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ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE EFLUENTES 01

MEMORIAL DESCRITIVO E DE CÁLCULO

CENTRO DE DISTRIBUIÇÃO MATEUS S/A


UNIDADE SANTA ISABEL DO PARÁ / PA

BELÉM
MARÇO/2021
Projeto de Estação de Tratamento de Efluentes
Centro de Distribuição Mateus S/A
Unidade Santa Isabel do Pará / PA

LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – parâmetros de determinação de vazões .............................................................................. 10
Tabela 2 – Vazões mínima, média e máxima para dimensionamento do sistema. .............................. 12
Tabela 3 – Tipos de calha parshall. ..................................................................................................... 14
Tabela 4 – Callha parshall selecionada no projeto .............................................................................. 14
Tabela 5 – Dimensões adotadas para cada tipo de grade. .................................................................... 16
Tabela 6 – Grade escolhida e suas dimensões. .................................................................................... 17
Tabela 7 – Dados de entrada para o dimensionamento. ...................................................................... 20
Tabela 8 .............................................................................................................................................. 55

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SUMÁRIO
1. APRESENTAÇÃO ...................................................................................................... 4
2. RESPONSÁVEIS E REPRESENTANTES ................................................................. 5
2.1. Propriedade .................................................................................................................. 5
2.2. Contratante ................................................................................................................... 5
2.3. Responsável Técnico .................................................................................................... 5
3. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO ..................................................... 6
4. MEMORIAL JUSTIFICATIVO .................................................................................. 7
5. MEMORIAL DESCRITIVO DE CÁLCULO .............................................................. 8
5.1. Caracterização Quali-quantitativa ................................................................................ 8
5.2. Tratamento de Subprodutos ......................................................................................... 9
5.3. Sistema de Automação ................................................................................................. 9
5.4. Vazões de Projeto....................................................................................................... 10
5.5. Qualidade do Efluente Bruto ...................................................................................... 12
5.6. Caixa de Gordura ....................................................................................................... 13
5.7. Calha Parshall ............................................................................................................ 13
5.8. Gradeamento .............................................................................................................. 16
5.9. Grade Retentora de Sólidos Grosseiros ...................................................................... 16
5.10. Caixa de Areia............................................................................................................ 20
5.11. Estação Elevatória de Efluentes ................................................................................. 23
5.12. Reator UASB ............................................................................................................. 28
5.13. Filtro Aerado Submerso ............................................................................................. 43
5.14. Decantador secundário ............................................................................................... 48
5.15. Desinfecção ................................................................................................................ 53
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 58
7. ANEXOS ................................................................................................................... 59

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1. APRESENTAÇÃO
O presente documento consiste no memorial descritivo e de cálculo da Estação de
Tratamento de Efluentes (ETE) 01 a ser implantada no empreendimento Centro de Distribuição
do Supermercados Mateus S/A, localizado na rodovia BR-316, cidade de Santa Isabel do
Pará/PA.
Tendo em vista que o local de instalação do empreendimento não dispõe de cobertura
de rede coletora de esgoto, o efluente produzido durante sua operação será tratado e,
posteriormente, destinado ao ponto de lançamento a ser definido. Com esse cenário em vista,
o projeto teve o objetivo de atender os requisitos mínimos exigidos pela legislação nacional,
onde foram utilizadas as recomendações das seguintes normas:

• ABNT NBR 12.209/2011 – Elaboração de projetos hidráulico- sanitário de


estações de tratamento de esgoto;
• ABNT NBR 12.208/1992 – Projeto de estações elevatórias de esgoto sanitário;
• ABNT NBR 13.969/97 - Tanques sépticos - Unidades de tratamento
complementar e disposição final dos efluentes líquidos - Projeto, construção e operação;
• Resolução CONAMA Nº 357/2005 - "Dispõe sobre a classificação dos corpos
de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições
e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências.
• Resolução CONAMA Nº 430/2011 - "Dispõe sobre condições e padrões de
lançamento de efluentes, complementa e altera a Resolução no 357, de 17 de março de 2005,
do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA".

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2. RESPONSÁVEIS E REPRESENTANTES

2.1.Propriedade
Empreendimento: Centro de Distribuição Supermercado Mateus S/A– Unidade Santa Isabel do
Pará/PA.
Endereço: Rodovia BR-316, cidade de Santa Isabel do Pará/PA.

2.2.Contratante
Razão Social: Fibrafort Indústria e Serviços EIRELI
CNPJ: 31.319.926/0001-78
Endereço: Rod. Municipal Faruk Salmen, S/N, Parauapebas/PA
E-mail: engenharia@fibrafort.eco.br.

2.3.Responsável Técnico

Nome: Cecília Helena Costa de Magalhães


Formação: Engenheira Sanitarista e Ambiental
CREA: 1517125910/PA
E-mail: contato@sanigy.com.br
Contato: (91) 98835-5252 / 99195-7048.

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3. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO
O Grupo Mateus é a maior rede varejista de alimentos do Brasil com capital 100%
nacional. Atuam no varejo supermercadista, atacarejo, atacado, eletrodomésticos, móveis,
panificação, central de fatiamento e porcionamento. Em 34 anos de história consolidaram a
marca entre as maiores do país e a maior do Norte e Nordeste. Atendem quase 20 mil pontos
de venda com a ajuda de 1.750 representantes comerciais do atacado. Estão presentes com 54
lojas nos estados do Maranhão, Pará e Piauí.
Seu novo centro de distribuição, objeto deste projeto, será localizada na Rodovia BR-
316, cidade de Santa Isabel do Pará/PA, sob as coordenadas geográficas 1°16'46,79"S e
48°03'53,73"O, conforme ilustra a figura 1.

Figura 01 – Mapa de localização da futura instalação do centro de distribuição

Fonte: SANIGY, 2021.

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4. MEMORIAL JUSTIFICATIVO
A concepção adotada para o sistema de tratamento de efluentes 01 do Centro de
Distribuição do Supermercado Mateus – Unidade Santa Isabel do Pará será composta,
basicamente, por sistema de retenção de sólidos grosseiros, desarenador, medidor de vazão,
estação elevatória, tratamento secundário e desinfecção, os quais serão abordados a seguir.
Para o sistema de retenção de sólidos grosseiros, foram avaliadas, como alternativas, o
sistema de peneiras, centrífugas e gradeamentos, optando-se pela última por apresentar
eficiência satisfatória, menor custo de implantação, maior facilidade operacional, além de ser
uma tecnologia consolidada na região.
Os mesmos critérios nortearam a seleção das alternativas para os demais componentes
do tratamento preliminar, onde foram avaliados, para o sistema de desarenação, o sistema
aerado e a caixa de areia do tipo canal, optando-se pela segunda, e, para o sistema de medição
de vazão, a medição com medidores eletrônicos (ultrassônicos e magnéticos) e por meio de
vertedouros, optando-se pela segunda opção, representada pela calha parshall.
Como critério para seleção de tecnologias para pós-tratamento, utilizou-se a eficiência
de aproximadamente 90%, demanda de área, demanda de energia elétrica, complexidade
operacional e produção de lodo. Frente a esses quesitos, avaliou-se os sistemas de filtro
anaeróbio seguido de filtro aerado submerso + decantador secundário. Tendo em vista que
somente a primeira alternativa não atende ao critério de eficiência mínima, adotou-se o filtro
aerado submerso seguido de decantador secundário.
Para seleção do método de desinfecção, foram adotados os critérios de custo de
implantação e operação, disponibilidade de mão de obra especializada para operação e
manutenção e grau de complexidade operacional. Os sistemas avaliados foram a cloração,
ozonização e ultravioleta. Frente aos critérios adotados, a alternativa adotada foi a cloração,
por apresentar maior viabilidade.
Ressalta-se que as presentes alternativas tecnológicas foram selecionadas a partir da
informação de volume de esgoto a ser gerado (60 m³/d), bem como a partir de informações de
experiência de mercado da contratada, não sendo possível realizar estudos mais aprofundados
no que diz respeito a caracterização do esgoto a ser gerado, uma vez que não se obteve resposta
das informações solicitadas.
Por fim, após o citado processo de seleção de alternativas tecnológicas, a Estação de
Tratamento de Efluentes 01 do Centro de Distribuição do Supermercado Mateus S/A – Unidade
Santa Isabel do Pará apresenta o fluxograma disposto em anexo.

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5. MEMORIAL DESCRITIVO DE CÁLCULO


O sistema proposto para o tratamento dos esgotos 01 do Centro de Distribuição do
Supermercado Mateus, unidade Santa Isabel do Pará será composto por tratamento físico,
biológico e químico, ou melhor, tratamento preliminar, secundário e terciário, respectivamente.
O memorial de cálculo tem o objetivo de descrever os cálculos efetuados durante o
dimensionamento do sistema proposto. Tais informações são importantes para que o projeto
seja executado plenamente, bem como para o melhor entendimento quando forem necessárias
alterações ou gestão do projeto por outro profissional.
Desse modo, neste memorial de cálculo estarão detalhados todos os cálculos de
dimensionamento das unidades de medição de vazão, bombeamento e tratamento de efluentes,
respectivamente calha parshall, estação elevatória de esgoto bruto, tratamento preliminar
(gradeamento e desarenador/caixa de areia), tratamento secundário (reator UASB seguido de
filtro biológico aerado submerso e decantador secundário) e, por fim, o tratamento terciário
(etapa de desinfecção do efluente clarificado através de cloração).

5.1. Caracterização Quali-quantitativa


O presente dimensionamento fora realizado com dados estimados de população
equivalente, per capta e DBO. As demais informações solicitadas ao contratante não foram
cedidas para dimensionamento deste projeto, limitando-se somente à vazão de 60 m³/dia da
Estação de Tratamento de Esgoto (ETE).
Segundo a administração do empreendimento, estima-se a produção de 60,0 m³/dia de
efluente na nova unidade do Centro de Distribuição do Supermercado Mateus, conforme
detalhado abaixo.

➢ Contribuição de Efluente:
o População equivalente: 1.200 hab;
o Contribuição per capta: 50 L/hab.dia;
o Contribuição total estimada: 60.000 L/dia.

Adotando-se o Coeficiente de Máxima Vazão Diária (K1) = 1,2, Coeficiente de Máxima


Vazão Horária (K2) = 1.5 e Coeficiente de Mínima Vazão Horária (K3) = 0,5, conforme
recomendado pela NBR 9.649/1986, conclui-se que as vazões de projeto serão:

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o Vazão Mínima: 30,0 m³/dia;


o Vazão Média: 60,0 m³/dia;
o Vazão Máxima:108,0 m³/dia.

Ademais, com base em outros empreendimentos do Grupo Mateus, estima-se a


concentração de DBO = 900 mg/L e DQO = 1.800 mg/L para o efluente bruto.

5.2.Tratamento de Subprodutos

A) Subprodutos Gasosos
O tratamento de efluentes resulta na produção e emissão diversos gases, os quais possuem
diversas composições, eles podem ser gases odorantes como o sulfeto de hidrogênio (H 2S),
amônia e compostos orgânicos voláteis; Gases de efeito estufa (GEE), tais como o metano
(CH4) e óxido nitroso (N2O) e, por fim, poluentes atmosféricos em geral, tais como os gases
que são provenientes da queima do biogás como o monóxido de carbono (CO) e o dióxido de
enxofre (SO2), principalmente.
Com esse cenário em vista, a estação conta com um filtro de biogás modelo
FIBRAFORT, responsável pela adsorção dos gases produzidos durante a operação da ETE.

B) Subprodutos Sólidos
Os subprodutos sólidos que podem ser gerados na ETE são os resíduos gradeados, areia,
detritos, gordura, escuma e lodo, os quais não foram contemplados no escopo do projeto, logo,
a remoção, destinação final e tratamento se dará por meio de caminhão limpa-fossa ou sistema
de tratamento local.

5.3.Sistema de Automação
O sistema de automação é centralizado em quadro elétrico, detentor de seletoras para
comandos liga-desliga, automático-manual e determinação de unidade operante, alarme de
sinalização de defeitos, sinalização de operação e reles auxiliares. Como componentes
elétricos, a estação conta com bombas de recalque e bombas dosadoras, que terão seu regime
de funcionamento detalhado a seguir.

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A) Bombas de Recalque
As bombas apresentam função ‘Automático” e “Manual” e modo de seleção de “Bomba
1” e “Bomba 2”. No modo automático, as bombas funcionarão de forma alternada, com dois
níveis de acionamento e um de desarme, sendo esses o nível mínimo, que desarma a bomba em
funcionamento; nível máximo, que aciona uma das bombas, de forma alternada; e, por fim, o
nível crítico, responsável por acionar as duas bombas em paralelo, aumentando a vazão de
recalque e evitando transbordos. Como medidor de nível, será utilizado o sensor do tipo boia
de 25 A, com recomendação das marcas Schneider e WEG.

B) Bomba Dosadora
A bomba dosadora apresenta função “Automático” e “Manual”, sendo que, no primeiro
regime, o acionamento da bomba dosadora ocorrerá em conjunto com o das bombas
submersíveis, de forma a dosar produto químico sempre que houver fluxo de esgoto no Tanque
de Contato.

C) Exaustores
A exaustão de gases deve ser realizada 24 horas por dia.

5.4.Vazões de Projeto
Para determinação das vazões de projeto, foram adotados os parâmetros dispostos na
Tabela 1, a seguir. Ressalta-se que a população de projeto foi fornecida pela administração do
empreendimento e a produção per capta foi adotada com base nas recomendações da NBR
13.969/1997.

Tabela 1 – parâmetros de determinação de vazões


Parâmetro Valor Unidade
População total 1.200 hab/dia
Produção per capta 50,00 L/hab.dia
Produção total 60.000,00 L/dia
Coeficiente de variação máxima diária (K1) 1,2 -
Coeficiente de variação máxima horária (K2) 1,5 -
Coeficiente de variação mínima diária (K3) 0,5 -
Fonte: Sanigy, 2021.

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A) Vazão mínima
Com o objetivo de determinar a Vazão mínima de projeto, faz-se uso da Equação 1 a seguir:

(pop x q x K 3 )
Q min = Eq. (01)
86400
Q min =0,347 L/s
Onde:
➢ População (pop);
➢ Coeficiente de variação mínima diária (K3);
➢ Per capta (q).

B) Vazão média
Com o objetivo de determinar a Vazão média de projeto, faz-se uso da Equação 2 a
seguir.
(pop x q)
Qmed = Eq. (02)
86400
Q med =0,694 L/s
Onde:
➢ População (pop);
➢ Per capta (q).

C) Vazão máxima
Com o objetivo de determinar a Vazão máxima de projeto, faz-se uso da Equação 3 a
seguir.

Q max =(Qméd x K 1 x K 2 ) Eq. (03)


Qmax= 1,25 L/s
Onde:
➢ Vazão média (Qméd);
➢ Coeficiente de variação máxima horária (K2);
➢ Coeficiente de variação máxima diária (K1).

Após a estimativa de todas as vazões necessárias, fez-se a Tabela 2 abaixo, condensando


todas as vazões que serão utilizadas no dimensionamento das etapas do tratamento.

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Tabela 2 – Vazões mínima, média e máxima para dimensionamento do sistema.


Vazão L/s L/d m³/s m³/dia m³/h
Mínima 0,347 30.000,00 0,00035 30,000 1,250
Média 0,694 60.000,00 0,00069 60,000 2,500
Máxima 1,250 108.000,00 0,00125 108,000 4,500
Fonte: Sanigy,2021.

5.5.Qualidade do Efluente Bruto


Conforme recomendações da NBR 13.969/1997, adotou-se a contribuição per capta de
carga orgânica de 45 gDBO/hab.dia e 90gDQO/hab.dia. Diante da vazão de produção, estima-
se que o efluente produzido apresentará concentrações de 900 mg/L de DBO e 1.800,00 mg/L
de DQO.
Conforme Vázquez et al. (2017) as águas residuárias de outras fontes não sanitárias
podem ser expressas em termos de equivalente populacional (EP) e são, mais comumente,
determinadas pela sua contribuição per capta que cada indivíduo contribui por dia (em média)
de Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO), ou seja, é o indicador do potencial poluidor de
um efluente industrial referido ao número de habitantes de um município.
Para a utilização do critério de EP é necessário apontar dentro do grupo existente um
elemento que os represente. Normalmente, esse elemento é apontado em concordância com a
ocupação principal a qual a edificação se destina. A Equação 4 a seguir, apresenta o cálculo do
equivalente populacional.

CODBO
E. P = Eq. (04)
q per capta

Onde:
➢ Carga Orgânica de DBO (CODBO);
➢ Carga Per capta populacional (qper capta);
➢ Equivalente populacional (hab).

Logo, sabendo que C.ODBO= 54.000 gDBO/d e para representar a contribuição de cada
indivíduo por unidade de tempo, será utilizada percapta de 45 gDBO/hab.d, conforme Von
Sperling (1996).

Aplicando os valores acima, obtém-se:

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E.P= 1.200 hab.

Deste modo, a carga de DBO do efluente correspondente à carga gerada por uma
população de 1.200 habitantes.

5.6. Caixa de Gordura


A caixa de gordura é uma unidade de separação de fases que tem como função separar
a gordura e alguns sólidos sedimentáveis do efluente liquido. O seu uso é comumente utilizado
na saída de cozinhas e de processos que se utilizam de grande quantidade de óleos de forma
geral. O dimensionamento desta unidade foi realizado segundo a NBR 8160/1999, através da
Equação 05 a seguir:

V= 2 ×pop+20 Eq. (05)


v = 2,42 𝑚³
Onde:
➢ População (pop)(hab);

Sendo assim, adotou-se uma caixa de gordura quadrada as dimensões listadas abaixo,
totalizando 2,70 m³:
Largura:1,50 m;
Profundidade útil: 1,20 m.

5.7. Calha Parshall


Esta unidade possui fundamental importância para o tratamento de efluentes, visto que
a mesma funciona como uma forma de aferição da vazão afluente ao tratamento, possibilitando
a quantificação do efluente a ser tratado na estação de tratamento de esgoto. A calha parshall
também é comumente utilizada como um misturador rápido em função do turbilhonamento
hidráulico formado pela diminuição da sua secção e pelo desnível presente na saída desta. A
mesma dispõe de uma régua milimétrica para a aferição da altura da lâmina d’água.
É um medidor aplicado a condutos livres, constituído de seções de tamanhos distintos
de forma a criar um regime crítico viabilizando a medição de vazão afluente da estação de
tratamento. O medidor de vazão do tipo Calha Parshall consiste em uma seção convergente,
uma seção estrangulada “garganta” e uma seção divergente, dispostas em planta. O fundo da

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unidade é em nível na seção convergente, em declive na “garganta” e em aclive na seção


divergente.
No presente projeto, utilizou-se a calha parshall somente como instrumento de medição
da vazão de esgoto afluente à estação, tendo o seu dimensionamento e seleção realizados de
acordo com a vazão de projeto e os valores apresentados na Tabela 3 a seguir:
Tabela 3 – Tipos de calha parshall.
Largura Capacidade (L/s)
N K
nominal Mínima Máxima
2’’ 1,55 0,121 0,28 14,5
3’’ 1,547 0,176 0,85 53,8
6’’ 1,58 0,381 1,52 110
9’’ 1,53 0,535 2,55 252
1’ 1,522 0,69 3,11 456
½’ 1,538 1,054 4,25 696
2’ 1,55 1,426 11,89 937
Fonte: Adaptado por Sanigy, 2021.

Sabendo que a Q min =0,347 L/s e a Q max= 1,25 L/s e para o dimensionamento da calha
deve-se utilizar a vazão máxima em L/s demonstrada na Tabela 2 anteriormente, com a
finalidade de obter os valores das variáveis N e K, que serão utilizados no cálculo da altura
máxima (Hmax) e mínima (Hmin) que o afluente poderá alcançar. Desse modo, a calha parshall
escolhida será a de 2”, que possui as seguintes características simplificadas na Tabela 4 a
seguir.

Tabela 4 – Callha parshall selecionada no projeto


Largura N K Q. Mínima Q Máxima
2” 1,55 0,121 0,28 14,5
Fonte: Sanigy, 2021.

Após se identificar as características da calha, para se calcular a altura máxima utiliza-


se a vazão máxima e para a altura mínima a vazão mínima, ambas em m ³/s, utilizando os
mesmos valores de N e K anteriormente encontrados. Tal cálculo é realizado de acordo com a
Equação 6:

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Q= K ×HN Eq. (06)

Onde:
➢ Vazão em (m³/s) (Q);
➢ Altura do afluente (H);
➢ Valores de dimensão de calhas padronizadas (K e N).

A) Altura máxima (Hmáx)


Com o objetivo de determinar a Altura máxima, faz-se uso da Equação 7 a seguir:

N Q máx
Hmáx = √ Eq. (07)
K

Hmáx = 0,050 m
Onde:
➢ Vazão em (m³/s) (Qmáx);
➢ Valores de dimensão de calhas padronizadas (K e N).

B) Altura mínima (Hmín)


Com o objetivo de determinar a Altura mínima, faz-se uso da Equação 8 a seguir.

N Q mín
Hmín = √ Eq. (08)
K

Hmín = 0,023 m
Onde:
➢ Vazão em (m³/s) (Qmín);
➢ Valores de dimensão de calhas padronizadas (K e N).

Distância entre o fundo da calha e fundo da caixa de areia


Com o objetivo de determinar a distância entre o fundo da calha e fundo da caixa de
areia, faz-se uso da Equação 9 a seguir.

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(Q máx x Hmín ) − (Q mín x Hmáx )


Z= Eq. (09)
Q máx − Q mín
Z = 0,0100 m
Onde:
➢ Vazão em (m³/s) (Qmín e Qmáx);
➢ Altura do afluente em (m) (Hmáx e Hmín).
Largura adotada para projeto:

L = 30 cm
5.8.Gradeamento
São dispositivos de retenção para remoção de resíduos sólidos grosseiros, sendo
constituídos por barras paralelas, posicionadas transversalmente no canal de chegada dos
esgotos na estação de tratamento, perpendiculares ou inclinadas, dependendo do dispositivo de
remoção do material retido. As grades devem permitir o escoamento dos esgotos sem produzir
grandes perdas de carga.

5.9.Grade Retentora de Sólidos Grosseiros


O dimensionamento e escolha da grade retentora de sólidos para o projeto da presente
ETE foi obtida por meio da Tabela 5 abaixo:

Tabela 5 – Dimensões adotadas para cada tipo de grade.


Tipos Espaçamento (mm) Seção (mm) Seção (pol)
9,5 x 50 3/8 x 2
9,5 x 63,5 3/8 x 2 1/2
Grossa 40 – 100
12,7 x 38,1 1/2 x 1 1/2
12,7 x 50 1/2 x 2
7,9 x 50 5/16 x 2
Média 20 – 40 9,5 x 38,1 3/8 x 1 1/2
9,5 x 50 3/8 x 2
6,4 x 38,1
5/16 x 1 1/2
Fina 10 - 20 7,9 x 38,1
3/8 x 1 1/2
9,5 x 38,1
Fonte: Adaptado por Sanigy, 2021.

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A grade escolhida foi a do tipo Média com as dimensões listadas na Tabela 6 abaixo.

Tabela 6 – Grade escolhida e suas dimensões.


Tipo Média
Espaçamento 20
Espessura 9,8
Espaçamento (a) 0,0200 m
Espessura (t) 0,00980 m
Fonte: Sanigy, 2021.

Segundo a NBR 12.209/2011, no dimensionamento das grades de barras, a velocidade


máxima através da grade para a vazão final é de 1,20 m/s.

A) Área útil
Com o objetivo de determinar a Área útil, faz-se uso da Equação 10 a seguir.

Q máx
AU = Eq. (10)
Vmáx
Au = 0,00104 m2
Onde:
➢ Vazão em (m³/s) (Qmáx);
➢ Velocidade máxima (m/s) (Vmáx).

B) Eficiência da grade
Com o objetivo de determinar a Eficiência da grade, faz-se uso da Equação 11 a seguir.

a
E=( ) x10 Eq. (11)
a+t
E = 67,11 %
Onde:
➢ Espaçamento entre as barras em cm (a);
➢ Espessura da barra em cm (t).

C) Seção total da grade

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Com o objetivo de determinar a Seção da grade, faz-se uso da Equação 12 a seguir:

Au
Sgrade = Eq. (12)
E
(100)

Sgrade = 0,0016 m2
Onde:
➢ Área útil em (m²) (AU);
➢ Eficiência (E).

D) Largura da grade
Com o objetivo de determinar a Largura da grade, faz-se uso da Equação 13 a seguir:
Sgrade
Lgrade = Eq. (13)
Hmáx
Lgrade = 0,031 m
Onde:
➢ Seção da grade (Sgrade);
➢ Altura máxima (Hmáx).

A largura adotada será um valor exequível em projeto, desse modo, será o seguir:

Lgrade = 0,30 m

E) Velocidade no canal da grade


Com o objetivo de determinar a Velocidade no canal da grade, faz-se uso da Equação
14 a seguir:

Q máx
V0 = Eq. (14)
Sgrade
V0 = 0,81 m/s
Onde:
➢ Seção da grade (Sgrade);
➢ Vazão máxima (Qmáx).

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F) Números de barras (Nb) e número de espaçamentos (Ne)


Com o objetivo de determinar o número de barras e o número de espaçamentos, faz-se
uso da Equação 15 e 16 a seguir:

Lgrade − a
Nb = Eq. (15)
a+t
Nb = 9 barras
Onde:
➢ Largura da grade (Lgrade);
➢ Espaçamento entre as barras em cm (a);
➢ Espessura da barra em cm (t).

N e = Nb + 1 Eq. (16)
Ne = 10 espaçamentos
Onde:
➢ Número de barras (Nb).

G) Perda de carga para a grade limpa (Hf limpa)


Com o objetivo de determinar a perda de carga limpa, faz-se uso da Equação 17 a seguir:

(Vmáx2 − V02 )
Hflimpa = [ ] Eq. (17)
(1,4 x 9,81)
Hflimpa = 0,058 m
Onde:
➢ Vazão máxima (Qmáx);
➢ Velocidade no canal da grade (V0).

H) Perda de carga com o gradeamento sujo (Hf suja)


Com o objetivo de determinar a perda de carga suja, faz-se uso da Equação 18 a seguir:

[2 x (Vmáx2 − V02 ]
Hfsuja = { } Eq. (18)
(1,4 x 9,81)
Hfsuja = 0,16 m

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Onde:
➢ Velocidade máxima (Vmáx);
➢ Velocidade no canal da grade (V0).

I) Borda livre adotada


Borda livre = 0,30 m.

J) Altura da grade
Com o objetivo de determinar a altura da grade, faz-se uso da Equação 19 a seguir.

Hgrade = Hmáx + Hflimpa + Hfsuja Eq. (19)


Hgrade = 0,51 m
Onde:
➢ Altura máxima (Hmáx);
➢ Perda de carga limpa (Hflimpa);
➢ Perda de carga suja (Hfsuja).

5.10. Caixa de Areia


É uma unidade destinada a reter areia e outros detritos minerais inertes e pesados que
se encontram nos efluentes. No presente projeto a mesma possuirá uma configuração de canais
de limpeza manual e nesses canais as partículas são conduzidas em suspensão junto ao fundo,
logo, a quantidade de material em suspensão depende do grau de turbulência nos canais. A
decantação ocorrerá pela alteração do regime dinâmico no efluente, assim é mantida uma
velocidade constante para que as partículas sejam depositadas.
Para iniciar o dimensionamento da caixa de areia serão necessários os dados de entrada
descritos na Tabela 7 abaixo.

Tabela 7 – Dados de entrada para o dimensionamento.


Intervalo de Limpeza Velocidade Concentração
15 dias 0,3 m/s 0,03 LA/m³E
Fonte: Sanigy, 2021.

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A) Área mínima da caixa de areia


Com o objetivo de determinar a área mínima da caixa de areia, faz-se uso da Equação
20 a seguir:

Q máx
Aca = Eq. (20)
Vh

Onde:
➢ Vazão máxima (Qmáx);
➢ Velocidade do fluxo horizontal do esgoto (Vh).

Segundo a NBR 12.209/2011, no caso de desarenador de fluxo horizontal e seção


retangular (tipo canal), a velocidade de escoamento deve ser compreendida entre 0,25 e 0,4
m/s. Para o projeto será utilizado Vh = 3 m/s.

Aplicando os valores acima, obtém-se:

Aca = 0,0042 m²

A) Comprimento mínimo calculado


Com o objetivo de determinar o comprimento mínimo calculado, faz-se uso da Equação
21 a seguir:

Cca = [22,5 x (Hmáx − Z)] Eq. (21)


Cca = 0,9 m
Onde:
➢ Altura máxima (Hmáx);
➢ Distância entre o fundo da calha e fundo da caixa de areia (z).

B) Largura mínima calculada


Com o objetivo de determinar a largura mínima, faz-se uso da Equação 22 a seguir:

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Aca
Lca = Eq. (22)
Hmáx − Z
Lca = 0,10 m
Onde:
➢ Área da caixa de areia (Aca);
➢ Altura máxima (Hmáx).

Vale ressaltar fora adotado L = 0,3 m por ser uma dimensão exequível, o qual facilitará
a limpeza e manutenção do desarenador.

Ladotada = 0,3 m

C) Área real da caixa


Com o objetivo de determinar a área real da caixa, faz-se uso da Equação 23 a seguir:

Aca real = Cadotado x Ladotada Eq. (23)


Aca real = 0,27 m²
Onde:
➢ Comprimento adotado (Cadotado);
➢ Largura adotada (Ladotada).

D) Taxa de escoamento superficial


Com o objetivo de determinar a taxa de escoamento superficial, faz-se uso da Equação
24 a seguir.

Q máx
TESca = Eq. (24)
Cca aadotadoxLcaadotada
m3
TESca = 400,00
m2 . d
Onde:
➢ Vazão máxima (Qmáx);
➢ Comprimento da caixa de areia adotado (Cca);
➢ Largura da caixa de areia adotada (Lca).

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Ressalta-se que a recomendação de TES entre 600 e 1.300 m³/m².dia, prevista na da


NBR 12.209/2011, não foi atendida devido a adoção de 30 cm de largura, citada anteriormente.

E) Produção de areia
Com o objetivo de determinar a quantidade de areia gerada, faz-se uso da Equação 25
a seguir:

VAreia = Xareia x Q méd Eq. (25)


m3 areia
Va = 0,002
d
Onde:
➢ Areia retida em relação ao percentual de esgoto tratado (Xa)
➢ Vazão média (Qméd)

F) Altura de rebaixo da caixa de areia (Ha)


Com o objetivo de determinar a altura de rebaixo da caixa de areia, faz-se uso da
Equação 26 a seguir:

Va
Ha = [ ] x TL Eq. (26)
(Cca adotado x Lca adotada)
Ha = 0,10 m
Onde:
➢ Quantidade de areia gerada (Va);
➢ Comprimento da caixa de areia adotado (Cca);
➢ Largura da caixa de areia adotada (Lca);
➢ Tempo de limpeza para retirar de areia da caixa (T L)

5.11. Estação Elevatória de Efluentes


É uma unidade que encaminha os efluentes, por meio de bombeamento até a Estação de
Tratamento de Esgoto. A unidade conta com bombas hidráulicas (1+1) e tanque de efluentes.
Desse modo, o acionamento será realizado por meio de sensor de nível, o qual possibilitará
bombear o esgoto ao sistema de tratamento que está em um nível mais elevado.

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A) Vazão de Recalque
Para o dimensionamento da Estação Elevatória, adotou-se a vazão máxima como vazão
de recalque, sendo está, 1,25 L/s. Para fins de segurança operacional, adicionou-se 15% sobre
a vazão máxima, dando origem à vazão de projeto de 1,44 L/s.

B) Volume Mínimo do Poço de Sucção


O Volume Mínimo do poço de sucção é determinado por meio da Equação 27 abaixo:

T x Q Rec
VMín = Eq. (27)
4

Onde:
➢ Volume Mínimo (VMín);
➢ Tempo de Ciclo (T);
➢ Vazão média (QRec).

Adotando-se a recomendação da literatura e especificação técnica dos fabricantes de


sistemas de bombeamento, o Tempo de Clico será de 10 minutos. Aplicando os valores acima,
obtém-se:
VMín =0,216 m³

O volume mínimo para que o intervalo entre duas partidas da bomba seja maior ou igual
a 10 min é de 0,216 m³.

C) Volume Adotado do Poço de Sucção


Para determinação do volume adotado do poço de sucção, deve-se proceder a
determinação de seu formato e lâmina d’água mínima no poço de sucção. Com isso, adotou-se
o formato cilíndrico para o poço e nível d’água mínimo de 1,0 m e nível máximo de 1,9 m.
Ressalta-se que estes valores foram confirmados após a determinação da bomba de recalque,
que exige, apenas, submersão de 0,2 m. Ademais, deve-se determinar a faixa de operação do
sistema, o qual será de 0,9 m. Já o diâmetro da elevatória foi determinado utilizando-se a
padronização de dimensões das estações elevatórias da SABESP, obtendo-se um diâmetro de

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1,5m. De posse destes dados, o volume mínimo do poço de sucção foi determinado por meio
da Equação 28 abaixo:

π ×D²
Vu = ( ) × FO Eq. (28)
4
Vu =0,72 m³
Onde:
➢ Diâmetro (D);
➢ Volume mínimo (Vmín);
➢ Faixa de Operação (FO);

O volume mínimo calculado foi de 0,72 m³, estando desta forma em conformidade com
o volume mínimo requerido e por consequência obedecendo o tempo mínimo de 10min entre
duas partidas consecutivas.

D) Tempo de Detenção Hidráulico


Segundo o item 3.3 da NBR–12.208/2020, o Tempo de Detenção Hidráulico (TDH)
deve ser inferior a 30 minutos para vazão média. A Equação 29 apresenta o TDH calculado a
seguir:
Ve
TDH= ( ) Eq. (29)
Q MÉD

Onde:
➢ Volume efetivo (m³) (Ve);
➢ Vazão média (m³/min) (Qméd);

Aplicando os valores de Ve= 1,41 m³ e Qméd= 0,0486 m³/min, obtém-se:

TDH=29 min

Logo, tal condição foi verificada por meio da divisão entre o Volume Adotado pela
Vazão Média, resultando em um TDH de 29,09 minutos, atendendo a referida norma.

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E) Diâmetro de Recalque e Sucção


O diâmetro da tubulação de recalque foi determinado por meio da fórmula de Bresse,
com coeficiente de Bresse (K) igual a 1,2. Tal metodologia resultou em um diâmetro de 60
mm. Após essa etapa, a velocidade para este diâmetro foi determinada, resultando em 0,69 m/s,
atendendo ao intervalo de recomendação da NBR 12.209/2011, de 0,6 a 3 m/s.

F) Cotas de Projeto
As cotas do referente projeto possuem como referência o nível do terreno, estas cotas
estão diretamente ligadas à cota de chegada da tubulação de esgoto do empreendimento.
Portanto, tais cotas devem ser verificadas in loco juntamente com a equipe responsável pela
obra.

G) Perda de Carga
A Tabela abaixo apresenta as peças hidráulicas presentes na sucção, barrilete e linha de
recalque da EEE, assim como seus respectivos comprimentos equivalentes.

Tabela 8 – Peças utilizadas no cálculo da perda de carga localizada.


ORIGEM ITEM PEÇAS EEE - (1 CMB) QUANT K QUANT. x K ∑k
1 VÁLVULA DE GAVETA ABERTA 100% 1 0,04 0,04
VÁLVULA DE RETENÇÃO PORTINHOLA OU
2 1 12 12
DISCO, SEM MOLA
RECALQUE 3 CURVA 90° LONGA 4 0,4 1,6 16,24
SAÍDA (CHEGADA) AÉREA (PRESSÃO
4
ATMOSFÉRICA) 1 1 1
TÊ DE PASSAGEM + SAÍDA LATERAL < 20%
5
Q1, D2<D1 1 1,6 1,6
Fonte: Azevedo neto et.al (1998)

Utilizando-se da fórmula universal de Darcy-Weisbach, calculou-se as perdas de carga


localizada, distribuída e altura mano métrica total. A Equação 30 apresenta o cálculo da perda
de carga localizada no recalque:


hL = (∑ K) ( ) Eq. (30)
2 ×g
hL = 0,21 m
Onde:
➢ Constante para a perda de carga das peças (K);

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➢ Velocidade (v) (m/s);


➢ Gravidade (g) (m/s²);

Para a determinação da perda de carga distribuída no recalque, utilizou-se da Equação


31 a seguir:

L v²
hD = f ( ) ( ) Eq. (31)
Di 2 ×g
hD = 0,05 m
Onde:
➢ Coeficiente de atrito (f);
➢ Comprimento de recalque (L) (m);
➢ Velocidade (v) (m/s);
➢ Diâmetro interno (Di) (m);
➢ Gravidade (g) (m/s²).

Para a determinação da altura manométrica utilizou-se da Equação 32 a seguir:

hman = hG + hD + hL Eq. (32)


hman = 8,3 m
Onde:
➢ Altura geométrica (hG) (m);
➢ Perda de carga localizada (hL) (m);
➢ Perda de carga distribuída (hD) (m);

H) Potência da bomba
Para o cálculo da potência da bomba, utilizou-se da equação 33 a seguir:

hman × Q rec
P= Eq. (33)
0,65
P= 0,24 Cv ≅ 0,5 Cv
Onde:
➢ Altura manométrica (hman) (m);

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➢ Vazão de recalque (m³/s) (Qrec);

I) Seleção de Bomba de Recalque


A partir da vazão de recalque de 4,5 m³/h (vazão máxima) e altura manométrica de 8,3
mca, procedeu-se a escolha da bomba de recalque. A bomba selecionada foi o modelo FBS 20/
2-50-20 ½ CV do fabricante FAMAC. Suas curvas de funcionamento e ficha técnica encontra-
se em anexo. Contudo ressalta-se que a vazão máxima de bombeamento deverá ser de no
máximo 25% da vazão máxima, conforme NBR 12.209/2011.

5.12. Reator UASB


O reator UASB (Upflow Anaerobic Sludge Blanket) é um reator anaeróbio de fluxo
ascendente de alta eficiência. Normalmente, o reator UASB é utilizado em processos primários
para a estabilização da matéria orgânica inicial. É utilizado tanto em Estação de Tratamento de
Esgoto Sanitário quanto em Estação de Tratamento de Efluentes Industriais. O reator possui
unidade de câmara de digestão, separador trifásico, zona de transição, zona de sedimentação e,
por fim, zona de coleta de gás. O princípio dos reatores é dividir o esgoto bruto em três fases
(separador trifásico), ou seja, a fase líquida, gasosa e sólida. A fase líquida é o efluente líquido
que sai após o seu tratamento, com eficiência aproximada de 60% a 80% de remoção de DBO
(VON SPERLING, 1996). A fase gasosa é o biogás gerado no processo anaeróbio, que é
comumente queimado para evitar o mau cheiro por causa do gás metano. Por fim, a fase sólida
é o lodo mais pesado gerado no compartimento de digestão (CHERNICHARO, 1997).
O dimensionamento do reator anaeróbio em questão, assim como os parâmetros de
projeto, fora baseado na NBR 12.209/2011.

Carga orgânica Demanda Bioquímica de Oxigênio do afluente (CODBO)


A carga orgânica do afluente representa a quantidade, em massa, de matéria orgânica
que está presente no esgoto e que deverá ser tratada no reator UASB diariamente.
Com o objetivo de determinar a carga orgânica do afluente DBO, faz-se uso da
Equação 34 a seguir:

DBOaf Eq. (34)


CODBO = Q méd x ( )
1000
KgDBO
CODBO = 54,00
d

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Onde:
➢ Demanda Bioquímica de Oxigênio afluente (DBOaf);
➢ Vazão média (Qméd).

A) Carga orgânica Demanda Química de Oxigênio do afluente (CODQO)


Com o objetivo de determinar a carga orgânica do afluente DQO, faz-se uso da
Equação 35 a seguir:

S0 Eq. (35)
CODQO = Qméd x ( )
1000
CODQO = 108,00 KgDQO/d
Onde:
➢ Demanda Química de Oxigênio afluente (S0);
➢ Vazão média (Qméd).

B) Volume do UASB requerido por módulo


Para o cálculo de volume do reator adotou-se o Tempo de Detenção Hidráulica
(TDH = 6 h) e Nmódulos = 1 unidade. Com o objetivo de determinar o volume do UASB
requerido por módulo, faz-se uso da equação 36 a seguir.

Qméd Eq. (36)


VolUASB = ( ) x TDH
Nmódulos
VolUASB = 15,00 m³
Onde:
➢ Vazão média (Qméd);
➢ Tempo de Detenção Hidráulica (TDH);
➢ Números de módulos do reator (Nmódulos).

C) Área total do UASB requerida por módulo


Segundo a NBR 12.209/2011 a profundidade útil total dos reatores tipo UASB deve
estar entre 4 – 6 m, para o projeto, adotou-se HUASB = 4,0 m. Com o objetivo de determinar a
área total do UASB requerida por módulo, faz-se uso da Equação 37 a seguir.

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VolUASB Eq. (37)


AMÓDULO = ( )
HUASB
AMÓDULO = 3,75 m²
Onde:
➢ Volume do módulo do UASB (VolUASB);
➢ Altura útil do tanque completo (HUASB).

D) Dimensões do UASB circular


Para o cálculo das dimensões do reator UASB circular, é necessário definir um diâmetro
que será de DADOTADO = 2,35 m.

• Área
Com o objetivo de determinar a área do UASB, faz-se uso da Equação 38 a seguir:

π x D2 adotado Eq. (38)


AUASB = ( )
4
AUASB = 4,34 m²
Onde:
➢ Diâmetro adotado para o reator (D).

• Volume
Com o objetivo de determinar o volume do UASB, faz-se uso da equação 39 a seguir:

VUASB = AUASB x HUASB Eq. (39)


VUASB = 17,35 m³
Onde:
➢ Área do reator (AUASB);
➢ Altura útil do tanque completo (HUASB).

E) Tempo de Detenção Hidráulica do UASB


Com o objetivo de determinar o Tempo de Detenção Hidráulica do UASB, faz-se uso
da Equação 40 a seguir:

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Eq. (40)
VUASB
TDHUASB = ( )
Q méd
Nmódulos
TDHUASB = 6,94 h
Onde:
➢ Vazão média (Qméd);
➢ Volume do reator (VUASB);
➢ Números de módulos do reator (Nmódulos).

Segundo a NBR 12209/2011 o TDH para a vazão média, considerando a temperatura


média do esgoto e o volume total, deve ser igual ou superior a 6 h para temperatura do esgoto
superior a 25°C.

F) Carga Hidráulica Volumétrica (CHV)


Com o objetivo de determinar a Carga Hidráulica Volumétrica do UASB, faz-se uso
da Equação 41 a seguir:

Q méd Eq. (41)


N
CHV = ( módulos )
VUASB

m3
CHV = 3,46
m3 . d
Onde:
➢ Vazão média (Qméd);
➢ Volume do reator (VUASB);
➢ Números de módulos do reator (Nmódulos).

G) Carga Orgânica Volumétrica (COV) de DQO


A carga orgânica volumétrica é a quantidade, em massa, de matéria orgânica que
chega, diariamente, no reator por metro cúbico do mesmo (Kg DQO/m³ x dia). Com o objetivo
de determinar a Carga Orgânica Volumétrica de DQO do UASB, faz-se uso da Equação 42 a
seguir:

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S0 Eq. (42)
COVDQO = CODQO x ( )
1000
COVDQO = 6,22 KgDQO/d
Onde:
➢ Carga orgânica de Demanda Química de Oxigênio do afluente (CODQO);
➢ Demanda Química de Oxigênio afluente (S0).

H) Carga Orgânica Volumétrica (COV) de DBO


Com o objetivo de determinar a Carga Orgânica Volumétrica de DBO do UASB, faz-
se uso da Equação 43 a seguir:

DBOaf Eq. (43)


COVDBO = CODBOx ( )
1000
COVDBO = 3,11 KgDBO/d
Onde:
➢ Carga orgânica de Demanda Bioquímica de Oxigênio do afluente (CODBO);
➢ Demanda Bioquímica de Oxigênio afluente (DBOaf).

I) Área separador trifásico


Nesta etapa, calculou-se a Área separador (Aseparador) necessária para se obter a área
de passagem (Ap), para isso adotou-se o diâmetro do separador trifásico DADOTADO = 1,95 m.
Com o objetivo de determinar a Área do separador trifásico do UASB, faz-se uso da Equação
44 a seguir:

π x D2 adotado Eq. (44)


Aseparador = ( )
4
Aseparador = 2,99 m²
Onde:
➢ Diâmetro adotado para o reator (D).

J) Área de passagem
Com o objetivo de determinar a Área de passagem, faz-se uso da equação 45 a seguir:

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Ap = AUASB − Aseparador Eq. (45)


Ap = 1,35 m²
Onde:
➢ Área do reator (AUASB);
➢ Área do separador (Aseparador).

K) Velocidades de passagem

• Verificação para vazão média


Com o objetivo de determinar a velocidade de passagem para a vazão média, faz-se
uso da Equação 46 a seguir:

Qméd Eq. (46)


VpQmed = ( )
Ap x Nmódulos
VpQmed = 1,85 m/h
Onde:
➢ Vazão média (Qméd);
➢ Área de passagem (Apassagem);
➢ Números de módulos do reator (Nmódulos).

Segundo a NBR 12209/2011 a velocidade de passagem no compartimento de digestão


para o de decantação deve ser igual ou inferior a 2,5 m/h para vazão média.

• Verificação para vazão máxima


Com o objetivo de determinar a velocidade de passagem para a vazão máxima, faz-se
uso da Equação 47 a seguir:

Q máx Eq. (47)


VpQmáx = ( )
Ap x Nmódulos
VpQmáx = 3,33 m/h
Onde:
➢ Vazão média (Qmáx);
➢ Área de passagem (Apassagem);

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➢ Números de módulos do reator (Nmódulos).

Segundo a NBR 12209/2011 a velocidade de passagem no compartimento de digestão


para o de decantação deve ser igual ou inferior a 4,0 m/h para vazão máxima.

L) Velocidades ascensionais

• Verificação para vazão média


Com o objetivo de determinar a velocidade ascensional para a vazão média, faz-se uso
da Equação 48 a seguir:

Q méd Eq. (48)


VaQmed = ( )
AUASB x Nmódulos
VaQmed = 0,58 m/h
Onde:
➢ Vazão média (Qméd);
➢ Área do reator (AUASB);
➢ Números de módulos do reator (Nmódulos).

Segundo a NBR 12209/2011 a velocidade ascensional no compartimento de digestão


deve ser igual ou inferior a 0,7 m/h para vazão média.

• Verificação para vazão máxima


Com o objetivo de determinar a velocidade ascensional para a vazão máxima, faz-se
uso da Equação 49 a seguir:

Q máx Eq. (49)


VaQmáx = ( )
AUASB x Nmódulos
VaQmáx = 1,04 m/h
Onde:
➢ Vazão máxima (Qmáx);
➢ Área do reator (AUASB);
➢ Números de módulos do reator (Nmódulos).

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Segundo a NBR 12209/2011 a velocidade ascensional no compartimento de digestão


deve ser igual ou inferior a 1,2 m/h para vazão máxima.

M) Zona de Decantação
Nesta etapa, calculou-se o Área do coletor de gases (Acoletor) com o intuito de determinar
a Área de Decantação (Ad), bem como o Volume de decantação (Vd) que são necessários para
atender os parâmetros de Taxa de Aplicação Superficial - TAS, disposta na norma supracitada.

• Área do coletor de gases


Para o cálculo é necessário definir um diâmetro para o coletor que será o DADOTADO =
0,74 m. Com o objetivo de determinar a área do coletor de gases, faz-se uso da Equação 50 a
seguir:

π x D2 adotado Eq. (50)


Acoletor = ( )
4
Acoletor = 0,43 m²
Onde:
➢ Diâmetro adotado para o reator (D).

N) Área de decantação
Com o objetivo de determinar a área de decantação, faz-se uso da Equação 51 a seguir:

Ad = AUASB − AColetor Eq. (51)


Ad = 3,91 m²
Onde:
➢ Área do reator (AUASB);
➢ Área do coletor de gases (Acoletor).

• Volume de decantação
Segundo a NBR 12209/2011 a profundidade útil mínima do compartimento de
decantação deve ser de Hzona de decantação = 1,5 m, sendo pelo menos 0,30 m com parede
vertical. As paredes inclinadas do compartimento de decantação devem ter inclinação igual ou

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superior a 50°. Com o objetivo de determinar o volume de decantação, faz-se uso da Equação
52 a seguir.

Vd = Ad x Hzona de decantação Eq. (52)


Vd = 4,56 m³
Onde:
➢ Área de decantação (Ad).
➢ Altura da zona de decantação (Hzona de decantação).

O) Taxa de Aplicação Superficial (TAS)


Com o objetivo de determinar a taxa de aplicação superficial, faz-se uso da equação 53
a seguir:

Q máx Eq. (53)


TAS = ( )
Ade
m3
TAS = 1,15
m2 . h
Onde:
➢ Vazão máxima (Qmáx);
➢ Área de decantação (Ad).

Conforme disposto na NBR 12.209/2011 o TAS no compartimento de decantação deve


ser igual ou inferior 1,2 m3 /m².h.

P) Tempo de Detenção Hidráulica (TDH) no Compartimento de decantação

• Verificação para vazão média


Com o objetivo de determinar o tempo de detenção hidráulica para a vazão média, faz-
se uso da Equação 54 a seguir:

Vd Eq. (54)
TDH = ( )
Qméd
TDH = 1,82 h
Onde:

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➢ Vazão média (Qméd);


➢ Volume de decantação (Vd).

Segundo a NBR 12.209/2011 o TDH no compartimento de decantação deve ser igual


ou superior a 1,5 m/h para vazão média.

• Verificação para vazão máxima


Com o objetivo de determinar o tempo de detenção hidráulica para a vazão máxima,
faz-se uso da Equação 55 a seguir:

Vd Eq. (55)
TDH = ( )
Q max
TDH = 1,01 h
Onde:
➢ Vazão máxima (Qmáx);
➢ Volume de decantação (Vd).

Segundo a NBR 12209/2011 o TDH no compartimento de decantação deve ser igual ou


superior a 1,0 m/h para vazão máxima.

Q) Sistema de Distribuição
Esta etapa do dimensionamento consiste na determinação do Número de
Distribuidores (Nd) de esgoto no reator UASB. Em função do tipo de lodo e Carga Orgânica
Volumétrica (COV), é possível determinar a Área de Influência (A i) de cada distribuidor de
esgoto e, a partir desta área, calcular o número de distribuidores necessários no reator.
Desse modo, sabe-se que a concentração do lodo do projeto é de 1020 kgSST/m³, sendo
assim, o lodo em questão é classificado como denso e floculento. Além disso, baseando-se na
COVDBO = 3,11 KgDBO/d, a área de influência de cada distribuidor deve estar entre 2 e 3 m²,
logo, adotou-se Ai = 3 m2 com o objetivo de utilizar o menor número possível de
distribuidores.

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• Número de distribuidores calculados por módulo


Com o objetivo de determinar o número de distribuidores, faz-se uso da Equação 56 a
seguir:

AUASB Eq. (56)


Nd = ( )
Ai
Nd = 1,45 distribuidores
Onde:
➢ Área do reator (AUASB);
➢ Área de influência (Ai).

Número de distribuidores adotados por módulo, será:

Nd = 2 distribuidores

R) Estimativa de remoção de DBO e DQO


A estimativa de remoção da Demanda Química de Oxigênio (DQO) e Demanda
Bioquímica de Oxigênio (DBO) são determinadas em função do Tempo de Detenção
Hidráulica (TDH) mencionado anteriormente.

• DQO

Com o objetivo de determinar a estimativa de remoção de DQO, faz-se uso da Equação


58 a seguir:

EDQO = 100 x {1 − [0,68 x (TDH −0,35 )]} Eq. (58)


EDQO = 65,48 %
Onde:
➢ Tempo de Detenção Hidráulica (TDH).

• DBO
Com o objetivo de determinar a estimativa de remoção de DBO, faz-se uso da Equação
59 a seguir:

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EDBO = 100 x {1 − [0,7 x (TDH −0,55)]} Eq. (59)


EDBO = 73,43 %
Onde:
➢ Tempo de Detenção Hidráulica (TDH).

S) DQO afluente (S)


Em posse da eficiência do reator, assim como da DQO e DBO do afluente, é possível
estimar as prováveis concentrações de matéria orgânica no efluente do tratamento secundário.
Com o objetivo de determinar a DQO afluente, faz-se uso da Equação 60 a seguir:

EDQOx S0 Eq. (60)


S = S0 − [ ]
100
S = 621,31 mg/L
Onde:
➢ Demanda Química de Oxigênio afluente (S0);
➢ Eficiência de remoção de DQO (EDQO).

T) DBO afluente (DBOaf)


Com o objetivo de determinar a DBO afluente, faz-se uso da Equação 61 a seguir:

EDBOx DBOAf Eq. (61)


DBOEf = DBOAf − [ ]
100
DBOEf = 239,15 mg/L
Onde:
➢ Demanda Bioquímica de Oxigênio afluente (DBOAf);
➢ Eficiência de remoção de DBO (EDBO).

U) Estimativa da produção de biogás


Tendo em vista que o reator UASB é um reator biológico anaeróbio, em seu interior,
há formação de biogás, em sua maioria na forma de gás metano. Com o intuito de escolher a
melhor destinação para o mesmo, sua produção deve ser estimada, em massa e volume. Para
os cálculos adotou-se Yobs = 0,21 KgDQOlodo/KgDQOaplicado.

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• Carga de metano produzida


Com o objetivo de determinar a carga de metano produzida no tratamento, faz-se uso
da Equação 62 a seguir:

Q med S0 S S0 Eq. (62)


DQOCH4 = ( ) x {[( )−( )] − [Yobs x ( )]}
Nmódulos 1000 1000 1000
DQOCH4 = 48,04 Kg DQOCH4 /dia
Onde:
➢ Demanda Química de Oxigênio afluente (S0);
➢ Demanda Química de Oxigênio efluente (S);
➢ Coeficiente de produção de sólidos em termos de DQO (Yobs);
➢ Vazão média (Qméd);
➢ Números de módulos do reator (Nmódulos).

• Fator de correção para a temperatura de projeto [K(T)]


Com o objetivo de determinar o fator de correção para a temperatura de projeto, faz-se
uso da Equação 63 a seguir:

(P x K ) Eq. (63)
KT = [ ]
R x (273 + T)
K T = 2,60 KgDQO/m³
Onde:
➢ Pressão atmosférica (P) = 1 atm;
➢ DQO correspondente a 1 mol de CH4 (K) = 64 g.DQO/mol;
➢ Constante dos gases (R) = 0,08206 atmL/mol°K
➢ Temperatura (T) = 27°C.

• Produção volumétrica de metano


Com o objetivo de determinar a produção volumétrica de metano, faz-se uso da
Equação 64 a seguir:

DQOCH4 Eq. (64)


Q CH4 = ( )
KT
Q CH4 = 18,48 m3 /dia

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Onde:
➢ Carga de metano produzida (DQOCH4);
➢ Fator de correção para temperatura de projeto (KT).

• Produção de biogás
Com o valor de produção de metano, é possível estimar a produção total de biogás no
tratamento secundário. Para o objetivo de determinar a produção de biogás, faz-se uso da
Equação 65 a seguir:

Q CH4 Eq. (65)


Qbiogás = ( )
0,75
Q biogás = 24,64 m3 /dia
Onde:
➢ Produção volumétrica de metano (QCH4).

V) Coletor de gás
Conforme mencionado anteriormente, todo biogás gerado no reator anaeróbio deve ser
coletado e encaminhado para sua destinação final. Para dimensionar o sistema de coleta de
gases, deve-se adotar um diâmetro para o coletor que será de DADOTADO = 0,74 m.

• Área
Com o objetivo de determinar a área, faz-se uso da Equação 66 a seguir.

π x D2 adotado Eq. (66)


Acoletor de gás = [( )] x Nmodulos
4
Acoletor de gás = 0,43 m2
Onde:
➢ Diâmetro adotado para o coletor de gás (D);
➢ Números de módulos (Nmódulos).

W) Taxa de liberação de biogás (Vg)


Com o objetivo de determinar a taxa de liberação de biogás, faz-se uso da Equação 67
a seguir:

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Q biogás Eq. (67)


Vg = ( )
24 x Acoletor de gás
m3
Vg = 2,39
m2 . h
Onde:
➢ Produção de biogás (Qbiogás);
➢ Área do coletor de gás (Acoletor de gás).

X) Produção de lodo
Em todo tratamento biológico, é produzido lodo e no reator UASB não é diferente, pois
este produz lodo em seu processo de estabilização da matéria orgânica presente no esgoto bruto,
logo, é necessário estimar a geração de lodo com o objetivo de dimensionar corretamente seu
sistema de tratamento.

• Produção total de lodo gerada no UASB (PUASB)


Para o cálculo de produção total do lodo utilizou o Coeficiente de Produção de sólidos
YUASB = 0,18 KgSST/d. Com o objetivo de determinar a produção total de lodo gerada no
UASB, faz-se uso da Equação 68 a seguir:

PUASB = YUASB x COUASB Eq. (68)


PUASB = 19,44 KgSST/d
Onde:
➢ Coeficiente de produção de sólidos (YUASB);
➢ Carga Orgânica de DQO (COUASB).

• Volume total de lodo gerado no UASB (QlUASB)


Para o cálculo de produção total do lodo utilizou o Coeficiente de Produção de sólidos
g UASB = 1020 KgSST/m³ e CUASB% = 4%. Com o objetivo de determinar o volume de lodo
gerado no UASB, faz-se uso da Equação 69 a seguir:

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Eq. (69)
PUASB
QlUASB =[ ]
C %
g UASB x ( UASB )
100
QlUASB = 0,48 m3 /d
Onde:
➢ Produção total de logo gerada no UASB (PUASB);
➢ Densidade do logo no UASB (gUASB);
➢ Concentração esperada para o lodo de descarte (CUASB%).

5.13. Filtro Aerado Submerso


O filtro biológico aerado submerso apresenta em sua estrutura um tanque preenchido
com um meio suporte poroso, pelo qual o esgoto e ar fluem de forma permanente. No presente
projeto, utilizou-se como meio suporte anéis do tipo Pall Ring (área superficial específica de
100 m2/m3). De maneira geral, o meio suporte é mantido totalmente imerso no fluxo hidráulico,
caracterizando-os como reatores trifásicos compostos por:
• Fase sólida: constituída pelo meio suporte e pelas colônias de microorganismos
desenvolvidas no mesmo, sob forma de biofilme;
• Fase líquida: composta pelo líquido em escoamento permanente através do meio
suporte;
• Fase gasosa: formada pela aeração e em reduzida escala, pelos gases
subprodutos da atividade biológica.
O filtro biológico aerado submerso (FBAS) realiza no mesmo reator a remoção de
compostos orgânicos solúveis e suspensos presentes no esgoto. Além de desempenhar a função
de meio suporte, o mesmo também funciona como um eficaz meio filtrante. O FBAS pode ter
a sua alimentação realizada de forma ascendente ou descendente, e como necessitam de
alimentação de ar para a aeração, o mesmo é realizado por meio de difusores de bolhas finas,
colocados na parte inferior do filtro e alimentados por sopradores. Em função da formação de
lodo no interior da unidade, esta necessita de um decantador na saída do seu efluente.

A) Determinação do volume mínimo do meio suporte


Para a determinação do volume mínimo necessário no Filtro Biológico Aerado
Submerso (FBAS), utilizou-se da Equação 70 a seguir:

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CODBO Eq. (70)


VFBAS = ( )
COV

Onde:
➢ Carga orgânica DBO (KgDBO/d) (CODBO);
➢ Carga orgânica volumétrica (KgDBO/m³d) (Nmódulos);

Aplicando-se os valores de CODBO= 14,35 KgDBO/d e COV=1 KgDBO/m³d, obtém-se:

VFBAS = 14,35 m³

B) Área superficial do FBAS


Para obter a área específica do FBAS, utilizou-se da Equação 71 a seguir:

VFBAS Eq. (71)


As=
hMEIO SUP
As=4,10 m²
Onde:
➢ Volume do FBAS (m³) (V);
➢ Altura do meio suporte (m) (hMEIO SUP).

C) Volume útil do FBAS


Para a determinação do volume útil do FBAS, adotou-se o diâmetro DFBAS= 2,35 m,
borda livre do BFBAS= 0,3m e altura hFBAS= 3,5 m. Volume útil foi calculado pela Equação (72)
a seguir:

π × D² Eq. (72)
Vútil = ( ) × hFBAS
4
Vútil =15,18 m²
Onde:
➢ Diâmetro adotado (m) (D);
➢ Altura do FBAS (hFBAS).

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D) Demanda de Ar (sem nitrificação)


Para a determinação da demanda de ar necessária (sem nitrificação), adotou-se uma
taxa de aeração de Tar= 40 Nm³ar/KgDBOaplicada. A demanda de ar necessária foi determinada
pela Equação 73 a seguir:

Q ar = Tar × COeUASB Eq. (73)

Onde:
➢ Taxa de aeração (Nm³ar/KgDBOaplicada) (Tar).
➢ Carga orgânica efluente do UASB (KgDBO/d).

Aplicando os valores de Tar= 40 Nm³ar/KgDBOaplicada e COeUASB= 14,35 KgDBO/d


obtém-se:

Q ar =573,96 Nm³ar/d

Considerando transferência de O2 em 10%, temos:

Q ar =5.739,57 Nm³ar/d

Adotando fator de segurança de 10%, temos:

Q ar =6.313,52 Nm³ar/d
Q ar =4,38 Nm³ar/min

Potência requerida pelo soprador:

P= 4,43 Kw
P= 6,02 Cv

A partir dos cálculos realizados anteriormente, selecionou-se 3 opções de sopradores


para a aquisição em projeto, sendo estes:
➢ Modelo 01:

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Fabricante: Ventbras;
Modelo: CV-501;
Vazão máxima de ar: 6,3 m³/min;
Potência: 4,6 CV.

➢ Modelo 02:
Fabricante: Monovácuo;
Modelo: CRM-5;
Vazão máxima de ar: 6,0 m³/min;
Potência: 5,0 CV.

➢ Modelo 03:
Fabricante: Asten;
Modelo: CRC – 2 710 26 TSHE;
Vazão máxima de ar: 6,25 m³/min;
Potência: 4,60 CV.

Para a difusão do ar injetado, selecionou-se 10 unidades de difusores de bolhas finas.

E) Produção de Lodo no FBAS


Para a determinação da produção de lodo no FBAS utilizou-se a Equação 74 a seguir:

PLODO =(Y × DBOAPLICADA ) Eq. (74)


Onde:
➢ Taxa de produção de lodo (kgSS/kgDBO).
➢ DBOAPLICADA (KgDBO/d)

Aplicando-se os valores de Y= 0,75 kgSS/kgDBO e DBOAPLICADA= 14,35 KgDBO/d,


obtém-se:

PLODO = 10,76 kgSS/d

Considerando 75% de sólidos voláteis, temos:

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PLODO = 8,07 kgSS/d

F) Estimativa de remoção de DQO e DBO


Para a determinação da estimativa de remoção de DBO, utilizou-se a Equação 75 a
seguir:

DBO= 100 × (1-(0,7×TDH -0,5) Eq. (75)

Aplicando os valores de TDH= 6,07 h, obtém-se:

DBO= 71,59%

Em termos de concentração efluente para a DBO, temos:

DBO= 59,79 mg/L


Onde:
➢ Tempo de Detenção Hidráulica (h) (TDH);

Para a determinação da estimativa de remoção de DQO, utilizou-se a Equação 76 a


seguir:

DQO= 100 × (1-(0,68×TDH -0,35 ) Eq. (76)

Aplicando os valores de TDH= 6,07 h, obtém-se:

DQO= 63,83%

Em termos de concentração efluente para a DQO, temos:

DBO= 205,03 mg/L

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Eficiência total do sistema anaeróbio + aeróbio:

E= 93,36%

5.14. Decantador secundário


O decantador secundário é uma unidade de tratamento que tem como princípio a
separação de fases sólido-líquido no seu interior. A sua estrutura é composta por uma zona de
acúmulo de sólidos e uma zona de decantação. Esta unidade é geralmente utilizada no pós
tratamento de efluentes via tratamento aeróbio, em função da grande quantidade de lodo
produzido, sendo assim, deu-se o seguinte dimensionamento:

A) Área requerida
Para a determinação da área requerida, adotou-se 2 módulos de decantação e uma taxa
de escoamento superficial de 24 m³/m².dia. A área requerida foi dimensionada pela Equação
77 a seguir:

Eq. (77)
Q méd
AReq = ( )
Nm
TES
AReq = 2,5 m²
Onde:
➢ Vazão média (m³/d) (Qméd);
➢ Número de módulos (Nm);
➢ Taxa de Escoamento Superficial (m³/m².d) (TES);

B) Taxa de Aplicação superficial


Para a determinação da taxa de aplicação superficial, utilizou-se da Equação 78 a seguir:

Q máx Eq. (78)


TAS= ( )
AReq
TAS= 43,20 m ²/m ².d
Onde:
➢ Vazão máx (m³/d) (Qmáx);

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➢ Área requerida (m²) (Areq);

C) Diâmetro mínimo necessário calculado


O diâmetro mínimo necessário foi calculado utilizando-se a área requerida por meio da
Equação 79 a seguir:

4 × AReq Eq. (79)


D= √ ( )
π
D= 1,78 m
Onde:
➢ Área requerida (m²) (Areq);

D) Área corrigida
Para a determinação da área corrigida, adotou-se o diâmetro de 2,35 metros. A área
corrigida foi realizada pela Equação 80.

π × D2 Eq. (80)
AC =
4
AC = 4,34 m²
Onde:
➢ Diâmetro Corrigido (m) (D);

E) Taxa de escoamento superficial corrigida


Para a determinação da taxa de escoamento superficial, utilizou-se da área corrigida de
7,07 m². A taxa de escoamento superficial foi calculada pela Equação 81 a seguir.

Eq. (81)
Q méd
TES= ( )
Nm
AC
TES= 13,83 m³/m².d

F) Volume mínimo necessário


O volume mínimo necessário foi calculado utilizando do tempo de detenção hidráulica
adotado de 1,5 h. O volume mínimo foi calculado pela Equação 82 a seguir:

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Q méd Eq. (82)


VM = × TDH
Nm
VM = 3,75 m³
Onde:
➢ Vazão Média (m³/d) (Qméd);
➢ Número de Módulos (Nm);
➢ Tempo de Detenção Hidráulica (h) (TDH);

G) Largura da saia do fundo cônico


A largura da saia do fundo cônico do decantador secundário foi determinado adotando-
se o diâmetro do fundo cônico igual a 0,60 m. O cálculo da Largura da saia do fundo cônico
foi realizado utilizando-se a Equação 83 a seguir:

D DF Eq. (83)
LS = ( ) - ( )
2 2
LS=0,9 m
Onde:
➢ Diâmetro adotado (m) (D);
➢ Diâmetro de fundo cônico (m) (DF);

H) Altura do fundo cônico


A altura do fundo cônico foi calculada adotando-se 1,5 m/m como relação largura x
altura do fundo cônico. A Equação 84 a seguir apresenta o cálculo da altura do fundo cônico a
seguir:

AFC= LS × R LA Eq. (84)


AFC = 1,30 m
Onde:
➢ Largura da Saia (m) (Ls);
➢ Relação Largura Altura (m/m) (RLA);

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I) Altura vertical do cilindro


Para a determinação da altura vertical do cilindro do decantador secundário foi utilizada
a altura mínima de 0,5 m requerida pela ABNT NBR 12.209/2011.
J) Altura vertical conveniente do cilindro
A altura vertical conveniente do cilindro foi calculada utilizando-se da altura do meio
suporte do FBAS, desnível entre unidades de 0,2 m e altura do fundo cônico de 1,80 m. A
Equação 85 apresenta o cálculo da altura vertical conveniente a seguir:

hVC = hMS - 0,2 × AFC Eq. (85)


hVC = 2 m
Onde:
➢ Altura do meio filtrante (m) (hMF);
➢ Altura do Fundo Cônico (m) (AFC);

K) Altura útil do decantador


A altura útil do decantador secundário foi calculado adotando-se uma altura vertical de
2 m para a região cilíndrica. A altura útil do decantador foi calculada pela Equação 86 a seguir:

hUDEC= AFC + hVA Eq. (86)


hUDEC = 3,30 m
Onde:
➢ Altura do Fundo Cônico (m) (AFC);
➢ Altura do Vertical Adotada (m) (hVA);

L) Volume corrigido do decantador


Para a determinação do volume corrigido do decantador, utilizou-se da Equação 87 a
seguir:

VC = VCDEC + VTCDEC Eq. (87)


VC = 10,97 m³
Onde:
➢ Volume da parte cilíndrica do decantador (m³) (VCDEC);
➢ Volume do tronco de cone do decantador (m³) (VTCDEC);

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M) Tempo de detenção hidráulica corrigida


Para a determinação do tempo de detenção hidráulica corrigida utilizou-se da equação
88 a seguir:

VC Eq. (88)
TDHc=
Qméd
Nm
TDHc= 4, 39 h
Onde:
➢ Volume corrigido do decantador (m³) (VC);
➢ Vazão Média (m³/d) (Qméd);
➢ Número de Módulos (Nm);

N) Volume diário de lodo gerado


Para a determinação do volume de lodo gerado no decantador secundário utiliza-se a
produção de lodo gerado no FBAS. O volume de lodo produzido é calculado pela equação 89
a seguir:

PLODO Eq. (89)


VLODO=
(dLODO × 0,01)
VLODO= 1,06 𝑚3 /𝑑
Onde:
➢ Produção de lodo (KgSS/d) (PLODO);
➢ Densidade do lodo (KgSS/m³) (dLODO).

O) Volume de lodo para desaguamento


O volume de lodo para desaguamento foi determinado utilizando-se a produção de lodo
no reator UASB + a produção de lodo no FBAS. O volume de lodo para desaguamento é
calculado pela equação 90 a seguir:

VLDESAG= PLODOUASB + PLODOFBAS Eq. (90)


VLDESAG= 18,87 KgSS/d

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Onde:
➢ Produção de lodo UASB (KgSS/d) (PLODOUASB);
➢ Produção de lodo FBAS (KgSS/d) (PLODOFBAS);

5.15. Desinfecção
Consiste em extinguir total ou parcialmente as bactérias e os demais organismos
patogênicos presentes no efluente tratado. Desse modo, o processo que será utilizado é o de
cloração, onde o produto químico a base de cloro será adicionada ao efluente tratado, em um
tanque de contato cilíndrico, através de bomba dosadora, o qual atuará diretamente nestes
patogênicos, penetrando em suas células presentes na massa líquida e reagindo com suas
enzimas, destruindo-as. Após a cloração, o efluente final é encaminhado para seu lançamento.
Com isso, o sistema será composto por Tanque de Contato, Bomba dosadora eletromagnética
com vazão de aproximadamente 5 L/d– e reservatório de produto químico de 50 litros.

A) Tanque de Contato

• Volume útil requerido


O Tempo de Detenção Hidráulica (TDH) requerida é de TDH = 30 min e a altura
adotada é de H = 2,0 m. Com o objetivo de determinar o volume útil do tanque, faz-se uso da
Equação 91 a seguir:

TDH Eq. (91)


Vútil = Q med x ( )
60
Vútil = 1,25 m³
Onde:
➢ Vazão média (Qméd);
➢ Tempo de Detenção Hidráulica (TDH).

• Diâmetro requerido
Com o objetivo de determinar o diâmetro do tanque, faz-se uso da Equação 92 a seguir:

Eq. (92)
Vútil x 4
Drequerido = √( )
Hxπ

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Drequerido = 0,89 m
Dadotado = 1,5 m

Onde:
➢ Volume útil (Vútil);
➢ Altura (H).

• Volume adotado
Com o objetivo de determinar o volume após adotar o diâmetro do tanque, faz-se uso
da Equação 93 a seguir:

Dadotado x π x H Eq. (93)


Vadotado =
4
Vadotado = 3,53 m³
Onde:
➢ Diâmetro adotado (Dadotado);
➢ Altura (H).

• Verificação de TDH para vazão média


Com o objetivo de determinar o TDH para a vazão média, faz-se uso da Equação 94 a
seguir.

Vadotado Eq. (94)


TDHadotado = ( ) x 60
Q med
TDHadotado = 84,82 min
Onde:
➢ Vazão média (Qméd);
➢ Volume adotado (Vadotado).

Segundo a NBR 12209/2011 qualquer que seja a forma de desinfecção com composto
à base de cloro, com exceção do dióxido de cloro, o TDH deve ser superior ou igual a 30
minutos para vazão média.

• Verificação de TDH para Vazão máxima

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Com o objetivo de determinar o TDH para a vazão máxima, faz-se uso da Equação 95
a seguir.

Vadotado Eq. (95)


TDHadotado = ( ) x 60
Q máx
TDHadotado = 47,12 min
Onde:
➢ Vazão média (Qmáx);
➢ Volume adotado (Vadotado).

Segundo a NBR 12209/2011 qualquer que seja a forma de desinfecção com composto
à base de cloro, com exceção do dióxido de cloro, o TDH deve ser superior ou igual a 15
minutos para vazão máxima.

B) Demanda de cloro
Com o objetivo de determinar a Demanda de Cloro Ativo (DCA), em kg/dia, faz-se
necessário algumas informações listadas na Tabela 9 a seguir.

Tabela 9 – Informações necessárias para o cálculo de DCA


Variável Valor
Concentração de cloro (Dicloro) 60 %
Concentração de cloro ativo 5 mg/L
Tempo de funcionamento 12 h/dia
Fonte: Sanigy, 2021.

Concentração comum de hipoclorito de sódio é determinado pela Equação 96 a seguir:

C=d × τ Eq. (96)

Onde:
➢ Densidade (d )(g/L);
➢ Título (τ) (%)

Aplicando os valores de τ= 5% e d= 1.200 g/L, obtém-se:

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C = 60 g/L
• Volume de efluente tratado
Para a determinação do volume de efluente tratado, considerando uma bombona de 50L
e a concentração de cloro residual de 5 mg/L, utilizou-se da Equação 83 a seguir:

60.000 × 50
VET =
5
VET = 600 m³

C) Duração da bombona, volume e vazão de cloro utilizado


Com o objetivo de determinar a duração do produto químico em dias, faz-se uso da
Equação 97 a seguir:

VET Eq. (97)


T=
Q med
T = 10 dias
Onde:
➢ Volume de Efluente Tratado VET (m³);
➢ Vazão média (Qméd);

• Volume estimado de cloro por dia


A determinação do volume de cloro estimado por dia foi realizada utilizando-se da
Equação 98 apresentada a seguir:

Vbombona Eq. (98)


Vcloro =
T
Vcloro = 5 L/d
Vcloro = 0,208 L/h
Onde:
➢ Volume da Bombona (L) (Vbombona);
➢ Tempo de Duração da Bombona (dia) (T);

• Vazão de hipoclorito por dia

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Para a determinação da vazão do hipoclorito de sódio por dia, utilizou-se da Equação


99 a seguir:
Q cloro= TF × Vcloro Eq. (99)
Q cloro = 2,5 L/dia
Q cloro = 0,208 L/h

Onde:
➢ Tempo de funcionamento (h) (TF);
➢ Volume de Cloro (L/h) (Vcloro).

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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conforme exposto ao longo do memorial, o sistema foi projetado para eficiência global
de, aproximadamente, 96% de remoção de DBO e, para garantir tal nível de remoção, é
imprescindível que a equipe de manutenção do Grupo Mateus garanta a adequada operação,
controle e monitoramento da estação.
Com o objetivo de garantir a plena operação do sistema de tratamento durante a falta
de energia elétrica do empreendimento, recomenda-se que a ETE seja interligada ao gerador
do empreendimento.

CECILIA HELENA Assinado de forma digital por


COSTA DE CECILIA HELENA COSTA DE
MAGALHAES:00112870201
MAGALHAES:0011287 Dados: 2021.03.30 08:20:29
0201 -03'00'
________________________________
Cecília Helena Costa de Magalhães
Eng. Sanitarista e Ambiental
CREA 1517125910 / PA

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7. ANEXOS

Anexo I – Fluxograma da Estação de Tratamento de Efluentes.


Anexo II – Curva de Desempenho da Bomba de Recalque.

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ANEXO I

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ANEXO II

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