 121
i.2. Depósitos Tipo IL,.... .. 126
7,3. Depósitos Tipo IIL., 129

133

Referências Bibliograficas 131

146
Anexo 01 - Mapa Geológco
Anexo 02 - Mapa de Afloramcntos e Áreas Garimpadas
SUMÁRIO DAS FIGURAS

Figura 0l . Mapa de l-ocalização e Vias de Acesso.,......,,

Figura 02, Esboço Geológico da Reserva Garimpeira de Peixoto de


Azevedo - MT... .. .. ..

Figura 03. Compartimentagão Geornorfológica do Estado de Mato


Grosso, ... , ... , , ,
t0

Figura 04. Esboço Geotectônico das Províncias Estruturais e


Geocronológicas do Craton Amazônico. Teixeira et al
(re8e) . t2

Figrrra 05 Esquerna da Evolugão Geotectônica da Província Rio Negro


- Junrena, Baseado na Tectônica de Placas.Tassinari
(re8r).,,.. l4

Figura 06. Diagrama QAP-Dall'Agrolet. al. (1987)..... .. .. 17

Figura 07, Modelo Esquemático para uma Zona de Cisalhamento.


Sibson (1977)

Figura 08. Sistemas de Fraturas Previstas em um Binario de


Cisalhamento ,...,,.......,...,,..,,,,... 29

Figura 09. Classificação de Rochas Cataclásticas. Sibson 1977 JI

Figura 10. Diagrama AFM Complexo Xingrr, Irvine e Baragar


(197r),, ., ,.., .

Figura 11. Diagrama QAP - Cornposição Modal Granitóides


Arqueanos, Streickeisen (197ó),.,,,,,, 49

Figura 12. Diagrama QAP - Composição Modal Granitóides


Arquearos, Le Maitre (1989) . ....

Figura 13, Índice de Aluminosidade, Granitóides Arqueanos, Maniar &


Piccoli(1989) 54

Figura 14. Diagrama Feo,t\4gO,4'Ia20 + K2O - Granitóides Arqueanos,


Segrndo Irvrne e Baragw (1911) . ........ 54
Figrra 15, Diagrarna SiO2 FeO/MgO - Granitóides Arqueanos,
Miyashiro (1974).,,.,.,.,,. 55

Figura ló. Diagrama QAP - Composição Modal dos Granito Juruena,


Streickeisen (1976). .. 68

Figrrra 17. Diagrama QAP - Composigão Modal dos Granito Juruena,


Le Maitre (1989) ... . 69

Figrra 18, Diagrama FeO,lvlgONa2} + K2O - Granito Juruena


Segrndo Irvine e Baragar (1971)

Figura 19. Índice de Aluminosidade - Granito Juruena, Segundo


Maniar e Picoli, 1989 70

Figura 20. Diagrama SiO2 + TiO2 - Granito Jnruena, Segundo Maniar


& Piccoli, (1989) ,...,, . 71

Figura 2l, Planta (a) e Secção Esquemática (b) do Garirnpo de


Seninha - Matupá.....,,, 72

Figura 2lc Representação Esquemática - Garimpo da Serrinha - Frentç


Trevisan.,....,, 73

Fígura22. Diagrama QAP - Granitos Matupá. Streckeisen (1976),.,.,. . 75

Figara23. Disposigão Relativa dos Elementos Estruturais no Sistema


Paraíba e Filão do mineiro,.....,... 95

Fígva24. Planta Esquemática do Filão do Paraiba.,.,...... 97

Figura 25. Seção Geológica Esquemática do Filão do Paraiba.... , ..... , .. , , 98

Figura 26 Detalhe do Veio do Filão do Paraíba... .. 99

Figva2T. Planta Esquemática - Filão do Domingos/Sebastião,.,..,.,..,,. 106

Figura 28. Disposição Relativa dos Elementos Estruturais no Sistema


Serrinha,,,,,,.,, 108
Figura 29. Projeção Estereográfica das Principais Estruturas
Associadas ao Sistema Seninha,,,..,,,. 109

Figura 30, Planta Esqnernática - Filão da Serrinha..,. 110

Figura 31 . Planta Esquemática - Filão do Melado...,. 112

Figwa32. Planta Esquemática - Filão do Roberto Gaúrcho (PA-


r s8/1 59) ...... 115

Figura 33. Disposição Relativa dos Elcmentos Estrutwais no Sistema


Flor da Sena,,...,,,..,,,. ll8
Figura 34. Planta Esquemática - Filão do Olerindo (GR'14)"., ... . .. lt9

Figura 35. Planta Esquemática - Filão do Nairuam (GR-05) '., .,. .. . 122

Figura 36. Planta Esquetnática - Filão da Sede.,,,,,,,. t24

Figva37. Representação Esquemática Filão do Cubu (GR-31/32)" '. 12s

Figura 38. Planta Esquemática - Filão do Herédio,,,. t26

Figura 39. Planta Esquemática - Filão do Zé Dcco. ' '. 127


SLTN4ÁRIO DAS TABELAS

Tabela 01, Dados Geocronológicos Sobre os GranitÓides Arqueanos.. ,. 21

Tabela 02. Dados Geocronológicos Sobre os Granitóides


'Iransamazôniços,,,,.,.,.,,,,,... 2l

Tabela 03, Idade de G'anitos e Vulcânicas do Proterozóico Médio da


Região do Trabalho, , 2l

Tabela 04, Análises Químicas, Norma (CIPW) ç Moda para os Tipos


Petrográficos do Complexo Xingu, .., .,.
39

Tabela 05, Análises Químicas, Nonna (CfPÐ e Moda dos Granitóides


Arqueanos,,... 5l

Tabela 0ó, Análises Químicas e Moda para Rochas Miloníticas . ,. ,, ... 61

Tabela 07 Análises Químicas, Norma (CIPW) e Moda dos Granitos


Juruena,..,,,,,,, 64

Tabela 08 Análises QuÍmicas, Nonna (CIPW) e Moda para os Granitos


Mahrpá.,. . 76

Tabela 09. Análise Químicas para Granitos Indivisos,,,..,,, 83

Tabela 10, Arálises Químicas para Gabros, Diabásios, Basaltos e


Andesitos,,.,,. 83

Tabela 11. Filões Mapeados na Região de Guarantã do Norte.... .... ... . 89

Tabela 12, Filões Mapeados na Região dc Peixoto de A2evedo.. ,,,..,,.,., 90

Tabela 13 Filões Mapeados na Região de Matupá. ' ... 92

Tabela 14 Disposição Geométrica das Principais Estruturas


Observadas no Sistema Paraíba,.,,,.,',. 116

Tabela 15. Disposição Geométrica das Principais Estruturas


Observadas no Sistema Serrinha,. , .,. , ., 1 16
Tabela 16, Disposição Geornétrica das Principais Estruturas
Observadas no Sistema Flor da Serra.,,,,,.,,,,,,. I l6
RELAÇÃO DE MTCROFOTOS

Microfoto 01. Talco-Clorita Xisto Milonítiao,..,......,....,., 43

Microfoto 02, Talco - Clorita Xisto,,..,...,.... 45

Miorofoto 03, Cliuopiroxenrto.,,,...,.,,......,.. 47

Microfoto 04. Biotita Tonalito Protomilo¡rítico..,,,...,...... 55

Microfoto 05, Quartzo Milonito,,....,. 62

Microfoto 0ó, Granito Milonitizado., 62

Microfoto 07, Biotita Granodiorito,,,.,,.,,... 67

Microfoto 08. Biotita Granodiorito.,,,.,,,,,.. 74

Microfoto 09. Granito Hidrotermalizado...,....,,..,, . 80


RELAÇÃO DE FOrOS

Foto 01. Guaísses Tonalíticos,,,,, 42

Foto 02. Talco-Clorita Xisto,,..,,,,,, ... 44

Foto 03. Metapiroxenito.,,,,,..,,,,,..,,,,, 47

Foto 04, Granodiorito Gnaíssico,,, .. 56

Foto 05. Granito Gnaíssico.,,, 58

Foto 06. Garunpo Juruena,,.,.,,,,, 59

Foto 07. Garirnpo Tipo Juruena,, 67

Foto 08. Granìto Matupá....,,,.,. 74

Foto 09. Granito Hidrotermalizado,,,...,...,,.... 77

Foto 10. Garirnpo da Seninha. 80

Foto I l, Gnaísses Tonaliticos,,,,, 82

Foto 12. Filão do Paraíba...,,,.,.. 100

Foio 13. Halo/Filão do Paraíba.,.,, 102

Foto 14. Detalhes do Vçio clo Filão do Paraíba, ,.. 102

Foto 15. Filão do Mineìro,...,.,.. 105

Foto 16. Filão da Serrinha...,,.... lll


Foto 17. Filão do MeIado..,,,,.,,, 113

120

Foto 19. Filão do Geraldo,,,,,..,, t20

Foto 20. Contato Granito HidrotçrmalizadoÆegmatitos......,,.... ...',...... 130


Foto 21. Granito Hidrotermalizado.,,,,..,,,....,, 130

Foto 22. Níveis Pegmatiticos Piritosos.,,,......,,..,,.... 131


RESUMO

A Sub-província de Pçixoto de Azevedo está localizada na região


centro norte do Estado de Mato Grosso (Brasil), sendo parte da Provincia aurífera
do Tapajós,
Os trabalhos de rnapeamento geológico permitiram a individualização
dentro do Complexo Xingu cle duas unidades Lito-estruhuais tlpicas de terrenos
¿¡rqueanos, caso dos Granitóides Arqueanos e das Zonas de Cisalhamentos Dúcteis.
Os Granitóides Arquenos contituern uma assembléia com tonalitos, granodioritos e
quartzo dioritos, gnaissificados, corn características similares aos terrenos tipo TTG.
As Zonas de Cisalhamentos Dircteis de direção geral N-NW, foram
posicionadas e interpretadas dçnho do contexto evolutivo dos tenenos arqueanos,
sendo consideradas como estruturas subordinadas e vinculadas a binários de
deformagão regionais de direção W-NW. Tais estruturas constituem zonas
preferenciais de deformação, limitando a Província Amazonia Central e
condicionando a instalação de bacias tipo Graben durante o Proterozóico Médio.
O granito tipo Juruena, posicìonado no Proterozoico Inferior está
representado principalmente por biotita monzo granitos e biotita granodioritos, per
aluminosos a meta-aluminosos, de natureza cálcio-alcalina, com enclaves de
composição diorítica e anfibolitica,
O Granito Matupá aflora em área restrita. Os corpos são de
composição granodiorítica a tnonzogranítica e apresentam-se looalmente alterados,
com a paragênese transfonnacla por fluidos hidrotermais de notável afinidade
aurifera.
Dois domínios estruturais foram caracterizados, o Xingu e lriri. No
Domínio Xingu estão impressos os padrões estruturais típicos dos terrenos
arqueanos, com zonas de cisalhamentos e linçamentos estruturais orientados
preferenciahnente segundo a direção NW. O Dornínio Iriri tem distribuição mais
restrita e oeone em uma região onde predominam litotipos gerados no contexto do
magmatismo Uatuxã, com marcaute sistema de lineamentos e falhas de dtreção
geralNE.
Com relação as mineralizações auríferas foram ca¡acterizados ûês
tipos de depósitos, Os depósitos tipo f contituem corpos filoneanos alojados em
fraturas geradas a partir da evolução da defonnação progressiva nos vários sistemas
de cisalhamentos dircteis, que afetam principalnente os Granitóides Arqueanos e o
Complexo Xingu Os depósitos tipo II constituem principalmente filões de pequeno
porte gerados nas regiões de ocorrência dos Granitos tipo Juruena e Matupá. Os
depósitos tipo III contituem mineralizações do tipo dissemìnado ou stockworks,
alojadas em determinadas porções dos granitos tipo Matupá, constituindo massas
hidrotermalizadas.
ABSTRACT

The Sub-province of Peixoto de Azcvedo is located in the north center


region of the state of Mato Grosso (Brasil), being part of the gold Province of
Tapajós.
The geologtcal maping works allowed the individualization in the
complex Xiugrr of fwo litho-stnrctures units that are typical from archeans terrains
case of Archeans Granitoids, and of the Shear Zones Ductiles
The Archeans Granitoids are an assembly with tonalites, granodiorites
and quartz-diorites, gnarssic, whose features are similar to the terrains TTG type.
The Shear Zones Ductiles, of general trend N-NW, were placed and
interpreted context of archeans terrains being considered as
in the evolutivc
subordinate struçtües and associated to binaries of regional deformations of trend
W-NW, These stn¡ctrres are prefered zones of deformation boundering the Central
Amazonian Province and conditioning the installation of basins Graben type during
the middle proterozoic,
The Jumena Granite type placed in the Proterozóico Inferior is
represented mainly by biotite rnonzog¡anites and biotite granodiorites, of calc-
alkaline nature, with enclaves of dioritic and anfibolitic composition'
The Matupá Granite oaaur in a restrict. The bodiçs are of granodioritic
to monzogranitic composition and show themselves changed, with the paragenesis
converted by hidrothermal fluids with notable golden afinity'
Two structural dominions were characterizated, the Xingu and lriri. In
the Xingu Dominion the strucfural patterns of archçans terrains are printed with
shear zones and lineations structures guided mainly according to NW trend. The Irin
Domínion has a more restrict distribution and occur in a region where lithotypes
predominate in the context of magmatits Uatumã, striking with intense system of
lineations and falts of NE general trend.
conceming to the golden mineralizations, three kinds of deposìts were
I
characterizated, The deposits type constit¡te lode corps placed in frachues
origfnated from the evolution of progressive deformation in the several systems of
shear ductiles which affect mainly the Archeans Granitoids a¡rd the Complex Xingu
The deposits type II are mainly lodes of small size produced in the regions of
granites type Juruena and Matupá ocçurençes. The deposits type III are
ñineralizaiiôns kinds of disseminate or stockworks, plaoed in certain parts of
Matupá Granites type, constituing hidrothermal masses.
1 - TNTRODUÇÃO

I .l
- Histórico
A descoberta das primeiras ocorrências de ouro na região dc Peixoto
de Azevedo se deu dru'artte o ano de 1978, quando os trabalhos de aberttrra da
rodovia Cuiabá-Santarém (BR- 163) atingirarn o local onde atualt¡ente está
implantada a cidade de Peixotcl de Azevedo, na altul'a do quilônretro 700 dessa
rodovia,
A divulgação da descoberta fez afluir para a região milhares de
garirnpeiros, resultando na descoberla de dezenas de depÓsitos secundários, nas
planíces aluvionares, desenvolvidas principahnente ao longo das drenagens de
segunda e terceira orderrs, caso dos córregos: Baixão Novo, Baixão Vçlho, Grota
Rica, Jaó, Sirnão, Peixotinho, Najá, Micharia, Grota Funda e muitos otltros,
A garirnpageln, iniciahnente manual, evoluiu parc a lavra com
utilização de dragas, e botnbas para sucção de cascalho de 3" a 5", Ftnalmente em
1981, conreçalaln a ser utilizadas as balsas e dragas çscariantes para a exploração
dos aluviões existentes nas calhas clos rios Peixoto de Aeevcdo, Braço Norte e
Peixotinho,
Ern 1983 a descoberta e explotação do primeiro depósito primário da
região, no caso o garimpo da Seninha, na localidade de Santo Antônio, atualme¡te
municlpio de Guarantã do Norte, desencadeou a exploração em mais de utna
centena de veios.
Der¡do aos inevitáveis conflitos entre garitnpeiros e empresas de
miueração, foi criada através da Portaria Ministerial numero 551, publicada no
Diário Oficial da União do dia 09 de maio de 1983, a reserva garimpeira de Peixoto
de þevedo, com uma área de 657,500 ha
Dos órgãos e instituições vinculadas ao setor mineral estão presentes
na região, o Sindicato dos Garirnpeiros do Estado de Mato Grosso, fundado er¡
fevereiro de 1983, a Caixa Ëconôlnica F'çderal, a METAMAT e o DNPM. O
DNPM, através do convênio CPRMiDNPM, irnplantou em 1980 escritório na
cidade de Peixoto de Azevedo, para dar sustentação às atividades do então Projeto
"Estudos dos Garirnpos Brasileiros",
A edição da legislação que disciplinotr o repçime de lawa garirnpeira,
inclr¡sive no interior de reservas garinrpeiras, veio inçrer¡entar a entrada de
empresas de mineração na reg¡ião, através de assocìações corn proprietários de
garimpos, principalnente nos prospectos primários de maior potencial, onde a
ativrdade garimpeira tornou-se inviável, em função da utilização de técnicas
exploratórias in apropriadas,
2

L2 - Looalização e Vias de Acesso


As pesquisas desenvolvidas nesta dissertação de mestrado foram
efehradas em uma área que se situa na região norte do Estado de Mato Grosso,
abrangendo parte dos nrunicípios de Peixoto de Azevedo, Guarantã do Nortc e
Matupá, (Figura 0l). Quanto a situação carlog;r'áfìca, a área abrange parte das
folhas SC.21-Z-B-l (Vila Guarita) e SC 2l-Z-fl-ll (Agropecuária Cachirnbo), na
escala 1 :100.000, editaclas pelo DSG,
As cidades de Peixoto de Azevedo e Matupá situam-se dentro da área
da pesquisa, (Figura 0l), e constituem polos cle clçsenvolvimento regional,
O acesso à região pode ser feito pela BR-163 (Cuiabá-Santarétn), até a
cidade de Peixoto de Azevedo, a aerca de 700 Krn de Cuiabá, sendo 620 Km com
pavimentação asfáltica, O acesso é feito tarnbér¡ através de vôos regulares mantidos
pela TABA, Transportes Áe¡'eos da Bacia Atnazônica,, de Cuiabá até a cidade de
Matupá.

1.3 - Objetivos
O principal objetivo deste trabalho é contribuir para o couhecimento
geológico da mais produtiva provincia aurífera do Estado de Mato Grosso, através
do rnapeamento e caracterização das litologias, das esttnhtt'as, da tipificação dos
depósitos auríferos c da identificação dos controles metalogenéticos, visando
sobretudo estabelecer parâmetros orientativos aos Íltturos trabalhos de prospecçã<r
e exploraçâo mineral na região.

L4-MateriaiseMétodos
- Dentro do objetivo maior caracterizar os conffoles das
de
mineralizações auríferas da região de Peixoto de Azevedo, foi necessário
estabelecer uma linha rnétodológica que melhor se ajustasse às difìculdades
operacionais e materiais existentes,
Dentre algunas dificuldades de ordern prëttica, podemos citar:
- As bases carto$áficas disponíveis, no caso, as fotografias aéreas da
I
USAF (19óó), as folhas planialtimétricas SC 2l-Z-B-I SC.2l-Z'-B-ll, irnpressas
pelo DSG, em 1982 e as imagens de radar (19'r-5176), não retratam a inÍÌaestrutura
atual, uma vez que a ocupação efetìva da legião se deu após 1978;
- As fotografias aérças e imagens de radar mostrara¡'n-se irradequadas
para a interpretação fotogeológica, face ao relevo anasado e a densa çobetlt¡ra
vegetal;
- Para apoio aos trabalhos de carnpo çlaborou-se uma base caftogrâfica
atualizada, imprescindível para o acotnpanharnento permanellte das ÍÌentes de
garirnpo (cavas, poços, catas), urna vez que tais locais constituem as rnclhores
exposições para obtenção de dados lito-estruturais e rnetalogenéticos;
MAPA DE LOCAL tZAçÃo
e
VIA DE ACESSO
ESCÁ14 APROXIMÁOâ t: 7 500 000

64c

LEOET{OA

) C0PIlol do Etlo<lo
tr--\- Ret.¡vo Go.llngal¡o da P'¡¡olo A"vtdo
r Scd. ato li|J¡lolPIo L-al "t

Rodovlo com O.lollo


A'¡.ø d. P..q|!l.o
Rodov¡o .ottt o.lollo -
--
- 8ß F adatol
l¡-Í E.loduol
^.Çá n ¡o

-,_.- olvtao tñlarnoc/onol


___ Olv iao Intaraatodtr0'
4

- Como utna das çaracteristicas intrinseças à atir¿dade garimpeira é a


desorganização e o nolnadismo, muitas infonnações do substrato geológico ficam
perdidas quando as lÌentes são abandonadas.
Nestas condições, busçatnos a princípio obter informagões
cartográficas e fotogeológicas em itnagens de satélite Spot, bandas I23, na escala
l:50.000 (cena de jurrho 1989) ; l,andsat TM5, bandas 234 e 134 , na escala
l:50000 (cenas de julho l99l e agosto de ß9A192) e Landsat TM5 banda 4, na
esoala 1:100.000 (cena de jurho 199l) A partir das meslnas, colr as informaçöes
obtidas em reconhecimentos anteriores e da litcratura regional, çfetttamos utn
mapeamento sistemático, direcionado para apresentação de um mapa na escala
l;100 000. Entretanto, a esÇassez de afloralnentos nahtrais induzitt ao lïapeallento
das regiöes cotn tnaior concentlaçãg de atividade extrativa e onde as exposições das
mineralizações primári as eram mai s si grrifi cativas.
Durante os trabalhos de campo dois tipos de materiais foram objeto de
a¡nostragetn sisternáticat amostras de rochas, dos tipos litológrcos tnais expressivos
para confecção de lârninas petrçgráfìcas, e alrrostras de rninério aurÍfero,
principalmente do tipo veio de quafizo, para estudos rnineralógicos e texturais
através de seções policlas.

Amostras de Rochas
Foram descritas 0er0a de 60 lâminas petrográfìcas, das
diversas
unidades mapeaclas na região. Nas roçhas granítrcas menos dçfonnadas e alteradas,
procedeu-se a análise rnodal para a classifìcação rnineralógica dos granitóides
através do diagrama QAP (Streickeisen 197ó).
As lârninas selecionadas para oontagçm de pontos visalrclo a
detenninagão de moda apfesentavam granulação fina a méclia, sendo contados çm
mé{ia entre 450 a ó00 pontos por amostra.
Utilizou-se também para avaliação da rroda, em oerca de l5 alnostras,
a técnica para colorir feldspato potássico cln lâmina, que penIìite estitnar o
percentual de feldspatos na roçha, através do ataque com ácido fluorídrico e
posterior irrersão eln çobaltinittito de sÓdio confbnne Deer, Howie e Zusstnan
(re8l).
Foram ençaminhadas para análise quírníca cerca dç 20 amostras de
rochas para dosagern dos elementos maiores e clos seguintes elçlnentos traços: I3a,
Rb, Sn, Y, Zn, Nb, Pb, Cu, Mo, W, Ba, Sr, Ag, Ni, S, Co, Y, As,Zr, Th e Au

Nas amostras de rochas analisadas no laboratÓrio da GEOSOL,


utilizou-se os seguintes métodos analíticos;
SiO2, AlzO3, Fe2O3, CaO, MgO, TtO2, P2O5, Cr2O3 e NiO -
fluorescência de Raios-X - amostras f'undidas com tetraborato de lítro,
5

FeO - volurnetria - tifulação do Fe++ por solução padrão de K2Cr2O1


em presença de difenilsulfonato de sódio como indicador.

Na20, K2O, MnO - Espectrometria de Absorção Atômica após


abertura total da amostra corn HF - HNQ,

F - Eletrodo de Íon Espeoifico.

P,F - Calcinação à 1000"C, até peso constante,


.
S,Cl - Fluorescência de Raios - X, usando técnica de pó prensado.
Para os elementos traços analizados no laboratório LAMIN/CPRM, se
utilizou os seguintes métodos analíticos:
Espectrometria de Absorção Atômica - Cu, Pb, Zn, Co, Ni, Cr, Ba, Bj,
Mo, V, Au.
Fluorescência de Raios X - Nb, Zr, Y, Sr, Rb.

O interesse nesses dados quimicos deve-se principalmente a grande


diversidade de rochas graníticas aflorantes na região, onde há inexistôncia de boas
exposições e relações de oontato, tornando necessário a utilização de parâmetros
químicos, que auxiliem a identificação das diferentes tendências, das principais
séries graníticas e possiveis filiações metalogenéticas.
Outro aspecto que foi considerado refere-se às alterações quimioas em
expressivas lnassas rochosas afetadas pelo desenvolvimento de mega zonas de
cisalhamento dúcteis, ondc os fluídos têm ação significativa nas transformações
minerais, liberando grandes quantidades de ouro e/ou sÍlica para os locais de
deposição, com geração de auréolas geoquímicas, muitas vezes caracterizadas pela
presença de determinados elementos indicadores,
Os dados quimicos de roohas foram tratados afravés do programa
NEWPET (cf. Clarke, 1990 e 1992).

Amostras de Minérios
Com relação a amostragem dos veios e outros eventuais minérios,
apesar de serem reconheoidos pelo menos uma çentena de depósitos primários,
faras vezes foi possivel rcalizw coletas criteriosas do minério, halos de alteração e
encaixantes, face a própria dinâmica do garimpo,
As análises químicas foram realizadas em diversos laboratórios
(LBPM/¡IOMOS, MORRO VELHO, METAGO, CPRM/LAMIN, METAMAT e
GEOSOL), por falta de um apoio logÍstico institucional específico
Nas amosüas de minério, preferencialmente do tipo veio de
quartzo,corn peso em torno de lKg, efetuou-se análise para ouro e metais
associados ( Cu, Pb, Zn, Ag, As, B, Bi, Ba, Fe, Ni, W, Sb' Mn, Co e V), as
6

amostras de veio foram coletadas preferencialnrente através da abertura de canaletas


nos corpos de minério ou ent pilhas de lninérìo, de fonna a se obter amostras
representativas dos diversos tipos de rninério. Convér¡ realçal que, no caso, as
amostras forarn ençatninhadas para diversos laboratórtos, col¡ várias alnostras
sendo dosadas apenas para ouro,

Os métodos analíticos utilizados foram os segrtitttes:

- Laboratório da METAGO (lote na 5929188)


Absorção Atômica/ácido forte-Au, Ag, B, Ba, Cu,Fe,Zn,Pb
Expectronretria Óptica de Emissão - Sb, WO3
Fluorescêllcia de Raios X - As

- Laboratório NOMOS (lote lÆS 0290.90)


Fusão/Copelação/Absorgão Atômica - Au e Ft
Fusão/Colorimetria - As e W
Ácido Forte/Absorção Atôrnica - As, S, Bi, Co, Ni e Rb

- Laboratório MORRO VELIIO (boletins 0072121010413e 009420)


Au - Fusão à basc de litargírio (carbonato de chuurbo), carbonato de
sódio, bórax, ftrbá e parafina a 1200oC, seguido de copelação a 900oC, ataque ácido
e análise de ouro por gravimetria,
As - Método Gutzeit, ftlsão de amostra corn bissulfato de potássio
seguida de ataque ácido com HCl, adição de SnCl2 + Kl metálico, e determinação
através de oomparação a padrões sintéticos.

- Laboratório MhTAMAT
' An - Cianeto/Absorção Atôrnica,

Cinco amosh'as de vçios foram analisadas por Difração cle Raios-X


pelo Dr, Raphael Flipólito - ICìIJSP, corn a finalidade cle cheoar a rninoralogia
observada ern seções polidas,
2 - ASPECTOS FISIOGRÁFICOS E GEOMORFOLÓGICOS

2,1 - Hidrografìa
O rio Peixoto de Azcvedo é o prirrcipal elemento hidrográfico'
atravessando a área dessa pesquisa de leste para oeste (Figura 02), desenvolvendo
meandros e expressiva planicie aluvial de inundagão,
Locallnentc observa-se que o canal do rio cstá condìcionado a
prováveis fallramentos de direção N-NE ç W-NW O canal principal, çolr cerca de
100 rn de largura, no final da estação das chuvas, apresenta-se bastante assoreado
em filnção de uma prática garirnpçira denominada "Galirnpo de Pista", que consiste
em fazer o deslnonte nteoaniz¿do das tnargetrs para dentro do rio, dçstruindo os
diques rnarginais, desfigttrarldo o canal e gçl'altdo etn conseqnêt1aia un regime
catastrófico de cheias,
As drenagens secundárias, tributáilas dos rios Peixoto de Azevçdo,
Peixotinho e Braço Norte, estão representadas por cliversos igarapés perenes e/ou
illtennitentes, per vezes oonfigurando utn padt'ão dentrítico a sub relanguìar,
elaborados segulìdo vales st¡aves, con{i$trando planÍces altlvionares Çom largur¿ da
ordem de 100 a 300 metros, que constitrreu os dellolninados baixões. Tais baixõcs,
quardo mineralizados, são os alvos principais da exploração garirnpeira' e o
camillho natural para a descoberta de colirvios e veios lnineralizados na regiâo,

2,2 -Clima
Com basc na classificação de Köppen (1948), cit in Silva et al (1980),
que indivrdualizou as reg:ões clir¡áticas relaoionadas aom a distribuição da
vegetagão, o clima dessa região é do tipo Arn: quente e unido (Tropical chrtvoso
com um pequeno período de seca e chttvas inferiores a 60 mm, tlo tnês mais seco do
ano).
A classificação clirnatológtca elaborada por Nimer & Brandão (1989)'
considera que os proçessos de fortnação dos solos, o modelalnento de relevo, os
regimes hidrológicos e os padrões de drenagens estão estreitatnente lelacionados
aos excessos e déficits de água, e ésses dependetn principahnente de falores col¡o
taxa de precipitação e de evapotrarspiração,
Nessa classificação, a regtão de trabalho, enquadra-se no clima tercelro
runido, com umidade efetiva çntre 60 - 80%, apresentando qttatro lneses corn déficít
de precipitação e deficiência hidrica, entre os meses de Maio a Agosto e sete meses
com exçedeute hidrico entre Outtlbro e Abril,
9

2.3 - Geornorfologia
A irea silua-se no dominio de ulna unidade geornorfológ:ca
denolninada inicialrnente cìe Pediplano lnterplanáltico Serra Forlnosa - Cachimbo
(Araí¡o et al. 1975), caracterizacla colno ttlna |egião arrasada, de relevo pouco
desenvolvido, coln fonnas malnelonares e drenagerr de padrão dendrítico a
dendrítico-retarr gular.
Melo & Franco (1980) ao abordarem a geomorfologia da Folha
Junrena ( SC-21), RADAMBRASII- (1980), caraçtçrizaram a ârea, em foço, como
pertencente a Depressão lnterplanáltiea da Amazônia Meridional, (Figura 03)' Essa
unidade foi descrita pelos autores colno uÍìa região rebaixada, oom aìtilÏetrias
variando de 200 a 300m, dissecada em folmas çotlvexas, çstruturada principalmente
sobre os grarritos e gnaisses do Complexo Xingu'
Localmente obsenra-se rrm relevo suavemellte ondulado, elaborado por
suçessivos ciclos elosivos, sobressaindo fonnas estruturaìs, colllo ÇriStas
sustentadas por diques cle diabásio, veios de cìualtzo e rochas cataclásticas.
AJgunas fonnas residuais são observadas principalmente nas regiões de
interflúvios, onde feigões tipo rneia laranja apareoem coroadas pol matacões e
blocos de rochas graníticas e glanodioríticas, principahnente as de facies mais
quaftzosas ou porfiríticas,
Na rnesopotâtnia dos rios Peixob de Azevedo e B[aço Norte ocone
uma superficie aplauada, coln espesso solo areno-Silto-argiloso de coloração
mlurom avermelhado a amarelado, com fieqnente plesença de solos transportados,
evidenciados por perfis alttvionares típicos reoobertos por cobe¡tulas pedogenéticas
com espessura de até l0lr,
COMPART IMENTAçÁO cEoMoRFot dolca

DO ESTADO DE M AT O CRO SSO

I
\
I

o
o
+
ol
*

l\\ lr
i+
,. l
o
. \\.rl o
¡o
'
. \_ )

o
o
9UL
620 60ø 580 56q s4o 52o 5oo
fe¡1.: P ot.lo R^oatl6BAtrlL .
t
A P.ot.to, oNPt / c P Rt .
LE EII]O

T¿--" I sugørllc ta c?lt¡otlìo ouoporo' I fL-------l


;--¡ Pøato nôl ttotooro...a.s 1 oo*i*,o
I o¡ s
) etntíotes
¡
f-tb Poãtonal do ouolot.'
T-¡ ô I Ptotlnolo sütonq do atto Guopofi l 0oMtNto
!
CUAPORE
Tl-;--l s.rto do Roìoo(tot o 4lo ùoncol
t l--i;-l Pto¡êtto .tc. oetûotl.. II o o nitto
DO8
f Ptonotto.to. Por.ott J ri-nlllros
-"1
f-î- D.pt...do do arøottoto
I ^1 Ptovl¡cto 3.t¡ono
loou,'",o 1
D,,Dt tttão lnl" Plo'nol¡i
do aírotoato uortatonotçel o o uíxto
Eol t a(t o cutqboao l ro,ro , orouuo,,
I o u I ta Þt.ñônø. R..lt!uot, oo I o*oro*r"o
Ir---_::-t
nn
l- ¿" DePrctti,o do atlo Patoouol I 6ù I 'N¿'ü:'bi't¿bä'bi-o;';- J

I ,, 1 ooPrc¡sdo dr Poronolinso
l

F ig.- O,
3. GEOLOGIA REGIONAL

3,1 - Evolução Geotectônica


A ârea objeto dessa disserlação situa-se, na porção sul do Cráton
Amazônico, caracteriza<ia por Ahneida et al, (1977). col¡o Província'Iapaìós ou
ainda, de f'onna rnais restrita, nos lilnites da Sub¡rrclvíncia Xingu, proposta por
A¡naral (1984)
a
Os at¡tol'es qÌle clçbatetn evolttção teotônica da Platafonna
Amazônica defendenl cluas linhas básicas, qtte reptesentam conflitos históricos
quanto à atuação oìJ não dos tnçcanistnos da tectônica de placas durante o
Proterozóico, e consequentetnente da existência otr nâo dos processos de acreção no
Cráton Arnazôuìco durante essa [h'a,
Para a linha fixista, melhor represenTada pelos trabalhos de Amaral
(1914), Almeida (1978), Santos e Loguércio (1982) e Arnaral (1984); a Plataforma
Amazônica, consolidada no fìm do Arqueano, conl dilnensões muito próxilnas às
atuais, seria constituída de vários complexos Arqueanos dç alto grau rnetamórfico,
com intrusivas associadas, circundados por faixas dc baixo gratt, geradas e/ou
remobilizadas durante o Tratrsamazônico, Os prooessos subsequentes seriam
ftlndarnentalnente do tipo ativação ou reativação tcctônica,
Nestes tennos, Amaral (1984), caracterizotl três ever'ìtos plincipais
o
na estnrturação da Província Tapaìós durante Protcrozóico, os eventos
t
Transamazônico (2000 200 Ma), Paraetlse (1700 - 1500 Ma) e Madeirense (1350
- 950 Ma), melhor representados nas sub-Provincias Carajás, Xingrr e Madeira,
respectivarnente,
Segundo Cordani e Brito Neves (1982), nos r¡odelos evolutivos
propostos pela escola rrrobilista, çssa região está inserida no ànbito da Província
Amazônia Central, de idade arqueana e vocação cratônica' servindo de ante-país
para a evolução de cinturões rróveis, desde o Proterozóico Inferior,
Para os mobilistas, a estruturação cratônica rão foi
ulifonne nern lirnitacla ao evento 'l'ransatnazôtltco, adrnitido oclmo de oonsolidação
cratônica pelos autores da lurha fixista; rnas sirn resultante dç sucçssivos eventos de
acreção e diferenciação crustal, através do desenvolvimento dc mohile hel.t'¡, a partir
de nm pequeno nircleo Arqueano, conforme Cordani el al, (1979), Tassinari (1981),
Tassinari et al (1987) e Teìxeira et al. (1989) (Figura 04)
Cordani et al (1979) propttseralî trnra evolução geotectônloa para a
Plataforma Amazônica baseacla no desenvolvilrrento de três cinhrões móveis,
estruturados segundo a direção NW'SE, a partir de uln núcleo Arqueano
denominado Provincia Arnazônia Ccntral, a sabert
- Maronì-ltacaiÍutas 2200 a 1800 Ma
- Rio Negro'Jut-ttena 1700 a 1400 Ma
- Rondoniano 1400 a 1000 Ma
Fis o4-ESBOCO GEOTECTôN|CO DAS PROVINCIAS ESTRUTURAIS
E GEOCRONOL dAICAS DO CRATON AMAZÔruICO

fi.T--lÎ]
| ':.,:l SEOIMENTOS FAXEFOZOICOS
1 .. . r. :.I

r--.:=:a
L*A CI¡rTURAo IvOVEL SU¡iSÁS f I,r-o,9 bo )

R---;îf,añit
t,. ! CINfURÀO MOVEL RONDONJANO i'I45.,,25 DO )

rlTñ -/ M0VEL RtO NE0R0 ,./URUE^/A ltt75-tt5ho


Cl¡if URAO )
r\
Ir\\
rl
I

COAERfURAS FA,NEROzOtCAS PR0IEROZOtcAS ( r,9-,,5öol

rr\\\l cturunio MovEL MâRolr -lracÂruNas tz,zg-r¡9þo)


f.',rrrrJ
T-,ll-l
[" " ,l
PROVINCIA AMAZONIA CENTRAL (>2,5 bo l

l--,--l
L. I
ZONA OE TRÁNSIçAO ENTÊE CINTUßOES

l----=4
L.. I CONfAfO E^rf RE CiNITJFOES
v'______) ^PROXt$AOO

a;;1 L rM rrE rNlERrAc,o¡rÄ¡


l.'___)
l3

Os autores citados realçam que o tenno mohile helt foi utilizado no


sentido de caracterizar província petrotectônica e geocronológtca, portattto diferente
da concepção inicial de Anhaerrsser et al. (1969).
Tassinari (198 l) seguindo a concepção mobilista para a evolução da
Plataforma Amazônica durante o Ploterozóico, propôs a existência do cinturão
Móvel Rio Negro-Junrena, situado eln parte na região çorrespondente ao
denominado Alto Estrutural Juruena-Teles Pires, de Silva et al (1980) O atltor
sugere que a Província Rio Negro-Juruena resulta de um processo de acregão em
um coutexto de arco magnático francamente ensirnático (Figura 05), corn a
seguinte sequência de eventos:
- Fase metamórfioa principal *1750 Ma.
- Vulcanismo sr,rbsequente *1650 Ma.
- Granitogênese pós-tectônica *1550 Ma.
- Sedimentos molassóides 1400 a 1500 Ma
- Magmatismo básico tenninal 1300 a 1400 Ma
Tassinari et al, (1987) caracterizarant o mohile helt Rio Negro-Juruena
(1 ,75 - 1,6 Ga) ao longo da borcla oesle da Provincia Amazônia Central, Irigura 04,
representado principalrnente por granitos e granodioritos, fíequeutemQnte com
estrutura gnáissioa, Os autores associam à evolrrção clesse cinturão o magmatismo
do tipo Teles Pires, com idades l"ó5 e 1,60 Ga , respectivatrente,
Teixeira et al (1989) sugerern utra evolução para a Provítlcia Rio
Negro-Junteua (1 ,75 - 1,5 Ga), atl'avés do desenvolvìlnento de sttcessivos arcos
magmáticos, justapostos a massas continentais pré-existentes.

3,2 - Regionalização Lito-Estratigráfica


- Na unidade geotectônica denominada Província Amazônia Central
(Figura 04), independente dos modelos evolutìvos propostos, é çonsenso a
existência de um núcleo Arqueano, estabilizado após o desenvolvimçnto do Ciclo
TransamazôniÇo, e collseqì.rentemente, que os granitos gerados posteriormente a
esse everrto são a princípro pós teclônicos e/ou anotogênicos, A área objçto desta
dissertação situa-se na extremidade sul da Provincia Amazônia Central, nas
proxirnidacles da zona lirní{rofe col¡ a ProvÍncia Rio Negro-.lrtluena. Nessa legiâo,
os çfeitos da atividade granitogênica registrados du¡ante o Proterozóico Médio, de
acordo com os dados de datações radiométricas (Figura 02) lorarn lnuito intensos,
obliterando as feições e estrutrras pré-existentes, tonlando difìcil a identificação do
embasamento Transalnazônico.
Inúrneros trabalhos têm identificado assooiações graníticas no Cráton
Amazônico, Durante os mapeamçntos efetuados pelo projeto RADAMBRASIL, nas
folhas ao milionésimo, forarn identificadas drversas gerações de gl anitóides.
Entretanto, face à çscala e ao objetivo do ntapeatnento, esses cotpos nâo foram
sufi cientemen te car açterizados,
OESTE
LESIE
t-; ry
ß;,ir
Pno v f ra c I
1.,
l_ l,'.; I cRosra co¡l'NE YÂL
 PROvi¡c I a lcc
q.-
@ AIÂZOiIA Cf iTRAL
J
l
lo-o
-.t a [[|Jm cRosra (Et¡r.rcÂ

Ir
t_
I N -.¡
þÂ,rro

In I GF¡ltrcs tpo'Rcr¡nraar.o6'
x x
x Í x x r-:=:-l
xx r rå: corPLExos ÂLc^Lt¡aor¡
1.,.-^
x
x I x x x x
x x
R;
x XT
x
I xx
l-- ---l
1:\: vuLcaxrs¡o aÁ$co
I
W ¡¡oRYoslros

[r:l sf Drr€t rG EPt'..Rírrco3


l:i-...-. -.1 E tERifcE¡aos

l-i.¿l GRÂNrros cnere6t¡¡çs5

t;;t
t'""t vuLcÀratslo actDo
rÈT€RrEDrlRro
E

dl t.¡rOO - I ZOO
'rr
o
trl GRArtlfos -su8 - YtLCl'llco3
P(i3.rEcrôr.lco!

GÈÂIS3ES E EG¡ÀIIfOS
æ REGIOI' I3

Fl L¡t¡t

FIGURA ('5:
FOXIa : lla!r¡^tr ,.rat
l5

Para çaractçrizar esses corpos glaníticos faz-se necessário a realização


de trabalhos mais detalhados, em tenrlos de relação estratigr'áfìca, aspeçtos texturais
e estnrhrais, associados cor¡ dados petroquímicos e geocronológicos, que permitam
estabelecer o contexto de geração, evolução e
diferenciação, bem corno
compreender os mecanismos de posicionanlento dçssas intrusões,
Os trabalhos publicados por Dall'Agrrol (1980' 1982), Santos (1982)'
Santos e Loguércio (1984), Dall'Agnol et al, (1984' 1986, 1987)' Gastal (1988),
Medeiros e Dall'Agnol (19S8), Macarnbira et al (1990), enhe outros, sintetizam a
evolução dos conheçilnentos e o patlolArna atrtal, sobrç a gfanitogênese neste
segmento cratônico,
Em termos de unidadcs lib-estratigráficas regionais no ànbito da
Província Amazônia Central, o trabalho publicado por Macambira et al, (1990),
sintetiza a atividade granitogênica Pré-Cambriana, e portanto será utilizado como
referência para a região de Peixoto de Azevedo, Estes autores distrnguem três
grandes grupos de gXanitóides postclonados do Arqueano ao Proterozóico Médio, a
saber:
- Granitóides Arqueanos > 2.500 Ma
- Granitóides Tran salnazôniços .- 2 000 Ma
- Granitóidcs Anorogênicos do
Proterozóico Médio ló00 - 1750 Ma

A proposta apresentada, apesar de baseada ern poucos dados


petrológicos e geocronológicos, cunpre o papel de agrupar os grandes conjuntos
relativos aos principais eventos l'onnadoles de rocha,
No momento, a tnaior dificuldade refere-se à individualização e
caractenzação dos granitóides do Proterozóico Médio, ulna vez qne existem
dezgnas de denominaçÕes e interpretações diversas quanto a natuleza, amþientc de
geração e relação de contato desses corpos, caso dos trabalhos.já cìtados de silva et
a)(1974, 1980), Santos et al (1975), Leal et al (1978), Bittencourl et al (1981)'
Cunha et al, (1981), Santas (1982), Santos e Loguércio (1984)' Dall'Agnol (1982'
198ó ), e outros.

3.2,1 - Granitóides Arqueanos


Confonne Dall'Agnol et al. (1987) esses tipos de granitóides já foram
identificados na região da Sen'a do Navlo - Arrapá, Altamira - Pará e na regtão de
Rio Maria - Pará,
Segundo esses autores, a região de Rio Mana - PA é um típico teneno
granito-gteenstone, com granitóides metatnorfìsados afctados por estruturas
miloniticas, contendo lestos de seqrtências vulcano-sedilrentares e rnineralizações
de ouro. O Granodiorito Rio Maria oçorre em uma vasta árca, lruito superior a área
de oconência das sequências de gnaisses e greenstones Os arttorçs citam a

existência de variações faciológicas no Granocliorito Rio Maria, com hornblenda-


biotita monzogtranitos, biotita leucogranodioritos e brotrta leucomonzogranitos. No
diagrama QAP (Figura 0ó), essas rochas estão çoncentradas no campo da série
gtanodiorítica cálcio-alcalina, evrdenciando a importância deste magmatismo no
Arqueano dessa região,
Macambira et al (1990) citam corno exemplos de Granitóides
Arqueanos, o Trondhjernito Mogno, o Tonalito Parazônia e o Cranodiorito Cumaru,
aflorantçs na Província Mineral de Carajás, sudeste do Par-á,
Os dados geoclonológicos podern ser verificados na I'abela 01,
(Págrna 2l), obtida do trabalho de Macambira et al (1990), corn as idadcs
evidenciando um impoftante evento rnaglnático entre 2680 e 2560 Ma, e as razões
iniciais sugerindo a uma origem a partir da base da crosta e/ou lnanto superior.
Souza et al (1979) caraaterizara:m nos limites da reserva garimpeira de
Peixoto de Azevedo - MT, os Granitos do Nhandu" individualizados do Cornplexo
Xingu por suas caracteristicas estruturais ç tçxturais. Sâo glanitóides isótropos,
com megacristais ovóides de feldspato alcalino ir¡ersos ern urna matriz de
composição granodiorítica a tonalítica, que ocorrerrì em estreita assclciação com os
gnaisses do Complexo Xingu,

3.2.2 - Granitoides l'ransamazônicos


Os granitóides correlacionados ao
evçr1to Transamazônico,
posicionados no limite Arqueano-Proterozóico inferior, çollfonne Santos e
Loguércio (1984), não estão suficientelnente rnapeados, nem datados, para permitir
um posicionamento inquestionável. Inirmeros trabalhos realizados no Cráton
Amazôtrico têm identrficado corpos graníticos quç via de regta, apresentam estreita
ass-ociação com tçrrenos granito'gnáissicos, presumivelmente Arqueanos,
Embora devar¡ existir arnplas regiões afètadas pelo ciclo
Transamazônico, os granitóides associados a esse evento não têrn sido objeto de
eshrdos mais detalhados (Macambira et al, 1990)
Entre os granitóides tidos como 'fransarnazônicos, pode'se citar os
Granitóides Água Branca, de Veiga Jr, et al, (1979, in Dall'Agnol et al, 1980) e
Juruena, de Silva el al, (1974), destaoando-se esse último por aflorar nas
proximidades daárea do presente trabalho,
Segrrndo Dall'Agnol et al, (1987), o Granitóide Água Branca é um dos
complexos mais conhecidos de Granitóides Transarrazônicos, aflorantes no âmbito
da Província Amazônia Ceutral, na região noroçste do Estado do Pará, Oçorrem em
grandes batólitos, são rochas isótropas a localnrente foliadas ou bandadas, de
coloração çinza a róseo, Entre os litótipos predorninantes, cita-se monzogranitos e
granodioritos, e subordinadamente sienogtanitos, quartzo monzonitos, quaftzo
morrzodioritos, quartzo dioritos e tonalitos,
Figura 06 Diagrarna QAP contendo os principais lrend,\ das séries graníticas da
região nolte do Ilrasrl. corrr¡rarado corr os lirnites propostos por
Lameyre & Bowden ( 1982) e lJodwen et al ( 1984)
Fonter Dall'Agrol et al, (1987) - modificado,

l.Série tonalítica ou trondhjenritioa calcio-alcalina.


- Graritóides sódicos arquenos do Arnapá e da região de Altamira,
- Sequência gnaísstca rnais antiga da região cle Rio Maria.
2. Série granodioritica calcio-alcalina,
- Granodiorito Rio Maria (arc¡ueano),
- Granitóicle Água Branca (transarnazônico),
3. Série Monzonítica sub-alcalina,
- Granitóides do tipo biotita p¡'anito conr anfibólio e esfeno (SABG) da provÍncia
Rio Negro (proterozóico rnédio),
; Alguns tipos de granitos Rapakivi anorogênicos.
4. Série Potassica Ahrminosa
- Glanitos anorogênicos tipo A das províncias Arnazonica Central,.luruçna e
Rondonia.
5. Série Sódica Alcalina
- Sienito Canalnã da provÍncia Junrena.
- Alguns tipos de granitos anarogêuicos tipo A.
6. Série Graniro Crustal
- Granitóides a duas nicas (2MG) da província Rio Negro,
7. Carnpo definido por 27 arnostras do granito anorogênico Jarnon (proterozóico
médio),
8. Carnpo definido pelas fáceis dorninantes dos granitos anorogênicos tipo A,
l8

Jorge João ef al (1985, in Dall'Agnol et al, 1987), sugerern que os


granitóides tipo Água Branca forarn gerados a partir de run magna cálcio alcalino,
com alto alurninio; eln unl modelo colisional, esses granitóides poderiam
corresponder a uma atividade reflexa no núcleo cratônìco,
Silva et al.(1974), individualizararn clo Cornplexo Xingu alguns corpos
graniticos de naturçza honrogênea, rernobilizados e eln çstrçita associação coll os
granitos e gnaisses do Conrplexo Xingu, aos quais denolninaraÍt (;ranito Juruena.
As desolições petrográficas efetuadas por Souza et al (1979) dos granitosJuruena,
identificados nas proximidades da cldade dç Alta Floresta, compreendern rochas
graníticas e granodioríticas, isótropas, leucocráticas, de coloração cinz,a claro,
geradas a partir de fllsões parciais em núcleos rçomórfícos dentro do Complexo
Xingu.
Os dados geocronológicos disponíveis sobre os citados granitóides
podem ser observados na Tabela 02, (Página 2l ).

3,2,3 - Granitóides do Protelozóico Médio


Os granitóides anorogênicos admiticlos do Proterozóico Médio ocupam
expressiva área nos limites da Provínoia Arnazônica Central. A constatação da
existência de pelo nrenos urna geração de gtarritos, ern principio, relacionados com
o evento vulcanogêrrico denomiuado Uahrmâ serviu çorno refetencial para as
primeiras tentativas de subdivisão,
Santos (1982) e Santos e Loguéroio (1984) distinguerr dois grupos de
granitos anorogênicos; urn, cogenético às vulcânicas tJatrunã, representado por
granitos tipo Maloquinha, Serra do Carajás, etc, e orìho gnrpo, representado por
granitos tipo Velho Guilherme, Sena da Providência e Teles Pires, rnais jovens e
que afetarn as Coberturas Sedimentares Tipo Benefìcente .

Dall'Agnol et al.(1987) e Macarnbira et al (1990) situaralr a atividade


granitogêrrica de idade Proterozóico Médio no infervalo entre 1900-1400 Ma e
I750-1600 Ma, respectivamente, Os autorss idenfificaram dois grupos prrncipais de
graritóides; um, predorninantemçnte aloalino, sirnilar aos do tipo A, e o outro,
peftencente a gTaxitos da série cont rnagnetita, com caracterização químicas
análogas aos gfanitos do tipo I (Caledoniano).
Os autores realgam que essa comparação, de granitos gerados em
regiões e contextos geológico evolutivos distintos não irnplica em dizer qr.re exista
uma perfeita ideutificação entl'e ambos, r¡as sun que existern similaridades
petrológicas.

Granitos Similares aos do Tipo A


Representados com maioÍ fiequência, por biotita sienogranitos com
variação para monzoglanitos e álcali-feldspato $anitos. Nos termos r¡enos
evoluidos, é citado a presença de granitos rapakivr, srenitos e quarlzo srenitos;
l9

fácies peralcalinas ocorrem mais rarallìente. São rochas lçuçocráticas,


predominanternente sr¡b sohus, eqnigrannlares, colr a estrutura porfirítica restrita às
fiíceis de lextLrra rapal<ivi. Procçssos tardios c pós nragrnáticos são expressivos nos
fennos rnais dif'ercnciados, corn fbrmação da albita, f'luolila, topázio e rnoscovita,
em oontexto de apogranitos.
Dall'Agnol et al.(1987) identificaram dìferenças lnarcantes no
quimismo desses granitos, l)e utn lado, os biotita granitos, colr teores elevados de
Rb, Sn e F, e teorçs baixos de Sr e Ba, devenr representar granitos especializados a
estanho, produtos orinndos de magrnas extrelnamente difbrenciados. Do outro lado,
cstão, anfibólio granitos, granitos rapakivi e sienitos, apresentando teores de
elementos traços co¡npatíveis com os granitos e sienitos nonnais,
Seguudo os autores supracitados, podem ser enquadrados como
granitóides similares ao tipo A os Granitos Sçra dos Carajás, Pojuca, Serra do
AcarÍ, Madeira, Agua Boa, Serrnga, Cigano, Anlônio Vicente, Velho Guilherme,
Mocambo, Porquinho e 'l'eles Pires, entre outros.

Granitos a Magnefita, Análogos ao tipo I Caledoniano


DallÁgrrol et al (1S87) citam çolno exernplo mais representativo dessa
tipologia o Granito .lamon. conr as segrintes caractçrístiças que o distinguem dos
granitos tipo A :

- Homogeneidade composicional, com predomínio de monzogranitos;


- Seqilência de cristalização bem definida;
- Transposição enffe as faceis dorninantes;
- Cornposição quûnica lneuos evoluída;
-Transformações tardi a pós-magmáticas pouco expressivas ;
- Susceptibilidade rnagnética muito elevada; e
Ausência de sigrrifìcativas nlineralizações estaniferas,

Geocronologia
Uma das maiorçs lirnitações à utilização extensiva de datações
geocronológicas para a caracteúzação da atividade granitogênica no âmbito da
Província Amazônia Central, e em especial para os granitos do Proterozóico Médio,
decorre da inexjstência de mapeamentos en'Ì escala apropriada, que permitam a
iudividualização de corpos ou meslno fases magrnáticas específicas,
Desta foma, a maior parte dos eshrdos disponlveis referern-se a
isócronas de referência, na maioria das vezes resultantes de arrostras não
cogenéticas. Apresentam-se na Tabela 03, (Pág:na 2l), os dados geocronológicos
disponiveis para os grarritos e vulcânicas de idacle Proterozóico Médio, da região no
âmbito da Folha SC,2l-Z-B (Yilø Guarita), Para melhor cornpreensào do quadro
geocronológico foram indicados, na Figura 02 os pontos de coleta dç amostras com
as datações efetuadas no trabalho de Tassinari (1981 )
20

Dall'Agnol et. al (1987), sugerem a nivel da provÍncia Ar¡azônica


Central, que os granitos tipo A são oriundos da anatçxia da çrosta granulítica,
enquanto os granitos tipo I, provêur da anatexia das rochas íglteas pertencentes aos
terreuso granitos gresntone, Os autorçs adrnitern qrte algurnas suítes çom
características inerentes aos granitos portadores de magnetita (caso dos granitos
Jalnon e Musa), podern ter sua origem relacionada a proçessos oçorrelttes l'ìas
províncias vizinhas, e de fonra tnenos provável, gerados em contexto de zonas de
colisão contirrerrtal ou subducção.
, Macambira et al. (1990) observam que as idades Rb/Sr encontradas
nos granitos do Proterozóico Médio (T'abela 03), entre 1750 e 1600 Ma, corn
razões isotópicas iniciais entre 0,70ó8 a 0,7150, posicionam esses granitos no
campo característico de rnateriais com irnportante contribuição crttstal, Corn relação
ao ambiente geotectônico de geração dos gralritos do Proterozóico Médio, os
autores adrlitem que os mesrnos possr¡em geralmente características caincidentes
com os granitos rntraplacas, sendo anorogênicos ou, menos provavelmente, pÓs
Tectôncicos.

3,2,4 - Vulcano-Plntonisnlo Uattrmã


O Proterozóico Medio da Plataf'orma Alnazônica registra um
ir.nportante magmatismo de nahtreza ácida a interrnediária, coln piroclásticas,
sedimentos associados e granitogênese cornagmática, denorninado regionahnente de
gnrpo Uaturnã. O arrefecirnento da atividade vulcânica foi acor.npanhado pelo
desenvolvimertto de expressivas cobcrtu'as platal'olntais, em bacias do tipo grahen,
representadas pelos glupos Benefìcente, Caiabis e (iot'otirç, no ârnbito da Província
Amazôuia Central, segmento meridional.
- Dada a extensão e arnplitucle temporal do r.uloano-plutonislno, durante
o período entre 1900 a 1550 Ma, existem divergências qttanto ao posioionamento e
o relaçionamento dos diversos conjuntos vulcano-plutôlricos e sedir¡entos
associados.
Santos et al. (1975) caracterizaram na área da Folha Tapajós, SB-21,
os granitos tipo Maloquinha, como urna fase tenninal do magmatistno Uatumã,
infrusivo nas vulcânicas da Fonnaçâo lriri,
Silva et al,(I980) subdividiram o gnÌpo Uaturnã nos limites cla Folha
Juruena, SC.2l, em Formação lriri e granitos tipo Teles Pires, posicionando o
conjunto wlcano-plutônico no intervalo entre 1700-1550 Ma
Cunha et al (1981) subdividiram o GrLrpo Uahunã na Folha Tocantins,
5C,22, em Formação Iriri e Suite Intrusiva Rio Dotrrado,
Santos (1984) e Sartos e l.,oguércro (1984) posicionaram corno Super
Grupo Uatumã as sequências vuloânjcas não lnetalnor'fisadas, cot¡ idades vanando
entre 1900 e I700 Ma, e quimisr¡o calci-alcalino çolllullì, denolninadas locallnente
de Snrumu (Roraima), Iricoumé (NE do Amazonas e NW do Pará), Iriri (SE do
rqbàrô r - PBrNctPAts DÀDos cEocRoNohóFl8ftr^r¿ffifHÁ1.åå^t1tË,Rî cFAr,ilTorDEs ARouEAlios DA pRov

IDADE (ilå)
Grânodior ¡ to
Rio Íarla o Crqnodiorito
I ßb*sr on R. T.
Num, de Þontos: 7
2.660 I 40 fontElvão ot å1,
Fazôndâ Iâtâ (r984)
Goral
Granod lor ¡ to 2.564 r' 63 Gastal ot
( 1987)
¡1,

T"t"lit. -- 2.614 : 120


Trondhjem ito

Rb-Sr en ß. T.
Nun. do pontos: I I
Granodior lto Bb-Sr en R. T.
Nun, de pontos: 6
+ Fontei 0btldo è s¡r¡pl¡ficqde ds llqcamblra et al, (1990)

Tabolå 2 - PFINCIPAIS 0AD0S :ocRo{oLóGìtcos


I cos c tTADo i
COÍO REFEBtr.ÍTES A QßA¡IIÍÓIOES D€ IDAOË

i -l
tc N PROV INC IA AI{AZONIA CENÌRAL
lÀNsÀtÄzoa¡¡ ICÂ
''--,¡¡
r DA0E---ì-LOCAL I ZAø(t iozs.
I*ìDADEîorÇ ix"i- I isin'zå."ôl noi"ián" ¡. -
Àdanel ito
Jananx iír
Taoa iós
sB.21:Y-B
191'l : Pessoa
fis77)
rt al.
Gran¡to ToDa iós 1965 1 l226 Pessoa gt al.
Jdn€nx i n sB.2l:Y-B ( 15771

lonzogranlto
,ârãuâtìt TaÞÀ iós
s8.21-Y-B/C
ìrrs-l
2018 -
?6
55
etzinll$go¡t er.
¡ran¡to TÊoa iós Bizin?låEolt ar'
¡ârâuâñi sB.2t:Y-B l8?3 ì 8¿
Grâhlto Juru€no 1935 I 90 e Teixs ira
fass¡nar¡'1978
Jurugná sc. 2'l 1906 I 78 { )

Âdamrl lto r9t0 147 0. 7023 Jorqo João et. al


ql. in: ira
Aguq Brancc sÂ.20 ( 1985 llacanb
et ( 1990)
* Fontc: Conpilado cqo mod¡ficaçöes do Santos e Loguercio (1984)

Tâbolâ 3 - P8INCIPAIS DADoS GËoCRoi{oLÓG lCoS DISPü'liVElS NÂ FoLllÀ SC 2r-Z-B


PARA OS GBANITOS Ë VULCAT{ICAS DE IOADE PROÏËBOZO ICÀ
lv¡la cuâr¡te)
-ióAoEãÁ;ìr';f- -Ts.¡rls"*iì
II'I IDÂDE L ITOLOO IA Befer6no iq
CoRÞ loxo orânodior i to rar 1860 Il- l07
94 rz¡ 0,704 Tassinari e leixeiro
Xiniru 'oórt I ro 176l r ( t978)
pt, 15
r r

:onoloxo Âdânel ito \at1743: 42 0. 702 ass¡når¡ o To ixeirs


1620 I
pt. 06ir Bl
¡co
¡( i nbu Grcnof 57 ( 1978)

Granito lelos lligrggran i to Tass¡nar¡ ô T6lxe¡râ


Plres oôr1l ro
pl. 26.2/23. 1
l8t? i,¡åt ( 1978)

Granito Te les l ¡to 1608 I 30r Tassinåri o T6lxeira


P I res ptAdue
l9A l/33 1518: 50( ( 1978)

Grânlto Tolos
Pires
Granod
pt lor ito l513 ' ¡{t r Tasslnôri e
I r978)
To ¡xeil'a
45
¡r¡nito Teles Gran¡tos Sub- 1560 izr Boss¡ ( lg74) in:
Pirss Vulcân I cos Si lva et el, (1980)
Vuloånica6 R¡ol¡to 1453 1
- 36rr 0.704 rass lna¡ ixo ira
lrirl ol, ?2. 1 1676 38 ¡z irgrfe
Granito 1o las
Pi ros Grani tos
1602 I 30 rz) o,707 fassinari
(
e Telxelrr
1978)
Vulcân¡cas r56r 1 38 rz) 0.705 Bssoi ( 1977). in:
Teles P irss Vulcônloås Tqssinari ot al.
( 1978)

t Obs.: (l)
(2) lsócronos oontuais
d6 rrforônc iâ
(A) lsócronasr€làtlva à Þorcão oriontal da Folha SC-21
(B) lsócrona
lstíorona relatlve à þorcão oo¡dental da Folha SC-21
22

Amazonas e SW do Pará), Dalbana (Suriname), Caiçara (Venezuela) e Iwokrama


(Guiana); estratigrafìcarnente r'çcobertas por cobertura sedirnentares tipo Rorailna,
Gorotire, Urupi e Benelìcente. A fase final do rnaglnatisrno lJalr¡mâ estaria
representada por granitóides tipo Maloquinha, Mapuet'a e Saracura,
Santos (1984) realizon uln esfudo petroquÍmico em 239 alnostras do
Super Grupo Uafu¡nã, provenientes de toda a platafonna Arnazônica, onde
identíficou doze tipos litológicos principaisl
06 quartzolitos 0ó ortocl ási o-qualtzo-traquitos
I 8 ortoclásio-riolitos 17 quartzo'latitos
42 riolitos 48 riodacitos
06 ortoclásio-traquitos 3l dacitos
l2 quartzo-traquitos 2l latitos
07 traquitos 23 andesitos
Com relação aos dados petroquûnioos, nota*se nos diagramas
classificatórios as tendências evolutivas a partir de um lnaglna primário de
composigão andesífica, com enriquecirrento progressivo ern álcalis c sílica,
eviclenciando çlaralrente a natureza subalcalina das vr¡lcânicas [JafLunã.
Para Souza et al (1S79) o Gnrpo [JatLunå está representado alér¡ dos
tennos plntônicos (Granito Teles Pires) e vuleânicos (Fronnagâo ldri), por Lrma
unidade sedimentar denorninada informahnentc Sedimelltos do Braço Sul,
representada por ortoquartzitos, arenitos arcoseatlos, arellitos lito-feldspáticos e
grauvácas lílicas.
A fase terminal do rnagnatismo Uatumã cornpreende inurreros corpos
graníticos comagrnáticos sub-wlcânicos, de caráter, inträ-placa, identificados em
inúmeros trabalhos descnvolvidos na platafonna amazônica,
No domÍnio da Prol'fncia Amazônica Central mereceln destaque os
granitos Maloquinha e Teles Pires,

Granito Maloquinha
Santos et al, (1975) caracterizaram o granito Maloquinha, na
mesopotâmia Tapajós-Xingt, como corpos de naturçza sub-vr.rlcânica, intrusivos nas
rochas do Complexo Xingu e do Grupo Uatumã, Segundo Santos e Loguércio
(1984), os granitóides tipo Maloquirrha,, com idades plóximas a 1800 Ma., são
conragmáticos com as vulcânicas Uatrrrnã e ço¡relaçronávpis ao granito Serra dos
Carajás. Petrograficamente, predolninam tipos como alaskitos, biotita-granitos e
granófiros.
Segundo Bettencourt et al (1981), os granitóides anoro-gênicos da
Suite Intnrsiva Maloquinha aflorantes na região do Tapajós-Jamanxim estão
posicionados segundo lineamentos regfonais, ccrnstituindo rnais de 40 corpos
inegulares, com diâ¡netros variando entre 3 e 33 K¡n. Os tipos petrográfioos mais
comuns variam de biotita-granitos a quaftzo-sienitos.
23

Granito Teles Pires


Silva et al. (1974) adotaram a denorninação Granito Teles Pires para as
intrusões sub-vulcânioas, corn feições circulares e tendência alaskitica, cogenéticas
à Fonnação Iriri do Gnrpo Uatumã.
Silva et al (1980) citam a fàjxa ao longo da borda sul da Serra do
Cachimbo como a região com maior presença de g,ranitos sub-wlcânicas do tipo
Teles Pires, admitindo para esses ¡¡'anitos uma isócrona de refçrência corn I548 +
28 Ma, Os tipos petrográficos rnais comuns são granifos e microgranitos, com
texturas gt Íúca, rnr crogr'áfìca, porfi riti ca e rapalcivi,
Souza et al (1979) çaraÇterizalarr todos os maciços graníticos tipo
Teles Pires corno rapakivi, corn predornínio de álcali-glanitos de coloração rosa-
avcrmelhada, hololeucocráticos e isótropos, çoln ausêuÇia de qualquer feição
cataclástica.
Tassinari ( I 981 ) considerou os Granitos 'Ieles Pires colïo uma
atividade rnagrnática pós-tectônica, sub-vulcânica e que açompanha a distribuição
das rochas vulcânicas nos limites da Província Rio Negro-.lunrena,
Mæat¡i e Veiga (1985), elr uma síntesç sobre a geologia da mina de
Novo Planeta, na região de Alta Floresta - MT, identificalam run corpo inffusivo,
tipo Teles Pires, corn dirrrensõcs err torno de 30 x l0 Km, alongado na direção E-
W, segrmdo a orientação dos glandes lineanentos legionaìs (no caso, o linealnçnto
São João da Bana - T'eles Pires). Litologicarnente, o oorpo gganítioo é constltLrído
de biotita granitos róseos, porfríticos, com xenólitos de rocha r.ulcânica ácida, A
idade foi admitida como refbrente ao evento Teles Pires, Çom çerca de 1550 Ma.
Os trabalhos de Silva et al, (1974), Souza et al (1979) e Maraui e
Veiga (1985) posicionararn o Granito Teles Pires corno rnais antigo que as
coberturas tipo Beneficente, Santos e Loguércro (1984), baseados em dados
geocronológicos relativos ao Diabásio Crepori, corn idade ( K/Ar ) da ordem de
1600 Ma, obscrvado por Bizinella et al (1980; in Santos e Logrrércio, 1984)
afetando os sedirnentos do Grupo Beneficente, posicionaram o Granito Teles Pires
acima do Gnrpo Beneficente, correlacionando-o a urrìa terceira geração de granitos
cratogênicos,

3,2,5 - Gnrpo Beneficente


Silva et al (1980) descrevçralr o Grupo Beneficente como um paçote
sedjrnentar, rnarinho a continental, preenchenclo os Grabens do Cachimbo e da Sena
Formosa, com ausência de metamoldsmo reglonal e corn as seguintes litologias
principais: arenitos orloquartzítioos, arcóseos, arenitos feldspáticos, siltitos,
folhelhos, cherts, argilitos, conglomerados polimÍticos e calcarios, Os autores
descrevem ainda litologias çomo quartzítos, xistos, rnetareuitos, metarcóseos,
associados a meta¡rorfismo dinâmico, nas adjacências de zonas de fälhas e hornfels
em evenhrais zonas de contato com intrusões granÍticas,
24

Carvalho e Fig¡ueiredo (1982) descreveralTì o Gnrpo Beneficente, na


região do f)orno do Sucunduri, oomo urn pacote sedirnentar, corx espessura da
ordern de ll00m, oom conglomelaclo polirnítico basal e seis unidades clasto-
quírnicas.
Bizinela et al.(I980; in Santos e l,oguércio, 1984) afinnarr que o
Grupo Beneficcnte é cortado por dic¡ues e sills de vulcânicas básicas, denorninadas
Diabásro Crepori, corn idade (K/AR) de l5ó5't- 50 Ma, 1599 r- 31 Ma,l(¡94 + 28
Ma,e1365+72Ma,

3.2,6 - Magmatismo tsásico


O rnagmatismo pré-cambriano anorogênico de natvreza básica a
alcafi¡la, está representado na região por corpos na folr¡a de diques, sills, stocks e
pequenos demarnes, reconhecidos e citados em inúrmeros trabalhos.
Teixeira (1987), baseado elr cerça de 100 detenninações radiométricas
K/A¡ e Rb/Sr em rochas básicas e alcalinas da regiâo amazôntça, estabeleceu a
existência de 4 conjuntos vulcânicos principais para as rochas básicas, a sabçr:
- Um conjurto rnais antigo, conr lnaior concentração de idades no
-
intervalo de tempo entre 1950 1850 Ma, identificado no interior da Provincia
Amazônica Central , e de lbnna rnais restrita no interflÍrvio T'apaìós-Jarnanxim. Foi
interpretado çomo uma atividade tnagrnática básica contelnporânea à fase pós-
tectônica do ciclo Transatnazônico;
- -
Um segundo conjurto com idadcs entre 1500 1300 Ma, que
segundo o autor, sugere urna possível atividade anorogênica vinculada ou reflexa ao
desenvolvimento da Faixa Móvel Rio Negro - Juruena;
- O terceiro conjunto lnostra idades rnais dispersas, e o autor sugere
um prolongado periodo de atividade nagnâtica, corn maior intensidade no período
entre 1250 - 1050 Ma. Esse oonjunto está associado à reativação de grandes zonas
de fraqueza regionais;
- O conjunto mais recente localiza-se preferenciahnente em Rondônia,
com idadcs entre 1050 e 850 Ma, e relaçiona-se ao rnagnatisrno tenninal do Evento
Magmático Rondoniano ( I 400 - I 000 Ma )

3.2.7 - Coberturas Fanerozóicas


Os registros do Proterozóico sr.rperior na região são esÇassos, segundo
a |iteraftra, O Fanerozóico, representado neste se$netlto cratônico, pela Bacia do
Alto Tapajós (Santiago et al, 1980), adrnitida de idade Paleozóica (não
diferenciado), evidencia a existência, ainda no Paleozóico, de depocentros, ao longo
do Graben do Cachirnbo, que muito provavehnente se estenclçram até a região de
deposição da Fonnação Parecis, talnbérn de evoluçâo Páleo-Mcsozóica, segundo
Siqueira (1988).
3.2,8 - Cobertulas Cenozóicas
Com as informações disponíveis, não é possível estabelecer em que
tempo oconeu a inversão do relevo configurando o atual posicionarnento que
coufere aos Grabens do Cachimbo, a norte, e do Carabis, ao sul, uma situação de
planaltos margeando a Depressâo Interplanáltica da Aniazônia Meridional - Alto
Esffutural Jrur¡ena Teles Pires, de Silva et al. (1980). F, notór'io que até ohegarao
atual nivel de aplainarnento e dissecação clesta Depressão Interplanáltica, com
desníveis relativos entrç as unidades citadas da ordem de 250 metros, mesmo
considerando o predorninio de processos erosivos, vários tipos de sedir¡entos foram
gerados, especificarnente depósitos residuais, elr¡viais, sedimentos depositados em
bacias restritas e principalmente clepósitos aluvionares recentes, ao longo das
calhas das principais drenagens, que constitueur atuahrente o registro do Cenozóico
na região.
26

4 . ASPECTOS GERAIS SOBRE MINERAL]ZAÇÕES


AURÍFERAS EM ZONAS DE CISALHAMENTOS DÚCTEIS

4.1 - Mecanismo de Defbrmação


A defonnação çm um dado maciço pode ser hotnogênea, de naþ¡reza
instantânea (sísmica), quando é preservado o paralelisrno das estruturas pré
defonnacionais, ou heterogênea, quando não ocon'e preservação do paralelisuro e a
defonnagão se dá através de incrementos inflnitesirnais (Ramsay, 1980),
oaracterizando uma deformação progressiva, com o estado final denorninado de
defonnação finita.
Dois mecanisrnos básicos çaraçterizatn a defonnação, definidos em
função dos eixos X, Y eZdo elipsóide de defonnação (Strain), orr seja:
- cisalharlento puro, de natureza coaxial, não lotaciclnal, onde
predomina aghatamento; e
- cisalhamento sirnples, não coaxial, apresentando rotação gradual dos
eixos dçfonnacionais X Z o
e em tomo de Y, com incremento da taxa
deformacional,
A evolução da defonnação coln a profundidade está diretamente
relacionada ao compofiamento mecânico dos materiais rochosos, ao serem
submetidos aos esforços tectônicos, Sob deteminadas condições de pressão e
ternperatr[a do nivel crustal sttpelior, as rochas possueln cotnportatnento elástico,
predominando deslocamentos cataclásticos, Cìc¡n o aumento da profundidade,
determinadas litologias çomeçarn a adquirir compofiamento plástico (fluxo
milonítico) entrando no campo do eisalharncnto dúctil, caraçterizado por
deformação progtessiva e penetrativa, sob meoaulsmo de cisalhamento simples.
Sibson (1977) idealizou esquematicamente essa transição, em utna seção
característica de rrma zona de cisalhamento (Figura 7), posicionando o lirnite dúctil-
ruptil, que coincidiria aproximadamente com as conclições que lirnitam a fácics xisto
verde.
O elipsóide de tensões sÍress é caracterizado por três eixos
denominados : ol (cornpressão), o2 (intennediário) e o3 (tração),
considerando-senormalmente ol > o2 > o3,
Nos experirnentos conduzidos em laboratório, conforme Ramsay e
Huber (1983) e Hodgson (1989), expressados através de curvas tensðo (o) versus
deformação (e), é possível verificar a existência de três tipos básicos de
comportamento de materiais; ruptil, nrptil-dúctil e clúctil Hodgson (1989) explicita
que sob condições relativarnente baixas <le pressão confitlantes e temperatura, no
caso de pressão de fluÍdos e/ou taxa de deformação altas, as roçhas nonnalmentç
rompern, desenvolvçndo fraturas extensionais paralelas a ol.
tl 62
caleclástlca
l-4 Km lncoesa
t
sérle ca-
taclástica
cûesa

lo-l5Km
lrr"ruo. lll
sérle milonftlca

Figura 7, Modelo esquemático para uma z0na de ciealhamento' Sibson [1977].

Com o incrernento da pressão e/otl de temperatura, ou


alternativarnente, corn o decréscimo da pressão de fluídos e/ou da taxa de
defonnação, as fraturas extensiollais cedem lugar às flaturas de oisalhamento, tendo
início o fluxo dirctil.
Em deteuninados tipos cle materiais, çon o apareoimento da primeira
deformagão plástica, após o lirnite dç elasticidade, persistindo o inçremçnto da taxa
deformacional tem início o comportamento denolnil:le,do '\'lrq¡n softening. O
fenômeno slrøin ,ro./iening p<lde ser compreendido colro utn estado de relaxameltto
alcauçado pelos materiais rochosos, a paÍir dc um dado nível de tensão, etn que
adquirem uln comportarnento plástico-viscoso, Esta propriedade é çxtremamente
importante para se entender a configuração e a mecâliça das zonas de cisalhamento
dúcteis, esclarecendo o por que da tendência destas zonas em conÇçntrarem cada
vez mais a defonnação, irnpedindo de tal maneira a propagação cla defonnação, que
geralmente ocorrem circundadas por rochas indef<rn¡adas (pod's), ou deformadas
homogenearnente (Ramsay & Grahan, 1970),
A foliação milonítica é a estrutura irrterna que çaracteriza as zonas de
cisalhamcntos dircteis. Segrrndo Rarnsay & Fluber (1983), três lnecanismos são
frurdamentais na deformação de minerais;
-
Fluxo Plástico: desenvolvido a partir da rotação intracristalina de
minerais, orientados segrrndo o plano XY clo elipsóide;
- Deslizamentos Inte(pranulAres; o deslocarnento se dá ao lottgo da
superficie de contato entre os grãos; e
-
Dissolucão e Recristalização por Prpssãor afeta principalmente
determinados minerais collìo e quafizo e calcita, que sob pressões elevadas sofrem
28

processos de transferência de rnassa (dissolução) das faces sqeitas a cornpressão (


ol ), para as zonas de rnenor terrsão ( o3 ),

4.2- Estruhrras
Hodgson (1989), realça que os processos inerentes à deformação
heterogênea cisalhante nos maciços roçhosos sâo frrnclatrentais para o entendimento
dos depósitos tipo veios, uma vez que rnuitas das estlutnras geradas eln contextos
sin-deformacionais são significativas para a disposição geoméhica dos sistemas de
veios,
Os trabalhos experimentais de Riedel (1929) e Tshalenko (1968) (in:
Roberts, 1987), direcionados ao estabelecirnento do padrão e da sequência de
fratrrras ern urna zona de cisalhamento, iuiciahnçntc sob legirne rúptil, conduzirarn à
identificagão de pelo rnenos cinco tipos básicos de íÌaturas, atualmente
reconlecidas e utilizadas como referência, tanto no regime dúotil-mptil, como
dúctil.
A Figura 8 representa esquematicamente a orientação das principais
fraturastextensional (T)edecisalhamento(r,ï',p,p'ed)geradasnointeriorde
tun binário de cisalhamento transcorrente. A irrterpretação dessas Ílaturas em
sistemas de cisalhamentos conhecidos pode auxiliar na pt'evisão da atìtude e rnesmo
locação de corpos de rninério.
Diversos critérios são citados na literatrua para discernir as ÍÌafuras
extensionais das de cisalharnentos, a saber:
Fraturas Extensionais
- Gerallnente não exibem cataclase ou rnilonitização;
- Frequentemente estão preenchidas;
Por vezes estão associadas a €nxarnes de diques de diabásio;
- No caso de fi'aturas de alívio, são gerahnente sub-horizontais;
- Disposição paralela aos planosYZ do elipsóide de deformação; e
- Veios são geralmente maciços, espessos, col¡ evidências de formagão
em um irnico evento,

Fratwas de Cisalham_ento
- Frequentemente balizadas por zonas de cataclase ou milonitização;
- Exibern grande diversidade de Slicken,s'ides:
- Freqnentemente apresçntam sigrnóides tectônicos;
- Ocorrem geralmente eln pares conjugados com ângulos de 6ó', e ol
na bissetriz;
- Por vezes podem estar preenchidas, principalmente nas zonas
tracionais subordinadas; e
- Estão present€s veìos acamadados on bandados, refletindo fases
mirltiplas de abertura e preenchirnento,
SIsTÉMAS DÉ FtrAlUfrAS PHEV I S TAS
EIú Uiû BINA'RIO DE CI SALHAM ENTO
t
\t
\\-\\
'.,. \\
\\

F ro I u.ot <t. ci!orhoD.rto

S¡p.rtiêi.:

D Fi9. Oe
30

As heterogeneidades pretéritas existentes nos maoiços, tais como


acarnamento, foliação e fratnramçnto exerçem importante controle na instalação das
zonas de cisalharnento, bçm çomo na distribuição das estruturas subordinadas,
inclusive afetando as relações angulares dos sisternas de fiaturas previstos nos
lnodelos experirnentais.
Hodgson (1989) argurnenta quç, no caso das zonas de cisalltamentos
conjugadas, rnuitas vezes se tonra diflcil distingrrir os diferentes tipos de fraturas de
cisalhamento geradas apartir de urn catnpo deformacional eminentemente
rotacional, A chave para a diferenciação, rnuitas vezes, está no fato que as fraturas
r, c e p têm o mesrno sentido de deslocalnçrrto que a zona onde estão contidas.
Roberts (1987) pondera que etn algutnas zonas de cisalltamento os
veios podem não se fonnar, com o ouro ocorretldo na forma disseminada em
detenninados horizontes rniloníticos. Segudo çr autor, corpos de minério desse tipo
sugerem que o íÌaturarrento e redução dos grãos associados com a milonitização,
promove o iucremento na
penneabilidade das roÇhas, evidenciando a
simultaneidade dos processos deformacionais com a fonnação de voios elou ore
shoots.

4.3 - Produtos Defonnacionais


As rochas da série rnilonitica são os produtos típicos da recristalização
dinâmica associada ao fluxo plástico, Säo rochas bandadas, coesivas e de
granulornetria gerahnente rnuito fina. I.'requenter.nente os rnilonitos contém cristais
maiores residuais, (porfiroclastos), que represerìtaln remallescentes da rocha
prirnária, imersos namatriz rcçristalizada, A proporção e o tamanho dos fragmentos
remanescentes e a taxa de defonnação, caraçterizada pela neo formação de
rninerais, com desenvolvimento ou não de foliação, são os pontos básicos para a
classificação proposta por Sibson (1971) para as rochas cataclásticas, (Figura 9).

4,4 - Mecanismo de Movimentação de Fluidos e Formação de Veios


Sibson et al, (1975, in Rzunsay and Huber, 1987), a partir da
verificação da periodicidade dos grandes sismos, registrados através de
sigrificativos deslocanrentos no sistenra de falhas San Andreas, ç de outras
obsewações evidenciando o estabelecirnento cle expressivo fluxo aquoso,
simultàlco ou logo após as atividades sísmicas, propuseram o modelo denominado
"mecanisrno de dilatação fluida e difusão". Segundo este modelo, a vanação na
pressão hidráulica da fase fluida nos poros das rochas situadas nas adjacências dos
planos de falhas, seria o grande motor, facultando o desçncadeamento dos episódios
sisrnicos, ou pulsos slslnicos,
Ramsay (1980 e 1987), sugere que o mecanismo proposto para os
pulsos sismicos, pode ser utilizado para entender a formação das fraturas
cLAssrFr cAçÃo DE RocHAs cATAcldsrlcas

ROCHAS SEI\4 EXTRUTURA DE FLUXO ROCHAS FOL I4OAS

ARECHA DE FALHA
?
: FRAGMEÑTOS > 30O/O DA MATRIZ
tl, y ts /'v E / s
r¡J

o
()
z FÁRINHA OE FALHA
?
FRAGMENT0S < 30o/o DA RocHA
V S VE S
' '' '

PSEUDOTAOUILIÏE ?

tv, BRECHA FRAOME NTAR I F RAG MENIoS > O' ö cm,)


ñ
Oo
er<
(e (0,lom,<FRAGMENIoS < 0,5 cm. :
(9
ERECHA F/NA
lt,
Oø MICRO ARECHA ( FRAME N TOS<0,1om. ) o
o!
o
:0
E¿ òQ
o!
oq s) PROTOMILONITO ac
o: PROTO C ATACL AS ITO
r¡J < t-
G|- : (.) q(
o-O t-- -=
t-
* 3'å (o
r¡J
tt z o
È,:
< s.,
i J
o
()
l-
o
J òe
6 -O
CA rA CL ASITO t- z M LONI 70 o|r<
=ìÍ o
J
'
'()
o oG
roO
: t¡_
LJG
"tg() A-

< 9r,
a¡,
l¡¡
qt
l¡J
þJ
-o c
e
Nat o-
Uø È
o
r¿J
òe
EÕr.¡ t¡J o
5 øt t¡.1
o
t-ø¡(D ULTRACATACLASIlO È ULTRAMIL ON I TO
{ r¡o q
z clø o
O)
I

3ee
<;r<
isã
:i
OUJ(4
EEo
? 8LÁSTOMILONITO

Àr, ô
Font. : alb.oñ ( I 977 I
hidráulicas, irnportantes para o estabelecimento do mecanismo d,e crack seql,
Ramsay (1980).
Rarnsay e Huber ( I 983), utilizarn para ilustrar o processo de crack ,real
as estruttrras de crescirnento verifìoadas ern vçi<ls fìbrclsos, çom as fibras minerais
orientadas paralelas a direçâo de estiramento principal ( X ), preenchendo tanto
estruturas de cisalha¡nento, çolîo extellsiouais.
Hodgson (1989) acredita que, embora possa oconer de forma
temporaria e localmente de a pressão de fluíclo ser superior à pressão litostática
durante a fonnação de veios rnineralizados associados ao mecanismo de
hidrofraturamento, isso não irnplica rrecessariarnçnte que as zonas distensionais
existentes nas fraturas de cisalhamento tenham sido geradas e rnantidas por altas
pressões de fluídos, sem considerar o papel ativo desempenhado pelas forças
tectônicas.

4.5 - Controles Regionais


A r¡aioria dos trabalhos e publicações disponívers sobre
rnineralizagões aurlferas publicados nos últir¡os anos enfocam depósitos alojados
em dois tipos de terrenos, diretamente relacionados a dois períodos com grande
concentração de depósitos na crosta, ou seja: o Arqueano, Qom os terrenos granito-
greenstone (Woodwal, 1988), e o período posterior a 100 Ma, representado
principalmente pelos depósitos de cordilheira do oeste americano (Berger, 1988) e
da costa oeste do Pacífico, associados aos sisternas geotennais dos arcos de ilha
(Sillitoe, 1988).
A importância dos teffenos grqnilo-greenslone na produção de ouro é
notória, e para o melhor entendimento do contexto metalogenético no âmbito da
Província Amazônia Central algrurs aspectos inerentes às províncias arqueanas mais
produtivas do rnurdo mereçem sçr destaeados.
Os trabalhos mais recentes sobre rnineralizações auriferas vêm
enfatizando os conholes quÍmico e estrutural como os mais efetivos na geração e no
posicionamento dos depósitos auríferos.
Groves et al. (1987) e Groves (1988) oonsideram que, a existência nos
greenslone helts de zonas estreitas submeticlas a forte strain, caso das zonas de
cisalharnento dúcteis, ern ¡neio a extensas faixas onde predomina baixo stratn,
detenninam condições ideais para a canalização dos fluidos sin-metamórficos,
Desta forma, os sisternas de falhamentos e/ou zonas de cisalhamento que penefam
profundamente até a base dos greenstone belts (10 a 15 Km) seriam imprescindíveis
para a coleta e circulação de fluídos, enquanto que para a deposição do ouro é
fundamental a existência de estruturas distensionais subordinadas às mega-
estruturas, e existência de rochas hospedeiras cotn alta razão FeA4g. Estes fatores,
segundo os autores, justificam o notável enriquecitnento do greenslone belt
Norseman-Wiluna, oeste da Austrália,
33

G¡oves et al (1987) a partir do lnodelo metamórfico, procuram


explicar não apenas as l'eições locais e regionais das mineralizações, mas o porquê
da distribuição espacial e temporal heterogênea dos depósitos, entre e dentro dos
greenslone belts, O autor acredita que, a partir de modelos apropriados é possível
detenninar os principais controlçs e fatores detenninantes na formagão das
mineralizações auríferas,
Groves et al (1987) tecem inúmeros argrunentos favoráveis ao modelo
metamórfico, apresentando-o çomo capaz de explicar a
distribuição e
o
comportarnento dos depósitos de ouro nas greenstone hells, baseados na presença
de quatro irnporlantes controles cleposicionais:
I - Altas telnperaturas. baixas pressões e geralmente baixo stratn dos
regimes metamórficos presentes nos greenstone behs,
2 - Sistemas de falhas e zona de cisalhamento dircteis de escala crustal;
3 - Rochas inalteraclas riças em feno (basaltos, BIFs), posicionadas em
níveis estratigráficos e metarnórficos apropriados; e
4 - Abrurdância dç rochas komatiíticas e sedimentos piritosos ricos em
ouro.

A constatação, nos greenslone belts do Zimbabwe, de significativo


aumento dos depósitos epigenéticos de ouro em direção aos terrenos mais jovens
dos grupos Bulawayan (2,9 - 2,7 Ga) e Shamvaian, foi atribuida por Anhausser
(197ó) e Viljoen (1984), às características fisico-qulmicas dos litotipos pertencentes
a estes gupos, enquanto Fostct e Wilson (1984), associam o fato a processos de
rernobilização por fluid<ls ígneos, associados às i¡llrusÕes dos tonalitos Sesombi,
com alta ftrgaoidade de oxigênio e consequente elevada razão SO2[ÍI25.
Colvrne (1988) associa as principais minçralizações da Província
Superior, Canadá, a nm çinturão de cisalhamento que se estende desde a região de
Timmins-Kirkland Lake ern Ontáno, até o Val d' Or, em Quebec. Este cinturão de
cisalhamento, de direção aproximada E-W, com cerca de 200 km de extensão, por 3
a4 km de largr.rra separa os.dois principais domírrios do greenstone helts do Abitibi:
o domí¡rio norte, predominantemçnte vulcânico e rnais antigo, e o sul constituído
principalmente por sedirnentos, Observarr-se lreste cinturão cçntenas de zonas de
cisalhamento dúcteis, anastomosaclas, separadas por pods de roçhas menos
defomadas. As mineral i zações auríferas são fr equentem enle,s' t r q t a b ound, limitadas
a determinadas sequências do greenston€ ou a teotonitos, conforme Poulsen e
Robert (1988),
Existe um consenso entre vários autores, sintetizado no trabalho de
Roberts (1989), que os filões arrríferos encaixados nos terrenos Arqueanos e os
respectivos halos hidrotermais estão associados a evolução da deformação
proglessiva ao longo de estrutu):as de sisalhamcnto regionais, com os períodos
mineralizantes principais geralmei,rte associados às fasçs finais de desenvolvimento
estruhral, com granitizagão e intnrsões,
34

Segurdo Card (1988, in: Richard et al,, l99l), o fator nível crustal
pode ser importante controle genético na presente distribuição dos depósitos de
ouro na Província Superior, O autor identifica duas situagões freqnentes nesses
terenos gran i I o- grc en,t Ione,
- Em nívçis de erosão rasos, a razão greenstonelgranito é alta, e
portanto sç observa maior proporção de roahas supracrustais, com expressiva
quantidade de corpos subwlcânicos, oom depósitos de ouro de porte, caso das
mineralizações associadas aos granitos subvulcânicos tipo TTG no Abitibi;
- Ern niveis de erosão rnais profundos onde a razão greenslonelgrutito
é baixa predominam rochas gráissicas, e as mineralizações são menos significativas,
Com relação ao rretamorfìsrno, existe o consenso de que os depósitos
tendetn a se formarem na zona de transição entrç as fücies anfibolito e xisto-verde,
em temperaturas compatíveis coln aquelas encontradas experimentalmente por
Seward (1973), in Viljoen ( 1984), çrn que o ouro, evenhralmente transportado por
soluções cloradas ou tio-complexos, apresenta pronunciado decréscimo na taxa de
solubilidadc,
Fyfe e Henley (1973) considerarn corno prernissa básica que a maioria
dos depósitos hidrotermais do tipo veio de quartzo aruífero ooorrem em regiões de
fácies xisto verde, conespondendo a temperaturas entre 300 a 400"C e pressões de
2a8Kb.
Segrurdo os autores, condições favoráveis à circulação dç fluidos
começam a existir em regiões de alto gradiente geoténnico, a profundidades da
ordem de 5 km, quando pressão fluido à pressão total (-300 barlkrn), Nestas
condições, corn pressão de fluidos maiol que a litostática, os fluidos aolneçam a
gerar micro-frafuramentos hidráulicos, estabçlEcendo gradientes de pressão que vêm
a inçrementar o flrxo de soluções ern direção às zonas de alíl.to (cf. Etheridge et al,
1984, in: Boulter et al,, 1987)
O gradiente de pressão pode ser incrementado por reações de
desidrataçâo, que ocorrerr na interfácie metamórfica anfibolito-granulito ou mesmo
associado a proçessos de degaseificação do manto, Ambas as hipóteses são
admitidas corn frequência pelos autores qne aceitam, com variações, o modelo da
secreção r¡etarnódica como ulTr provável rnecanismo para a origem das soluções
mineralizadas, caso dos trabalhos de Fyfe e Henley (1973), Boyle (1979), Phillips
(1984), Colvine (1984) e Groves et al (1984).
Boyle (1987) cita várias outras teorias para explicar a fonte dos
fluídos mineralizados, caso clas teorias rnagmática hidrotennal, exalativa e da
granitização, O modelo magmático hidrotennal é o irnico que implica çm uma fonte
específica para as soluções mineralizadas e surgiu ern frtnção do estreito
relacionarnento dos depósitos de ouro com infiusões do tipo pórfiros (Emons 1973,
in: Boyle, 1987), e evoluiu atualmente para a conççpção dos sistemas geotermais
ativos, onde a identificação de corpos igueos tornou-se irrelevante, segrurdo White
(1981, in:Boyle, 1987)
35

O alojarnento preferencial dos depósitos de ouro em determinados


lrorizontes lito-estratigráfi ces, oaracterizando uma mineralização stralabound,
mesmo em jazirnentos onde o controle da mineralização é estrutural, evidencia a
importâucia do qtrimisrno das encaixantes, que ao interagirem com as soluções
mineralizadas, provocaln a precipitação do ouro.

4,6 - Tipologra dos Depósitos


O substrato geológlco da região de Peixoto de Azevedo apresenta
similaridades con os tenenos granito-grráissicos, tipo TTG, frequentes nas
províncias arquea¡las do Mutrdo, por'érn, expotrdo nlveis rnais profundos ern função
do grau dç arrasamento do relevo, I.oçalmente, a pequena proporçâo relativa de
rochas srrpracrustais e de litotipos tnais reativos restringe sigrrificativamente o
potencial no que se refele a eventuais jazirnentos de grande porte, lirnitando-se em
princípio, a depósitos de peqr.reno (< I t ) a médio (l a l0 t ) portes, segundo
parâmetros de Philips (1985, in; L,acerda, 1990) Os depósitos são principalmente
do tipo preenchirnento de fraturas, condicionados às mega estruturas de
cisalhamento que afetaur os Glanitóides Arqueanos ou relacionados especialmente
às atividades granitogênicas proterozóicas superimpostas, com remobihzação do
ouro associado a fases de intenso hidrotennalismo.
Na Plataforma Arnazônica, três depósitos apresentam feições
sirnilares aos da região de Peixoto dc Azevedo: Salarnangone - AP, Cumaru - PA e
Porto Nacional - GO.

Depésito de Salamangone - AP
Constitui mineralizações anrÍferas sob a forma de veios de quartzo,
encaixados ern gnaisses tonalíticos, coll1 restos de supracrustais e mega-enclaves dc
anfibolitos, segundo Fenan (1988), representalrdo vm grcenstone belts etn grande
parte tonalitizado,
Os veios de quartzo são st¡bvcñicais, múltiplos, alinhados na direção
N458, corn pilita e calcopirita, e extensão rnáxilna da ordern de 100m, O contato
oom os grraisses tonalíticos ençaixantes é brusco,
As reservas de ouro primário avaliadas somam 450.000 toneladas de
minério, com teor de 16 g/f, equivalente a 7 toneladas de ouro contido.
Corn referência à gênese do minério, o autor citado sugere uma
possivel zona de cisalhamento, corn evolução anterior à tonalitização, uma vez que
não são vislveis produtos cataclásticos, Outra alternativa proposta pelo autor é que
os veios na verdade seriam metacherts recristalieados,
36

Depósito de Cumaru - PA
Os depósitos de ouro estão encaixados no Granodiorito Cumanr,
descrito por Leonardos et al (1991). localmente representados por diversos corpos
!
intnrsivos no gre(;nstone helt.t de Gradaus, com idades Rb/Sr de 2660 40 Ma e
2543 !53 Ma,
Esses granodioritos são isótropos, com biotita e homblenda como
minerais máfÏcos principais, Os dados petrográficos e petroquímicos, segundo os
autores, evidencialn srmilaridadcs çoln os granitos tipo I Cordilheiranos, de curta
residência cmstal, ou çom os tipos M, de Pitchcr (1983, of. Leonardos et al., 1991).
A mineralização primá'ia é do tipo stockwork, venulada, com
microfraturas e veios de quartzo encaixados em um hidrotermalito com quartzo,
sericita, carbonato, epidoto, clorita, albita e ler¡ooxênio, resultante de processos de
alteração lridrotennal do tipo cloritização, sericitização e çarbonatização, que
afetam o granodiorito.
Corn relação à gênese do minério, Leonardos et al. (-l991),
argunentarn que as feições observadas, o ambiente tectônico e aalta salinidade dos
fluidos evidenciarn una provár,el oligenr ma$nática rnesotermal, que permite
conelacioná-los aos depósitos tipo Au-Cu-Mo pórfìros (andinos) e aos clássicos
depósitos mesotermais de arcos de ilha, do oeste Pacífico, descritos por Sillitoe
(l ese).

Depósitos da Região de Porto Nacional - GO


São inúrmeros filões de qrnrtzo auríferos encaixados em granitos,
granodioritos e tonalitos e seus equivalentes gnáissicos, pertencentes ao Complexo
Granito-Gnáissico, de idade arqueana, conforme Lacerda (1990),
Os depósitos têm marcante controle estrufural condicionado às zonas
de_cisalhamentos, Minérios do tipo veio dc quartzo e milonítioo são os mais
frequentes. As paragêneses plirnárias estão representadas por ouro, pirita,
arsenopirita, calcopirita, galena e esfalçrita, Os corpos têr¡ extensão decarnétrica a
hectométrica e espessura decimétrica a rnétrica.
Os depósitos.já avaliados na região são de pequeno a médio portes,
corn teores de 4 65 a 8,33 g/ton,
37
5 - GEOLOGIA LOCAL

5,1 - Generalidades
A área ob.jeto dessc lrabalho, oorn aproxirradamente 1,635 Kmz,
localiza-se nos lirnites da l'eserva garimpeira de Peixoto dc Azevedo, com ó,575
Km2, Figura 02, e foi selecionada em flinção da expressiva concentragão de
depósitos auríferos representativos do contexto metalogenético da região,
O desconhecirnento geológico da região pode ser atestado pela
inexistência de mapearnentos de detalhe, seudo disponiveis apenas mapas
regionais, caso do projeto Manissauá - Missir, publicado em 1975, pelo convênio
CPRI\,ÍDNPM, e do pro.ieto RADAMBRASIL - Folha Juruena, publicada em
1980, corn rnapas geológreos nas esçalas l:250 000 e 1.000.000, respeetivamente.
Neste trabalho, a apesar das dificuldades já abordadas no sub item
1,4, tonrou-se irnprescindivel apresentar um rnapa geológrco na escala l:100.000
que viesse a suprir, mesrno que de fonna prelirninar, a carênaia de informações
geológtcas para essa impoftante província aurífera, e que ao mesmo ternpo fosse
uma base geológica razoável para o entendirnçuto e as aonsiderações relativas aos
controles das rnineralizaçôes arrríferas, Dessa fonna, mesmo iltcorrendo uo risco de
generalizações e conclusões precipitadas, face à deficiência de dados, procuramos
aprçsentar urn mapa geológico com o maior nirmero de unidades indindualizáveis
possível.
Neste contexto, oito unidades litoestratigráficas foram
individualizadas, conforme empilharnento proposto na çohma estratigráfica que
acompanha o mapa geológrco (Anexo 0l)

5,2 - Complexo Xingu


, O Cornplexo Xingu foi definido por Silva et, al. (1974) como rùna
unidade polimetamórfica contituida por gnaisses, xistos, migmatitos, anfibólitos,
granodioritos" granitos e rnetabasrtos.
Dentro do embasamçnto polimetamórfico denominado Complexo
Xingu, foi possivel individualizar, a princípio, duas wridades litoestruturais típicas
dos terrenos Arqueanos, A prirne ira unidade, denorninada Granitóides
Arqueanos, conesporrde a colpos de aspecto ígneo, cornposição tonalÍtica a
quartzo diorítica, notóriamcnte associados aos g¡raisses de composição similar e
localmente, com lnega enclaves de supracnrstais, que certamente constituem as
sequências mais antigas deste terreno, A segunda unidade, denominada Zonas de
Cisalhamentos Dúcteis, corresponde a mega-estruturas de cisalhamentos
sustentadas por rochas qrìartzo miloníticas, com expressiva representação em mapa
e aertamente, urn dos principais controles detenninantçs na distribuição e ananjo
geométrico das frattras mineralizadas,
38
Ncste trabalho, o Cornplexo Xingu está representado
principalmente por gnaisses, rochas meta-básicas e meta-ultabásicas, xistos, filitos,
metarenitos e granitóides não difercnciados, bastante recristalizados e deformados.
As paragêneses minerais dessas rochas refletem frequentemente a ação de
proçessos retrometamórfi cos e/ou metal'norfi smo dinâmi co.
Alguns dados pehoquímicos destas rochas podem ser observados
na Tabela 04, porém sem pennitir maiores interpretações face à pontualidade e
variação dos tipos petrográficos a:lalisados. Nota-se que os xistos ultrabásicos (PA
- l3 e GR - 07) apresentam alto teor de magnésio, resultando em altos percentuais
de hiperstênio na nonîa, baixo teor de alcális ç teores relativamcnte elevados de
elementos menores, como cobre, níquel e cromo. Os dados petroquímicos
associados com as observações cle calnpo evidenciam tratar-se de
metaultramáficas, frequentes nas sequências supracrustais dos terrenos granito-
greenslone.
No diagrarna AFM (Figura l0) de Irvine e Baragar (1971), é
possível verifiçar a disposição das rochas pertencentes ao Complexo Xingu.

Granitos e Biotita Granitos


Estas rochas oconem principahnenle nas irnediações da cidade de
Peixoto de Azevedo e nas regiões denominadas Garimpo do Aragão, Novo Mundo
e Nhandu, sendo os tennos equigranulares bastante sirnilares macroscopìcamente
aos granitos tipo Juruena.
São rochas dc coloração cinza a róseo-amarelado, com
granulometria fina a grossa, as t€xturas observadas variam de granular
hipidiomórfica, granoblástica a cataclástica, estrutura isótropa ou com discreto
bandamento, evidenciado frequentemente pelo alinharnento de grãos de quafzo ou
palhetas de mica e homblenda.
Ao microscópio estas rochas mostram feigões de recristalização
dos grãos de quartzo, tipo contatos denteados, extinção ondulante em faixas e
intercrescimcntos gráficos, inclusive com çstiramento dos grãos de quartzo e
sericitização dos plagroclásios nas zonas com maior intensidade de deformação
oataclástica e circulação de fluidos,
A composição mineralógrca observada é essencialmente
representada por microolfuio (pertítico), ortoclásio, quaftzo, plagroclásio, biotita,
sericita, epídoto e titanita,
A presença de rnegaoristais dç rnicroçlínio, como uma nova fase
rnineralógrca, sugere a atuação de processos metassomáticos, nos termos
gnaissicos, ou mesmo através de ennquecimento potássico proviniente de fonte
magnâtiaa, nas proximidades de intrusões e apófises graníticas.
A biotita ÍÌequenternente está alterada para clorita, com inclusões
o
de titanita, apatita, zircão, e opacos, enquanto plagioclásio encontra-se
sausuritizado e por vezes alterado para seriçita e epidoto, principalmente nas
proximidades das megas zonas de crsalhamento dúctil que cortam o embasamento.
pt
0û 00' 00 t0 ¿¡' ù0 00f 00' ¿0 ff) 00' Íq
m t0 8! 00 f)0 m 60 m 00 our ldrE
00 m(
00 00r m' û0 frit 00' ¿tt c¡ r lÞaól
¿s ml u Itt
m û0f 00 00 00f ùl ¿Í' t0 00 1 l0 l fì0 Þ+tÍ.J'
tr'l z9 çt' 9t 0ç' ¡t¿.1 €0 [þ ul t! led
t0t 0¿ ù1t' rn l8 ITJ t¿ ¿.ç c0' 68t BS' 0lrú l
¿Â' t.0 0t q8 qì rû ff V, û0 0t ¿t txt St 0î t¡MdJûq
0ü l,¿. m' ¿8 8l tc 0r t¿ 00' 00 uì ¿ù' 00 orpr!ôr
otu6ìsJ¿J r
8E $t [. ¿0t ¿,ç 0¿ ¿tl ç0 0st $ st ti t00 ,f l
tf) 00 ¿l m' 00' {ìt $ü.qt fm t0 c¿ _r¡+u.l.B.
m Lg L¿ ü'lj¿ g¿ 80 t'Ð t |'i[ß m vl ll ¡t!
\b ¿t 9fI
t0 m ut {[) MU t¿ 90 tl $' 0¡!; ¿tt íl ll
¿1. $t, ßl ¿ç 0i o t!r,lJ{lì
Ltü ¿þ þ¿ Éî ç!ì t.9 8|t
¿8 t? ffi {ìl $t b8 60' 00 t0 fl{ Lù ¿1 m ¿0 ¿, Lt.'t or¡.oll
l0l -s( gtl ¡i ¿0-r¡ Çil -or fìct -rr }fi -Fr el-(( F8S-ut qm-È, q$-€, 0t ,l l4r:l I -l
t¡ul--r.i5h
6t b¿ 0t lJt çl 0J
ç 8f al
g¿ 08 g¿ 80t 08r
ù8 8S t0 I
()fl q4
0 0r¿ l {lr}0 0'¿ Ít¿ N i¿ 0¿
ft ri H l{ 11 ft u 11 ti tÍ^
b¿t 9É 0¿6 tzt 0¿, si 0c çs 8l 0Í
gcj 9¿ rÐt s¿ ¿t .rJ
s0 se 00çt 89 I 08rit
¿Ê 8ç 09* 6 !, B ç¿ù 0t t{i IF u !lt
b¿ 8e $l s! E'I
{ljÍ çt L9 9Ít 88 IE t¿ \lz
g
I t¿ ¿t q¿
1l I s I 0t I
08 0¿¿ 01Ð ¿B Lb q¿ 0¿Dl 001 çf nl
Í; I ¿ r1 , l1 ¿ ¿ s{
l.l N il H ft ¿0ú I H tl ti N lt ry
L¿'O qJ 0 {tt 0 Et s
u¿ 0l ¿s 0'¿ l)
(rdd)
sojlinll:
gt0 tìt 0 þ¿0 tû ßs0 Ito 0
00ç Lg¿ 'Jsr
l¿ |0 ¿8 1ì0' t etf
t¿0 0 tfj()'0 çfû 6¿0 0 )
qç0 (i0 0
çs'0 01 0 lr0 0 ¿90 ¿t t¿ 0 40 tt0 ¿t0 '4¿,
Íi0 9l IC 0 ts0 tl 0l'n !0 [¿0 0f t40 r'î /{ tl
¿t0 Et0 ¿l 0 !¿0 ¿0 $0 ls0 M0 tr'0 t:i 0 o¡rt
tç ¿l t9r $!0 lt t¿ q0' û û¿ |0 ct ¿l a¿)
It 0 ll 1i0 0 It r'¿ ['! m0 ,¿ ¿s0 t'0 ¿t0 0¿r.r
0'r û9 t¿¿ tt 6l t! !st tt 0't ¿ç tìû 04
t9 tt 0 00t tß riq t0'0 l,t 0 99 ¿9 ç¡l 0 0s:
¿l ç¿ t¿ ß¿ c¿ r'ç ¿90 f'9 ts q0 0¡,
08 0'¿ 0r ['fr Et, to¿ø.,
lr'0 f¿ 0ll ù| {b¿t¡
t'tt tùt 9S 0ll ttr ¿$ t6 $0¿ 8',tr 1, ¿t 8$
tßl !E! !rq E$Þ btt 98t e¿ç ¡. (ìù 6 ftt t0t su 4t!
¿ ¿ ,i ll vüil so(
iB0 -e¡ .q, -!f¡¡Vl -lxo l
lot -¡, !0t "e. ¿0,4 çþl-u, lìf l -u¡ þ$'0. $,r¿ P8S-4i,l!f$'r $
ñiau I x (fx{5 | Élr!c)--) (-)f:t ,i¡(jr:} I J !?-ici(,J.-l ¡.ê'l
_
6¡!¡clr + r¿.Jlrd ìåp(fi! (9 (Hdl)) Êl¡.¡ JrâLl ¡È13¡uJ,l¡1tr ¿15t lGtuv ÞlJ l;Ûl d5q!r.L
¡€
4t

( (:.1 l_'H I o mc¡tje¡ E'6r-'å t i[t(1¡i5


f'Ertrc lë-r L)4 ArìÉ l i!r!r¡ -(ttl im ir:¡rv' I - ¡ìclr m¡â
lexò X inór'¡ ( ç-ont inL¡¿5çg.r )
F¡ràtt-oç¡r-FrÌ i.:il,;'-ä;'conrp

- þritil¡ - qu¿rl/o Iisto - t36 - lpidoto â¡rflbolilo


_ thl¡hisic¡ ptapiliti¡odô - (xiito)
-0? I;lre cl<ril¡ *irto
- tOt ' ltl,l cl ¡n({)irq{e¡ito c/ rio-o
- iËiõ;Gi;; li[*¿i-"i-i-" iooco delornd¡ (podr;)
voñulôçhÍ qu'r l70-fP ldsP¡t i(,È
' 6no is¡¡ q¡nodiø íl ico !iloni{ ir¡do
.- Iùlco - clcitô x¡rlo
- Spr icitô-tpldoto xi5to.
- lþla ¡oùro.
- Alf lbolito
Or i ln,it¡".t qr¡íricà¡ ololu¡tdð.ï nç tltlllM(tìlt 2 ) e 6fúts{ 1)
(tz
l, lon{ que o vðl(r rggislrùdo )( rinçrnl c f,¡4r
tl, não daloct¡do
41

Gnaisses
Raros são os afloramentos naturais desses litótipos na área, caso
dos pontos PA-181, PA-154, GR-35 c GR-3ó Os gnaisses são observados
principalmente uas cavas e adjacências dos filõcs do Paraíba (PA - 95), Mineiro
-
(PA 140/ló0), Melado (PA - 127), Gaspar (PA - 183), Seninha (PA - l9l),
Naiuran (GR - 05), Olelindo (GR - l4), T'eixeira (GR-30), etc. Estas rochas são
frequentemente leucocráticas, de coloração cinza-claro, granulornetria fina a
média, apresentando bandamento mineralógco, com altemância de leitos
milimétricos a decimétricos de anfibólio, biotita e clorita com leitos quaftzo-
feldspáticos,
Os nÍr,eis rnáfiços são de cornposição dioritica a anfibolítica,
coloração cinza escura, granr,rlornefria fina a média, com plagoclásio dos tipos
oligoclásio e andesina (45 a 50%), hornblenda (20 a 30%), biotjta (l 5 a 20o/o) e
qvartzo (0 a l0%) Os rninerais acessórios são titanita e apatita e çomo
minerais de alteragão ou secuudários, obserua-se clorita, epídoto, carbonato,
sericita e opacos.
Os niveis quartzo-feldspáticos são de composição granodiorítica a
tonalítica, leuco a mesocrátiços, coloração cinza-escuro, granulometria média a
grossa, com texttra granoblástica a granolepidoblástica, com ba¡rdas centimétricas
constituídas predomirranternente por plagroclásio (45%) e qùartzo (35o/o),
altemadas com bandas rnilirnétlicas ricas em biotita (15%). Como minerais
acessórios ocorrem hornblenda, clorita, epícloto, apatita, zircão e sericita (Foto l)
O feldspato potássico (r¡icroclínio), está restrito às porções mais
leucocráticas, oconendo como cristais anedrais, çom tamanho da ordem de I cm,
com inclusõcs de plagioclásio, clorita e scricita. L,ocalmente, observa-se bolsões
ricos em biotita (biotititos), nas ploximidades dos apófises de leucogranitos
pegmatíticos, que afetarn os gnaisses tonaliticos. Verifica-se ainda a cloritização da
biotita e sericitização do plagioclásio, provavelmente devido às alteragões
hidrotermais pervasivas associadas ao desenvolvimento de zonas de cisalhamentos
dúcteis (ZCD), que cortam estes g¡laisses. Níveis anfibolíticos sub-concordantes
com a foliação metamórfica, enolaves alongados e diques de rochas metabásicas
são frequentes nos gnaisses.

Xistos
Os afloramentos observados são pontuais, representados por
quartzo-sericita xisto (PA - 137, GR - 04, GR - l0) e talco-clorita xisto (GR - 07 e
PA - 13) Muito provavehnente, develn constituir relictos ou mega-enclavçs de
sequências vulcano-sedimentares, sirnilares a inirmeras outras descritas no âmbito
da Provincia Amazônia Central, região Sul do Pará, caso dos trabalhos de Huhn et
al. (1988) e Souza et al. (1988).
Os xistos encontram-se extremamente deformados, com foliação
proeminente e sinuosa, evidenciada por minerais micáceos, além de dobras
intrafoliais, com chameiras apertadas e desenvolvlmento de foliação de crenulação
No20 + K20
Figrral0, Diagramo A¡M - Rochas Pertencentos ao Complexo Xingu

Foto l: Amostra PA-181. Gnaísses tonalíticos com relictos e enclaves de


metabásicas ovaladas, finamente bandado, com alternância de leitos
máfi cos (anfibolito s) e leitos quartzo-feldspáticos (tonalito s).
43
e Kink-hands, Nas raras exposições destas rochas nota-se que as mesmas estão
afetadas por bandas de cisalhamentos, com transformações mineralógicas intensas
e geração de foliações miloniticas superimpostas de natureza sigmoidal. As
paragêneses metamórficas enquadram-se no limite das zonas da clorita e biotita, do
facies xisto verde.
Nos talco-clorita xisto (PA-13) são marcantes os processos
resultantes da deformação cisalhante superimposta. São rochas da coloração cinza-
esverdeado, brilho sedoso, com transposição da foliação metamórfica por uma
foliação milonítica "sm" (E-W/SV), e desenvolvimento de meso-dobras
assimétricas, kinks e veios de quartzo sigmoidais. Em lâmina petrográfica, observa-
se que a rocha apresenta-se deformada, oom foliação milonítica bem desenvolvida,
evidenciada pela altenrância de leitos enriquecidos em clorita e talco. O quartzo
apresenta-se recristalizado em sub gfãos, na forma de segregações ou micro
venulações.
Os minerais micáceos são em grande parte oriundos de alteragões
de minerais pré-existentes. Nota-se a cloritização da biotita e de opacos, estes com
contornos aredondados; grãos reliquiares de feldspato ocorrem como agregados
saussuritizados (Microfoto I ).

Microfoto I : Amostra PA- 13, aumento 78,75x, NX.


Talco-clorita xisto milonítico. Micro dobra apresentando altentância
e
de leitos de talco clorita, com segegações de quartzo
recristalizado.
44
Como acessórios, ocorrem em forma de grãos disseminados,
carbonato, opacos (pirita) e óxiclos de ferro, estes ainda preenchendo fraturas sub
paralelas a foliação rnilonítica,
As rochas do tipo talco-clorita xisto, aflorantes no lugarejo
denominado Santo Antônio (GR - 07), ocorrerÌr em uma faixa alongada segundo a
direção W-NW, com tonalidades avermelhaclas, na superficie, e em profi.rndidades
da ordem de 25 metros, apresentardo-se como uma rocha untuosa, de coloração
creme esverdeado. Esta rocha é encaixante de um expressivo corpo filoneano,
denominado filão Domingos/Sebastião, gerado em um contexto de zonas de
cisalharnentos dircteis nrírltiplas, sinrrosas, de espessuras decimétricas, com direção
geral N60W (Foto 2). Em lâmina petrogl'áfica, verifica-se a alternância de leitos
ricos em clorita com lamelas de geminação arqueadas e talco, cotn intensa
percolação de óxido de ferro ao longo dos planos de foliações, Como acessórios,
ocorrem epídoto e opacos (Microfoto 02),

Foto 2: Amostra GR-07, Talco clorita xisto afetatlos por Fandas de cisalhamentos
centimétricas anastomosadas, de direção geral N60W. Diques de
metabásicas propilitizadas sub paralelas a cava do filão do Domingos.
Microfoto 2: Amostra GR-07, aunento 78.75x, NP. Talco-clorita xisto.

Anfibolitos
Os anfibolitos são rochas com forte anisotropia, de coloração cinza
escuro a esverdeado, equigranulares, de granulometria fina a média, com
bandamento milimétrico, e textura granonematoblástica. Ocorrem como lentes ou
bandas subordinadas aos gpaisses (PA - 1451172, GR - 05) ou a xistos (PA - 136),
Os anfibolitos aflorantes na cava do filão do Paraíba (PA - 145) têm
espessuras da ordem de 20 cm a 30 m, e estão dispostos como lentes orientadas
segundo o alinhamento estrutural regional (N-NW). São constihrídos por
hornblenda (30o/o), com inclusões de quartzo e opacos; plagioclásio sericitizado
(20o/o), e ainda epídoto (209/o) e tremolita ( I 0o/o), como produtos de alteração
hidrotermal da hornblencla, principalmente ao longo de vênulas, dispostas sub-
paralelarnente à foliaçâo metarnórfìca, A pirita ocorie disseminada e ao longo dos
planos de fraturamento.
O anfibolito coletado no ponto PA - 13ó ocorre como bandas da
ordem de metros, disposto em uma sequência de sericita-quartzo xisto (PA - 137),
co¡n evidências de cataclase, Os anfibolitos apreserrtam-se alterados, sendo
frequentemente constituldos de hornblenda verde (45%), localmente cloritizada,
com inclusões de quartzo; plagioclásio (l0o ), transformado em uma massa de
epídoto (30%) e sericita (l0o^), evidenciando retrometamorfismo do fáceis
anfibolito caracteizado pela paragênese plagioclásio + hornblenda + titanita, para
a f,íceis xisto verde, com clorita + epidoto + sericita + leucoxênio,
46

Metabásicas e Meta-ultrabásicas
Essas rochas oçorrem em raras exposições pontuais, e sua presenga
evidencia a provável existência de restos de rocltas supra-orustais ou mesmo
-
arrtigos complexos básico ultrabásicos na região. Alguns veios apresentam
estreito relacionamento com estas rochas, caso dos filões do Paraiba, Naiuran,
Mineiro, Sede, Armando, Levi, ç outros,
No ponto PA - 139, aflora uln micro-gabro maciço, de coloração
cinza-esouro e textura subofitica, constituído por plagioclásio (20%), alterando-se
para sericita (15%); com honrblenda (20%), epÍdoto (30%) e clorita (5%)
provavelmente orirmdos da alteração progtessiva de puoxênios, que ocolrem com
relictos, A amostra PA - I 3I reflete sobrefudo os processos Inctamórficos a que foi
submetido o rnicrogabro (PA - 139), sendo transformado em um xjsto, esverdeado,
com sericita (50o/o) e clonta (47%).
A amostra GR - 0ó, correspoude da uma rocha metabásica de
granulometria fÌna, cor esverdeada, brechada, cotn fragmentos da ordem de
mjlimetros até l0 centimetros de cloritito, englobados por una natriz qvarfzosa
rioa em hidróxidos de feno, Nas proximidades dessa metabásica estão sendo
explorados dois filões (GR - 23124),
Uma ocorrência de rocha meta-Úrltrabásica verifiçada situa-se no
ponto PA - l0l, nas imediaçÕes do filão da Seninha (PA - ll) çncaixado em
tonalitos gnaissificados (PA - l9l). Neste local a atividade garunpeira expôs uma
rocha de coloração cinza-clara, com foliação proemjnente evidenciando pelo
menos duas fases de dobramentos sgperimpostas, cancteizadas por dobras
isoclinais e em bengala. Nota-se nos blocos aflorantes (Foto 3) que a rocha está
afetada por apófises, bolsões e venulações de material esbranquiçado de natuteza
quartzo-feldspatico.
As observagões de campo e ao microsoópio pennitem verificar a
existência de dois tipos petrográficos, A rocha mais antiga que pode ser
classificada como metapiroxenito apresenta granulometria fina, textura
grarroblástica, sendo constituída por clinopiroxênio (35%)' parcialmente
Fansformado em anfibólio (30o/o) ç plagioclásio (10%) Quartzo (15%) e feldspato
potássico (10%), do tipo rnicroclínio e ortoclásio pertiticos, oÇQfrern
prinoipahneute associados às injeções graníticas, ocorrendo ao longo da foliação
ou em vêtrulas englobarrdo cristais de piroxênio e anfibólio. Em lâmina petrográ{rca
observa-se a presença de resquicíos de um bandamento mineralógico, com
alternância de leitos rieos em piroxênio (diopsidio) com leitos de plagioclásio,
estes saussuritizados, com formagão de epídoto, e sericita; como acessórios
ocorrem titanita, apatita e opacos (Microfoto 3),
Foto 3: Amostra PA-l01, Metapiroxenito com apófises e venulações de material
quartzo-feldspático.

Microfoto 3: Amostra PA-101, aulnento 78,75x, NX. Clinopiroxenito,


48

Filitos e Metarenitos
Um conjunto de rochas meta-sedimentares detríticas afloram na
extremidade sudoeste da área rnapeada, pontos PA-200 e 201, conforme mapa
geológico (Anexo 0l)
Estas rochas estão representadas principalmente por filitos,
metarenitos e metasiltitos, que ocorrem como pequeüas çristas destacadas no
terreno.
Os filitos são sericíticos, tem cores cirøa-esverdeados a
avermelhados, quando alterados, A estrutura mais proeminente é uma foliação do
tipo clivagern arctosiana, coln atitudes variando entre N25W a E-W. Veios de
quartzo leitoso com espessttras de l5 a 30ctn, com atitude N3OE/SV, cortam estas
rochas, Localmcnte se observou um veiç de quartzo cisalhado, com espessura
espessura superior a I metro, apresentando hox works e pseudomorfos de pirita,
encaixado em meta-sedimentos cisalhados.

5.3 - Granitóides Arqueanos


Na área de pesquisa os granitÓides de composição diorítica,
tonalítica e granodiorítica são os tennos Inais representativos, ocorrendo tanto nas
cavas profundas abertas ao longo dos filões (caso dos pontos PA - 95', 122, 171,
186 e 172 e GR - 21,23,27 e28), como em elevações próximas aos divisores de
águas (pontos GR - 03, 08, 38, 44 e 55 e PA - 129 e 146).
Apesar de não ser possível delimitar precisamente os oontatos
dessas rochas, nem verificaf relações de contato diretas com outras unidades,
Supõe-se que se trata de intrusöes lla forma de batólitos ot stoÇks As estruturas
obiervadas lnosfram variações dçsde termos isótropos, pouco defonnados, até
ani-sótropos, com malcante orientação de biotita e hornblenda, com dobramentos
localizados, eyidenciando esheito relacionamento gom os gnaìsses do Complexo
Xingu.
- Localmeute, esses granitóides apresentan elevada susceptibilidade
magrética, oaso das amostras coletadas nos pontos PA - 79, 97 e 144'
A composição modal dcssas roçhas está representada no diagrama
QAP (Figuras ll e 12), e os dados petroquímicos relacionados naTabela 05,
. e disposição dos Granitóides Arqueatros no diagrama modal
(Figura I l), pennite posicioná-los no grupo de granitóides com baixo K, de
nat*""u cálcio-alcalina, tonalítica ou trondhjemítica, conforme Bowden et al.
(1984), Etn termos çomparatiYos, é possível conelacionáJos, em parte, aos
Granitóides Arqueanos sódicos das regiões de Amapá e Altamira, citados por
Dal'Agnol et. al (1981), com os trends aptesentados na Figura 06'
A

Figura f 1. Composição modal dos Gronitóides Arqueanos

I GD-GR 03 Biotita Tonalito


2 GR-AJ 08 Hornblcnda Granito
3' GR-AJ 05 Biotita - Hornblenda Diorito com Quartzo
4 PA-N 122 Biotita Tonalito
5 PA-AJ 127 Sericita - Biotita - Clorita Granodiorito
6 PA-AJ 129 Epidoto - Homblenda Diorito com Quartzo
7 PA-N l46a Biotita Granodiorito
8 PA-AJ 151 Epidoto - Biotrta Granodiorito
9 PA-AJ l7l Biotita Tonalito
10 PA-I.J 172 Biotita Granodiorito
Fonte; Streickeisen, A.L. (1976)
50

Figura 12; Composigão modal dos Granitóides Arqueanos com base nos dados
nonnativos, segundo critérios de Le Maitre (1989)

Amostra Cl assifi cação petro gt áfiaa QAP


Strcickeisen (1976) Le Maitre (1989)

GR08 Hornblenda Granito Quartzo Monzonito


GR05 Biotita-Honrblenda diorito Diorito
PAl24 Biotita Tonalito Tonalito
PA124a BiotitaTonalito Granodiorito
PA127 Sericita-Biotita-Cloritagranodiorito Tonalito
PAl28 Granitóide Granito qua.rtzoso
PA129 Epídoto-Hornblenda diorito Granodiorito
PAl46a Biotitagranodiorito Granodiorito
I
iltì
ii

\-'
Tðbrla 05! n[i¡li5es quiDi(ùf, [rrni (clPll) r ßìod¿ d0ç [rànit0idfr {rqueåll0e, (c0ntinütçÍ0)

[¡9endå
( l) - {n¿'lises quílric¿s efetu¿dar n¡ fi[0tût frr 03 -
[ioìil¿ ton¡lito
(2) - Aniliges quin¡(45 fffttuadÌr n0 tlfilll/CPfii (r û5'$i0ti1a - ll0rnblend¡ di0rit0 r0Íì {u¡rì¿0
(l) - tloii¡ Io¡ c¡lorilxlri¡ fìr 00 llor'Ib lPÍd¿ 9rôn¡lú
(4) - twiqusciíìe[t0 P0lá5eir0 ([l() På 122 - Siol¡tð lon¡lilo
ll - lliner¡l cotrt nod¡ ( l7 P¿ 124 - 8ioìiTr lûntl¡lo
I - llfo dr{rrl¿do Pè 1¿l - 5rrìrilr - Ri0tilü - Cl0rit¡ grå[0di0ril0
[ - lfenor que o v¿lor rl9¡rtlado P¿ 1?$ - tpidoto llornbltnd¿ di0rÌt0 r0Ír qu¡I1¿0
t¡ Biotil¡ !r¡rodior ito
140¿-
Pa l5l Ëpidoto - Bioìit¡ gr¡nodìot ilo
-
Pa 17,1 - 0iotitð loûðlito
P¿ .l72 - Biolila gr¡nodiorito
53

Os dados modais apresentados (Tabela 05 e Figura 1 l) não


permitem definir nesta série magmática cálcio-alcalina, um trend evolutivo típico'
Ño entanto, é possível sugelir a exislência de vtn tend com dioritos, tonalitos e
granodioritos.
As análises quírnioas dos Granitóides Arqueanos, (Tabela 05)'
permite observar que eles apresentam teores de K2O baixos a moderados, entre 1,7
à:,¿ n proporção rnolecular Al2O3/(CaO + KzO + Na20) é menor que l,l,
evidenciando o caráter metalutninoso a ligeiramente peraluminoso desses
granitóides (Figura I 3)
- Com relação aos teores de Si, Fe e Mg (Figuras 14 e l5)' é
possivel constatar a existência dc dois grupos distintos, r¡m mais rico em sílica
e outro
iSio2 entre 65,8 e ó8,8) e álcalis (Na20 + K2o) de afinidade cálcio-alcalina
mais-pobre en sÍlica (48,1 a 64,2) ç rnais rico em FeO e TiO2 de afinidade toleítica.
No tel'reno, a oconência dos Granitóides Arqueanos está
frequenternente associada a superfîgies anasadas, suavemente onduladas, çom
desenvolvimento de espçsso solo marrom-avermelhado.

Tonalitos Gnaíssicos
Aflorarn principalmente na região do córrego Gavião e gl.ota do Pa¡á
(PA - 171), córrego do Enforcado (PA - 97 I 122),Baixão velho (PA - llll9l),
Èaixão Novo (pA- 95 t144), na tocaliclade de Alto Alegre (GR - 03129138155), e
certamentç em vários outros locais não passíveis de observação devido ao elevado
grau de intemperismo sobre essas rochas
são rochas leucocráticas a mesooráticas, equigtanulares, rnédias a
grossas, de coloração cinza, isótropas a gnaíssicas, com textura granoblástica e
partir da desorição de 04 lâminas,
þanolepidoblástica. A mineralogia verificada a o/o), quartzo (30
ãstá representada por plagioclásios - oligoclásio e andesina (35 '45
- 35 "/ù, biotita ( lb - 25 %où e como acessórios ocoffem clorita, sericita, homblenda,
epidoto, feldspato potássico, apatita, titanita, pirita e opacos
são marcante nessas rochas os efeitos provocados pelas mega-zonas
de cisalhamentos de direção N-NW, que cortam as mesmas gerando uma variedade
(pod's) marcado
de rochas cataclástioas, com reflexo llas zonas mçnos deformadas
pela intensa sericitização dos plagtoclásios e progressivas feições de recristalização
dlnâmica nos grãos de quartzo, com formagåo de sub-grãos em faixas
(Microfoto
4),
AbiotitadecormÍuromapardaapresenta-seporvêzes,çomas
bordas cisalhadas e cloritizadas O feldspato potássico oçofro como inclusões
no
plagioclásio ou se resffinge as porgões mais leucocráticas da rocha' notoriamellte
ässðciadas a intrusões de apófises de granito pegmatítico (PA' 127a),
que pareÇe
ter provocado localmente, enriquçcimento potássico nos tonalitos (PA 122), -
transformando-os em biotita-sericita-clonta $anodiorito protornilonítico
(PA' 127)
54

Mùü.r & Picro[ 1 989

a
o
E
62
rrú24
ç
5 .Pc-124s
R
Prl4óâ
a
. Psl2l
aõr-o8
torôlkðlinË

l
41203/{Cè0 +Nd20 +Kæ) lMOtÂRl
Figrua 13. fndice de alutinosidode . Cra¡dtótûeJ ArqueaÌor.

No20 + K20
Flgura l4 . Dlagråma Fe0/MgorNEorlço. Granitõ¡de8 A¡queûnos.
55

Mþasliro 1974

I 28
.Pa-

CalcÁlkclinc Tholciitc
*¿-12'l

o?.¡,j-os

253
FeO' I MgO
Figura |5. Diagranra SiO2x FeOfMgO' Granitóides fuqueûnos

I a\
' -$ ,.r

[-::'"*'

u i*: {*,
¡

Microfoto 4: Amostra PA '124, aumento 78'75, NX.


Biotita tonalito protomilonítico. Contato entre gãos de plagioclásio
saussuntizados e biotita, esta apresentando-se com lamelas arqueadas
e bordas fraturadas, Nota-se ainda a recrista\ização de quartzo em
sub-gtãos.
56

Granodioritos Gnaíssicos
São rochas leucocráticas, orientadas a gnaissificadas, de coloracão
a
cinza claro, equigrantrlarcs, granulometria ¡nédia grossa, por vezes com
megacristais cle rnicloclínio cla orcleln tle I cm (Foto 4).
As amostras observadas nos pontos PA 991146ll5lll52 e 154 são as
mais características, sendo constituídas por oligoclásio (30 - 40o ), qvartzo (32 -
35o/o), biotita (10 - 15%) e feldspato potássico (10 - 15%); o plagioclásio encontra-
se alterado para sericita (2 - 5%) e em algumas amostras é do tipo antipertítico
(PA - 146),
O quartzo apresenta-se com extinção ondulante e, localmente, em
faixas rniloníticas milimétricas, ocorre em ribhr¡ns associados a cristais defonnados
de plagioclásio e biotita, O f'eldspato potássico é o microclínio e como minerais
acessórios, ocorreln epídoto, sericita, apatita, clorita e pirita.

Foto 4: Amostra PA - 152 Granodiorito Gnaíssico.


Bloco apresentalldo um colttato gTadacional entre uma rocha leucocrâtica de
cornposição glanocliorítica e outra mesocrática de natureza, qttartzo
diorítica,

Dioritos Gnaíssicos
São rochas de coloração cinza escuro a esverdeado, observadas
apenas em matacões isolados, nos pontos PA-1291186 e GR -05128144, com
resquicios de orientação evrdenciada pelo alinhamento de ripas de hornblenda (PA -
57

129) ou com incipiente bandalnento gnaissico (GR - 05) A granulometria é fina a


média e a texhra granoblástica.
São constituídas essencialmente por andesina (35 - 50%),
'
honrblenda (20 - 30%), biotita (10 - 20%), epídoto ( 02 25%) e tendo çomo
minerais aoessórios e de alteração; titanita, quartzo, opacos (ihnenita, magnetita ?),
sericita e clorita.
Na amostra PA - 129, o plagtoclásio encontra-se transformado em
epídoto e sericita, caraçterizando um retrometamorfismo do fácies anfibolito para o
fácies xisto verde, A titanita ocorre como cristais isolados ou inclusões nos planos
de clivagem da hornblenda,

Granitos Gnaíssicos
Oconem em urn único afloramento, como um homblenda
microgranito (GR-O8), bastante deformado, com enolaves micro'gtanulares
centimétricos, alongados e ricos em zurfibólios, aflorantçs nas proximidades da
maior ocorrêucia de talco-clorita xisto da região (GR-07)
O microgranito é ttma rocha de coloração rósea esverdeada, com
orientacão proerninente evidenciada pelos enclaves microgranulares estirados e sub
paralelos ao alitùarnento dos megacristais milimétricos de plagioclásio e quaftzo.
Os dados qufrnicos apresentados na Tabela 04, com Na20 > K2O (K2O,rNa20 =
0,62) e a natvreza leucocrática da rocha, evidenciam uma provável afinidade
trondhjemitica @oto 5).
A rooha apresenta texftra porfiroclástica protomilonítica, sendo
constituída por andesirra (35%); feldspato potássico pertítico (25%) com irclusões
de plagioclásio e honlblenda ('0%) verde, porquilitica, com inclusões de quartzo e
feldspato, Como mitterais acessórios oconem ilmenita que tem as bordas alteradas
para titanita, sericita e clorita. Verifica-se a presença de carbonato, na forma de
veios e vênulas que quando lixiviados deixam a rocha com inúmeras cavidades,
inclusive sugerindo a existência de outros minerais que podem também terem sido
lixiviados.
A presença de utna Inatriz ¡nuito fina, de composição si¡nilar,
totalizando cerca de 35o/o do volune de rooha, associado a feições que evidenciatn
inexistência de deformacão intensa, sugerem que essas rochas sofreram um rápido
resfriamento. É provavel, portanto que o alirrhamento dos cristais ocoreu em função
do fluxo magmático, com a cristalizagão de um microgranito envolvendo os
enolaves e os mega-cristais de plagioclásio,
58

'l l- 'q'
ê *l*t t
t
,
¡, .- l^ I .:,
'i'1f,i',.o .a
t k rr.:?¡
j.
t

I
?[,
t 1¡.
Foto 5:
Rocha granítica com orientação evidenciada pelo alinhamento de enclaves
microgranulares ricos em hornblenda e mega-cristais de plagioclásio.

5.4 - Zonas de Cisalhamentos Dúcteis


Essa unidade compreende uma espessa faixa de rochas cataclásticas
resultantes da deformação progressiva ao longo de zonas preferenciais de
encurtamento crustal, sublnetidas ao mecanismo de cisalhamento simples, gerando
principalmente, rochas miloníti cas.
A princípio, esse mega-sistema de
cisalhamento, pode ser
posicionado e interpretado como uma feição típica relacionada à evolução dos
terrenos granito-gtlaíssicos Arqueanos, devendo inclusive, ser verificado seu
relacionamento com otrtras estruftrras cnrstais, tendo em vistas que rnttitas vezes
essas zonas aparecem lirnitando tenenos ou mesmo placas crustais (Daly, 1988).
Concepção que, de certa forma, alinha-se coln o posicionamento da região, situada
na extremidade sudoeste da provín cia Amazônica Central.
A morfologia em mapa e o afloramento dessas zonas de
cisalhamento sugerem a existência de um padrão com várias faixas cisalhantes que
se interceptam, configtrrando lbnnas anastomosadas e sinuosas ao conlttnto, com
pods, na forma de amêndoas, passiveis de observação em todas as escalas (Foto 6,
e mapa geológico Anexo 01).
59

Foto 6: Amostra PA-I56.


Granito afetado por bandas de cisalhamento sinuosas com foliação "sm"-
N50E/70SE, circundando pods, com desenvolvimento de incipiente
foliação "sc" - N65W80SW. Veios de quartzo sacaroidal (N458/80NW)
ocorrem sub-paralelos a foliação "sm",

Na área, a estruturação dessas zonas mostra um nítido trend N-NW,


provavelmente estas zonas estão subordinadas a estruturas regionais de direção W-
NW, que limitam este segnento cratônico, e estão relativamente impressas através
da configuração das estruturas tectônicas que limitam a borda sul do Graben do
Cachimbo e a borda norte do Graben do Caiábis.
A disposição geoméfrica das foliações miloníticas e dos filões,
frequentemente subverticais, e o predornínio de micro dobras e lineações de
estiramento com eixos sub-horizontais, evidenciam o predomínio de movimentação
transcorrente, Localmente, constitui uma das raras expressões de relevo na região,
sobressaindo como um conjunto de cristas alinhadas segundo a direção N-NW,
sustentadas principalmente por quartzo milonitos, micro brechas e granitóides
cisalhados.
Essas zonas de cisalhamentos afetam principalmente os Granitóides
Arqueanos e sua longa história deformacional pode ser atestada pela presença de
inúmeras estnrturas e litologias, tais como: bandas de cisalhamentos méfricas
60

dobradas assimetricamente, (PA - 125), brechas tectônioas (PA - 14l/16ó e GR -


06), zonas de silicificação, snperficies estriadas, veios de qvar1tzo (de diversos tipos
e gerações), diques de rnetabásicas, microgranitos e apófises de granitos pórfiros,
e
As esffutuas litologias citadas posiciorradas dentro e/ou espacialmente
subordinadas às zonas de cisalharnentos dúcteis, evidenciam a longa histÓria
evolutiva dessas faixas, como regiões preferencìais sujeitas a fenômenos de
reativação e acomodação, corr altenlâltcia de períodos e/ou mesmo subambientes,
sujeitos tanto a
regitnes compresivos (transpressão), como distensionais
(transtensão), Essas mega'estruturas de cisalhamentos foram posicionadas dentro de
um çontexto de evolução global dos terretlos Arqueanos, embora as feições
supracitadas evidenciam reativações, mestno que discretas, e em condições dúcteis-
rupteis, durante o Proterozóico,
Nas regiões intensameute deformadas existe uma grande
homogeneidade petrográfica representada principalmente por quartzo milonitos,
com foliações "Sm" e "c", frequentemente proeminentes. Essas rochas, apresentam-
se com tonalidades amareladas, avennelhadas e çsverdeadas, com blocos de fonnas
romboédricas, silicificadas, com intensa peroolação de óxidos de ferro ao longo dos
planos de foliação e frafura.
Esses qtnrtzo milonitos são constifuídos pnncipalmente por quartzo
(30 - 50%) e sericita (40 - 50%), e subordinadamente, clorita, biotita, moscovita,
zircão, opacos (óxidos) e mais raramente pirita (Tabela 06).
Nessas rochas, a intensidade dos processos deformativos reflete-se
principalmente nos gtãos de quartzo, dispostos segundo formas alongadas e
sigmoidais, com textura granoblástica ou milonítica e diversas feições de
recristalização que evidenciam o incremento dataxa deformacional, como contatos
denteados, extinção ondulante ern faixas,junções tríplices, qvartzo recristalizado em
suþ grãos e quaftzo em forma de rihhons. São exemplos típicos as amostras PA-
05 l08l t ll42l 531 55 160163 186190l t05 I ll4 I 1 17 I 1 191121 ll23 I 140/l42lls0/153 e 169:
GR-l l e 15 (Microfoto 5)
Os dados petroquímicos dos milonitos PA-llg e 123 e GR-15,
apresentados na Tabela 06, evidencialn um relativo enriquecimento em SiO2 (80,3
a94,8%) e ernpobreciutento dos dcmais elementos, A amostra PA-123, com teores
mais elcvado de Al2O3 (2,5%) e K2O (3,5%), reflete a maior quantidade de
sericita, da ordem de 45o/o.
Nas zonas menos deformadas subordinadas às estruturas de
cisalhamento é possivel identificar tennos litológicos que preservam a estrutura
granítica, mas tiveram a paragôltese prirnária transformada, com geração de
grarutóides Iocalmente foliados, de textura protoclástioa e protomilonítica,
constifuídos principalmente por sericita e quartzo reoristalizados, com clorita,
óxidos de ferro e çristais reliquiares de feldspato e biotita (amostra PA-
05 l36l80l 86 I l04l 128 I 1 44; Microfoto 6).
ftrtÀ tß¡ flû l5f5 {0fñ¡(tr t lf,å Pf8/l mou$ ñlrfflrlc,ìs

fiffi|ffii:xfrsi0î,*
llîH.ff" o vðl(r r!9r3rr'¡r¡{,
t;
62

t.?t t t.
.''Ê.r

..t

Microfoto Amostra PA - 60, aumento 78,75x, NP, Quartzo milonito


apresetttartcio-se rnicro bandaclo com faixas de quartzo
recristalizados em sub-grãos, flâ forma de ribbons e faixas
t:eJiqq

I
1,.
,d
:. ì''.

iffi
Microfoto 6'. Amostra PA 80', aum-eniô X, granrto
milonitizado com cristais reliquiares de feldspato se transformando
em uma massa de sericita.
63

Nas fraturas de cisalhamentos, vinculadas aos biná¡ios cisalhantes, é


marcante o desenvolvimento de halos miloníticos, verificado principahnellte nas
cavas dos filões gerados em tais sistemas, caso dos filões do Paraiba, Manelão,
Mineiro, Elvelcio, Geraldo, Olerindo, Melado, Sebastião, Grota do Pará, e outros.

5,5 - Granitos Pré-Uatumã


Individualizamos dentro desta unidade dois tipos de granitos
intn¡sivos no embasamento, muito provavelmente correlaoionáveis aos granitóides
de idade Transamazônica de Macambira et al. (1990), ou seja: os granitos Tipo
Juruena e Matupá. Manteve-se a denominação Gra:litos Indivisivos para agrupar
variedades petrográficas çom caractedsticas e ambiências incompatíveis com as
unidades graniticas já descritas ua bibliografia.
A caracterização desses granitos foi feita principalmente çom base
em critérios petrográficos, rnetalogenéticos, e no estreito relacionamento desses
granitos com os Granitóides Arqueanos, apesar de não terem sido observadas
relagões de contato diretas.
O Granito Tipo Juruena, com predomínio de biotita monzogranitos,
apresentam muitas similaridades petrográficas e estruhrais com o Granito Juruena,
proposto por Silva et al, (1914) e Sotua et al. (1980). Já o Graruto Matupá, é
eminentemçnte nm granito trallsformado, tipo hidrotermalito, apresentando
depósitos auríferos, com características muito similares às mineralizações tipo
pórfiro, resultantes da intensa percolação de fluidos, tardi a pós-magmáticos,
enriquecidos em K, Na, CO2, S e Au.

5,5.1 - Grarrito Tipo Juruena


Constituem corpos intrusivos dc formas irregulares, com diâmetro da
ordem de 3 a 5 Km, frequentemente circundados por gnaisses do Complexo Xingu e
Granitóides Arqueanos, aflorando principahnente como matacões e blocos
arredondados nos interflún¡os e cabeçeiras dos córregos Baixão Novo, Paulista e
Cajá, Alguns contatos prováveis oçoÍrem ao longo de falhamentos, caso da falha de
rafireza indeterminada de diregão N35E, delimjtada no interflúvio entre os córregos
do Zé Dçco e Paulista, ao longo da qual se observa o alinhamcnto de pelo menos
seis corpos mineralizados do tipo veio de quarlzo. Alguns dados pehoquímicos
disponíveis para granitos do tipo .Turuena estão relacionados na (Iabela 07).
Nos afloramentos obscrvados, os litótipos pertencentes ao Granito
Tipo Juruena apresentam-se com tonalidades acinzentadas, e localmenTe cinz-a-
rosadas, provavelmente quando afetados por fluidos hidrotermais, com neo-geração
de feldspato potássico e snlfetos disselninados,
L q s
L ---*..8."-Bst -B ?
- co¡âf, r.eB-ç¿s L
B
s ø 6t tc
t c g I
R- 'R t? l?
a ¿4
.q f qqq B
"1..1.:4.:.c
FÞ+ooa q s q q g fr
Es ñ? ñi s EI c I
a .?r,rtcq.: q 4lqqq a-
t? It
= E=ño?
?è ?.'êe q tC q Þi
t
=
e -*--'¡rE - q
Es;.i.,; -;c iddË;cji A- -R ¡.
Ê
E R- I q q s a
-t ça t
!E
s * -,¡,.o c ',¡',,â P¡3$ a
r a Þi fi q q
Ê
q q
á
È e.?rq.qe?eqqqÎqq fi q q
= t Rô{ ê.é-Ér<åêeÞê
9- -F e-
l€ s a
3 E
u a 11.c?nnleqqq
gs-cñ-ór'éés
s-
o- -*-rn-.o--.io s q q q q q
dt
I .9
Ê
¡! Êf
LÛ. ¡
Ë t
I
¡ .3
I
Ë !¡ ÈË&r¡Êa=ÈË*:- 1 ü*¡{.3ÉSi= ù95Ê- 0- I c
Ë
Ê
I ¡ e 3 t
oll,Dlp - lp oF}fotop ofil 'tl
ol ¡ lf,tÍl.rrül olopldð - illdð rÌdrlsrf,ôr ¡¡loô o 6ûs ¡.¡!tl 1
¡r olltF.djoÁÉr el!lolq - qJ6!q zt) c! Þ l0r.{r}l. N
''sür;lqot¡r{l
'(rtfl.t¿t@{-þq ao:t o}lur-Ëô¿llol - qJÛ. or$sdIÈ oìüorlJó.tb| rli ù
oli(F-djo¿Ùcr {lllolq - Érq 0rj¡ó]-blof -Dit opllqp 0tql I
t0¿1/fitH1 - HrlrJrÙ ôf ll9ul ¿
EÍ|l.rorp óÍJrsqhr 6p olll9rt).odlÌl - elßlJ lsr[ fitÐ . lÛirlrtÛ d!l9r{ I
:!lllÐ11
l( x x ro¡dq
0' x 0t x l(
x Òì(|r,q¡:
x
x t( olÞJ I
x
x 0' x olopld
ll' 0'
x t 0l I Ìoq
,{ l( x
0 0' x x T cllr¡lll
l{
x 0' 0 o¡ !f,! JÐl
0 0'
f )(
is{ro llpq
l{ i{
0' 0' 0' 0l !-r¡l
)( 0' )i
û 0'( 0 0 0' 0t!lÒ!1
0.1 0, 0 0 0 ûr 0'¿
0El 0¿t 0tì 0t 0[ ol!1!llor6arlr
¿l 0çj 0¿ 0'ûi 0çr 0ç 0Lr
q, 0E, 0'çi {ttr 00 09 0¿t o0!lqrlv
¿; 0q 0'¿ il) ll 0ç
tì {t 0'01 0¿ 08, 0fr 08 0rr 08i orlßl
A 0t ' 0f! 0ü
(t) t) t.' fi)
.Iõal .ljar Itll .¡tj¡d, -dr¡ qJá ¡r É?Fìriru¡ r ì. ç¡E
.¡Li -6¡ -!,,,i 'lLr ÌrÞ()L
'lf¡ ü l-4, Lol -p, ç¿, r\ e¿g-€ ¿s-d lE-cr fll-!r
o¿û -e, ¿st-!, Ç$ -sr f$ -e, 8l I -o, III-lr(
( 0lJ{fi l}trr ) rHrUf solllftu9 $0{ lofl ¡ (lllll) $rfi 'Ðlllfn çlslttÙ r¿0 f llffl
66

Estas roshas apresentam grande homogeneidade composicional, com


as variedades petrográficas representadas principahnente por biotita monzogranitos
e biotita granodioritos, estes de oconência porrtual. São rochas lcucrocráticas,
isóhopas, equigranulares de granulação média, e/ou porfirlticas, com cristais
oentimétricos de plagioclásio zonados, que geralmente possuem os núcleos mais
cálcicos saussuritizados (Microfoto 7).
Os tennos porfiríticos, aflorantes principalmente na cabeceira do
-
córrego Baixão Novo (pontos PA 52 e 135) apresentam uma matriz de
granulometria fina a média de composição monzogtanitica, com variedades do tipo
hornblenda granodiorito, Nessa fácies mais porfirítica é comum a presença de
enclaves decimétricos, alongados, de metadioritos e roohas metabásicas (Foto 07).
A rnineralogra essencial está representada por plagtoclásio
(oligoclásio e andesina), feldspato potássico (pertita, ortoclásio e microclínio
pertítico), quartzo e biotita, Como acessórios, ocorrem biotita, homblenda, titanita,
apatita e zircão.
A biotita possui ooloração parda a verde, ocorre frequentemente
alterada para clorita e associada a hornblenda (verde); epidoto em gtãos bem
individualizados tarnbém ocorrem associado a biotita e a homblenda. A titanita, por
vezes alterada para leucoxênio, ocore na fotma de cristais idiomórficos ou como
inclusões nos planos de clivagem da homblenda e biotita, e ainda associada a
magnetita.
O feldspato potássico mais íïequente é o microclíneo pertítico, em
fenocristais sub euédricos de 5 a l0mm, ou com formas anedrais, com inclusões
zonadas de quartzo e por vezes englobando cristais de plagloclásio, biotita e
-
epidoto; caso das arxostras PA 29111111181133113511741178. A presença de
fenocristais de microclÍnio pertítico com bordas fraturadas, sugçre que o mesmo
po$e estar associado a uma fase de reativação tectônica.
A defonnação está expressa prinoipalmente nos grãos de quartzo
recristalizados, com sub-grãos alongados e extinção ondulante, no arqueametrto das
geminações dos plagroclásios e clivagens das biotitas, e por palhetas de biotita e
feldspatos com as bordas fiatnradas, A deformação está associada, provavelmente,
aos estágios evolutivos fìnais ou mesmo a reativaçöes das mega esfruturas de
cisalharnento que afetam os terrenos Arqueanos.
São marcantes nçstas rochas os processos hidrotermais do tipo
sericitização e cloritização, associados à alteração dos plagioclásios e biotitas.
No diagrama QAP (Figura 16), estas rochas posicionam-se no
campo dos monzogranitos, correspondendo el¡ parte à série cálcio-alcalina
granodiorítica (médio K) de Lamewe e Bowden (1982).
A moda estimada, obtida em função dos dados da norma (Tabela
07) conforme diaglama QAP, de Le Maitre (1989), apresentado na Figura 17,
posiciona os Granitos do tipo Juruena no campo dos monzogranitos e
granodioritos,
67

Microfoto 7: Amostra PA - 135a, aurnento 78j5x, NX. Detalhe de uma rocha do


tipo biotita granodiorito, com plagioclásio zouado apresentado núcleo
mais cálcico saussuriti zado.

"-{.
,'.'lÍ

i*

Foto 7: Amostra PA - I l8 Granito 'Tipo Juruena, com enclaves de meta dioritos.


68

A P

Fig. l6: Composição modal clos Granitos Juruena, diagrama QAP, de Streickeisen
(te76)

I- PAOó Biotita Monzo Granito c/ Hornblenda


2 PA30 Monzogranito
3 PA52 Monzogranito Porfi rítico c/ Hornblenda
4 PA75 Biotita Monzogranito Porfi rítico
5 PA1l0 Biotita Monzogranito
6 PAllI Biotita Monzogranito
7 PAI l8 Biotita Mon zo granito Porfi ritico
8 PAl33 Biotita Monzogranito
9 PAl35 Monzogranito c/ Hornblenda
l0 P4107 Epídoto Monzogranito
II PAl57 Biotita Monzogranito Porfi ritico
Flg. I 7, Composlção modtl Grrnlto Jutuonô, Lc M¡ltrc fl909l.

No diagrama de Irvine &. Baragw (1971), (Figura l8),


FeO/\4gONa20 + KzO, estas roçhas aprçsentarn niTido trend cálcio-alcalino, com
Si2O entre 66 a73%, Na20 + K2O entre 7,5 a9,9%, FeO entre 0,8 a2,5%,FeO +
Fe2O3 entre 1,85 a 4,1% e MgO cnfrc 0,33 a2,0o/o,
São peralumirlosos a metaluminosos, segundo critérios de Shand
(1951; in Gastal, 1988), conr índice de aluminosidade (A/CNK) < l;parâmetros
estes compatíveis com os obtidos a partir dos dados plotados no diagrama de
Maniar & Piccoli (1989) (Figura l9)
Com relação ao óxido de titânio, os teores situam-se entre 0,1 a
0,57o/o, apresentando utna variação inversarnente proporcional ao teor dc sílica
(Figura 20), Observa-se ainda que os termos mais diferenciados, çom razão
K2OÀ{a20, lnoderada a alta (l ,21 a 1,77), estão relativamente enriquecidos em
SiO2 e empobrecidos ern TiO2 e MgO (Figura 20)

5,5.2 - Granito Matupá


A ìndividualização desse
tipo de associação granítica na área de
pesquisa, mesmo considerando os poucos dados disponíveis, dçve-se
principalmente à intensidade das transfonnagões hidrotermais verificadas em
determinados sub-ambientes, dentro de um maciço rochoso de composição primária,
mui provavehnente monzogranÍtica a granodroritica, ahavés de fluídos, com notória
afinidade anrífera. As tranformações observadas são similares às descritas no
maciço granitico Cigano, com idade de 1731L28 Ma., por Gonçalves et al. (1988);
70

No20 + K20
tr'ig. 18. Diagrama FeO/MgO/NagO+Kp pùa or grsnitos {tr¡rr¡€ns


cf Pa 133
z I
/ Pa3o
hsz\t I

/.no'
ã \1.
Fa 524 \ i'
aa

ra{Àlkàliñð

.5 1 ¿
A]203/fCð0+N€20+Kæl
Flg. 19. fndlcc dc AlumlnosldõdÈ ptrï od EiànltoãJuruiñ., Ecgundo crltér¡os propostos por
Mrnl¡r c Plccoll 11989ì,
7l

ñ
z
p
aPAI l8 PA tn?"
a
r ,,-- Pf loT
PA]33
¿arl
PATJ
ÞA3o '

;PAl3J

'æ 6s 70 76 g)

Flg. 20 Dlûgrrm. slozx T¡ozcr¡nilo JurucnB'l3JË¡uï¿o c¡ré¿ou proposloo po. Mtîltr t


Plcc¡ll ll989l.

os corpos tnapeados como Granito Matupá tem formas irregulares, e


ocorrern principahnente etn uma faixa alongada segg¡ldo o trend NW-SE' nas
imediaçõós ¿a ÈR-OSO, onde se situam os principais garimpos, próximo à cidade de
Matupá, Localmente, destacam-se sobre a superficie afrasada da região, como
pequånas serras, alongadas segundo a direção N50-70E, com eixo maior da ordem
àr SOO *tr. Por vezes oçofrem na forma de cristas, produzidas pelo balizamento de
diques de diabásio, vulcânicas ácidas e microgranitos (Figura 2l e Foto 8),
que

sobressasm como relevos residuais.


OsGranitosMatupásãoleucocráticos,deîattßezaisótropa,sem
anfibólio, sem enclaves e aom as porgões mais hidrotermalizadas apresentando
cofes com tonalidades avemelhadas e/ou esverdeadas'
Ern termos petrográficos é possivel verificar, nas rochas plotadas no
diagrama QAP (Figur a 22), a sigruficativa influênoia dos processos de
trarisformaçaì tardi-ã pós-magmáticos, superimpostos ao maaiço. Os dados
evidenciam que, as rochas lnenos afetadas (primárias) estão representadas
principalmentå por biotita granodioritos, que traîsformam-se em morlzog¡anitos' a
partir'da interação com os fluidos, com significativa modificação no quimismo
atgruN dados petroquimicos estão relaoionados na Tabela 08. os biotita
grinodioritos (amostrai MP-06 e MP-SR-O3a) são rochas de coloragão çinza-claro
por
ã róseo, textura hipidiomórfica equigranular, média a porfirítica, constituidas
ptugroríariot (oligoclásio-andesina) zonados, subidiomórficos, e quartzo intersticial,
cori evidências ãe recristalização dinâmica incipiente. O feldspato potássico é o
.¡¡¡atl1z e principalmente oomo mega cristais (0,3
microclínio pertitico, observado fia
a 1 cm), com inclusões milmétricas de plagtoclásio e sericita. A biotita é o máfico
principàI, frequentemente alterando-se para clorita, ambos com palhetas q'ebradas e

ãeformadas aisociados a titanita, epidoto e muscovita (l\{icrofoto 8).


\

¡i
¡

v
vv
uu (
ivz/
,,.
.z
\\ O
É: IOO ¿OO loo t
!" yPz
P2 Esc, Ho¡, I I 5, ooo
b Esc. Vsrf. l : 5, OOO

Esc. ¡ 5O

LEOE¡.]DA

.{

F iguro - 2l
Plonìo (Cl )
a. Secc6'o Es-
J' quomo'l ico (Dl ¿óoo¡¡o
po de Sortinho'MalupÒ'
(el frenlo Trev¡$pn
REPRESENTAçÃO ESOUEM A,T ICA
GARIMPO DA SERRINHA.FRENTE DE TREVISAN

s 4õ E

-)()OØ77;-;^ì--^
".-1'-l7ia'(
lÁ\'"/:i/í'. - .* ,./,#) /'*
il:".'. i(ñ,ïltYi:'...;/!i{/' -'. l,t/',,'-\
.** .
iàà::í.¿'/;r/. -- ,,!'. **. **
,"**'/*Y1\*/'//'' ** 7i'2f/o/' /'" , *

SEçÃO ESOUEMA,TICA
ã,5C ¡q L Á I l, ¡50

artvot d. nivol ( oauidi.tâncìo tO ñ1., )

l-;---I
l*l
['l]
--Vo7-1
I /:tr I
F¡c 2t (c)
74

?/

Foto 8: Arnostra MP - l0/ll/12, Aspecto das cristas garimpadas no contexto do


Granito Matupá. Garirnpo da Serrinha.

T
¡t

r,,tI

iç'{.
f-'
::t'1 fa
'1J tr:l íJ
Microfoto 8: Amostra MP - 0ó, aumento óó,15, NX,
Detalhe de biotita gtanodiorito com microclínio pertítico com
gerninação arqueada, englobando sericita, e em contato com clorita,
75

A
Flg,22 : D¡agrãmä QAF dos Granttos l'lldrolðrmolizädos T¡Po Matupá.

I PAl48 Monzogranito com Epídoto e Clorita


2 MPO3 Bi otita'Epidoto Monzograllito
3- MP07 Biotita Monzogranito com Clorita e Sericita
4 MPIO Clorita-Pirita-Sericita-Quartzo Monzonito
5 MPI2 Pirita-Calcita-Sericita Monzogranito
ó MPO6 Cl orita-Sericita Granodiorito
7a MPSR 03a Biotita Granodiorito
7b MPSR O3b Epídoto-Biotita Monzogranito
8 MP22 Biotita Monzogranito com Sericita e Epídoto
9 MPO4 Sericita Monzogranito
l0 MP 05 Clorita - Sericita Granodiorito
1l MP12a Quartzo Sienito Pegmatítico
Táb6lâ 8: Anól ises $rfuiaôs, norms (GlPll) o noda Porq os Granitos llatupá.

{ lÀrnos ip-07 lp- l2a Nor- I Âmos- tp-O7 tp- l2a llp-05
Itra na ltra
S¡02 66.9 Rt. 6 61. 2 ouartzo 26,27 17,08 ?.2, Og
Alz0o t4.3 t9, 3 21.7
Fs203 2.O 8.O 2.3 ortoclás¡o 31,35 3¡¡, 90 47,27
FoO 2.1 1.2 0. 53
Cr0 2.6 o.26 0. 07 Âlbltô 22,23 2?,3S 13. t8
1.3 2.2 1. I
ilt9o 2.6 2.5 1.6 Anort ita 10,91 0, t9 o.23
Kz0 5.2 5.4 7.7
tn0 0.2 o,2 0. 05 Cor I ndon 0,62 s, 87 11.24
T i0z 0. 66 0. 33 0. l0
Pz0s o.æ o.17 o. 02 Hiperstenlo 4, A2 5.52 2.85
F 0.3 o, 12 't, 64
P, F. t. 35 5.51 llagnot i te 2,96 3, 78
s o. 18 t.6
I lneni te l, 28 0, 67 0,20
( ppn)
AÞat ¡tâ 0. 70 0, 43 0,05
69 25
s Hsnat ita 5,89 t, 26
[u t.81 3. 5-t N
Is {al¡ta 0.01
:u
tb A {ofsllnâ 0. 20
Zn 1
-a êlor ¡ts
'l¡ L L I
|r l7 l3 ita o sor¡cltâ
l¡ 24
Ionlogranlto
¡i N
lô 38
l0
I
to
tq e Epidoto
gr lto
tco

ModalAro! lþ05 rþ0i b12 tþ12e 1{pO3 ilp04 þ0( tþ1( {oSr lloSr
Itrâ )3a 03b
ouartzo n 30 20 t5 30 30 30 15 30 40 30 30
Fs ldspato l0 30 35 75 30 35 16 rl0 30 t6 27 30
Alcrlino
tl¡siocláslo 05 25 03 05 É 02 x 1Ä 25 35 26 30
t¡ ot ¡ta 05 05 x x 06 05 o7 x
:lorita 05 03 I 01 X 10 05 0l 0l 02 o4

Sor lc lt¡ õ5 03 l8 05 03 30 40 20 04 03 02 01

I'itan ita 01 04 01 X

tp¡t iÌq x x x x x 0l x X x
doto
Ep i 02 05 01 03 01 05 ø
Z¡roão x 0l X x
Ccrbonáto x t0 X

Fl uor ¡t¡ x
Plr it¡ 03 05 05
0pâoo6 X 01 X 0l 01 x 01 x 01

Logonda:
Ànól isos ouf¡lcas no GEOLAB
AnCi ¡sos ci¡f¡lcas no LAI{ lN/CPFll
Não dötâctrdo
ilànor q¡c o vrlor reoistrado
lineraf cor ¡oda < 1Z
77

Entre as variedades petrográficas do granito Matupá, situadas, no


campo dos monzogranitos e quartzo monzonitos (Figura 22), verifïca-se que, ao
incremelrto progressivo das trarrsfor¡nações hidrotermais, associa-se uma nova
paragênese ¡nineral de alteração. No caso, os tennos parcialmente transformados
- -
(biotita morrzogranitos amostras MP 07l13ll8l2ll22; epidoto biotita
monzogranltos - amostras MP-SR - 03b e MP - 03, e monzogranitos PA - 148)
constituem rochas de coloração cinza a rósea, com tons erverdeados, textura
hipidiornórfica, equigranulares, de granulação média, ou inequigranulares a
porfiríticas, cotn fenocristais milirnétricos de microclínio de cor rósea.
Os tennos mais transformados, caso das amostras MP-05/l0ll2l23 e
MP-sr-03a; são rochas de coloragão cinza-esverdeada, equigranular fina a média, ou
porfirítica, textura granoblástica, com I a 5o/o de pirita disseminada.
Os tennos pegnatíticos (l\{P-l2a/23a) ocorrem como bolsões ou
níveis, dispostos ao longo de anisotropias estruturais preferenciais, balizadas pelos
granitos hidrotennalizados pintosos e auríferos (Figura 2l; Foto 9).
Os processos hidrotermais superimpostos são do tipo clontização,
sericitização, carbonatação e piritizaçâo, eom provável enriquecimento em K, COz,
Na, S, Fe, e Au,

ty.
*--

Foto 9: Granito Hidrotermalizado (MP - l0/l 1) com níveis pegrnatíticos (MP - l2).
Granito Matupá.
78

Entre as transformações observadas no granito Matupá, a


microclinização pode ser facilmente constatada através de texfuras microscópicas,
onde o feldspato potássico, no caso o lnicroclínio pertÍtico, ocorre como
megacristais de conlomos in'egulares, com inclusões de biotita, quartzo e
plag:oclásio, este itltilro por vêzes subidiomórfico com as bordas corroìdas. Nos
niveis pegmatíticos, observa-se no microclínio pertitioo intercresçimentos
milimétricos de plagroclásio (albita - oligoclásio) e ainda a presença de mirmequitas,
sugerindo a existência de processos de sLrbstituição de plagtoclásio por microclínio
(cf, Deer, Howie e Zusstnan, 1981), Destaca-se aillda a alteragão dos plagroclásio
para sericita, epidoto e calcita; e da biotita para clorita.
Observa-se que llas porções fortemente hidrotermalizadas do
Gra¡ito Matupá, onde existern rnineralizações auríferas do tipo disseminada, os
tipos petrográfioos, apresentarn, sem excegão, inúmeras feições de deformação
cisalhante de natureza dúctil-rirptil Dentre algurnas, citamos a existêucia de grãos
de quar-tzo estirados e recristalizados, co¡x inoipiente formação de sub-grãos,
lamelas de clorita e sericita defonnadas, palhetas de biotita oom as bordas
quebradas e fiaturas preenchidas por carbonato, sericita, quartzo, clorita e Óxidos
de ferro, Tais evidências sugerem estrcito relacionamento dos granitos
transformados tipo Mafupá, com turra fase de cisalhamento transcorrente, de direção
geral E-W, de natureza dúctil-ruptil, e aom a percolagão das soluções hidrotermais
em uma fase tardi-a pós-defbrmação.
Em princípio, os proÇessos hidrotermais que afetaram os granitos
são tardi a pós-rnagmáticos, Os diques e apófises de microgranitos, riolitos e
granitos pegmatíticos, provavelmente çorelacionaveis ao magmatismo Uatamã, que
interceptam os Granitos Mafupá, não apfesentam evidências sigrificativas de terem
sidos responsaveis pelo aporte dos fluídos hidrotennais mineralizados que
transfonnara¡n os Granitos Matupá.
Enfretanto, cabe realçar a existência de alguns dados que sugerem
rrma eventual conelação do evento Uatumã com uma fase metalogenética aurífera,
no caso, nos reportamos aos seguintes pontos:
- os corpos do Granito Mahrpá identificados no mapa geológtco
(anexo 0l) localizam-se na eneosta norte da principal área de ocorrência de rochas
pertencentes ao Grupo Uatumã;
- observa-se localmente, um tnaior enriqueoimento em ouro no
contato entre as wlcânicas riolíticas e os Granitos Matupá @igura 2l); e
- existem litótipos provavelmente pertencentes ao Grupo Uatumã,
constituindo muteralzações auríferas na região garimpeira do Planeta, município de
Apiacás, confonne observações pessoais deste atrtor e descrições efehladas por
Maraui e Veiga (1985).
Os dados petroquimioos (Tabela 08), apesar de pontuais, indicam
que os glanltos Matupá são forlemente peraluminosos, corn indíce de aluminosidade
acima de 2,0; segundo critérios de Shand (1951;in Gastal, 1988), parâmetro que
79

reflete o enriquecirnento ern minerais micáceos, com empobrçcimento em cálcio.


Estes granitos mostralr-se pobres em Na2O e CaO ç relativamente ricos em NzOl,
K2O e Au,
A partir da rnineralogia essetrcial de provável composição
granodiorítica, vcrifica-se que o plagioclásio (oligoclásio) foi intensamente
transformado em seriçita e epidoto, e tambérn substituído pelo microclinio,
evidenciado pela presença de bordas conoidas, O feldspato potássico representado
pelo mioroclínio, ocorre tanto na tnatriz, preenchendo interstícios e assimilando os
plagioclásios, corno na forma de pórfiros (0,5 - 4 cm), pertíticos, com
intercresçimentos mifi métricos dç plagroclásio.
Em algurnas zunostras de granitos hidrotermalizados, de coloragão
cinza-esverdeada (pontos MP - 05/12), com expressiva quantidade de pirita (5 -
l5o/o),em formas cútbicas rnilirnétriças, a presença de calcita (5 - l0%), associada a
clorita (10 15%) e sericita (15 - 20%), sì.rgere que os fluidos atuantes na
-
microclinização, ao desestabilizarçrn os plagloclásios, liberaram cálcio para
formação de calcita, com CO2, S e Au certamçnte trazidos pelas soluções
hidrotermais (Microfoto 9)
'
Na amostra MP 07, urn biotita granito porñrítico com clorita,
sericita e epidoto, o plagioclásio apresenta intercrescimento mirmequítico; ocorrem
como acessórios apatita, pirita, oaloita, fluorita e tttanita, este último de hábito
losangular, com minerais opacos cristalizados eln stlas bordas,
Em algumas porções mais hidrotennalizadas existentes nesses
corpos graníticos é possível verificar a existência de um zonamento mineralógico,
'
çom um núcleo central pegrnatítico, avermelhado, (MP l2a/23a) ladeado por
granitos hidrotermalizados piritosos, cinza esverdeados (MP - Q5112/23 e MP-SR -
0l), ambos tnineralizados a ouro, conforme representação esquernática na Figura
21, Outras vezes esses.granitos hidrotermalizados mineralizados ocorrem ao longo
de sistemas de fraturas ou tneslÌto na forma de corpos irregulares (Foto l0), com
coloração marroln escuro devido a alteração dos sulfetos,

5.5.3 - Granitos Indivisos


Durante os trabalhos de campo foram indentifiçados na ëttça vétrias
ocorrênçias de rochas granítrcas, cotn grande diversidade petrográfica, observadas
em afloramentos pontuais e tanbél¡ delinritadas através de fotointerpretação, com
identifioação de estruturas serni-circulares, apresentando significativo realse com as
encaixantes,
Compreendern granitóides sem condições de serem individualizados
no momento, mas, certarneutç não pertençentes ao Complexo Xingu, a maioria
deles provavelmente rnals antigos qtte os granitos Teles Pires de Silva et al,
(1974/1980), admitidos como oornagmátrcos à Fomação lriri, do Grupo Uatumã.
80

Microfoto 9'. Amostra MP - 23, aumettto óó,15x, NX, Detalhe de um granito


hidroterrn aliz.ado apresentando plagioclásio sericitizado coln inclusões
de calcita, epidoto e clorita, em sub

Foto 10: Amostra MP -


04. Aspecto geral das
exposições dos Granitos
Matupá, com as porções
mais hidrotermalizadas
apresentando cor
vermelho escuro.
8t

Dois tipos petrográficos lnereceln destaque:


Granitos pórfiros - Oconem na forma de apófises, principalmente
nas proximidades das lÌahlras de cisalhamentos preenchidas por veios, çaso dos
filões do Paraíba, Olerinclo, Donizete e Pepita; e em afloramentos isolados, çaso dos
pontos GR - 52,.GR - 35 e GR - 60
Álcali granitos - Afloraut principahnent€ em cristas destacadas no
terreno na porção nofie da área, representados pelas amostras GR ' 01 ' 13, 16 e 37 ,

São constituidos basiçatnente por feldspato alcalino e quartzo. São rochas de


coloração rósea-avennelhada, inequigranulares, finas a média, isótropas,
-
constituidas basicamente por feldspato alcalino 55 60% (albita e pertitas) e
quartzo (25 - 30%). Como açessórios oçorrem bìotita, olorita, óxidos de ferro e
sericita, Os dados petroquitnicos apresentados na Tabela 09 evidenciam çlevados
teores de sílica (75 - 17%), potássio (4,2 - 5,0%) e sódio (3,2 - 3,8%) e baixos
teores de cálcio (0,08 - 0,449/0)

5.6 - Grupo [Jatnlnã


Ocone principalmente tla porção sudeste da área de pesquisa' com
predomínio relativo de tçnnos glaníticos, associados a rochas lulcânicas, de
composição provável variando entre riolitos, riodacitos e dacitos, com intercalações
sedimentares de metarenitos e metasiltitos.
Os granitos reconl.recidos neste contexo exibem relativa
homogeneidade pefrográfi0a, ausênÇia de feuômenos cataclásticos intensos
(milonitização), apresentam-se çom coloração avermelhada de várias matrizes e
composição predominantetnente alaskltica.
Estes granitos, com çaracterísticas similares aos glanitos tipo Teles
Pir-es, de Silva et al (1980), são avermelhados, de granulometria fina a grossa,
equigranulares a porfiriticos, por vezes granofiricos ou rapakivi Na área de
ocorrência do granito tipo Matupá é freqrrente a presenga de cristas quilornétricas,
alinhadas segundo a direção NE-SW, sustentadas por rochas vulcânicas, sub-
I'ulcânicas e sedilnentos associados, adlnitidos como pertencentes ao Grupo Uatumã
(Foto l1), os contatos aom os Granitos Mafupá ou Indivisos são frequentemente
através de zonas de cataclase discretas, localmcnte com desenvolvimento de rochas
hidrotermalizadas,
Não se observou, na área abranglda por este trabalho,
mineralizações aurífçras çncaixadas em roehas tlpicas do Grupo Uatumã, entretanto,
constatou-se a existência de inúlneros stocl<s, diques, apófises e sills de rochas
ácidas a intelmedifuìas que afetam as sequênçias mais alltigas, e inclusive as
fraturas mineralizadas. Apa¡entemente, o Grupo Uatumã não condicionou
mineralizações, mas sim rernobilizações, em estruturas potencialmente
mineralizadas,
82

Foto I l: Diques e
apófises de g¡ani-
tos pórfiros (grp) e
riolitos (rl )
invadindo Granr-
tos. Garimpo da
Serrinha. Matupá.

5.7 - Stocks, Diques, Apófises e Sills


_ (:ornpreerrdeltì rÌlna série de litologias de natureza nitidarnente tardia
que afetarn as dernais sequências supracitadas.
O atual estágio de conhecimento destes corpos não permite
correlacioná-los com uniclacles similares .já descritas no Cráton Amazônico. Desta
forma, optou-se por enqLladrá-los no Proterozóico Superior, apenas a nível de
referência, pois segrlramente devern exrstir corpos agnrpados nesta unldade com
idades fora dos limites dessa Era, Os dados petroquímicos disponíveis estão na
Tabela 10,

Rochas Básicas e Intermediárias


São rochas de coloraçâo verde-escura a preta, granulação fina a
média, isótropas, ocolrelldo tìa funnas de diques e derrames de cornposição
variando entre andesitos e basaltos. J'exturalmente, podem ser tão grossas quanto os
gabros, Os cliques possuern cornprimento rnédio da ordem de 200 metros,
localmente ultrapassanclo I 000 rnetros, e espessura variando de l0 centímetros a
100 metros,
I

Tabela 09¡ Ànállsss 0ul0ioÂs Pa' Tabsla 10: Anál ¡sos oulnlacs para Gabros'
rÀ Grrn¡ tos lndivisos. Dlabós¡os. B¡sallos e Ândesitas'

Gr-Ài Pâ-02 Ps-49 Po-77 Pa-77 Pa- 146c


Gr-Aj-01 Cr-Aj 13 1l
I 1 ?

76.0 76. I 46,3 41.8 46,0 60. 5 4õ. 0


lOz TI. O

1203 12. 0 12.6 13.4 14.2 1?.0 14.2 12.5 16. 1


.ca0s 1,2 0. 68 0.62 7.9 7.2 r3. t 7.6 5.0
:oo 0. 14 1. I 0.79 8.5 4,9 6,2 7.6 8.8
0.44 8.4 8.8 4.9 6,3 9,4
:r0 0. 08 o, 42
0.36 6.2 6,4 4.0 4,0 7.0
lso L 0. 10 0.24
3.2 3,6 3.8 2.7 3.4 2.2 2.8 2.1
taz0
<20 4.7 6.0 4,2 1,2 1. g t.7 1,7 1.3
0,28 0, 12 o.22 0.29 0, 39
h0 0. 02 0. 06 0. 05
f ¡02 0. l8 0.2 0. 18 1.0 0. 83 Lt 2,1 1.7
tzos 0. 05 0. 08 0,05r 0.29 0. 67 0,85 1.0 o,2
:ra03 0. 003 0. 003 t
0.003 0, 00¡
L O. (þ3 0,003 L 0.003 0. 003
'lt0 0. l5
F 0, 044 o.77 0.032
2. 55 1.6
r, F, l.3r 0, 009 0.99
s 0. @5 0.009 0.005 o,22

(pp¡)

2. 2'l 20
cl 83
s 0.21 0. 16 o.27
N
'r 0. 02
N o.22 N N N
Au
As
Cu 28 124 l1
Pb I I 18

Zn 70 tt 91

Lo 30 æ 30
L L 38 46 2 L
N¡ .L
Cr L L L 78 24 5 17

Bâ 240 130 54
N N
8t N

Io L 2.0 L 2,0 N

v æ2 140 200

Gr-Aj-Ol - àlarl igran¡to tâ-02 - Diabós io


Gr-Aj-13 - aloal igranito ta-49 - Gôbro
cr-Aj-16 - ¡icro alc¡ligranlto ,â-77 - b¡sr lto/qndos ito
ta- l¡l6c - basalto con Porfiros
dã Pl ag ioc lqs lo

Logonda¡

t - Anál iscs çtfricas no GEoLÀB


2 - Anál lscs $¡lt¡càs no UtillN/CPRll
N - Mo dctcctado
L. Icnor q¡c o v¡lor rogistrâdo
84

Nas proxirnidades dos pontos PA ' 49150 (gabros) e PA -


143
(dioritos) é provável a existência de trtn corpo rnáfico diferenciado.
As direções preferenctais cle posicionamento dos diques são: N50-
ó0W, N60-708 e N45-508

Rochas .Ácidas
Oconem sob a forma de diques de microgtanitos, granófïros,
granitos pegmatíticos e riolitos, obset'vados principalmente nas proximidades
das zonas rnineralizaclas, no contçxto dos corpos de biotita granito do tipo Matupá
(Figura 2l;Foto I1).

5.8 - Unidade Scdimentar


ConstitLti Lrrna pilha de sedimentos clásticos depositados em bacias
restritas, alongadas e provaveltnelrte condicionadas por falhas resultantes da
acomodação de blocos oLt mesrno representando paleocanais vinculados a
ambientes deposicionais rnais arnplos, cnjos registros não são passíveis de
observagão face ao gtan de arrasamento do relevo.
Nos locais de occlmência é possível estirnar uma espessura da ordem
de 30 metros pafa o pacote, tomando-se como referência um horizonte constituído
por urn siltito femrgirroso com niveis hematíticos,
As exposições observadas permitem supor a existência de uma
seditnentação ritmica, corn períodos de aqttiescência tectônica, represelrtado por
uma sedimentação pelítica, com argilitos e níveis de siltitos, maciços, de coloração
amarelada, desçnvolvendo utn perfil de alteração com típicas argilas mosqueadas;
alternados com períodos de intenso fluxo de sedilnentos glosseiros, representado
por oonglotnerados, cotn espessttra ao redor dc I metro, que gradam para micro-
oonglomerados e arenitos ponco oonsolidados de coloragão esbranquiçada,
Os sedimentos conglorneráticos são constifuídos por fragnentos
angulosos e subangulosos, centimétricos a decimétricos, de quartzo sacoroidal e
leitoso e, tnais raralnente fragmentos de rochas graníticas. Esses conglomerados
constituem, I ocalmente, mìneral izações auríferas.
Veios de quatlzo sacaroidal de 20 cm de espesswa e atitude
N4OE/sv cortam a pilha.
A onentação dos leitos conglomeráticos sugere uma direção geral
N20-30W, para a paleo-bacia, diteção esta subparalela à principal zona de
cisalhamento dúctil que afbta a regtão

5.9 - Aluviões Recentes


Conespondem aos sedimentos de natureza aluviona¡ depositados ao
longo das principais drenagens que cortam a rcg¡ão, com maior representatividade
85

nas planícies alur.rais (A) dos rios Peixoto de Azevedo e Braço Norte, confonne
Mapa Geológrco> em anexo,
As aluviões apresentaln-se frequentemente com a seguinte
disposição, da base para o topol
Na basc do pacote alttvionar, frequenternente ocorre uln nivel de
cascalho corn fragmentos subanedolrdados de qtlartzo dispostos em um matriz
areno-argilosa, conì uma espessura oscilando entre l0 centímetros a I metro
No nivel intennediário, é comum a ocorrência dç sçdimentos areno-
argilosos inconsolidados, mal selecioltados, cotn espessura média de 2 a 5 metros
No topo do paoote, ocol're uln horizonte de material areno-argiloso,
transportado, ell avançado processo pedogenético, de coloração marron-
avermelhada e espessura da ordern de 4 metros, que grada para um solo superflrcial
rico em matéria orgânica, frequenternente com espesstlra mçnor que 1 metro.
A espessura e a disttibuição dos rnateriais deste pacote depende
principalmente do posicionalnento em relação à declividade das vertentes,
proximidade do canal da drenagem e do tipo e amplitude do vale, Pode ocorrer
ainda mais de um nivel aluvionar, evidenoiado pela presença de um falso hedrock,
86

6 - GEOLOGIA ESTRUTIIRAL

Em relação à Geologia Estrutural é possivel individualizar dois


padrões de estntturas tnais proerninelttes, que constitucm l)omínios Estruturais
facihnente caracterizados, tanto elî função da hornogeneidade e padrão
fotogeológrco das estruturas, como pela nahrreza dos tçrrenos em que as mesmas
estão superimpostas,
Nestes termos, foram definidos dois domínios estrutuais na região.
Um domínio mais antigo, com registro principalmente na região de ocorrência dos
tenenos arqueanos (etnbasamento granito-grraissico), que ocupa o centro e norte da
área de pesquisa, deuominado infonnalmente de Domínio Xingu e o outro mais
jovem, bem representado na porção sudeste da ârea, onde afloram os litótipos
pertençentes ao Grupo Uahrr¡ã, aqui denominado de Domínio Inri. Esta
terminologia está de acordo com a utilizada por Barbosa el' al' (1985)
Os dornfnios sugeridos são em parte compatíveis com a estruturação
proposta por Araujo et al. (1975) e souza et al, (1979), que identificaram três
sistemas de falhamentos na região, no caso:
-
uln sisterna rnais antigo de direção geral NW, que afetou
principalmente os litotipos do Complexo Xingu, conespondendo no caso, ao
Domínio Xingrr, proposto acima;
- utn sistetna intennediário, de direção NE, marcante na região de
ocorrênoia dos litotipos pefiencentes ao Grupo Uatumã, que coresponde à área
caracteristica do DomÍnio lriri, e
- um sistema mais jovern de direção aproxirnada E-W, que afeta
ambos os domínios e está çvidenciado, prinoipalmente no Domínio Iriri, por zonas
de_ cisalhamentos discretas de natureza dúctil-ruptil, com movimentação
predominantemente transcorrente,
Nosso entendimento é que os três sistemas citados são recorrentes e
herdados da estruturação alqueana deste terreno, É notório que os sistemas mais
antigos estão representados pelas estruturas NW e E-W, de nahreza dirctil a dúctil-
ruptil, evidenciados principalmente pelas zonas de cisalhamentos ffanscorrentes.
Enquanto isto, o sister¡a NE é sin-a pós-uaturnã, eminentemente rúptil, e afeta os
demais sistemas,
Essa subdivisão em dolninios com base no padrão estruhrral tarnbém
apresenta implicações no que se l'efçre às atividades granitogênicas, constatação já
efetuada por Barbosa et al (1985), Estes autores sugerem que o posiciortamento de
viil-ios maciços graníticos da A¡nazôlria Centro Meridional, cstá relacionado a ¡á¡eas
ou domínios estruturais definidos, coln metalogenias especificas e evolução
petrogenética caracterÍstica.
87

6,1 - Dornûrio Xingu


As feições estruhrrais observadas neste domínio são características
de platafonnas pré-carnbrianas, em especial de terrenos gtanito-gnaissicos
arqueanos.
Neste tipo de terreno existente na região, as estruturas de
formacionais geradas sob regirne coaxial, provavelmente associadas a ciclos
tectônicos anteriores, estão quase totalmente obliteradas pelas foliações
cataclásticas. Nos raros aflorarnentos de gnaisses onde é possivel verificar o
bandamento metamórfico (Sl), verifica-se que o mesmo apresenta-se com atitudes
variando entre N40W a N408, frequentemente sub-verticalizadas. Localmente,
foram observados padrÕes de redobramento coaxial tipo cogumelo, que evidenciam
pelo menos drns fases de defonnação, em condigões metamórficas cotnpatíveis com
a fácies anfibolÍto (amostra PA - 1221127).
Nas poucas exposições de restos de sequências supracrustais é
possivel constatar que as mesmas constituem corpos restritos, encravados no
embasamçnto granito-g1raissico. Nestas rochas, as estruturas primririas ou
deformacionais pré-cisalhamento são reliquiares, e o metamorfismo situa-se no
limite do fácies xisto vçrde.
No Dornínio Xingu, as estrufu¡as mais proeminentes constituem um
sistema de mega-zonas de cisalhamçntos dúcteis (ZCD) que se estendem por mais
de 20 Km, segundo as direções preferenoiais Nl 5-20W e N35-45'W (cf. Mapa
Geológico; anexo 0l). Estas zonas de cisalhamento são evidentes em produtos
oartográficos e perfeitamente identificadas no teneno através de persistentes
lineamentos estruhrais çonstituindo uma das raras expressões de relevo no
embasamento, inclusive servindo corno divisor nafural de águas, condicionando os
interfli¡vios entre os cónegos Zé Deco, Baixão Novo, Baixão Velho, Micharia e
Peteca, entre outros,
A nívcl regional, nota-se neste segmento da Província Amaeônia
Central, principalmente na ârea conespondente a depressão interplanática da
Amazônia Mendional (Figura 03), a existência de uma macro-estruturação,
configurando blocos limitados por grandes lineamentos de dtreção W-NW. O bloco
do embasamento que corresponde à depressão interplanáltica (Figura 03), limita-se
a norte çom as mega-estntturas que condicionam a borda sul do Graben do
Cachirnbo, e a sul com o Graben dos Caiabis de Silva et. al. (1980).
O padrão regional das estruturas sugere uma distribuigão en echelon
aom os binários de defonnação principais posicionados segundo a direção geral W-
NW, e as estruturas subordinadas dispostas obliquamente segundo a direção N-NW.
Este padrão pode ser verificado, tanto no ananjo espacial das
estruturas impressas no embasamento da Província Amazônia Central, que limitam a
sul este segnelrto cratônico, çolTto lta disposrção de estruhuas herdadas, recorrentes
durante o proterozóico rnédio, quando da ìnstalação e desenvolvimento dos Grabens
do Cachirnbo e Caiabis.
88

A arnbiência e posiooionamento geotectônico, associado a


distribuição geornétrica das estruturas observadas nas zonas de cisalhamentos
dúcteis, evidenciarn o predominio de uma teotônica transcorrente, durante a
evolução arqueana deste segmento cratônico.
Na área rnapeada, eln todos os nlveis de observação, sejam mapas,
irnagens, Afloramelttos ott lâminas petrográficas, é marcante o padrão anastomosado
dessas zçnas de cisalhameltto, e o seu caráter preferencialmente hanscorrente,
evidenciado pelas seguintes estruturas:
- foliações miloníticas sub-verticais;
- eixo sub-verticais de estruturas sigmoidais;
- lineações de estiramento com mergulhos sub-horizontais;
- vcios de quartzo preenchendo fraturas sub-verticais, e
- dobras de arrasto çom eixos (N30-50W) paralelos ao eixo de
estiramento (X),
f)urantç o lnapealnento, verificou-se que as foliações miloníticas e
lineatnentos rnediclos ltas z(rìí:ls de cisalhamento dúcteis apresentavam uma
dispersão significativa, tnrrrlas vezes não sendo possível identificar uma dada
foliação çomo "Srn" oLr "c", face sobretudo à longa história deformacional, com
recorrência de eventos, rotação de eixos e/ou mesmo mudanças de regimes
(compressivos/extensionai s).
O levantamento sistemático dos veios de quartzo mineralizados
(Tabelas 11, 12 e l3), rnostra tuna grande conoentração de veios ao longo das
estruturas de cisalhamentos, qtle se estendem das imediações da cidade de Peixoto
de Aeevedo até as localidades de Flor da Serra e Aragão, oonforme mapa geológico
(anexo 0l).
A partir das constatações relatadas, buscamos estabelecer padrões
de fraturameltto (estruturas planares) e lineamentos que permitissem estabeleçer
dominios homogêtreos, utilizando para tal dos modelos experimentais, sintetizados
na Figura 08, desenvolvidos incialmente por Ríedel (1929) e aprimorados por
Tshalenko (1968;in Harris, L, 8., 198ó), Roberts (1987), Hodgson (1989) e Baxter
et. al. (1991)
Neste caso, çotno o enfoque principal do trabalho é metalogenético,
definimos no aontçxto das estrutuas cisalhantes, que caracterizam o Dominio
Xingrr,5 (cinco) sisterîas mi¡eralizados, abordados oom detalhes no sub-item 7.1,
denominado "Depósitos do Tipo I"'

6.2 - DornÍnio Iriri


Ocorre em uma região restrita na porção sudeste da área, onde
afloram rochas pertencentes ao Grupo Uatumã e ao Granito Matupá'
Tdbeli llt f ílõ.s q¡do ¡¡ rr¡i[o ds (¡¡rutü rlo lbtc

(ås; lçrlflcr lctñL ll! t'bglo


T,helà l¿r tilürÉ N¡psãdûs n¿ regil0 dû l'?in0t0 de A¿suedo,

lLl
g, hn

Pv, g

?0 pv, {

03

ûr<r (t{r¡fic¡r ¡ lecrnd¡ n¡ l¡bpl¡ 13'


fócló 13 : filúe5 E¡itË tl. regiÍo & ll¡l$É.

tn rqfiúi$ðcão It ¡t'rdo .rrPf r


_
f ¡po' l.irbq à- or i?t tofùd i- 'üòfo_ lgFnto l6so_ Àlo btr¡rezo d¡
[,or¡ I ú¡r nntro lo{ iô trí¡ io hda lG" le5e riðdo Ào ve iq odr¿ çnc¿i-
(Gt) ,ôrrå ueiqt pll cd¡l roger (t) (ppr) ¡mtc

ldo d.r sodc ñì1./5t Ir-3) 5m 0l 3{,? 5-5m l2 tYt AS-t?0 SericitizacÍo I iot it¡
$-(p i
(rfr¡rlo 0? 9¡ cô òrb{l i I irùcio ¡ od¡ú ¡t(
C16 it h¿do
(rildìitiro) tb{àbàs icô

þ9, tq! 0í $.{ t0 P/ r clì Soric¡tizôção 8¡ot¡tå


þ-0E f il&' dr
I iriv¿ 0?

Mlf/ g Ser ¡cìtlrðç[o Siotit¡


fil¡o ?fts¡ þm m ?ù-fr) f)? pv ( tiïà )
þ"?r
úcrô ldo Í{ü/ !.0
?lllt
Juúez 6ül/ t0 m m 3,¡j f5 5ericitiz¡do i¡¡rito ci-
b-?a ( l.opo ) iolh¿do c¡¡
Jüìes ?llf Sil¡fir¡çÍo rp idoto

þ-es Cidtrro t¡.?5{ ÍFt) 6B ß 0?.0 't0 t3 0 Solo

,t5-{3 ¡tq
b-?ô lârsorto m/ t5 tm u5 04 s,0v 5ilificacõo i.aD
i:s¿ lh¡dq
TStf

þ-27 filfo ft - /sv uì lm ott pv ericiliradø ruilo


.¡rllhðllo
CGstû

{ m pv ericil iz¡do ir¡r¡r ¡to


b-31 f¡ lEo d¡ ßft/ Ð ü) 05
li¡¿ lh¡do
tltem ?ll]

Leteodoi ut¡liz¡dôs nô5 tüb{lò5 doc filt¡: c¿d¡strodç

l-f¡rcÈsÀy
? - llc.r.ìrl ,¡tlicå
¡ - D.dG'ótidc rle (r¡re¡ filho, t.t t. ( tSEs)

lipolor¡¡ doç w¡cl


01.'oiritcro -- ¡ciçn¡, ø r¡is do 5, dc piri{a vi¡íwl'
m. i¡redrddo - cü frùs¡r¡16 ql$rl6c.
03. cisðlh{do o textrr¡.r ibbst,.Elm iolinoc
ll{- s¡croid¡l - cq qlog f lnG, friåveis'
05. leitco - roclø, c¡hr¡nçiç¡tlo
ñ. iàJirtoli¡¡do -- fl;iB qriùizo pollgmôis, pir¡ridois
q b¡rd¡s¡hde crc'iciDnto
ù?. bdd6do
ú. iltoit¡¡¿o - t¡r sios do q¡drt¡o estirðdc, ¡iroid¡is.
tÈ. iisi¡"t ''ir id¡el<r¡ cÐ wic sip¡d¡¡s
nr¡oôr*r¡ ¡imr¡ll À¡ - qro 9t _ golgn¡!
ov - olril¡ r - Dlibderitô
ó -'colcoP¡.¡to Po - Pirrotitõ
¡q - Dlùcl¡¡tô se - sericitð
cc - c.lGitù he - tìeùt itð
o¡ - q¡r it¡ ¡r - ríx idæ th slgõ¡s
bo - bqnit¡ 9 -- ¡ætitalôr ild
5 - mxofre Ð eËPccu
(à - c¡-bûôto
93

Nesse sub-domínio, observa-se que as estruturas mais antigas estão


representadas por zonas de cisalhameltto discretas com direção aproximada E-W,
de natureza dirctil-nrptil, sem expressão topográfica, às quais associam-se alguns
veios mineralizados posicionados eln sistemas de fraturas de cisalhamento
subordinados. As fraturas onde estão alojadas as mineralizações do tipo veio de
quartzo ocorrern preferellcialmente segundo as diregões N40-70E e Nó0-85W,
conforme a Tabela 13.
A feição estrutural superimposta mais marcante, entretanto, é um
persistente sistema de linealnentos, coln direções geral N35-458, sustentados por
rochas graníticas, balizadas por diques de diabásio e vulcânicas ácidas com
sedimeutos intercalados, perterrcetttes ao Grupo Uafumã.
Ainda nesse dornínio, ocorrem dois sistemas de falhamentos, Qom
direção N45-508 e Nl5-20W, que aparentemente cortam as demais estruturas.
94

7 - DESCRIÇÃo oos noPÓsnos

Os depósitos auríferos identificados na região foram agrupados em


três tipos principais, ern função da tipologla, morfologia e contexto geológico em
que estão inseridos, Os depósitos do tipo I estão vinculados às estruturas geradas a
partir da evolução das zonas de cisalhamento dúcteis que afetam principalmente o
Dominio Xingrr, Os do tipo II são filoneanos associados a pequenos corpos
intrusivos, possuem clistribuição restrita, e feições de cisalhamento discretas. Os
depósitos do tipo lll constitueln rnineralizações do tipo disseminado ov slrtckworks,
alojadas em sistemas de lÌaturas dispostos principahnente em granitóides
hidrotennalizados, definidos como tipo Matupá, no contexto do Domínio Iriri.
A relação dos filões levantados dentro do limite da área mapeada
com suas características rnais importantes estão listados nas Tabelas 11, 12 e 13 '

7.1 - Depósitos do TiPo I


O padrão de distnbuição dos corpos filoneanos ao longo das
estruturas cisalhantes principais, associado aos dados estruturais obscrvados em
catnpo, foram os critérios utilizados para caracterizat os sistemas mineralizados
sugeridos neste trabalho.
Nestes termos, os sistemas principais de fraturamentos, que
constituem rnineralizações filoneanas, são descritos a seguir:

- Sistema Paraíba
- 7,1 ,1
Constituem veios posicionados ao longo de fraturas de
cisalhamçntos destrais, antéticas, balizadas por marcante foliagão milonítica, com
atitudes entre N00-05W A disposição geométrica destas fratwas, com relação aos
binários de cisalhamentos regionais, não estão perfeitamente definidas, Em
príncipio, se trata de fraturas de cisalltamento do tipo "P' ", conjugada a "P", com ol
na bissetriz (Figura 08).
A disposição geométrica das principais estruturas deste sistema está
sintetizada na Figura 23,
A interpretação dos elementos estruh¡rais sugere a cxistência de
várias gerações de veios de quartzo, destacando-se:
rrDrr rrPrr'
- veios cisalhados ou brechados sub paralelos a fraturas e
- veios de quartzo leitoso bandados e sulfetados' que constituem a
mineralização principal do f,rlão do Paraíba, dispostos segundo uma
fiatltra "P' "; e
DtsPostçÃo RELATTVA 0OS ELEMENTOS ESTRUTURAIS
NO SISTEMA PARAI,EA E FILÃO DO MINEIRO

t7o P rao 190

NE

I t¡o 2to
\ r,l
t20
't00

tlo
aao
r
roo'!i
f 2êO

I
{
270 E

5to

SE
120

to
200
20

DI AONAH A PO LAR
LrNEAçõES / sUP¿R Fr'CrE9

LE0E 0Á
^1
Sønl¡do do totaço'o dos olrmontos
¡
X--l- Etto de êttttoñe^to I dobtot d. ottosto)
I -
Z //1í Et to de .n att t oñant o

F ig 2'
96

- vçios pegmatlticos sub-paralelos a fraturas tipo "T",muito


provavelmente gerados concomitantemente às iryeções graníticas
que truncam as sequências cisalhadas.
A disposição dos diques de drabásio e apófises graníticas,
nitidamente tardjos corn relação à deformação cisalhante permite propor duas
interpretações para justificar o posicionamento destçs corpos ao longo das direções
N05-l5W e N40-50E.
Os corpos dispostos ao longo da direção N05-15W, sub-paralelos à
fratura prurcipal onde está alojado o filão do Paraíba, devem esta¡ ocupando
descontinuidades estruturais geradas previamente por foliações cataclásticas tipo
"sc" (Figuras 08 e 24) reativadas duraute fases distensivas tardias.
Os corpos posicionados segundo a direção N40-50E (Tabela 14 e
Mapa Geológìco, em anexo) provavelmente ocupam fraturas rrT'r geradas
localmcnte segundo sistçmas subordinados às fraturas do cisalharnento "P' ",
pertinentes ao filão Paraíba (cfì Mapa Geológlco, anexo 0l).

7 ,1.1 .1 - Filão do ParaÍba (Pa-88/89)


O filão do Paraíba atualmentç em exploração pela Cooperativa Mista
de Garimpeiros do Vale do Peixoto, em associação com a mineração Itaubí,
consiste de um corpo filoneauo com pelo menos três veios sinuosos e ramificados,
que intersectam zonas silicificadas, corn extensão da ordem de 1,000 metros, atifude
N05W55-85NE, encaixado uo embasamento granito-gnaíssico-anfibolítico, com
desenvolvimento de expressiva zona milonítiaa ao longo da fratura, conforme
mostram as Figuras 24,25 e26.
Durante a atividade garimpeira, iruciada em 1988, este corpo
filgneano foi explorado em toda sua extensão até uma profirndidade média de 10
metros (Foto l2), quando então verificorþsç que a espessura e os teores da
miueralização variavam significativamçnte eapresentavam-se mais enriquecidos
em pelo menos três pontos ao longo do filão, configurando ore shoots de formas
tabulares.
Ern um dos ore shoots qu,e é objeto de garimpagem a uma
profundidade snperior a 70 metros (Foto l2), nota-se que o minério sulfetado e
bandado está condicionado a uma encaixante básica propilitizada, que çertamente
foi um controle importante na deposigão do ouro, similar ao verifioado em v¡irios
outros depósitos do mundo, (Phillips, 1986; Groves et al, 1987).
Nos raros afloralnentos, cavas e poços de garimpo existentçs nas
imediações deste corpo fìloneano foi possivel constatar que o substrato geológico é
do tipo granito-gnaíssico a glraÍssico, de composição g¡anodiorítica, com bandas
anfibolíticas orientadas localmente, no ore shoots principal (Foto 12) segru:do a
direção N60-65W, com espessura máxir¡a da ordem de 25 mehos.
PLATYTA ESOUENAíTICA DO F'LÃO DO PARA(BA
ESC,âLA
æ-'-'

-éb t

EGE¡¡OÂ
Ê-æ ve ios de

N
o
Ç,
s€'cçao GEoLoG rca / ESOUEMAITICA
FILã O DO PAR A i BA

ESCALA I I 250
OESTE
B r- Esrg

Oùr; þ veio arl4' 6rogetødg,

LEOENOA
glrott ¡ro oovo pti¡'çipol

E
r¡l
þl
I--:lI
t"t
r .l Holo t.ticittco com cotoclo.e ditcroto no! ototinidod" tlo v'lo'
l'..--.-

tr; xolo m¡loñ,¿rico com ôondo! p¡opilílico! da alotilo, aÞldotQ ¡ oorbonolo dllaro'
do o boñdo! ! ù b m r I ¡ r¡ o ' , r i c o c¡r¡ so.iorilo, quo(tto . corboñator hÍdrolcrmoliio da
n.t d bo'! ¡col PA - 8€ d )

tr- B otdo. d. cirol¡omrn lo.

FT Áhliùolilo cin¿o e!cl/.o o g.var4oodot com òondomtnio f¡rio oorñ ño¡¡blanalo llrañolilo,
ap¡dolø.), plagloçlo¿¡o l.atiotilo )¡ oo¡¡oto I PA-l4gt,
Fis.- 25
DETA LHE DO VEIO DO FILÃO DO PARA I,B A

0¡o¡t!a oi!olàodo ollorodo


þ
^.^r---¿- -tææ,-..-.r --æ-æ-Ãr.-^r-..-^,_
vato cta Quotlto bondodo .ullalgdo (ñln.'tlo )

Ã,^...,\.\.È+¡
-^,

a- æ t-þ t\' ¿ d ¡Àl r\'.\rr\


a4-^.æ¿ ¿ rw t\r, arr,,\, P "'^' ^-
- ^r, -
r^r N æ^¿--
.>

o'o a'2 O'4 nl


æ
OENOA

4 Epldolo - oatbortolo _ quo¡l¿o 'alolilo ¡ltto


.ubtdionott lao. dl.poaloa rocundo o toÌioîÚo
milon lllco con plt¡lø¿
ítiloìillco lPA'e8ol

E Molo bÉ'!ioo h I d t o I a t ñ o Ì i , o d o çon quor,.ol4oo/o), clot llo 13o o/o)¡o\ido


la(to I t5o/o) | søtictto llo o/o I tplogioclosia lSYo) a oPøco. (PA-88d)

m Foliojõo milonit¡oo
60 tV / 66 /VE.
t'/
inclicondo nov¡Ít.¡loglo

rE F ta - 26
100

Foto 12: Aspecto da cava do filão do Paraíba, realçando os níveis anfibolíticos


aflorantes na boca do poço principal. (PA-89).

Os anfibolitos situados lras proxirnidades do veio apresentam-se


com bandamentos milimétricos e transformados lúdrotermalmente, com
plagioclásios sericitizados e honlblenda alterando-se para epídoto e hemolita.
Ao longo da direção do corpo ocorrem faixas de rochas metabásicas
localmente cisalhadas e com a paragênese transformada pela interação com as
soluções hidrotennais. Estas rochas oconem como encaixantes dos vários tipos de
veios, zonas de silicificação e bandas de cisalhamento, em todas as escalas de
observação (Figuras24,25 e26e Fotos 13 e l4),
Nas galerias abertas pelos garimpeiros é possivel verificar
claramente que tanto os veios corno as bandas de cisalhamento cortam as rochas
metabásicas, evidenciando que estas rochas devem ter preenchido a fratura nos
estágios iniciais de geração, sob condições muito provavelmente distensionais.
O detalhe do veio esquematizado na Figura 26 apresenta pods de
rochas rnetabásicas intensamente hidrotermalizados, locahnente com foliação
milonítica bem desenvolvida de atitude N60W/ó5N8.
Os corpos grarrÍticos posicionados ao longo da estrutura parecem
estar restritos às proximidades do filão, na forma de apófises e pequenas massas
alinhadas preferencialmente segundo a direção nordeste,
I t18'1
101

A presença de apófises cle granito pórfiro, com enclaves de


metabásicas, apareutelnente scm evidências de çataclase, sugere o posicionamento
de corpos graniticos e enxames de diques básicos, provavelmente associados às
condições extensionais, çartamente prevalecentes eom o abrandamento dos
esforços cisalhantes (Figura 24), essa atividade granítica provaveltnente está
^
vincr¡lada uma fase rirptil, com alojarnento de veios pegmatíticos estreitos (l a5
cm), de direção geral N8OE/SV, que çortam a foliação milonítica e o veio
mineralizado principal (Foto l3). Estes veios possuem coloragão rósea e são
constituidos por feldspato potássico, pirita, biotrta e mais raramente, carbonato,
molibdenita e bomita, Fraturas tardias de direção geral N60W 65NE, sub-paralelas
às fraturas "P" (Figura 23) e ao alinhamento de um dos sistemas de diques de
diabásios, ocorrem preenchidas por pirita, calcopirita, çarbonato e biotita, cortalldo
os veios pegmatiticos e os milonítos (Foto 13)
Os halos hidrotermais acompanham a esûutura filoneaua, setrdo
mais intensos e possantes nas irnediações das bandas de cisalhamentos.
Nas galerias abertas pelos garimpeiros nota-se um halo mais extemo
desenvolvido principalmente nas elrçaixantes gnaissicas, dos tipos silicificação,
sericitização e potassificação (FK). De fonna rnais looalizada, observa-sç um halo
mais illterno, com Çerça de 5 a IOm de espessura, característico da alteração de
rochas metabásicas, do tipo propilítico, com carbonatação, cloritização e
epidotização (Fotos 13 e l4). O halo sulfetado, restrito às zonas rnineralizadas,
compreende as encaixantes miloniticas sulfetadas, os veios de quartzo bandados
sulfetados e os veios de quartzo sacaroidal a brechados, piritosos, estes últimos
observados apçnas na extremidade norte do filão.
O veio principal tem espessrtra de 0,3 a lm, e localmente apresenta-
I
se bandado, com leitos de a 3 crn enriquecidos em pirita e calcopirita, com
per-centuais de até 30%o; o percentual médio de sulfetos no veio oscila entre 1 a 5o/o
(Foto 14)
O veio principal trunoa localmente a foliação milonítica, englobando
fatias das encaixantçs, evidenciando o processo de crqck.reøl e sugerindo que a
fase rnineralizada principal é tardi a posterior ao evento cisalhante dúctil (Foto 14).
A presença de sulfetos associados ao minério milonitico, ao veio
principal, ao veio pegmatítico c às fraturas
tardias evidência várias fases de
deposição de sulfetos, e portanto um prolongado período de circulação de fluídos,
atcstado pela presença de expressivos halos hidrotcrmais.

Descrição de Seções Polidas


No filão do Paraiba, amostras do minério sulfetado provenientes de
galerias abertas a profundidades de 35 (PA'89 'a/blc),42 (PA-89d) e 48 metros
(PA-89e) foram objeto de análise microsoópica, com a seguinte cuactetização
pehográfica:
t02

Foto 13: Amostra PA ' 94a, Contato entre halos de silificação e propilítico,
rnilo¡ríticos; ambos truncados por veios pegmatíticos de cor rósea e
direção N80E/SV

Foto l4'. Detalhe do vero do Filão do Paraíba, a cerca de 70 metros de


profundidade, cotn expressivos halos rniloniticos. Foto com visada para
sul.
103

P\-ï9la,hlçlgl - Nestas secções, é possivel observar requícios de


bandarnentos corn leitos rnilirnétricos de quafzo leitoso (30 - 40%), altenlado com
níveis de sulfeto (ó0 - 70%). Ao microcóplo, verifica-se qr¡e os minerais opacos são
principalmente pirita (65 - 90o/o), calcopirita (10 ' 30%), magnetita (Tr - 5%),
calQocrta (Tr - 2%), bisrnutinita (Tr) e ouro (Tr) A pirita ocone tanto na forma de
gtandes cristais subidiolrórfìcos, em lnosaico, como associada e/ou incltrida na
calcopirita e esfalerita, sob a fon¡a de pequenos cristais. A calcopirita apresenta'sc
com fonnas anedrais, circundando e absorvendo os çristais de pirita, e ainda
preenchendo íìaturas, aoln inçlusõçs e ex-soluções lalnelares de calcocita A
magnetita oçorre cotno grãos anedrais, associados à calcopirita, configurando
bandas, com inclusões de pirita. o ouro, na fonîa de gotas sub-arredondadas, de
cor amarelo fofie, oÇorre col.llo inclusão, principalmente na pirita e

subordinadamente lta calcopirita, com gtanulometria da ordem de 70'120¡t"

PA-89d -
Pirita etr grandes cristais com lilnites angulosos sub
retangulares, evidenciando Çolltomos hexagonais, similar à piritas geradas a paÍir
de pirrotita, ou lnesmo delineanclo pontos triplices, característicos de proÇessos de
recristalização dinâmica, A calcopirita ocone preenchendo fraturas, associadas a
raros cristais de esfalerita, O ouro ocorre na forma de gotas (40 a 80¡r), incluso na
pirita e calcopirita,
.
PA-89e Pinta etn grarrdes oristaìs subidiomórficos e calcopirita
xenomorfa, O ouro em micro partíçulas (45 a 60¡l) na ganga quartzosa'
As relações de contato e paragêneses minerais observadas sugçrem
que a precipitação de pirita foi seguida de cristalização tardia de calcopirita
associada a magxetita e esfalerita,
- A presença de magnetita evidência a
existência de soluções
submetidas a condições de rnédia a alta ftlgacidade de oxigênio, confonne Seward
(1984) e Roberts (198?), concorrendo para o decréscimo da atividade do enxofre
reduzido, e consequente queda da solubilidade do ouro, eventualmente transportado
na fonna de tio-oomplexos, A deposição do ouro nçstas condições pode ter sido
incrementada pelo aumento do Ph. em ftlnção da perda de CO2, através de reação
com as encaixantes (carbonatação), otr mestno pela redqção na atividade do cnxoÍÌe
reduzido, devido a reação de H2S com feno das enoaixantes básìcas, para formar a
pirita
Segundo Bateman (1965), a associação pirita, magrretita, calcopirita
e esfalerita indica temperaturas de deposição relativamente altas a intenxediárias,
provavelmente na fhixa nlesotenîal, A presença de ex-soluções lamelares de
ðalcocita na calcopirita evidência a attlação dos processos hidrotçrmais tardios, em
temperaturas inferiores a 105oÇ.
7,1.2 - Sistenra Mineiro
Compreende os veios de quartzo auríferos posicionados dentro das
zonas de cisalhamentos dúcteis, apresentando formas sinuosas e frequentemente
com veios de quaÍzo cisalhados, sacaroidais ç/og brechados. Os exernplos rnais
expressivos são o filão do Minerro (PA-s3), o filão do Manelão (PA-34) e o fìlão do
Domingos (GR-07)

7 ,1.2.1 - Filão do Mineiro (PA-81/83)


constitui um çorpo filoneano com pelos menos dois veios principais
singosos, çonfig1rando rttn "S", çom extensão da ordem de 1.500m, encaixado em
rochas granito-g;ltaísslcas cotn enclaves de metabásicas, em adiantado estágio de
alteração, Este filão for explorado em toda a sua extensão até uma profundidade
rnédia de l5 rnetros e atttaltnetlte etrçontra-se abandonado A morfologia e atitude
da fratura, cotn relação ao binário regional sinistral evidência tratar-se de uma
fratura do tipo "R", sintética, de baixo ângulo, confonre a Figura 08 e o mapa
geológico, çln allexo.
o fìlão possui direção geral N60w, e os veios são de quartzo leitoso
bandados, com espessura ao redor de 20.30cm, impregnados por óxidos e
hidróxidos de feno (Tabela l2), Localmente, observa-se qtle os veios apresentaln-
se desde subverticais até com rnergulho da ordern dc 65' para nordeste' na
extremidade ltoroeste do filão, ondc verifica-se na capa' expressivo halo de
coloração esverdeado^ coln seriÇita e clorita (Foto l5).
os milonítos aflorantes na extremidade sudeste do filão do Mineiro
apresentalî bandas dc cisalhamerlto centimétricas, dispostas segundo as direções
ñlo,zop¡sv e Nl0-l5w/50N8 (amostra PA-105/140) constituídas essencialmente
poi mica branca, opacos e aristais de corindon, envoltos pol miça verde (pirofilita
il, evidenciando a formação cle uûì marundito, resultante do expresivo
enriquecintento em altttnínìo e potássio (Tabela 06) associado aos processos de
defonnação,

7 1,2.2' Filão do Dorningos/Sebastião (GR'07)


constitui um expresivo corpo filoneano que se estende por cerca de
500 metr.os, seglrndo a drreção geral N60W, dcsconlínuo ou em rosário, com pelo
menos tfêS ore ,çhoots, Çonfgrmando sigmóides eït "2", aom espessuras nA pafte
central da ordem <le 5 metros (Figura 27)
Este filão está encaixado em rochas do tipo talco-clorita xisto,
afetadas por bandas de cìsalhamçtltos anastomosadas, çentimétricas a métricas,
Çontomando porlr, dispostas sub-paralelamçnte ao alinhamento do filão'
105

,1, ,

*\b+ i:
þ:
'-t Jte
*rr*;

Foto 15: Aspecto do filão do mineiro, extremidade "N'W'", realçando a existêttcia de


halo hidrotennal do tipo sericitico-clorítico, na capa (PA-81).

Localmente, nas proximidades do veio, observa-se dobras de arrasto, fechadas a


isoclinais, cotn eixos orientados segundo a direção N50-70W, com mergulho entre
l0 a 25", As estrias nos planos de cisalhamentos evidenciam ttma movimentação
transcorrente destral, lnas a vergência dos planos axiais das dobras sugere tllna
componente inversa, prol'avelmente associada a mesma fase de deformação
cisalhante, A presença de LrÍìa floliação de crenulação com atitude N80Eó5SE
provavehnente está relaclonada com o desenvolvimento da foliação "Sc",
compatível com o provável binário destral.
O veio de quartzo mineralizado é esbranquiçado leitoso. localmente
brechado. cotl I a 3on de rlalaquita e cuprita e espessttra variando de poucos
centímetros até 5 metros. Os teores de ouro nas encaixantes são nulos (l;ire A's"scr.y)
e os teores do minério varlaraln elltre I ,5 e I 4,2 ppn (AA)'
PLANTA ESOUEMNTICA
rttÃa oo ooMlNGos / see¡srrÂo
ESCALA t;ÍOOO
olO20to

LÊOENOA

l-+ r ¡ 8ocào q!o¡l¡o loldapo'llao com bo¡!o-aa da goollttt


l+ + + I

Þiqtot ¡ttegulorot aJa tocho ûolaþolaico otlato(to


l^¡âl cotorogão o cre.

xt.lo clotlllco oom ¡lv¡l¡ onrlqu.oldo! am þiollto .


l==*-:-l o¡ido da rndngon¡a

r-l Vato tta quatlto lailoro co¡n ûoloqvll4ttuÞvçtliaol

l-=-=_l
l-^-l folco-olotllo ¡ltloa no¡lr öo¡dor da oi!olhomanto¡
107

7.1 .3 - Sistenra Serritrha


Os principais veios pertencentes ao sistema Serrinha estão situados
em uma zona lnenos deformada entre duas mçga-estruturas de cisalhalnento de
direção geral N35-40W. No tnapa geológioo é possivel observar uma inflexão das
estruturas, evidenciada pela disposição das cristas estruturais, alinhadas segundo a
direção N70-80W, subparalelas à foliação rnilonitica mais proeminente,
Os veios tnineralizados principais estão posicionados segundo
fraturas P'e R" considerando-se o binário regional sinistral (Figuras 28 e 29) e as
principais feições estrutttrais estão listadas nas Tabelas 12 e l5 '

7 13,1 - Filão da Seninha (PA-l l)


Constitui lttll çorpo sinuoso aom atitudes variando entre Nl7E, na
extrcmidade sul, a N358, na outra extremidadc, posioionado numa fratura tipo R',
destral, antética ao binário principal (Figuras 28 e 29). O filão está encaixado em
rochas do tipo biotita tonaliTos, gnáissicos, çom níveis de metabásicas cisalhadas,
alinhaclas na direção N60-70W, e apófises $aníticas dispostas preferencialmente
segundo as direções E-w e N25E Nas proximidades do corpo oconem blocos de
roçhas meta-ultrabásicas (PA-l0l), constituídas por clinopiroxênio e plagioclásio,
silicifioadas e dobradas (Microfoto 3 e Foto 3)
Quando da lawa a céu aberto, o filão constihría em um veio de
quartzo brechado, com otllo visivel associado a rninerais de alteração como goetita,
hematita, pse¡dornorf'os cle carbonatos e relictos de pirita (Foto l6) Localmente,
verificou.se bolsões cle pirita subidiomórfica em processo de oxidação, com
inclusões miçroscópicas cle caloopirita transformando*se em calcoçita, O minério é
do tipo veio dc quartzo brechado, alterado, Çom os fragmentos de quartzo
sacaroidal cimentados por óxidos amorfbs de ferro, Observa-se locah¡ente, nas
fraturas preenchidas por óxtdos de femo, texturas sequndárias tipo casa de abelha e
hox work,s, O oulo oçone tanto na fonîa de micro pepitas (500-1 1 00p)
preenchendo Íïaturas colno dentfo clos grãos de quartzo, Nos grãos reliquiares de
pirita, obsewam-se inclusões de calcopirita.
Um poço recél¡-aber"to que acessou o filão a urna profundidade de
cerca de 28 metros da superfìcie atual, expôs o veio mineralizado' confonne croqui
apresentado na planta esquemática da Figura 30, Na galeûa aberta neste poço
vèrificou-se que o veio está çncaixado em gnaisses tonaliticos com bandamento
gfosseiro, apresçntando-se Çom foliação metamórfica Nl5E 45SE e afetado, nas
proxilnidades do filão, por diques de rochas metabásicas e injeções graníticas,
localmente pegnatíticas,
O veio apresellta'se çom espessura de 30 qn, sendo do tipo leitoso,
bandado, cotn leitos piritosos de I a 3 cm de largura, e atitude N25E 70NW O halo
é do tipo sericitico e cloritico, com feições miloniticas, e espessuras da ordem de
0,5 m, disposto de ambos os lados do veio, Localmente o halo ocorre em contato
DtsposlçÁ'o RELATTvA DoS
EtEMENTOS
ESTRUTURAIS NO SISTEMA SERRINHA

\,
¡vE

230

sl{
tt\
.X
/
tõ '30

DIA 6RAM A POL A8


LINEAçöÊS / SUPER FI,CIES

x
z

F ¡9. - 28
PRO.JEçÃO ESTEREOGRAFICA DAS PRINCÍPAIS ESTRUTURAS
ASSOCIADAS AO SISTEMA SERRINHA

t6/7

.--Ð\ I -,"\*
¡ \,

\t >-
/-
I
I
I

.. 14
-r'-- -____le-----
-? ,,,/
O -."
s
DIAGRAi\¡A DE SCHIVIIDT - LAMEERT
L E 6 E N OA
Poloa do va ioa

Po tot da lolloflo mlloñitlco


¡, Poloa da dlqua! a ó90 ll!a!

Írot{¡o Ds N 75 w 70 sw

FrotutoP s l{55w 80 NE OÞr. Är otiludo. erlôo ralocionodd¡ no loDelo l5

Írot,tro p'= N 25 w 65 NE

E 80 Nw Fia - 29
Ftot urc ¡,r = N 20
PLANTA ESOUEMA,TICA
F]LÃO DA SERÂ/NHA

ESCALA
ao

E scÁ L A r l o0o
to aO lo 40 dt

DA GALE RIA

Cont1ttlo 0ô êovo
--.19'
ahû¡o do

þ *:l
T;---T-1
Â1itud. dô va

E
'o

[--l
tl

E
f t¡n
I ¡ ijl
fi-i.--iìì
l'""1
ut

i
'--:- ' '- ì''- -'^'-'-tr1"--:;:-a
'?
:'

Foto ló: Minério brechaclo e oxidaclo do Filão da Seninha, com bolsões de pirita,
pseudotnorfos de carbonatos e micro pepitas de ouro (PA- l I )'

brusco com o veio, não sendo observados restos nem fatias das rochas encaixantes
ou halos englobados pelo veio,
Associadas às injeções grarríticas, verifica-se a presença de zonas
de- silicificação e venulações piritosas, colr potassificação das encaixantes
tonalíticas.

7 ,1,3 2 - Filão do Melado (PA-1241127)


Constittri tlm corpo sinuoso, configUrando tlm Suave "2", com
atitude da ordem de N05E/80NW, extremidade sul e N25E/80NW na outra
extremidade, está, disposto ao longo de uma frafura R', destral, antética ao binário
sinistral regional, conforme (Figura 08), seção esquemática (Figura 3l) e
diagramas estntturais (Figuras 28 e 29),
O filão está encaixado em rochas do tipo biotita gnaisses tonalíticos
a granodiorÍticos, com enclaves de rochas metabásicas estirados, Nas proximidades
do corpo observa-se ilrtensos processos de potassificação das encaixantes, com
neogeração do feldspato potássico e fraturas preenchidas por pirita, calcopirita e
bornita, provavelmente associadas às injeções gTaniticas, localmente pegnatiticas,
que afetam o embasamento gnaissico.
PLANTA ESOUEMA,TICA
FILÃO DO IVIE LADO

ESCAL t 2OOO
^

\ -\--..- /(:*

\
a\<l.\4¡
-\
\+
+
---.- --\ +
/r, +\+\ r
\ rlr
r l¡r //t/
\+---l' /Yl , \-
ì/ /l \*\ *''*\
+\
N,A
N /-V
\++
\"c'
\",.
\*

\*
.I
.\l
\-\\ ït
+
\-\*
LEGENOA
+ \* \ +
--t- at¡ludo d€ Y.io *\*'
*\
L t¡t'oçdo dQ ost¡rom€nto
r6 0
l
---1-- Fofioîó70 gnol!!icq

Fo f do ooloelo'rlloo
ñ. 'lo r iø. - tt

lf +
L::-l
I

lî,--T¡
l+ +lrr I

t Þorniro
sÙlfÓlodo conì girilo!' aotGopitilo
lã v.lo d¡ quorl'o roitoûo' bondodo'
lr
Holo do ollaroçðo no cøPot toîo 4o

ção mos exlcrno'

Coñloano oPro¡lmodê da atit¡o'


asl.uluro l! ' quortra mllon¡lo! '

mltonllicoç' o'roolodô o 'onq! dt ci!o'


C rislos rq!lۖlo{tos Por rochos q0orlro
lhomtntg! r.gionoi!
ll3

O veio aflorallte lla extrernidade srrl apresenta-se pouco alterado,


coln espessrtra de cerca de 35crn. encaixaclo ern loohas tonalíticas ÍÌescas, com halo
sericítico pouco desenvolviclo e sem evidencias cle cisalhamento O veio é do tipo
quartzo leitoso com st¡lf.eto disseminado ( I a 3o/o), representado baslcatnente por
pirita, calcopirita e bonrita,
Na extrenliclatJe norte, tanto o veio conìo as eltcaixalltes encolltraln-
se extrelnatnente alteraclos. O veio, corr ouro visível e espessttra ern torno de 25
cm, apresenta expressivo halo de alteração rìa capa, oonfonne representação na
Figura 3l e Foto 17,
Aparentemente, o veio está mais enriquecido na porção central
próximo ao ponto de inflexão do filão, coincldinclo com a zona de distensão da
estrtrtura.

Foto l7: Veio de quartzo mineralizado do Filão do Melado, galeria aberta no rumo
NF,. a cerca de l5 rl da boca do poço. (PA - 124)
114

7 .1 ,3,3 - Filão do Roberlo GaÍrcho (PA- I 58/l 59)


Constitui um corpo filoneano sinuoso, com atitudes da ordem de
NlOWió5NE na extremidade sul e N25W/ó0NE, na outra extremidade. O filão está
posicionado provavelmente em uma fratura do tipo "P' ", antética ao binário
principal sinistral (Figuras 08, 28, 29 e 32),
O corpo se estende por mais dc 450 tnetros, e foi explorado de
forma tnais acentuada etn 5 pontos, onde a garimpagem evolrtiu até profundidades
da ordern de 30 lnetros, que rnuito provavelmentç contituem ore .s'hor¡|,t,
evidenciando utna morfologia em rosário.
A encaixante regional está representada por granodioritos e tonalitos
gnaissicçs de coloração cinza, com enclaves de metabásicas, foliadas e com
resquíçios de bandamcnto, pertencentçs a unidade Granitóides Arqueanos.
L,ocalmente estas rochas apresentam-se alteradas, com altemâllcia
de leitos escures miçáceos e leitos esbranquiçados, caolinizados, çom a foliação
disposta segrrndo a direção N60W/70N8
Niveìs e intercalações dc rochas rnetabásicas ocolrçm alinhadas
segundo o rumo w-Nw Diques de diabásio estão dispostos segundo direção N35-
40È, compativeis colr a direção das fraturas extensionais, tipo "T". Microgtanitos e
quartzolitos também afctam estes granitÓides nas adjacências do corpo filoneano
(Figura 32)
Na extrernidade norte do corpo afloram, na capa, rochas graníticas
rósea-esverdeadas, com epidotização pervasiva,
O filão cstá balizado por bandas de cisalhame¡lto discretas, com
atitudes Nl0W70NE e
Nl0E/70S8, e
por inúmeras superficies estriadas,
anastomosadas, com atitudes N25SE/SV, Nl 5E/65SE, N20W65NE, evidenciando
um-a movimentação predornin antemente trancorrente destral,
O minério é do tipo veio de quartzo leitoso, bastante altcrado, com
bo.rworks e pseudornorfos de sulfetos, localmente apresentando bolsões de pirita,

7.1.4 - Sistema Flor da Serra


i.
I
Este sistema está muito bem representado na região oompreendida
entfe as localidades de Peteca e Flor da Serra conforme pode ser visualizado no
fi mapa geológtco e Tabelas 1 I e ló,
I!:]

# Destacam-se neste sistema dois padrões de


frahtramento
preferenciais preenchidos por veicls de quarlzo auriferos, um com direção geral
ÑZO-SOW, balizado por possantes çstruturas miloníticas, e o outro com direção em
torno de NIQW, com feições dc cisalhamento discretas e teores de ouro mais
expressivos,
PLANTA ESOUEMA,TICA
FtLio Do GArJcHo (PA t\e/ßs)
ESCALA I 2000

\
\\

LEOEIOA

Al lleda d. dlqu.r bo"loo!


-zo"
Fotiogão î,atonollieo
750

Alllvd. ¿. v.io d. quotlro


650

r:::r
l__-l
Halo Co oll.toQío .attcftlco . çtotfttao

Vtlo da quorl¡o lritolo, öondodo com"ùox + +


$ o r ¡ s ¡ p r ! c ñ o à i d o s po¡ oïrdo d. l.tto
Ë s
¡

ouro vlrlvrt. + -+

[-! Zo¡ot dn cotooloso discrelos olclo¡ìto p¡ln-


+
olpolña,¡16 os ñ c I o I o n o d i o . I I o r , a¡D ,'J O5t{ 6O N!-
. a/xo (tr rsr o N07w/6 O
+

þt'

Eq 0iqur! da quortrolito! de groñulomrlrlo t¡no


o madlo oom lald!Þoto! cøoll¡ltodo,
,u,

l--:=:) Rochoê î,olobo'.ico6 lotiødos da gronutofio lino t


I L. è |

,,,,;,|!4
lY4 ¡t I

Oös o rrp¡.srù.o do yaro €rto'.togoto.!o Ftg - 32

i
TÆu fi: Dlsf0slçþ ffafülcâ DA5 PnlKlPlls ts ß5ÉRVÐÂ5 lO SlsIiljmÄ]r8/l
'nßÀ5

. tgl¡e (fllü.s) // "P' " s.lpqfficiss cstridò5

o¡ 0l - l$ll ñ$[ UøUSv (Deslro) tutri¡ ilfü 3S


;¡å3S-$ïtsv
;rà 8f - m$ 8ÍÉ
;âl?6 - ill0USV tl¡o de doöru de rr¡sto
bår& - ll-Ys|
r6¡Fd 300
Vql6 c ls.l.hdc,l broda toliocåo ¡ilonític¡ ( sc)

pali? - Jrnuvtmt oa tì? - lßtl/Sl


i¡ 8fl -- 160/105ll, l$üll/6Úlf
lrñtt/sv ô¿ 6l lÉül/t6ll
þò 61 - t60t/l05ll i'àtl'l - N4fl/8Û51, lõ0li 605
¡â12-- 1ß5r5lll/59
1ß5,.5
p¡5E-- Fiül/
Iriül/sv
Dàt¡'-- ß!l/
lß!l/sv
p.loE lBslr/?üf, fifiausv
lBslr/
eût15 - t?út,
t?útr66tf
tl"* ¡ dc
dc dl¡
dlùbiblo (ôl
llùbiblo (ô +dfI lÊcE 9rtìit lcÈr (gr), vsru ladhs (vl) e wlç peç¡tit lcæ (t+)

DrS((vl )M ncwsr
¡cE0((ö) ll{ f, il45t/55V
lr{otr¡ûrl,
!r{S((r) f.¡¿s665 llr
iltst $5t,
M
oa89((,¡) lt lüfi sY
i,ôfi? ((ôl il¡
iltül t6¡l
¡a5l{(vl fltÈ5Érsr
I ll(
tr58((úl(ùl

lËüü/$v
ttll( rßürsv

Ifl{l,A lli: Dls¡{tlçm g0fllìlcft 0[s mlËlFâ15 USll{rUìAS o0$fnv¡ûÀs lS Slsn$ Sfml$À

t l¡¡ 31t - 1B$l tII


2l;'. t3l - t6d¡ ûUt
s (i'nll9l - l65x 8Ír

dc $ù1ro lcitøo (filðas)


' lûios
3 lo¡ l}{) - ]lt5É ü]ll 12 t$ ?55[
¡ t;; iit- üiE
d líitddf - iøs
iûai
iù r3 m5t fiall
il{ etE, l¿gal sflr.
ï lüiñár üiú
ü lfiiñi'- ü1È

?flr
14
t5
16
Nt?t 5v
Mú 5V

ú Ì;;itai - io¡n sv. trc 8üll, rll¡a soll


ro ii,a c?) - lß01 l0l*, H?¡ll/sv

+ follrÈ rll(lìlt¡ca
5 f Þòtßl -
tnül t8(p¡tÍi) - lIlOI 5V

rr(¡òr t-*ffiËü,,**, ?55I


1(p¡ ll) - ffltl E¡5fl

t? (p¡t53) -
f ffi;[i,* *
tt (p¡tss) ' l85 l5sl

0 O¡.." * diô¡Ísio (db), Ìóf ises gÐít¡çÀ5 (9r) s *t'ì hisic¿s (i)
l8 ó (eò1531 - lßst/Sv
I c lo¡ tt) - Ell/SV
t¡ I ii,.l5(,t' lü5ll/tOst
{ ú (i¡ð tt) ' l$6{/5V

8ftÁ 16: Dtsfft$ßfi Dos mt$tpÄr$ tsft$ïnÄs 0ssfffvÂDâs qsßryu 0A $nA


r foli¡å rllolt lc¿

fik?4-ll5/8Ë
r g l?: ffií¡V î f; 16: ffiilÍ8v
¡ c. 11 - mousv I û ?o - lllül/5v
¿ G; i{ - r-r/siil 9 a¡ ?'l - tllSlusv
i ç ro - McüsY lo Gr ?3 - l$ül/8&l
12

14
('f
G'-
05
13 61 2?
0.î
14ft00-lß01/4$f
'- l90f 45all
. lSSlU6üú
lóDl/ sv iiIu.ffif
r&ll-ll?slusv
ifi1l,ffi,ff
117

Dcntro da configuração proposta, considerando-se os binários


regionais sub paralelos à borda sul do Graben do Cachimbo, as ÍÌaturas de
cisalharnento com direção N70-80W estão posicionadas segundo fiaturas tipo "P"
ou "D", enquanto os veios fonnados preenahendo fraturas çom direção Nl0W, são
do tipo "P' ", confonne represelttado na Figura 33.

7,1.4.1 - Filão do Olerindo (GR-14)


Constitui ullì corpo filoneano, com extensão da ordcm de 500
metlos, disposto segundo ttma ÍÌattrra tipo "D", com direção geral N80W, sub-
vertìcal e balizado por possantes estluturas miloníticas, Çonforme representado na
Figura 34.
O fîlão cstá eltçaixado em roçhas gnaissicas finamente bandadas que
se apresentam nas proxirnidades do filãcl, colno um xisto milonítico quartzo-
feldspatico. colî granadas rriìimétricas dìsserninadas, Rochas rnctabásicas bastante
alteradas e çisalhadas coftam os graisses e aonstituenì encaixantes do filão na zlna
mais enriqnecida onde foi atreÍo ullt poço. Localtnellte observam'Se possantes
diques de riolito, dispostos segundo a direção N40E, provavellnente dispostos ao
longo de fraturas extensionais do tipo "T", Andesitos pórfiros cinza-esçuros,
granitos avermelhados e zonas de silifÌoação também ocorrem nas proxrmidades do
filão (Figura 34).
O minério do veio é do tipo qvartzo leitoso, com cor cinza-
avermelhada devido a presença de disseminações de óxido de feno (Foto 18).

7 ,1 4 .2 - Filão do Geraldo (GR- I ó)


Constitue uln corpo filoneano col¡ extensão aflorante da ordem de
150-metros, disposto segundo uma fratura tipo "P", oom direçâo N75WSV Está
encaixado em gtlaisses cotn bandamento sub milimétrico, localmente cisalhados e
com desenvolvimento de expressivo halo sericitico,
O rninério é clo tipo dc veio de qrrartzo, bandado, sulfetado, com
pirita, calcopirita, calcocjta e bornita; nos fragfnentos mais alterados observa-se
ainda, malaquita, cuprita e óxido de feno.
A esffutura bandada do veio (Foto l9), com linhas de crescimento
evidenciadas por faixas de inclusões, absorvidas d¡rante a formação do veio, é
caracteristica do processo de crack-,çeal, típico meçanisÍllo de formação de veios,
através de episódios suoessivos de abertura e preenchimento de fraturas,

7 .1,4.3 - Filão do Naiuam (GR - 05)


Constitui um corpo mincralizado com atitude N20E/30 a 65NV/,
extenção da ordem de 300 metros e espessura média em torno de 30 cm'
D rs P os r9ao RE L aT tva OOS ÊLEMENTOS
ESTRUTURÁIS NO SISTTMA FL6R DA SERRA

NE

230

,/
I tol

,ß It

a 320
SE

lyo .-Èr_+_-.1_ -,rtô


tO toao igb
s

D FA M A PO L A R
I A G

rrNEAçOES / SUP E I Fl'C I ES


LEG€'NOA

Sañr¡do do tologlo doa airma¡¡0,


Oþs : AB olltudo. o.tão taloêiøñodo.
. no toÞclo l6
Polo¿ d. V.lo.

+ Poto. rt. tott.gão nltonltico


froturo þ -NEow /sv

Fto¡gto P -NAOV /6c NE

a
Froturo P -NIOW/9V F ig. - 33
PLANTA ESOUEMA,TICA
FILíO Do oLE.RINDo (Gr 14)

EsCALA t : t.OOO

onlo
+ts-
--l-.- --* +__'_-3ao

.<:\_
.-_-s+È-

( o¿ / ¡i
\-\) ¿ø¡

u,"or#í,

LEOENDA
7ão Mcl ø nø't I ico
Fo I io
Alilud. do |.io
Z Poço

crl'to !urte ntodo por tooho qt)q/t¿ø- rnr,oñtlrco.


F-r¡

Zonø da ailicillaoîão oo,¡ quorlro toþotoldolt br.ohodo . ooÐ v.¡uto?õ.s da ortdot de l.tto

Vi¡rcánicos o'aido. .to tipo ttotito ttr') o orjdi'nø potttito (odt.


Vffi

Þæl vato dc qtott2o, t.,to!o, ovorm!thodo t.llhiÍicodê coln pt¡Ìto ( I o e alo I


Lr
r-;" l
L_'l Motoåo!ico da gtanulonoltio fino I onotødo
groclo'tio o quorlzg, cotDos no lotnø ¿e

E
R.x\
Zotto da eoloalo.c o /ou ntto¡t¡t ¿ojlo

Rooho gnoi!sico co,r bêndonor,lo nilin'e,ltiaet guattzo laldspotioo aoît ctlsto¡i


ñ\:\l oos d. 0ranodo
Ítltino'tri-

OÞ.: O valo a.lo' axogatodo


F ig.' 3q
120

Foto 18: Veio quartzo aurif'ero do lilão do Olerilrdo (GR-14)'

Foto l9: Veio bandaclo s¡lfetado, com erndêlrcias cle crescimento por crack-:;eal,
filão do Geraldo (GR- l6)
t2t

A inexistêncìa de cataclase nas rochas çnçaixantes e a presença de


enxames de dìques de diabásio, sub-paralelos à direção do filão, sugere quç se hata
de nma fratura extensional, de natvreza listica, corn mergulho da ordem de 65o na
superficie, chegando a 30o, na profundidades de 25 metros'
As enaaixantes observadas principahnente na lapa do veio são
dioritos e biotita tonalitos g'naissificados com enclaves ovalados de metabásicas
conçlacionáveis à unidade Granitóides Arqueanos, conforme representação
esquematizada na Figura 35, Nas proximidades do veio essas rochas apresentam-se
poàssificadas, .on1 neogeração de megacristais de feldspato potássico,
provavelmente der¡rdo à interação com fluidos oriundos das injeções gtaniticas que
àfrtur ur sequências, e inclusive constituem as enoaixaxtes na lapa do vcio,
O rninério é do tìpo veio de qvartzo leitoso, poroso, com gande
densidade de cavidades, Oertamente resulta¡rtcs da lixivração de sulfetos e
carbonatos, caracterizando uma textura tipo honvork O halo primário está
representado por gma rocha muito alterada de cor ocre e naturçza argilosa, o
que
sugere estar associado a prooessos de carbonatação
Aexistêncianovçiornineralizadodepirita(10-20%)associadaa
hematita (especularita), (l-5%) evidência que os fluidos mineralizados apresentam
alta fugacìdade de oxigênio, conforme Seward (19S4), ç que a deposição se deu em
provavelmente
tempeiaturas relativamente altas, (çf, Bateman 1965), compatlveis
,or ut oondiçÕes hipotennais, É irnportante realçar no çaso uma eventual fonte
granitioa para os fluidos mineralizados, ulna vez quç este é dos raros fìlões onde
iochas dotipo álcali granitos oaoffem em çontato direto com o veio
Aomicroscópioooberva.setrilhasdemioropepitasdeouro(10-15
p) na ganga silicosa,

7.1,5 - Sistemas Indiferenciados


Compreendetn vários outros filões, importantes na produção de ouro
na região, provavelmente condicionados a ÍÌaturas vinculadas às estruturas
regionãis dc cisalharnento, poréln não çonstituilrdo sistcmas persrstentes,
que

viessem a confìgurar um padrão preferencial de ÍÌaturamento


Neste contexto, exitem inúmeros filões mapeados nas regiões
garimpeiras conhecidas como Lampião (PA ló7ll 6s),ze Déco (PA 78179), Gavrão
(VX ito¡tt¡11), Aragão (GR l8/30/311321331 41), Br 080 (MP 02) e vários
òutros fora da irea de abrangência deste trabalho Denhe os filões citados, o da
Sede (Mp 02), Cubu (cR 32), Herédio (PA 79) e Ze Déco
(PA 78) são os mais
interessantes quanto ao potencial metalogenético'
OFilãodaSede(MP--02),temdireçãogeralN60W85NE'extensão
da ordem de 500 metfos, espessufa média de 25çm, e está alojado provavelmente
em uma fratura de tipo "P", sintética, subordinada a binarios regionais slnistrais
PLANTA ESOUEMA,TICA
FtLÃO DO NAtT.JRAM ( Gt 5 )

ESCALA I:ZOOO

+ v+v/l/ +\ + +
+ v+v.ry+v + +

v. v //L-v ---------.\
'Itvx
ù //x,, x
*eJr
_

+ J,-__-=-ì-,
V

I F iq - 35
I
/
Ob¡. O voio o.l¿ axoiorodo
E G E N D/A

A Pogo

..--!5" at itu(!a do voio

r----'---->"-1
Holo prop llll ic o
l"r"t:'-)
t-_..-:?]
l V': ''. Gt ont I o a vel ñ2 lhodo, aqttlgtønulot, û a'd t o

I.,-t ,-::J I

r-7'1
lt' I
O¡qus, do uulcôn¡coo òoticos, mulltPlos I con a.Pos|!tos da 2Octî' o ð nl6

f+ ;l M6nao gtonilos o gtono.liotlloat cinzo o ro"Ço3t com quorlto t ltldtpolo


plø2ioclosto a biolito, oom cnolovøt ovolaalot da roahos bo'âtcoe
Pollttl'o I

Lr-_-]
123

As rochas encaixantes são do tipo biotita monzogranitos a biotita


granodioritos. Localmente, observa-se na aapa do veio um espesso pacote de
metabásicas sub-vulcânicas na fbrma de diques subparalelos ao filão, Estas rochas
cstão cloritizadas, cisalhadas, apresentando bolsões dc matcrial granítico, com
desenvolvimento de expressivo halo propilitrco e dobras de alrasto, evidcnciando
um movimento transconente sinistral (Figura 3ó)
O rnurério é do tipo veio de qvartzo leitoso, de coloração ocre
amarelada, ÍÌiável, eorn disseminações de pirita, de granulornetria fina,
incorporando bandas de clorita xisto milonitizado.
O Filão do Cubu (GR-32), está alojado em uma possante fratura de
cisalhamento mineralizada com extensão da ordem de 200 metros e espessura da
zona mineralizada da ordem de 2 metros, (cf, Figura 37) O filão tem direção geral
Nl0W/70SW, çom desçnvolvimçnto de expressivo horizonte de minério milonitico
piritoso, apresentando sigmóides que cvidenciam um movimento destral,
provavelmente tratando-se de uma fratura de cisalhamento Tipo "P' ", vinculada à
mega-estruhrras de cisalhamento de direção, N70W (cf, mapa geológrco, em
anexo).
A nível miorocópico, o minério é constìtuido essencialmente por
pirita em grandes cristais de contorno angulosos, subidiomórficos, intensamente
fraturados e localmentc brechados, coln resquícios de foliação cataclástica. As
fraturas estão preenchidas pela ganga quartzosa, Obsçrva-se ainda na pirita raras
inclusões de calcopirita e ouro (70-80¡r), com formas sub-arredondadas,
O Filão do-Ercdiq-(IA-79), constitui u¡'n corpo mineralìzado com
extensão superior a 1000 metros, alojado em uma fratura de cisalhamento sinuosa
de direção geral N20-40E, com mergulho de 80" para NW, evidenciando una
movimentação destral. O substrato geológico da região está representada por rochas
gra¡odioríticas e quartzo-dioritos da unidade Granitóidcs Arqueanos, afetadas por
enxames de vulcânicas básicas e apófises de álcali-granitos, de granulometria fina e
coloração rósea.
Durante o mape¿ìmento da galeria de rumo SE, abefta na
profundidade de 29 metros da boca do poço (Figura 38), observou-se a existência
de inúmeras bandas de cisalhamento na capa do veio de quartzo leitoso com pirita,
oalcopirita, bomita c óxidos secundários (Tabela l2)
O Filãq do Zé Decq eA-78J constittti um corpo mineralizado que se
estende poÍ cerca de 750 metros, segundo a direção geral N35E, com mergulhos da
ordem de 70 a 85'para NW (Figura 39), O substrato geológico está representado
por biotita granitos equigranulares, bastante intemperizados, afetados por diques de
micro-gabros, Na aapa do veio de quatlzo mineralizado observa-se o
desenvolvimcnto de espesso halo sericÍtico milonitizado.
PLANTA ESOUEMA,T'CA
FILAO DA SEOE
ESC4LA I )2000
O 20 40 lþ 0O ¡OO leo 6t

\
\...
o to lo 0r¡
looiÌl !

\\Qç:
---\\ì
-\r -i\y'" \*
\
--_
\N"*\ _^\ \-\'
\1 \l /'
ù\ "s' \.-------- ---=-' --.- \ *\
\ \\\
^,\ \r
l1
\. \. \ \\s
\.\
.\\ì
\.\
\+
\+
\\\
LE'OENOA
+ eoo Fo tioção n¡tonitiêo
ao Elto .ta .tlrlo
--r.
f¿ -l-l Cro¡llo ci!olhodo, com folioço'o ori,taãciødo polo oli¡homrnto
l/*ì |
da ao/lcttø r o lorilo roàr. umo motr/r quorito lald!pol

liloto gtoni¡o d. gro¡ìulomolr¡o flno o i1o'.! io co¡n àondo !0


rTilI to lt^ot cool¡nìrodo ëo ptovo'vol coñÞgsiço'o gtono¿totto-
llco, Do10.6iltcodo com öolr6t! d. moí.¡¡ol p.0mo'rlrloo

tr= Holo do øllatof¿o ptopitll¡co oom doòrd! do orosro


o¡dulodo, !ub ho.lro¡ lollzoëo,
com á¡xo

Vclo da quoat¿o
æ

t==;t
l--'-l Zo¡û d€ ootoclorc

r"- " -l Mrtobo'ticos com onclovr! da motorìol 9¡o¡r'lioo, tronsfor-


1,""1 do! am s a ¡ i o I t o - q ù a ¡ t r o - c lo¡ ito x ls to! m ilö n r't ¡co5, F
'q.
- 36
RE PRESE N TA çÃO ES Q UE M NT tCA
FtLÃo Do CUBu (ct Jl,/Jz)

/7),
I iti/;
/Ì "') / .'
lo )i,* )'
/r r ) ) I .
/)'o/'(+ i

2i ;'i,ttt'. .1
,' ,"!l:lh/', o /,");
.' /* / *
*
+
*l

/ i //r *
))): * *l
|
n' l ^/1,',,'/hi'h *l

r;1t1,ffi / i -L:--- .-.1

Fig.'37
LEGENDå

_:' Alll!d. do valo

a-71
L-e-----)
valo da quotl ¿o t.lloso þ/açhodo, ooî' pltllot aubtdioño'tllao., c.r'lln.'ttiço¿ þloìlhado.

l--7-l
ll I
V.lo d. quotl.o bo¡-dodot lipø niî'e'îlo ûilo¡'itlco êon ¡nol. d. lS da Pltllo

azm
I i I
Mioto btøaão eronltieø con p.cudonorlos da pitito o vonuloçdot q¡totl.o.ott Þarcoto-
tto 9ot oxl.lo tto latro,
'/ "/

W) lloio rrrioil¡oo pitiloso, cot¡ þondot ñlloñllirodot,

ar t-7)
l) t ) I

fr-;;l èinto o toaooI oqulifo¡'úløt I na'dlo I co¡t, PloTroçloaloa êo0llniro<loa


l* * I
PLANTA ESQUEMA,TICA
FI LíO DO HEREbIO
ESCA LA t : lo ooo

DETALHE OA GALERIA (29mls )

oÞa 0 v.io asld ardgcrodo Fi9. - 38

/ LEGEND

/ Poço

--"-tr- Atitudr dt vtio


/
,/
'// / l------¡
l+l
Oto¡iilo çln.o ooo linl¡odo
8.'. /
r;.:.,-1
.)-.:rìi
(oo |
L-l-----z----J
I

t-^
r^ -- I
Holo rotiçltiao

t--
L- _l
-l
zono da .illciliaoçdo (vlnu togdcr )

[- Vr io do quo.l¡o
L___ |

F_;-_l
L-----l
E:¡ Ho lo mllo ¡ ll loo PtoPll lt lêo

f-;;---l
t,,"t Roctlo italoÞotsicot grønuo¡lo fino I ololorto Por
bonóoa da clsolhono nloa ì ìîull¡Plos ¡ oioalonotôdoa
PLANTA ESOUEMA'TICA
FILÃO DA ZE, OECO
ESCAL4 t. 5.OOO

Fig - 39

Ob! O veio .!td ¡xof.¡odo

--r-
E-;-_;]
ln *l
E::l
f--_l
L_l
æ

r*^l
r---T-l
t,t
l,l
128

7,2 - Depósitos T'ipo II


Constituem depósitos de pequeno porte, frequentemente com
extensôes meneres que 150 nletros, subverticais e descontinuos, por vezes em
enxames sub-paralelos, condicionados a sistema de fraturas e falhas com direções
preferenciais N55-75E e N25-40E, sem dúvidas, mais jovens que os veios
mineralizados subordinados aos sistemas de cisalhamentos dúoteis de direção W-
NV/.
Estes corpos estão posicionados preferencialmente no ambiente
geológico dos Granitos Juruetra. A área com maior çonççntração destes veios situa-
se na faixa de contato elìtrç os gxanitos Juruena e os granitóides Arqueanos, no
interflúvio entre os corrégos Baixão do Paulista e Ze Deco, conforme mapa
geológico em anexo,
Nestes corpos as feições tipicas de regime dúctil são raras,
predominando feições caracterfsticas de regime dÚctil-ruptil, apresentando grande
grande densidade de superfìcies estriadas, muitas vezes associadas a possantes
veios de quafizo fi'acarnentç lninel'alizados (P A -5316517 3/l 56) e zonas de
brechação (PA - 2016616'7).
Entre os corpos oonsiderados çolno pçfiençentes a está tipolog:a,
podernos relacionar os {ilÕes do Cónego do Paulista (PA - 18114115176), daGrota
do Simão (PA - l5l7ll72), do Cónego do Ze Deco (PA - 80/100/l l3), filão do
Aniceto (PA 148), filão do Viturino (PA-185), filão do Tarimba (PA - 189) e ainda
os filões do Geraldo (MP - 2l), Antena (MP - 31), Viúva (MP - 08)' e outros nas
imediações das cidades de Matupá e Peixoto de Azevedo,
Os veios são de quartzo leitoso, pouco sulfetados, com teor de pirita
em tomo de 1%, estreitos (10-15 cm), encaixados em rochas monzogranlticas
caolinizadas, com halos siricíticos pouoo desettvolvldos e baixos teores, (Tabela
12.e l3).
Os filões citados acima etrcontram-se, em sua maioria abandonados,
e o teor do minério varia significativamente ao longo do oorpo, com a garimpagem
concentrando-se apenas nos pontos mais ricos com extensão média de I0 a 15
metros. Nestes locais, o teor médio recuperável pelos garimpeirc¡s, obtido a partir
do concentrado de bicas com rifles, após passar o minério etn moinho hidrojet (H2),
situa-se em tomo de l0 g/ton, Este teor inviabiliza completamente a exploração
desses depósitos, uma vez que o çusto agregado médio de produção, por tonelada
de minério beneficiado via garimpagen, situa-se em tomo de 15-20 glton

7,3 - Depósitos Tipo III


Constituem mineralizações do tipo desseminado elou slt¡ckwork's,
alojadas çm corpos granÍticos intcnsamente transformados por fluídos hidrotermais,
com modificações tanto da paragênese prirnária como da textura, A paragênese de
alteração esta fepresentada principahnente pol' serlcita, feldspato potássico, epidoto
129

e pirita (cf. Tabela 8) As texturas superirnpostas resultantes são dos tipos


glanolepidoblástica, porfìroclástica, pegnatítica e protoclástica,
Os coços de rninéno, err princípio, não possuem fonna definida,
mas estão notoriamente associados a sistemas de fraturas de cisalharnento discretas,
e a falhas com grande densidade de superficies estriadas,
Na região, a rnineralização mais caraçterística desse tipo de
depósito, é o garirnpo cìa Serrinha, ern Matupá, Nesse local ocorrem várias
pequenas semas destacadas no terreno (Foto 8 e Figura 21), e em pelo menos três
senas, já forarn exploradas rnineralizações do tipo disseminado, associadas a níveis
pegmatíticos e granitos hidrotermalizados,
O Granito Hidrotenralizado é uma rocha cinza esverdeada a rósea,
maciça, inequigranular a porfìrítica, eom matriz de granulometria média a grossa,
São marcantes as evidências de alteração hidrotermal de origem tardi-a pós-
magmática (Fotos 8, 9 e 20) jët descritas no texto.
Nessas rochas a pirita na forma de cristais subidiomórficos, com
dimensões da orclem de 0,1 a 2,0 crn, encontra-se disseminada na rocha, perfazendo
até 30o/o do volume da amostra (Foto 20).
O ouro esta provavelmente associado a fase sulfetada. Em amostras
do tipo cornposta de glanito hidrotennalizado forarn obtidos teores enffe 0,4 a9,5
ppm de ouro, eolrì 2 a 43 ppm de cobre, e em média I ppm de prata, Em amostras
pontuais com mais de 20% de pirita os teores variam entre 20,5 a 55,9 pprn,
A¡noshas de granito Matupá sern pinta, apresentaram teor da ordem de 0,0 ppm
(I.-yre assay),
Nas seções polidas esftrdadas (MP-l0/l0ail 1llZ/lZa) verificou-se
que o sufeto principal é pirita, cotn raras inclusõcs de calcopirita c bornita.
Hematita, tabular com exsoluções lamelares de ilmenita ocorrem ao longo de micro
fraþuas na pirita, A pirita oÇerre cerno cristais subidiomórficos, disseminado na
ganga silioatada, com as bordas dos cristais ÍÌafuradas, O ouro oçorre como micto-
inclusões na pirita com dimenções de (50-80p), e localmente ao longo de trilhas de
inclusões silicosas dentro da pirita,
Os Níveis Pegmatiticos apresentam coloração rósea avermelhada,
com mega cristais centimétricos de microclínio pertítico, com intercrescimçnto de
plagioclásio da ordem de milimetros. O quartzo ooorre preenchendo espaços
intersticiais, com grannlometria ¡nédia a grosseira, leitoso e sem evidênciais de
deformação. São frequentes bolsões de pirita maciça, com cristais subidiomórficos,
de dimensões decimétricas, que constituem um tipo de minério rico (Fotos 20,21 e
22).
Uma amostra desse tipo de material foi dosada por [ìire ass'cty çom
I1,55 ppm.
130

Foto 20: Detalhe do contato entre o granito hidrotermalizado piritoso e um nível


pegmatítico (MP- I I I l2),

Aspecto dos niveis pegmatiticos


limonitizadas (MP-r2),
l3l

Foto 22: Detalhe dos bolsões de pirita nos níveis pegmatíticos (MP-I2),

Esta tipologia, denominada "Tipo III", compreende mineralizações


geradas em função dos sistemas hidrotermais e processos de alteração associados à
genêse dos granitos transformados tipo Matupá. Neste tipo de depÓsito observa-se
um importante controle estrutural, com a percolação das soluções ao longo de
ani-sotropias pré existentes, Nestes termos, no garimpo da Serrinha, verifica-se a
existência de sistemas de cisalhamento regionais de alto ângulo, de naltreza dúctil-
ruptil, dispostos segundo as direções N70-80W/70-80SW e E-W/80S,
predominantemente transcorentes, e localmente com movimentação inversa de sul
para norte.
Associado ao sistema regional citado, verifica-se um persistente
alinhamento de fraturas de cisalhamento, dispostas ao longo das direções N40-
508/70-80S8, com estrias sub-horizontais, indicando movimetrtação
predominantemente sinistral, No detalhe dos corpos de minério (Figura 21),
observa-se que os mesmos estão condicionados, preferencialmente em fraturas sub-
horizontais, anastomosadas (Foto 9), provavelmente subordinadas a estruturação
regional.
Os granitos Matupá possuem composição granodiorítica,
monzogranítica e quartzo monzonítica, Figura 23, tendência calcio-alcahna e
algumas feições petrográficas similares aos granitóides tipo I, Cordilheirano, de
132

Pitcher (1932, 1987), oom afinidade metalogenética para mineralizações tipo Au,
Cu e Mo (pórfiros).
Os granitóides do Tipo I, juntamente com os Tipo S, foram
caracterizados por Chappel e Whitç 1974 (in: Pitcher, 1987), com base em estudos
cfetuados nos granitos Autralianos do Lachlanda Fold belt. SegUndo estes autores,
os gTanitos I seriam oriundos da fusão de rochas meta ígneas, constituindo as séries
expandidas com gabros, tonalitos, granodioritos e gtanitos, tendo magrretita como
óxido mais frequente.
Pitcher (1987) realça que, mesmo no caso dos depósitos tipo Cu-Au
pórfiros, notoriamente associados a arcos magmáticos, com granodioritos e tonalitos
tipo I, existem restrições qu¿nto a uma possível parentagem direta entre os metais e
os fundidos silicosos. O autor crê que essa assoçiação seja indreta, com a fase
metalica resultante de processos complexos de reciclagem, concentração e
recristalização a partir das encaixantes.
Mesmo considerando, que os modelos petrogenéticos e
metalogenéticos foram desenvolvidos principalmente affavés de estudos em maciços
graníticos fanerozóicos, existem algumas feições, que sugerem similaridade entre os
depósitos Tipo III com os do tipo Cu-Au pórfiros, no oaso:
- Encaixantçs de composição cálcio-alcalinas;
- Associação dos corpos de nunério com granitos pegmatíticos
hidrotermalizados;
- Relação com rochas subvulcânicas, que afetam os gnnitos Matupá;
- Oconência em areas restritas (< I Km2 );
- Mineralizações preenohendo redes de fraturas;
- Associações de minerais metálicos com pirita, e de forma
subordinada calcopirita e bornita;
Associações de minerais não metálioos, neo formados, incluuldo
microclinio, sericita, qvartzo, carbonatos, epidoto e leucoxênio; e
- AJteração hidrotermal do tipo sericitização, cloritização e
epidotização, em zonas de anisotropias.
133

8. coNCLUSÖBs s RECoMENDeçÕrs

- A expressiva concentração de depósitos auríferos na região de


Peixoto de Azevcdo está relacionada com a existência de terrenos granito-
gnaíssicos arq¡eanos tipo TTG, com mega-enclaves de composição básica e
prováveis restos de rochas sgpracrustais, afetados por mega-esfruturas de
cisalhamento transcorrentes, anastomosadas, orientadas na direção N-NW,
provavelmente subordinadas à estruturas regionais alinhadas na direção E-W, que
ðonstituem zonas de descontinuidade crustal relevantes na evolução geodinâmica da
regão.

- As estruturas mesoscópicas observadas nas zonas de cisalhamento


dúcteis não foram conclusivas para estabelecer o sentido preferencial de
movimentação relativo das mesmas, Isto certamente se deve a longa história
deformacional, com reconência de eventos, e sobretudo, ao mascaramento das
estruturas mais antigas, devido a impressão das ultimas fases, sob condigões dúctil-
rupteis. Entretanto, a tipologia, padrão e disposição das frahuas de cisalhamento
com relação às mega-estruturas, evidenciam trata¡-se de zonas de transcorrência
com movimentagão sinistral, compátivel Çom a maoro-estruturação proposta.

-osGranitóidesArqueanosestãoreprgsentadosprincipalmentepor
tonalitos, dioritos e granodioritos, gnaissificados, metaluminosos e portadores de
magretita.

- As zonas de cisalhamento dúcteis constituem urna das raras


expressões de relevo nos tenenos Arqueanos, sendo sustentadas principalmente
por
quartzo-sericita milonitos e micro-brechas'

- os Granitos Juruena estão representados por biotita monzogranitos


a granodioritos com hornblenda, calcio-alcalinos, metaluminosos a ligeiramente
peraluminosos.

-Os enclaves dioríticos observados nos Granitos Juruena são


pehograficamente e qtrimicamente similares aos termos dioríticos da unidade
br*ltOi¿.r Arqueanos, com elevados teores de FeO e MgO, representados na
norma por altos perçentuais de diopsidio, hiperstênio e magnetita'

- Os monzogranitos e granodioritos tipo Matupá têm afinidades


calcio-alcalinas, e caracterizan-se pela intensidade dos processos hidrotermais
superimpostos, com transfonnação da mineralogia primária, afavés de soluções
tardi-a pós-magnátiÇas çom notável afinidade aurlfera.
134

- A similaridade petrogxáfica e contemporaneidade .dos. Granitos


Juruena Çom os termos mQnos transformados do Granito
Matupá, evidenciam que o
iutoi niu.l crustal pocle sel' 'm irnportante controle pata a
preservação das
mineralizaçoes dissernirradas do Tipo III, uma vez
que os Granitos Matupá'
menos
p"il"ti"ltl"te portadores deste tipo de mineralização' oconem em regiões
pertencentes
å*uru¿u, topograficamente, onde ainda existem restos de ooberturas
ao Grupo Uatumã.

- Neste trabalho foram caracterizados hês tipos principais de

mineralizaçõet,_oTntiTåu,,"uções
do tipo I, do tipo preenchimento de fiaturas
oondicionadasàsestxuhlfasdecisalhamentodúcteispré.
Uatumãemuitoprovavelmenteformadasnomesmocontextode
evolução dos terrenos arqueanos propostos para a região'
dos
- Mineralizações do tipo Ii, estão associadas ao emplacemenl
granitos tipo JutuËna, segundo estruhras dúcteis-rúpteis de
direção N40-708
-Mineralizaçõesdotipolll,intimamenteassooiadasaosprocessos
hidrotennáis associados à geragão dos granitos fansformados
pórfiros'
Mat*pá, oondicionando sistémas similares aos do tipo
colr aíteração pewasiva do tipo sericitização' oloritização
carbonataçãå e epidotização As mineralizações
estão

pr"frre*ia*ente alo¡adas em zonas de descontinuidade


geradas em
estrutural, ou mesmo no cruzamento de estruturas
regirne Preferencialmente ruPtil'

.osveiosassociadosàsestruturascisalhantes@epósitostipol)não
apresentamevidênciasdesignificativasrotaçõesdoseixosdeformacionais'que
fraturas nas
il** ;gerar eventuai. ,reio"s dourados, sendo raros os ñlões alojados
Melado e Domingos. Tal fato
com formas sigmoidais, ,uro ¿ot filoes áo Mineiro'
;;; ñ " þraçAo áo, *io, esrá rçlacionada a fases tardias na evolução das
,oiut ¿ó cisalñamento dúoteis, çertamente em oondições dúcteis-rupteis'
Em tennos gerais os filões de quutzo au¡íferos da regrão
de
-
Peixoto de Azevedo tA", .tïe¿ia, extensão inferior
a 100 m' os teores variam
nos
mais elevados
,iøna"iir".ellte ao longo dos corpos, tendendo a se tomarem
pelas inãgulari¿a¿äs e sinuosidadçs existentes ao longo
do plano
;;î"ç*;";;¡os ou mesmo fotmarem ore
de fraturamento, que cotistituem zonas distensionais,
mais reativas (sub-vulcânicas
shoots,quando u tuturuìnirtcepta rochas e-ncaixantes
ouro'
b¿sicai), que favorecem a deposição dc sulfetos e
135

- É frequente o posicionamento de corpos de minério ao longo de


frattuas dc cisalhamento, geradas no contato entre litologias de dìferentes
competências. Notadamente no contato efanitos e sub-vulcânicas básicas, as últimas
intensamente frattuadas, cisalhadas e hidrotermalizadas, na forma de corpos
tabulares dispostos sub-paralelamente ao alinhamento do filão'

- Nos corpos mais enriquecidos observou-se a existência de apófrses


de granitos pórfiros e álcali-granitos, notoriamente tardios, e que em vários corpos
o
de minério certamente contribuiram para remobilizar ouro e provocar o
enriquecimento das mineralizações, çaso verificado na filão do Naiuram'

- Na maioria dos filões verificou-se a existência de espessas zonas


de alteração com enriquecirnento supérgeno, atingindo por vezes profundìdades
s*periorei a 40 meffos. Nesta intcrfacie o minério quartzoso, com guro liberado e
poì u""", visivel, apresenta-se frequentemente associado com óxidos amorflos de
irrro, texturas reliq¡iares, tipo hoxworks, casas de abelha e çoloformes, ao
"oln
longo de fraturas.

- Nos filões situados em locais de relevo plano, oçorre


frequentemente dos veios estarem rnais enriquecidos em uma detenninada
prohu,didudr, que a princÍpio deve corresponder ao nlvel de oscilação do lengol
freátiço,

-Nairea,nãoforamverifioadasmineralizaçõesauríferas
indubitavelmente associadas às litologias pertencentes ao Grupo Uatumã' inclusive
não sendo mapeado nenhum garimpo na principal ârea de ocorrênoia desta unidade.

Os dados geoqr,rímicos obtidos nos halos pnmános, permitem


verificar um relativo enriquecimento em potássio e bário nos halos sericíticos e
concentragões anômalas de cu, Ni e Bi nos halos propilíticos, desenvolvidos nas
proximidades de encaixantes básicas.

de pesquisa a serem efetuados nos eventualmente


- os trabalhos
diferentes ambientes granitogênicos abordados no texto, devem priorizar os
seguintes pontos:
o Caraoterização petrográfioa das assembléias grarriticas, com
identificaçãodaquelasquesãoenoaixantespreferenciaisdos
depósitosconheçidos,edostipospetrogáficoscomreconhecida
atuação na geragão de depósitos auríferos'
o Definição das estruturas mineralizadas e seu relacionamçnto com
os biná,rios de cisalhamentos, estabelecendo ordens de grandeza
oom relação à intensidade de ciroulação de fluidos'
136

o Verificar a existência de sub-ambientes distensionais, anisotropias


pré-existentes, unidades litológlcas mais reativas, halos de
alteração, contatos litológicos e nível crustal de posicionamento
dos corpos,

- A presenga de solos transportados nas regiões de Alto Alegre, com


perfis da ordem de l0 m, rccobrindo sedimentos aluvionares, constitui um fator a
ser considerado em trabalhos de prospecção geoqufmica.

- A deficiência de mapas geológicos de detalhe, o espesso manto de


intemperismo e a existência de halos hidrotermais tomam autllização das técnicas
de üátamento multi-espectral de imagens de satélite e levantamentos geofisicos,
frurdamentais para os trabalhos de campo, Cabe realçar que perfis magnetométricos
efctuados nos filões do Paraíba, Mineiro e Aniceto destacaram perfeitamente o
corpo filoneano como uma anomalia negativa prOnunciada, provavelmente em
nnçao ¿o posicionarnento dos corpos tabulares de sub'vulcânicas básicas e pela
presença de magnetita em algutts veios,
REFËRÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALMEIDA, F.F,M del HASUI, Y; NEVES, B B de e FUCK, R.A 1977 -


Províncias Estruturais Brasileiras, Atas do Sirnp' Geol Nordeste, p 363 -
391, Campina Grande, PB,

ALMEIDA, F F.M de 1978 - A evolução clos Crátons Arnazôllico e do São


Francisco Cornparada coln a de seus homÓlogos do Hemisfério Norte, In.
CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOL.OGIA, 30 Recife, Anais do Recife
SBG. 1978, v,6,p.2393 - 401,

AMARAL, G 1984 - Provincia Tapajós e Província Rio Branco ln ; ALMEIDA'


F,F M. & HASUI, Y, eds, O Pré - Cambriallo do Brasil. S Patrlo, Blucher' p.
6-35.

ANDRADE, A,F, de et al. 1978 - Projeto Tapajós - Sucunduri, relatório de


integragão geológica, Manaus. DNPM i CPRM' 3v.

ANHAEUSSER, C.R. et al. 1969 - A rçappraisal of some aspeÇts of precambnan


shield geology, Bulletion of the Geological Society of Alnerica, Boulder, 80
(rt);2175 -2200.

ARAÚJO, VA de et alii 1975 - Projeto Manissuá Missu : reconhecimento


geológico; relatório fìnal. Goiânia, DNPM / CPRM' 4v

BARBOSA, P,E ;LORENZI,Y.E e IILBRICH, HG 1985 - Granitóides da


região de São Pedro do Iriri : Considerações preliminares In : Simpósio de
Geologia da Arnazônia, II Belérn, SBG, v l,p' 22 '43

BATEMAN, A.M. l9ó5 -Economic, Mineral Deposits. Second Edition, Jonh


Willey e Sons. New York. London' 9l ó p.

BAXTER, JL;YATES, MG and ROWLANDS, AT 1991 - Estimationa of


reseryes and resources, In; Shear Zone hósped deposits, Proceedings
Australasian lnstitute of mining and metallurgy, Melboume, v 2, p' l7 - 23

BERBERT, C O 1990 - Geologia do ouro DNPM ' CVRD. Pnncipais Depósitos


Minerais do Brasil, v 3, P.289 - 300
-l

138

BERGER, B R 1988 - Lithologic arrd Tectonic Setting of Epithermal Gold - Siver


Deposits ill Westem North America, hr; Goode, A. D, T et al,, eds Gold 88,
melbounte, 22: 154 - 1 59 .

BETTENCOURT, J.S.; DAMASCENO, E.C; FONTANELLI, W S ; FRANCO'


J.R,M.;PEREIRA, N.M I98l - Brazilian Tin Deposits and Potencial Paper 3
(ii), Fipth World Conf. Tin, Kuala Lurnptur, 69 p'

BIZINELLA, G,A, et ali 1980 , Projeto Tapajós - sucurundi, Relatório Final,


Mauaus, DNPM / CPRM, 8v.

BOWDEN, P. ;BATCHELOR, R A,;CHAPPEL' B.W.; DIDIER' J' ; LAMEYRE'


J. 1984 - Petrological, Geochernical and Source Criteria for the Classification
of Granitic Rocks : a Discrtssion. Phys Earth and Plallet. inter',35 : I - 1l

BOYLE, R.W 1979 - The geochemistry of gold ard its deposits, Geol. Survery of
Canadá, Bull 280 Energy, Mines and Rçsottrces Canadâ, 576 p'

BOYLE, W.R. 1987 Golcl - History and Genesis


- of Deposits, van Nostrand
Reinhold Company in. I ed, New York. 671 p.

BOULTER, C,A,; Fotios, M,C. and Phillips, G N 1987 - The Goldcn Mile
Kalgoorlie ; A giant golcl deposit localized in ductile shear zones by
struðturally iuducçd infiltration of an auriferous rnetamorphic fluid. Econ.
Geol., v.82, p. 166l - ló78.

BURG, J.P. ; LAURENT, P. 1978 - Strain analysis of a shear zone in a


granodiorite, Tectonophisics, 47, p' 15 '42.

CARVALHO, M.S & FIGLIEIREDO, A J A. 1982 -


Caracterização
Litoestratigráfica da Bacia de Sedimentagão do Grupo BenefrÇente no Alto
l
Rio Sucunduri, AM, An I Simp Geol, Amaz :26' 44' Belém'

CLARKE, D. 1990, 1992 - Newpet - Basic Professional Development systern.


Version 7 0 - Copytight Microsoft Corp.

CORDANI, UG;TASSINARI, CC.; TEIXEIRA' W.; BASEI, MAS and


KAWASHITA, K, 1979 - Evolução Tectônica da Amazônia com base nos
dados geocronológicos. In coNGR. GEOL. CHIL, , A¡icá, 1979, Actas
Ãncá,4:137 - 148.
139

CORDANI, LJ,G & BRI'I'O NEVES, R.B. 1982 - The Geologic Evolution of
South America During the Archean and Early Proterozóic, Rev. Bras. Geoc,,
l2: 78 - 88.

CORREA FILHO, F, das L. 1985 -


Projeto Ouro e Gemas de Mato Grosso.
Convênio DNPM?CPRM, Relatório Anual, 46p

COLVINE, AC. 1988 " Gold mineralizalion in the Province Srrperior, Canadá', a
procluct of telrninal archean cratonization ln Goode, A D T et al , eds Gold
88, Geol, Soc. of Australia, 22; 36 ' 44.

CLINHA, B,C C,; POTTGUAR, L.A A C.; BEZERRA' P.E L;


T.; IANI-IEZ,
PITHAN, J.H L; SOUZA JÚNIOR, J.J; MONTALVÃO, R.N.G.; SOUZA,
A.M.S;HILDRED, PR;TASSINARI, CCG l98l - Geologialn; MME,
PROJETO RADAM - BRASIL ed, Folha sc.22 - Tocantins Levantamento
de Recnrsos Naturais. Rio de Janeiro . p.21 - 196.

DALL'AGNOL, R. 1982 - Estudo cornparativo de alguns maciços granítioos pós -


Transatnazônicos da Arnazônia Oriental : In: CONGR. BRAS GEOL, 32,
Salvador, 1982, Anais Salvador, SBG, v 2, p, 500 - 513.

DALL'AGNOL, R ; SCHUCKMANN, W K; BASEI, M A.S'; SCHELLER, T'


1984 - Novos dados geocronológicos e estudos de elemçntos - traços de
maciços graníticos anorogênicos da Amazônia Oriental, Estado do Pará (
Brasil ). hr, SIMP AMAZ., 2, MANAIJS, 1984 Anais Manaus, MME -
DNPM,

N.qII,'RGNOL, R; VIEIRA, E A P; SÁ, C A,S.; MEDEIROS' H; GASTAL,


M.C.P; TEIXEIRA, NP 1986 - Estado atual do conhecimento sobre as
rochas granitóides da Porção Sul da Amazônia Oriental. Rev. Bras. Geoc, ,
16 (l): lt -23.

DALL'AGNOL, R.;BETTENCOURT, J S.;JORGE JOÃO' X.S.;MEDEIROS, H';


COSTI, H.T.; MACAMBIRA, M J B i987 - Granitogenesis in the Northern
Brasilian Region : a review, Rev, Bras. Geoc , l7 (4)', 382 - 403 '

DALY, M C. I988 - Crustal shea¡ zones in central Africa : a kinematic approach to


proterozoictectonic. Episodes, ll
(l) I 5 - I I

DEER, W.A.; HOWIE, R A & ZUSSMAN, J 1981 - Mhcrais Constituintes das


Rochas - uma Introdução, [n: Fundação calouste Gulbenkian, Editora,
Lisboa. Porlugal 558P
FERRAN, A.1988 - Depósito de ouro de Salamangone e Mutum, Calcoene,
Arnapá, DNPM - CVRD Principais depósitos tninerais do Brasil' v3, p. 581
- 588.

FOSTER, R.P WTLSON, JF 1984 - ln FOSTER, RP, ed. Gold'82: The


&
Geology, Geochernistry ancJ Genesis of Gold Deposits A BALKEMA' A
ROTTERDAM. 735 PP.

FOSTER, R.P. 1985''Irans, Geol, Soc, S. Afr., v 88; 109 - 133.

FOSTER, R.P 1988 - Archaen gold mineralization in Zimbabwue: implications for


metallogenesis and exploration, In, Goode, A D.T et al , eds, Gold88,22;62
- 72.

FRIPP, R,E.P. 1976 - Stratabound Gold Deposits ill arohean banded iron formation,
Rodcsia. Econ,Geology, v. 7 1, p. 58 -75

FYFE, W.S. & I-IENLEY, RW 1973 - Some thoughts on chemical transport


processes with particularreference to gold Minerals Sci Engng. v 5,p 295'
303.

FYFE, W, & KERRICH, R 1984 - Gold: natural çoncentration processes ln:


FOSTER, R P ed, GOLD 82, Geology, geochemistry and genesis of gold
deposits. Balkerna, Rottcrdam: 99 - 127 .

GASTAL, M.C.P 1988 - Magmatismo ácido - intennediário do ProterozÓico Médio


na Região de Rio Maria, SE do Pará: l)iscussão quanto a tipologia' In:
CONGR. BRAS GEOL, 35, Belém. Anais Belém, SBG, v 3, p. 1147 -
1163.

GONÇALVEZ, M.G,B,: DALL'AGNOL, R; VIEIRA, E.A'P; MACAMBIRA'


M.J 8., E SENTA, N D 1988 - Geologra do Maciço Anorogênico Cigano
Vale do Rio Parauapebas - PA, In: Congr, Bras de Geol , 35, Belém, SBG, v
3,p.1132 - 1146.

GROVES, D I , PHILLPS, G N., []O, E E, HENDERSON, C,4., CLARK' M E


and Wood, G M 1984 - h: FOSTER, R P , eds' Gold 82 Rotterdam,, 753pp.

GROVES, D,Ì., PHIT,LIPS, N,, HO, S E., HOUSTOTIN, S M and STANDING'


C.A. 1987 - Econ , Geol, , 82; 2045 - 2058'
141

HARRIS, L.B 1987 - A tectonic fialnework for the western australian shield and its
significance tç gold rrincralization: a personal \4en, Geology l)epartarnent &
University Extellsron, University of Westem Australia, 11,p'1 -21

HODGSON, C J. 1989.'lhe structure of shear - related, veìm type gold deposits: A


review. Ore Geol, Rev, 41 231 -273'

HI.]NH, S.R.B, SANTOS, A 8.S., AMARAL, A.F, LEDSHAN, E.J.' GOUVEIA,


¡.t.; vanrrNs, LPB, MONTALVÃO, RMG, e COSTA, VG 1988 -
Tsrreno granito - greenstonç da região de Rio Maria, Sul o Pará, In: Cong,
Bras. Geol,, 35, Belém, 1988, Anais Belém, SBG v 3, p'1438 - 1472'

IRVINE, T.N. and BARAGAR, WR.A 1971 - A guide to the chemical


classification ofthe colnmon vulcanic rocks, vol. 8, p 523 -548'

JARDIMDE SÁ, E.F. 1984 - Aspectos esÍuturais e tectônicos de granitóides ln:


xxxIII Congresso Brasileiro de Geologxa, Rio de Janeiro , vl 2787 - 2814.
"

KERRICH, R, 1986 - Fluid Transport in Linearnents : Royal Soc, Philos Trans.,


v.3l7A, p.219 -251.

LACERDA, H 1990 - contribuição à tipologia dos depÓsitos auríferos da região


Brasil Central, Revista Brasileira de Geociências, 20 (l -4) : p' 32 - 45 '

LAMEYRE. J, and BowDEN, P 1982 -Plutonjc Rock Types series:


Descrimination of vanous Granitoid series and Related Rocks' Volc Geother'
, Res,, l4; 169 - l8ó.

LEAL, J,W.L, et alii 1978 - Geologia In: BRASIL. Departamento Nacional da


Þroduçao Minçral, Projeto RADAMBRASIL Fo¡ha SC. 20 Porto Velho, Rio
de Janei¡'o. 6ó8p. (levantamento dos reoursos naturais, I ó) p l7
-184

LE MAITRE, R,W , (ed), I989 - A classification of lgreas Rocks and Glossary of


Terms, Blackwell, oxford, 193 P,

LEONARDOS, O H 1991 " The cumaru meso thermal granodiorite - Hosted


gold
mineralization, Amazon Craton, Brasil ln Ladeira, E A ed, Gold' 9l : Brasil'
p. 557 - 562.

MACAMBIRA, M J B et alii 1990 - Geocronologia da Granìtogênçse da Província


AmazônicaCentral Brasileira: Urna revisão' Rev' Bras, Geoc. 20
(l-a) : 258
-266.
t42

MANIAR, P and PICCOLI, P M., 1989 - 'lectonic discrimination of granitoids,


D
Geological Society of America Bulletin, vol. I 0l , p 635 - 643

MARAUÍ, c.A. & VEIGA, A,T.C 1985 - Síntcse Geológica da Região de Novo
Planeta - Alta Florçsta (MT), Anais do II Simpósio de Geologia da
Amazônia, Belém.

MEDEIROS, H. & DALL'AGNOL, R. 1988 - Petrologia da porção leste do


batólito granodiorítico Rio Maria, sudeste do Pará, In: CONGR BRAS
GEOC., 35, Belém, 1988. Anais SBG, V 3 p 1488 - 1496'

MELO,D P &FRANCO,M doS M


1980-Geomorfologia'ln: Brasil,DNPM
Projeto RADAMBRASII-, Folha SC 2l Juruena. Rio de Janeiro, 1980,
(Levantarnento de Recursos Nafurais, 20).

MONTALVAO, R.M G., TASSINARI, C.C.G;TEIXËIA, W.; e VASCONI, A V


1988 - Caracterização geocronológica Rb - sr dos terrenos granodiorítioos e
trondjemíticos da reg:ão de Rio Maria - Sul da Serra dos Carajás, In: Congr'
Bras. Geol,, 35, Belém Anaìs SBG. v,3, p 1478 - 1487 '

MMER, E. e BRANDÃO, A.M P M1989 - Balanço hídrico e olima da reg:ão dos


oerados, Rio de Janeiro. - IBGE, I l6p

NISBET, E,C, 1984 - In:FOSTER, R.P,, ed., Gold'82: The Geology, Geochemisty
and Gcnesis of Gold Depósits Rotterdam, 753p'

pHjLL1pS, G,N 198ó - Geology and alteration in thç Golden Mile, kalgoorlie,
Econ. Geol, Geol. v, 81, P. 779 - 808,

PITCHER, W.S 1982 -


Granite type and tectonic environment. In Mountain
Building Processes, K, [{so, editor, Academic Press, l9-40

PITCHER, W,S 1987 - Granites and yet more gxanites forfy years on Geolog:sche
Rundschaw 7 611, p. 51 -79,

RAMSAY, JG, ;Grahan, RH 1970 - Strain vatiation in shear belts. Canadian J,

of Earth Sc 7, p, 786 - 813

RAMSAY, J.G 1980 - The crack - seal mechanistn of rock deformation. Nature, v,
284, p. 135 - 139.
'Þlo

143
l l

RAMSAY, J,G. and Huber, M,l 1983 -'lhe techniques of modern structural
geology, v, L Strain analysis. Academic Press,

RAMSAY, J,G. and Hul¡er, M.l. 1987 - The techniques of modem structural
geology, v. 2, Academic Press,

ROBERT, F. and Brown, A. 198ó - Archean gold-bearing quartz veins at the signa
Mine, Abitibi Greenstone Belt, Quebeo, Econ Geol v, 8 1 , p 578 - 61 5 '

ROBERTS, R.G. 1987 ' Archean lode gold deposits. Geoscience Canadâ' v l4, n I ,
p. I-19,

RICHARD M. et al, l99l - Archean granitoid - Hoster gold deposits of the Abitibi
greenstone belt, Quebec: Ar example from the Piene Beauchemin mine, In
Ladeira, E 4., ed Gold 9l: Brasil, p. 551 - 55ó

SANTIAGO, A,F, et al, 1980 - Estratigrafia prelinrnar da bacia sedimentar do Alto


Tapajós In ;CONGRESSO BRASII-EIRO DE GEOLOGIA,3I' Camboriú'
Anais Florianópolis SBG v' 2, p'786 - 97'

SANTOS, D,B, dos. et ali 1982 - Coberturas vulcano - sedimenta¡es e sedimentarc


pré-cambrianas da Plataforma Amazônica In: simpósio de Geologia I, Belém,
SBG, p. r13 -11'7.

SANTOS, J.O.S. 1984 - Classificação das Rochas vulcânicas uatumã. In:


congresso Brasileiro de Geologia, 33, Rio de Janeiro. Anais Rio de Janeiro,
- SBG, v.9,p.4526 - 4538.

SANTOS, J Q.S, & LOGI_IERCIO, S,O.C 1984 - A parte meridional do cráton


amazônico ( Escudo Brasil Central ) e as bacias do Alto Tapajós e Parecis -
Alto Xingu. In : Scobbenhaus, C': Campos, D,A,; Derze, F R & Asmus H E'
(coordes). Geologta do Brasil, p 93'127

SIBSON, R H. 1977 - Fault roçks and fault mçchanisms. Bull, Geol, soc, London,
133 191 -213.

sEwARD, TM. 1973 -',lhio-cornplexcs of gold and the transport of gold in


lrydrotlrermal ore solutions: Geochir¡ica et cosmochimica Acta, v. 3T, p 379'
399.

sEwARD, T.M. 1984 - The transport and deposition of gold in hydrothermal


sistems, in: Foster, R P, ed,, Gold'821 Rotterdam, p 165 - l8l
144

SILLITOE, RH 1988 - In: Goode, A.D.T, et al., Gold 88; Geological Soc. of
Australia, 22, 127 - 138.

SILVA, G,H, et alü, 1974 - Esboço geológ:co de parte da Folha Sc, 2l , Juruena. In:
Congresso Brasileiro cle Geologia, 28. Porlo Alegre, Arrais do Porto Alegre,
SBG, 1974. v 4, p 309 - 20.

SILVA, G.H. et alii 1980 - Geologia In; DNPM - Projeto RADAMBRASIL. Folha
Sc.21 - Jumena - RJ, v, 20' 21 - 116.

SIQUEIRA, L,P de 1988 Bacia do Parecis, Relatóno Pctrobrás DEPEX


SEBIN]'.

SOUZA, A.M.M, de. et alir, 1979 -


Reconhecimento geológico do limite Pará -
Mato Grosso, Projeto São Samuel, Brasília, DNPM - CPRM' 1979,27p.

STRECKEISEN, A L. 1976 - 1'o each plutonic rock its proper narne - Earth Sci.
Rev. 12, I-33,

TASSINARI, C.C G & TEIXEIRA, W 1978 -


Estudo geocronológioo e
estratigráfico das rochas pré-cambrianas da Folha Sc 21 - Juruena' Salvador'
Projeto RADAMBRASIt,, 1978 n,p. (relatÓrio intemo, I ó8 - G.)

TASSINARI, CC.G; TEIXEIRA, W; SIGA.lr, O. 1978 - Considerações crono-


estratigráficas da região das Chapadas clo Cachirrbo e Dardanelos, In:
- CONGR. BRAS GEOL,30, Recife, 1978, Anais Recife, SBG v I'p 477'
490,

TASSINARI, C.C.G. l98l - Evolução geotectônica da Província Rio Negro


Jurueua na região Arnazônica, Dissertação de Mestrado. Inst. de Geociências'
USP, São Paulo,

TEIXEIRA, W.;TASSINARI, C C.G,; CORDANI, U,G KAWASSHITA, K 1989


- A review of the geocronology of the Amazônian Cratonl Tectonic
implications. Precalnbrian Res,, 42. 213 '227 .

VEARNCOMBE, JR;BARLEY, ME EISENLOHR, B; GRIGSON' MW';


GROVES Dl; HOUSTON, SM; PARTINGTON, GA.
and
SWARNERECKI, M S 1988 - Structural controls on gold mineralisation' In:
Goode, A.D T. et alii,, eds, Gold 88, 22; 19 '23 .
ffi
("': t45
','l'

t'íì VILJOEN, M J. 1984 - In: Foster, R P., ed Gold' 82, Rotterdam, 753 pp

J.1977 - Mylonitization in the Lçthakane shear zone, Eastern


t':. .
WAKEFIELD,
(i
Botswana, J, Struct, Geol.' 133;262 - 275

WOODALL, R 1988 - Gold in 1988, In; Goode, A,D,T et al, eds., Gold'88' 22;01
-l l.

;..Ìlf
d
d*
d,
€i
d
d,
qJ

e'
{:
*
q
E

6'


€:
I
4:
6l
6',

ü
ANEXO 01
4
q; Mapa Geológico
q

6'
{-
ë"
''I

4
6,
e,
6r
I

6.
L

q
€,
q
{,,
Á
I
'i
q
q,

t,
(\,,

K
I
\
.\

É(
ANEXO 02

Mapa de Afloramentos e Áreas Degradadas

Você também pode gostar