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2017-2018

RESUMO DE
GEOLOGIA
11ºANO

Armando Telmo Silva


ESCOLA MANUEL LARANJEIRA
TEMA IV - Geologia, problemas e materiais do quotidiano
OCUPAÇÃO ANTRÓPICA E PROBLEMAS DE ORDENAMENTO (Páginas
6-37)
Bacias Hidrográficas (Páginas 10-16)
O leito de um rio é o espaço que pode ser ocupado pelas águas, sendo possível distinguir:
→ Leito aparente (ordinário) – é o sulco por onde normalmente correm as águas e os
materiais que elas transportam;
→ Leito maior ou de inundação/cheia – é o espaço do vale que é inundável em época de
cheias;
→ Leito menor ou de estiagem – corresponde à zona ocupada por uma quantidade menor
de água, como acontece, por exemplo, durante o Verão.
Rede hidrográfica – todos os cursos de água de uma região; conjunto do rio principal e dos
seus afluentes.
Bacia hidrográfica – área do território drenada por uma rede fluvial.
Ação geológica dos rios:
→ Meteorização – Desgaste ou alteração, química ou física, das rochas e materiais.
→ Erosão – Remoção de partículas dos materiais rochosos; depende do declive e da
velocidade da água.
→ Sedimentação – Deposição dos materiais ao longo do leito e das suas margens.
Ações que favorecem o risco geológico das bacias hidrográficas:
→ Construções de barragens:
▪ A construção de barragens, faz com que diminua a quantidade de sedimentos
que chegam ao litoral.
▪ Estas retêm os sedimentos nas albufeiras, reduzindo a quantidade de detritos
transportados pelo curso de água e, por conseguinte, diminui a deposição de
sedimentos no litoral arenoso.
▪ Aumenta a erosão vertical a jusante da barragem.
▪ Cria impacte negativo nos ecossistemas aquáticos (salmões, por exemplo).
→ Extração de inertes (Exploração de sedimentos no leito do rio)
▪ Reduz a quantidade de sedimentos nas praias fluviais.
▪ Diminui a deposição de sedimentos no litoral arenoso
▪ Os pilares das pontes ficam mais expostos à erosão, fragilizando a integridade
destas construções.
Zonas costeiras (Páginas 17-25)
Abrasão marinha: Ação mecânica ou erosiva do mar sobre o litoral.
Plataforma de abrasão: Corresponde à acumulação de sedimentos arrancados às arribas nas
zonas mais baixas, devido à abrasão do mar.
Formas de deposição:
→ Praia – Acumulação de areia na faixa litoral.
→ Restinga – Acumulação de areia ligado à faixa litoral por uma só das extremidades.
→ Tômbolo – Acumulação de areia que liga uma praia a uma ilha.
→ Ilha-barreira – Acumulação de areia paralela à costa e dela separada por uma laguna.
Evolução do litoral:
As zonas litorais são sistemas naturais condicionados por fatores naturais e antrópicos.
→ Causas naturais:
▪ Alternância entre regressões e transgressões marinhas, com variação do nível
médio das águas do mar;
▪ Alternância entre períodos de glaciação;
▪ Deformação das margens continentais por forças de movimentos tectónicos.
→ Causas antrópicas:
▪ Agravamento do efeito de estufa provocado pelo excesso de produção de CO2;
▪ Construção desordenada na faixa litoral;
▪ Diminuição da quantidade de sedimentos devido à construção de barragens nos
rios;
▪ Destruição de dunas;
▪ Arranque do coberto vegetal;
▪ Extração de inertes para a construção civil.
Medidas de Prevenção:
→ Obras de engenharia:
▪ Paredões – estruturas longitudinais desenvolvendo-se ao longo da praia;
▪ Esporões/Molhes – obras de proteção perpendiculares à costa;
▪ Quebra-mares – Estruturas longitudinais destacadas, geralmente paralelas à
linha de costa.
Efeitos negativos: é uma solução localmente eficaz mas que causa distúrbios na
dinâmica litoral a nível regional; é uma solução muito dispendiosa, e pode ser
uma causa para o aumento da erosão litoral.
→ Estabilização das arribas
→ Retirada estratégica – desocupar a faixa costeira, transferindo para local seguro as
construções mais importantes.
→ Alimentação com inertes
→ Recuperação das Dunas
Efeito da
construção de
esporões na costa
algarvia

Transgressões e regressões marinhas:


Uma transgressão marinha é o avanço do mar sobre os continentes e a elevação do nível
médio das águas do mar.
Das transgressões marinhas resultam depósitos sedimentares cuja sequência estratigráfica é
denominada normal ou positiva (B) e (A), isto é, quando ocorre uma passagem gradual do
topo para a base de sedimentos mais finos para sedimentos mais grosseiros.
Uma regressão marinha é o recuo do mar em relação aos continentes e a diminuição do nível
médio das águas do mar.
Durante uma regressão marinha formam-
se sequências sedimentares negativas ou
inversas (A) e (B), pois devido à diminuição
de profundidade do local de sedimentação
(recuo do mar) verifica-se a deposição de
materiais mais finos na base, com
progressiva deposição de materiais cada
vez mais grosseiros para o topo.
Zonas de vertente (Páginas 26-32)
Movimentos em massa: São deslocamentos em zonas de vertente, de grandes volumes de
materiais, solo ou de substratos rochosos devido à ação da gravidade.
Causa dos movimentos em massa:
→ Fatores desencadeantes – correspondem a fatores que resultam de alterações que
foram introduzidas numa vertente e que podem despoletar um movimento em massa.
Exemplo: construção nas vertentes, desflorestação, precipitação, ação do homem,
sismos.
→ Fatores condicionantes – correspondem às condições mais ou menos permanentes que
podem favorecer a ocorrência de movimentos em massa.
Exemplo: inclinação do terreno, força gravítica, contexto geológico.
Medidas de prevenção dos movimentos em massa:
→ Muros de suporte → Florestação
→ Sistemas de drenagem → Pregagens

PROCESSOS E MATERIAIS GEOLÓGICOS IMPORTANTES EM


AMBIENTES TERRESTRES (Páginas 38-167)
Rochas Sedimentares (Páginas 40-105)
Minerais (Páginas 41-50)
Minerais: Estrutura cristalina natural inorgânica e com composição bem definida ou variável
dentro de certos limites.
Propriedades dos minerais:

1. Físicas
→ Cor
Minerais idiocromáticos: São os minerais que apresentam cor constante (pirite,
por exemplo)
Minerais alocromáticos: cor variável (quartzo, por exemplo)
→ Risca ou Traço – corresponde à cor do pó do mineral, reduzido através de uma
placa de porcelana; se o mineral for menos duro que a porcelana, deixa sobre ela
um traço constituído pelo pó do mesmo e cuja cor é facilmente observada.
Exemplo: Hematite – mineral escuro com traço vermelho
→ Brilho ou lustre – É o efeito produzido pela intensidade da luz refletida numa
superfície de fratura recente. Pode ser metálico ou não metálico.
→ Clivagem – Propriedade que certos minerais têm de se fragmentar segundo
direções preferenciais, pelo facto destes terem zonas com ligações mais fracas
que outras.
Exemplo: Calcite e lepidolite (mica)
→ Fratura – Desagregação do mineral em fragmentos irregulares sem direção
privilegiada, pelo facto das ligações serem iguais em todas as direções
Exemplo: Quartzo
→ Dureza – Resistência que um mineral oferece à abrasão. Resistência que um
sólido opõe a ser riscado por outro e que reflete o grau de coesão da respetiva
substância (reflete a força de ligação dos átomos, iões ou moléculas).
→ Densidade – Depende da massa atómica dos minerais e da forma como os
átomos se encontram arranjados. Os minerais mais compactados possuem uma
maior densidade.
2. Químicas
→ Teste do sabor salgado para a determinação da presença de halite (NaCl).
→ Teste da efervescência pelo contacto com um ácido. Certos minerais, como a
calcite reagem com os ácidos libertando CO2, o que provoca efervescência. Este
fenómeno ocorre a frio em determinados minerais e a quente em outros.

Formação das rochas sedimentares (Páginas 51-64)


Sedimentogénese + Diagénese
→ Meteorização → Compactação
→ Erosão → Desidratação
→ Transporte → Cimentação
→ Sedimentação

Meteorização Física
1. Efeito da temperatura ou Termoclastia
Os minerais sofrem dilatações e contrações sucessivas. Este processo termina com a
fratura das rochas que, como consequência, perdem a coerência e sofrem
desagregação.
2. Efeito do gelo ou Crioclastia
A água que penetra nas fraturas, poros e fendas, por diminuição da temperatura pode
congelar. O aumento do volume pode provocar o alargamento e posterior
desagregação das rochas.
3. Haloclastia
A água que circula nas fraturas e nos interstícios das rochas possui sais dissolvidos. Os
sais podem precipitar e originar cristais. O crescimento destes cristais no interior de
fraturas das rochas provoca o seu alargamento e posterior desagregação.
4. Ação dos seres vivos/biológica
O crescimento das raízes de árvores e arbustos; a atividade de certos animais
(escavação) e a atividade do homem (pedreiras, minas, construção e poluição),
contribuem largamente para o alargamento de fraturas e para a desagregação das
rochas.
5. Ação mecânica das ondas/abrasão marinha
O embate das ondas nas costas rochosas e o choque de materiais (calhaus e areias) por
elas transportadas contribuem para o aumento da fraturação e fragmentação das
rochas do litoral
6. Ação mecânica do vento
As rochas sofrem um grande desgaste com a ação dos ventos fortes. Os grãos de areia
são levados pela força do vento e provocam o desgaste das rochas: as partículas sólidas
transportadas pelo vento chocam contra as rochas como se fossem lixas.
7. Disjunção esferoidal ou Esfoliação
As rochas formadas em profundidade, quando aliviadas da carga suprajacente,
expandem-se à superfície e essa expansão produz diáclases paralelas à superfície que
favorecem a separação do maciço rochoso.
8. Disjunção prismática
No caso do magma, o arrefecimento brusco tende a formar juntas com padrões
regulares, normalmente prismáticos. Nos basaltos, estas diáclases dão origem à
formação de disjunções colunares ou prismáticas conhecidas como a Calçada dos
Gigantes.

Meteorização Química
Alteração química ou bioquímica (se ocorrer a participação dos seres vivos), isto é, certos
minerais, transformam-se noutros mais estáveis nas novas condições ambientais.
1. Reação de dissolução ou carbonatação
A água possui um enorme poder de dissolução (solvente universal). Apesar de muitos
minerais não serem solúveis em água pura, o mesmo já encontrar acidificada. A
acidificação da água é um processo natural que se dá quando o CO2 existente na
atmosfera ou no solo reage com a água e origina ácido carbónico. Esta água acidificada
reage com diferentes minerais alterando-os.
H2O + CO2 → H2CO3
CaCO3 + H2CO3 → Ca2+ + 2HCO32-
2. Reação de hidrólise e de hidratação
A hidratação e a hidrólise são 2 processos que agem conjuntamente. Em primeiro lugar,
a hidratação provoca a incorporação da água na estrutura dos minerais e, em segundo
lugar, a hidrólise provoca a alteração do mineral pela água. A velocidade das reações de
hidrólise é influenciada pela variação da concentração de CO2 e pela temperatura.
No caso do CO2, na presença de água forma-se ácido carbónico, que contribui para o
aumento da concentração do hidrogenião H+, o que conduz à aceleração do processo
de hidrólise. O aumento da temperatura provoca um incremento na velocidade das
reações hidrolíticas.
2KAlSi3O8 + 2H2CO3 + H2O → AlSi2O5(OH)4 +2K+ + 2HCO3-
3. Reação de oxidação
Muitos minerais ricos em ferro reagem facilmente com o oxigénio molecular e oxidam-
se (perdem eletrões). Em minerais ferromagnesianos, o ferro ferroso (Fe2+) reage com
o O2 e forma o ferro férrico (Fe3+) provocando, desta forma, modificações estruturais
na rede cristalina desses minerais. O aspeto mais visível desta alteração consiste na
coloração avermelhada adquirida por estes minerais.
Fe2+→Fe3++e-
4FeSiO3 + O2 → 2FeO3 + 4SiO2

Erosão, Transporte e Sedimentação


Erosão é um fenómeno que implica a remoção do material de um lugar para o outro, com
intervenção de diversos agentes (agentes de erosão). Os agentes erosivos arrancam e
separam fragmentos da rocha-mãe.
Transporte é o movimento dos sedimentos por agentes como a água, o vento (…), durante o
qual os sedimentos sofrem arredondamento, devido aos choques entre si, e granosseleção,
ou seja, são separados de acordo com o seu tamanho, forma e densidade.

Sedimentação é um processo que se verifica quando o agente transportador perde energia e


os sedimentos se depositam. Pode ocorrer em ambientes terrestres, mas é mais importante
e frequente em ambientes aquáticos. Forma estratos, delimitados superiormente por um teto
e inferiormente por um muro.

Tipos de Sedimentos
→ Sedimentos detríticos ou clastos – São fragmentos de dimensões variadas, desde
partículas muito pequenas até blocos de grandes dimensões, resultantes de rochas que
afloram.
→ Sedimentos de origem quimiogénica – resultam da precipitação de substâncias que são
transportadas dissolvidas na água.
→ Sedimentos de origem biogénica – compostos, em regra, por restos de seres vivos,
nomeadamente, conchas e outras peças esqueléticos.

Diagénese
A Diagénese é o conjunto de modificações físicas e químicas que afetam os sedimentos, desde
a sua deposição até à sua consolidação e transformação em rocha sedimentar, e é constituída
pela compactação (aproximação das partículas) e pela cimentação (união das partículas
através de um cimento natural).

Classificação das rochas sedimentares (Páginas 65-85)


Rochas Detríticas
Designação de Detritos Rochas consolidadas
Brechas (angulosos)
Balastros ou seixos
Conglomerado (rolados)
Areia Arenito ou grés
Silte ou limo Siltito
Argila Argilito

Fendas de retração: Quando as vasas


argilosas impregnadas de água ficam
expostas ao ar seco, a água evapora-se e
essas formações aparecem fendilhadas.
Características das argilas: As argilas são
rochas pouco duras, friáveis (reduzem-
se facilmente a pó) e geralmente têm
cheiro a barro quando humedecidas; são
muito plásticas, deformando-se
facilmente, e sem rutura sobre ação de
pressões; são impermeáveis quando
saturadas em água.

Rochas Quimiogénicas
Calcários de precipitação: resultam da precipitação de carbonato de cálcio (CaCO3), devido a
processos físico-químicos; a participação biológica pode ser importante.
As águas podem transportar hidrogenocarbonato de cálcio em solução. Em determinadas
condições, por exemplo, devido a variações de temperatura, o hidrogenocarbonato de cálcio
pode precipitar sob a forma de carbonato de cálcio. A
deposição e cimentação do carbonato de cálcio forma calcário.
O relevo cársico é a região onde predomina a rocha calcária.
Devido à meteorização química das rochas calcárias, estas
formam à superfície um rendilhado de sulcos e cavidades
conhecido por lapiaz e no interior formam-se grutas e galerias.
Nas grutas, podem-se formar estalactites (superiormente) e
estalagmites (inferiormente) e a junção destas duas origina colunas. Outra deposição de
calcite a considerar é o travertino, uma deposição horizontal deste mineral à superfície
terrestre ou de grutas.
Rochas salinas: As rochas designadas por evaporitos resultam
da precipitação de sais dissolvidos, devido à precipitação de
sais dissolvidos, devido à evaporação da água que os contem
em solução. Ex: Halite (NaCl) e Gesso (CaSO4∙2H2O).
Condições de formação de uma rocha salina:
→ Águas muito saturadas em sais;
→ Temperaturas altas;
→ Evaporação de água e precipitação de sais;
→ Lagunas ou bacias pouco profundas.

Doma salino: O sal-gema (halite) é pouco denso e muito plástico; deste modo, depósitos
profundos de sal-gema podem ascender através de zonas débeis da crosta, constituindo
anomalias gravimétricas negativas.

Rochas Biogénicas
Calcário recifal: formado a partir dos recifes por acumulação dos esqueletos e revestimentos
dos organismos.
Calcário conquífero: resulta da deposição de revestimentos externos, principalmente conchas
de moluscos. O material pode encontrar-se fragmentado revelando a existência de transporte
antes de deposição.
Carvões:
Formação de carvões:
1. Florestas primitivas;
2. Ambiente redutor/condições de anaerobiose;
3. Enterramento rápido dos depósitos vegetativos (movimentos de subsidência);
4. Aumento da pressão e temperatura;
5. Ambientes lagunares pouco profundos.
Incarbonização é o enriquecimento em carbono à medida que a turfa passa para lignite,
carvão, betuminoso e antracite.
Petróleos:
→ Forma-se a partir de matéria orgânica em poros de rochas sedimentares.
→ A análise química do petróleo mostra que é constituído essencialmente por misturas de
hidrocarbonetos que derivam, principalmente, da parte lipídica da matéria.
→ Admite-se que o material que se transforma em petróleo seja principalmente
constituído por organismos de pequenas dimensões, predominando o plâncton.
Condições para a formação de petróleo:
→ Meio onde o plâncton é abundante;
→ Condições de pressão e temperatura muito específicas (60º-150ºC);
→ Profundidade específica (2 a 3km);
→ Meios anaeróbios;
→ É guardado numa armadilha petrolífera.
Armadilha petrolífera:
1. Rocha-mãe – é a rocha na qual ocorre todo o processo evolutivo que leva à
transformação dos detritos orgânicos em hidrocarbonetos.
2. Rocha-armazém ou Rocha-reservatório – são formações geológicas (arenitos,
conglomerados, rochas carbonatadas) porosas e permeáveis que recebem e
armazenam o petróleo que migra da rocha-mãe.
3. Rocha-cobertura – são formações geológicas impermeáveis geralmente constituídas
por rochas argilosas que impedem a migração e a dispersão do petróleo até à superfície.

Rochas sedimentares, arquivos históricos da Terra (Páginas 86-101)


Fósseis e reconstituição do passado
Fósseis: São restos ou vestígios de seres vivos que viveram
em épocas geológicas anteriores à atual, que ficaram
preservados na rocha de cuja génese são
contemporâneos.
A fossilização é o conjunto de processos que leva à
preservação de restos ou vestígios de organismos nas
rochas.
Processos de fossilização:
1. Preservação de organismo
Todo ou quase todo o ser vivo fica conservado, mesmo as suas partes
moles. Após a morte, o ser vivo é envolvido por uma substância como
o âmbar ou o gelo (mumificação) que permite a sua conservação.
2. Mineralização
Recristalização – um mineral transforma-se noutro, frequentemente
um polimorfo sem modificar a composição química.
Substituição – ocorre a substituição do material existente por novos
minerais que se formam mantendo o volume e a forma.
3. Moldagem
Não se conservam quaisquer partes do organismo ficando apenas uma
reprodução ou molde das partes duras.
Reprodução da estrutura interna → Molde interno
Reprodução da estrutura externo → Molde externo
4. Incarbonização
Os tecidos moles podem sofrer modificação química, enriquecendo em
carbono.
5. Vestígios ou marcas fósseis ou icnofósseis
Constituem o tipo de fossilização mais abundante.
São vestígios da atividade dos seres vivos impressos nas rochas.
Fornecem informações importantes sobre o modo de vida dos seres
vivos.
Ex: Pegadas de dinossauros, fezes fossilizadas, ovos fossilizados
Importância dos fósseis:
→ Permitem estudar a evolução da vida na Terra;
→ Permitem datar as rochas (idade relativa) e determinar ambientes antigos
(paleoambientes).
Fósseis de Idade:
→ Ampla distribuição geográfica;
→ Curto período de vida geológico ou pequena distribuição estratigráfica;
→ Ex: Amonite, Trilobite, Dinossauros
Fósseis de ambiente ou de fácies:
→ São característicos de determinados ambientes;
→ Viveram apenas em condições do meio muito restritas e que permitem reconstituir os
ambientes em que as rochas que os contêm se formaram.
Datação relativa das rochas – Princípios Geológicos
A datação relativa corresponde à determinação da ordem cronológica de uma sequência de
acontecimentos geológicos.
1. Princípio da Horizontalidade
Os estratos sedimentares formam-se horizontalmente, isto é, os sedimentos
depositam-se horizontalmente na bacia de sedimentação, por efeito gravítico.
2. Princípio da Sobreposição dos Estratos
Numa sequência estratigráfica não deformada, um estrato mais recente sobrepõe-se a
um estrato mais antigo.
3. Princípio da Identidade Paleontológica
Dois estratos que contenham o mesmo fóssil de idade apresentam a mesma idade.
4. Princípio da Inclusão
Um fragmento incorporado noutro é mais antigo que este
5. Princípio da Interseção
Estruturas geológicas que intersetam outras (como fraturas, falhas, intrusões
magmáticas) são mais recentes que estas.
6. Princípio da Continuidade Lateral
Em diferentes pontos da Terra pode haver a mesma sequência estratigráfica, isto é, há
correlação entre estratos distanciados lateralmente.
7. Princípio do Atualismo
Os acontecimentos geológicos do passado podem ser explicados pelos processos
naturais que observam na atualidade (o presente é a chave do passado).

Reconstituição de Paleoambientes
Ambientes continentais:
→ Desértico:
▪ Maus para a fossilização;
▪ Ausência de água;
▪ Sedimentos grosseiros e mal calibrados;
▪ Ambiente oxidante;
▪ Formam-se arenitos e conglomerados ricos em óxidos de ferro.
→ Lacustre:
▪ Bons para fossilização;
▪ Característicos de lagunas onde se formam rochas evaporíticas e fossilizam
formas de vida simples.
→ Glaciar:
▪ Maus para a fossilização;
▪ Ausência de formas de vida;
▪ Sedimentos muito mal calibrados e ausência de condições suficientemente
anaeróbias para preservar restos de seres vivos.
→ Aluvial:
▪ Depósitos fluviais e sedimentos de vales;
▪ Bons para a fossilização de animais terrestres nos depósitos mais finos dos cursos
finais dos rios.
Ambientes marinhos:
→ Plataforma continental:
▪ Sedimentos finos, arenosos e
argilosos;
▪ Fossilização significativa; formam-
se rochas calcárias em oceanos
mais quentes;
▪ Rochas ricas em fósseis de
moluscos.
→ Talude: Sedimentação controlada por
movimentos em massa submarinos que arrastam seres vivos da plataforma.
→ Planície abissal:
▪ Sedimentação ultrafina;
▪ Ausência de formas de vida.

Escala do Tempo Geológico


Ver Resumo de Geologia 10º ano.

Magmatismo - Rochas Magmáticas (Páginas 106-134)


Diversidade de magmas (Páginas 106-114)
Magma Ultrabasáltico ou Máfico:
→ Muito fluido, menos de 50% de sílica (SiO2), originam peridotitos no manto superior e
komatiitos à superfície.
Magma Basáltico:
→ Contem cerca de 50% de sílica e → Originam erupções efusivas;
poucos gases dissolvidos; → Ocorre em riftes e pontos quentes
→ Pouco viscoso; (hotspots);
→ Forma-se a altas temperaturas → Origina gabro e basalto;
(1100ºC); → Totalizam 80% de todos os magmas.
Magma Andesítico:
→ Contem cerca de 60% de sílica e oceânico subductado, incluindo água
bastantes gases dissolvidos; e sedimentos diversos;
→ Composição intermédia e complexa, → Mais viscosos que os basálticos;
dependendo da quantidade e → Formam-se em zonas de subducção.
qualidade do material do fundo → Originam andesitos e dioritos;
Magma Riolítico:
→ Contem cerca de 70% de sílica e → Formam-se por fusão parcial de
elevada quantidade de gases rochas da crosta continental ricas em
dissolvidos; água e CO2.
→ Magmas ácidos; → Ocorrem em zonas de choque de
→ Muito viscosos; placas, com deformação onde
→ Origina riólito e granito; surgem cadeias montanhosas.

Consolidação de Magmas (Páginas 114-125)


Formação de Minerais

Tipos de Cristais:
→ Euédricos: Mineral totalmente limitado por faces
bem desenvolvidas.
→ Subédricos: Mineral apresenta parcialmente faces
bem desenvolvidas.
→ Anaédricos: O mineral não apresenta qualquer tipo
de faces.
→ Se as partículas não ocuparem posições de um arranjo regular, não se atinge o estado
cristalino, sendo a textura desordenada como nos líquidos – textura amorfa ou vítrea.
A estrutura cristalina é formada por redes
paralelepipédicas denominadas malha elementar
ou motivo cristalino (teoria reticular).
Silicatos:
→ Constituem cerca de 95% do peso e do volume da crosta terrestre.
→ A estrutura básica mais comum dos silicatos é o tetraedro (SiO4) que,
por não ser eletricamente neutro, tende a polimerizar formando
conjuntos complexos.
Isomorfismo:
Substâncias minerais com composição química diferente e textura cristalina semelhante.
É o caso de um grupo de feldspatos designado por plagióclases que são silicatos em que os
iões Na+ e Ca2+ se podem intersubstituir dado serem muito semelhante. O mesmo sucede
entre os iões Si4+ e Al3+. Outro exemplo, a olivina tem composição (Fe,Mg)2SiO4. A fosterite é
MgSiO4 e a faialite FeSiO4. Existem semelhanças entre os átomos de ferro e de magnésio, o
que pode concluir à intersubstituição na estrutura cristalina de modo total ou parcial.
Polimorfismo:
Minerais que apresentam a mesma composição química mas estrutura cristalina diferente.
Ex: Grafite e diamante – ambos possuem átomos de carbono mas apresentam formas
cristalinas diferentes; a grafite tem baixa dureza e o diamante o mineral mais duro que se
conhece; a grafite é formada por anéis de seis carbonos fortemente unidos; entre as camadas
as ligações são fracas, o que explica o fácil desligamento de umas camadas em relação às
outras; o diamante é um mineral constituído por átomos de carbono ligados por fortes
ligações covalentes. Outro exemplo é a calcite e a aragonite (CaCO3).

Diferenciação Magmática (Páginas 125-128)


Um só tipo de magma pode originar diferentes tipos de rochas uma vez que:
→ O magma é uma mistura complexa de substâncias minerais;
→ A cristalização desses minerais ocorre a temperaturas diferentes dado serem diferentes
os seus pontos de solidificação;
→ Com o arrefecimento, do contínuo processo de cristalização resulta um magma residual
de composição continuamente alterada.
A génese dos minerais ocorre segundo uma ordem definida da qual resulta uma diferenciação
magmática por cristalização fracionada.
A diferenciação magmática é um processo em que, a partir do mesmo magma, há a formação
de magmas com composição química diferente.
Magma basáltico → Magma andesítico → Magma riolítico
Série de Bowen:
Segundo Bowen, existem duas séries de reações, num processo de diferenciação magmática:
→ Série dos minerais ferromagnesianos ou série descontínua;
→ Série das plagióclases ou série contínua.
Primeiro cristalizam os minerais de ponto de fusão mais elevado, seguidamente os de ponto
de fusão intermédio e por fim os de baixa fusão.
Diferenciação gravítica:
Os primeiros minerais a cristalizar são também os mais densos e depositam-se por gravidade
na base da câmara magmática. Os mais leves tendem a acumular-se nas partes mais altas do
reservatório ajudados pela ascensão de componentes voláteis.
Esta diferenciação gravítica faz com que terminada a cristalização de um magma se possam
encontrar em diferentes localizações rochas diversas:
→ Umas mais densas, ricas em Fe, Mg e Ca em posição inferior;
→ Outras menos densas, ricas em Si, Al e Na em posição menos profunda.
Atualmente, pensa-se que o processo de diferenciação é bem mais complexo do que
anteriormente se admitia devido a fenómenos de:
→ Arrefecimento não-uniforme dos magmas, que conduz a variações locais da
composição do mesmo;
→ Imiscibilidade de magmas – certos magmas não se misturam coexistindo na mesma
câmara magmática mas originam cristais diferentes dos que dariam isoladamente;
→ Mistura de magmas – mistura de dois magmas diferentes conduzindo à formação de
um magma de composição intermédia;
→ Migração de magmas – fenómeno que resulta da migração de um magma residual para
um contexto físico diferente daquele em que se geraram os primeiros cristais;
→ Assimilação magmática – fenómeno que resulta da mistura no magma de materiais
externos provenientes dos materiais circundantes.

Diversidade e classificação de rochas magmáticas (Páginas 129-134)


Classificação quanto à Composição Mineralógica:
Rochas % de Sílica (SiO2)
Ácidas ≥70%
Intermédias 50-70%
Básicas 45-50%
Ultrabásicas ou máficas ≤45%
Classificação quanto à Composição Mineralógica:
→ Rochas leucocratas – ácidas, com tons claros,
ricas em minerais félsicos (silício e feldspato);
→ Rochas mesocratas – com coloração
intermédia, resultado de idênticas
proporções de minerais félsicos e máficos;
→ Rochas melanocratas – básicas, com tons escuros ricas em minerais máficos (ferro e

magnésio).
Classificação quanto à Textura:
→ Textura fanerítica ou granular – apresenta grãos bem visíveis;
→ Textura afanítica ou agranular – não tem cristais ou se tem são de pequeníssimas
dimensões;
→ Textura vítrea – é formado por matéria amorfa, não cristalizada.

Tabelas de classificação
das rochas ígneas ou
magmáticas

As rochas magmáticas
podem-se agrupar em
famílias de rochas:
→ Família do granito –
granito e riólito;
→ Família do diorito –
diorito e andesito;
→ Família do gabro –
gabro e basalto;
→ Família do peridotito
– peridotito e
komatiito – rochas
ultrabásicas e
holomelanocratas;
Nota: a rocha que dá o nome à
família é sempre intrusiva.
Deformação das rochas (Páginas 138-149)
O dinamismo interno da Terra pode manifestar-se não apenas na forma de vulcões e sismos,
mas também através de deformações nas rochas originadas por tensões que afetam a sua
forma e/ou volume.
A tensão é a força exercida por unidade de área.
Quando as rochas são sujeitas a um estado de tensão deformam-se fraturando ou dobrando.
Tipos de Tensão:
1. Compressiva
→ Compressão do material com redução do
seu volume;
→ Dominante nos limites convergentes das
placas, onde ocorre colisão.
2. Distensiva
→ Provocam o estiramento do material rochoso, aumentando a distância entre as
extremidades do bloco;
→ Características dos limites divergentes de placas, que se deslocam em sentidos
opostos.
3. De Cisalhamento
→ Sujeitam os corpos rochosos a forças em sentidos opostos, modificando a sua
forma inicial;
→ Dominante em limites transformantes.

Comportamento mecânico das rochas (Páginas 140-143)


1. Elástico
Quando o objeto retorna à sua forma inicial logo que a força deixa de atuar.
2. Plástico
Quando a força provoca deformação permanente do material, não retornando à sua
posição inicial, após deixar de atuar a força.
3. Frágil
É um tipo de deformação permanente, em que esta ultrapassa o limite da plasticidade
e quebra, alterando profundamente a sua forma inicial.
Rochas em regime frágil ou rígido – sujeitas a
estados de tensão com baixa temperatura e
pressão fraturam, apresentam deformação frágil e
formam falhas.
Rochas em regime dúctil – sujeitas a estados de
tensão em condições de elevadas pressões e
temperaturas; há deformação da forma e do
volume sem que ocorra fratura; apresentam
deformação dúctil, o que leva a formação de
dobras.
Fatores condicionantes do tipo e intensidade de deformação:
→ Tipo de força aplicada aos materiais; → Pressão a que estão sujeitos os
→ Natureza dos materiais; materiais;
→ Temperatura a que se encontram os → Teor em água;
materiais; → Tempo;

Falhas (Páginas 144-146)


Falhas são superfícies de fratura ao longo da qual ocorreu um movimento relativo entre 2
blocos que separa. Qualquer tipo de força compressiva, distensiva e/ou cisalhante, pode
induzir a formação de falhas em regime frágil.

Elementos caracterizadores de uma falha:


A. Plano de Falha – superfície de fratura;
B. Direção (da linha de interseção do plano
de falha com um plano horizontal);
C. Inclinação (ângulo entre os 2 planos);
D. Rejeito – distância entre 2 pontos que
antes estavam em contacto;
E. Teto – bloco acima do plano de falha
F. Muro – bloco abaixo do plano de falha
→ Horst – Bloco elevado entre 2 falhas;
→ Graben – Bloco abatido entre 2 falhas;

Dobras (Páginas 146-149)


As dobras são um tipo de deformação que se traduz pelo encurvamento de camadas
inicialmente planas.

Elementos caracterizadores de uma dobra:


A. Zona de charneira – zona constituída pelos pontos de máxima curvatura da superfície
dobrada;
B. Flanco – região plana da dobra;
C. Plano axial – superfície imaginária que contem as linhas de charneira;
D. Perfil da dobra – secção perpendicular ao eixo da dobra;
E. Eixo da dobra – linha de interseção dos dois flancos.
Tipos de dobras:
Disposição espacial Disposição, na dobra, da sequência
estratigráfica
1. Antiforma
Dobra cuja abertura está dirigida 1. Anticlinal ←| |→
para baixo. No núcleo da antiforma encontram-
2. Sinforma se as rochas mais antigas.
Dobra cuja abertura está voltada 2. Sinclinal →| |←
para cima. No núcleo da sinforma encontram-se
3. Dobra neutra as rochas mais recentes.
Dobra cuja abertura se orienta
lateralmente.
Metamorfismo (Páginas 150-164)
As rochas submetidas a condições termodinâmicas deformam-se e/ou metamorfizam-se
originando rochas metamórficas.
As adaptações mineralógicas e texturais ocorrem no estado sólido, isto é, sem que ocorra a
fusão da rocha pré-existente.
As rochas metamórficas apresentam-se dobradas o que sugere que a sua génese, ocorreu
num estado de deformação dúctil.

Fatores de metamorfismo (Páginas 152-154)


Tensão (Pressão):
A tensão é a força exercida por unidade de área.
No interior da Terra as rochas estão sujeitas a dois tipos de tensão:
→ Tensão litostática
▪ Resulta do peso da massa rochosa suprajacente para profundidades superiores a
3km, a tensão litostática exerce-se igualmente em todas as direções;
▪ Faz diminuir o volume da rocha em todas as direções, aumentando a densidade.
→ Tensão não-litostática
▪ Quando as forças em atuação não são iguais em todas as direções;
▪ Produz uma orientação preferencial de certos minerais que tendem a alinhar
perpendicularmente à direção da força;
▪ Forças associadas aos movimentos tectónicos compressivos, distensivos e de
cisalhamento.
A tensão dirigida influencia a textura das rochas metamórficas porque alinha paralelamente
os minerais que a constituem.

Temperatura:
O calor interno da Terra tem uma importante ação composição mineralógica e a textura das
rochas. Pela ação do calor as ligações químicas podem ser alteradas ou quebradas. À medida
que a rocha se ajusta à pressão que foi submetida os seus átomos e iões recristalizam-se
segundo novos arranjos originando minerais estáveis nas novas condições.
Quando as rochas são submetidas a temperaturas a temperatura na ordem dos 800ºC, inicia-
se a transição de um metamorfismo para o magmatismo e diz-se migmatismo (metamorfismo
por contacto com intrusões magmáticas).

Fluidos:
A composição química e mineralógica das rochas pode ser alterada pela introdução ou
remoção de componentes químicos. Os fluidos libertados por um magma podem transportar
iões Na+, K+, Si2+, Cu2+, Zn2+. A circulação destes fluidos no interior das rochas permite a troca
de átomos e iões entre as rochas e o fluido e resulta na metamorfização da rocha por alteração
da sua composição química e mineralógica.

Tempo:
Os fenómenos metamórficos são muito lentos.

Rochas Metamórficas e Tipos de Metamorfismo (Páginas 155-164)


Mineralogia das Rochas Metamórficas

Os minerais das rochas sujeitas a metamorfismo tornam-se instáveis pelo que se recombinam
formando por recristalização novas associações minerais compatíveis com as condições
termodinâmicas do novo ambiente.
Alguns minerais são comuns às rochas ígneas (quartzo, feldspato) e às sedimentares (calcite,
dolomite); outros são exclusivos das rochas metamórficas como a estaurolite, clorolite,
silimanite, granada, cilanite, andaluzite e epídoto, formando-se em condições de pressão e
temperatura bem elevadas, sendo variáveis dentro de determinados limites (muito restritos).
Minerais índice:
As transformações mineralógicas que ocorrem por recristalização durante os processos
metamórficos podem resultar da:
→ Instabilidade entre 2 ou mais minerais, indutora de reações mineralógicas entre eles,
com formação de novos minerais sem que ocorra variação na composição química
global da rocha;
→ Alteração da composição química dos minerais por circulação de fluidos;
→ Alteração da estrutura cristalina do mineral sem variação da composição química –
transformação polimórfica.

Exemplo de transformação polimórfica:
Andaluzite, Silimanite e Cianite/Distena
A composição química é a mesma AlSiO5 porém têm diferentes estruturas cristalinas.
Andaluzite – o facto de uma rocha metamórfica possuir este mineral permite inferir que
a mesma se formou em condições relativamente baixas de pressão e temperatura.
Cianite/Distena – a presença deste mineral indica ambientes metamórficos de altas
pressões.
Silimanite – a presença deste mineral indica ambientes metamórficos de elevadas
temperaturas.
Minerais índice ou indicadores: Minerais que permitem inferir as condições de pressão e
temperatura existentes aquando da formação das rochas metamórficas que as contêm.

Tipos de Metamorfismo
Metamorfismo Regional
→ É o mais frequente;
→ Afeta uma grande extensão de
rochas;
→ Está associado a limites
convergentes de placas;
→ Deve-se a temperaturas e tensões
moderadas a elevadas.
→ Localização tectónica:
▪ Colisão entre 2 placas
continentais – metamorfismo associado à formação de montanhas;
▪ Colisão entre 2 placas oceânicas – metamorfismo associado a arcos de ilhas
vulcânicas;
▪ Colisão entre uma placa continental e uma oceânica – metamorfismo associado
a cordilheiras vulcânicas.
As rochas de metamorfismo regional caracterizam-se por apresentarem recristalização e
deformação devido às condições altas de pressão e temperatura. Uma vez ultrapassados
certos valores de tensão e temperatura, as rochas iniciam um processo de fusão parcial
designado por anatexia. Este processo de anatexia ocorre no domínio do ultrametamorfismo
e as rochas resultantes são os migmatitos.
Metamorfismo de contacto
→ Muito mais localizado;
→ Resultado da instalação de um magma a elevadas temperaturas, no seio de rochas pré-
existentes;
→ Estas intrusões magmáticas metamorfizam as rochas circundantes devido às elevadas
temperatura e à libertação de fluidos;
→ A orla de rochas alteradas
metamorficamente em torno de
uma intrusão magmática designa-
se auréola de metamorfismo;
→ Formam-se as seguintes rochas:
▪ Argilito → Corneanas
▪ Calcário → Mármore
▪ Arenito → Quartzito
→ Neste tipo de metamorfismo os minerais não são em geral orientados, isto é, não
apresentam textura foliada.

Textura das rochas metamórficas


As rochas metamórficas apresentam 2 tipos principais de textura:
→ Textura foliada
A foliação é uma propriedade das rochas metamórficas resultante do alinhamento
preferencial de certos minerais sob a ação de tensões não litostáticas, originando
texturas planares; divide-se em:
▪ Clivagem xistenta – baixo grau de metamorfismo (grande fissilidade);
▪ Xistosidade – médio grau de metamorfismo (menor fissilidade);
▪ Bandado gnaissico – diferenciação em bandas alternadas de minerais (nenhuma
fissilidade).
→ Textura não foliada ou granoblástica
Os minerais dispõem-se ao acaso como resultado do metamorfismo de contacto.

Tabela identificativa
de rochas
metamórficas
EXPLORAÇÃO SUSTENTADA DOS RECURSOS GEOLÓGICOS (Páginas
168-198)
Os recursos geológicos são todos os materiais que fazem parte da geosfera e que são utilizados
em benefício do Homem.
Reserva: refere-se às concentrações de um recurso geológico exploráveis economicamente,
de acordo com as condições tecnológicas, ambientais e de mercado que existem no momento
atual.
Recurso: refere-se à quantidade de qualquer material geológico potencialmente explorável.

Fontes de Energia (Páginas 171-177)


Recursos minerais (Páginas 178-182)

Clarke: É a concentração média de um elemento químico na crosta.


Jazigo Mineral: É quando a concentração média de um dado mineral num dado lugar é muito
superior ao clarke, de modo a permitir a exploração económica.
Minério: Associação de 1 ou mais minerais que contem 1 ou mais elementos químicos úteis e
concentrações suficientes para que possam ser
explorados com rentabilidade.
Pláceres: São certas zonas dos cursos de água onde
se depositam os minerais mais resistentes que são
transportados pela água.
Ganga: é a parte não aproveitável que acompanha o minério extraído do jazigo.
Escombreiras: Acumulação de produtos não úteis que constituem a ganga.

Águas subterrâneas - Aquíferos (Páginas 183-192)


Os aquíferos são formações geológicas com capacidade para armazenar água e com
características que permitam a sua extração de uma forma economicamente rentável.
Aquíferos livres: Aquíferos cativos:
→ Não são limitados superiormente, → Limitados no topo e na base por
mas sim inferiormente, por uma camadas impermeáveis;
camada impermeável; → A recarga do mesmo faz-se
→ A recarga do mesmo faz-se pelas lateralmente e não pela camada que
camadas que estão acima; está acima;
→ A pressão da água na parte → A pressão atmosférica na parte mais
superior/superficial é igual à pressão superficial é superior à pressão
atmosférica. atmosférica.
Constituição de um aquífero livre:
1. Zona de Aeração:
Limite superior → superfície do terreno;
Limite inferior → nível freático;
Zona onde as plantas através das raízes conseguem água;
Os poros são preenchidos por água e ar;
É constituída por zona de evapotranspiração, zona intermédia, e franja capilar.
2. Zona de Saturação
Limite superior → nível freático;
Limite inferior → formação geológica impermeável e pouco ou nulamente porosa;
Os poros são totalmente preenchidos por água.

Parâmetros característicos dos aquíferos


Porosidade
A porosidade resulta da existência de espaços não preenchidos por matéria sólida; pode ser
definida pela razão entre o volume de vazios e o volume total da rocha.
Rochas porosas – Rochas sedimentares de origem detrítica, consolidadas ou não.
→ Grão com a mesma dimensão – porosidade elevada;
→ Grãos mal calibradas – porosidade reduzida ou moderada.
Rochas fissuradas – os vazios são as fissuras e
fraturas, dependendo do grau do seu
desenvolvimento.
→ Vazios abertos por dissolução;
→ Vazios abertos por ação mecânica.
Permeabilidade
É a maior ou menor facilidade com que uma formação rochosa se deixa atravessar pela água.
→ Quando os poros de uma rocha não estão em contacto uns com os outros, ou as fissuras
e as fraturas estão semicerradas, a circulação da água é muito difícil → Baixa
permeabilidade;
→ Quando os poros estabelecem passagem entre eles ou as fissuras são abertas,
contínuas, a circulação da água é fácil → Elevada permeabilidade.
Rochas porosas, boa permeabilidade
Os poros têm dimensões adequadas e estabelecem ligações entre si ↓
Materiais Arenosos ← Bons Aquíferos
Rochas pouco porosas, permeabilidade fraca
↓ Armazenam alguma água mas não a conseguem libertar
Maus Aquíferos → Materiais Argilosos

Composição química das águas subterrâneas


Diferentes tipos de água
para consumo humano

Dureza da água
Águas brandas ou macias: por cada litro de água, apresentam um valor de CaCO3 inferior a
75mg.
Águas duras: o teor de CaCO3 é superior a 75mgL-1.

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