Você está na página 1de 61

Geometria, arquitetura e heterogeneidades

de corpos sedimentares

Estudo de casos

P. S. G. Paim, U. F. Faccini & R. G. Netto

São Leopoldo, 2003

cap00a.p65 3 13/05/04, 18:27


© 2003 dos autores
Geometria, arquitetura e heterogeneidades de corpos sedimentares - Estudo de casos

2003 Direitos reservados à Universidade do Vale do Rio dos Sinos


UNISINOS
ISBN 85-7431-205-3
Publicação do Programa de Pós-Graduação em Geologia

Revisão
Renato Deitos
Rui Bender

Editoração
Ponto-e-Vírgula Assessoria Editorial

Capa
Dos autores
(Imageamento com GPR de rochas eólicas da formação Pirambóia –
Perminiano Superior da Bacia do Paraná)

A reprodução, ainda que parcial, por qualquer meio, das páginas que compõem este livro,
para uso não-individual, mesmo para fins didáticos, sem autorização escrita do editor,
é ilícita e se constitui numa contrafação danosa à cultura.
Foi feito o depósito legal.

Universidade do Vale do Rio dos Sinos


Programa de Pós-Graduação em Geologia
Av. Unisinos, 950
93022-000 São Leopoldo RS Brasil

Telef.: 51. 5908174


Fax: 51. 5908177
ppgeo@euler.unisinos.br

cap00a.p65 4 13/05/04, 18:27


SUMÁRIO

Lista de consultores ...................................................................................................................................... 7


Prefácio ........................................................................................................................................................... 9
Apresentação Petrobras ............................................................................................................................ 11
Apresentação dos organizadores ............................................................................................................ 13
1 INTRODUÇÃO
1.1 GEOARQ, uma abordagem integrada e aplicada da geologia sedimentar
Paim, P. S. G. Garcia, A. J. V. Faccini, U. F. & Lavina, E. L. C. ............................................................... 15
2 ANÁLOGOS DE RESERVATÓRIOS
2.1 Caracterização de reservatórios: uma análise integrada
Garcia, A. J. V., Paim, P. S. G., Lopes, R. da C., Faccini, U. F. & Lavina, E. L. C. ................................... 26
ARENITOS EÓLICOS
2.2 Arquitetura estratigráfica de sucessões flúvio-eólicas: o exemplo
do Alogrupo Guaritas na região da Pedra Pintada, Rio Grande do Sul, Brasil
Paim, P. S. G. & Scherer, C. M. S. ......................................................................................................... 38
ARENITOS LITORÂNEOS E MARINHOS RASOS
2.3 Modelo de reservatório em arenitos litorâneos: ilha de barreira permiana
na Formação Rio Bonito (Minas do Leão – RS)
Lopes, R. da C., Paim, P.S.G. & Lavina, E. L. C. .................................................................................... 59
2.4 Barras de maré na Formação Rio Bonito: elementos arquiteturais
e geometria dos corpos (Iruí e Capané – RS)
Lopes, R. da C., Faccini, U. F., Paim, P. S. G. Garcia, A. J. V. & Lavina, E. L. ......................................... 78
TURBIDITOS
2.5 Mecanismos de transporte e deposição de turbiditos
D’Ávila, R. S. F. & Paim, P. S. G. ........................................................................................................... 93
2.6 Arquitetura deposicional e fácies sedimentares
do Complexo Turbidítico de Apiúna (Bacia do Itajaí – SC)
Fonseca, M. M., Silveira, A. S., D’Ávila, R. S. F. ,
Zucatti da Rosa, A. L., Appi, C. J. & Paim, P. S. G. ............................................................................. 122
3 SEDIMENTOLOGIA DE AQÜÍFEROS
3.1 Heterogeneidades litofaciológicas e hidroestratigrafia do Sistema
Aqüífero Guarani na região central do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil
Faccini, U. F., Giardin, A. & Machado, J. L. F. .................................................................................... 147
3.2 Controle diagenético na evolução e distribuição do espaço
permoporoso do Aqüífero Passo das Tropas, Santa Maria (RS)
Garcia, A. J. V, Armelenti, G. Goldberg, K. & Faccini, U. F. ................................................................. 174
4 CARVÃO
4.1 Controle estratigráfico e deposicional na gênese
dos carvões da região do rio Jacuí (RS)
Lopes, R. C., Lavina, E. L., Paim, P. S. G. & Goldberg, K. .................................................................... 187
5 PLACER
5.1 Arquitetura deposicional e concentração de minerais pesados
na Formação Uiramutã, Estado de Roraima, Brasil
Wankler, F. L., Paim, P. S. G.& Garcia, A. J. V. .................................................................................. 207
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................................................. 224

cap00a.p65 5 13/05/04, 18:27


cap00a.p65 6 13/05/04, 18:27
1. INTRODUÇÃO

GEOARQ, UMA ABORDAGEM INTEGRADA E APLICADA DA GEOLOGIA SEDIMENTAR

P. S. G. Paim, A. J. V. Garcia, U. F. Faccini & E. L. C. Lavina

Introdução

Este capítulo tem o objetivo de apresentar a abordagem metodológica que norteou a


concepção e o desenvolvimento do projeto “Geometria, arquitetura e heterogeneidades de cor-
pos sedimentares” (GEOARQ). A abordagem contempla a visualização do registro sedimentar
por meio da aplicação integrada de um conjunto de técnicas e teorias usuais no âmbito da geologia
sedimentar, fundamentadas na geologia do petróleo, direcionadas à pesquisa de recursos minerais
contidos em bacias sedimentares (com as adequações necessárias às especificidades de cada caso).
Estes procedimentos procuram relacionar atributos relativos à arquitetura, à geometria e às
heterogeneidades dos corpos sedimentares com questões práticas vinculadas à pesquisa e
explotação de bens minerais e, desde que adequadamente adaptadas, a questões-chave no mane-
jo ambiental. Esta abordagem parte também da premissa de que a integração de dados e interpre-
tações de diferentes escalas permite uma melhor compreensão sobre a origem e distribuição de
recursos minerais diversos associados a bacias sedimentares, sejam esses de origem sindeposicional
(p. ex., placer e carvão) ou pós-deposicional (p. ex., mineralizações metálicas e não-metálicas,
hidrocarbonetos e água subterrânea).
Intervalos litológicos de diferentes ambientes sedimentares são estudados a partir da
integração de dados de superfície (p. ex., mapeamento geológico, descrição e perfilagem de
afloramentos) e subsuperfície (p. ex., testemunhos de sondagens, perfis e dados hidrológicos de
poços, seções de georradar), incluindo também análises petrológicas e ensaios petrofísicos. Ainda
que não utilizadas no projeto, é notório que outras informações geofísicas, principalmente aquelas
vinculadas à sísmica de reflexão, bem como o adequado uso da modelagem física e numérica,
agregam e organizam um volume de informações que pode aumentar em muito a precisão dos
resultados obtidos. O potencial de qualquer modelo físico ou numérico, baseado ou não em um
conjunto de informações sísmicas, será, em grande parte, um reflexo da qualidade do modelo
geológico elaborado ou interpretado. Assim sendo, para enfrentar os problemas inerentes à loca-
lização e extração de recursos minerais, a utilização de modelos geológicos preditivos oferece um
apoio fundamental tanto na pesquisa de novas fronteiras exploratórias como na definição da for-
ma mais adequada para explotação.

cap01a.p65 15 13/05/04, 19:33


16 GEOMETRIA, ARQUITETURA E HETEROGENEIDADES DE CORPOS SEDIMENTARES - ESTUDO DE CASOS

Fundamentação teórica

A definição de modelos, físicos ou conceituais, a partir dos quais são reconhecidas as


prioridades exploratórias ou realizadas simulações de fluxo, é tarefa complexa. Isso se deve à
dificuldade de caracterizar com precisão a disposição espacial e características intrínsecas das
rochas nas diferentes escalas de observação necessárias (da escala de bacia à escala microscópica).
A presença e distribuição de recursos minerais em litologias sedimentares são diretamen-
te relacionadas a processos genéticos específicos, que atuam desde a deposição até a telodiagênese.
Recursos cuja distribuição é controlada pela deposição tendem a se distribuir e a se concentrar de
acordo com as relações entre as propriedades físicas (p. ex., granulometria e densidade) ou quími-
cas (p. ex., estado de oxidação/redução) e as variações de energia e condições químicas do ambi-
ente sedimentar. Recursos minerais de origem pós-deposicional são afetados pelas propriedades
físicas (p. ex., estratificações internas e textura de grãos) e químicas (p. ex., composição dos grãos
do arcabouço) das rochas, devido às suas influências sobre as condições de migração dos fluidos no
interior dos pacotes sedimentares. Enquanto as heterogeneidades internas das fácies afetam a
dinâmica dos fluidos no espaço permoporoso, a composição mineralógica afeta a química desses
fluidos durante a migração. Tais fenômenos participam intensamente, por exemplo, no controle
do fluxo e na composição química da água que percola através dos aqüíferos granulares.
Os fundamentos teóricos utilizados de maneira integrada revelam a importância de estu-
dos multiescalares detalhados que conduzam à geração de modelos reais e/ou conceituais preci-
sos o suficiente para direcionar as atividades de exploração e explotação. Com base em dados,
informações e concepções consistentes com a realidade geológica investigada, pode-se então re-
alizar simulações a partir da elaboração de modelos numéricos que se sustentem na base de dados
conhecida e que permitam projeções para as áreas não conhecidas.

Escalas e controles das características físicas dos corpos sedimentares


As características finais dos depósitos sedimentares são influenciadas por diversos fatores
que atuam desde a escala de bacia (gigaescala) e arquitetura estratigráfica (megaescala), passando
pela escala dos elementos arquiteturais (macroescala) e feições sedimentares (mesoescala), culmi-
nando com a escala dos atributos texturais (microescala) (Fig. 1.1.1). Enquanto a tectônica e o
clima definem a fisiografia das regiões submetidas à erosão e deposição e as próprias taxas de
acumulação, preservação e, conseqüentemente, a arquitetura estratigráfica nas bacias sedimentares
(processos alogênicos atuantes em giga e megaescala), a dinâmica dos sistemas deposicionais con-
trola a arquitetura deposicional e a geometria dos corpos sedimentares (processos autogênicos
atuantes em macro e mesoescala) (Fig. 1.1.2). Os atributos físicos e composicionais reconhecidos
em estudos petrográficos (microescala) decorrem, em última análise, de processos pós-
deposicionais (diagenéticos), afetando ou sofrendo influência dos atributos definidos na etapa an-
terior (sedimentogênese).
Os processos e produtos diagenéticos condicionam a distribuição final do espaço
permoporoso no interior dos corpos sedimentares. Tais processos, relacionados à história de
soterramento, promovem significativas modificações nas propriedades permoporosas primárias
dos sedimentos, fechando ou abrindo caminhos para percolação de fluidos durante sua evolução
diagenética (Fig. 1.1.3).

cap01a.p65 16 13/05/04, 19:33


INTRODUÇÃO 17

Figura 1.1.1 – Hierarquia das heterogeneidades nos depósitos sedimentares com relação às
escalas de campo, reservatório e petrofísica (adaptado de Buchem et al., 1995, e Dreyer, 1993) e
principais agentes de controle (adaptado de Miall, 1996).

cap01a.p65 17 13/05/04, 19:33


18 GEOMETRIA, ARQUITETURA E HETEROGENEIDADES DE CORPOS SEDIMENTARES - ESTUDO DE CASOS

Figura 1.1.2 – (a) Paleogeografia, um produto da tectônica e do clima, condicionando a distribui-


ção dos sistemas deposicionais e a arquitetura estratigráfica (adaptado de Fisher & Brown, 1984);
(b) configuração dos sistemas deposicionais definindo a arquitetura deposicional (porte e geome-
tria dos corpos sedimentares) e feições sedimentares internas (adaptado de Galloway & Dutton,
1979).

cap01a.p65 18 13/05/04, 19:33


cap01a.p65
19
13/05/04, 19:33
INTRODUÇÃO

Figura 1.1.3 – Relações de influência do ambiente deposicional, rocha-fonte e história pós-deposicional sobre os atributos responsáveis pela definição de
propriedades-reservatório em rochas sedimentares clásticas terrígenas (adaptado de Hewitt, 1966).
19
20 GEOMETRIA, ARQUITETURA E HETEROGENEIDADES DE CORPOS SEDIMENTARES - ESTUDO DE CASOS

Recursos minerais sindeposicionais


Dentre os recursos cuja origem e concentração recebem influência direta dos processos
de transporte e deposição, alguns resultam de fenômenos físicos enquanto outros são decorren-
tes de fatores químicos/bioquímicos (p. ex., diamante em placers e turfas/carbonatos marinhos,
respectivamente). Neste contexto, seções de correlação e mapas de distribuição de fácies, assim
como a adequada avaliação das relações entre processos e produtos na escala de elementos
arquiteturais e litofácies, constituem-se em ferramentas importantes para a compreensão da ar-
quitetura estratigráfica e deposicional (Fig. 1.1.4). Mapeamento geológico detalhado e correlação
de fácies auxiliam no entendimento dos padrões de transporte e sedimentação e, conseqüente-
mente, possibilitam a identificação de situações estratigráficas e paleogeográficas favoráveis à con-
centração de recursos minerais. Propriedades físicas, tais como densidade, diâmetro,
arredondamento e esfericidade, afetam o deslocamento dos grãos e a concentração de minerais
(Fig. 1.1.5). Por outro lado, certas propriedades químicas, tais como eletronegatividade e poten-
cial iônico, controlam a mobilidade ou precipitação dos componentes transportados em solução.
A análise em diferentes escalas de investigação favorece, portanto, a previsão de interva-
los litológicos com concentrações minerais, estejam estas associadas à capacidade de transporte
ou ao controle geoquímico.

Figura 1.1.4 – (a) Seções de correlações e mapas de distribuição de litofácies como método
auxiliar para visualização da geometria e conectividade nas escalas mega e macro (adaptado de
Harris & Hewitt, 1977) e (b) visualização na escala de reservatório das heterogeneidades relacio-
nadas à continuidade lateral e conectividade das mesmas (macroescala) – adaptado de Galloway et
al. (1979).

cap01a.p65 20 13/05/04, 19:33


cap01a.p65
-

21
-

13/05/04, 19:33
INTRODUÇÃO

Figura 1.1.5 – Variações na composição e seleção granulométrica em função da distância e agentes de transporte e estabilidade dos minerais em condições
superficiais, resultando em diferentes graus de maturidade mineralógica e seleção textural dos constituintes detríticos nos diferentes contextos deposicionais
(adaptado de Zuffa, 1991).
21
22 GEOMETRIA, ARQUITETURA E HETEROGENEIDADES DE CORPOS SEDIMENTARES - ESTUDO DE CASOS

Recursos minerais de origem diagenética


A análise das heterogeneidades definidas pela arquitetura estratigráfica e deposicional,
pela geometria das fácies e pelos atributos texturais, contribui para o reconhecimento de sítios
deposicionais favoráveis à concentração de depósitos minerais. Além disso, essas mesmas
heterogeneidades repercutem também na definição dos caminhos preferenciais de percolação de
fluidos durante os processos diagenéticos.
A presença e a percolação de fluidos no interior das rochas sedimentares constituem os
principais motivos pelos quais ocorrem reações químicas envolvendo processos de dissolução e
precipitação durante a diagênese. Estes processos são responsáveis pelo fechamento total ou
parcial da porosidade primária dos sedimentos, por meio da precipitação de constituintes autigênicos
(cimentos) no interior dos poros ou pela dissolução total ou parcial de componentes, abrindo
novos espaços porosos (porosidade secundária). Uma vez que todo e qualquer processo diagenético
de dissolução ou precipitação resulta da interação fluido-rocha, é importante reconhecer as ca-
racterísticas geoquímicas tanto dos constituintes clásticos como dos fluidos percolantes no interior
dos poros.
Em rochas terrígenas, a composição do arcabouço é produto da interação entre rochas-
fonte, clima, transporte (agente, tipo e distância) e condições de deposição. A composição dos
fluidos intersticiais é um produto combinado da composição original do fluido presente no ambi-
ente deposicional, de sua reação com os constituintes minerais e de sua evolução geoquímica no
decorrer do soterramento e estágios posteriores da diagênese. A evolução geoquímica dos fluidos
depende em parte de sua mobilidade no interior dos intervalos litológicos. Esta mobilidade, por
sua vez, é inicialmente relacionada à distribuição das heterogeneidades de origem deposicional.
Durante a evolução diagenética, processos de dissolução e precipitação são responsáveis por
modificações no espaço permoporoso, abrindo ou fechando espaços, ampliando ou restringindo a
circulação de fluidos.
Os processos de dissolução deixam, comumente, indícios texturais, desde grãos com
bordas corroídas chegando até mesmo à completa dissolução, quando restam apenas poros
agigantados. Neste caso, pouco se pode concluir com relação à composição química do fluido que
percolou a rocha dissolvendo seus componentes minerais. Por outro lado, os processos de preci-
pitação deixam indicações muito mais seguras sobre a composição química dos fluidos precipitantes.
Estas indicações incluem as próprias fases minerais precipitadas (cimentos), cujos constituintes
elementares e isotópicos (carbono e oxigênio, por exemplo, para o caso de cimentos carbonáticos)
refletem as condições geoquímicas no momento da precipitação.
Em resumo, qualquer acumulação mineral de origem diagenética responde à distribuição
dos espaços disponíveis para serem preenchidos (espaço inter e intragranular). Esses espaços
podem ser visualizados como uma unidade física, com limites externos (controle estratigráfico e
deposicional) e atributos internos (controle deposicional e diagenético). O entendimento dessas
questões constitui o principal foco nas investigações voltadas à avaliação de recursos minerais
pós-deposicionais, ou seja, todos aqueles relacionados à migração de fluidos (água, óleo, gás, de-
pósitos minerais relacionados a fluidos diagenéticos; Fig. 1.1.3). As investigações em escala mi-
croscópica devem caracterizar os diferentes tipos de porosidade presentes no intervalo de inte-
resse e suas relações com as heterogeneidades discriminadas nas demais escalas analisadas (meso,
macro e megaescala; Fig. 1.1.4). A quantificação dos diferentes tipos de porosidade e sua visualização
no espaço são requisitos fundamentais na elaboração de modelos geométricos tridimensionais
dos corpos sedimentares que contenham recursos minerais de origem pós-deposicional.

cap01a.p65 22 13/05/04, 19:33


INTRODUÇÃO 23

Considerações metodológicas

A utilização de afloramentos análogos na caracterização dos atributos físicos de corpos


sedimentares e na definição de modelos geológicos aplicáveis em estudos de reservatórios de
hidrocarbonetos tornou-se usual. Com esse procedimento busca-se constituir modelos geológi-
cos de caráter preditivo, que sejam mais confiáveis em estudos exploratórios ou de explotação. A
vantagem no uso de análogos consiste na possibilidade de acessar e quantificar os atributos
arquiteturais e geométricos dos estratos sedimentares (macroescala) e a variabilidade lateral de
feições sedimentares no interior dos estratos (mesoescala). Por meio disso, são estabelecidos
critérios que dão suporte à geração de modelos conceituais e, desses, modelos numéricos úteis
em avaliações em subsuperfície.
A abordagem aqui apresentada vale-se, em todos os casos abordados, de estudos de
afloramentos somados com dados de subsuperfície obtidos com ferramentas diversas, função do
bem mineral considerado e da disponibilidade de informações. Aspectos ligados aos principais
elementos arquiteturais, geometria das camadas e fácies sedimentares (com todos os seus atribu-
tos) são mais facilmente acessados e mensurados em afloramentos.
Na pesquisa de recursos minerais de origem sindeposicional, a análise de afloramentos
permite contextualizar as condições deposicionais nas quais as acumulações foram geradas. No
caso de placers, o tema central será a posição espacial relativa das fácies mais promissoras para
concentração de minerais pesados. Em se tratando de camadas de carvão, o tipo e configuração
fisiográfica do sistema deposicional associado à gênese das paleoturfeiras constituirão o foco cen-
tral. A extrapolação das informações de superfície para subsuperfície, seja por levantamentos com
GPR (modelamento 3D em macroescala), seja por dados de poços e testemunhos (modelamento
3D em macro e megaescala), fornecerá a confiabilidade necessária aos modelos construídos. Es-
tudos em microescala (análise de minerais pesados, mineralogia, petrografia orgânica, análises e
ensaios químicos, entre outros) definirão a existência e/ou qualidade do recurso mineral pesquisado.
Para o caso de minerais de origem sindeposicional, o estudo dos processos diagenéticos (e
técnicas associadas) pode não possuir maior relevância, uma vez que a espacialização do espaço
inter e intragranular não é o fator condicionante na disposição do bem mineral considerado.
Em se tratando de recurso mineral de origem pós-deposicional envolvendo a migração
de fluidos, diferentes histórias diagenéticas, mesmo de litologias depositadas em condições
paleoambientais similares, acabam por condicionar importantes diferenças na distribuição do es-
paço permoporoso. Nesses casos, a compreensão dos processos diagenéticos assume uma im-
portância maior. Por conseguinte, as técnicas relacionadas a esta escala de estudo tornam-se pe-
ças-chave. Ensaios petrofísicos e análises na escala microscópica (p. ex., microscopia óptica con-
vencional, catodoluminescência, isótopos estáveis, microscopia eletrônica, microssonda, inclu-
sões fluidas) tornam-se importantes fontes de informação para uma apropriada avaliação da
potencialidade relacionada a recursos diversos, incluindo hidrocarbonetos (óleo e gás), água sub-
terrânea e minerais associados a fluidos hidrotermais. No entanto, é importante ressaltar que
todas as demais técnicas relacionadas ao estudo de afloramentos e a análises de subsuperfície,
previamente consideradas na avaliação de recursos de caráter sindeposicional, continuam a de-
sempenhar o mesmo papel relevante para a completa avaliação do recurso considerado.
Cabe uma ressalva relativa à questão de analogias feitas a partir de afloramentos, pois
duas situações podem ser verificadas: a unidade de interesse em subsuperfície pode ou não aflorar.
No primeiro caso, a correlação é mais direta e de caráter mais abrangente. Deve-se, no entanto,
considerar as possíveis variações de cunho paleogeográfico ou diagenético, na medida em que as
histórias deposicional e de soterramento para a mesma unidade podem variar de forma significa-
tiva no espaço. No segundo caso, além das possíveis diferenças paleogeográficas e diagenéticas,
fatores como especificidades dos sistemas deposicionais, variações na composição do arcabouço
e clima, entre outros, podem interferir aumentando o grau de imprecisão das analogias diretas.
Apesar dessas dificuldades, os modelos conceituais produzidos para as duas situações abordadas

cap01a.p65 23 13/05/04, 19:33


24 GEOMETRIA, ARQUITETURA E HETEROGENEIDADES DE CORPOS SEDIMENTARES - ESTUDO DE CASOS

(aflorar ou não) podem incorporar princípios similares e potencialmente aplicáveis. Os modelos


numéricos, no entanto, serão mais frágeis quando não existe uma vinculação direta entre
afloramentos e a zona de interesse em subsuperfície.
A quantificação dos parâmetros a serem modelados nas distintas escalas de observação
(p. ex., elementos arquiteturais, dimensões e geometrias de corpos, dimensões de estruturas
sedimentares, tipos e distribuição de poros) é realizada a fim de compor o banco de dados físicos
utilizado na definição do modelo geológico. Uma vez consideradas as semelhanças e diferenças
entre as unidades em superfície e subsuperfície, o modelo gerado poderá então ser aplicado (ou
modelado em termos numéricos) com finalidade exploratória ou de lavra.
O uso de afloramentos na caracterização de modelos preditivos mostra-se também im-
portante em termos da representatividade da amostragem de rochas para análises petrográficas e
petrofísicas, uma vez que permite um melhor reconhecimento das variações faciológicas, princi-
palmente em situações onde não exista disponibilidade de testemunhos de rocha. Entretanto, o
uso de amostras de superfície como análogas para situações de subsuperfície deve ser realizado
com cautela, pois litologias expostas apresentam alterações diagenéticas produzidas pelo retorno
às condições de soterramento raso, sujeitas à infiltração de fluidos meteóricos (telodiagênese).
Assim, reconhecido o efeito da telodiagênese, os dados quantificados em amostras de superfície
poderão ser utilizados, com reservas, nos estudos de modelagem.

Considerações finais

A definição de modelos preditivos em geologia e, em particular, sua aplicação à explora-


ção mineral e extração de fluidos contidos no espaço permoporoso de litologias sedimentares
exigem, além das ferramentas tecnológicas para modelagem, uma consistente bagagem de conhe-
cimento sobre as condições de origem e evolução das rochas que contêm o recurso prospectado.
Uma vez reconhecidos os processos genéticos relacionados à formação de acumulações
minerais, a maior dificuldade de utilização deste conhecimento na definição de modelos preditivos
reside na aplicação dos mesmos nas diferentes escalas em que as investigações se desenvolvem,
questão essa já destacada por vários autores (p. ex., Galloway & Hobday, 1983). A análise integra-
da de heterogeneidades procura reduzir as incertezas dos modelos a partir da integração de da-
dos associados às diversas escalas de investigações.
A integração dos dados obtidos é facilitada quando o trabalho se desenvolve respeitando
a hierarquia das heterogeneidades geradas por fatores atuantes em distintos momentos evolutivos
das litologias. Um sumário desta abordagem pode ser representado pelos seguintes itens de in-
vestigação: (1) caracterização das heterogeneidades e unidades passíveis de serem discernidas em
giga e megaescala (bacia ou parte desta), buscando definir as variações no tempo e no espaço dos
padrões de preenchimento (arquitetura estratigráfica), utilizando para tanto sondagens regionais
e/ou seções sísmicas; (2) definição das heterogeneidades e unidades em macroescala, por meio do
detalhamento dos sistemas deposicionais alvo e reconhecimento dos elementos arquiteturais que
os constituem, utilizando dados de poço, GPR e afloramento (arquitetura deposicional); (3) iden-
tificação das heterogeneidades em mesoescala, via definição do arcabouço faciológico que carac-
teriza os vários elementos arquiteturais, por meio de estudos de poço, testemunho e afloramento;
e (4) avaliação das heterogeneidades em microescala, por meio de análises petrográficas e
petrofísicas, acompanhadas de estudos petrológicos focados na evolução e distribuição do espaço
inter e intragranular. As escalas relativas aos itens 1 e 2 relacionam-se à fase de trabalho comumente
definida como exploratória, enquanto os itens 3 e 4 são enfatizados nas etapas posteriores, associ-
adas à lavra ou explotação. No entanto, não deve existir rigidez quanto a isso, pois muitas vezes a
resposta a uma questão regional é encontrada em estudos de detalhe e vice-versa. A abordagem
conjunta, em todas as escalas, é, sem dúvida, a que fornecerá maior confiabilidade aos modelos

cap01a.p65 24 13/05/04, 19:33


INTRODUÇÃO 25

geológicos e, assim, a qualquer modelo numérico que possa vir a ser elaborado, seja este aplicável
à exploração ou à explotação.
O projeto GEOARQ, a partir dos conceitos discutidos acima, buscou contribuir para a
aplicação e disseminação de métodos, técnicas e conceitos usuais da Geologia do Petróleo na
pesquisa de outros recursos minerais encontrados em terrenos sedimentares, com as adaptações
necessárias a cada caso. Procurou também preencher uma lacuna e servir como um ponto de
referência para a utilização integrada das disciplinas de estratigrafia, sedimentologia e petrologia
para fins aplicados. Com isso pretendeu interferir na abordagem usualmente utilizada em outras
áreas da Geologia (p. ex.,Hidrogeologia, Geologia do Carvão e Geologia Econômica) bem como
na forma de apresentação de temas vinculados à geologia sedimentar na formação de recursos
humanos em Geologia, em nível de graduação, no Brasil.

cap01a.p65 25 13/05/04, 19:33


TURBIDITOS

2.5 MECANISMOS DE TRANSPORTE E DEPOSIÇÃO DE TURBIDITOS

R. S. F. d’Ávila & P. S. G. Paim

Introdução

Turbiditos são os depósitos resultantes das correntes de turbidez, um tipo de fluxo


gravitacional bipartido, composto por uma camada basal granular, que flui devido à sobrepressão
de poros e a condições inerciais (inertia layer), sobre a qual desenvolve-se uma camada superior
mais diluída, totalmente turbulenta, que eventualmente retrabalha e ultrapassa o depósito final da
camada inercial. Conglomerados, arenitos conglomeráticos e fácies arenosas grossas são os depó-
sitos típicos da porção granular da corrente de turbidez. Já a verdadeira seqüência de Bouma
desenvolve-se em regiões mais distais que estes depósitos mais grossos, bacia adentro, depositan-
do-se a partir de fluxos totalmente turbulentos, de baixa densidade, que se distanciaram dos
fluxos inerciais parentais (Sanders, 1965; Mutti et al., 1999).
Nas décadas de 1960 e 1970, o estudo dos turbiditos foi impulsionado por questões mili-
tares e econômicas. Durante a Guerra Fria, houve o financiamento de pesquisas devido ao inte-
resse dos militares em conhecerem a fisiografia submarina, o que incluía os vastos vales e leques
submarinos turbidíticos modernos, para poder, entre outros aspectos, prever e traçar as rotas de
submarinos (Arnold Bouma, comunicação pessoal, 2000). A esta necessidade somou-se o interes-
se econômico nos turbiditos, especialmente nas três últimas décadas do século XX, pela percep-
ção de que os turbiditos e depósitos associados são importantes rochas-reservatório e geradoras
de petróleo (Normark et al., 1993). Tais litologias, no Brasil assim como em termos mundiais,
constituem-se num dos mais importantes plays para a indústria petrolífera. Afora as descomunais
reservas do Golfo Pérsico, onde Arábia Saudita, Iraque, Emirados Árabes Unidos, Kuwait e Irã
totalizam cerca de 60-65% das reservas mundiais de petróleo, grande parte do esforço exploratório
das companhias de petróleo está focado em turbiditos no chamado triângulo dourado: Golfo do
México, margem brasileira e costa oeste africana, regiões prolíferas e menos conturbadas que o
Oriente Médio. De acordo com Pettingill (2001), apenas na década de 1990 foram descobertos
22 campos gigantes em turbiditos (reserva explotável > 500 milhões de barris), com um volume
total de 21BBOE (bilhões de barris de óleo recuperável), cujo valor de mercado hoje se aproxima
dos US$ 565 bilhões. Cerca de 90% das reservas de petróleo do Brasil, descobertas pela Petrobras,
estão contidas em depósitos gerados por correntes de turbidez e/ou fluxos gravitacionais simila-
res, com um valor de mercado de algumas centenas de bilhões de dólares. Atualmente há uma
crescente preocupação com a segurança de equipamentos submarinos, sobretudo de produção

cap02e.p65 93 13/05/04, 19:40


94 GEOMETRIA, ARQUITETURA E HETEROGENEIDADES DE CORPOS SEDIMENTARES - ESTUDO DE CASOS

de petróleo, e a prevenção de acidentes geológicos que danifiquem esses equipamentos e conta-


minem o meio ambiente. A detecção de regiões com instabilidade de taludes, suscetíveis à ocor-
rência de escorregamentos e fluxos de detritos, e de regiões com forte erosão e aporte de sedi-
mentos por correntes de fundo e de turbidez é vital para a exploração e produção de petróleo,
pois esses fenômenos podem danificar as instalações submarinas, provocando acidentes e vaza-
mentos de petróleo, cujo controle é bastante difícil (Campbell, 1999).
Assim, este capítulo almeja fornecer à comunidade geológica um texto de fácil e livre
acesso, em português, contendo uma revisão sobre os mecanismos de transporte e deposição de
turbiditos. Visa também a prover uma base teórica ao capítulo subseqüente, que aborda o estudo
de um caso específico (Complexo Turbidítico de Apiúna). Por fim, procura demonstrar a
aplicabilidade desses conceitos à pesquisa de petróleo, tanto na sua fase exploratória como de
desenvolvimento.

Oceanos sem areia e a revolução de Kuenen & Migliorini

O entendimento dos depósitos marinhos profundos tem sido um marcante desafio cientí-
fico para a geologia desde o final do século XIX, quando se acreditava que as areias não chegavam
até a região abissal dos oceanos, que seria preenchida apenas por sedimentos argilosos. Os levan-
tamentos feitos pelo navio Challenger no final do século XIX trouxeram grandes descobertas cien-
tíficas e revolucionaram nosso conhecimento dos oceanos. Foi elaborado o primeiro mapa do
fundo marinho, medidas as velocidades e temperaturas de correntes oceânicas, descobertos os
nódulos de manganês e a existência da vida em profundidades consideradas impossíveis pela ciên-
cia da época. Logo após essa viagem, seguiram-se várias expedições de exploração dos oceanos,
que levaram à descoberta dos cânions submarinos, cuja origem suscitou discussão por quase um
século (Normark et al., 1993).
Entre essas expedições iniciais e a década de 1950 ocorreu um grande vácuo no estudo
dos sistemas de águas profundas (Pickering, Hiscott & Hein, 1986). Esta situação começou a
mudar com o trabalho de Kuenen & Migliorini (1950). Antes da década de 1950, a estratigrafia,
dedicada à reconstrução paleoambiental e paleogeográfica de larga escala, e a petrologia sedimentar,
basicamente dedicada à petrografia, trabalhavam de forma independente. Nessa década, porém,
ocorreu a revolução que deu início à sedimentologia moderna, caracterizada pelo estudo dos pro-
cessos (Reading, 1989). A pedra fundamental foi o estudo de Kuenen & Migliorini (1950), que
integraram os dados de campo de Migliorini com os de laboratório de Kuenen, sugerindo que as
camadas com gradação normal, depositadas em contexto marinho profundo, seriam o produto da
deposição de correntes de turbidez. A partir daí, as correntes de turbidez foram também consi-
deradas como os agentes mais prováveis para formar os cânions e transportar grandes volumes
de sedimento para o mar profundo. Com o impacto deste trabalho os geólogos que estudavam o
flysch puderam relacionar um determinado mecanismo de transporte com aqueles depósitos.
Mais do que isso, viram que esses processos atuam nos ambientes modernos – ou seja, percebe-
ram que o presente poderia realmente servir de análogo para o passado. Daí em diante muitos
experimentos em flumes foram usados para simular condições e recriar feições observadas nos
sedimentos antigos, focando também a observação e a quantificação dos ambientes modernos.
Esta tendência contagiou toda a sedimentologia.

A seqüência de Bouma

Após o boom da década de 1950, seguiu-se mais de uma década sem qualquer grande
mudança no entendimento dos turbiditos, até que Arnold Bouma, estudando afloramentos de

cap02e.p65 94 13/05/04, 19:40


TURBIDITOS 95

turbiditos na França em sua tese de doutorado, deduziu o que seria uma sucessão normal de
estruturas sedimentares numa camada ideal de turbidito gradado, que ficou conhecida como a
seqüência de Bouma (Bouma, 1962).
A respeito da seqüência de Bouma, há uma interessante história contada por ele (Bouma,
comunicação pessoal, 2000): Arnold Bouma era um orientando de Kuenen e fazia simulações em
flumes junto com seu orientador. O trabalho era realizado no porão da universidade, secretamente,
já que tais pesquisas não eram muito bem-vistas pelo corpo docente naquela época. A intenção
original da tese de Bouma era estudar os diversos afloramentos de turbiditos da Europa, para
testar a teoria de Kuenen de que todos esses depósitos teriam sido contíguos, gerados por enor-
mes desmoronamentos que afetariam toda a margem do continente europeu. Para Kuenen, a
desconexão dos afloramentos teria ocorrido em função do tectonismo. Bouma iniciou seus estu-
dos pela França, mas os seus orientadores franceses o proibiram de ultrapassar a margem de um
rio em sua área de estudo. Bouma foi obrigado a restringir seus estudos, que inicialmente visavam
a várias partes do continente europeu, dedicando-se apenas aos afloramentos na região de Peira
Cava na França. Na margem oposta do rio trabalhava outro doutorando, que Bouma somente
veio a conhecer no dia em que ambos defenderam suas teses. Perdida a possibilidade de trabalhar
numa escala regional, só restou aumentar o detalhe da pesquisa. Com esses estudos de detalhe
Bouma percebeu que as camadas de turbiditos com gradação normal apresentavam uma sucessão
vertical (ideal) de estruturas sedimentares, que quando completa mostrava uma porção basal
maciça (intervalo Ta), passando a arenitos com laminação paralela (Tb), laminação gerada por
ripples (Tc), hemipelagitos associados aos turbiditos (Td) e, por fim, sedimentos pelágicos bacinais
(Te), depositados com a cessação das correntes de turbidez.
Vários autores buscaram então explicar os mecanismos responsáveis pela seqüência de
Bouma numa camada de turbidito, chegando à conclusão de que esta resultava da desaceleração
de uma corrente de turbidez que depositava os sedimentos diretamente da suspensão, em fases
com ou sem ação conjunta de processos trativos (Fig. 2.5.1).

φ
Divisões de Bouma (1962) Interpretação atual
Lowe (1982) e Mutti (1992)

Lama E - Lama homogênea Corrente de turbidez de baixa densidade


ou laminada desacelerante: decantação pelágica /
hemipelágica
Silte D - Lama / silte laminado
Tração+decantação
C - Ripples cavalgantes,
lâminas onduladas ou - sob regime de fluxo inferior
convolutas
Areia
B - Laminação plano-paralela - sob regime de fluxo superior

Corrente de turbidez de alta densidade


A - Areia a grânulos desacelerante: deposição en masse dos grãos
Areia gradada ou maciça (frictional freezing)
grossa

Figura 2.5.1 – A seqüência de Bouma e os mecanismos de deposição inferidos para os intervalos


Ta (corrente de turbidez de alta densidade) e Tb-e (corrente de turbidez de baixa densidade
desacelerante). Modificado de Pickering et al., 1986, incorporando conceitos de Lowe (1982) e
Mutti (1992), que consideram a seqüência ideal como o resultado da amalgamação dos depósitos
de uma corrente de turbidez de alta densidade e de uma corrente de turbidez de baixa densidade
(um ou dois eventos?).

cap02e.p65 95 13/05/04, 19:40


96 GEOMETRIA, ARQUITETURA E HETEROGENEIDADES DE CORPOS SEDIMENTARES - ESTUDO DE CASOS

Transporte e deposição em fluxos gravitacionais

O modelo de Bouma foi largamente difundido no meio acadêmico e na indústria do pe-


tróleo. Porém, com o prosseguimento dos estudos de afloramentos e de subsuperfície, tornou-se
claro que, além da seqüência de Bouma não ser a feição mais conspícua nos sistemas turbidíticos,
ela era comum em outros sistemas deposicionais (p.ex., fluvial e o deltaico), levando a um
questionamento mais sério acerca dos mecanismos de transporte e sedimentação em águas pro-
fundas.
As pesquisas ao longo da década de 1970 indicaram que a seqüência de Bouma era uma
feição praticamente restrita aos turbiditos de grão fino a médio, com camadas arenosas delgadas
intercaladas a folhelhos, originados de correntes de turbidez diluídas, de baixa densidade, vindo a
constituir o que, posteriormente, passou-se a denominar como “turbiditos clássicos” ou TBT’s
(Thin Bedded Turbidites) por Mutti (1992). Desde então, o estudo dos processos atuantes nas
correntes de turbidez, sobretudo para aquelas de alta densidade, tem sugerido mecanismos pro-
gressivamente mais complexos.
Os trabalhos de Middleton & Hampton (1973), Lowe (1979; 1982) e Mutti (1992) mos-
traram que as correntes de turbidez representam os membros finais de um amplo espectro de
processos de transporte e deposição, composto (pelo menos) pelos fluxos de detritos, fluxos
granulares, fluxos fluidizados e fluxos turbulentos densos, e que um grande número de fácies é
gerado de acordo com a importância relativa de cada um desses processos ou de seu modo de
encadeamento. Por outro lado, Shanmugam & Moiola (1994) e Shanmugam (1996) têm conside-
rado que o processo principal de transporte das areias para águas profundas é o fluxo de detritos
e que as correntes de turbidez seriam bastante secundárias, colocando em cheque toda a inter-
pretação pretérita feita pela maior parte dos pesquisadores desde o trabalho clássico de Bouma
(1962). Ao questionar ou explicar as fácies turbidíticas maciças com processos formadores tão
distintos como as correntes de turbidez e os fluxos de detritos, esses diferentes pesquisadores
fornecem uma idéia estarrecedora do grau de desconhecimento dos processos deposicionais e da
interpretação das fácies turbidíticas, indicando o grau de complexidade que se deve esperar du-
rante a análise desses depósitos. Isso resulta, em grande parte, do fato de que as fácies turbidíticas
registram os mecanismos deposicionais atuantes nos instantes finais de uma corrente de turbidez,
sendo os mecanismos de iniciação e transporte nessas correntes apenas inferidos.
Para a maior parte dos pesquisadores, porém, as fácies arenosas maciças depositadas em
águas profundas resultam da deposição de correntes de turbidez. Assim, o conceito mais difundi-
do, e aqui adotado, é o de que turbiditos são os depósitos de correntes de turbidez bipartidas que
têm na base um fluxo granular sobrepressurizado e na porção superior uma corrente totalmente
turbulenta e de baixa densidade. Estes dois tipos de fluxo seriam os componentes básicos de uma
corrente de turbidez cuja carga sedimentar inclua sedimento de granulação grossa (Mutti et al.,
1999).
Para melhor compreender as correntes de turbidez, é importante conhecer alguns princí-
pios sobre fluidos e fluxos, bem como distinguir fluxos laminares de turbulentos e fluxos
gravitacionais de sedimentos dos fluxos gravitacionais de fluidos (hidrodinâmicos).

Fluxos e fluidos

Todos os fluidos possuem uma resistência ao fluxo (viscosidade), que é controlada pela
composição e, em menor grau, pela temperatura. Com o aumento da salinidade e da carga
sedimentar crescem a densidade e a viscosidade da água. O aumento da carga de sedimento
suspenso, especialmente argila, aumenta significativamente a viscosidade da água, que passa então
a se comportar como uma mistura sedimento + água, com poder para mover grandes quantida-

cap02e.p65 96 13/05/04, 19:40


TURBIDITOS 97

des de material, mesmo de grande tamanho. Dependendo da concentração de sólidos suspensos,


a mistura sedimento + água se comportará como fluidos de maior ou menor viscosidade.
Conceitualmente, os fluidos são materiais que fluem quando submetidos à tensão cisalhante (shear
stress).
Fluidos newtonianos não possuem resistência, ou seja, a deformação do fluido é propor-
cional à tensão aplicada, não existindo um patamar inicial de resistência a ser vencido antes do
fluido começar a deformar e fluir. Assim, o fluido assume a forma do recipiente que o contém
(p.ex., canal). Já os fluidos que apresentam um patamar inicial de resistência a ser sobrepujado
antes do fluxo iniciar são denominados fluidos binghanianos (Fritz & Moore, 1988). Os fluidos
newtonianos possuem um menor teor de sedimentos dispersos na mistura e uma menor viscosi-
dade que os binghanianos. Quanto maior a viscosidade de um fluido, maior o tamanho dos clastos
que este poderá carregar, que pode atingir até centenas de metros de diâmetro. Fluxos muito
viscosos normalmente têm baixo poder de erosão do substrato, carregando apenas os fragmen-
tos que estão soltos na superfície.

Fluxo laminar e turbulento


Os fluxos podem ser classificados como laminares ou turbulentos em função do padrão
de movimento das partículas (Fig. 2.5.2). Quando um sistema é dominado pelas forças viscosas ou
possui velocidades muito baixas, o fluxo é laminar, com todas as partículas movendo-se em “lâmi-
nas” paralelas aos limites que contêm o fluxo. Já o fluxo turbulento é bem mais complexo, pois o
fluido move-se de modo e em direções constantemente variáveis ao longo do tempo, resultando
em redemoinhos complexos e randômicos superpostos à direção geral do fluxo. A velocidade é
também muito variável, mesmo em curtos períodos de tempo. Porções individuais do fluido mo-
vem-se para cima, para baixo e para os lados, transferindo massa e momento através de todo o
fluxo. A água move-se quase sempre desta forma, a menos que esteja fluindo muito lentamente em
tubos ou canais. O fluxo turbulento é mais eficiente que o laminar em erodir, entranhar e transpor-
tar sedimentos (Fritz & Moore, 1988). Os fluxos laminares e turbulentos diferenciam-se em função
do número de Reynolds, que é expresso pela seguinte fórmula:

Re = ULr/µ
µ

Onde L = dimensão do fluxo (profundidade do canal ou diâmetro do tubo); r = Densida-


de do fluido; U = velocidade; e m = viscosidade do fluido.

Figura 2.5.2 – Trajetória das partículas em fluxos laminar e turbulento (modificado de Fritz &
Moore, 1988).

cap02e.p65 97 13/05/04, 19:40


98 GEOMETRIA, ARQUITETURA E HETEROGENEIDADES DE CORPOS SEDIMENTARES - ESTUDO DE CASOS

Se o sistema é dominado pelas forças viscosas ou possui velocidades muito baixas, então o
fluxo é laminar e o número de Reynolds pequeno (Re < 500). Para sistemas dominados pelas
forças inerciais (velocidades altas em relação à viscosidade), o fluxo é turbulento e o número de
Reynolds grande (Re > 2000). Os sistemas naturais são turbulentos, com uma razão água/sedi-
mento muito alta (muitos grãos finos em suspensão), gerando correntes sujas, túrbidas. Em canais
com baixa rugosidade e com fluxos mais lentos, um delgado intervalo próximo ao fundo caracteri-
za-se por fluxo laminar e constitui a subcamada laminar (laminar sublayer). Com o aumento da
velocidade todo o perfil vertical torna-se turbulento, havendo a destruição da subcamada laminar
(Fritz & Moore, 1988).

Fluxos gravitacionais e hidrodinâmicos


Fluxo gravitacional de sedimento (FGS ou fluxo de sedimentos) é um termo geral para
descrever fluxos que fluem declive abaixo devido à ação diferencial da gravidade causada pelo
contraste de densidade entre o fluxo (subaéreo ou subaquoso) e o meio circundante. Os FGS
diferenciam-se dos fluxos gravitacionais de massa (FGM) pela perda total, no caso dos primeiros,
da organização interna (fábrica) que os sedimentos possuíam antes de ser remobilizados. Os
deslizamentos (slides) e escorregamentos (slumps) são dois tipos de FGM que se diferenciam
entre si e dos FGS pelo grau de deformação interna: alto para os FGS, baixo para os deslizamentos
e intermediário para os escorregamentos (Middleton & Hampton, 1973). Nos deslizamentos,
grandes blocos ou placas de material se movem sobre uma superfície bem definida (planos de
deslizamento), não havendo praticamente deformação interna. Já nos escorregamentos o material
pode se romper em vários pedaços e geralmente apresenta deformação interna, muitas vezes com
dobramentos em pelitos.
Já os FGS distinguem-se dos fluxos hidrodinâmicos (ou fluxos gravitacionais de fluidos –
FGF) pela importância relativa dos sedimentos e do fluido em impelir o fluxo: num fluxo
hidrodinâmico, como num rio ou numa corrente oceânica, o fluido é movido pela gravidade e
arrasta os sedimentos, enquanto que num FGS é o sedimento que é movido pela gravidade, carre-
gando o fluido intersticial junto.
Mecanismos de transporte, tais como a suspensão devido à turbulência, a saltação criada
por forças de soerguimento hidráulico e arraste das partículas e a tração, gerada por arraste ou
rolamento das partículas no fundo, podem operar tanto em alguns tipos de FGS como nos FGF.
Existem, porém, alguns mecanismos, tais como escape de fluidos, interação direta entre os grãos
e suporte dos grãos pela viscosidade da matriz, que são importantes nos FGS, mas não na maioria
dos FGF. Tanto os FGF como os FGS podem ser turbulentos. Os fluxos hidrodinâmicos são carac-
terizados pelos mecanismos de deposição de sedimentos grão a grão, dominados por tração e
normalmente abordados nos estudos da sedimentação fluvial (Smith, 1986). Em condições de
cheia, o FGF é totalmente turbulento, e a turbulência serve como suporte do sedimento, mas a
densidade é ainda bem inferior à de uma corrente de turbidez. Quando a energia da cheia diminui,
os grãos de areia e cascalho caem da suspensão e passam a ser tracionados junto ao fundo, resul-
tando na estratificação cruzada dos arenitos e na imbricação de clastos dos conglomerados, que
caracterizam a deposição “normal” de um rio.

Fluxos gravitacionais de sedimentos


Enormes volumes de sedimentos são carregados para o ambiente marinho ou lacustre
(sobretudo o profundo) quando a ação da gravidade sobre misturas de sedimento e água sobrepu-
ja a ação da fricção ou da coesão entre as partículas. A mistura sedimento + água dos fluxos
gravitacionais mantém-se em movimento enquanto o componente gravitacional exceder a resis-
tência friccional ou coesiva do fluxo e enquanto os mecanismos de sustentação inibirem a queda

cap02e.p65 98 13/05/04, 19:40


TURBIDITOS 99

dos grãos (Hiscott, 1994). Os fluxos gravitacionais produzem um espectro muito amplo de fácies
sedimentares geneticamente interligadas, que variam desde simples acúmulos de sedimentos as-
sociados a deslizamentos de massa, sem a mínima organização interna, até depósitos sedimentares
formados por correntes de turbidez, com altíssimo grau de organização interna (Carminatti, 1994).

Mecanismos de suporte Modo de suporte dos grãos

Correntes de turbidez Movimento ascendente da turbulência do fluido

Fluxo fluidizado Movimento ascendente de um fluido que escapa entre os grãos


quando estes assentam por gravidade

Fluxo granular Interação direta grão a grão (colisões)

Fluxo de detritos Grãos maiores suportados pela coesão da matriz (yield strength)

Figura 2.5.3 – Classificação dos fluxos gravitacionais de sedimentos em termos de mecanismo de


suporte dos grãos (modificado de Middleton & Hampton, 1972).

Figura 2.5.4 – Depósitos relacionados a deslizamentos e escorregamentos (A e B) e vulcões de


areia (C e D) na Formação Ross (Irlanda); a fluxos de detritos (E) e correntes de turbidez de alta
concentração (G) no Grupo Itajaí (Santa Catarina); e a fluxos de grãos (F) e correntes de turbidez
de baixa concentração (H), com fluidização associada, na Formação Maceió (Alagoas).

cap02e.p65 99 13/05/04, 19:40


100 GEOMETRIA, ARQUITETURA E HETEROGENEIDADES DE CORPOS SEDIMENTARES - ESTUDO DE CASOS

Middleton & Hampton (1973) dividiram os FGS (Fig. 2.5.3) em quatro tipos (fluxos de
detritos, correntes de turbidez, fluxos fluidizados e fluxos de grãos) e, em função do grau de
deformação interna, os distinguiram dos escorregamentos (slump) e deslizamentos (slide), divisão
genética esta amplamente aceita e utilizada – figura 2.5.4. Nos fluxos naturais é comum que mais
de um mecanismo de suporte dos grãos operem simultaneamente. Além disso, outros mecanis-
mos (p.ex., tração) podem operar nos estágios finais de deposição, produzindo ou modificando
estruturas e texturas dos sedimentos depositados em estágios mais precoces de deposição da
corrente.
Embora conceitualmente importantes, os fluxos de grãos, liquefeitos e fluidizados, não
são aparentemente efetivos em carregar quantidades significativas de sedimentos por longas dis-
tâncias. Estes processos representam condições transientes nos fluxos gravitacionais durante as
fases de iniciação e, particularmente, nos estágios finais de transporte das correntes de turbidez,
imediatamente antes e/ou durante a deposição dessas dispersões sedimentares altamente concen-
tradas (Mutti, 1992).
Esse último aspecto é de suma importância, pois a fábrica resultante pode ou não refletir
o mecanismo de transporte dos grãos. Por exemplo, paraconglomerados de matriz arenosa com
o típico aspecto de depósitos de fluxos de detritos podem ter-se iniciado como correntes de
turbidez de alta densidade. Será através da análise do espectro de fácies geneticamente relaciona-
do, mergulho acima e abaixo, que o sedimentólogo poderá obter evidências para inferir os meca-
nismos deposicionais e de transporte atuantes. “Um afloramento só é uma armadilha” (Emiliano
Mutti, 2001).
Mais tarde, Lowe (1979; 1982), reavaliando mecanismos de transporte e a reologia dos
FGS, traçou algumas diferenças com relação à proposta de Middleton & Hampton (1973) - ver
figura 2.5.5. A diferença fundamental foi subdividir os fluxos fluidizados em fluxos fluidizados e
liquefeitos, conforme o suporte dos grãos pelos fluidos intersticiais fosse total ou parcial, respec-
tivamente. Ressalte-se, porém, que muitas vezes o aspecto final do depósito não permite a distin-
ção desses dois mecanismos de sustentação, observando-se comumente, em afloramento, as fei-
ções de escape.
O trabalho de Lowe (1979) enfocou os fluxos quanto ao seu comportamento reológico e
mecanismo de transporte dos grãos mais grossos (Figs. 2.5.5 e 2.5.6). Posteriormente, Lowe
(1982) dedicou-se aos mecanismos atuantes no momento da deposição, especialmente para cor-
rentes de turbidez de alta densidade. Este autor advogou que pode haver uma evolução completa
de um fluxo, iniciando como um fluxo coesivo, passando a fluxo de grãos, corrente de turbidez de
alta densidade, fluxos liquefeitos e, por fim, uma corrente de turbidez de baixa densidade (Fig.
2.5.7). A seguir são então descritos de forma mais pormenorizada os principais tipos de fluxos
gravitacionais de sedimentos.

Comportamento Tipo de fluxo Mecanismo de suporte do sedimento


do fluxo
Corrente de turbidez Turbulência

Fluxo fluidizado Suporte total pelo escape de fluidos dos poros

Fluxo liquefeito Suporte parcial pelo escape dos fluidos dos poros

Fluxo de grãos Pressão dispersivo

Plástico Fluxo de detritos coesivo Coesão da matriz


Figura 2.5.5 – Comportamento reológico e mecanismo de suporte para diversos tipos de fluxos
gravitacionais de sedimentos (modificado de Lowe, 1979).

cap02e.p65 100 13/05/04, 19:40


TURBIDITOS 101

Característica do fluxo

Laminar Turbulento
Tipo
Fluxo fluidizado Corrente de turbidez de baixa densidade
de
Fluxo liquefeito
fluxo
Fluxo de grãos Corrente de turbidez de alta densidade

Fluxo de detritos coesivos

Figura 2.5.6 – Classificação dos diversos tipos de fluxos gravitacionais quanto ao caráter laminar
ou turbulento da corrente (modificado de Lowe, 1979).

Corrente de Corrente
turbidez de de
baixa turbidez
densidade de
alta
densidade
Fluxo
liquefeito

Fluxo de
grãos

Fluxos
coesivos

Figura 2.5.7 – Transições possíveis entre diferentes tipos de fluxos ao longo da evolução de um
fluxo gravitacional subaquático (modificado de Lowe, 1982).

Fluxos de detritos (debris flows)

Fluxos de detritos são fluxos plásticos, binghanianos, ricos em sedimentos, saturados em


água, que depositam sedimentos en masse quando a tensão cisalhante cai abaixo da resistência
(yield strength) da matriz. O suporte dos clastos maiores nesses fluxos é uma combinação da força
coesiva da matriz (cohesive matrix strength), boiância (buoyancy) e pressão dispersiva (Lowe, 1979).

cap02e.p65 101 13/05/04, 19:40


102 GEOMETRIA, ARQUITETURA E HETEROGENEIDADES DE CORPOS SEDIMENTARES - ESTUDO DE CASOS

Lowe (1979) dividiu os fluxos de detritos em dois tipos: (a) fluxos de detritos não-coesivos
(= fluxos de grãos, ver adiante), nos quais a pressão dispersiva é o mecanismo de suporte domi-
nante, e (b) fluxos de detritos coesivos, para os quais aplicou o termo mudflow, onde a resistência
da matriz e a boiância dominam como mecanismos de suporte. Nas linhas seguintes serão aborda-
dos os debris flows coesivos. Os fluxos de detritos mais arenosos, não-coesivos, serão tratados no
item relativo aos fluxos de grãos.
Fluxos de detritos coesivos (Fig. 2.5.4D) depositam-se por congelamento coesivo, sendo
os depósitos mal selecionados, geralmente maciços, com matriz lamosa ou areno-lamosa, susten-
tando clastos maiores, orientados paralelos ou inclinados em relação ao fluxo. Clastos e fósseis
frágeis são preservados devido ao isolamento e lubrificação da matriz lamosa. A fácies típica é um
lamito seixoso (pebbly mudstone). Grandes blocos salientes (protruding clasts) são comuns na fren-
te e no topo das camadas. A matriz coesiva – uma mistura de material síltico-argiloso e fluido
intersticial – suporta o peso dos clastos e forma também um filme que lubrifica as irregularidades
na superfície dos grãos, reduzindo o atrito e permitindo que os fluxos de detritos fluam por gran-
des distâncias, mesmo em declives muito suaves. A presença de argila é importante, pois fornece
coesão à matriz que sustenta os clastos maiores. Mesmo teores pequenos de argila (~ 3%) podem
manter as propriedades de sustentação em fluxos de detritos coesivos, os quais, uma vez iniciados,
podem manter-se fluindo em taludes com 1° a 2° de inclinação.
Nos fluxos de detritos coesivos, a interação grão a grão é reduzida pela presença da ma-
triz, e, assim, a pressão dispersiva só pode atuar junto à base de alguns depósitos menos viscosos
onde os clastos maiores decantaram e se aglomeraram (Lowe, 1979; 1982). Depósitos com vários
metros de espessura apresentam algumas vezes a gradação inversa, que resulta do aumento da
resistência da matriz coesiva para o topo da camada, como previsto em experimentos que mos-
tram o aumento da sensibilidade das argilas com o aumento da tensão cisalhante nos fluxos laminares.
A gradação de cauda grossa no topo de fluxos de detritos subaquosos parece resultar da tensão
cisalhante na interface sedimento-água, apesar desta explicação não poder ser aplicada para fluxos
subaéreos. Já a gradação normal é comum em fluxos de detritos menos coesivos, especialmente
na metade superior de cada camada.
O afundamento dos clastos nos fluxos de detritos leva à concentração dos fragmentos
maiores na parte proximal do depósito. Em alguns fluxos se observa uma diminuição paulatina do
tamanho dos clastos com a distância da área-fonte, melhorando também a seleção. Quando a
matriz é menos coesiva, ocorre muito choque entre partículas e os clastos maiores acabam sendo
desintegrados.
Como os fluxos de detritos movem e depositam materiais en masse, seus depósitos não
devem conter estruturas sedimentares produzidas por tração (p.ex., estratificação cruzada). Es-
tas, quando presentes no topo de depósitos de fluxos de detritos, representam apenas o
retrabalhamento destes por fluxos hidrodinâmicos. Como os fluxos de detritos coesivos são
laminares, apresentam pouco poder de erosão do substrato e não apresentam marcas de sola.
Feições desse tipo na base de paraconglomerados arenosos sugerem que esses depósitos tenham
iniciado seu movimento como uma corrente de turbidez de alta densidade, e não como um fluxo
de detritos.
Próximo ao momento da deposição, o fluxo de detritos é laminar, mas pode tornar-se
turbulento, ao acelerar em taludes íngremes e incorporar água, gerando uma corrente de turbidez
(Enos, 1977).

Fluxos liquefeitos
Os fluxos liquefeitos compreendem dispersões muito concentradas de grãos e fluidos,
muitas vezes disparadas por um choque (p.ex., abalo sísmico), onde os grãos são mantidos em
suspensão pela elevada pressão de poro do fluido e seu movimento ascendente. Os fluidos ten-
dem a ser expulsos para cima ao mesmo tempo em que uma “chuva” de grãos maiores e mais

cap02e.p65 102 13/05/04, 19:40


TURBIDITOS 103

densos tende a decantar, estabelecendo uma competição entre os grãos que caem e os fluidos que
tentam ascender, o que eleva a pressão de poros até o ponto em que o fluido rompe a barragem
dos grãos e escapa pelos espaços intergranulares. Com uma grande quantidade de fluidos intersticiais
em escape o sedimento comporta-se como um fluido de alta viscosidade, capaz de fluir em taludes
suaves (< 3°). Enquanto houver suficiente aceleração do fluxo (gradiente inclinado) e pressão de
poros elevada, os grãos serão mantidos “suspensos” pelo fluido intersticial, que busca escapar. O
fluxo perpetua-se apenas enquanto a dispersão é mantida, sendo o material depositado assim que
os grãos se reaproximem e as condições de congelamento friccional sejam alcançadas.
Os depósitos de fluxos liquefeitos são tipicamente maciços, pobremente selecionados e
com feições de escape de fluidos, tais como estruturas em prato, convolução (Fig. 2.5.4H), chami-
nés (Fig. 2.5.4C) e vulcões de areia (Fig. 2.5.4D). Tais condições e depósitos são comumente, mas
não exclusivamente, gerados em correntes de turbidez de alta densidade.

Fluxos de grãos
Nos fluxos de grãos, o sedimento é mantido em suspensão devido às colisões entre os
grãos (pressão dispersiva). Estes fluxos se desenvolvem em areias e cascalhos limpos, sem matriz
argilosa. Sem uma matriz lamosa, a fricção intergranular torna-se muito grande, e esses fluxos só
podem se desenvolver em taludes íngremes, onde o ângulo de resistência inicial (angle of initial
yield) tenha sido excedido. Fluxos de grãos podem ser encontrados em ambientes subaéreos e
subaquosos, em taludes com elevadas inclinações, próximas ao ângulo de repouso, como no caso
dos estratos frontais de dunas. Quando diminui o gradiente, o atrito sobrepuja a movimentação e
o fluxo de grãos se deposita por congelamento friccional.
Depósitos de fluxos de grãos apresentam comumente a gradação inversa (Fig. 2.5.4F),
que pode ser explicada de duas maneiras: 1) como função de um stress dispersivo maior próximo
ao plano de cisalhamento, de modo que partículas maiores são mais intensamente afetadas e
tendem a ser sobrelevadas; 2) por um processo de filtragem cinética caracterizado pela queda dos
grãos menores entre os maiores (peneiramento ou sieving).
Os depósitos de fluxos de grãos são constituídos normalmente por arenitos e conglome-
rados limpos, maciços. Quando associados a dunas, ocorrem na forma de línguas de grãos mais
grossos, com alta inclinação e localmente com gradação inversa. Assim como no caso anterior, os
fluxos de grãos estão comumente, mas não exclusivamente, associados a correntes de turbidez
de alta densidade.

Correntes de turbidez
As correntes de turbidez deslocam-se como um fluxo de alta velocidade e maior densida-
de em meio à água do mar ou de um lago, devido à presença de uma grande quantidade de sólidos
suspensos. O nome corrente de turbidez se originou do aspecto túrbido de torrentes fluviais que
adentravam lagos glaciais, o que foi observado pela primeira vez no lago Geneva já no século XIX
(Forel, 1885 apud Middleton & Hampton, 1973)
As correntes de turbidez são fluxos gravitacionais bipartidos, com uma base laminar, mais
densa, e uma porção superior mais diluída e totalmente turbulenta, sendo geralmente disparadas
por eventos catastróficos de curta duração (p.ex., ondas de tempestade, choques induzidos por
terremotos, falhamentos de sedimentos em taludes íngremes) ou de mais longa duração, tais
como grandes cheias fluviais (Figs. 2.5.4G e H). A presença de finos é importante, pois aumenta a
densidade da corrente e auxilia na geração de turbulência na camada superior do fluxo, agindo
também na lubrificação dos grãos maiores da camada basal, o que permite ao fluxo carregar os
sedimentos mais longe. Ao perder os finos, os choques entre os grãos passam a acontecer, o atrito
aumenta muito e o fluxo desacelera e deposita a carga areno-conglomerática.

cap02e.p65 103 13/05/04, 19:40


104 GEOMETRIA, ARQUITETURA E HETEROGENEIDADES DE CORPOS SEDIMENTARES - ESTUDO DE CASOS

Uma corrente de turbidez pode ser subdividida em três partes: a) uma porção frontal
(cabeça), até duas vezes mais espessa que o resto do fluxo, que é seguida por b) uma região
central (corpo), onde o fluxo é aproximadamente uniforme, e finaliza com c) uma zona de rápido
adelgaçamento do fluxo (cauda) – figura 2.5.8. A cabeça é uma região de intensa turbulência e
erosão do substrato, formando escavações no substrato, como os turboglifos (flutes) e marcas de
objetos (tool marks). Nesta região mais turbulenta da corrente, as partículas são erguidas e arre-
messadas para trás, em direção à cauda, desenvolvendo uma série de redemoinhos.

Figura 2.5.8 – Subdivisão esquemática de uma corrente de turbidez (cabeça, corpo e cauda).
Redemoinhos (wake) se formam atrás da cabeça do fluxo quando da mistura da porção basal da
corrente, que possui maior velocidade (fluxo granular sobrepressurizado), com a água do ambien-
te (modificado de Pickering et al., 1986).

Ao cruzarem o talude, as correntes de turbidez aceleram e erodem o substrato, incor-


porando sedimento e aumentando sua densidade. Este fenômeno produz uma nuvem túrbida
densa que se move rapidamente até o momento em que o fluxo é obrigado a desacelerar, depo-
sitando então sua carga. A desaceleração ocorre devido ao decréscimo do gradiente ou
desconfinamento do fluxo ao sair dos cânions submarinos e atingir regiões mais amplas no sopé
de talude, onde a mistura com o fluido ambiente leva a uma diminuição da densidade da corren-
te e perda de competência. Quanto maiores o confinamento e o gradiente do talude, menor a
diluição da corrente de turbidez e maiores se tornam a erosão do substrato e a aceleração do
fluxo, contribuindo para o aumento da densidade da corrente, que se torna, então, capaz de
transportar grãos mais grossos a distâncias maiores. A passagem de fluxos de alta densidade e
turbulência pode ser registrada apenas como uma superfície erosiva abrupta no substrato e a
deposição de lags ortoconglomeráticos, com o restante da carga continuando em movimento
com a corrente talude abaixo.
Um corrente de turbidez diferencia-se de um fluxo hiperpicnal por ter uma aceleração
catastrófica muito maior, desenvolvida ao longo de condutos íngremes, tais como os cânions, au-
mentando sua densidade por meio da erosão do substrato, pela qual incorpora muito material
no fluxo, num processo chamado bulking. A corrente de turbidez aumenta sua densidade com a
erosão do substrato, e este aumento de densidade acelera a corrente, tornando-a mais erosiva e
turbulenta, mantendo a capacidade de transporte dos sedimentos arenosos. Este loop mantém a
corrente de turbidez em movimento, como um moto-contínuo temporário, num processo cha-
mado de auto-suspensão. Enquanto houver um equilíbrio entre o ganho de densidade pela erosão
do substrato e as perdas de fluidos do fluxo basal e a diminuição da densidade do fluxo turbulento
superior por diluição com a água ambiente, a corrente permanecerá no estado de auto-suspensão.

cap02e.p65 104 13/05/04, 19:40


TURBIDITOS 105

Correntes de turbidez disparadas por cheias sofrem duas acelerações – na região monta-
nhosa cortada pelos rios e posteriormente no talude –, ao passo que os fluxos hiperpicnais acele-
ram apenas nas encostas das montanhas e normalmente depositam sua carga antes de chegar no
talude e sofrer a aceleração catastrófica e o bulking (Mutti et al., 2002)

Mecanismos deposicionais e populações


de tamanhos de grão em correntes de turbidez
Os principais mecanismos deposicionais que atuam numa corrente de turbidez foram
detalhados por Lowe (1982). Segundo ele, estes mecanismos são: (1) sedimentação por tração,
quando os grãos respondem individualmente e são depositados da carga de leito; (2) sedimenta-
ção por suspensão, onde os grãos respondem individualmente e são depositados da carga suspensa;
(3) congelamento friccional, sempre que os grãos interagem via contato friccional e são deposita-
dos coletivamente, formando plugue; e (4) congelamento coesivo, quando grãos interagem com
as forças coesivas da matriz e são depositados coletivamente, formando plugue.
Numa corrente de turbidez, as diferentes populações de tamanho de grão são mantidas
em suspensão por mecanismos de suporte variados, sendo depositadas como ondas de sedimen-
tação distintas, já que a eficiência desses mecanismos muda com a desaceleração do fluxo. Assim,
a deposição das correntes de turbidez pode ser analisada de acordo com o comportamento de
três populações de grãos.
A população 1 inclui grãos de tamanho argila até areia média e pode ser totalmente suspensa
como grãos individuais por meio da turbulência do fluxo, independente da concentração. Corren-
tes de turbidez de baixa concentração (Fig. 2.5.4H) são constituídas por esta população.
Os clastos da população 2 (areia grossa até seixos pequenos) têm um comportamento
diferente, já que não podem ser mantidos em suspensão, pelo menos em grande quantidade, em
fluxos diluídos. Esses grãos são transportados em correntes de turbidez de alta concentração (Fig.
2.5.4G), nas quais os grãos maiores são sustentados pelos efeitos combinados da turbulência, e de
mecanismos que surgem da interação direta/próxima dos grãos, tais como a decantação dificulta-
da (hindered settling) e a boiância (buoyant lift). No caso de decantação dificultada, a elevada con-
centração dos grãos inibe o movimento da água e aproxima os grãos sólidos que tentam assentar,
obrigando a água intersticial a ser “espremida” nos espaços intersticiais entre as partículas, o que
dificulta a movimentação e retarda a decantação dos grãos. O efeito da boiância se dá pela susten-
tação de clastos que flutuam na matriz intersticial composta de água + sedimento fino.
Por fim, no caso dos clastos da população 3 (seixos e calhaus com concentrações maiores
que 10 a 15%), estes são suportados pelo efeito combinado da turbulência e de mecanismos
dependentes da alta concentração, como a decantação dificultada, a pressão dispersiva (resultan-
te da colisão dos clastos) e a boiância. Esta população de cascalhos só pode ser transportada em
grande quantidade em fluxos muito concentrados e tende a ser rapidamente depositada nas por-
ções proximais do sistema, assim que houver uma diluição e desaceleração do fluxo devido ao
desconfinamento e/ou diminuição de gradiente do substrato. Com isso, a corrente perde a com-
petência, deposita a fração cascalhosa, e o fluxo depletado, menos denso, segue adiante, carreando
os grãos menores pertencentes às populações 2 e 1 bacia adentro, que serão depois depositados
como turbiditos arenosos e areno-argilosos.

Tipos de correntes de turbidez


Com base na presença e proporção das três populações de tamanhos de grãos, dois tipos
principais de correntes de turbidez seriam então formadas: as correntes de turbidez de baixa e de
alta densidades.

cap02e.p65 105 13/05/04, 19:40


106 GEOMETRIA, ARQUITETURA E HETEROGENEIDADES DE CORPOS SEDIMENTARES - ESTUDO DE CASOS

As correntes de turbidez de baixa densidade são constituídas predominantemente por


grãos da população 1, caracterizadas por turbiditos de grão médio a fino, gradados, com o bom
desenvolvimento das divisões Tb, Tc e Td da seqüência de Bouma. A deposição inicia com a
desaceleração paulatina da corrente, principiando com areias depositadas sob tração (divisões Tb
e Tc) e finalizando com siltitos e argila com feições de tração + suspensão (Td). Cessada a corren-
te de turbidez, depositam-se os sedimentos pelágicos e hemipelágicos (divisão Te), a carga suspensa
que reflete a sedimentação de background do ambiente lacustre ou marinho profundo. Com o
retorno a condições de baixa energia, estes grãos finíssimos passam a decantar lentamente, cons-
tituindo o intervalo Te de Bouma, marcado por camadas microgradadas de silte até argila. A lama
do intervalo Te é normalmente mais escura que a do intervalo Td, por ser menos síltica e possuir
maior teor de matéria orgânica que a lama trazida pela corrente de turbidez.
As correntes de turbidez de alta densidade incluem tamanhos de grãos desde argila até
cascalho, ou seja, os grãos das populações 1, 2 e 3. Com a desaceleração são desenvolvidas pro-
gressivamente as ondas de sedimentação, depositadas após sucessivas reduções da densidade da
corrente, que provocam a instabilização das populações que não podem mais ser transportadas
devido à queda de energia, iniciando-se a deposição com os tamanhos maiores e finalizando com
os menores, tanto mergulho abaixo como radialmente. Cada onda de sedimentação tende a mos-
trar maiores instabilidades e taxas de sedimentação com sua evolução, e isto ocorre tanto para a
fração cascalhosa como para a arenosa.
As correntes de turbidez de alta densidade são normalmente subdivididas em dois tipos:
as correntes de alta densidade arenosas (SHDTC – sandy high density turbidity currents) e as
cascalhosas (GHDTC – gravelly high density turbidity currents). Lowe (1982) definiu várias divisões
para os depósitos das correntes de turbidez de alta densidade, chamadas R2 e R3, para as corren-
tes cascalhosas, e as divisões S1 a S3, para correntes arenosas.
As correntes de turbidez de alta densidade arenosas têm o predomínio de grãos da popu-
lação 2 (areia grossa e pequenos seixos), suportados principalmente por turbulência e decantação
dificultada, sendo a pressão dispersiva um mecanismo negligenciável, a não ser na base dos fluxos
onde as taxas de cisalhamento são maiores. As correntes de turbidez de alta densidade cascalhosas
são ricas em grãos da população 3 (seixos e calhaus), suportados em grande parte por pressão
dispersiva e boiância da matriz, comportando-se de modo semelhante a fluxos de grãos modifica-
dos pela densidade (density – modified grain flows). Os depósitos cascalhosos das correntes de
turbidez apresentam normalmente uma forte erosão do substrato, o que os diferencia de fluxos
cascalhosos que iniciaram e terminaram sua vida como fluxos de detritos puramente laminares.
Durante a evolução de uma corrente de turbidez cascalhosa de alta densidade, a primeira
onda de sedimentação deposita os cascalhos mais grossos, que viajavam na frente da corrente, na
porção basal do fluxo, junto à cabeça, como carpetes de tração e forma depósitos de suspensão
com cascalhos inversamente gradados (divisão R2) e com gradação normal (R3).
Se o fluxo possuir suficiente material arenoso para evoluir, desenvolve-se então uma se-
gunda onda de sedimentação a partir de uma corrente de turbidez de alta densidade arenosa,
formando os seguintes estágios: (1) estágio de sedimentação sob tração, depositando arenitos
seixosos com escavações e estratificação cruzada ou plano-paralela (divisão S1); (2) estágio de
sedimentação de carpetes de tração, desenvolvida após o aumento da instabilidade do fluxo e
concentração da carga suspensa no leito, de sorte que um grande número de colisões grão a grão
afeta a carga de leito, formando uma camada basal mantida por pressão dispersiva e alimentada
pela chuva de grãos grossos (divisão S2); e (3) estágio de sedimentação sob suspensão, formando
um leito liquefeito, produzindo arenitos maciços, com gradação normal ou com estruturas de
escape tipo prato ou pilar (divisão S3). Esta seqüência S1-3 (Fig. 2.5.9) reflete uma evolução de um
fluxo desacelerante, que é mecanicamente similar àquela desenvolvida por correntes de baixa
densidade que depositam as divisões Tbc (tração) e Td (tração + suspensão).

cap02e.p65 106 13/05/04, 19:40


TURBIDITOS 107

Figura 2.5.9 – Estágios de sedimentação (S1 a T1) desenvolvidos com a deposição de diferentes
populações de tamanhos de grãos por meio de sucessivas ondas de sedimentação numa corrente
de turbidez desacelerante (modificado de Lowe, 1982).

Cabe aqui detalhar um pouco os carpetes de tração, uma feição comum nos turbiditos,
mas de origem controversa. Os carpetes de tração são desenvolvidos pelo cisalhamento causado
por um fluxo turbulento que se desloca velozmente sobre uma dispersão friccional densa. Lowe
(1982) inferiu que este processo seria importante em fluxos areno-cascalhosos em canais subma-
rinos e cânions. Diferentemente de Lowe (1982), Hiscott (1994) considerou que os carpetes de
tração formados por correntes de turbidez raramente atingiriam espessuras superiores a 5-10
cm. Este autor preferiu usar o termo estratificação espaçada para descrever os níveis paralelos de
grãos mais grossos, que atingem espessuras maiores nos turbiditos, sendo formados em condições
hidrodinâmicas fortemente flutuantes sob ciclos de burst/sweep de redemoinhos potentes que
atingem a base da camada, gerando níveis de gradação inversa, algumas vezes côncavos para o
topo. Independentemente do exato processo que gera os níveis com lâminas paralelas inversa-
mente gradadas, sabe-se que esta feição resulta de correntes de turbidez que desenvolvem fluxos
trativos de altíssimas energia e velocidade.

Suspensão em correntes de turbidez de alta e baixa densidades


A suspensão das partículas nos fluxos de alta densidade é dependente dos efeitos da
concentração do fluxo. Os fluxos individuais normalmente evoluem de correntes de turbidez de
alta densidade para correntes de baixa densidade. Esta variação de densidade ao longo da horizon-

cap02e.p65 107 13/05/04, 19:40


108 GEOMETRIA, ARQUITETURA E HETEROGENEIDADES DE CORPOS SEDIMENTARES - ESTUDO DE CASOS

tal está presente também quando examinamos a vertical de uma corrente de turbidez em suas
partes proximal e mediana, possuindo alta densidade próximo à base e baixa densidade próximo
ao topo (Lowe, 1982). Depósitos de correntes de turbidez arenosas de alta densidade são
freqüentemente retrabalhados por correntes de turbidez de baixa densidade. A porção distal das
correntes de turbidez de alta densidade é normalmente formada por arenitos maciços ou com
estruturas de escape da divisão S3, idênticos à divisão Ta de Bouma. Com a deposição das frações
mais grossas da corrente de alta densidade, restam em suspensão os depósitos mais finos, que se
movem numa corrente de turbidez de baixa densidade, compostos pela população 1. Quando os
depósitos distais da corrente de turbidez de alta densidade (intervalo Ta) são recobertos por
depósitos residuais das correntes de turbidez de baixa densidade, são formados os depósitos clás-
sicos com seqüência de Bouma. Nestes fluxos turbulentos de baixa densidade, a suspensão das
partículas se dá apenas pela turbulência, sem que sejam necessários efeitos de concentração do
fluxo para manter os grãos em suspensão.

Slurry flows
Outro processo presente em fluxos gravitacionais de alta densidade, em condições de
viscosidade do fluxo intermediária entre a de correntes de turbidez de alta densidade e os fluxos
detritos, foi postulado por Lowe & Guy (2000) e Lowe (2000). Estes fluxos, denominados slurry
flows, referem-se a sedimentos arenosos ricos em lama, onde o suporte dos grãos é dado tanto
pela turbulência quanto pela coesão, nesse sentido então muito similares aos fluxos
hiperconcentrados. Os depósitos englobam tanto diamictitos (paraconglomerados de matriz
lamosa), nos quais os clastos maiores decantaram e atingiram a base, até camadas similares a
turbiditos com estruturas trativas e que passam ao topo para camadas arenosas com matriz lamosa.
Haveria pelo menos dois tipos de slurry flows. O primeiro caso é constituído por fluxos
nos quais o efeito coesivo está concentrado numa camada laminar junto à base do leito, abaixo de
um fluxo altamente turbulento, desenvolvendo camadas com alternância de bandas escuras
(lamosas, coesivas) e claras (arenosas, formadas por decantação), nas quais a presença da estrutu-
ra de escape de fluidos em prato é comum. O segundo caso é o de fluxos com um grande gradi-
ente longitudinal entre a cabeça da corrente de turbidez, arenosa e de grãos grossos, e uma
cauda, rica em lama e dominada pela coesão. São formadas camadas com aumento do teor de
lama para o topo, com base arenosa e maciça, depositada da suspensão turbulenta arenosa de alta
densidade, recoberta por níveis escuros ricos em clastos de pelitos, que se desenvolvem a partir
da deposição da cauda lamosa e coesiva do fluxo. Estes fluxos freqüentemente estão associados a
cânions e canais onde correntes de turbidez muito erosivas incorporam muitos fragmentos argilo-
sos do substrato (Donald Lowe, comunicação pessoal, 2000).

Arcabouço genético de fácies de Mutti

Mutti (1992) e Mutti et al. (1999) incorporaram, num só arcabouço preditivo, uma série
de importantes conceitos sobre correntes de turbidez, propostos por vários autores, mas que
estavam desconectados. A proposta é interessante não apenas por significar um avanço no enten-
dimento teórico dos turbiditos, mas também por estar fortemente calcada em dados de campo.
Neste arcabouço genético, a “escola do professor Mutti” desenvolveu o conceito de que uma
corrente de turbidez é um fluxo bipartido (Fig. 2.5.10) com uma base altamente concentrada e laminar
e topo mais diluído e totalmente turbulento (Sanders, 1965), com vários mecanismos de suporte de
grãos atuando ao longo da evolução de um fluxo (conceito de Middleton & Hampton, 1973), e que estes
mecanismos estão ligados a diferentes populações de tamanhos de grãos, depositadas como ondas de
sedimentação, com repetidos ciclos desacelerantes de tração e suspensão, havendo correntes de turbidez
de alta e baixa densidades (conceitos difundidos por Lowe, 1979; 1982).

cap02e.p65 108 13/05/04, 19:40


cap02e.p65
109
13/05/04, 19:40
Figura 2.5.10 – Experimento mostrando corrente de turbidez com bipartição do fluxo em uma camada basal não-turbulenta, densa (carpete de fluxo
inercial) e uma camada superior, turbulenta, com clastos se movimentando uns em relação aos outros na interface dessas duas camadas (modificado de
Postma et al., 1988).
TURBIDITOS
109
110 GEOMETRIA, ARQUITETURA E HETEROGENEIDADES DE CORPOS SEDIMENTARES - ESTUDO DE CASOS

Para Mutti, estes fluxos evoluem através de sucessivas transformações de fluxo (idéia
introduzida por Fisher, 1983 – Fig. 2.5.11), que levam à segregação paulatina da carga sedimentar.
Neste esquema de fácies, o salto hidráulico (detalhado por Komar, 1971) tem papel fundamental,
pois por meio do salto a corrente ganha um “novo fôlego” ao passar de trechos confinados para
desconfinados do sistema turbidítico. O salto hidráulico principal separa a zona de transferência,
onde dominam a erosão pronunciada, o bypass de sedimentos, a ocorrência de camadas lenticulares
de conglomerados até arenitos grossos, depositados de correntes de turbidez cascalhosas de alta
densidade, da zona de acumulação de sedimentos, onde dominam superfícies erosivas mais pla-
nas, e as correntes de turbidez arenosas de alta e baixa densidades depositam camadas tabulares
dominantemente arenosas e pelíticas (Fig. 2.5.12). Com o salto hidráulico a corrente recupera sua
energia, sendo reacelerada, segregando as populações de grãos e permitindo o transporte de
areia para posições mais distais do sistema.

Figura 2.5.11 – Tipos de transforma-


ções de fluxo (modificado de Fisher,
1983). Transformação de corpo (A), de
gravidade (B), de superfícies (C) e de
fluidização (D).

Figura 2.5.12 – Padrão deposicional ideal para uma corrente de turbidez de alta eficiência (mo-
dificado de Mutti et al., 1999).

cap02e.p65 110 13/05/04, 19:40


TURBIDITOS 111

O esquema (Figs. 2.5.13 e 2.5.14) é essencialmente genético, sendo útil para o entendi-
mento da evolução das correntes de turbidez no espaço e para a predição de fácies-reservatório.
Cada sistema turbidítico possui seu próprio espectro de fácies, o qual é uma função do mecanis-
mo de detonação das correntes de turbidez, da composição textural original dos fluxos, da distân-
cia que estes viajam em direção ao depocentro da bacia e da fisiografia da região onde os fluxos se
deslocam.
A evolução dos fluxos e as fácies formadas estão sujeitas a todas essas variáveis, produzin-
do, assim, segregações verticais e laterais de fácies de grau variado. Todos os outros fatores sendo
iguais, a distância que um fluxo consegue carregar a fração arenosa parece ser controlada pelo
volume dos fluxos e a quantidade de sedimentos finos que eles carregam em suspensão. Fluxos
sem finos não conseguem desenvolver turbulência suficiente para carrear os sedimentos arenosos
e também possuem alta fricção intergranular na porção basal da corrente, de sorte que a fração
arenosa da porção turbulenta e os grãos grossos e conglomeráticos da camada inercial basal aca-
bam sendo depositados antes do que em fluxos mais ricos em finos e fluido intersticial
sobrepressurizado.

Figura 2.5.13 – As nove fácies turbidíticas de uma corrente de turbidez ideal que tenha tido
aceleração suficiente e que dispusesse de todas as populações de tamanho de grão (modificado de
Mutti, 1992).

cap02e.p65 111 13/05/04, 19:41


112 GEOMETRIA, ARQUITETURA E HETEROGENEIDADES DE CORPOS SEDIMENTARES - ESTUDO DE CASOS

Figura 2.5.14 – Principais processos envolvidos no suporte e mecanismo de deposição das fácies
turbidíticas (modificado de Mutti, 1992).

Transformações de fluxo

As transformações de fluxo representam mudanças no comportamento da corrente entre


os estados laminar e turbulento, que podem ocorrer várias vezes ao longo da evolução do fluxo e
de várias maneiras diferentes. Existem quatro tipos principais (Fig. 2.5.11), que são as (1) transfor-
mações de corpo, quando o fluxo passa de laminar para turbulento e vice-versa, sem que ocorra
variação significativa do fluido intersticial do fluxo; (2) transformações de gravidade, quando um
fluxo se torna segregado (bipartido) devido à gravidade, sendo a porção basal essencialmente
laminar e de alta concentração, recoberta por uma porção superior mais diluída e turbulenta; (3)
transformações de superfície, quando ocorre a mistura do fluido do topo de um fluxo com a água
ou o ar ambiente, o que resulta em diluição, aumento da turbulência e separação de duas partes do
fluxo, uma basal laminar e outra superior turbulenta; e (4) transformações por fluidização, onde o
escape ascendente dos fluidos da camada de alta concentração produz uma camada turbulenta e
diluída na parte superior.
Mutti (1992) também considerou que, além das transformações de fluxo, outro fenôme-
no, o salto hidráulico, exerce uma grande influência nas modificações do comportamento de uma
corrente de turbidez em sua viagem, provocando respostas no desenvolvimento faciológico. O
salto hidráulico, definido por Komar (1971), representa uma mudança significativa no comporta-
mento de uma corrente de turbidez. Em condições de fluxo uniforme, as correntes de turbidez
são supercríticas (número de Froude, Fr > 1) enquanto viajam pelos cânions, passando a subcríticas
(Fr < 1) na desembocadura dos cânions.
O número de Froude é análogo ao número de Reynolds, pois também é considerada uma
razão entre as forças inerciais e as forças gravitacionais. Para uma partícula se movendo com uma
velocidade U, a força inercial é igual à força requerida para desacelerar a partícula até que ela
repouse. Isto ocorre ao longo de uma certa distância L. O tempo requerido para desacelerar essa
partícula será proporcional a U2/L. A força gravitacional agindo sobre a massa da partícula será
igual a g.

cap02e.p65 112 13/05/04, 19:41


TURBIDITOS 113

O número de Froude será expresso, então, pela fórmula:

Fr = U/(g.L) ½

No caso especial da água fluindo em um canal aberto com profundidade h, o número de


Froude será expresso por:

Fr = U/(g.h) ½

Onde U = velocidade da partícula; h = profundidade do canal; L = distância; g = acele-


ração da gravidade.
Se o fluxo é tal que as partículas possuem uma velocidade muito alta e/ou o canal tem
baixa profundidade, o número de Froude será dominado pela velocidade e o fluxo será supercrítico
(Fr > 1), gerando uma corrente em jato (jet flows) sob regime de fluxo superior, com muitos
sólidos suspensos e alta agitação (white water).
Se a partícula possui uma velocidade baixa e/ou o canal tem uma maior profundidade, o
número de Froude será dominado por forças gravitacionais e o fluxo será subcrítico (Fr < 1),
gerando uma corrente lenta (fluxo tranqüilo) sob regime de fluxo inferior, que na superfície de um
rio aparecerá como águas calmas, límpidas, praticamente sem ondulações (flat water).
Os fluxos supercríticos são mais comuns em áreas de declividade maior. Nos sistemas
turbidíticos preferencialmente ocorrem quando as correntes de turbidez fluem em contextos
confinados, tais como cânions e canais. Quando se observa um canal fluvial, vê-se que um fluxo
supercrítico é desacelerado ao chegar num contexto menos inclinado e/ou mais desconfinado,
surgindo uma clara transição entre os fluxos supercrítico e subcrítico (rápido e tranqüilo). Neste
ponto aparecerá na corrente uma onda quebrante (breaking wave), movendo-se corrente acima, a
qual indica o aparecimento do salto hidráulico, marcando esse local de diminuição do declive e/ou
aumento da profundidade, redução da velocidade e mudança no regime do fluxo.
Acredita-se que nas correntes de turbidez o salto hidráulico ocorra na saída de contextos
confinados (região dos cânions e canais) para contextos desconfinados (região dos lobos). Essa
região onde a brusca passagem acontece foi denominada transição canal-lobo por Mutti e Normark
(1991). Durante o salto hidráulico a velocidade é reduzida e a espessura e turbulência do fluxo
aumentadas – as simulações de Komar (1971) para o salto hidráulico nos sistemas cânion/canal
submarino indicam que uma corrente de turbidez dobraria de espessura devido ao salto e teria
sua velocidade reduzida pela metade, ocorrendo também uma significativa redução de densidade
devida ao entranhamento da água circundante durante a expansão do fluxo no salto. A queda da
velocidade pela metade bem como a redução da densidade do fluxo causariam a deposição de
grande quantidade de sedimento, formando um mound de material muito grosso, depositado da
carga de leito (tamanho cascalho e maior). Todavia, a competência do fluxo ainda permaneceria
alta e a turbulência gerada no salto hidráulico agitaria ainda mais o fluxo, o que ajudaria a manter o
sedimento areno-argiloso em suspensão. Este material mais fino auto-suspenso (areia média até
argila) compreende a maior parte do fluxo turbulento e continuaria seu curso sem perdas significa-
tivas até a deposição.

Trato de fácies turbidíticas

Mutti (1992) desenvolveu o conceito de trato de fácies turbidíticas baseado na análise


detalhada de fácies dentro de pacotes cronoequivalentes. Um trato de fácies mostra como uma
fácies se relaciona com a outra no espaço, representando a segregação textural que ocorre duran-
te o movimento dos fluxos gravitacionais para a bacia e o reajuste da capacidade e competência
dos fluxos por meio dos processos de erosão, deposição e transformações de fluxo.

cap02e.p65 113 13/05/04, 19:41


114 GEOMETRIA, ARQUITETURA E HETEROGENEIDADES DE CORPOS SEDIMENTARES - ESTUDO DE CASOS

Mutti (1992) propôs um arcabouço com nove fácies (Fig. 2.5.15) principais, que represen-
tam depósitos de fluxos de detritos coesivos que gradualmente se transformam, corrente abaixo,
passando a fluxos hiperconcentrados, e destes em correntes de turbidez de alta e baixa densida-
des, devido a sucessivos saltos hidráulicos e transformações de fluxo (Figs. 2.5.13 e 2.5.14). Em
trabalhos posteriores, Mutti et al. (1994, 1999) sugeriram que a detonação de correntes de turbidez
por cheias catastróficas de sistemas fluviais que drenam montanhas elevadas é um mecanismo mais
efetivo na geração de reservatórios arenosos de águas profundas que os fluxos de detrito gerados
por falhamentos na borda da plataforma (Fig. 2.5.16). A repetição dessas cheias catastróficas po-
deria gerar um maior volume de turbiditos arenosos que os fluxos de detritos associados aos
grandes escorregamentos (slump scars) desenvolvidos no talude. Estes escorregamentos têm uma
menor freqüência que as cheias do sistema fluvial e normalmente afetam a região da borda da
plataforma/talude superior, remobilizando sedimentos geralmente finos, os quais são mais passí-
veis de desenvolver turbiditos finos (TBT’s), com baixa razão arenito/folhelho. Normalmente, a
observação de um sistema turbidítico arenoso mostra que as escavações tornam-se menos pro-
fundas e mais rasas para jusante, ocorrendo também uma diminuição do tamanho de grão das
camadas.

Figura 2.5.15 – Exemplos de depósitos classificados de acordo com o esquema de Mutti (1992):
(A) F1; (B) F2; (C) F3; (D) F4; (E) F5; (F) (F6); (G) F7; (H) F8; e (I) F9. Afloramentos das bacias do
Itajaí (A, E e I), de Sergipe (B e D); de Alagoas (F, G e H) e do Paraná (C).

cap02e.p65 114 13/05/04, 19:41


TURBIDITOS 115

Figuras 2.5.16 – Fácies tí-

0,5 a 2 m
picas da porção proximal de
sistemas turbidíticos gera- ~5 a 10 m
dos por poderosas inunda-
ções fluviais em contexto de
águas rasas: (A) barras
sigmoidais e (B) lobos are-
nosos com hummocky. Mer-
gulho abaixo tais sistemas
podem desenvolver turbi-
1,5 m

ditos em águas mais profun-


das (modificado de Mutti et
al., 1994). ~50 m

O espectro faciológico do arcabouço de Mutti et al. (1999) inclui grupos de fácies organi-
zados em função de quatro distintas populações granulométricas:

a) matacão até pequenos seixos;


b) pequenos seixos até areia grossa;
c) areia média a fina;
d) areia fina até lama.

As populações de tamanho de grão são basicamente as mesmas empregadas por Lowe


(1982) e Mutti (1992). Estas populações de tamanho de grão são transportadas pelas correntes de
turbidez como entidades naturalmente distintas, resultando em grupos de fácies também diferen-
tes. As primeiras duas populações movem-se com a camada granular basal; a terceira população
move-se na camada granular basal, mas pode ser progressivamente incorporada como carga
suspensa no fluxo turbulento sobrejacente; a quarta população move-se preferencialmente como
carga suspensa em um fluxo turbulento (Mutti et al., 1999). Os grãos mais grossos, que constitu-
em o fluxo basal denso, viajam na frente até que o fluxo congele, sendo então ultrapassados pelo
fluxo turbulento que carrega os grãos de tamanhos médio e fino, desenvolvendo, assim, a segrega-
ção horizontal de uma corrente de turbidez, com os grossos mais abundantes na porção proximal
e os médios e finos na porção mais distal.
Estas fácies são arranjadas em tratos de fácies, que diferem em conteúdo e encadeamen-
to de fácies de acordo com as diferenças de eficiência do fluxo. O conceito de eficiência de um
fluxo turbidítico refere-se à habilidade de um fluxo em carregar sua carga sedimentar bacia aden-
tro e segregar suas populações de grãos em diferentes fácies com a distância. Fluxos muito alta-
mente eficientes segregam plenamente as populações de grãos contidas no fluxo original ao longo
da distância, produzindo fácies relativamente bem selecionadas. Por outro lado, fluxos muito po-
bremente eficientes segregarão apenas parcialmente as diferentes populações de grãos, produ-
zindo assim um número mais limitado de tipos faciológicos, caracterizados por uma seleção ruim.
Numa corrente bipartida, a eficiência deve ser considerada separadamente para os dois
fluxos componentes. A eficiência da camada granular basal em transportar por distâncias conside-
ráveis os sedimentos de tamanho matacão até areia grossa está relacionada essencialmente à taxa

cap02e.p65 115 13/05/04, 19:41


116 GEOMETRIA, ARQUITETURA E HETEROGENEIDADES DE CORPOS SEDIMENTARES - ESTUDO DE CASOS

de escape d’água e à quantidade de finos contidos no fluxo parental, já que os finos dificultam o
escape de fluidos. Quanto mais rápido o escape de fluidos, mais rapidamente a camada basal
depositará sua carga, devido ao aumento da fricção intergranular. A eficiência do fluxo turbulento
superior está relacionada com a quantidade de energia turbulenta gerada na interface das camadas
granular e turbulenta, que depende da quantidade de finos (areia média até lama) que o fluxo pode
incorporar da camada granular basal por meio das transformações de fluxo e do volume de mate-
rial erodido do substrato pela cabeça do fluxo.
Fluxos altamente eficientes, gerados por fluxos de enorme volume e longa duração, com
grande quantidade de finos, desenvolvem correntes de turbidez sustentadas (sustained turbidity
currents), que segregam as fácies F2 até F8. Fluxos deste tipo podem ser gerados por fluxos
hiperpicnais de longa duração (cheias catastróficas) e por grandes escorregamentos, como o que
desenvolveu turbiditos durante o terremoto de Grand Banks em 1929.
A fácies F2 (B na Fig. 2.5.15) é um paraconglomerado de matriz areno-lamosa, que
comumente apresenta clastos da área-fonte e de pelitos erodidos do substrato na região de talu-
de. Com a mistura progressiva com a água ambiente o debrito da fácies F2 sofre uma diminuição
da viscosidade da matriz, os clastos maiores passam a decantar, separando para o topo uma fração
mais arenosa. Esta fácies de transição entre um paraconglomerado de matriz areno-lamosa e um
ortoconglomerado com clastos imbricados (F3) é a fácies F2-F3, um depósito comum em siste-
mas turbidíticos.
Com uma mistura mais completa com a água ambiente e com o escape dos fluidos basais
a carga cascalhosa é segregada, um fluxo extremamente turbulento é gerado na parte superior da
corrente, tracionando os cascalhos, formando um lag basal, que pode gerar barras de
ortoconglomerados com acresção frontal (fácies F3 – C na Fig. 2.5.15). O fluxo continua seu
deslocamento, carregando adiante a população de seixos até areia grossa na camada basal e os
demais grãos na suspensão turbulenta. Com a diminuição da energia sedimentos mais finos serão
depositados sobre o ortoconglomerado F3, e o exame do depósito resultante indicará a ausência
de toda a população arenosa grossa a média entre os conglomerados e os finos. Esta “quebra” no
tamanho de grão ao longo da vertical caracteriza o bypass da corrente.
Depósitos turbidíticos, com geometria canalizada e que agem como condutos duradou-
ros de sedimentos para águas mais profundas, agindo como zonas de bypass dos sistemas
turbidíticos, são dominados por camadas de base erosiva pronunciada, com depósitos
conglomeráticos das fácies F2 e F3, associados a fácies arenosas grosseiras com feições trativas. A
mera geometria canalizada não indica um canal turbidítico, um elemento que implica também o
bypass dos fluxos (Mutti et al., 1999).
Os sedimentos seixosos e arenosos grossos da carga granular basal serão depositados
como arenitos das fácies F4 ou F6. Com o deslocamento progressivo da corrente poderá ocorrer
o escape total dos fluidos da camada basal, desenvolvendo um fluxo muito turbulento acima. O
atrito cresce, a população de seixos e areia muito grossa perde a sustentação e decanta, sendo
tracionada (cisalhada) ao longo da interface entre o leito que está se formando progressivamente
pela decantação e o fluxo cisalhante turbulento logo acima. Por este processo é formada a fácies
F4 (D na Fig. 2.5.15), caracterizada por arenito muito grosso, seixoso, com laminação plano-
paralela e gradação inversa nas lâminas (carpetes de tração).
Não ocorrendo o escape total dos fluidos da camada basal, o fluxo sobrejacente, menos
turbulento, não consegue tracionar o leito viscoso de areias empapadas por fluidos e finos, resul-
tando na fácies F5 (E na Fig. 2.5.15), um arenito grosso, mal selecionado, maciço ou com estrutu-
ras de escape de fluidos. Depósitos da mesma população que a fácies F5, mas que viajaram mais
corrente abaixo, sofrem a elutriação dos finos e escape mais completo dos fluidos e podem ser
retrabalhados subseqüentemente pelo fluxo turbulento sobrejacente, gerando arenitos grossos a
médios com laminação plano-paralela ou com estratificação cruzada acanalada, algumas vezes
capeadas por ripples de areia grossas. Estes sedimentos pertencem à fácies F6 (F na Fig. 2.5.15) e
têm como feição mais característica a estratificação cruzada desenvolvida pela migração corrente
abaixo de megaripples com alguns decímetros de altura, desenvolvidas por fluxos turbulentos de

cap02e.p65 116 13/05/04, 19:41


TURBIDITOS 117

longa duração e grande volume. A presença desta fácies pode indicar a ocorrência de fluxos com
grande capacidade de bypass, capazes de transportar grandes volumes de areia mergulho abaixo
da região de transição entre canais e lobos, onde a fácies F6 tipicamente se desenvolve.
Corrente abaixo, na região proximal dos lobos, a fácies mais comum é caracterizada por
carpetes de tração milimétricos, com alternância de lâminas de areia grossa com média/fina. Estes
depósitos caracterizam a fácies F7 (G na Fig. 2.5.15) e são desenvolvidos por fluxos que combi-
nam a tração da carga grossa na base do fluxo, derivada do retrabalhamento de depósitos de
fluxos granulares depositados corrente acima, concomitante com a decantação de areia média e
fina, derivada da suspensão turbulenta acima.
Numa posição ainda mais distal são depositados os arenitos da fácies F8 (H na Fig. 2.5.15),
dominantemente de grão fino e sem estruturas trativas (equivalente ao intervalo Ta de Bouma),
formados por uma “chuva de areia” da suspensão turbulenta, com grande taxa de decantação de
sedimentos, o que impede o desenvolvimento da tração.
A fácies F9 (I na Fig. 2.5.15) é a mais distal do sistema, formada durante os estágios finais,
depletivos e desacelerantes das correntes de turbidez, sendo caracterizada por depósitos de grão
fino, com seqüência de Bouma incompleta (Tb-e), sem a base arenosa maciça (Ta), cujo
empilhamento constitui a franja dos sistemas turbidíticos. A areia fina é depositada por processos
de tração+decantação, apresentando laminação oblíqua cavalgante (climbing current ripples) e,
com a redução da energia, a lama se deposita por decantação. Em contextos confinados, esta
fácies pode apresentar feições de reflexão, com ripples oblíquas à direção principal do fluxo, e
ponding.
Fluxos de baixa eficiência são originados por escorregamentos de volume limitado ou por
cheias de pequeno volume e curta duração, desenvolvendo fluxos de surto (surge-type). Estes
fluxos de baixa eficiência não produzem uma boa segregação faciológica, mostrando um trato de
fácies acoplado (attached facies tract). A importância da camada superior turbulenta é reduzida,
resultando em sedimentos mal selecionados, que ocupam uma extensão areal bem menor que
aqueles depositados por fluxos de alta eficiência. Tipicamente os depósitos distais e mais finos
desses fluxos são mal desenvolvidos, originando fácies F9b, onde as estruturas trativas são incomuns,
dominando a decantação dos finos. Isto sugere que os fluxos originais possuíam poucos finos ou
não tiveram energia suficiente para incorporar finos pela erosão do substrato. Depósitos das fácies
F6, F7 e F8 também não são comuns nesses fluxos.
Este arcabouço difere do que havia sido anteriormente proposto no esquema original de
Mutti (1992): foi excluída a fácies de debris coesivo muito lamoso (F1). Esses depósitos não apre-
sentavam feições de erosão do substrato, sendo dominantemente lamosos e muito plásticos; com
sua mistura com a água ambiente dificilmente desenvolveriam correntes de turbidez arenosas
expressivas.

Aplicações

Este item dedica-se a uma tentativa de aplicação dos conceitos vistos ao longo deste
capítulo, com uma breve abordagem metodológica do assunto e algumas generalizações para o
estudo das características de reservatórios turbidíticos.
A análise dos reservatórios de um sistema turbidítico passa pela caracterização e com-
preensão de suas fácies constituintes, seus elementos arquiteturais/deposicionais e sua distribui-
ção no espaço. No caso de afloramentos, as diversas fácies estão normalmente bem expostas,
com sua correlação a longa distância e geometria em seção podendo ser examinadas em bacias
com pouca cobertura e estratos mergulhantes, sendo, no entanto, sua geometria em planta muito
especulativa.
Em bacias com densa cobertura de solos e vegetação e baixo mergulho, situação comum
no Brasil, a correlação detalhada dos estratos torna-se um grande desafio. No caso da subsuperfície,

cap02e.p65 117 13/05/04, 19:41


118 GEOMETRIA, ARQUITETURA E HETEROGENEIDADES DE CORPOS SEDIMENTARES - ESTUDO DE CASOS

o problema é oposto ao dos afloramentos, sendo mais simples rastrear os principais pacotes e
visualizar sua geometria deposicional em seções e mapas sísmicos, sobretudo de levantamentos
3D, enquanto o espectro de fácies constituintes do sistema é geralmente subamostrado pelos
poços, o que dificulta a correlação rocha-perfil-sísmica e a predição da distribuição espacial das
fácies-reservatório.
A predição de fácies-reservatório pode ter maior sucesso quando esta é tentativamente
feita dentro de um pacote rochoso síncrono. Primeiramente, é importante definir as discordâncias
de base e topo que delimitam a seqüência deposicional de mais alta freqüência que engloba o
sistema turbidítico que estudamos, aplicando a metodologia da estratigrafia de seqüências. Isto
deve ser buscado tanto para os trabalhos em afloramentos quanto para os de subsuperfície. En-
tão, já dentro do sistema turbidítico considerado, tentaremos descobrir como as fácies se relaci-
onam e como estão distribuídas no espaço. Para isso, sugere-se empregar a abordagem
metodológica de Mutti (1992), com a construção dos tratos de fácies, os quais relacionam as
fácies proximais, medianas e distais de um sistema.

lQualidade do reservatório
lRazão arenito/folhelho
lEspessura das camadas
lInterconexão vertical
lEscavação do substrato

lExtensão areal

lTamanho do grão

Canais Lobos

Figura 2.5.17 – Qualidade de reservatório numa seção dip ideal de um sistema turbidítico. Mo-
delo baseado em Mutti (1992) e Mutti et al. (1999).

São esses tratos de fácies, subdivisíveis em associações de fácies, que caracterizam os


diferentes elementos deposicionais de um sistema turbidítico, que controlarão as características
permoporosas primárias dos reservatórios.
Observa-se que os reservatórios de sistemas turbidíticos, de maneira geral, apresentam a
diminuição da espessura das camadas, da razão arenito/folhelho, tamanho de grão,
permoporosidade, da erosão na base das camadas e da conseqüente interconexão vertical numa
direção corrente abaixo, ao sairmos do contexto mais energético e erosivo da região dos canais,
passarmos pelos lobos e chegarmos até a região dominantemente pelítica das franjas (Fig. 2.5.17).
Os lobos se caracterizam por corpos de arenitos tabulares e muito extensos, com boa a
moderada seleção, e normalmente apresentam as melhores condições globais de reservatório
dentro de um sistema. A continuidade lateral dos reservatórios é excelente na região dos lobos,
mas pode ser baixa tanto na região dos canais como na das franjas, sobretudo se considerarmos os
efeitos combinados da geometria e cimentação, críticos para petróleos mais pesados.
A escolha dos melhores pontos para a perfuração de poços nas fases de exploração do
petróleo e desenvolvimento da produção deve considerar essa primeira generalização para a qua-
lidade dos reservatórios turbidíticos, que já permite uma boa avaliação dos riscos envolvidos no
fator reservatório quando da perfuração de um poço exploratório.

cap02e.p65 118 13/05/04, 19:41


TURBIDITOS 119

Na fase de desenvolvimento, quando os dados já são mais abundantes, a decisão final da


locação de um poço envolve estudos mais detalhados do reservatório, e as variações de geome-
tria, razão arenito/folhelho, net-to-gross e faciologia podem ser bastante diferentes dentro de um
mesmo campo de petróleo, tanto na horizontal, dentro de um mesmo sistema turbidítico, quanto
na vertical, ao perfurar vários sistemas ou estágios turbidíticos. Estudos da geologia de reservató-
rios, visando à produção de petróleo ou de água em reservatórios turbidíticos, têm sua eficiência
aumentada com o bom conhecimento da distribuição das fácies reservatório e das barreiras de
permeabilidade no espaço e no tempo.
O modelo de distribuição espacial dos elementos deposicionais deve ser fortemente cal-
cado nos dados de rocha disponíveis (testemunhos, amostras de calha, amostras laterais e
afloramentos), integrados aos dados indiretos fornecidos pelos perfis de poços (incluindo perfis de
imagem) e de imageamento, sísmico 2D e 3D para a subsuperfície e de eventuais dados de GPR e
sísmica de altíssima resolução para os afloramentos, dentro de um arcabouço cronoestratigráfico
detalhado. Esta integração de diferentes ferramentas para melhor entender os sistemas turbidíticos
é largamente utilizada pelas companhias de petróleo, introduzindo e adaptando as novas tecnologias
e suas informações a essa abordagem. Com isso são consideradas as especificidades de cada siste-
ma, permitindo sua avaliação nas diferentes escalas, da camada, onde o controle dos processos
deposicionais é mais marcante, até a escala de preenchimento de uma bacia, controlada por fenô-
menos de magnitude muito maior, como a tectônica e a eustasia.
A análise detalhada das fácies associada aos demais dados de subsuperfície são importan-
tes para avaliarmos se o sistema turbidítico é do tipo alta ou baixa eficiência. Sistemas turbidíticos
originados de fluxos de alta eficiência são desenvolvidos pelas correntes de turbidez que sofrem
acelerações maiores, ao longo de taludes mais íngremes, e distribuem os sedimentos arenosos (as
rochas-reservatório) numa ampla região, segregando melhor as fácies no espaço, normalmente
desenvolvendo uma melhor qualidade dos reservatórios e maior espessura arenosa na região dos
lobos.
Sistemas turbidíticos de fluxos de baixa eficiência se originam de correntes de turbidez
que aceleram menos, desenvolvem menor turbulência, segregam menos as fácies no espaço, de-
senvolvem reservatórios com uma pior seleção, e em poucos quilômetros mergulho abaixo o
sistema pode deixar de ter bons reservatórios, apresentando muitas intercalações pelíticas. Com
a menor turbulência esses fluxos não conseguem impulsionar a fração arenosa a grandes distâncias,
depositando-a relativamente mais próximo da área-fonte.
Portanto, o melhor aproveitamento de uma jazida de petróleo depende da correta inter-
pretação dessas informações reais, e o geólogo não pode ter o temor de gerar novos modelos,
condizentes com a geologia de cada área, campo ou bacia. Por outro lado, a aplicação simplista de
modelos, sem uma análise detalhada dos dados e fortemente calcada em exemplos de contextos
diferentes ou teóricos existentes na literatura, apesar de cômoda, pode inviabilizar economica-
mente um projeto ou subaproveitar o potencial de uma reserva. Os sistemas turbidíticos respon-
dem a uma lógica de distribuição espacial das fácies, a qual reflete os controles tectônicos e climá-
ticos, processos deposicionais, mecanismos detonadores e fisiografia da área-fonte e da bacia,
mas cada sistema turbidítico é diferente.
Os canais turbidíticos atuam fundamentalmente como zonas de bypass para a maior parte
do volume de sedimentos carregado por uma corrente de turbidez. A maior parte da fração
arenosa ultrapassa essa região para se acumular nas regiões de transição lobo-canal, lobo e franja.
Nesta fase, os canais são caracterizados por forte erosão e pela deposição das fácies de orto- e
paraconglomerados (fácies F3 e F2) e arenitos grossos e muito grossos, maciços ou estratificados
(fácies F4, F5), que são os sedimentos de mais alta concentração, oriundos da porção basal e mais
densa das correntes de turbidez. Estas fácies são as primeiras depositadas quando uma corrente
de turbidez de alta densidade cascalhosa e arenosa desacelera. Os canais turbidíticos apresentam
numerosas amalgamações, fruto da grande turbulência dos fluxos nessa porção proximal do siste-
ma, as quais permitem, geralmente, uma boa interconexão vertical dessas camadas de sedimento
dominantemente grosso. Por vezes as fácies mais grossas, por serem mais permeáveis, acabam

cap02e.p65 119 13/05/04, 19:41


120 GEOMETRIA, ARQUITETURA E HETEROGENEIDADES DE CORPOS SEDIMENTARES - ESTUDO DE CASOS

sofrendo uma maior cimentação. Esses níveis, em geral, não constituem barreiras verticais de
permeabilidade, pois têm uma extensão areal restrita.
Depósitos de canal turbidítico podem estar associados a fácies caóticas, sobretudo quan-
do desenvolvidos em contexto de maior declividade dos taludes cortados por cânions. Isto deve
chamar a atenção do geólogo para a possibilidade dos reservatórios estarem segmentados pela
remobilização, o que leva a uma desconexão do reservatório e sua conseqüente redução em área,
resultando em testes de formação de corpos depletivos e com barreiras de permeabilidade em
três direções.
Após essa fase de bypass, durante a qual o canal serviu basicamente como conduto das
correntes de turbidez, depositando apenas as frações mais grossas das correntes, o antigo canal
turbidítico pode ser preenchido com arenitos e pelitos oriundos de fluxos gravitacionais de menor
energia, muitos dos quais mostram maior semelhança com fluxos hiperpicnais do que com cor-
rentes de turbidez verdadeiras. Esses reservatórios são geralmente mais sinuosos, de grão mais
fino, possuem uma maior quantidade de pelitos intercalados e um menor grau de conexão vertical
que os reservatórios de correntes de turbidez. Depósitos de sistemas channel-levee e de barras
em pontal submarinas, desenvolvidos na frente de sistemas deltaicos submetidos a cheias periódi-
cas, podem ser um elemento comum nessa fase.
Para reservatórios de sistemas canalizados, sejam turbidíticos, hiperpicnais ou fluviais,
recomenda-se avaliar a economicidade de efetuar um levantamento sísmico 3D. Esses reservató-
rios podem ter seu aproveitamento incrementado por meio de um bom imageamento sísmico,
que permitirá a melhor locação de poços direcionais de alto ângulo ou horizontais, os quais pro-
piciarão a drenagem de vários canais e a ultrapassagem de inúmeras barreiras de fluxo dentro dos
canais, aumentando a produção por poço.
Diferentemente dos canais, a região dos lobos é caracterizada por reservatórios geral-
mente tabulares, com camadas de arenitos decimétricas a métricas, com espessuras geralmente
na faixa dos 30 cm a 1 m, com grande extensão areal, depositados a partir dos fluxos que ultrapas-
saram a região dos canais e começam a depositar sua carga em fusão da desaceleração. Esta é a
região deposicional principal de um sistema turbidítico.
Na parte proximal, na zona de transição canal-lobo, dominam reservatórios de grão mé-
dio a grosso (fácies F5 e F6), com alta razão arenito/pelito, e algum grau de erosão na base das
camadas, o que permite alguma interconexão vertical. Porém, essa interconexão não é tão eficien-
te quanto a desenvolvida nos canais turbidíticos, pois a turbulência e poder de erosão das corren-
tes nessa região de transição já é menor que nos canais. As correntes que ultrapassam esta região
registram sua passagem pela presença das feições de bypass, marcadas pela presença de muitas
camadas com estratificação cruzada (fácies F6) e feições tipo mud drape scour.
Logo adiante da transição canal-lobo está a região dos lobos propriamente dita, onde as
correntes de turbidez desaceleram e depositam a maior parte da carga arenosa que ainda restou e
que era transportada na camada basal ou estava em turbulência. Os lobos apresentam como gran-
de vantagem a vasta extensão areal dos reservatórios das camadas de arenitos bem selecionados
das fácies F7 e F8. Na parte proximal dos lobos, que possui camadas arenosas mais espessas, pode
ser viável a produção por meio de poços de alto ângulo e até mesmo horizontais, que podem
aumentar significativamente a produção de cada poço.
A desvantagem dos lobos em termos de reservatório é a ocorrência de níveis pelíticos
entre as camadas de arenitos. Cada fluxo desacelera e deposita uma camada arenosa a partir da
porção basal inercial ou da suspensão turbulenta sobrejacente. Algum instante depois se deposita
a fração arenosa mais fina e argilosa, que viajava mais lentamente, em suspensão na porção mais
diluída e menos veloz da corrente de turbidez (fácies F9). Com a cessação da corrente decantam-
se os finos hemipelágicos e pelágicos da bacia. Nessa região dos lobos, a corrente de turbidez já
chega com um menor poder de erosão do substrato, o que resulta em menor possibilidade de
amalgamação entre as camadas arenosas.
Logo adiante, na região da franja turbidítica, são depositadas as frações transportadas pela
corrente de turbidez já depletada da maior parte de sua carga arenosa. A energia e a densidade da

cap02e.p65 120 13/05/04, 19:41


TURBIDITOS 121

corrente de turbidez são relativamente baixas, e sua desaceleração deposita fácies com seqüência
de Bouma, com arenitos finos e muito finos, que gradam a pelitos. A razão arenito/pelito é baixa,
havendo o domínio dos pelitos. É comum a cimentação parcial ou total das camadas delgadas de
arenitos da região de franja dos turbiditos (fácies F9), devido à expulsão dos cátions dos folhelhos
para dentro das camadas porosas de arenito, durante a diagênese, desenvolvendo então a
cimentação carbonática, sobretudo em reservatórios mais antigos e/ou com soterramento eleva-
do.
Para óleos muito viscosos, essas barreiras pelíticas da região dos lobos e franja podem
dificultar imensamente a recuperação de petróleo por meio da varredura pela água de injeção,
implicando um menor fator de recuperação, o que diminui bastante a lucratividade dos projetos
de produção, já que esses petróleos possuem, também, um menor valor de mercado. Para óleos
leves, condensado e gás, que são fluidos de viscosidade bem inferior à dos petróleos de baixo API
(alta viscosidade), essas barreiras não causam o mesmo grau de dificuldade de desenvolvimento do
reservatório, e o fator de recuperação é, normalmente, bastante superior.
Em reservatórios turbidíticos retrabalhados por correntes de fundo ocorre uma melhor
interconexão vertical entre os arenitos dos lobos. As correntes de fundo, presentes em todas as
bacias oceânicas, possuem freqüentemente uma velocidade suficiente para erodir os finos deposi-
tados no topo de cada camada de turbidito. A atuação repetida das correntes de fundo após os
eventos turbidíticos acabará produzindo reservatórios arenosos com boa amalgamação e
interconexão vertical das camadas (Mutti et al., 1978). Em bacias fechadas, como riftes, bacias de
antepaís e de strike slip, a ocorrência dessas correntes de fundo e seu efeito benéfico sobre a
qualidade dos reservatórios é bastante incomum.

Considerações finais

Os processos sedimentares associados ao transporte e à deposição em fluxos gravitacionais


de sedimentos, especialmente correntes de turbidez, bem como os produtos litológicos resultan-
tes (as fácies sedimentares), trazem implicações muito significativas para as características de
permeabilidade e porosidade primárias em sistemas turbidíticos e, por via de conseqüência, em
termos de potencialidade como reservatório. Por outro lado, os mecanismos e fenômenos
subjacentes que controlam a variação no espaço de tais processos são também de grande impor-
tância por definir, em última análise, o volume, a geometria, a segregação granulométrica, a
heterogeneidade e o grau de conexão dos corpos sedimentares. Neste sentido, os melhores resul-
tados têm sido obtidos via emprego de abordagens multidisciplinares, integrando dados
sedimentológicos, petrofísicos e sísmicos, entre outros, levantados em sistemas turbidíticos anti-
gos e recentes.
A compatibilização das distintas abordagens e escalas por meio do emprego da estratigrafia
de seqüências de alta resolução, calcada fortemente na análise de fácies, tem o potencial de con-
tribuir para um melhor entendimento desse tema.

Agradecimentos
Roberto D’Ávila agradece à Petrobras pela autorização para publicação deste capítulo e
aos amigos Saulo Santos, Mário Carminatti e Emiliano Mutti pelas discussões e ensinamentos.

cap02e.p65 121 13/05/04, 19:41


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABOARRAGE, A. M. & LOPES, R. da C., 1986. Projeto borda leste da Bacia do Paraná: integração geológica e avaliação
econômica. Porto Alegre, CPRM, 18 v. (Inédito).
AITKEN, J. F., 1995. Utility of Coal Seams as Genetic Stratigraphic Sequence Boundaries in Nonmarine Basins: An
Example from the Gunnedah Basin, Australia. The American Association of Petroleum Geologists Bulletin, 79(8): 1179-
1181.
ALBUQUERQUE, L. F. de A., 1990. Estudo paleoambiental da Formação Rio Bonito em uma seção entre as jazidas de
carvão do Iruí e Pantano Grande, Rio Grande do Sul. Acta Geologica Leopoldensia, 13: 113-130.
ALBUQUERQUE, L. F. de A. & LOPES, R. da C., 1990. Estudo paleoambiental da Formação Rio Bonito na região das
jazidas do Leão, Pantano Grande e Nordeste da jazida do Iruí – RS: uma análise inicial. Ciência e Natura, 12: 35-39.
ALLEN, J. R. L., 1980. Sand waves: A model of origin and internal structure. Sedimentary Geology, 26 (80): 281-328.
ALLEN, J. R. L., 1983. Studies in fluviatile sedimentation: Bars, Bar complexes and sandstone sheets (low sinousity
braided streams) in the brownstones (I. Devonian) Welse Bordes. Sedimentary Geology, 33: 237-293.
ALLEN, J. E.; BURNS, M. & SARGENT, S. C., 1986. Cataclysms on the Columbia. Portland, Timber Press, 213 p.
ALPAY, O. A, 1972. A pratical approach to defining reservoir heterogeneity. Journal of Petroleum Technology, 7(1972):
841-848.
ALVES, R. G., 1994. Correlação estratigráfica de alta resolução aplicada ao Permiano Inferior da Bacia do Paraná, na região de
Candiota, Rio Grande do Sul. Porto Alegre – RS. Dissertação de mestrado, Universidade Federal do Rio Grande do
Sul – UFRGS. 1 v., 114 p.
ANDRADE Fº, E. L. & SÜFFERT, T., 1984. Projeto carvão na área do arroio Capané, RS: relatório final de pesquisa. Porto
Alegre, DNPM/CPRM, 8 v. (Inédito).
ANDREIS, R. R. & MONTARDO, D. K., 1980. O Grupo Rosário do Sul (Triássico) no Rio Grande do Sul – Brasil. In:.
CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA, 31, Balneário de Camboriú (SC), 1980. Anais..., Balneário de Camboriú,
SBG, 2: 659-673.
ANDREIS, R. R., BOSSI, G. E. & MONTARDO, D. K., 1980. O Grupo Rosário do Sul (Triássico) no Rio Grande do Sul,
Brasil. In:. CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA, 31, Balneário de Camboriú (SC), 1980. Anais, Balneário de
Camboriú, SBG, 2: 659-673.
ANNAH, A. P., 1988. Application of Ground Penetrating Radar to Stope Location in Cobalt, Ontario. In: STEPHENS, M.,
1994. Architectural Elements analysis whitin the Kayena Formation (Lower Jurassic ) using ground-probing radar
and sedimentological profiling, Southwestern Colorado. Sedimentary Geology, 90: 179-211.
APPI, C. J., 1991. Análise estratigráfica da seção metassedimentar do Grupo Itajaí no Estado de Santa Catarina. Rio de
Janeiro, RJ. Dissertação de Mestrado Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ, 119
p.
APPI, C. J.; D’AVILA, R. S. F. & VIANA, A. R. – 2000 – Deep-water sedimentation: technological challenges for the next
millennium. INTERNATIONAL GEOLOGICAL CONGRESS, 31, Rio de Janeiro, Abstracts, 2000. Rio de Janeiro,
Petrobras/ANP/ABGP. (CD-ROM).
APPI, C. J. & SOUZA CRUZ, C. E., 1990. Estratigrafia de seqüências na Bacia do Itajaí. In: Congr. Bras. Geol., 36,
Anais..., Natal, SBG, 1: 93-106.
ARAÚJO, C. V.; CAZZULO-KLEPZIG, M. & ALVES, R. G., 1985. Caracterização petrográfica e palinológica de car-
vões da jazida carbonífera do Iruí, RS, Brasil. In: SIMPÓSIO SUL-BRASILEIRO DE GEOLOGIA, 2, Florianópolis,
1985, Anais..., Florianópolis, SBG. 1: 449-460.
ARAÚJO, L. M., FRANÇA, A. B. & POTTER, P. E., 1995. Aqüífero gigante do Mercosul no Brasil, Argentina, Paraguai e
Uruguai. Mapa hidrogeológico das formações Botucatu, Pirambóia, Rosário do Sul, Buena Vista, Misiones e Tacuarembó.
UFPR-PETROBRAS, 16 p. c/anexos.
ARMELENTI, G., GARCIA, A J. V. & GÓMEZ-PERÉZ, I., 2001. Petrological Study of Rift Sediments from the Sergipe-
Alagoas Basin: Implications for Reservoir geology and Hydrocarbon Exploration. CASP – South Atlantic Report # 29,
Syn-rift deposition in NE Brazil (Internal Report).
AYTKEN, J. F. 1995. Utility of Coal Seams as Genetic Stratigraphic Sequence Boundaries in Nonmarine Basins: An
Example from the Gunnedah Basin, Australia: Discussion. The American Association of Petroleum Geologists Bulletin,
79(8): 1179-1181.

cap06a.p65 224 13/05/04, 19:48


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 225

BAGNOLD, R. A. 1962. Autosuspension of suspended sediment. Royal Geological Society of London, Proceedings, 265(A):
315 - 319.
BARBERENA, M. C., ARAÚJO. D. C., LAVINA, E. L. 1985a. Late Permian and Triassic tetrapods of southern Brazil.
National Geographic Research, l (1): 5-20.
BARBERENA, M. C., ARAÚJO, D. C., LAVINA, E. L. & AZEVEDO, S. A., 1985b. O estado atual do conhecimento sobre
os tetrápodos permianos e triássicos do Brasil Meridional. In: Congresso Brasileiro de Paleontologia, 8, 1985, Rio de
Janeiro. Coletânea de Trabalhos Paleontológicos, Rio de Janeiro, MME-DNPM. 27(2): 21-8.
BARBERENA, M. C., ARAÚJO, D. C., LAVINA, E. L. & FACCINI, U. F., 1991. The evidence for close paleofaunistic
affinity between South America and Africa, as indicated by Late Permian and Triassic tetrapods. In: International
Gondwana Symposium, 7, São Paulo, 1991. Proceedings, São Paulo, IGCP/UNESCO, p. 455-467.
BASEI, M. A. S., 1985. O Cinturão Dom Feliciano em Santa Catarina. São Paulo – SP. Tese de Doutoramento. Universidade
Federal de São Paulo – USP, 196 p.
BASEI, M. A. S., KAWASHITA, K. & SIGA JR, O., 1987. Idade, características litoestratigráficas e estruturais do Grupo
Itajaí. Simpósio Sul-Brasileiro de Geologia, 3, Curitiba,1987. Curitiba, SBG/Núcleo Paraná, 1: 93-106.
BECKEL, J., 1992. Evolução geotectônica da Bacia do Camaquã, RS - proposta de classificação dentro de um conceito
mobilista. Workshop sobre as bacias molássicas brasilianas, São Leopoldo, 1992. Boletim de resumos expandidos, São
Leopoldo, PPGEO/UNISINOS, 1: 1-5.
BENAN, C. A. A. & KOCUREK, G., 2000. Catastrophic flooding of an aeolian dune field: Jurassic Entrada and Todilto
Formations, Ghost Ranch, New Mexico, USA. Sedimentology, 47: 1059-1080.
BEST, M. G., 1982. Petrographic techniques. In: BEST, M. G. Igneous and Metamorphic Petrology. 1 ed. New York: W. H.
Freeman, p. 596-598.
BHATTACHARYA, J. P., 1993. The expression and interpretation of marine flooding surfaces and erosional surfaces in
core; examples from the Upper Cretaceous Dunvegan Formation, Alberta foreland basin, Canada. Special Publications
of the International Association of Sedimentologists, 18: 125-160.
BLAKEY, R. C.; HAVHOLM, K. G.; JONES, L. S., 1996. Stratigraphyc analysis of eolian interactions with marine and
fluvial deposits, Middle Jurassic Page Sandstone and Carmel Formation, Colorado Plateau, USA. Journal of Sedimentary
Research, 66: 324-342.
BLOCH, S. & McGOVEN, J. H. , 1994. Influence of depositional environment on reservoir quality prediction. In. Wilson,
M. D. ed., 1994. Reservoir quality assessment and prediction in clastic rocks. SEPM (Short Course 30), 41-57.
BLUM, M., KOCUREK, G., SWEZEY, C., DEYNOUX, M., LANCASTER, N., PRICE, D. M. AND PION, J. C., 1998.
Quaternary wadi, lacustrine, aeolian depositional cycles and sequences, Chott Rharsa basin, southern Tunisia. In:
ALSHARHAN, A. S., GLENNIE, K., WHITTLE, G. L. AND KENDALL, C. G. S. T. C., Quaternary deserts and climate
change. International Conference on Quaternary deserts and climate change. Balkema, Rotterdam, Proceedings, 1:
539-552.
BOHACS, K. & SUTER, J., 1997. Sequence Sratigraphic Distribution of Coaly Rocks: Fundamental Controls and Paralic
Examples. The American Association of Petroleum Geologists Bulletin, 81(10): 1612-1639.
BORTOLUZZI, C. A.; PICCOLI, A. E. M.; BOSSI, G. E.; SOMMER, M. G.; TOIGO, M. M.; PONS, M; E. H.; WOLF, M.;
SILVA, Z. C. C. da., 1978. Pesquisa geológica na bacia carbonífera de Santa Catarina. Pesquisas, 11: 33-192.
BORTOLUZZI, C. A.; PICCOLI, A. E. M.; CORRÊA DA SILVA, Z. C.; CAZZULO-KLEPZIG, M.; BOSSI, G. E.; ANDREIS,
R. R., 1980. Estudo geológico da Bacia Carbonífera de Gravataí-Morungava. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE
GEOLOGIA, 31, Balneário Camboriú 1980. Anais. Balneário Camburiú, SBG, 1: 157 - 174.
BORTOLUZZI, C. A.; PICCOLI, A. E. M.; SILVA, Z. C. C. da ; CAZZULO-KLEPZIG, M.; BOSSI, G. E.; ANDREIS, R. R.,
1980. Estudo geológico da bacia carbonífera de Gravataí-Morungava. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLO-
GIA, 31, Bal. Camboriú, 1980. Anais. Bal. Camburiú, SBG, 1: 157 – 174.
BOSSI, G. E.; ANDREIS, R. R. & VIEIRA, R., 1983. Algumas considerações sobre os ciclos fluviais da Formação Rio
Bonito, Rio Grande do Sul, Brasil. Pesquisas, 15: 44-65.
BOTELHO, M. A. B. & ARAÚJO, F. F. S., 1996. Emprego de radar para detecção de fraturas em corpos graníticos. In:
CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA, 39, Salvador, 1996. Anais, Salvador, SBG, 2: 391-393.
BOUMA, A. H. 1962. Sedimentology of some flysch deposits. Amsterdam, Elsevier, 168 p.
BOUMA, A. H. – 2000 – Coarse-grained and fine-grained turbidite systems as end member models: applicability and
dangers. Marine and Petroleum Geology, 17: 137-143.
BOUMA, A. H.; NORMARK, W. R. & BARNES, N. E. 1985a. Submarine fans and related turbidite systems. New York,
Springer-Verlag. 351 p.
BOUMA, A. H.; NORMARK, W. R. & BARNES, N. E., 1985b, COMFAN: Needs and initial results. In: BOUMA, A. H.;
NORMARK, W. R. & BARNES, N. E (eds.). Submarine fans and related turbidite systems. Nova Iorque, Springer-
Verlag, p. 7-11.
BRISTOW, C., 1995. Facies analysis in the Lower Greensand using ground-penetrating radar. Journal of Geological Society,
152: 591-598.

cap06a.p65 225 13/05/04, 19:48


226 GEOMETRIA, ARQUITETURA E HETEROGENEIDADES DE CORPOS SEDIMENTARES - ESTUDO DE CASOS

BRODZIKOWSKI, K. & VAN LOON, A. J. 1991. Glacigenic sediments. Amsterdam, Elsevier. (Developments in
Sedimentology, 49), 674 p.
BRUHN, C. H. L. & MORAES, M. A. S., 1988. Geometria e heterogeneidades internas de reservatórios turbidíticos:
caracterização pela integração afloramento-subsuperfície. Seminário de Geologia e Desenvolvimento de Reserva-
tório da Petrobras, 3, Salvador, 1988. Anais , Salvador, PETROBRAS, p. 330-343.
BRUNNER, C. A. ; NORMARK, W. R.; ZUFFA, G. G. & SERRA, F., 1999. Deep-sea sedimentary record of the late
Wisconsin cataclysmic floods from the Columbia River. Geology, 27(5): 463-466.
BUCHEM, F. S. P. van; Boer, P. L. de & Mc Cave, J. P. 1995. The Organic Carbon Distribution in Mesozoic Marine
Sediments and the Influence of Orbial Climatic Cycles (England and the Western North Atlantic). In: Huc, A – Y (ed)
Paleogeography, Paleoclimate and Surce Rocks, AAPG, 40, 303 - 335.
BUCK, S. G. & MINTER, W. E. L. 1985 Placer Formation by fluvial degradation of an alluvial fan sequence: the Proterozoic
Carbon Leader placer, Witwatersrand Supergroup, South Africa. J. Geol. Soc. London. 142: 757-764.
BYRNES, A. P., 1994. Empirical methods of reservoir quality prediction. In. Wilson, M. D. ed., 1994. Reservoir quality
assessment and prediction in clastic rocks. SEPM (Short Course 30) 9-21.
CAMPBELL, K. J. 1999. Deepwater geohazards: How significant are they? The Leading Edge, 04: 514-519.
CAMPOS, H. C. N. S. 1999. Modelación conceptual y matemática del Acuífero Guaraní, Cono Sur. Mapa hidrogeológico
do Aqüífero Guarani. Acta Geológica Leopoldensia, 23(4): 3-50.
CAPDEVILA, R.; ARNDT, N.; LETENDRE, J. & SAUVAGE, J. F. 1999. Diamonds in volcanoclastic komatiite French
Guiana. Nature, 399(1999): 456-458.
CARMINATTI, M. 1994. Fluxos gravitacionais de sedimentos e turbiditos. I° Seminário de interpretação exploratória, Rio
de Janeiro. PETROBRAS/DEPEX (Relatório interno), p. 135-140.
CHANDLER, M. A.; KOCUREK, G.; GOGGIN, D. J.; LAKE, L. W. 1989. Effects of stratigraphy heterogeneity on permeability
in eolian sandstone sequence, Page Sandstone, Northern Arizona. Bulletin of the American Association of Petroleum
Geologists, 73, 658-668.
CHAVES, H. A. F.; DELLA FÁVERA, J. C.; MEDEIROS, M. A. M.; PEREIRA, S. D. 1994., Eventos cíclicos no Permiano
das áreas de Candiota (RS) e Figueira-Sapopema (PR), Bacia do Paraná. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLO-
GIA, 38, Balneário Camboriú, 1994. Boletim de Resumos Expandidos, Balneário Camboriú: SBG. 1: 594-595.
CHEMALE Jr., F.; PAIM P. S. G.; ROSA, A. A. S. & LIMA, E. F., 1997. Projeto Evolução Tectono-sedimentar da Bacia do Itajaí
– SC. Porto Alegre, CENPES/SUPEP/FAURGS. (Relatório Interno), 105 p.
CITRONI, S. B., 1993. Ambientes deposicionais e significado geotectônico da sedimentação do Grupo Itajaí – SC. São Paulo,
SP. Dissertação de Mestrado, Universidade de São Paulo, São Paulo.
CLEMMENSEN, L. B., 1989. Preservation of interdraa and plinth deposits by lateral migration of large linear draas
(Lower Permian Yellow Sands, northeast England). Sedimentary Geology, 65: 139-151.
CLEMMENSEN, L. B. & HEGNER, J., 1991. Eolian sequence and erg dynamics: the Permian Corrie Sandstones, Scotland.
J. Sed. Petrol, 61: 768-774.
CLEMMENSEN, L. B.; OLSEN, H.; BLAKEY, R. C., 1989. Erg-margin deposits in the Lower Jurassic Moenave Formation
and Wingate Sandstone, south Utah. Bull. Geol. Soc. Am., 101: 759-773.
CORRÊA DA SILVA, Z. C., 1978. Observações sobre o Grupo Tubarão no Rio Grande do Sul com especial destaque à
estratigrafia da Formação Itararé. Pesquisas, 9: 9-61.
CORRÊA DA SILVA, Z. C., 1991. The Formation of Coal Deposits in South Brazil. In: ULBRICH, H. & ROCHA CAM-
POS, A. C. Gondwana Seven Proceedings of the Seventh International Gondwana Symposium. São Paulo, USP, p. 233-
252.
COWIE, J. W. & BASSET, M. G. 1989. Global Stratigraphic Chart. Episodes 12(2): (Suplement)
CPRM – Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais. 1979. Projeto Iruí-Butiá – Bloco Leão Antracito. BRASIL. Ministé-
rio das Minas e Energia. Porto Alegre, 3 v. (Inédito).
CPRM – Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais. 1981. Programa carvão energético do Rio Grande do Sul: serviços
executados até dezembro de 1981. BRASIL. Ministério das Minas e Energia. Porto Alegre, 8 v. (Inédito).
CPRM – Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais. 1981. Projeto Iruí-Butiá – Bloco Leão Sapropelito: informações
complementares. BRASIL. Ministério das Minas e Energia. Porto Alegre, 4 v. (Inédito).
CPRM – Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais. 1983a. Projeto São Sepé – Bloco Durasnal: relatório final de
pesquisa. BRASIL. Ministério de Minas e Energia. Porto Alegre, CPRM, 1 v. (Inédito).
CPRM – Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais. 1983b. Projeto São Sepé – Bloco Durasnal Oeste: relatório final de
pesquisa. BRASIL. Ministério de Minas e Energia. Porto Alegre: CPRM, 3 v. (Inédito).
CPRM – Serviço Geológico do Brasil. 1994. Mapa hidrogeológico da Folha de Santa Maria, 1:100.000. Programa de Levan-
tamentos Geológicos Básicos. Projeto Mapas de Previsão de Recursos Hídricos Subterrâneos – SUREG-PA.
CRABOUGH, M.; KOCUREK, G., 1993. Entrada Sandstones: an example of a wet aeolian system. In: Pye, K. (ed..). The
dynamics and environmental context of aeolian sedimentary systems. Geological Society Special Publication, 72: 103-
126.

cap06a.p65 226 13/05/04, 19:48


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 227

CRABOUGH, M.; KOCUREK, G., 1998. Continental sequence stratigraphy of a wet aeolian system: a key to relative
sea-level change. In: K. Shanley & P. McCabe (eds.) Relative role of Eustasy, Climate and Tectonism in Continental Rocks.
SEPM (Spec. Publ. 59), p. 213-228.
CUNHA R. da C., 1990. Estudo paleoambiental da Formação Rio Bonito na jazida do Leão, RS: uma análise inicial. Acta
Geologica Leopoldensia, 13: 91-112.
D’AVILA, R. S. F. 1999b. Fluxos hiperconcentrados em sistemas fluviais. Rio de Janeiro, Petrobras. II Simpósio de Turbiditos,
5p. (relatório interno).
D’AVILA, R. S. F.; MEDEIROS, R. A. & CARMINATTI, M. 1995. Arenito Lapa (Grupo Itararé, Bacia do Paraná): exemplo
de vale inciso glacial. In: Simpósio de Cronoestratigrafia da Bacia do Paraná, 2º, Porto Alegre, 1995. Boletim de
resumos Expandidos..., Porto Alegre, ILEA-UFRGS, 1:57-60.
D’AVILA, R. S. F., 1999a Análise de fácies e estratigrafia física do Arenito Lapa, Grupo Itararé, Bacia do Paraná, Brasil. Porto
Alegre – RS. Dissertação de Mestrado. Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS,
349 p.
D’AVILA, R. S. F.; MARTINS, F. A. L.; ARIENTI, L. M.; SANTOS, S. F.; VOELCKER, H. E.; CRUZ, F. E. G. DA; GUIRRO,
A. C. & SESSEGOLO, L. A. F. 2001. A sedimentologia aplicada aos projetos exploratórios: um novo método para
interpretação de sistemas deposicionais siliciclásticos de águas profundas. Natal, Petrobras, III Seminário de Inter-
pretação Exploratória, 10 p. (Relatório interno).
D’AVILA, R. S. F.; CADDAH, L. F. G. & GRASSI, A. A., 1994. Reconstrução paleoambiental de uma seção do paleógeno
da Bacia de Campos, uma contribuição com base no estudo de traços fósseis. In: Congresso Brasileiro de Paleontologia,
13, São Leopoldo, 1994. Anais..., São Leopoldo, SBP, 1(17): 15-28
DA ROSA, A. A. S., PIMENTEL, N. L. V. & FACCINI, U. F., 2003. Paleoweathering, carbonate precipitation and vertebrate
preservation in the alluvial deposits of the middle to upper Triassic of Santa Maria, RS, southern Brazil. Latin-
American Congress of Sedimentology, 3, Belém/PA, Brazil, 2003. Abstract, Belém/PA, Brazil, International Association
of Sedimentologists/Museu Emílio Goeldi/UFPA. 1: 47-49.
DAEMON, R. F. & QUADROS, L. P., 1970. Bioestratigrafia do neopaleozóico da Bacia do Paraná. In: Cong. Bras. Geol.,
24, Brasília, 1970. Anais, Brasília, SBG, 1: 359-412.
DALRYMPLE, R. W., 1992. Tidal Depositional Systems. In: WALKER, R. G. & JAMES, N. P.; (eds.). 1992. Facies Models:
response to sea level change. Ontario, Canada, Geological Association of Canada. 409 p.
DALRYMPLE, R. W.; ZAITLIN, B. A. & BOYD, R., 1992. Estuarine Facies Models: conceptual basis and stratigraphic
implications. Journal of Sedimentary Petrology, 62 (6): 1130-1146.
DAMUTH, J. E.; FLOOD, R. D.; KOWSMANN, R. O.; BELDERSON, R. H. & GORINI, M. A. 1988. Anatomy and growth
pattern of Amazon Deep-sea Fan as revealed by long-range side-san sonar (GLORIA) and high-resolution seismic
studies. Bulletin of the American Association of Petroleum Geologists, 72: 885-911.
DAVIS, J. L. & ANNAH, A. P., 1989. Ground Penetrating Radar for High-Resolution Mapping of Soil and Rock Stratigraphy.
Geophysical Prospecting, 37: 531-551.
DE ROS, L. F., 1996. Compositional Controls on Sandstone Diagenesis. Acta Universitatis Upsaliensis, 24 p. (Comprehensive
Summaries of Uppsala Dissertations from the Faculty of Science and Technology 198)
DE ROS, L. F.; MORAD, S. & PAIM, P. S. G., 1994. The role of dentrital composition and climate on diagenisis evolution
of continental molasses:evidence from the Cambro-Ordovician Guaritas Sequence, southern Brazil. Sedimentary
Geology, 92: 197-228.
DE ROS, L. F., SOMMER, M. G. & TOMAZELLI, L. J., 1999. Moldes de cristais de gipsita como pseudofósseis no Arenito
Botucatu, RS. Pesquisas, 25(2): 21-27.
DELANEY, P. J. V. & GOÑI, J., 1963. Correlação preliminar entre as formações gonduânicas do Uruguai e Rio Grande do
Sul. Boletim Paranaense de Geografia, 8/9: 1-21.
DELLA FÁVERA, J. C., 1984. Eventos de sedimentação episódica nas bacias brasileiras. Uma contribuição para atestar o
caráter pontuado no registro sedimentar. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA, XXXIII, Anais, Rio de
Janeiro. SBG.
DELLA FÁVERA, J. C.; CHAVES, H. A . F.; AZEVEDO-SOARES, H. L.; COSTA, I. de S. A.; FERNANDEZ, J. E. R.;
ALBUQUERQUE, K. R. M.; CARREIRO, L. C.; OLIVEIRA, M. E. T. de. 1996. Geologia do distrito carbonífero de Santa
Catarina. Rio de Janeiro: UERJ/ CPRM (Relatório Interno 101).
DELLA FÁVERA, J. C.; CHAVES, H. A . F.; MEDEIROS, M. A . M.; MÜLLER, E. P. ; RIBEIRO, J. A . P.; ANTONIOLI, L.;
SILVA, M. C. da; RODRIGUES, T. L. das N. 1995. Geologia do distrito carbonífero de Santa Catarina. Rio de Janeiro:
UERJ/CPRM (Relatório Interno – 4º Curso de Projetos de Análises de Bacias).
DELLA FÁVERA, J. C.; CHAVES, H. A . F.; CARVALHO, B. C. M. C.; SILVA, G. B. D. da.; MARQUES, M. V.; FREITAS,
M.; CHRISPIM, S. J., 1997. Integração geológica das áreas de Recreio, Guaíba e paleovale de Mariana-Pimentel, Bacia do
Paraná, Rio Grande do Sul. Rio de Janeiro: UERJ/CPRM (Relatório Interno), 210 p.
DELLA FÁVERA, J. C.; CHAVES, H. A. F.; PEREIRA, E.; CÂMARA FILHO, L. M.; MEDEIROS, M. A. M., 1992. Geologia
da área de Candiota, Bacia do Paraná, Rio Grande do Sul. Rio de Janeiro: UERJ/CPRM (Relatório Interno), 68 p.

cap06a.p65 227 13/05/04, 19:48


228 GEOMETRIA, ARQUITETURA E HETEROGENEIDADES DE CORPOS SEDIMENTARES - ESTUDO DE CASOS

DELLA FÁVERA, J. C.; CHAVES, H. A. F.; PEREIRA, E.; MEDEIROS, M. A. M.; CÂMARA FILHO, L. M., 1994. Evolução
geológica da seqüência permocarbonífera da região de Candiota, RS , Brasil. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE
PALEONTOLOGIA, 13, São Leopoldo, 1994. Anais... São Leopoldo, SBP, 17 (39): 235-246 (Publicação especial da
Acta Geologica Leopoldensia)
DELLA FÁVERA, J. C.; MEDEIROS, H. A . F.; PEREIRA, E.; BERGAMASCHI, S.; REIS, C. C.; LIMA Fo., M. F. de L.;
PEREIRA, S. D., 1993. Geologia da área de Figueira-Sapopema. Rio de Janeiro, UERJ (Relatório Interno), 89 p.
DICKINSON, W. R. & SUCZEK, C. A ., 1979. Plate tectonics and sandstone compositions. Amer. Assoc. Petroleum Geol.
Bull., 63: 2164-2182.
DICKINSON, R; HARBAUGH,D.W.; SALLER,A.H.; HELLER, P.L. & SNYDER, W. S., 1983. Detrital modes of upper
Paleozoic sandstones derived from Antler Orogen in Nevada; implications for nature of Antler Orogeny SO. American
Journal of Science. 283 (6) 481-509.
DIESSEL, C. F. K., 1992. Coal-bearing depositional systems. Berlin, Springer-Verlag, 721 p.
DNPM/CPRM – Departamento Nacional da Produção Mineral/Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais. 1981.
Programa Carvão Energético do Rio Grande do Sul: serviços executados até dezembro de 1981. BRASIL. Ministério das
Minas e Energia, Porto Alegre, 8 v. (Inédito).
DREYER, T., 1993. Geometry and facies of large-scale flow units in fluvial dominated fan-delta-front sequences from
ASHTON, M., (ed), Advances in Reservoir Geology. Geol. Society Special Publication, 69: 135-174.
DUTRA, E. B., 1926. Reconhecimento topográfico e geológico no Estado de Santa Catarina, Brasil. DNPM/SGM (Boletim
21), p. 31-56.
EHRLICH, R., BOWERS, M. C., RIGGERT, V. L. & PRINCE, C. M. 1997. Detecting permeability gradients in sandstone
complexes – Quantifying the effect of diagenesis on fabric. In: J. A. Kupecs, J. Gluyas & S. Bloch (eds.), 1997.
Reservoir quality prediction in sandstones and carbonates. Tulsa, AAPG (Memoir 69), p. 103-114.
ELIAS, A. R. D., 1999. Estratigrafia de seqüências e proveniência das rochas eopermianas da Bacia do Paraná na Região
Centro-Oeste do Rio Grande do Sul, Brasil. São Leopoldo, RS. Universidade do Vale do Rio dos Sinos, São Leopoldo,
Dissertação de Mestrado, 2 v., 182 p.
ELLIOTT, T. 1981. Siliciclastic Shorelines In: READING, H. G. (ed.). Sedimentary Environments and Facies.1 ed. Londres,
Blackwell Scientific Publications, p. 155-188.
ENOS, P. 1977. Flow regimes in debris flow. Sedimentology, 24: 133-142.
ESCHARD, R., LEMOUZY, P., BACCHIANA, C., DESAUBLIAUX, G., PARPANT, J. & SMART, B., 1998. Combining
Sequence Stratigraphy, Geostatistical Simulation, and Production Data for Modeling a Fluvial Reservoir in the Chaunoy
Field (Triassic, France). AAPG Bulletin, 82(4): 545-568.
ESCHNER, T. B. & KOCUREK, G. 1988. Origins of relief along contacts between eolian sandstones and overlying
marine strata. AAPG Bull., 72: 932-943.
ETGETON, V. R., 1997. Aplicação de conceitos de estratigrafia de seqüências ao intervalo Permiano-Eotriássico da Bacia do
Paraná na Região Nordeste do Rio Grande do Sul – Brasil. Porto Alegre. Dissertação de Mestrado. Universidade
Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS, 137 p.
FACCINI, U. F. 1989. O Permo-Triássico do Rio Grande do Sul: uma análise do ponto de vista das seqüências deposicionais.
Porto Alegre – RS. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS, 2 v.,133 p.( 28
figs., Anexo I, 12 figs.).
FACCINI, U. F., 2000. Estratigrafia do Permotriássico do Rio Grande do Sul: estilos deposicionais versus espaço de acomoda-
ção. Porto Alegre, Tese de Doutorado, PPGEO-UFRGS, 2 v, 322 p. (Documentação Anexa, 23 figs.)
FACCINI, U. F. & PAIM, P. S. G., 2001. Estratigrafia de seqüências em depósitos continentais. In: H. J. SEVERIANO
RIBEIRO (ed.): Estratigrafia de seqüências – fundamentos e aplicações, São Leopoldo, Editora UNISINOS, p. 341-
390.
FACCINI, U. F., GARCIA, A. J. V., LAVINA, E. L. C., SUSZCZYNSKI, A. M. & ZERFASS, H. 1999. Geometry, architecture
and porosity distribution in Triassic sandstones in Southern Paraná Basin, Brazil: porous aquifer potential in Mercosul
context. Reunião Anual da SBPC, 51, Porto Alegre, 1999. Anais, Porto Alegre, SBPC (A.33-022; CD-ROM).
FACCINI, U. F., PAIM, P. S. G., NETTO, R. G. & NOWATZKI, C. H., 1989. A seqüência deposicional Botucatu (RS). In:
Congresso Brasileiro de Paleontologia, 11, Curitiba, 1989. SBP. Curitiba. Anais, Curitiba, SBP. 1: 183-194.
FACCINI, U. F.; LAVINA, E. L. C.; ZERFASS, H. & GARCIA, A. J. V. 1998. Stratigraphic framework of the Permian-
Triassic sequences in the southern Paraná Basin, Brazil. Annual Conference of IGCP Project 381, South Atlantic
Mesozoic Correlations (SAMC III), 3, Comodoro Rivadavia, Argentina 1998. Contributions, Comodoro Rivadavia,
SAMC Project/IGCP 381 (ISSN 15140784), p. 16-18
FACCINI, U. F., ZERFASS, H. & GARCIA, A. J. V. 1998. The Upper Permian-Triassic stratigraphy and petrologic approach
of the SE Pananá Basin, Southern Brazil: depositional styles versus base level changes. Epicontinental Triassic International
Symposium. Germany, Halle. 9: 21-23
FERREIRA, J. A. F.; SÜFERT, T. & SANTOS, A. P., 1978. Projeto Carvão no Rio Grande do Sul: relatório final. Porto Alegre:
DNPM/CPRM. (Inédito).16 v.
FISHER, R. V. 1983. Flow transformations in sediment gravity flows. Geology, 11: 273-274.

cap06a.p65 228 13/05/04, 19:48


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 229

FISHER, W. L. & BROWN, Jr., L. F., 1984. Clastic depositional system – a genetic approach to facies analysis. Annotated
Outline and Bibliography. Bureau of Economic Geology. The University of Texas, p. 1-211.
FOLK, R. L. 1968. Petrology of Sedimentary Rocks, Austin, Texas, Hemphill’s Pub., 107 p.
FOREL, F.-A., 1885. Les ravins sous-lacustres des fleuves glaciaires. Comptes rendus de l’Académie des Sciences de Paris,
16: 725-728.
FOWLER, M. L., YOUNG, M. A ., MADDEN, M. P. & COLE, E. L. 1999. The role of reservoir characterization in the
reservoir management process (as reflected in the Department of Energy’s Reservoir management Demonstration
Program). In: R. SCHATZINGER AND J. JORDAN (eds.), 1999. Reservoir Characterization-Recent Advances, Tulsa,
AAPG (Memoir 71), p. 3-18.
FRAGOSO CESAR, A. R. S.; LAVINA, L. E.; PAIM, P. S. G. & FACCINI, U. F. 1984. A antefossa molássica do Cinturão
Dom Feliciano no Escudo do Rio Grande do Sul. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA, 33, Rio de Janeiro,
1984. Anais, Rio de Janeiro, SBG, 7: 3272-3283.
FRAGOSO CESAR, A. R. S.; MACHADO, R.; SAYEG, H. S.; FAMBRINI, G. L. 1992. Bacias orogênicas do ciclo brasiliano
no Rio Grande do Sul e Uruguai. workshop sobre as bacias molássicas brasilianas, 1, São Leopoldo, 1992. Boletim de
resumos expandidos, São Leopoldo, PPGEO/UNISINOS, p. 47-53.
FRANKE, M. R. & LAMAS DA SILVA, V. J. 1975. Projeto Especial: Fatores que condicionam a porosidade e permeabilidade
dos arenitos. SEGEL-Supervisão de Projetos Especiais, PETROBRAS, 57 p.
FREDERIKSEN, K. S.; CLEMMENSEN, L. B. & LAWAETZ, H. S., 1998. Sequence architecture and cyclicity in Permian
desert deposits, Brodick Beds, Arran, Scotland. J. Geol. Soc. London, 155: 677-683.
FRITZ, W. J. & MOORE, J. M. 1988. Basics of Physical Stratigraphy and Sedimentation. New York, John Wiley & Sons, 371
p.
FRYBERGER, S. G., 1993. A Review of aeolian bounding surfaces, with examples from the Permian Minnelusa Formation,
USA. In: North, C. P. and Prosser, D. J. (eds.) Characterization of Fluvial and Aeolian Reservoirs, Geological Society of
London Special Publication, 73: 167-197.
FRYBERGER, S. G.; SCHENK, C. J. & KRYSTINIK, K. L., 1988. Stokes surfaces and the effects of near-surface groundwater-
table on eolian deposition. Sedimentology, 35: 21-41.
GALLOWAY, W. E. 1986. Reservoir Facies Architeture of Microtidal Barrier Systems. The American Association of Petroleum
Geologists Bulletin, 70(7): 787-808.
GALLOWAY, W. E. 1989. Genetic stratigraphy sequences in basin analysis I: architectural and genesis of flooding-surface
bounded depositional units. The American Association of Petroleum Geologists Bulletin, 73(2): 125-142.
GALLOWAY, W. E. 1998. Siliciclastic Slope and Base-of-Slope Depositional Systems: Component Facies, Stratigraphic
Architecture, and classification. The American Association of Petroleum Geologists Bulletin, 82(4): 569-595
GALLOWAY, W. E. & DUTTON, S.P. 1979. Seismic Stratigraphic analysis of intracratonic basin sandstone reservoirs.
Tulsa, Geological Society Special Publication, 1: 65-81.
GALLOWAY, W. E.; FINLEY, R. J. & HENRY, C. D. 1979. South Texas uraniun province, geologic perspective. Bur. Econ.
Geol. Univ. Texas, Austin (Guidebook), 18 p.
GALLOWAY, W. E. & HOBDAY, D. K. 1983. Terrigenous clastic Depositional Systems. Heidelbuy, Springer – Verlag, 489 p.
GARCIA, A. J. V. 1992. Estratigrafia, sedimetação e diagênese dos arenitos da Formação Serraria, Cretáceo inferior da Bacia
Sergipe – Alagoas, Nordeste do Brasil. Porto Alegre, Tese de Doutorado, Programa de Pós-Graduação em Geociências,
UFRGS, 1 v., 305 p. (documentação anexa, 2 v.)
GARCIA, A. J. V., FACCINI, U. F., LAVINA, E. L. C., SUSZCZYNSKI, A. M. & ZERFASS, H. 1999. Geometry, architecture
and porosity distribution in Triassic sandstones in Southern Paraná Basin, Brazil: porous aquifer potential in Mercosul
context. In: GSA ANNUAL MEETING, Denver, Colorado, USA, 1999. Abstract, Denver, Colorado (USA), Geological
Society of America, p. 350.
GARCIA, A. J. V., MORAD, S.; DE ROS L. F. & AL-AASSM, I. S. 1998. Palaeogeographical, palaeoclimatic and burial
history controls on the diagenetic evolution of reservoir sandstones: evidence from the Lower cretaceous Serraria
Sandstone in the Sergipe – Alagoas Basin, NE, Brazil. Spec. Public. Int. Ass. Sediment. 26: 107-140.
GARCIA, A. J. V., PAIM, P. S. G.; LOPES, R. DA C.; FACCINI, U. F. & LAVINA, E. L. C. 2003. Caracterização de reserva-
tórios: uma análise comparada. In: Paim, P.S.G.; U. F. Faccini & R. G. Netto (eds) Geometria, arquitetura e
heterogeneidades de corpos sedimentares: estudo de casos. Editora Unisinos. São Leopoldo, RS.
GAWTHORPE, R. L. COLLIER, R. E. L.; ALEXANDER, J.; LENDER, M. E BRIDGE, J. S. 1993. Ground Penetrating
Radar: application to sandbody geometry and heterogeneity studies In: BRISTOW, C., 1995. Facies Analysis in the
Lower Greensand using ground-penetrating radar. Journal of the Geological Society, 152: 595.
GEORGE, G. T & BERRY, J. K. 1993. A new lithostratigraphic and depositional model for the Upper Rotliegend of the
UK southern North Sea. In: North, C. P. and Prosser, J. D. (eds.) Characterization of Fluvial and Aeolian Reservoirs,
The Geological Society of London (Special Publication), 73: 291-319.
GIARDIN, A. & FACCINI, U. F., 2002. Heterogeneidades faciológicas e hidroestratigrafia do Aqüífero Guarani na Região
Central do Rio Grande do Sul: abordagem metodológica e resultados preliminares. In: CONGRESSO BRASILEIRO
DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS, 12. Florianópolis, 2002. Anais, Florianópolis, ABAS, 16 p. (CD-ROM).

cap06a.p65 229 13/05/04, 19:48


230 GEOMETRIA, ARQUITETURA E HETEROGENEIDADES DE CORPOS SEDIMENTARES - ESTUDO DE CASOS

GOMES, A. J. P., 2002. Carvão do Brasil turfa agrícola: geologia, meio ambiente e participação estratégica na produção de
eletricidade no sul do Brasil. Porto Alegre: Governo do Estado do Rio Grande do Sul, 164 p.
GONÇALVES, A. R. L.; SANTOS, M. A. A. & LORANDI, R. 1990. Estudo faciológico do Supergrupo Tubarão na Região da
Barrocada (Cachoeira do Sul - RS). Universidade do Vale do Rio dos Sinos, São Leopoldo, Monografia apresentada ao
Curso de Aperfeiçoamento em Terrenos Sedimentares, 1 v.
GOODWIN, P. W. & ANDERSON, E. J., 1985. Punctuated Aggradational Cycles. Journal of Geology, 93: 515-533.
GORDON JR., M., 1947. Classificação das formações gondwânicas do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Notas
Preliminares e Estudos, DNPM, 38, p. 1-20.
GRADZINSKI, R. JERZYKIEWICZ, T. 1974. Dinosaur- and mammal-bearing aeolian and associated deposits of the Upper
Cretaceousin the Gobi Desert (Mongolia). Sedimentary Geology, 12: 249-278.
GRUAU, G; MARTIN, H. LEVEQUE, B. CAPDEVILA, R. & MAROT, A., 1985. Rb-Sr and Sm-Nd geochronology of lower
Proterozoic granite-greenstone terrains in French Guyana, South America. Precambrian Research, 30: 63-80.
GUST, D. A; BIDDLE, K. T.; PHELPS, D. W. & ULIANA, M. A. ,1985. Associated Middle to Late Jurassic volcanism and
extension in southern South America. Tectonophysics, 116: 223-253.
HADLER-JACOBSEN, F.; JOHNSON, S. D.; KRISTENSEN, J. B.; ASHTON, N. & LERVIK, K. S., 2000. Subsurface
lithology prediction in deep-water depositional systems – present and future. In: APPI, C. J.; D’AVILA, R. S. F. &
VIANA, A. R., 2000. Deep-water sedimentation: technological challenges for the next millennium. INTERNATIONAL
GEOLOGICAL CONGRESS, 31, Rio de Janeiro, 2000. Abstracts, Rio de Janeiro, Petrobras/ANP/ABGP, 1: p. 85-96.
HAMPSON, G.; STOLLHOFEN, H.; FLINT, S. 1999. A sequence stratigraphic model for the Lower Coal Measures
(Upper Carboniferous) of the Ruhr district, north-west Germany. Sedimentology, 46(6): 1199-1231.
HARMS, J. C.; SOUTHARD, J. B. & WALKER, R. G. 1982. Structures and Sequences in Clastic Rocks. Calgary, SEPM
(Short Course N. 9), 249 p. (Lecture Notes).
HARMS, J. C., SOUTHARD, J. B., SPEARING, D. R. & WALKER, R. G. 1975. Depositional environments as interpreted
from primary sedimentary structures and stratification sequences. Soc. Econ. Paleont. Mineral. (Short course nº2),
161 p.
HARTMANN, L. A.; POCHER, C. C. & REMUS, M. V. D. 2000. Evolução das rochas metamórficas do Rio Grande do Sul.
In: HOLZ, M. & DE ROS, L. F. (eds). Geologia do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, CIGO/UFRGS, p. 79-118.
HARRIS, D. G. & HEWITT, C. H. 1977. Synergism in reservoir management – The geologic perspective. Journal of
Petroleum Tecnology, 77: 761-770.
HAVHOLM, K. G. & KOCUREK, G. 1994. Factors controlling aeolian sequence stratigraphy: clues from super bounding
surface features in the Middle Jurassic Page Sandstone. Sedimentology, 41: 913-934.
HAVHOLM, K. G.; BLAKEY, R. C.; CAPPS, M.; JONES, L. S.; KING, D. D.; KOCUREK, G. 1993. Aeolian genetic
stratigraphy: an example from the Middle Jurassic Page Sandstone, Colorado Plateau. In: Pye, K. and Lancaster, N.
(eds.), Aeolian Sediments: Ancient and Modern. Spec. Publs. Int. Ass. Sediment., 16: 87-107.
HEEZEN, B. C. & HOLLISTER, C. D. 1971. The face of the Deep. New York, Oxford University Press, 659 p.
HEIN, F. J. & WALKER, R. G. 1982. The Cambro-Ordovician Cap Enragé Formation, Québec, Canada: conglomeratic
deposits of a braided submarine channel with terraces. Sedimentology, 29: 309-329.
HERRIES, R.D. 1993. Contrasting styles of fluvial-aeolian interaction at a downwind erg margin: Jurassic Kayenta-Navajo
Transition, Northeastern Arizona, USA. In: North, C. P. and Prosser, J. D. (eds.), Characterization of Fluvial and
Aeolian Reservoirs, Geological Society of London Special Publication, 73: 199-218.
HEWARD, A. P. 1981. A Review of Wave-Dominated Clastic Shoreline Deposits. Earth Science Reviews, 17: 223-276.
HEWARD, A. P. 1991. Inside Auk – The anatomy of an aeolian reservoir. The three-dimensional facies architecture of
terrigenous clastic sediments and its implications for hydrocarbon discovery and recovery. Soc. Econ. Paleont. Miner.,
Concepts Sediment. Paleont., 3: 44-56.
HEWITT, C. H. 1966. How geology can help engineer your reservoirs. The Oil Gas Journal Technology, 14(11): 171-78.
HISCOTT, R. H. 1994. Traction-carpet stratification in turbidites – fact or fiction? Journal of Sedimentary Research, A64(2):
204-208.
HOLZ, M. & CARLUCCI, R., 2000. Litoestratigrafia, estratigrafia de seqüências e evolução paleofisiográfica da zona de
borda da Bacia do Paraná no Rio Grande do Sul durante o Eopermiano. In: HOLZ, M. & DE ROS, L. F. Geologia do
Rio Grande do Sul. Porto Alegre, CIGO/UFRGS, p. 303-321.
HOLZ, M., 1995. O intervalo gonduânico basal (Eopermiano) da Bacia do Paraná na Região Nordeste do Rio Grande do Sul –
um exercício de estratigrafia. Porto Alegre (RS). Tese de Doutorado, Universidade Federal do Rio Grande do Sul,
Porto Alegre, 2 v., 250 p.
HOLZ, M., 1999. Early Permian sequence stratigraphy and the palaeophysiographic evolution of the Paraná Basin
southernmost Brazil. Journal of South America Earth Science, 29(1): 51-61.
HOLZ, M. & DIAS-FLOR, M.A. 1984. Análise estratigráfica da Formação Rio Bonito (Permiano inferior) na área de
Cachoeira do Sul – RS. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA, 33, Rio de Janeiro, 1984. Anais, Rio de
Janeiro, SBG, p. 993-1006.

cap06a.p65 230 13/05/04, 19:48


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 231

HOUTHUYS, R. & GULLENTOPS, F. 1988. Tidal transverse bars building up a longitudinal sand body (Middle Eocene,
Belgium). In: BOER, P. L. de; GELDER, A. van; NIO, S. D. (eds.). Tide-influenced Sedimentary Environments and
Facies. Dordrecht:, D. Reidel, p. 153-166.
HOWELL, J. A. & MOUNTNEY. N. P. 1997. Climatic cyclicity and accommodation space in arid to semi-arid depositional
systems: an example from the Rotliegend Group of the Southern North Sea. In: Ziegler, K., Turner, P. and Daines, S.
R. (eds.). Petroleum Geology of the Southern North Sea: Future Potential. London, Geological Society Special Publication,
123: 63-86.
HAVHOLM, k. g. & KOCUREK, G. 1988. A preliminary study of the dinamics of a modern draa, Algodones, southeastern
California, USA. Sedimentology, 35: 649-669.
HUGGENBERGER, P. & AIGNER, T., 1999. Introduction tom the special issue on aquifer-sedimentology: problems,
perspectives and modern approaches. Sedimentary Geology, 129: 179-186.
HUNTER, R. E., 1977a. Basic types of stratification in small eolian dunes. Sedimentology, 24: 361-87.
HUNTER, R. E., 1977b. Terminology of cross-stratified sedimentary layers and climbing-ripples structures. Journal of
Sedimentary Petrology, 47(2): 697-706.
IRMEN, A. P. & VONDRA, C. F. 2000. Aeolian sediments in lower to middle (?) Triassic rocks of central Wyoming.
Sediment. Geol., 132: 69-88.
JACKSON, R. G.1975. Hierarchical attributes and a unifrying model of bed forms composed of cohersionless material
and produced by shearing flow. Geological Society of America Bulletin, 86: 1523-1533.
JOHNSON, H. D. 1981. Shallow siliciclastic seas. In: READING, H. G. (ed.). Sedimentary Environments and Facies. 1 ed.
Londres, Blackwell Scientific Publications, p. 205-58.
JONES, L. S.; BLAKEY, R. C. 1998. Eolian-fluvial interactions in the Page Sandstone (Middle Jurassic) in south-central
Utah, USA – a case study of erg-margin process. Sedimentary Geology, 109: 181-198.
KAUL, P. F. T. 1976. Projeto Brusque Serra do Taboleiro, Brasil. Porto Alegre, Convênio DNPM/CPRM (Relatório Interno),
165 p.
KETZER, J. M. M. 1997. Cronoestratigrafia das unidades gonduânicas preservadas sobre o Escudo Sul-Rio-Grandense (For-
mação Caneleiras), Porto Alegre – RS. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal do Rio Grande do Sul –
UFRGS, 215 p.
KNELLER, B. C. & BRANNEY, M. J. 1995. Sustained high-density turbidity currents and the deposition of thick massive
sands. Sedimentology, 42: 607-616.
KOCUREK, G. 1986. Origins of low-angle stratification in aeolian deposits. In: Nickling, W. G. (ed.). Aeolian Geomorphology.
Boston, MA, Allen & Unwin, p. 177-193. (Proceedings of 11th Annual Binghamton Geomorphology Symposium)
KOCUREK, G. 1988. First-order and super bounding surfaces in eolian sequences – bounding surfaces revisited.
Sedimentary Geology, 56: 193-206.
KOCUREK, G. 1991. Interpretation of ancient eolian sand dunes. Annu. Rev. Earth Planet. Sci., 19: 43-75.
KOCUREK, G., 1996. Desert aeolian systems. In: Reading, H. G (ed.), Sedimentary environments: processes, facies and
stratigraphy. Oxford, Blackwell Science, p. 125-153.
KOCUREK, G. 1999. The aeolian rock record. In: Goudie, A.; Livingtone, I. (eds.). Aeolian Environments, Sediments and
Landforms, John Wiley & Sons, New York, p. 239-259.
KOCUREK, G. & HAVHOLM, K. G. 1993. Eolian sequence stratigraphy – a conceptual framework. In: Weimer, P. &
Posamentier, H. W. (eds.). Siliciclastic sequence stratigraphy: recent developments and aplications.Soc. Econ. Paleont.
Miner. (Special publication), 52: 393-409.
KOCUREK, G. & HUNTER, R. E. 1986. Origin od polygonal fractures in sand, uppermost Navajo and Page Sandstones,
Page, Arizona. J. Sediment. Petrol., 56: 895-904.
KOCUREK, G. & LANCASTER, N. 1999. Aeolian system sediment state: theory and Mojave Desert Kelso dune field
example. Sedimentology, 46: 05-515.
KOCUREK, G. & NIELSON, J. 1986. Conditions favourable for the formation of warm-climate aeolian sand sheet.
Sedimentology, 33: 95-816.
KOCUREK, G.; KNIGHT, J.; HAVHOLM, K. 1991. Outcrop and semi-regional three-dimensional architecture and
reconstruction of a portion of the eolian Page Sandstone (Jurassic). In: Miall, A. D. and Tyler, N. (eds.). The three-
dimensional facies architecture of terrigenous clastic sediments and its implications for hydrocarbon discovery and recovery.
Soc. Econ. Paleont. Miner. (Concepts Sediment. Paleont.), 3: 25-43.
KOMAR, P. D. 1971. Hydraulic jumps in turbidity currents. GSA Bull., 82: 1477-1488.
KRAUSE, F., COLLINS, H. N., NELSON, D. A., MACHEMER, S. D. & FRENCH, P.R. 1987. Anatomia multiescalar de um
reservatório: caracterização geológica do reservatório Pembina-Cardium, Centro-Oeste de Alberta, Canadá. AAPG
Bulletin, 71(10): 1223-1260.
KREBS, A. S. J.; CALDASSO, A. L. S. & LOPES, R. da C. 1988. Interpretação preliminar da seqüência deposicional da
Bacia do Itajaí na área da Folha Botuverá – SC. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA, 35, Belém, 1982.
Anais, Belém, SBG, 2: 592-605.

cap06a.p65 231 13/05/04, 19:48


232 GEOMETRIA, ARQUITETURA E HETEROGENEIDADES DE CORPOS SEDIMENTARES - ESTUDO DE CASOS

KREBS, A. S. J.; LOPES, R. C. & CAMOZZATO, E. 1990. Caracterização faciológica do Grupo Itajaí na Folha Botuverá
(SC). In: CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA, 36, Natal, 1990. Anais, Natal, SBG, 1: 82-92.
KUENEN, P. H. & MIGLIORINI, C. I. 1950. Turbidity currents as a cause of graded bedding. Journal. Geology, 58: 91-127.
LADIPO, K. O. 1988. Example of tidal current periodicities from an upper cretaceous sandstone succession (Anambra
Basin, SE Nigeria). In: BOER, P. L. de; GELDER, A. van; NIO, S. D. (eds.). Tide-influenced Sedimentary Environments
and Facies. Dordrecht, D. Reidel, p. 333-340.
LANGFORD, R. P. & CHAN, M. A. 1988. Flood surfaces and deflation surfaces within the Cutler Formation and Cedar
Mesa Sandstone (Permian), Southeastern Utah. Geological Society Of America Bulletin, 100: 1541-1549.
LANGFORD, R. P. & CHAN, M. A. 1989. Fluvial-eolian interactions: Part II, ancient systems. Sedimentology, 36: 1023-
1035.
LANGFORD, R. P. & CHAN, M. A., 1993. Downwind changes within an ancient dune sea, Permian Cedar Mesa Sandstone,
southeast Utah. In: Pye, K. and Lancaster, N. (eds.), Aeolian Sediments: Ancient and Modern. Int. Ass. Sediment.
(Spec. Publs 16), 109-126.
LANZARINI, W.L. & TERRA, G.J.S. 1989. Fácies sedimentares, evolução da porosidade e qualidade de reservatório da
Formação Sergi, Campo de Fazenda Boa Esperança, Bacia do Recôncavo. B. Geoci. PETROBRAS, 3(4), 365-375.
LARESE, R. E., HASKELL, N. L., PREZBIONDOWSKI, D. R & BEJU, D. 1984. Porosity development in selected Jurassic
sandstones from the Norwegian and North Seas, Norway – an overview. In: Grahan & Trotman, 1984 (eds.).
Petroleum Geology of the North European Margin. Oslo, Norwegian Petroleum Society, p. 81-95.
LAVINA, E. L. C. 1983. Procolophon pricei sp. n. um novo réptil procolofonídeo do Triássico do Rio Grande do Sul.
Iheringia, 9: 51-78.
LAVINA, E. L. & LOPES, R. DA C. 1987. A Transgressão marinha do Permiano inferior e a evolução paleogeográfica do
Supergrupo Tubarão no Estado do Rio Grande do Sul. Paula-Coutiana, 1: 51-103.
LAVINA, E. L. C.; FACCINI, U. F. & SEVERIANO RIBEIRO, H. J. 1985. A Formação Pirambóia (Permotriássico) no
Estado do Rio Grande do Sul. Acta Geologica Lopoldensia, 38(XVI): 179-197.
LAVINA, E. L. C.; NOWATZKI, C. H.; SANTOS, M. A. A. DOS; LEÃO, H. Z. 1985. Ambientes de sedimentação do
Supergrupo Tubarão na Região de Cachoeira do Sul, RS. Acta Geologica Leopoldensia, 9(21): 5-75.
LEIPNITZ, I. I.; PAIM, P. S. G.; DA ROSA, A. A. S. & ZUCATTI DA ROSA, A. L. 1997. Primeira ocorrência de Chacellonidae
no Brasil. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE PALEONTOLOGIA, 15, São Pedro, 1997. Boletim de Resumos, Rio
Claro, SBP/UNESP. 1, 1p.
LINDQUIST, S. J. 1988. Practical characterization of aeolian reservoirs for development: Nugget Sandstone, Utah-
Wyoming thrust belt. Sedimentary Geology, 56: 315-339.
LOOPE, D. B. 1984. Eolian origen of upper Paleozoic sandstones, southeastern Utah. J. Sed. Petrol., 54: 563-580.
LOOPE, D. B. 1985. Episodic deposition and preservation of eolian sands: a late Paleozoic example from southeastern
Utah. Geology, 13: 73-76.
LOPES, R. da C. 1990. Estudo Paleoambiental da Formação Rio Bonito na jazida do Leão, RS: uma análise inicial. Acta
Geologica Leopoldensia, São Leopoldo, 13: 91-112.
LOPES, R. da C. 1995. Arcabouço aloestratigráfico para o intervalo “Rio Bonito-Palermo” (Eopermiano da Bacia do Paraná),
entre Butiá e São Sepé, Rio Grande do Sul. São Leopoldo – RS. Dissertação de Mestrado, Universidade do Vale do Rio
dos Sinos – UNISINOS, 254p.
LOPES, R. da C. & LAVINA, E. L. 1995. Arcabouço aloestratigráfico para o intervalo “Rio Bonito-Palermo” (Eopermiano),
entre Butiá e São Sepé, RS. In: SIMPÓSIO SOBRE CRONOESTRATIGRAFIA DA BACIA DO PARANÁ, 2, Porto
Alegre, 1995. Boletim de Resumos Expandidos. Porto Alegre, UFRGS – ILEA, p. 51-56.
LOPES, R. da C. & LAVINA, E. L. 2001. Estratigrafia de seqüências nas formações Rio Bonito e Palermo (Bacia do
Paraná), na região carbonífera do Baixo Jacuí, Rio Grande do Sul. In: SEVERIANO RIBEIRO, H. J. P. S.(org.). Estratigrafia
de seqüências: fundamentos e aplicações. São Leopoldo, Ed. UNISINOS, p. 391-419.
LOPES, R. da C.; LAVINA, E. L. C. & SIGNORELI, N., 1986. Fácies sedimentares e evolução paleoambiental do Supergrupo
Tubarão na borda leste da Bacia do Paraná: uma seção regional nos Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
In: CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA, 24, Goiânia, 1986. Anais, Goiânia, SBG, 1: 206-218.
LOWE, D. R. 1979. Sediment Gravity Flows: Their classification and some Problems of Application to Natural Flows and
Deposits. SEPM (Spec. Pub. N. 27), p. 75-82.
LOWE, D. R. 1982. Sediment Gravity Flows II: Depositional Models with Special Reference to the Deposits of High
Density Turbidity Currents. Jour. Sed. Petr., 52(1): 279-297.
LOWE, D. R. 2000. Turbidity currents, slurry flows, and debris flows: the full spectrum of deep-water sediment flow
and deposit types. In: APPI, C. J.; D’AVILA, R. S. F. & VIANA, A. R. (Eds.) Deep-water sedimentation: technological
challenges for the next millennium. INTERNATIONAL GEOLOGICAL CONGRESS, 31, Rio de Janeiro, 2000. Abstracts,
Rio de Janeiro, Petrobras/ANP/ABGP. 1: 37-42
LOWE, D. R. & GUY, P. 2000. Slurry-flow deposits in the Britannia Formation (Lower Cretaceous), North Sea: a new
perspective on the turbidity current and debris flow problem. Sedimentology, 47: 31-70.

cap06a.p65 232 13/05/04, 19:48


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 233

MAACK, R. 1947. Breves notícias sobre a geologia dos Estados de Santa Catarina e Paraná. Arquivo de Biologia e Tecnologia,
2: 65-154.
MACHADO, J. L. F. 1994. Mapa hidrogeológico da Folha de Santa Maria, RS. Escala 1:100.000. Programa de Levanta-
mentos Geológicos Básicos. Projeto Mapas de Previsão de Recursos Hídricos Subterrâneos – Santa Maria (RS).
CPRM /SUREG – PA.
MACHADO, J. L. F. 1998. Hidroestratigrafia química preliminar dos aqüíferos da Região Central do Rio Grande do Sul.
In: Congresso Brasileiro de Águas Subterrâneas. 10 São Paulo, 1998. Anais, ABAS. São Paulo (SP), p. 23-87.
MACHADO, E. R. & CASTANHO, O. S. 1957. Pesquisa de carvão mineral na faixa sedimentar do Rio Grande do Sul. Porto
Alegre, Departamento Autônomo de Carvão Mineral, 42 p.
MANLEY, R. L. & FLOOD, R. D. 1988. Cyclic sediment deposition within Amazon deep-sea fan. The American Association
of Petroleum Geologists Bulletin, 72: 912-925.
MARQUES, E. J. J. 2000. Aplicação do método de radar de penetração do solo (ground penetrating radar) na análise estratigráfica
do sistema de arenitos Lapa/Vila Velha – Grupo Itararé, neocarbonífero da Bacia do Paraná, Brasil. Porto Alegre – RS.
Dissertação de Mestrado, Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS, 244 p.
MARQUES-TOIGO, M. & PONS, M. E. 1974. Estudo palinológico do furo de sondagem P7 – malha oeste da bacia
carbonífera do Iruí, RS, Brasil. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA, 28, Porto Alegre, 1974. Anais, Porto
Alegre, SBG. 2: 277-288.
MARQUES-TOIGO, M. 1988. Palinologia, bioestratigrafia e paleoecologia do neopaleozóico da Bacia do Paraná nos Estados
do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, Brasil. Porto Alegre – RS. Tese de Doutorado, Universidade Federal do Rio
Grande do Sul – UFRGS, 241 p.
MATOS, S. L. F. de. 1999. História deposicional e idade do intervalo portador de carvão da Formação Rio Bonito, Permiano da
Bacia do Paraná, no depósito de carvão de Candiota, RS. São Paulo (SP). Tese de Doutorado, Universidade de São
Paulo, 170 p.
MEDEIROS, M. A. M. 1996. Análise da seção permiana da depressão de Candiota – RS, com ênfase na sedimentação cíclica.
Rio de Janeiro – RJ. Dissertação de Mestrado, Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio de Janeiro –
UFRJ, 207 p.
MENEZES, J. R. C. 1994. Estratigrafia de seqüências em dados de sondagem: aplicação ao permiano da Bacia do Paraná
na região de Candiota (RS). Porto Alegre – RS. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal do Rio Grande do
Sul – UFRGS, 124 p.
MENEZES, J. R. C., 2000. Estratigrafia do neopermiano da Bacia do Paraná no Rio Grande do Sul. In: HOLZ, M. & DE
ROS, L. F., 2000. Geologia do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, CIGO/UFRGS, p. 323-334.
MENEZES, S. X., LIMA, V. Q., MAIA, F. J., POCAI, N. & HORSCHUTZ, P. M. C. 1996. Geologia e fator de recuperação
dos reservatórios brasileiros. Boletim de Geociências da PETROBRAS, 10(1/4): 147-156.
MIALL, A. D. 1985. Architetural-elements anlysis: a new method of facies analysis applied to fluvial deposits. Earth-Sci.
Rev., 22: 261-308.
MIALL, A. D. 1978 Lithofacies types and vertical profile models in braided river deposits: a summary. In: MIALL, A. D.
(ed.) Fluvial Sedimentology. Canadian Society Petrol. Geol. Mem, 5: 597-604.
MIALL, A. D. 1988. Architectural Elements and Bounding Surfaces in fluvial deposits: anatomy of the Kayenta formation
(lower Jurassic), Southwest Colorado. Sedimentary Geology, 55: 233-262.
MIALL, A. D. 1992. Alluvial Deposits. In: WALKER, R. G. & JAMES, N. P. (eds), Facies models: response to sea level
changes. Ontario, Canada, Geol. Assoc. Canada, p. 119-142.
MIALL, A. D. 1996. The Geology of Fluvial Deposits: Sedimentary Facies, Basin Analysis and Petroleum Geology. New York,
Springer-Verlag, 582 p.
MIDDLETON, G. V. & HAMPTON, M. 1973. Sediment Gravity Flows: mechanics of flow and deposition In: MIDDLETON,
G. V. & BOUMA, A. (eds.).Turbidites and Deep Water Sedimentation. Los Angeles, Califórnia (USA), SEPM-Pacific
Section (Short Course 1), p. 1-38 (Lecture Notes).
MILANI, E. J. 1997. Evolução tectono-estratigráfica da Bacia do Paraná e seu relacionamento com a geodinâmica fanerozóica
do Gondwana sul-ocidental. Porto Alegre – RS. Tese de Doutorado, Universidade Federal do Rio Grande do Sul –
UFRGS, 2 v., 255 p.
MILANI, E. J.; FACCINI, U. F.; SCHERER, C. M.; ARAÚJO, L. M.; CUPERTINO, J. A. 1998. Sequences and stratigraphic
hierarchy of the Paraná Basin (Ordovician to Cretaceous), Southern Brazil. Boletim IG USP (Série Científica), 29: 125-173.
MORA, S. BECKER,A.; D’ÁVILA, R. S. F. ; LATGE, R.N.A.; NAUMANN, N. P. & ROSTINOLLA, S. P. 1993. Realcione di
tracino-stratigrafia fisica e analisi di facies del complexo torbiditicode Itajai, Grupo Itajai, Proterozoico Superiore.
Stratigrafia fisica e analisi de facies del membro Rio do Sul della formacione Taciba (paleozoico Superior) dello stado
di Santa Catarina. Associazione di facies carote AB – 17 e MRL – 11 del Bacino do Campos, PETROBRAS. Rio de
Janeiro. (Relatório Interno).
MONTAÑO, J. 2003. Recursos hídricos subterrâneos: el Sistema Acuifero Guaraní (SAG). In: Veroslavsky, G., Ubilla, M.
& Martínez, S. (ed.): Cuencas Sedimentarias de Uruguay. Geología, paleontologia e recursos naturales. Mesozoico.
Montevideo, Edición DI.R.A.C., p. 191-212.

cap06a.p65 233 13/05/04, 19:48


234 GEOMETRIA, ARQUITETURA E HETEROGENEIDADES DE CORPOS SEDIMENTARES - ESTUDO DE CASOS

MORTON, A. C. & HALLSWORTH, C. R. 1999. Processes controlling the composition of heavy mineral assemblages in
sandstone. Sedimentary Geology 124: 3-29.
MOUNTNEY, N. & HOWELL, J. 2000. Aeolian Architecture, bedform climbing and preservation space in the Cretaceous
Etjo Formation, NW Namibia. Sedimentology, 47: 25-849.
MOUNTNEY, N.; HOWELL, J.; FLINT, S.; JERRAM, D. 1999. Climate, sediment supply and tectonics as control on the
deposition and preservation of aeolian-fluvial Etjo Sandstone Formation, Namibia. J. Geol. Soc. London, 156: 771-
777.
MUTTI, E. 1985. Turbidite systems and their relations to depositional sequences: In ZUFFA, G. G. (ed.). Provenance of
Arenites: Reidel, Holland, p. 65-93.
MUTTI, E. 1992. Turbidite Sandstones. Milan, AGIP & I.G.U. Pr. 275 p.
MUTTI, E. & NORMARK, W. R. 1987. Comparing examples of modern and ancient turbidite systems: Problems and
Concepts. In: LEGGET, J. K. & ZUFFA, G. G. (eds.). Deep-water clastic deposits: Models and Case Histories, London,
Graham & Thotman, p. 1-38.
MUTTI, E. & NORMARK, W. R. 1991. An integrated approach to the study of turbidite systems. In: WEIMER, P. & LINK,
M. H. (eds.). Seismic facies and sedimentary processes of submarine fans and turbidite systems. New York, Springer-
Verlag, p. 75-104.
MUTTI, E. & RICCI LUCCHI F. 1972. Le torbiditi dell’Appennino Settentrionale: introduzione all’analisi di facies. Mem.
Soc. Geol. It., 161: 11-2.
MUTTI, E.; DAVOLI, G. & TINTERRI, R. 1994. Flood- Related Gravity-Flow Deposits in Fluvial and Fluvio-Deltaic
Depositional Systems and their Sequence-Stratigraphic Implications. In: High-Resolution Sequence Stratigraphy
Conference, 2, Tremp, 1994. Proceedings, Tremp. IUGS/GSGP, p. 131-134.
MUTTI, E.; DAVOLI, G. ; TINTERRI, R. & ZAVALA, R. 1996. The importance of ancient fluvio-deltaic systems dominated
by catastrophic flooding in tectonically active basins. Mem. Sci. Geol., 48: 233-291.
MUTTI E., DI BIASE D., FAVA L., MAVILLA N., SGAVETTI M. & TINTERRI R. 2002. Part II: The Tertiary Piedmont
Basin. In: MUTTI, E.; RICCI LUCCHI, F.& ROVERI, M. (eds.), 2002. Revisiting turbidites of the Marnoso-Arenacea
Formation and their basin-margin equivalents: problems with classic models. Parma (Italy), Università di Parma/Eni-
Agip Turbidite Workshop/Copy & Press. II: 1-25. (Excursion Guidebook)
MUTTI E., TINTERRI R., BENEVELLI G., DI BIASE D. & CAVANNA G. 2003. Deltaic, mixed and turbidite sedimentation
of ancient foreland basins. Marine & Petroleum Geology (in press).
MUTTI, E.; TINTERRI, R.; REMACHA, E.; MAVILLA, N.; ANGELLA, S. & FAVA, L. 1999. An introduction to the Analysis
of Ancient Turbidite Basins from an outcrop perspective. Tulsa, The American Association of Petroleum Geologists
(continuing education course note series no. 39), 96 p.
NEMEC, W. & STEEL, R. J. 1984. Alluvial and coastal conglomerates: their significant features and some comments on
gravelly mass flow deposits. In: Koster, E. H. and Steel, R. J. (eds), Sedimentology of gravels and conglomerates. Can.
Soc. Petrol. Geol., Mem., 10: 1-31.
NETTO, R. G. & ZUCATTI DA ROSA, A. L. 1997. Registros fossilíferos da Bacia do Itajaí, SC: uma primeira visão. In:
CONGRESSO BRASILEIRO DE PALEONTOLOGIA, 15, São Pedro, 1997. Boletim de Resumos, Rio Claro, SBP/
UNESP. 1: 136 p.
NIO, S. D. 1976. Marine transgressions has a factor in the formation of sandwave complexes. Geol. Mijn., 55(1-2): 18-
40.
NORMARK, W. R. 1970. Growth patterns of deep sea fans. The American Association of Petroleum Geologists Bulletin, 54:
2170-2195.
NORMARK, W. R. & PIPER, D. J. W. 1991. Initiation processes and flow evolution of turbidity currents: implications for
the depositional record. In: OSBORNE, R. H. (ed.), From shoreline to Abyss: Contributions in Marine Geology in Honor
of Francis Parker Shepard. Tulsa, SEPM (Spec. Pub 46), p. 207-230.
NORMARK, W. R.; POSAMENTIER, H. & MUTTI, E. 1993. Turbidite systems: state-of-the art and future. Reviews of
Geophysics, 31(2): 91-116.
NORTH, C. P. & BOERING, M. 1999. Spectral gama-ray logging for facies discrimination in mixed fluvial-eolian sucessions;
a cautionary tale. The American Association of Petroleum Geologists Bulletin, 83(1): 155-169.
NORTH, C. P. & PROSSER, D. J. 1993. North, C. P. and Prosser, J. D. (eds.), Characterization of Fluvial and Aeolian
Reservoirs, Geological Society of London (Special Publication 73), 450 p.
OKADA, A. H. & ROMEU, R. K. 1988. Caracterização de reservatórios: conceitos e tendências. In: Seminário de Geo-
logia e Desenvolvimento de Reservatório da Petrobras, 3º, Salvador, 1988. Anais, Salvador, PETROBRAS 1: 441-
450.
OLSEN, H. & ANDERSEN, F. 1995. Sedimentology and ground-penetrating radar characteristics of a Pleistocene sandur
deposit. Sedimentology Geology, 99: 1-15.
PAIM, P. S. G. 1994. Depositional systems and paleogeographical evolution of the Camaquã and Santa Bárbara basins,
Brazil. Oxford, England. D. Phil. Thesis, University of Oxford, 2 v., 277 p.

cap06a.p65 234 13/05/04, 19:48


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 235

PAIM, P. S. G. 1995a. Alluvial palaeogeography of Guaritas depositional sequence of southern Brazil. Spec. Publs. Int. Ass.
Sediment, 22: 3-16.
PAIM, P. S. G. 1995b. O sistema desértico úmido Pedra Pintada (cambro-ordoviciano do RS) In: CONGRESSO BRASI-
LEIRO DE GEOLOGIA, 29, Salvador, 1996. Anais, Salvador, Sociedade Brasileira de Geologia, 1: 266-270.
PAIM, P. S. G.; LEIPNITZ, I; DA ROSA, A. A. S. & ZUCATTI DA ROSA, A. L. 1997. Preliminary Report on the occurrence
of Chancellonia Sp. in the Itajaí Basin, Southern Brazil. Revista Brasileira de Geociências, 27: 303-308.
PAIM, P. S. G.; LOPES, R. C. & CHEMALE, F. 1995. Stratigraphic Framework and deposicional Systems of the Camaquã
Basin (Upper Vendian to Lower Ordoviacian of Southern Brazil). In: The Geology and metallogeny of the South-
western corner of Africa. University of Stellenbosch, South Africa, p. 35-37.
PAIM, P. S. G.; CHEMELE JR., F.; LOPES, R.C. 2000. A Bacia do Camaquã. In: HOLZ, M. & DE ROS, L. F. (eds). Geologia
do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, CIGO/UFRGS, p. 231-274.
PARKER, G. 1982 Conditions for ignition of catastrophically erosive turbidity currents. Marine Geology, 46: 365 - 382.
PARNELL, J.; LIANJUN, Y. & CHANGMING, C. (eds), 1990. Sediment Hosted Mineral Deposits. Spec. Public. IAS, 11:
227 p.
PETTINGILL, H. S. 2001. Giant field discoveries of the 1990s. The Leading Edge, June: 698-704.
PICKERING, K. T., HISCOTT, R. N. & HEIN, F. J. 1989. Deep-Marine Environments; Clastic Sedimentation and Tectonics:
London, Unwin Hyman, 416 p.
PINHEIRO, S. da S.; REIS, N. J. & COSTI, H.T. (Orgs.) 1990. Geologia da Região de Caburaí Nordeste de Roraima – Estado
de Roraima. Texto explicativo. Cartas geológicas e metalogenéticas previsionais – escala 1:1000.000. Programa
Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil. Brasília, DNPM/CPRM, 92 p., 6 mapas.
POSAMENTIER, H. W. & ALLEN, G. P. 1994. Siliciclastic Sequence Stratigraphy: concepts and applications. Porto Alegre.
CPGEO-UFRGS, 89 p. (Course Notes).
POSAMENTIER, H. W. & VIAL, P. R. 1988. Eustatic control on clastic deposition II – Sequence and tract models. In:
WILGES, C. K.; HASTINGS, B. S.; KENDALL, C. G. St. C.; PASAMENTIER, H. W.; ROSS, C. A. & VAN VAGONER,
J. C. (eds.) Sea Level Changes: an intragrated approach. Tulsa, SEPM (Spec. Public. 42), p. 125-154.
POSAMENTIER, H. W. & WEIMER, P. 1993. Siliciclastic sequence stratigraphy and petroleum geology – where to from
here? AAPG Bull, 77: 731-742.
POSAMENTIER, H. W.; ALLEN, G. P.; JAMES, D. P. & TESSON, M. 1992. Forced Regressions in a Sequence Stratigraphic
Framework: Concepts, Examples, and Exploration Significance. The American Association of Petroleum Geologists
Bulletin, 76 (11): 1687-1709.
POSAMENTIER, H. W.; JERVEY, M. T. & VAIL, P. R. 1988. Eustatic controls on clastic deposition I – conceptual framework.
In: WILGUS, C. K.; HASTINGS, B. S.; KENDALL, C. G. St. C.; POSAMENTIER, H. W.; ROSS, C. A. & VAN
WAGONER, J. (eds.). Sea Level Changes: An Integrated Approach. SEPM (Spec. Pub. 42), p. 125-154.
PRIMMER, J. J.; CADE, C. A.; EVANS, J.; GLUYAS, J. G.; HOPKINS, M. S.; OXTOBY, N. H.; SMALLEY, P. C.; WARREN,
E. A. & WORDEN, R. H. 1997. Global patterns in sandstone diagenesis: their application to reservoir quality prediction
for petroleum exploration. In: J. A. KUPECZ, J. GLUYAS & S. BLOCH (eds.), Reservoir quality prediction in sandstones
and carbonates. Tulsa, AAPG (Memoir 69), p. 61-77.
PRYOR, W. A. 1973. Permeability – porosity patterns and variations in some Holocene sand bodies. The American
Association of Petroleum Geologists Bulletin, 57: 162-189.
QUEIROZ, R. V. de; LOPES, R. da C.; ALBUQUERQUE, L. F. de F. 1994. Análise paleoambiental de sistemas litorâneos da
Formação Rio Bonito, Bacia do Paraná – RS. Feira de Iniciação Científica. 1, São Leopoldo, 1994. Resumo das Comuni-
cações. São Leopoldo, UNISINOS/PRPG, p. 221.
RAMOS, V. A. & AGUIRRE-URETA, M. B. 2000. Patagonia. In: CORDANI, U. G.; MILANI, E. J.; THOMAZ-FILHO, A. &
CAMPOS, D. A. (eds.). Tectonic evolution of South América. In: INTERNATIONAL GEOLOGICAL CONGRESS, 31,
Rio de Janeiro, 2000, Rio de Janeiro, Petrobras/ANP/ABGP, p. 369-380.
READING, H. G. & RICHARDS, M. 1994. Turbidite systems in deep-water basin margins classified by grain-size and
feeder system. The American Association of Petroleum Geologists Bulletin, 78(5): 792-822.
READING, H. G. 1989. Facies. In: READING, H. G. (ed.). Sedimentary Environments and Facies. 3rd. Edition. Oxford.
Blackwell Sci. Pub., p. 4-19.
REBOUÇAS, A. C. & AMORE, L. 2002. O Sistema Aqüífero Guarani – SAG. Rev. Águas Subterrâneas, 16: 103-111.
REINECK, H. E. & SINGH, I. B. 1980. Depositional Sedimentary Environments. Berlin, Spring-Verlag, 549 p.
REINSON, G. E. 1981. Barrier Island Systems. In: WALKER, R. G. (ed.). Facies Models. Ontario, Ainsworth, p. 57-74.
REINSON, G. E. 1992. Transgressive barrier island and estuarine systems. In: WALKER, R. G. & JAMES, N. P. (eds.).
Facies Model, response to sea level changes. Ontario, Ainsworth, p. 179-194.
REIS, N. J. & YÁNEZ, G. 2001. O Supergrupo Roraima ao longo da faixa de fronteira entre Brasil e Venezuela (Santa
Elena de Uairén – Monte Roraima) In: Reis, N. J. & Monteiro, M. A. S. (coord.) CONTRIBUIÇÕES À GEOLOGIA
DA AMAZÔNIA – VOLUME II. Manaus, Sociedade Brasileira de Geologia, Núcleo Norte, p. 113-144.
RENAME, J.; FAURE-MURET, A.; ODIN, G. S. 2000. International Stratigraphic Chart. Paris, International Union of
Geological Sciences.

cap06a.p65 235 13/05/04, 19:48


236 GEOMETRIA, ARQUITETURA E HETEROGENEIDADES DE CORPOS SEDIMENTARES - ESTUDO DE CASOS

RENNE, P. R., DECKART, K., FÉRAUD, G., PICCIRILLO,E. M. 1996. Age of Ponta Grossa dike swarm (Brasil), and
implications to Paraná flood volcanism. Earth. Planet, Sci. Let., 144: 199-211.
RICHARDSON, J. G. SANGREE, J. B. & SNEIDER, R. M. 1987. Braided Stream Reservoirs. Journal of Petroleum Technology,
12(1987): 1499-1500.
RIGON, F. C. 1993. Petrologia e proveniência dos depósitos turbidíticos da Bacia de Itajaí, Estado de Santa Catarina, Brasil.
Ouro Preto, MG. Dissertação de Mestrado. Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto – UFOP, 170 p.
ROSA FILHO, E. F., HINDI, E. C., ROSTIROLLA, S. P., FERREIRA, F. J. F & BITTENCOURT, A. V. L. 2003. Sistema
Aqüífero Gurarani – considerações preliminares sobre a influência do Arco de Ponta Grossa no fluxo das águas
subterrâneas. Águas Subterrâneas, 17: 91-111.
ROSTIROLLA, S. P. 1991. Tectônica e sedimentação da Bacia do Itajaí – SC. Ouro Preto, MG. Dissertação de Mestrado.
Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto – UFOP, 131 p.
ROSTIROLLA, S. P., ALKMIM, F. F. & SOARES, P. C. 1992. O Grupo Itajaí, Estado de Santa Catarina, Brasil: exemplo de
sedimentação em uma bacia flexural de antepaís. Boletim de Geociências da PETROBRAS, 6(3/4): 109-122.
ROSTIROLLA, S. P. & FIGUEIRA, E. G. 1995. Associações de fácies turbidíticas do Grupo Itajaí, SC: sedimentação em
água profunda em uma bacia de antepaís. Bol. Par. de Geociências, 43: 79-94.
RUBEY, W. W. 1933. The size distribution of heavy minerals within a water-land sandstone. Journal of Sedimentology
Petrology. 3: 3-29.
RUBIN, D. M. 1987. Cross-bedding, bedforms, and paleocurrents. Society of Economic Paleontologist and Mineralogist,
Concepts in Sedimentology and Palaeotology, 1: 187.
RUST, B. R. & GIBLING, M. R. 1990. Braidplain evolution in Pennsylvanian South Bar Formation, Sidney Basin, Nova
Scotia, Canada. Jour. Sed. Petrol., 60(1): 59-72.
SALAMUNI, R.; BIGARELLA, J. J. & TAKEDA, F. K. 1961. Considerações sobre a estratigrafia e tectônica da Série Itajaí.
Boletim Paranaense de Geografia, 4-5: 188-201.
SANDERS, J. E. 1965. Primary Sedimentary structures formed by turbidity currents and realted resedimentation
mechanisms. In: MIDDLETON, G. V. (ed.) Primary Sedimentary Structures and their hydrodinamics interpretation.
Tulsa (USA), SEPM (Spec. Publ. 12), p. 192-219.
SANTA ANA, H. & VEROSLAVSKY, G. 2003. La tectosecuencia volvanosedimentaria de la Cuenca Norte de Uruguay.
In: Veroslavsky, G., Ubilla, M. & Martínez, S. (eds.), Cuencas Sedimentarias de Uruguay. Geología, paleontologia e
recursos naturales. Mesozoico. Edición DI.R.A.C., Montevideo, p. 51-74.
SANTISTEBAN, C. & TABERNER, C. 1988. Geometry, structure and geodynamics of a sand wave complex in the
Southeast margin of the Eocene Catalan Basin, Spain. In: BOER, P. L. de; GELDER, A. van; NIO, S. D. (eds.), Tide-
influenced Sedimentary Environments and Facies. Dordrecht: D. Reidel, p. 123-138.
SCHANLEY, K. W. & MCCABE, P. J. 1994. Perspectives on the sequence stratigraphy of continental strata. AAPG Bull,
78: 544-568.
SCHERER, C. M. S. 2000. Eolian dunes of the Botucatu Formation (Cretaceous) in southernmost Brazil: morphology
and origin. Sed. Geology. 137: 63-84.
SCHERER, C. M. S. 2002. Preservation of aeolian genetic units by lava flow in the Lower Cretaceous of the Paraná Basin,
southern Brazil. Sedimentology, 49: 97-116.
SCHERER, C. M. S., FACCINI, U. F. & LAVINA, E. L. 2001. Arcabouço estratigráfico do Mesozóico da Bacia do Paraná.
In: HOLZ, M. & DE ROS, L. F. (eds.): Geologia do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, CIGO/UFRGS, p. 335-354.
SCHMIDT, V. & McDONALD, D. A. 1979. Texture and recognition of secondary porosity in sandstones. In: SCHOLLE,
P. A. & SCHLUGER, P. R. (eds.) Aspects of diagenesis. SEPM Spec. Publ., 26: 175-207.
SCHMIDT, V.; Mc DONALD, D. A. & PLAT, R. L. 1977. Pore geometry and reservoir aspects of secundary porosity in
sandstone. Canadian Soc. Petroleum Geologists Bull., 25: 271-290.
SCHNEIDER, R. L.; MÜHLMANN, H.; TOMMASI, E.; MEDEIROS, R.; DAEMON, R. F.; NOGUEIRA, A. A. 1974. Revi-
são estratigráfica da Bacia do Paraná. In: Cong. Bras. Geol., 28, 1974, Porto Alegre, Anais, Porto Alegre, SBG, 1: 41-
65.
SCHULTZ, C. L. 1995. Subdivisão do Triássico do RS com base em macrofósseis: problemas e perspectivas. Com. Mus.
Ciênc. Tecnol. UBEA/PUCRS, Sér. Ciências da Terra, 1: 25-32.
SCHULTZ, M. 2001. Field guide to Tres Pasos Formation, Magallanes Basin, Chile. In: SPODDS (ed.), Cretaceous and
Lower tertiary deep-water sedimentary rocks of the Magallanes Basin, southern Chile - Guidebook for SPODDS Field Trip
to Torres Del Paine National Park and Vicinity, p. 62-69.
SCHULZ Jr., A. & ALBUQUERQUE, L. F. F. 1969. Geologia da Quadrícula do Rio do Sul, Santa Catarina, Brasil. Porto
Alegre, DNPM (Relatório Interno), 109 p.
SCHULTZ, C. L., SCHERER, C. M. S. & BARBERENA, M. C. 2000. Biostratigraphy of the southern Brazilian Upper
Triassic. Rev. Bras. de Geociências, 30, (CD Version-2000: IGC-064).
SCHWARTZ, F. W. 1985. On the role of mass transport modeling. In: Canadian/American conference on hydrogeology,
2, Banff, Alberta (Canada), 1985. Proceedings, Dublin (USA), National Water Well Assoc., 1: 2-12.

cap06a.p65 236 13/05/04, 19:48


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 237

SCHWARTZ, F. W. 1977. Macroscopic dispersion in porous media: the controlling factors. Water Resour. Res., 13: 743-
752.
SEVERIANO RIBEIRO, H. J. P. (org.), 2001. Estratigrafia de seqüências: fundamentos e aplicações. São Leopoldo, UNISINOS,
428 p.
SEVERIANO RIBEIRO, H. J. P.; LAVINA, E. L.; LOPES, R. da C.; ALBUQUERQUE, L. F. F. de; ROSA, A. A. S. da;
GOLDBERG, K.; CALARGE, L. M.; COLOMBO, M.; VILLEGAS, M. B.; BERTEL, S. R.; BACALON, V. L. S. 1996.
Aplicação do conceito de parasseqüência na mina de carvão da Cascatinha (abandonada), Bacia do Paraná, municí-
pio de Cachoeira do Sul/RS. Acta Geológica Leopoldensia, 19 (43): 93-110.
SHANMUGAM, G. 1996. High-density turbidity currents: are they sandy debris-flows? Journal of Sedimentary Research,
66(1): 2-10.
SHANMUGAM, G. & MOIOLA, R. J. 1994. An unconventional model for the deep-water sandstones of the Jackford
Group (Pennsylvanian), Ouachita Mountains, Arkansas and Oklahoma. In: WEIMER, P. & BOUMA, A. H. & PERKINS,
R. F. (eds.). Submarine Fans and Turbidite Systems: Sequence Stratigraphy, Reservoir Architecture and Production
Characteristics, Gulf of Mexico and International.,15, Tulsa, Annual Research Conference, Tulsa, 1994. Tulsa, SEPM Gulf
Coast Section Foundation, p. 311-326.
SHANMUGAM, G.; SPALDING, T. D. & ROFHEART, D. H. 1993. Process sedimentology and reservoir quality of deep-
marine bottom current reworked sands (sandy contourites): an example from the Gulf of Mexico. AAPG Bull., 77(7):
1241-1259.
SHEPARD, F. P.; MARSHALL, N. F. & MCLOUGHLIN, P. A. 1979. Currents in submarine canyons and other seavalleys.
Tulsa, AAPG (studies in Geology series), 173 p.
SILVA, F. G. da. 1999. Caracterização morfológica e morfodinâmica das dunas eólicas da Formação Botucatu (eocretáceo da
Bacia do Paraná) no sul de Santa Catarina. Porto Alegre – RS. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal do Rio
Grande do Sul – UFRGS, 166 p.
SILVA, L. C. 1984. As seqüências metavulcanosedimentares do tipo “Greenstone Belt” e de cobertura no Escudo
Catarinense. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA, 33, Rio de Janeiro, 1984. Anais, Rio de Janeiro, SBG,
5: 2590-2597.
SILVA, L. C. & DIAS, A. A. 1981. Projeto Timbó-Barra Velha, Brasil. Porto Alegre, Convênio DNPM/CPRM. (Relatório
Interno), 282 p.
SILVEIRA, A. S. da. 2000. Estratigrafia de seqüências e evolução paleoambiental da sucessão permiana (Sakmariano –
Eokazaniano) da Bacia do Paraná, entre Rio Pardo e Mariana Pimentel (RS). São Leopoldo – RS. Dissertação de Mestrado,
Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS, 140 p.
SILVÉRIO DA SILVA, J. L. 1997. Estudo dos processos de silicificação e calcificação em rochas sedimentares mesozóicas do
Estado do Rio Grande do Sul. Porto Alegre – RS. Tese de Doutorado, Universidade Federal do Rio Grande do Sul –
UFRGS, 156 p.
SMITH, G. A. 1986. Coarse-grained nonmarine volcaniclastic sediment: Terminology and depositional processes. GSA
Bull., 97: 1-10.
SMITH, G. A. 1993. Missoula flood dynamics and magnitudes inferred from sedimentology of slack-water Plateau,
Washington. GSA Bull., 105: 77- 100.
SOUZA-CRUZ, C. E. De 1995. Estratigrafia e sedimentação de águas profundas do neógeno da Bacia de Campos, Estado do
Rio de Janeiro, Brasil. Porto Alegre – RS. Tese de Doutorado. Universidade Fedral do Rio Grande do Sul – UFRGS,
186 p.
SPRAGUE, A. R. 2000. New insight into a three-dimensional architecture of deep-water facies: the product of a
multidisciplinary approach. In: APPI, C. J.; D’ÁVILA, R. S. F. & VIANA, A. R. (Org.), Deep-water sedimentation:
technological challenges for the next millennium. INTERNATIONAL GEOLOGICAL CONGRESS, 31, 2000, abstracts,
Rio de Janeiro, Petrobras/ANP/ABGP (versão CD).
STEPHENS, M. 1992. Architectural Element Analysis within the Kayena Formation (Lower Jurassic) Using Ground-Probing
Radar and Sedimentological Profiling, Southwestern Colorado. Toronto, Canadá, M. Sc. Thesis, Univ. of Toronto, 153 p.
STEPHENS, M. 1994. Architectural Elements analysis within the Kayena Formation (Lower Jurassic) using ground-
probing radar and sedimentological profiling, Southwestern Colorado. Sedimentary Geology, 90: 179-211.
STOKES, S. L. 1968. Multiple parallel-truncation bedding planes – a feature of wind-deposited sandstone formations. J.
Sedim. Petrol., 38: 510-515.
STOW, D. A. V. & MAYALL, M. 2000. Deep-water sedimentary systems: new models for the 21st century. Marine and
Petroleum Geology, 17: 125-135.
STOW, D. A. V.; READING, H. G. & COLLINSON, J. D. 1996. Deep seas. In: READING, H. G. (ed.) – Sedimentary
Environments: Processes, Facies and Stratigraphy. 3rd. Edition. Oxford. Blackwell Sci. Pub., p. 395-453.
STRIDE, A. H. 1988. Preservation of marine sand wave structures. In: BOER, P. L. de; GELDER, A. van; NIO, S. D.
(eds.). Tide-influenced Sedimentary Environments and Facies. Dordrecht: D. Reidel, p. 13-22.
SÜFFERT, T. 1997. Carvão nos Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Porto Alegre, CPRM, 39 p. (Série Oportu-
nidades Minerais – Exame Atualizado de Projeto, nº 21).

cap06a.p65 237 13/05/04, 19:48


238 GEOMETRIA, ARQUITETURA E HETEROGENEIDADES DE CORPOS SEDIMENTARES - ESTUDO DE CASOS

SURLYK, F. 1987. Slope and deep shelf gully sandstones, Upper Jurassic, East Greenland. AAPG Bull. 71: 464-475.
SWEET, M. L. 1999. Interaction between aeolian, fluvial and playa environments in the Permian Upper Rotliegend
Group, UK southern North Sea. Sedimentology, 46: 171-187.
TERRY, R. D. & CHILIGAR, G. V. 1955. Summary of “Concerning some additional aids in Studying Sedimentary Formations”
by M. S. Shvetson. Journal of Sedimentary Petrology, 25(3): 229-234.
TOBIN, R. C. 1997. Porosity Prediction in Frontier Basins: A Systematic Approach to Estimating Subsurface Reservoir
Quality from Outcrop Samples. In: J. A. Kupecs, J. Gluyas & S. Bloch (eds.), Reservoir quality prediction in sandstones
and carbonates. Tulsa, AAPG (Memoir 69), p. 1-18.
TODD, S. P. 1989. Stream-driven, high-density gravelly traction carpets: possible deposits in the Trabeg Conglomerate
Formation, SW Ireland and some theoretical considerations of their origin. Sedimentology, 36: 513-530.
TRÜMPY, R. 2003. Trying to understand Alpine sediments - before 1950. Earth Science Reviews, p. 19-42.
TURNER, S., REGELOUS, M., KELLEY, S., HAWKESWORTH, C. & MANTOVANI, M. 1994. Magmatism and continen-
tal break-up in South Atlantic: high precision 40Ar-39Ar geochronology. Earth Planet. Sci. Let., 121: 333-348.
VAIL, P. R.; AUDEMARD, F.; BOWMAN, S. A.; EISNER, P. N. & PEREZ-CRUZ, C. 1991. The stratigraphic signatures of
tectonics, eustasy and sedimentology: an overview. In: EINSELE, G. & SEILACHER, A.; (Eds.) Cycles an Events in
Stratigraphy. Berlin, Spring-Verlag, p. 617-659.
VAIL, P. R. & MITCHUM, R. M. 1977. Seismic stratigraphic and global changes of sea level, Part 1: overview. In: PAYTON,
C. E. (ed.). Seismic Stratigraphy-Aplications to Hidrocarbon Exploration. Tulsa. Tulsa, AAPG (Memoir 26), p. 51-52.
VAIL, P. R.; MITCHUM, R. M. & THOMPSON, S. 1977. Seismic stratigraphy and global changes of sea level. Part 4:
global cycles of relative changes of sea level. In: PAYTON, C. E. (ed.). Seismic Stratigraphy-Aplications to Hidrocarbon
Exploration. Tulsa. Tulsa, AAPG (Memoir 26), p. 83-98.
VAN WAGONER, J. C.; MITCHUM, R. M.; CHAMPION, K. H.; RAHMANIAN, V. D. 1990. Siliciclastic Sequence Stratigraphy
in Well Logs, Cores and Outcrops: concepts for high-resolution correlation of time and facies. Tulsa, AAPG (Methods in
Exploration Series n. 7). 55p.
VAN WAGONER, J. C.; POSAMENTIER, H. W.; MITCHUM, R. M.; VAIL, P. R.; SARG, J. F.; LOULIT, T. S.; HANDEBOL,
J. 1988. An overwiew to the fundamentals of sequence and key definitions. In: Wingus, C.K.; Hastings, B.S.;
Posamentier, H. W.; Ross, C. A.; Kendall, C. G; Van Wagoner, J. C. (eds.). Sea-level changes: an integrated approach.
Tulsa, SEPM (Special Pub 42), p. 22-24.
VANDENBERGHE, J. & OVERMEEREN, R. A. 1999. Ground Penetrating radar images of selected fluvial deposits in the
Netherlands. Sedimentary Geology, 128: 245-270.
VAUGHN, C. J. 1986. Ground-Penetrating Radar Surveys used in Archaeological Investigation. Geophysics, 51: 595-604.
VISSER, C. A. & CHESSA, A. G. 2000. Estimation from outcrop datasets, aplication to the Upper Permian Cutler Formation
Utah. Petroleum Geosciense, 6(1): 29-36.
WALKER, R. G. 1975a. Generalized facies models for resedimented conglomerates of turbidite association. GSA Bull.,
86: 737-748.
WALKER, R. G. 1975b. Upper Cretaceous resedimented conglomerates at Wheeler Gorge, California: description and
field guide. J. Sediment. Petrol., 45: 105-112.
WALKER, R. G. & JAMES, N. P. (eds.) 1992. Facies models: response to sea level changes. Ontario, Canada, Geol. Assoc.
Canada, 454 p.
WANKLER, F. L. 2001. Caracterização geométrica e arquitetural dos corpos fluviais mesoproterozoícos da Formação Arai
(Supergrupo Roraima), Nordeste do Estado de Roraima, Brasil. São Leopoldo – RS. Dissertação de Mestrado, Univer-
sidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS, 180 p.
WEIMER, P. & LINK, M. H. 1991. Global Petroleum Occurrences in Submarine Fans and Turbidite Systems. In: WEIMER,
P. & LINK, M. H. (eds.), Seismic facies and sedimentary processes of submarine fans and turbidite systems. New York,
Springer-Verlag, p. 9-67.
WILSON, M. D. & STANTON, P. T. 1994. Diagenetic mechanisms of porosity and permeability prediction and
enhancement. In: Wilson, M. D. (ed.), Reservoir quality assessment and prediction in clastic rocks. SEPM (Short Course
30), p. 59-118.
WILSON, R. C. L. 1983. Residual Depositions: Surface related weathering processes and materials. Londres, Blackwell Sc.
Publ., 258 p. (Spec. Public. Geol. Society of London, n. 11).
WILSON, T. J. 1983. Stratigraphic and structural evolution of the Ultima Esperanza foreland fold-thrust belt, Patagonian
Andes, southern Chile. Tese de Doutorado, Columbia University, 360 p.
WILSON, T. J. 1991. Transition from back-arc to foreland basin development in southernmost Andes: stratigraphic
record from the Ultima Esperanza District, Chile. GSA Bull., 103: 98-111.
WINGUS, C. K.; HASTINGS, B. S.; POSAMENTIER, H. W.; ROSS, C. A.; KENDALL, C. G & VAN WAGONER, J. C.
1988. Sea level changes: an integrated approach. Soc. Econ. Paleont. Miner. (Special Publication 42), 407 p.
WINN, R. D., JR. & DOTT, R. H., JR. 1977. Large-scale traction-produced structures in deep-water fan-channel
conglomerates in southern Chile: Geology, 5: 41-44.

cap06a.p65 238 13/05/04, 19:48


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 239

WINN, R. D., JR. & DOTT, R.H., JR. 1978. Submarine-fan turbidites and resedimented conglomerates in a Mesozoic
arc-rear marginal basin in southern South America. In: STANLEY, D. J. & KELLING, G. (eds.), Sedimentation in
Submarine Canyons, Fans and Trenches: Stroudsberg. Dowden, Hutchison & Ross, p. 362-373.
WINN, R.D., JR. & DOTT, R.H., JR. 1979. Deep-water fan-channel conglomerates of Late Cretaceous age, southern
Chile. Sedimentology, 26: 203-228.
WRIGHT, R.; ANDERSON, J. B. & FISCO, P. P. 1983. Distribution and association of sediment gravity flow deposits and
glacial/glacial-marine sediments around the continental margin of Antarctic. In: MOLNIA, B. F. (ed.), Glacial-Marine
Sedimentation. New York, Plenum Press, p. 265-300.
WYNN, R. B. MASSON, D. G.; STOW, D. A. V. & WEAVER, P. P. E. 2000. Turbidity current sediment waves on the
submarine slopes of the western Canary Islands. Marine Geology, 163: 185-198.
YANG, C. S. & NIO, S. D. 1993. Application of high-resolution sequence stratigraphy to the Upper Rotliegend in the
Netherlands offshore. In: Weimer, P. & Possamentier, H. W. (eds.), Siciliclastic Sequence Stratigraphy. Tulsa, American
Association of Petroleum Geologists (Memoir 58), p. 285-316.
ZALÁN, P. V.; WILFF, S.; CONCEIÇÃO, J. C. J.; ASTOLFI, M. A. M.; VIEIRA, I. S.; APPI, V. T.; ZANOTTO, O. A.;
MARQUES, A . 1991. Tectonics and sedimentation of the Paraná Basin. In: ULBRICH, H. & ROCHA CAMPOS, A. C.
(eds.), INTERNATIONAL GONDWANA SYMPOSIUM, 7, São Paulo, 1991. Proceedings, São Paulo, USP, p. 83-117.
ZERFASS, H.; GARCIA, A. J. V.; SUSZCZYSNKI, A. M.; FACCINI, U. F. & LAVINA,E. L. C. 1998. Diagenetic features and
porosity distribution in Triassic sandstone aquifers in southern Paraná Basin, Brazil. In: Annual Conference of IGCP
Project 381, South Atlantic Mesozoic Correlations (SAMC III), 3, Comodoro Rivadavia, Argentina, 1998. Abstracts,
Comodoro Rivadávia, SAMC Project / IGCP 381 (ISSN 15140784), p. 22-24.
ZUFFA, G. G. 1984. Provenance of Sandstone. Reidel Publishing Company, Italy, 354 p.
ZUFFA, G. G., CIBIN, U. & DI-GIULIO, A. 1995. Arenite petrography in sequence stratigraphy. Journal of Geology,
103(4): 451-459.

cap06a.p65 239 13/05/04, 19:48

Você também pode gostar