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GEOMORFOLOGIA
Resumos – Exame
I - TEÓRICA
A Tectónica de placas:
Litostratigrafia:
Organização dos estratos rochosos em unidades, tendo em conta as suas propriedades litológicas.
Ou seja, o registo estratigráfico (sequência dos materiais) é definido pelas características
litológicas e posição estratigráfica de rochas e sedimentos.
Unidades litostratigráficas:
1. Supergrupo;
2. Grupo;
3. Formação;
4. Membro;
5. Estrato ou camada.
Rochas Sedimentares:
Morfologia Cársica:
Formas predominantes:
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Terra Rossa: Depósito argiloso, resultante de acumulação de certos componentes (argilas,
areia fina, óxidos de ferro), devido à dissolução das rochas carbonatadas.
Lapiás: Formas escavadas e em relevo, "esculpidas" nas rochas cársicas que afloram à
superfície ou que estão cobertas de solo.
Dolinas: Depressões geralmente fechadas, com dimensão variada, de alguns metros de
diâmetro, mais largas que profundas, e com contorno aproximadamente circular ou
elíptico.
Uvala: Grandes depressões fechadas, com forma e dimensão variada, sendo formadas
geralmente pela coalescência/junção de duas ou mais dolinas.
Polje: Grande depressão fechada, morfologicamente bem definida, com dimensões
consideráveis e vertentes abruptas, encontrando-se o fundo geralmente coberto de terra
rossa, podendo alojar lagos temporários.
Exsurgência: Nascente pela qual as águas que circulam no maciço cársico, emergem à
superfície.
Grutas: Cavidade subterrânea natural, simples ou constituída por complexas ramificações,
podendo apresentar um desenvolvimento vertical e/ou horizontal. No seu interior
formam-se estruturas como as estalactite, estalagmites e as colunas.
Geomorfologia Granítica:
O fator que determina o tipo de relevo que se forma é a composição e estrutura de granito ou
outras rochas plutónicas e como este se comporta com os vários processos geológicos.
Meteorização granítica:
Formações:
Domos: São blocos graníticos que têm uma forma característica, semelhante a uma cúpula
originada pela meteorização de um maciço granítico.
Bolos: Rochas arredondadas cuja origem está na erosão da parte inferior de um domo,
obtendo finalmente a estrutura esférica.
Berrocal: Empilhamento de rochas graníticas procedentes da meteorização de uma
formação granítica através das linhas de "diaclasas". Geralmente apresentam beiras.
"Pedrizas": Devido à erosão dos berrocais, estes vão-se arredondando e dão lugar às
pedrizas.
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Pedras "caballeras": Blocos dispostos uns sobre os outros como resultado da meteorização
diferencial de um berrocal.
"Navas": Depressões escavadas num terreno granítico que posteriormente são ocupadas
por água.
"Marmitas de gigante o Kettle": Depressões provocadas pelo choque de materiais soltos
com o leito do rio que a água não é capaz de transportar. A passagem de água remove os
materiais e estes vão escavando até formar as depressões.
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Fator composto: Trata-se da combinação entre os fatores interno e externo.
Padrão dendrítico:
Erosão aleatória;
Litologia homogénea;
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Rios insequentes.
Padrão radial:
Controlo morfológico ou estrutural;
Rios consequentes.
Padrão retangular:
Controlo estrutural;
Rios subsequentes.
Padrão em rede:
Controlo litológico e estrutural;
Rios subsequentes.
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Dobras, anticlinal, sinclinal:
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Falhas, horst, graben:
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Estruturas aclinais:
Estruturas sem declive (horizontais);
Não sofreram ação tectónica;
Com alternância de rochas brandas e duras.
Estruturas monoclinais:
Erosão persistente: Faz aflorar as raízes das cadeias montanhosas (granitos, auréolasde,
metamorfismo regional) ou afloramentos de rochas resistentes formando cristas apalachianas
(ex.: as cristas quartzíticas típicas da zona Centro-Ibérica).
Bacias sedimentares:
Sem declive ou com declive muito fraco (não sofreu ação tectónica, posição horizontal ou
sub-horizontal);
Com alternância de rochas brandas e duras.
As formas:
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Planícies (planaltos e plataformas) estruturais: Correspondem ao afloramento do plano
superior de uma camada dura.
Cerros ou cabeços testemunhos (mesas, no caso de atingirem grandes dimensões);
Rechãs estruturais (achadas): Degraus de pequena dimensão correspondendo ao
afloramento de rochas duras.
Valores simétricos (com ou sem cornijas): De um e de outro lado do vale a resitência das
rochas é muito semelhante.
Fase 1 – Plataforma estrutural e vales simétricos.
Fase 2 – Plataforma estrutural (P), Mesas (M) e Cabeços Testemunho (CT); Vales Simétricos com
cornija (c ).
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Conforme a espessura das camadas:
Camadas duras pouco espessas Camadas duras muito espessas
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(A) Fase inicial: Os anticlinais formam montes e os sinclinais formam vales, mas a erosão ataca
rapidamente o topo das dobras.
(B) Fase final: Os topos das dobras sãao erodidos e surgem as cristas e hog backs. Apresentam,
geralmente, um padrão em zig-zag.
(A) (B)
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Representam um relevo de tipo apalachiano.
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Falha de Desligamento Cavalgamento
A. Deformação Rápida
B. Deformação Lenta
Escarpas de linha de falha:
Resultantes da exploração erosiva das diferenças de resistência das rochas do bloco
levantado e do bloco abatido;
Escarpas de linha de falha diretas;
Escarpas de linha de falha inversas.
Escarpas Compósitas:
Exumação do plano de falha por uma linha de água.
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GEOMORFOLOGIA DO LITORAL:
Área / Região Litoral / Região Costeira / Litoral: Termo geral que descreve porções do território
que são influenciadas direta e indiretamente pela proximidade do mar.
Zona litoral / Zona Costeira: Porção de território influenciada direta e indiretamente em termos
biofísicos pelo mar (ondas, marés, brisas, biota ou salinidade) e que pode ter para o lado de terra
largura tipicamente de ordem quilométrica.
Faixa / Orla Litoral / Orla Costeira: Porção do território onde o mar exerce diretamente a sua ação,
coadjuvado pela ação eólica, e que tipicamente se estende para o lado de terra por centenas de
metros.
Linha de costa: Fronteira entre a terra e o mar, materializada pela interseção do nível médio do
mar com a zona terrestre.
Tipos de costa:
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A. Arriba viva;
B. Arriba estabilizada;
C. Arriba morta ou fóssil.
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Deriva litoral:
Consiste no transporte de sedimentos ao longo da costa. O transporte dos mesmos num ângulo
oblíquo relativo à orla depende de:
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Obras de defesa costeira:
Obras transversais:
o Molhe: Estrutura costeira apoiada no leito submarino pelo peso próprio das pedras
ou dos blocos concretos especiais, emergindo da superfície aquática. É uma longa e
estreita estrutura que se estende em direção ao mar.
o Esporão: Estrutura costeira que tem como fim protegera costa ou um porto da ação
das ondas do mar. Está disposta transversalmente em relação à costa e retém
sedimentos, de forma a impedir a erosão costeira.
Obras longitudinais:
o Aderentes:
▪ Enrocamentos - Maciço composto por blocos de rocha compactados.
▪ Paredões.
o Não aderentes:
▪ Quebra mar destacado.
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Construção de um paredão na frente de uma duna em processo de erosão.
POOC – Plano de Ordenamento da Orla Costeira:
Morph ➜Forma
Logos ➜Estudo de
Geomorfologia: Ramo da Geologia, componente da Geografia (Física) ou ciência autónoma?
J. Tricart: "A Geomorfologia é a ciência cujo objeto de estudo são as formas da Terra, do
relevo e do modelado terrestre."
F. Joly: "A Geomorfologia é o ramo da Geografia Física que estuda as formas de relevo, a
sua génese, evolução no tempo e suas relações no espaço."
P. George: "Estudo das formas de relevo terrestre e da sua evolução. A Geomorfologia não
é apenas um exercício de sistemática das formas de relevo, isto é, da sua descrição e
classificação, mas uma ciência explicativa da génese e evolução dessas formas. Como toda
a ciência ela tem um objeto de estudo – o relevo - métodos de trabalho – a cartografia, a
experimentação, a modelização, … - e uma finalidade – a integração da informação
derivada do estudo do relevo, na reconstituição da história das "paisagens"."
J. Tricart:
O objeto de estudo da Geomorfologia pode ser encarado como um interface que envolve litosfera,
hidrosfera, biosfera e atmosfera.
Neste sentido:
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Definição, inventariação e classificação de formas estruturais ➜Génese associada à litologia e/ou
tectónica ➜Análise da estrutura precede à das formas ➜Unidades de dimensão continental ou
regional.
Socos: Conjunto estrutural rígido constituído por terrenos antigos, geralmente enrugados e
metamorfizados, frequentemente graníticos, recortados por uma (ou mais) superfície de
erosão que se comporta como uma superfície discordante e sobre a qual pode existir uma
cobertura sedimentar ou vulcânica.
Bacias Sedimentares: Porção de crusta tectonicamente abatida, a qual foi sede de uma
longa sedimentação, marinha ou continental.
Cadeias ativas: Conjuntos montanhosos associados a uma orogenia recente, ainda
percetível sobre a forma de sismos, erupções vulcânicas e reajustamos isostáticos.
Conjunto mais ou menos complexo de unidades morfoestruturais, constituídas
principalmente por deformações do tipo dobra, cavalgamento e carreamento, e por formas
de relevo em plena evolução.
Domínios vulcânicos: Domínios essencialmente recentes, constituídos por edifícios
reagrupados em maciços ou em cadeias mais ou menos complexas, e topograficamente
sobrepostas aos relevos pré-existentes.
Geomorfologia Dinâmica: O estudo de processos exteriores à custa terrestre que contribuem para
formação do relevo.
Três componentes da erosão: ablação, transporte, acumulação ➜Características diferenciadas
principalmente em função do clima ➜Agentes erosivos (temperatura, água, gelo, vento, seres
vivos). ➜Processos de erosão ➜SISTEMAS DE EROSÃO/SISTEMAS MORFOGENÉTICOS ➜SISTEMA
FLUVIAL; SISTEMA PERIGLACIAR; SISTEMA GLACIAR, SISTEMA EÓLICO.
Geomorfologia Climática: Estudo do relevo nas suas relações com o clima, situando-se no
prolongamento da Geomorfologia Dinâmica ➜"Geomorfologia dos Modelados".
Fundamentos:
Relevo assume aspetos diversificados em função dos meios bioclimáticos;
Num dado espaço, raramente atua um único sistema morfogenético: reconhece-se a ação
simultânea e/ou sucessiva de vários sistemas e a coabitação de várias famílias de formas.
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BIOMAS E GEOMORFOLOGIA: INTRODUÇÃO À GEOMORFOLOGIA DINÂMICA/CLIMÁTICA:
Biosfera:
ESFERA DA "VIDA"
Inclui toda a vida na Terra (seres vivos) e as inter-relações que estabelecem entre si, o ambiente
onde essa vida se desenrola (meio físico) e as interações que se estabelecem entre todos os
elementos.
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Relevo assume aspetos diversificados em função dos meios bioclimáticos:
Biomas:
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Os biomas são áreas com semelhanças climáticas, em que a Temperatura e Precipitação se
assumem como fatores mais importantes, embora sejam ainda considerados elementos de âmbito
topográfico e edáfico, influenciando as características gerais das comunidades biológicas.
Assim, existe uma relação muito próxima entre os biomas e as zonas climáticas, daí a sua
distribuição frequente em faixas latitudinais.
Classificação de Koppen-Geiger:
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Tundra:
Planície sem árvores;
Domínios frios;
Altas latitudes;
Sistema glaciar e periglaciar;
Faixa quase contínua ao longo do Oceano ártico - TUNDRA ÁRTICA. Encontra-se igualmente
em áreas de elevada altitude – TUNDRA ALPINA.;
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Clima polar, frio e seco;
Invernos muito longos (6-9 meses), com duração de dia muito curta;
No Verão (≈2 meses), apenas uma fina camada superficial do solo descongela; poucos
centímetros abaixo da superfície, o solo permanece congelado (PERMAFROST), impedido a
infiltração da água do degelo, o que leva à formação de lagos;
A vegetação dominante é composta por líquenes (associação de fungos e algas), musgos,
formações herbáceas e arbustos baixos;
Bioma mais simples em termos de estrutura da vegetação;
Plantas com raízes longas não se podem desenvolver pois o subsolo permanece gelado -
não há árvores.
Maioria dos animais, sobretudo aves e mamíferos, apenas habitam a tundra no curto
verão, migrando para regiões mais quentes no inverno.
Os animais que ali vivem permanentemente criaram adaptações tais como: pelo espesso,
camadas de gordura sob a pele, hibernação, cascos grandes e duros (permite quebrar o
gelo), mudança da cor do pelo.
Taiga – Floresta Boreal de Coníferas:
Constituída por árvores como pinheiros e abetos, musgos e líquenes. Localiza-se
exclusivamente no Hemisfério Norte;
Clima subártico, influenciado pelas massas de ar frio polares, com ventos fortes e gelados
durante o ano todo;
Inverno muito frio, longo e seco, caindo a precipitação sobre forma de neve;
Verão pouco mais longo e ameno;
Pouca precipitação;
Solo fino, pobre em nutrientes. Coberto por folhas e agulhas caídas das árvores, torna-se
ácido impedido o desenvolvimento de outras plantas;
Área de clima frio e com pouca humidade;
Floresta de baixa diversidade, árvores de porte mediano;
Pouca vegetação rasteira, no entanto aparecem musgos, líquenes e alguns arbustos;
Floresta essencialmente constituída por coníferas, como abetos e pinheiros.
Floresta Decídua Temperada (Caducifólia):
Bioma das zonas temperadas húmidas. Situa-se a sul da Taiga;
Domínios temperados (frios);
Temperaturas médias anuais moderadas, mas variando ao longo do ano;
Precipitação sempre abundante, sem estação seca;
Invernos com temperaturas baixas;
Clima temperado com quatro estações bem delimitadas;
Formação vegetal arbórea. Predominam árvores que perdem as folhas no fim do Outono e
as readquirem na Primavera (DECÍDUAS);
As árvores mais características são os carvalhos, castanheiros e faias, mas também tílias e
freixos. Também estão presentes arbustos, plantas herbáceas e musgos;
Solo muito rico em nutrientes - Acumulação de matéria orgânica;
No Inverno acontece o período de repouso vegetativo;
Na Primavera há um grande desenvolvimento de plantas herbáceas.
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Pradarias temperadas / Estepes:
A precipitação média anual em Portugal Continental é da ordem dos 900 mm, mas evidencia
grande variabilidade espacial: os maiores valores – cerca de 3500 mm – registam-se nas
montanhas do noroeste (Gerês) e os menores na Terra Quente Transmontana e no sul – inferiores
a 500 mm.
Vegetação Natural:
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De Norte a Sul do país e face ao entrecruzamento de influências climáticas, encontramos espécies
comuns à Europa Ocidental e ao Mundo Mediterrâneo.
Entre as espécies mediterrâneas as mais importantes destacam-se pela sua folhagem verde
e perene, o sobreiro, a azinheira, o pinheiro manso e o loureiro.
Nas áreas de influência atlântica encontramos espécies de folha caduca como o carvalho
alvarinho ou roble, carvalho negral, castanheiro, amieiro, pinheiro bravo.
A Sul e a Este e ainda nos vales abrigados e em terras de baixa altitude encontramos
espécies que são exigentes em calor e secura, como por exemplo o rosmaninho e o
alecrim.
Desertos:
Savana:
Floresta Equatorial:
Também chamada floresta pluvial tropical, localiza-se em regiões de clima quente e com
alto ínide pluviométrico, ou seja, na faixa equatorial;
Domínio Tropical;
Temperatura elevada todo o ano;
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Precipitação elevada, não existe estação seca;
Temperatura e Precipitação não são fatores limitantes;
A luminosidade é o único fator limitante;
Bioma com maior produtividade:
o Árvores de grande porte isoladas;
o Estrato arbóreo superior;
o Estrato arbóreo médio;
o Estrato inferior.
A estratificação resultante dos vários andares de vegetação origina diversos microclimas
com diferentes graus de luminosidade e humidade;
Predominância das árvores Higrófilas (têm raízes pouco profundas); Lianas; Epífitas (fixam-
se em árvores).
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Fatores relacionados com as características dos materiais: a capacidade de alteração:
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Fatores que condicionam alteração mineral:
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Aspetos Texturais:
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Processos de alteração:
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para alteração física, nomeadamente exfoliação e disjunção granular e facilita a transferência de
iões.
Hidrólise: Corresponde à substituição dos catiões da estrutura de um mineral pelos iões de
hidrogénio. Esta reação de substituição iónica forma novos e diferentes minerais ou pode levar à
total desintegração do mineral original.
Minerais argilosos:
Minerais argilosos: Minerais constituintes das argilas, são geralmente cristalinos. Quimicamente
corresponde a silicatos hidratados que podem conter catiões. Estruturalmente apresentam-se em
camadas e folhas, mais raramente, em cadeias ou fitas.
Conceito de Mineral: Corpo sólido homogéneo, formado através de processos naturais e
inorgânicos, apresentando composição química definida ou variável dentro de certos limites e,
normalmente, estrutura atómica ordenada.
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CLIMA E ALTERAÇÃO:
O clima é o fator que maior influência exerce sobre a intensidade da alteração.
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Tipologia das zonas de alteração:
1. Zonas com alteração essencialmente física:
a. Domínios Glaciares
b. Domínios Hiperáridos
2. Zonas com alteração essencialmente química:
a. Coexistem processos físicos e químicos.
Climas frios: Domina a alteração física; perfis pouco evoluídos, pouco espessos; minerais
argilosos são essencialmente minerais primários (ILITE, CLORITE).
Clima frio e húmido: Perfis completamente lexiviados com horizonte superficial constituído
unicamente por Si (Sílica), e horizonte subsuperficial argiloso – MONTEMORILONITE, ILITE E
INTERESTRATIFICADOS.
Clima temperado húmido: alteração química significativa.
Clima quente e húmido: Hidrólise ativa, conduz à formação de CAULINITE E
ÓXIDOS/HIDRÓXIDOS
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DINÂMICA GLACIAR:
Domínio Glaciar:
Abrange cerca de 10% da superfície emersa da terra: regiões polares/sub polares e altas
montanhas.
Características do Domínio Glaciar:
Frio intenso e persistente;
Precipitação e escoamento sob forma sólida;
Acumulação de neve maior que fusão durante o "Verão".
Formação de Gelo Glaciar:
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Tipos de Glaciares:
1. Frios (Polares):
a. Temperatura muito inferior, alimentação escassa em água líquida;
b. Formação de gelo glaciar e deslocamento lentos;
c. Correspondem a grandes massas de gelo polar, catalogadas como "restos
glaciares", mantidos pelo frio remanescente.
2. Intermédios (Subpolares):
a. Inverno: comportamento similar aos anteriores;
b. Verão: funcionam como glaciares temperados ou quentes.
3. Temperados ou Quentes:
a. Temperatura próxima do ponto de fusão;
b. Tempo necessário para transformar neve em gelo glaciar é mais curto;
c. Abundante água líquida, tanto superficial como interna e basal.
Classificação Geomorfológica:
A) Calotes: Grandes massas de gelo continental que apresentam vários tipos conforme as
características, controle topográfico e dimensões.
1. Coberturas de Gelo (Ice Sheets): Formam uma cobertura contínua de neve e gelo,
não confinada pelo relevo. Cobrem quase a totalidade do terreno a alta latitude,
aflorando apenas picos isolados. Apresentam uma fisionomia geral aplanada.
2. Campos de Gelo (Ice Fields): Não estão confinados ao relevo, mas apresentam certo
controle topográfico. Fisionomia irregular.
3. Glaciares de plataforma (Ice Shelf): Derivam de um glaciar de calote (continental),
que penetra no mar.
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B) Meseta ou Planalto (Ice Cap): Fisionomia em cúpula, condicionada pelo relevo subglaciar
de altiplanícies ou mesetas. Nas zonas marginais, formas línguas confinadas em
verdadeiros glaciares de vale ou piemont.
C) Montanha: Acumulações de gelo confinadas ao relevo. Origem em bacias montanhosas,
fluindo em direção a vales, mediante línguas únicas. Devido à dispersão geográfica e grau
de dependência do relevo, consideram-se diferentes tipos:
1. Vale (Alpino):;
2. Circo;
3. Vertente;
4. Piemont;
5. Montera (não constituem subtipo específico. Ligação, nas cabeceiras, de dois ou
mais glaciares; geralmente em cúpula; de acordo com morfologia do leito;
convergem com glaciares de meseta ou campos de gelo).
Morfologia de um Glaciar:
1. De Vale ou Alpino: Fisionomia mais comum dos glaciares de montanha, com influência
clara da morfologia. Apresenta áreas de acumulação e deposição bem diferenciadas.
Podem ser simples ou múltiplos, formando redes dendríticas.
2. De Circo: Área de acumulação coincide com a de ablação, não apresentando língua de gelo
(restos glaciares Pirinéus).
3. De Vertente ou Intermédio: Não constitui subtipo específico. Similar ao anterior, têm
menor desenvolvimento. Localizam-se em áreas com grandes desníveis, formando
barreiras de séracs durante o percurso.
4. Piemont: Glaciares que se expandem formando "leques" de gelo ao chegar a uma planície,
perdendo confinamento.
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Movimento de um Glaciar:
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Formas específicas do Movimento:
Crevasses: Fendas alongadas e abertas que se desenvolvem na superfície glaciar, sujeitas a
modificações a qualquer momento. Formam-se devido a alterações gradiente velocidade. Podem
ter orientação transversal, longitudinal ou oblíqua, desenvolvendo-se no setor central, marginal
ou terminal. Não excedem 50m de profundidade, uma vez que o fluxo plástico não permite o seu
desenvolvimento.
Seracs: Blocos de gelo instáveis e de disposição caótica, associados à interseção dos planos de
crevasses. Resultam na aceleração do gelo em movimento nos setores de forte declive.
Micro, meso e megaformas erosivas:
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Polimento: Ação de fricção do gelo com o leito ou materiais transportados. Superfícies
uniformizadas por desgaste, em materiais capazes de suportar tensões contínuas sem se
desagregarem.
Estrias: Micro incisões lineares derivadas da fricção do leito ou materiais transportados pelo gelo,
descontínuas e distribuídas de forma irregular, mas orientadas segundo a direção do movimento
do gelo. Materiais são suficientemente compactos, homogéneos e consistentes, suportando
tensões por fricção concentradas pontualmente, sofrendo desagregação muito limitada.
Caneluras: Meso-concavidades mais ou menos contínuas e lineares na direção movimento,
formadas por arranque e polimento. Ocorrem no leito e derrubes de maior dimensão. Derivam da
canalização de tensões sobre irregularidades iniciais da rocha (leito) ou sobre alinhamento
preferencial materiais transportados. Aparecem em materiais consistentes e com certa
heterogeneidade relativamente presença diaclases, fraturas ou modificações litológicas, que
favorecem desagregação seletiva.
Chatter Marks (marca de percussão): Marcas ou cicatrizes em meia lua formadas no substrato,
pelo impacto dos materiais transportados pelo glaciar.
Rochas Aborregadas: Ressaltos rochosos do leito basal, orientados sentido movimento, sofrendo
forte abrasão. Por vezes são muito dissimétricas e com declives contrastantes devido arranque
materiais na frente oposta fluxo.
LAGOS:
Tarn: Lago que se desenvolve num circo glaciar, após fusão do gelo.
Pater Noster Lakes: Conjunto de lagos que se desenvolvem ao longo do percurso glaciar de
montanha ocupando depressões cujo nº e dimensões dependem da litologia e fraturação do
substrato, bem como o poder erosivo glaciar.
2. Transporte:
Passivo: Carga transportada pela massa de gelo que não está em contacto com o leito –
materiais suportados e englobados. Origina transformações mínimas (estruturais, texturais
e mineralógicas) do material transportado.
Ativo: Materiais afetados por tensões de arraste, fricção e movimento.
Assim, o transporte dos materiais processa-se segundo uma de 3 situações:
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Deposição: tipo de formações superficiais:
Todos os sedimentos de origem glaciar, independentemente do tipo de transporte, local e forma
de deposição, são designados por GLACIAL DRIFT ("derrubes glaciares").
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Justaglaciárias:
MOVIMENTOS DE VERTENTE:
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Movimento de vertente:
Movimento de descida, numa vertente, de uma massa de rocha ou solo. O centro de gravidade do
material afetado progride para jusante e para o exterior.
Tipos de movimentos de vertente:
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Quedas/Desabamentos: Deslocação de solo ou rocha a partir de um abrupto, ao longo de uma
superfície onde os movimentos tangenciais são nulos ou reduzidos. O material desloca-se
predominantemente pelo ar, por queda, saltação ou rolamento. Trata-se de um movimento
brusco, caracterizado por elevada velocidade, relacionada com a queda livre que ocorre, pelo
menos, em parte da deslocação.
(1) Deslocação de rochas, detritos, solos a partir de abrupto.
(2) Movimentos tangenciais nulos ou reduzidos.
(3) Deslocamento do material pelo ar, por queda, saltação ou rolamento.
(4) Movimento brusco, elevada velocidade.
Outros critérios:
Queda de blocos:
o Isolados ou em grupo;
o Desabamentos: queda de massas rochosas de grandes dimensões;
o Quedas primárias: rocha mãe;
o Quedas secundárias: detritos previamente "libertados do substrato.
Balançamento/Topple: Rotação de massa do solo ou rocha, a partir do ponto ou eixo situado
abaixo do centro de gravidade do material afetado. Ocorre por influência da gravidade e a ação de
forças laterais, exercidas por unidades adjacentes ou água/gelo presente em diaclases ou fraturas.
Frequente em massas rochosas com descontinuidades. Movimento pode variar de muito lento a
extremamente rápido, e pode ou não evoluir para desabamento ou deslizamento.
Deslizamentos: Movimento de solo ou rocha ao longo de uma superfície de rutura que separa o
material subjacente do que é movimentado.
a) Movimento ocorre dominantemente ao longo do plano de rutura, alvo de intensa
deformação tangencial.
b) Durante o movimento, a massa deslocada permanece em contacto com o material
subjacente não afetado.
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c) Massa deslocada apresenta graus de deformação variáveis, consoante o tipo de
deslizamento.
Tipos de rutura e características do material afetado permitem subdividir deslizamentos:
Translacionais:
1) Planares:
a. Ocorrem ao longo de superfícies de rutura planares, pelo que a massa deslocada é,
com frequência, evacuada para além da superfície de deslizamento.
b. Controle estrutural: plano de rutura desenvolve-se ao longo da superfície de
fraqueza.
c. Em função do tipo de material afetado distinguem-se:
i. Deslizamentos de rocha;
ii. Deslizamentos de detritos;
iii. Deslizamentos lamacentos.
2) Não Rotacionais:
a. Transição entre rotacionais e translacionais mais típicos (planares).
b. Plano de rutura com 2 secções: circular ou planar com forte inclinação a montante;
estilo translacional marcado e inclinação mais reduzida a jusante.
c. Consoante o tipo de material afetado, subdividem-se em:
i. Deslizamento de blocos;
ii. Deslizamentos de solo em bloco.
Rotacionais (slumps):
a. Ocorrem ao longo da superfície de rutura curva e côncava.
b. Material homogéneo - isotrópico.
c. Forma topográfica característica: como o plano de deslizamento é côncavo, o movimento
envolve rotação, materializada por um abatimento a montante e levantamento no setor
frontal. Tal cria aclives pronunciados onde ocorre retenção de água, o que tende a
prolongar a instabilidade.
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a) Movimento espacialmente contínuo em que a supre tensão tangencial são efémeras e
frequentemente não preservadas.
b) Distribuição de velocidades na massa deslocada assemelha-se à de um fluído viscoso.
c) Tensões distribuem-se por toda a massa, provocando grande deformação interna dos
materiais.
d) Velocidade diferenciada, maior junto à superfície.
e) Três principais tipos de fluxos, em função dos materiais envolvidos:
i. Fluxos de detritos;
ii. Fluxos de lama;
iii. Fluxos em rocha: afetam massas rochosas muito diaclasadas ou estratificadas em
vertentes montanhosas; movimentos muito lentos e, aparentemente, permanentes
no tempo.
Movimentos complexos: Combinação de um ou mais dos principais tipos de movimentos, seja em
diferentes partes da massa afetada, seja em diferentes fases de desenvolvimento do movimento.
Litologia;
Estrutura geológica;
Formações superficiais;
Morfologia e morfometria das vertentes;
Processos geomorfológicos;
Coberto vegetal;
Uso do solo;
Intervenções antrópicas.
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Precipitação;
Fusão de neve e gelo;
Variação na posição das toalhas freáticas;
Erupções vulcânicas;
Sismos.
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Áreas Urbanas:
Crescente aumento da população urbana, implicando uma cada vez maior intervenção e
consequente modificação do meio físico.
Intensidade crescente do tráfego.
Impermeabilização de espaços de circulação.
Abertura de novas vias, modificando o escoamento natural.
Inexistência, em alguns setores, de um eficaz sistema de canalização de esgotos
domésticos e águas pluviais.
Presença de edifícios abandonados e em ruínas.
Acumulação de detritos urbanos nas vertentes.
Outras intervenções:
Aterros mal compactados.
Alteração dos perfis naturais das vertentes.
Acumulação de detritos resultantes da construção de infraestruturas.
Lixeiras a céu aberto, sem qualquer tratamento.
Exploração e abandono de pedreiras.
Deflorestações em massa (incêndios).
Exploração de areias.
II - PRÁTICA
Altitude: Distância entre um ponto da superfície terrestre e uma superfície fundamental de
referência - geóide ou elipsóide.
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Equidistância: O relevo é representado pela projeção horizontal das linhas que resultam da
interseção da superfície do terreno com um conjunto de planos equidistantes entre si. A diferença
de cota entre cada curva de nível chama-se equidistância.
o Natural: distância vertical real entre duas curvas de nível.
o Gráfica: distância vertical à escala da carta entre duas curvas de nível.
Perfil topográfico:
Corte Geológico:
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Esboço Litológico:
É um mapa temático onde se representam, através de tramas (ou cores), os diferentes tipos de
rocha de uma determinada área.
Esboço de fraturação:
o Troços retilíneos;
o Mudanças bruscas de direção;
o Confluência de 2 afluentes no mesmo local;
o Nascentes em direções opostas.
Mapa de declives:
Declive é a inclinação da superfície topográfica relativamente a um plano horizontal. A linha que
apresenta maior inclinação em relação ao plano horizontal designa-se por minha de maior declive.
Valor:
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Mapa de declive é um mapa temático em que são representados valores de declive agrupados em
classes, às quais se atribui uma sequência lógica de cores ou tramas que nos permitem fazer uma
leitura geral e rápida da variação dos declives de uma determinada área.
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