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AUTORA:
JASMIN LANKER GODENZI
NATAL/RN
DEZEMBRO DE 2018
LÂMINA MA-90B
A seção delgada MA-90B é uma rocha metamórfica holocristalina,
formada apenas por cristais, com grãos inequigranulares, textura de fina a média
(cristais de 0,4mm – 5mm) e uma orientação preferencial dos minerais. A lâmina
é composta por 30% de minerais máficos, 65% félsicos e minerais acessórios
que somam, aproximadamente 5%.
1. MINERALOGIA
a. Minerais félsicos
Dentre os minerais félsicos foi possível distinguir a presença de quartzo,
K-feldspato e plagioclásio, os quais terão suas propriedades óticas descritas a
fim de ilustrar como os mesmos foram identificados na seção delgada.
• Quartzo
O quartzo é responsável por 50% da seção delgada e sua identificação
foi dada através da extinção ondulante presente nos cristais (Figura 1),
característica ótica observada neste mineral quando há um defeito em sua rede
cristalina, por serem incolores e possuírem uma birrefringência baixa bem
característica.
Os cristais de quartzo apresentam-se xenomórficos com cristais variando
de 0,05 a 1 mm e, muitas vezes, apresenta textura em mosaico e/ou
recristalização do quartzo em cristais de menores dimensões (Figura 1).
• Plagioclásio
Os plagioclásios compreendem aproximadamente 10% da rocha e a
presença da geminação da Lei da Albita torna possível sua distinção em seção
delgada. Foram feitas medições em 6 cristais de plagioclásio do teor de anortita
através do método Michel-Levy, nos quais observou um ângulo de extinção
médio de 20° e o plagioclásio foi identificado como andesina.
b. Minerais máficos
Na lâmina delgada descrita os minerais máficos estão representados por
biotita e anfibólios. Suas características na seção descrita serão explanadas a
fim de expor como foram realizadas as classificações dos minerais.
• Biotita
Na seção delgada a biotita se apresenta com hábito tabular e forma
subédrica a euédrica e corresponde a 10% da seção delgada. Os cristais
apresentam pleocroismo forte de marrom muito claro (bege) para marrom escuro
e uma birrefringência alta. A clivagem perfeita em uma direção, paralela ao
alongamento do cristal, é possível observar em algumas seções da lâmina.
• Anfibólio
Os anfibólios presentes na lâmina podem ser distinguidos pelas seguintes
características: um com pleocroismo forte e duas clivagens que se cruzam em
ângulos de aproximadamente 124° - 56°, classificado como hornblenda marrom
(Figura 3A), e outro apresentando um pleocroismo de verde pálido a verde
escuro, algumas vezes apresentando uma clivagem, definido como actinolita
(Figura 3B).
c. Acessórios
Os minerais acessórios desta lâmina estão representados por titanita
(4%), allanita (<1%), apatita (<1%) e epídoto (<1%). Os cristais de allanita
possuem coronas de epídoto.
2. ESTRUTURA
Nesta rocha é possível observar uma orientação incipiente (Figura 4) o
que indica um metamorfismo de baixo grau. Essa orientação é marcada pelos
anfibólios e pela biotita e é ocasionada, principalmente, através do aumento de
pressão e, consequentemente do metamorfismo, que gera um esforço dirigido.
3. PARAGÊNESE
Com base na mineralogia da rocha descrita em seção delgada, foi
possível aferir que seu protólito se trata de uma rocha básica, classificando a
rocha metamórfica como metabásica. Nesta rocha há a coexistência de actinolita
e hornblenda, o que indica um grau metamórfico médio, marcando a transição
entre fácies metamórficas (xisto verde – anfibolito). A coexistência dos anfibólios
é caracterizada pela seguinte reação:
albita + actinolita <-> hornblenda + quartzo
clorita + epídoto + quartzo <-> hornblenda + Ca-plagioclásio (andesina)
Como a rocha está na transição de zonas metamórficas a reação é
incompleta, ocasionando a presença de ambos anfibólios na assembleia mineral,
actinolita + horblenda. Além disso, há uma um aumento de cálcio (Ca) no
plagioclásio que passa de albita para plagioclásio com An > 20%, no caso dessa
rocha isso é evidenciado pela presença de andesina.
4. GRAU E FÁCIES METAMÓRFICAS
A presença de albita, associada à paragênese actinolita + albita implicam
condições metamórficas entre 300°C e 500°C, compatível com a fácies xisto
verde, enquanto o surgimento de hornblenda metamórfica processa-se por volta
de 500°C, compatível com a fácies anfibolito inferior. Além disso, a assembleia
mineral presente na rocha indica uma transição entre essas fácies.
Essa transição também é denominada de fácies epídoto anfibolito (Figura
5). Esta fácies é caracterizada por temperaturas entre 450°C e 600°C e pressões
médias, entre 4 e 10 kbar.
5. NOMECLATURA
A classificação das rochas metamórficas não possui uma regra e pode ser
classificada de diversas formas com base em critérios diferentes. Neste caso
será considerado apenas o critério composicional e sua nomenclatura será
baseada essencialmente na petrografia, considerando a mineralogia, textura e
estrutura. Sendo assim, a rocha descrita é classificada como actinolita-
hornblenda gnaisse lepidogranoblástica.
LÂMINA ML-550
A seção delgada ML-550 é uma rocha metamórfica holocristalina, formada
apenas por cristais, com grãos inequigranulares, textura de muito fina a fina
(cristais de 0,04mm – 3mm), com cristais alongados e orientados em uma
direção preferencial. Nesta seção delgada ainda é possível observar bandas
com predomínio de minerais félsicos e bandas com predomínio de minerais
máficos. A lâmina é composta por 45% de minerais máficos, 55% félsicos e
minerais acessórios que somam, aproximadamente 5%.
1. MINERALOGIA
a. Minerais félsicos
Dentre os minerais félsicos foi possível distinguir a presença de quartzo e
plagioclásio. As suas propriedades distintivas serão descritas a seguir com o
intuito de descrever como foi realizada a caracterização destes minerais.
• Quartzo
O quartzo é responsável por 40% da seção delgada e sua identificação
foi dada através da extinção ondulante presente nos cristais (Figura 1),
característica ótica observada neste mineral quando há um defeito em sua rede
cristalina, por serem incolores e possuírem uma birrefringência baixa bem
característica. Além disso, foi possível observar recristalização de quartzo.
b. Minerais máficos
Na rocha descrita os minerais máficos estão representados por biotita e
clorita. Suas características óticas serão descritas a fim de expor como foram
realizadas as identificações dos minerais.
• Biotita
É possível observar na seção delgada duas gerações de biotitas que
compreendem 45% da rocha. A primeira geração de biotita segue a orientação
preferencial da rocha, possuem uma forma euédrica a subédrica, ripforme e
alongada e com textura helicítica, representada por uma foliação relíctica em
cristais de granada (Figura 3A). Em contrapartida, a segunda geração das
biotitas ocorre anédrica e não segue a orientação preferencial da rocha (Figura
3B).
Figura 3 – A) primeira geração de biotita, caracterizada por uma foliação relíctica em cristais de
granada. B) Duas gerações de biotita diagnosticada pela biotita 2 (Bt2) cortando a foliação
principal da rocha.
c. Minerais acessórios
Os minerais acessórios desta lâmina estão representados por granada
(2%), estaurolita (1%), apatita (<1%), zircão/monazita (<1%) turmalina (<1%),
epídoto (<1%) e minerais opacos (1%). A granada é de fácil distinção, uma vez
que possuem propriedades óticas bem características. A granada é isotrópica,
possui coloração rosa pálida, relevo médio e uma textura poiquiloblástica.
A presença de halos pleocróicos em biotitas indicam a presença de zircão
e/ou monazita, não é possível identificar qual mineral é, devido a suas dimensões
bem pequenas. As turmalinas são distinguidas pelo pleocroismo inverso, hábito
prismático e extinção reta ou de baixo grau (≤5°). Apatita foi observada com
relevo alto, incolor, hábito prismático e/ou ovular/hexagonal, quando na seção
basal. A estaurolita apresenta-se com pleocroismo fraco de amarelo dourado a
incolor, relevo médio, xenoblástica, caráter biaxial positiva e inclusões de apatita.
2. ESTRUTURA
A rocha apresenta-se fortemente orientada (foliação proeminente) e é
possível observar bandas aonde há predomínio de minerais máficos e bandas
que predominam minerais félsicos (Figura 4), o que indica um metamorfismo de
baixo a médio grau. Essa orientação é marcada pelas biotitas e pelo
alongamento dos cristais de quartzo. O aumento do metamorfismo gera um
esforço dirigido que é responsável por essas estruturas, principalmente, devido
do aumento de pressão.
3. PARAGÊNESE
Considerando a mineralogia apresentada pela rocha é possível identificar
que se trata de uma rocha com protólito pelítico, ou seja, uma rocha metapelítica.
Nessas rochas metamórficas as reações de paragêneses minerais são
contínuas e progressivas. As mudanças composicionais nas fases principais
marcam uma evolução das reações e indicam as condições metamórficas as
quais a rocha foi submetida.
A reação que forma biotita, nos metapelitos, se dá na metade da faixa que
define a fácies xisto verde. Na zona da granada, esses metapelitos mostram a
associação granada + biotita + clorita, associação essa que é identificada na
rocha e é possível associar à seguinte reação:
muscovita + clorita <-> granada + quartzo + biotita + H2O
Na rocha é possível observar, associado ao quartzo, a presença de
epídoto. Ainda é possível identificar a presença de estaurolita, mineral
característico de metamorfismo de grau médio. No metamorfismo progressivo a
estaurolita se desenvolve antes da cianita, sendo assim, como não há cianita na
rocha é um indicativo que o metamorfismo não progrediu até a formação
concomitante de estaurolita e cianita. A presença de estaurolita pode ser
associada a seguinte reação:
cloritóide + quartzo <-> estaurolita + granada + H2O
Clorita primária é rara em rochas associadas à zona da estaurolita, porém
a clorita observada na rocha é associada a um retrometamorfismo, ou seja, é
produto de alteração de minerais constituintes da rocha. Na zona da granada
ocorre uma mudança na composição dos plagiolcásios, há um aumento na
quantidade de cálcio (Ca), observado nesta rocha pela presença de oligoclásio
e andesina.