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GRUPO I

Lê atentamente o TEXTO A.

Era uma tarde já quente mas a água do ribeiro ainda estava muito fria para se
poder tomar banho e o rapaz estava deitado de bruços na pequena praia de areia
[...]. De repente ouviu um grande barulho na água atrás de si e voltou-se ainda a
tempo de ver um enorme peixe que dava um salto imenso fora da água, todo
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retorcido como se fosse uma bailarina, e, depois de ficar um instante suspenso no ar,
olhando tudo à roda, caiu outra vez dentro de água, com um grande estardalhaço,
salpicando água até onde estava o rapaz. Este ficou quieto de medo, porque nunca
tinha visto um peixe daquele tamanho e nem sabia que os peixes podiam dar saltos

10 tão grandes fora de água. Sem saber o que fazer e até sem coragem para fugir, o
rapaz ficou a olhar para a água e viu claramente o peixe que nadava de um lado
para o outro, como se fosse dono do lago. Mas o mais extraordinário é que daí a
bocado o peixe tirou metade do corpo de fora da água, como se estivesse em pé no
fundo, e pôs-se a olhar para o rapaz, com um sorriso na sua boca enorme. E, depois,
15 como se fosse um sonho, o rapaz ouviu o peixe falar, com uma voz estranha, que
parecia vir do fundo do rio:
– Olá, rapaz! Tu vives aqui? – perguntou o peixe, com muito bons modos.
– Vi-vi-vo – gaguejou o rapaz ainda a tremer de medo.
– Ah – disse o peixe – este é um sítio muito bonito. O ribeiro é muito bonito, a
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água é muito limpa e há várias pedras onde se pode construir uma casa. Este lago é
teu?
– É, é m-eu – disse o rapaz. – É on-onde eu tomo banho no verão, é onde eu brin-
brinco sempre que não está a cho-chover. Mas, diz-me uma coisa, peixe – o rapaz
encheu-se de coragem –: como é que tu falas a língua das pessoas?
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– Ah, isso é a história da minha vida. [...] Eu nasci e cresci dentro de um aquário
que pertencia a um rapaz assim da tua idade. Ele gostava muito de mim e tratava-
me muito bem. [...] E falava tantas vezes comigo, contava-me tudo da vida dele,
conversamos tanto, tanto, que eu acabei a falar a vida das pessoas. [...] Então
30 aconteceu que eu fui ficando tão grande que já não cabia no aquário (...). Eu e o meu
amigo choramos muito por nos separarmos, mas não havia nada a fazer e então ele
levou-me dentro do aquário até um rio e deitou-me lá para dentro, dizendo-me “vai e
sê feliz”.

Miguel Sousa Tavares, O Segredo do Rio, Oficina do Livro, 2004


(texto com supressões)
Responde às questões que se seguem, de acordo com as orientações que te são dadas.

1. Assinala com X, nas questões 1.1. e 1.2., a única opção que completa cada frase de
acordo com o sentido do texto.

1.1. O texto que acabaste de ler é

um relato de factos reais.


uma notícia sobre um acontecimento passado junto a um rio.
x uma história imaginada.
um relato científico sobre a vida de um peixe.

1.2. Na primeira frase do texto (linhas 1 e 2)

caracteriza-se a personagem.
x localiza-se a ação no espaço e no tempo.
narra-se o desenvolvimento da ação.
descreve-se a reação do rapaz perante o peixe.

2. “(...)um enorme peixe que dava um salto imenso fora da água, todo retorcido como se
fosse uma bailarina (...)” (linhas 4 e 5)

Por que razão achas que se terá comparado o peixe a uma bailarina?

Sugestão de resposta: O peixe terá sido comparado a uma bailarina, porque os seus
movimentos faziam lembrar uma dança.

3. Assinala com X, a única opção que completa a frase de acordo com o sentido do texto.

Na expressão “(...) caiu outra vez dentro de água, com um grande estardalhaço(...)”
(linha 6), a palavra destacada significa que o peixe saltou de forma

alegre. x ruidosa.
silenciosa. elegante.

4. Quando viu o peixe a saltar o rapaz ficou com muito medo.


Indica os dois motivos que, naquele momento, deixaram o rapaz tão assustado.

O rapaz ficou com medo, porque nunca tinha visto um peixe daquele tamanho e não sabia
que os peixes podiam dar saltos tão grandes fora de água.
5. Quando o rapaz e o peixe se viram ambos tiveram reações bastante diferentes: o rapaz
ficou muito assustado enquanto que o peixe se sentiu claramente à vontade.

Transcreve do texto uma expressão que demonstre que...

o rapaz ficou muito assustado. “Este ficou quieto de medo (...)”

o peixe não sentia medo algum. “(...) o peixe que nadava de um lado para o outro, como
se fosse dono do lago.”

6. Por que razão aprendeu o peixe a falar?

O peixe aprendeu a falar, porque conversava muito com o seu anterior dono.

7. “Eu e o meu amigo choramos muito por nos separarmos (...)”(linhas 28 e 29)

Consideras que o peixe e o seu dono tinham motivos para reagir assim? Justifica a tua
resposta.

Sugestão de resposta: O peixe e o seu dono tinham motivos para chorar, porque é natural
sentirmo-nos tristes, quando nos separamos de alguém de quem gostamos.

Lê atentamente o TEXTO B.

O CENÁRIO TRÁGICO DO PLÁSTICO QUE INVADE OS OCEANOS


Os alertas têm sido constantes. As quantidades de plástico nos oceanos têm
afetado seriamente várias espécies marinhas e prevê-se que em 2050 a quantidade
de lixo seja superior ao número de peixes.

As quantidades de plástico que se têm espalhado afetam não só o meio ambiente,


como também os oceanos. Nestes últimos, o plástico tem ameaçado espécies marinhas e
os humanos. De acordo com o Ocean Conservancy, cerca de oito milhões de toneladas
de plástico entram no oceano, além dos 150 milhões de toneladas que circulam
atualmente no mar. (...)
Uma das amostras mais chocantes em relação ao assunto foi captada por Rich Horner,
mergulhador que mostrou o estado do mar na Indonésia. «Garrafas de plástico, copos de
plástico, folhas de plástico, baldes de plástico, saquetas de plástico, palhas de plástico,
cestos de plástico, sacos de plástico, mais sacos de plástico, plástico, plástico, muito
plástico», escreveu, em março – altura em que publicou o vídeo, na sua página de
Facebook.
Um dos graves problemas deste tipo de poluição está relacionado com o facto de estes
plásticos, como cotonetes, palhinhas ou sacos de plástico, se deteriorarem e, através do
peixes, chegarem à cadeia alimentar humana.

Alexandra Pedro,
https://www.noticiasmagazine.pt/2018
/qual-a-quantidade-de-plastico-no-oceano-e-porque-afeta-tanto-a-vida-maritima/
(excerto, com supressões)

1. Assinala com X a opção correta.


Este texto poderia ser publicado

num livro de receitas. num livro de aventuras.


x num jornal. num dicionário.

2. Assinala com X as duas opções corretas.


Este texto tem como finalidades

entreter. x informar.
x alertar. convidar.

3. Transcreve a expressão do texto que demonstra que, no futuro, o impacto deste tipo de
poluição será bem visível.

“(...)prevê-se que em 2050 a quantidade de lixo seja superior ao número de peixes.”

4. Explica por palavras tuas o último parágrafo do texto.

Sugestão de resposta: O plástico é consumido pelos peixes mas estes não são os únicos
prejudicados pela quantidade de plástico existente no mar. Os homens consomem os
peixes, logo também são prejudicados por este tipo de poluição.

GRUPO II

Responde ao que te é pedido sobre gramática.

1. No quadro abaixo apresentado, preenche cada espaço com cada uma das palavras
seguintes.

imperfeito palhinha claramente despoluir

Palavras com prefixo Palavras com sufixo

imperfeito claramente
despoluir palhinha

2. Observa a seguinte família de palavras.

marisco submarino marinho marujo


2.1. Sublinha o radical em cada uma das palavras anteriores.

2.2. Indica outra palavra da mesma família derivada por sufixação.


Sugestões de resposta: marítimo, marinheiro, maremoto, maresia...

3. Na frase seguinte, existem dois advérbios. Rodeia-os.

Eu nunca vi um peixe tão grande.

4. Assinala com X a classe de palavras a que pertence cada palavra sublinhada.

Nome Adjetivo Verbo

O peixe não era muito pequeno. x

O pequeno ficou muito assustado. x

Eu fecho sempre a porta à chave. x

O fecho das calças está estragado. x

5. Classifica os pronomes destacados nas seguintes frases, assinalando com X no local


correto.

possessivo pessoal demonstrativo

O meu estojo não é este. x

O João não tem lápis. Perdeu-o. x

Não li este livro mas li aquele. x

Diana, aquele carro é o nosso? x

6. Lê as frases e completa-as com os determinantes artigos adequados.

O meu cão é muito meigo. Ontem, vi um cão que era muito feroz.
Há uns cães que são mais ferozes do que os outros. Os animais não são todos
iguais.

7. Reescreve as frases, substituindo as expressões sublinhadas pelos pronomes pessoais


adequados.
O peixe falou com o rapaz. Contou à criança a sua história.

O peixe falou com ele. Contou-lhe a sua história.

8. Completa cada uma das frases seguintes com a forma dos verbos apresentados entre
parênteses, no tempo e no modo indicados.

Pretérito imperfeito do modo indicativo

Na sala de aula, havia (haver) um globo e a Madalena sonhava (sonhar) com as viagens que
faria pelo mundo.

Modo imperativo

Manuel, veste (vestir) o casaco e fecha (fechar) a porta, por favor. Estamos atrasados para a
escola.

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